Resumo Terapêutica
Resumo Terapêutica
A prescrição medicamentosa é uma ordem escrita dirigida ao farmacêutico, definindo como o fármaco deve
ser fornecido ao paciente, e a este, determinando as condições em que o fármaco deve ser utilizado.
Pressupõem conhecimento de farmacologia, quanto a ações, usos e esquemas de administração de drogas.
NORMAS GERAIS:
*Escrita à tinta, em letra de forma, legível e sem rasuras;
*Não se deve usar abreviaturas;
*Usar receituário específico para fármacos controlados: formulário retido na farmácia, as instruções devem
ser restritas para o paciente em receituário comum;
*Deve ser assinada claramente e acompanhada de carimbo;
*Atenção na grafia de zeros ou números com vírgula, para evitar erros grosseiros de dosagem;
*Validade de 30 dias, a contar da data de emissão.
PARTES DA PRESCRIÇÃO:
-CABEÇALHO: impresso: nome, endereço, registro profissional, CPF, especialidade;
-SUPERINSCRIÇÃO: nome e endereço do paciente, idade e seguido por “uso interno” ou ”uso externo”.
-INSCRIÇÃO: nome do fármaco, forma farmacêutica e concentração.
-SUBINSCRIÇÃO: designa a quantidade total a ser fornecida; para fármacos de uso controlado, deve ser
expressa em algarismos arábicos, escrito por extenso, entre parênteses.
-TRANSCRIÇÃO: orientações do profissional para o paciente.
-DATA E ASSINATURA.
NOME GENÉRICO:
É a determinação de um princípio ativo ou fármaco, adotada pelo Ministério da Saúde ou, em sua ausência,
a Denominação Comum Internacional, recomendada pela OMS.
MEDICAMENTO GENÉRICO: é a cópia fiel dos medicamentos de referência. Apresenta a mesma eficácia,
comprovada por testes de biodisponibilidade e bioequivalência, realizados por laboratórios conveniados com
o Ministério de Saúde.
A embalagem comercial do medicamento genérico não pode apresentar nome fantasia, devendo exibir
apenas o nome genérico do medicamente. Além disso deve conter a frase impressa: “Medicamento genérico
– Lei 9787/99”
Exemplos:
Medicamento original ou de referência: Amoxil, Valium, Cataflam, Novalgina.
Nome genérico (princípio ativo): Amoxicilina, Diazepam, Diclofenaco potássico, Dipirona sódica
MEDICAMENTOS SIMILARES: contém o mesmo ou os mesmos princípios ativos, apresenta mesma
concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica, e que é
equivalente ao medicamento registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária.
Podem diferir somente em características relativas ao tamanho e forma do produto, prazo de validade,
embalagem, rotulagem, excipientes e veículo, devendo sempre ser identificado por nome comercial ou
marca.
Para registro a obrigatoriedade de apresentação de testes de biodisponibilidade e bioequivalência.
A RECEITA:
*Orienta a dosagem e a posologia adequada do(s) medicamento(s), garantindo os benefícios de sua
administração;
*Limita a automedicação, que pode induzir ao hábito ou vicio;
*Permite incluir as precauções ou orientações com relação ao uso do(s) medicamento(s);
*Instrumento legal nos casos de uso indevido dos medicamentos ou erro na manipulação.
RECEITA COMUM
*Medicamentos industrializados
*Formulações marginais
Deve ser escrita:
-De modo legível
-Por extenso
-À tinta
-Sem rasura
Observações importantes:
-As prescrições por cirurgiões-dentistas só poderão ser feitas quando para uso odontológico.
-Não deixar espaço em branco entre a orientação e assinatura do profissional.
-Feita a prescrição solicitar ao paciente a leitura da mesma para esclarecer alguma dúvida.
-Fazer a prescrição com cópia, solicitando ao paciente que faça uma rubrica em ambas as vias, arquivando
uma delas no prontuário clínico.
TIPOS DE RECEITA:
Quais medicamentos devem ser prescritos por meio da receita de controle especial?
O cirurgião-dentista poderá receitar drogas contidas na lista B1 da portaria 344/98 (psicotrópicos), desde que
para uso odontológico, devendo a receita comum ir acompanhada da Notificação de Receita do Tipo B, de
cor azul, com validade de 30 dias. Na prática Odontológica, esta conduta se aplica quase que exclusivamente
à prescrição de ansiolíticos do grupo dos benzodiazepínicos.
ANSIOLÍTICOS E SEDATIVOS
Buspirona (Ansitec, Buspar)
Levomepromazina (Neozine)
Periciazina (Neuleptil)
ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS (empregados em subdoses)
Amitriptilina (Tryptanol)
NOTIFICAÇÕES DE RECEITA
Tipo A (amarela): Entorpecentes e psicotrópicos
Tipo B (azul): psicotrópicos e anorexígenos
Tipo C (branca): retinóides e imunossupressores
A RDC 61, publicada em 22/12/10 alterou o anexo da norma anterior, incluindo na relação mais 26
princípios ativos e 5 substâncias foram retiradas da lista, entre elas griseolfuvina e nistatina.
Iniciada por uma bacteremia, a Endocardite Bacteriana é uma infecção do endocárdio (geralmente valvar),
mas pode acometer outras estruturas do coração: endocárdio das comunicações interventriculares e próteses
valvares:
-Rara
-Sequelas graves
-Às vezes óbito
O processo inicia-se pela deposição de plaquetas e de fibrina no local, colonização bacteriana e formação de
vegetações com posterior disseminação da infecção por via sanguínea (bacteremia).
Higiene bucal ou periodontal inadequada, infecções periapicais, periodontais e da mucosa bucal podem
produzir bacteremia transitória mesmo na ausência de procedimentos odontológicos.
A incidência e a magnitude das bactérias
Alérgicos à penicilina:
Adultos:
Clindamicina 600mg
Azitromicina 500mg
Por via oral, numa única dose, 1 hora antes do procedimento.
Crianças:
Azitromicina 15 mg/kg de peso
Claritromicina 15 mg/kg de peso
Por via oral, numa única dose, 1 hora antes do procedimento.
