D.adm Revisão
D.adm Revisão
Antonio
Daud Jr
UFBA (Cargos Nível Médio/Técnico)
Administração Pública - 2022 (Pós-Edital)
Autor:
Antonio Daud, Paulo H M Sousa,
Tiago Zanolla, Equipe Legislação
Específica Estratégia Concursos
08 de Setembro de 2022
Antonio Daud, Paulo H M Sousa, Tiago Zanolla, Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 00 - Prof. Antonio Daud Jr
Índice
1) Administração Pública - Conceito - Básica
..............................................................................................................................................................................................3
5) Autarquias-básica
..............................................................................................................................................................................................
49
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INTRODUÇÃO
Olá amigos!
Nesta aula, começaremos a estudar as formas por meio das quais a Administração Pública se
estrutura e se organiza juridicamente para alcançar seus objetivos.
Avante!
==22c518==
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NOÇÕES GERAIS
O ordenamento jurídico estabelece deveres bastante diversificados ao Estado, como segurança
pública, assistência social, prestação jurisdicional, saúde, educação, exploração de petróleo etc.
Adiante veremos as ferramentas jurídicas que o Estado utiliza para se organizar, em especial a
descentralização e a desconcentração.
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Consoante leciona José dos Santos Carvalho Filho1, a centralização é a situação em que o Estado
executa diretamente suas tarefas, ou seja, por intermédio de órgãos e agentes administrativos
subordinados à mesma pessoa política. Em outras palavras, trata-se da execução de tarefas pela
administração direta.
1
FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. Atlas. P. 473
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Pessoa
jurídica A
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Pessoa
jurídica B
É o que ocorre com as entidades da administração indireta (em especial, autarquias, fundações
públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista).
Além disso, é importante registrar que a descentralização mediante outorga, em geral, se dá com
prazo indeterminado.
2
ALEXANDRINO, Marcelo. Vicente Paulo. Direito Administrativo Descomplicado. 25ª ed. p. 28
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Exemplo: a União editou uma lei para criar o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social),
enquanto pessoa jurídica pertencente à administração indireta.
----
Por sua vez, a descentralização mediante delegação (ou descentralização por colaboração) ocorre
quando o Estado, mediante ato ou contrato (e não via lei), transfere a um particular a execução
de determinado serviço público. A descentralização mediante delegação ocorre por prazo
determinado, como regra geral
A delegação mediante ato unilateral consiste na autorização para prestação de serviços públicos,
sendo que podem ser beneficiários de tal ato pessoas jurídicas ou físicas. Dada a natureza de ato
administrativo, a autorização pode ser revogada a qualquer tempo.
via Lei
Descentralização
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Outra diferença entre descentralização mediante outorga e delegação, consoante apontado por
Marcelo Alexandrino3, consiste na amplitude do controle que a administração direta exerce em
cada um dos casos.
----
Qualquer que seja a modalidade adotada, na descentralização não há subordinação. Assim, não
há que se falar em poder hierárquico entre a administração direta e a indireta ou entre o ente
político e um particular prestador de serviços públicos.
Para finalizar o assunto descentralização, destaco uma última modalidade, atualmente sem grande
relevância prática.
Os territórios federais são pessoas jurídicas de direito público que, caso criados, passam a fazer
parte da administração pública federal. São chamados de autarquias territoriais e possuem
atribuições administrativas genéricas e heterogêneas (diferentemente das autarquias
convencionais, que possuem atribuições específicas).
3
ALEXANDRINO, Marcelo. Vicente Paulo. Direito Administrativo Descomplicado. 25ª ed. p. 28
4
CF, art. 18, § 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou
reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar.
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Órgão
A
Pessoa Jurídica X
Órgão
B
Desconcentração
A exata noção de desconcentração parte da ideia de órgão público. Este conceito será detalhado
mais à frente, mas já podemos adiantar que consistem em círculos de atribuições repartidos no
interior da personalidade estatal5 sem personalidade jurídica própria.
5
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. Ed. Malheiros. 26ª ed. P. 69
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Descentralização Desconcentração
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ÓRGÃOS PÚBLICOS
INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTA
Segundo Hely Lopes Meirelles, órgãos públicos são "centros de competência instituídos para o
desempenho de funções estatais, através de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa
jurídica a que pertencem".
Conceito interessante é também apresentado por Celso Antônio Bandeira de Mello, segundo o
qual órgão público consiste em círculos de atribuições repartidos no interior da personalidade
estatal1.
Lei 9.784/1999, art. 1º, §2º, I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da
Administração direta e da estrutura da Administração indireta;
1
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. Ed. Malheiros. 26ª ed. P. 69
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Como não possuem personalidade própria, os órgãos não celebram contratos administrativos em
nome próprio.
CF, art. 37, § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades
da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado
entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de
desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
Além disso, é importante destacar que os órgãos possuem CNPJ, já que a inscrição na base de
dados do CNPJ não é exclusiva dos entes dotados de personalidade própria.
Os órgãos públicos não possuem patrimônio próprio. Os bens por eles utilizados são de
propriedade da pessoa jurídica a que pertencem.
Imaginem os bens imóveis e a frota de veículos utilizados pela Receita Federal. Todos
estes bens são de propriedade da União, que é a pessoa jurídica a que o órgão pertence.
Outra decorrência da ausência de personalidade própria, é que, em regra, os órgãos não detêm
capacidade para serem judicialmente acionados para responder por danos causados por seus
agentes no exercício de suas atribuições. A atuação dos órgãos é imputada à pessoa jurídica a que
pertencem e, portanto, é a pessoa jurídica quem deverá figurar como parte em um processo
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judicial, como regra geral. Como será detalhado mais à frente, como regra, os órgãos não possuem
capacidade processual.
Dito isto, passemos a analisar as teorias que explicam como a atuação de um agente público e de
um órgão público é atribuída ao Estado.
Sabemos que o Estado, enquanto pessoa jurídica, atua por intermédio de agentes públicos
(pessoas físicas). Assim, é importante conhecer a teoria do órgão e as demais teorias que buscam
explicar como a conduta destes agentes públicos vincula o Estado.
➢ Teoria do mandato
O mandato, no direito privado, consiste em um contrato, por meio do qual uma pessoa (o
mandante) delega poderes a outra pessoa (mandatário), para que esta realize atos em nome
daquela. O instrumento do mandato é chamado de procuração2.
Assim, pela teoria do mandato, o agente público seria um mandatário da pessoa jurídica, agindo
em nome e sob responsabilidade da pessoa jurídica.
Esta teoria foi criticada principalmente por não explicar como o Estado (que não tem vontade
própria) outorga o mandato ao agente público.
➢ Teoria da representação
Traçando um paralelo com o direito civil, temos que a representação é instrumento usualmente
utilizado para suprir uma incapacidade civil, como a menoridade. Nestes casos, o menor é
representado por alguém plenamente capaz, um tutor ou um curador.
Trazendo este conceito para o direito administrativo, percebemos que a teoria da representação
informa que o agente público é um representante do Estado, atuando como um tutor ou curador
do Estado.
Esta teoria também é bastante criticada, neste caso por equiparar a pessoa jurídica a um incapaz
e por pressupor que o Estado confere representantes a si mesmo, diferentemente do que, de fato,
ocorre em uma tutela ou curatela.
2
Código Civil, art. 653. Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, em seu
nome, praticar atos ou administrar interesses. A procuração é o instrumento do mandato.
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Aqui temos a teoria amplamente aceita no direito administrativo brasileiro e utilizada, atualmente,
para explicar a relação entre os atos dos agentes públicos e a responsabilidade do Estado.
A teoria do órgão, também chamada de teoria da imputação volitiva, foi desenvolvida pelo alemão
Otto Gierke e afirma que a pessoa jurídica manifesta sua vontade por meio dos órgãos. Em outras
palavras, esta teoria parte do pressuposto de que o órgão é parte integrante do Estado.
Assim, como os agentes compõem o órgão público, quando o agente manifesta sua vontade, é
como se o próprio Estado o fizesse.
Dessa forma, a ideia da representação, defendida pela teoria anterior, é substituída pela
imputação da vontade do agente ao Estado.
Como leciona Maria Sylvia Zanella Di Pietro3 esta teoria é utilizada para justificar a validade dos
atos praticados por funcionário de fato4. Ou seja, o ato do funcionário é ato do órgão e, portanto,
imputável à Administração.
Além disso, a doutrina aponta limites à teoria da imputação. Di Pietro aponta que, para a
ocorrência da imputação, deve-se ter, ao menos, aparência de legitimidade. Não havendo
aparência de que o agente atua em nome do poder público, sua conduta não será imputada ao
Estado.
Assim, não se imputa ao Estado a conduta da pessoa que assume o exercício de função pública
por sua conta própria, quer dolosamente (como o usurpador de função5), quer de boa-fé, para
desempenhar função em momentos de emergência.
O usurpador é aquele que não é agente público, nem nunca recebeu nenhuma forma de
investidura em cargo, emprego ou função. Apesar disso, ele “finge” agir em nome do
Estado.
Pela gravidade, a usurpação de função pública foi definida como crime, tipificado no art.
328 do Código Penal.
Em síntese:
3
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. Ed. GenMétodo. 31ª ed. 2018. eBook. P. 18412
4
Funcionário de fato consiste no agente público cuja investidura no cargo encontra-se eivada de vício.
5
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Criação e Extinção
A) Como regra geral (isto é, para órgãos do Executivo, do Judiciário, do MP e dos tribunais
de contas), exige-se lei (em sentido estrito) para a criação e extinção de órgãos:
CF, art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não
exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de
competência da União, especialmente sobre: (..)
Classificações
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Ainda quanto a esta classificação, Di Pietro lembra que existe pensamento diverso, segundo o
qual os órgãos seriam divididos em burocráticos e colegiados. Os órgãos burocráticos seriam
aqueles formados por uma só pessoa física ou por várias ordenadas verticalmente
(hierarquicamente). Já os órgãos colegiados são aqueles formados por várias pessoas físicas
6
FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. Atlas. P. 17
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ordenadas horizontalmente (sem relação de hierarquia), havendo entre elas mera coligação ou
coordenação.
De acordo com José dos Santos Carvalho Filho7, quanto à situação estrutural:
7
Op. cit
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Órgãos
Possuem atribuições de direção e decisão,
mas estão subordinados a uma chefia mais
alta.
Não possuem autonomia administrativa ou
Superiores financeira.
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Capacidade processual
Portanto, órgãos públicos não podem ser acionados diretamente perante o Judiciário,
exceto órgãos específicos dotados de capacidade processual especial.
CDC, art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados concorrentemente
[defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas]:
III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem
personalidade jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos
protegidos por este código;
Nestes casos, portanto, mesmo não possuindo personalidade jurídica, órgãos públicos incumbidos
da defesa das relações de consumo poderão ingressas com ações judiciais.
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8
A exemplo de ALEXANDRINO, Marcelo. Vicente Paulo. Direito Administrativo Descomplicado. 25ª ed. p.
134-135
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Mais à frente, iremos nos aprofundar nestes conceitos, mas é importante já distinguirmos, em
linhas gerais, as expressões “Administração Direta” e “Administração Indireta” e, ainda, situarmos
as entidades paraestatais neste cenário.
Administração Direta consiste no conjunto de órgãos públicos que integram as pessoas políticas
(União, estados/Distrito Federal e Municípios), aos quais foi atribuída a competência para o
exercício, de forma centralizada, das atividades administrativas do Estado. Segundo leciona
Carvalho Filho1, na Administração Direta “a Administração Pública é, ao mesmo tempo, a titular e
a executora do serviço público”.
A Administração Indireta, por sua vez, consiste no o conjunto de pessoas administrativas que,
vinculadas à respectiva Administração Direta, têm o objetivo de desempenhar as atividades
administrativas de forma descentralizada.
- Autarquias
- Empresas Públicas - EP
- Subsidiárias de EP e SEM3
1
Segundo MADEIRA, José Maria Pinheiro citado por FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito
Administrativo. 27ª ed. Atlas. P. 475
2
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. Ed. GenMétodo. 31ª ed. 2018. eBook. P. 14580
3
Apesar do posicionamento esposado por Di Pietro, há autores que defendam que as subsidiárias não
seriam parte da Administração Pública.
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Além destas 4 espécies, há autores que acrescentam ainda os “consórcios públicos”, criados em
2005, por meio da Lei 11.1074.
Pela etimologia da palavra (‘para’5 + ‘estatal’) já podemos perceber que são entidades que se
colocam ao lado do Estado, ou seja, estão fora da Administração Pública (em sentido formal) mas
colaboram com o Estado no desempenho de atividades de interesse público. Em outras palavras,
tais entidades não pertencem à Administração Pública, mas desempenham atividades de interesse
público.
Tais entidades compõem o chamado terceiro setor, já que o Estado é considerado o primeiro
setor e o mercado compõe o segundo setor.
✓ Serviços sociais autônomos (também conhecidos como “Sistema S”, a exemplo de Sesi, Sesc, Senat)
✓ Entidades de apoio6
✓ Organizações Sociais (OS)7
✓ Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip)8
4
Em razão de os consórcios possuírem personalidade jurídica própria e do disposto na Lei 11.107/2005,
art. 6º, § 1º.
5
“para” tem significado de “ao lado”, assim como em “paramédicos”, “paramilitar”.
6
Segundo Di Pietro, são pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, instituídas por
servidores públicos, porem em nome próprio, sob forma de fundação, associação ou cooperativa, para
a prestação, em caráter privado, de serviços sociais não exclusivos do Estado, mantendo vínculo jurídico
com entidades da administração, em regra por meio de convênio.
7
Entidades criadas por particulares que celebraram contrato de gestão com o poder público para
prestar serviço de natureza social.
8
Entidades criadas por particulares que celebraram termo de parceria com o poder público para prestar
serviço de natureza social.
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Apesar de não integrarem a Administração Pública, tais entidades são objeto de estudo do direito
administrativo, em razão da proximidade com o Estado e do interesse público nos serviços por
elas prestados.
Tais entidades serão objeto de estudo em aula específica, mas já é importante frisar que elas não
pertencem à Administração Pública. Este é o teor da questão abaixo:
9
Entidades disciplinadas pela Lei 13.019/2014, podendo ser entidade sem fins lucrativos, cooperativas
ou organizações religiosas.
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ADMINISTRAÇÃO DIRETA
Como comentamos anteriormente, a Administração Direta (ou central ou centralizada) consiste no
conjunto de órgãos que integram as pessoas políticas (União, estados/Distrito Federal e
Municípios), aos quais foi atribuída a competência para o exercício, de forma centralizada, das
atividades administrativas do Estado.
Apesar de termos incluído neste tópico o estudo dos órgãos públicos (os quais resultam do
processo de desconcentração), não podemos esquecer que a desconcentração é observada tanto
na administração direta como nas entidades da administração indireta.
Ou seja:
teremos órgãos públicos tanto no interior de cada pessoa política que compõe nossa
federação (desconcentração combinada com centralização) como no interior das
entidades administrativas (desconcentração combinada com descentralização).
Pouco acima, comentamos que mesmo os órgãos (desprovidos de personalidade própria) podem
celebrar contratos de gestão, comprometendo-se com o alcance de determinados resultados e
prazos.
Assim sendo, antes de passar aos comentários sobre as entidades da administração direta, vamos
aqui abrir um parêntese para detalharmos um pouco mais os referidos “contratos de gestão”, bem
como os “contratos de desempenho”, criados em dezembro de 2019, a partir da lei 13.934/2019.
10
Segundo MADEIRA, José Maria Pinheiro citado por FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito
Administrativo. 27ª ed. Atlas. P. 475
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Em ambos os “contratos”, o fundamento constitucional é o mesmo (CF, art. 37, § 8º - transcrito logo
abaixo), de onde já percebemos que tais instrumentos buscam ampliar os resultados alcançados
pelos entes públicos (princípio da eficiência) e, em contrapartida, confere a tais entes maior
autonomia administrativa:
CF, art. 37, § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades
da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado
entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de
desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre (EC 19/1998):
➢ Contrato de Gestão
O contrato de gestão a que se refere o texto constitucional transcrito acima é firmado entre o
poder público e outros entes pertencentes à Administração Pública, sejam órgãos da própria
administração direta, sejam entidades descentralizadas.
Mas a ampliação da autonomia tem, como contrapartida, a fixação de metas de desempenho para
o ente público.
Reparem que, por um lado, são reduzidos os controles sobre as atividades-meio (orçamento,
finanças e práticas gerenciais) e, por outro, são intensificados os controles sobre os resultados
(desempenho) destas organizações públicas.
Além disso, caso o contrato de gestão seja celebrado com uma autarquia ou com uma fundação
pública, esta receberá a qualificação de agência executiva, como detalharemos mais adiante.
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Antes de comentar o “contrato de desempenho”, lembro que existe uma outra modalidade de
“contrato de gestão”, o qual é celebrado com entes privados (e não com entes públicos) e possui
como fundamento a Lei 9.637/1998 (e não o art. 37, §8º, da CF).
----
Agora sim, vamos à nova figura, criada em dezembro de 2019 pela Lei 13.934.
➢ Contrato de Desempenho
O ente público que o celebra se compromete a: (i) apresentar desempenho superior na prestação
de serviços, (ii) melhor qualidade dos produtos gerados e (iii) trabalhar com prazos garantidos.
Tal contrato faz surgir uma verdade relação de supervisão entre dois entes públicos, o que inspirou
a terminologia adotada pelo legislador: ente supervisor e ente supervisionado.
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ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
A Administração Indireta (ou descentralizada) resulta da descentralização por serviços (ou
funcional ou técnica ou mediante outorga), por meio da qual o Estado, mediante lei, cria uma
entidade (ou autoriza sua criação) e transfere a ela determinado serviço público.
Características comuns
INCIDÊNCIA EM PROVA: MÉDIA
Mais à frente, iremos comentar os detalhes de cada uma das espécies de entidades da
Administração Indireta. Mas é importante já adiantarmos características comuns a estas entidades,
consoante leciona Di Pietro.
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Este princípio informa que, como regra geral, órgãos e entidades públicas, devem ser criadas por
meio de lei. Nestes termos, temos a seguinte regra constitucional quanto às entidades da
administração indireta:
CF, art. 37, XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à
lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;
Percebam, que há duas situações diferentes: (i) a lei que cria diretamente a entidade e (ii) a lei que
simplesmente autoriza sua criação.
Neste segundo caso, após a publicação da lei que autorizar a criação, a entidade ainda não existe
no mundo jurídico. É necessário que o Poder Executivo tome uma providência adicional 11, para,
de maneira concreta, fazer surgir a entidade.
Em síntese:
Além disso, tratando-se de entidade do Poder Executivo, a iniciativa da lei é reservada ao chefe
do Poder Executivo (CF, art. 61, §1º, II, ‘e’).
11
Código Civil, art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição
do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação
do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
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CF, art. 37, XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias
das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer
delas em empresa privada;
DL 200/1967, art. 19. Todo e qualquer órgão da Administração Federal, direta ou indireta,
está sujeito à supervisão do Ministro de Estado competente, excetuados unicamente os
órgãos mencionados no art. 32, que estão submetidos à supervisão direta do Presidente
da República.
A autonomia das entidades públicas impõe que suas decisões, em regra, não se sujeitam a recurso
dirigido a alguma autoridade da administração direta.
No entanto, há casos excepcionais em que se admite recurso contra decisão das entidades
endereçado à administração direta. É o chamado recurso hierárquico impróprio, cabível quando
houver expressa previsão legal.
A este respeito, adianto que o recurso hierárquico próprio é aquele em que a autoridade superior
está dentro da mesma estrutura administrativa da autoridade que proferiu a decisão. Já o recurso
hierárquico impróprio é aquele em que a autoridade superior encontra-se em outra estrutura, a
exemplo de uma autoridade da administração direta decidindo o recurso contra ato de uma
entidade da administração indireta.
----
Além destes pontos semelhantes, adiante veremos as principais diferenças entre as entidades da
Administração Indireta.
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As principais características destas entidades irão decorrer do regime jurídico a que se sujeitam,
o qual poderá ser de direito público ou, essencialmente, de direito privado.
No entanto, mesmo seguindo regime essencialmente de direito privado, como no caso das
empresas estatais, tais entidades nunca se sujeitarão integralmente ao regime privado. Em alguma
medida, haverá a incidência das regras do direito público. Daí, fala-se, na verdade, em regime
híbrido.
a) Autarquias;
b) Emprêsas Públicas;
d) fundações públicas.
Nesse sentido e, antes de abordarmos detalhadamente cada uma das entidades, vejamos a lista
de entidades da indireta proposta por Di Pietro12, aproveitando para resumir suas principais
características:
12
Além das 4 espécies detalhadas a seguir, Di Pietro ainda menciona: (i) os consórcios públicos, (ii) as
subsidiárias de empresas públicas e sociedades de economia mista e (iii) as empresas sob controle
acionário do Estado.
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Antes, porém, de avançar, aproveito para já comparar as características centrais das entidades da
administração indireta:
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e ou
Autarquias
INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTA
José Cretella Júnior, citado por Di Pietro, relembra que a palavra ‘autarquia’ é formada por dois
==22c518==
Pessoa jurídica de direito público, criada por lei, com capacidade de autoadministração,
para o desempenho de serviço público descentralizado, mediante controle administrativo
exercido nos limites da lei.
Pessoa jurídica de direito público, integrante da Administração Indireta, criada por lei para
desempenhar funções que, despidas de caráter econômico, sejam próprias e típicas do
Estado.
uma entidade estatal da administração indireta, criada por lei, com personalidade de
direito público, descentralizada funcionalmente, para desempenhar competências
administrativas próprias e específicas, para tanto dotada de autonomia patrimonial,
administrativa e financeira.
13
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. Ed. GenMétodo. 31ª ed. 2018. eBook. P.
14761
14
FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. Atlas. P. 490
15
NETO, Diogo de Figueiredo Moreira. Curso de Direito Administrativo. GenMétodo. 16ª ed. Item 72
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personalidade de direito
Autarquias
público
I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio
e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que
requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira
descentralizada.
A natureza jurídica das autarquias e sua liberdade administrativa foram cobradas na questão
abaixo:
Criação e Extinção
A criação e, por simetria, a extinção de autarquias somente pode ocorrer mediante lei específica:
16
A exemplo de ALEXANDRINO, Marcelo. Vicente Paulo. Direito Administrativo Descomplicado. 25ª ed.
p. 44-45
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CF, art. 37, XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à
lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;
Relembrando:
Assim, a personalidade da autarquia inicia-se juntamente com a vigência da lei que a criou. Por
ser de direito público, não lhe são exigidos registros dos atos constitutivos em cartórios de pessoas
jurídicas, tampouco em juntas comerciais, diferentemente das entidades de direito privado.
Além disso, friso que, tratando-se de autarquia do Poder Executivo, a iniciativa da lei é reservada
ao chefe do Poder Executivo (CF, art. 61, §1º, II, ‘e’).
CF, art. 37, XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias
das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer
delas em empresa privada;
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Natureza Jurídica
Como entidade, a autarquia tem personalidade jurídica diversa do ente que a criou. Em outras
palavras, a autarquia é uma pessoa jurídica diferente do ente político que a criou (apesar de
também personalidade de direito público, como veremos à frente).
Regime Jurídico
Como são pessoas jurídicas de direito público, isto significa dizer que o regime jurídico aplicável
a tais entidades é o regime jurídico público (também chamado de “regime jurídico-
administrativo”), fortemente marcado pelos princípios da supremacia do interesse público e da
indisponibilidade do interesse público, e não pelas regras de direito privado.
Atividades desenvolvidas
Além disso, não é todo e qualquer serviço que pode ser prestado pelas autarquias, mas,
idealmente, apenas aqueles serviços típicos do Estado:
I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio
e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que
requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira
descentralizada.
Pessoal
A redação atualmente vigente da Constituição exige regime único de pessoal para as autarquias,
assim como para as fundações públicas e para a administração direta:
CF, art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de
sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da
administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas.
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Lembro que este dispositivo chegou a ser alterado pela EC 19/199817, no sentido de extinguir o
regime único de pessoal, no entanto a nova redação teve sua eficácia suspensa pelo STF, no bojo
da ADI 2.135-4.
Isto significa que, para cada esfera da federação, os entes públicos devem adotar um único regime
para os órgãos e entidades de direito público (administração direta, autarquias e fundações
públicas).
Portanto, o dispositivo constitucional veda que a administração direta federal, por exemplo, tenha
agentes públicos sob regime estatutário (servidores públicos) e, concomitantemente, sob regime
celetista (empregados públicos).
----
Seguindo adiante, é importante mencionar, como regra geral, que as autarquias18, assim como os
órgãos e entidades públicos em geral, devem realizar concurso público prévio à investidura em
cargos ou empregos públicos:
Atos e Contratos
17
CF, art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de política de
administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Poderes.
(redação com eficácia suspensa, dada pela EC 19/98)
18
Inclusive os Conselhos Profissionais (STF MS 28469 e Acórdão TCU 814/2003-Plenário, entre outros)
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Pelo mesmo motivo, os contratos celebrados pelas autarquias são qualificados como contratos
administrativos, em relação aos quais a legislação estabelece uma superioridade da Administração
Pública sobre os particulares contratados.
CF, art. 37, XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços,
compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que
assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei,
o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis
à garantia do cumprimento das obrigações.
Patrimônio
Além disso, os bens da autarquia são considerados bens públicos19, assim como os bens da
administração direta.
Dessa forma, os bens das autarquias, como públicos, estão sujeitos aos privilégios e restrições
próprios do regime jurídico-administrativo, o qual impõe algumas características:
19
Código Civil, art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de
direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.
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Imunidade Tributária
As autarquias gozam de imunidade tributária, de sorte que não podem ser cobrados impostos de
autarquias, em relação ao seu patrimônio, renda ou serviços prestados pelas autarquias:
CF, art. 150, § 2º A vedação do inciso VI, "a"20, é extensiva às autarquias e às fundações
instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos
serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.
Esta é a chamada imunidade tributária recíproca, que impede que um ente político cobre impostos
de outro ente, e é extensível às autarquias e fundações criadas pelos entes.
A nomeação e exoneração de dirigentes de autarquias seguem as regras previstas na lei que criou
a entidade.
Mas, como regra geral, tanto a nomeação quanto a exoneração dos dirigentes de autarquia são
competências privativas do Chefe do Poder Executivo (CF, art. 84, XXV).
20
CF, art. 150. “.. é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios”, VI - instituir
impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
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Para nomeação destes dirigentes pode-se estabelecer, como exigência, aprovação legislativa
prévia.
No plano federal21, a Constituição autoriza que lei estabeleça outros casos em que a nomeação
será precedida de aprovação prévia pelo Senado Federal. É o que ocorre para agências
reguladoras federais, como no caso da Anatel22.
Para outras esferas, o STF entende23 que, por força do princípio da simetria, é legítima tal
exigência. Assim, a lei local poderá estabelecer, como requisito para a nomeação do dirigente de
autarquia estaduais ou municipais, a aprovação prévia pelo respectivo Poder Legislativo.
Juízo competente
As causas comuns envolvendo autarquias federais são julgadas pela justiça federal, nos termos do
seguinte dispositivo constitucional:
21
CF, art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: (..) III - aprovar previamente, por voto
secreto, após argüição pública, a escolha de:
a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;
b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República;
c) Governador de Território;
d) Presidente e diretores do banco central;
e) Procurador-Geral da República;
f) titulares de outros cargos que a lei determinar;
22
Lei 9.472/1997, art. 23. Os conselheiros serão brasileiros, de reputação ilibada, formação universitária
e elevado conceito no campo de sua especialidade, devendo ser escolhidos pelo Presidente da República
e por ele nomeados, após aprovação pelo Senado Federal, nos termos da alínea f do inciso III do
art. 52 da Constituição Federal.
23
STF - ADI: 1642 MG, Relator: Min. EROS GRAU, Data de Julgamento: 03/04/2008
24
STF - ADI: 1949 RS, Relator: Min. DIAS TOFFOLI, Data de Julgamento: 17/09/2014
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Nos processos envolvendo autarquias estaduais e municipais, a Justiça Estadual será o foro judicial
competente.
Aproveito para adiantar que esta regra também vale para os chamados “agentes públicos
contratados por tempo determinado para atender à necessidade temporária de excepcional
interesse público” (CF, art. 37, inciso IX). Para o STF25, estes agentes temporários possuem vínculo
de natureza jurídico-administrativa com o poder público (e não trabalhista).
Por outro lado, se estivéssemos diante de uma autarquia municipal, cujo regime de
pessoal é o celetista, a mesma ação deveria ser proposta perante a Justiça do Trabalho 26
(pois o vínculo de trabalho é celetista).
