NGA ROTAM N 3 de 2019 Padrao de Abordagem ROTAM
NGA ROTAM N 3 de 2019 Padrao de Abordagem ROTAM
RESOLVE:
CAPÍTULO I
DO OBJETO
Art. 1º Instituir o padrão de abordagem do Batalhão de Rondas Ostensivas Táticas
Motorizadas (ROTAM) na forma desta NGA e seu anexo.
§1° A padronização da abordagem não implica, necessariamente, no cumprimento
rígido e meramente protocolar dos procedimentos aqui regulados, tendo em vistas as
inúmeras circunstâncias e variáveis que atividade policial é submetida, de modo que as
diretrizes e princípios devem modular a ação policial militar, observada a especificidade
de cada caso concreto.
§2° A ação policial deve respeitar o direito dos cidadãos, à igualdade, e a não
discriminação, atuando com impessoalidade e imparcialidade, à luz da técnica,
legalidade, moralidade e legitimidade.
§3° A simplicidade1 é uma diretriz fundamental das ações policiais.
CAPÍTULO II
DO CONCEITO
Art. 2º Abordagem policial é o ato de aproximar-se, deixar-se aproximar e interpelar ou
responder uma pessoa a pé, motorizada ou montada com o intuito de averiguar,
identificar, orientar, advertir, assistir, revistar, buscar, prender ou autuar.
1
Segundo Napoleão Bonaparte (1769-1821), imperador francês e um dos maiores estrategistas militares, “A guerra é uma arte
simples e essencialmente prática.”
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§1º O início da abordagem é materializada por meio de determinação verbal, gestos,
sinais do policial, ou por meio de outra indicação, como sinais luminosos e sirene,
podendo o abordado estar em atitude suspeita ou não.
§2º Durante a abordagem, não há, necessariamente o contato físico do policial com o
abordado.
§3º Na abordagem o policial militar deve atentar e inspecionar criteriosamente a qualidade ou
envolvimento dos abordados no fato, aquele que se apresenta como vítima ou testemunha pode
ser o próprio autor dos fatos.
CAPÍTULO III
DOS PRINCÍPIOS
Art. 3º Os princípios da abordagem policial são:
I – Segurança: é a condição de estar seguro, de estar cercado de todas as cautelas
necessárias para minimizar os riscos. Deve ser a principal preocupação da guarnição,
pois mais importante que a concretização da abordagem é a preservação da integridade
física dos policiais, dos indivíduos a serem abordados e todos os indivíduos próximos
ao local de abordagem. A segurança da abordagem e da busca pessoal é obtida por meio
da aplicação das técnicas e procedimentos previstos.
II – Surpresa: ato ou efeito de surpreender, aparecer inesperadamente. O indivíduo em
atitude suspeita, ao ser submetido à ação policial de surpresa, fica sem ação, reduzindo
sua capacidade de reagir.
III – Rapidez: velocidade compatível com a ação que é desencadeada e executada,
visando impossibilitar uma reação por parte dos indivíduos em atitude suspeita. Este
princípio está intimamente ligado ao anterior, sendo aquele consequência deste.
IV – Ação Vigorosa: atitude firme, assertiva e resoluta do policial, que por meio de
ordens enérgicas, claras e precisas ao abordado, minimiza sua possibilidade de reação,
desobediência ou desacato. É importante que a guarnição, ao executar uma abordagem,
verifique o nível do risco ou ameaça no caso concreto o qual determina o nível de
abordagem a ser empregado.
V – Unidade de Comando: os comandos verbais devem ser emitidos visando o
entendimento por parte do abordado das ações que deva realizar. Devem ser emitidos
pelo Comandante-da-Guarnição, porém nada impede que os demais policiais envolvidos
reforcem as determinações do referido Comandante aos abordados, desde que esses
sejam harmônicos às determinações do Comandante-da-Guarnição.
CAPÍTULO IV
DA FINALIDADE
Art. 4º As finalidades da abordagem policial militar são:
I – Averiguar: é realizada para verificar comportamento comum incomum ou
,inadequado ou destoante do contexto.
II – Orientar: é o ato de informar ao cidadão sobre medidas de segurança ou qualquer
outro assunto pertinente aos bons costumes e à lei.
III – Advertir: é o ato de interpelar o cidadão encontrado em conduta inconveniente,
requerendo a correção de atitude.
IV – Assistir: é todo auxílio prestado ao público.
V – Prender: é o ato de privar ou restringir de liberdade alguém, encontrado em
flagrante delito ou mediante mandado judicial.
VI – Autuar: é o registro escrito da participação do fato ocorrido, das ações e
providencias do policial militar em ocorrência.
CAPÍTULO V
DAS FASES
Art. 5º A abordagem policial militar é dividida em três fases:
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I – Antes da abordagem: corresponde ao planejamento mental e plano de ação. Colher
informações e, a partir disso, definir e decidir as ações de cada policial militar.
II – Durante a abordagem: é a execução do plano de ação, no qual é realizada a busca
pessoal.
III – Após a abordagem: é a conclusão da abordagem. Nessa fase é tomada as medidas
cabíveis após ter sido finalizado os procedimentos da abordagem.
CAPÍTULO VI
DOS COMPORTAMENTOS DOS INDIVÍDUOS EM ATITUDE SUSPEITA
Art. 6º Por mais simples que seja, uma abordagem envolve diversos riscos, que exige
que o policial militar esteja, de forma impessoal e imparcial, sempre alerta a
comportamentos e atitudes, identificando possíveis riscos, avaliando as possibilidades e
controlando eventuais ameaças.
§1º A resistência e/ou agressão dos envolvidos em ocorrência está relacionada com a
natureza da ocorrência, o ânimos dos envolvidos, bem como na forma de proceder do
policial militar no seu atendimento.
§2º Um número considerável de atendimentos a ocorrências policiais são resolvidas por
meio da verbalização adequada do policial militar com o indivíduo. Por isso, o policial
militar necessita desenvolver a habilidade de comunicar-se claramente, bem como saber
empregar a energia necessária a cada ocorrência.
§3º Durante a abordagem os policiais militares não discutem entre si, nem com os
abordados. No caso do abordado resistir passivamente (não-cooperativo) ou ativamente
(agressor), bem como não atender às determinações o policial militar emprega os meios
necessários ao seu cumprimento.
Art. 7º As pessoas em atitude suspeita são divididas em três categorias:
I – Indivíduos com Atitude Positiva: são pessoas cooperativas, que não oferecem
resistência às ordens dos policiais. Não há necessidade do uso diferenciado da força.
