0% acharam este documento útil (0 voto)
216 visualizações30 páginas

Resumo Terapêutica

O documento discute as normas para prescrição de medicamentos e receitas médicas, incluindo os tipos de receitas, como preencher corretamente uma receita e quais medicamentos requerem receitas especiais. Também discute a profilaxia da endocardite bacteriana na odontologia.
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
0% acharam este documento útil (0 voto)
216 visualizações30 páginas

Resumo Terapêutica

O documento discute as normas para prescrição de medicamentos e receitas médicas, incluindo os tipos de receitas, como preencher corretamente uma receita e quais medicamentos requerem receitas especiais. Também discute a profilaxia da endocardite bacteriana na odontologia.
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 30

Terapêutica (aula 1):

NORMAS DE RECEITUÁRIO E NOTIFICAÇÃO DE RECEITA

A prescrição medicamentosa é uma ordem escrita dirigida ao farmacêutico, definindo como o fármaco deve
ser fornecido ao paciente, e a este, determinando as condições em que o fármaco deve ser utilizado.
Pressupõem conhecimento de farmacologia, quanto a ações, usos e esquemas de administração de drogas.

NORMAS GERAIS:
*Escrita à tinta, em letra de forma, legível e sem rasuras;
*Não se deve usar abreviaturas;
*Usar receituário específico para fármacos controlados: formulário retido na farmácia, as instruções devem
ser restritas para o paciente em receituário comum;
*Deve ser assinada claramente e acompanhada de carimbo;
*Atenção na grafia de zeros ou números com vírgula, para evitar erros grosseiros de dosagem;
*Validade de 30 dias, a contar da data de emissão.

PARTES DA PRESCRIÇÃO:
-CABEÇALHO: impresso: nome, endereço, registro profissional, CPF, especialidade;
-SUPERINSCRIÇÃO: nome e endereço do paciente, idade e seguido por “uso interno” ou ”uso externo”.
-INSCRIÇÃO: nome do fármaco, forma farmacêutica e concentração.
-SUBINSCRIÇÃO: designa a quantidade total a ser fornecida; para fármacos de uso controlado, deve ser
expressa em algarismos arábicos, escrito por extenso, entre parênteses.
-TRANSCRIÇÃO: orientações do profissional para o paciente.
-DATA E ASSINATURA.

Quais medicamentos o cirurgião-dentista pode prescrever?


Qualquer um (industrializados ou formulações magistrais), desde que seja para uso odontológico.

NOME GENÉRICO:
É a determinação de um princípio ativo ou fármaco, adotada pelo Ministério da Saúde ou, em sua ausência,
a Denominação Comum Internacional, recomendada pela OMS.

ESPECIALIDADE FARMACÊUTICA: É o nome comercial ou “nome fantasia” de um fármaco, registrado


no Ministério da Saúde.

MEDICAMENTO GENÉRICO: é a cópia fiel dos medicamentos de referência. Apresenta a mesma eficácia,
comprovada por testes de biodisponibilidade e bioequivalência, realizados por laboratórios conveniados com
o Ministério de Saúde.

A embalagem comercial do medicamento genérico não pode apresentar nome fantasia, devendo exibir
apenas o nome genérico do medicamente. Além disso deve conter a frase impressa: “Medicamento genérico
– Lei 9787/99”

TESTE DE BIODISPONIBILIDADE: se refere à velocidade e extensão pelas quais um fármaco é absorvido


a partir de uma forma farmacêutica e se torna disponível no sítio de ação.

TESTE DE BIOEQUIVALÊNCIA: demonstra a equivalência entre produtos apresentados sob a mesma


forma farmacêutica, contendo idêntica composição qualitativa e quantitativa do princípio ativo, e que
tenham comparável biodisponibilidade.

Exemplos:
Medicamento original ou de referência: Amoxil, Valium, Cataflam, Novalgina.
Nome genérico (princípio ativo): Amoxicilina, Diazepam, Diclofenaco potássico, Dipirona sódica
MEDICAMENTOS SIMILARES: contém o mesmo ou os mesmos princípios ativos, apresenta mesma
concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica, e que é
equivalente ao medicamento registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária.
Podem diferir somente em características relativas ao tamanho e forma do produto, prazo de validade,
embalagem, rotulagem, excipientes e veículo, devendo sempre ser identificado por nome comercial ou
marca.
Para registro a obrigatoriedade de apresentação de testes de biodisponibilidade e bioequivalência.

A RECEITA:
*Orienta a dosagem e a posologia adequada do(s) medicamento(s), garantindo os benefícios de sua
administração;
*Limita a automedicação, que pode induzir ao hábito ou vicio;
*Permite incluir as precauções ou orientações com relação ao uso do(s) medicamento(s);
*Instrumento legal nos casos de uso indevido dos medicamentos ou erro na manipulação.

RECEITA COMUM
*Medicamentos industrializados
*Formulações marginais
Deve ser escrita:
-De modo legível
-Por extenso
-À tinta
-Sem rasura

A não compreensão da prescrição pediátrica relaciona-se:


-Baixo nível socioeconômico/cultural do acompanhante;
-Utilização de símbolos e abreviaturas;
-Letra ilegível e orientações fornecidas apenas verbalmente.

FORMULAÇÕES MAGISTRAIS: são indicadas quando se quer selecionar os medicamentos, quantidades e


formas farmacêuticas, para que sejam preparadas em FARMÁCIA DE MANIPULAÇÃO. Exemplos:
digluconato de clorexidina, fluoreto de sódio, hidróxido de cálcio.

Observações importantes:
-As prescrições por cirurgiões-dentistas só poderão ser feitas quando para uso odontológico.
-Não deixar espaço em branco entre a orientação e assinatura do profissional.
-Feita a prescrição solicitar ao paciente a leitura da mesma para esclarecer alguma dúvida.
-Fazer a prescrição com cópia, solicitando ao paciente que faça uma rubrica em ambas as vias, arquivando
uma delas no prontuário clínico.

TIPOS DE RECEITA:

Receita comum: prescrição de especialidades farmacêuticas ou quando se deseja selecionar fármacos ou


outras substâncias, quantidades e formas farmacêuticas para manipulação em farmácias.
Receita de controle especial: substitui a antiga receita carbonada. É utilizada na prescrição de medicamentos
à base de substâncias sujeitas a controle especial, de acordo com a Portaria 344/98, de 12 de maio de 1998,
da Secretaria de Vigilância Sanitária.
-Substâncias de uso controlado, a receita deve ser retida pelo farmacêutico, devendo portanto ser emitida
pelo cirurgião dentista em duas vias.
-Validade de 30 dias, a partir da data de sua emissão, e a quantidade máxima que pode ser prescrita é para 60
dias de tratamento, o que praticamente não se aplica à Odontologia.
-Cada receita poderá conter no máximo três medicamentos diferentes.

Quais medicamentos devem ser prescritos por meio da receita de controle especial?
O cirurgião-dentista poderá receitar drogas contidas na lista B1 da portaria 344/98 (psicotrópicos), desde que
para uso odontológico, devendo a receita comum ir acompanhada da Notificação de Receita do Tipo B, de
cor azul, com validade de 30 dias. Na prática Odontológica, esta conduta se aplica quase que exclusivamente
à prescrição de ansiolíticos do grupo dos benzodiazepínicos.

Medicamentos de uso odontológico sujeitos à Receita de Controle Especial


ANALGÉSICOS NARCÓTICOS (em que a quantidade não exceda 100 miligramas por unidade posológica)
Codeína (Tylex)
Dextropropoxifeno (Doloxene-A)
Tramadol (Sylador, Tramal)

ANSIOLÍTICOS E SEDATIVOS
Buspirona (Ansitec, Buspar)
Levomepromazina (Neozine)
Periciazina (Neuleptil)
ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS (empregados em subdoses)
Amitriptilina (Tryptanol)

NOTIFICAÇÕES DE RECEITA
Tipo A (amarela): Entorpecentes e psicotrópicos
Tipo B (azul): psicotrópicos e anorexígenos
Tipo C (branca): retinóides e imunossupressores

Obtenção da Notificação de receita do tipo B


É um documento personalizado e intransferível
Comparecer à Vigilância Sanitária do município onde trabalha levando:
-Carteira do Conselho de Classe
-Comprovante de pagamento da anuidade do Conselho de Classe
-RG e CPF
-Comprovante de endereço comercial e residencial
-Alvará de saúde atualizado (no caso de pessoa jurídica)
-O profissional munido com a autorização da impressão pela VISA deverá providenciar a requisição da
impressão do talonário de notificação de receita tipo B em uma gráfica autorizada, seguindo o modelo
presente na portaria nº 344/98.
Art. 1°. Esta resolução estabelece os critérios para a embalagem, rotulagem, dispensação e controle de
medicamentos à base de substâncias classificadas como antimicrobianos, conforme lista constante do Anexo
a esta Resolução, de uso sob prescrição, isoladas ou em associação.
Parágrafo único. A dispensação de medicamentos contendo substâncias listadas no Anexo a esta resolução,
isolados ou em associação, fica sujeita à retenção de receita e escrituração em farmácias e drogarias, nos
termos desta resolução.
Art. 2°. A dispensação de medicamentos à base de antimicrobianos de venda sob prescrição somente poderá
ser efetuada mediante receita de controle especial, sendo a 1° via retida no estabelecimento farmacêutico e a
2° via devolvida ao paciente, atestado, como comprovante de atendimento.

A RDC 61, publicada em 22/12/10 alterou o anexo da norma anterior, incluindo na relação mais 26
princípios ativos e 5 substâncias foram retiradas da lista, entre elas griseolfuvina e nistatina.

Terapêutica (aula 2):

PROFILAXIA DA ENDOCARDITE BACTERIANA NA CLÍNICA ODONTOLÓGICA

Iniciada por uma bacteremia, a Endocardite Bacteriana é uma infecção do endocárdio (geralmente valvar),
mas pode acometer outras estruturas do coração: endocárdio das comunicações interventriculares e próteses
valvares:
-Rara
-Sequelas graves
-Às vezes óbito

O processo inicia-se pela deposição de plaquetas e de fibrina no local, colonização bacteriana e formação de
vegetações com posterior disseminação da infecção por via sanguínea (bacteremia).

RECOMENDAÇÕES DA AHA PARA PREVENÇÃO DA ENDOCARDITE BACTERIANA


Profilaxia é recomendada - pacientes de alto risco
*Valvas cardíacas protéticas ou material protético para reparo valva.
*Paciente com doença cardíaca congênita:
-Cardiopatia congênita cianogênica não corrigida;
-Cardiopatia congênita corrigida com material protético;
-Cardiopatia congênita corrigida evoluiu com defeito residual impedindo nova epitelização;
*Paciente com história prévia de endocardite infecciosa;
*Valvopatia adquirida em paciente transplantado cardíaco.

PROFILAXIA NÃO É RECOMENDADA


Condições de risco mínimo
*Defeito septo atrial secundum isolado
*Correção cirúrgica de defeito septo atrial, ventricular ou ducto arterial permanente (sem resíduo após 6
meses0
*Cirurgia prévia de derivação de artéria coronária
*Prolapso de valva mitral sem regurgitação valvar
*Murmúrios (sopros) cardíacos fisiológicos ou funcionais
*Doença de Kawasaki prévia sem disfunção pulmonar
*Febre reumática prévia
*Marca-passos cardíacos e desfibriladores implantados

Higiene bucal ou periodontal inadequada, infecções periapicais, periodontais e da mucosa bucal podem
produzir bacteremia transitória mesmo na ausência de procedimentos odontológicos.
A incidência e a magnitude das bactérias

grau de inflamação ou infecção


PROTOCOLO ATUAL DE PROFILAXIA DA EB
Adulto:
Amoxicilina 2g em dose única, por via oral, 1 hora antes do procedimento.
Criança:
Amoxicilina 50 mg/kg de peso em dose única, por via oral, 1 hora antes do procedimento.