O CD deve avaliar os riscos e os benefícios antes de prescrever ATB, na tentativa de diminuir o seu uso de
forma indiscriminada e desnecessária.
De maior interesse para o CD são as de origem periodontal como A. actinomycetemcomitans entre outros
patógenos.
O que deve ser feito quando o plano de tratamento de um paciente susceptível à EB exigir várias sessões de
atendimento?
-Uso repetitivo profilaxia ATB
-Seleção estreptococcus bucais resistentes
-Intervalo de 9 a 14 dias entre as seções, nas quais o uso estiver indicado: pode evitar a seleção de bactérias
resistentes.
O paciente já se encontra sob tratamento com ATB, por ordem médica ou odontológica. Qual deve ser a
conduta?
Se estiver tomando um ATB normalmente empregado para profilaxia EB (amoxicilina), selecionar um
fármaco de outro grupo, como a clindamicina ou azitromicina, ao invés de aumentar a dose do ATB em uso.
Em pacientes sob tratamento de doença periodontal com o uso concomitante de Tetraciclina, suspender a
medicação por 3 ou 4 dias antes do dia agendado para um procedimento, e instituir a profilaxia com
amoxicilina.
Quando um paciente cardiopata de alto risco para endocardite for portador de periodontite agressiva,
colonizada pelo A. actinomycetemcomitans, como deve ser feita a profilaxia ATB?
*Administração sistêmica de Doxiciclina 100mg por 14 dias.
*Protocolo profilático convencional contra o S. viridans antes de cada procedimento que cause bacteremia
significativa.
No atendimento de um paciente de risco para a EB, basta administrar o ATB antes da intervenção que cause
bacteremia?
*Realizar o maior número de procedimentos sob uma mesma cobertura ATB.
*Bochecho com digluconato de clorexidina 0,2%, 1 minuto antes da sessão.
*Certificar-se que o paciente tomou a dose do ATB.
*Estabelecer normas rígidas de antissepsia.
*Evitar ao máximo os traumatismos gengivais desnecessários.
Endocardite infecciosa e profilaxia antibiótica: um assunto que permanece controverso para a Odontologia.
OBJETIVO: esta comunicação busca repensar as condutas aplicadas na clínica odontológica, observando
aspectos importantes na prescrição do antibiótico e minimizando o uso da profilaxia antibiótica para
procedimentos odontológicos.
CONCLUSÃO: o cuidado com a saúde bucal e o controle do biofilme dental devem ser os primeiros passos
na prevenção da endocardite infecciosa, de origem odontogênica.
“A dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada a uma injúria tecidual ou outro tipo
de injúria”. (Internacional Association for the Study of Pain).
A dor de origem dental ou de seus anexos quase sempre é de caráter inflamatório agudo.
2) Analgesia preventiva:
Obtida pelo uso do analgésico após a lesão tecidual, tendo início ao final da intervenção, mas antes do
surgimento da sensação dolorosa (Dionne, 2000).
A primeira dose do fármaco é administrada ao final do procedimento, seguida pelas doses de manutenção no
período pós-operatório em curto prazo.
3) analgesia multimodal:
Utilização de dois ou mais fármacos que atuam por diferentes mecanismos de ação para proporcionar a
analgesia e produz poucos efeitos colaterais em comparação com altas doses do único medicamento (Crews,
2002).
Pode agir tanto preemptiva como preventivamente.
A primeira dose é administrada ao final do procedimento, seguida das doses de manutenção por curto
período de tempo.
O intervalo entre as doses são estabelecidos pela meia vida plasmática de cada medicamento.
USO EM CRIANÇAS:
O ibuprofeno é o único AINE aprovado para o uso em crianças segundo o FDA.
No Brasil, o ibuprofeno é agora distribuído na rede pública, em substituição ao diclofenaco e nimesulida que
não são mais indicado para crianças segundo a ANVISA.
DURAÇÃO DO TRATAMENTO
A dor decorrente de procedimentos odontológicos cirúrgicos eletivos perdura, em geral por um período de
24 horas, com pico de intensidade entre 6 a 8 horas e o edema atinge o seu ápice após 36 horas (Seymour et
al., 1985):período máximo de 48 a 72 horas
Se o paciente acusar dor intensa ou exacerbação do edema após este período, agendar nova consulta para
reavaliação do quadro clínico.
PRECAUÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES
-Ação analgésica e antiinflamatória dos IS COX2 não é superior aos INS COX2;
-Usar coxibes exclusivamente em pacientes com risco aumentado de sangramento do TGI, sem risco de
doença cardiovascular;
-Não há estudos que demonstrem a segurança de utilização dos IS COX2 em menores de 18 anos;
-Prescrição de IS COX2 usar a menor dose efetiva pelo menor período de tempo necessário.
-Contraindicado o uso de IS COX2 em pacientes que fazem uso de antiagregantes plaquetários (aspirina e
clopidrogrel) ;
-Uso de piroxicam e ibuprofeno com varfarina pode potencializar o efeito anticoagulante – hemorragia;
-Uso AINES com AH pode ppt um ↑ de brusco de PA (captopril, enalapril, HCTZ e furosemida);
-Evitar uso de IS COX2 em pacientes com história de infarto do miocárido, angina ou stents pelo risco ↑ de
trombose – idosos;
-Os AINES podem causar retenção de água e sódio, ↓ TFG e ↑ da PA – idosos.
Em adultos, a dose é, em geral, de 4 a 8 mg, administrada 1 hora antes do início da intervenção (dose única).
USO EM CRIANÇAS
No caso de intervenções mais invasivas, solução oral gotas de betametasona (0,5 mg/ml), 1 gota/Kg/peso
corporal, em dose única, 1 hora antes do procedimento.
CONTRA-INDICAÇÕES:
1) portadores de doenças fúngicas sistêmicas;
2) portadores de herpes simples ocular;
3) pacientes com histórico de doenças psicóticas;
4) portadores de tuberculose ou histórico da doença;
5) hipersensibilidade à droga.
OPIÓIDES FRACOS:
-Codeína e Tramadol para dores moderadas a intensas, que não respondem ao tratamento com outros
analgésicos.