II – Indivíduos com Atitude Meio Termo: são pessoas indecisas, passivamente não
cooperativas, que oferecem resistência parcial às ordens dos policiais, (resistência
passiva). Costumam agir de forma demorada e lenta, procurando uma oportunidade,
perguntando e conversando demasiadamente com intuito de desviar o foco da atenção
do policial, pedem para repetir as ordens e possuem mudança repentina de humor. Há
grande possibilidade de uso diferenciado da força.
III – Indivíduos com Atitude Negativa: são pessoas que não acatam às ordens dos
policiais, comportam-se de maneira ativamente não cooperativas (resistência ativa).
Estas podem tentar fugir, quando se tenta controlá-las, debater-se e agredir, podendo
reagir com chutes, socos, mordidas e cuspes. Inclusive podem utilizar uma arma contra
o policial. O policial militar não deve debater ou discutir com elas, mas contê-las e
imobilizá-las, o mais rápido possível para que sejam abordadas e, no caso de
cometimento de alguma infração penal, presas e conduzidas à Delegacia (DP). Deve-se
fazer o uso diferenciado da força, pois não há outra alternativa.
§ 1° A partir da necessidade o policial militar avalia a necessidade de emprego da
força, seja com o uso diferenciado da força, ou de forma progressiva ou regressiva, a
depender da atitude e estado dos indivíduos, bem como as circunstância da ocorrência
em cada caso concreto.
§ 2° Deve ser registrado em ocorrência policial militar eventual uso da força,
descrevendo o seu uso e o ocorrido, indicando as lesões decorrente da ação policial.
§ 3° A existência de lesões pré-existentes ou anteriores a abordagem policial no preso,
bem como aquelas decorrentes de autolesão devem ser reduzidas a termo na ocorrência
policial, sendo recomendável seu registro por meio de foto e/ou vídeo.
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CAPÍTULO VII
DOS NÍVEIS DE ALERTA
Art. 8º Os Níveis de Alerta compreendem os graus de comprometimento e atenção que
o policial deve adotar constantemente e independentemente de estar em atividade
policial ou não, onde a sua completa compreensão pode decidir e envolver situações
críticas e de ameaça.
I – Nível 01: é aquele em que todo policial militar armado deve estar, ou seja, atento a
tudo que o cerca, deve estar atento, precavido, mas não tenso; mantendo a vigilância
sobre as pessoas, lugares e ações ao seu redor. É o que denominamos “tensão soft” e
que pode ser mantido indefinidamente.
II – Nível 02: o policial militar tenta detectar ameaças em potencial, atribuindo-lhes
graduações e analisando eventuais abrigos, no caso da ameaça se concretizar. É o nível
ideal, porém somente para pequenos períodos, pois é altamente estressante.
III – Nível 03: é atingido, quando o policial militar já identificou a ameaça, engajou o
alvo e procura um abrigo e/ou uma situação vantajosa, pronto para responder a um
ataque.
IV – Nível 04: a situação é tão crítica que ao policial militar nada mais resta a não ser
fazer uso de sua arma na defesa própria ou de outrem, quando cessarem todos os outros
meios técnicos exigidos.
Parágrafo único. A condição de ser policial militar implica incorporar, na sua forma de
pensar e agir, o espírito de sobrevivência, proteger-se, buscar sua segurança e a de
outrem, não ser surpreendido e sempre se colocar em posição de vantagem ou favorável
em face de eventual agressor ou situação adversa. Exercendo espontanemante ações e
rotinas de segurança em seu dia-a-dia. Atentar-se para nunca presumir a ausência de
ameaça, durante ou fora do serviço, visto que a condição de policial exige sempre um
mínimo estado de atenção ao ambiente, as pessoas e as circunstâncias à sua volta.
CAPÍTULO VIII
NÍVEIS DE ABORDAGEM POLICIAL MILITAR
Art. 9º Os Níveis de Abordagem são determinados levando-se em consideração fatores
de suspeição, que se traduzem em maiores ou menores riscos para os policiais:
I – Abordagem Nível 01: é o tipo de abordagem mais simples. Normalmente feita para
alguma orientação do policial militar ao indivíduo e sem contato físico para efetuar a
busca pessoal.
II – Abordagem Nível 02: é o tipo de abordagem levada a efeito quando há alguma
fundada suspeita. Não há certeza que os abordados estão envolvidos em situações
delituosas. Durante esta abordagem, é realizada a busca pessoal.
III – Abordagem Nível 03: é o tipo de abordagem na qual há fortes indícios de que os
suspeitos tenham praticado algum tipo de delito. Nessa abordagem, a busca é mais
minuciosa, devendo ser feita uma busca mais detalhada no interior de veículos, além da
conferência da numeração do chassi e dos antecedentes criminais.
IV – Abordagem Nível 04: é aquela quando os abordados estão em situação de
flagrante. Os policiais realizam o enquadramento dos indivíduos suspeitos, colocando-
os ajoelhados ou deitados sob o solo, com as mãos sobre a cabeça, momento em que
serão algemados e posteriormente revistados.
§1º O nível de abordagem pode iniciar pelo nível nº 01 e terminar no mais elevado ou
vice-versa. Logo, a atenção deve ser mantida em todos os níveis de abordagem.
§2º Mesmo durante uma abordagem nível 01, os policiais militares devem sempre
primar pela sua segurança. Em hipótese alguma deixa a sorte ou a rotina prevalecerem
perante o correto uso das técnicas e táticas policiais e da Doutrina de ROTAM.
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§3º O policial militar deve ter exercer o nível de energia necessário a cada abordagem,
atentando-se para a posição do armamento (arma no coldre, pronto baixo e pronto alto)
que deve estar de acordo e ser proporcional à situação, suspeição e risco da abordagem.
CAPÍTULO IX
TÉCNICAS DE ABORDAGEM A PESSOAS
Art. 10. A abordagem é sempre um momento crítico, tanto para a pessoa abordada
quanto para o policial militar, pois este nunca sabe ao certo o que irá encontrar.
Parágrafo único. A busca pessoal é realizada com base em pessoas em atitude suspeita,
entretanto isso não quer dizer que o abordado seja um criminoso. A ação visa, antes de
qualquer coisa, a prevenção de infração penal ou administrativa e incivilidades.
Art. 11. O cidadão abordado deve ser orientado a colaborar da seguinte forma com a
abordagem, devendo ainda lembrar-se que a ação é para sua própria segurança,
devendo:
I – Obedecer prontamente à solicitação do policial militar de parada, estando a pessoa a
ser abordada á pé, em veículo ou qualquer outro meio de deslocamento.
II – Se estiver em veículo, o abordado deve parar, desligar o veículo e esperar a ordem
do policial militar.
III – Responder de forma direta e objetiva às perguntas feitas pelo policial militar.
IV – Ter em mãos documentos pessoais e do veículo, caso seja solicitado.
V – Procurar deixar as mãos em lugar visível o tempo todo e não realizar movimentos
bruscos.