Alérgicos à penicilina:
Adultos:
Clindamicina 600mg
Azitromicina 500mg
Por via oral, numa única dose, 1 hora antes do procedimento.
Crianças:
Azitromicina 15 mg/kg de peso
Claritromicina 15 mg/kg de peso
Por via oral, numa única dose, 1 hora antes do procedimento.

Pacientes incapazes de fazer o uso de medicamentos via oral:


Adultos:
Ampicilina 2g por via intravenosa ou intramuscular, 30 minutos antes do procedimento.
Crianças:
Ampicilina 50 mg/kg de peso por via intramuscular ou intravenosa, 30 minutos antes do procedimento.
Alérgicos à penicilina:
Adultos:
Clindamicina 600mg por via intravenosa, 30 minutos antes da intervenção.
Crianças:
Clindamicina 20mg/kg de peso por via intravenosa, 30 minutos antes da intervenção.

Desdentados totais podem desenvolver endocardite bacteriana?


Sim. Podem desenvolver bacteremia transitória por meio de ulcerações traumáticas, causadas principalmente
por próteses totais mal adaptadas.

Colocação de piercings bucais é fator de risco para endocardite bacteriana?


Na mucosa labial, na língua ou freio lingual cria oportunidade para as bactérias penetrarem na circulação
sanguínea, podendo chegar ao coração. A chance é maior para sujeitos de alto risco para endocardite
bacteriana.

E se o médico do paciente exige a profilaxia antibiótica antes de qualquer procedimento odontológico?


Se o CD julgar que o grau de risco do paciente para a EB e o tipo de procedimento odontológico a ser
realizado não justifica o uso profilático de ATB, deverá expressar sua opinião ao médico que atende o
paciente, caso contrário deve sugerir que o próprio médico assuma responsabilidade da prescrição.

O CD deve avaliar os riscos e os benefícios antes de prescrever ATB, na tentativa de diminuir o seu uso de
forma indiscriminada e desnecessária.

Quais os microrganismos da microbiota bucal são associados com a etiologia da EB?


Estreptococos e estafilococos causam a maior parte de todos os casos de EB: aderem mais facilmente às
superfícies do que outras bactérias e por estarem presentes na pele e nas mucosas.
Estudos apontam uma maior taxa de incidência de estreptococos que de estafilococos.

Outros apontam que S. aureus são a causa mais comum.

De maior interesse para o CD são as de origem periodontal como A. actinomycetemcomitans entre outros
patógenos.

Como os ATB agem para prevenir a ocorrência da endocardite bacteriana?


Ocorre não pela eliminação ou diminuição da bacteremia transitória, mas pela diminuição da adesão das
bactérias às valvas cardíacas ou pela inibição da multiplicação bacteriana quando já aderidos.

O uso profilático de ATB é garantia de que não ocorrerá a EB?


Não existem evidências que comprovem que a profilaxia com penicilina poderia ou não prevenir a EB em
humanos.
Considerando uma taxa de eficácia de 49%, um estudo Holandês indicou que a profilaxia antibiótica poderia
prevenir apenas 5 casos de EB por ano naquele país.

Quais os sinais e sintomas da EB?


-Fadiga
-Febre baixa (37,2 a 38,3 graus)
-Perda de peso
-Sudorese
-Dores nas articulações
Não cabe ao CD diagnosticar a EB. A identificação de um ou mais sinais e sintomas da doença, encaminhar
o paciente para avaliação cardiológica imediata.

É possível fazer a profilaxia da EB por meio da aplicação local de substâncias antimicrobianas?


É aconselhável usar soluções de clorexidina ou de iodo povidine, antes de procedimentos odontológicos em
pacientes com risco de desenvolver a EB para diminuir o número de bactérias na boca.
Complemento à profilaxia antibiótica por via sistêmica.

O que deve ser feito quando o plano de tratamento de um paciente susceptível à EB exigir várias sessões de
atendimento?
-Uso repetitivo profilaxia ATB
-Seleção estreptococcus bucais resistentes
-Intervalo de 9 a 14 dias entre as seções, nas quais o uso estiver indicado: pode evitar a seleção de bactérias
resistentes.

O paciente já se encontra sob tratamento com ATB, por ordem médica ou odontológica. Qual deve ser a
conduta?
Se estiver tomando um ATB normalmente empregado para profilaxia EB (amoxicilina), selecionar um
fármaco de outro grupo, como a clindamicina ou azitromicina, ao invés de aumentar a dose do ATB em uso.

Em pacientes sob tratamento de doença periodontal com o uso concomitante de Tetraciclina, suspender a
medicação por 3 ou 4 dias antes do dia agendado para um procedimento, e instituir a profilaxia com
amoxicilina.

Quando um paciente cardiopata de alto risco para endocardite for portador de periodontite agressiva,
colonizada pelo A. actinomycetemcomitans, como deve ser feita a profilaxia ATB?
*Administração sistêmica de Doxiciclina 100mg por 14 dias.
*Protocolo profilático convencional contra o S. viridans antes de cada procedimento que cause bacteremia
significativa.

No atendimento de um paciente de risco para a EB, basta administrar o ATB antes da intervenção que cause
bacteremia?
*Realizar o maior número de procedimentos sob uma mesma cobertura ATB.
*Bochecho com digluconato de clorexidina 0,2%, 1 minuto antes da sessão.
*Certificar-se que o paciente tomou a dose do ATB.
*Estabelecer normas rígidas de antissepsia.
*Evitar ao máximo os traumatismos gengivais desnecessários.

Endocardite infecciosa e profilaxia antibiótica: um assunto que permanece controverso para a Odontologia.
OBJETIVO: esta comunicação busca repensar as condutas aplicadas na clínica odontológica, observando
aspectos importantes na prescrição do antibiótico e minimizando o uso da profilaxia antibiótica para
procedimentos odontológicos.
CONCLUSÃO: o cuidado com a saúde bucal e o controle do biofilme dental devem ser os primeiros passos
na prevenção da endocardite infecciosa, de origem odontogênica.

Abordagem odontológica de pacientes com risco de endocardite: um estudo de intervenção


OBJETIVO: determinar a percepção dos CD da ESF/Campina Grande na abordagem de pacientes com risco
de endocardite bacteriana.
METODOLOGIA: estudo de intervenção “antes e após”. 33 profissionais, questionário 6 questões,
aplicados antes e após palestra informativa após 30 dias.
RESULTADOS: os cirurgiões-dentistas tinham conhecimento do conceito de endocardite, sendo este
elevado após palestra. A porcentagem de CD que interage com os médicos foi alta e não se alterou após a
palestra. O regime profilático foi descrito corretamente, nas duas etapas da pesquisa por 39,4% e 90,9%. As
condições necessárias para a administração de antimicrobianos foi elevada de 48,5% para 90%, no segundo
questionamento.
CONCLUSÃO: a palestra aumentou o conhecimento dos cirurgiões-dentistas sobre o tema; a universidade
deve promover educação continuada contribuindo para a resolução de nós críticos vivenciados pelos
serviços locais de saúde.
CONCLUSÃO: a profilaxia antibiótica para endocardite bacteriana deve se restringir aos pacientes
odontológicos com alto risco para a doença, como os portadores de próteses valvares cardíacas ou que
apresentam história prévia de endocardite bacteriana, após trocas de informações com médico especialista.

Terapêutica (aula 3):

USO DE MEDICAMENTOS NA PREVENÇÃO E CONTROLE DA DOR

“A dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada a uma injúria tecidual ou outro tipo
de injúria”. (Internacional Association for the Study of Pain).

A dor de origem dental ou de seus anexos quase sempre é de caráter inflamatório agudo.

Na clínica odontológica, a dor invariavelmente é de caráter inflamatório e classifica-se em:


1) Aguda - quando de curta duração.
2) Crônica - de curso mais prolongado, em geral relacionada a certos distúrbios da ATM.

PROCEDIMENTOS POUCO INVASIVOS:


Exodontias não complicadas ou pequenas cirurgias de tecido mole, a resposta inflamatória é mínima,
autolimitada. Nesses casos o paciente acusa apenas certo desconforto ou dor de intensidade leve: prescrever
analgésico de ação periférica.

INTERVENÇÕES CIRÚRGICAS MAIS COMPLEXAS:


Remoção de terceiros molares mandibulares inclusos, cirurgias periodontais ou implantodônticas, o
traumatismo tecidual é mais intenso, gerando hiperalgesia persistente e edema: prescrever analgésicos de
ação periférica ou central e antiinflamatório.

TIPOS DE REGIMES ANALGÉSICOS:


1) Analgesia preemptiva:
Obtida antes de qualquer lesão tecidual com o intuito de prevenir a sensibilização periférica e central
(Kaczmarzyk et al., 2010).
Tem como objetivo diminuir a dor provocada pela cirurgia, tanto no trans-operatório como no pós-operatório
(Graper & Tramer, 2007).

2) Analgesia preventiva:
Obtida pelo uso do analgésico após a lesão tecidual, tendo início ao final da intervenção, mas antes do
surgimento da sensação dolorosa (Dionne, 2000).
A primeira dose do fármaco é administrada ao final do procedimento, seguida pelas doses de manutenção no
período pós-operatório em curto prazo.

3) analgesia multimodal:
Utilização de dois ou mais fármacos que atuam por diferentes mecanismos de ação para proporcionar a
analgesia e produz poucos efeitos colaterais em comparação com altas doses do único medicamento (Crews,
2002).
Pode agir tanto preemptiva como preventivamente.

CLASSIFICAÇÃO DOS AI E ANALGÉSICOS:


1) FÁRMACOS QUE INIBEM A SÍNTESE DA COX
1.1) Inibidores não seletivos para a COX2
Nome Genérico Nome Comercial
Ibuprofeno Advil®
Cetoprofeno Profenid®
Diclofenaco Potássico Cataflan®
Cetorolaco Toragesic®
Piroxicam Feldene®
Tenoxicam Tilatil®

1.2) Inibidores seletivos para a COX2


Nome Genérico Nome Comercial
Etoricoxibe Arcoxia®
Celecoxibe Celebra®
Meloxicam Movatec®
Nimesulida Nisulid®

QUANDO E COMO EMPREGAR OS AINES


Indicados para o controle da dor aguda de intensidade moderada a severa, no período pós-operatório de
intervenções odontológicas eletivas:
-Exodontias de inclusos;
-Cirurgias periodontais;
-Colocação implantes múltiplos,
-Procedimentos de enxertia óssea.

QUANDO E COMO EMPREGAR OS AINES


Regime mais eficaz é o de analgesia preventiva, introduzido imediatamente após a lesão tecidual, antes do
início da sensação dolorosa.

A primeira dose é administrada ao final do procedimento, seguida das doses de manutenção por curto
período de tempo.

O intervalo entre as doses são estabelecidos pela meia vida plasmática de cada medicamento.

Principais AINES utilizados na clínica odontológica em adultos


Nome genérico Nome comercial Dose Intervalo
Cetorolaco Toragesic® 10 mg 8h
Diclofenaco Cataflan® 50 mg 8h
Ibuprofeno Advil® 400-600 mg 8h
Nimesulida Nisulid® 100 mg 12 h
Cetoprofeno Profenid® 150 mg 24 h
Piroxicam Feldene® 20 mg 24 h
Tenoxicam Tilatil® 20 mg 24 h
Meloxicam Movatec® 15 mg 24 h
Celecoxibe Celebra® 200 mg 24 h
Etoricoxibe Arcoxia® 60-90 mg 24 h

USO EM CRIANÇAS:
O ibuprofeno é o único AINE aprovado para o uso em crianças segundo o FDA.

No Brasil, o ibuprofeno é agora distribuído na rede pública, em substituição ao diclofenaco e nimesulida que
não são mais indicado para crianças segundo a ANVISA.

Solução oral “gotas” com 50 mg/mL: 1 gota/Kg/peso.

