PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS
CENTRO DE CIÊNCIAS DA VIDA
FACULDADE DE FONOAUDIOLOGIA
THALIA MOURA DA SILVA
EXERCÍCIOS DE TRATO VOCAL SEMIOCLUÍDO COM TUBOS DE
RESSONÂNCIA NAS DISFONIAS: REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA
CAMPINAS
2021
THALIA MOURA DA SILVA
EXERCÍCIOS DE TRATO VOCAL SEMIOCLUÍDO COM TUBOS DE
RESSONÂNCIA NAS DISFONIAS: REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA
Trabalho de Conclusão de Curso,
apresentado à faculdade de Fonoaudiologia
do Centro de Ciências da Vida, da Pontifícia
Universidade Católica de Campinas, como
exigência para obtenção do grau de Bacharel
em Fonoaudiologia.
Orientador: Prof(a) Dr(a) Iara Bittante de
Oliveira
CAMPINAS
2021
Ficha catalográfica elaborada por Fabiana A Bracchi CRB 8/10221
Sistema de Bibliotecas e Informação - SBI - PUC-Campinas
Silva, Thalia Moura da
Exercícios do trato vocal semiocluído com tubos de ressonância nas disfonias: revisão
integrativa de literatura / Thalia Moura da Silva. - Campinas: PUC-Campinas, 2021.
62 f.: il.
Orientador: Iara Bittante de Oliveira.
TCC (Bacharelado em Fonoaudiologia ) - Faculdade de Fonoaudiologia , Centro de
Ciências da Vida, Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Campinas, 2021.
1. Voz . 2. Disfonia . 3. Fonoterapia. I. Oliveira, Iara Bittante de . II. Pontifícia Universidade
Católica de Campinas. Centro de Ciências da Vida. Faculdade de Fonoaudiologia . III. Título.
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS
CENTRO DE CIÊNCIAS DA VIDA
FACULDADE DE FONOAUDIOLOGIA
THALIA MOURA DA SILVA
EXERCÍCIOS DE TRATO VOCAL SEMIOCLUÍDO COM TUBOS DE
RESSONÂNCIA NAS DISFONIAS: REVISÃO INTEGRATIVA DE
LITERATURA
Trabalho de Conclusão de Curso
defendido e aprovado em 24 de
Novembro de 2021, pela banca
examinadora:
_________________________________
Orientadora Profª Drª Iara Bittante de
Oliveira
Pontifícia Universidade Católica de
Campinas
Campinas
2021
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, gostaria de agradecer a Deus, graças a Ele tudo isso foi
possível, a maneira como minha vida fluiu durante os últimos anos mostra que tudo
foi pensado por Ele para que ocorresse da melhor forma.
Agradeço aos meus pais, por todo apoio, por sempre estarem ao meu lado.
Obrigada por todas as xícaras de café, caronas e orações no decorrer desses quatro
anos, sei que nesse momento estão quase tão felizes quanto eu, e me sinto
extremamente privilegiada por ser coberta de tanto amor. Têm todo o meu amor e
serei eternamente grata.
Um agradecimento especial, ao meu professor de música/técnica vocal
Genésio Júnior, que me ensinou a amar voz, antes mesmo de eu saber que um dia
seria fonoaudióloga. A forma como me ensinou e me incentivou para que eu buscasse
o meu melhor fez total diferença na minha vida, ele se tornou o responsável pelos
primeiros passos de uma longa jornada. Obrigada!
Agradeço a todos os diretores, regentes e maestros que me acompanharam,
em especial Gabriela Nogueira, Fatima Veiga e Nelson Silva. A arte está
intrinsecamente ligada à minha vida e, durante o tempo de graduação, suas
contribuições foram responsáveis para que eu continuasse com essa paixão.
A todos meus amigos, que mereciam individualmente uma página de
agradecimentos, têm todo o meu coração e são uma das razões por eu ter persistido
em muitas coisas. Obrigada por tudo!
Um agradecimento especial às minhas amigas de graduação, Aline Cardoso,
Beatriz Gabriela, Debora Gomes, Ana Flavia Souza, Karolyna Batista, Mariana
Martins, Tatielli Sposito, Vitoria Bueno e Joyce Borges, que foram como um bálsamo
durante esse tempo, e são protagonistas de várias das minhas melhores lembranças,
eu não poderia escolher melhores parceiras, os meus mais sinceros agradecimentos.
Às minhas professoras da graduação, sou grata por sempre se mostrarem
dispostas a esclarecer dúvidas e compartilhar conhecimento da melhor maneira
possível. Com todas aprendi algo extremamente valioso para levar como profissional,
a firmeza e segurança da Profa. Me. Luciana Furtado Seacero Granja, a elegância e
serenidade da Profa. Dr(a) Paula Maria Martins Duarte, o amor pela profissão como a
Profa. Dr(a) Leticia Reis Borges Ifanger, e toda doçura e bondade da Professora Dr(a)
Beatriz Sevilha Brocchi. Sou muito grata a vocês.
Agradeço à Prof(a) Dr(a) Vaneli Colombo Rossi, que disponibilizou seu tempo
e aceitou o convite para ser minha banca, seus comentários foram muito valiosos para
a construção deste trabalho.
E para finalizar da melhor forma, agradeço à minha professora/orientadora
Prof(a) Dr(a) Iara Bittante de Oliveira, que me encantou com tamanho conhecimento
e ensinamentos sobre voz, suas orientações e paciência só aumentaram a admiração
que tenho pela profissional que é, e isso me instiga a cada dia buscar mais
conhecimentos nessa área que tanto me fascina. Muito obrigada.
“[...] E o mais importante, tenha a coragem
de seguir o seu coração e intuição. Eles de
alguma forma já sabem quem você
realmente quer ser. Todo o resto é
secundário. “
Steve Jobs
RESUMO
Silva TM. Exercícios de Trato Vocal Semiocluído com Tubos de Ressonância nas
Disfonias: Revisão Integrativa de Literatura.2021. Trabalho de Conclusão de Curso
(Bacharel em Fonoaudiologia). Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Centro
de Ciências da Vida.p 62.
Introdução: Na literatura, há diversas técnicas que podem ser empregadas na terapia
vocal, dentre elas destacam-se os Exercícios do Trato Vocal Semiocluído (ETVSO).
Estes têm mostrado benefícios para a voz, sendo usados tanto de forma terapêutica,
em reabilitações, quanto em ajustes vocais em vozes profissionais saudáveis. Dentre
as variações dos ETVSO, existe a fonação com tubos, que atualmente segue como
tratamento para diferentes públicos, como, desde indivíduos com distúrbios vocais a
cantores sem presença de patologias vocais. Objetivo: Realizar revisão de literatura
voltada ao estudo dos efeitos de ETVSO- Tubos de ressonância nas disfonias.
Metodologia: Revisão integrativa de literatura, de natureza qualitativa, descritiva e
analítica. Para o desenvolvimento dessa revisão foram realizadas pesquisas nas
bases de dados, Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Literatura Latino
Americana (LILACS) e PubMed. Utilizaram-se os seguintes descritores: Voz, Disfonia,
Fonoterapia, Fonação e Treinamento da voz e seus respectivos descritores em inglês.
Resultados: Foram selecionados nove estudos para compor a amostra final, os quais
atendem aos critérios de inclusão. Os estudos mostraram os efeitos dos tubos de
ressonância em vozes disfônicas. Assim, os participantes que compuseram o total de
amostras dos estudos selecionados apresentaram idades entre cinco e 93 anos, todos
considerados disfônicos, com predominância do gênero feminino (74%). O presente
estudo apresentou um predomínio das disfonias funcionais e organofuncionais, sendo
o tubo de plástico rígido o mais utilizado nos estudos e a variação de sessões foram
de uma (efeito imediato) a dez sessões. Conclusão: Foi possível perceber que a
utilização de tubos de ressonância mostrou-se eficaz na terapia das disfonias em que
se evidenciou melhora do quadro dos pacientes. Observou-se que a indicação pode
ser feita para todos os gêneros e idades. Os benefícios apresentados são: Aumento
do Tempo Máximo de Fonação, melhora na variabilidade da frequência fundamental,
discreta redução das medidas relacionadas a ruído e perturbação de frequência e de
amplitude, além de uma voz com maior estabilidade e periodicidade.
Palavras Chave: Voz, Disfonia, Fonoterapia, Fonação, Treinamento da voz.
ABSTRACT
Silva TM. Semioccluded Vocal Tract Exercises with Resonance Tubes in Dysphonia:
Integrative Literature Review.2021. Course Conclusion Work (Bachelor of Speech
Therapy). Pontifical Catholic University of Campinas, Life Sciences Center. 62
Introduction: In the literature there are several techniques that can be used in voice
therapy, among them the Semioccluded Vocal Tract Exercises (SOTVS) stand out.
These have benefits for the voice, being used both therapeutically, in rehabilitation,
and in adjustments to healthy professional voices. Among the variations of the ETVSO,
there is a phonation with tubes, which currently follows as a treatment for different
audiences, like people with vocal disorders and singers without the presence of vocal
pathologies. Objective: To carry out a literature review focused on the study of the
effects of SOTVS-Resonance tubes in dysphonia. Methodology: Integrative literature
review, qualitative, descriptive and analytical. To develop this review, searches were
performed in the Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Latin American
Literature (LILACS) and PubMed databases. The following descriptors were used,
Voice, Dysphonia, Speech Therapy, Phonation and Voice Training and their respective
descriptors in English. Results: Nine studies were selected to compose the final
sample, which meet the inclusion criteria. Advanced studies the effects of resonant
tubes on dysphonic voices. Thus, the participants who made up the total number of
selected studies were aged between five and 93 years, all considered dysphonic, with
the majority being female (74%). The present study showed a predominance of
functional and organofunctional dysphonias, with the rigid plastic tube being the most
used in the studies and the variation in duration from one (immediate effect) to ten
sessions. Conclusion: It was possible to see that the use of resonance tubes proved
to be effective in the therapy of dysphonia in which there was an improvement in the
patients' condition. It was observed that the indication can be made for all genders and
ages. The benefits are needed: Increased Maximum Phonation Time, improved
fundamental frequency variability, slight reduction in measures related to noise and
frequency and amplitude disturbance, in addition to a voice with greater stability and
periodicity.
Keywords: Voice, Dysphonia, Speech Therapy, Phonation, Voice Training.
LISTA DE ABREVIATURA OU SIGLAS
SciElo- Scientifc Electronic Library Online
LILACS- Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde
DeCS- Descritores em Ciências da Saúde
TMF- Tempo Máximo de Fonação
ETVSO- Exercício de trato vocal semiocluido
F0- Frequência fundamental
F1- Formante 1
Laxvox- Tubo de ressonância Flexível
PPVV- Pregas Vocais
AEM- Alterações Estruturais Mínimas.