-Tramadol tem ação 1 hora após administração de uma dose de 50 mg, e não indicado para menores de 16
anos, pela falta de estudo clínicos controlados.
EFEITOS ADVERSOS:
-Náuseas, constipação intestinal, vômito, alterações do humor, sonolência e depressão respiratória limitam a
utilização em larga escala.
-Utilizar com cautela em idosos, debilitados, insuficiência hepática e renal, hipertrofia prostática e
portadores de depressão respiratória.
DOSES PARA ADULTOS:
Nome Genérico Nome comercial Dose usual Intervalo
Dipirona Novalgina® 500 mg a 1 g 4h
Paracetamol Tylenol® 500-750 mg 6h
Ibuprofeno Advil® 200 mg 6h
Paracetamol + codeína Tylex® 500 mg paracetamol +30 mg codeína 6h
Tramadol Tramal® 50 mg 8h
Terapêutica (aula 4)
O medo adquirido na infância pode persistir e influenciar o comportamento na idade adulta (Milgrom &
Weinstein, 1993).
A análise da ansiedade tem permitido o desenvolvimento de uma variedade de medidas, a maioria delas se
dá através de questionários.
ESCALA DE CORAH
I. Se você tivesse que se submeter à uma cirurgia bucal amanhã, como se sentiria?
a. ( ) tudo bem, não me importaria - [1]
b. ( ) ficaria ligeiramente preocupado(a) - [2]
c. ( ) sentiria um maior desconforto - [3]
d. ( ) estaria com medo do que pudesse acontecer - [4]
e. ( ) ficaria apreensivo(a) e não iria nem dormir direito - [5]
II. Quando você se encontra na sala de espera do consultório, esperando ser chamado pelo dentista, como se
sente?
a. ( ) tranqüilo(a) e relaxado(a) - [1]
b. ( ) um pouco desconfortável - [2]
c. ( ) tenso(a) – [3]
d. ( ) ansioso(a) ou com medo – [4]
e. ( ) tão ansioso(a) ou com medo que começo a suar e me sentir mal – [5]
III. Quando você já se encontra na cadeira do dentista aguardando que ele comece a fazer a anestesia, como
se sente?
a. ( ) tranqüilo(a) e relaxado(a) - [1]
b. ( ) um pouco desconfortável - [2]
c. ( ) tenso(a) – [3]
d. ( ) ansioso(a) ou com medo – [4]
e. ( ) tão ansioso(a) ou com medo que começo a suar e me sentir mal – [5]
IV. Imagine que você já esteja anestesiado. Enquanto aguarda o dentista pegar os instrumentos para começar
uma cirurgia gengival, como se sente?
a. ( ) tranqüilo(a) e relaxado(a) - [1]
b. ( ) um pouco desconfortável - [2]
c. ( ) tenso(a) – [3]
d. ( ) ansioso(a) ou com medo – [4]
e. ( ) tão ansioso(a) ou com medo que começo a suar e me sentir mal – [5]
O álcool etílico é a droga mais usada para evitar a ansiedade, entretanto não deve ser utilizado como
medicamento no contexto de tratamentos clássicos (Armonia et al., 2001).
1) Não Farmacológicos:
A verbalização (iatrossedação) é a conduta básica, que pode ser associada a técnicas de relaxamento
muscular ou de condicionamento psicológico.
Métodos de distração através se sons ou imagens para relaxar e distrair a atenção do paciente também são
utilizados.
2) Farmacológicos:
Quando os métodos anteriores não são suficientes o bastante para controlar a ansiedade e o medo do
paciente, deve-se lançar mão de métodos farmacológicos de sedação como medida complementar, desde a
sedação mínima até a anestesia geral.
GRAUS DE SEDAÇÃO
1) Sedação Mínima
Discreta depressão do nível de consciência, produzida por método farmacológico, que não afeta a habilidade
do paciente de respirar de forma automática e independente e de responder de maneira apropriada à
estimulação física e ao comando verbal (ADA, 2007).
SEDAÇÃO MÍNIMA
1.1 – Benzodiazepínicos são os ansiolíticos mais empregados por via oral, pela eficácia, boa margem de
segurança clínica e facilidade posológica.
1.2 – Inalação da mistura de óxido nitroso (N2O) e oxigênio (O2), técnica administrada por
cirurgião-dentista habilitado.
1.3 – Fitoterápicos por via oral:
1.3.1 Valleriana officinalis: 100 mg em dose única 1 hora antes dos procedimentos cirúrgicos;
1.3.2 Passiflora incarnata: 500 mg 90 minutos antes da cirurgia.
BENZODIAZEPÍNICOS
VANTAGENS DO USO
-Paciente mais cooperativo;
-Redução do fluxo salivar
-Atenuação do reflexo do vômito;
-Emprego em menor volume de AL;
-Aumento do limiar da dor;
-Amnésia anterógrada.
QUANDO EMPREGAR?
-Quando não é possível controlar a ansiedade através de outros métodos;
-Nas intervenções mais invasivas, como cirurgias e drenagens de abscessos (MPA).
NÃO PRESCREVER
-Portadores de miastenia gravis;
-Dependentes do álcool ou outras drogas
-Depressoras do SNC;
-Alergia aos benzodiazepínicos;
-Gestantes 1º trimestre e ao final da gestação.
CUIDADOS ADICIONAIS
-Necessidade de acompanhante;
-Dirigir veículos ou operar máquinas;
-Evitar o uso concomitante de álcool.
REAÇÕES ADVERSAS
(mais associadas ao uso crônico)
EFEITO PARADOXAL
(mais comum em idosos e crianças)
BENZODIAZEPÍNICOS
Nome genérico Referência Doses
Diazepam Valium® 5 a 10 mg
Alprazolam Frontal® 0,5 a 0,75 mg
Midazolam Dormonid® 7,5 a 15 mg
Lorazepam* Lorax® 1 a 2 mg
* 1ª opção a pacientes com idade acima de 65 anos
BENZODIAZEPÍNICOS
Forma de administração
1 comprimido antes do atendimento
Midazolam 30 minutos
Diazepam 45 a 60 minutos
Alprazolam 45 a 60 minutos
Lorazepam 2 horas
Por apresentar menor incidência de efeitos paradoxais ou amnésia anterógrada, o alprazolam se constitui
numa boa alternativa (Mancuso et al., 2004).
