TEORIA PSICANALITICA – NP2
NARCISISMO PRIMÁRIO
Ao nascer, a criança não tem a capacidade de diferenciar-se do resto do mundo.
Acredita que todos os objetos e pessoas à sua volta (inclusive a mãe), fazem parte
de si mesma.
Esse é um estágio autoerótico.
O que ajuda esse narcisismo a se desenvolver é o fato de que a qualquer momento
que o bebê tenha uma necessidade (fome, calor, sono...), ele é prontamente
atendido por alguém.
Por conta disso, o bebê acredita ser o centro de seu mundo.
Sua majestade, o bebê.
Esse estágio é saudável e importante para a criança desenvolver a consciência de
si e do outro.
A mãe deve suprir a criança da melhor forma possível, para fortalecer o vínculo
afetivo, a confiança e o ego da criança.
NARCISISMO SECUNDÁRIO
Faz referência ao mito do Narciso, que morre afogado por se apaixonar por ele
mesmo.
Investimento exacerbado em si mesmo.
Amor exacerbado pela autoimagem.
Resultado de um ego fragilizado, pois o ego precisa se defender e se auto afirmar
como supremo.
Esse ego fragilizado provavelmente surgiu por conta da decepção que teve com
outras pessoas. Talvez, quando criança, não teve suas necessidades atendidas
devidamente e sua libido voltou-se para si.
Por conta do ego fragilizado, cria uma autoimagem de força e imponência.
Não tolera a ambiguidade, a diversidade, a complexidade. Não tolera o outro.
O narcisista resume o mundo a si mesmo, à sua auto verdade, fechando-se à
alteridade (ao outro), fechando-se a descobertas.
Fantasia de ser especial.
Fantasia de forma infundada que todos o adora ou admira por conta de sua incrível
beleza, inteligência, talento ou por conta de suas grandes realizações.
Seu maior desejo é ter prestígio e vivenciar um grande amor.
Sente que só pode se relacionar com pessoas tão especiais e talentosas quanto ela
mesma e se afasta de qualquer um que ela julgue ser uma “pessoa comum”.
Falta de empatia e exploração do outro para alcançar seus objetivos.
Necessidade de ser admirada, pois sua autoestima depende da opinião favorável
de que os outros tenha dela.
Autoestima frágil.
Frequentemente observa para ver o que os outros pensam dela e avalia se está
indo bem ou não.
Sensível, se chateia com as críticas alheias e com o fracasso, o que faz com que
ela se sinta humilhada e derrotada.
Caso sinta-se humilhada por alguém, pode reagir com raiva ou desprezo, ou pode
contra-atacar violentamente.
Evita situações em que pode falhar.
Vê o outro como ameaça, como um adversário.
O EGO FORTALECIDO X EGO NARCISISTA (FRAGILIZADO)
Ego fortalecido:
Terá um fundo de desconfiança sobre si mesmo.
Buscará outros conhecimentos.
Avaliará os fatos por diversas perspectivas.
Saberá sobre si o suficiente para se amar, mas sem que isso se torne
“fechar-se”.
Estará aberto a ouvir e conviver com o outro.
Ego Narcisista:
Fazer-se elogios desmedidos.
Utilizar-se das outras pessoas para alcançar seus objetivos pessoais.
Demonstrar agressividade quando questionado ou contrariado.
NEUROSE
Designa os distúrbios dos comportamentos, sentimentos ou ideias, que surgem como
resultado de um conflito entre o id e o ego, onde uma tendência instintiva é reprimia
pelo ego dando lugar à formação de sintomas neuróticos. Mas, diferente da psicose,
a pessoa preserva seu contato com a realidade, apesar das distorções causadas
pelos sintomas, o que ajuda a pessoa perceber sua própria doença.
O conteúdo problemático é mantido em segredo. E não só para os outros, mas para
o próprio indivíduo que sente. O neurótico guarda dentro de si o problema externo.
O conteúdo fica recalcado ou reprimido.
Tudo o que é doloroso é recalcado e permanece obscuro, causando sofrimentos que
o indivíduo mal pode identificar, apenas sentir. Por não poder identificá-los a pessoa
passa a reclamar de outras coisas, de sintomas físicos que sente (e não da verdadeira
causa).
Neurose de Histeria
O indivíduo permanece dando voltas em torno de um mesmo problema
insolúvel.
A pessoa nunca consegue encontrar a verdadeira causa de sua frustração,
por isso as constantes reclamações.
Busca constantemente por um objeto ou uma relação idealizada, na qual o
indivíduo deposita aquela frustração recalcada. Isso, logicamente, leva a
mais frustrações.
Neurose Obsessiva
O indivíduo permanece também dando voltas em torno dos mesmos
problemas.
Existe uma forte tendência em organizar tudo ao seu redor.
Essa necessidade de organização externa seria um mecanismo para evitar
pensar nos problemas reais recalcados em seu interior.
PSICOSE
Perturbação grave das funções psíquicas que se caracteriza principalmente pela
perda de contato com a realidade, pela incapacidade de adaptação social, por
perturbações da comunicação e ausência de consciência da doença.
O psicótico encontraria fora de si tudo que exclui de dentro. Nesse sentido, ele
incluiria para fora os elementos que poderiam ser internos. O problema para o
psicótico está sempre no outro, no externo, mas nunca em si.
Diferente do que acontece com indivíduos com outras estruturas mentais, a própria
pessoa acaba revelando, ainda que de forma distorcida, os seus sintomas e
distúrbios.
PERVERSÃO
O mecanismo de defesa é o fetichismo.
É a defesa da psicose.
É o contrário da neurose, aquilo que a neurose suprime.
É o recalcamento da castração, a negação de reconhecer a falta do outro.
A sexualidade do perverso é formada através da fixação em um estágio infantil,
pré-genital da organização libidinal, como o oral, anal, acústico ou visual.
Fetiches: São os substitutos imaginário-simbólicos da castração, podendo ser os
objetos presentes na cena do descobrimento dela, como partes do corpo ou peças
de roupa. Uma característica dele é ser o pelo que há atração, e não um
componente dela, levando ao gozo com esta especificidade e não como um todo.
Assim, pode-se dizer que neurótico, o que é produzido com a relação com a
castração são os sintomas. No do psicótico, os delírios. E no do perverso, os
fetiches.
Sadismo: é o processo baseado em empurrar a castração para o outro, como se
este fosse castrado e o perverso quem tampona a falta, sutura a divisão subjetiva.
Consiste em produzir angústia, dividir o outro.
Masoquismo: é a outra face do processo, mas, do lado da identificação com o
objeto. Consiste em sentir a dor.