Manual de Apoio de Psicologia Do Desenvolvimento II
Manual de Apoio de Psicologia Do Desenvolvimento II
WALINGA DO MOXICO
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
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Lic. Elsa Caumba
Colab. Lic. Timoteo Tchinene
2.1 Adolescência e o desenvolvimento......................................................................47
2.2 Aspectos afetivos intelectuais da adolescência....................................................48
2.3 Construção de Identidade....................................................................................49
Referência Bibliográfica..............................................................................77
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INTRODUÇÃO
Os seres humanos têm sido o foco de estudo científico há mais de um século. Tal
exploração é um empreendimento sempre em evolução. Portanto, O estudo científico do
desenvolvimento humano evoluiu de estudos sobre a infância para estudos sobre todos
os períodos da vida. O estudo do desenvolvimento humano procura descrever, explicar,
prever e modificar o comportamento. Os cientistas do desenvolvimento estudam as
mudanças quantitativas e qualitativas e a estabilidade nos domínios físico, cognitivo e
psicossocial. O desenvolvimento está sujeito a influências internas e externas, tanto
normativas como não normativas. Importantes influências contextuais sobre o
desenvolvimento incluem a família, o bairro, a condição socioeconômica, a tecnicidade
e a cultura.
O estudo científico do desenvolvimento humano baseia-se na crença de que o
conhecimento é útil. Cada vez mais, as descobertas de pesquisas possuem aplicação
direta na criação dos filhos, educação, saúde e política social. As pesquisas sobre os
fatores que aumentam os riscos de comportamento anti-social podem sugerir modos de
impedi-lo. As pesquisas sobre a compreensão da morte durante os diversos períodos da
vida podem permitir que os profissionais ajudem crianças e adultos a lidar com a perda.
Em última análise, você que vai aplicar o que aprender neste manual de apoio, tenha em
mente que, pessoas reais não são abstrações; elas são seres humanos que vivem,
trabalham, amam, riem, choram, fazem perguntas e tomam decisões. Observe os adultos
e as crianças a seu redor. Preste atenção em sua forma de confrontarem os desafios da
vida cotidiana. Pense sobre suas próprias experiências e como elas se relacionam com o
que você lê neste manual de apoio.
Portanto, com a compreensão que você irá adquirir neste manual, você poderá olhar
para si mesmo e para as outras pessoas com novos olhos.
Para facilitar seu estudo do desenvolvimento humano, organizamos este material de
apoio em torno de um sistema de aprendizagem destinado a despertar seu interesse,
concentrar sua atenção e ajudá-lo a rever e reter o que você aprendeu.
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Objetivo
A psicologia do desenvolvimento tem como objetivo a descrição e a explicação de
mudanças nos comportamentos e nos processos mentais, ao longo do tempo e através
dos ciclos vitais. Essas mudanças ocorrem não apenas na nossa forma de pensar, mas
também na organização social e familiar. Devido à constante interação entre estas
partes, podemos afirmar que o nosso desenvolvimento é não só receptor dos efeitos do
desenvolvimento do meio, mas também influi nele. Ou seja, ela tem como objetivo
colocar como objeto de estudo o ser humano na sua permanente evolução.
A psicologia do desenvolvimento consiste em:
Estudar o desenvolvimento físico- motor
Estudar o desenvolvimento intelectual do individuo
Estudar o desenvolvimento emociona e social
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Os participantes que no início do estudo apresentavam competência engenhosa faziam
boas escolhas naadolescência e no início da idade adulta, o que, muitas vezes, trazia
oportunidades promissoras (bolsas de estudo, bons empregos e cônjuges competentes).
Os adolescentes menos competentes tomavam decisões iniciais piores e tendiam a ter
vidas repletas de crises (Clausen, 1993) citado por Papalia, 2006.
Métodos transversais (centrado em observação)
Quando pretendemos estudar vários indivíduos para encontrar semelhança no seu
desenvolvimento recorremos aos métodos transversais. Com este método estuda-se o
nível de desenvolvimento de vários indivíduos de um mesmo escalão etário.
Ex: estudo comparativo do aproveitamento acadêmico de estudantes de diferentes níveis
I e II ciclo.
Pessoas de diferentes idades são avaliadas em umdeterminado momento. Em um estudo
transversal, por exemplo, os pesquisadores fizeramperguntas a crianças de 3, 4, 6 e 7
anos sobre o que uma mulher pensativa estava fazendo ou sobre o estado de espírito de
alguma pessoa. Verificou-se que a consciência que as crianças têm da atividade mental
aumenta notavelmente com a idade.
Esses achados são forte indicativo de que à medidaque as crianças ganham idade, sua
compreensão dos processos mentais aumenta. Entretanto,não podemos tirar essa
conclusão com certeza. Não sabemos se a consciênciada atividade mental das crianças
de 7 anos quando elas tinham 3 anos era a mesmaque aquela das atuais crianças de 3
anos do estudo. A única forma de saber seocorre mudança com a idade é conduzir um
estudo longitudinal de uma determinadapessoa ou de determinado grupo.
Tanto o modelo longitudinal como o transversal possuem vantagens e desvantagens. A
pesquisa longitudinal, ao estudar repetidamente as mesmas pessoas,pode rastrear
padrões individuais de continuidade e mudança. Ela evita confundir osefeitos do
desenvolvimento com os efeitos de pertencer a uma coorte (as diferentes experiênciasde
crianças nascidas, por exemplo, antes e depois do advento da internet).
Entretanto, um estudo longitudinal realizado com uma determinada corte pode não se
aplicar a uma corte diferente. (Em outras palavras, os resultados de um estudo
depessoas nascidas nos anos de 1920, como o Estudo de Crescimento de Oakland,
podemnão se aplicar a pessoas nascidas nos anos de 1990.) Além disso, os estudos
longitudinaisgeralmente consomem mais tempo e são mais caros do que os estudos
transversais;é difícil acompanhar um grande grupo de participantes ao longo do tempo,
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manterregistros e manter o estudo em andamento a despeito da rotatividade do pessoal
depesquisa. Existe também o problema do desgaste: os participantes podem morrer
ouabandonar o estudo.
Outra dificuldade provável é a tendenciosidade da amostra: as pessoas que se oferecem
para tais estudos, e principalmente aquelas que permanecem neles, tendem a ter
inteligência e condição socioeconômica acima da média. Além disso,os resultados
podem ser afetados pela repetição dos testes: as pessoas podem se sair melhor em testes
posteriores por terem adquirido familiaridade com os materiais e procedimentosdos
testes.
As vantagens da pesquisa transversal incluem rapidez e economia; é possível
reunirdados de grandes quantidades de pessoas com relativa rapidez. E como os
participantessão avaliados apenas uma vez, não existe problema de desgaste ou
repetiçãodos testes. Uma desvantagem dos estudos transversais é que eles podem
negligenciardiferenças individuais ao se concentrarem nas médias dos grupos. Sua
principal desvantagem,porém, é que os resultados podem ser afetados por diferenças de
coorte.
Os estudos transversais são, às vezes, interpretados como se produzissem informações
sobremudanças de desenvolvimento em grupos ou indivíduos, mas essas
informações,muitas vezes, são enganosas. Assim, embora os estudos transversais ainda
dominem ocampo - sem dúvida, porque são mais fáceis de realizar -, a proporção de
pesquisa dedicadaaos estudos longitudinais, especialmente de curta duração, está
aumentando
Métodos normativos (centrado no conteúdo)
Estes métodos estabelecem normas para o desenvolvimento. Estes métodos são mais ou
menos complexos, visto que recorrem a testes e analisam estatisticamente os seus
resultados. Estes métodos ao estabelecerem normas, permitem comparar níveis de
desenvolvimento de crianças de vários países ou regiões.
Ex: baseia-se nas normas de aprendizagem e tipos de regras que os estudantes devem
cumprir.
O professor ensina por meio de métodos e formas partindo sempre de exemplos práticos
a regra do estudante são estar atento interiorizar e no final aplica o que aprende.
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Estudo sequencial
É uma das diversas estratégias para superar as desvantagens de estudos longitudinais e
transversais. Esse método combina os outros dois:os pesquisadores avaliam uma
amostra transversal mais de uma vez para determinarcomo os membros de cada coorte
de idade mudaram. Tal procedimento permiteaos pesquisadores separar as mudanças
ligadas à idade dos efeitos de coorte. Asprincipais desvantagens dos estudos sequenciais
envolvem tempo, esforço e complexidade.
Os Modelos sequenciais exigem grandes quantidades de participantes e acoleta e análise
de grandes quantidades de dados durante um período de anos. A interpretação de seus
achados e as conclusões podem exigir um alto grau de sofisticação.
Por exemplo:estudos que buscam as causas e os tratamentos para o mal de Alzheimer
precisam de participantes cuja condição mental pode impedir sua plena ou mesmo
parcial consciência do que está envolvido. Mas, e se uma pessoa dá o consentimento e
posteriormente se esquece disso? A prática corrente, por motivos de segurança, é pedir
consentimento tanto aos participantes como aos responsáveis.
1.4 Importância da psicologia do desenvolvimento
Estudar o desenvolvimento humano significa conhecer as características comuns de uma
faixa etária, permitindo-nos reconhecer as individualidades, o que nos torna mais aptos
para a observação e interpretação dos comportamentos.
Utilidades da Psicologia do Desenvolvimento para psicólogos
O estudo do desenvolvimento humano, permite ao psicólogo, descrever, explicar, prever
e modificar o comportamento, estabelecem as mudanças quantitativas e qualitativas e a
estabilidade nos domínios físico, cognitivo e psicossocial.
Permiti-lhes saber o desenvolvimento humano que está sujeito a influências internas e
externas, tanto normativas como não normativas. Importantes influências contextuais
sobre o desenvolvimento incluem a família, o bairro, a condição socioeconômica, a
tecnicidade e a cultura. Papalia, 2006.
Factores que influenciam o desenvolvimento humano
Os estudos do desenvolvimento interessam-se pelos processos de desenvolvimento que
influenciam toda pessoa normal, mas eles também querem saber sobre as diferenças
individuais, tanto nas influências sobre o desenvolvimento como em seu resultado.
As pessoas diferem em sexo, altura, peso e estrutura corporal; em fatores
constitucionais, como saúde e nível de energia; em inteligência; em características de
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personalidade e reações emocionais. Os contextos de suas vidas e estilos de vida
também diferem: os lares, as comunidades e as sociedades em que vivem, os
relacionamentos que têm, os tipos de escolas que frequentam (ou se estudam ou não),
suas profissões e como desfrutamseu tempo de lazer.
Algumas diferenças básicas são óbvias, como se uma pessoa é do sexo masculinoou
feminino. Outras diferenças, como variações de talento e temperamento, podem ser
sutis. Essas e outras diferenças podem ajudar a explicar por que uma pessoa o diferente
de outra. Como o desenvolvimento é complexo e os fatores que o afetam nem sempre
podem ser medidos com precisão, os cientistas não podem dar uma resposta definitiva a
essa pergunta. Entretanto, eles aprenderam muito sobre o que as pessoas precisam
desenvolver normalmente, como elas reagem às muitas influências internas e externas, e
como elas podem desempenhar melhor seu potencial.
Algumas influências sobre o desenvolvimento originam-se com a hereditariedade:
adotação genética inata dos pais biológicos de uma pessoa. Outras provêm do ambiente
externo: o mundo fora da pessoa, que se inicia no útero.
As diferenças individuais aumentam à medida que as pessoas envelhecem. Muitas
mudanças típicas da primeirae segunda infâncias parecem vinculadas à maturação do
corpo e do cérebro - o desdobramento de uma sequência natural geneticamente
influenciada de mudanças físicas e padrões de comportamento, incluindo a prontidão
para adquirir novas habilidades, como caminhar e falar. A medida que as crianças
transformam-se em adolescentes e depois em adultos, as diferenças nas características
inatas e na experiência de vida desempenham um papel mais importante.
Mesmo em processos pelos quais todos passam, o tipo e o tempo de ocorrência
dodesenvolvimento variam. Ao longo deste livro, falaremos sobre idades médias para a
ocorrência de determinados comportamentos: a primeira palavra, o primeiro passo, a
primeira menstruação ou "sonho molhado", o desenvolvimento do pensamento lógico.
Mas essas idades são apenas médias. Somente quando o desvio da média é
extremodevemos considerar o desenvolvimento excepcionalmente avançado ou
retardado
Hereditário
É a transmissão do código genético (cor da pele, dos olhos, estatura, capacidade
imunológica, temperamento, etc.) de pais a filhos que se traduz num genótipo o qual a
informação genética oculta e o fenótipo que é a informação genética visível, os rasgos
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transmitidos podem ser dominantes ou recessivos, os primeiros sempre se apresentam
numa segunda geração.
Crescimento orgânico
Refere-se ao aspecto físico, o aumento da altura e a estabilização do esqueleto. Ex:
pense nas possibilidades de descoberta de uma criança quando começa a engatinhar e
depois a andar, em relação quando esta criança estava no berço alguns dias de vida.
Maturação neurofisiológica
São pautas de conduta predeterminada que respondem a um relógio-biologico, de nossa
espécie a sua aceleração ou retardo obedece a um processo de conexões sinápticas do
sistema nervoso, existem crianças que se adiantam ou se atrasam em aprender a
caminhar, a falar, escrever ou a controlar os seus esfíncteres, etc.
Meio
O conjunto de influencias e estimulações ambientais altera os padrões de
comportamento do indivíduo.
1.5 Aspectos do desenvolvimento humano
O estudo do desenvolvimento humano é complicado pelo fato de que a mudança e a
estabilidade ocorrem em diversos aspectos da pessoa. Para simplificar a discussão,
oscientistas do desenvolvimento falam de modo distinto sobre desenvolvimento físico,
desenvolvimento cognitivo e desenvolvimento psicossocial. Na verdade, contudo, esses
aspectosou domínios do desenvolvimento estão interligados. Durante toda a vida, cada
um deles influencia os outros.