PNS- Pesquisa Nacional de Saúde
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1: Combinação do descritor principal “Disfonia” com os demais descritores 30
Figura 2: Combinação do descritor principal “Treinamento da Voz” com os demais
descritores 30
Figura 3: Combinação do descritor principal “Dysphonia” com os demais descritores.
31
Figura 4: Combinação do descritor principal “Voice Training” com os demais
descritores 31
Figura 5: Formulário de aplicação do teste de relevância. 32
Figura 6: Fluxograma das etapas de seleção dos artigos. 34
Figura 7: Fluxograma das etapas da pesquisa. 35
Figura 8: Distribuição do total de participantes dos estudos selecionados de acordo
com o gênero 41
Figura 9: Médias das Idades dos Participantes 44
Figura 10: Classificação das Disfonias 45
ÍNDICE DE QUADROS E TABELAS
Quadro 1: Identificação dos Artigos Selecionados para o Estudo. 36
Quadro 2: Títulos e resumos dos artigos selecionados para o estudo. 37
Quadro 3: Tipos de disfonias encontradas nos estudos. 43
Quadro 4: Especificação dos tubos utilizados. 46
Quadro 5: Prescrição da utilização dos tubos na fonoterapia. 47
Quadro 6: Conclusões dos estudos. 49
Tabela 1: Número e sexo dos participantes envolvidos na pesquisa. 42
Sumário
1. INTRODUÇÃO 14
2. REVISÃO DE LITERATURA 16
2.1. Definição de voz 16
2.2. Produção da Voz e as Estruturas Envolvidas na Fonação. 17
2.3. Disfonias e Terapia Fonoaudiológica 21
2.4. Exercícios de Trato Vocal Semiocluído 23
2.5. Utilização dos ETVSO com Tubos na Terapia de Voz 24
2.6. Caracterização dos Tubos Utilizados em Terapias Vocais 26
3. OBJETIVO 28
3.1. Objetivo Geral 28
3.2. Objetivos Específicos 28
4. METODOLOGIA 29
4.1. Procedimentos de Busca e Seleção dos Artigos 29
5. RESULTADOS 36
6. DISCUSSÃO 50
7. CONCLUSÃO 55
14
1. INTRODUÇÃO
As disfonias podem ocorrer por diferentes fatores, como: inadaptações vocais,
fatores psicogênicos, mal uso e abuso vocal, além de alterações vocais ou perda da
voz por comprometimentos orgânicos como nódulos, pólipos, edemas e muitas outras
alterações anatômicas que afetam diretamente a voz. Essas alterações podem atingir
os níveis respiratório, como uma incoordenação/insuficiência respiratória, nível
glótico, onde há uma má coaptação (ou excesso) glótica, e nível ressonantal, onde
ocorre o uso excessivo ou insuficiente das caixas de ressonância.1
Na literatura, há diversas técnicas que podem ser empregadas na terapia vocal.
Dentre elas, destacam-se os Exercícios do Trato Vocal Semiocluído (ETVSO). Estes
têm se mostrado benéficos para a voz, sendo usados tanto de forma terapêutica, em
reabilitações, quanto em ajustes vocais em vozes profissionais saudáveis. Esses
exercícios têm como objetivo minimizar o esforço vocal e promover a máxima
eficiência da voz, trazendo uma maior interação fonte-filtro.2,3
Algumas das técnicas vocais usadas no TVSO, são: Vibração de lábios ou
língua, fricativos bilabiais, constrição labial, Finger Kazoo, exercício do "B"
prolongado, firmeza glótica e fonação em tubos. A premissa desses exercícios é a
oclusão parcial da boca, onde ocorrerá uma leve resistência da passagem do som,
auxiliando no ajuste das forças de adução e abdução sobre as pregas vocais, e
diminuindo a tensão e o choque entre as mesmas, havendo também um alongamento
do trato vocal.3,4
Dentre as variações dos ETVSO, existe a fonação no canudo, esta técnica
possui relatos na literatura desde meados da década de 60. No decorrer dos estudos,
foi visto que esse tipo de exercício poderia ser usado para diversos fins na terapia
vocal. Sendo assim, o tratamento se estendeu para diferentes públicos, como adultos
com distúrbios vocais, crianças, cantores, profissionais da voz e pessoas sem
patologias vocais. 5
15
Atualmente, existem no mercado tubos de diferentes materiais, sendo eles
plástico (material rígido), vidro (material rígido) e látex (material flexível). Todos os
materiais são frequentemente usados nas terapias de voz.5
Dessa forma, o presente trabalho de conclusão de curso visa rever a literatura
voltada à utilização de Exercícios de Trato Vocal Semiocluído tendo-se como foco a
terapia vocal com tubos de ressonância.
16
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Definição de voz
A voz pode ser definida como um processo fisiológico, também conhecido
como vocalização, resultante da vibração das pregas vocais que é causada pela
combinação e articulação da força aerodinâmica (ar que sai dos pulmões) e força
mioelástica (força muscular da laringe).6
Sendo um dos bens mais importantes para a humanidade, sobretudo para a
comunicação, a voz está presente na vida do indivíduo desde o seu nascimento, se
manifestando através do choro, risadas, gritos e, é claro, na fala. Isso a torna essencial
para a expressividade, afinal, a voz é algo único, que carrega e expressa a
individualidade de cada ser humano, e através dela é possível externalizar todas as
intenções e sentimentos vividos, indo desde felicidade e satisfação, até tristeza ou
raiva. 6,7
Contudo, temos uma combinação entre a função vocal e o estado emocional,
uma vez que a voz é um reflexo de todo o interior de uma pessoa. Se algo fisiológico
não vai bem, pode afetar a qualidade da voz. Alguns exemplos seriam: alterações
hormonais, refluxo gastroesofágico, e etc., se algo emocional está desorganizado,
também poderá acarretar problemas para a voz, como uma disfonia psicogênica, por
exemplo. 8, 9
Em suma, a voz é implica uma extrema delicadeza, e deve ter o
merecido cuidado, evitando assim futuras desordens vocais e mantendo a qualidade
de vida e comunicação do indivíduo durante toda sua vida.6,9,10
17
2.2. Produção da Voz e as Estruturas Envolvidas na Fonação.
Para que ocorra a produção da voz é necessário que haja alguns processos,
como por exemplo: o mecanismo de fole, o som gerado através da vibração das
pregas vocais, a ressonância e a articulação deste som.11
Para que haja a fonação, deve haver uma atividade de todos os músculos
presentes na produção vocal, além da integridade dos mesmos e de todos os tecidos
do aparelho fonador. Mudanças teciduais ou do controle motor, por conta de um
evento neurológico, trauma, anomalia congênita, lesão ou doença, podem causar
alterações da fisiologia normal, resultando, assim, em modificações na acústica da
voz.11
Na produção da voz, deve existir uma pressão aérea dos pulmões,
sobrepressão de ar, que será responsável pela movimentação das pregas vocais,
denominada pressão supraglótica. A fonação ocorre a partir da vibração das pregas
vocais e suas mudanças de tensão e longitude, além da ampliação da abertura glótica
e da intensidade do esforço respiratório.12
Em resumo, o fluxo do ar vibra as pregas vocais, fazendo com que o som
laríngeo seja amplificado por cavidades da via aérea superior e cabeça,
posteriormente. Dessa forma, o fluxo passará pelos articuladores e, durante todo esse
processo, o som sofrerá modificações, de forma consciente ou não.10
Quando tratamos da voz, a fisiologia e sua forma de produção devem ser
levadas em consideração. Até que a voz seja produzida, sendo ela falada ou cantada,
o som gerado pelas pregas vocais passa por uma série de estruturas que irão tratar a
voz até que ela saia pela boca.
No que diz respeito à fonação, algumas estruturas são de extrema importância
para que ela se realize. Dentre elas, temos o trato vocal e a laringe.
O trato vocal é formado pelas estruturas que vão das pregas vocais até a boca,
sendo fundamental para as alterações de fenômenos acústicos na produção da
voz. Segundo a teoria não-linear da produção da voz, o trato vocal pode atuar como
18
um filtro para o som produzido pelas pregas vocais e/ou pode agir como um
modificador dos padrões de vibração. 13,14
As estruturas que compõem o trato vocal são: laringe, faringe, boca e fossas
nasais. As estruturas encontradas no trato vocal podem ser classificadas como
estruturas fixas (palato duro), meio-fixas (parede posterior da faringe) e móveis (véu
palatino, mandíbula, etc).15
Podemos caracterizar a estrutura do trato vocal com algo semelhante a um
tubo. A média de suas medidas são de 17,5 centímetros de comprimento em homens,
14,7 em mulheres e 8,75 em crianças.15
Contudo, é possível que haja modificações no trato vocal, através de ajustes
na configuração, na forma e comprimento, resultando assim, em modificações no
timbre e ressonâncias da voz. 13,15
As bases anatômicas do trato vocal podem ser subdivididas em cinco
cavidades: cavidade bucal ou vestibular oral, cavidade oral, istmo das fauces e
cavidade faríngea, nariz e cavidades nasais. 16
A cavidade bucal ou vestíbulo oral pode se modificar em questões de formas e
dimensões, a depender da forma que se encontram os lábios e bochechas. Podemos
classificar essa cavidade como um pequeno espaço, que será circunscrito pelos
lábios, bochechas e gengivas e dentes.16,17
A Cavidade oral se encontra na parte anterior e lateral dos dentes e pelos
processos alveolares, na parte superior pelo palato mole e palato duro e,
posteriormente, pelo arco palatoglosso e inferiormente pelo assoalho muscular. 17
A cavidade faríngea pode ser caracterizada como um tubo muscular
membranoso localizado entre a base do crânio e a sexta vértebra cervical. É dividida
anatomicamente em três partes, a nasofaringe, orofaringe e laringofaringe. Ela possui,
também, ligação com a região das cavidades timpânicas, cavidade oral, laríngea,
nasais e com o esôfago. Tem um papel fundamental na ressonância, influenciando
19
nas propriedades acústicas do som e promovendo a distribuição de energia do som
glótico.16
As cavidades nasais fazem parte do sistema respiratório, seu principal papel é
realizar a umidificação, aquecimento e purificação do ar, porém também há atuação
na ressonância dos sons da fala e amortecimento do som glótico.18
Qualquer alteração no trato vocal resultará em uma alteração na voz, sendo
assim, além de alterações patológicas, também é possível que ocorra ajustes
conscientes pelo indivíduo, podendo criar sonoridades. Algumas são específicas de
gêneros musicais, como as técnicas usadas no canto lírico tornando o timbre diferente
de cantores que usam técnicas utilizadas no canto popular.11,13
Como já mencionado anteriormente, é possível obter ajustes no trato vocal
através de suas estruturas móveis, e todos esses ajustes irão interferir no resultado
final da voz. A laringe, por exemplo, pode ser abaixada ou elevada, modificando os
harmônicos da voz. Com o rebaixamento da laringe, obtemos harmônicos mais
graves, o contrário acontece quando a laringe está alteada.15
Com o véu palatino, é possível ver seu arqueamento, que irá resultar em um
espaço na orofaringe e um fechamento da nasofaringe. Para a produção de sons mais
nasais é necessário um controle do véu palatino, diminuindo o espaço na orofaringe
e utilizando as cavidades orofaríngeas para produção do som.15
Nos ajustes do trato vocal, os lábios, mandíbula e língua também têm
participação. A abertura de boca influenciará, por exemplo, na projeção vocal,
podendo trazer resultados mais anteriorizados (com uma abertura labial horizontal) ou
resultados póstero-superiores (abertura labial vertical, arredondada).15
Todas essas estruturas serão de extrema importância para o resultado vocal final,
interferindo em mudanças de timbres e modificações da voz.