Dose de 0,5 mg 45 a 60 minutos antes do procedimento.
SEDAÇÃO EM CRIANÇAS
Apenas o midazolam e o diazepam são atualmente recomendados para o uso em crianças. Ambos
apresentam vantagens sobre outros agentes sedativos como a prometazina, a hidroxina e o hidrato de cloral
(Shapira et al., 2004).
Midazolam é o fármaco de escolha para procedimentos de curta duração em crianças, sendo bastante
utilizado nesta especialidade (Uldum et al., 2008).
Dose de 0,25 a 0,5 mg/Kg de peso corporal.
SEDAÇÃO EM IDOSOS
Lorazepam é o fármaco de escolha, produz menor incidência de efeito paradoxal e a desvantagem é o tempo
necessário para o início do efeito, de 1 a 2 horas.
Dose de 1 mg 2 horas antes dos procedimentos cirúrgicos.
Apresenta certa limitação no caso de procedimentos cirúrgicos mais complexos na região anterior da maxila,
pela colocação da máscara facial.
Contraindicações:
Respiradores bucais;
Obstrução nasal;
Portadores de DPOC (enfisema, bronquite severa);
Infecções respiratórias agudas;
Quimioterapia com bleomicina: desenvolvimento de fibrose pulmonar.
Desvantagens:
-Investimento inicial: equipamento e curso teórico-prático.
FITOTERÁPICOS
A Valeriana officinalis está presente em muitos produtos fitoterápicos com propriedades ansiolíticas e
hipnóticas e não apresentam os efeitos colaterais comuns aos BZD.
A Passiflora incarnata já foi testada como pré-medicação anestésica e demonstrou reduzir a ansiedade sem
induzir sedação em pacientes ambulatoriais.
VALERIANA X BENZODIAZEPÍNICOS
-Não potencializa efeitos do álcool e nem dos depressores do SNC
-Não interfere na capacidade de dirigir e operar máquinas;
-Não causa dependência física e/ou psíquica;
-Reações adversas ocasionais.
REAÇÕES ADVERSAS
-Queimação retro-external;
-Dispepsia;
-Diarréia;
-Reações alérgicas cutâneas;
-Taquicardia e insônia. (RARAS).
HIPERTIREOIDISMO
# Presença no sangue de quantidades excessivas de hormônio da tireoide, que se manifesta por
intensificação da atividade metabólica do organismo, aumento do volume da tireoide, emagrecimento,
taquicardia e outros sintomas
Hipertireoidismo não controlado – É absolutamente contra-indicado anestésicos locais vasoconstritores
adrenérgicos (aminas adrenérgicas). Eles vão produzir efeito alfa1 (aumento da pressão arterial) e beta
(aumento da frequência cardíaca, da força, velocidade de condução e consequentemente aumento do
consumo de oxigênio). Isso só acontece em altas doses, ou quando tem injeção intravascular e o
medicamento entra em contato direto com vasos sanguíneos (que pode ser evitado ao fazer o refluxo e
analisar se há saída de sangue na hora da aplicação).
Hipertireoidismo controlado – Pode tomar o A.L. com vasoconstritores (Epinefrina=Adrenalina ou
felipressina). Tendo o limite de 2 tubetes anestésicos.
Quando o paciente precisa receber um AL que não seja vasoconstritor, pode-se usar a felipressina – ela não é
uma amina adrenérgica como a Adrenalina e a noradrenalina, assim não atuam em receptores alfa e beta. A
única desvantagem dela em relação a adrenalina é que o tempo de ação é menor, dá menos vasoconstrição.
# Qualquer paciente que for descontrolado com hipertensão ou insuficiência cardíaca tem que fazer um
encaminhamento médico, que o médico retorna com esse paciente. Pois, eles não podem receber A.L. com
vasoconstritor devido os efeitos Alfa e Beta que estes causam, piorando o quadro do paciente.
FEOCROMOCITOMA
É um tumor malígno das células cromafins da medula adrenal que produzem catecolaminas (aminas
adrenérgicas), começa a ter uma produção de adrenalina e noradrenalina descontrolada. E como
consequência tem o aumento da pressão arterial e se não controlada leva ao óbito por edema pulmonar,
fibrilação ventricular ou AVE (Acidente vascular encefálico).
Para eles também são contra-indicado soluções de Anestésicos locais com vasoconstritores adrenérgicos
devido os efeitos destes nos receptores Alfa e Beta (Adrenalina (alfa 1 e 2, beta 1 e 2), noradrenalina (alfa,
mas principalmente em beta 1 e 2) e Levonordefrina)
PACIENTE IDOSO
Na clínica é mais fácil de encontrar tais pacientes, principalmente os idosos. Devido a maior expectativa de
vida atualmente.
Polifarmácia: Hoje os idosos acabam fazendo uso de diversos medicamentos o que é conhecido como
polimedicação (antes se usava o termo polifarmácia – várias farmácias). Assim, é importante saber as
interações medicamentosas.
É comum entre os idosos terem vários tipos de medicamentos para um mesmo problema, pois eles vão em
diversos especialistas. Além disso, tem a automedicação. E tudo isso pode levar a: Interações
medicamentosas / Modificações orgânica / Presença de patologias / Alterações farmacocinéticas (mecanismo
de absorção, interação e excreção). O que acaba dificultando o regime terapêutico ideal.
Período de atendimento e duração das sessões: É mais interessante está tratando os idoso no segundo
período da manhã (10h) e no início da tarde, sessões de curta duração (50’) para evitar o estresse, quanto
mais estressado mais dor sente, pois tem a liberação de cortisol e de adrenalina levando a aumento da
pressão arterial e o risco aumentado de infarto.
# Risco de Acidente vascular encefálico é maior no início do período da manhã, ainda maior naqueles com
histórico anterior da doença
Uso de medicamentos
● Benzodiazepínicos (sedativos hipnóticos): são usados antes do tratamento, para pacientes ansiosos - São
ansiolítico e hipnóticos, servem para sedar o paciente, produzir sono e equilibrar a ansiedade. Deve ser
evitado em idosos e crianças devido ao seu efeito paradoxal que ao invés de diminuir a ansiedade pode
estimula-la.