Os crescimentos do corpo e do cérebro, das capacidades sensórias, das habilidades
motoras e da saúde são parte do desenvolvimento físico e podem influenciar outros
aspectos do desenvolvimento. Por exemplo, uma criança com frequentes infecções de
ouvido pode desenvolver a linguagem mais lentamente do que uma criança sem esse
problema.
Durante a puberdade, as mudanças fisiológicas e hormonais dramáticas afetam o
desenvolvimento do senso de identidade. Em alguns adultos mais velhos, mudanças
físicas no cérebro podem levar à deterioração do intelecto e da personalidade. A
mudança e a estabilidade nas capacidades mentais, como aprendizagem memória,
linguagem, pensamento, julgamento moral e criatividade constituem o desenvolvimento
cognitivo. Elas estão intimamente relacionadas ao crescimento físico e emocional.
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A capacidade de falar depende do desenvolvimento físico da boca e do cérebro. Uma
criança que tem dificuldade para se expressar com palavras pode provocar reações
negativas nos outros, o que influencia sua popularidade e seu senso de valor próprio. A
mudança e a estabilidade na personalidade e nos relacionamentos sociais constituem
junto o desenvolvimento psicossocial, o qual pode influenciar o funcionamento
cognitivo e físico. Por exemplo, a ansiedade pode prejudicar o desempenho em uma
prova. O apoio social pode ajudar as pessoas a lidar com os efeitos potencialmente
negativos do estresse sobre a saúde física e mental. Inversamente, as capacidades físicas
e cognitivas podem influenciar o desenvolvimento psicossocial.
Entre tanto, o desenvolvimento mental, é formada baseado na interação do indivíduo
com o meio, e isso acontece graças a um processo interno de organização e um processo
externo de adaptação. Sabemos que as estruturas mentais, são todas constituídas, ao
longo do desenvolvimento do indivíduo, neste momento elas interagem com o meio
utilizando-se dos processos chamados de acomodação e assimilação. Portanto, o que
seria essa acomodação e assimilação! A primeira leva o organismo a adaptar-se, para
sobreviver, à realidade, e a segunda tende a fazer a realidade de adaptar-se às
necessidades do Organismo. Batto, 1978.
Elas contribuem muito para a auto-estima e podem afetar a aceitação social e a escolha
profissional. Embora examinemos separadamente o desenvolvimento físico, cognitivo e
psicossocial, uma pessoa é mais do que um conjunto de partes isoladas. O
desenvolvimento é um processo unificado. (Papalia, 2006 citando Broude, 1995, p.
113).
A mudança e a estabilidade na personalidade e nos relacionamentos sociais constituem
juntos o desenvolvimento psicossocial, o qual pode influenciar o funcionamento
cognitivo e físico. Por exemplo, a ansiedade pode prejudicar o desempenho em uma
prova. O apoio social pode ajudar as pessoas a lidar com os efeitos potencialmente
negativos do estresse sobre a saúde física e mental. Inversamente, as capacidades físicas
e cognitivas podem influenciar o desenvolvimento psicossocial. Elas contribuem muito
para a auto – estima e podem afetar a aceitação social e a escolha profissional.
Embora examinemos separadamente o desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial,
uma pessoa é mais do que um conjunto de partes isoladas. O desenvolvimento é um
processo unificado. Neste livro, no início de cada parte e em todo o texto, destacaremos
conexões entre os três grandes domínios do desenvolvimento.
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Aspecto físico-motor
Refere-se ao crescimento orgânico, a maturação neurofisiológica. Ex: a criança que leva
a chupeta a boca ou consegue tomar a mamadeira sozinha, por volta dos sete meses
porque já coordena os movimentos das mãos.
Aspecto intelectual
É a capacidade de pensamento, raciocínio. Ex: a criança de 2 anos que usa um cabo de
vassoura para puxar um brinquedo que está em baixo de um móvel ou um jovem que
planeja os seus gastos a partir de sua mesada ou salário.
Aspecto afetivo emocional
É o modo particular de o indivíduo integrar as suas experiências. A sexualidade faz
parte desse aspecto. Ex: a vergonha que sentimos em algumas situações, o medo entre
outras. A alegria de rever um amigo querido.
Aspecto social
É a maneira como o indivíduo reage diante das situações que envolvem outras pessoas.
Ex: em um grupo de crianças no parque é possível observar algumas que
espontaneamente buscam outras para brincar, e algumas que permanecem sozinhas.
1.5.1 Período do ciclo ou do desenvolvimento humano
O conceito de períodos do ciclo de vida é uma construção social: um ideal acerca da
natureza da realidade aceito pelos integrantes de uma determinada sociedade em uma
determinada época com base em percepções ou suposições subjetivas compartilhadas.
Portanto, não existe um momento objetivamente definível em que uma criança torna-se
um adulto ou em que uma pessoa jovem torna-se velha. As sociedades do mundo inteiro
reconhecem diferenças no modo como pessoas de diferentes idades pensam, sentem e
agem, mas elas dividem o ciclo de vida de modos diferentes. Nas sociedades industriais,
como já mencionamos, o conceito de adolescência como um período de
desenvolvimentoé muito recente. A meia-idade também não era vista como uma fase
separada de vida em outros tempos, quando a vida era mais curta. Tampouco é
considerada uma fase separada da vida em algumas sociedades pré-industriais, em que
os papéis sociais não mudam apreciavelmente entre a idade adulta e a velhice.
Os indígenas Chippewa só tem dois períodos de infância: do nascimento até a criança
caminhar e do caminhar à puberdade. A adolescência é parte da vida adulta, que dura
até a vinda do primeiro neto; um período posterior da idade adulta começa com o
nascimento do primeiro bisneto. Os Swazi africanos definem oito períodos da vidae
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marcam cada um com uma cerimônia. A condição de bebê começa aos 3 meses, quando
se considera que o bebê provavelmente irá sobreviver. Depois vem a segunda etapa (que
começa quando o bebê aprende a caminhar), a infância (que começa aos 6 anos), a
puberdade e o casamento. Para uma mulher, as etapas seguintes chegam quando nasce
seu primeiro filho e quando ela vai morar com um filho casado. Na etapa final, uma
pessoa é respeitada "quase como um antepassado", conduz rituais comunitários e
supervisiona a educação das crianças (Broude, 1995, p. 113).
Etapas do desenvolvimento humano
O modelo adotado para explicar o desenvolvimento humano é a teoria do ciclo vital e
essa é entendida como a construção teórica- social da evolução ontogenética do homem
por etapas, é um convencionalismo, um tanto arbitrário, não existe uma divisão
biológica de fases predeterminadas, se não elaboração que se sustenta na experiência
histórica social do homem e as expectativas culturais do que se espera da sociedade
através do comportamento do homem em cada etapa da sua vida.
Etapa Duração aproximada
Pré-natal Da concepção ao nascimento
Infância Do nascimento aos 3 anos
Infância intermédia Dos 6 anos aos 11 anos
Adolescência Dos 11 aos 20 anos
Adulto Dos 20 aos 40 anos
Adulto médio Dos 40 aos 65 anos
Adulto tardio Dos 65 anos em diante
Etapa pré-natal
A idade do bebe deve contar-se a partir da concepção. A etapa pré-natal é o
desenvolvimento humano a partir da gestação e ao largo de esta, dura trinta e seis
semanas aproximadamente. Este deverá atender-se ao momento de decidir a legalização
do aborto.
Desenvolvimento pré-natal
Período intra-uterino Duração Características
evolutivas
Período do cigoto 1º e 2º semana depois da Período de divisão celular
fertilização
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Período do embrião Da semana nº 3 a semana Três capas: a. Ectoderma,
nº 8 origem do pelas epidermes
e sistemas planas se
enrolam como tubo neural.
b- mesoderma, origem de
músculos, ossos e sistema
circulatório
Endoderma, origem de
sistema digestivo e
pulmões
Período fetal Da semana nº9 a nº36 O inicio do período fetal, o
cérebro tem estrutura aptas
para o controle das
funções biológicas. Ao
largo do período o cérebro
todo cresce mais em
especial a cortesa cerebral.
Infância
A infância é a etapa da vida compreendida entre o momento do nascimento aos 3 anos
de idade. No primeiro ano de vida se apresenta a primeira crise psicossocial que deve
resolver a criança em relação com a sua mãe, a polaridade confiança versus
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desconfiança, que se genera na satisfação oportuna ou não das necessidades de
alimentação e atenção do infante, que configura a criança uma sensação de bem estar,
segurança ou abandono, distancia ou separação.
Tipos de respostas que se refletem nos infantes
Reflexo Manifestações
Reflexo de busca Giro da cabeça consoante os estímulos
que roce o seu rosto
Reflexo de sucção Resposta de mamar diante qualquer
objeto que ingressa a cavidade bocal.
Reflexo de apreensão Resposta de agarrar qualquer objeto que
se coloque na palma da mão
Reflexo de marcha Resposta de alternância dos pés ao serem
colocados sobre superfícies lisas.
Reflexos de babinski Ao tocar a planta do pé, o dedo grande se
flexiona par cima e os demais abrem em
forma de abano. Estes reflexos são
normais ate os dois anos de idade
Manifestações bio-condutuais
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A infância intermédia é a etapa da vida compreendida entre os 6 e os 11 anos de idade, a
teoria psicossocial assinala que a criança deve resolver as crises epigenticas dicotômica
Laboriosidade versus Inferioridade, quer dizer a criança adquire o sentido de
competência, de poder ou no seu defeito o sentimento de inferioridade, inadequação ou
incompetência em esta etapa se desenvolvem as virtudes de inércia.
Entre os 6-7 e 11-12 anos de idade acontecem outros períodos de consolidação. Freud
chama a esse período de latência porque a sexualidade parece estar submergida ou
reprimida. Piaget denomina este período como os períodos das operações concretas
acentuando as mudanças graduais que apresenta. É de salientar que as mudanças são na
maioria prolongações ou consolidações dos novos entendimentos importantes que a
criança realizou aos 6 ou 7 anos de idade.
A entrada a escola acontece nessa época justamente porque a criança já conseguiu as
maiores realizações cognoscitivas e não por outras razoes. Em todo o mundo em
diferentes culturas, a escolaridade formal começa entre os 5 e 7 anos de idade, o fato de
que todas as partes começam a escola nesta idade, representa provavelmente o
reconhecimento de que a criança há mudado alguma forma fundamental durante este
período. ´
O desenvolvimento físico também esta numa espécie de alta planície a criança continua
crescendo mais o ritmo de crescimento em esta etapa é um pouquinho mais lento que
nos anos anteriores ou posteriores. As relações com os seus companheiros continuam
centrados em grupos de um só sexo e há pouca mudança em todo este período. As
capacidades percentuais não evolucionam de uma de uma forma considerável
1.6 DESENVOLVIMENTO COGNITIVO NA INFÂNCIA
1.6.1 Estádios de Desenvolvimento segundo Jean Piaget
Jean PIAGET - Suíça - (1896-1980) Psicólogo construtivista. Pesquisas baseadas na
observação sistemática e no método clínico. Epistemologia genética. Teoria do
desenvolvimento cognitivo descrevendo estádios seqüenciais. A criança, à medida que
evolui, vai-se ajustando à realidade circundante, e superando de modo cada vez mais
eficaz, as múltiplas situações com que se confronta.
Para Piaget quando uma pessoa entra em contacto com o novo conhecimento, há
naquele momento um desequilíbrio e surge a necessidade de voltar ao equilíbrio.
O processo começa com a assimilação do elemento novo, com a incorporação as
estruturas já esquematizadas através da interação.
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Há mudanças no sujeito e tem inicio o processo de acomodação, que aos poucos chega à
organização interna, começa a adaptação externa do sujeito e a internalização já
acontece; um novo desequilíbrio volta a acontecer e pode ser provocada por carência,
curiosidade, dúvida, dentre outros. O movimento é dialético (do movimento constante) e
o domínio afetivo acompanha sempre o cognitivo (habilidades intelectuais), um
processo endógeno.
Piaget trabalhou o desenvolvimento humano definindo-os como
Esquema
Assimilação
Acomodação
Equilibração
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Na assimilação o indivíduo usa as estruturas que já possui. Consiste na tentativa do
indivíduo em solucionar uma determinada situação a partir da estrutura cognitiva que
ele possui naquele momento específico da sua existência. Representa um processo
contínuo na medida em que o indivíduo está em constante atividade de interpretação da
realidade que o rodeia e, consequentemente, tendo que se adaptar a ela. Como o
processo de assimilação representa sempre uma tentativa de integração de aspectos
experienciais aos esquemas previamente estruturados, ao entrar em contato com o
objeto do conhecimento o indivíduo busca retirar dele as informações que lhe
interessam deixando outras que não lhe são tão importantes, visando sempre a
restabelecer a equilibração do organismo.
Acomodação: é a modificação de um esquema ou de uma estrutura em função das
particularidades do objeto a ser assimilado. A acomodação pode ser de duas formas,
visto que se pode ter duas alternativas: Criar um novo esquema no qual se possa
encaixar o novo estímulo, ou modificar um já existente de modo que o estímulo possa
ser incluído nele. Consiste na capacidade de modificação da estrutura mental antiga para
dar conta de dominar um novo objeto do conhecimento. Quer dizer, a acomodação
representa o momento da ação do objeto sobre o sujeito emergindo, portanto, como o
elemento complementar das interações sujeito-objeto. Em síntese, toda experiência é
assimilada a uma estrutura de idéias já existentes (esquemas) podendo provocar uma
transformação nesses esquemas, ou seja, gerando um processo de acomodação.
Equilibração: É o processo da passagem de uma situação de menor equilíbrio para uma
de maior equilíbrio. Uma fonte de desequilíbrio ocorre quando se espera que uma
situação ocorra de determinada maneira, e esta não acontece. O conceito de equilibração
torna-se especialmente marcante na teoria de Piaget, pois ele representa o fundamento
que explica todo o processo do desenvolvimento humano. Trata-se de um fenômeno que
tem, em sua essência, um caráter universal, já que é de igual ocorrência para todos os
indivíduos da espécie humana mas que pode sofrer variações em função de conteúdos
culturais do meio em que o indivíduo está inserido. Nessa linha de raciocínio, o trabalho
de Piaget leva em conta a atuação de dois elementos básicos ao desenvolvimento
humano: os fatores invariantes e os fatores variantes.
