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Artigo Psicodiagnostico

O documento discute a relação entre os testes psicológicos e a prática de psicodiagnóstico na formação de alunos de psicologia. Muitos alunos resistem aos testes, preferindo apenas entrevistas. Contudo, os testes são úteis para diagnósticos diferenciais e complementam a subjetividade das entrevistas. Uma abordagem de psicodiagnóstico eficaz deve envolver tanto testes quanto técnicas projetivas, considerando cada caso individualmente.
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Artigo Psicodiagnostico

O documento discute a relação entre os testes psicológicos e a prática de psicodiagnóstico na formação de alunos de psicologia. Muitos alunos resistem aos testes, preferindo apenas entrevistas. Contudo, os testes são úteis para diagnósticos diferenciais e complementam a subjetividade das entrevistas. Uma abordagem de psicodiagnóstico eficaz deve envolver tanto testes quanto técnicas projetivas, considerando cada caso individualmente.
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OS TESTES PSICOLÓGICOS E A PRATICA DE PSICODIAGNÓSTICO

Autor: Isabel Cristina Gomes•

O objetivo deste trabalho é refletir sobre a formação do aluno de graduação em


Psicologia, numa instituição pública de São Paulo, considerando-se a pratica de
psicodiagnóstico, e enfocando a relação com o aprendizado dos testes psicológicos,
estabelecendo-se uma ponte entre a pesquisa e a situação clínica. Exige-se, por parte do
aluno, o conhecimento dos testes psicológicos mais usados na nossa cultura (Testes de
Nível Intelectual, Testes Projetivos e Testes Psicomotores). Uma grande parte desses
estudantes, ao longo do curso, entram em contato com as disciplinas de testes psicológicos
anteriormente ao estágio de psicodiagnóstico, e se colocam de forma muito tendenciosa e
emocional, o que prejudica o próprio conteúdo apreendido. Em trabalhos anteriores
enfocamos mais pormenorizadamente esse tema, Gomes (2000) e Gomes e Noffs (1999),
bem como Aribi e Cavalini (1999 ) sobre o ensino dos testes de inteligência.
A formação do aluno nesta pratica de psicodiagnóstico, possui uma trajetória que
repete a história do estabelecimento do papel do psicólogo clínico no Brasil, e em outros
países também, suas raízes e tradições, a influência do modelo médico, da psicanálise, das
correntes teóricas e filosóficas sobre a visão de homem, onde encontramos na literatura da
área vários estudos. A questão polêmica do subjetivismo do nosso objeto de estudo versus a
tentativa de transformar essa ciência (Psicologia) num modelo científico, quantitativo,
observável, daí toda a ênfase na Psicometria, onde os testes psicológicos são os mais fiéis
representantes. Formiga e Mello (2000), num trabalho recente, comparam os testes
psicológicos e as técnicas projetivas dentro desse referencial histórico e de
desenvolvimento da ciência psicológica:
... Diante dos novos acontecimentos na ciência, qualquer posição extremista em relação aos testes
psicológicos mostrará a falta de informação do momento histórico, filosófico e social que
influenciaram a psicologia...


Profa. Dra. Departamento de Psicologia Clínica do IPUSP.

1
Entretanto, quando na segunda parte do artigo eles passam a comparar os testes em
geral com as técnicas projetivas, trazem uma posição bastante discutível, pois questionam a
cientificidade das técnicas projetivas, na medida em que elas não demonstram dados
quantitativos. (apud, p.12).
Anzieu (1978) já apresentava uma visão bastante oposta a esta quando apontava o
progresso nos estudos de validação dos testes projetivos, como algo decisivo e importante,
também para esse ramo de conhecimento da psicologia. E essa corrente de pensamento se
tornou muito mais forte e atuante, nas ultimas décadas, com os vários estudos de validação
cultural que surgiram a respeito de alguns testes projetivos, destacamos Verthelyi (1999),
Dana (1998), Herzberg (2000), entre outros.
Ao longo da história, por um lado temos que o papel do psicólogo foi se
estabelecendo à partir do uso dos testes psicológicos, como um psicometrista ou um
avaliador da inteligência, da personalidade, criando um espaço ou um mercado de trabalho
próprio, tentando desvincular-se do modelo médico, mas, com o passar do tempo, o
psicólogo clínico vai-se influenciando e aproximando-se do modelo do psicanalista (e/ou
psicoterapeuta), chegando a “negar” aquilo que é sua constituição, ou seja, utilizar os testes
psicológicos na sua pratica clínica, principalmente no diagnóstico clínico.
Essa postura que os profissionais foram absorvendo, veio criando muitas
resistências, estigmas, e dificuldades na formação e na pratica do psicodiagnóstico. Em
nosso país, tanto profissionais como estudantes tentam desmerecê-la principalmente quando
comparada com a pratica psicoterapêutica em si. Os alunos quando chegam para estagiar na
clínica, possuem uma expectativa grande quanto a “fazerem psicoterapia” nos seus
pacientes, descartando qualquer pratica que envolva o uso dos testes. Os exemplos abaixo
retirados da nossa experiência como supervisora da área há quase 15 anos, ilustram bem a
motivação do aluno no início do estágio:

.... Queremos poder escolher o supervisor. Quais os que Não trabalham com testes?...
... Porque não se pode usar só as entrevistas?...
... Vamos ter que aplicar o WISC?... (essa pergunta vem sempre acompanhada de uma atitude
de descrédito do aluno frente a proposta do supervisor).

2
Alguns clínicos compartilham dessa visão dos alunos e confirmam esses estigmas.
Em várias instituições de ensino brasileiras, encontramos supervisores dessa área de
psicodiagnóstico que propõem apenas a utilização do método psicanalítico (entrevistas
livres) como instrumento de diagnóstico. Acreditamos que a discussão deveria ser
encaminhada para além dos referenciais teóricos que esperamos subsidiem tal colocação,
mas, sobretudo, em relação a própria experiência clínica, quais os diagnósticos que podem
ser realizados dentro dessa ótica? Cunha (1993), discute a importância do uso dos testes
psicológicos principalmente nos diagnósticos diferenciais.
Teríamos, então, uma abordagem de psicodiagnóstico que pudesse englobar todas
essas visões e fosse atual, considerando-se as mudanças sócio-históricas e institucionais que
nos rodeiam e que, facilitaria o nosso papel de docentes/supervisores da área?
Quando partimos do referencial clássico de psicodiagnóstico de Ocampo (1985)
observamos que a autora enfatiza o uso dos testes de uma forma um pouco rígida e
estanque, principalmente no que diz respeito a elaboração da bateria de testes a ser usada
em uma avaliação. Para alguns dos nossos alunos, essa proposta vem de encontro ao desejo
deles de criticar, e eles repetem os estigmas do passado, achando que essa pratica vai fazer
um uso “rotulante” dos testes. Eles usam esse dado para se colocarem no papel de
“avaliadores”, que é justamente o que vai contra a expectativa da maioria.
Em contrapartida, observamos que os alunos tem uma melhor aceitação das técnicas
projetivas, e alguns profissionais do nosso meio também, o que vai contra a percepção de
Formiga e Mello (2000), que destacam um pouco uso dessas técnicas pelos psicólogos
clínicos da atualidade, embora acreditando na capacidade que elas tem em reforçar e
complementar um diagnóstico clínico, pela valorização da subjetividade.
Temos trabalhado já há alguns anos, enfocando a pratica de psicodiagnóstico dentro
de um referencial terapêutico, desvinculando-a da dicotomia diagnóstico-terapia.
Encaramos essa experiência, principalmente naqueles casos em que as famílias nos pedem
ajuda sobre uma criança que está apresentando um sintoma, como uma possibilidade de se
entender alguns mecanismos que geraram tal sintoma e também dinamismos familiares
subjacentes, iniciando aqui uma proposta investigativa e interventiva, que propicie alguma
mudança terapêutica. Para isso, incluímos o instrumental dos testes, porém, utilizando a
visão de Safra (1984).