Então para idosos é utilizado o Lorazepam como Medicação Pré-Anestésica (MPA), dose única de 1 ou 2
mg, duas horas antes intervenção e Midazolan para crianças
● Anestésicos Locais
Para administra-los deve-se ter
1) conhecimento do estado de saúde do paciente; 2) seleção correta do anestésico; 3) domínio da técnica
escolhida.
Lidocaína (anestésico local padrão): pacientes com função renal e hepática reduzidas, não ultrapassar
limite 3 tubetes de uma solução a 2%.
# A Felinefrina e noradrenalina (aminas adrenérgicas vasoconstritores que são adicionados ao A.L.)
provocam bradicardia reflexa e pode leva o paciente a uma parada cardíaca.
Insuficiência cardíaca (ICC) ou arritmia cardíaca, sob acompanhamento médico (paciente controlado)
deve-se optar por solução com adrenalina em baixas concentrações 1:100.000 ou 1:200.000.
Mepivacaína: 3% sem vasoconstritor (Scandicaine®) em procedimentos rápidos de até 30’.
Mepivacaína: 2% com noradrenalina na concentração de 1:100.000 (Mepiadre®, Mepivalen®), usar baixas
doses para evitar toxicidade, limite 3 tubetes
Prilocaína: em altas doses leva a metemoglobinemia (condição em que a hemoglobina está com a molécula
de ferro oxidada e não faz o transporte adequado de oxigênio, podendo levar a hipóxia). Então pacientes que
tem alteração nos glóbulos vermelhos e outras discrasias sanguíneas deve ter cautela. Principalmente
pacientes que também faz uso de paracetamol e fenacetina que são medicamentos indutores de
metemoglobinemia. Não ultrapassar 2 tubetes.
Articaína: evitar uso em pacientes com histórico de anemia, Insuficiência cardíaca (IC) ou respiratória
evidenciada por hipóxia. Contra-indicação para pacientes comprovadamente alérgicos a medicamentos ou
produtos que contenham S (enxofre) como as sulfas (antimicrobianos).
Bupivacaína: 0,5% com adrenalina de 1:200.000 (Neocaína® e Cirucaína®) em bloqueios tronculares
proporciona uma duração de ação de 6 a 7 horas. Usado em Intervenções mais invasivas. Máximo 2 tubetes.
Indicado também, quando deseja uma anestesia longa e que continue por um tempo no pós-operatório (em
múltiplos implantes, por exemplo).
● Analgésicos e Antiinflamatórios
Dipirona e paracetamol tem efeito antipirético e analgésico, portanto funciona como anti-inflamatório. Dor
leve a moderada: paracetamol ou dipirona, nas doses habituais e por tempo restrito, no máximo 24 horas.
Procedimentos que causam edema (ex. procedimentos cirúrgicos e ortodônticos), pode se medicar com
corticoide (anti-inflamatório) e depois passar apenas analgésico. Em intervenções mais invasivas tem uma
expectativa de reação inflamatória mais intensa, também pode indicar, nesse caso, corticosteróide
(betametasona ou dexametasona).
# O paracetamol e a aspirina bloqueiam a enzima ciclo oxigenasse e consequentemente a COX e a produção
de prostaglandinas. E consequentemente a dor. Já a dipirona inibe o influxo direto de ions cálcio dentro do
nociceptor, impendo também assim a dor, mas ela não tem relação nenhuma com prostaglandinas por isso
ela não é antiinflamatoria e sim analgésico e antipirético
● Antibióticos
Penicilina V (penicilina oral), Ampicilina ou Amoxicilina – são os antibióticos mais utilizados na
odontologia. Pode haver necessidade de adequar dose nos nefropatas. Já em infecções mais graves associar
metronidazol (AINE) às penicilinas;
Para alérgicos a penicilina, pode se usar Eritromicina para infecções em fase inicial. para infecções mais
evoluídas utilizar azitromicina (caiu em desuso) ou clindamicina.
A CRIANÇA
Tem-se sedação não farmacológica, que pode ser musicoterapia, aromaterapia, acupuntura, hipnose. Já os
farmacológicos são fitoterápicos, benzodiazepínicos e oxido nitroso.
● Sedação consciente
servem para diminuir a ansiedade. Pode ser:
Mistura de Óxido Nitroso (O2/N2O) por via inalatória, deve ser feito por profissional habilitado.
Benzodiazepínicos: diazepam e midazolam com vantagem sobre prometazina, hidroxizina e hidrato de
cloral. Diazepam é útil em crianças em idade escolar, doses em torno de 0,3 mg/Kg por via oral, tem efeitos
após 45 a 60 minutos. Desvantagem: duração de ação 6 a 8 horas. Midazolam atinge sua concentração
máxima após 30’ e duração de ação de 2 a 4 horas (rápido).
Os benzodiazepínicos (principalmente o diazepan) podem dar Amnésia anterógrada (o paciente esquece
tudo a partir do momento que toma o fármaco): droga de escolha para procedimentos odontopediátricos de
curta duração.
● Anestésicos Locais
Articaína 4% com concentração de *Adrenalina (=Epinefrina) de 1:100.000. Não é recomendada para
crianças menores de 4 anos. Dose máxima para crianças é de 5 mg/kg.
Lidocaína 2% com *E 1:100.000 é a solução de escolha
Mepivacaína 2% com *E 1:100.000 é uma alternativa
Prilocaína 3% com felipressina 0,03 UI/mL não é contra-indicada, mas deve ser evitado em portadores de
anemia: risco de metemoglobinemia.
Bupivacaína está contra-indicada: risco de traumatismo involuntário da área anestesiada, paciente pode
ficar mordendo o lábio.
Procedimentos de curta duração em cardiopatas, utilizar Mepivacaína 3% sem vasoconstritor, diminui a
dose máxima em 30%. Já em procedimentos mais invasivos empregar prilocaína 3% com felipressina 0,03
UI/mL.