1.6.2 O Desenvolvimento cognitivo a partir de quatro estádios, segundo Piaget
Tomando por base a classificação dos estádios evolutivos segundo Jean Piaget, existem
quatro períodos no desenvolvimento humano.
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Estádio sensório-motor: de 0 a 2 anos
Estádio pré-operatório: de 2 a 6/7 anos
Estádio das operações concretas: 6/7 há 12 anos
Período das operações intelectuais abstratas: dos 12 anos em diante
Estádio sensório - motor (0 - 2 anos)
inteligência prática, baseada nas sensações e nos movimentos (o mundo que
existe para o bebé é apenas aquele que ele vê, ouve ou sente e sobre o qual age);
antes dos 8 meses: é como se o mundo não fosse constituído por objectos, mas
sim por uma sucessão de imagens, sem ligação entre si, em que as coisas deixam
de existir quando deixam de ser percepcionadas; a partir dos 8 meses: adquire a
noção de permanência do objecto (existem objectos independentemente de os
estar a percepcionar);progressivamente, vai sendo capaz de agir
intencionalmente, de modo cada vez mais coordenado, para obter o fim
pretendido (ex.: obter um objecto), utilizando, para tal, não só a acção do próprio
corpo, como fazia anteriormente, mas também outros objectos; no final deste
estádio: surge a capacidade de representação mental e de simbolização
(representação mentalmente não só a permanência do objecto, mas também as
relações que se estabelecem entre os objectos); a inteligência centrada na acção
dá lugar ao pensamento (representação mental) o pensamento é acção
interiorizada.
A criança, basicamente tenta adaptar-se ao que lhe rodeia.
Esta é a fase “crítica” de ajustamento do seu organismo em função do meio onde
vive. É neste estádio que a criança, ainda bebé, desenvolve as percepções e os
movimentos organizados em esquemas de acção, sem utilizar um tipo de
linguagem perceptível ou qualquer gesto que o façam entender.
1.6.3 Estádio pré-operatório (2-7 anos)
Função simbólica: capacidade de representação mental e simbolização;
egocentrismo intelectual: a criança acha que o mundo foi criado para si e não é
capaz de perceber o ponto de vista do outro (acha que os outros pensam e
sentem da mesma forma que ela); animismo: o egocentrismo estende-se aos
objectos e outros seres vivos, aos quais a criança atribui intenções, pensamentos,
emoções e comportamentos próprios do ser humano; pensamento mágico: a
realidade é aquilo que a criança sonha e deseja, e dá explicações com base na
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sua imaginação, sem ter em consideração questões de lógica; interessa-se
essencialmente por resultados práticos; a sua percepção imediata é encarada
como verdade absoluta, sem perceber que podem existir outros pontos de vista:
privilegia as suas percepções subjectivas, desprezando as relações objectivas.
Não percebe as diferenças entre as mudanças entre as mudanças reais e
aparentes e, portanto, responde com base na aparência, acreditando que é o real.
Ex.: são apresentados à criança dois corpos iguais com a mesma quantidade de
água. À sua frente, verte-se a água de um copo deles para um copo, alto e fino.
A criança afirma que agora este copo alto e fino tem mais água do que o outro.
Não compreende que a quantidade de água permanece a mesma,
independentemente do recipiente em que é colocada. Ou seja, responde com
base na aparência (como o segundo copo parece maior, porque é mais alto, a
criança pensa que tem mais água); o pensamento é pré-operatório - a criança não
consegue efectuar operações mentaisA criança desenvolve finalmente a sua
capacidade de compreensão, embora apenas o básico. Neste estádio já consegue
identificar objectos por palavras e formar frases mentalmente.
É neste período que o organismo se torna estruturalmente mais capacitado para o
exercício de atividades psicológicas mais complexas.
Neste estágio também, a criança começa a ter noção das simbologias como a
linguagem, jogos simbólicos e também consegue expressar-se de forma
perceptível. É também a fase do egocentrismo, onde a criança toma interesse por
tudo o que a rodeia, mas sempre eu função de mostrar que já sabia as respostas
às perguntas que pôs.
Estádio das operações concretas (7-11/12 anos)
pensamento lógico: tem capacidades para realizar operações mentais, pois
compreende que existem acções reversíveis (percebe que é possível transformar
o estado de um objecto, sem que todo o objecto mude, e depois reverter esta
transformação, voltando ao estado inicial); compreende a existência de conceitos
características que não variam em função das mudanças dos objectos, mas que
existem para além deles e podem ser aplicados a muitas outras situações para
além daquela associação que foi primeiramente apresentada (contrariamente ao
que sucedia no estádio anterior). Se a situação referida no exemplo acima fosse
apresentada a uma criança neste estádio, ela já seria capaz de perceber que a
quantidade de água é uma característica que não varia conforme o copo em que é
colocada;já não se baseia na percepção imediata e começa a compreender a
existência de características que se conservam, independentemente da sua
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aparência: adquire assim a noção de conservação da matéria sólida (ou
substância), mais tarde da líquida (exemplo acima referido da conservação da
qualidade de água), depois do peso e, por fim, do volume;a existência de
conceitos vai permitindo compreender a relação parte-todo, fazer classificações
(agrupar objectos segundo determinada característica comum, abstraindo-se das
suas diferenças), seriações (ordenar objectos segundo uma característica que tem
diferentes graus; abstrai-se das semelhanças) e perceber a conservação do
número (implica coordenar a classificação e a seriação).
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efervescência cognitiva abertura a novos conhecimentos raciocínios,
discussões, confrontos pensar o pensamento (metacognição) o seu e o dos
outros, a forma e o conteúdo diálogo interno, auto-reflexão, auto-correcção
abertura a novos conceitos (abstractos) ao nível científico, filosófico, …
alterações ao nível da linguagem
projecção temporal empenhamento em projectos, ideais, …
opções, tomadas de posição ideológicas, políticas, religiosas, …
desenvolvimento moral desenvolvimento de princípios morais autónomos.
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do ciclo vital beneficiar-se da Dificuldade no manejo
escolaridade formal. familiar.
Algumas crianças mostram
fortalezas e necessidades
especiais de educação.
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independente logo após o nascimento, diferentemente dos demais animais, prorroga sua
fase embrionária para além do nascimento. A fase embrionária compreende, então, os 9
meses intra-uterinos e mais 1 ano pós-uterino. Nesta fase, a criança vive o inconsciente
da mãe, está ligada à mãe fisicamente e psicologicamente, dependendo dela para tudo.
Após esta fase, a criança inicia o seu processo de desligamento da mãe, juntamente com
a formação e fortalecimento do ego.
A ausência da figura materna poderá provocar uma perda de contacto com o mundo e
deficiências na formação do ego. Para Neumann “A relação primal mãe-filho é a
expressão de uma capacidade de relacionar-se de maneira total, como fica
dramaticamente demonstrado pelo facto de que, para uma criança, a sua falta pode
provocar distúrbios emocionais de ordem tal que culminam em apatia, em idiotia e até
mesmo a morte. A perda da mãe representa muitíssimo mais do que apenas a perda de
uma fonte de alimentos. Para um recém-nascido – até mesmo quando continua a ser
bem alimentado equivale à perda da vida.
Relação consciente/inconsciente
A maioria dos distúrbios da psique infantil a distúrbios psíquicos dos pais, o que
significa que até a puberdade existe normalmente uma união parcialmente inconsciente
entre filhos e pais, especialmente entre filhos e mães.
Afeto
Sendo descrito como um evento fisiológico que ocorre de forma involuntária no corpo,
como resposta a um estímulo e resultante da atividade do sistema límbico, mediada pelo
sistema nervoso autônomo.
O olhar
De suma importância para a atividade dos neurotransmissores que envolvem
transferências de informações do informante para o receptor.
O recém nato
O recém-nato humano vem ao mundo com um equipamento insuficiente para adaptar-se
ativamente ao ambiente. Esse papel é conferido às pessoas que cercam o bebê durante
os primeiros anos. E esse dado fundamental explica, em parte, a importância da
socialização do ser humano. Erickson
Nutrição
Durante a gravidez, as mulheres precisam comer mais do que o normal:
tipicamente,de 300 a 500 calorias a mais por dia, incluindo proteína extra. As gestantes
que ganham entre 10 e 21 kg são menos propensas a abortar ou ter bebês natimortos ou
com peso natal perigosamente baixo (Abrams e Parker, 1990), Citado por Papalia, 2006.
A desnutrição durante o crescimento fetal pode ter efeitos a longo prazo. Na
zonarural da Gâmbia, no oeste da África, os nascidos durante a estação "da fome",
quando os alimentos da safra anterior estão escassos, têm 10 vezes mais chances de
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morrer no início da idade adulta do que os que nascem durante outras épocas do ano.
Exames psiquiátricos de recrutas militares holandeses cujas mães sofreram privação de
alimentos durante a gestação devido à guerra sugerem que deficiências nutricionais pré-
natais profundas no primeiro ou segundo trimestre afetam o desenvolvimento cerebral,
aumentando o risco de transtornos de personalidade antissocial aos 18 anos.
Mulheres desnutridas que tomam suplementos alimentares durante a
gravideztendem a ter bebês maiores, mais saudáveis, mais ativos e visualmente mais
alertas. Mulheres com baixos níveis de zinco que tomam suplementos de zinco” é um
mineral que produz progesterona” diariamente são menos propensas a ter bebês com
baixo peso natal e pequena circunferência craniana. Entretanto, algumas vitaminas
podem ser prejudiciais em quantidades excessivas.
A deficiência de iodo, a menos que corrigida antes do terceiro trimestre de
gravidez, pode causar cretinismo, o que pode envolver graves anormalidades
neurológicas ou problemas de tireóide.
Mulheres obesas também arriscam ter filhos com defeitos no tubo neural. As
mulheresque, antes da gravidez, pesam mais de 80 quilos, ou possuem um índice de
massa corporal (peso em relação à altura) elevado são mais propensas a produzir bebês
com esses defeitos, independentemente da ingestãos. A obesidade também aumenta o
risco de outras complicações da gravidez, incluindo aborto, parto de bebê natimorto e
morte neonatal (morte durante o primeiro mês de vida).
Atividade Física
Exercícios moderados não parecem pôr em perigo os fetos de mulheres
saudáveis (Carpenter et al., 1988); uma mulher grávida geralmente pode continuar
correndo, andando de bicicleta, nadando ou jogando tênis. A prática regular de exercício
previne constipação e melhora a respiração, a circulação, os tônus musculares e a
elasticidade da pele, todos os quais contribuem para uma gravidez mais confortável e
um parto mais fácil e seguro.As atividades de trabalho durante a gravidez geralmente
não envolvem riscos especiais. Entretanto, condições de trabalho exaustivas, fadiga
ocupacional e horas de trabalho prolongadas podem estar associadas com maior risco de
nascimento prematuro.
Consumo de Drogas
Praticamente tudo que uma gestante ingere chega até o útero. As drogas podem
atravessar a placenta, assim como ocorre com o oxigênio, o gás carbônico e a água. A
vulnerabilidade é maior nos primeiros meses de gestação, quando o desenvolvimento é
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mais rápido. Alguns problemas resultantes da exposição pré-natal a drogas podem ser
tratados se a presença de uma droga for detectada cedo.Quais são os efeitos do uso de
drogas específicas durante a gravidez? Primeiramente,examinaremos os medicamentos,
depois o álcool, a nicotina e a cafeína e, por fim, algumas drogas ilegais: maconha, e
cocaína.
Álcool
Cerca de um bebê a cada 750 sofre de síndrome alcoólicafetal (SAF), uma
combinação de retardo no crescimento pré e pós-natal, malformaçõesfaciais e corporais
e distúrbios do sistema nervoso central. Os problemas relacionadoscom o sistema
nervoso central podem incluir, na primeira infância, fraca sucção, anomaliasnas ondas
cerebrais e perturbações do sono; na infância em geral, lento processamentode
informações, pouca capacidade de atenção, inquietude, irritabilidade,
hiperatividade,deficiências de aprendizagem e dificuldades motoras.
Mesmo o consumo moderado de bebidas alcoólicas pode prejudicar o
feto,aumentando o risco de retardo no crescimento no processamento de informações
(Jacobson, Jacobson. Quanto mais a mãe bebe, maior o efeito. O consumo moderado ou
excessivo durante a gravidez parece alterar a qualidade do choro de um recém-nascido,
um indicador de sua condição neurocomportamental. (O mesmo ocorre com o
tabagismo durante a gravidez.) As perturbações no funcionamento neurológico e
comportamental podem, por sua vez, afetar a interação social com a mãe, que é vital
para o desenvolvimento emocional.
Alguns problemas da SAF desaparecem depois do nascimento, mas outros,como
retardo, problemas comportamentais e da aprendizagem e hiperatividade, tendem a
persistir até a idade adulta. Infelizmente, enriquecer a educação ou o ambiente geral
dessas crianças não parece melhorar seu desenvolvimentocognitivo.
Uma mulher que bebe durante a gravidez corre o risco de ter um filho com
síndrome alcoólica fetal, como é o caso deste menino de 4 anos.
O fumo
O fumo durante a gravidez pode aumentar o risco de câncer no bebê.
Amostrasde urina de bebês em Düsseldorf, Alemanha, cujas mães haviam fumado
durante a gravidez continham um cancerígeno presente apenas no tabaco; amostras de
bebês de mães não-fumantes não o apresentavam.
O fumo durante a gravidez parece ter alguns dos mesmos efeitos que tem o
álcoolsobre as crianças quando elas chegam à idade escolar: fraca capacidade de
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atenção, hiperatividade, ansiedade, problemas de aprendizagem e comportamentais,
problemas perceptivos, motores e linguísticos, baixos escores de QI, colocação em
grupos retardatários e problemas neurológicos.