DURAÇÃO DO TRATAMENTO
A dor decorrente de procedimentos odontológicos cirúrgicos eletivos perdura, em geral por um período de
24 horas, com pico de intensidade entre 6 a 8 horas e o edema atinge o seu ápice após 36 horas (Seymour et
al., 1985):período máximo de 48 a 72 horas

Se o paciente acusar dor intensa ou exacerbação do edema após este período, agendar nova consulta para
reavaliação do quadro clínico.

PRECAUÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES
-Ação analgésica e antiinflamatória dos IS COX2 não é superior aos INS COX2;
-Usar coxibes exclusivamente em pacientes com risco aumentado de sangramento do TGI, sem risco de
doença cardiovascular;
-Não há estudos que demonstrem a segurança de utilização dos IS COX2 em menores de 18 anos;
-Prescrição de IS COX2 usar a menor dose efetiva pelo menor período de tempo necessário.
-Contraindicado o uso de IS COX2 em pacientes que fazem uso de antiagregantes plaquetários (aspirina e
clopidrogrel) ;
-Uso de piroxicam e ibuprofeno com varfarina pode potencializar o efeito anticoagulante – hemorragia;
-Uso AINES com AH pode ppt um ↑ de brusco de PA (captopril, enalapril, HCTZ e furosemida);
-Evitar uso de IS COX2 em pacientes com história de infarto do miocárido, angina ou stents pelo risco ↑ de
trombose – idosos;
-Os AINES podem causar retenção de água e sódio, ↓ TFG e ↑ da PA – idosos.

2) FÁRMACOS QUE INIBEM A AÇÃO DA FOSFOLIPASE A2


Corticosteróides:
-Betametasona (Celestone®),
-Dexametasona (Decadron®),
-Triancinolona (Omcilon A®)

QUANDO E COMO EMPREGAR OS CORTICÓIDES


De forma similar aos AINES são indicados para prevenir a hiperalgesia e o edema inflamatório decorrentes
de intervenções odontológicas eletivas: exodontias de inclusos; cirurgias periodontais; colocação implantes
múltiplos, procedimentos de enxertia óssea.

QUANDO E COMO EMPREGAR OS CORTICÓIDES


Regime mais eficaz é o de analgesia preemptiva, introduzido antes da lesão tecidual.

A dexametasona ou a betametasona são os fármacos de escolha, pela maior potência antiinflamatória, 25


vezes maior que a hidrocortisona e maior meia-vida plasmática = maior duração de ação.

Em adultos, a dose é, em geral, de 4 a 8 mg, administrada 1 hora antes do início da intervenção (dose única).

USO EM CRIANÇAS
No caso de intervenções mais invasivas, solução oral gotas de betametasona (0,5 mg/ml), 1 gota/Kg/peso
corporal, em dose única, 1 hora antes do procedimento.

QUANDO EMPREGADOS POR TEMPO RESTRITO, MESMO EM DOSES MACIÇAS, SÃO


PRATICAMENTE DESPROVIDOS DE EFEITOS COLATERAIS DE REAL SIGNIFICÂNCIA CLÍNICA.

CORTICÓIDES X AINES - CRITÉRIOS DE ESCOLHA


1) Corticóides em dose única/tempo restrito, isentos ef. colaterais;
2) AINES c/ raras exceções não são efetivos em dose única;
3) Corticóides em dose única não interfere na hemostasia;
4) Corticóides possuem ação antialérgica;
5) Corticóides atuam preferencialmente em COX2;
6) Esquema dose única pré-opoeratório é mais prático q/ AINES;
7) Relação custo/benefício é muito menor;
8) AINES são drogas recentes/ñ se conhecendo efeitos colaterais, os corticoides são empregados
clinicamente desde 1950.

CONTRA-INDICAÇÕES:
1) portadores de doenças fúngicas sistêmicas;
2) portadores de herpes simples ocular;
3) pacientes com histórico de doenças psicóticas;
4) portadores de tuberculose ou histórico da doença;
5) hipersensibilidade à droga.

USO COM PRECAUÇÃO:


1) gestantes ou nutrizes;
2) diabéticos, hipertensos, cardiopatas, úlcera péptica ativa;
3) portadores de infecções bacterianas agudas disseminadas;

3) DROGAS DEPRIMEM DIRETAMENTE O NOCICEPTOR:


3.1) Dipirona sódica (Novalgina®) Dipirona magnésica (Magnopyrol®)
↓ estado hiperalgesia persistente , bloqueando a entrada de Ca++ e ↓ os níveis de AMPc nas terminações
nervosas.
Indicada no controle da dor pós-operatória de intensidade leve a moderada, em adultos e crianças.
Não exerce efeito antiinflamatório por não inibir a síntese de prostaglandinas e outros mediadores.

3) DROGAS DEPRIMEM DIRETAMENTE O NOCICEPTOR:


3.2) Diclofenaco sódico (Voltaren®) Diclofenaco potássico (Cataflan®)
Age de duas formas: prevenindo a sensibilização dos nociceptores pela inibição da COX e deprimindo sua
atividade após estarem sensibilizados (Tonussi & Ferreira, 1994; Ferreira, 2002).

USO CLÍNICO DOS ANALGÉSICOS


Os rotineiramente empregados são a dipirona e o paracetamol. Como alternativa pode-se utilizar o
ibuprofeno (200 mg em adultos) que possui ação analgésica similar à dipirona, sem praticamente efeito
antiinflamatório.
Utilizar por períodos curtos: 24 a 48 horas para controlar a dor de baixa intensidade.

CONSIDERAÇÕES SOBRE O USO DA DIPIRONA


-Por via parenteral administrar com cuidado em pacientes com PAS < 100 mm Hg;
-Evitar nos 3 primeiros meses e últimas 6 semanas da gravidez;
-Evitar em hipersensíveis aos derivados da pirazolona, porfiria hepática ou deficiência congênita da
G6P-desidrogenase;
-Evitar em pacientes com história de anemia ou leucopenia.

CONSIDERAÇÕES SOBRE O USO DO PARACETAMOL


-Seguro para gestantes e lactantes;
-Hepatotóxico, doses máximas em adultos 3,25 g diárias;
-Evitar uso com álcool e estolato de eritromicina;
-Contraindicado em pacientes que utilizam varfarina sódica por ↑ efeito anticoagulante e provocar
hemorragia;
-Evitar em pacientes alérgicos ou alergia aos sulfitos (solução gotas contém metabissulfito de sódio).

CONSIDERAÇÕES SOBRE O USO DO IBUPROFENO


-Contraindicado em pacientes com gastrite ou úlcera péptica, HA ou doença renal;
-Evitar em pacientes com história de alergia ao AAS (ácido acetil salicílico), alergia cruzada.

OPIÓIDES FRACOS:
-Codeína e Tramadol para dores moderadas a intensas, que não respondem ao tratamento com outros
analgésicos.
-Tramadol tem ação 1 hora após administração de uma dose de 50 mg, e não indicado para menores de 16
anos, pela falta de estudo clínicos controlados.

EFEITOS ADVERSOS:
-Náuseas, constipação intestinal, vômito, alterações do humor, sonolência e depressão respiratória limitam a
utilização em larga escala.
-Utilizar com cautela em idosos, debilitados, insuficiência hepática e renal, hipertrofia prostática e
portadores de depressão respiratória.
DOSES PARA ADULTOS:
Nome Genérico Nome comercial Dose usual Intervalo
Dipirona Novalgina® 500 mg a 1 g 4h
Paracetamol Tylenol® 500-750 mg 6h
Ibuprofeno Advil® 200 mg 6h
Paracetamol + codeína Tylex® 500 mg paracetamol +30 mg codeína 6h
Tramadol Tramal® 50 mg 8h

DOSES PARA CRIANÇAS:


-Dipirona (solução oral “gotas” com 500 mg/mL): 0,5-1 gota/ Kg/peso.
-Paracetamol (solução oral “gotas” com 200 mg/mL): 1 gota/Kg/peso.
-Ibuprofeno (solução oral “gotas” com 50 mg/mL): 1 gota/Kg/peso.
-Codeína e tramadol: não são recomendados para crianças.

Terapêutica (aula 4)

USO DE MEDICAMENTO NO CONTROLE DA ANSIEDADE

“A ansiedade é um importante, se não o maior componente de estresse dos pacientes no consultório


odontológico”

O medo adquirido na infância pode persistir e influenciar o comportamento na idade adulta (Milgrom &
Weinstein, 1993).

A cronologia das experiências desagradáveis ocorrem amplamente no final da infância e adolescência


(Liddell & Gosse, 1998).

A análise da ansiedade tem permitido o desenvolvimento de uma variedade de medidas, a maioria delas se
dá através de questionários.

ESCALA DE CORAH
I. Se você tivesse que se submeter à uma cirurgia bucal amanhã, como se sentiria?
a. ( ) tudo bem, não me importaria - [1]
b. ( ) ficaria ligeiramente preocupado(a) - [2]
c. ( ) sentiria um maior desconforto - [3]
d. ( ) estaria com medo do que pudesse acontecer - [4]
e. ( ) ficaria apreensivo(a) e não iria nem dormir direito - [5]

II. Quando você se encontra na sala de espera do consultório, esperando ser chamado pelo dentista, como se
sente?
a. ( ) tranqüilo(a) e relaxado(a) - [1]
b. ( ) um pouco desconfortável - [2]
c. ( ) tenso(a) – [3]
d. ( ) ansioso(a) ou com medo – [4]
e. ( ) tão ansioso(a) ou com medo que começo a suar e me sentir mal – [5]

III. Quando você já se encontra na cadeira do dentista aguardando que ele comece a fazer a anestesia, como
se sente?
a. ( ) tranqüilo(a) e relaxado(a) - [1]
b. ( ) um pouco desconfortável - [2]
c. ( ) tenso(a) – [3]
d. ( ) ansioso(a) ou com medo – [4]
e. ( ) tão ansioso(a) ou com medo que começo a suar e me sentir mal – [5]
IV. Imagine que você já esteja anestesiado. Enquanto aguarda o dentista pegar os instrumentos para começar
uma cirurgia gengival, como se sente?
a. ( ) tranqüilo(a) e relaxado(a) - [1]
b. ( ) um pouco desconfortável - [2]
c. ( ) tenso(a) – [3]
d. ( ) ansioso(a) ou com medo – [4]
e. ( ) tão ansioso(a) ou com medo que começo a suar e me sentir mal – [5]

Até 5 pontos: muito pouco ansioso


De 6 a 10 pontos: levemente ansioso
De 11 a 15 pontos: moderadamente ansioso
De 16 a 20 pontos: extremamente ansioso

O álcool etílico é a droga mais usada para evitar a ansiedade, entretanto não deve ser utilizado como
medicamento no contexto de tratamentos clássicos (Armonia et al., 2001).

FATORES QUE GERAM ANSIEDADE NA CLÍNICA ODONTOLÓGICA


-Experiências negativas do próprio paciente em consultas anteriores
-Intercorrências negativas relatadas por parentes ou amigos
-Visão do operador paramentado
-Visão do instrumental
-O ato da anestesia local
-Visão de sangue, que pode levar ao desmaio
-Vibrações e sons provocados pelos motores ou turbinas
-Comportamentos ríspidos ou movimentos bruscos do profissional
-Sensação inesperada de dor

IDENTIFICANDO O PACIENTE ANSIOSO


-Dilatação pupilar;
-Palidez da pele;
-Transpiração excessiva;
-Hiperventilação;
-↑ PA;
-↑ FC.

COMO CONTROLAR A ANSIEDADE DO PACIENTE?


Os métodos de controle da ansiedade podem ser farmacológicos e não farmacológicos.

1) Não Farmacológicos:
A verbalização (iatrossedação) é a conduta básica, que pode ser associada a técnicas de relaxamento
muscular ou de condicionamento psicológico.
Métodos de distração através se sons ou imagens para relaxar e distrair a atenção do paciente também são
utilizados.