A laringe encontra-se dentro das estruturas do trato vocal e, quando se trata
de fonação, é de conhecimento que ela é um órgão essencial para que esse processo
aconteça. A laringe possui três funções básicas: proteção, respiração e fonação. Pode
ser localizada acima da traqueia ou logo abaixo da faringe, sendo composta por
músculos e cartilagens. Além de fazer parte do sistema respiratório, também está
20
envolvida no processo de fonação. Constitui-se por: osso hioide, membrana tireóidea,
epiglote, pregas ventriculares, pregas ariepiglóticas, ventrículo de Morgagni,
cartilagens e pregas vocais. Junto com a laringe, a musculatura das costas e
abdômen, caixa torácica, pulmões, faringe, cavidade oral e nasal, são necessárias
para que ocorra a produção da voz. 12, 15, 19
Sendo assim, a laringe também é a responsável pela condução da entrada e
saída de ar, essencial para o processo respiratório. Ela é o principal mecanismo de
proteção das vias aéreas inferiores, atuando na proteção caso ocorra a entrada de
corpos estranhos na laringe ou traqueia que possam obstruir a passagem de ar. A
laringe evita a aspiração de substâncias no momento da deglutição, e ajuda no
processo de deglutição, atuando para que não haja escape de ar dos pulmões nos
momentos que exigem grandes pressões abdominais, sendo esses exemplos funções
biológicas da laringe. 19,20
A fala é uma função de extrema importância para os seres humanos, porém
não é uma função biológica da laringe, ou seja, apesar de não ser a principal função,
a laringe possui todos os mecanismos necessários para que haja voz/som. 19
Dentre as estruturas que compõem a laringe estão: o Osso Hioide, Epiglote,
Pregas Ventriculares, Pregas Ariepiglóticas, Ventrículos de Morgagni, Membrana
Tireóidea, Pregas Vocais, Cartilagem Tireoide, Cricoide, Aritenoides, Cuneiformes e
Corniculadas.6
Quando se trata da parte muscular, podemos dividir a laringe em duas
categorias: Músculos extrínsecos e intrínsecos. O grupo dos músculos extrínsecos é
composto por: músculos esterno tireóideos, músculos tiro-hióideos e músculo
constritor inferior da faringe. 20
A musculatura intrínseca é constituída por um grupo de músculos que tem
origem e fixação na laringe, sendo eles: Músculo Cricoaritenóideo Posterior,
Cricoaritenóideo Lateral, Aritenóideo Oblíquo e Transverso, Tireoaritenóideo e
Cricotireóideo.20
Ainda sobre as características da laringe, a mesma é revestida por uma mucosa
por toda sua extensão, essa mucosa pode ser diferenciada em epitélio escamoso
estratificado, epitélio cilíndrico ou ciliado e epitélio escamoso.21
21
Uma estrutura de extrema importância para a fonação, que também é
encontrada na laringe, são as chamadas pregas vocais, localizadas na região abaixo
das pregas vestibulares. As pregas vocais são compostas por camadas, cada uma
com suas características, as diferenças de maleabilidade de cada camada são
essenciais para a movimentação das PPVV e com isso a produção da voz. 21
2.3. Disfonias e Terapia Fonoaudiológica
As disfonias se referem tanto às distorções vocais provenientes da fonte,
laringe, quanto às provenientes do filtro de ressonância do trato vocal. Elas podem ser
caracterizadas como quaisquer dificuldades na emissão vocal, alterando a produção
natural da voz. Alguns fatores etiológicos da disfonia são as alterações congênitas da
laringe, infecções de vias aéreas, fatores alérgicos, obstrução nasal, abuso vocal,
hábitos vocais inadequados, dentre outros. 11,23
Nas disfonias podemos encontrar alterações de nível respiratório, nível glótico
e nível ressonantal. Além de distorções do sinal laríngeo e desequilíbrio no foco
ressonantal. No que diz respeito às disfonias, podemos observar uma série de
alterações, como por exemplo: esforço para falar, dificuldade em manter a voz, fadiga
vocal, rouquidão, falta de volume e projeção, perda da eficiência vocal e pouca
resistência ao falar, entre outras. 11, 22
Podemos classificar três tipos de disfonias existentes, funcionais, orgânicas e
organofuncionais. Previamente, as disfonias funcionais podem ser classificadas como
primárias e secundárias. As disfonias funcionais primárias são desenvolvidas pelo uso
incorreto da voz. Na maioria dos casos, esse uso incorreto da voz é decorrente da
falta de conhecimento vocal ou modelo vocal deficiente. As disfonias secundárias são
causadas por inadaptações vocais, sejam anatômicas, funcionais ou psicogênicas.
Além disso, as disfonias funcionais podem abranger as alterações estruturais mínimas
(AEM), fendas glóticas, sulco, entre outras alterações. 7,23,24
As disfonias organofuncionais são alterações vocais benignas, no geral,
decorrentes de comportamento vocal alterado ou inadequado, tendo como gatilho
22
para o agravo fatores orgânicos como alergias, refluxo gastroesofágico, nódulos,
pólipos, edemas entre outros. 25
Por fim, as disfonias orgânicas, no geral, são primeiramente acompanhadas
por tratamento médico antes do fonoaudiológico, porém, mesmo com o término do
acompanhamento médico, ainda pode restar alterações vocais, e nesses casos há a
atuação da fonoaudiologia. Dentro dessas disfonias podemos encontrar: Granulomas,
laringomalácia, laringites agudas, entre outras alterações mais severas. A
agressividade dos procedimentos cirúrgicos faz com que essas disfonias tenham uma
pior avaliação da qualidade de vida.26,27
As primeiras contribuições de estudos para voz humana nasceram em meados
do século XVI, chamados manuais de canto. Seus objetivos eram apresentar
exercícios para desenvolver a voz cantada, tudo voltado a um pensamento mais
artístico. Mas foi na segunda metade do século XIX e início do século XX, que foram
produzidos os primeiros textos técnicos científicos. Já as terapias de voz começaram
a ter referências na década de 1930, a partir dos manuais de canto.22
Na década de 1960, surgiram as primeiras contribuições para terapia de voz.
Uma das técnicas conhecidas era usar de gestalt integrada para retorno da função
vocal normal, em outras palavras, foi observado que, para uma boa terapia vocal, a
voz deveria ser analisada como um todo e não apenas parâmetros vocais
independentes. Assim, foi posta em evidência a necessidade de diferentes propostas
terapêuticas para um bom resultado no tratamento vocal.22
Dentre as diferentes abordagens na fonoaudiologia, a abordagem global tem
sido a mais usada, nela se é trabalhada a identificação, o diagnóstico e o tratamento
para os distúrbios da voz, interligando a orientação vocal, psicodinâmica vocal e o
treinamento vocal. Dessa forma, uma abordagem global abrange todos os aspectos
da voz, indo dos aspectos emocionais, até dimensões mecânicas, buscando uma
qualidade vocal mais adequada e terapias que auxiliem em uma mudança vocal
imediata.22,23
23
2.4. Exercícios de Trato Vocal Semiocluído
Os exercícios de trato vocal semiocluído podem ser realizados de diversas
formas, os mais conhecidos são: vibração de lábios ou língua, fricativos bilabiais,
constrição labial, finger kazoo, exercício do "B" prolongado, firmeza glótica e fonação
em tubos. Esses exercícios buscam separar as pregas vocais, reduzindo o impacto
mecânico entre as mesmas, assim, é possível analisar efeitos sobre os parâmetros
acústicos de frequência fundamental (F0), jitter, shimmer, proporção harmônico-ruído,
ênfase espectral e harmônicos 1 e 2. 28,5
● Vibração labial ou de língua: A técnica de vibração apresenta duas
modalidades básicas, sendo elas: vibração de lábios e a vibração de língua,
ambas utilizadas em diversas intervenções vocais, utilizadas desde disfonias
a aquecimentos vocais. Essa técnica tem como objetivo mobilizar a mucosa
das pregas vocais, equilibrar a coordenação pneumofonoarticulatória e reduzir
o esforço fonatório.29
● Fricativos bilabiais: Os sons fricativos são utilizados para direcionamento de
fluxo aéreo, aumentar o tempo máximo de fonação, melhorar o apoio
respiratório, suavizar ataques vocais e, no caso dos fricativos sonoros,
proporcionar uma coaptação glótica mais efetiva e suave.29
● Finger Kazoo: Emissão de um “V” ou “U” sustentado, com o dedo indicador
haverá a oclusão da boca, podendo também ser realizado com a palma da
mão, e emitir os sons com uma discreta soprosidade associada.29,30
● Exercício do “b” prolongado: Essa técnica proporciona coaptação glótica,
estabiliza frequência fundamental e melhora o tempo máximo de fonação. Há
também aumento da amplitude de vibração das pregas vocais.29
● Oclusão labial: Oclusão da boca com a palma da mão e emissão do “V” ou
“U” com discreta soprosidade associada. O objetivo é a melhora na coaptação
das pregas vocais e o afastamento das estruturas supraglóticas, quando há
aproximação indesejada destas durante a fonação.31
Os exercícios de trato vocal semiocluído (ETVSO) têm sido comumente utilizados
na prática clínica com o objetivo de favorecer a economia e a eficiência vocal. No
ETVSO, a oclusão parcial da boca promove a ressonância retroflexa e a expansão de
24
toda a área do trato vocal, da boca à laringe, enquanto a ativação glótica é mantida,
tendendo a se estabilizar.3
Técnicas como vibração de lábios ou língua, fricativos bilabiais, constrição
labial, exercício do "B" prolongado, firmeza glótica e fonação em tubos, além de serem
do grupo dos ETVSO, também são conhecidos por facilitarem a interação fonte-filtro,
reduzindo os riscos de trauma de vibração. Podem ser utilizados desde casos de
alteração vocal a sujeitos com vozes normais, que visam uma voz mais clara e sonora
ou para o aquecimento vocal.3
Contudo, os ETVSO trazem algumas modificações ao trato vocal. Afinal, esses
exercícios se caracterizam pela oclusão da boca, havendo uma leve resistência na
passagem do ar, promovendo uma modificação da pressão interna, alterando assim
a configuração glótica e do trato vocal. Essa pressão intraoral resulta no fenômeno
conhecido como ressonância retroflexa, uma energia que retorna à glote durante a
realização dos ETVSO, diminuindo a tensão e choque mecânico das pregas vocais.