Um estudo longitudinal de 10 anos avaliou descendentes de 6 a 23 anos de idade de
mulheres que disseram ter fumado muito durante a gravidez e constatou um risco quatro
vezes maior de transtornos de conduta nos rapazes, iniciados antes da puberdade, e um
risco cinco vezes maior de dependência de drogas entre moças, iniciada na
adolescência, em comparação com jovens cujas mães não haviam fumado durante a
gravidez.
1.6.5 Interação social: o papel dos pais e dos cuidadores
A linguagem é um ato social. Os pais e outros cuidadores desempenham um papel
importante em cada etapa de desenvolvimento da linguagem de um bebê. Na fase de
balbucio, os adultos ajudam o bebê a progredir para a verdadeira fala, repetindo os sons
que ele produz; o bebê logo entra na brincadeira e repete os sons. Essa imitação dos
sons produzidos pelo bebê influencia o ritmo de aprendizagem da língua (Hardy-Brown
e Plomin, 1985; Hardy-Brown e Plomin e DeFries, 1981). Isso também ajuda os bebês a
experimentar o aspecto social da fala, o entendimento de que uma conversação consiste
de revezamento, idéia que a maioria dos bebês parece compreender aproximadamente
dos 7 e meio a 8 meses.
A compreensão de um bebê desenvolve-se ao descobrir pela linguagem o que outra
pessoa está pensando. Os cuidadores podem ajudar os bebês a compreender palavras
faladas se, por exemplo, apontarem para um boneco e disserem "Por favor, me dê o
Kermit". Se o bebê não responder, o adulto pode pegar o boneco e dizer "Kermit".Em
um estudo de observação naturalística, os pesquisadores filmaram 40 mães brincando
com seus bebês de 9 meses em casa e avaliaram a sensibilidade verbal das mães.
Eles observaram se a mãe respondia ao interesse do bebê por um brinquedo dizendo o
nome daquele brinquedo, se continuava falando sobre o brinquedo enquanto o bebê
estava prestando atenção nele e se percebia o sinal do bebê quando sua atenção mudava.
A sensibilidade verbal da mãe mostrou-se um importante antecessor da compreensão de
linguagem do bebê (relatada pela mãe) quatro meses depois (Baumwell, Tamis-
LeMonda e Bornstein,1997).
Quando os bebês começam a falar, os pais e cuidadores, muitas vezes, os ajudam
repetindo suas primeiras palavras e pronunciando-as corretamente. Mais uma vez, a
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sensibilidade conta. O vocabulário ganha um impulso quando um adulto aproveita uma
oportunidade adequada para ensinar uma nova palavra a uma criança. Se a mãe de
Jordan diz "Isto é uma bola" quando Jordan está olhando para a bola, é mais prová vel
que ele se lembre da palavra do que se ela tentasse desviar sua atenção para a bola
quando ele estivesse brincando com outra coisa (Dunham, Dunham e Curwin, 1993).
Desde cedo no segundo ano, as crianças falam com os pais sobre o que vêem na
televisão. Elas rotulam objetos, repetem sloganse e jingles, e fazem perguntas. Os pais
que exploram o interesse das crianças e conduzem-nas em trocas de idéias promovem o
desenvolvimento da linguagem (Lemish e Rice, 1986). Essas trocas são cruciais; ouvir a
fala na televisão não é suficiente. Os tipos de coisas que os adultos dizem às crianças
podem ser tão importantes como o quanto falam. Um fator no retardo de linguagem que
é típico em gêmeos, cujas mães precisam dividir sua atenção entre eles, é que, quando
suas mães falam com eles, muito do que dizem.
Exemplo: Se uma criança diz "Mamãe meia", sua mãe pode responder dizendo "Sim,
essa é a meia da mamãe". Os bebês aprendem ouvindo o que os adultos dizem.
Fala dirigida à criança
Você não precisa ser pai ou mãe para falar "língua de criança". Se ao falar com um bebê
ou criança pequena você fala devagar num tom de voz alto e com altos e baixos
exagerados, simplifica a linguagem, exagera os sons das vogais e utiliza palavras e
sentenças curtas e muita repetição, você está utilizando fala dirigida à criança (FDC). A
maioria dos adultos e inclusive as crianças fazem isso naturalmente. Essa "conversa de
bebê" pode ser universal, tendo sido documentada em muitas línguas e culturas.
Preparação para a alfabetização: os benefícios da leitura em voz
A maioria dos bebês gostam que leiam para eles, e a frequência com a qual os pais ou
cuidadores lêem para eles, bem como o modo como o fazem, pode influenciar sua
habilidade para falar, sua posterior capacidade de leitura e o tempo que levam para
começar a ler. As crianças que aprendem a ler cedo geralmente são aquelas cujos pais
liam para elas com muita frequência quando eram muito pequenas.Ler para um bebê
ou para uma criança pequena oferece oportunidades deintimidade emocional e promove
a comunicação entre pais e filhos. Os adultos ajudam o desenvolvimento de linguagem
de uma criança quando parafraseiam ou ampliam o que a criança diz, conversam sobre o
que interessa à criança, permanecem em silêncio tempo suficiente para dar à criança
uma chance de responder e fazem perguntas específicas (Rice, 1989). As sessões em
voz alta oferecem uma perfeita oportunidade para esse tipo de interação.
A interação social na leitura em voz alta nas brincadeiras e em outras atividades diárias
é o segredo de grande parte do desenvolvimento na infância. As crianças provocam
respostas das pessoas a sua volta e, por sua vez, reagem a essas respostas
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O papel da mãe
Ser mãe inclui o conforto do contacto físico íntimo e a satisfação das suas necessidades
inatas. Os bebês também têm necessidades que precisam ser satisfeitas para que possam
crescer normalmente.
O papel do pai
O papel do pai, assim como o da mãe, envolve comprometimento emocional e, com
frequência, envolvimento direto no cuidado e na educação dos filhos (Engle e Breaux,
1998). Muitos pais formam laços íntimos com seus filhos logo após o nascimento. Os
pais que acompanharam o nascimento de um filho, muitas vezes, vêem o evento como
uma "experiência emocional culminante" (May e Perrin, 1985), mas um homem pode
tornar-se emocionalmente ligado ao recém-nascido tendo ou não acompanhado o parto
(Palkovitz, 1985). Ainda assim, na maioria das culturas, as mulheres são as principais
responsáveis pelos filhos (Harkness e Super, 1995). Embora os papéis dos pais variem
muito, a maioria dos pais envolve-se muito menos na vida diária de seus filhos do que
as mães (Engle e Breaux, 1998).
O pai também pode transmitir defeitos ambientalmente produzidos. A exposição de um
homem a chumbo, maconha e fumaça de cigarro, a grandes quantidades de álcool ou
radiação e a certos pesticidas pode resultar na produção de esperma anormal.
Os pais cuja dieta é pobre em vitamina C tendemmais a ter filhos com defeitos
congênitos e certos tipos de câncer (Fraga et al., 1991) citado por Papalia, 2006.
O uso de cocaína por parte do pai pode causar defeitos congênitos em seus filhos.A
cocaína parece ligar-se ao esperma, e esse esperma com cocaína, então, penetra no
óvulo na concepção. Outras toxinas, como chumbo e mercúrio, podem "ir de carona" no
esperma da mesma maneira.
Pais mais velhos podem ser uma causa significativa de defeitos congênitos. A idade
avançada do pai (em média no final dos 30 anos) está associada ao e bibliográfico
aumento de risco de várias doenças raras, incluindo a síndrome de Marfan
(deformidades da cabeça e dos membros) e nanismo (Evans, 1976). A idade avançada
do pai também pode ser um fator em cerca de 5% dos casos de síndrome de Down. Mais
células masculinas do que femininassofrem mutações, e as mutações podem aumentar
com a idade paterna.
O tabagismo do pai é uma influência ambiental prejudicial, a qual tem sido associada a
baixo peso natal e maior risco de câncer na idade adulta. Nesse tipo de estudo, muitas
vezes, é difícil fazer distinção entre exposição pré-natal à fumaça e exposição durante a
infância, e entre o fumo do pai e da mãe. Para contornar esse problema, pesquisadores
fizeram um estudo em Xangai, China, onde os homens comumente fumam, mas as
mulheres não o fazem. O estudo identificou uma forte conexão entre o tabagismo do pai
e o risco de câncer na infância, principalmente leucemia aguda e linfoma.
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A atenção do bebê se volta à pessoa que provê seu conforto, que satisfaz suas
ansiedades e necessidades em um espaço do tempo suportável: A mãe lhe dá garantias
de que não está abandonado à própria sorte no mundo. (Durante o primeiro ano de vida
é substancialmente dependente das pessoas que cuidam dela, requerendo cuidado de
higiene e afeto)
Autonomia x Vergonha e Dúvida- segundo e terceiro ano
O jovem experimenta uma série de desafios que envolve suas atitudes para consigo com
seus amigos, com pessoas do sexo oposto, amores e a busca de uma carreira e de
profissionalização. Na medida que as pessoas a sua volta ajudar na resolução
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dessasquestões desenvolveram o sentimento de identidade pessoal, caso não encontre
respostas para suas questões pode se desorganizar, perdendo seu senso de referência.
Intimidade x Isolamento- jovem adulto
Nesta idade o interesse, além de profissional, gritava em torno da construção de relações
profundas e douradoras, podendo vivenciar momentos de grande intimidade e entrega
afetiva. Caso ocorra uma decepção a tendência será o isolamento o temporário ou
duradouro.
Generatividade x Estagnação- meia idade
Neste período, as pessoas procuram definir objetivos em motivações para o que querem
produzir nas suas vidas. Pode aparecer uma dedicação a sociedade a sua volta e
realização de valiosas contribuições, ou grande preocupação com o conforto físico e
material.
Integridade x desespero- velhice
Se o envelhecimento ocorre com sentimento de produtividade e valorização do que foi
vivido, sem arrependimentos e lamentações sobre oportunidades perdidas ou erros
cometidos haverá integridade e ganhos do contrário, um sentimento de tempo perdido e
a impossibilidade de começar de novo trará tristeza e desespero.
A crise psicossocial é o desenvolvimento é o resultado de um conflito negativo e
positivo, como em cada um dos oito estágios o ego passa por uma crise o desfecho da
crise pode ser positivo ou negativo se o desfecho for positivo surge um ego mais forte e
estável, enquanto se for um desfecho negativo gera um ego mais fragilizado.
1.6.8 Teorias psicanalíticas (desenvolvimento psicossexual)
Ideia central: o comportamento humano é governado por processos inconscientes e
conscientes.
Freud (1905) distinguiu cinco fases fundamentais para o desenvolvimento psicossexual
infantil:
1. Fase Oral: seu ponto de tensão e gratificação se volta para a boca, língua
e lábios, incluindo o morder e a sucção. Nesta fase a criança é egocêntrica e tudo ao seu
redor se volta para este ponto de tensão como o ponto de conhecimento dos objetos que
se fazem presente ao seu redor.
2. Fase Anal: o ânus é a maior fonte de interesse, a criança agora esta
aprendendo a utilizar-se do vaso sanitário, a controlar voluntariamente seu esfíncter.
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3. Fase fálico-edipiano: foco genital de interesse há a estimulação e
excitação do pênis, sendo este o órgão de interesse de ambos os sexos, a masturbação se
torna comum.
Neste momento a preocupação com a ansiedade de castração de torna intensa, ocorre o
temor de perda ou danos aos genitais, já a menina sente inveja deste órgão masculino
ocorrendo uma insatisfação com os próprios órgãos genitais e desejando possuir genitais
masculinos. Aqui se faz presente o Complexo de Édipo.
Conclui-se que o complexo de Édipo é algo constitutivo do próprio ser humano, mas
não se trata de uma menção a impulsos biológicos porque o drama edipiano centra-se
nas figuras trocadas do amor e do ódio, muito mais que na satisfação sexual, pura e
simples.
4. Fase de latência: estado de relativa inatividade da pulsão sexual, com
resolução do Complexo de Édipo, as pulsões sexuais são canalizadas para objetos mais
apropriados socialmente.
5. Fase genital: estágio final do desenvolvimento psicossexual infantil,
começa com a puberdade e a capacidade para a verdadeira intimidade.
A aparição do Complexo de Édipo
Para Freud o fenômeno central do período sexual da primeira infância do indivíduo é o
complexo de Édipo que se revela e, após alcançar seu ápice, passa por sua dissolução,
ele sucumbe à regressão e é seguido pelo período de latência. Nesta fase o
desenvolvimento sexual da criança é interrompido e sua energia psíquica é destinada a
fortalecer o seu ego, e logo depois, com o ego fortalecido e o superego em
desenvolvimento, a criança se volta para outras atividades.
A destruição do complexo de Édipo na criança, pode ocorrer devido a sua falta de
sucesso, pelos efeitos de sua impossibilidade interna, seu término ocorre de maneira
típica e em conjunção com acontecimentos de recorrência regular, sendo umas delas a
repressão.
Em extensão sempre crescente, o complexo de Édipo revela sua importância como o
fenômeno central do período sexual da primeira infância. Após isso, se efetua sua
dissolução, ele sucumbe à regressão, como dizemos, e é seguido pelo períodode
latência. Ainda não se tornou claro, contudo, o que é que ocasiona sua destruição. As
análises parecem demonstrar que é a experiência de desapontamentos penosos. A
menina gosta de considerar-se como aquilo que seu pai ama acima de tudo o mais,
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porém chega a ocasião em que tem de sofrer parte dele uma dura punição e é atirada
para fora de seu paraíso ingênuo. O menino encara a mãe como sua propriedade, mas
um dia descobre que ela transferiu seu amor e sua solicitude para um recém-chegado. A
reflexão deveaprofundar nosso senso da importância dessas influências, porque ela
enfatizará o facto de serem inevitáveis experiências aflitivas desse tipo, que agem em
oposição ao conteúdo do complexo. Mesmo não ocorrendo nenhum acontecimento
especial tal como os que mencionamos como exemplos, a ausência da satisfação
esperada, a negação continuada do bebê desejado, devem, ao final, levar o pequeno
amante a voltar as costas ao seu anseio sem esperança. Assim, o complexo de Édipo se
encaminharia para a destruição por sua falta de sucesso, pelos efeitos de sua
impossibilidade interna.” (FREUD, 1925)
Segundo Freud (1925), o complexo de Édipo é inato, ou seja, não pode ser aprendido
pelo ser humano, apresenta-se instintivamente.