VI – Sair do veículo, caso o policial militar solicite. A busca no interior do automóvel
visa verificar se há existência de armas, drogas ou objetos roubados ou mesmo observar
se o condutor ou outro ocupante do carro está na condição de refém.
VII – Se o cidadão estiver a pé, é provável que seja solicitado colocar as mãos na
cabeça. Este procedimento é uma técnica convencional de prevenção do policial militar,
caso o abordado tenha intenção de reagir ou mesmo agredir o policial.
VIII – Permanecer na posição determinada, até que o policial militar termine a ação de
busca ou revista pessoal.
IX – Se desejar algum esclarecimento por parte do policial militar, esperar até o término
da ação.
Art. 12. O cidadão deve lembrar-se sempre que: a abordagem policial militar é
necessária para a sua segurança e de sua família, esta orientação deve sempre ser
passada ao cidadão.
Art. 13. A busca sempre se inicia pela cintura do abordado até que seja realizada a busca
preliminar em todo seu corpo. Se estiver de chapéu, boné, peruca ou similar, o policial
militar deve retirá-lo, a fim de inspecioná-los devidamente, evitando-se colocar os
objetos do abordado no chão. Da mesma forma, o policial militar não deve colocá-los
sobre o capô ou teto do veículo ou viatura da ROTAM, a fim de se evitar danos como
amassados ou riscos na pintura.
Art. 14. As ocorrências e, principalmente, as abordagens devem ser feitas agindo com
correta e educada verbalização, visto que o indivíduo envolvido, pode ser um cidadão
ou infrator, devendo ser tratado com respeito e dignidade. O policial não pode fazer uso
de termos não técnicos ou fazer comentários de cunho pessoal, dar opiniões ou emitir
preferências pessoais, em hipótese alguma.
Art. 15. Durante as abordagens, não se deixam os abordados com qualquer objeto em
suas mãos, tais como mochila, bonés, celulares, capacetes, bolsas, entre outros. O
domínio das mãos tem que sempre ser evidentes, pois caso o abordado tente uma
reação, esta será efetuada com as mãos, além disso, os objetos portados podem homiziar
armas.
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Art. 16. A aproximação dos policiais militares deve sempre observar a técnica de não
posicionamento na linha de fogo entre eles.
Art. 17. Os abordados devem ser posicionados de costas para os policiais militares, as
mãos na cabeça, dedos entrelaçados na nuca, um ao lado do outro, pernas abertas e
olhando para frente.
Art. 18. Não deve haver conversa entre os suspeitos, e caso haja dúvidas, os abordados
devem ser inquiridos separadamente, para posterior confrontação de suas alegações.
Art. 19. Para aumentar o grau de segurança da busca pessoal, o policial militar
responsável pela revista deve dominar o suspeito, segurando os seus dedos atrás da
nuca, a fim de evitar qualquer fuga ou reação por parte dos indivíduos a serem
revistados.
Art. 20. No instante da busca pessoal, os seguranças da abordagem não podem realizar o
engajamento deste abordado submetido ao procedimento, sob pena, caso seja necessário
neutralizá-lo, de alvejar o Homem-Busca. O Comandante-da-Guarnição (Primeiro-
Homem) e o Homem-Segurança (Terceiro-Homem) posicionam-se em lados opostos
dos abordados, realizando a segurança do Homem-Busca (Quarto-Homem) que efetua a
busca pessoal. Enquanto isso, o Motorista (Segundo-Homem) faz a segurança do
perímetro da abordagem, permanecendo atento às proximidades e controlando a
aproximação de outras pessoas.
Art. 21. Quanto à posição dos armamentos, após efetuado o controle das mãos dos
abordados e dependendo do nível de alerta da abordagem, os policiais militares devem
permanecer com as armas na Posição 3, pronto baixo.
Art. 22. Caso o abordado ofereça risco aos policiais militares ou a terceiros ou esteja em
flagrante de ocorrência policial de médio ou grande potencial ofensivo, considerando o
disposto sobre níveis de alerta, de abordagem e diretrizes sobre o uso da força, deverá
ser submetido ao nível de força necessário para que extinga ou minimize ao máximo o
risco da ação policial. Neste caso, o policial militar informar a guarnição tratar-se de
“NÍVEL 3”, sendo determinado aos abordados que deitem no chão com as mãos na
cabeça, sendo então algemados e posteriormente realizada a busca pessoal, ainda mais
atenta de cada abordado.
Parágrafo único. Com o controle do risco, após a abordagem de todos os envolvidos,
esclarecida a situação e os autores da infração penal serão conduzidos imobilizados à
Delegacia.
CAPÍTULO X
BUSCA PESSOAL
Art. 23. Busca pessoal é aquela levada a efeito na própria pessoa, sendo realizada a
inspeção do corpo, das vestes, incluindo toda a esfera de imediata custódia da pessoa,
tais como os objetos que traga consigo e os veículos em sua posse.
§1º É realizada, quando houver fundada suspeita de que alguém traga e/ou oculte
consigo arma proibida, coisas achadas ou obtidas por meios criminosos, ou ainda para
colher elementos de convicção, diante de indícios de infrações penais ou
administrativas.
§2º Envolve as roupas, o veículo, bolsas, carteiras, os pertences móveis que esteja
carregando, bem como o próprio corpo.
§3º Carteira, bolsa e afins são inspecionados às vistas dos proprietários desses bens,
sobretudo, os valores em espécie são contatos e inspecionados da mesma forma.
Art. 24. O procedimento de busca pessoal é a técnica policial de inspeção por meio, via
de regra, de inspeção visual e tátil, eventualmente, auxiliada por detector de metias e/ou
outras tecnologias em face do indivíduo em atitude suspeita, sendo considerado um
momento crucial pela possibilidade de risco oferecido pelo abordado. Portanto, o
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abordado deve ficar com as costas voltadas para a guarnição, mãos na cabeça com os
dedos entrelaçados, pernas afastadas e olhando para frente, devendo um abordado estar
ao lado do outro quando for mais de um abordado.
Art. 25. Durante a busca pessoal, o policial militar deve ter total domínio sobre o
abordado. Assim, antes de iniciar a busca pessoal propriamente dita, deve certificar-se
que o abordado está desequilibrado e totalmente sob controle. Em seguida, deve retirar
o abordado da linha dos outros abordados, efetuando um passo a retaguarda com o
abordado em relação à posição dos outros e, após proceder sua busca pessoal, retorná-lo
para a linha ao final da busca pessoal.
Art. 26. O policial militar deve adotar uma sequência lógica para executar a busca
pessoal, sempre iniciando pela cintura, de forma que não perca o sentido do
deslizamento pelo corpo do abordado. Não proceder apalpações ou atos similares, pois
objetos podem deixar de ser detectados.
