Abdala Costa Muarabo
Eracelma Demobra
Estela Raimundo
Mildret Dembora
Composição escrita
(Licenciatura em Ensino de História)
Universidade Rovuma
Lichinga
2022
Abdala Costa Muarabo
Eracelma Demobra
Estela Raimundo
Mildret Dembora
Composição escrita
Trabalho da Cadeira de TELP, para fins
avaliativos a ser entregue ao Departamento de
Letras e Ciências Sócias, sob orientação da
Masc. Lucinda Manhiça.
Universidade Rovuma
Lichinga
2022
Índice
1. Introdução.............................................................................................................................3
1.1. Objectivo geral:...........................................................................................................3
1.2. Objectivos específicos:................................................................................................3
1.3. Metodologias...............................................................................................................3
2. Composição escrita...............................................................................................................4
2.1. Planificação..................................................................................................................4
2.2.1. Produção (etapas para elaboração de uma composição escrita).......................................4
3. Revisão..................................................................................................................................5
3.1. Coerência, coesão e progressão textual........................................................................5
3.2. Tipos de Coerência Textual..........................................................................................5
3.3. Princípios da Coerência Textual..................................................................................6
4. Coesão Textual......................................................................................................................7
4.1. Tipos de Coesão Textual..............................................................................................7
5. Resumo dos dois textos: Expositivo-explicativo e Expositivo-argumentativo.....................8
6. Conclusão............................................................................................................................11
7. Referências bibliográficas...................................................................................................12
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1. Introdução
O presente trabalho iremos abordar sobre composição escrita, planificação, textos expositivo-
explicativos e argumentativos, visto que ao longo de nossas vidas, nos deparamos com
mensagens orais ou escritas disponibilizadas em textos e música, ou até mesmo dispostas em
cartazes, etiquetas, entre outros. Por isso, o objectivo desse é entrarmos em contacto com
diversos géneros textuais, quer sejam eles orais ou escritos, visando uma compreensão mais
profunda da amplitude que envolve identificar, conhecer sobre tudo que vemos ou lemos.
1.1. Objectivo geral:
Descrever a composição escrita.
1.2. Objectivos específicos:
Identificar as características entre os textos expositivo-explicativo e expositivo-
argumentativo;
Caracterizar a sua relação.
1.3. Metodologias
Para a elaboração do trabalho invocou-se na indagação de obras bibliográficas, de modo a
consultar as informações referenciadas no mesmo trabalho.
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2. Composição escrita
2.1. Planificação
Segundo Azevedo, F. (2000). Uma boa pesquisa é um passo indispensável para a criação de
um texto de qualidade.
Nesta linha de pensamento podemos concluir que, escrever não é sair criando vocábulos a
torto e a direito. Por isso, a planificação é a primeira etapa para a criação de conteúdos
atraentes.
Alguns cuidados que compõem essa etapa são:
Definição do tema;
Definição do público-alvo do texto;
Levantamento de informações sobre o tópico escolhido;
Definição do género literário;
Elaboração da estratégia argumentativa;
Criação de um esqueleto para o texto – um rascunho.
2.2.1. Produção (etapas para elaboração de uma composição escrita)
1ª Etapa - Pré-Escrita/Planificação:
Nesta fase registarás sem grandes preocupações, as tuas primeiras ideias, impressões,
intenções. É neste momento que deves fazer um plano para a produção do teu texto, ou seja,
deves reflectir sobre o que irás escrever e sobre a maneira como irás estruturar a tua redacção.
2ª Etapa – Escrita:
Nesta fase darás forma às ideias que surgiram na etapa anterior. Organizá-las-ás num todo
coeso e coerente.
3ª Etapa - Partilha (Revisão/Correcção):
O processo de revisão correcção terá duas operações distintas:
1ª Procura de defeitos, erros ou imperfeições;
2ª Revisão ou reformulação.
4ª Etapa – Avaliação:
Será a resposta qualitativa do professor ao trabalho realizado por ti e pelos teus colegas.
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3. Revisão
A revisão caracteriza-se como o processo cuja função é melhorar a qualidade do texto.
Corresponde ao momento de leitura do texto já construído, para prosseguir com um novo
momento de redacção ou para avaliar o texto previamente escrito em relação ao objectivo
pretendido e proceder à sua reformulação. É o momento de leitura e reflexão sobre o texto
com o propósito de proceder a uma avaliação e a uma nova fase de redacção.
Neste momento deverás tentar detectar, com a ajuda da professora e/ou colegas, as
imperfeições ou os erros e os defeitos do texto que elaboraste ou estarás a elaborar e
reformulá-los de modo a aperfeiçoar a tua produção escrita. Esta etapa será o momento de
entreajuda, de cooperação, de reescrita. Tem como finalidade tornar o texto mais coerente e
correcto. Será, então, uma tarefa de auto e heterocorrecção. Poderás, também, ler os teus
textos para os teus colegas depois de completamente revistos.
3.1. Coerência, coesão e progressão textual
Coerência textual
Coerência textual é o factor que possibilita o entendimento da mensagem transmitida no texto.