Repressão
Segundo Freud (1925), quando o interesse da criança se volta para os seus órgãos
genitais, durante a fase fálica, ela revela o facto manipulando-o frequentemente, e então
descobre que os adultos reprovam esse comportamento.
Isto pode gerar um processo de repressão, pois os pais repudiam esta atitude e podem
haver ameaças de que seu órgão genital seja tirado. Desta forma, a criança se vê frente a
frente com a ameaça de castração.
A repressão é um mecanismo mental inconsciente, pelo qual as idéias ou os impulsos
indesejáveis e inaceitáveis para a consciência são suprimidos por ela e impedidos de
entrar no estado inconsciente. Este material indesejável não está geralmente sujeito à
recordação voluntária inconsciente. (FREUD, 1905).
), a repressão é um processo que recai sobre representações e se desenvolve na fronteira
entre os sistemas Inconsciente e Consciente (Pré-Consciente).
A essência da repressão consiste em afastar uma determinada coisa do consciente,
mantendo-a à distância (no inconsciente). Entretanto, o material reprimido continua a
fazer parte da psique, apesar de inconsciente, e continua a causar problemas.
A castração
A castração é um conceito importante para se entender o desfecho do Complexo de
Édipo. As crianças quando se encontram na fase fálica de seu desenvolvimento sexual
pensam que todas as outras crianças possuem pênis. A menina, não possuindo pênis
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sente-se castrada e culpa a mãe por esta situação dirigindo agressividade à ela e,
consequentemente, se aproxima do pai, levando-a assim efetivamente ao Complexo de
Édipo. A menina, por sentir-se castrada, sentiria a inveja do pênis. (FREUD, 1905.
Já o menino, quando conhece os genitais femininos, sente o medo de ser castrado, pelo
motivo da castração ser posterior ao Complexo de Édipo, este medo é fortificado, pois
omenino já havia dirigido agressão para o pai e teme que o pai possa vingar-se,
castrando-o. Este temor acaba inibindo os desejos incestuosos. O aparecimento dos
desejos incestuosos cria um conflito moral, além do sentimento de culpa pelos desejos
incestuosos, o medo da castração reforça o abandono do objeto incestuoso. Para solução
deste conflito, o indivíduo desloca suas pulsões a um objeto não incestuoso, no caso,
uma pessoa do sexo oposto que não seja uma figura parental, fato este que se concretiza
na fase genital do desenvolvimento. O Complexo de Castração ocorre na última fase
do desenvolvimento psicossexual da criança, a fase fálica, marcada pelo interesse e
sentimentos associados ao pênis.
QUADRO COMPARATIVO
Estadio Crisis Relações Modalidades Virtudes Formas de
(idade) psicossociais significativas psicossociais psicossociais comportamento
I.(0-1) Confiança vs Mãe Segurar e dar de Esperança e Distorçao
Infante desconfiança volta fé sensorial e
desvanecimento
II.(2-3) Autonomia vs Pais Manter e deixar Vontade e Impulsividade e
Bebé vergonha e determinação compulsão
duvida
III.(3-6) Iniciativa vs Familia Ir mais além, Proposito, Crueldade e
Prescolar culpa brincar coragem inhibição
IV(7-12) Laboriosidade Vizinhos e Completar, fazer competencia Virtuosidade
Escolar vs escola coisas juntos uilateral e
inferioridade inercia
V(12-18 ou Identidade vs Grupos, Ser ele Fidelidade, Fanatismo e
más) confusão de modelos de mesmo,compartilhar leadade repudio
adolescencia papeis roles
VI(20 anos) Intimidade vs Colegas, Perder-se e achar-se Amor Promiscuidade
adulto distanciamento amigos a si mesmo exclusividade
jovem
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VII(20-50) Generabilidade Casa, Conseguir se cuidar Cuidado Sobre extenção
adulto vs companheiros e negação
medio autoabsorção de trabalho
VII(50 em Integridade vs Os humanos Ser. Atraves de Sabedoria Presunção e
diante) Desespero ou os meus haver sido, enfrentar desespero
Adulto o não ser
velho
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negativista: a criança opõe-se sistematicamente ao adulto. Busca de afirmacao de si
mesma, tem a necessidade de ser admirada para se admirar também.
Categorial (6 aos 11 anos)
Iniciam-se as transformações físicas e psicológicas da adolescência.
É um estágio caracterizadamente afetivo, onde passa por uma série de conflitos internos
e externos (a criança aprende a perceber o que é de si e o que do outro)
Os grandes marcos desse estágio são a busca de autoafirmação e o desenvolvimento da
sexualidade.
Puberdade e adolescência
A crise pubertaria rompe a tranquilidade afetiva que caracterizou o estágio categorial e
impõe a necessidade de uma nova definição dos contornos da personalidade.
Alteração corporal resultante da acção hormonal
Oposição sistemática ao adulto
Busca diferenciar-se do adulto.
1.7 A CONSTRUÇÃO DO JUIZO MORAL NA CRIANÇA
Juízo e Moral?
Juízo- O termo juízo, provém do latín iudicĭum, tem diversos usos. Trata-se, por
exemplo, da faculdade da alma que permite distinguir entre o bem e o mal ou entre o
verdadeiro e o falso.
Moral- Conjunto de costumes, crenças, valores e normas de uma pessoa ou grupo
social, que funciona como um guia para o trabalho, ou seja, que orienta sobre o bem ou
mal - certo ou errado de uma acção.
Amoral- É não ter moral, não ter consciência do que seria certo ou errado em termos
morais.
Imoral- É saber o que é certo e errado moralmente e agir cometendo o errado. Agir
contra a moral.
A escola desempenha um papel importante na formação do individuo , preparando-o
para a vida em sociedade e para o exercício da cidadania. Mais do que um espaço
destinado á alfabetização e á aprendizagem de conteúdos, a escola influencia de forma
significativa na formação moral
1.7.1 Piaget e o desenvolvimento moral
A criança desde o seu nascimento vai desenvolvendo habilidades que permite
que ela possa descobrir o mundo em que vive seus costumes e atitudes, porém
neste momento da fase da anomia de 0 a 3 anos as regras ainda fogem de seus
conhecimentos realizando apenas aquilo que lhe satisfaz. Estado social de
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ausência de regras e normas, etapa onde os indivíduos consideram o controle
social que rege a determinada sociedade.
Heteronímia por volta dos 3 a 4 anos a criança começa a fazer parte e ter
conhecimento das regras trabalhadas e impostas pelo e adulto e pela sociedade,
sendo assim ela deixa a fase da anomia para heteronímia, momento em que
aceitação das regras são obrigatórias, ou seja, obedecem não pelo fato da regra
existir mas sim pela autoridade de quem a coloca. (Hetero-diferente) (Momos-
Lei) é a condição de submissão de valores e tradições a obediência passiva. Leis
de Deus
Com o passar do tempo é necessário que a autonomia por volta dos 7 e 8 anos vá
substituindo gradualmente a fase de heteronímia (obedecer os mandamentos dos
pais, regras unilaterais) dando espaço para a construção de sua identidade que se
prolonga pelo decorrer de sua vida e que a cada dia vai sendo aprimorado.
A autonomia(auto-de si mesmo) será, justamente, a fase de desenvolvimento
moral durante a qual as regras serão interpretadas a partir de princípios (o
‘espírito’ da regra), a intenção da ação será elemento moral mais importante do
que a gravidade de suas consequências, e a igualdade de direitos e as relações de
reciprocidade substituirão a obediência como critérios para julgar o que é certo
ou errado fazer. (Liberdade, independente, racionalmente)
Para Piaget (1977), o mais importante não seguir este ou aquele valor moral (ser bom,
ser honesto), mas sim a forma como o indivíduo age perante esses valores. A
moralidade implica no por que seguir as regras ou leis e não mais do que simplesmente
obedecê-las.
O meio social tem grande influência sobre a construção da moralidade, pois é através da
convivência que o indivíduo vai desenvolvendo as práticas interpessoais, é necessário
que se socialize com diversos meios sociais para adquirir suas próprias decisões.
Se quisermos que a criança compreenda a real necessidade das normas na relação entre
as pessoas, a ser justa, honesta, respeitadora, etc. é preciso que interaja com situações
em que vivenciará os mesmos princípios que queremos ensinar. É necessário que, além
do exemplo pessoal, o adulto associe uma norma a uma sensação de bem-estar, de
satisfação pessoal ao cumpri-la e também reflita com a criança as consequências
naturais do não cumprimento.
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1.7.2 Kohlberg e o julgamento moral
A teoria do desenvolvimento moral de Kholberg é uma teoria que explica de que forma
vamos desenvovlendo ou evolucionando o juizo moral a medida que crescemos desde
crianças até a idade adulta.
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os demais podem ter interesses e necessidades pessoais. Exemplo: se me
respeitas tambem te respeito.
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b. Moralidade de principios éticos universais: a pessoa destingue entre o bem e o
mal segundo seu proprio criterio. A consciencia individual implica conceitos
abstratos como justiça, dignidade humana e igualdade. Exemplo : não fazer ao
outro o que não queres que te façam. Segundo Kholberg as unicas pessoas que
chegaram a esta etapa foram Martin Luther King e Ghandi por desenvolverem a
capacidade de moral ao conseguir a justiça e lutar pela igualdade e a dignidade
humana.
DILEMA DE HEINZ
Heinz deve roubar o medicamento, porque ele será muito mais feliz se slvar a sua
mulher, apesar que terá que cumprir uma pena de prisão. Em contraposição pode
aparecer a seguinte situação: heinz não deve roubar o medicamento porque a cadeia é
um lugar horrivel.
Heinz deve roubar o medicamento porque a sua esposa lhe espera, quer ser um bom
marido.
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A quarta é a etapa da lei e ordem
Heinz não deve roubar o medicamento porque a lei proibe o roubo e é ilegal
Heinz deve roubar o medicamento, porque todo mundo tem o direito a vida
independentemente da lei. Em contraposição pode aparecer a seguinte: situação, Heinz
não deve roubar o medicamento, porque o cientifico tem o direito a uma indeminização
justa. Incluso se a sua esposa doente não tem o direito de roubar.
Heinz deve roubar o medicamento, devido que salvar a uma vida humana é um valor
mais importante que os direitos de propriedade de outra pessoa.
O processo de ensino-aprendizagem
Resgata para o ensino o principio do carácter socio-humanista e democrático da escola,
o que implica respeito a dignidade humana, a confiança e as posibilidades e
potencialidades do estudante a abertura da escola a vida, considerando os interesses e
necessidades sociais e pessoais dos estudantes. A aprendizagem é compreendida como
actividade social é um processo individual de apropiação, construcção e reconstrucção
da experiência, e da rede social pela qual o sujeito participa e é activo e criador, com a
função de apropriar-se dos conhecimentos, habilidades, actitudes, valores, afectos,
formas de expressão em condições de interacção social num meio socio-histórico
concreto.
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Porém é preciso que o meio solicite a reflexão e acção no ambiente para alcançar a
autonomia.
É necessario que haja um compromisso efetivo do corpo docente com a questão dos
valores, criando um clima institucional de caráter moral oportuno para o êxito dos
objetivos que presidem a proposta de educação moral e em valores desse grupo
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Surgimento do broto mamário e desenvolvimento das mamas.
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O período da adolescência é a construção e desenvolvimento da Identidade. A
identidade é algo uno, com características dinâmicas e adaptáveis e que permanece para
além do passar dos tempos (Erickson, 1972).A construção da identidade é um processo
complexo que acompanha o ciclo de vida do indivíduo. Neste período acontecem muitas
perguntas em torno da adolescência quem sou eu? O que quero ser? Que
perspectivas terei na vida. O desenvolvimento do indivíduo ocorre num contexto
social marcado pelas relações interpessoais, pela interação com a família, com as
instituições sociais e com a cultura num momento histórico particular. A base da
personalidade adulta é constituída pelo conceito que possuímos do eu (a forma como
nos vemos a nós próprios e como os outros nos vêem).O processo de formação da
identidade não começa nem acaba com a adolescência. Inicia-se com a diferenciação do
eu na infância e atinge a sua fase final na velhice, com a consciência de fazer parte da
humanidade.
Fases da Adolescência
A adolescência pode ser dividida em duas fases principais. A primeira desencadeada
pelo aumento das forças instituais, iniciadas a partir da maturação dos órgãos
reprodutores e as mudanças fisiológicas da puberdade. Essa primeira fase é marcada por
intensos e repentinos impulsos eróticos e agressivos, que por sua vez acabam gerando
muitos conflitos internos e a busca do equilíbrio e da manutenção do controle.Os
adolescentes, principalmente os meninos, precisam gastar muita energia no controle de
sensações eróticas repentinas e isso pode provocar uma certa inibição do potencial
intelectual neste período. Isso se reflete no espaço escolar, pois muitos desses alunos
acabam por registrar uma queda no rendimento no oitavo ou nono ano. Essa fase
costuma terminar aproximadamente aos 16 anos.
O final do período da adolescência é bastante difícil de ser situado no tempo. Por é um
elemento que vária de acordo o ambiente em que o indivíduo está inserido.
2.4 Identidade e crise
É importante que tenha ficado claro que a identidade é um processo de construção
permanente, em contínua transformação, desde antes de nascer até a morte. E, neste
processo de mudança, o novo quem sou, agora amalgama-se com o velho quem fui
ontem, quando era adolescente, criança! E isto que dá o fio da história de cada um,
mesmo que, pela aparência, seja difícil discernir, por trás do presidente neoliberal, o
sociólogo marxista perseguido pela ditadura ou, por trás do apresentador de TV
milionário, o antigo camelô das ruas de São Paulo. Um olhar atento, para além das
aparências e dos preconceitos, perceberá que o antigo está no novo.
Contudo, há situações em que esse processo de mudança contínuo ocorre de modo
intenso, confuso e, muitas vezes, angustiante e doloroso. Falamos, então, em crise de
identidade.