Privilégios processuais
O mesmo ocorrerá quando se aciona judicialmente uma autarquia. Ou seja, a autarquia goza dos
mesmos privilégios processuais conferidos à Fazenda Pública, como prazo em dobro para se
manifestar nos processos em que é parte.
Responsabilidade Civil
25
STF - RE 573.202/AM, Relator: Min. Ricardo Lewandowski, Data de Julgamento: 21/08/2008
(repercussão geral)
26
CF, art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da
administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
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CF, art. 37, § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras
de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de
dolo ou culpa.
A responsabilidade objetiva é aquela que não exige comprovação da existência de culpa ou dolo
Autarquias sob regime especial são entidades dotadas de uma independência ainda maior do que
as demais.
Esta maior independência é conferida pela lei e resultado de determinados mecanismos que
conferem maior isolamento à entidade para que esta tome suas decisões da maneira mais
imparcial possível. Entre estes mecanismos destaca-se a nomeação diferenciada dos dirigentes
destas autarquias.
Como exemplos de autarquias sob regime especial são as agências reguladoras, o Banco Central27
e a CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Pela importância em provas, vamos tratar das agências reguladoras separadamente no tópico a
seguir.
➢ Agências reguladoras
Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro28, há dois tipos de agências reguladoras no direito
brasileiro:
27
Há quem enquadre o Banco Central como uma “agência reguladora” do sistema financeiro.
28
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. Ed. GenMétodo. 31ª ed. 2018. eBook. P.
16220
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Em síntese:
Agências
reguladoras
que regulam e controlam a prestação de
serviços públicos delegados ou a exploração
de bem público em regime de concessão
Este segundo grupo representa a grande novidade no direito brasileiro, fazendo parte do grande
modelo estatal de delegação de serviços públicos associada à regulação dos setores econômicos
por meio de entidades criadas especificamente para tal atividade. Nesse sentido, é por meio das
agências que o Estado fortalece seu papel como agente regulador do mercado, intervindo de
modo indireto nas atividades econômicas.
De toda forma, em ambos os casos, para se reduzirem as interferências políticas nesta regulação,
foram criadas as agências reguladoras, na forma de autarquias especiais, na ideia de que esta
“separação” do poder central iria lhes conferir maior autonomia técnica.
1) autonomia política dos dirigentes, a serem nomeados pelo Chefe do Poder Executivo, mas sob aprovação
do Poder Legislativo, com mandatos estáveis, durante um prazo determinado
Durante o prazo do mandato, os dirigentes possuem estabilidade, não podendo ser livremente
exonerados. Neste período, eles somente poderão ser desligados da Agência nos casos
expressamente previstos em lei.
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É importante ressaltar que uma das formas de a agência exercer seu poder normativo consiste nos
chamados regulamentos autorizados. Tais regulamentos fazem parte do fenômeno da
deslegalização, em que ocorre a regulamentação de assuntos de natureza técnica por meio de
diplomas infralegais, no sentido de completar a regulamentação legal.
A respeito da autonomia financeira atribuída às agências reguladoras, Marçal Justen Filho29 leciona
que
A este respeito, Carvalho Filho destaca que autonomia decisória significa que os conflitos
administrativos se desencadeiam e se dirimem através dos próprios órgãos da autarquia. Em
outras palavras, o poder revisional exaure-se no âmbito interno, sendo inviável juridicamente
eventual recurso dirigido a órgãos ou autoridades da pessoa federativa à qual está vinculada a
autarquia.
Di Pietro chega a falar que a agência “pode dirimir conflitos em última instância administrativa”,
demonstrando sua autonomia decisória.
Apesar de receber duras críticas doutrinárias, o parecer AGU 51/2006, aprovado pelo Presidente
da República com força vinculante na Administração Federal31, entendeu cabível a interposição de
29
FILHO, Marçal Justen. Curso de Direito Administrativo. 13ª ed. p. 590
30
O recurso hierárquico próprio é aquele em que a autoridade superior está na mesma estrutura da
autoridade que proferiu a decisão. O recurso hierárquico impróprio é aquele em que a autoridade superior
encontra-se em outra estrutura.
31
LC 73/1993, art. 40, § 1º O parecer aprovado e publicado juntamente com o despacho presidencial
vincula a Administração Federal, cujos órgãos e entidades ficam obrigados a lhe dar fiel cumprimento.
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recurso hierárquico impróprio em face das decisões proferidas pelas agências reguladoras para o
respectivo Ministério.
Em linhas gerais, o mencionado parecer fixou o entendimento de que cabe recurso hierárquico
impróprio das decisões proferidas pelas agências caso (i) ultrapassem os limites de competência
definidos em lei ou (ii) violem as políticas públicas do setor.
Por outro lado, não caberá recurso se a decisão da agência envolver matéria finalística (isto é,
competência regulatória) e estiver em consonância com a política pública do setor.
Antes de avançar, é importante ressaltar que a maior autonomia das agências reguladoras,
segundo destaca Maria Sylvia Zanella Di Pietro32, só existe em relação ao Poder Executivo. Isto
porque a atuação das agências reguladoras pode ser objeto de apreciação pelo Poder Judiciário
ou pelo Poder Legislativo, inclusive perante os Tribunais de Contas.
Além disso, em relação ao Executivo, as agências reguladoras continuam sob o controle finalístico
da administração direta:
No plano positivo, ganha destaque a Lei 13.848, de junho de 2019, considerada uma “lei geral
das agências reguladoras”. Nos termos de seu art. 3º, sua natureza especial é caracterizada pelo
seguinte:
regime especial
autonomia funcional, decisória,
das agências
reguladoras
administrativa e financeira
32
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. Ed. GenMétodo. 31ª ed. 2018. eBook. P.
16220
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Apesar desta regra legal, reparem que independência administrativa e ausência de subordinação
hierárquica são inerentes a toda e qualquer autarquia.
A Lei 13.848 trouxe, também, regras interessantes quanto ao processo decisório no âmbito das
agências reguladoras. Primeiramente, destaco que o processo de decisão referente a regulação
terá caráter colegiado (devendo ser fruto da discussão e deliberação por mais de um agente
público) - art. 7º.
Além disso, para assegurar a transparência da atuação destas agências, a lei exige que as reuniões
deliberativas do conselho diretor ou da diretoria colegiada da agência sejam públicas e gravadas
em meio eletrônico (art. 8º).
E, ainda, suas decisões sejam devidamente motivadas, inclusive a respeito da edição ou não de
atos normativos. Assim, o art. 5º da Lei 13.848 prevê que a agência reguladora indique os
pressupostos de fato e de direito que determinarem suas decisões.
A Lei 13.848 positivou, ainda, a legitimidade das agências para celebração de TAC – Termo de
Ajustamento de Conduta (art. 32), com pessoas físicas ou jurídicas sujeitas à sua competência.
A respeito destas características especiais das agências reguladoras, vejam a questão abaixo:
Ainda quanto às agências reguladoras, é importante destacar que apenas duas agências gozam
de estatura constitucional: a Anatel (CF, art. 21, XI) e a ANP (CF, art. 177, §2º, III). As demais
agências possuem fundamento exclusivo nas respectivas leis criadoras e no art. 2º da Lei
13.848/2019.
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Autarquias
INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTA
Como há pouco comentamos, as autarquias são entidades dotadas de personalidade jurídica de direito
público, com autonomia administrativa, para a prestação descentralizada de serviços públicos.
José Cretella Júnior, citado por Di Pietro, relembra que a palavra ‘autarquia’ é formada por dois termos
‘autós’ (=próprio) e ‘arquia’ (=comando, governo, direção), etimologicamente, tendo significado de
“comando próprio, direção própria, autogoverno”.
Pessoa jurídica de direito público, criada por lei, com capacidade de autoadministração,
para o desempenho de serviço público descentralizado, mediante controle administrativo
exercido nos limites da lei.
Pessoa jurídica de direito público, integrante da Administração Indireta, criada por lei para
desempenhar funções que, despidas de caráter econômico, sejam próprias e típicas do
Estado.
uma entidade estatal da administração indireta, criada por lei, com personalidade de
direito público, descentralizada funcionalmente, para desempenhar competências
administrativas próprias e específicas, para tanto dotada de autonomia patrimonial,
administrativa e financeira.
1
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. Ed. GenMétodo. 31ª ed. 2018. eBook. P. 14761
2
FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. Atlas. P. 490
3
NETO, Diogo de Figueiredo Moreira. Curso de Direito Administrativo. GenMétodo. 16ª ed. Item 72
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I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio
e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que
requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira
descentralizada.
Do conceito acima, reparem que a especialização na prestação de serviços típicos é outro elemento
marcante das autarquias. Por este motivo parte da doutrina chega a dizer que são a “personificação de um
serviço” retirado da administração centralizada4.
A natureza jurídica das autarquias e sua liberdade administrativa foram cobradas na questão abaixo:
Como as atividades desempenhadas pelas autarquias são típicas da administração pública, a legislação
confere a elas uma série de prerrogativas, próprias do regime jurídico-administrativo, as quais iremos
detalhar nos próximos tópicos.
Criação e Extinção
A criação e, por simetria, a extinção de autarquias somente pode ocorrer mediante lei específica:
CF, art. 37, XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à
lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;
Portanto, diferentemente das demais entidades da administração indireta, as autarquias são diretamente
criadas por lei. Para as demais entidades, a lei apenas autorização sua criação.
Relembrando:
4
A exemplo de ALEXANDRINO, Marcelo. Vicente Paulo. Direito Administrativo Descomplicado. 25ª ed. p.
44-45
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Assim, a personalidade da autarquia inicia-se juntamente com a vigência da lei que a criou. Por ser de
direito público, não lhe são exigidos registros dos atos constitutivos em cartórios de pessoas jurídicas,
tampouco em juntas comerciais, diferentemente das entidades de direito privado.
Além disso, friso que, tratando-se de autarquia do Poder Executivo, a iniciativa da lei é reservada ao
chefe do Poder Executivo (CF, art. 61, §1º, II, ‘e’).
CF, art. 37, XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias
das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer
delas em empresa privada;
Natureza Jurídica
Como entidade, a autarquia tem personalidade jurídica diversa do ente que a criou. Em outras palavras, a
autarquia é uma pessoa jurídica diferente do ente político que a criou (apesar de também personalidade de
direito público, como veremos à frente).
Regime Jurídico
Como são pessoas jurídicas de direito público, isto significa dizer que o regime jurídico aplicável a tais
entidades é o regime jurídico público (também chamado de “regime jurídico-administrativo”), fortemente
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Atividades desenvolvidas
A grande finalidade da existência das autarquias consiste na prestação de serviços. Assim, percebam que,
idealmente, as autarquias não se destinam à exploração de atividade econômica, como pode ocorrer com
as estatais.
Além disso, não é todo e qualquer serviço que pode ser prestado pelas autarquias, mas, idealmente, apenas
aqueles serviços típicos do Estado:
I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio
e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que
requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira
descentralizada.
Pessoal
A redação atualmente vigente da Constituição exige regime único de pessoal para as autarquias, assim
como para as fundações públicas e para a administração direta:
CF, art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de
sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da
administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas.
Lembro que este dispositivo chegou a ser alterado pela EC 19/19985, no sentido de extinguir o regime único
de pessoal, no entanto a nova redação teve sua eficácia suspensa pelo STF, no bojo da ADI 2.135-4.
5
CF, art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de política de
administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Poderes.
(redação com eficácia suspensa, dada pela EC 19/98)
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Isto significa que, para cada esfera da federação, os entes públicos devem adotar um único regime para os
órgãos e entidades de direito público (administração direta, autarquias e fundações públicas).
Portanto, o dispositivo constitucional veda que a administração direta federal, por exemplo, tenha agentes
públicos sob regime estatutário (servidores públicos) e, concomitantemente, sob regime celetista
(empregados públicos).
----
Seguindo adiante, é importante mencionar, como regra geral, que as autarquias6, assim como os órgãos e
entidades públicos em geral, devem realizar concurso público prévio à investidura em cargos ou empregos
públicos:
Atos e Contratos
Por estarem submetidos ao regime de direito público, os agentes pertencentes às autarquias praticam atos
administrativos, ou seja, declarações unilaterais de vontade, sujeitos a regime de direito público.
Pelo mesmo motivo, os contratos celebrados pelas autarquias são qualificados como contratos
administrativos, em relação aos quais a legislação estabelece uma superioridade da Administração Pública
sobre os particulares contratados.
CF, art. 37, XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços,
compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que
assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei,
o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis
à garantia do cumprimento das obrigações.
Patrimônio
A autarquia possui patrimônio próprio, em geral formado a partir da transferência de bens do ente
federativo que a criou.
6
Inclusive os Conselhos Profissionais (STF MS 28469 e Acórdão TCU 814/2003-Plenário, entre outros)
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Além disso, os bens da autarquia são considerados bens públicos7, assim como os bens da administração
direta.
Dessa forma, os bens das autarquias, como públicos, estão sujeitos aos privilégios e restrições próprios do
regime jurídico-administrativo, o qual impõe algumas características:
Imunidade Tributária
As autarquias gozam de imunidade tributária, de sorte que não podem ser cobrados impostos de
autarquias, em relação ao seu patrimônio, renda ou serviços prestados pelas autarquias:
CF, art. 150, § 2º A vedação do inciso VI, "a"8, é extensiva às autarquias e às fundações
instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos
serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.
Esta é a chamada imunidade tributária recíproca, que impede que um ente político cobre impostos de
outro ente, e é extensível às autarquias e fundações criadas pelos entes.
Pela literalidade do dispositivo constitucional, a imunidade alcança apenas impostos, de modo que
continuam devidos taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições especiais.
7
Código Civil, art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de
direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem.
8
CF, art. 150. “.. é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios”, VI - instituir
impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
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A nomeação e exoneração de dirigentes de autarquias seguem as regras previstas na lei que criou a
entidade.
Mas, como regra geral, tanto a nomeação quanto a exoneração dos dirigentes de autarquia são
competências privativas do Chefe do Poder Executivo (CF, art. 84, XXV).
Para nomeação destes dirigentes pode-se estabelecer, como exigência, aprovação legislativa prévia.
No plano federal9, a Constituição autoriza que lei estabeleça outros casos em que a nomeação será
precedida de aprovação prévia pelo Senado Federal. É o que ocorre para agências reguladoras federais,
como no caso da Anatel10.
Para outras esferas, o STF entende11 que, por força do princípio da simetria, é legítima tal exigência. Assim,
a lei local poderá estabelecer, como requisito para a nomeação do dirigente de autarquia estaduais ou
municipais, a aprovação prévia pelo respectivo Poder Legislativo.
9
CF, art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: (..) III - aprovar previamente, por voto
secreto, após argüição pública, a escolha de:
a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;
b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República;
c) Governador de Território;
d) Presidente e diretores do banco central;
e) Procurador-Geral da República;
f) titulares de outros cargos que a lei determinar;
10
Lei 9.472/1997, art. 23. Os conselheiros serão brasileiros, de reputação ilibada, formação universitária
e elevado conceito no campo de sua especialidade, devendo ser escolhidos pelo Presidente da República
e por ele nomeados, após aprovação pelo Senado Federal, nos termos da alínea f do inciso III do
art. 52 da Constituição Federal.
11
STF - ADI: 1642 MG, Relator: Min. EROS GRAU, Data de Julgamento: 03/04/2008
12
STF - ADI: 1949 RS, Relator: Min. DIAS TOFFOLI, Data de Julgamento: 17/09/2014
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Juízo competente
As causas comuns envolvendo autarquias federais são julgadas pela justiça federal, nos termos do seguinte
dispositivo constitucional:
Nos processos envolvendo autarquias estaduais e municipais, a Justiça Estadual será o foro judicial
competente.
Aproveito para adiantar que esta regra também vale para os chamados “agentes públicos contratados por
tempo determinado para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público” (CF, art. 37,
inciso IX). Para o STF13, estes agentes temporários possuem vínculo de natureza jurídico-administrativa com
o poder público (e não trabalhista).
Por outro lado, se estivéssemos diante de uma autarquia municipal, cujo regime de
pessoal é o celetista, a mesma ação deveria ser proposta perante a Justiça do Trabalho 14
(pois o vínculo de trabalho é celetista).
Privilégios processuais
Quando alguém aciona judicialmente um órgão da administração direta, entram em cena os chamados
privilégios processuais da Fazenda Pública em juízo.
O mesmo ocorrerá quando se aciona judicialmente uma autarquia. Ou seja, a autarquia goza dos mesmos
privilégios processuais conferidos à Fazenda Pública, como prazo em dobro para se manifestar nos
processos em que é parte.
13
STF - RE 573.202/AM, Relator: Min. Ricardo Lewandowski, Data de Julgamento: 21/08/2008
(repercussão geral)
14
CF, art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da
administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
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Responsabilidade Civil
Assim como ocorre em relação à administração direta, as autarquias respondem objetivamente pelos
prejuízos causados por seus agentes a particulares:
CF, art. 37, § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras
de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de
dolo ou culpa.
A responsabilidade objetiva é aquela que não exige comprovação da existência de culpa ou dolo
Autarquias sob regime especial são entidades dotadas de uma independência ainda maior do que as
demais.
Esta maior independência é conferida pela lei e resultado de determinados mecanismos que conferem
maior isolamento à entidade para que esta tome suas decisões da maneira mais imparcial possível. Entre
estes mecanismos destaca-se a nomeação diferenciada dos dirigentes destas autarquias.
Como exemplos de autarquias sob regime especial são as agências reguladoras, o Banco Central15 e a CVM
(Comissão de Valores Mobiliários).
Pela importância em provas, vamos tratar das agências reguladoras separadamente no tópico a seguir.
Agências reguladoras
Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro16, há dois tipos de agências reguladoras no direito brasileiro:
a) aquelas que exercem típico poder de polícia, com a imposição de limitações administrativas,
fiscalização e repressão: como é o caso da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), da Ana
(Agência Nacional das Águas) e da ANS (Agência Nacional de Saúde Pública Suplementar)
15
Há quem enquadre o Banco Central como uma “agência reguladora” do sistema financeiro.
16
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. Ed. GenMétodo. 31ª ed. 2018. eBook. P.
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Em síntese:
Agências
reguladoras
que regulam e controlam a prestação de serviços
públicos delegados ou a exploração de bem
público em regime de concessão
Este segundo grupo representa a grande novidade no direito brasileiro, fazendo parte do grande modelo
estatal de delegação de serviços públicos associada à regulação dos setores econômicos por meio de
entidades criadas especificamente para tal atividade. Nesse sentido, é por meio das agências que o Estado
fortalece seu papel como agente regulador do mercado, intervindo de modo indireto nas atividades
econômicas.
De toda forma, em ambos os casos, para se reduzirem as interferências políticas nesta regulação, foram
criadas as agências reguladoras, na forma de autarquias especiais, na ideia de que esta “separação” do
poder central iria lhes conferir maior autonomia técnica.
A doutrina, a exemplo de Diogo de Figueiredo Moreira Neto, elenca importantes aspectos de atuação das
agências reguladoras:
1) autonomia política dos dirigentes, a serem nomeados pelo Chefe do Poder Executivo, mas sob aprovação
do Poder Legislativo, com mandatos estáveis, durante um prazo determinado
Durante o prazo do mandato, os dirigentes possuem estabilidade, não podendo ser livremente exonerados.
Neste período, eles somente poderão ser desligados da Agência nos casos expressamente previstos em lei.
Como já havíamos adiantado, a independência normativa das agências reguladoras é condição essencial
para que a regulação seja bem-sucedida. Para Diogo de Figueiredo Moreira Neto,
É importante ressaltar que uma das formas de a agência exercer seu poder normativo consiste nos
chamados regulamentos autorizados. Tais regulamentos fazem parte do fenômeno da deslegalização,
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em que ocorre a regulamentação de assuntos de natureza técnica por meio de diplomas infralegais, no
sentido de completar a regulamentação legal.
A respeito da autonomia financeira atribuída às agências reguladoras, Marçal Justen Filho17 leciona que
==22c518==
A este respeito, Carvalho Filho destaca que autonomia decisória significa que os conflitos administrativos
se desencadeiam e se dirimem através dos próprios órgãos da autarquia. Em outras palavras, o poder
revisional exaure-se no âmbito interno, sendo inviável juridicamente eventual recurso dirigido a órgãos
ou autoridades da pessoa federativa à qual está vinculada a autarquia.
Di Pietro chega a falar que a agência “pode dirimir conflitos em última instância administrativa”,
demonstrando sua autonomia decisória.
Por outro lado, questiona-se sobre a possibilidade de interposição do chamado “recurso hierárquico
impróprio”18 perante a administração direta. Ou seja, poderia um particular se insurgir contra a decisão da
agência e submeter o caso à autoridade da administração direta?
Apesar de receber duras críticas doutrinárias, o parecer AGU 51/2006, aprovado pelo Presidente da
República com força vinculante na Administração Federal19, entendeu cabível a interposição de recurso
hierárquico impróprio em face das decisões proferidas pelas agências reguladoras para o respectivo
Ministério.
Em linhas gerais, o mencionado parecer fixou o entendimento de que cabe recurso hierárquico impróprio
das decisões proferidas pelas agências caso (i) ultrapassem os limites de competência definidos em lei ou
(ii) violem as políticas públicas do setor.
17
FILHO, Marçal Justen. Curso de Direito Administrativo. 13ª ed. p. 590
18
O recurso hierárquico próprio é aquele em que a autoridade superior está na mesma estrutura da
autoridade que proferiu a decisão. O recurso hierárquico impróprio é aquele em que a autoridade superior
encontra-se em outra estrutura.
19
LC 73/1993, art. 40, § 1º O parecer aprovado e publicado juntamente com o despacho presidencial
vincula a Administração Federal, cujos órgãos e entidades ficam obrigados a lhe dar fiel cumprimento.
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Por outro lado, não caberá recurso se a decisão da agência envolver matéria finalística (isto é, competência
regulatória) e estiver em consonância com a política pública do setor.
Antes de avançar, é importante ressaltar que a maior autonomia das agências reguladoras, segundo
destaca Maria Sylvia Zanella Di Pietro20, só existe em relação ao Poder Executivo. Isto porque a atuação
das agências reguladoras pode ser objeto de apreciação pelo Poder Judiciário ou pelo Poder Legislativo,
inclusive perante os Tribunais de Contas.
Além disso, em relação ao Executivo, as agências reguladoras continuam sob o controle finalístico da
administração direta:
No plano positivo, ganha destaque a Lei 13.848, de junho de 2019, considerada uma “lei geral das agências
reguladoras”. Nos termos de seu art. 3º, sua natureza especial é caracterizada pelo seguinte:
regime especial
autonomia funcional, decisória, administrativa
das agências
reguladoras e financeira
Apesar desta regra legal, reparem que independência administrativa e ausência de subordinação
hierárquica são inerentes a toda e qualquer autarquia.
A Lei 13.848 trouxe, também, regras interessantes quanto ao processo decisório no âmbito das agências
reguladoras. Primeiramente, destaco que o processo de decisão referente a regulação terá caráter
colegiado (devendo ser fruto da discussão e deliberação por mais de um agente público) - art. 7º.
Além disso, para assegurar a transparência da atuação destas agências, a lei exige que as reuniões
deliberativas do conselho diretor ou da diretoria colegiada da agência sejam públicas e gravadas em meio
eletrônico (art. 8º).
20
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. Ed. GenMétodo. 31ª ed. 2018. eBook. P.
16220
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E, ainda, suas decisões sejam devidamente motivadas, inclusive a respeito da edição ou não de atos
normativos. Assim, o art. 5º da Lei 13.848 prevê que a agência reguladora indique os pressupostos de fato e
de direito que determinarem suas decisões.
A Lei 13.848 positivou, ainda, a legitimidade das agências para celebração de TAC – Termo de
Ajustamento de Conduta (art. 32), com pessoas físicas ou jurídicas sujeitas à sua competência.
A respeito destas características especiais das agências reguladoras, vejam a questão abaixo:
Ainda quanto às agências reguladoras, é importante destacar que apenas duas agências gozam de estatura
constitucional: a Anatel (CF, art. 21, XI) e a ANP (CF, art. 177, §2º, III). As demais agências possuem
fundamento exclusivo nas respectivas leis criadoras e no art. 2º da Lei 13.848/2019.
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FUNDAÇÕES PÚBLICAS
INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXÍSSIMA
Antes de estudar as “fundações públicas”, lembro que poderemos ter Fundações no âmbito
público (fundações públicas) ou no privado (fundações privadas).
A partir destes três elementos, o mesmo autor deixa claro que a figura do instituidor é o único
elemento que irá diferenciar as fundações públicas das fundações privadas:
instituída pelo Poder Público com o patrimônio, total ou parcialmente público, dotado de
personalidade jurídica, de direito público ou privado, e destinado, por lei, ao desempenho
de atividades do Estado na ordem social, com capacidade de autoadministração e
mediante controle da Administração Pública, nos limites da lei.
1
FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. Atlas. P. 540
2
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. Ed. GenMétodo. 31ª ed. 2018. eBook. P. 14918
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No setor público, poderemos ter fundações de direito privado ou de direito público. Ou seja, o
Estado pode instituir (i) fundações públicas de direito público e (ii) fundações públicas de direito
privado.
Criação e Extinção
CF, art. 37, XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo
à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;
Pela literalidade deste dispositivo constitucional, lei específica iria autorizar a criação de fundação
pública.
No entanto, a doutrina tem entendido que as fundações públicas de direito público seguem o
mesmo regime das autarquias, inclusive quanto à sua criação. Na verdade, tais fundações são
chamadas de “autarquias fundacionais” ou “fundações autárquicas”.
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direito
lei específica CRIA a entidade
público
fundação pública de
direito lei específica AUTORIZA a
privado criação da entidade
Assim, a personalidade da fundação de direito público inicia-se juntamente com a vigência da lei
que a criou, não lhe sendo exigidos registros dos atos constitutivos em cartórios de pessoas
jurídicas.
Por outro lado, tratando-se de fundação de direito privado, a personalidade jurídica teria início
apenas com a inscrição de seus atos constitutivos.
Atividades desenvolvidas
Vimos que a atuação das fundações se relaciona a atividades de interesse público de ordem social.
Por outro lado, a partir da EC 19/98, a Constituição passou a exigir, em sua parte final, que lei
complementar estabeleça as áreas em que as fundações públicas poderiam atuar:
CF, art. 37, XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo
à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;
É oportuno lembrar que, para as fundações privadas (instituídas por particulares), suas possíveis
finalidades constam do parágrafo único do art. 62 do Código Civil3.
3
CC, art. 62, parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de:
I – assistência social; II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
III – educação; IV – saúde; V – segurança alimentar e nutricional;
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável;
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de
gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos; VIII – promoção
da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; IX – atividades religiosas;
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Pessoal
Aqui também será necessário diferenciarmos as Fundações Públicas de direito público daquelas
que possuem personalidade de direito privado.
O pessoal das fundações públicas de direito privado sujeita-se ao regime trabalhista comum,
previsto na CLT.
Por outro lado, ao pessoal das fundações públicas de direito público, da mesma forma que as
autarquias, aplica-se o regime jurídico único, podendo ser estatutário.
Em qualquer dos casos (direito público ou privado), José dos Santos Carvalho Filho4 entende que
==22c518==
aplicam-se aos funcionários das fundações públicas as restrições de nível constitucional, como, por
exemplo, a vedação à acumulação de cargos e empregos5 e a necessidade de prévia aprovação
em concurso público de provas ou de provas e títulos antes da contratação6.
Responsabilidade Civil
CF, art. 37, § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras
de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de
dolo ou culpa.
Tal entendimento decorre da conclusão de que, sejam de direito público ou de direito privado, as
fundações públicas executam atividades de caráter social, as quais são verdadeiros “serviços
públicos”.
Lembro que a responsabilidade objetiva é aquela que não exige comprovação da existência de
culpa ou dolo na conduta estatal (ou seja, dispensa o elemento subjetivo da conduta – culpa ou
dolo).
4
FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. Atlas. P. 550-551
5
CF, art. 37, XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias,
fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades
controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público
6
CF, art. 37, II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso
público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou
emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei
de livre nomeação e exoneração
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Além de ser objetiva, a responsabilidade das fundações é primária, ou seja, a própria entidade é
que deve ser acionada judicialmente para reparação dos danos, sendo que o ente instituidor
somente seria acionado, por dívidas da fundação, de modo subsidiário.
Controle
José dos Santos Carvalho Filho7 leciona que as fundações públicas, assim como toda entidade da
Administração Indireta, sujeitam-se ao controle exercido pela Administração Direta, sendo:
Além disso, tais entidades estão sujeitas ao controle financeiro, exercido pelo Tribunal de Contas,
tendo a entidade o encargo de oferecer sua prestação de contas para apreciação por aquele
Colegiado8 (arts. 70 e 71, II, da CF).