2) Farmacológicos:
Quando os métodos anteriores não são suficientes o bastante para controlar a ansiedade e o medo do
paciente, deve-se lançar mão de métodos farmacológicos de sedação como medida complementar, desde a
sedação mínima até a anestesia geral.

GRAUS DE SEDAÇÃO
1) Sedação Mínima
Discreta depressão do nível de consciência, produzida por método farmacológico, que não afeta a habilidade
do paciente de respirar de forma automática e independente e de responder de maneira apropriada à
estimulação física e ao comando verbal (ADA, 2007).

SEDAÇÃO MÍNIMA
1.1 – Benzodiazepínicos são os ansiolíticos mais empregados por via oral, pela eficácia, boa margem de
segurança clínica e facilidade posológica.
1.2 – Inalação da mistura de óxido nitroso (N2O) e oxigênio (O2), técnica administrada por
cirurgião-dentista habilitado.
1.3 – Fitoterápicos por via oral:
1.3.1 Valleriana officinalis: 100 mg em dose única 1 hora antes dos procedimentos cirúrgicos;
1.3.2 Passiflora incarnata: 500 mg 90 minutos antes da cirurgia.
BENZODIAZEPÍNICOS

Grande margem de segurança clínica


Doses usuais ................. Doses tóxicas
Antagonista: Flumazenil (Lanexat®)

VANTAGENS DO USO
-Paciente mais cooperativo;
-Redução do fluxo salivar
-Atenuação do reflexo do vômito;
-Emprego em menor volume de AL;
-Aumento do limiar da dor;
-Amnésia anterógrada.

QUANDO EMPREGAR?
-Quando não é possível controlar a ansiedade através de outros métodos;
-Nas intervenções mais invasivas, como cirurgias e drenagens de abscessos (MPA).

USAR COM PREUCAÇÃO


-Gravidez ou lactação;
-Insuficiência respiratória;
-Doença hepática ou renal.
Fazer contato com o médico que trata do paciente.

NÃO PRESCREVER
-Portadores de miastenia gravis;
-Dependentes do álcool ou outras drogas
-Depressoras do SNC;
-Alergia aos benzodiazepínicos;
-Gestantes 1º trimestre e ao final da gestação.

CUIDADOS ADICIONAIS
-Necessidade de acompanhante;
-Dirigir veículos ou operar máquinas;
-Evitar o uso concomitante de álcool.

REAÇÕES ADVERSAS
(mais associadas ao uso crônico)

EFEITO PARADOXAL
(mais comum em idosos e crianças)

Apesar da ↓ toxicidade podem apresentar:


-Exantema cutâneo;
-Náuseas;
-Cefaléia;
-Potencialização do efeito do álcool;
-↓ desempenho no trabalho;
-↓ capacidade de dirigir;

*Dependência física e/ou psicológica;


-Efeito paradoxal;
-Formação de metabólitos ativos;
-Efeito residual.

BENZODIAZEPÍNICOS
Nome genérico Referência Doses
Diazepam Valium® 5 a 10 mg
Alprazolam Frontal® 0,5 a 0,75 mg
Midazolam Dormonid® 7,5 a 15 mg
Lorazepam* Lorax® 1 a 2 mg
* 1ª opção a pacientes com idade acima de 65 anos

BENZODIAZEPÍNICOS
Forma de administração
1 comprimido antes do atendimento
Midazolam 30 minutos
Diazepam 45 a 60 minutos
Alprazolam 45 a 60 minutos
Lorazepam 2 horas

SEDAÇÃO EM JOVENS E ADULTOS


Como os procedimentos odontológicos, em média, não ultrapassam 60 minutos, o midazolam é o fármaco de
escolha, pelo rápido início de ação (30 minutos) e menor duração do efeito ansiolítico (1 - 2 horas).
Dose de 7,5 mg trinta minutos antes do procedimento.

Por apresentar menor incidência de efeitos paradoxais ou amnésia anterógrada, o alprazolam se constitui
numa boa alternativa (Mancuso et al., 2004).
Dose de 0,5 mg 45 a 60 minutos antes do procedimento.

SEDAÇÃO EM CRIANÇAS
Apenas o midazolam e o diazepam são atualmente recomendados para o uso em crianças. Ambos
apresentam vantagens sobre outros agentes sedativos como a prometazina, a hidroxina e o hidrato de cloral
(Shapira et al., 2004).

Midazolam é o fármaco de escolha para procedimentos de curta duração em crianças, sendo bastante
utilizado nesta especialidade (Uldum et al., 2008).
Dose de 0,25 a 0,5 mg/Kg de peso corporal.

SEDAÇÃO EM IDOSOS
Lorazepam é o fármaco de escolha, produz menor incidência de efeito paradoxal e a desvantagem é o tempo
necessário para o início do efeito, de 1 a 2 horas.
Dose de 1 mg 2 horas antes dos procedimentos cirúrgicos.

MISTURA DE ÓXIDO NITROSO E OXIGÊNIO


Indicada para pacientes que apresentam doença cardiovascular ou distúrbios convulsivos, devido à constante
suplementação de oxigênio que a mistura proporciona (Franz-Montan et al., 2010).

Apresenta certa limitação no caso de procedimentos cirúrgicos mais complexos na região anterior da maxila,
pela colocação da máscara facial.

Contraindicações:
Respiradores bucais;
Obstrução nasal;
Portadores de DPOC (enfisema, bronquite severa);
Infecções respiratórias agudas;
Quimioterapia com bleomicina: desenvolvimento de fibrose pulmonar.

MISTURA DE ÓXIDO NITROSO E OXIGÊNIO


Vantagens:
-Tempo curto para atingir sedação e para recuperação do paciente;
-Muitas vezes se dispensa o acompanhante;
-Gases administrados de forma incremental e individualizada;
-Duração e intensidade da sedação são controladas pelo profissional;
-Administração constante de O2 (mínimo 30%).

Desvantagens:
-Investimento inicial: equipamento e curso teórico-prático.

FITOTERÁPICOS
A Valeriana officinalis está presente em muitos produtos fitoterápicos com propriedades ansiolíticas e
hipnóticas e não apresentam os efeitos colaterais comuns aos BZD.

A Passiflora incarnata já foi testada como pré-medicação anestésica e demonstrou reduzir a ansiedade sem
induzir sedação em pacientes ambulatoriais.

VALERIANA X BENZODIAZEPÍNICOS
-Não potencializa efeitos do álcool e nem dos depressores do SNC
-Não interfere na capacidade de dirigir e operar máquinas;
-Não causa dependência física e/ou psíquica;
-Reações adversas ocasionais.

REAÇÕES ADVERSAS
-Queimação retro-external;
-Dispepsia;
-Diarréia;
-Reações alérgicas cutâneas;
-Taquicardia e insônia. (RARAS).

PACIENTES QUE REQUEREM CUIDADOS ADICIONAIS

É grande o número de pacientes portadores de doenças sistêmicas (insuficiência cardíaca, hipertireoidismo)


que procuram tratamento odontológico de rotina e que precisam de um cuidado especial. Se o paciente for
controlado você vai saber durante a anamnese e este não leva risco para o tratamento odontológico, no
entanto, se esse não for o caso, alguns cuidados devem ser tomados. Logo, o conhecimento de medicina oral
leva a um atendimento com maior segurança

HIPERTIREOIDISMO
# Presença no sangue de quantidades excessivas de hormônio da tireoide, que se manifesta por
intensificação da atividade metabólica do organismo, aumento do volume da tireoide, emagrecimento,
taquicardia e outros sintomas
Hipertireoidismo não controlado – É absolutamente contra-indicado anestésicos locais vasoconstritores
adrenérgicos (aminas adrenérgicas). Eles vão produzir efeito alfa1 (aumento da pressão arterial) e beta
(aumento da frequência cardíaca, da força, velocidade de condução e consequentemente aumento do
consumo de oxigênio). Isso só acontece em altas doses, ou quando tem injeção intravascular e o
medicamento entra em contato direto com vasos sanguíneos (que pode ser evitado ao fazer o refluxo e
analisar se há saída de sangue na hora da aplicação).
Hipertireoidismo controlado – Pode tomar o A.L. com vasoconstritores (Epinefrina=Adrenalina ou
felipressina). Tendo o limite de 2 tubetes anestésicos.
Quando o paciente precisa receber um AL que não seja vasoconstritor, pode-se usar a felipressina – ela não é
uma amina adrenérgica como a Adrenalina e a noradrenalina, assim não atuam em receptores alfa e beta. A
única desvantagem dela em relação a adrenalina é que o tempo de ação é menor, dá menos vasoconstrição.
# Qualquer paciente que for descontrolado com hipertensão ou insuficiência cardíaca tem que fazer um
encaminhamento médico, que o médico retorna com esse paciente. Pois, eles não podem receber A.L. com
vasoconstritor devido os efeitos Alfa e Beta que estes causam, piorando o quadro do paciente.

FEOCROMOCITOMA
É um tumor malígno das células cromafins da medula adrenal que produzem catecolaminas (aminas
adrenérgicas), começa a ter uma produção de adrenalina e noradrenalina descontrolada. E como
consequência tem o aumento da pressão arterial e se não controlada leva ao óbito por edema pulmonar,
fibrilação ventricular ou AVE (Acidente vascular encefálico).
Para eles também são contra-indicado soluções de Anestésicos locais com vasoconstritores adrenérgicos
devido os efeitos destes nos receptores Alfa e Beta (Adrenalina (alfa 1 e 2, beta 1 e 2), noradrenalina (alfa,
mas principalmente em beta 1 e 2) e Levonordefrina)

SENSIBILIDADE AOS SULFITOS


O bissulfito e o metabissulfito de sódio são agentes antioxidantes dos vasoconstritores adrenérgicos,
contidos nas soluções de A.L. de uso odontológico (são conservantes).
Em pacientes sensíveis a estes medicamentos podem provocar sérias reações adversas, como reações
anafilactóides, são reações de antígenos-anticorpos, porém são mais brandas – diferente de reação anafilática
que do tipo 1(imediata) ocorre até em 30 segundos e pode levar ao edema de glote e morte.
Cuidado especial com pacientes asmáticos, pois eles têm mais probabilidade de apresentarem reações a
outros tipos de substâncias (reação alérgica cruzada) especialmente os dependentes de corticosteróides,
então se a pessoa for asmático e usar corticoide frequentemente evitar o uso de vasoconstritores
adrenérgicos.
Logo se utiliza para esses pacientes vasoconstritores não adrenérgicos, ou anestésicos locais que não tenham
vasoconsritores, o que pode infelizmente diminuir o tempo de duração da anestesia.