São momentos, períodos importantíssimos da vida de uma pessoa em que ela procura,
com maior ou menor grau de consciência dessa crise, redefinir ou ratificar seu modo de
ser e estar no mundo... sua identidade: para si e para os outros.
Um caso exemplar de crise de identidade, em função inclusive deseu caráter inexorável,
e que pode ser vivida com mais ou menos sofrimento, é a adolescência. Este período de
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vida marca a passagem da infância para a juventude quando, independentemente da
vontade do indivíduo, grandes mudanças ocorrem em todos os níveis: o corpo
transforma-se, o funcionamento bioquímico altera-se, a capacidadeintelectual realiza-se
com maior flexibilidade a capacidade de operar com abstrações, de pensar sobre o
pensamento.
A crise de identidade na adolescência é algo inevitável, contudo,existem outras crises
que são construídas e produzidas pelo próprioindivíduo e/ou por circunstâncias sociais e
biográficas. Bock, e Teixeira, 1999.
Puberdad
As mudanças biológicas da puberdade, que sinalizam o fim da infância, resultam em
rápido crescimento em altura e peso, mudanças nas proporções e na forma do corpo e
obtenção de maturidade sexual. Essas mudanças físicas radicais fazem parte de um
longo e complexo processo de amadurecimento que se inicia mesmo antes do
nascimento, e suas ramificações psicológicas continuam até a idade adulta.
Como a Puberdade se Inicia
Moças e rapazes possuem ambos os tipos de hormônios, mas as moças possuem níveis
superiores de estrogênio, enquanto os rapazes possuem níveis superiores de
androgênios; nas moças, a testosterona influencia o crescimento do clitóris, bem como
dos ossos e dos pêlos púbicos e axilares.
Existe uma faixa de aproximadamente sete anos para o início da puberdade tanto em
meninoscomo em meninas. O processo tipicamente leva cerca de quatro anos para
ambos os sexos e começa cerca de dois ou três anos mais cedo nas meninas do que nos
meninos.
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da menstruação nas meninas e a produção de esperma nos meninos. Essas mudanças
desdobram-se em uma sequência que é muito mais consistente do que seumomento de
ocorrência, embora ela varie um pouco. Uma moça, porexemplo, pode estar
desenvolvendo os seios e os pêlos corporais mais ou menos no mesmo ritmo; em outra,
os pêlos corporais podem crescer tão rapidamente, que já apresentam um padrão adulto
um ano antes que seus seios desenvolvam-se. Variações semelhantes ocorrem entre os
meninos.
Segunda fase da adolescência, que acontece depois dos 16 anos, caracteriza-se por
uma maior estabilidade, no que diz respeito às terríveis oscilações hormonais e suas
consequências. Com o apoio das identidades já adquiridas, nessa segunda fase da
adolescência constrói-se um novo mundo social.
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primeiro passo para a conformidade aos padrões da sociedade. A socialização baseia-se
na internalizaçãodesses padrões. As crianças cuja socialização foi bem-sucedida não
cumprem regras ou comandos apenas para obter compensação ou evitar punição, mas
fizeram dos padrões da sociedade os seus.
Desenvolvimento da Auto-Regulação
Auto-regulação: É o controle de seu próprio comportamento para se conformar às
demandas ou expectativas de um cuidador, mesmo quando ele não está presente. A
auto-regulação é a base da socialização, unindo todas as áreas de desenvolvimento
físico, cognitivo, social e emocional. Antes da criança ser fisicamente capaz de se
deslocar por conta própria, as tomadas elétricas não ofereciam perigo. Para impedir-se
de introduzir o dedo em uma tomada, precisa conscientemente compreender e lembrar o
que seu pai lhe disse. Mas consciência cognitiva não é suficiente; conter-setambém
exige controle emocional.
Ao "lerem" as reações emocionais dos pais a seu comportamento, as crianças absorvem
continuamente informações sobre que conduta seus pais aprovam. À medida que as
crianças processam, armazenam e agem de acordo com essas informações, seu forte
desejo de agradar aos pais leva-as a agir como sabem que seus pais desejam, estejam
eles ou não presentes para ver. A regulação mútua dos estados emocionais durante.
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Irmãos
Se você tem irmãos ou irmãs, seus relacionamentos com eles tendem a ser os mais
duradourosque você terá na vida. Você e seus irmãos podem ter brigado constantemente
na infância, ou talvez tenham sido muito amigos. De qualquer maneira, eles partilham
de suas origens; "conheciam você quando", aceitaram ou rejeitaram os mesmos valores
dos pais e provavelmente terão um relacionamento mais sincero com você do que
praticamente todas as outras pessoas em sua vida.
A Chegada de um Novo Bebê
As crianças reagem de diversas maneiras à chegada de um irmão ou de uma irmã. Para
atrair a atenção da mãe, algumas chupam o dedo, urinam nas calças, pedem para mamar
ou utilizam linguagem infantil. Outras se retraem, recusando-se a falar ou brincar.
Algumas sugerem levar o bebê de volta ao hospital, dá-lo a alguém ou eliminá-lopelo
vaso sanitário. Algumas se orgulham por serem "grandes" e capazes de se vestir, usar o
penico, fazer as refeições com os adultos e ajudar a cuidar do bebê.
Grande parte da variação na adaptação das crianças a um novo bebê pode
estarrelacionada com fatores como a idade da criança com mais idade, a qualidade de
seu relacionamento com a mãe e a atmosfera familiar. Previsivelmente, o apego à mãe,
muitasvezes, torna-se menos seguro. Segundo um estudo longitudinal, isso tende mais a
acontecer com primogênitos com mais do que 24 meses de idade quando da chegada do
novo bebê, ou cujas mães apresentam sinais de depressão, ansiedade ou hostilidade.
Entre o terceiro trimestre de gravidez e um ou dois meses depois do nascimento,
asegurança diminuiu mais para crianças de 2 e 5 anos do que para crianças mais novas,
talvez por que as crianças com menos de 2 anos ainda não sejam maduras o suficiente
para identificar o recém-chegado como um intruso ou uma ameaça. Primogênitos com
menos de 24 meses podem ter uma reação tardia a um novo bebê à medida que sua
consciência social e cognitiva se aguça. De qualquer forma, o lapso na segurança do
apego tende a ser apenas temporário, a menos que o nascimento traga um sério
rompimento nas condições de assistência à criança.
O nascimento de um irmão menor pode mudar o modo de agir da mãe em relaçãoà
criança com mais idade. A mãe tende a brincar menos com a criança com mais idade, a
ser menos sensível a seus interesses, a dar mais ordens, a ter mais confrontações, a usar
castigo físico e a iniciar menos diálogos e brincadeiras que ajudam a desenvolver
habilidades. Um menino mais velho, em especial, pode apresentar problemas
temporários de comportamento. Esse declínio na interação positiva com a mãe tende a
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ser temporário, a não ser que os irmãos tenham menos do que dois anos e meio de
diferença.
Como Interagem os Irmãos
As crianças pequenas geralmente se apegam a seus irmãos mais velhos. Os bebês ficam
aborrecidos quando seus irmãos partem, saúdam-nos quando retornam, dão preferência
a eles como parceiros para brincar e aproximam-se deles quando um estranho entra no
ambiente. Embora a rivalidade, muitas vezes, esteja presente, também existe afeto.
Quanto mais seguro é o apego dos irmãos aos pais, melhor eles se relacionam.
2.6 ADOLESCÊNCIA E MODELOS INTERPRETATIVOS GERAIS
Perspectivas
As teorias geralmente se enquadram em várias perspectivas teóricas amplas. Cada uma
delas enfatiza diferentes tipos de processos de desenvolvimento e possui diferentes
concepções sobre questões como as que acabamos de discutir. Essas perspectivas
influenciam as perguntas que os pesquisadores fazem, os métodos que utilizam e os
modos como interpretam os dados. Portanto, para avaliar e interpretar apesquisa, é
importante reconhecer a perspectiva teórica em que ela se baseia.Conosco posição de
críticos convêm.
Em seguida, irmos apresentar as seis perspectivas teóricas que exercem maior
influencias sobre a pesquisa do desenvolvimento humano:
Psicanalítica (que seconcentra nas emoções e pulsões inconscientes);
Aprendizagem (que estuda o comportamento observável);
Humanista (que enfatiza o controle das pessoas sobre seuDesenvolvimento);
Cognitiva (que analisa os processos de pensamento);
Contextual (que enfatizao impacto do contexto histórico, social e cultural).
Nenhuma dessas perspectivas teóricaspossui todas as respostas; cada uma tem
algo a contribuir para nossa compreensãodo desenvolvimento humano.
Interpretações sociais(
Perspectiva Psicanalítica
A perspectiva psicanalítica preocupa-se com as forças inconscientes que motivam
ocomportamento humano. No início do século XX, o médico vienense Sigmund
Freud(1856-1939) desenvolveu a psicanálise, abordagem terapêutica cujo objetivo era
fazer opaciente compreender seus conflitos emocionais inconscientes. Fazendo
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perguntas destinadasa evocar lembranças há muito esquecidas, Freud concluiu que a
origem dasperturbações emocionais está nas experiências traumáticas reprimidas da
primeira infância.
A perspectiva psicanalítica foi expandida e modificada por outros teóricos e
praticantes,inclusive Erik H. Erikson.Sigmund Freud: Desenvolvimento
PsicossexualFreud (1953,1964a, 1964b) acreditava que a personalidade formava-se nos
primeiros anos de vida, momento em que as crianças passam por conflitos inconscientes
entreseus impulsos biológicos inatos e as exigências da sociedade. Ele sugeriu que esses
conflitos ocorrem em uma sequência invariável de fases de desenvolvimento
psicossexual, baseadas na maturação, em que o prazer muda de uma zona corporal para
outra- da boca para o ânus e depois para os genitais. Em cada fase, o comportamento,
que éa principal fonte de gratificação, muda - da alimentação para a eliminação e
posteriormentepara a atividade sexual.Papalia, 2006.
Das cinco fases de desenvolvimento da personalidade que Freud descreveu, ele
considerava as três primeiras- as dos primeiros anos de vida -cruciais. Ele sugeriu que,
se as crianças recebem muito pouca ou excessiva gratificaçãoem qualquer uma das
etapas, estão em risco de desenvolverem uma fixação -uma interrupção no
desenvolvimento que pode aparecer na personalidade adulta.
Por exemplo, bebês cujas necessidades não são satisfeitas durante a fase oral, principal
fonte de prazer sensual, podem, quando adultos, desenvolvero hábito de roer unhas ou
uma personalidade sarcasticamente crítica, ou podemposteriormente comer ou fumar
compulsivamente. Uma pessoa que na primeira infânciateve um treinamento higiênico
rígido demais pode fixar-se na fase anal, quandoa principal fonte de prazer era
movimentar os intestinos. Uma pessoa desse tipopode ser obsessivamente limpa e
caprichosa, rigidamente ligada a horários e rotinasou provocadoramente desleixada.
Segundo Freud, um acontecimento fundamental no desenvolvimento psicossexual
ocorre durante a fase fálica da segunda infância.Perspectiva psicanalíticaVisão do
desenvolvimentopreocupada com as forçasinconscientes que motivam
ocomportamento.Desenvolvimento psicossexualNa teoria freudiana, umasequência
invariável de estágios dedesenvolvimento da personalidadedurante os primeiros anos
devida, infância e adolescência, emque a gratificação muda da bocapara o ânus e depois
ostransfere para os genitais. Os meninos desenvolvem apego sexual às mães e as
meninas as mães (ocomplexo de Édipo), tendo impulsos agressivos pelo genitor de
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mesmo sexo, que veem como rival. O menino aprende que uma menina não possui
pênis, presume que ele foi cortado e tem medo de que o pai o castre também. A menina
experimenta o que Freud chamou de inveja do pênise culpa a mãe por não ter lhe dado
um pênis. As crianças, com o tempo, resolvem esta ansiedade pela identificação com o
genitor de mesmo sexo e entram na relativamente calma fase de latência da terceira
infância. Elas se socializam, desenvolvem habilidades e aprendem sobre si mesmas e
sobre a sociedade.A fase genital, a última, se estende por toda a vida adulta. As
mudanças físicas da puberdade voltam a despertar a libido, a energia que alimenta o
impulso sexual. Os impulsos sexuais da fase fálica, reprimidos durante a latência, agora
ressurgem para fluir em canais socialmente aprovados, que Freud definia como relações
heterossexuais com pessoas de fora da família de origem.
Freud propôs três partes hipotéticas da personalidade: o id, o ego e o superego. Os
recém-nascidos são governados pelo id, a fonte de motivos e desejos que está presente
no nascimento. O id busca satisfação imediata. Quando a gratificação demora, como
ocorre quando eles precisam esperar para serem alimentados, os bebês começam a se
ver como separados do mundo externo. O ego, que representa a razão ou o senso
comum, desenvolve-se durante o primeiro ano de vida; seu objetivo é encontrar modos
de gratificar o id que sejam aceitáveis para o superego, o qual se desenvolve
aproximadamente aos 5 ou 6 anos. O superego inclui a consciência e incorpora deveres
e proibições socialmente aprovados ao próprio sistema de valores da criança. O
superego é muito exigente; se suas demandas não são atendidas, a criança pode sentir-se
culpada e ansiosa.
Freud descreveu diversos mecanismos de defesa, modos mediante os quais as
pessoas inconscientemente lidam com a ansiedade distorcendo a realidade. Por
exemplo, uma criança pode reprimir (bloquear da consciência e da memória)
sentimentos ou experiências que causam ansiedade. Ou uma criança que está
enfrentando um fato inquietante, como o nascimento de um irmão ou o ingresso na
escola, pode regredir – retornar a um comportamento anterior, como sugar o polegar ou
urinar na cama. A teoria de Freud fez contribuições históricas, e muitos de seus temas
centrais foram validados pela pesquisa. Freud conscientizou-nos da importância dos
pensamentos,dos sentimentos e das motivações inconscientes; do papel das experiências
de infância na formação da personalidade; da ambivalência das respostas emocionais,
especialmente dos pais; dos modos mediante os quais as imagens mentais dos primeiros
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relacionamentos influenciam os relacionamentos posteriores (Westen,1998). Ele
também abriu nossos olhos para a presença de impulsos sexuais desde o nascimento.
