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Tipos de Micoses: Cutânea, Subcutânea, Sistêmica e Oportunista

O documento resume vários tipos de micoses, incluindo micoses cutâneas, subcutâneas, sistêmicas e oportunistas. Detalha as características e agentes causadores de cada tipo, como dermatófitos para micoses cutâneas e fungos dimórficos para micoses sistêmicas endêmicas no Brasil como paracoccidioidomicose. Também descreve sintomas e tratamentos comuns.

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O documento resume vários tipos de micoses, incluindo micoses cutâneas, subcutâneas, sistêmicas e oportunistas. Detalha as características e agentes causadores de cada tipo, como dermatófitos para micoses cutâneas e fungos dimórficos para micoses sistêmicas endêmicas no Brasil como paracoccidioidomicose. Também descreve sintomas e tratamentos comuns.

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FACULDADE DE TECNOLOGIA DE TERESINA -CET

CURSO: BACHARELADO EM FARMÁCIA


DISCIPLINA: OPITATIVA I
PROFESSOR: IGOR JOSÉ

RESUMO MICOSES

Aluna: Marcileny Rodrigues De Paiva De Macedo

Teresina -PI
2020
MICOSE CUTÂNEA

Se caracterizam por serem causadas por fungos que invadem toda a espessura da
capa córnea da pele ou a parte queratinizada intrafolicular dos pelos ou a lâmina
ungueal. Na pele, as lesões se manifestam como mancha inflamatória, nos pelos como
lesão de tonsura e na unha por destruição da lâmina ungueal. O contágio é feito através
de animais, homens ou de solo infectado (ALMEIDA,2007).

Constituem um dos grupos de infecções fúngicas mais frequentes na prática


clínica, causadas por dermatófitos, fungos que utilizam a queratina como fonte de
subsistência, parasitando as porções ceratinizadas ou semi-ceratinizadas da pele, pelos e
unhas. Compreendem os gêneros Microsporum (pelo e pele), Trichophyton (pelo, pele e
unha) e Epidermophyton (pele e unha). Quanto à origem, esses gêneros apresentam
espécies antropofílicas (próprias do homem): T. rubrum, T. tonsurans, T. concentricum,
T. Schoenleinii, E. floccosum, T. mentagrophytes, zoofílicas (próprias dos animais): M.
canis, T. mentagrophytes var. zoofílica e geofílicas (próprias do solo): M. gypseum, M.
amazonicum. O ser humano pode ser acometido por qualquer uma dessas espécies
(ARAUJO, et al., 2010).

A transferência de organismos infectantes do solo para outros animais ou seres


humanos se dá por meio de artrósporo, escamas de pele ou pelos, não sendo necessário
o contato direto pele a pele. A invasão da pele se segue à aderência das células do fungo
aos queratinócitos.

O diagnóstico laboratorial das dermatofitoses é realizado pelo exame micológico


direto de escamas cutâneas obtidas por raspado das lesões, fragmentos de unhas, cabelos
e secreções de lesões líquidas.

Os agentes são visualizados como hifas hialinas septadas e artrosporadas como


podem ser vistas na figura 3 após a clarificação pelo hidróxido de potássio (KOH). A
cultura deve ser realizada em meio de Sabouraud, quando se quer determinar a espécie
do dermatófito de acordo com as características macroscópicas das colônias. A
determinação específica se completa por meio da análise microscópica das colônias por
microcultivo em lâmina para definir a espécie. Ressalta-se, no entanto, que, para o
tratamento, não é necessário determinar a espécie, bastando o exame micológico direto
positivo (CRIADO,2011).
MICOSE SUBCUTÂNEA

Se caracterizam por resultar da inoculação de um fungo patogênico por ocasião


de um traumatismo, manifestando-se como tumefação ou lesão supurada da pele ou do
tecido subcutâneo, produto da disseminação do fungo por contiguidade ou por via
linfática, porém limitada ao território aquém do linfonodo regional (ALMEIDA,2007).

As micoses subcutâneas são causadas por um grupo bem diversificado de fungos


que se caracterizam por causar lesão no tecido subcutâneo iniciada pela inoculação
traumática de microrganismos.

São causados por organismos saprofíticos, parasitas acidentais(invadem a pelo


por traumatismo com material contaminado). Que podem ser encontrados em vegetais,
animais de vida livre e no solo. Localizam-se na pele e no tecido subcutâneo, fcando
restritas as proximidades do local de inoculação (raramente são disseminadas). As
micoses subcutâneas são: esporotricose, cromoblastomicose, feo- hifomicose, micetoma
e lobomicose (OLIVEIRA, 2006).

Como exemplo a Esporotricose que é uma Doença subaguda ou crônica do


homem e de animais, causada pelo Complexo Sporothrix schenckii, é uma infecção
benigna limitada à pele e ao tecido celular subcutâneo mas, em raras ocasiões, pode
disseminar-se para ossos e órgãos internos.

