INCAPACIDADE COGNITIVA
Profa. Tamires Ferreira
CONCEITO
A cognição é o conjunto de funções cerebrais formadas pela
memória, função executiva, linguagem, praxia, gnosia e
função visuo-espacial.
A perda da cognição ou incapacidade cognitiva é, portanto, o
“desmoronamento” ou o “apagamento” da identidade que nos
define como ser pensante.
CONCEITO
O envelhecimento fisiológico não afeta a cognição de forma
significativa - estas alterações não trazem nenhum prejuízo
significativo na execução das tarefas do cotidiano.
Os testes de triagem cognitiva são muito úteis para a
avaliação da função cognitiva – Escala de Katz, mini exame
do estado mental, teste de AVD
O diagnóstico de demência deve ser dado na presença de múltiplos déficits
cognitivos, que incluem o comprometimento da memória e outra função
cognitiva (linguagem, função executiva, gnosia e praxia).
A repercussão deve ser grave o suficiente para comprometer o funcionamento
social e ocupacional (atividades de vida diária) e representar um declínio em
relação a um nível anteriormente avaliado.
DEMÊNCIA
Demência significa a perda do funcionamento
harmonioso das funções cognitivas e
comportamentais, comprometendo a autonomia e a
independência do indivíduo.
Existem diversas causas de demência, que variam
desde causas reversíveis (<5%) ou potencialmente
curáveis até causas irreversíveis ou degenerativas.
Diagnóstico: exame físico, história clínica, exames
laboratoriais e de imagem
DEMÊNCIA VASCULAR
Segunda causa de demência no idoso.
Resulta da presença de doença cérebro-vascular isquêmica ou
hemorrágica, assim como da injúria cerebral resultante do hipofluxo
cerebral.
Amnesia, afasia, apraxia, agnosia, comprometimento
significativo do funcionamento social ou ocupacional e representam
um declínio significativo em relação a um nível anteriormente
superior de funcionamento; sinais e sintomas ou evidencias
laboratoriais indicativas de uma doença cérebro-vascular.
DEMÊNCIA DE PARKINSON
Inicia-se de forma assimétrica, com a presença de
dois ou mais dos quatro sinais cardinais:
1. Tremor em repouso
2. Bradicinesia (lentidão do movimentos)
3. Rigidez
4. Instabilidade postural
DEMÊNCIA DE PARKINSON
A evolução com demência é duas a quatro vezes
mais comum em pacientes com doença de Parkinson
do que na população em geral.
Pacientes com início tardio (após 70 anos) ou que
apresentam evolução prolongada da doença,
teriam maior chance de evoluir com demências.
DEMÊNCIA DE ALZHEIMER
Desenvolvimento de déficits cognitivos variados
com:
- Comprometimento da memória;
- Afasia
- Agnosia: pessoa pode ver e sentir os objetos, mas não os pode associar ao
papel que habitualmente desempenham nem à sua função.
- Apraxia: a pessoa é incapaz de realizar voluntariamente movimentos motores
mesmo que seus músculos estejam normais e ela saiba como fazer o movimento.
- Transtorno de funções executivas
DEMÊNCIA DE ALZHEIMER
Tem início gradual e declínio contínuo, indo da fase
leve para uma fase bem avançada da demência.
Causa significativo comprometimento da função
social e ocupacional e declínio significativo com
relação aos níveis prévios de funcionamento.
DEMÊNCIA DE ALZHEIMER
Ocorre por uma degeneração de estruturas
cerebrais de regiões do hipocampo, lobos frontal,
parietal e temporal.
Atrofia cortical do cérebro.
Essa lesão vai levar a morte neuronal,
incapacitando os caminhos neuronais essenciais
para o aprendizado e memória
DEMÊNCIA DE ALZHEIMER:
DIAGNÓSTICO
Feito a partir da suspeita clínica e exames de imagem
O diagnóstico de certeza só é possível com anatomia patológica
cerebral da biópsia cerebral – placas senis e os emaranhados
neurofibrilares
DEMÊNCIA DE ALZHEIMER
Fase inicial ou leve:
- As alterações cognitivas e/ou comportamentais são
suficientemente importantes para intervir no dia-a-
dia.