Além destas formas de controle da atuação das fundações e, obviamente, do controle judicial de
seus atos, pela importância do tema incluímos uma seção específica para abordarmos o controle
que o Ministério Público exerce sobre as fundações.
Para as fundações instituídas pelos particulares (fundações privadas), o Ministério Público (MP)
exerce o chamado controle fundacional:
CCB, art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas.
Parte da doutrina, como Di Pietro e Carvalho Filho, entendem que tal controle é desnecessário
para as fundações públicas (sejam de direito público ou privado), na medida em que estas já estão
submetidas a várias outras formas de controle, como detalhado no tópico anterior.
7
FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. Atlas. P. 550
8
CF, art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do
Tribunal de Contas da União, ao qual compete: (..) II - julgar as contas dos administradores e demais
responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as
fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que
derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público
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Neste caso, o MP continua sendo competente para atuar sobre as fundações quando houver
indícios de irregularidade, como ocorre para qualquer entidade da Administração, mas não exerce
a função de velar prevista no Código Civil (art. 66).
Para as fundações públicas, portanto, o Ministério Público não exerce a curatela das fundações,
mas continua sendo parte legítima para fiscalizar sua atuação.
A par desta diferença quanto à natureza do controle exercido pelo MP sobre as fundações
públicas, é importante destacar entendimento do STF de que o Ministério Público Federal (MPF)
deverá velar pelas fundações federais de direito público:
(..) 5. Por excesso, na medida em que, por outro lado, a circunstância de serem sediadas
ou funcionarem no Distrito Federal evidentemente não é bastante nem para incorporá-las
à Administração Pública da União - sejam elas fundações de direito privado ou fundações
públicas, como as instituídas pelo Distrito Federal -, nem para submetê-las à Justiça
Federal. 6. Declarada a inconstitucionalidade do § 1º do art. 66 do Código Civil, sem
prejuízo, da atribuição ao Ministério Público Federal da veladura pelas fundações federais
de direito público, funcionem, ou não, no Distrito Federal ou nos eventuais Territórios.
STF - ADI: 2794 DF, Relator: SEPÚLVEDA PERTENCE, Data de Julgamento: 14/12/2006,
Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJ 30-03-2007 PP-00068 EMENT VOL-02270-02 PP-
00334 LEXSTF v. 29, n. 340, 2007, p. 56-73
Assim, de acordo com tal entendimento, as fundações públicas federais estariam sob competência
do MPF.
Como vimos, as fundações públicas de direito público seguem o mesmo regime das autarquias.
Já em relação às fundações públicas de direito privado, podemos sintetizar suas principais
características na seguinte figura:
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Sob esta visão, o Estado não deveria se limitar a regular o setor privado, mas, em determinados
casos, atuar diretamente como agente econômico, produtor de bens e prestador de serviços.
Para realizar tais atividades, o Estado-empresário constitui empresas, que, em geral, assumem a
forma de Empresas Públicas (EP) e as Sociedades de Economia Mista (SEM).
Atualmente não há mais dúvidas de que tais entidades, embora de natureza muito semelhante às
empresas constituídas por particulares, fazem parte da Administração Pública Indireta, conforme
já mencionava em 1967 o Decreto-Lei 200 para o âmbito federal:
b) Emprêsas Públicas;
Antes de prosseguir, é importante destacar que, embora tenham sido concebidas inicialmente
para a exploração de atividade econômica, em sentido estrito (Estado-empresário), atualmente
temos EP e SEM utilizadas também para a prestação de serviços públicos.
Dito de outra forma, atualmente temos estatais (EP e SEM) que exploram atividades econômicas
(sentido estrito), como a Petrobras, por exemplo, e estatais que prestam serviços públicos, a
exemplo dos Correios (empresa pública que presta o serviço postal) e das estatais que prestam o
serviço público de distribuição de energia elétrica (como a Cemig – sociedade de economia mista).
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De fato, de acordo com nossa Constituição, a exploração de atividade econômica pelo Estado
(Estado-empresário) não deve ser a regra. Isto deve ocorrer, em caráter excepcional, em apenas
três situações básicas: (i) casos constitucionalmente previstos, (ii) relevante interesse coletivo e (iii)
imperativos da segurança nacional.
CF, art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de
atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da
segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
A respeito dos “casos previstos nesta Constituição”, a doutrina aponta principalmente as situações
em que a União detém monopólio da atividade, nos termos do art. 177 da Constituição1.
casos previstos na CF
exploração direta de
atividade econômica pelo Relevante Interesse Coletivo - RIC
Estado
1
Art. 177. Constituem monopólio da União:
I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos;
II - a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro;
III - a importação e exportação dos produtos e derivados básicos resultantes das atividades previstas
nos incisos anteriores;
IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados básicos de petróleo
produzidos no País, bem assim o transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto, seus derivados e
gás natural de qualquer origem;
V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios
e minerais nucleares e seus derivados, com exceção dos radioisótopos cuja produção, comercialização e
utilização poderão ser autorizadas sob regime de permissão, conforme as alíneas b e c do inciso XXIII
do caput do art. 21 desta Constituição Federal
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Mais adiante veremos que a atividade desempenhada pela estatal (se serviço público ou se
atividade econômica em sentido estrito) será determinante nas prerrogativas atribuídas a estas
empresas.
Ambas estatais, EP e SEM, atualmente possuem um estatuto próprio, estabelecido pela Lei 13.303,
de junho de 2016. Esta Lei é conhecida como “Lei das Estatais” e foi editada com fundamento no
artigo 173, §1º, do texto constitucional2.
Lei 13.303/2016, art. 1o Esta Lei dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa pública, da
sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, abrangendo toda e qualquer empresa
pública e sociedade de economia mista da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios que explore atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou
de prestação de serviços, ainda que a atividade econômica esteja sujeita ao regime de
monopólio da União ou seja de prestação de serviços públicos.
Percebam que a Lei das Estatais é um diploma aplicável em âmbito nacional, ou seja, aplica-se às
estatais federais, estaduais, distritais e municipais.
Além disso, a Lei das Estatais é aplicável tanto às estatais que exploram atividade econômica (em
sentido estrito) como àquelas que prestam serviços públicos com finalidade lucrativa.
Definições
2
Art. 173, § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de
economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou
comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:
I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade;
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e
obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da
administração pública;
IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação de
acionistas minoritários;
V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores.
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a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por
lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela União, pelos
Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios.
Como exemplos de empresas públicas, temos: Caixa Econômica Federal, a Infraero, a Conab
(Companhia Nacional de Abastecimento), a Empresa Brasileira de Correios, o BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e a Codesp (Companhia Docas do Estado de
São Paulo).
a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por
lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua
maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou a entidade da
administração indireta.
Mais adiante, iremos detalhar as semelhanças e as distinções entre empresa pública e sociedade
de economia mista, mas já aproveito para comparar os dois conceitos que acabamos de estudar:
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Subsidiárias
As subsidiárias de EP e SEM também são regidas pela Lei das Estatais. É muito comum que
EP/SEM se socorram da criação de outras empresas, chamadas de “subsidiárias”, para melhor
organizarem suas operações. Como exemplo, temos a Transpetro (subsidiárias da Petrobras) e as
várias subsidiárias do Banco do Brasil.
As subsidiárias são assim definidas no Decreto 8.945/2016, que regulamentou a Lei das Estatais
no âmbito federal:
Decreto 8.945/2016, art. 2º, IV - subsidiária - empresa estatal cuja maioria das ações com
direito a voto pertença direta ou indiretamente a empresa pública ou a sociedade de
economia mista;
Criação e Extinção
A criação de EP e SEM depende de duas providências: (i) autorização em lei específica e (ii) registro
dos seus atos constitutivos:
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CF, art. 37, XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo
à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;
A expressão “lei específica” significa que o ente político (U, E/DF e M) deverá editar uma lei
ordinária com conteúdo específico, autorizando a criação da entidade e, até mesmo, já prevendo
diretrizes para seu funcionamento.
Uma vez autorizada a criação da EP/SEM, mediante lei específica, caberá ao Poder Executivo
tomar uma providência adicional, para, de maneira concreta, fazer surgir a entidade.
Assim, a existência jurídica da estatal, assim como a aquisição de sua personalidade jurídica,
somente ocorre após o registro dos seus atos constitutivos, por exemplo, na junta comercial, nos
termos exigidos pelo Código Civil3.
Vistas acima as exigências para criação e extinção de EP e SEM, é preciso conheceremos, ainda,
as regras para que estas empresas criem e vendam subsidiárias.
Nesse sentido, a Constituição exige “autorização legislativa”, tanto para a criação de subsidiárias
quanto para a participação de EP/SEM em empresas já existentes:
CF, art. 37, XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias
das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer
delas em empresa privada;
3
Código Civil, art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a
inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou
aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato
constitutivo.
4
STF - ADI 2295. Rel. Min. Marco Aurélio. Julgamento: 15/06/2016
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Na verdade, o STF firmou entendimento5 de que a própria lei que criou a EP/SEM poderá “se
adiantar” e já autorizar que a estatal que está tendo sua criação autorizada, futuramente crie
subsidiárias:
Assim, a lei que autorizou a criação da sociedade de economia mista X, já pode autorizá-la a criar
as subsidiárias, legitimando a criação futura das subsidiárias X1, X2 e X3, por exemplo.
Dessa forma, dizemos que a autorização legal para criação de subsidiárias pode ser genérica.
Em junho de 2019, o STF6 considerou que a venda de subsidiárias de estatais não requer
autorização legislativa ou a realização de licitação.
Portanto, a despeito da necessidade de lei para criação e extinção de subsidiárias, a venda destas
empresas não requer a edição de uma lei (e nem mesmo de licitação).
Tal entendimento, no entanto, não vale para a alienação das empresas-matrizes, as quais
continuam requerendo prévia autorização legislativa. Isto é, a alienação do controle acionário de
uma empresa pública ou de uma sociedade de economia requer tanto autorização por meio de lei
como prévia licitação.
5
STF - ADI 1649. Rel. Maurício Corrêa, Julgamento: 24/03/2004
6
STF - ADI 5624. Rel. Ricardo Lewandowski. Julgamento: 6/6/2019
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Atividades desenvolvidas
Como já havíamos adiantado anteriormente, embora tenham sido concebidas inicialmente para a
exploração de atividade econômica, em sentido estrito (Estado-empresário), atualmente temos EP
e SEM utilizadas também para a prestação de serviços públicos.
A respeito das estatais que se dedicam a prestar serviços públicos, é importante reforçar que estas
continuam tendo personalidade jurídica de direito privado.
Dito isto, vamos passar a estudar o regime jurídica aplicável a estas empresas.
Regime Jurídico
Como regra geral, o regime jurídico aplicável será essencialmente de direito privado.
Dizemos “essencialmente” já que haverá a derrogação parcial de tal regime por normas de direito
público, falando-se, assim, em regime jurídico híbrido, ou seja, parcialmente de direito público e
parcialmente de direito privado.
Vimos que EP e SEM estão submetidas ao regime jurídico híbrido, composto parcialmente por
normas do direito privado e parcialmente de direito público.
7
STF - ADPF: 46 DF, Relator: Min. MARCO AURÉLIO, Data de Julgamento: 05/08/2009
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Nesse sentido, os instrumentos de controle a que estão submetidas estas entidades são parte
destas normas do direito público.
Assim, como ocorre em toda entidade da Administração Indireta, as estatais estão sujeitas à
supervisão ministerial (ou controle ou tutela). Por meio deste instrumento, a Administração Direta
faz o controle finalístico da atuação da entidade, isto é, se os resultados alcançados pela entidade
estão de acordo com a finalidade que ensejou sua criação.
Este controle não significa que a entidade está subordinada à Administração Direta ou que esta
tem ascensão hierárquica sobre aquela. Em outras palavras, na relação entre Administração Direta
e Indireta não há subordinação, mas mera vinculação, de sorte que não reduz a autonomia
administrativa das estatais.
Dessa forma, assim como os demais órgãos e entidades administrativas, as estatais sujeitam-se ao
Controle Externo, exercido pelos tribunais de contas.
Pessoal
A exceção a esta regra fica por conta de alguns dirigentes das estatais (como alguns diretores e
membros de conselho), que não possuem vínculo regido pela CLT. Nestes casos específicos, a
prestação de serviços à estatal por parte do dirigente decorre de uma previsão no estatuto da
empresa, por isto se diz que eles possuem um vínculo estatutário de trabalho. Reparem que aqui
não estamos falando do vínculo estatutário dos servidores públicos propriamente ditos (como
aqueles regidos pela Lei federal 8.112/1990), mas de um vínculo cuja previsão encontra-se no
estatuto da empresa. Portanto, apesar do mesmo nome (estatutário), teremos regras distintas para
estes dirigentes.
SÚMULA Nº 231
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Como o vínculo é celetista, a Justiça do Trabalho será competente para julgamento das ações
entre empregados públicos e as respectivas empresas.
Além disso, como são empregados de pessoas jurídicas de direito privado, tem-se entendido que
eles não são detentores da estabilidade a que se refere o art. 41 da CF8. Este é o entendimento
majoritário no TST:
----
Tomando por base a jurisprudência, lembro que o STF chegou a entender, em julgamento
proferido em 20139, que, de forma geral, dependia de motivação a dispensa de empregado
público de estatal que presta serviço público. Por outro lado, se a estatal explorasse atividade
econômica em sentido estrito, não haveria que se exigir a motivação da demissão.
Tal entendimento, no entanto, foi revisto em outubro de 201810. O STF buscou restringir os efeitos
de sua decisão apenas ao caso dos Correios (e não mais a todas as estatais prestadoras de serviços
públicos). A partir de então, fixou-se a seguinte tese pelo STF:
A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT tem o dever jurídico de motivar, em ato
formal, a demissão de seus empregados
No plano doutrinário, vale destacar entendimentos de que tal demissão, ainda que não exija a instauração
de um processo administrativo, deve ser motivada, na medida em que afeta direitos dos empregados
públicos.
Apesar de ser uma discussão ainda em evolução, é importante levar o atual entendimento do STF para a
prova.
8
CF, art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público.
9
RE 589.998-RG/PI, com repercussão geral, 21/3/2013
10
RE 589.998-RG/PI, com repercussão geral, 10/10/2018, com publicação em 5/12/2018
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Para finalizar este tópico, é importante comentarmos quanto à sujeição das estatais ao teto
remuneratório do serviço público:
CF, art. 37, XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos
públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de
mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie
remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de
qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos
Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o
subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador
no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito
do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a
noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos
Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite
aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos;
A partir da leitura do dispositivo constitucional, reparem que tal limite alcança (i) os órgãos da
administração direta, (ii) as autarquias e (iii) as fundações públicas, ou seja à “administração direta,
autárquica e fundacional”.
Em relação às estatais, no entanto, o §9º a seguir prevê que a sujeição ao teto somente ocorrerá
caso elas sejam dependentes de recursos orçamentários para custeio de suas despesas correntes
(são as chamadas “estatais dependentes”).
Caso a estatal não dependa de recursos provenientes do orçamento para suas despesas correntes,
elas não se sujeitarão ao teto remuneratório. Ou seja, os empregados das estatais não
dependentes poderão receber remuneração superior ao subsidio dos ministros do STF:
Em síntese:
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Dependentes
Devem obediência ao teto
(recebem recursos remuneratório
EP, SEM e para custeio em geral)
subsidiárias Remuneração dos
Não dependentes empregados pode
extrapolar o teto
Licitações e contratos
As estatais, como regra geral, estão sujeitas ao dever de realizar uma licitação para selecionarem
um fornecedor:
CF, art. 37, XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços,
compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que
assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei,
o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis
à garantia do cumprimento das obrigações.
CF, art. 173, § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade
de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção
ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: (..)
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Assim, fazendo uso desta possibilidade, a Lei 13.303/2016 estabeleceu, tanto para estatais que
exploram atividade econômica como para as que prestam serviços públicos, novas regras
licitatórias, muito similares àquelas já existentes para os entes públicos em geral.
Apesar disso, é importante destacar que as estatais estão dispensadas de realizar licitação
previamente à celebração de contratos relacionados diretamente com suas atividades-fim:
Lei 13.303/2016, art. 28, § 3º São as empresas públicas e as sociedades de economia mista
dispensadas da observância dos dispositivos deste Capítulo [CAPÍTULO I - DAS LICITAÇÕES]
nas seguintes situações:
Em relação aos contratos celebrados pelas estatais com terceiros, a Lei 13.303/2016 representou
significativa mudança em relação ao regime adotado pela Lei 8.666/1993 (aplicável aos demais
entes públicos). A Lei 13.303 restringiu os poderes do ente público em relação ao particular,
retirando a possibilidade de que sejam incluídas cláusulas exorbitantes nos respectivos contratos.
Assim, parte da doutrina vem entendendo que os contratos das estatais mais se assemelham a
“contratos de direito privado da administração pública” do que a “contratos administrativos”.
Quando estudamos as autarquias e fundações, vimos que elas são destinatárias da imunidade
tributária recíproca, prevista no texto constitucional11.
Primeiramente, é preciso destacar que o texto constitucional não atribui expressamente às estatais
qualquer tratamento diferenciado. Pelo contrário, o constituinte previu uma limitação à concessão
de benefícios ou privilégios fiscais às estatais, da seguinte forma:
CF, art. 173, § 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão
gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.
11
CF, art. 150. “.. é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios”, VI - instituir
impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
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Apesar disto, o Supremo vem entendendo12 que estatais que se dedicam à prestação de serviços
públicos têm direito à imunidade tributária recíproca:
Por outro lado, se a estatal se volta à exploração de atividade econômica, não haveria que se falar
em imunidade tributária recíproca.
Além disso, vimos que o art. 173, §2º, da CF, impõe limitação à concessão de benefícios ou
privilégios fiscais às estatais, de forma ampla. Tal medida busca evitar que o legislador imponha
tratamento privilegiado às estatais, o que certamente iria prejudicar a competição destas estatais
com empresas privadas.
Assim, o Constituinte previu que privilégios fiscais (tributários) somente podem ser concedidos às
estatais caso também sejam estendidos às empresas privadas.
Assim, poderiam ser estabelecidos privilégios fiscais em favor das estatais prestadoras de serviços
públicos, uma vez que estas não atuam em regime de concorrência com o mercado, não havendo
prejuízos à livre concorrência.
Em síntese:
12
A exemplo do RE: 407099 RS, Relator: CARLOS VELLOSO, Data de Julgamento: 22/06/2004
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Responsabilidade Civil
Aqui também a natureza da responsabilidade irá depender das atividades desenvolvidas pela
estatal.
Caso a estatal seja prestadora de serviços públicos, responderá objetivamente pelos prejuízos
causados por seus agentes a particulares:
CF, art. 37, § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras
de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de
dolo ou culpa.
Lembro que a responsabilidade objetiva é aquela que não exige comprovação da existência de
culpa ou dolo na conduta estatal (ou seja, dispensa o elemento subjetivo da conduta – culpa ou
dolo).
Por outro lado, caso seja a estatal exploradora de atividade econômica em sentido estrito, sua
responsabilidade perante terceiros será subjetiva. Estas somente se obrigam a indenizar o
particular quando este provar a existência de culpa na atuação estatal.
Em resumo:
atuando em responsabilidade
Serviços Públicos
OBJETIVA
Por último, vale mencionar que o ente federativo (U, E/DF, M) que instituiu a estatal é responsável
subsidiário pelas dívidas da empresa (e não solidário). Isto significa dizer que, “somente se o
patrimônio dessas entidades for insuficiente para solver os débitos”, os credores poderão cobrar
seus créditos da pessoa federativa que controlar a estatal.
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O examinador adora cobrar estas diferenças em prova! Portanto, atenção redobrada para as
próximas páginas! =)
Vamos lá!
Composição do capital
O capital das sociedades de economia mista é misto, devendo ser composto de parcela pública e
outra privada. Ou seja, parte das ações de uma sociedade de economia mista estará sob
propriedade de particulares. O que se exige é que a maioria do capital votante pertença ao ente
federativo:
Lei 13.303/2016, art. 4º Sociedade de economia mista (..) cujas ações com direito a voto
pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou a
entidade da administração indireta.
Já para as empresas públicas, o capital deve ser integralmente público. Ou seja, 100% das ações
ou quotas de uma empresa pública deverão pertencer a uma ou mais pessoas federativas (U, E/DF,
M):
Lei 13.303/2016, art. 3º, Empresa pública (..) cujo capital social é integralmente detido pela
União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios
Friso que não se admite a presença de pessoas da iniciativa privada no capital de empresa pública.
Forma Jurídica
As Sociedades de Economia Mista (SEM) devem sempre ser constituídas sob a forma de sociedade
anônima (S/A):
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Lei 13.303/2016, art. 5º A sociedade de economia mista será constituída sob a forma de
sociedade anônima e, ressalvado o disposto nesta Lei, estará sujeita ao regime previsto na
Lei nº 6.40413, de 15 de dezembro de 1976.
Já as Empresas Públicas (EP) podem ser constituídas sob qualquer das formas admitidas no nosso
ordenamento jurídico, como por exemplo sociedade limitada – Ltda e sociedade por ações – S/A.
Em síntese:
Juízo competente
As causas comuns envolvendo empresas públicas federais são julgadas pela justiça federal, nos
termos do seguinte dispositivo constitucional:
Já nos processos envolvendo sociedades de economia mista federais, a Justiça Estadual será o
foro judicial competente14.
13
A Lei 6.404/1976 é chamada de “Lei das Sociedades por Ações” ou “Lei das SA”.
14
STF - Súmula 556. É competente a Justiça Comum para julgar as causas em que é parte sociedade de
economia mista.
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Qualquer ação que verse sobre o vínculo entre os empregados públicos e a estatal, deverá ser proposta
perante a Justiça do Trabalho15.
Abaixo vamos sintetizar as características comuns entre empresas públicas (EP) e sociedades de
economia mista (SEM):
15
CF, art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da
administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
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RESUMO
Entidades políticas → pessoas jurídicas de direito público interno dotadas de autonomia política.
Consistem nos entes federados (ou pessoas políticas): União, estados, Distrito Federal e
municípios.
Centralização → Estado executa diretamente suas tarefas, por meio da administração direta.
Descentralização → Estado executa suas tarefas indiretamente, isto é, delega a outras pessoas
jurídicas.
via Lei
a entidades da Administração Indireta
Descentralização
Modalidades de
Desconcentração → dentro de uma mesma pessoa jurídica, Estado se desmembra em órgãos para
propiciar melhoria na sua organização estrutural. Ocorre tanto na administração direta como nas
entidades da administração indireta.
Administração Direta → conjunto de órgãos que integram as pessoas políticas, aos quais foi
atribuída a competência para o exercício, de forma centralizada, das atividades administrativas do
Estado.
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Autarquia
✓ pessoa jurídica de direito público
✓ prestam serviço típico de Estado - não exploram atividade econômica
✓ criação e extinção mediante lei específica
✓ segue regime único de pessoal (predominantemente estatuário)
✓ responsabilidade civil é objetiva e direta
✓ bens públicos (imprescritibilidade, impenhorabilidade e inalienabilidade)
✓ goza de imunidade tributária
✓ juízo competente será a justiça federal para as autarquias federais
✓ goza de privilégios processuais
✓ agências reguladoras: autarquias sob regime especial, com estabilidade dos dirigentes
Fundação Pública
✓ patrimônio personalizado. Atividades com interesse social.
✓ regime jurídico de direito público ou híbrido (essencialmente privado)
✓ possuem imunidade tributária recíproca
✓ responsabilidade civil objetiva
✓ sujeitas à fiscalização exercida pelos Tribunais de Contas
✓ fundações públicas de direito público:
o criadas por lei*
o regime único de pessoal
o bens públicos
✓ fundações públicas de direito privado:
o lei específica apenas autoriza a criação
o regime celetista
o bens privados. Se diretamente utilizados na prestação de serviços públicos: possuem algumas
prerrogativas próprias de bens públicos
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MAPAS
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==22c518==
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QUESTÕES COMENTADAS
Comentários
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- item III (incorreto): contraria a regra estipulada no art. 173, §2º, da CF, no sentido de que as
empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos
às do setor privado;
- item IV (dada como correta): a Banca entendeu que todas as características mencionadas são
comuns às entidades descentralizadas. Apesar disso, nas estatais pode estar presente a finalidade lucrativa,
o que tornaria a assertiva incorreta.
Gabarito (C)
a) O monopólio estatal não se confunde com o serviço público, porque não se destina a satisfazer de modo
direito e imediatos direitos fundamentais.
b) A utilização da cláusula do relevante interesse coletivo abriga decisões políticas, cuja satisfação possa ser
proporcionada pela atuação direta do Estado.
c) A União é titular das competências políticas e administrativas relacionadas com a promoção da segurança
nacional, para fins de intervenção no domínio econômico.
d) A administração pública ante o princípio da eficiência não pode participar como sócia, ainda que de modo
indireto de sociedade privada, a não ser que detenha seu controle.
Comentários:
A letra (a) está correta, pois reflete o que Marçal Justen Filho leciona acerca da diferença entre monopólio
estatal e serviço público:
“Monopólio não se confunde com serviço público: este representa atividade prestada pelo
Estado, sob regime de direito público, visando à satisfação de direitos fundamentais; já
aquele é a efetivação de atividade econômica, sob o regime de direito privado, que, por
razões políticas, é atribuída com exclusividade ao Estado (JUSTEN FILHO, 2014, p. 867).”
A letra (b) está correta. O termo “relevante interesse coletivo” refere-se a um conceito jurídico
indeterminado, ao qual o legislador ainda não conferiu a devida delimitação legal.
Essa indeterminação acaba por deixar uma margem muito grande de discricionariedade para ser trabalhada
pelo legislador em seus aspectos de conveniência e oportunidade, já que tais pressupostos deveriam estar
definidos e delimitados em lei. Sendo assim, utilização da cláusula do relevante interesse coletivo fatalmente
tem abrigado decisões políticas devido à amplitude do que seria “relevante interesse coletivo”.
A letra (c) está correta. Os demais entes federativos detêm competência quanto à segurança local. Logo, a
previsão em questão apenas justifica a atuação econômica direta da própria União.
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A letra (d) está incorreta. A participação do Estado em empresas privadas poderá ser minoritária e,
diferentemente das subsidiárias (em que o Estado detém o controle acionário), tais empresas não passam a
pertencer à Administração Pública. Tal entendimento segue o lecionado por José dos Santos Carvalho Filho:
Gabarito (D)
“O Governador do Estado X pretende criar uma Agência Reguladora, entidade administrativa integrante da
administração indireta, para fiscalizar a prestação de serviço de transporte público de passageiros.” A
referida Agência Reguladora deve possuir algumas prerrogativas, dentre as quais:
Assinale se:
Comentários:
O item I está incorreto. A lei de diretrizes orçamentárias é apreciada pelo Poder Legislativo, a partir do envio
do projeto de lei pelo chefe do Executivo. Assim sendo, não cabe à agência reguladora apreciar tal lei –
apenas segui-la.
O Item III está incorreto. As agências reguladoras, enquanto entidades da administração indireta, não
possuem competência para instituírem tributos (competência tributária) ou para legislarem. As
competências legislativa ou tributária são do ente Federativo (União, estados, DF e municípios) - não de suas
entidades descentralizadas.
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Gabarito (A)
I. Segundo entendimento exarado pelo Supremo Tribunal Federal, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)
não é obrigada a realizar concurso público para admitir seus empregados.
PORQUE
II. A OAB é uma autarquia sui generis vinculada à administração pública indireta.
Comentários:
O Item I está correto, pois segundo o entendimento expresso no julgamento da ADI 3026, pois a exigência
de concurso público se dá em relação às entidades da Administração Pública, seja dotada de personalidade
jurídica de direito público ou privado.
O Item II está incorreto, uma vez que, continuando o entendimento acima exposto, para a maioria do
ministros do STF, a OAB não é entidade autárquica, nem se vincula à Administração Pública, motivo pelo qual
não deve se sujeitar à exigência de concurso público para a contratação de seu empregados ou à prestação
de contas ao TCU. Trata-se de verdadeiro ente sui generis.
Gabarito (C)
III. Podem possuir bens alienáveis, como objeto de direito pessoal, ou real.
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a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I, II e III.
e) I, apenas.
Comentários:
O Item I está incorreto, pois a criação autorizada por lei é previsão para as empresas públicas e sociedades
de economia mista. As autarquias devem ser diretamente criadas por lei, nos termos do inciso XIX do art. 37
da Constituição Federal:
CF, art. 37, XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à
lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;
O Item II está correto. As chamadas autarquias corporativas são espécies de entidades que exercem
atividades de regulação e fiscalização profissional, por delegação legal, como Crea, CFC, CRO, CRM etc.