PACIENTE IDOSO
Na clínica é mais fácil de encontrar tais pacientes, principalmente os idosos. Devido a maior expectativa de
vida atualmente.
Polifarmácia: Hoje os idosos acabam fazendo uso de diversos medicamentos o que é conhecido como
polimedicação (antes se usava o termo polifarmácia – várias farmácias). Assim, é importante saber as
interações medicamentosas.
É comum entre os idosos terem vários tipos de medicamentos para um mesmo problema, pois eles vão em
diversos especialistas. Além disso, tem a automedicação. E tudo isso pode levar a: Interações
medicamentosas / Modificações orgânica / Presença de patologias / Alterações farmacocinéticas (mecanismo
de absorção, interação e excreção). O que acaba dificultando o regime terapêutico ideal.
Período de atendimento e duração das sessões: É mais interessante está tratando os idoso no segundo
período da manhã (10h) e no início da tarde, sessões de curta duração (50’) para evitar o estresse, quanto
mais estressado mais dor sente, pois tem a liberação de cortisol e de adrenalina levando a aumento da
pressão arterial e o risco aumentado de infarto.
# Risco de Acidente vascular encefálico é maior no início do período da manhã, ainda maior naqueles com
histórico anterior da doença
Uso de medicamentos
● Benzodiazepínicos (sedativos hipnóticos): são usados antes do tratamento, para pacientes ansiosos - São
ansiolítico e hipnóticos, servem para sedar o paciente, produzir sono e equilibrar a ansiedade. Deve ser
evitado em idosos e crianças devido ao seu efeito paradoxal que ao invés de diminuir a ansiedade pode
estimula-la.
Então para idosos é utilizado o Lorazepam como Medicação Pré-Anestésica (MPA), dose única de 1 ou 2
mg, duas horas antes intervenção e Midazolan para crianças
● Anestésicos Locais
Para administra-los deve-se ter
1) conhecimento do estado de saúde do paciente; 2) seleção correta do anestésico; 3) domínio da técnica
escolhida.
Lidocaína (anestésico local padrão): pacientes com função renal e hepática reduzidas, não ultrapassar
limite 3 tubetes de uma solução a 2%.
# A Felinefrina e noradrenalina (aminas adrenérgicas vasoconstritores que são adicionados ao A.L.)
provocam bradicardia reflexa e pode leva o paciente a uma parada cardíaca.
Insuficiência cardíaca (ICC) ou arritmia cardíaca, sob acompanhamento médico (paciente controlado)
deve-se optar por solução com adrenalina em baixas concentrações 1:100.000 ou 1:200.000.
Mepivacaína: 3% sem vasoconstritor (Scandicaine®) em procedimentos rápidos de até 30’.
Mepivacaína: 2% com noradrenalina na concentração de 1:100.000 (Mepiadre®, Mepivalen®), usar baixas
doses para evitar toxicidade, limite 3 tubetes
Prilocaína: em altas doses leva a metemoglobinemia (condição em que a hemoglobina está com a molécula
de ferro oxidada e não faz o transporte adequado de oxigênio, podendo levar a hipóxia). Então pacientes que
tem alteração nos glóbulos vermelhos e outras discrasias sanguíneas deve ter cautela. Principalmente
pacientes que também faz uso de paracetamol e fenacetina que são medicamentos indutores de
metemoglobinemia. Não ultrapassar 2 tubetes.
Articaína: evitar uso em pacientes com histórico de anemia, Insuficiência cardíaca (IC) ou respiratória
evidenciada por hipóxia. Contra-indicação para pacientes comprovadamente alérgicos a medicamentos ou
produtos que contenham S (enxofre) como as sulfas (antimicrobianos).
Bupivacaína: 0,5% com adrenalina de 1:200.000 (Neocaína® e Cirucaína®) em bloqueios tronculares
proporciona uma duração de ação de 6 a 7 horas. Usado em Intervenções mais invasivas. Máximo 2 tubetes.
Indicado também, quando deseja uma anestesia longa e que continue por um tempo no pós-operatório (em
múltiplos implantes, por exemplo).
● Analgésicos e Antiinflamatórios
Dipirona e paracetamol tem efeito antipirético e analgésico, portanto funciona como anti-inflamatório. Dor
leve a moderada: paracetamol ou dipirona, nas doses habituais e por tempo restrito, no máximo 24 horas.
Procedimentos que causam edema (ex. procedimentos cirúrgicos e ortodônticos), pode se medicar com
corticoide (anti-inflamatório) e depois passar apenas analgésico. Em intervenções mais invasivas tem uma
expectativa de reação inflamatória mais intensa, também pode indicar, nesse caso, corticosteróide
(betametasona ou dexametasona).
# O paracetamol e a aspirina bloqueiam a enzima ciclo oxigenasse e consequentemente a COX e a produção
de prostaglandinas. E consequentemente a dor. Já a dipirona inibe o influxo direto de ions cálcio dentro do
nociceptor, impendo também assim a dor, mas ela não tem relação nenhuma com prostaglandinas por isso
ela não é antiinflamatoria e sim analgésico e antipirético
● Antibióticos
Penicilina V (penicilina oral), Ampicilina ou Amoxicilina – são os antibióticos mais utilizados na
odontologia. Pode haver necessidade de adequar dose nos nefropatas. Já em infecções mais graves associar
metronidazol (AINE) às penicilinas;
Para alérgicos a penicilina, pode se usar Eritromicina para infecções em fase inicial. para infecções mais
evoluídas utilizar azitromicina (caiu em desuso) ou clindamicina.

A CRIANÇA
Tem-se sedação não farmacológica, que pode ser musicoterapia, aromaterapia, acupuntura, hipnose. Já os
farmacológicos são fitoterápicos, benzodiazepínicos e oxido nitroso.
● Sedação consciente
servem para diminuir a ansiedade. Pode ser:
Mistura de Óxido Nitroso (O2/N2O) por via inalatória, deve ser feito por profissional habilitado.
Benzodiazepínicos: diazepam e midazolam com vantagem sobre prometazina, hidroxizina e hidrato de
cloral. Diazepam é útil em crianças em idade escolar, doses em torno de 0,3 mg/Kg por via oral, tem efeitos
após 45 a 60 minutos. Desvantagem: duração de ação 6 a 8 horas. Midazolam atinge sua concentração
máxima após 30’ e duração de ação de 2 a 4 horas (rápido).
Os benzodiazepínicos (principalmente o diazepan) podem dar Amnésia anterógrada (o paciente esquece
tudo a partir do momento que toma o fármaco): droga de escolha para procedimentos odontopediátricos de
curta duração.
● Anestésicos Locais
Articaína 4% com concentração de *Adrenalina (=Epinefrina) de 1:100.000. Não é recomendada para
crianças menores de 4 anos. Dose máxima para crianças é de 5 mg/kg.
Lidocaína 2% com *E 1:100.000 é a solução de escolha
Mepivacaína 2% com *E 1:100.000 é uma alternativa
Prilocaína 3% com felipressina 0,03 UI/mL não é contra-indicada, mas deve ser evitado em portadores de
anemia: risco de metemoglobinemia.
Bupivacaína está contra-indicada: risco de traumatismo involuntário da área anestesiada, paciente pode
ficar mordendo o lábio.
Procedimentos de curta duração em cardiopatas, utilizar Mepivacaína 3% sem vasoconstritor, diminui a
dose máxima em 30%. Já em procedimentos mais invasivos empregar prilocaína 3% com felipressina 0,03
UI/mL.
● Analgésicos
Dor leve a moderada pode utilizar:
Paracetamol: 10 a 15 mg/Kg a cada 6 horas ou 1 gota por Kg até a quantidade máxima de 35 gotas. Não
exceder 5 administrações em 24 horas.
Dipirona: 10 mg/Kg a cada 4 horas ou meia gota por Kg até a quantidade máxima de 20 gotas.
Dores mais intensas usa-se:
Betametasona (corticoide) em dose única pré-operatória: dose de 0.025 a 0,05 mg/Kg ou 1 a 2 gotas por
Kg/peso em função do traumatismo esperado
Nimesulida (AINE) na dose de 2,5 mg/Kg ou uma gota por Kg/peso a cada 12 horas.
# Vantagem do corticosteroide é que é praticamente isento de efeitos colaterais e dose única, já o AINE não
altera a homeostasia, custo benefício menor, dose única, atua apenas na COX2.
● Antimicrobianos
Infecções em fase inicial:
Amoxicilina e Penicilina V (via oral) ou Ampicilina (via parenteral)
Dose de ataque: dobro da dose normal para assim ter uma inibição ainda maior, 40 mg/Kg - criança com 20
Kg: 800 mg
Doses de manutenção: Amoxicilina - 20 mg/Kg a cada 8 horas / criança com 20 Kg - 400 mg / Penicilina V
ou Ampicilina - 15 mg/Kg a cada 6 horas / criança com 20 Kg - 300 mg
# Antes o padrão da quantidade de dias que se usava antimicrobianos eram sete dias, mas hoje deve ser
usado de acordo com a defesa do paciente. Se o paciente for imunocompetente por exemplo, pode precisar
de mais dias.

Crianças alérgicas às penicilinas pode se usar:


Eritromicina (sal estearato) – Dose de ataque: 20 mg/kg / doses de manutenção: 10 mg/Kg a cada 6 horas
ou
Claritromicina – dose de ataque: 15 mg/kg / doses de manutenção: 7,5 mg/Kg a cada 12 horas
Infecções bacteriana mais evoluídas: Com presença de celulite (inflamação da pele no local de lesão),
pode se usar:
Metronidazol – Em geral a dose de ataque não é necessária. Sendo assim, usa a Dose de manutenção: 7,5
mg/Kg a cada 8 ou 12 horas de acordo com a gravidade da infecção. Apesar de nesse caso está sendo
indicado para criança, é interessante relembrar que não pode beber bebida alcóolica durante três dias após
seu uso.
Azitromicina – Dose de ataque: 20 mg/Kg. Doses de manutenção: 10 mg/Kg a cada 24 horas.

GESTANTES
Sempre que possível fazer contato com o obstetra da paciente, para troca de informações, visando o plano de
tratamento odontológico e a avaliação da relação risco/benefício quanto ao uso de medicamentos.
Todo tratamento odontológico essencial pode ser feito durante a gravidez: exodontias não complicadas,
tratamento periodontal básico, restaurações dentárias, tratamento endodôntico, colocação de próteses.
Evitar: Reabilitações oclusais extensas e as cirurgias mais invasivas que devem ser programadas para o
período pós-parto, quando possível.
Época de atendimento
1º trimestre: A maioria das grávidas podem apresentar enjoos matutinos e náuseas. E nesse período de
Organogênese (formação do embrião) a incidência de abortos espontâneos são maiores.
2º trimestre: Melhor período. Apenas risco de hipotensão postural - mudanças bruscas de posição – então
deve levantar a paciente bem devagar.
3º trimestre: Frequência urinária alta, hipotensão postural, inchaço nas pernas e desconforto na posição
supina devido compressão causada pelo feto.
Melhor horário de atendimento: 2° período da manhã.
# Atendimento: Ter cuidado na hora de levantar a paciente para que não caia (hipotensão postural), deixar
um tempo na posição sentada antes de levantar.
Urgências odontológicas: pulpite, pericementite ou abscessos agudos, o tratamento não pode ser adiado,
independente do período no qual a gestante se encontra. Nesses casos as consequências da dor e da infecção
podem ser mais maléficas à mãe e ao feto do que aquelas decorrentes do tratamento odontológico.
● Sedação
Pode-se fazer a sedação consciente pela mistura de N2O/O2, parece ser um método seguro a partir do 2º
trimestre de gestação. O óxido nitroso (N2O) atravessa a barreira placentária, mas não há evidências de
teratogenicidade (qualquer agente que cause um anormal desenvolvimento pré-natal) – 50% de oxigênio,
50% oxido nitroso, no período de 30’. Se houver necessidade, deve-se trocar informações com o obstetra
para avaliar a relação risco x benefício da sedação farmacológica, ademais deve evitar fazer seções
repetidas.
Se não tiver outros medicamentos pode se usar os benzodiazepínicos, mas da categoria D.
● Anestésicos locais
A gravidez parece ↑ suscetibilidade aos AL. Sendo assim, eles são seguros para uso em todo período
gestacional. O A.L. de escolha é a Lidocaína com adrenalina de 1:100.00.
Evitar Cloridrato de lidocaína com felipressina (agonista alfa 1 adrenérgico, portanto faz constrição), devido
ao risco provocar contrações uterinas.
Não utilizar benzocaína, prilocaína e articaína pelo risco de metemoglobinemia (pode diminuir a
oxigenação do feto).
# Meta-hemoglobinemia, caracterizada pela presença de um nível mais alto do que o normal de
meta-hemoglobina no sangue. A meta-hemoglobina é uma forma de hemoglobina que não se liga ao
oxigênio
Grávidas com hipertensão arterial (HA) não controlada
Deve ter cuidado com anestésicos locais intravasculares e avaliar risco x benefício, fazer o atendimento
ambulatorial ou hospitalar.
Usar nesse caso de HA, Prilocaína 3% com felipressina ou mepivacaína 3%. Volume máximo de AL: 2
tubetes por sessão. Fazer uma injeção lenta e verificar se teve aspiração negativa para ter certeza que não
atingiu os vasos.
# Quando a gravida está com pressão arterial alta só deverá fazer o procedimento odontológico se for caso
de urgência ou emergência.
● Analgésicos e antiinflamatórios
Pacientes com dor instalada deve primeiramente remover a causa. O Paracetamol pode ser usado em
qualquer período da gestação (500 a 750 mg, 6/6 horas, máximo 3 doses diárias).
Uso de dipirona deve ser considerado quando benefícios superarem os possíveis riscos, sendo
contra-indicada no último trimestre, segundo informações do fabricante.
AAS (antiinflamatórios) e outros AINES devem ser evitados principalmente no último mês: Causam o
prolongamento do trabalho de parto / Sangramento materno, fetal ou neonatal / Fechamento pré-maturo do
ducto arterial do feto / Alterações na circulação pulmonar / Redução fluxo sanguíneo renal
Betametasona ou dexametasona, dose única 2 a 4 mg, parecem não apresentar teratogenicidade
● Infecções bacterianas
Primeiramente faz a remoção da causa. Infecções com manifestações sistêmicas e sinais de disseminação
pode-se usar penicilinas nas dosagens usuais ou eritromicina (estearato). Já em infecções mais avançadas,
associar penicilinas com metronidazol ou Azitromicina ou clindamicina
Em caso de dúvida pode trocar de informações com o médico: avaliar risco X benefício uso ATB
● Uso do flúor
Segundo a FDA, não há evidências suficientes para apoiar a prescrição de suplementos de flúor durante a
gestação. O flúor é mais importante no período pós-natal, devendo estar presente no meio bucal o mais cedo
possível, pelo uso de água ou dentifrícios fluoretados.