Embora muitos psicanalistas atualmente rejeitem sua estreita ênfase aos impulsos
sexuais e agressivos, o método psicanalítico de Freud influenciou muito a psicoterapia
da modernidade.
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Estágios Psicossexuais
Fase oral: Está fase começa do nascimento aos 2 anos de idade, onde a criança
utiliza a língua e a boca como a zona de satisfação. Porém, o não cumprimento
desta fase, vai repercutir na vida adulta do indivíduo.
• Fase anal: Esta fase, começa dos 2 anos de idade até aos 4 anos. A zona de
satisfação é o ânus. É caracterizada também como abandono das fraldas. O não
cumprimento da mesma, vai repercutir na vida adulta da criança.
• Fase fálica: a zona de satisfação é o órgão sexual; na menina a vagina e no rapaz
o pênis. Portanto, está fase, começa dos 4 aos 6 anos. E é marcada pelo processo de
complexo de Édipo, que começa dos 3 aos de idade até aso 5 anos de idade.
• Fase da latência: É a fase em que a criança realizará o abandono do objeto
sexual no interior das relações parentais para, daí em diante, fazer sua escolha fora da
família.
Evolução da sexualidade. Começa dos 6 aos 8 anos. Bock e Teixeira,2001.
• Fase Genital: está fase começa dos 8 anos de idade aos 10 anos, onde o objeto
de erotização ou de satisfação não está mais no próprio corpo, mas torna-se um objeto
externo do indivíduo para o outro. É também considerada o início dapuberdade e o
ressurgimento dos impulsossexuais da fase fálica, dirigidos àsexualidade adulta madura.
Perspectivas de aprendizagem
A perspectiva de aprendizagem considera que o desenvolvimento é resultado do
aprendizado. Os teóricos de aprendizagem se preocupam por encontrar as leis objetivas
que governam as mudanças no comportamento observável e se aplicam por igual a
todos os grupos ou idades. Consideram que o desenvolvimento humano é continuo (não
em etapas) e enfatizam a mudança quantitativa. Duas importantes teorias de
aprendizagem são o condutismo e a teoria de aprendizagem social.
Conductistas como Sydney Bijou e Donald Baer (1957 e 1965) fizeram uso de modelos
de condicionamento operante para explicar o comportamento das crianças. Eles
demonstraram que uma grande parte desse comportamento esta baixo o controle dos
reforços do meio ambiente e que se pode mudar o comportamento da criança
controlando os seus padrões.
Albert Bandura (1925) foi quem desenvolveu muitos princípios da teoria de
aprendizagem social, fez do aprendizado por observação seu instrumento básico,
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praticamente todos os novos aprendizados das crianças se devem a observação dos
outros.
Perspectiva humanista
A perspectiva humanista desenvolveu-se nos anos de 1950 e 1960 em reação ao que
alguns psicólogos identificavam como crenças negativas sobre a natureza humana
quesubjazem as teorias psicanalítica e behaviorista. Os psicólogos humanistas, como
Abraham Maslow e Carl Rogers, rejeitam a idéia de que as pessoas são basicamente
prisioneiras de suas primeiras experiências inconscientes, de impulsos instintuais ou de
forças ambientais. Diferentemente de Freud, o qual pensava que a personalidade define-
se no início da infância, ou dos behavioristas, que pensam que as pessoas reagem
automaticamente aos fatos, os pensadores humanistas enfatizam a capacidade que as
pessoas têm - independentemente de sua idade ou das circunstâncias - de tomar conta de
suas vidas.
A pirâmide agregar apenas cinco necessidades, cujas definições estão mais claras para a
melhor compreensão das ideias originais do autor:
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4- Necessidade de estima: referem-se ao desejo que o indivíduo tem de se
destacar no grupo do qual faz parte, e de ser prestigiados pelos demais membros do
grupo. O indivíduo vai a busca de Status e de reconhecimento social, elogios, e poder,
etc.
Segundo Maslow (1954), citado por Papalia 2006, afirma que as pessoas só podem
empenhar-se para atender necessidades superiores depois que satisfizeram necessidades
básicas. A necessidade mais básica é asobrevivência fisiológica. Pessoas famintas
correm grandes riscos para obter alimento; somente depois de obtê-lo podem preocupar-
se com opróximo nível de necessidades, aqueles referentes à segurança pessoal. Essas
necessidades, por sua vez, precisam estar substancialmente satisfeitas para que as
pessoas possam livremente buscar amor e aceitação, estima e realização e, por fim,
auto-realização, a plena realização do potencial.
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aperfeiçoamentoadulto, que respeitam a singularidade do indivíduo. Suas limitações
como teorias científicas estão muito relacionadas com a subjetividade; seus conceitos
não são claramente definidos e por isso são difíceis de testar.
Perspectiva Cognitiva
Jean Piaget, uma ilustre figura da história do desenvolvimento cognitivo, defendeu que
já as crianças possuem esquemas cognitivos que lhes permite experiências e
compreender o que as rodeia, possibilitando atingir a conservação.
A teoria piagetiana defende que o indivíduo adquire a sua forma final de equilíbrio neste
período, isto é, consegue alcançar o padrão intelectual que persistirá durante a idade
adulta. Tal não significa que ocorra uma estagnação das funções cognitivas após a
adolescência.
A adolescência é também um período de desenvolvimento intelectual onde emergem as
operações formais, o último estádio do desenvolvimento cognitivo proposto por Piaget
(1973).
Assim, a adolescência caracterizar-se-ia pela construção de uma nova forma de
pensamento, o período das operações formais, marcado pelo pensamento abstrato,
combinatório, hipotético-dedutivo e proposicional. Neste período, o indivíduo irá
ampliar as capacidades conquistadas na fase anterior, conseguindo já raciocinar sobre
hipóteses, formar esquemas conceptuais abstratos e executar operações mentais dentro
dos princípios da lógica formal como:
A criança adquire a capacidade de criticar os sistemas sociais e propor novos
códigos de conduta
Discute valores morais de seus pais e constrói os seus próprios (adquirindo,
portanto, autonomia)"
A perspectiva cognitiva preocupa-se com os processos de pensamento e com o
comportamentoque reflete tais processos. Essa perspectiva abrange tanto as teorias
organísmi-cas como as de influência mecanicista. Ela inclui a teoria de estágios
cognitivos de Piaget,a abordagem de processamento de informações, mais recente, e as
teorias neopiagetianas,que mesclam elementos de ambas. Ela também inclui os esforços
contemporâneos paraaplicar as descobertas da pesquisa cerebral ao entendimento dos
processos cognitivos.O cognitivismo está, pois, preocupado com o processo de
compreensão, transformação, armazenamento e utilização das informações, no plano da
cognição.
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Teoria dos Estágios Cognitivos de Jean Piaget Muito do que sabemos sobre como as
crianças pensam deve-se ao teórico suíço JeanPiaget (1896-1980). Piaget foi o precursor
da "revolução cognitiva" da atualidade comsua ênfase nos processos mentais. Piaget
tinha uma visão organísmica das crianças,considerando-as seres ativos em crescimento,
com seus próprios impulsos internos epadrões de desenvolvimento. Ele via o
desenvolvimento cognitivo como produto dosesforços das crianças para compreender e
atuar sobre seu mundo.
O método clínico de Piaget combinava observação com questionamento flexível. Para
descobrir como as crianças pensam, Piaget seguia suas respostas com mais
perguntas.Assim, ele descobriu que uma criança típica de quatro anos acreditava
quemoedas ou flores eram mais numerosos quando dispostos em fila do que
quandoamontoados ou empilhados. A partir da observação de seus próprios filhos e de
outras.
Piaget acreditava que o desenvolvimento cognitivo inicia com uma capacidade inata de
se adaptar ao ambiente.Ao buscar um mamilo, tocar um seixo ou explorar os limitesde
um aposento, as crianças pequenas desenvolvem umaidéia mais precisa de seu ambiente
e uma maior competênciapara lidar com ele.
Para Piaget, o desenvolvimento cognitivo ocorre em uma série de estágios
qualitativamente diferentes:
Primeiro estágio: Sensório-motor(nascimento aos 2 anos) – O Bebê
gradualmente se torna capaz de organizar atividades em relação ao ambientepor
meio de atividade sensóriae motora.
Segundo estágio: Pré-operatório (2 a 7 anos) – A Criança desenvolve um
sistemarepresentacional e utiliza símbolospara representar pessoas, lugares
eeventos. Linguagem ebrincadeiras imaginativas sãoimportantes manifestações
desseestágio. O pensamento ainda não élógico.
Terceiro Estágio: Operações concretas (7 aos 11 anos) – A Criança pode
resolver problemaslogicamente quando eles enfocam oaqui e agora, mas não é
capaz depensar em termos abstratos.
Quarto Estágio: Operações formais (11 anos a toda a idade adulta) – O
indivíduo pode pensarem termos abstratos, lidar comsituações hipotéticas e
pensarsobre possibilidades.
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Em cada estágio, a mente da criança desenvolveum novo modo de operar. Da infância à
adolescência, asoperações mentais evoluem da aprendizagem baseada nasimples
atividade sensório-motora ao pensamento lógicoabstrato.Esse desenvolvimento gradual
ocorre através detrês princípios inter-relacionados: organização, adaptação
eequilibração.
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esquemaanterior. Ele "acomoda" seu esquema de sugação para lidar com uma nova
experiência:a caneca. Assim, assimilação e acomodação operam juntas para produzir
equilíbrioe crescimento cognitivo.
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informaçõesnão é uma teoria única, e sim uma estrutura ou um conjunto de
pressupostos, que subjazemuma ampla gama de teorias e pesquisas.
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se a dificuldade está na visãoou na audição, atenção ou memorização da informação
(Thomas, 1996).
Teorias neopiagetianas
Durante a década de 1980, em resposta às críticas à teoria de Piaget, psicólogos do
desenvolvimentoneopiagetianos começaram a incorporar alguns elementos da teoria de
Piagetà abordagem de processamento de informações. Em vez de descrever um único
sistemageral de operações mentais cada vez mais lógicas, os neopiagetianos
concentram-seem conceitos, estratégias e habilidades específicas. Eles acreditam que as
crianças desenvolvem-se cognitivamente ao se tornarem mais eficientes no
processamento de informações.
Segundo Robbie Case (1985,1992), citado por Papalia, 2006, afirma que existe um
limite para a quantidade de informações que uma criança é capaz de manter na mente.
Praticando uma habilidade, como contarou ler, a criança pode tornar-se mais rápida e
mais proficiente, liberando "espaço" mental para informações adicionais e resolução de
problemas mais complexos. A maturaçãodos processos neurológicos também expande
a capacidade de memória disponível.
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A Abordagem da Neurociência CognitivaNa maior parte da história da psicologia,
teóricos e pesquisadores estudaram processoscognitivos sem considerar os mecanismos
físicos do cérebro em que esses processos ocorrem. Hoje, quando novos instrumentos
tornam possível ver o cérebro em ação, os partidáriosda abordagem da neurociência
cognitiva afirmam que uma compreensão precisado funcionamento cognitivo deve ser
relacionada aos processos que ocorrem no cérebro.
Perspectivas contextuais
Considera que o desenvolvimento somente pode ser entendido num contexto histórico
social e cultural. Por exemplo, se pode explicar por que as crianças da cidade que estão
rodeadas de artefatos eletrônicos são mais desenvolvidas psicologicamente que as que
vivem nas zonas rurais empobrecidas que carecem de energia elétrica.
Interpretações sociais
Sem negar a teoria freudiana sobre desenvolvimento psicossexual, Erikson mudou o
enfoque desta para o problema da identidade e das crises do ego, ancorado em um
contexto sociocultural.
Estas crises seriam estruturadas de forma que, ao sair delas, o sujeito sairia com um ego
(no sentido freudiano) mais fortalecido ou mais frágil, de acordo com sua vivência do
conflito, e este final de crise influenciaria diretamente o próximo estágio, de forma que
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o crescimento e o desenvolvimento do indivíduo estaria completamente imbricado no
seu contexto social, palco destas crises.
A cada etapa, o indivíduo cresce a partir das exigências internas de seu ego,
mas também das exigências do meio em que vive, sendo, portanto, essencial
a análise da cultura e da sociedade em que vive o sujeito em questão.
Em cada estágio o ego passa por uma crise (que dá nome ao estágio). Esta
crise pode ter um desfecho positivo (ritualização) ou negativo (ritualismo).
Da solução positiva, da crise, surge um ego mais rico e forte; da solução
negativa temos um ego mais fragilizado.
A cada crise, a personalidade vai se reestruturando e se reformulando de
acordo com as experiências vividas, enquanto o ego vai se adaptando a seus
sucessos e fracasso.
Nesta época, a maioria das pessoas deixa a casa dos pais, assume seu primeiro
emprego, casa-se ou estabelece outros relacionamentos importantes, filhos.
O jovem adulto
Analisar o significado que “ser jovem” e “ser adulto” detém para as pessoas que estão
vivenciando o processo de transição implica compreender, primeiramente, como tais
categorias são construídas socialmente. Tornar-se adulto, em primeiro lugar, é um
processo de formação identitária característico das sociedades humanas.
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Durante a socialização o indivíduo incorpora um conjunto de maneiras de ser, pensar e
agir “que fazem dele um ser socialmente identificável. É por meio da socialização –
processo conflituoso e complexo que implica práticas sociais
Os jovens que se consideram adultos continuam a achar que ainda não o são na sua
plenitude, e que isto nem sempre depende de uma escolha pessoal, mas pode ser fruto
de constrangimentos sociais.
A posição dos jovens é marcada pela ambiguidade e pela ambivalência. Por um lado, os
jovens assumem, facilmente, uma imagem idealizada da vida adulta, que passa por
característicos da juventude e da idade adulta. Contudo, parecem assumir
consensualmente que ser adulto implica entrar numa fase diferente daquela em que se
encontram.