● Analgésicos
Dor leve a moderada pode utilizar:
Paracetamol: 10 a 15 mg/Kg a cada 6 horas ou 1 gota por Kg até a quantidade máxima de 35 gotas. Não
exceder 5 administrações em 24 horas.
Dipirona: 10 mg/Kg a cada 4 horas ou meia gota por Kg até a quantidade máxima de 20 gotas.
Dores mais intensas usa-se:
Betametasona (corticoide) em dose única pré-operatória: dose de 0.025 a 0,05 mg/Kg ou 1 a 2 gotas por
Kg/peso em função do traumatismo esperado
Nimesulida (AINE) na dose de 2,5 mg/Kg ou uma gota por Kg/peso a cada 12 horas.
# Vantagem do corticosteroide é que é praticamente isento de efeitos colaterais e dose única, já o AINE não
altera a homeostasia, custo benefício menor, dose única, atua apenas na COX2.
● Antimicrobianos
Infecções em fase inicial:
Amoxicilina e Penicilina V (via oral) ou Ampicilina (via parenteral)
Dose de ataque: dobro da dose normal para assim ter uma inibição ainda maior, 40 mg/Kg - criança com 20
Kg: 800 mg
Doses de manutenção: Amoxicilina - 20 mg/Kg a cada 8 horas / criança com 20 Kg - 400 mg / Penicilina V
ou Ampicilina - 15 mg/Kg a cada 6 horas / criança com 20 Kg - 300 mg
# Antes o padrão da quantidade de dias que se usava antimicrobianos eram sete dias, mas hoje deve ser
usado de acordo com a defesa do paciente. Se o paciente for imunocompetente por exemplo, pode precisar
de mais dias.
GESTANTES
Sempre que possível fazer contato com o obstetra da paciente, para troca de informações, visando o plano de
tratamento odontológico e a avaliação da relação risco/benefício quanto ao uso de medicamentos.
Todo tratamento odontológico essencial pode ser feito durante a gravidez: exodontias não complicadas,
tratamento periodontal básico, restaurações dentárias, tratamento endodôntico, colocação de próteses.
Evitar: Reabilitações oclusais extensas e as cirurgias mais invasivas que devem ser programadas para o
período pós-parto, quando possível.
Época de atendimento
1º trimestre: A maioria das grávidas podem apresentar enjoos matutinos e náuseas. E nesse período de
Organogênese (formação do embrião) a incidência de abortos espontâneos são maiores.
2º trimestre: Melhor período. Apenas risco de hipotensão postural - mudanças bruscas de posição – então
deve levantar a paciente bem devagar.
3º trimestre: Frequência urinária alta, hipotensão postural, inchaço nas pernas e desconforto na posição
supina devido compressão causada pelo feto.
Melhor horário de atendimento: 2° período da manhã.
# Atendimento: Ter cuidado na hora de levantar a paciente para que não caia (hipotensão postural), deixar
um tempo na posição sentada antes de levantar.
Urgências odontológicas: pulpite, pericementite ou abscessos agudos, o tratamento não pode ser adiado,
independente do período no qual a gestante se encontra. Nesses casos as consequências da dor e da infecção
podem ser mais maléficas à mãe e ao feto do que aquelas decorrentes do tratamento odontológico.
● Sedação
Pode-se fazer a sedação consciente pela mistura de N2O/O2, parece ser um método seguro a partir do 2º
trimestre de gestação. O óxido nitroso (N2O) atravessa a barreira placentária, mas não há evidências de
teratogenicidade (qualquer agente que cause um anormal desenvolvimento pré-natal) – 50% de oxigênio,
50% oxido nitroso, no período de 30’. Se houver necessidade, deve-se trocar informações com o obstetra
para avaliar a relação risco x benefício da sedação farmacológica, ademais deve evitar fazer seções
repetidas.
Se não tiver outros medicamentos pode se usar os benzodiazepínicos, mas da categoria D.
● Anestésicos locais
A gravidez parece ↑ suscetibilidade aos AL. Sendo assim, eles são seguros para uso em todo período
gestacional. O A.L. de escolha é a Lidocaína com adrenalina de 1:100.00.
Evitar Cloridrato de lidocaína com felipressina (agonista alfa 1 adrenérgico, portanto faz constrição), devido
ao risco provocar contrações uterinas.
Não utilizar benzocaína, prilocaína e articaína pelo risco de metemoglobinemia (pode diminuir a
oxigenação do feto).
# Meta-hemoglobinemia, caracterizada pela presença de um nível mais alto do que o normal de
meta-hemoglobina no sangue. A meta-hemoglobina é uma forma de hemoglobina que não se liga ao
oxigênio
Grávidas com hipertensão arterial (HA) não controlada
Deve ter cuidado com anestésicos locais intravasculares e avaliar risco x benefício, fazer o atendimento
ambulatorial ou hospitalar.
Usar nesse caso de HA, Prilocaína 3% com felipressina ou mepivacaína 3%. Volume máximo de AL: 2
tubetes por sessão. Fazer uma injeção lenta e verificar se teve aspiração negativa para ter certeza que não
atingiu os vasos.
# Quando a gravida está com pressão arterial alta só deverá fazer o procedimento odontológico se for caso
de urgência ou emergência.
● Analgésicos e antiinflamatórios
Pacientes com dor instalada deve primeiramente remover a causa. O Paracetamol pode ser usado em
qualquer período da gestação (500 a 750 mg, 6/6 horas, máximo 3 doses diárias).
Uso de dipirona deve ser considerado quando benefícios superarem os possíveis riscos, sendo
contra-indicada no último trimestre, segundo informações do fabricante.
AAS (antiinflamatórios) e outros AINES devem ser evitados principalmente no último mês: Causam o
prolongamento do trabalho de parto / Sangramento materno, fetal ou neonatal / Fechamento pré-maturo do
ducto arterial do feto / Alterações na circulação pulmonar / Redução fluxo sanguíneo renal
Betametasona ou dexametasona, dose única 2 a 4 mg, parecem não apresentar teratogenicidade
● Infecções bacterianas
Primeiramente faz a remoção da causa. Infecções com manifestações sistêmicas e sinais de disseminação
pode-se usar penicilinas nas dosagens usuais ou eritromicina (estearato). Já em infecções mais avançadas,
associar penicilinas com metronidazol ou Azitromicina ou clindamicina
Em caso de dúvida pode trocar de informações com o médico: avaliar risco X benefício uso ATB
● Uso do flúor
Segundo a FDA, não há evidências suficientes para apoiar a prescrição de suplementos de flúor durante a
gestação. O flúor é mais importante no período pós-natal, devendo estar presente no meio bucal o mais cedo
possível, pelo uso de água ou dentifrícios fluoretados.