LACTANTES
Os AL e a grande maioria dos medicamentos de uso odontológico, são excretados em pequenas quantidades
no leite materno. parecem não afetar o lactente em doses terapêuticas.
Diazepam pode acumular no leite materno se empregado de forma contínua, o que é incomum na
odontologia, já que para controle de ansiedade é feito em dose única. Desse modo, o diazepam se for usado
de forma continua (o que não é comum) pode chegar no leite dando letargia e perda de peso nos nutrizes.
Ele é administrado em dose única, eventualmente, como Medicação Pré-Anestésica (MPA).
Apesar de seguro, é importante trocar informações com o pediatra, para avaliar risco X benefício e a
necessidade ou não de alterar as mamadas (a mãe não amamentar depois que tomar o medicamento).
Penicilina, eritromicina e clindamicina – antibióticos do grupo dos beta-lactâmicos profusamente
utilizados no tratamento de infecções causadas por bactérias sensíveis – são excretados em baixas
concentrações e sem efeitos adversos. Sendo assim, estes antibióticos são compatíveis com o aleitamento
materno
Já o Metronidazol – usado para infecções mistas – é excretado em altas concentrações, e nesse caso deve
entrar em contato com o pediatra

DIABÉTICOS
Deve primeiramente fazer a sedação consciente do paciente diabético, pois ansiedade e medo relacionados
ao tratamento odontológico podem induzir uma maior secreção de catecolaminas (adrenalina é
hiperglicemiante), aumentando os níveis de glicemia.
Benzodiazepínicos como Medicação Pré-Anestésica (MPA): Diazepam (criança) ,midazolam (idosos) ou
lorazepam (outros pacientes) para evitar o aumento da glicemia. Sedação inalatória com N20/02, pois é
segurança, rápido e possui previsibilidade de sedação.
Diabéticos e portadores de doença cardiovascular são beneficiados pela diminuição do estresse e pela
suplementação de O2.
● Anestesia Local
As alterações podem ser maiores em pacientes tratados com insulina que nos tratados com dieta ou
hipoglicemiantes orais. Os pacientes descompensados não devem receber vasoconstritores adrenérgicos
(noradrenalina). Já soluções com AL com adrenalina podem ser empregadas em diabéticos dependentes ou
não de insulina, nos diferentes procedimentos odontológicos. Deve obedecer a doses máximas para cada AL.
Fazer Injeção lenta após aspiração negativa para evitar que chegue na corrente sanguínea.
● Analgésicos e antiinflamatórios
Dores leves a moderadas:
Dipirona ou paracetamol nas doses indicadas.
Intervenções mais invasivas:
Betametasona ou dexametasona (corticoide) em dose única de 4 mg, em adultos com a doença controlada
Hipoglicêmicos (hipoglicemiantes orais): clorpropamida (diabinese®) e glibenclamida (daonil®) pode ser
potencializados pelo Ácido Acetil Salicílico (AAS) e drogas que tem alto grau de ligação proteica como
alguns AINES, elevando o efeito farmacológico: hipoglicemia
# Essas drogas deslocam os hipoglicemiantes orais da ligação das proteínas plasmáticas, tornando estes
fármacos livres no sangue, consequentemente mais fármaco absorvido, e maior o efeito levando a
hipoglicemia, o que para o cérebro muito ruim, já que seu consumo de energia é altíssimo.
● Profilaxia antimicrobiana e tratamento infecções bucais
# Essa não é de endorcatite.
Esses são para infecções bucais. E Só deve ser realizada em pacientes descompensados, apresentando
cetoacidose sanguínea e cetonúria, quando a função dos neutrófilos encontram-se diminuídas. Assim, cada
caso deve ser analisado criteriosamente junto com o médico que trata do paciente.
As infeções bucais em diabéticos de origem endodôntica ou periodontal, devem ser tratadas de forma
agressiva, pois a relação entre DM e infecção é bidirecional. Diabetes favorece a infecção. Infecção torna
mais difícil o controle do diabetes
HIPERTENSÃO ARTERIAL
✔ grupo 1 podem receber qualquer tipo de procedimento odontológico;
✔ grupo 2 medir a PA por 3 consultas consecutivas e se mantiver dentro dos mesmos limites, encaminhar
para o médico;
✔ grupo 3 medir a PA e nova medida após 5´, se continuar alta adiar a consulta e encaminhar ao médico;
✔ Grupo 4 mesmo procedimento do 3.
Classificação (PAS/PAD) mm Hg
1) Normal <120/80
2) Pré-hipertensão 120-139/80-89
3) Hipertensão estágio 1 140-159/90-99
4) Hipertensão estágio 2 ≥ 160/100

DOENÇA CARDÍACA ISQUÊMICA


O tratamento pode ser realizado em pacientes com angina estável, nos infartados após 6 meses e naqueles
que se submeteram a cirurgia de revascularização ou colocação de stent (endoprótese expansível usado para
desobstruir o vaso) há pelo menos 3 meses. O cardiologista do paciente deve ser contatado para melhor
conhecimento do caso e estabelecimento de um plano de tratamento odontológico adequado.
Importante fazer a sedação consciente e se o paciente estiver em uso de ansiolíticos solicitar ao médico que
faça os ajustes na posologia. Tudo isso para que o paciente fique mais calmo e evite por exemplo um enfarte.
Sessões curtas e realizadas na segunda parte da manhã. utilizar prilocaína com felipressina 0,03 UI – não
atuam nos receptores alfa e beta – ou articaína com adrenalina 1:200.000, no máximo 2 tubetes por sessão.
Pacientes que fazem uso contínuo de anticoagulantes ou antiagreagadores plaquetários, o odontólogo deve
informar ao médico para que este possa decidir sobre a alteração ou não da medicação.

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA


✔ Na anamnese é importante saber qual foi a data da última consulta médica.
✔ em pacientes com Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) estável o atendimento deve ser o mesmo
para pacientes portadores de doença cardíaca isquêmica.
✔ deve-se aferir em períodos regulares o pulso e a frequência cardíaca, se ↑ aguardar que retorne ao
normal, caso contrário encerrar o atendimento e encaminhar ao médico.

ARRITMIAS CARDÍACAS
A Frequência Cardíaca normal do adulto situa-se entre 60 a 100 Bpm.
Em crianças os valores dependem da idade:
# Melhor método é o oxímetro
Idade Valor em Bpm
2 anos 80 a 130
4 anos 80 a 120
6 anos 75 a 115
8 a 10 anos 70 a 110

Ao relatar arritmia o paciente deve ser questionado sobre suas atividades diárias (tem paciente que tem
limites de atividades diárias, como trabalho), se não houver limitação para o seu trabalho, poderá ser
submetido ao tratamento odontológico e utilizar AL com os mesmos cuidados dos anteriores.
ASMA BRÔNQUICA
✔ pacientes asmáticos dependentes de corticosteróides, deve-se evitar o emprego de AL com conservantes
(sulfitos) dando preferência aos AL com felipressina.
# asmático normalmente tem alergia aos sulfitos que são conservantes de alguns AL.
✔ cuidado com o paciente alérgico à aspirina, ao qual deve-se evitar a prescrição de um AINE, pelo risco
de sensibilidade cruzada, que pode acarretar uma crise aguda de asma.

DESORDENS NEUROLÓGICAS CONVULSIVAS


Informar-se a respeito do medicamento que o paciente faz uso, adesão ao tratamento e se a atividade
convulsiva se encontra plenamente controlada.
Caso não esteja tomando o medicamento de forma regular ou relatar algum episódio convulsivo recente, o
paciente deve ser encaminhado para avaliação médica antes do tratamento.

INTERAÇÕES FARMACOLÓGICAS
CLASSIFICAÇÃO DAS INTERAÇÕES
As interações em geral podem estar envolvidas com a farmacocinéticas quando ocorrem em qualquer fase
da farmacocinética (durante a absorção, distribuição, biostransformação ou excreção dos fármacos). Ou
pode estar envolvido com a farmacodinâmica quando ocorrem nos sítios de ação dos medicamentos,
envolvendo os mecanismos pelos quais os efeitos se manifestam, ou seja o mecanismo de ação.
Essas interações ainda podem ser do tipo:
1) Antagonismo: ↓ da resposta clínica de uma droga quando uma segunda droga é administrada.
2) Potenciação: drogas que não apresentam atividade farmacológica comum, resulta resposta maior que a
normal.
3) Inesperada: reação não observada quando as drogas são administradas isoladamente.
4) Somação: resposta ↑ com drogas de ação similares.
5) Sinergismo: resposta exagerada maior que a conseguida com ambas as drogas administradas isoladamente
com sua doses máximas efetivas.
(Ele disse que essa parte acima é só teoria msm e que não nos interessa muito)