O Item III está correto. Os bens das autarquias têm natureza de bem público, sendo que uma das
características destes bens é a inalienabilidade. No entanto, os bens públicos chamados de “dominicais” ou
“dominiais” da autarquia (isto é, que não possuem uma destinação pública definida) podem ser alienados,
atendidas as exigências legais:
CCB, art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências
da lei.
Gabarito (C)
Analise a afirmativa a seguir. Integrando a administração pública com personalidade de direito público, a
________________ é criada, mediante descentralização administrativa, por lei, para execução de atividade
estatal típica.
a) Autarquia.
b) Empresa pública.
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d) Secretaria de Estado.
Comentários:
Presentes as características de (i) personalidade de direito público, (ii) criação mediante lei e (iii) execução
de atividade típica do Estado, podemos concluir que se trata da autarquia, consoante se infere a partir do
inciso I do art. 5º do Decreto-Lei 200/1967:
I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio
e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que
requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira
descentralizada.
Gabarito (A)
a) Presidência da República.
d) Câmara de Deputados.
Comentários:
O gabarito está na letra (b), visto ser parte integrante da pessoa jurídica “União”, enquanto mero
desdobramento interno, não possuindo personalidade jurídica diversa.
Já a letra (a) está incorreta, uma vez que o Ministério da Educação não se encontra previsto dentre os
integrantes da Presidência da República.
A letra (c) está incorreta. Trata-se de órgão da administração direita, sendo a administração indireta
composta por entidades, as quais possuem personalidade jurídica diversa.
A letra (d) está incorreta, considerando que a Câmara dos Deputados integra o Poder Legislativo.
Gabarito (B)
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a) decreto legislativo.
b) decreto presidencial.
c) lei interestadual.
d) lei específica.
e) autorização legislativa.
Comentários:
A letra (d) está correta, nos termos do que dispõe o inciso XIX do art. 37 da Constituição Federal:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de
empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei
complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;
Gabarito (D)
Comentários:
A letra (c) está correta. Segundo leciona Hely Lopes Meirelles a “autarquia em regime especial é toda aquela
que a lei instituidora conferir privilégios específicos e aumentar sua autonomia comparativamente com as
autarquias comuns, sem infringir os preceitos constitucionais pertinentes a essas entidades de personalidade
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pública.”1 O revogado art. 4º da lei 5.540/1968 qualificava as instituições de ensino superior oficiais como
autarquias em regime especial, sem, contudo, definir o que viria a ser tal qualificação.
Além do exposto, o art. 1º do Estatuto da Universidade Federal Fluminense apresenta tal qualificação
autárquica de forma expressa:
Gabarito (C)
II. A descentralização será posta em prática em três planos principais: a) dentro dos quadros da
Administração Federal, distinguindo-se claramente o nível de direção do de execução; b) da Administração
Federal das unidades federadas, quando estejam devidamente aparelhadas e mediante convênio; c) da
Administração Federal para a órbita privada, mediante contrato;
III. Em cada órgão da Administração Federal os serviços que compõem a estrutura central de direção devem
permanecer liberados das rotinas de execução e das tarefas de mera formalização de atos administrativos,
para que possam concentrar-se nas atividades de planejamento, supervisão, coordenação e controle;
IV. Para melhor desincumbir-se das tarefas de planejamento, coordenação, supervisão e controle e com o
objetivo de impedir o crescimento desmesurado da máquina administrativa, a Administração procurará
obrigar-se da realização material de tarefas executivas e legislativas,
recorrendo, sempre que possível, à execução direta, mediante contrato e licitações, desde que exista, na
área, iniciativa privada suficientemente desenvolvida e capacitada a desempenhar os encargos de execução;
1
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 46. ed. São Paulo: Malheiros, 2016. p. 448.
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Comentários:
Art. 10. A execução das atividades da Administração Federal deverá ser amplamente
descentralizada.
O Item IV está incorreto, pois a Administração deverá procurar desobrigar-se da realização material de
tarefas executivas, priorizando a execução indireta, segundo determina o § 7º do art. 10 do decreto-lei
200/1967:
Gabarito (D)
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De acordo com o Decreto-Lei 200, de 25 de fevereiro de 1967, as atividades da Administração Pública Federal
devem obedecer aos seguintes princípios fundamentais:
b) Em cada órgão da Administração Federal, os serviços que compõem a estrutura central de direção devem
permanecer liberados das rotinas de execução e das tarefas de mera formalização de atos administrativos,
para que possam concentrar-se nas atividades de planejamento, supervisão, coordenação e controle.
c) A coordenação será exercida em todos os níveis da administração, mediante a atuação das chefias
individuais, a realização sistemática de reuniões com a participação das chefias subordinadas e a instituição
e funcionamento de comissões de coordenação em cada nível administrativo.
Comentários:
A letra (a) está incorreta, uma vez que não se trata de princípios fundamentais e sim de determinação
específica relacionada ao planejamento, prevista no art. 7º do decreto-lei 200/1967:
A letra (b) está incorreta, uma vez que o texto da alternativa apresenta regramento relacionado à
descentralização, previsto no § 2º do art. 10 do decreto-lei 200/1967:
Art. 10. A execução das atividades da Administração Federal deverá ser amplamente
descentralizada.
A letra (c) está incorreta, uma vez que a alternativa não apresenta princípio fundamental. Trata-se de
regramento relacionado à coordenação, constante do § 1º do art. 8º do decreto-lei 200/1967:
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I - Planejamento.
II - Coordenação.
III - Descentralização.
IV - Delegação de Competência.
V - Contrôle.
Gabarito (D)
A Constituição de 1988 no seu artigo 37, XIX, define que somente por lei específica poderá ser criada
autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação,
cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação. Sobre as características das
autarquias podemos afirmar.
a) As autarquias são criadas por lei, tem personalidade jurídica pública, capacidade de autoadministração,
tem especialização dos fins ou atividades e está sujeita a controle ou tutela.
b) As autarquias dependem de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades
mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada.
d) As autarquias são criadas por lei, tem personalidade jurídica privada, não tem capacidade de
autoadministração, e não estão sujeitas a controle ou tutela.
Comentários:
A letra (a) está correta, sendo que as autarquias apresentam as seguintes características gerais:
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A letra (b) está incorreta. A autorização legislativa para criação de subsidiárias é necessária no caso de
empresa pública e sociedade de economia mista, nos termos do § 2º do art. 2º da lei 13.303/2016 (que
regulamentou o inciso XX do art. 37 da CF):
Art. 2º A exploração de atividade econômica pelo Estado será exercida por meio de
empresa pública, de sociedade de economia mista e de suas subsidiárias.
Apesar de o inciso XX do art. 37 da Constituição Federal citar “das entidades mencionadas no inciso anterior”
a maior parte da doutrina entende que esse dispositivo não se aplica as autarquias, dado que sua
personalidade jurídica de direito público impediria o controle acionário sobre outra. De qualquer forma, a
criação de autarquias é diretamente realizada pela lei, não sendo correto falar em “autorização legislativa”.
A letra (c) está incorreta, pois as autarquias devem ser criadas por lei específica e possuem personalidade
jurídica de direito público.
A letra (d) está incorreta, consoante se depreende dos comentários às alternativas anteriores.
Gabarito (A)
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A A Anvisa é um exemplo de agência reguladora que exerce Poder de Polícia, podendo impor limitações
administrativas.
B As decisões estabelecidas pelas agências reguladoras não podem ser alteradas pelo Poder Judiciário,
devido ao poder de dirimirem conflitos em última instância administrativa.
C O Princípio da Legalidade garante que os atos normativos das agências reguladoras não possam entrar em
conflito com normas constitucionais ou legais, mantendo dependência delas com relação ao Poder
Legislativo.
D Uma das atribuições dessas agências é a realização de procedimento licitatório para escolha de
concessionário.
E Em caso de autarquias de regime especial, os atos das agências reguladoras não podem ser revistos ou
alterados pelo Poder Executivo.
Comentários:
A letra (A) está correta, pois a Anvisa pode condicionar e restringir direitos em benefício coletivo ou do
Estado, no exercício de suas atividades.
A letra (B) está incorreta, em decorrência do princípio da inafastabilidade do poder judiciário, previsto no
inciso XXXV do art. 5º da Constituição Federal:
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
A letra (C) está correta. Todos os órgãos e entidades da administração direta e indireta devem respeitar os
princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, conforme previsão do art. 37,
caput, da Constituição Federal:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
A letra (D) está correta, pois as atribuições das agências reguladoras incluem a delegação da prestação de
determinados serviços públicos a particulares, sempre por meio de licitação. Exemplo é a licitação da Anatel
prévia à celebração de contrato de concessão de serviço público de telefonia fixa.
A letra (E) foi dada como correta, uma vez que as agências reguladoras, como regra geral, não se submetem
hierarquicamente o outro órgão, existindo apenas o chamado controle finalístico ou de tutela. A este
respeito, aproveito para destacar a existência de discussão sobre a possibilidade de interposição do chamado
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“recurso hierárquico impróprio”2 perante a administração direta. Ou seja, poderia um particular se insurgir
contra a decisão da agência e submeter o caso à autoridade da administração direta?
Apesar de receber duras críticas doutrinárias, o parecer AGU 51/2006, aprovado pelo Presidente da
República com força vinculante na Administração Federal3, entendeu cabível a interposição de recurso
hierárquico impróprio em face das decisões proferidas pelas agências reguladoras para o respectivo
Ministério.
Em linhas gerais, o mencionado parecer fixou o entendimento de que cabe recurso hierárquico impróprio
das decisões proferidas pelas agências caso (i) ultrapassem os limites de competência definidos em lei ou (ii)
violem as políticas públicas do setor.
Por outro lado, não caberá recurso se a decisão da agência envolver matéria finalística (isto é, competência
regulatória) e estiver em consonância com a política pública do setor.
Gabarito (B)
Comentários:
Gabarito (E)
15. CEBRASPE/ CGM de João Pessoa – PB – Técnico Municipal de Controle Interno – 2018
2
O recurso hierárquico próprio é aquele em que a autoridade superior está na mesma estrutura da
autoridade que proferiu a decisão. O recurso hierárquico impróprio é aquele em que a autoridade superior
encontra-se em outra estrutura.
3
LC 73/1993, art. 40, § 1º O parecer aprovado e publicado juntamente com o despacho presidencial
vincula a Administração Federal, cujos órgãos e entidades ficam obrigados a lhe dar fiel cumprimento.
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Comentários:
Gabarito (E)
No processo de descentralização por serviço, em que o órgão passa a deter a titularidade e a execução do
serviço, ocorre
b) a sujeição do órgão descentralizado a controle — ou tutela —, exercido pelo poder central nos limites da
lei para assegurar certa independência ao órgão descentralizado.
c) o uso de patrimônio próprio pelo órgão descentralizado, bem como a sua não sujeição ao princípio da
especialização.
Comentários:
A letra (a) está incorreta. Pelo contrário, as entidades da administração indireta possuem capacidade de
autoadministração e autonomia financeira.
A letra (b) está correta. O princípio da tutela (ou controle) sujeita as entidades da administração indireta a
um controle exercido pelo poder central, de natureza finalística. Este controle, no entanto, deve ser exercido
nos limites legais, para não se infringir a autonomia inerente a estas entidades.
A letra (c) está incorreta, na medida em que as entidades se sujeitam ao princípio da especialização.
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A letra (d) está incorreta, pois as entidades da administração indireta são dotadas de capacidade de
autoadministração e de autonomia financeira.
A letra (e) está incorreta, pois a distribuição interna consiste no fenômeno da desconcentração.
Gabarito (B)
Comentários:
O Item I está correto. Enquanto na descentralização teremos mais de uma pessoa jurídica, na
desconcentração não teremos mais do que uma pessoa jurídica (com múltiplas subdivisões internas).
O Item III foi dado como correto pela Banca. De fato, a desconcentração envolve apenas “órgãos” (e não
“entidades”), na medida em que consiste na repartição interna de atribuições. No entanto, apesar do
gabarito da Banca, vale destacar que, a rigor, tal repartição ocorre no interior de uma mesma pessoa jurídica
(e não de um mesmo órgão).
Gabarito (C)
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Com relação à administração direta e indireta, centralizada e descentralizada, julgue o item a seguir.
Administração direta remete à ideia de administração centralizada, ao passo que administração indireta se
relaciona à noção de administração descentralizada.
Comentários:
Questão sem grandes dificuldades. A administração direta é aquela que não passou por processo de
descentralização.
Gabarito (C)
19. CEBRASPE/ TRT - 7ª Região (CE) - Técnico Judiciário – Área Administrativa – 2017
Ao transferir, por contrato, a execução de atividade administrativa para uma pessoa jurídica de direito
privado, a União se utiliza do instituto da
a) desconcentração.
b) outorga.
c) descentralização.
d) concentração.
Comentários:
Gabarito (C)
Em razão da grande demanda constitucional por sua atuação, o Estado, além de realizar suas atividades
administrativas de maneira direta, pode desenvolvê-las de modo indireto por meio de órgãos, agentes e
pessoas jurídicas. Nesse cenário da organização administrativa, podem ocorrer os processos de
desconcentração e descentralização do poder.
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c) O Estado pode exercer diretamente as atividades administrativas ou desenvolvê-las por meio de outros
agentes públicos, o que caracteriza a desconcentração.
d) A atividade administrativa exercida pelo próprio Estado ou pelo conjunto orgânico que o compõe é
chamada descentralizada.
e) Na centralização, o Estado atua indiretamente por meio dos seus órgãos, isto é, do conjunto orgânico que
o compõe, e dele não se distingue.
Comentários:
A letra (c) está incorreta. A execução de atividades mediante agentes públicos não caracteriza a
desconcentração. Imaginem que um Município não se subdividiu em nenhum órgão, atua de forma
totalmente concentrada. Neste cenário, é possível perceber que não é o fato de o Município se utilizar de
agentes públicos para realizar suas atividades que caracterizará sua administração como descentralizada.
A letra (d) está incorreta. Ao mencionar o “conjunto orgânico” que compõe o Estado temos que nos lembrar
dos órgãos da administração direta. Dessa forma, estamos diante da atividade administrativa centralizada.
A letra (e) está incorreta. Na centralização o Estado atua diretamente por meio de seus órgãos.
Gabarito (A)
Em relação aos princípios da administração pública e à organização administrativa, julgue o item que se
segue.
Quando a União cria uma nova secretaria vinculada a um de seus ministérios para repassar a ela algumas de
suas atribuições, o ente federal descentraliza uma atividade administrativa a um ente personalizado.
Comentários:
Como estamos dentro de uma mesma pessoa jurídica (União), que apenas criou mais uma subdivisão
interna, temos que o ente federal, na verdade, desconcentrou uma atividade administrativa a um ente
despersonalizado.
Gabarito (E)
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O aspecto mais relevante que caracteriza a administração indireta é o fato de ela ser, ao mesmo tempo,
titular e executora de serviço público.
Comentários:
Este é o teor das lições de Carvalho Filho4, para quem a Administração Direta é aquela em que “a
Administração Pública é, ao mesmo tempo, a titular e a executora do serviço público”.
Gabarito (E)
Acerca dos princípios fundamentais que regem a administração pública brasileira, julgue o item a seguir.
Comentários:
Gabarito (C)
O Tribunal Regional Federal é órgão descentralizado da União que possui personalidade jurídica própria,
portanto compõe a administração pública indireta.
Comentários:
O Tribunal Regional Federal (TRF), assim como todos os tribunais da esfera federal, consiste em órgão que
compõe a administração direta da União. Eles não possuem personalidade jurídica própria.
Gabarito (E)
4
Segundo MADEIRA, José Maria Pinheiro citado por FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito
Administrativo. 27ª ed. Atlas. P. 475
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Conforme o Decreto n.º 7.556/2011, o INSS é uma autarquia federal vinculada ao MPS e tem por finalidade
promover o reconhecimento de direito ao recebimento de benefícios administrados pela previdência social,
assegurando agilidade e comodidade aos seus usuários e ampliação do controle social.
Considerando essa informação, julgue o item seguinte, acerca da administração direta e indireta.
Comentários:
Já o INSS, enquanto autarquia federal, é resultante do processo de descentralização (por serviços), pois
pressupõe a atribuição de atividades a uma outra pessoa jurídica.
Gabarito (C)
a) as entidades vinculadas ao ministério em cuja área de competência estiver enquadrada sua principal
atividade.
c) as autarquias.
e) as fundações públicas.
Comentários:
Ao mencionar “entidades”, “autarquias” e “fundações públicas”, as letras (a), (b), (c) e (e) estão incorretas.
Estas alternativas mencionam entidades da administração indireta e do terceiro setor.
A letra (d), por sua vez, lista entes da Administração Direta federal ao mencionar os Ministérios e a
Presidência da República.
Gabarito (D)
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Comentários:
De fato, entre uma entidade e a administração direta não há subordinação ou hierarquia, mas mera
vinculação. A tutela exercida pelo poder central não retira a autonomia administrativa da entidade, pois tem
viés finalístico, limitando-se a aferir a atenção ao princípio da especialização.
Gabarito (C)
a) a Casa Civil.
c) as agências executivas.
Comentários:
Apenas a letra (a) prevê um órgão federal, não dotado de personalidade jurídica própria. Todas as demais
alternativas preveem entidades da administração indireta.
Gabarito (A)
Os órgãos não dotados de personalidade jurídica própria que exercem funções administrativas e integram a
União por desconcentração, componentes de uma hierarquia, fazem parte da administração direta.
Comentários:
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A questão mesclou informações relacionadas aos órgãos públicos da administração direta federal: (i)
resultam do processo de desconcentração, (ii) não possuem personalidade própria e (iii) fazem parte da
administração direta.
Ressalto, no entanto, que teremos órgãos também na administração indireta, quando a entidade se
subdivide internamente.
Gabarito (C)
Órgão público é ente despersonalizado, razão por que lhe é defeso5, em qualquer hipótese, ser parte em
processo judicial, ainda que a sua atuação seja indispensável à defesa de suas prerrogativas institucionais.
Comentários:
Como regra geral, os órgãos de fato não são dotados de capacidade processual, o que lhes retira a
possibilidade de serem parte em processo judicial.
Em caráter excepcional, todavia, é reconhecida a alguns órgãos possuem capacidade processual especial,
como em relação aos órgãos independentes e autônomos.
Gabarito (E)
Órgãos e entidades públicos, tanto da administração direta quanto da indireta, podem aumentar a sua
autonomia gerencial, orçamentária e financeira mediante contratos firmados, conforme previsão legal.
Comentários:
CF, art. 37, § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades
da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado
entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de
desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: (..)
5
Defeso é sinônimo de proibido, vedado.
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Gabarito (C)
b) Entidades paraestatais são pessoas jurídicas de direito público, sem fins lucrativos, que exercem atividades
de interesse social e coletivo e, por isso, recebem incentivos do Estado.
c) A qualificação das entidades privadas sem fins lucrativos como organizações sociais dependem de
aprovação do Ministério da Justiça.
d) Os órgãos públicos não têm personalidade jurídica e podem integrar tanto a estrutura da administração
direta como a da administração indireta.
Comentários:
A letra (a) está incorreta. A Constituição estabelece que as estatais exploradoras de atividade econômica
devem seguir o mesmo regime das empresas privadas, como regra geral, “inclusive quanto aos direitos e
obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários”:
CF, art. 173, § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade
de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção
ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:
(..)
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos
direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;
A letra (b) está incorreta, pois entidades paraestatais não fazem parte do Estado e, portanto, não são dotadas
de personalidade de direito público. São pessoas de direito privado.
A letra (c) está incorreta. Conforme veremos mais adiante neste curso, a qualificação como Oscip é que
depende de aprovação do Ministério da Justiça.
A letra (d) está correta e aborda a possibilidade de existirem órgãos também na administração indireta.
A letra (e) está incorreta, na medida em que inexiste subordinação ou hierarquia entre as entidades e a
Administração Direta.
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Gabarito (D)
Julgue o próximo item acerca dos princípios administrativos e da responsabilidade dos agentes públicos.
A teoria do órgão, segundo a qual os atos e provimentos administrativos praticados por determinado agente
são imputados ao órgão por ele integrado, é reflexo importante do princípio da impessoalidade.
Comentários:
Os órgãos não são dotados de personalidade jurídica própria, são entes impessoais, despersonificados. Como
consequência desta característica, foram criadas diversas teorias que buscam explicar como a conduta dos
agentes públicos é atribuída ao órgão a que pertencem e, em última análise, ao Estado.
Uma destas é a teoria do órgão, também chamada de teoria da imputação volitiva, desenvolvida pelo
alemão Otto Gierke, a qual afirma que a pessoa jurídica manifesta sua vontade por meio dos órgãos e
agentes.
Em virtude desta impessoalidade é que são mantidos os atos praticados por agente público irregularmente
investido (teoria do funcionário de fato).
Gabarito (C)
De acordo com a Lei 13.303/2016, a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com
criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela União,
pelos estados, pelo Distrito Federal ou pelos municípios, é a
a) fundação
b) organização social
d) empresa pública
e) autarquia
Comentários:
Ao mencionar a Lei 13.303/2016 (Lei das Estatais), já poderíamos excluir as alternativas (A), (B) e (E). Apenas
as sociedades de economia mista – SEM – e as empresas públicas – EP (e respectivas subsidiárias) são
regulamentadas por aquele diploma legal.
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Nesse sentido, se o capital é integralmente detido por entes públicos (União, estados, Distrito Federal ou
municípios – e suas entidades descentralizadas), estamos diante da empresa pública, consoante previsto no
art. 3º da Lei 13.303/2016:
a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por
lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela União, pelos
Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios.
As autarquias somente podem ser criadas mediante lei específica, enquanto empresas públicas, sociedades
de economia mista e fundações, que integram a administração indireta, podem ter sua criação autorizada
mediante decreto do presidente da República.
Comentários:
Tanto para as autarquias como para as demais entidades (empresas públicas, sociedades de economia mista
e fundações) exige-se lei específica. A diferença é que, no primeiro caso, a lei já é suficiente para criar a
autarquia, sendo que nos demais casos a lei apenas autoriza a criação da entidade. Relembrando:
Portanto, não se pode criar ou autorizar a criação de entidades públicas mediante simples decreto
presidencial.
Gabarito (E)
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A empresa pública difere da sociedade de economia mista no que se refere à personalidade jurídica: aquela
é empresa estatal de direito privado, esta é de direito público.
Comentários:
A alternativa está incorreta, visto que ambas as estatais são pessoas jurídicas de direito privado.
Gabarito (E)
Quando criadas como autarquias de regime especial, as agências reguladoras integram a administração
direta.
Comentários:
Gabarito (E)
Fundações públicas são entidades da administração indireta dotadas de personalidade jurídica de direito
público.
Comentários:
Como se sabe, as fundações públicas podem assumir personalidade de direito público ou privado. Assim, não
seria correto afirmar genericamente que são dotadas de personalidade de direito público. Isto já bastaria
para considerarmos incorreta tal afirmação.
Mas vejam o seguinte detalhe: o enunciado da questão menciona a “estrutura da administração federal
brasileira”, o que nos remete ao Decreto-Lei 200/1967, o qual afirmava expressamente que as fundações
públicas são pessoas de direito privado:
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Gabarito (E)
Assinale a opção correta, a respeito das autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e
empresas públicas.
a) A extinção das empresas públicas e das sociedades de economia mista somente pode ocorrer por meio de
lei autorizadora.
b) Poderá o Estado instituir fundações públicas quando pretender intervir no domínio econômico.
e) Tanto as sociedades de economia mista quanto as empresas públicas devem ter a forma de sociedades
anônimas.
Comentários:
A letra (a) está correta. Pelo princípio da simetria das formas, é necessária lei específica para autorizar a
criação e a extinção de empresas públicas e sociedades de economia mista:
CF, art. 37, XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a
instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo
à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;
A letra (b) está incorreta. Quando o Estado pretende intervir diretamente no domínio econômico, como na
exploração de atividade econômica em sentido estrito, deverá assumir a forma de empresa pública ou
sociedade de economia mista.
A letra (c) está incorreta. Às autarquias não cabe a execução de atividades de cunho econômico e mercantil.
Tais atividades cabem às empresas públicas e às sociedades de economia mista.
A letra (d) está incorreta, pois as autarquias possuem personalidade jurídica de direito público.
A letra (e) está incorreta, pois apenas as sociedades de economia mista devem assumir obrigatoriamente a
forma de sociedade anônima. As empresas públicas, em geral, podem assumir qualquer forma admitida pelo
direito.
Gabarito (A)
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Entidade administrativa, com personalidade jurídica de direito público, destinada a supervisionar e fiscalizar
o ensino superior, criada mediante lei específica,
Comentários:
Como estamos diante de uma entidade administrativa, já sabemos que ela integra a administração indireta
e é resultante de processo de descentralização administrativa, de sorte que as letras (b) e (e) estão
incorretas.
Como ela possui personalidade jurídica de direito público, também podemos concluir que a letra (a) está
incorreta.
A letra (c), por sua vez, está correta e menciona duas características próprias de qualquer entidade da
administração indireta: a autonomia administrativa e a personalidade jurídica própria.
Por fim, em relação à letra (d), como empresa pública tem personalidade de direito privado, sua natureza
não se confunde com a da entidade em tela.
Gabarito (C)
O Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE/PI), cuja sede se encontra na capital do estado, integra a
administração
a) direta federal.
c) indireta estadual.
Comentários:
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O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) é um tribunal da esfera federal e, como tal, consiste em órgão pertencente
à administração direta da União.
Gabarito (A)
A respeito da administração pública direta e indireta e de atos administrativos, julgue o item a seguir.
É defesa aos Poderes Judiciário e Legislativo a criação de entidades da administração indireta, como
autarquias e fundações públicas.
Comentários:
Assim como ocorre com o Poder Executivo, nada impede que os demais poderes criem entidades
especializadas que lhes auxiliem em suas missões constitucionais.
Gabarito (E)
Comentários:
Em decorrência do princípio da legalidade, as entidades da administração indireta têm sua criação realizada
ou autorizada mediante lei específica. Além disso, sabemos que a administração indireta segue o princípio
da especialidade, segundo o qual as entidades são criadas para atender a finalidade específica. Assim, a
finalidade da atuação da entidade deve constar da lei de criação, e desta a entidade não pode se desviar.
Gabarito (C)
c) capacidade de autoadministração.
Comentários:
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A letra (a) está incorreta. Os entes federativos que criam as autarquias possuem autonomia política e
administrativa. As autarquias, a seu turno, apesar de possuírem autonomia administrativa, não podem se
autogovernar (não possuem autonomia política).
A letra (b) está incorreta, pois as autarquias seguem regime jurídico de natureza pública.
Por fim, a letra (d) está incorreta, pois a criação de autarquias depende de lei específica (CF, art. 37, XIX).
Gabarito (C)
As agências reguladoras são autarquias em regime especial, o que lhes confere maior autonomia
administrativa e financeira, contudo, não possuem independência em relação aos Poderes Executivo,
Legislativo e Judiciário.
Comentários:
As agências reguladoras são, de fato, autarquias em regime especial, dotadas de maior autonomia em
relação à Administração Direta. A Lei 9.472/1997, que criou a Anatel, até chega a falar em “independência”
administrativa. No entanto, conceitualmente, não se poderia falar que possuem “independência” em relação
aos Poderes constituídos.
Ora, como entidades da administração indireta as agências continuam sob supervisão ministerial do Poder
Executivo. Seus atos continuam sujeitos ao controle de legalidade exercido pelo Judiciário, além de estarem
submetidas ao Controle Externo exercido pelo Legislativo, com o auxílio dos tribunais de contas.
Gabarito (C)
Determinado Município no interior do Estado de Santa Catarina, com o escopo de fomentar as ações de
fiscalização e tutela dos direitos das crianças e adolescentes de sua competência, dividiu a então Secretaria
Municipal de Educação em duas novas Secretarias:
II. a de Educação.
Essa distribuição interna de competências no âmbito de uma mesma pessoa jurídica (no caso, o Município),
mediante especialização interna, é chamada de:
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Comentários:
A desconcentração decorre do poder hierárquico, pois a pessoa jurídica que criou os órgãos exerce controle
hierárquico sobre estes, que são subordinados àquela.
Em relação à letra (c), incorreta, notem que a expressão “fragmentação” não corresponde a hipótese de
distribuição de competências. Além disso, o poder disciplinar (que consiste no poder para apurar e sancionar
infrações cometidas por aqueles sujeitos à disciplina interna da Administração) não se confunde com o poder
hierárquico, característico da desconcentração.
Gabarito (D)
As agências reguladoras são entidades criadas com o objetivo de fiscalizar e regular atividades de serviços
público delegados a empresas privadas.