LACTANTES
Os AL e a grande maioria dos medicamentos de uso odontológico, são excretados em pequenas quantidades
no leite materno. parecem não afetar o lactente em doses terapêuticas.
Diazepam pode acumular no leite materno se empregado de forma contínua, o que é incomum na
odontologia, já que para controle de ansiedade é feito em dose única. Desse modo, o diazepam se for usado
de forma continua (o que não é comum) pode chegar no leite dando letargia e perda de peso nos nutrizes.
Ele é administrado em dose única, eventualmente, como Medicação Pré-Anestésica (MPA).
Apesar de seguro, é importante trocar informações com o pediatra, para avaliar risco X benefício e a
necessidade ou não de alterar as mamadas (a mãe não amamentar depois que tomar o medicamento).
Penicilina, eritromicina e clindamicina – antibióticos do grupo dos beta-lactâmicos profusamente
utilizados no tratamento de infecções causadas por bactérias sensíveis – são excretados em baixas
concentrações e sem efeitos adversos. Sendo assim, estes antibióticos são compatíveis com o aleitamento
materno
Já o Metronidazol – usado para infecções mistas – é excretado em altas concentrações, e nesse caso deve
entrar em contato com o pediatra
DIABÉTICOS
Deve primeiramente fazer a sedação consciente do paciente diabético, pois ansiedade e medo relacionados
ao tratamento odontológico podem induzir uma maior secreção de catecolaminas (adrenalina é
hiperglicemiante), aumentando os níveis de glicemia.
Benzodiazepínicos como Medicação Pré-Anestésica (MPA): Diazepam (criança) ,midazolam (idosos) ou
lorazepam (outros pacientes) para evitar o aumento da glicemia. Sedação inalatória com N20/02, pois é
segurança, rápido e possui previsibilidade de sedação.
Diabéticos e portadores de doença cardiovascular são beneficiados pela diminuição do estresse e pela
suplementação de O2.
● Anestesia Local
As alterações podem ser maiores em pacientes tratados com insulina que nos tratados com dieta ou
hipoglicemiantes orais. Os pacientes descompensados não devem receber vasoconstritores adrenérgicos
(noradrenalina). Já soluções com AL com adrenalina podem ser empregadas em diabéticos dependentes ou
não de insulina, nos diferentes procedimentos odontológicos. Deve obedecer a doses máximas para cada AL.
Fazer Injeção lenta após aspiração negativa para evitar que chegue na corrente sanguínea.
● Analgésicos e antiinflamatórios
Dores leves a moderadas:
Dipirona ou paracetamol nas doses indicadas.
Intervenções mais invasivas:
Betametasona ou dexametasona (corticoide) em dose única de 4 mg, em adultos com a doença controlada
Hipoglicêmicos (hipoglicemiantes orais): clorpropamida (diabinese®) e glibenclamida (daonil®) pode ser
potencializados pelo Ácido Acetil Salicílico (AAS) e drogas que tem alto grau de ligação proteica como
alguns AINES, elevando o efeito farmacológico: hipoglicemia
# Essas drogas deslocam os hipoglicemiantes orais da ligação das proteínas plasmáticas, tornando estes
fármacos livres no sangue, consequentemente mais fármaco absorvido, e maior o efeito levando a
hipoglicemia, o que para o cérebro muito ruim, já que seu consumo de energia é altíssimo.
● Profilaxia antimicrobiana e tratamento infecções bucais
# Essa não é de endorcatite.
Esses são para infecções bucais. E Só deve ser realizada em pacientes descompensados, apresentando
cetoacidose sanguínea e cetonúria, quando a função dos neutrófilos encontram-se diminuídas. Assim, cada
caso deve ser analisado criteriosamente junto com o médico que trata do paciente.
As infeções bucais em diabéticos de origem endodôntica ou periodontal, devem ser tratadas de forma
agressiva, pois a relação entre DM e infecção é bidirecional. Diabetes favorece a infecção. Infecção torna
mais difícil o controle do diabetes
HIPERTENSÃO ARTERIAL
✔ grupo 1 podem receber qualquer tipo de procedimento odontológico;
✔ grupo 2 medir a PA por 3 consultas consecutivas e se mantiver dentro dos mesmos limites, encaminhar
para o médico;
✔ grupo 3 medir a PA e nova medida após 5´, se continuar alta adiar a consulta e encaminhar ao médico;
✔ Grupo 4 mesmo procedimento do 3.
Classificação (PAS/PAD) mm Hg
1) Normal <120/80
2) Pré-hipertensão 120-139/80-89
3) Hipertensão estágio 1 140-159/90-99
4) Hipertensão estágio 2 ≥ 160/100
ARRITMIAS CARDÍACAS
A Frequência Cardíaca normal do adulto situa-se entre 60 a 100 Bpm.
Em crianças os valores dependem da idade:
# Melhor método é o oxímetro
Idade Valor em Bpm
2 anos 80 a 130
4 anos 80 a 120
6 anos 75 a 115
8 a 10 anos 70 a 110
Ao relatar arritmia o paciente deve ser questionado sobre suas atividades diárias (tem paciente que tem
limites de atividades diárias, como trabalho), se não houver limitação para o seu trabalho, poderá ser
submetido ao tratamento odontológico e utilizar AL com os mesmos cuidados dos anteriores.
ASMA BRÔNQUICA
✔ pacientes asmáticos dependentes de corticosteróides, deve-se evitar o emprego de AL com conservantes
(sulfitos) dando preferência aos AL com felipressina.
# asmático normalmente tem alergia aos sulfitos que são conservantes de alguns AL.
✔ cuidado com o paciente alérgico à aspirina, ao qual deve-se evitar a prescrição de um AINE, pelo risco
de sensibilidade cruzada, que pode acarretar uma crise aguda de asma.