Cromoblastomicose (Fonsecaea, Cladosporium, Exophiala, Cladophialophora,


Chialophora)

Também conhecida como cromomicose, é uma infecção fúngica crônica,


envolvendo pele e subcutâneos, caracterizada pelo desenvolvimento de nódulos ou de
placas verrucosas de crescimento lento. Os fungos são pigmentados (demaciáceos) e
penetram por inoculação direta com solo infectado ou matéria orgânica.

As lesões iniciais, como já mencionado, são pequenas pápulas verrucosas e, em


geral, aumentam de tamanho lentamente. Podem apresentar-se também na forma de
placas. Quando bem estabelecida, as lesões aparecem como crescimentos verrucosos
múltiplos e grandes, com aspecto de couve-flor. São hiperceratóticas e deixam o
membro distorcido, devido à fibrose e ao linfoedema secundário.
A reação inflamatória é supurativa e granulomatosa, com fibrose dérmica e
hiperplasia pseudoepiteliomatosa. O tratamento com terapia antifúngica específica
muitas vezes não apresenta resultado, se a infecção já estiver em estágio avançado. O
itraconazol e a terbinafina parecem ser mais eficazes e podem ser combinados com
flucitosina em casos refratátios (MURRAY,2006).

MICOSE SISTÊMICAS

Se caracterizam por serem adquiridas por inalação de propágulos fúngicos,


sendo, consequentemente a leso primária pulmonar, com tendência a regressão
espontânea. O fungo pode se disseminar pelo corpo através do sangue, originando
lesões extrapulmonares nos indivíduos. Os agentes de micoses sistêmicas raramente são
implantados traumaticamente; quando isso ocorre, determinam uma lesões
granulomatosa circunscrita, com ou sem linfangite regional, que regride
espontaneamente (ALMEIDA,2007).

Micoses Sistêmicas são infecções causadas por fungos patogênicos primários e


que têm como porta de entrada o trato respiratório, donde podem disseminar para todo o
organismo. As micoses sistêmicas endêmicas no Brasil são:
Paracoccidioidomicose, Histoplasmose, Coccidioidomicose e Criptococose.

A PARACOCCIDIOIDOMICOSE é causada pelo Paracoccidioides brasiliensis,


fungo dimórfico, o qual já foi isolado do solo, onde se acredita que viva
saprofiticamente. É uma micose sistêmica, autóctone da América Latina, com maior
ocorrência na Argentina, Colômbia, Venezuela e no Brasil, o qual contribui com cerca
de 80% dos casos (ARAUJO, et al., 2010).

A maioria dos casos tem sido reportada nas regiões Sul, Sudeste e Centro-oeste.
Esta micose apresenta caráter endêmico entre as populações de zona rural. Tem sido
relatada a ocorrência de casos em áreas de colonização mais recente, submetidas a
desmatamento, como em partes da Amazônia, atingindo áreas dos estados do Maranhão,
Tocantins, Pará, Mato Grosso, Rondônia, Acre e Amazonas, onde a
paracoccidioidomicose pode ser considerada uma micose sistêmica emergente. Esta
micose representa um importante problema de Saúde Pública, pelo seu alto potencial
incapacitante e pela quantidade de mortes prematuras que provoca, quando não
diagnosticada e tratada oportunamente (PEREIRA, 2013).
 

A COCCIDIOIDOMICOSE, também conhecida como Febre do Vale de São


Joaquim é uma micose sistêmica causada por um fungo dimórfico, o Coccidioides
immitis, que quando inalado, acomete o homem e outros animais (gado bovino, ovino,
caprino, entre outros).  Afeta qualquer idade, raça ou gênero (ocorrendo mais em
homens), e apresenta maior incidência no verão. Nas áreas endêmicas, é doença
importante entre arqueólogos, recrutas militares e trabalhadores, cuja natureza da
atividade pode acarretar o contato com o agente etiológico.

A definição de área endêmica de coccidioidomicose baseia-se na identificação


de casos humanos e de animais e na demonstração de reatividade a testes cutâneos com
coccidioidina. Grande variedade de animais domésticos e silvestres é suscetível, mas o
cão é o melhor marcador epidemiológico desta micose. No Brasil, infecção natural por
C. immitis já foi diagnosticada em cães e tatus (BRASIL, 2003).

MICOSE OPORTUNISTA

São causadas por fungos termotolerantes (que crescem a uma temperatura de


37ºC), de baixa virulência e que determinam doenças em hospedeiros com graves
deficiências do sistema imunodefensivo. Esses fungos tem porta de entrada variável,
usualmente provocam reação supurativa necrótica. Podem acometer os mais variados
orgãos, produzindo quadros polimórficos que se apresentam como manifestação
cutânea, subcutânea ou sistêmica. Os fungos invadem os tecidos como uma hifa
(ALMEIDA,2007).