Essa ressonância retroflexa tem sido bem vista, pois modifica o padrão de vibração
das pregas vocais, possibilitando assim uma fonação mais econômica. Quanto menor
o esforço empregado, mais saudável será a produção da voz. 4,11
2.5. Utilização dos ETVSO com Tubos na Terapia de Voz
Os ETVSO de fonação em tubos, com uma das extremidades submersa em
água, foram estudados pela primeira vez na década de 1960. As modulações de
pressão produzidas pelo borbulhar da água se tornaram a principal característica
dessa técnica, contudo, os canudos também podem ser usados no ar. Dentre os
efeitos benéficos desses exercícios, foi possível observar um aumento na atividade
do músculo tireoaritenóideo e cricoaritenóideo, resultando, assim, em uma coaptação
mais suave das pregas vocais e melhor mobilidade da borda livre das PPVV. 5
Nos exercícios de trato vocal semiocluído com a utilização de tubos de silicone,
foi notada também a promoção do abaixamento de laringe e expansão do trato vocal.
25
O controle vocal e diminuição excessiva durante a fonação também foram pontos
positivos nessa técnica.32
Uma particularidade dos canudos de diâmetro estreito para a realização do
ETVSO é que, diferentemente de técnicas como a vibração labial ou lingual, com a
utilização dos tubos é possível monitorar o som da laringe sem o mascaramento que
as vibrações dos lábios ou da língua trazem. O efeito fisiológico e acústico produzido
pelos tubos podem variar dependendo do comprimento do tubo usado. 1,5
Esses exercícios podem ser classificados em dois grupos: exercícios regulares
(firmeza glótica, humming e canudo de alta resistência) e exercícios de flutuação (sons
vibrantes e tubo flexível de látex). Os exercícios regulares permitem uma maior
estabilidade do quociente de contato e da frequência fundamental (F0), como
consequência, resulta em uma fonação mais fácil. Já os exercícios flutuantes mostram
o quociente de contato e F0 variáveis, causam um “Efeito massagem” no trato vocal,
devido ao uso de uma fonte vibratória secundária.33
A fonação em tubos tem sido usada em terapias vocais, um dos pontos
trabalhados é a hipernasalidade e a melhora da qualidade vocal. A oclusão parcial do
trato vocal que ocorre com o uso de canudos facilita a automanutenção da vibração
das pregas vocais, diminuindo a pressão fonatória, já que o estreitamento do trato
vocal resulta no aumento médio da pressão supraglótica e pressão infraglótica. 5,28
Nas terapias com tubos de ressonância, pode-se utilizar duas técnicas: a
primeira com o tubo imerso na água e a segunda com o tubo suspenso no ar. Na
primeira, a extremidade restante ficará fora da água, onde o paciente colocará a boca
para a execução do exercício. O indivíduo produzirá sons vocalizados, como por
exemplo, a vogal [u]. Na segunda, o exercício poderá ser realizado da mesma forma,
porém com o tubo no ar (essa técnica é frequentemente usada em sujeitos com vozes
saudáveis). Tais exercícios, que utilizam a fonação em tubos e canudos, têm sido
muito utilizados tanto na reabilitação de distúrbios vocais, quanto no aprimoramento
vocal de profissionais da voz.5
26
2.6. Caracterização dos Tubos Utilizados em Terapias Vocais
Alguns dos tubos de ressonância usados em terapia são dos materiais, plástico,
vidro e de látex. Sendo eles caracterizados da seguinte forma:
● Tubos de plástico: Feitos de material rígido, tendo seus tamanhos variados de
10 a 15 cm. Na fonoterapia, geralmente, são usados com sua ponta distal
suspensa no ar.1
● Tubo de vidro: O material desse canudo é rígido, porém com a possibilidade de
ser quebrado. Seu tamanho geralmente é de 27 cm e, na fonoterapia, costuma
ser utilizado tanto no ar quanto submerso em água.1
● Tubo de látex: Os canudos de látex são feitos de material flexível, porém
resistente, têm em média 35 cm e nas terapias são utilizados submersos em
água.1
Como já mencionado no presente estudo, os exercícios de trato vocal
semiocluído têm acarretado efeitos positivos. Diversos estudos foram realizados
investigando os efeitos imediatos do uso do tubo de ressonância de plástico, de vidro
e de látex.
Quando falamos de canudos de plásticos, podemos mencionar o estudo de
Sampaio (2008), onde foi comparado dois ETVSO, o Finger Kazoo e a Fonação em
Canudo. O Tubo escolhido foi plástico rígido, cujo comprimento é 8,7cm e o diâmetro
é de 1,5mm. Os participantes eram todos mulheres sem queixa vocal. Ao final do
estudo, foi observada uma redução na F0 após a realização do exercício. 3
Em pesquisas sobre tubo de vidro, ou tubo finlandês, há estudos como o de
Alban e Klein (2018). Esse estudo foi realizado com professores universitários de
ambos os sexos e, como resultado dos efeitos da utilização dos tubos, foi visto que
há uma melhora na intensidade, frequência e tempo máximo de fonação (TMF). 34
E por fim, sobre tubos flexíveis, ou popularmente conhecidos como “laxvox”, é
possível encontrar estudos como o de Fadel (2015), com cantores sem queixas
vocais, em que foi proposta uma terapia com tubos, dentre eles o flexível. Como
27
resultado, os participantes apresentaram efeitos positivos imediatos quanto à
autoavaliação e análise acústica da voz.35
A partir de uma primeira análise, é possível perceber que independentemente
do material, os estudos mostram que a utilização de tubos nas terapias vocais traz
bons efeitos.
28
3. OBJETIVO
3.1. Objetivo Geral
Realizar a revisão de literatura voltada ao estudo dos efeitos de ETVSO com
tubos de ressonância nas disfonias.
3.2. Objetivos Específicos
3.2.1. Verificar os benefícios dos exercícios de Trato Vocal Semiocluído- Tubos
de ressonância, nas vozes de pessoas disfônicas.
3.2.2. Averiguar os procedimentos fonoaudiológicos na utilização dos
exercícios de Trato Vocal Semiocluído- Tubos de ressonância.
3.2.3. Analisar os efeitos causados pelos exercícios de Trato Vocal
Semiocluído - Tubo de ressonância, nos parâmetros vocais de proporção harmônica,
ruído, ressonância, etc.
29
4. METODOLOGIA
O presente estudo trata-se de uma revisão integrativa de literatura, de natureza
qualitativa, descritiva e analítica, tendo como base o estudo de artigos científicos de
origem nacional e internacional, que contemplam a utilização de tubos nas terapias
fonoaudiológicas.
Este estudo tem como objetivo verificar os efeitos dos Exercícios de Trato Vocal
Semiocluído com a utilização de tubos, baseando-se em estudos brasileiros de
fonoaudiologia voltados à terapia vocal para pessoas disfônicas. Buscou-se investigar,
descrever e analisar os resultados obtidos a partir do uso destes exercícios.
Para o desenvolvimento desta revisão foram realizadas pesquisas nas bases de
dados, Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Literatura Latino Americana
(LILACS) e PubMed.
4.1. Procedimentos de Busca e Seleção dos Artigos
Para acesso aos estudos nas bases de dados, utilizaram-se Descritores em
Ciência da Saúde (DeCS) em português e em inglês. Os títulos procurados foram:
Voz, Disfonia, Fonoterapia, Fonação e Treinamento da voz. Para pesquisas
internacionais foram usados os termos respectivos em inglês, sendo eles, Voice,
Dysphonia, Speech Therapy, Phonation, Voice Training.
Os descritores “Disfonia” e “Treinamento da Voz” foram selecionados como
os principais, sendo combinados entre si e entre os demais descritores utilizando o
operador booleano ‘’AND’’. As figuras 1 e 2, a seguir, representam a esquematização
das combinações dos descritores principais com os demais.
30
Figura 1: Combinação do descritor principal “Disfonia” com os demais descritores
Figura 2: Combinação do descritor principal “Treinamento da Voz” com os demais
descritores
Para as pesquisas internacionais os descritores foram mantidos, porém com
sua tradução para o inglês. “Dysphonia” e “Voice Training” foram selecionados como
31
os principais, sendo combinados entre si e entre os demais, ainda utilizando o
operador booleano “AND”. Nas Figuras 3 e 4, estão as combinações realizadas.
Figura 3: Combinação do descritor principal “Dysphonia” com os demais descritores.
Figura 4: Combinação do descritor principal “Voice Training” com os demais
descritores
32
Para realizar a seleção dos artigos, foram utilizados os seguintes critérios de
inclusão: artigos nacionais e internacionais que realizaram estudos voltados ao uso
de Exercícios de Trato Vocal Semiocluído com utilização de tubos nas disfonias,
artigos originais, publicados na íntegra, no período de 2011 a 2020, portanto
referentes aos últimos 10 anos, e artigos envolvendo participantes com diagnóstico de
disfonia.
A seleção dos artigos foi realizada com o auxílio de um teste de relevância
previamente elaborado, contendo os critérios de inclusão, onde eram descritos os
objetivos do estudo e todos os artigos deveriam se enquadrar nas exigências.
Como critérios de exclusão, foram descartados todos os artigos que não fossem
publicados nos idiomas inglês e português, publicações fora do período de análise
determinado, artigos de revisão de literatura e de estudos de caso, artigos não
relacionados ao estudo do uso de tubos na fonoterapia para disfonias e artigos que
tratem de exercício de trato vocal semiocluído com a utilização de tubos para vozes
normais.