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Para ele não há uma bateria padrão de testes a ser empregada, mas, ele insiste na
necessidade de cada caso ser visto dentro de suas peculiaridades. Valoriza também um
outro ponto bastante interessante, que a escolha dos testes também se dê dentro da
dimensão da personalidade do psicólogo (ou no nosso caso da dupla
supervisor/estagiário),já que não basta apenas o conhecimento da técnica, mas que o
profissional realmente acredite naquilo que faz! Utilizando-se do referencial Winnicottiano,
ele propõe uma linha de pensamento para a escolha dos testes, ou seja, saindo dos mais
lúdicos (técnicas projetivas gráficas) para se chegar aos mais estruturados, como os de
inteligência, ressaltando uma análise qualitativa da produção obtida nesses testes, levando-
se em conta os fatores emocionais que possam alterar o desempenho intelectual do sujeito.
A originalidade de seu texto se dá no fato de, inicialmente, comentar o uso da
entrevista verbal (material que os alunos sempre querem ter à mão) e mostrar todas as
dificuldades na utilização desse método de investigação com a criança e depois, ir
introduzindo a necessidade de se buscar outros recursos, como o ludodiagnóstico e os
testes.
Arzeno (1995) enriquece o tema sobre a seleção da bateria de testes introduzindo
outros fatores a serem considerados nessa dada escolha: quem formula a solicitação; levar-
se em conta a idade cronológica do consultante e o nível sócio cultural; o momento em que
está sendo pedido essa avaliação (ela menciona que em momentos de crises vitais deve-se
esperar para realizar o psicodiagnóstico e encarar a situação como um tratamento de crise,
até recorrendo a estratégias medicamentosas) e o contexto espaço-temporal no qual se
realiza, onde ela vai enfatizar a situação das instituições onde o psicólogo dispõe de pouco
tempo e material para a realização dessa pratica; sobre isso Safra (1984) aponta o uso do
Procedimento de desenhos e estórias, que é de fácil aplicação e requer um material bem
acessível (papel e lápis).
Dentro desse cenário, onde fica evidente ao aluno nossa postura de ensinar uma
pratica de atendimento que una diagnóstico/terapia, sem imposições, mas, fazendo valer
aquilo que é de nossa competência exclusiva, o manejo dos testes psicológicos, uma outra
dificuldade que surge é fazer com que esse estudante diferencie o uso dos testes em
situação de pesquisa e na clínica. A importância dos estudos de validade, padronização,

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também dentro da clínica, mas, levando-se em conta o emprego desse instrumental em uma
dimensão “terapêutica” e não só avaliadora.
Como já mencionamos acima, as questões de validade e padronização dos testes são
muito enfatizadas, à nível de ensino e pesquisa, de uma forma, as vezes, desvinculada do
uso clínico desses mesmos instrumentos, e mais voltados para os testes objetivos, embora
também já tenhamos mencionado anteriormente, que essa preocupação tem se estendido às
técnicas projetivas.
Tentamos utilizar os testes, principalmente no diagnóstico infantil, dentro da
dimensão “lúdica”, descaracterizando o fato da criança estar sendo avaliada, ainda mais se
a queixa ou sintoma expresso por ela estiver relacionado com problemas de aprendizagem
escolar, ou se ela for fóbica ou muito introvertida. Podemos então propor os desenhos, se
necessário desenhamos junto com ela, e os inquéritos devem ser apresentados como
estórinhas a serem construídas, onde o psicólogo/estagiário passa a desempenhar um papel
atuante, longe da neutralidade do analista. Os testes de nível mental podem ser colocados
como jogos nos quais as crianças serão meras participantes.
Observamos com certa surpresa que alguns alunos se confundem com essa
dimensão nova (clínica) frente os testes psicológicos, e surgem muitas dúvidas e incertezas
neles, tais como:

... Podemos interromper a aplicação do WISC? Do CAT?

... Certa vez, indiquei a aplicação do H.T.P. e do Teste da Família1para um supervisionando que
estava atendendo um menino de 6 anos, imaginando que ele aplicaria a técnica colorida, pois
sabemos que é mais lúdico e obteremos mais dados da esfera emocional, quando observo que ele,
dentro de todo um rigor científico apreendido anteriormente, submeteu a criança há vários
desenhos, aplicando assim a técnica cromática e acromática, mesmo a criança dizendo, após
metade da aplicação, que estava cansada e querendo saber porque precisava fazer tantos
desenhos...