INTERAÇÕES COM VASOCONSTRITORES ADRENÉRGICOS


A maioria das soluções de anestésicos locais tem adrenalina, mas pode ter também fenilefrina, nordefrina
(não sei é esse nome msm) e noroadrenalina (não utilizado no Brasil). Essas substâncias pode interagir com
medicações de uso do paciente e causar reações indesejadas. Outras drogas q também podem interagir com
essas substâncias são:
COCAÍNA
É necessário perguntar claramente para o paciente na hora da anamnese se ele faz uso de drogas, pois pode
ocorrer a interação medicamentosa levando a fibrilação e morte. Se o paciente estiver drogada só poderá
fazer atendimentos de urgência em um hospital.
A cocaína estimula liberação de NE e inibe sua recaptação nas terminações nervosas adrenérgicas (aumenta
a concentração), induz hipertensão arterial e taquicardia, ↑ débito cardíaco e do consumo de O2. Pode causar
também ↓ perfusão artérias coronárias, isquemia, arritmia ventricular, angina pectoris e infarto do miocárdio.
Uma pesquisa realizada na Universidade de Harvard demonstrou que, logo após consumo, a cocaína provoca
constrição baço e um ↑ 4 a 6% dos glóbulos vermelhos (hemácias), que ↑ a viscosidade do sangue e o risco
de trombose. Além disso parece induzir uma maior produção do fator de von Villebrand em até 40%,
contribuindo ainda mais para a formação de coágulos intravasculares.
Após administração IV os maiores níveis plasmáticos de cocaína são alcançados dentro de 30’ e
desaparecem após 2 horas (Dike et al., 1976). Por via intranasal a absorção é mais lenta e o efeito é
prolongado pelo período de 4 a 6 horas. Os usuários de cocaína são uma bomba relógio ambulante caso
estejam sob o efeito da droga no mesmo dia em que forem submetidos ao tratamento odontológico,
geralmente o indivíduo fica mais falante e com as pupilas dilatadas.
Enquanto o efeito da cocaína ainda é ativo, o risco de uma interação adversa é bastante aumentado, caso um
vasoconstritor adrenérgico for inadvertidamente injetado no sistema vascular sanguíneo, causando
inicialmente um ↑ brusco da PA e taquicardia, seguida de fibrilação ventricular, infarto do miocárdio,
eventual parada cardíaca e óbito.
CRACK
O mesmo se aplica aos usuários de crack (cocaína sob a forma de base livre sendo assim, um subproduto da
cocaína), que apresenta efeitos agudos e padrões de toxicidade similares ou até maiores aos da cocaína.
DERIVADOS DE ANFETAMINAS
Apesar de terem sidas retirados do mercado algumas pessoas ainda conseguem consumir para moderar o
apetite naqueles que querem emagrecer ou como estimulante do SNC. Provocam a maior liberação de
catecolaminas das terminações adrenérgicas, promovendo efeitos similares aos observados com a cocaína,
só que em menor grau.
Em pacientes sob o efeito destes fármacos, uma dose excessiva ou injeção acidental do vasoconstritor
adrenérgico, pode-se esperar taquicardia e ↑ brusco da PA, mas caso contrário não tem problemas.
*Ribit: anfetamina + álcool (usado por alguns caminhoneiros)
*Nomes comerciais de alguns derivados de anfetaminas: Anfepramona e Dietilpropiona
(Dualid/Hipofagin/Inibex), Fenproporex (Desobesi-M)
ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS (ADT)
Os ADT bloqueiam a recaptação e inativação da noroadrenalina (NE) provocando o acúmulo na fenda
sináptica. A NE em excesso, somada a NE do anestésico injetada pelo profissional, pode causar um ↑ brusco
da PA por ser um vasoconstritor adrenégico.
Não existem relatos ou evidências deste tipo de interação com antidepressivos não tricíclicos (inibidores
seletivos da recapitação de serotonina) como a fluoxetina ou sertralina.
*Nomes comerciais de alguns antidepressivos tricliclicos: Imipramina (Tofranil), Amitriptilina
(Tryptanol/Amytril), Nortriptilina (Pamelor), Fluoxetina (Prozac/Floxene/Eufor 20) e Sertralina
(Serenata/Zoloft).
BETA BLOQUEADORES SELETIVOS
Medicação usada por pacientes com tremores nas mãos, tranquilizante e anti-hipertensivo. A administração
concomitante de grandes volumes de AL contendo adrenalina ou similares, ou a injeção IV acidental, em
pacientes sob tratamento com β-bloqueadores seletivos, pode induzir uma brusca ↑ da PA. Esses β
bloqueadores seletivos estão bloqueando β deixando ativo os receptores α (se ativado gera vasoconstrição,
por isso o aumento da PA).
O mesmo não acontece com os bloqueadores cardiosseletivos (β2).
*Nomes comerciais dos beta bloqueadores seletivos: Propanolol (Inderal), Nadolol (Corgard), Pindolol
(Visken/Viskaldisk), Atenolol (Angipress/Normapress) e Metropolol (Selopress/Zok)
FENOTIAZÍNICOS
Utilizados no tratamento de esquizofrenia. A injeção IV acidental de uma pequena quantidade de solução
anestésica com adrenalina ou similares, pode potencializar a hipotensão arterial (único que pode dar
hipotensão) pela estimulação de β-receptores adrenérgicos dos vasos da musculatura esquelética. Esta
interação é remota e não é relatada na literatura odontológica. Clorpromazina (Amplicitil®).

PROTOCOLO DE ATENDIMENTO PARA OS PACIENTES QUE FAZEM OS TRATAMENTOS


SUPRACITADOS
1 - Identificar drogas ou medicamentos que o paciente faz uso contínuo. No caso da cocaína, colocar a
pergunta no roteiro da anamnese: Você faz uso de cocaína?
2 - Documentar no prontuário clinico que o paciente foi esclarecido sobre os riscos da interação com a
assinatura do mesmo.
3 – Na técnica infiltrativa pode-se empregar ↓ volumes de AL com adrenalina (1 a 2 tubetes) e nas menores
concentrações (1:200.000) em injeção lenta após aspiração negativa.
4 – Em caso de bloqueios regionais utilizar anestésicos locais com felipressina associada à prilocaína 3%.
Procedimentos curta duração utilizar mepivacaína sem vasoconstritor: anestesia pulpar de no máximo 20’ na
maxila e de até 40’ na mandíbula.
5 - Nas urgências, caso o paciente se encontre sob o efeito da cocaína ou do crack, avalie o risco/benefício
de atendê-lo no consultório ou em ambiente hospitalar.
Nestes casos, NUNCA INJETAR uma solução anestésica que contenha adrenalina, noradrenalina,
corbadrina ou fenilefrina (todos os adrenergicos), ou utilizar fios de retração gengival impregnados com
adrenalina.

INTERAÇÕES COM ANSIOLÍTICOS


Em pacientes que fazem uso contínuo de depressores do SNC, deve-se ter o cuidado ao prescrever BZD pela
possibilidade de potencialização do efeito depressor. Neste casos, trocar informações com o médico do
paciente para avaliar o risco/benefício do uso deste fármacos.
Toda prescrição de BZD, mesmo por tempo restrito, deve ser acompanhada de um alerta quanto aos riscos
de interação com o álcool etílico: proibição de 24 horas antes e 24 após o uso da medicação, pelo risco de
depressão acentuada do SNC e também fica proibido de dirigir ou operar máquinas pesadas.
Já a sedação consciente com óxído nitroso geralmente não gera nenhum desses problemas.

INTERAÇÕES COM AINES (antinflamatórios não-esteroidais)


- ANTICOAGULANTES
Os AINES são inibidores reversíveis da síntese de tramboxanos2 das plaquetas o que ↓ a agregação
plaquetária. Os AINES vão deslocar os anticoagulantes de suas ligações plasmáticas aumentando a
quantidade de anticoagulante livre levando a mais ação do anticoagulante e podendo levar a hemorragia
durante ou após o procedimento, ou seja, possuem ↑ grau de ligação às proteínas plasmáticas, podendo
competir com os anticoagulantes por esta ligação, deslocando-os, o que pode ↑ os seus efeitos. Se o paciente
toma anticoagulante e tem que tomar antiinflamatório para intervenções odontológicas deve-se receitar
corticóide. Não se deve interferir na medicação anticoagulante pois essa é uma função de responsabilidade
do médico do paciente.
- ANTIAGREGANTES PLAQUETÁRIOS
Em voluntários sadios tratados com naproxeno a administração de clopidogrel (Plavix®) foi associada com
↑ de sangue oculto nas fezes.
Recomenda-se que evite a prescrição de paracetamol ou AINES em indivíduos sob tratamento com
anticoagulantes ou clopidogrel, até que estas possíveis interações sejam melhor esclarecidas. O ideal é
indicação de corticoide.
- ANTIHIPERTENSIVOS (AH)
O mecanismo de ação dos AH depende, da maior síntese das prostaglandinas (PGs) renais, que modulam a
vasodilatação, filtração glomerular, secreção tubular de Na+ e H20 e o sistema
renina-angiotensina-aldosterona. Ao inibir a produção de PGs renais os AINES interferir nesta modulação
fisiológica e predispor ao ↑ da PA.
*Medicamentos anti-hipertensivos (inibidores da ECA): Captopril (Inderal), Enalapril (Corgard), Lisinopril
(Visken/Viskaldisk)
*Medicamentos anti-hipertensivos (diuréticos): Furosemida (Lasix) e HCTZ (Clorana/ Diuretic)
#também ocorre com os β-bloqueadores seletivos ou não (também são antihipertensivos)
Os AH que não dependem da PGs renais para exercer a sua ação parecem não estar implicados, como por
exemplo os inibidores dos canais de cálcio que possuem outro mecanismo de ação.
INTERAÇÕES RELATADAS COM CONCLUSÕES CONTRADITÓRIAS:
AINES são empregados para 48 horas de tratamento e parece sensato que não há grande risco em
empregá-los no controle da dor ou do edema. Em caso de dúvida, utilizar corticoesteróide em dose única.
- HIPOGLICEMIANTES ORAIS (HO)
A aspirina e provavelmente alguns AINES, que possuem uma ↑ taxa de ligação proteica, podem interagir
com HO do grupo das sulfoniluréias e deslocá-los de seus sítios de ligação às proteínas plasmáticas,
podendo predispor a um episódio de hipoglicemia pois o fármaco sofrerá mais ação. Deve-se usar o bom
senso e trocar informações com o médico ou utilizar fármacos alternativos.
*Medocamentos HO: Clorpropamida (Diabinese) e Gilbenclamida (Daonil)

INTERAÇÕES COM ANTIBIOTICOS (ATB)


- ALCOOL
Etanol estimula membranas do aparelho digestivo produzindo mais HCl e ↑ movimentos peristálticos
provocando diarréia e vômitos: passagem mais rápida pelo trato gastrointestinal e menor absorção dos
fármacos pelo estômago e duodeno, onde a maioria são absorvidos. O álcool pode inibir a absorção e ↑ a
degradação das penicilinas no estômago por um período de até 3 horas após sua ingestão.
Acúmulo de acetaldeído (resultante da degradação metabólica do alcool) provoca palpitações, ↓ PA, dor no
peito, dificuldade respirar, vermelhidão da face e pescoço, náuseas, vômitos e transpiração excessiva sendo
assim uma reação mais assustadora do que propriamente grave.
O metronidazol (Flagyl®), ampicilina (Binotal®), cefalexina (Keflex®), cefadroxila (Cefamox®) e
cefadrina (Veracef®), possuem um grupamento nitrogênio em sua molécula e, portanto, são capazes de
promover o efeito dissulfiram. Estes ATB podem reagir diretamente com o acetaldeído, ↓ a concentração
livre do ATB na corrente sanguínea. Fica ↓ a disponibilidade do ATB para agir. Por isso que se recomenda o
não consumo de álcool durante tratamento com ATB.
Quando houver a necessidade da prescrição de antibióticos que, em conjunto com o álcool, possam
promover intoxicação aldeídica ou “efeito dissulfiram”, deve-se acrescentar no corpo da receita: “não ingerir
bebidas alcoólicas por até 48 horas após o término do tratamento, pelo risco de efeitos tóxicos”.
Principalmente o metronidazol que possui maior meia-vida plasmática.
- CONTRACEPTIVOS ORAIS (CO)
Em 1971 se deu o primeiro relato de falha contraceptiva associada ao uso de ATB em mulheres que estavam
em uso de rifampicina (Monocil®), utilizada no tratamento da tuberculose mas os dentistas não prescrevem
esse remédio.
Em 1988 foi relatado 63 casos de falhas de contracepção em mulheres que foram tratadas com ATB e
tomavam CO, sendo as penicilinas e tetraciclinas mais citadas neste documento. Mas o ATB que parece
realmente ↓ a eficácia dos CO é a Rifamicina;
Ineficácia dos CO em 3 ou mais casos clínicos relatados na literatura: ampicilina, amoxicilina, metronidazol
e tetraciclinas;
↓ efeito contraceptivo ao menos uma vez (cefalexina, clindamicina, eritromicina e penicilina V), entre outros
de uso exclusivo na área médica.
Com exceção da rifamicina e similares, falta suporte científico para demonstrar a propriedade de outros ATB
em ↓ os níveis sanguíneos e/ou a eficácia dos CO.
Estudos dos níveis sanguíneos de estrógenos são conflitantes, portanto, é impossível prever ou identificar as
pacientes de risco para a interação.
O conselho científico da Associação Americana de Odontologia diz que, com exceção da rifampicina,
nenhum estudo tem demonstrado níveis alterados de etinilestradiol ou aumento no risco de concepção em
mulheres que fazem uso de antibióticos comumente prescritos em odontologia