A Figura 5, a seguir, apresenta os tópicos de análise dos artigos que compõem o
teste de relevância para a seleção da revisão dos artigos.
Questões SIM NÃO
Artigo realizou estudos voltados ao uso de Exercícios de Trato Vocal ( ) ( )
Semiocluido com utilização de tubos nas disfonias?
O resumo está de acordo com o tema? ( ) ( )
Os artigos estão publicados em inglês ou português? ( ) ( )
Foi publicado entre os anos de 2011 a 2020? ( ) ( )
O artigo se apresenta na integra? ( ) ( )
É um artigo cientifico original? ( ) ( )
33
Figura 5: Formulário de aplicação do teste de relevância.
Inicialmente, foram inseridas nas bases de dados as combinações dos
descritores, sendo registrada a quantidade de artigos encontrados em cada
combinação. O resultado total registrado em cada uma das plataformas foram: Scielo
com um total de 906 artigos, Lilacs 2.444 artigos e a PubMed com 11.219 artigos, a
somatória de todos os resultados colaborou para um conjunto de 14.569 artigos no
início da pesquisa.
Foi feita uma filtragem com todos os artigos encontrados para verificar se
estavam dentro dos critérios de inclusão estabelecidos. Um total de 6.407 artigos
foram excluídos por não pertencerem ao período selecionado. Na verificação do
idioma, foram excluídos 475 artigos. Por não apresentarem título de acordo com o
tema, 7.557 foram excluídos. Dos 130 artigos restantes, 89 foram excluídos por
réplica, e para finalizar a filtragem, foram excluídos outros 32 artigos após a leitura na
íntegra. Em suma, restaram, no total, 9 artigos para compor o presente estudo.
Nas Figuras 6 e 7, é possível visualizar o fluxograma das etapas de seleção
dos artigos e o fluxograma das etapas do estudo.
34
Lilacs
n= 2.444
Scielo PubMed
n= 906 n=11.219
Busca inicial
Artigos indexados nas bases de dados
n=14.569
Artigos dos últimos 10 anos Artigos
n= 8.162 Excluídos
N= 6.407
Artigos publicados nos idiomas
inglês e português Artigos
n= 7.687 Excluídos
N= 475
Títulos de acordo com o tema Artigos
n= 130 Excluídos
N= 7.557
Artigos mantidos após exclusão por replica Artigos
n= 41 Excluídos
N= 89
Artigos incluídos a partir da
Artigos
leitura na integra
Excluídos
n= 9
N= 32
Total de artigos Selecionados
n= 9
Figura 6: Fluxograma das etapas de seleção dos artigos.
35
Definição da pergunta norteadora:
Quais exercícios de trato vocal semiocluído com tubos de ressonância são
utilizados em fonoterapia para disfonias, de que forma e qual a eficácia
apontada?
Elaboração da Introdução e da Revisão de Literatura
Elaboração dos Objetivos do estudo.
Escolha dos descritores, definição das bases
de dados e elaboração do teste de relevância
Organização dos Seleção dos artigos e Leitura completa dos
resultados exclusão dos não artigos selecionados e
encontrados correspondiam ao teste verificação dos
de relevância. requisitos para
aceitação final
Resultados, Discussão e Conclusão.
Figura 7: Fluxograma das etapas da pesquisa.
36
5. RESULTADOS
No presente estudo foram encontrados um total de 9 artigos que atenderam aos
critérios de inclusão determinados para a realização desta pesquisa. Todos os artigos
selecionados foram devidamente analisados de forma que os dados relevantes para
esta pesquisa foram identificados e descritos no decorrer deste capítulo. A seguir, o
Quadro 1 apresenta as informações de identificação dos nove artigos selecionados.
Quadro 1: Identificação dos Artigos Selecionados para o Estudo.
Artigo Títulos dos Artigos Autores e Ano de Publicação Periódicos
1 Efeito do tempo de Sabrina Mazzer Paes Communication
realização do exercício de Mara Behlau (2017) Disorders, Audiology and
canudo de alta resistência Swallowing- CoDAS.
em mulheres disfônicas e
não disfônicas
2 A Randomized Controlled Mara R. Kapsner-Smith, Eric J. Journal of Speech,
Trial of Two Semi-Occluded Hunter, Kimberly Kirkham, Karin Language, and Hearing
Vocal Tract Voice Therapy Cox, and Ingo R. Titze Research.
Protocols (2015)
3 Efficacy of Water Marco Guzman, Rodrigo Jara, Journal of Voice.
Resistance Therapy in Christian Olavarria, Paloma
Subjects Diagnosed With Caceres, Geordette Escuti,
Behavioral Dysphonia: A Fernanda Medina, Laura Medina,
Randomized Controlled Sofia Madrid, Daniel Muñoz, and
Trial Anne-Maria Laukkanen. (2017)
4 Immediate Effects of the Sabrina Mazzer Paes, Fabiana Journal of Voice.
Finnish Resonance Tube Zambon, Rosiane Yamasaki,
Method on Behavioral Susanna Simberg, and Mara
Dysphonia Behlau. (2013)
5 Effect of Voice Therapy Mami Kaneko, Yoichiro Sugiyama, Journal of Voice.
Using Semioccluded Vocal Shigeyuki Mukudai, and Shigeru
Tract Exercises in Singers Hirano. (2020)
and Nonsingers With
Dysphonia
6 Effect of Performance Time Lorena de Almeida Ramos and Ana Journal of Voice.
of the Semi-Occluded Vocal Cristina Côrtes Gama (2017)
Tract Exercises in
Dysphonic Children
37
7 Immediate effects of the Claudia Barsanelli Costa Brazilian Journalof
phonation into a straw Luis Henrique Chechinato Costa Otorhinolaryngology
exercise Gisele Oliveira Mara Behlau (2011)
8 Terapia breve intensiva Aline Medianeira Tolfo Rossa Audiology Comunication
com fonação em tubo de Verônica Jardim Moura Reseach
vidro imerso em água: Débora Bonesso Andriollo
estudo de casos Gabriele Rodrigues Bastilha
masculinos Joziane Padilha de Moraes Lima
Carla Aparecida Cielo
(2019)
9 Verificação da eficácia do Sabrina Braga dos Santos Audiology Comunication
uso de tubos de Stéfani Ribeiro Rodrigues Camila Reseach
ressônancia na terapia Dalbosco Gadenz Tanise
vocal com indivíduos Cristaldo Anhaia Priscila
idosos Esteves Spagnol Mauriceia Cassol
(2014)
O Quadro 2, a seguir, contém os resumos de todos os artigos escolhidos
para o presente estudo.
Quadro 2: Títulos e resumos dos artigos selecionados para o estudo.
ARTIGO 1: Efeito do tempo de realização do exercício de canudo de alta resistência
em mulheres disfônicas e não disfônicas
Objetivo: Verificar o efeito do tempo de realização do exercício de canudo de alta
resistência em mulheres com disfonia comportamental e em mulheres vocalmente
saudáveis. Método: As participantes, 25 mulheres disfônicas (GD), com idade média de 35
anos (DP = 10,5) e 30 mulheres vocalmente saudáveis (GVS), com idade média de 31,6
anos (DP = 10,3), emitiram um som contínuo em um canudo de alta resistência por 7
minutos, com interrupções depois de 1, 3, 5 e 7 minutos. Amostras de vogal sustentada “é” e
contagem de números foram registradas (FonoView-4.6, CTS) antes do início da realização
do exercício e depois de cada uma das séries. Posteriormente, foram analisadas
acusticamente. Cada participante foi orientada a prestar atenção no esforço fonatório
aplicado durante o exercício, bem como na fala, registrando sua intensidade em uma escala
analógico-visual (EAV). Resultados: Para o GD, houve predomínio de respostas positivas
após 3 minutos de exercício, com melhora do esforço para falar, aumento do TMF e redução
da variabilidade de F0 ; com a continuidade do exercício, esses parâmetros pioraram,
sugerindo sobrecarga no sistema, e o esforço fonatório percebido no exercício piorou
gradativamente com o tempo. Para o GVS, o único parâmetro que se modificou foi o TMF,
que melhorou após 1 minuto; 7 minutos não parece significar sobrecarga para essa
população. Conclusão: Foram observadas modificações vocais positivas com o exercício de
canudo de alta resistência, mas há limites quanto a sua dosagem. Deve-se observar efeitos
não desejados para evitar sobrecarga vocal desnecessária, principalmente em mulheres
disfônicas.
38
Artigo 2: A Randomized Controlled Trial of Two Semi-Occluded Vocal Tract Voice
Therapy Protocols
Purpose: Although there is a long history of use of semi occluded vocal tract gestures in voice
therapy, including phonation through thin tubes or straws, the efficacy of phonation through
tubes has not been established. This study compares results from a therapy program on the
basis of phonation through a flow-resistant tube (FRT) with Vocal Function Exercises (VFE),
an established set of exercises that utilize oral semi-occlusions. Method: Twenty subjects (16
women, 4 men) with dysphonia and/or vocal fatigue were randomly assigned to 1 of 4 treatment
conditions: (a) immediate FRT therapy, (b) immediate VFE therapy, (c) delayed FRT therapy,
or (d) delayed VFE therapy. Subjects receiving delayed therapy served as a no-treatment
control group. Results: Voice Handicap Index (Jacobson et al., 1997) scores showed
significant improvement for both treatment groups relative to the no-treatment group.
Comparison of the effect sizes suggests FRT therapy is noninferior to VFE in terms of reduction
in Voice Handicap Index scores. Significant reductions in Roughness on the Consensus
Auditory-Perceptual Evaluation of Voice (Kempster, Gerratt, Verdolini Abbott, Barkmeier-
Kraemer, & Hillman, 2009) were found for the FRT subjects, with no other significant voice
quality findings. Conclusions: VFE and FRT therapy may improve voice quality of life in some
individuals with dysphonia. FRT therapy was noninferior to VFE in improving voice quality of
life in this study.
Artigo 3: Efficacy of Water Resistance Therapy in Subjects Diagnosed With Behavioral
Dysphonia: A Randomized Controlled Trial
Purpose: The purpose of the present study was to determine the efficacy of water resistance
therapy (WRT) in a long-term period of voice treatment in subjects diagnosed with voice
disorders. Methods. Twenty participants, with behavioral dysphonia, were randomly assigned
to one of two treatment groups: (1) voice treatment with WRT, and (2) voice treatment with
tube phonation with the distal end in air (TPA). Before and after voice therapy, participants
underwent aerodynamic, electroglottographic, acoustic, and auditory-perceptual assessments.
The Voice Handicap Index and self-assessment of resonant voice quality were also performed.