Acerca da forma de criação das agências reguladoras, é correto afirmar que são criadas por
a) descentralização.
b) desconcentração.
c) por permissão.
d) por autorização.
e) por concessão.
Comentários:
As agências reguladoras são autarquias sob regime especial criadas, principalmente, para fiscalizar e regular
setores econômicos e a prestação de serviços delegados. A criação de agências reguladoras é forma de
descentralização, pois houve a transferência de atribuições da administração direta para outra pessoa
jurídica, distinta daquela que lhe transferiu tais competências.
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Além disso, notem que a criação de entidades da Administração Pública Indireta se fundamenta na
descentralização mediante outorga (ou por serviços), inconfundível com a descentralização mediante
colaboração (ou delegação), da qual são exemplos a permissão, autorização e concessão de serviços públicos.
Gabarito (A)
b) fundação privada que tem por objeto a capacitação e a atualização de profissionais na área da educação;
d) Câmara Municipal que tem função precípua de produzir legislação em nível municipal;
Comentários:
Antes de mais avançar, lembro que a Administração Indireta brasileira é composta por 6:
- Autarquias
- Empresas Públicas - EP
- Subsidiárias de EP e SEM
A letra (a) está incorreta. Uma concessionária que presta serviço público essencial para um município não é
entidade da administração pública indireta. Trata-se de empresa privada contratada por intermédio de
descentralização por colaboração (delegação).
A letra (b) está incorreta. As fundações públicas são entidades da administração pública indireta, mas as
fundações privadas não são. A principal diferença é que as fundações públicas são instituídas pelo poder
público e as privadas, pelos particulares.
6
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. Ed. GenMétodo. 31ª ed. 2018. eBook. P. 14580
– além dos “consórcios públicos” segundo a autora.
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A letra (c) está incorreta. As empresas públicas são entidades da administração pública indireta, contudo, o
erro da alternativa está em afirmar que elas são de direito público. As empresas públicas, assim como as
sociedades de economia mista, são entidades de direito privado.
A letra (d) está incorreta. A Câmara Municipal não é entidade da administração pública indireta. Trata-se de
órgão da administração direta municipal.
A letra (e) está correta. A sociedade de economia mista é entidade da administração pública indireta e tem
personalidade de direito privado.
Gabarito (E)
A Câmara Municipal, na busca de aprimorar seu sistema de controle interno e atender ao princípio da
eficiência, subdividiu a gerência de controladoria e finanças em duas novas gerências, uma de controladoria,
outra de finanças.
Comentários:
Gabarito (D)
II. Na desconcentração, uma entidade da administração indireta distribui competências entre diversos órgãos
de sua própria estrutura, a fim de tornar mais ágil e eficiente a prestação de serviços.
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III. Na centralização, o Estado executa suas tarefas diretamente, por intermédio dos inúmeros órgãos e
agentes administrativos que compõem sua estrutura funcional.
a) II, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) I e III apenas.
e) II e III, apenas.
Comentários:
O Item I está incorreto. É o contrário: na descentralização administrativa não existe vínculo hierárquico, pois
as atribuições são distribuídas a pessoas jurídicas distintas, que atuam com independência, de acordo com
o princípio da especialização.
O Item II está correto. A desconcentração consiste na distribuição de competências dentro da mesma pessoa
jurídica. Portanto, quando uma entidade da administração indireta distribui competências entre os diversos
órgãos pertencentes à sua própria estrutura, ocorre a desconcentração.
O Item III está correto. Na centralização, o ente político (ou ente federativo) executa suas tarefas
diretamente, sem distribuí-las a outras entidades. No âmbito federal, por exemplo, a centralização ocorre
quando a própria pessoa jurídica “União” executa tarefas.
Gabarito (E)
Quando o Estado recorre à edição de uma lei, no intuito de criar uma entidade e transferir determinado
serviço público para esta entidade, ocorrerá
c) desconcentração.
d) controle finalístico.
e) divergência administrativa.
Comentários:
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O enunciado da questão menciona a edição de lei para criar uma entidade. Portanto, trata-se de
descentralização por outorga, em que há lei criando ou autorizando a criação das entidades às quais as
competências serão distribuídas.
Relembrando:
c) Na centralização o Estado executa suas tarefas diretamente, por intermédio dos inúmeros órgãos e
agentes administrativos que compõem sua estrutura funcional.
e) Na descentralização o Estado executa suas tarefas indiretamente, por meio da delegação de atividades a
outros órgãos despersonalizados dentro da estrutura interna da pessoa jurídica descentralizadora.
Comentários:
A letra (a) está incorreta. Na descentralização não há vínculo hierárquico, pois as entidades às quais foram
atribuídas competências desempenharão suas atividades com autonomia. Nesta situação, poderá haver
mera vinculação.
A letra (b) está incorreta. A delegação corresponde à técnica de descentralização administrativa, e não
desconcentração.
A letra (c) está correta. Na centralização, o Estado executa suas tarefas diretamente, por meio de seus entes
políticos.
A letra (d) está incorreta. O conceito apresentado refere-se à desconcentração, quando uma entidade
distribui competências internamente (no âmbito da própria estrutura jurídica).
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A letra (e) está incorreta. Na descentralização, as atividades administrativas são transferidas a outras pessoas
jurídicas. A transferência a “outros órgãos despersonalizados” ocorre no âmbito da desconcentração.
Gabarito (C)
53. FGV/ Prefeitura de Salvador – BA – Técnico de Nível Superior II- Direito – 2017
O Governador do Estado “X” encaminhou à Assembleia Legislativa projeto de lei prevendo a criação de dois
órgãos públicos: o primeiro, a Superintendência de Serviços Públicos, pertencente à estrutura da Secretaria
de Estado de Governo; e o segundo, a Subsecretaria de Assuntos Turísticos, pertencente à Secretaria de
Estado de Desenvolvimento Regional.
a) descentralização administrativa.
c) poder normativo.
e) desconcentração administrativa.
Comentários:
A letra (a) está incorreta. A descentralização consiste na transferência de atribuições a outras pessoas (físicas
ou jurídicas), seja por outorga (lei), seja por delegação (ato ou contrato). No caso sob análise, as atribuições
não foram distribuídas a outras pessoas, mas sim dentro da própria pessoa jurídica (o Estado “X”), criando a
Superintendência e a Subsecretaria. Portanto, não se trata de descentralização.
A letra (b) está incorreta. A permissão consiste em forma de descentralização administrativa por delegação,
também chamada de “colaboração”.
A letra (c) está incorreta. Embora a criação de órgãos dependa de lei, não se trata da manifestação do poder
normativo. O poder normativo corresponde à edição de normas pelo Poder Executivo em caráter
complementar a lei, para permitir sua execução.
A letra (d) está incorreta. A delegação, também chamada de “colaboração”, consiste em forma de
descentralização administrativa em que as atividades são distribuídas a pessoa jurídica distinta mediante
ato (autorização) ou contrato (concessão ou permissão), o que não se coaduna com o caso em apreço.
A letra (e) está correta. A distribuição interna de competências do Estado “X” à Superintendência e a
Subsecretaria corresponde a uma desconcentração administrativa, que é a distribuição de competências
dentro de uma mesma pessoa jurídica, mediante criação de órgãos.
Gabarito (E)
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Centros de competência especializada dispostos na intimidade de uma pessoa jurídica, sem personalidade
jurídica e vontade próprias, com intenção de garantir a especialização nas atividades prestadas com maior
eficiência, são chamados pela doutrina de Direito Administrativo de:
a) órgãos, sejam da Administração Direta, sejam as entidades de direito público da Administração Indireta,
e somente podem ser criados ou extintos por meio de lei;
b) autarquias, que fazem parte da Administração Indireta, e somente podem ser criadas por meio de lei
específica, após regular processo legislativo;
c) fundações públicas, que fazem parte da Administração Indireta, e podem ser criadas por meio de qualquer
ato normativo;
d) entidades da Administração Indireta, que podem ser criadas por meio de qualquer ato normativo, após
regular processo administrativo ou legislativo;
e) entidades da Administração Direta, que somente podem ser criadas ou extintas por meio de lei, após
regular processo legislativo.
Comentários:
A letra (a) está correta e, em parte, se fundamenta nas lições de Hely Lopes Meirelles, que conceitua órgãos
como sendo
Na verdade, ao que parece houve um equívoco na redação da alternativa, que estaria mais correta se
mencionasse: “sejam da Administração Direta, sejam das entidades de direito público”.
A letra (b) está incorreta. As autarquias são entidades da administração pública indireta com personalidade
jurídica e vontade próprias, diferentemente dos órgãos.
A letra (c) está incorreta. As fundações públicas fazem parte da Administração Indireta, mas não podem ser
criadas por “qualquer ato normativo”. Sua criação depende de lei específica, conforme dispõe o artigo 37,
XIX, da Constituição Federal:
7
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. – 37. ed. –São Paulo: Malheiros, 2010, p. 68.
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“Somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de
empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei
complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação”.
A letra (d) está incorreta. As entidades da Administração Indireta não podem ser criadas por “qualquer ato
normativo”. Em qualquer caso, a criação depende de ato normativo de natureza legislativa.
Gabarito (A)
Sobre os órgãos da administração direta na Administração Pública brasileira, assinale a afirmativa correta.
c) Possuem personalidade própria e não estão diretamente ligadas ao chefe do Poder Executivo.
d) Estão vinculados a um ministério e muitos arrecadam recursos com a prestação de serviços ou venda de
produtos.
e) Executam ou prestam diferentes serviços de interesse público, com base em legislação particular.
Comentários:
Os órgãos são centros de competência desprovidos de personalidade jurídica própria, de modo que a
atuação de seus agentes é imputada à pessoa jurídica a que pertencem (teoria do órgão ou da imputação
volitiva).
Gabarito (B)
Integra a Administração Pública Direta e exerce, de forma centralizada, atividade administrativa do Estado,
uma:
a) autarquia, que presta serviço público de guarda municipal para proteção de bens, serviços e instalações
municipais;
b) fundação pública, que presta serviço público de segurança e inteligência de pessoas e bens, no âmbito do
Estado;
c) empresa pública, que presta serviço relacionado à atividade econômica e o lucro é repassado ao poder
público;
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d) delegacia de polícia civil, que presta serviço público de apuração de infrações penais;
e) empresa concessionária de serviço, que presta serviço de transporte público coletivo intermunicipal.
Comentários:
As alternativas (a), (b) e (c) estão incorretas, pois mencionam entidades da administração indireta.
A letra (d) está correta, na medida em que a delegacia de polícia civil pertence à administração pública direta,
pois integra a pessoa política que é titular da execução do serviço público de apuração de infrações penais.
Por fim, a letra (e) está incorreta, pois empresa concessionária de serviço não compõe a Administração
Pública, apenas atua em colaboração com a administração pública, por meio de descentralização
administrativa.
Gabarito (D)
A Lei nº 123/2018, do Estado Alfa, disciplinou a atuação de certo órgão público, composto por dez agentes,
que seria competente para definir, pelo voto da maioria dos seus membros, as políticas públicas a serem
adotadas em determinada área temática, as quais seriam necessariamente promovidas pelo Secretário de
Estado competente.
Comentários:
8
FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. Atlas. P. 17
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Assim, como órgão tem poder de “definir políticas públicas”, percebemos que ele é diretivo (e não
subordinado). Para não deixar dúvidas, o enunciado menciona que suas decisões seriam “necessariamente
promovidas”.
Considerando que a decisão do órgão depende da manifestação de múltiplos agentes, ele é chamado de
plúrimo (e não unitário).
Por fim, o órgão não é meramente consultivo, pois tem poder decisório.
Gabarito (B)
a) Esta teoria, também chamada de teoria da imputação, estabelece que a vontade manifestada pelo agente
público não é a vontade do órgão, mas a sua própria.
b) O Estado é a pessoa jurídica de direito público, e, dentro de seu organismo, cria órgãos despersonalizados,
dedicados a determinadas atividades administrativas.
c) A vontade do agente se imputa ao órgão ao qual pertence, mas não se imputa ao Estado.
d) Tecnicamente, o agente representa o órgão, pois a vontade que ali manifesta é a sua própria, em seu
nome, e não em nome do Estado.
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Comentários:
A letra (a) está incorreta. Ao contrário, a teoria do órgão assevera que a atuação dos agentes é imputada ao
órgão e, em última análise, à pessoa jurídica a que o órgão pertence.
A letra (b) está correta. O Estado cria órgãos para a realização de atividades específicas, sendo que tais órgãos
são despersonalizados (não possuem personalidade jurídica própria).
As letras (c) e (d) estão incorretas. A vontade do agente é imputada à pessoa jurídica que o órgão integra.
Logo, a manifestação é em nome do Estado.
A letra (e) está incorreta, pois os órgãos não possuem personalidade jurídica própria.
Gabarito (B)
O Governador do Estado Alfa convocou reunião com os presidentes das autarquias, das sociedades de
economia mista e das empresas públicas, bem como com representantes das Secretarias de Estado e as
estruturas da Chefia de Gabinete da Casa Civil, e determinou, dentre outras coisas, que, a partir daquela
data, os entes da Administração Pública indireta com personalidade jurídica de direito público deveriam
apresentar dados quinzenais a respeito da atuação do respectivo ente.
À luz da sistemática constitucional, dentre os participantes da reunião, somente são alcançadas pela
determinação do Governador do Estado:
a) as autarquias;
c) as Secretarias de Estado;
e) as empresas públicas.
Comentários:
As secretarias e as estruturas de chefia de Gabinete da Casa Civil, alternativas (b) e (c), sequer pertencem à
administração indireta.
Gabarito (A)
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- Não são uma nova espécie de pessoa jurídica, distinta daquelas previstas na Constituição da República
como integrantes da Administração Pública.
- Trata-se apenas de uma qualificação que o poder público poderá conferir a determinadas entidades.
Assinale a opção que apresenta as entidades que podem receber tal qualificação.
Comentários:
Lei 9.649/1998, art. 51. O Poder Executivo poderá qualificar como Agência Executiva a
autarquia ou fundação que tenha cumprido os seguintes requisitos:
Gabarito (A)
a) foi editada lei específica criando empresas públicas e sociedades de economia mista, que podem prestar
serviços públicos mas não integram a Administração indireta por possuírem natureza jurídica de direito
privado.
b) a Administração pública delegou integralmente suas competências e atribuições para os entes que
integram a Administração indireta.
c) foram constituídas pessoas jurídicas, integrantes da Administração indireta, às quais foram conferidas
atribuições originalmente de competência da Administração central.
d) foram criadas autarquias, fundações e empresas públicas, pessoas jurídicas dotadas de personalidade
jurídica própria e com natureza jurídica de direito público.
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e) a Administração pública foi autorizada por lei ou decreto a criar, mediante lei específica, autarquias,
pessoas jurídicas de direito público que executam serviços públicos.
Comentários:
A letra (A) está incorreta. As empresas públicas e sociedades de economia mista não são diretamente criadas
por lei específica - há mera autorização para criação. A efetiva criação depende de uma segunda providência,
que consiste no registro do seu ato constitutivo. Além disso, as estatais compõem sim a administração
indireta.
A letra (B) está incorreta. A descentralização não significa “delegação integral” de atribuições. Se, por
exemplo, uma autarquia é criada para prestar determinados serviços típicos do Estado, a administração
direta continua tendo atribuição de supervisionar aquela entidade, para se assegurar a adequação das
atividades desempenhadas.
Além disso, a descentralização de atividades da administração direta pode se dar para a administração
indireta (por meio da “outorga”) ou para particulares (por meio de “delegação”). Assim, a criação de
entidades descentralizadas a rigor não decorre de “delegação”.
A letra (C) está correta. O Constituinte conferiu uma série de competências ao ente federativo, o qual poderá
atribuí-las a entidades descentralizadas. Assim, atribuições originariamente da administração direta (ou
central) são descentralizadas para a administração indireta.
A letra (D) está incorreta. As empresas públicas possuem personalidade de direito privado, enquanto as
fundações públicas podem possuir personalidade de direito público ou privado.
Por fim, a letra (E) está incorreta. O “decreto” não é figura apta para criar ou autorizar a criação de entidades
– é exigida lei formal. Além disso, a autarquia é diretamente criada pela lei – não havendo que se falar em
“autorização” para criação.
Gabarito (C)
a) as empresas estatais devem ser constituídas sempre sob a forma de sociedades anônimas, regidas pela
legislação privada aplicada ao setor.
b) deverão divulgar documento com as políticas e práticas de governança corporativa, destinada não só à
Administração pública, mas ao público em geral.
c) as sociedades de economia mista não podem desempenhar papel distinto do que está descrito no objeto
do contrato, o que afasta o exercício do poder de tutela pela Administração pública.
d) as sociedades de economia mista devem observar critérios específicos para a nomeação de servidores,
não se compatibilizando com a regra de concurso público para contratação de servidores, especialmente
diretores.
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e) os empregados das empresas estatais, contratados mediante concurso público, não podem ocupar
funções de direção, porque estas são privativas de servidores comissionados.
Comentários:
A letra (a) está incorreta, uma vez que apenas as sociedades de economia mista devem ser constituídas sob
a forma de sociedades anônimas, sendo permitido às empresas públicas a adoção de outros tipos societários,
conforme entendimento do art. 5º da lei 13.303/2016:
Art. 5º A sociedade de economia mista será constituída sob a forma de sociedade anônima e, ressalvado o
disposto nesta Lei, estará sujeita ao regime previsto na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976.
A letra (b) está correta, nos termos dos incisos III e VIII do art. 8º da lei 13.303/2016:
Art. 8º As empresas públicas e as sociedades de economia mista deverão observar, no mínimo, os seguintes
requisitos de transparência:
III - divulgação tempestiva e atualizada de informações relevantes, em especial as relativas a atividades
desenvolvidas, estrutura de controle, fatores de risco, dados econômico-financeiros, comentários dos
administradores sobre o desempenho, políticas e práticas de governança corporativa e descrição da composição
e da remuneração da administração;
VIII - ampla divulgação, ao público em geral, de carta anual de governança corporativa, que consolide em um
único documento escrito, em linguagem clara e direta, as informações de que trata o inciso III;
A letra (c) está incorreta, uma vez que as sociedades de economia mista pertencem à administração indireta.
Assim, aplica-se o princípio do controle ou tutela, pelo qual a administração direta controla e fiscaliza as
atividades da administração indireta.
A letra (d) está incorreta, conforme determina o inciso II do art. 37 da Constituição Federal:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte:
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou
de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei,
ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
A letra (e) está incorreta, conforme inteligência do inciso I do § 5º do art. 17 da lei 13.303/2016:
Art. 17. Os membros do Conselho de Administração e os indicados para os cargos de diretor, inclusive presidente,
diretor-geral e diretor-presidente, serão escolhidos entre cidadãos de reputação ilibada e de notório
conhecimento, devendo ser atendidos, alternativamente, um dos requisitos das alíneas “a”, “b” e “c” do inciso I
e, cumulativamente, os requisitos dos incisos II e III:
I - ter experiência profissional de, no mínimo:
a) 10 (dez) anos, no setor público ou privado, na área de atuação da empresa pública ou da sociedade de economia
mista ou em área conexa àquela para a qual forem indicados em função de direção superior; ou
b) 4 (quatro) anos ocupando pelo menos um dos seguintes cargos:
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1. cargo de direção ou de chefia superior em empresa de porte ou objeto social semelhante ao da empresa pública
ou da sociedade de economia mista, entendendo-se como cargo de chefia superior aquele situado nos 2 (dois)
níveis hierárquicos não estatutários mais altos da empresa;
2. cargo em comissão ou função de confiança equivalente a DAS-4 ou superior, no setor público;
3. cargo de docente ou de pesquisador em áreas de atuação da empresa pública ou da sociedade de economia
mista;
c) 4 (quatro) anos de experiência como profissional liberal em atividade direta ou indiretamente vinculada à área
de atuação da empresa pública ou sociedade de economia mista;
§ 5º Os requisitos previstos no inciso I do caput poderão ser dispensados no caso de indicação de empregado da
empresa pública ou da sociedade de economia mista para cargo de administrador ou como membro de comitê,
desde que atendidos os seguintes quesitos mínimos:
I - o empregado tenha ingressado na empresa pública ou na sociedade de economia mista por meio de concurso
público de provas ou de provas e títulos;
Gabarito (B)
I. A empresa pública poderá lançar debêntures ou outros títulos ou valores mobiliários, conversíveis em
ações.
II. A sociedade de economia mista poderá solucionar, mediante arbitragem, as divergências entre acionistas
e a sociedade, ou entre acionistas controladores e acionistas minoritários, nos termos previstos em seu
estatuto social.
III. A empresa pública e a sociedade de economia mista adotarão regras de estruturas e práticas de gestão
de riscos e controle interno que abranjam, entre outros aspectos, auditoria interna e Comitê de Auditoria
Estatutário.
IV. A constituição de empresa pública ou de sociedade de economia mista é livre, devendo apenas ser dada
ciência à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
a) I e II.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I, II e IV.
e) I, II e III.
Comentários:
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O Item I está incorreto. A alternativa apresenta entendimento contrário ao disposto no inciso I do art. 11 da
lei 13.303/2016:
O Item II está correto, nos termos do parágrafo único do art. 11 da lei 13.303/2016:
Parágrafo único. A sociedade de economia mista poderá solucionar, mediante arbitragem, as divergências
entre acionistas e a sociedade, ou entre acionistas controladores e acionistas minoritários, nos termos previstos
em seu estatuto social.
O Item III está correto, conforme previsão do caput e inciso III do art. 9º da lei 13.303/2016:
Art. 9º A empresa pública e a sociedade de economia mista adotarão regras de estruturas e práticas de gestão
de riscos e controle interno que abranjam:
I - ação dos administradores e empregados, por meio da implementação cotidiana de práticas de controle interno;
II - área responsável pela verificação de cumprimento de obrigações e de gestão de riscos;
III - auditoria interna e Comitê de Auditoria Estatutário.
O Item IV está incorreto, pois de acordo com o § 1º do art. 2º da lei 13.303/2016 a constituição de empresa
pública ou sociedade de economia mista dependerá de prévia autorização legal:
Art. 2º A exploração de atividade econômica pelo Estado será exercida por meio de empresa pública, de sociedade
de economia mista e de suas subsidiárias.
§ 1º A constituição de empresa pública ou de sociedade de economia mista dependerá de prévia autorização
legal que indique, de forma clara, relevante interesse coletivo ou imperativo de segurança nacional, nos termos
do caput do art. 173 da Constituição Federal.
Gabarito (B)
64. FCC/ DPE-AM – Assistente Técnico de Defensoria – Assistente Técnico Administrativo – 2018
Considere que determinado Município do Estado do Amazonas entendeu por bem criar estruturas
despersonalizadas e regionalizadas, integrantes de sua Secretaria da Saúde, destinadas à dispensação de
medicamentos à população. A decisão considerou a grande dimensão territorial e densidade demográfica da
urbe, o que permitiu concluir que a partição de competências racionalizaria e tornaria mais adequada a
prestação do serviço público de saúde à população. As repartições regionalizadas em questão são exemplo
de
b) desconcentração, técnica por meio da qual a Administração cria órgãos destituídos de personalidade
jurídica, que compõem a hierarquia da Administração direta.
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c) descentralização, técnica por meio da qual a Administração cria órgãos com personalidade jurídica própria,
que passam integrar sua Administração indireta.
d) relação desenvolvida com o denominado terceiro setor, que passa a integrar a Administração, gerindo
equipamentos públicos.
e) descentralização, técnica por meio da qual a Administração cria pessoas jurídicas com personalidade
jurídica própria, mas subordinadas hierarquicamente à Administração central.
Comentários:
Foram criadas “estruturas despersonalizadas”, de onde já percebemos que estamos diante da técnica da
desconcentração. Com isto já eliminamos as letras (c), (d) e (e).
Além disso, os órgãos públicos, em regra, não detêm capacidade processual, não figurando no polo passivo
de ações. Quem responde judicialmente pelas ações dos órgãos é a pessoa jurídica a que pertencem. Dessa
forma, a letra (a) afigura-se incorreta.
Por fim, a letra (b) está correta, já que os órgãos estão dispostos hierarquicamente dentro da estrutura da
pessoa jurídica a que pertencem, diferentemente das entidades, que estão ligadas por meros lações de
vinculação com a Administração Direta.
Gabarito (B)
A estruturação da Administração pública em Administração direta e indireta traz implicações para o exercício
das atividades que devem ser disponibilizadas aos administrados, direta ou indiretamente. Para tanto,
a) as pessoas jurídicas que integram a Administração indireta são dotadas dos mesmos poderes típicos da
Administração indireta, a exemplo do poder de polícia, com a peculiaridade de que todos os aspectos de seu
exercício devem estar expressamente previstos em lei.
b) a Administração central remanesce exercendo o poder hierárquico sobre as pessoas jurídicas que
integram a Administração indireta, como forma de garantir o alinhamento do escopo institucional desses
entes com as diretrizes do Poder Executivo.
c) o poder normativo inerente ao Chefe do Poder Executivo não pode ser delegado aos entes que integram
a Administração indireta, independentemente da matéria ou da natureza jurídica dos mesmos, por se tratar
de competência exclusiva.
d) os entes que integram a Administração pública indireta ficam adstritos ao escopo institucional previsto
nas leis ou atos que os instituíram, cabendo à Administração Central o acompanhamento dessa atuação, no
regular exercício do poder de tutela, que não implica, contudo, ascendência hierárquica sobre os mesmos,
salvo expressa disposição nesse sentido.
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e) a discricionariedade, inerente à atuação da Administração pública direta, não se estende aos entes que
integram a Administração pública indireta, cuja atuação deve vir prevista em lei, à exceção das agências
reguladoras, que exercem poder normativo autônomo.
Comentários:
A letra (a) está incorreta. Não é correto afirmar que genericamente que as entidades “são dotadas dos
mesmos poderes típicos da Administração indireta”. O poder de polícia, por exemplo, é característico de
pessoas jurídicas de direito público, havendo certas restrições à sua delegação a pessoas jurídicas de direito
privado.
A letra (b) está incorreta e a letra (d), correta. O princípio da tutela ou do controle prevê a existência de uma
supervisão, exercida pela administração direta sobre as entidades, nos limites da lei, e voltada a aspectos
finalísticos. Este controle não significa que a administração direta tenha laços de hierarquia sobre as
entidades descentralizadas.
A letra (c) está incorreta. Em geral não há óbices a que se delegue o poder normativo a entidades da
administração indireta. Temos, como exemplo, diversos atos normativos do Banco Central (autarquia
federal), de observância obrigatória pelas instituições financeiras.
A letra (d) está correta e prevê os contornos do princípio da tutela ou do controle. Esta supervisão é exercida
pela administração direta nos limites da lei e está ligada a aspectos finalísticos. Este controle não significa
que a administração direta tenha laços de hierarquia sobre as entidades da administração indireta.
A letra (e) está incorreta. A administração indireta também goza de discricionariedade para exercer parte de
suas atribuições. Apesar de estarem sob a tutela (ou controle) da administração direta, as entidades gozam
de autonomia administrativa, não se podendo cogitar que todos os contornos de sua atuação sejam
previstos em lei.
Gabarito (D)
a) quando constituídas sob a forma de autarquias, podem ter natureza jurídica de direito público ou privado,
podendo prestar serviços públicos com os mesmos poderes e prerrogativas que a Administração direta.
b) podem ter natureza jurídica de direito privado ou público, mas não estão habilitadas a desempenhar os
poderes típicos da Administração direta.
d) quando constituídas sob a forma de autarquias, possuem natureza jurídica de direito público, podendo
exercer poder de polícia na forma e limites que lhe tiverem sido atribuídos pela lei de criação.
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e) terão natureza jurídica de direito privado quando se tratar de empresas estatais, mas seus bens estão
sujeitos a regime jurídico de direito público, o que também se aplica no que concerne aos poderes da
Administração, que desempenham integralmente, especialmente poder de polícia.
Comentários:
A letra (a) está incorreta, na medida em que as autarquias sempre terão personalidade de direito público.
A letra (b) está incorreta, já que as autarquias desempenham atividades típicas de Estado, de sorte que
“estão habilitadas a desempenhar os poderes típicos da Administração direta”.
A letra (c) está incorreta. O poder de polícia é inerente às pessoas jurídicas de direito público, inclusive
àquelas pertencentes à administração indireta.
A letra (d) está correta. De fato, enquanto pessoas jurídicas de direito público, as autarquias podem exercer
poder de polícia.