PROTOCOLO DE ATENDIMENTO
1 - Informar a paciente sobre o risco potencial de ↓ de efetividade do CO pelo uso concomitante com ATB
(informar mesmo se os estudos afirmam que a maioria não tem interação e ou diminuição da efetividade do
anticncepcional).
2 - Sugerir que a paciente procure seu médico para receber orientações sobre outros métodos de
contracepção adicionais.
3 - Mostrar a importância de a paciente aderir ao tratamento proposto.
Para segurança e esclarecimento, o ideal é que a paciente assine um termo de esclarecimento:
- CARBONATO DE LÍTIO
Medicação usada para tratamento de distúrbio bipolar em que a dose tóxica é muito próxima da dose efetiva
(grande risco de intoxicação). Sinais de intoxicação pelo carbonato de lítio pode ocorrer numa concentração
sanguínea logo acima da faixa terapêutica (1,5 E 2 mEq/L) gerando letargia (cansaço), fraqueza muscular e
tremores nas mãos.
Toxicidade maior, com confusão mental e falta de coordenação da marcha ocorre com concentração entre 2
e 2,5 mEq/L.
Toxicidade com risco de vida com convulsões, colapso circulatório e coma pode ser observada com [ ]
acima de 2,5 mEq/L .
Administração diária de metronidazol de 500mg a 1g, por uma semana, supostamente induziu um ↑ das [ ]
de lítio com sinais de toxicidade. Mesmo tipo de interação com tetraciclina após 1 semana de tratamento
com 250mg a cada 8 horas (Ayd, 1982). Por isso deve-se evitar interação de carbanato de lítio (Carbolitium)
com metronidazol ou com tetraciclinas.
- VARFARINA (Anticoagulante oral)
Um aumento acentuado nos efeitos de varfarina (Marevan®) tem sido relatado em pacientes que fazem uso
silmutâneo de eritromicina, claritromicina ou metronidazol, em tratamentos de 5 a 8 dias. Embora o ↑ da
atividade do anticoagulante ocorra em poucos indivíduos, esta interação é potencialmente grave pois se trata
de hemorragias. Recomenda-se trocar informações com o médico pois se pode trocar o anticoagulante.

PACIENTES QUE REQUEREM CUIDADOS ADICIONAIS


PORTADORES DE PORFIRIAS HEPÁTICAS
Porfiria significa pigmento roxo devido a coloração arroxeada dos fluidos corporais dos pacientes
(principalmente a urina) durante uma crise aguda. É uma deficiências enzimáticas específicas na via de
biossíntese do radical heme da hemoglobina, causando acúmulo de porfirinas, compostos intermediários que
se tornam tóxicos quando em altas concentrações nos tecidos.
Classificacação da porfirias com base no defeito enzimático:
A porfiria que tem mais implicação para a odontologia é a porfiria aguda intermitente (PAI) causada pela
deficiência da enzima Hidroximetilbilano sintase (saber só essa, ele nem leu as outras).
- PORFIRIA AGUDA INTERMITENTE
A doença é latente (fica estática) em toda a vida adulta de aproximadamente 90% dos indivíduos. Em
condições normais não é suficiente para gerar os ataques agudos.
. Fatores exógenos que podem converter a doença latente em manifesta:
Desidratação;
Jejum;
Infecções;
Uso de medicamentos.
Em geral as crises ocorrem após a puberdade e são mais frequentes em mulheres. As flutuações hormonais
podem desencadear os ataques, como a que ocorre na menstruação ou uso de contraceptivos orais.
. Sintomas:
Dor abdominal, taquicardia, urina escura, náuseas, vômitos, constipação (prisão de ventre), e manifestações
neurológicas como ansiedade, histeria, depressão, fobia e convulsões. Podem ocorrer sudorese, tremores e
febre. A pressão arterial pode estar aumentada ou diminuída. O diagnóstico dá doença deve ser feito por um
médico e relatado para o dentista na hora da anamnese pelo paciente.

PROTOCOLO DE ATENDIMENTO (normas a seguir para o manejo desses pacientes em um consultório


odontológico):
1) A anamnese deve ser direcionada ao problema. PERGUNTAS:
- Qual médico é o principal responsável por tratar a doença? (para que, em qualquer eventualidade se entre
em contato com o médico responsável)
- Qual a frequência de ocorrência dos ataques agudos?
- Quando se deu a última crise?
- Quais os fatores podem ter precipitado?
- Quais as manifestações se existem, podem ajudar a prever um ataque?
- Quais foram os cuidados médicos por ocasião das crises? (Para saber se o paciente está em tratamento ou
não)
2) Contato com o médico
- Imprescindível antes de se programar qualquer procedimento invasivo;
- Informe sobre o plano de tratamento proposto, incluindo os fármacos que pretende empregar;
- Inteirar sobre o protocolo de atendimento recomendado no caso de um ataque agudo da doença;
- Se não se sentir seguro encaminhe o paciente para os cuidados de um especialista ou centro de referência.
3) Principais objetivos do tratamento odontológico são o controle da dor, das infecções e da manutenção da
função mastigatória:
- Evite o jejum antes de qualquer procedimento pois a restrição calórica pode desencadear um ataque agudo.
4) Evite de agendar consultas de mulheres na fase de menstruação:
- Flutuações hormonais nesse período podem desencadear os ataques.
5) Indicação de bochechos com digluconato de clorexidina para controle do índice de placa e manutenção da
saúde bucal.
6) Alguns metais pesados (Al, Cu e Hg) podem inibir algumas enzimas na síntese do Heme provocando
ataques agudos, sendo assim é necessário selecionar os materiais que serão utilizados em restaurações e
prótese, podendo-se optar inclusive por metais preciosos (ex. ouro).
7) Consultar a relação de medicamentos comumente empregados na odontologia e o respectivo grau de risco
ou segurança. Pode se usar o site das seguintes sociedades para melhor se informar sobre essa segurança:
- Drug Database for Acute Porfhyria: http://www.drugs-porfhyria.org
- Associação Brasileira de Porfiria: http://www.porfiria.org.br/medicamentos.htm
Soluções anestésicas de uso odontológico seguras para pacientes portadores de porfiria:
Uso seguro Uso com precaução Não classificado quanto a
segurança
Bupivacaína 0,5% sem Lidocaína 2% com adrenalina Articaína 4% com adrenalina
vasoconstritor ou com 1:100.000 ou 1:200.000 1:100.000 ou 1:200.000
adrenalina 1:200.00
Prilocaína 3% com Mepivacaína 3% sem
felipressina 0,03 UI/mL vasoconstritor
(usado principalmente em
pacientes que não podem
fazer uso de adrenalina)
EMLA (anestésico tópico) Mepivacaína 2% com adrenalina
resultado da mistura de 1:100.000
lidocaína e prilocaína

Medicamentos de uso odontológico e sua segurança para pacientes com porfiria:


Uso seguro Duvidoso Não seguro Não classificado

Alprazolam Diazepam Eritromicina Dipriona (analgésico)


(benzodiazepínicos) (benzodiazepínicos) (antimicrob)
Lorazepam Cetorolaco (AINE) Orfenadrina (relax. Nimesulida (AINE)
(benzodiazepínicos) musc)
Midazolam Diclofenaco (AINE) Valeriana
(benzodiazepínicos) (fitoterápico)
Óxido nitroso (sedativo para Celecoxibe (AINE)
diminuir ansiedade)
Paracetamol (analgésico) Tramadol
(Analgésico Opióide)
Paracetamol e codeína Clindamicina
(Antimicrob)
Cetoprofeno (AINES) Metronidazol
(antimic)
Ibuprofeno (AINES) Cetoconazol
(antifung)
Meloxicam (AINES) Fluconazol (antifung)
Beta e Dexametasona Itraconazol (antifung)
(AINES)
Penicilina V (Antibiotico)
Ampicilina e Amoxicilina
(Antibiotico)
Amoxicilina e Clavulanato
(Antibiotico de amplo
espectro)
Cefalosporinas
Azitromicina
Doxiciclina

PORTADORES DE INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA


É uma doença silenciosa, definida como uma síndrome metabólica, caracterizada pelo declínio progressivo e
geralmente irreversível da filtração glomerular. As causas mais comuns são diabetes mellitus, hipertensão
arterial e glomerulonefrite. Se o paciente não estiver controlado tbm deve-se entrar em contato com o
médico. Deve-se referenciar o paciente ao médico da seguinte forma, EX:
- Caso clínico: paciente do sexo feminino, 62 anos de idade, portadora de insuficiência renal crônica, com
doença controlada.
- Procedimento eletivo indicado: tratamento periodontal por meio de raspagem e alisamento radicular.
- Encaminhamento médico propriamente dito:

Existem três tipos diferentes de pacientes com problemas renais e seguir os devidos passos:
- PACIENTES EM TRATAMENTO CONSERVADOR
1) Sedação mínima: benzodiazepínico da ação curta (midazolam 7,5 mg) ou óxido nitroso para controle de
ansiedade e manter a pressão ideal, pois geralmente esses pacientes também são hipertensivos.
2) Antissepsia intra e extrabucal: digluconato de clorexidina 0,12 e 0,2%.
3) Anestesia local: articaína 4% ou lidocaína 2% com adrenalina 1:100.000 ou 1:200.000 (máximo 2 tubetes
por sessão). Se a adrenalina estiver contraindicada usar prilocaína 3% com felipressina. E evitar
mepivacaína por causa do metabolismo hepático e excreção renal.
4) Analgésicos para dores leves: dipirona ou paracetamol. Dores moderadas a intensas: tramadol ou tilex
(opióides).
5) Antiinflamatórios: dexametasona ou betametasona dose única.
6) Antibióticos: nos casos leves da doença não há necessidade de redução da dose. Tetraciclinas e
cefalosporinas devem ser evitas devido a possibilidade de causar nefrotoxicidade. Pode indicar amoxicilina,
ampicilina, clindamicina, metronidazol e azitromicina.
- PACIENTES EM HEMODIALISE
1) Avaliar a capacidade de tolerância do paciente aos procedimentos invasivos ou de maior duração.
2) Na avaliação a PA nunca utilizar o braço que contém a fístula arteriovenosa (material q fica aderido as
veias do paciente)
3) Pacientes que recebem heparina o ideal é realizar o atendimento no dia seguinte.
4) A penicilina V, azitromicina ou clindamicina e metronidazol não necessitam de ajuste de doses. A
amoxicilina poderá ser mantida a cada 8 horas ou ajustado para cada 12 ou 24 horas dependendo da taxa de
filtração glomerular. Essas informações serão prestadas pelo médico do paciente.
- PACIENTES COM TRANSPLANTE RENAL
1) Os procedimentos devem ser agendados para 6 meses após a intervenção. Os casos de urgência (pulpite,
pericementite ou abscesso por ex) indicar para que seja feito o atendimento hospitalar após troca de
informações com o médico.
2) Considerar profilaxia antibiótica previamente aos procedimentos cirúrgicos, bacteremias podem resultar
em glomerulonefrite no rim transplantado.
3) Pacientes fazendo uso crônico de corticosteróides poder requerer suplementação a critério médico.
4) Pacientes em uso de varfarina deverão ser avaliados antes de qualquer procedimento que cause
sangramento para evitar hemorragia (realizar o exame de RNI –relação internacional normatizada – e se
tiver entre 2 e 4 o paciente pode passar pelo procedimento odontológico invasivo).

Você também pode gostar