As micoses oportunistas são infecções causadas por fungos pouco patogênicos em


hospedeiros com imunidade comprometida, ou pelo uso de medicações (p. ex.,
corticoide, quimioterapia, imunossupressores), ou por doenças como a Aids. Os fungos
que causam as micoses oportunistas estão presentes no ambiente. A principal porta de
entrada desses agentes no organismo humano é a via inalatória, de onde podem ser
eliminados sem ocasionar doença em indivíduos imunocompetentes. Não é comum a
transmissão de fungos entre indivíduos (MORETTI, 2006).

Muitos fungos são oportunistas e não são geralmente patogênicos, exceto em um


hospedeiro comprometido. Causas de imunidade comprometida incluem aids,
azotemia, diabetes melito, linfoma, leucemia, outras neoplasias hematológicas,
queimaduras e terapia com corticoides, imunossupressores, ou antimetabólitos. Os
pacientes que passam muitos dias na unidade de terapia intensiva podem ser
comprometidos por causa dos procedimentos médicos, de distúrbios indeterminados
e/ou da desnutrição. Típicas infecções fúngicas sistêmicas oportunistas (micoses)
incluem: Candidíase, Aspergilose, Mucormicose (zigomicose), Fusariose,
Criptococose.

A Criptococose é uma infecção fúngica oportunística, ocorrendo com grande


frequência em pacientes imunodeprimidos, com uma "doença de base" (neoplasia,
diabete, hemopatia grave, etc), quase sempre sob a forma de lesões, principalmente,
para o lado dos pulmões e sistema nervoso central. Esse fungo é um saprófito que vive
no solo, em frutas secas/cereais e nas árvores; é isolado nos excrementos de aves,
principalmente pombos (PEREIRA, 2013).

A transmissão da criptococose ocorre por inalação de propágulos presentes no


meio ambiente, sob a forma de leveduras desidratadas ou sob a forma de basidiósporos
produzidos no ciclo sexuado. No entanto, até o momento a fase sexuada só foi
reproduzida “in vitro” e ainda não foi verificada em natureza. Microfocos relacionados
a habitats de aves, madeira em decomposição em árvores, poeira domiciliar, outros
habitats como de morcegos e outros animais onde houver concentração estável de
matéria orgânica, podem representar fontes ambientais potenciais para a infecção.

O diagnóstico é clínico e laboratorial, sendo a confirmação feita com a


evidenciação do fungo pelo uso de “tinta da China”, que torna visíveis formas
encapsuladas e em gemulação em materiais clínicos. Essa técnica é a consagrada para o
diagnóstico das meningites criptocócicas (exame do líquor). Pode-se isolar o criptococo
também na urina ou no pus, em meio de agar Sabouraud. A sorologia no líquor e no
soro, além da histopatologia podem ser úteis (LACAZ,2009).

 
REFERENCIAS

ARAÚJO, G. M. L; ARAÚJO, N. D; FARIAS, R. P; CAVALCANTI, C. N; LIMA, M.


L. F; BRAZ, A. F. S. Micoses superficiais na Paraíba: análise comparative e revisão
literária. An Bras Dermatol 2010; 85(6):943-6.

ALMEIDA-PAES, R. et al. Immunoglobulins G, M, and A against Sporothrix schenckii


exoantigens in patients with sporotrichosis before and during treatment with
itraconazole. Clinical and Vaccine Immunology. v. 14, n. 9, p. 1149-1157, 2007.

BRASIL, K. W; PINHEIRO, R. L; PIMENTEL, I. C. Diagnóstico laboratorial de


micoses superficiais e cutâneas: comparação dos métodos do hidróxido de potássio e do
calcofluor white. An Bras Dermatol 2003; 78(5):547-51.

CRIADO, P.R; OLIVEIRA, C.B; DANTAS, K.C. T. et al. Micoses superficiais e os


elementos da resposta imune. An Bras Dermatol 2011; 86(4):726-31.

LACAZ, C. S. et al. Tratado de micologia médica Lacaz. 9. ed. São Paulo, SP: Sarvier,
2009.

MORETTI, M. L. et al. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical.


Junho/2006

OLIVEIRA, J.A.A; BARROS, J. Á; CORTEZ, A.C.A; OLIVEIRA, J.S.R.L. Micoses


superficiais na cidade de Manaus, AM, entre março e novembro/2003. An Bras
Dermatol 2006; 81(3):238-43.

PEREIRA, A. G. T. Anotação da aula da Disciplina de Microbiologia e Parasitologia.


UNIVILLE. 14/11/2013

PATRICK, M; KEN, S; ROSENTHAL, M. A. P. faller; tradução de Cláudia Adelino


Espanha... [et al] - Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. 5ª edição

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