A letra (e) está duplamente incorreta. Primeiramente, sabemos que os bens das estatais em regra seguem o
regime jurídico de direito privado. Excepcionalmente, os bens poderão seguir regime público quando a
estatal for prestadora de serviço público. Além disso, pessoas de direito privado, ainda que integrantes da
administração pública, não desempenham integralmente poder de polícia. O STJ tem entendido que apenas
algumas fases do poder de polícia poderiam ser desempenhadas pelas estatais.
Gabarito (D)
Determinado ente federado pretende descentralizar serviço público de sua competência transferindo-o para
pessoa jurídica de direito público. Para tanto,
a) deverá criar por lei específica autarquia, que passará a integrar a Administração indireta do Estado.
b) poderá instituir autarquia ou empresa pública, ambas por lei autorizativa, devendo, no entanto, motivar
sua decisão.
c) deverá instituir por lei autarquia, que passará integrar a Administração direta do Estado.
d) poderá instituir autarquia, empresa pública ou sociedade de economia mista, a primeira por lei, as demais
por atos próprios, após a edição de lei autorizativa da instituição.
e) deverá criar por lei geral autarquia, que passará a integrar a Administração indireta do Estado.
Comentários:
Como a entidade deverá ter personalidade de direito público, para prestação de serviço público, estamos
diante de uma autarquia, a qual é diretamente criada mediante lei específica. Relembrando:
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Para não gerar polêmica, em nenhuma das alternativas foi mencionada a possibilidade da criação de
fundação pública de direito público. No entanto, é fácil perceber que a alternativa correta é a letra (a), já
que autarquia faz parte da administração indireta, além do que empresas públicas e sociedades de economia
mista são pessoas de direito privado.
Gabarito (A)
O conceito de Administração pública pode ser estabelecido a partir do critério objetivo ou subjetivo.
Conforme esclarece Maria Sylvia Zanella di Pietro, pode-se definir Administração Pública, em sentido
subjetivo, como o conjunto de órgãos e pessoas jurídicas aos quais a lei atribui o exercício da função
administrativa do Estado. Nesse contexto, a atividade de organização da Administração pública pode
compreender a
a) extinção de órgãos públicos, como medida de reorganização administrativa e redução de custos, por ato
do Chefe do Executivo.
c) instituição, por lei específica, de empresa pública, como expressão da desconcentração por serviços.
d) extinção de cargos públicos, quando vagos, por ato do Chefe do Executivo, como medida de organização
e funcionamento da Administração.
Comentários:
A letra (A) está incorreta. Não se admite a criação ou a extinção de órgãos por meio de decreto. Relembrando
as possibilidades de utilização do decreto autônomo (Constituição Federal, art. 84, VI):
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AUMENTO de
organização e despesa
sem
funcionamento da
implicar
Administração Criação/extinção de
Decretos
autônomos órgãos
EXTINÇÃO de quando
funções e cargos vagos
Com base neste mesmo diagrama, é possível concluir que a letra (D) está correta, já que é possível promover
a extinção de cargos públicos vagos mediante decreto.
A letra (B) está incorreta, pois a criação e a extinção de órgãos dependem de lei:
CF, art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não
exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de
competência da União, especialmente sobre: (..)
A letra (C) está incorreta. De fato, a instituição de empresa pública requer autorização em lei específica. No
entanto, é expressão de descentralização administrativa.
A letra (E) está incorreta, pois a delegação de serviço público a entidade da administração indireta decorre
da descentralização administrativa.
Gabarito (D)
Conforme esclarece Maria Sylvia Zanella di Pietro, em sentido objetivo, a Administração Pública abrange as
atividades exercidas pelas pessoas jurídicas, órgãos e agentes incumbidos de atender concretamente às
necessidades coletivas; corresponde à função administrativa, atribuída preferencialmente aos órgãos do
Poder Executivo (In: Direito Administrativo, Atlas, 18. ed., p. 59).
Para o exercício da função administrativa, afigura-se necessária a distribuição de competências, o que é feito
mediante descentralização ou desconcentração, correspondendo esta última à
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Comentários:
Gabarito (B)
70. FCC/ TRT - 15ª Região (SP) - Analista Judiciário – Área Judiciária - Oficial de Justiça Avaliador Federal
As pessoas jurídicas que integram a Administração indireta, independentemente de sua natureza jurídica,
submetem-se aos princípios que regem a Administração pública. No que se refere à relação com a
Administração direta,
a) os entes que integram a Administração indireta possuem personalidade jurídica própria e são dotados de
autogestão e autoadministração, não obstante possa haver dependência financeira.
b) os atos editados pelas pessoas jurídicas de direito público que integram a Administração indireta sujeitam-
se à anulação ou revogação pela Administração Central, de ofício ou a pedido, como expressão do poder de
tutela.
c) as empresas estatais submetidas ao regime jurídico de direito privado não se sujeitam ao poder de tutela
da Administração central, sendo independentes administrativa, orçamentária e financeiramente.
e) as autarquias, como pessoas jurídicas de direito público, admitem a revisão de seus atos diretamente pela
Administração central, desde que seja constatado vício de legalidade ou desvio de finalidade, como
decorrência lógica do poder de tutela.
Comentários:
A letra (a) está correta. Os entes públicos necessitam de recursos financeiros para exercer suas atividades.
Caso não possuam receitas próprias (o que ocorre com as autarquias, fundações e estatais não
dependentes), a entidade deverá receber recursos públicos provenientes do orçamento. Nestes casos, fica
clara a dependência financeira em relação ao poder central. No entanto, em virtude de sua autonomia
administrativa, em regra é a entidade quem decidirá a forma de aplicar tais recursos.
A letra (b) está incorreta. Como regra, a Administração Central não controla a legalidade ou a conveniência
dos atos administrativos praticados pelas entidades a ela vinculadas. Como detalhado no item (E), o chamado
“recurso hierárquico impróprio” é hipótese excepcional.
A letra (c) está incorreta, pois as estatais também se sujeitam à tutela (ou controle) da administração direta.
No âmbito federal, o Decreto-Lei 200/1967 dispõe expressamente nesse sentido:
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DL 200, art. 19. Todo e qualquer órgão da Administração Federal, direta ou indireta, está
sujeito à supervisão do Ministro de Estado competente, excetuados unicamente os órgãos
mencionados no art. 32, que estão submetidos à supervisão direta do Presidente da
República.
A letra (d) está incorreta, pois OS e OSCIP não pertencem à Administração Indireta.
A letra (e) está incorreta. As autarquias, como entidades da administração indireta, não estão subordinadas
hierarquicamente à administração direta, pois gozam de autonomia administrativa. No entanto, estão
sujeitas ao poder de tutela (ou controle) exercido pela administração direta, quanto à finalidade de sua
atuação. Assim, em regra, não há revisão dos atos autárquicos pela administração central.
Excepcionalmente, no entanto, a lei poderá prever a possibilidade de se recorrer à administração central
contra uma decisão da autarquia (recurso hierárquico impróprio).
Percebam, assim, que o erro da afirmativa é mencionar que pode haver revisão direta dos atos autárquicos
pela administração direta e que isto é uma decorrência do princípio da tutela, quando na verdade isto é uma
situação excepcional que somente ocorrerá quando houver previsão legal.
Gabarito (C)
a) da necessidade de serem criadas por lei, na qual estarão previstas todas as competências, obrigações e
escopo de atuação, não dependendo de outros atos para serem formalmente instituídas.
b) da submissão a regime jurídico de direito privado, ainda que possam contar com participação pública em
sua formação, como os consórcios públicos, as sociedades de economia mista, as fundações e as autarquias
especiais.
d) do controle externo a que se submetem, tal qual o exercido pelo Poder Judiciário e pelos Tribunais de
Contas, estes últimos que analisam critérios de legalidade dos atos e negócios da Administração, mas
também examinam aspectos de economicidade.
e) do regime de execução próprio, sujeito a expedição de precatórios a serem pagos em ordem cronológica,
respeitados os débitos de pequeno valor, dotados de preferência, a fim de aplicação do princípio da isonomia
em relação aos credores.
Comentários:
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A letra (a) está incorreta. O surgimento de autarquias, de fato, não depende de outros atos para a instituição
formal da pessoa jurídica. No entanto, para as demais entidades (que são de direito privado), uma vez
autorizada a criação, mediante lei específica, caberá ao Poder Executivo tomar uma providência adicional,
para, de maneira concreta, fazer surgir a entidade. Assim, a existência jurídica das demais entidades, assim
como a aquisição de sua personalidade jurídica, somente ocorrem após o registro dos seus atos constitutivos,
por exemplo, na junta comercial, nos termos exigidos pelo Código Civil9.
Relembrando:
A letra (b) está incorreta. A administração direta, as autarquias, as fundações públicas de direito público e
os consórcios que assumirem personalidade de direito público seguem regime jurídico de direito público.
Nos demais casos, fala-se, na verdade, em regime jurídico híbrido, na medida em que não será integralmente
privado.
A letra (c) está incorreta, pois a administração direta, as autarquias e as fundações de direito público estão
submetidas a regime jurídico único para seu pessoal:
CF, art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de
sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da
administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas.
A letra (d) está correta. De fato, todos os entes públicos, sejam da administração direta ou da indireta,
sujeitam-se ao controle de seus atos, exercido pelo Poder Judiciário e pelo Legislativo, com auxílio dos
Tribunais de Contas.
A letra (e) está incorreta. A sujeição ao regime de precatórios não é uma característica de toda a
administração indireta. As estatais, por exemplo, não se sujeitam ao regime de precatórios, como regra geral.
Segundo o STF10, somente será aplicável “regime de precatório às sociedades de economia mista
prestadoras de serviço público próprio do Estado e de natureza não concorrencial”, como no caso do serviço
postal prestado pelos Correios11.
Gabarito (D)
9
Código Civil, art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a
inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou
aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato
constitutivo.
10
STF - AgR RE: 852302/AL, Relator: Min. DIAS TOFFOLI, Data de Julgamento: 15/12/2015.
11
STF - RE: 220906 DF, Relator: Min. MAURÍCIO CORRÊA, Data de Julgamento: 16/11/2000.
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a) por meio de concurso público, para ocupação de cargos e empregos públicos, a depender da política
pública em vigor na época da contratação.
c) para empregos públicos para as chamadas funções meio, e cargos públicos para funções de confiança e os
demais casos.
d) pelo mesmo processo formal que os dispensa, com instauração de processo administrativo, célere e
informal, diferindo-se os pagamentos iniciais para fase posterior à efetivação dos funcionários.
e) por meio de concurso público, para ocupação de cargos públicos efetivos, admitindo-se o livre provimento
para ocupação de funções de confiança com as finalidades de chefia, direção e assessoramento.
Comentários:
A letra (a) está incorreta, na medida em que a administração direta está submetida ao regime jurídico único
(Constituição Federal, art. 39). Assim, ou o ente público adota regime estatuário (cargo público) ou adota
regime celetista (emprego público) para todo seu pessoal. O erro da questão é pressupor que o ente público
poderia alternar, ora escolhendo um regime, ora escolhendo outro, de acordo com a “política pública em
vigor na época da contratação”.
A letra (b) está incorreta. Juridicamente não existe esta submissão dos servidores (aprovados e nomeados)
à existência de recursos para pagamento.
A letra (c) está incorreta, pois não existe a diferenciação de regime jurídico entre área meio e área fim.
A letra (d) está incorreta. A demissão de servidores públicos requer a instauração de procedimento formal.
Além disso, não há diferimento (adiamento) do pagamento das primeiras remunerações do servidor.
A letra (e) está correta, no que diz respeito à administração direta. Adotando regime estatutário, ela
preencherá seus cargos com servidores concursados, à exceção daqueles de livre nomeação e exoneração:
CF, art. 37, II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia
em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a
complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações
para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
Gabarito (E)
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a) poder de tutela e permite a substituição de atos praticados pelos entes que integram a Administração
indireta que não estejam condizentes com o ordenamento jurídico.
b) poder de revisão dos atos, decorrente da análise de mérito do resultado, bem como em relação aos
estatutos ou legislação que criaram os entes que integram a Administração indireta.
c) controle finalístico, pois a Administração direta constitui a instância final de apreciação, para fins de
aprovação ou homologação, dos atos e recursos praticados e interpostos no âmbito da Administração
indireta.
d) poder de tutela, que não pressupõe hierarquia, mas apenas controle finalístico, que analisa a aderência
da atuação dos entes que integram a Administração indireta aos atos ou leis que os constituíram.
e) poder de autotutela, tendo em vista que a Administração indireta integra a Administração direta e, como
tal, compreende a revisão dos atos praticados pelos entes que a compõem quando não guardarem
fundamento com o escopo institucional previsto em seus atos constitutivos.
Comentários:
O controle exercido pela Administração direta sobre a Administração indireta decorre do princípio da tutela
ou controle. Este controle, que tem conteúdo finalístico, não desnatura a autonomia administrativa que as
entidades possuem, tampouco caracteriza a existência de subordinação perante a administração direta.
As letras (a) e (b) estão incorretas. Como regra geral, não há possibilidade de a administração direta desfazer
atos das entidades e os substituir pela sua própria vontade. Inexiste hierarquia nesta relação.
A letra (c) está incorreta, já que a Administração direta não é uma instância final de aprovação ou
homologação dos atos praticado pelas entidades.
A letra (d), por sua vez, está correta. A tutela tem conteúdo finalístico, ou seja, se presta a analisar se a
finalidade da atuação da entidade está de acordo com os atos e leis que a constituíram.
A letra (e) está incorreta. A tutela não se confunde com a autotutela, que é o poder por meio da qual a
Administração poderá rever seus próprios atos, anulando aqueles contrários à ordem jurídica ou revogando
aqueles inconvenientes ou inoportunos. Relembrando:
Gabarito (D)
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b) No desempenho das atividades inerentes a sua competência, os órgãos públicos atuam em nome da
pessoa jurídica de que fazem parte.
e) Os órgãos públicos são unidades de atuação integrantes apenas da estrutura da Administração direta, haja
vista que as unidades de atuação integrantes da estrutura da Administração indireta denominam-se
entidades.
Comentários:
A letra (a) está incorreta, na medida em que a criação de órgãos públicos depende da manifestação do
Congresso Nacional, o qual se pronunciará na forma de uma lei:
CF, art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não
exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de
competência da União, especialmente sobre: (..)
A letra (b) está correta. Os órgãos públicos são entes despersonificados e, como tal, sua atuação é imputada
à pessoa jurídica a que pertencem. Segundo a teoria do órgão, também chamada de teoria da imputação
volitiva, desenvolvida pelo alemão Otto Gierke, a pessoa jurídica manifesta sua vontade por meio dos órgãos
e seus agentes.
A letra (c) está incorreta. Diferentemente das entidades, órgãos públicos não possuem personalidade
própria.
A letra (d) está incorreta. Pelo contrário, a regra geral é de que os órgãos públicos não detêm capacidade
para serem partes em processos judiciais (capacidade processual). No entanto, em casos excepcionais eles
poderão figurar como parte em processos, sobretudo tratando-se de órgãos independentes e autônomos.
A letra (e) está incorreta, na medida em que poderemos ter órgãos públicos também na subdivisão interna
das entidades descentralizadas.
Gabarito (B)
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a) foi editada lei específica criando empresas públicas e sociedades de economia mista, que podem prestar
serviços públicos mas não integram a Administração indireta por possuírem natureza jurídica de direito
privado.
b) a Administração pública delegou integralmente suas competências e atribuições para os entes que
integram a Administração indireta.
c) foram constituídas pessoas jurídicas, integrantes da Administração indireta, às quais foram conferidas
atribuições originalmente de competência da Administração central.
d) foram criadas autarquias, fundações e empresas públicas, pessoas jurídicas dotadas de personalidade
jurídica própria e com natureza jurídica de direito público.
e) a Administração pública foi autorizada por lei ou decreto a criar, mediante lei específica, autarquias,
pessoas jurídicas de direito público que executam serviços públicos.
Comentários:
A letra (A) está incorreta. As empresas públicas e sociedades de economia mista não são diretamente criadas
por lei específica - há mera autorização para criação. A efetiva criação depende de uma segunda providência,
que consiste no registro do seu ato constitutivo. Além disso, as estatais compõem sim a administração
indireta.
A letra (B) está incorreta. A descentralização não significa “delegação integral” de atribuições. Se, por
exemplo, uma autarquia é criada para prestar determinados serviços típicos do Estado, a administração
direta continua tendo atribuição de supervisionar aquela entidade, para se assegurar a adequação das
atividades desempenhadas.
Além disso, a descentralização de atividades da administração direta pode se dar para a administração
indireta (por meio da “outorga”) ou para particulares (por meio de “delegação”). Assim, a criação de
entidades descentralizadas a rigor não decorre de “delegação”.
A letra (C) está correta. O Constituinte conferiu uma série de competências ao ente federativo, o qual poderá
atribuí-las a entidades descentralizadas. Assim, atribuições originariamente da administração direta (ou
central) são descentralizadas para a administração indireta.
A letra (D) está incorreta. As empresas públicas possuem personalidade de direito privado, enquanto as
fundações públicas podem possuir personalidade de direito público ou privado.
Por fim, a letra (E) está incorreta. O “decreto” não é figura apta para criar ou autorizar a criação de entidades
– é exigida lei formal. Além disso, a autarquia é diretamente criada pela lei – não havendo que se falar em
“autorização” para criação.
Gabarito (C)
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Estatais
76. CONSULPLAN - Cons Leg (CM BH) /CM BH/Administração Pública, Orçamento e Finanças/2018
II. A sociedade de economia mista pode se estruturar como sociedade anônima ou por cotas.
IV. Os Municípios podem participar de empresas privadas até o limite máximo de um terço do capital.
a) Um.
b) Dois.
c) Três.
d) Quatro.
Comentários:
O Item I está incorreto. Empresa independente é aquela que não receba recursos do tesouro para custeio
de despesas em geral ou de pessoal. Agora, fazendo a leitura do art. 37, §9º, da Constituição Federal/88,
temos que:
O Item II está incorreto. Segundo o art. 4º da Lei 13.303/2016, “Sociedade de Economia Mista é a entidade
dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei, sob a forma de
sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao
Distrito Federal, aos Municípios ou a entidade da administração indireta”.
Logo, não há possibilidade de estruturação por cotas de Sociedade de Economia Mista – apenas por ações.
O Item III está correto. A Constituição Federal é clara ao condicionar a criação de subsidiárias de empresas
públicas à autorização legislativa:
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O Item IV está incorreto. Não há limite legal previsto para participação de Municípios no capital de empresa
privada.
Gabarito (A)
A Constituição de 1988 no seu artigo 37, XIX, define que somente por lei específica poderá ser criada
autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação,
cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação. Sobre as características das
sociedades de economia mista podemos afirmar.
a) As Sociedades de economia mista dependem de autorização legislativa, são criadas por lei e tem
personalidade jurídica pública.
c) As Sociedades de economia mista são criadas por lei, tem personalidade jurídica pública e não tem
capacidade de autoadministração.
d) As Sociedades de economia mista, são pessoas jurídicas de direito privado, autorizada por lei.
Comentários:
A letra (a) está incorreta, pois as sociedades de economia mista têm personalidade jurídica de direito privado
e não são criadas por lei. Essa espécie de empresa pública tem sua instituição autorizada por lei específica,
sua criação se dará à partir do registro de seu estatuto na Junta Comercial competente, da mesma forma
que as demais empresas privadas.
A letra (b) está incorreta. A autorização legislativa é necessária para a criação de subsidiárias, sendo a
instituição da sociedade de economia mista autorizada por lei específica.
A letra (c) está incorreta, uma vez que a autarquia tem sua instituição autorizada por lei específica, possui
personalidade jurídica de direito privado e se auto administra.
A letra (d) está correta, nos termos do inciso XIX do art. 37 da Constituição Federal e do inciso III do art. 5º
do decreto-lei 200/1967:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
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XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de
empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei
complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;
Gabarito (D)
Assinale a opção que apresenta característica comum às sociedades de economia mista e às empresas
públicas.
c) Não precisam realizar procedimento licitatório, a fim de viabilizar a atuação no mercado competitivo.
Comentários:
A letra (a) está incorreta. Os bens das estatais não possuem natureza pública e, como regra, podem ser
objeto de penhora. Nesse sentido, não estão sujeitas ao regime de precatório previsto no art. 100 da CF.
Em exceção, segundo o STF12, será aplicável “regime de precatório às sociedades de economia mista
prestadoras de serviço público próprio do Estado e de natureza não concorrencial”, como no caso do serviço
postal prestado pelos Correios13.
CF, art. 173, § 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão
gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.
12
STF - AgR RE: 852302/AL, Relator: Min. DIAS TOFFOLI, Data de Julgamento: 15/12/2015.
13
STF - RE: 220906 DF, Relator: Min. MAURÍCIO CORRÊA, Data de Julgamento: 16/11/2000.
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No entanto, a jurisprudência e a doutrina vêm entendendo que poderiam ser estabelecidos privilégios fiscais
em favor das estatais prestadoras de serviços públicos, uma vez que estas não atuam em regime de
concorrência com o mercado, não havendo prejuízos à livre concorrência.
A letra (c) está incorreta. As estatais devem sim realizar procedimento licitatório, como regra geral, para
selecionarem seus fornecedores. O entendimento ficou consolidado com a edição da Lei 13.303/2016, que
previu regras específicas quanto aos procedimentos licitatórios destas entidades.
O que se autoriza, para conferir mais agilidade, é a dispensa de licitação em relação às atividades-fim das
estatais:
Lei 13.303/2016, art. 28, § 3º São as empresas públicas e as sociedades de economia mista
dispensadas da observância dos dispositivos deste Capítulo [CAPÍTULO I - DAS LICITAÇÕES]
nas seguintes situações:
A letra (d) está incorreta, porquanto tais entidades têm sua criação apenas autorizada mediante lei.
Relembrando:
A letra (e) está incorreta, porquanto as estatais estão sujeitas à fiscalização dos tribunais de contas, sem
peculiaridades.
Gabarito (B)
Por ser dotada de personalidade jurídica de direito público e integrar a administração pública indireta, a
empresa pública não pode explorar atividade econômica.
Comentários:
A assertiva está duplamente incorreta: (i) empresa pública tem personalidade de direito privado e (ii) pode
explorar atividade econômica em sentido estrito e também prestar serviço público.
Gabarito (E)
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Pessoa que tenha atuado, nos últimos trinta e seis meses, em trabalho vinculado a organização e realização
de campanha eleitoral não poderá ser indicado como administrador de empresa pública e sociedade de
economia mista.
Comentários:
O item está de acordo com uma das várias vedações impostas pela Lei das Estatais quanto à participação na
diretoria e no Conselho de Administração:
II - de pessoa que atuou, nos últimos 36 (trinta e seis) meses, como participante de
estrutura decisória de partido político ou em trabalho vinculado a organização,
estruturação e realização de campanha eleitoral;
Gabarito (C)
a) O consórcio público poderá ter personalidade jurídica de direito público ou privado, sendo que, em ambas
as formas, terão de ser observadas as mesmas normas de direito público para o regime de pessoal.
b) É possível criar uma empresa pública com capital minoritário de sociedade de economia mista, desde que
a maioria do capital daquela pertença ao ente federativo que a instituir.
d) Salvo os documentos e informações classificados como sigilosos pelas empresas públicas e sociedades de
economia mista, os órgãos de controle externo têm direito ao acesso irrestrito aos dados mantidos por
aquelas entidades.
e) As normas gerais sobre licitações e contratos administrativos devem ser aplicadas primariamente às
empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de serviços públicos.
Comentários:
A letra (a) está incorreta. Apesar de, em ambos os casos, seguirem normas de direito público, o pessoal do
consórcio estará sujeito ao regramento celetista – não por estatuto (após a alteração promovida pela Lei
13.822/2019):
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Lei 11.107/2005, art. 6º, § 2º O consórcio público, com personalidade jurídica de direito
público ou privado, observará as normas de direito público no que concerne à realização
de licitação, à celebração de contratos, à prestação de contas e à admissão de pessoal, que
será regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº
5.452, de 1º de maio de 1943
A letra (b) está correta. Apesar de ser integralmente público, admite-se que o capital de EP esteja também
sob propriedade de outros entes da Administração Pública, desde que a maioria do capital votante esteja
sob propriedade do ente federativo:
Lei 13.303/2016, art. 3º, parágrafo único. Desde que a maioria do capital votante
permaneça em propriedade da União, do Estado, do Distrito Federal ou do Município, será
admitida, no capital da empresa pública, a participação de outras pessoas jurídicas de
direito público interno, bem como de entidades da administração indireta da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
A letra (c) está incorreta. O assunto será objeto de estudo em aula futura do curso, mas já adianto que a
assertiva está em desacordo com a Lei das Parcerias-Público Privadas (PPP):
Lei 11.079/2004, art. 9º, § 4º Fica vedado à Administração Pública ser titular da maioria
do capital votante das sociedades de que trata este Capítulo.
A letra (d) está incorreta. Os órgãos de controle têm acesso irrestrito aos documentos das estatais, inclusive
aos sigilosos:
Lei 13.303/2016, art. 85, § 1º Para a realização da atividade fiscalizatória de que trata o
caput, os órgãos de controle deverão ter acesso irrestrito aos documentos e às
informações necessários à realização dos trabalhos, inclusive aqueles classificados como
sigilosos pela empresa pública ou pela sociedade de economia mista, nos termos da Lei no
12.527, de 18 de novembro de 2011.
A letra (e) está incorreta. As normas gerais sobre licitações e contratos constam da Lei 8.666/1993. Ocorre
que, após o advento da Lei 13.303/2016, as estatais passaram a ter um estatuto próprio, inclusive quanto
ao tema licitações e contratos. O estatuto se aplica às estatais, sejam prestadoras de serviço público ou
exploradoras de atividade econômica em sentido estrito. Portanto, a Lei 8.666/1993 não se aplica
primariamente às licitações tampouco aos contratos com terceiros das estatais.
Gabarito (B)
Com base em lei específica estadual, foi autorizada a instituição da empresa X, pessoa jurídica sob a forma
de sociedade anônima, com controle acionário pertencente ao ente federativo estadual, para fins de
exploração de determinada atividade econômica de interesse coletivo.
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a) a pessoa federativa a que estará vinculada a empresa X será solidariamente responsável pela solvência
dos débitos dessa empresa.
b) a empresa X deverá ser constituída como sociedade de economia mista, com personalidade jurídica de
direito privado, pertencente à administração indireta, à qual é delegada a titularidade de atividade típica do
Estado.
c) por se tratar de pessoa jurídica que exercerá atividade econômica, a empresa X submeter-se-á ao regime
jurídico próprio das empresas privadas, salvo em relação a obrigações trabalhistas e tributárias.
d) a empresa X submeter-se-á ao controle do tribunal de contas no que concerne aos bens, valores e
dinheiros públicos provenientes diretamente do ente público controlador.
e) a empresa X não poderá realizar contratações e licitações em regime diverso daquele previsto para a
administração direta.
Comentários:
A letra (a) está incorreta. O ente federativo que instituiu a estatal não é responsável solidário pelas dívidas
da empresa. Neste caso, ele até poderá ser chamado a responder, em momento posterior, de forma
subsidiária, isto é, se o patrimônio dessas entidades for insuficiente para solver seus débitos.
A letra (b) está incorreta. São as autarquias que se dedicam a atividades típicas do Estado. As estatais podem
explorar atividade econômica em sentido estrito ou prestar serviços públicos.
A letra (c) está incorreta. As estatais exploradoras de atividade econômica em sentido estrito sujeitam-se ao
regime jurídico das empresas privadas, inclusive no tocante às obrigações civis, comerciais, trabalhistas e
tributários:
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos
direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;
A letra (d) está correta, pois as estatais submetem-se à fiscalização dos tribunais de contas, assim como todo
ente público.
A letra (e) está incorreta. As estatais seguem regime jurídico diverso dos entes da administração direta,
inclusive no tocante às licitações. As regras licitatórias a que se submetem as estatais estão previstas na Lei
13.303/2016 e, para a administração direta, na Lei 8.666/1993,
Gabarito (D)
83. CEBRASPE/ TCE-PA – Auditor de Controle Externo – Área Administrativa - Administração – 2016
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As empresas públicas, entidades dotadas de personalidade jurídica de direito privado, cuja criação é
autorizada por lei, possuem patrimônio próprio e podem ser unipessoais ou pluripessoais.
Comentários:
O que diferencia as empresas públicas (EP) das sociedades de economia mista é, principalmente, o fato de
seu capital pertencer integralmente ao poder público.
No entanto, o capital da EP pode pertencer exclusivamente à pessoa instituidora, quando será chamada de
unipessoal, ou seu capital, embora seja dominantemente da pessoa criadora, pode também estar sob
propriedade de outras pessoas administrativas, sendo considerada pluripessoal.