The treat ment included eight voice therapy sessions. For the WRT group, the exercises
consisted of a sequence of five phonatory tasks performed with a drinking straw submerged 5
cm into water. For the TPA, the exercises consisted of the same phonatory tasks, and all of
them were performed into the same straw but the distal end was in air. Results. Wilcoxon test
showed significant improvements for both groups for Voice Handicap Index (decrease), sub
glottic pressure (decrease), phonation threshold pressure (decrease), and self-perception of
resonant voice quality (increase). Improvement in auditory-perceptual assessment was found
only for the TPA group. No significant differences were found for any acoustic or
electroglottographic variables. No significant differences were found between WRT and TPA
groups for any variable. Conclusions. WRT and TPA may improve voice function and self-
perceived voice quality in individuals with be havioral dysphonia. No differences between these
therapy protocols should be expected.
Artigo 4: Immediate Effects of the Finnish Resonance Tube Method on Behavioral
Dysphonia
Objective: To investigate the immediate effects of the Finnish resonance tube method for
teachers with behavioral dysphonia. Methods. Twenty-five female teachers (m ¼ 39.9 years
of age) with at least a 5-year history of dysphonia were included. Additional inclusion criteria
were the diagnosis of chronic behavioral dysphonia with an indication for speech therapy and
39
the absence of any prior speech therapy. Subjects produced three sets of 10 tokens of
sustained phonation with a 1-minute rest interval between tokens into a 27-cm glass tube
immersed in at least 2 cm of water. Voice samples were recorded before and after these sets.
The effects of these exercises were evaluated by self-assessment, auditory perceptual
analysis, and acoustic evaluation involving extraction of fundamental frequency and visual
spectrographic analysis. Results. Sixty-eight percent of the teachers reported increased
phonatory comfort and 52% reported improved voice quality after performing the exercises.
Perceptual analysis indicated improved voice quality in the samples of counting numbers,
confirmed by decreased instability, subharmonics, noise in high frequencies, and the tendency
for reduced low frequency noise on spectrographic evaluation. Additionally, mean fundamental
frequency decreased. Conclusion. The Finnish resonance tube method increased phonatory
comfort and vocal changes suggestive diminished hyperfunction.
Artigo 5: Effect of Voice Therapy Using Semioccluded Vocal Tract Exercises in Singers
and Nonsingers With Dysphonia
Objectives: Voice therapy with semioccluded vocal tract exercises (SOVTE) has a long history
of use in singers and nonsingers with dysphonia. SOVTE with increased vocal tract impedance
leads to increased vocal efficiency and economy. Although there is a growing body of research
on the physiological impact of SOVTE, and growing clinical sentiment about its therapeutic
benefits, empirical data describing its potential efficacy in singers and nonsingers are lacking.
The objective of the current study is to evaluate vocal tract function and voice quality in singers
and nonsingers with dysphonia after undergoing SOVTE. Methods. Patients who were
diagnosed with functional dysphonia, vocal fold nodules and age-related atrophy were
assessed (n = 8 singers, n = 8 nonsingers). Stroboscopic examination, aerodynamic
assessment, acoustic analysis, formant frequency, and self-assessments were evaluated
before and after performing SOVTE. Results. In the singer group, expiratory lung pressure,
jitter, shimmer, and self-assessment significantly improved after SOVTE. In addition, formant
frequency (first, second, third, and fourth), and the standard deviation (SD) of the first, second,
and third formant frequency significantly improved. In the nonsinger group, expiratory lung
pressure, jitter, shimmer, and Voice Handicap Index-10 significantly improved after SOVTE.
However, no significant changes were observed in formant frequency. Conclusions. These
results suggest that SOVTE may improve voice quality in singers and nonsingers with
dysphonia, and SOVTE may be more effective at adjusting the vocal tract function in singers
with dysphonia compared to nonsingers
Artigo 6: Effect of Performance Time of the Semi-Occluded Vocal Tract Exercises in
Dysphonic Children
Objective: This study aimed to verify the effects of execution time on auditory-perceptual and
acoustic responses in children with dysphonia completing straw phonation exercises. Study
design. A randomized, prospective, comparative intra-subject study design was used.
Methods. Twenty-seven children, ranging from 5 to 10 years of age, diagnosed with vocal cord
nodules or cysts, were enrolled in the study. All subjects included in the Experimental Group
were also included in the Control Group which involved complete voice rest. Sustained vowels
(/a/e/ε/e/) counting from 1 to 10 were recorded before the exercises (m0) and then again after
the first (m1), third (m3), fifth (m5), and seventh (m7) minutes of straw phonation exercises.
The recordings were randomized and presented to five speech therapists, who evaluated vocal
quality based on the Grade Roughness Breathiness Asthenia/Strain Instability scale. For
acoustic analysis, fundamental frequency, jitter, shimmer, glottal to noise excitation ratio, and
noise parameters were analyzed. Results. Reduced roughness, breathiness, and noise
measurements as well as increased glottal to noise excitation ratio were observed in the
Experimental Group after 3 minutes of exercise. Reduced grade of dysphonia and breathiness
40
were noted after 5 minutes. Conclusion. The ideal duration of straw phonation in children with
dysphonia is from 3 to 5 minutes.
Artigo 7: Immediate effects of the phonation into a straw exercise
Efeitos imediatos de um exercício de trato vocal semiocluído. Objetivo: Investigar os efeitos
imediatos do exercício de fonação no canudo em indivíduos com e sem lesão nas pregas
vocais. Material e Método: Estudo Prospectivo. Participaram deste estudo 48 indivíduos, entre
18 e 55 anos, distribuídos em dois grupos: GL- com lesão benigna na prega vocal; GSL- sem
lesão. Foram realizadas antes e após a realização do exercício de fonação no canudo as
seguintes análises: autoavaliação da voz, análises perceptivo-auditiva da vogal [ε], acústica
de parâmetros selecionados (VoxMetria 2.6) e videolaringoscopia. Resultados: A
autoavaliação vocal indicou melhora estatisticamente significante na emissão da voz no GL
(p=0,015). Não houve diferença estatisticamente significante nos momentos pré e pós-
exercício e entre os grupos, nas avaliações perceptivo-auditiva, acústica e
videolaringoscópica. Conclusão: O exercício de fonação no canudo promoveu efeitos positivos
verificados na autoavaliação vocal, indicando voz mais fácil e melhor à fonação.
Artigo 8: Terapia breve intensiva com fonação em tubo de vidro imerso em água:
estudo de casos masculinos
Trata-se de um estudo de casos de três homens com 25, 39 e 40 anos de idade, avaliados
antes e após dez sessões consecutivas de fonação em tubo de vidro imerso em água. O
objetivo foi descrever os resultados vocais da terapia breve intensiva com fonação em tubo de
vidro imerso em água, em três homens sem afecções laríngeas e com queixas vocais. Em
dois sujeitos, a maioria das medidas de fonte glótica melhorou, mas sem entrar na
normalidade. Nos três sujeitos, a maioria das medidas de pressão sonora aumentou acima da
normalidade; a maioria dos tempos máximos de fonação aumentou, mas sem entrar na
normalidade; a diferença entre a média das vogais e a contagem de números permaneceu
fora da normalidade; os resultados das relações s/z e ė/e permaneceram ou entraram na
normalidade. Os resultados dos questionários de autoavaliação (Perfil de Participação em
Atividades Vocais, Escala de Desconforto do Trato Vocal e Autoavaliação do Grau de
Quantidade de Fala e Volume de Voz) mostraram que os escores se mantiveram ou pouco
mudaram após a terapia. Todos os sujeitos mostraram Pré-contemplação, primeiro estágio,
na Escala URICA-Voz. Nos três homens, após terapia breve intensiva com fonação em tubo
de vidro imerso em água, houve discreta melhora na maioria das medidas vocais, mas ainda
permaneceram alteradas e, na escala URICA-Voz, o grupo se classificou em Pré-
Contemplação.
Artigo 9: Verificação da eficácia do uso de tubos de ressônancia na terapia vocal com
indivíduos idosos
Objetivo: Verificar a eficácia do uso da técnica “Tubos de Ressonância – Método Finlandês”
em um grupo de indivíduos idosos com queixas de alterações vocais e respiratórias. Métodos:
A amostra foi composta por residentes de uma instituição de longa permanência para idosos
(ILPI), divididos igualmente entre Grupo de Pesquisa (G1) e Grupo de Controle (G2). Foram
incluídos na pesquisa 42 idosos, dos quais 30 do gênero feminino, na faixa etária de 62
anos a 93 anos de idade. Foi aplicado um inventário sociodemográfico seguido da espirometria
e da gravação das vozes, antes e depois da intervenção. O G1 participou de seis
sessões com a técnica “tubos de ressonância” e o G2 participou de seis oficinas de saúde
vocal. As vozes gravadas foram analisadas segundo critérios da escala GRBASI. Resultados:
41
O grupo G1 obteve melhora significativa, enquanto o grupo G2 não obteve mudança vocal
significativa. A espi-rometria obteve melhora no G1 e piora no G2. Conclusão: A técnica
finlandesa de tubos de ressonância apresentou eficácia na terapia com indivíduos idosos
com sintomas de presbifonia, auxiliando na melhora da qualidade vocal e da capacidade vital.
A seguir, na Figura 8, vemos a distribuição por gênero da soma dos números de
participantes dos seis estudos selecionados. Dos 213 participantes, 147 eram
mulheres (74%) e 52 eram homens (26%). Apenas o artigo 3 não especificou o gênero
de seus participantes.
Gêneros
Masculino
26%
Feminino
74%
Figura 8: Distribuição do total de participantes dos estudos selecionados de acordo
com o gênero
A Tabela 1, a seguir, apresenta o número de participantes que compuseram as
amostras de cada estudo selecionado e a distribuição desses participantes por
gênero.
42
Tabela 1: Número de participantes de cada estudo selecionado e distribuição por
sexo
Artigo Feminino Masculino Total
N % N %
1 25 100 0 0 25
2 17 81 4 19 21
4 25 100 0 0 25
5 4 50 4 50 8
6 6 22 21 78 27
7 40 83 8 17 48
8 0 0 3 100 3
9 30 71 12 29 42
Cada publicação escolhida possuía seus próprios critérios em relação à idade
mínima e máxima de seus participantes, visto isso, foi gerado um quadro com as
idades mínimas e máximas de cada artigo, a seguir na Figura 9.
43
Quadro 3: Faixa Etária dos Participantes Envolvidos nos Estudos.
Faixa Etária dos Participantes Envolvidos nos Estudos
Artigo 1 De 20 a 50 anos.