Parágrafo Único. Ao proceder à busca pessoal do abordado o policial militar deve
perguntar se o abordado está portando algum objeto cortante, como agulha e outros, no
caso de resposta positiva para proceder a inspeção ainda com maior prudência para
evitar eventual contaminação.
Art. 27. A busca pessoal são basicamente duas: a preliminar e a minuciosa, sendo ambas
cuidadosas, no entanto a segunda mais completa e invasiva em relação ao abordado.
Art. 28. A busca pessoal preliminar, superficial ou ligeira normalmente é preventiva,
representando um procedimento que antecede busca minuciosa. Esse procedimento visa
localizar armas que estejam de fácil acesso, ao alcance das mãos do abordado para
possível reação, reduzindo os riscos à vida na ação policial, a tensão e a adrenalina no
cenário da abordagem por parte da guarnição. Em seguida, o Homem-Busca retorna e
executa a busca de forma mais detalhada.
Art. 29. A busca pessoal minuciosa, completa ou lenta é a verificação detalhada do
corpo do revistado, mediante a retirada de casacos, bermudas ou calças (quando houver
mais de uma), sapatos ou tênis, bonés, cordões dentre outros acessórios que podem ser
utilizados para ocultar ilícitos. Além da verificação cuidadosa dos objetos e pertences
por ele portados, é observado o interior da boca, nariz e ouvido, a região coberta pelos
cabelos, barba e bigode (se houver), entre os dedos, embaixo dos braços e ainda nas
partes íntimas do abordado, ou seja, entre as pernas e as nádegas e, no caso de mulher
submetida à busca, também embaixo dos seios e entre eles, sendo todo o procedimento
realizado preferencialmente com auxílio do próprio abordado (autobusca), requisitado a
colaborar. Está mais voltada à localização de objetos ilícitos de menor volume, como
substâncias entorpecentes, cheques e cartões de crédito roubados, documentos falsos,
entre outros.
Art. 30. A tangibilidade corporal é um aspecto importante a ser considerado em razão
do compreensível e inevitável eventual desconforto na situação do revistado ao toque de
pessoas estranhas. Na busca pessoal preliminar, o policial realiza o tateamento
superficial sobre o corpo do revistado, principalmente na linha de cintura, por ser a
região mais provável de se portar arma e de maior acessibilidade, em movimentos
rápidos e precisos de mãos treinadas para essa finalidade.
Art. 31. Na busca minuciosa, além do tato, o sentido da visão é muito utilizado também,
principalmente, se for necessário despir o abordado. A participação que se espera do
abordado diz respeito à observância das orientações e determinações que lhe são
passadas, em sequência, como por exemplo: abrir a boca, passar o próprio dedo dentro
da sua boca, levantar os braços, agachar-se, abrir as pernas, abrir os dedos dos pés,
dentre outras.
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Parágrafo único. Essa modalidade de busca pessoal deve estar devidamente
fundamentada em indício de crime, bem como ser realizada no local mais apropriado
possível para evitar, na medida do possível, exposições desnecessárias ao abordado,
sem prejuízo ou retardamento da diligência policial.
CAPÍTULO XI
BUSCA E ABORDAGEM PECULIARES
Seção I
Da Abordagem ao Público com Especificidades
Art. 32. A abordagem a suspeitos do sexo feminino, público LGBTI, crianças e
adolescentes, idosos e possuidores de alguma deficiência deve observar algumas
peculiaridades, na medida do possível e sem comprometer a segurança dos envolvidos e
do público externo à abordagem.
Parágrafo único. Quando em meio aos abordados houver alguém do público constante
do caput, este deve ser posicionado na extremidade da linha de abordados, onde estiver
posicionado o Comandante-da-Guarnição, conforme a necessidade do caso.
Subseção I
Da Abordagem à Mulher
Art. 33. A busca pessoal em mulheres é feita por policial militar do sexo feminino.
Excepcionalmente, o Código de Processo Penal, em seu artigo 249, prevê as hipóteses
de o policial militar do sexo masculino proceder busca pessoal em mulheres nos casos
de retardamento ou prejuízo da diligência. Nesses casos, é recomendável que o policial
militar, na ausência de policial militar do sexo feminino, determina à mulher em atitude
suspeita como será realizado o procedimento de autobusca.
§1º Da mesma forma, preferencialmente, a busca em homens deve ser realizada,
preferencialmente, por policial militar do sexo masculino.
§2º Na busca minuciosa, a policial militar feminina deve observar atentamente cabelos,
seios e órgãos genitais da abordada, devido à possibilidade de conterem drogas, arma
e/ou outros objetos ilícitos.
§3º Quando a busca pessoal em mulheres é realizada por policial militar do sexo
masculino, este deve determinar que a abordada realize a autobusca. Procedimento no
qual o policial militar realiza a busca pessoal em pessoa do sexo feminino sem tocá-la,
apenas orientando os procedimentos que devem ser adotados.
§4º O abordado armado não deve pegar a arma para o policial militar. Por mais difícil
ou escondida que esteja, é o policial militar quem retira a arma e a coloca fora do
alcance do indivíduo preso.
§5º O abordado armado, seja do sexo feminino ou masculino, não deve pegar ou
entregar a arma para o policial militar, por mais difícil ou escondida que esteja,
necessariamente, o policial militar é quem retira a arma e coloca fora do alcance do
preso.
Art. 34. É vedado emprego de algemas em mulheres presas em qualquer unidade do
sistema penitenciário nacional durante o trabalho de parto, no trajeto da parturiente
entre a unidade prisional e a unidade hospitalar e após o parto, durante o período em que
se encontrar hospitalizada, conforme Decreto Federal n° 8.858, de 26 de setembro de
2016.
Art. 35. Recomenda-se que a condução de mulheres detidas no interior de viaturas
policiais não sejam realizadas em compartimento comum com homem, salvo nos casos
de comprometimento à segurança da guarnição, dos detidos, de terceiros e retardamento
ou prejuízo da diligência.
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Subseção II
Da Abordagem a LGBTI
Art. 36. O público LGBTI ou outras denominações de gênero, por óbvio, tem os
mesmos direitos que todas as pessoas, não podendo ser desrespeitada ou humilhada.
§1º O policial militar deve respeito à orientação sexual individual, não cabendo
gracejos, comentário, opiniões ou preferências pessoais ou críticas indevidas.
§2º A manifestação de afeto, em público, entre pessoas heterossexuais ou
homossexuais não constitui crime, desde que não seja caracterizado como ato obsceno
ou atentado violento ao pudor.