Gabarito (C)
Embora a sociedade de economia mista esteja vinculada aos fins definidos na lei que autorizou sua criação,
é possível a alteração de seus objetivos mediante ato do Poder Executivo, devidamente aprovado na forma
prevista em seus estatutos.
Comentários:
A afirmativa está incorreta. Os objetivos a estatal decorrem da finalidade que ensejou sua criação, a qual
está ligada ao princípio da especialização e não podem ser alterados por meio de ato infralegal. A finalidade
da atuação das entidades da administração indireta está submetida à reserva legal.
Gabarito (E)
A Constituição Federal, ao estabelecer as disposições gerais afetas à administração pública, fez menção às
sociedades de economia mista e às fundações.
Comentários:
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A letra (a) está correta. As sociedades de economia mista integram a administração indireta, bem como as
fundações públicas, as autarquias, as empresas públicas e os consórcios públicos.
A letra (b) está incorreta. As sociedades de economia mista são criadas mediante autorização legislativa
específica (artigo 37, XIX, da CF).
A letra (c) está incorreta. As fundações, mesmo públicas, não integram a administração direta – esta é
composta pelos entes políticos (União, estados, DF e municípios).
A letra (d) está incorreta. As fundações públicas são criadas mediante autorização legislativa específica,
cabendo à lei complementar definir as áreas de sua atuação (artigo 37, XIX, da CF).
A letra (e) está incorreta. As sociedades de economia mista e as fundações integram a administração indireta.
Gabarito (A)
b) empresa pública;
c) fundação pública;
Comentários:
As características apresentadas no enunciado correspondem ao conceito de empresa pública, uma vez que
tal entidade tem personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivamente
público. Além disso, executa “serviço público que possa ser explorado no modo empresarial”14 (no caso,
serviços de coleta, separação e destinação de lixo e entulhos no território municipal). Assim, a letra (b) está
correta.
A letra (a) está incorreta. A empresa estatal dependente é aquela que recebe do ente controlador recursos
financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral. Embora seja possível presumir
14
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. – 37. ed. –São Paulo: Malheiros, 2010, p. 67.
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que a estatal em questão irá receber recursos do município para custeio de suas atividades, o enunciado
nada mencionou a respeito.
A letra (c) está incorreta, já que a menção à capital afasta a caracterização da fundação pública. Além disso,
a fundação pública poderia ter personalidade jurídica de direito público.
A letra (d) está incorreta. A sociedade de economia mista não tem capital exclusivo do Estado, pois pode ter
participação acionária privada.
A letra (e) está incorreta. Uma “sociedade de propósito específico” é uma empresa criada com objetivo
específico e atuação restrita, normalmente com prazo determinado. Mas notem que em tal sociedade há
participação acionária privada.
Gabarito (B)
87. FCC/ TRT - 15ª Região (SP) - Técnico Judiciário – Área Administrativa – 2018
a) de autorização legislativa para instituição, no caso das sociedades de economia mista, cujo regime jurídico
típico de direito privado não afasta a necessidade de se submeter a determinadas regras e princípios
aplicáveis às pessoas jurídicas de direito público.
b) de lei para criação do ente, quando se tratar de empresas estatais de natureza jurídica típica de direito
privado, independente do objeto social, não se lhes aplicando o regime jurídico de direito público.
c) de lei autorizativa, no caso das autarquias, seguida de afetação de patrimônio e arquivamento de atos
constitutivos segundo a legislação civil vigente.
d) do arquivamento dos atos constitutivos no caso das autarquias, seguido de edição de Decreto
homologatório pelo Chefe do Executivo.
e) de lei autorizativa para criação de qualquer ente, independentemente da natureza jurídica, fazendo
constar como anexo do ato normativo os atos constitutivos da pessoa jurídica.
Comentários:
A letra (a) está correta. De fato, as sociedades de economia mista têm sua criação apenas autorizada em lei.
Além disso, o regime destas empresas não é integralmente privado. Mesmo quando exploram atividade
econômica em sentido estrito, estarão sujeitas a regras e princípios de direito público, falando-se, portanto,
em regime jurídico híbrido.
A letra (b) está incorreta. Em se tratando de estatais, a lei não cria diretamente a entidade, apenas autoriza
sua criação. Além disso, caso a estatal se dedique à prestação de serviços públicos, seu regime jurídico será
prevalentemente público.
As letras (c), (d) e (e) estão incorretas. No caso de autarquias, a lei já é suficiente para promover sua criação,
não dependendo de inscrição dos atos perante registros públicos. Relembrando:
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Gabarito (A)
88. FCC/ TRT - 2ª REGIÃO (SP) - Analista Judiciário – Área Judiciária - 2018
a) emite ato administrativo sempre que determina ou autoriza uma contratação, precedida ou não de
licitação.
b) tem sua atuação sujeita a controle externo exercido pelo Tribunal de Contas, que não detém poderes para
sustar os contratos administrativos que aquele subscrever em nome da empresa.
c) submete-se a concurso público para provimento do cargo efetivo que ocupa, que exige vínculo estatutário.
d) sujeita-se aos princípios que regem a Administração pública, mas não se enquadra no conceito de agente
público para fins de configuração de ato de improbidade administrativa.
e) está sujeito a controle externo e interno, em razão das funções que exerce em pessoa jurídica de direito
público, mas não incide em responsabilização por infração disciplinar ou por ato de improbidade.
Comentários:
Questão interessante, que cobrou detalhes sobre regras aplicáveis às estatais, muitas das quais serão
abordadas futuramente no nosso curso.
A letra (a) está incorreta. O dirigente de uma estatal apenas pratica “ato administrativo” quando atuar sob
regime de direito público (em geral nas suas atividade-meio). Ao atuar sob o regime de direito privado, não
há a emissão de atos administrativos. Dessa forma, quando o dirigente do Banco do Brasil, por exemplo,
autoriza a celebração de um contrato de seguro com um cliente, ele não está emitindo um ato
administrativo.
A letra (b) está correta. As estatais sujeitam-se ao controle exercido pelo Tribunal de Contas. No entanto,
em regra os Tribunais de Contas não têm o poder para determinar a um ente público a sustação de contratos
administrativos. Tratando-se de contrato, é o Congresso Nacional quem poderá promover a sustação:
CF, art. 71, § 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo
Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.
A letra (c) está incorreta. O regime de pessoal das sociedades de economia mista não é estatuário, e sim
celetista.
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A letra (d) está incorreta, pois o dirigente da estatal, ainda que seja exploradora de atividade econômica, é
enquadrado no conceito de “agente público”, detalhado em aula futura deste curso. Por oportuno, aproveito
para destacar o amplo conceito de “agente público” previsto na Lei de Improbidade Administrativa:
Lei 8.429/1992, art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que
exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação,
designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato,
cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior15.
A letra (e) está incorreta, pois a estatal é pessoa de direito privado. Além disso, o dirigente da estatal está
sim sujeito à responsabilização caso comete alguma infração disciplinar e também caso cometa ato de
improbidade administrativa.
Gabarito (B)
89. FCC/ TRT - 6ª Região (PE) - Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador Federal – 2018
a) observar a legislação civil e comercial aplicável à criação de empresas, exceto com relação ao capital, que
nos primeiros seis meses deve pertencer integralmente ao ente público que a criou.
b) ser precedida de autorização legislativa, o que a predicará com regime jurídico de direito público, inclusive
quanto a seus bens e obrigatoriedade de submissão a licitação para todos os ajustes e contratos que
celebrar.
c) ser autorizada em audiência pública a ser realizada para o setor econômico em que vai atuar, de forma a
serem colhidas eventuais impugnações quanto à concorrência desleal.
d) observar a legislação aplicável para instituição de empresas privadas, sem prejuízo de ter sido previamente
autorizada em lei, podendo ser prestadora de serviços públicos ou exploradora de atividade econômica.
e) ser feita por meio de lei, da qual constarão, como anexo, os atos constitutivos que deverão ser levados a
registro para regular funcionamento, e deverão prever o setor de atuação e o regime jurídico de exploração
da atividade.
15
Lei 8.429/1992, art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou
não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público
ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta
por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei.
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade praticados contra
o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão
público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos
de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção
patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.
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Comentários:
A letra (a) está incorreta, pois não existe esta obrigação legal de o capital pertencer “nos primeiros seis
meses (..) ao ente público que a criou”. No caso das sociedades de economia mista, o capital será formado
também por recursos de particulares. No caso de empresas públicas, será integralmente público.
A letra (b) está incorreta, pois as estatais, em regra, não seguem regime de direito público. Caso se dediquem
à exploração de atividade econômica em sentido estrito, seguirão regime essencialmente de direito privado.
Além disso, as estatais estão dispensadas de realizar licitação previamente à celebração de contratos
relacionados diretamente com suas atividades-fim:
Lei 13.303/2016, art. 28, § 3º São as empresas públicas e as sociedades de economia mista
dispensadas da observância dos dispositivos deste Capítulo [CAPÍTULO I - DAS LICITAÇÕES]
nas seguintes situações:
A letra (c) está incorreta. A criação da estatal depende de autorização proveniente do Poder Legislativo, na
forma de lei. A audiência pública não é meio hábil para autorizar a instituição de uma estatal.
A letra (d) está correta. A personalidade jurídica das estatais não surge automaticamente com a publicação
da lei específica. Assim como ocorre com as empresas privadas, é necessário inscrever os atos constitutivos
da estatal em um registro, a exemplo da Junta Comercial.
A letra (e) está incorreta. No caso das estatais, a lei apenas autoriza sua criação. Em um segundo momento
é que são elaborados seus atos constitutivos e, posteriormente, estes são devidamente inscritos em um
registro.
Gabarito (D)
Determinado Estado da Federação tem investido em diversos projetos de parceria com a iniciativa privada
para obras de infraestrutura, a fim de associar a expertise tecnológica e operacional do mercado, com a
desoneração dos cofres públicos dos investimentos necessários e para promover a criação de novos
empregos. Em razão disso, a Administração pública pretende criar uma pessoa jurídica integrante de sua
Administração indireta, cuja finalidade institucional seja o desenvolvimento e acompanhamento de diversos
projetos, realização de estudos, estruturação de sistema de garantias, bem como outras providências
específicas em matéria de parcerias. Essa solução poderia ser implementada mediante a
a) instituição de uma autarquia, cuja criação deve ser devidamente autorizada por lei e cuja gestão pode
admitir o regime jurídico de direito privado conforme o escopo de sua atuação, a exemplo do caso descrito.
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b) criação de uma empresa pública, pessoa jurídica de direito público, em razão da constituição de seu capital
social, mas que atua no mercado em regime de paridade com a iniciativa privada, conferindo a agilidade
necessária pela Administração pública.
c) instituição de uma empresa estatal, cujo regime jurídico é próprio das empresas privadas, fazendo constar
da finalidade institucional as atividades pretendidas pela Administração.
d) criação, por lei, de uma autarquia que, em razão de sua natureza jurídica de direito público, terá atuação
regida pelo direito público, ainda que seu escopo seja típico de atuação da iniciativa privada, como
pretendido pela Administração pública.
e) instituição de uma sociedade de economia mista, pessoa jurídica de direito privado, cujo controle do
capital pertence integralmente ao ente que a instituiu, sujeita ao regime de competição de mercado,
independentemente de seu objeto social e finalidade institucional.
Comentários:
A letra (a) está incorreta, pois autarquias sempre seguirão regime de direito público. Além disso, a criação
da autarquia se dá diretamente com a publicação da lei específica. Por fim, a autarquia se volta à execução
de atividades típicas do Estado, o que não ocorre no caso descrito.
A letra (b) está incorreta, pois empresa pública é pessoa de direito privado. Além disso, é questionável esta
“paridade com a iniciativa privada”, na medida em que o regime jurídico aplicável é híbrido, em regra. Ou
seja, o regime próprio das empresas privadas é parcialmente derrogado por normas de direito público,
reduzindo a agilidade destas empresas.
A letra (c) está correta. Quando exploradoras de atividade econômica, as estatais seguem regime jurídico
próprio das empresas privadas:
CF, art. 173, § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade
de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção
ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: (..)
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos
direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;
A letra (d) está incorreta. As autarquias não podem se dedicar a atividades típicas da iniciativa privada, mas
a atividades típicas do Estado.
A letra (e) está incorreta. A estatal estará sujeita ao regime de competição apenas quando seu objeto social
consistir na exploração de atividade econômica. Em outras palavras: nem sempre a estatal estará sujeita ao
regime de competição de mercado, pois também pode se dedicar à prestação de serviço público, inclusive
em regime de monopólio.
Gabarito (C)
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Uma empresa pública é proprietária de dois galpões onde armazenava o maquinário utilizado nas obras que
realizava. Esse maquinário, com o passar do tempo, foi substituído por itens mais modernos, de forma que
a empresa se desfez desses bens. Os galpões, dessa forma, ficaram vazios, o que levou a direção da empresa
a decidir alienar os imóveis para investimento do capital. Enquanto tramitava o processo interno para
autorização da alienação, os referidos bens foram penhorados em ações judiciais que tramitavam para
recebimento de dívidas não pagas. A empresa
a) pode impor ao juízo a impenhorabilidade de seus bens, tendo em vista que se trata de empresa pública
integrante da Administração direta e, como tal, prestante ao desempenho de serviços públicos.
b) pode prosseguir com o processo de autorização da alienação, tendo em vista que, em razão da
impenhorabilidade de seus bens, a penhora lavrada é nula e não produz efeitos.
c) não possui fundamento para alegar a impenhorabilidade de seus bens, em face de se tratar de pessoa
jurídica de direito privado e dos galpões estarem sem qualquer afetação à prestação de serviços públicos.
d) tem personalidade jurídica de direito privado, mas seus bens sujeitam-se a regime jurídico de direito
público, como forma de tutelar o erário público, tendo em vista que o ente público criador da empresa é seu
acionista majoritário.
e) tem personalidade jurídica de direito público, mas seus bens sujeitam-se a regime jurídico híbrido, de
forma que são impenhoráveis quando afetados à prestação de serviços públicos ou a alguma outra atividade
de interesse público.
Comentários:
A questão aborda a natureza dos bens de uma empresa pública. A este respeito, lembro que serão
impenhoráveis os bens de estatais que prestam serviços públicos, somente se (i) estiverem diretamente
ligados à prestação dos serviços ou (ii) se tratar de serviço essencial, próprio do Estado, em regime não
concorrencial.
Em relação ao enunciado, apesar de não ter ficado claro se a estatal é ou não prestadora de serviço público,
sabemos que os galpões estão vazios, de sorte que não são utilizados diretamente em prestação de serviço
público. Ou seja, não há afetação destes à prestação de serviços públicos. Além disso, não se mencionou ser
o caso de serviço essencial. Portanto, os galpões são bens penhoráveis.
A letra (a) está incorreta. A estatal integra a administração indireta. Além disso, tais bens da estatal não
possuirão privilégios do regime de bens públicos.
Pelo mesmo raciocínio, a letra (b) está incorreta e a letra (c), correta.
A letra (d) está incorreta, pois a sujeição dos bens das estatais a regime público é medida excepcional, que
não ocorre no presente caso.
A letra (e) está incorreta, pois empresa pública é pessoa de direito privado.
Gabarito (C)
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92. FCC/ SEGEP-MA – Auditor Fiscal da Receita Estadual – Administração Tributaria – 2016
Comentários: ==22c518==
Uma empresa pública e uma sociedade de economia mista, ambas dedicadas à atividade bancária e
controladas pelo mesmo ente político, decidem, por seus órgãos deliberativos competentes, promover
conjuntamente a criação de uma outra entidade, voltada a prestar serviços de tecnologia da informação
necessários à automação de suas respectivas atividades-fim. A previsão é de que tal entidade contará com a
participação de capital privado em sua composição acionária. Em vista de tais características, é certo tratar-
se de
b) consórcio público, na modalidade de direito privado, sendo que será constituído por contrato cuja
celebração dependerá da prévia subscrição de protocolo de intenções pelas entidades partícipes.
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c) sociedade em comandita por ações, sendo que as empresas estatais figurarão como sócios comanditados
e os eventuais acionistas privados serão os sócios comanditários.
d) agência executiva, visto que se trata de entidade com a finalidade específica de executar tarefas de forma
descentralizada.
e) sociedade subsidiária, sendo que sua criação depende de prévia autorização legislativa.
Comentários:
Como estamos diante da criação de uma outra empresa, por iniciativa de entidades administrativas (e não
do próprio ente federativo), trata-se de subsidiária de EP e de SEM.
A este respeito, a Constituição exige “autorização legislativa”, tanto para a criação de subsidiárias quanto
para a participação de EP/SEM em empresas já existentes:
CF, art. 37, XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias
das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer
delas em empresa privada;
Nesse sentido, aproveito para lembrar que o STF firmou entendimento16 de que a própria lei que criou a
EP/SEM poderá “se adiantar” e já autorizar que a estatal que está tendo sua criação autorizada, futuramente
crie subsidiárias:
Gabarito (E)
16
STF - ADI: 1649 DF, Relator: MAURÍCIO CORRÊA, Data de Julgamento: 24/03/2004, Tribunal Pleno,
Data de Publicação: DJ 28-05-2004 PP-00003 EMENT VOL-02153-02 PP-00204
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a) O monopólio estatal não se confunde com o serviço público, porque não se destina a satisfazer de modo
direito e imediatos direitos fundamentais.
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b) A utilização da cláusula do relevante interesse coletivo abriga decisões políticas, cuja satisfação possa ser
proporcionada pela atuação direta do Estado.
c) A União é titular das competências políticas e administrativas relacionadas com a promoção da segurança
nacional, para fins de intervenção no domínio econômico.
d) A administração pública ante o princípio da eficiência não pode participar como sócia, ainda que de modo
indireto de sociedade privada, a não ser que detenha seu controle.
“O Governador do Estado X pretende criar uma Agência Reguladora, entidade administrativa integrante da
administração indireta, para fiscalizar a prestação de serviço de transporte público de passageiros.” A
referida Agência Reguladora deve possuir algumas prerrogativas, dentre as quais:
Assinale se:
I. Segundo entendimento exarado pelo Supremo Tribunal Federal, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)
não é obrigada a realizar concurso público para admitir seus empregados.
PORQUE
II. A OAB é uma autarquia sui generis vinculada à administração pública indireta.
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III. Podem possuir bens alienáveis, como objeto de direito pessoal, ou real.
a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I, II e III.
e) I, apenas.
Analise a afirmativa a seguir. Integrando a administração pública com personalidade de direito público, a
________________ é criada, mediante descentralização administrativa, por lei, para execução de atividade
estatal típica.
a) Autarquia.
b) Empresa pública.
d) Secretaria de Estado.
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a) Presidência da República.
d) Câmara de Deputados.
a) decreto legislativo.
b) decreto presidencial.
c) lei interestadual.
d) lei específica.
e) autorização legislativa.
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II. A descentralização será posta em prática em três planos principais: a) dentro dos quadros da
Administração Federal, distinguindo-se claramente o nível de direção do de execução; b) da Administração
Federal das unidades federadas, quando estejam devidamente aparelhadas e mediante convênio; c) da
Administração Federal para a órbita privada, mediante contrato;
III. Em cada órgão da Administração Federal os serviços que compõem a estrutura central de direção devem
permanecer liberados das rotinas de execução e das tarefas de mera formalização de atos administrativos,
para que possam concentrar-se nas atividades de planejamento, supervisão, coordenação e controle;
IV. Para melhor desincumbir-se das tarefas de planejamento, coordenação, supervisão e controle e com o
objetivo de impedir o crescimento desmesurado da máquina administrativa, a Administração procurará
obrigar-se da realização material de tarefas executivas e legislativas,
recorrendo, sempre que possível, à execução direta, mediante contrato e licitações, desde que exista, na
área, iniciativa privada suficientemente desenvolvida e capacitada a desempenhar os encargos de execução;
De acordo com o Decreto-Lei 200, de 25 de fevereiro de 1967, as atividades da Administração Pública Federal
devem obedecer aos seguintes princípios fundamentais:
b) Em cada órgão da Administração Federal, os serviços que compõem a estrutura central de direção devem
permanecer liberados das rotinas de execução e das tarefas de mera formalização de atos administrativos,
para que possam concentrar-se nas atividades de planejamento, supervisão, coordenação e controle.
c) A coordenação será exercida em todos os níveis da administração, mediante a atuação das chefias
individuais, a realização sistemática de reuniões com a participação das chefias subordinadas e a instituição
e funcionamento de comissões de coordenação em cada nível administrativo.
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A Constituição de 1988 no seu artigo 37, XIX, define que somente por lei específica poderá ser criada
autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação,
cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação. Sobre as características das
autarquias podemos afirmar.
a) As autarquias são criadas por lei, tem personalidade jurídica pública, capacidade de autoadministração,
tem especialização dos fins ou atividades e está sujeita a controle ou tutela.
b) As autarquias dependem de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades
mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada.
d) As autarquias são criadas por lei, tem personalidade jurídica privada, não tem capacidade de
autoadministração, e não estão sujeitas a controle ou tutela.
A A Anvisa é um exemplo de agência reguladora que exerce Poder de Polícia, podendo impor limitações
administrativas.
B As decisões estabelecidas pelas agências reguladoras não podem ser alteradas pelo Poder Judiciário,
devido ao poder de dirimirem conflitos em última instância administrativa.
C O Princípio da Legalidade garante que os atos normativos das agências reguladoras não possam entrar em
conflito com normas constitucionais ou legais, mantendo dependência delas com relação ao Poder
Legislativo.
D Uma das atribuições dessas agências é a realização de procedimento licitatório para escolha de
concessionário.
E Em caso de autarquias de regime especial, os atos das agências reguladoras não podem ser revistos ou
alterados pelo Poder Executivo.
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15. CEBRASPE/ CGM de João Pessoa – PB – Técnico Municipal de Controle Interno – 2018
No processo de descentralização por serviço, em que o órgão passa a deter a titularidade e a execução do
serviço, ocorre
b) a sujeição do órgão descentralizado a controle — ou tutela —, exercido pelo poder central nos limites da
lei para assegurar certa independência ao órgão descentralizado.
c) o uso de patrimônio próprio pelo órgão descentralizado, bem como a sua não sujeição ao princípio da
especialização.
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Com relação à administração direta e indireta, centralizada e descentralizada, julgue o item a seguir.
Administração direta remete à ideia de administração centralizada, ao passo que administração indireta se
relaciona à noção de administração descentralizada.
19. CEBRASPE/ TRT - 7ª Região (CE) - Técnico Judiciário – Área Administrativa – 2017
Ao transferir, por contrato, a execução de atividade administrativa para uma pessoa jurídica de direito
privado, a União se utiliza do instituto da
a) desconcentração.
b) outorga.
c) descentralização.
d) concentração.
Em razão da grande demanda constitucional por sua atuação, o Estado, além de realizar suas atividades
administrativas de maneira direta, pode desenvolvê-las de modo indireto por meio de órgãos, agentes e
pessoas jurídicas. Nesse cenário da organização administrativa, podem ocorrer os processos de
desconcentração e descentralização do poder.
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c) O Estado pode exercer diretamente as atividades administrativas ou desenvolvê-las por meio de outros
agentes públicos, o que caracteriza a desconcentração.
d) A atividade administrativa exercida pelo próprio Estado ou pelo conjunto orgânico que o compõe é
chamada descentralizada.
e) Na centralização, o Estado atua indiretamente por meio dos seus órgãos, isto é, do conjunto orgânico que
o compõe, e dele não se distingue.
Em relação aos princípios da administração pública e à organização administrativa, julgue o item que se
segue.
Quando a União cria uma nova secretaria vinculada a um de seus ministérios para repassar a ela algumas de
suas atribuições, o ente federal descentraliza uma atividade administrativa a um ente personalizado.
O aspecto mais relevante que caracteriza a administração indireta é o fato de ela ser, ao mesmo tempo,
titular e executora de serviço público.
Acerca dos princípios fundamentais que regem a administração pública brasileira, julgue o item a seguir.
O Tribunal Regional Federal é órgão descentralizado da União que possui personalidade jurídica própria,
portanto compõe a administração pública indireta.
Conforme o Decreto n.º 7.556/2011, o INSS é uma autarquia federal vinculada ao MPS e tem por finalidade
promover o reconhecimento de direito ao recebimento de benefícios administrados pela previdência social,
assegurando agilidade e comodidade aos seus usuários e ampliação do controle social.
Considerando essa informação, julgue o item seguinte, acerca da administração direta e indireta.
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a) as entidades vinculadas ao ministério em cuja área de competência estiver enquadrada sua principal
atividade.
c) as autarquias.
e) as fundações públicas.
a) a Casa Civil.
c) as agências executivas.
Os órgãos não dotados de personalidade jurídica própria que exercem funções administrativas e integram a
União por desconcentração, componentes de uma hierarquia, fazem parte da administração direta.
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Órgão público é ente despersonalizado, razão por que lhe é defeso1, em qualquer hipótese, ser parte em
processo judicial, ainda que a sua atuação seja indispensável à defesa de suas prerrogativas institucionais.
Órgãos e entidades públicos, tanto da administração direta quanto da indireta, podem aumentar a sua
autonomia gerencial, orçamentária e financeira mediante contratos firmados, conforme previsão legal.
==22c518==
b) Entidades paraestatais são pessoas jurídicas de direito público, sem fins lucrativos, que exercem atividades
de interesse social e coletivo e, por isso, recebem incentivos do Estado.
c) A qualificação das entidades privadas sem fins lucrativos como organizações sociais dependem de
aprovação do Ministério da Justiça.
d) Os órgãos públicos não têm personalidade jurídica e podem integrar tanto a estrutura da administração
direta como a da administração indireta.
Julgue o próximo item acerca dos princípios administrativos e da responsabilidade dos agentes públicos.
A teoria do órgão, segundo a qual os atos e provimentos administrativos praticados por determinado agente
são imputados ao órgão por ele integrado, é reflexo importante do princípio da impessoalidade.
1
Defeso é sinônimo de proibido, vedado.
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De acordo com a Lei 13.303/2016, a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com
criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela União,
pelos estados, pelo Distrito Federal ou pelos municípios, é a
a) fundação
b) organização social
d) empresa pública
e) autarquia
As autarquias somente podem ser criadas mediante lei específica, enquanto empresas públicas, sociedades
de economia mista e fundações, que integram a administração indireta, podem ter sua criação autorizada
mediante decreto do presidente da República.
A empresa pública difere da sociedade de economia mista no que se refere à personalidade jurídica: aquela
é empresa estatal de direito privado, esta é de direito público.
Quando criadas como autarquias de regime especial, as agências reguladoras integram a administração
direta.
Fundações públicas são entidades da administração indireta dotadas de personalidade jurídica de direito
público.
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Assinale a opção correta, a respeito das autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e
empresas públicas.
a) A extinção das empresas públicas e das sociedades de economia mista somente pode ocorrer por meio de
lei autorizadora.
b) Poderá o Estado instituir fundações públicas quando pretender intervir no domínio econômico.
e) Tanto as sociedades de economia mista quanto as empresas públicas devem ter a forma de sociedades
anônimas.
Entidade administrativa, com personalidade jurídica de direito público, destinada a supervisionar e fiscalizar
o ensino superior, criada mediante lei específica,
O Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE/PI), cuja sede se encontra na capital do estado, integra a
administração
a) direta federal.
c) indireta estadual.
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A respeito da administração pública direta e indireta e de atos administrativos, julgue o item a seguir.
É defesa aos Poderes Judiciário e Legislativo a criação de entidades da administração indireta, como
autarquias e fundações públicas.
c) capacidade de autoadministração.
As agências reguladoras são autarquias em regime especial, o que lhes confere maior autonomia
administrativa e financeira, contudo, não possuem independência em relação aos Poderes Executivo,
Legislativo e Judiciário.
Determinado Município no interior do Estado de Santa Catarina, com o escopo de fomentar as ações de
fiscalização e tutela dos direitos das crianças e adolescentes de sua competência, dividiu a então Secretaria
Municipal de Educação em duas novas Secretarias:
II. a de Educação.
Essa distribuição interna de competências no âmbito de uma mesma pessoa jurídica (no caso, o Município),
mediante especialização interna, é chamada de:
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As agências reguladoras são entidades criadas com o objetivo de fiscalizar e regular atividades de serviços
público delegados a empresas privadas.
Acerca da forma de criação das agências reguladoras, é correto afirmar que são criadas por
a) descentralização.
b) desconcentração.
c) por permissão.
d) por autorização.
e) por concessão.
b) fundação privada que tem por objeto a capacitação e a atualização de profissionais na área da educação;
d) Câmara Municipal que tem função precípua de produzir legislação em nível municipal;
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A Câmara Municipal, na busca de aprimorar seu sistema de controle interno e atender ao princípio da
eficiência, subdividiu a gerência de controladoria e finanças em duas novas gerências, uma de controladoria,
outra de finanças.