Artigo 2 De 32 a 75 anos.
Artigo 3 De 18 a 33 anos.
Artigo 4 De 25 a 73 anos.
Artigo 5 De 19 a 74 anos.
Artigo 6 De 5 a 10 anos.
Artigo 7 De 15 a 55 anos.
Artigo 8 De 20 a 40 anos.
Artigo 9 De 62 a 93 anos.
44
Dentro da faixa etária de cada artigo, foi gerado uma média das idades
encontradas dentro dos estudos selecionados, como se pode observar na Figura 10.
Média de idade dos Participantes
Arigo 8 34
Artigo 7 35
Artigo 6 8
Artigo 5 64
Artigo 4 39
Artigo 3 27
Artigo 2 51
Artigo 1 35
0 10 20 30 40 50 60 70
Figura 9: Médias das Idades dos Participantes em cada estudo selecionado
Nos artigos, só foram relatadas duas profissões, cantores e professores (Artigo
4 e 5, nesta ordem), os demais não relataram essa informação.
Ainda sobre os achados dos artigos, a Figura 10, a seguir, exibe as disfonias
apresentadas pelos participantes.
45
Classificação das Disfonias
11%
11% 34%
11%
33%
Disfonia Funcional Disfonia Organofuncional Disfonia Infantil
Presbifonia Disfonia não Especificada
Figura 10: Classificação dos tipos de disfonias citados nos estudos em que foram
utilizados exercícios de fonação em tubos
Também foi possível a caracterização dos tubos usados em cada estudo, em
sua maioria, foi relatado o tamanho e material dos tubos utilizados nas pesquisas.
Como pode ser visto no Quadro 4.
46
Quadro 4: Especificação dos tubos utilizados.
Artigo Características dos tubos usados nas pesquisas.
1 Tubo de plástico rígido de 8,7 cm de comprimento e 1,5 mm de diâmetro
2 Tubo 14,1 cm de comprimento e 4 mm de diâmetro (material do tubo não foi
especificado)
3 Tubo de plástico (Segundo o artigo: “canudo comercial para bebidas”) 25,8 cm de
comprimento e 5mm de diâmetro interno.
4 Tubo Finlandês (Vidro) 27 cm de comprimento. (Diâmetro não foi relatado no
artigo).
5 Não foi relatado no artigo.
6 Tubo plástico rígido 8,7 cm de comprimento e 1,5 mm de diâmetro.
7 Canudo de plástico rígido, com comprimento de 8.7 cm e diâmetro de 1.5 mm.
8 Tubo de vidro com 27 cm de comprimento, 1 mm de espessura e 9 mm de
diâmetro.
9 Tubos de vidro (8 mm a 9 mm de diâmetro interno e 24 cm a 25 cm de
comprimento)
O Quadro 5, é composto pelas prescrições para a utilização dos tubos nas
terapias vocais, o tempo de exercício recomendado, quanto tempo durou o estudo e,
consequentemente, a quantidade de sessões necessárias.
47
Quadro 5: Prescrição da utilização dos tubos na fonoterapia.
Artigo Prescrição para a utilização do tubo na Tempo do Exercício Tempo do
fonoterapia Estudo
1 Foi orientada aos participantes que mantivessem Quatro séries de 1, 3, 5 Uma sessão.
o canudo entre os dentes, com os lábios e 7 minutos, respirando
fechados, enquanto produzia um som sempre que Efeito Imediato.
indiferenciado, semelhante a “vu”, em frequência necessário.
e intensidade confortáveis.
Os exercícios realizados durante as sessões de
2 terapia foram: Um minuto, 4 vezes ao Seis sessões de
1) 10 repetições de um glissando para cima e dia. terapia, uma por
para baixo; semana.
2) 10 repetições de um exercício de acento,
criando cerca de cinco
a sete "colinas" de som, variando o tom e o
volume da voz usando suporte respiratório
aumentado (vs. adução);
3) Cantar pelo canudo com melodia, mas sem
articulação, um total de 10 canções curtas (como
canções infantis).
4) “ler” através do canudo, enfatizando a prosódia
(entonação e ênfase) ao produzir voz sem
articulação, aproximadamente cinco parágrafos
de tamanho médio (cerca de cinco a 10 frases)
por sessão.
Os exercícios foram realizados em voz plena.
O mesmo canudo foi usado duas técnicas com
3 dois grupos diferentes: De 6-8 vezes por dia, Oito sessões de
GRUPO 1 (WRT). Tubo submerso em 5 cm de com duração de 5-10 terapia, uma por
água minutos. semana.
1) Produzir uma vogal sustentada messa di você,
2) Adicionar os glissandos ascendentes
e descendentes ao longo de um alcance vocal e
intensidade confortável.
3) Cantar a melodia da música “feliz aniversário”
no canudo.
GRUPO 2 (TPA). A extremidade distal do canudo
foi mantida no ar.
1) Foram realizados os mesmos exercícios do
grupo 1,
2) Vibração de lábio, buzz [ß:] também foi incluído
na primeira sessão para o controle
grupo para ajudar os sujeitos a reconhecer as
sensações vibratórias
O tubo foi imerso em
4 até 2 cm de água. Para realização da pesquisa, Três series de 10
os participantes fizeram a emissão sustentada, repetições, com
vogal “æ”. intervalo de 1 minutos
As instruções foram dadas verbalmente e o os entre as repetições.
participantes foram orientados a realizar a tarefa
sem tensão,
em seu tom habitual e confortável
48
Foi utilizado tubo imerso na água (não foi
5 especificado os centímetros de profundidade), 1) Não especificado. Seis sessões de
Foi realizada a fonação em tubo ou trinados terapia, uma por
labiais. Os participantes tinham que produzir de semana.
três a cinco notas descendentes em escalas ou
pequenos intervalos.
2) Sustentar vogais / o /
Exercícios técnicos foram então administrados
como messa di voce (por exemplo, aumentando
a intensidade).
6 Os participantes produziram as Foram feitos uma Uma sessão.
vogais / a / e / ε / sustentadas, contando de 1 a crescente de 1, 3, 5 e 7
10. Tudo realizado em tom e intensidade minutos de exercício. Efeito Imediato.
confortável. (Não foi especificado o
tempo de pausa entre
os exercícios.)
Os participantes produziram um som semelhante
7 a “vu”, prolongado, em frequência e intensidade Repetidas vezes Efeito Imediato
médias, o canudo era segurado entre os dentes durante 1 minuto.
e os lábios fechados de modo que o fluxo de ar
expiratório saísse pelo canudo, de forma
continuada.
Utilizou-se tubo de vidro em um recipiente
8 adaptado com um suporte para fixar o tubo, Seis series de 15 10 sessões.
mantendo-se a extremidade distal submersa a 2 repetições com
cm da superfície, com uma medida marcada no intervalo de 1 minuto.
tubo (essa profundidade geralmente é utilizada
para casos de hipertensão ou aperfeiçoamento
vocal, pois quanto maior a profundidade, maior a
resistência à sonorização no tubo) e ângulo de
imersão do tubo na água de 45º. Os participantes,
permaneceram sentados, com os pés apoiados
no chão e a coluna ereta.
Foi utilizado recipientes plásticos de 1 litro, com
9 marcação lateral de nível da água a 6 cm, ajuste Foi respeitado o limite 6 sessões.
de profundidade do tubo a 5 cm da superfície e de cada indivíduo no
tubos de vidro. O tubo era segurado entre o que diz respeito à
indicador e o polegar, (os participantes foram fadiga, possibilitando
instruídos a não segurar o recipiente) mantido à descansos de até dois
cerca de 1 mm dos dentes e mantendo os lábios minutos entre as
arredondados para o adequado vedamento labial emissões.
ao redor do tubo. Os sons produzidos foram: -A
melodia da canção “Parabéns a Você”
-/B/ prolongado em emissões no tubo,
- Emissão dos sons “u”, “jjjuu”, “jjjiibbuu”,
jjiibbiiuu”.
Todos os sons foram emitidos apenas em
entonação vocal, sem articulação, produzindo
bolhas na água durante a emissão, para melhor
compreensão dos exercícios a terapeuta
responsável demonstrou como executa-los para
que o idoso imitasse.
As variações de entonação e de sons foram
inseridas individualmente, conforme o paciente
sentisse facilidade à fonação.
49
Para finalizar as informações retiradas dos estudos, foi elaborado um quadro
com as conclusões finais vistas em cada artigo. No quadro 6, podemos visualizar as
considerações de cada autor em relação a sua pesquisa.
Quadro 6: Conclusões dos estudos.
Artigo Considerações realizadas ao final dos estudos
1 O exercício estudado gerou modificações vocais positivas em mulheres com disfonia
comportamental, resultando em um menor esforço para falar, aumento do TMF e redução da
variabilidade de F0. Porém os exercícios feitos por muito tempo acabam piorando esses
parâmetros vocais devido ao aumento progressivo do esforço para realizar o exercício indica
provável sobrecarga no sistema fonatório.
No presente estudo, a terapia com tubos foi um eficaz, melhorando a qualidade de vida da
2 voz em indivíduos com disfonia leve a moderada e/ou vocal fadiga.
A utilização de tubos pode melhorar a função da voz e a autopercepção da
3 qualidade vocal em indivíduos com disfonia comportamental. O principal efeito positivo está
relacionado à diminuição do esforço fonatório, que poderia
ser evidenciado por medidas subjetivas e objetivas.
O método de fonação com tubo de ressonância finlandês produziu mudanças vocais positivas,
4 indo de uma fonação hiperfuncional para uma fonatória mais equilibrada. A qualidade de voz
dos participantes melhorou e aumentou em estabilidade com menos subharmônicos e menos
ruído em alta frequência. Os participantes do estudo identificaram efeitos positivos como
melhora na qualidade da voz e conforto fonatório.
Houve efeitos positivos na terapia de voz indicando uma melhora na função do trato vocal,
5 sugerindo que a terapia de voz com ETVSO é uma ferramenta útil para o tratamento da
função do trato vocal em cantores com disfonia.
Os exercícios de fonação com canudo afetaram positivamente a perceptivo-auditiva
6 e parâmetros acústicos em crianças com nódulos nas pregas vocais e cistos. Melhora da
qualidade vocal, redução da aspereza e soprosidade. Os dados coletados no estudo sugerem
que o ideal a duração da fonação do canudo em crianças com disfonia é de 3–5 minutos.
O exercício de fonação no canudo promoveu efeitos positivos verificados principalmente por
7 meio de autoavaliação vocal, com voz de emissão mais fácil e melhor qualidade.