§3º Após a identificação documental deve-se evitar repetir em voz alta o nome de
registro da pessoa abordada, evitando constrangimento, salvo para proceder na
verificação da real identificação do abordado, no caso de haver indício de tentativa de
ocultação ou ludíbrio. No entanto, discrição é essencial na solicitação de
esclarecimentos, devendo o policial militar passar a chamá-lo pelo nome feminino ou
masculino, a partir do momento que seja informado.
§4º Contudo, deve-se avaliar o grau de risco, considerar as diferenças de porte físico,
segurança no cenário da abordagem, dentre outros fatores no contexto.
§5º A documentação produzida pelo policial militar deve constar o nome de registro da
cédula de identidade, bem como o nome social informado.
§6º Quanto à busca em bolsas, embrulhos, dentre outros que a mulher estiver portando,
são inspecionados no intuito de localizar armas, drogas ou objetos ilícitos na presença e
sob o visual da portadora.
Art. 37. A abordagem policial é baseada, inicialmente, na teoria da aparência, ou seja,
como a pessoa se apresenta visualmente ou em seu comportamento, seja uma aparência
feminina ou masculina.
§1° Aquelas pessoas que têm a aparência masculina são submetidas a busca pessoal por
policiais militares do sexo masculino, já aquelas pessoas que têm a aparência feminina
são submetidas a busca pessoal por policiais militares do sexo feminino, conforme se
depreende neste caso, à luz do Código de Processo Penal, em seu artigo 249, que
resguarda o não retardamento ou prejuízo da diligência.
§2° Ao realizar busca pessoal em pessoas do público LGBTI,os policiais militares
devem avaliar as circunstâncias da ocorrência, bem como os aspectos pessoais do
abordado, como compleição física e o estado de ânimo, de modo a resguardar a
segurança da guarnição policial, dos abordados e terceiros, observando as
peculiaridades do abordado na medida do possível.
Subseção III
Da Abordagem à Criança e Adolescente
Art. 38. As ações policiais envolvendo crianças, pessoas com até 12 (doze) anos de
idade incompletos, e adolescentes, pessoas entre 12 (doze) e 18 (dezoito) anos de idade
incompletos, deve observar o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
§1° São consideradas crianças as pessoas com até 11 (onze) anos de idade, já os
adolescentes são aqueles com idade de 12 (doze) anos até 17 (dezessete) anos.
§2º O ECA sujeita os menores de idade a medidas protetivas ou sócio-educativas, além
de conceituar sua ação criminosa, seja crime ou contravenção, como ato infracional.
Quando encontrados na conduta descrita como ato infracional, serão apreendidos e, de
imediato, conduzidos à Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA). Portanto, não se
pode afirmar, tecnicamente, que menor de idade comete crime, nem é preso, mas sim
que comete ato infracional análogo aos crimes ou infrações de menor potencial ofensivo
previstos no Código Penal ou Legislação Esparsa e, portanto, sujeito à apreensão e ao
Procedimento Apuratório de Ato Infracional (PAAI).
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§3º Quanto ao uso de algemas, estas somente deve ser utilizadas em casos de
resistência, de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou
alheia, devendo tal medida ser justificada por escrito, conforme prescrito na Súmula
Vinculante 11 do Supremo Tribunal Federal (STF) e no art. 2° do Decreto Federal n°
8.858, de 26 de setembro de 2016.
Art. 39 Não deverão ser conduzidas no interior de cubículos, conforme o Estatuto da
Criança e do Adolescente, ressalvada as circunstâncias da ocorrência, bem como
aspectos pessoais do abordado, como compleição física e o estado de ânimo, de modo a
resguardar a segurança da guarnição policial, dos apreendidos e terceiros.
Parágrafo único. É recomendável ainda nas conduções separar as crianças e os
adolescentes dos adultos.
Subseção IV
Da Abordagem ao Idoso
Art. 40. A busca pessoal em idosos dever ser realizada observando-se a proteção de sua
vida, sua dignidade, sua saúde e sua integridade física, psíquica e moral, conforme o
Estatuto do Idoso.
§1° .São considerados idosos aquelas pessoas com 60 anos ou mais de idade.
§2° .O policial militar deve estar atento a eventuais fragilidades e limitações de saúde,
sobretudo, dos idosos que eventualmente sejam presos em flagrante delito, evitando-se,
na medida do possível, seu algemamento e colocá-lo no cubículo da viatura.
§3º Ao realizar a busca policial militar em pessoas idosas, deve-se buscar utilizar, na
medida do possível e quando oportuno, termos respeitosos como Senhor e Senhora ou
pelo nome da pessoa abordada. Nunca utilizar termos que possam ser considerados
pejorativos tais como tio, velho, coroa, vovô, etc.
§4º O policial militar deve lembrar-se das limitações físicas, auditivas e visuais da
pessoa idosa e adotar procedimentos compatíveis com tais dificuldades (verbalizar
pausada e articuladamente, evitar colocar de joelho ou deitado, algemar com mãos para
traz, etc.).
Subseção V
Da Abordagem à Pessoa com Deficiência (PcD)
Art. 41. É recomendável que o policial militar ao abordar pessoas com deficiência 2, seja
motora, auditiva e/ou de fala, visual ou mental, que emprego outros meios de
comunicação, como gestos e sinais, para facilitar a comunicação com os abordados.
§1º Os policiais militares devem realizar a busca pessoal nos portadores de
necessidades especiais sempre observando as limitações de cada um, sem deixar de
atentar a segurança necessária à ação policial.
§2º Na busca realizada em cadeirante, após o procedimento na região de cintura, deve-
se perguntar a este se tem condições de levantar seu corpo na cadeira de rodas. Se tiver,
o policial militar verifica embaixo de seu corpo. Se o deficiente não tiver condições de
se levantar, o policial militar deverá auxiliá-lo e/ou requisitar ajuda para tal. Ao
terminar a busca pessoal no cadeirante, o policial militar deve realizar a vistoria nas
outras partes da cadeira de rodas como compartimentos, almofadas, tubos e etc., a fim
de verificar a presença de objetos ilícitos.
§3º Na abordagem à pessoa surda o policial militar responsável pela comunicação deve
comunicar-se utilizando apenas a mão fraca, de forma que sua arma continue em
condições de pronta resposta. A principal regra e se fazer entender e quanto aos demais
procedimentos seguem os descritos para a busca no geral.
2
Segundo o IBGE/2000, no Brasil, existem 24 (vinte e quatro) milhões de pessoas com deficiência, o que equivale a um percentual
superior a 10% (oito por cento) do universo da população brasileira.
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§4º O policial militar deve lembrar que não adianta gritar com o deficiente auditivo,
mas deve procurar articular melhor as palavras para favorecer a leitura labial.