II. Na desconcentração, uma entidade da administração indireta distribui competências entre diversos órgãos
de sua própria estrutura, a fim de tornar mais ágil e eficiente a prestação de serviços.
III. Na centralização, o Estado executa suas tarefas diretamente, por intermédio dos inúmeros órgãos e
agentes administrativos que compõem sua estrutura funcional.
a) II, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) I e III apenas.
e) II e III, apenas.
Quando o Estado recorre à edição de uma lei, no intuito de criar uma entidade e transferir determinado
serviço público para esta entidade, ocorrerá
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c) desconcentração.
d) controle finalístico.
e) divergência administrativa.
c) Na centralização o Estado executa suas tarefas diretamente, por intermédio dos inúmeros órgãos e
agentes administrativos que compõem sua estrutura funcional.
e) Na descentralização o Estado executa suas tarefas indiretamente, por meio da delegação de atividades a
outros órgãos despersonalizados dentro da estrutura interna da pessoa jurídica descentralizadora.
53. FGV/ Prefeitura de Salvador – BA – Técnico de Nível Superior II- Direito – 2017
O Governador do Estado “X” encaminhou à Assembleia Legislativa projeto de lei prevendo a criação de dois
órgãos públicos: o primeiro, a Superintendência de Serviços Públicos, pertencente à estrutura da Secretaria
de Estado de Governo; e o segundo, a Subsecretaria de Assuntos Turísticos, pertencente à Secretaria de
Estado de Desenvolvimento Regional.
a) descentralização administrativa.
c) poder normativo.
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e) desconcentração administrativa.
Centros de competência especializada dispostos na intimidade de uma pessoa jurídica, sem personalidade
jurídica e vontade próprias, com intenção de garantir a especialização nas atividades prestadas com maior
eficiência, são chamados pela doutrina de Direito Administrativo de:
a) órgãos, sejam da Administração Direta, sejam as entidades de direito público da Administração Indireta,
e somente podem ser criados ou extintos por meio de lei;
b) autarquias, que fazem parte da Administração Indireta, e somente podem ser criadas por meio de lei
específica, após regular processo legislativo;
c) fundações públicas, que fazem parte da Administração Indireta, e podem ser criadas por meio de qualquer
ato normativo;
d) entidades da Administração Indireta, que podem ser criadas por meio de qualquer ato normativo, após
regular processo administrativo ou legislativo;
e) entidades da Administração Direta, que somente podem ser criadas ou extintas por meio de lei, após
regular processo legislativo.
Sobre os órgãos da administração direta na Administração Pública brasileira, assinale a afirmativa correta.
c) Possuem personalidade própria e não estão diretamente ligadas ao chefe do Poder Executivo.
d) Estão vinculados a um ministério e muitos arrecadam recursos com a prestação de serviços ou venda de
produtos.
e) Executam ou prestam diferentes serviços de interesse público, com base em legislação particular.
Integra a Administração Pública Direta e exerce, de forma centralizada, atividade administrativa do Estado,
uma:
a) autarquia, que presta serviço público de guarda municipal para proteção de bens, serviços e instalações
municipais;
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b) fundação pública, que presta serviço público de segurança e inteligência de pessoas e bens, no âmbito do
Estado;
c) empresa pública, que presta serviço relacionado à atividade econômica e o lucro é repassado ao poder
público;
d) delegacia de polícia civil, que presta serviço público de apuração de infrações penais;
e) empresa concessionária de serviço, que presta serviço de transporte público coletivo intermunicipal.
A Lei nº 123/2018, do Estado Alfa, disciplinou a atuação de certo órgão público, composto por dez agentes,
que seria competente para definir, pelo voto da maioria dos seus membros, as políticas públicas a serem
adotadas em determinada área temática, as quais seriam necessariamente promovidas pelo Secretário de
Estado competente.
a) Esta teoria, também chamada de teoria da imputação, estabelece que a vontade manifestada pelo agente
público não é a vontade do órgão, mas a sua própria.
b) O Estado é a pessoa jurídica de direito público, e, dentro de seu organismo, cria órgãos despersonalizados,
dedicados a determinadas atividades administrativas.
c) A vontade do agente se imputa ao órgão ao qual pertence, mas não se imputa ao Estado.
d) Tecnicamente, o agente representa o órgão, pois a vontade que ali manifesta é a sua própria, em seu
nome, e não em nome do Estado.
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O Governador do Estado Alfa convocou reunião com os presidentes das autarquias, das sociedades de
economia mista e das empresas públicas, bem como com representantes das Secretarias de Estado e as
estruturas da Chefia de Gabinete da Casa Civil, e determinou, dentre outras coisas, que, a partir daquela
data, os entes da Administração Pública indireta com personalidade jurídica de direito público deveriam
apresentar dados quinzenais a respeito da atuação do respectivo ente.
À luz da sistemática constitucional, dentre os participantes da reunião, somente são alcançadas pela
determinação do Governador do Estado:
a) as autarquias;
c) as Secretarias de Estado;
e) as empresas públicas.
- Não são uma nova espécie de pessoa jurídica, distinta daquelas previstas na Constituição da República
como integrantes da Administração Pública.
- Trata-se apenas de uma qualificação que o poder público poderá conferir a determinadas entidades.
Assinale a opção que apresenta as entidades que podem receber tal qualificação.
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a) foi editada lei específica criando empresas públicas e sociedades de economia mista, que podem prestar
serviços públicos mas não integram a Administração indireta por possuírem natureza jurídica de direito
privado.
b) a Administração pública delegou integralmente suas competências e atribuições para os entes que
integram a Administração indireta.
c) foram constituídas pessoas jurídicas, integrantes da Administração indireta, às quais foram conferidas
atribuições originalmente de competência da Administração central.
d) foram criadas autarquias, fundações e empresas públicas, pessoas jurídicas dotadas de personalidade
jurídica própria e com natureza jurídica de direito público.
e) a Administração pública foi autorizada por lei ou decreto a criar, mediante lei específica, autarquias,
pessoas jurídicas de direito público que executam serviços públicos.
a) as empresas estatais devem ser constituídas sempre sob a forma de sociedades anônimas, regidas pela
legislação privada aplicada ao setor.
b) deverão divulgar documento com as políticas e práticas de governança corporativa, destinada não só à
Administração pública, mas ao público em geral.
c) as sociedades de economia mista não podem desempenhar papel distinto do que está descrito no objeto
do contrato, o que afasta o exercício do poder de tutela pela Administração pública.
d) as sociedades de economia mista devem observar critérios específicos para a nomeação de servidores,
não se compatibilizando com a regra de concurso público para contratação de servidores, especialmente
diretores.
e) os empregados das empresas estatais, contratados mediante concurso público, não podem ocupar
funções de direção, porque estas são privativas de servidores comissionados.
I. A empresa pública poderá lançar debêntures ou outros títulos ou valores mobiliários, conversíveis em
ações.
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II. A sociedade de economia mista poderá solucionar, mediante arbitragem, as divergências entre acionistas
e a sociedade, ou entre acionistas controladores e acionistas minoritários, nos termos previstos em seu
estatuto social.
III. A empresa pública e a sociedade de economia mista adotarão regras de estruturas e práticas de gestão
de riscos e controle interno que abranjam, entre outros aspectos, auditoria interna e Comitê de Auditoria
Estatutário.
IV. A constituição de empresa pública ou de sociedade de economia mista é livre, devendo apenas ser dada
ciência à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
a) I e II.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I, II e IV.
e) I, II e III.
64. FCC/ DPE-AM – Assistente Técnico de Defensoria – Assistente Técnico Administrativo – 2018
Considere que determinado Município do Estado do Amazonas entendeu por bem criar estruturas
despersonalizadas e regionalizadas, integrantes de sua Secretaria da Saúde, destinadas à dispensação de
medicamentos à população. A decisão considerou a grande dimensão territorial e densidade demográfica da
urbe, o que permitiu concluir que a partição de competências racionalizaria e tornaria mais adequada a
prestação do serviço público de saúde à população. As repartições regionalizadas em questão são exemplo
de
b) desconcentração, técnica por meio da qual a Administração cria órgãos destituídos de personalidade
jurídica, que compõem a hierarquia da Administração direta.
c) descentralização, técnica por meio da qual a Administração cria órgãos com personalidade jurídica própria,
que passam integrar sua Administração indireta.
d) relação desenvolvida com o denominado terceiro setor, que passa a integrar a Administração, gerindo
equipamentos públicos.
e) descentralização, técnica por meio da qual a Administração cria pessoas jurídicas com personalidade
jurídica própria, mas subordinadas hierarquicamente à Administração central.
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A estruturação da Administração pública em Administração direta e indireta traz implicações para o exercício
das atividades que devem ser disponibilizadas aos administrados, direta ou indiretamente. Para tanto,
a) as pessoas jurídicas que integram a Administração indireta são dotadas dos mesmos poderes típicos da
Administração indireta, a exemplo do poder de polícia, com a peculiaridade de que todos os aspectos de seu
exercício devem estar expressamente previstos em lei.
b) a Administração central remanesce exercendo o poder hierárquico sobre as pessoas jurídicas que
integram a Administração indireta, como forma de garantir o alinhamento do escopo institucional desses
entes com as diretrizes do Poder Executivo.
c) o poder normativo inerente ao Chefe do Poder Executivo não pode ser delegado aos entes que integram
a Administração indireta, independentemente da matéria ou da natureza jurídica dos mesmos, por se tratar
de competência exclusiva.
d) os entes que integram a Administração pública indireta ficam adstritos ao escopo institucional previsto
nas leis ou atos que os instituíram, cabendo à Administração Central o acompanhamento dessa atuação, no
regular exercício do poder de tutela, que não implica, contudo, ascendência hierárquica sobre os mesmos,
salvo expressa disposição nesse sentido.
e) a discricionariedade, inerente à atuação da Administração pública direta, não se estende aos entes que
integram a Administração pública indireta, cuja atuação deve vir prevista em lei, à exceção das agências
reguladoras, que exercem poder normativo autônomo.
a) quando constituídas sob a forma de autarquias, podem ter natureza jurídica de direito público ou privado,
podendo prestar serviços públicos com os mesmos poderes e prerrogativas que a Administração direta.
b) podem ter natureza jurídica de direito privado ou público, mas não estão habilitadas a desempenhar os
poderes típicos da Administração direta.
d) quando constituídas sob a forma de autarquias, possuem natureza jurídica de direito público, podendo
exercer poder de polícia na forma e limites que lhe tiverem sido atribuídos pela lei de criação.
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e) terão natureza jurídica de direito privado quando se tratar de empresas estatais, mas seus bens estão
sujeitos a regime jurídico de direito público, o que também se aplica no que concerne aos poderes da
Administração, que desempenham integralmente, especialmente poder de polícia.
Determinado ente federado pretende descentralizar serviço público de sua competência transferindo-o para
pessoa jurídica de direito público. Para tanto,
a) deverá criar por lei específica autarquia, que passará a integrar a Administração indireta do Estado.
b) poderá instituir autarquia ou empresa pública, ambas por lei autorizativa, devendo, no entanto, motivar
sua decisão.
c) deverá instituir por lei autarquia, que passará integrar a Administração direta do Estado.
d) poderá instituir autarquia, empresa pública ou sociedade de economia mista, a primeira por lei, as demais
por atos próprios, após a edição de lei autorizativa da instituição.
e) deverá criar por lei geral autarquia, que passará a integrar a Administração indireta do Estado.
O conceito de Administração pública pode ser estabelecido a partir do critério objetivo ou subjetivo.
Conforme esclarece Maria Sylvia Zanella di Pietro, pode-se definir Administração Pública, em sentido
subjetivo, como o conjunto de órgãos e pessoas jurídicas aos quais a lei atribui o exercício da função
administrativa do Estado. Nesse contexto, a atividade de organização da Administração pública pode
compreender a
a) extinção de órgãos públicos, como medida de reorganização administrativa e redução de custos, por ato
do Chefe do Executivo.
c) instituição, por lei específica, de empresa pública, como expressão da desconcentração por serviços.
d) extinção de cargos públicos, quando vagos, por ato do Chefe do Executivo, como medida de organização
e funcionamento da Administração.
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Conforme esclarece Maria Sylvia Zanella di Pietro, em sentido objetivo, a Administração Pública abrange as
atividades exercidas pelas pessoas jurídicas, órgãos e agentes incumbidos de atender concretamente às
necessidades coletivas; corresponde à função administrativa, atribuída preferencialmente aos órgãos do
Poder Executivo (In: Direito Administrativo, Atlas, 18. ed., p. 59).
Para o exercício da função administrativa, afigura-se necessária a distribuição de competências, o que é feito
mediante descentralização ou desconcentração, correspondendo esta última à
70. FCC/ TRT - 15ª Região (SP) - Analista Judiciário – Área Judiciária - Oficial de Justiça Avaliador Federal
As pessoas jurídicas que integram a Administração indireta, independentemente de sua natureza jurídica,
submetem-se aos princípios que regem a Administração pública. No que se refere à relação com a
Administração direta,
a) os entes que integram a Administração indireta possuem personalidade jurídica própria e são dotados de
autogestão e autoadministração, não obstante possa haver dependência financeira.
b) os atos editados pelas pessoas jurídicas de direito público que integram a Administração indireta sujeitam-
se à anulação ou revogação pela Administração Central, de ofício ou a pedido, como expressão do poder de
tutela.
c) as empresas estatais submetidas ao regime jurídico de direito privado não se sujeitam ao poder de tutela
da Administração central, sendo independentes administrativa, orçamentária e financeiramente.
e) as autarquias, como pessoas jurídicas de direito público, admitem a revisão de seus atos diretamente pela
Administração central, desde que seja constatado vício de legalidade ou desvio de finalidade, como
decorrência lógica do poder de tutela.
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a) da necessidade de serem criadas por lei, na qual estarão previstas todas as competências, obrigações e
escopo de atuação, não dependendo de outros atos para serem formalmente instituídas.
b) da submissão a regime jurídico de direito privado, ainda que possam contar com participação pública em
sua formação, como os consórcios públicos, as sociedades de economia mista, as fundações e as autarquias
especiais.
d) do controle externo a que se submetem, tal qual o exercido pelo Poder Judiciário e pelos Tribunais de
Contas, estes últimos que analisam critérios de legalidade dos atos e negócios da Administração, mas
também examinam aspectos de economicidade.
e) do regime de execução próprio, sujeito a expedição de precatórios a serem pagos em ordem cronológica,
respeitados os débitos de pequeno valor, dotados de preferência, a fim de aplicação do princípio da isonomia
em relação aos credores.
a) por meio de concurso público, para ocupação de cargos e empregos públicos, a depender da política
pública em vigor na época da contratação.
c) para empregos públicos para as chamadas funções meio, e cargos públicos para funções de confiança e os
demais casos.
d) pelo mesmo processo formal que os dispensa, com instauração de processo administrativo, célere e
informal, diferindo-se os pagamentos iniciais para fase posterior à efetivação dos funcionários.
e) por meio de concurso público, para ocupação de cargos públicos efetivos, admitindo-se o livre provimento
para ocupação de funções de confiança com as finalidades de chefia, direção e assessoramento.
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a) poder de tutela e permite a substituição de atos praticados pelos entes que integram a Administração
indireta que não estejam condizentes com o ordenamento jurídico.
b) poder de revisão dos atos, decorrente da análise de mérito do resultado, bem como em relação aos
estatutos ou legislação que criaram os entes que integram a Administração indireta.
c) controle finalístico, pois a Administração direta constitui a instância final de apreciação, para fins de
aprovação ou homologação, dos atos e recursos praticados e interpostos no âmbito da Administração
indireta.
d) poder de tutela, que não pressupõe hierarquia, mas apenas controle finalístico, que analisa a aderência
da atuação dos entes que integram a Administração indireta aos atos ou leis que os constituíram.
e) poder de autotutela, tendo em vista que a Administração indireta integra a Administração direta e, como
tal, compreende a revisão dos atos praticados pelos entes que a compõem quando não guardarem
fundamento com o escopo institucional previsto em seus atos constitutivos.
b) No desempenho das atividades inerentes a sua competência, os órgãos públicos atuam em nome da
pessoa jurídica de que fazem parte.
e) Os órgãos públicos são unidades de atuação integrantes apenas da estrutura da Administração direta, haja
vista que as unidades de atuação integrantes da estrutura da Administração indireta denominam-se
entidades.
a) foi editada lei específica criando empresas públicas e sociedades de economia mista, que podem prestar
serviços públicos mas não integram a Administração indireta por possuírem natureza jurídica de direito
privado.
b) a Administração pública delegou integralmente suas competências e atribuições para os entes que
integram a Administração indireta.
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c) foram constituídas pessoas jurídicas, integrantes da Administração indireta, às quais foram conferidas
atribuições originalmente de competência da Administração central.
d) foram criadas autarquias, fundações e empresas públicas, pessoas jurídicas dotadas de personalidade
jurídica própria e com natureza jurídica de direito público.
e) a Administração pública foi autorizada por lei ou decreto a criar, mediante lei específica, autarquias,
pessoas jurídicas de direito público que executam serviços públicos.
Estatais
76. CONSULPLAN - Cons Leg (CM BH) /CM BH/Administração Pública, Orçamento e Finanças/2018
II. A sociedade de economia mista pode se estruturar como sociedade anônima ou por cotas.
IV. Os Municípios podem participar de empresas privadas até o limite máximo de um terço do capital.
a) Um.
b) Dois.
c) Três.
d) Quatro.
A Constituição de 1988 no seu artigo 37, XIX, define que somente por lei específica poderá ser criada
autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação,
cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação. Sobre as características das
sociedades de economia mista podemos afirmar.
a) As Sociedades de economia mista dependem de autorização legislativa, são criadas por lei e tem
personalidade jurídica pública.
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c) As Sociedades de economia mista são criadas por lei, tem personalidade jurídica pública e não tem
capacidade de autoadministração.
d) As Sociedades de economia mista, são pessoas jurídicas de direito privado, autorizada por lei.
Assinale a opção que apresenta característica comum às sociedades de economia mista e às empresas
públicas.
c) Não precisam realizar procedimento licitatório, a fim de viabilizar a atuação no mercado competitivo.
Por ser dotada de personalidade jurídica de direito público e integrar a administração pública indireta, a
empresa pública não pode explorar atividade econômica.
Pessoa que tenha atuado, nos últimos trinta e seis meses, em trabalho vinculado a organização e realização
de campanha eleitoral não poderá ser indicado como administrador de empresa pública e sociedade de
economia mista.
a) O consórcio público poderá ter personalidade jurídica de direito público ou privado, sendo que, em ambas
as formas, terão de ser observadas as mesmas normas de direito público para o regime de pessoal.
b) É possível criar uma empresa pública com capital minoritário de sociedade de economia mista, desde que
a maioria do capital daquela pertença ao ente federativo que a instituir.
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d) Salvo os documentos e informações classificados como sigilosos pelas empresas públicas e sociedades de
economia mista, os órgãos de controle externo têm direito ao acesso irrestrito aos dados mantidos por
aquelas entidades.
e) As normas gerais sobre licitações e contratos administrativos devem ser aplicadas primariamente às
empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de serviços públicos.
Com base em lei específica estadual, foi autorizada a instituição da empresa X, pessoa jurídica sob a forma
de sociedade anônima, com controle acionário pertencente ao ente federativo estadual, para fins de
exploração de determinada atividade econômica de interesse coletivo.
a) a pessoa federativa a que estará vinculada a empresa X será solidariamente responsável pela solvência
dos débitos dessa empresa.
b) a empresa X deverá ser constituída como sociedade de economia mista, com personalidade jurídica de
direito privado, pertencente à administração indireta, à qual é delegada a titularidade de atividade típica do
Estado.
c) por se tratar de pessoa jurídica que exercerá atividade econômica, a empresa X submeter-se-á ao regime
jurídico próprio das empresas privadas, salvo em relação a obrigações trabalhistas e tributárias.
d) a empresa X submeter-se-á ao controle do tribunal de contas no que concerne aos bens, valores e
dinheiros públicos provenientes diretamente do ente público controlador.
e) a empresa X não poderá realizar contratações e licitações em regime diverso daquele previsto para a
administração direta.
83. CEBRASPE/ TCE-PA – Auditor de Controle Externo – Área Administrativa - Administração – 2016
As empresas públicas, entidades dotadas de personalidade jurídica de direito privado, cuja criação é
autorizada por lei, possuem patrimônio próprio e podem ser unipessoais ou pluripessoais.
Embora a sociedade de economia mista esteja vinculada aos fins definidos na lei que autorizou sua criação,
é possível a alteração de seus objetivos mediante ato do Poder Executivo, devidamente aprovado na forma
prevista em seus estatutos.
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A Constituição Federal, ao estabelecer as disposições gerais afetas à administração pública, fez menção às
sociedades de economia mista e às fundações.
b) empresa pública;
c) fundação pública;
87. FCC/ TRT - 15ª Região (SP) - Técnico Judiciário – Área Administrativa – 2018
a) de autorização legislativa para instituição, no caso das sociedades de economia mista, cujo regime jurídico
típico de direito privado não afasta a necessidade de se submeter a determinadas regras e princípios
aplicáveis às pessoas jurídicas de direito público.
b) de lei para criação do ente, quando se tratar de empresas estatais de natureza jurídica típica de direito
privado, independente do objeto social, não se lhes aplicando o regime jurídico de direito público.
c) de lei autorizativa, no caso das autarquias, seguida de afetação de patrimônio e arquivamento de atos
constitutivos segundo a legislação civil vigente.
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d) do arquivamento dos atos constitutivos no caso das autarquias, seguido de edição de Decreto
homologatório pelo Chefe do Executivo.
e) de lei autorizativa para criação de qualquer ente, independentemente da natureza jurídica, fazendo
constar como anexo do ato normativo os atos constitutivos da pessoa jurídica.
88. FCC/ TRT - 2ª REGIÃO (SP) - Analista Judiciário – Área Judiciária - 2018
a) emite ato administrativo sempre que determina ou autoriza uma contratação, precedida ou não de
licitação.
b) tem sua atuação sujeita a controle externo exercido pelo Tribunal de Contas, que não detém poderes para
sustar os contratos administrativos que aquele subscrever em nome da empresa.
c) submete-se a concurso público para provimento do cargo efetivo que ocupa, que exige vínculo estatutário.
d) sujeita-se aos princípios que regem a Administração pública, mas não se enquadra no conceito de agente
público para fins de configuração de ato de improbidade administrativa.
e) está sujeito a controle externo e interno, em razão das funções que exerce em pessoa jurídica de direito
público, mas não incide em responsabilização por infração disciplinar ou por ato de improbidade.
89. FCC/ TRT - 6ª Região (PE) - Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador Federal – 2018
a) observar a legislação civil e comercial aplicável à criação de empresas, exceto com relação ao capital, que
nos primeiros seis meses deve pertencer integralmente ao ente público que a criou.
b) ser precedida de autorização legislativa, o que a predicará com regime jurídico de direito público, inclusive
quanto a seus bens e obrigatoriedade de submissão a licitação para todos os ajustes e contratos que
celebrar.
c) ser autorizada em audiência pública a ser realizada para o setor econômico em que vai atuar, de forma a
serem colhidas eventuais impugnações quanto à concorrência desleal.
d) observar a legislação aplicável para instituição de empresas privadas, sem prejuízo de ter sido previamente
autorizada em lei, podendo ser prestadora de serviços públicos ou exploradora de atividade econômica.
e) ser feita por meio de lei, da qual constarão, como anexo, os atos constitutivos que deverão ser levados a
registro para regular funcionamento, e deverão prever o setor de atuação e o regime jurídico de exploração
da atividade.
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Determinado Estado da Federação tem investido em diversos projetos de parceria com a iniciativa privada
para obras de infraestrutura, a fim de associar a expertise tecnológica e operacional do mercado, com a
desoneração dos cofres públicos dos investimentos necessários e para promover a criação de novos
empregos. Em razão disso, a Administração pública pretende criar uma pessoa jurídica integrante de sua
Administração indireta, cuja finalidade institucional seja o desenvolvimento e acompanhamento de diversos
projetos, realização de estudos, estruturação de sistema de garantias, bem como outras providências
específicas em matéria de parcerias. Essa solução poderia ser implementada mediante a
a) instituição de uma autarquia, cuja criação deve ser devidamente autorizada por lei e cuja gestão pode
admitir o regime jurídico de direito privado conforme o escopo de sua atuação, a exemplo do caso descrito.
b) criação de uma empresa pública, pessoa jurídica de direito público, em razão da constituição de seu capital
social, mas que atua no mercado em regime de paridade com a iniciativa privada, conferindo a agilidade
necessária pela Administração pública.
c) instituição de uma empresa estatal, cujo regime jurídico é próprio das empresas privadas, fazendo constar
da finalidade institucional as atividades pretendidas pela Administração.
d) criação, por lei, de uma autarquia que, em razão de sua natureza jurídica de direito público, terá atuação
regida pelo direito público, ainda que seu escopo seja típico de atuação da iniciativa privada, como
pretendido pela Administração pública.
e) instituição de uma sociedade de economia mista, pessoa jurídica de direito privado, cujo controle do
capital pertence integralmente ao ente que a instituiu, sujeita ao regime de competição de mercado,
independentemente de seu objeto social e finalidade institucional.
Uma empresa pública é proprietária de dois galpões onde armazenava o maquinário utilizado nas obras que
realizava. Esse maquinário, com o passar do tempo, foi substituído por itens mais modernos, de forma que
a empresa se desfez desses bens. Os galpões, dessa forma, ficaram vazios, o que levou a direção da empresa
a decidir alienar os imóveis para investimento do capital. Enquanto tramitava o processo interno para
autorização da alienação, os referidos bens foram penhorados em ações judiciais que tramitavam para
recebimento de dívidas não pagas. A empresa
a) pode impor ao juízo a impenhorabilidade de seus bens, tendo em vista que se trata de empresa pública
integrante da Administração direta e, como tal, prestante ao desempenho de serviços públicos.
b) pode prosseguir com o processo de autorização da alienação, tendo em vista que, em razão da
impenhorabilidade de seus bens, a penhora lavrada é nula e não produz efeitos.
c) não possui fundamento para alegar a impenhorabilidade de seus bens, em face de se tratar de pessoa
jurídica de direito privado e dos galpões estarem sem qualquer afetação à prestação de serviços públicos.
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d) tem personalidade jurídica de direito privado, mas seus bens sujeitam-se a regime jurídico de direito
público, como forma de tutelar o erário público, tendo em vista que o ente público criador da empresa é seu
acionista majoritário.
e) tem personalidade jurídica de direito público, mas seus bens sujeitam-se a regime jurídico híbrido, de
forma que são impenhoráveis quando afetados à prestação de serviços públicos ou a alguma outra atividade
de interesse público.
92. FCC/ SEGEP-MA – Auditor Fiscal da Receita Estadual – Administração Tributaria – 2016
Uma empresa pública e uma sociedade de economia mista, ambas dedicadas à atividade bancária e
controladas pelo mesmo ente político, decidem, por seus órgãos deliberativos competentes, promover
conjuntamente a criação de uma outra entidade, voltada a prestar serviços de tecnologia da informação
necessários à automação de suas respectivas atividades-fim. A previsão é de que tal entidade contará com a
participação de capital privado em sua composição acionária. Em vista de tais características, é certo tratar-
se de
b) consórcio público, na modalidade de direito privado, sendo que será constituído por contrato cuja
celebração dependerá da prévia subscrição de protocolo de intenções pelas entidades partícipes.
c) sociedade em comandita por ações, sendo que as empresas estatais figurarão como sócios comanditados
e os eventuais acionistas privados serão os sócios comanditários.
d) agência executiva, visto que se trata de entidade com a finalidade específica de executar tarefas de forma
descentralizada.
e) sociedade subsidiária, sendo que sua criação depende de prévia autorização legislativa
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GABARITOS
1. C 32. D 63. B
2. D 33. C 64. B
3. A 34. D 65. D
4. C 35. E 66. D
5. C 36. E 67. A
6. A 37. E 68. D
7. B 38. E 69. B
8. D 39. A 70. C
9. C 40. C 71. D
10. D 41. A 72. E
11. D 42. E 73. D
12. A 43. C 74. B
13. B 44. C 75. C
14. E 45. C 76. A
15. E 46. D 77. D
16. B 47. A 78. B
17. C 48. E 79. E
18. C 49. D 80. C
19. C 50. E 81. B
20. A 51. B 82. D
21. E 52. C 83. C
22. E 53. E 84. E
23. C 54. A 85. A
24. E 55. B 86. B
25. C 56. D 87. A
26. D 57. B 88. B
27. C 58. B 89. D
28. A 59. A 90. C
29. C 60. A 91. C
30. E 61. C 92. D
31. C 62. B 93. E
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