Houve discretos efeitos positivos em medidas vocais objetivas. Assim, sugere-se a
8 realização de estudos futuros, com amostras maiores.
A técnica “Tubos de Ressonância - Método Finlandês” proporcionou benefícios nos
9 parâmetros vocais e respiratórios avaliados. As respostas observadas no estudo permitem
concluir que essa técnica pode ser considerada um método eficaz no tratamento das
alterações ocasionadas pelo envelhecimento vocal como um todo, auxiliando também na
melhora da capacidade respiratória do idoso.
50
6. DISCUSSÃO
Este estudo teve como finalidade realizar uma revisão integrativa de literatura com
foco em analisar técnicas vocais que utilizam tubos de ressonância na terapia vocal
para reabilitação de disfonias. Quanto aos tipos de tubos de ressonância utilizados,
esta revisão falará dos tipos aceitos – rígido, flexível e de vidro- além de seus
diferentes tamanhos, e a maneira que foram utilizados, imersos ou não em água.
Por certo, as técnicas vocais são excelentes ferramentas para treinamento e
terapia vocal, um grupo de exercícios vocais muito conhecidos e usados são os de
Trato Vocal Semiocluído, e dentro dele estão os tubos de ressonância. Atualmente é
possível encontrar diversos tipos de tubos e diferentes técnicas para sua utilização,
com a ajuda e facilidade da internet esse material é de fácil acesso para qualquer
pessoa, porém nem todos têm verdadeira noção dos benefícios e utilidades dos tubos
de ressonância.
Com isso, este estudo buscou verificar os diferentes tipos de ressonância e de que
forma tais tubos são usados nos distúrbios vocais, e quais são os seus reais efeitos.
Em relação às amostras de participantes nos estudos selecionados, constatou-se
que a maioria pertence ao gênero feminino (74%), o que reflete um dado de saúde
geral, no qual, segundo Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019, as mulheres
frequentam mais consultas médicas do que os homens, sendo um percentual de
82,3% do público feminino para 69,4% do público masculino. Nos artigos analisados
não foi diferente, exceto o artigo voltado ao público masculino, todos os outros
apresentaram uma porcentagem majoritária de participantes do sexo feminino. 36
O fato de o público feminino ter se apresentado em maior número neste estudo,
também pode estar ligado ao fato que mulheres tendem a desenvolver mais
problemas vocais que homens. A laringe feminina possui uma menor dimensão e a
proporção glótica reduzida em comparação com a laringe masculina, causando assim,
uma maior predisposição aos distúrbios vocais.37,38
51
Outro ponto a ser observado foi a extensa faixa etária dos estudos analisados, e
ao reunir todas as informações vemos que a faixa etária se estendeu de cinco a 93
anos, com isso pode-se observar que a utilização dos tubos de ressonância se aplica
a uma larga faixa etária, sugerindo que seu uso independe da idade, é muito útil para
as terapias vocais. Além disso, foi possível observar que há uma certa escassez de
estudos relacionados às crianças, destacando que nenhum estudo nas condições dos
critérios de inclusão da presente revisão envolveu adolescentes.
Em relação aos tipos de disfonias em que os tubos de ressonância foram utilizados
percebe-se prevalência em disfonias funcionais (34%) e organofuncionais (33%),
sendo elas relacionadas ao mal uso e hábitos vocais deletérios. Nos artigos
analisados não são relatados os hábitos e demandas vocais ou o nível de
conhecimento que os participantes tinham sobre saúde vocal, podendo estabelecer
uma ligação entre alterações vocais com a vida profissional do paciente, a
predisposições a alterações vocais ou a maus hábitos no dia a dia.
Ainda relacionado às disfonias de base comportamental foi encontrada na
presente revisão a disfonia infantil, segundo estudos (Melo, 2001), através de
laringoscopia foi possível observar que nódulos (53%) e cistos (21%) são as principais
lesões encontradas na disfonia infantil. No presente trabalho não foi citada a lesão
responsável pela disfonia apresentada pelas crianças participantes das pesquisas
com utilização de tubos de ressonância.39,40
Em continuidade à caracterização das disfonias, a presbifonia foi uma das
encontradas, os pacientes tinham de 62 a 93 anos, essa alteração vocal costuma
acontecer durante o processo de envelhecimento, afinal, ocorrem modificações
naturais na laringe e nas estruturas envolvidas na fonação que irão resultar em
características específicas encontradas nas vozes de pessoas idosas.41,42
Nos artigos analisados só foram relatadas duas categorias de profissionais que
têm como instrumento de trabalho a voz, professores e cantores. Nesses casos as
disfonias dos participantes afetavam diretamente seu desempenho profissional.
Quando o profissional necessita da sua voz para exercer sua profissão, é comum que
52
qualquer alteração vocal já lhe traga um sinal de alerta, porém isso não acontece com
todos.40,43
Em relação à voz dos professores, sabemos que muitos usam a voz de maneira
errada e com uma exigência muito grande, desenvolvendo assim diversos problemas
vocais. Já se tem ciência que esses profissionais apresentam maior números de
disfonias se comparados a outros profissionais da voz. Atualmente, na literatura,
encontramos diversos trabalhos onde o foco é a voz desse profissional que, devido à
grande demanda vocal e muitas vezes à falta de conhecimento para cuidados da voz,
tem se tornando uma grande vítima das alterações vocais causadas pelo mal uso e
abuso vocal.39,44,45.
Estudos que consideraram a autoanálise dos participantes relataram que a
utilização dos tubos traz a sensação de voz mais leve e mais facilidade para fonação.
Além da autoavaliação, também foram recolhidos os dados de análise acústica e
ao reunir essas informações foram observados melhora no Tempo Máximo de
Fonação, na variabilidade da frequência fundamental, discreta redução das medidas
relacionadas a ruído e perturbação de frequência e de amplitude, além de uma voz
com maior estabilidade e periodicidade. Isso reforça os benefícios resultantes da
utilização dos tubos de ressonância, indo além de apenas sensações e tendo provas
mais concretas de seus resultados.
As terapias se mostraram eficazes, mesmo com suas variações. Em relação ao
tempo de utilização dos tubos nas intervenções fonoaudiológicas, dos nove estudos
selecionados, três foram realizados em sessão única, para análise de efeito imediato.
Os resultados foram positivos, relatando um aumento do TMF, a redução da
variabilidade de F0, a melhora da qualidade vocal, uma emissão mais fácil e a redução
da aspereza e soprosidade.46,47,48
Nos outros cinco estudos 32,40,41,49,50 o tempo de intervenção variou entre seis e dez
sessões de terapia, também trazendo resultados benéficos, como a melhora na
função do trato vocal, fonação mais equilibrada, melhora na qualidade vocal, aumento
da estabilidade com menos sub-harmônicos e ruídos na voz, além de melhor conforto
fonatório e benefícios nos parâmetros respiratórios.
53
De todos os estudos, somente um relatou um efeito não desejado. Na pesquisa,
foi utilizado o tubo de plástico rígido de 8,7 cm de comprimento e 1,5 mm de diâmetro,
com mulheres com vozes saudáveis e disfônicas. Segundo a pesquisa, se os
exercícios com os tubos se estenderem por muitos minutos seguidos, ele acabará
provocando uma sobrecarga no sistema fonatório, aumentando a tensão laríngea e
trazendo um resultado diferente do esperado.46
Quando falamos da utilização dos tubos, a literatura mostra que ele não traz
benefícios apenas para pessoas com alterações vocais, mas essas vantagens
também se estendem para as vozes normais e até mesmo vozes profissionais.
Em um dos estudos escolhidos, além do grupo com disfonias houve outro grupo
vocalmente saudável, no final da pesquisa foi visto que esse grupo apresentava um
bom resultado no TMF, após 1 minuto do treino vocal.46
Um estudo feito por Mendes (2017) mostra que a utilização do tubo em cantores
auxiliou para uma melhor projeção vocal, conforto fonatório além de favorecer o
processo de aquecimento vocal.32
Para utilização dos tubos, foram usadas técnicas tanto com o tubo submerso em
água, como com o tubo seco. Dentre os nove artigos escolhidos, cinco deles optaram
pela terapia com tubo submerso em água, cada um escolheu uma maneira para a
realização dos exercícios e como os pacientes iriam produzir as notas e melodias,
contudo todos obtiveram bons resultados.
Mesmo com a escolha pela utilização do tubo submerso em água ser
predominante, o tubo seco também mostrou excelentes resultados segundo as
pesquisas analisadas.32,41, 43, 50,
Em resumo, os exercícios utilizando os tubos duraram de 1 a 10 minutos, sendo
executadas de 4 a 15 séries de repetições, as vocalizações produzidas pelos
participantes sempre estavam em zonas de conforto, indo de vogais sustentadas,
leituras até melodias de músicas conhecidas e glissandos pela extensão vocal do
paciente.
54
Quando voltamos a atenção ao ponto de verificação do tipo de tubo, sabemos
que há vários tipos, tubos de vidro, flexíveis e rígidos, todos esses usados em terapias.
No presente estudo, foram encontrados quatro tubos de plástico rígido 46,47,48,50, três
de vidro41,43,51, e o restante não foi especificado40,49. Nenhum estudo com tubos
flexíveis se enquadrou nos critérios de inclusão.
Na pesquisa levantada, quando tratamos de vozes disfônicas, independente do
gênero, da idade ou profissão do participante, a utilização dos tubos trouxe resultados
positivos, e esses resultados não necessariamente estão ligados ao estilo do tubo
escolhido. Dos materiais de que eram feitos os tubos utilizados, o predominante foi o
plástico rígido, sendo escolhido em quatro dos nove estudos analisados. Logo em
seguida, os tubos de vidro, ou tubo finlandês, foi o mais utilizado, aparecendo em
outros três artigos. Seus tamanhos variaram de 8 a 27 cm de comprimento e 1,5 a 9
mm de diâmetro. Mais uma vez, isso não pareceu ser um fator que alterasse a eficácia
dos exercícios.
55
7. CONCLUSÃO
Por meio das pesquisas, é possível perceber que a utilização de tubos de
ressonância nas disfonias pode auxiliar para a melhora do quadro dos pacientes. A
indicação pode ser feita para todos os gêneros e faixas etárias.
Os benefícios apresentados são: Tempo Máximo de Fonação, melhora na
variabilidade da frequência fundamental, discreta redução das medidas relacionadas
a ruído e perturbação de frequência e de amplitude, além de uma voz com maior
estabilidade e periodicidade.
Ademais, o uso dos tubos de ressonância em vozes disfônicas é algo interessante
para se trazer às terapias de voz, visto que seus efeitos contribuem para uma melhora
vocal.
56
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