§5º Após todas as averiguações feitas e nada de irregular encontrado, os documentos
são devolvidos aos abordados pelo Comandante-da-Guarnição, sendo que recomendável
que este agradece à colaboração, informa a causa, motivo ou circunstância da ação
policial e libera os abordados.
CAPÍTULO XII
DO USO DE ALGEMAS
Art. 42. Somente é lícito o uso de algemas em face de presos ou terceiros, nos seguintes
casos, conforme prescrito na Súmula Vinculante n° 11 do Supremo Tribunal Federal
(STF) e no art. 2° do Decreto Federal n° 8.858, de 26 de setembro de 2016:
I – Perigo à integridade física própria ou alheia.
II – Em caso de Resistência.
III – Fundado Receio de Fuga.
Parágrafo único. O algemamento é medida excepcional, portanto, deve ser registrado
com a devida justificativa por escrito em documento próprio e/ou ocorrência policial.
CAPÍTULO XIII
CONDUÇÃO DE ENVOLVIDOS EM OCORRÊNCIA
Art. 43. É recomendável que os envolvidos em ocorrência, à princípio, entendidos na
condição de acusado, vítima ou testemunha, sejam submetidos à busca pessoal antes de
adentrarem a viatura policial para garantir a segurança da guarnição policial e dos
envolvidos.
Parágrafo único. O acusado envolvido na ocorrência deve, necessariamente, ser
submetido à cuidadosa busca pessoal, bem como, via de regra, ser conduzido no
cubículo da viatura para a DP.
CAPÍTULO XIV
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 44. Nas ações e abordagens policiais não se pode permitir que forças internas ou
externas à ocorrência, obstaculizem, retardem ou impeçam o procedimento policial.
Art. 45. Os casos omissos são resolvidos pelo Comandante da ROTAM.
Parágrafo único. Durante o andamento da atividade-fim, cabe ao OFICIAL-DE-DIA ao
Batalhão de ROTAM a solução dos casos omissos, além de reportar ao Comando da
ROTAM a necessidade de resolver eventuais omissões ou a necessidade de
padronizações.
Art. 46. Esta Norma entra em vigor na data de sua publicação.
SEI Nº 00054-00051787/2019-05
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ANEXO DA NGA ROTAM N° 3, DE 18 DE JUNHO DE 2019
Nas abordagens que existam mulheres a serem abordadas, essas devem ser
posicionadas dentro da linha de abordagem ao lado que se encontra o Comandante-da-
Guarnição. Esse procedimento é realizado para evitar do Comandante-da-Guarnição
perder o contato visual das mulheres abordadas, antes da busca pessoal, caso elas
fiquem ao lado oposto.
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1. ABORDAGEM A TRANSEUNTES DO LADO DIREITO DA VIATURA
“POLÍCIA, PARADO!
MÃOS NA CABEÇA,
DE COSTA PRA MIM,
UM AO LADO DO OUTRO (no caso de mais de um abordado),
AFASTE(M) AS PERNAS,
OLHE(M) PARA FRENTE!”
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Ato contínuo, o Motorista desembarca, fecha a porta e assume sua função de
segurança de perímetro no cenário da abordagem, permanecendo durante esse período
com sua arma na Posição 3, pronto baixo.
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Durante a busca pessoal, o Comandante-da-Guarnição faz a segurança na
lateral esquerda da linha dos abordados, sempre atento aos suspeitos que ainda não
foram submetidos à busca pessoal pelo Homem-Busca. Pode verbalizar e reforçar as
ordens aos abordados, para permanecerem na posição adequada a abordagem,
permanecerem em silêncio, etc.
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Se nada de ilícito for constatado, o Homem-Busca retorna ao seu
posicionamento inicial e informa ao Comandante-da-Guarnição para fins de liberação.
Este devolverá a documentação pessoal ao abordado, agradece a cooperação e informa o
motivo da abordagem policial. Então, o Comandante-da-Guarnição determina que todos
fiquem de costas para viatura, um ao lado do outro, com as mãos para trás e informa que
quando a viatura sair o(s) abordado(s) estão liberado(s).
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Com a parada da viatura, o Motorista e Homem-Segurança, permanecem
embarcados com o armamento na Posição 4, pronto alto, engajando o(s) abordado(s).
Então, o Homem-Segurança fará a seguinte verbalização:
“POLÍCIA, PARADO!
MÃOS NA CABEÇA,
DE COSTA PRA MIM,
UM AO LADO DO OUTRO (no caso de mais de um abordado),
AFASTE(M) AS PERNAS,
OLHE(M) PARA FRENTE!”
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Em seguida, o Motorista desembarca, fecha a porta e assume sua função de
Segurança de Perímetro no cenário da abordagem, permanecendo durante esse período
com sua arma na Posição 3, pronto baixo.
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Na função de segurança de perímetro, se o Motorista julgar necessário realizar
a inclusão de mais um indivíduo na linha de abordagem, receberá apoio do policial
militar mais próximo de sua posição no instante da inclusão. Neste momento, o
Homem-Busca para a busca pessoal, se afasta dos abordados, saca sua arma e passa a
realizar a segurança da abordagem, juntamente com o outro Policial que não estiver
auxiliando o Motorista.
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O Comandante-da-Guarnição desloca-se para a viatura e permanece no semi-
embarque, juntamente com o Homem-Segurança e o Homem-Busca, momento no qual
diz “HOPP”, expressão que indica o embarque de todos ao mesmo instante. O
deslocamento somente será iniciado após a informação do Homem-Busca da condição
de pronto.
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O Homem-Segurança e o Homem-Busca ficam no semidesembarque com o
armamento na Posição 3, pronto baixo, fazendo a segurança dos flancos esquerdo e
direito respectivamente e retaguarda da viatura, inclusive, atentando quanto à
sinalização e balizamento do trânsito.
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Nesse momento, o Comandante-da-Guarnição desembarca, fecha a porta e
inicia a progressão (deslocando-se ligeiramente para direita), de maneira que o Homem-
Busca ao aproximar-se fique ao seu lado esquerdo. Avança em direção do(s)
abordado(s) na Posição 4, pronto alto, engajando o(s) suspeito(s).
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efetuando uma caminhada tática do lado direito do veículo, “varrendo-o”, com o
armamento na Posição 4, pronto alto, utilizando-se da técnica de fatiamento, que
consiste na tomada de ângulo gradual do compartimento a ser observado, visto que o
perigo é iminente e o interior do veículo ainda não foi verificado.
BUSCA PESSOAL
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Na função de segurança de perímetro, se o Motorista julgar necessário realizar
a inclusão de mais um indivíduo na linha de abordagem, receberá apoio do policial
militar mais próximo de sua posição no instante da inclusão. Neste momento, o
Homem-Busca para a busca pessoal, se afasta dos abordados, saca sua arma e passa a
realizar a segurança da abordagem juntamente com o outro policial militar que não
estiver auxiliando o Motorista.