... Um outro supervisionando ficou desapontado quando após a discussão do material clínico que
envolvia a aplicação do Procedimento de desenhos-estórias, o grupo concluiu que o diagnóstico

1
H.T.P. – Teste do desenho da casa, árvore e figura humana eTeste da Família de Corman.

5
poderia ser encerrado, pois já tínhamos a confirmação das hipóteses levantadas. E ele atônito
questionou se não teria que aplicar pelo menos CAT e WISC, pois aprendera anteriormente que
não se dá um diagnóstico baseado num teste apenas! Ele também não havia conseguido integrar
todos os dados que tinham sido obtidos através das entrevistas com os pais e da hora lúdica com a
criança....
... Alguns alunos encaram a aplicação de um teste, no atendimento de psicodiagnóstico, como uma
atividade didática a ser cumprida, como tantas outras que realizaram ao longo do curso, como
uma resenha, resumo, prova, etc. Se o paciente se mostra resistente e não coopera, isso não é
entendido dentro de uma visão terapêutica e compreensiva, mas, a angústia do aluno cresce, pois
naquele momento ele se preocupa mais com a atividade em si que não será realizada e no que ele
irá levar para o supervisor (tarefa não cumprida), sem poder pensar no simbolismo envolvido na
recusa do paciente...

Como podemos observar do ilustrado acima, o aprendizado dos testes psicológicos e


seu uso na clínica, demanda uma experiência razoável do profissional, para que ele fuja do
reducionismo de ser um mero aplicador. Os testes são um valioso instrumento de
conhecimento e diagnóstico, bem como, encerram em si uma possibilidade terapêutica, na
medida em que facilitam a tomada de conhecimento de partes do ego até então
desconhecidas pelo sujeito/paciente.
Barbieri e Jacquemin (2000) apontam para as possibilidades terapêuticas no uso do
TAT. De acordo com esses autores, na aplicação dos testes psicológicos se atualizaria
funções mentais do sujeito envolvido, configurando-se também em um trabalho de
intervenção e não de mera investigação.
Portanto, é somente com a vivência pratica, subsidiada pelas supervisões (com
professores treinados e ampla experiência na área) que os graduandos passam a
dimensionar os vários usos dos testes, bem como a importância e até mesmo a própria
interpretação deles de uma forma totalmente diferente, mais madura e profunda, gerando
um outro tipo de aprendizado, que é conseqüente desta integração entre teoria e pratica.
Temos certeza dessa mudança nos alunos, conforme acompanhamos o crescimento
deles ao longo de todo o estágio em psicodiagnóstico, onde observamos o desenvolvimento
de um pensamento e atitudes clínicas, durante todo o atendimento. Não seremos
onipotentes de confirmarmos que atingimos a totalidade deles, entretanto, acreditamos que

6
é no âmbito acadêmico que tais atitudes devam emergir, pois essa é a função primeira do
docente. Possuímos uma responsabilidade ética em defender a riqueza e especificidade do
nosso papel profissional, não como políticos partidários, mas como sérios pesquisadores do
objeto humano.

Referências Bibliográficas:

ANZIEU, D. (1978) – Os Métodos projetivos. Rio de Janeiro, Editora Campus.


ARIBI, N.V e CAVALINI, S. (1999) - Testes de nível intelectual: Como e por que ensiná-
los. Anais do VIII Congresso Nacional de Avaliação Psicológica, IBAPP (Instituto
Brasileiro de Avaliação e Pesquisa em Psicologia), p. 62-68.
ARZENO, M.E.G. (1995) – Psicodiagnóstico Clínico. Novas contribuições. Porto Alegre,
Artes Médicas.
BARBIERI,V. e JACQUEMIN, A (2000) – Possibilidades terapêuticas no uso do TAT.
Anais do II Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Rorschach e outros Métodos
Projetivos, SBRo, Porto Alegre, p.358-367.
CUNHA, J. A . e col. (1993) – Psicodiagnóstico- R. Porto Alegre, Artes Médicas.
DANA,R.H. (1998) – Projective Assessment of Latinos in the United States: Current
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FORMIGA, N. e MELLO, I. (2000) – Testes Psicológicos e Técnicas projetivas: uma
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GOMES, I. e NOFFS, M.H. (1999) – O ensino de técnicas projetivas gráficas no curso de
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HERZBERG, E. (2000) - Use of TAT in multicultural societies: Brazil and the United
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VERTHELYI, R. (compiladora) (1999) – Nuevos Temas en Evaluación Psicológica.
Buenos Aires, Lugar Editorial.

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