- Sintomas de distração, dificuldade de lembrar
nomes e palavras, aprender novas informações,
esquecimento progressivo, desorientação em
ambientes familiares, lapsos de memória, redução
das atividades sociais.
DEMÊNCIA DE ALZHEIMER
Fase inicial ou leve:
- Amnésia (difícil acessar lembranças recentes) –
“esquecimento”.
- Progressiva perda da intelectualidade
- Distúrbios na fala (afasia) – perda da habilidade
do uso da linguagem
- Sintomas psiquiátricos: depressão, insônia, delírios,
alucinações, etc.
DEMÊNCIA DE ALZHEIMER
Fase moderada ou intermediária:
- Comprometimento mais importante das
necessidades da vida diária – necessidade de
supervisão
- Perda marcante da memória e da atividade
cognitiva
- Deterioração das habilidades verbais, diminuição
do conteúdo e da variação da fala
DEMÊNCIA DE ALZHEIMER
Fase moderada ou intermediária:
- O paciente tende a perambular pela casa e fugir,
perdendo-se com facilidade
- Se inicia a perda do controle esfincteriano
- Dificuldade de terminar tarefas previamente
entendidas – vestir roupas.
- Agnosia – não reconhecer familiares ou nomear objetos do
cotidiano.
- Principais modificações na personalidade e
comportamento – agressão verbal e física, inquietação,
impaciência, incapacidade para convívio social autônomo.
DEMÊNCIA DE ALZHEIMER
Fase grave ou final:
- Rigidez, instabilidade postural e comprometimento
da marcha
- Totalmente dependente de cuidados de outra
pessoa para desempenhar atividades básicas da
via diária
- Fala monossilábica ou afasia total
- Continuam os delírios e transtornos emocionais e
comportamentais
DEMÊNCIA DE ALZHEIMER
Fase grave ou final:
- Piora da incontinência fecal e urinária
- Piora da marcha
- Tendem a ficar mais sentados no leito até o
imobilismo, com o enrijecimento das articulações
- Dificuldade de alimentar-se e deglutir que pode
levar a complicações – desnutrição, aspiração e
pneumonias
DEMÊNCIA DE ALZHEIMER:
TRATAMENTO
Não existe um tratamento curativo ou que impeça a progressão da
doença.
Os medicamentos disponíveis melhoram os sintomas de
irritabilidade, depressão, inquietação, alterações do sono-vigília e
retardar a progressão da doença.
A abordagem terapêutica não se restringe aos medicamento, exige
uma compreensão, cuidado multidisciplinar e treinamento familiar
para aprender a lidar com a nova situação vivenciada pelo
paciente e por toda a família.
Abordagem multidisciplinar
DEMÊNCIA DE ALZHEIMER:
GRUPOS DE APOIO
GRUPOS DE APOIO
- Cuidar de uma pessoa com Alzheimer é muito difícil e requer
amor, paciência, dedicação.
- Necessário a divisão de tarefas entre os familiares.
- Os cuidados exigem atenção diuturna.
- Geram grande desgaste físico e emocional para o cuidador.
DEMÊNCIA DE ALZHEIMER:
GRUPOS DE APOIO
GRUPOS DE APOIO
- O principal propósito dos grupos de apoio é oferecer aos
cuidadores e familiares oportunidade de atualização,
permitindo interação de modo a obterem conforto e apoio.
- ABRAz (Asssociação Brasileira de Alzheimer de Demências
Similares): entidade de caráter social e sem fins lucrativos, que
tem como missão congregar familiares, cuidadores e
profissionais da área da saúde para desenvolver ações de
auxílio e promover a troca recíproca de informações sobre a
doença, com o objetivo de melhorar as condições de vida do
paciente e de seus cuidadores.
REFERÊNCIAS
SILVA, J.V. (Org.). Saúde do idoso e a
enfermagem: processo de envelhecimento sob
múltiplos aspectos. São Paulo: Iátria, 2009.