Ao término da busca pessoal ao(s) suspeito(s), caso nenhum ilícito tenha sido
constatado, o Homem-Busca verbaliza ao Comandante-da-Guarnição: “LIMPO!”,
palavra que indica que nada de ilícito foi encontrado.
Caso seja encontrado algum objeto ilícito como armas e drogas, o Homem-
Busca verbaliza ao Comandante-da-Guarnição informando-o de maneira discreta a
localização do ilícito, momento em que o Comandante-da-Guarnição, analisando o nível
de abordagem e identificando o risco de fuga ou ameaça a segurança da guarnição, pode
adotar a conduta de colocar o(s) abordado(s) de joelho(s) ou deitado(s) no chão para fins
de prisão e algemamento.
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Busca, lembrando sempre de manter o contato visual com todos os policiais militares,
sem deixar de desempenhar a função de segurança.
VARREDURA NO PORTA-MALAS
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Caso não seja localizado qualquer objeto ilícito, armas ou drogas no interior do
veículo, o Homem-Busca verbaliza ao Comandante-da-Guarnição: “LIMPO!”, palavra
que indica que nada de ilícito foi encontrado.
LIBERAÇÃO DO VEÍCULO
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Assim que o Comandante-da-Guarnição iniciar a verbalização para liberação
do(s) abordado(s), o Motorista embarca e prepara a viatura para a saída.
Se houver arma, geralmente essa fica com o carona, escondida debaixo de suas
vestes. É necessária a cautela redobrada, pois este veículo propicia uma agilidade ao
carona podendo estimular uma reação imediata com disparo de arma de fogo contra a
viatura. A motocicleta facilita a fuga em qualquer terreno.
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Os Policiais fazem o semidesembarque e o Comandante-da-Guarnição inicia a
verbalização com o armamento na Posição 4, pronto alto, juntamente com o Motorista
(Posição 4, pronto alto), utilizando-se da coluna da viatura como barricada,
demonstrando força e inibindo uma possível reação. E, ainda que esta ocorra, facilita
uma resposta rápida, garantindo a segurança da guarnição.
“DESÇA(M) DA MOTOCICLETA,
MOTORISTA COM A CHAVE NA MÃO,
NÃO RETIRE(M) O CAPACETE E COLOQUE(M) SUAS MÃOS SOBRE ELE!
ATRÁS DA MOTO,
DE COSTAS PRA MIM,
UM AO LADO DO OUTRO (caso existam mulheres no grupo, deverão ser
posicionadas à direita de todos, com as mãos na cabeça),
AFASTE(M) AS PERNAS,
OLHANDO PARA FRENTE!”
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Nesse momento, o Comandante-da-Guarnição desembarca, fecha a porta e
inicia a progressão (deslocando-se ligeiramente para direita), de maneira que o Homem-
Busca ao aproximar-se fique ao seu lado esquerdo. Avança em direção do(s)
abordado(s) na Posição 4, pronto alto, engajando o(s) suspeito(s).
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O Homem-Busca posiciona-se entre o Comandante-da-Guarnição e o Homem-
Segurança, coloca a arma no coldre, travando-o e procede a busca pessoal, iniciando-a
pelo abordado do lado oposto ao que o Comandante-da-Guarnição se encontra (caso
tenha mais de um), de forma que este fique na segurança geral e tenha um ângulo que
possibilite maior visualização e controle sobre a abordagem.
Ao término da busca pessoal ao(s) suspeito(s), caso nenhum ilícito tenha sido
constatado, o Homem-Busca determina individualmente ao abordado que destrave a
jugular do capacete, de forma que possa ser retirá-lo da cabeça e inspecioná-lo. Deve ser
realizada a busca no capacete e após esse procedimento, ele deve ser colocado em local
que não possa ser danificado e tampouco fique ao alcance dos abordados.
Caso seja encontrado algum objeto ilícito como armas e drogas, o Homem-
Busca verbaliza ao Comandante-da-Guarnição informando-o de maneira discreta a
localização do ilícito, momento em que o Comandante-da-Guarnição, analisando o nível
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de abordagem e identificando o risco de fuga ou ameaça a segurança da guarnição,
poderá adotar a conduta de colocar o(s) abordado(s) de joelho(s) ou deitado(s) no chão
para fins de prisão e algemamento.
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Caso não seja localizado qualquer objeto ilícito, armas ou drogas no veículo, o
Homem-Busca verbaliza ao Comandante-da-Guarnição: “LIMPO!”, palavra que indica
que nada de ilícito foi encontrado.
LIBERAÇÃO DO VEÍCULO
Esta abordagem ocorrerá nas Vans do transporte coletivo e/ou nas Vans de
transporte escolar, enquanto que a abordagem nos outros tipos de Vans ocorre de igual
modo a dos veículos utilitários.
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Identificada a atitude suspeita e decidida a realização da abordagem, os
Policiais devem ficar atentos à reação do(s) suspeito(s) e observar se algum objeto é
arremessado, jogado para fora do veículo ou exposto por este(s), lembrando-se sempre
que o perigo vem das mãos.
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Nessa abordagem não há o semidesembarque e os Policiais desembarcam
imediatamente.
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Os três policiais, Comandante-da-Guarnição, Homem-Busca e Homem-
Segurança fazem a aproximação, em coluna, na Posição 3, pronto baixo, (ressaltando
que, a depender do nível de abordagem, essa progressão poderá ser realizada na Posição
4, pronto alto, a fim de preservar a segurança da guarnição), usando a técnica da
caminhada tática e terceiro olho.
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O Homem-Segurança coloca sua arma em Posição 03, pronto baixo e se
posiciona a retaguarda do(s) abordado(s), pelo lado esquerdo, para exercer sua função,
sem deixar de observar os ocupantes dentro da van.
Ao término da busca pessoal ao(s) suspeito(s), caso nenhum ilícito tenha sido
constatado, o Homem-Busca verbaliza ao Comandante-da-Guarnição: “LIMPO!”,
palavra que indica que nada de ilícito foi encontrado.
Caso seja encontrado algum objeto ilícito como armas, drogas, o Homem-
Busca deve conter de forma individual o indivíduo que se encontrava com tal objeto,
haja vista tratar-se de veículo coletivo, onde as pessoas não necessariamente têm
vínculos umas com as outras, verbaliza ao Comandante-da-Guarnição informando-o de
maneira discreta a localização do ilícito, momento em que o Comandante-da-Guarnição
adota as medidas cabíveis para prisão e algemamento do indivíduo.