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Historicamente, ela nem sempre constituiu uma categoria social delimitada, dotada de
alguma importância particular e à qual se atribuíram os mesmos papéis sociais. Além
disso, sua definição mesma depende diretamente das noções construídas para as demais
fases da vida que a antecedem e sucedem.
Na fase do ciclo vital que corresponde à passagem da adolescência para a idade adulta,
ocorrem transições traduzidas no desenvolvimento, realização e consolidação da
identidade pessoal e social do sujeito, que culminarão com a aquisição do estatuto
social de adulto. Este último é sustentado pelo alcance de uma posição social
decorrente do desempenho de papéis profissionais e familiares, que simultaneamente
assinalam o final da juventude e caracterizam a idade adulta.
2.7.2 IDOSO
O conceito de idoso é diferenciado para países em desenvolvimento e para países
desenvolvidos. Nos primeiros, são consideradas idosas aquelas pessoas com 60 anos e
mais; nos segundos são idosas as pessoas com 65 anos e mais. Essa definição foi
estabelecida pela Organização das Nações Unidas, por meio da Resolução 39/125,
durante a Primeira Assembleia Mundial das Nações Unidas sobre o Envelhecimento da
População, relacionando-se com a expectativa de vida ao nascer e com a qualidade de
vida que as nações propiciam aos seus cidadãos.
Os fenômenos do envelhecimento e da velhice e a determinação de quem seja idoso,
muitas vezes, são considerados com referência às restritas modificações que ocorrem no
corpo, na dimensão física. Mas é desejável que se perceba que, ao longo dos anos, são
processadas mudanças também na forma de pensar, de sentir e de agir dos seres
humanos que passam por esta etapa do processo de viver.Ser idoso não pode ser
definido só pelo plano cronológico, pois outras condições, tais como físicas, funcionais,
mentais e de saúde, podem influenciar diretamente na determinação de quem seja idoso.
2.7.3 Características distintivas
Mudanças biológicas, psicológicas e sociais:
Deterioro biológico: órgãos sensoriais, motricidade, etc.
Jubilação, Rol de idosos
Deterioro anêmico. diminuição da autonomia e da autoestima.
Principais adquisições
Autotranscedência: compreensão e análises mais profunda da vida.
Transmissão das experiências acumuladas.
Características nas relações
É essencial a relação com a família, dela depende em grande medida o bem-estar do
sujeito.
Mudancas na expressão da sexualidade.Frequentemente ocorrem perdidas importantes
para o sujeito, de muito impacto: amigos, esposa ou outros tipos de relação.
As transformações nos diferentes períodos da idade adulta
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A vida adulta constitui-se na fase mais ativa e longa dentro da sociedade. O ser humano
adulto vivencia em suas próprias situações de vida, características que lhe são
particulares.A adultez, fenômeno do desenvolvimento humano, apresenta-se com novas
responsabilidades, em novos referenciais de existencialidade, em novas conquistas, em
busca de um maior entendimento desta importante e mais abrangente etapa da vida
humana. Por ser a fase mais longa da existência do ser humano, merece especial
atenção, mesmo porque há pouco tempo vem sendo entendida e percebida com tais
referenciais.
2.7.4 Desenvolvimento Físico
Em meados dos 20 anos de idade, a maioria das funções corporais está plenamente
desenvolvidasMaioria dos sentidos estão apurados o paladar, o olfato e as sensibilidade
à dor e a temperatura
geralmente permanece inalterados até pelo menos os 45 anos. Uma perda gradual de
audição, a qual geralmente começa durante a adolescência, torna-se mais evidente após
os 25 anos, principalmente para sons agudos. Condições de saúde: mais de 93% das
pessoas de 15 a 44 anos de idade consideram sua saúde excelente.
Um estado de total bem-estar físico, mental e social e não é simplesmente a ausência de
doença ou debilidade. Padrões de comportamento como: dieta, exercício, fumo e
consumo de álcool podem afetar a saúde. Ainda, existem influências indiretas sobre a
saúde: renda, educação e etnicidade.
Desenvolvimento cognitivo
Os adultos são capazes de fazer seus próprios julgamentos e escolhem as suas próprias
crenças e
valores a respeito da incerteza e do reconhecimento de outras possibilidades válidas, a
inteligência emocional inclui a própria compreensão de si mesmo, a compreensão dos
outros e a capacidade de regular os sentimentos. Essas habilidades podem desempenhar
papel importante no êxito na vida.
Ingressando no mundo do trabalho: o desenvolvimento ocupacional é importante para
os jovens adultos.
Desenvolvimento Psicossocial (Sexto estágio jovem adulto. Intimidade x isolamento
Amor)
Os traços e os estilos de personalidade tornam-se relativamente estáveis.
A amizade nesta fase, tende a se centrar nas atividades de trabalho e criação dos filhos.
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Os laços sociais são valiosos para a saúde e o bem-estar.
As qualificações físicas adquiridas em qualquer idade são colocadas à prova no ingresso
da idade seguinte. Nesta etapa da vida, você se sente como pessoa integrada consigo
mesma na dimensão física, sabendo cuidar de si, de sua saúde, tem a capacidade de se
confiar à filiações e associações concretas e de desenvolver a força ética necessária para
ser fiel a essas ligações, mesmo que imponham sacrifícios e compromissos
significativos?
A virtude do amor consiste na devoção mútua entre parceiros que escolheram
compartilhar suas vidas, ter filhos e ajudar esses filhos a conquistar seu próprio
desenvolvimento saudável”. Este conceito de amor é real para você?
Valoriza a vida, tanto em termos de sua relação com o bem comum, como em termos de
ser um direito humano universal.Mantém relações recíprocas com outras pessoas de sua
família e trabalho, mutuamente satisfatórias e produtivas?Manifesta a tendência a se
isolar das situações e sentimentos que sente perigosos e que parecem invadir sua
intimidade e privacidade?
2.8 A DIVERSIDADE DO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO NUMA
SOCIEDADE ENVELHECIDA
Conceito de Envelhecimento Bem-sucedido surge em meados dos anos 80 resultando
das alterações demográficas e consequentes necessidades de promover uma adaptação
optimizada a uma nova etapa de vida.De acordo com Rowe e Kahn (1997), o
Envelhecimento bem-sucedido implica que as pessoas apresentem um baixo risco de
doença e incapacidades, que pratiquem um estilo de vida saudável e que mantenham
uma vida social activa.
2.8.1 Envelhecimento bem-sucedido engloba três componentes centrais:
Reduzida probabilidade de doença e a incapacidade a ela associada. Inclui a ausência de
doença, mas também a ausência ou a presença de reduzidos factores de risco para ter
doença. Elevada capacidade cognitiva e capacidade funcional. Inclui o que a pessoa é
capaz de fazer e o que realmente faz. Envolvimento activo com a vida. Inclui a presença
de relações interpessoais e o desenvolvimento de actividades produtivas.
O envelhecimento bem-sucedido envolve a interacção entre três componentes
fundamentais: a selecção, a optimização e a compensação (modelo soc). ao longo do
desenvolvimento humano, estes três mecanismos psicológicos são usados regularmente
aquando a escolha que é feita e em qualquer área da vida.
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A adaptação face às mudanças decorrentes do envelhecimento, comporta três vantagens:
a primeira é reconhecer a heterogeneidade do ato de envelhecer; a segunda consiste em
acentuar as propriedades funcionais e subjectivas dos comportamentos adoptados pelas
pessoas idosas para lidarem com os constrangimentos e atingirem os objectivos a que se
propõem; a terceira considera que a relação frequentemente desfavorável entre ganhos e
perdas que sucede na velhice pode ser melhor gerida quando o indivíduo possui a
capacidade para utilizar adequadamente mecanismos de selecção, optimização e
compensação, como forma de continuar a definir e a alcançar objectivos específicos e
significativos para a sua vida.
Factores associados ao envelhecimento bem-sucedido
O processo de envelhecimento provoca no organismo modificações biológicas,
psicológicas e sociais; porém, como já referido, é na velhice que este processo aparece
de forma mais evidente. As modificações biológicas são as morfológicas, reveladas por
aparecimento de rugas, cabelos brancos e outras; as fisiológicas, relacionadas às
alterações das funções orgânicas.
2.8.2 Auto controle emocional
A conducta humana sempre esta motivada, quer dizer persegue metas e em la
consecução das mesmas se involvem as emoções como factor que dá energia para
alcançar os objetivos propostos. Neste sentido é importante o auto control emocional:
aprender a ser responsavel de nossos actos e saber demorar a gratificação, aprender a
expressar nossos sentimentos
Sexualidade e genero
A palavra sexo se usa com frequencia para diferenciar o homem ou a mulher( sexo
biologico) ou para referir-se a uma actividade fisica que intervem o aparato genital
( realizar o acto sexual). Ao contrario a palavra sexualidade se emprega com um
significado mais amplio que o vocablo sexo. Ao falarmos de sexualidade nos referimos
a uma dimensão da personalidade e não exclusivamente a aptitude do individuo para
gerar uma resposta erotica.
Somos sexuados desde ponto de vista biologico, psicologico e social. As mudanças de
mentalidade e as novas concepções da pessoa foram definidas a fim do seculo XX
provocando na ciência a investigar e considerar a sexualidade como uma realidade
humana, capaz de unir a dimensão biologica e a social do ser humano.
Amizade e namoro
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Todos nos ja experimentamos o amor. Queremos os nossos pais, irmãos, amigos ate os
nossos animais e eles nos querem de igual modo. Mais o amor romantico é outra coisa,
é um sentimento intenso e novo que não se parece a nenhuma das outras formas de
amor.
Por qué nos apaixonamos?
Platão transmite uma antiga legenda segundo a qual o amor é a busca humana da
unidade primitiva. A mitologia grega assinala que os primeiros homens tinham 4
mãos, 4 pernas, uma cabeça com duas caras ( sempre olhando a lados opostos) e uma
grande força. Os deuses dicidiram castigar o orgulho dos homens cortando-lhes em duas
gerando assim um varão e uma mulher. Desde esse momento ambos buscam a sua
metade perdida, para fundir-se com ela. Essa necessidade de encontrar o par perfeito é o
que se chama amor, na qual sana a natureza humana desdobrada.
Os ingredientes do amor
Se ha descuberto que o amor tem 3 qualidades principais
1. Atração: é a parte quimica do amor se refere ao interesse ou desejo fisico incluso
sexual que se experimenta por outra pessoa. A atração é responsavel das
vontades de beijar, abraçar ao objeto sexual de nosso afeto. A atração tambem é
uma mistura de nervosismo, e excitação que experimentamos quando essa
pessoa esta certa.
2. Intimidade: é o vinculo que desenvolvemos quando partilhamos com uma
pessoa pensamentos e sentimentos que desenvolvemos com ninguem mais.
Quando experimentas estas senção de intimidade com o teu parceiro ou parceira
te sentes apoiado, cuidado, considerado e aceitado tal como tu és. A confiança é
um componente essencial da intimidade.
3. Compromisso: é a promessa ou decisão de seguir ao lado dessa pessoa apesar
dos altos e baixos que possam existir na relação.
Tipicamente os adolescentes têm relações mais curtas porque a adolescencia é uma
etapa em que se buscam instintivamente muitas experiencias diferentes e se provam
que não a nada dicidido.
Crises que podem afectar um relacionamento
1. Desgaste da convivência: em todos os casais aparecem crises por um simples
facto de viver juntos, é um desgaste normal. Uma condição basica de casais
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maduros é amar o outro apartir de aspectos positivos e negativos, mais depois de
haver tentado suprimir os igredientes negativos que afetam a armonia conjugal.
2. Crises de identidade: são aquelas situações onde um dos membros do casal
começa a perguntar-se coisas sobre a sua vida familiar, profissional. Ao fazer
balance da sua vida a dois não se sente feliz duvida sobre si mesmo, e se esta é a
vida que gostaria de levar. Poderiamos falar de comportamento imaduros tipicos
de pessoas que não sabem o que querem, pessoas que cresceram sem um modelo
de identidade, que não se conhecem, pessoas com grandes contradições internas.
3. Infidelidade: por regra geral este tipo de crises são graves sucede e muitas das
vezes sucede a separação, esta determinada por fortes tensões emocionais e de
um acentuado deterioro da vida a dois. As vezes se mantem a vida a dois graças
a capacidade de renuncia e sofrimento de uma das partes que chega a ter
comportamentos verdadeiramente heroicos
4. Excessiva dedicação a vida profissional: aqui o conflito reside num excessivo
tempo dedicado a vida profissional. Da-se mais ao homens, sobre tudo
profissionais liberais que cada vez mais têm menos tempo para ele e a sua
familia, devido o seu trabalho ocupar-lhe a maior parte do tempo. Em esta
situação muitas vezes se encontram relações extra-conjugais que complicam
ainda mais a situação
5. Monotonia: é a crises que se da quando a vida se torna vazia. Insipida, uniforme,
sem rotina, etc. Neste tipo de crises o que falta são recursos para evitar a rotina e
o seu pronostico pode melhorar se ambos os membros fazem algo para melhorar
e combater este tedio.
6. Ascenso profissional não compartido: em geral esta crises tem lugar porque um
dos membros foi ascendido profissionalmente em pouco tempo de trabalho,
deixando o relacionamento em um desnivel. Geralmente se apresenta com
frequencia nos homens.
Referência Bibliográfica
Paula, Ercília Maria; Mendonça, Fernando Wolff: Psicologia do Desenvolvimento;
2009, Curitiba: IESDE, 2 edição.
Papalia, Daniel E. Desenvolvimento Humano; 2006, São Paulo, editora: Artmed, 8
Edição.
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Pérez-Ramos, J. Motivação no trabalho: abordagens teóricas, 1990, Psicol.USP v. 1
n.2 supl.2 São Paulo.
Ferreira, Juliene Madureira.Desenvolvimento e aprendizagem na perspectiva da
mediação pedagógica, 2011
Griffa, Maria Cristina e Moreno, José Eduardo. ChavesPara a Psicologia do
Desenvolvimento;2011, editora: Paulina, São Paulo.
BlAGGIO. A.M.S. Psicologia do Desenvolvimento: conceituação. evolução e
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