INTERAÇÕES FARMACOLÓGICAS
CLASSIFICAÇÃO DAS INTERAÇÕES
As interações em geral podem estar envolvidas com a farmacocinéticas quando ocorrem em qualquer fase
da farmacocinética (durante a absorção, distribuição, biostransformação ou excreção dos fármacos). Ou
pode estar envolvido com a farmacodinâmica quando ocorrem nos sítios de ação dos medicamentos,
envolvendo os mecanismos pelos quais os efeitos se manifestam, ou seja o mecanismo de ação.
Essas interações ainda podem ser do tipo:
1) Antagonismo: ↓ da resposta clínica de uma droga quando uma segunda droga é administrada.
2) Potenciação: drogas que não apresentam atividade farmacológica comum, resulta resposta maior que a
normal.
3) Inesperada: reação não observada quando as drogas são administradas isoladamente.
4) Somação: resposta ↑ com drogas de ação similares.
5) Sinergismo: resposta exagerada maior que a conseguida com ambas as drogas administradas isoladamente
com sua doses máximas efetivas.
(Ele disse que essa parte acima é só teoria msm e que não nos interessa muito)
PROTOCOLO DE ATENDIMENTO
1 - Informar a paciente sobre o risco potencial de ↓ de efetividade do CO pelo uso concomitante com ATB
(informar mesmo se os estudos afirmam que a maioria não tem interação e ou diminuição da efetividade do
anticncepcional).
2 - Sugerir que a paciente procure seu médico para receber orientações sobre outros métodos de
contracepção adicionais.
3 - Mostrar a importância de a paciente aderir ao tratamento proposto.
Para segurança e esclarecimento, o ideal é que a paciente assine um termo de esclarecimento:
- CARBONATO DE LÍTIO
Medicação usada para tratamento de distúrbio bipolar em que a dose tóxica é muito próxima da dose efetiva
(grande risco de intoxicação). Sinais de intoxicação pelo carbonato de lítio pode ocorrer numa concentração
sanguínea logo acima da faixa terapêutica (1,5 E 2 mEq/L) gerando letargia (cansaço), fraqueza muscular e
tremores nas mãos.
Toxicidade maior, com confusão mental e falta de coordenação da marcha ocorre com concentração entre 2
e 2,5 mEq/L.
Toxicidade com risco de vida com convulsões, colapso circulatório e coma pode ser observada com [ ]
acima de 2,5 mEq/L .
Administração diária de metronidazol de 500mg a 1g, por uma semana, supostamente induziu um ↑ das [ ]
de lítio com sinais de toxicidade. Mesmo tipo de interação com tetraciclina após 1 semana de tratamento
com 250mg a cada 8 horas (Ayd, 1982). Por isso deve-se evitar interação de carbanato de lítio (Carbolitium)
com metronidazol ou com tetraciclinas.
- VARFARINA (Anticoagulante oral)
Um aumento acentuado nos efeitos de varfarina (Marevan®) tem sido relatado em pacientes que fazem uso
silmutâneo de eritromicina, claritromicina ou metronidazol, em tratamentos de 5 a 8 dias. Embora o ↑ da
atividade do anticoagulante ocorra em poucos indivíduos, esta interação é potencialmente grave pois se trata
de hemorragias. Recomenda-se trocar informações com o médico pois se pode trocar o anticoagulante.
Existem três tipos diferentes de pacientes com problemas renais e seguir os devidos passos:
- PACIENTES EM TRATAMENTO CONSERVADOR
1) Sedação mínima: benzodiazepínico da ação curta (midazolam 7,5 mg) ou óxido nitroso para controle de
ansiedade e manter a pressão ideal, pois geralmente esses pacientes também são hipertensivos.
2) Antissepsia intra e extrabucal: digluconato de clorexidina 0,12 e 0,2%.
3) Anestesia local: articaína 4% ou lidocaína 2% com adrenalina 1:100.000 ou 1:200.000 (máximo 2 tubetes
por sessão). Se a adrenalina estiver contraindicada usar prilocaína 3% com felipressina. E evitar
mepivacaína por causa do metabolismo hepático e excreção renal.
4) Analgésicos para dores leves: dipirona ou paracetamol. Dores moderadas a intensas: tramadol ou tilex
(opióides).
5) Antiinflamatórios: dexametasona ou betametasona dose única.
6) Antibióticos: nos casos leves da doença não há necessidade de redução da dose. Tetraciclinas e
cefalosporinas devem ser evitas devido a possibilidade de causar nefrotoxicidade. Pode indicar amoxicilina,
ampicilina, clindamicina, metronidazol e azitromicina.
- PACIENTES EM HEMODIALISE
1) Avaliar a capacidade de tolerância do paciente aos procedimentos invasivos ou de maior duração.
2) Na avaliação a PA nunca utilizar o braço que contém a fístula arteriovenosa (material q fica aderido as
veias do paciente)
3) Pacientes que recebem heparina o ideal é realizar o atendimento no dia seguinte.
4) A penicilina V, azitromicina ou clindamicina e metronidazol não necessitam de ajuste de doses. A
amoxicilina poderá ser mantida a cada 8 horas ou ajustado para cada 12 ou 24 horas dependendo da taxa de
filtração glomerular. Essas informações serão prestadas pelo médico do paciente.
- PACIENTES COM TRANSPLANTE RENAL
1) Os procedimentos devem ser agendados para 6 meses após a intervenção. Os casos de urgência (pulpite,
pericementite ou abscesso por ex) indicar para que seja feito o atendimento hospitalar após troca de
informações com o médico.
2) Considerar profilaxia antibiótica previamente aos procedimentos cirúrgicos, bacteremias podem resultar
em glomerulonefrite no rim transplantado.
3) Pacientes fazendo uso crônico de corticosteróides poder requerer suplementação a critério médico.
4) Pacientes em uso de varfarina deverão ser avaliados antes de qualquer procedimento que cause
sangramento para evitar hemorragia (realizar o exame de RNI –relação internacional normatizada – e se
tiver entre 2 e 4 o paciente pode passar pelo procedimento odontológico invasivo).