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O Comandante-da-Guarnição determina que o(s) abordado(s) abaixe(m) as
mãos e as coloquem para trás, que o condutor da van se posicione a frente do veículo,
em uma distância suficiente e segura, acompanhando visualmente a abordagem, e que
o(s) passageiro(s) abordado(s) siga(m) em direção à retaguarda da van, onde o
Motorista o(s) organiza, determinando que permaneçam em silêncio e o(s) mantém em
observação.
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O cobrador é o último a descer (trazendo consigo dinheiro e pertences) e ser
revistado. Após a busca pessoal, deverá abrir a porta lateral, mediante ordem do
Comandante-da-Guarnição e aguardar ao lado do condutor.
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Caso não seja localizado qualquer objeto ilícito, armas ou drogas no interior do
veículo, o Homem-Busca verbaliza ao Comandante-da-Guarnição: “LIMPO!”, palavra
que indica que nada de ilícito foi encontrado.
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Com a chegada de mais uma guarnição a 04 policiais, as funções na abordagem
são dobradas e os Homens-Busca iniciam o procedimento de busca pessoal, do centro
da linha de abordados para as extremidades. O Comandante-da-Guarnição da segunda
guarnição fica na custódia do condutor da van, após a busca pessoal, e permanece atento
à segurança do perímetro à frente do veículo abordado. O Homem-Segurança da
segunda viatura executa a sua função mais próximo do Homem-Busca, enquanto o
Homem-Segurança da primeira viatura permanece na extremidade da linha dos
abordados oposta a do Comandante-da-Guarnição, observando também os passageiros
no interior do veículo. O Motorista da segunda viatura dobra a função com o da
primeira viatura, enquanto mantém o(s) já abordado(s) em observação ao lado da
viatura, ficando atentos à segurança do perímetro da abordagem a todo tempo.
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procedimentos previstos para gerenciamento de crise, sendo essencial comunicar os
fatos ao COPOM.
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Os três patrulheiros táticos, Comandante-da-Guarnição, Homem-Busca e
Homem-Segurança fazem a aproximação, em coluna, na Posição 3, pronto baixo
(ressaltando que, a depender do nível de abordagem, essa progressão poderá ser
realizada na Posição 4, pronto alto, a fim de preservar a segurança da guarnição),
usando a técnica da caminhada tática e terceiro olho.
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O Comandante-da-Guarnição posiciona-se na porta dianteira do ônibus e
mantém sobre intensa observação os ocupantes para identificação de pessoas com
comportamento suspeito. O Homem-Busca, que segue logo atrás, progride até a altura
da catraca/ cobrador e mantém a atenção voltada para o interior do ônibus, identificando
eventuais suspeitos.
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Em seguida, o Comandante-da-Guarnição coloca sua arma em Posição 03,
pronto baixo e se posiciona a retaguarda do abordado, pelo lado direito, para executar a
função de Homem-Segurança na abordagem.
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possibilita também, que o Homem-Segurança fique mais tranquilo em um primeiro
momento e continue a observar os passageiros no interior do ônibus.
Ao término da busca pessoal ao(s) suspeito(s), caso nenhum ilícito tenha sido
constatado, o Homem-Busca verbaliza ao Comandante-da-Guarnição: “LIMPO!”,
palavra que indica que nada de ilícito foi encontrado.
Caso seja encontrado algum objeto ilícito como armas, drogas, o Homem-
Busca deve conter de forma individual o indivíduo que se encontrava com tal objeto,
haja vista tratar-se de veículo coletivo, onde as pessoas não necessariamente têm
vínculos umas com as outras, verbaliza ao Comandante-da-Guarnição informando-o de
maneira discreta a localização do ilícito, momento em que o Comandante-da-Guarnição
adota as medidas cabíveis para prisão e algemamento do indivíduo.
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Enquanto mantém o(s) já abordado(s) em observação ao lado da viatura, o
Motorista permanece atento à segurança do perímetro da abordagem a todo tempo.
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O cobrador do ônibus é revistado no interior do veículo para que não saia do
visual do caixa. Neste procedimento, o Homem-Busca é acompanhado pelo Homem-
Segurança.
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Caso não seja localizado qualquer objeto ilícito, armas ou drogas no interior do
veículo, o Homem-Busca verbaliza ao Comandante-da-Guarnição: “LIMPO!”, palavra
que indica que nada de ilícito foi encontrado.
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deslocamento somente será iniciado após a informação do Homem-Busca da condição
de pronto.
A atenção nas abordagens a esses tipos de veículos deve ser redobrada por não
se saber o que há no compartimento de carga, e ainda, pela possibilidade de haver uma
escolta armada do veículo.
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O Homem-Segurança e o Homem-Busca, responsáveis pela cobertura da
retaguarda e laterais, devem sinalizar com gestos para evitar que outros veículos se
coloquem entre a viatura e o veículo abordado ou atrapalhem a parada.
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Com a chegada dos policiais militares na lateral direita do veículo, o Motorista
assume a segurança do perímetro da abordagem, atentando quanto à sinalização de
trânsito necessária a ação policial.
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Ao término da busca pessoal ao(s) suspeito(s), caso nenhum ilícito tenha sido
constatado, o Homem-Busca verbaliza ao Comandante-da-Guarnição: “LIMPO!”,
palavra que indica que nada de ilícito foi encontrado.
Caso seja encontrado algum objeto ilícito como armas e drogas, o Homem-
Busca verbaliza ao Comandante-da-Guarnição informando-o de maneira discreta a
localização do ilícito, momento em que o Comandante-da-Guarnição, analisando o nível
de abordagem e identificando o risco de fuga ou ameaça a segurança da guarnição,
poderá adotar a conduta de colocar o(s) abordado(s) de joelho(s) ou deitado(s) no chão
para fins de prisão e algemamento.
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O Comandante-da-Guarnição pergunta ao condutor se há arma, droga ou algum
ilícito no interior do veículo, e ainda, se há algum objeto de valor, e então, informa que
será realizada busca veicular no interior da boleia/cabine e que este poderá acompanhar
visualmente do local onde está.
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Na sequência, o Homem-Segurança orienta o condutor para que retorne a linha
de abordagem, de maneira que ele consiga acompanhar a busca no interior do baú; além
disso, o Homem-Segurança fica encarregado de realizar a segurança do Homem-Busca,
quando da entrada deste no baú, haja vista que o HOMEM-BUSCA deve colocar sua
arma no coldre e subir no assoalho do baú.
Caso não seja localizado qualquer objeto ilícito, armas ou drogas no interior do
veículo, o Homem-Busca verbaliza ao Comandante-da-Guarnição: “LIMPO!”, palavra
que indica que nada de ilícito foi encontrado.
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A documentação veicular é entregue ao Homem-Busca para fins de
identificação veicular, bem como verificação se há pendências administrativas, junto ao
órgão de trânsito.
SEI Nº 00054-00051787/2019-05
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