Aliada à coesão, a coerência tem como função a construção dos sentidos da textualidade. Por
meio da coerência, ocorre a concatenação das ideias do texto. Ou seja, a formação de uma
cadeia de ideias. O texto que obedece à coerência transmite uma relação lógica de ideias que
se complementam, não se contradizem e conferem significado à mensagem. Quando o texto é
coerente, o interlocutor apreende os sentidos do texto. A falta dela afecta a significação do
texto, prejudica a relação com o interlocutor, a continuidade dos sentidos e compreensão.
3.2. Tipos de Coerência Textual
Coerência Narrativa:
Nesse tipo de texto é obedecida uma lógica entre acções e personagens. Cada acção obedece a
um tempo que permite conhecer a ordem dos acontecimentos sem contradições.
Exemplo:
Ele ligou à noite para acalmar o desespero dela. Sentou no sofá de couro já gasto, acendeu a
luz do abajur na sala já escura. Chamou por querida, clamou por perdão. Relatou o dia e
prometeu reduzir os hiatos que os separava. A conversa deu fome. Ele levantou e procurou os
últimos vestígios do jantar. Ela ficou saciada com um copo de leite quente preparado
enquanto ele lhe fazia juras que seriam quebradas na manhã seguinte.
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Coerência Argumentativa:
São apresentados exemplos, opiniões e dados utilizados como argumento para sustentar a
conclusão. Também é preciso obedecer a uma sequência lógica de acontecimentos para
sustentar a argumentação e possibilitar a compreensão da conclusão.
Exemplo:
A violência escolar é um problema que envolve toda a comunidade. Do núcleo familiar ao
convívio em sociedade, é o Estado, contudo, o responsável por oferecer as condições
necessárias para a redução do problema até a sua quase eliminação.
Cabe à sociedade interferir para que o Estado desempenhe de maneira satisfatória o seu papel
e evite que problemas como a violência na escola prejudiquem o desenvolvimento da
comunidade. Em suma, o problema só terá fim com o envolvimento conjunto da sociedade e
Estado.
Coerência Descritiva:
Nesses textos são promovidos um retracto das pessoas, coisas e ambientes com detalhes sobre
suas particularidades. São usadas figuras que condizem com a cena, o ambiente e o tempo
onde estão situados os personagens e acontecimentos.
Exemplo:
Fazia tão calor naquele dia, que as roupas pareciam aderir à pele. Cada passo na calçada era
um desafio ao bem-estar devido à temperatura do ladrilho. Mesmo assim, saiu mais cedo e foi
fazer as compras de aniversário para a surpresa da noite. Nem mesmo o calor seria suficiente
para impedir a festa.
3.3. Princípios da Coerência Textual
Princípio da não-contradição:
Ocorre quando as ideias não se contradizem e a lógica do texto não é interrompida.
Princípio da não-tautologia:
Ocorre quando um mesmo termo não é repetido exaustivamente, prejudicando a mensagem e
tornando o texto inteligível.
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Princípio da relevância:
Ocorre quando o interlocutor percebe a obediência à relação de ideias em uma sequência. Não
há quebra. Quando o ordenamento é incorrecto, ainda que as mensagens tenham significado
isoladas, a compreensão dos sentidos do texto é prejudicada.
4. Coesão Textual
A coesão textual é a conexão linguística que permite a amarração das ideias dentro de um
texto. Bem utilizada, a coesão permite a eficiência na transmissão da mensagem ao
interlocutor e, por consequência, o entendimento. Dentro do texto, a coesão pode ser
compreendida pelas relações linguísticas, como os advérbios, pronomes, o emprego de
conectivos, sinónimos, dentre outros.
4.1. Tipos de Coesão Textual
Coesão Referencial:
É o vínculo que existe entre palavras, orações e as diferentes partículas do texto por meio de
um referente. Nesse tipo de coesão, os termos conectivos ou coesivos anunciam ou retomam
as frases, sequências e palavras que indicam conceitos e fatos.
Isso pode ocorrer através da anáfora ou catáfora. A anáfora faz referência a uma informação
que já fora mencionada no texto. Ou seja, ela retoma um componente textual, e também pode
ser chamada de elemento anafórico.
A catáfora, por sua vez, antecipa um componente textual, sendo chamada de elemento
catafórico. Os principais mecanismos da coesão referencial ocorrem por meio da elipse e
reiteração.
Exemplo de coesão referencial por elipse:
Vamos à praia no domingo. Você nos acompanha?
Coesão Sequencial:
É a maneira como os fatos se organizam no tempo do texto. Para isto, são utilizadas relações
semânticas que ligam as orações e os parágrafos à medida que o texto é descrito. A coesão
sequencial pode ocorrer por justaposição ou conexão.
Exemplo de coesão sequencial por justaposição:
Ricardo é, com certeza, a melhor escolha. Além disso, conhece os meandros da empresa.
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5. Resumo dos dois textos: Expositivo-explicativo e Expositivo-argumentativo
Referências bibliográficas
CUNHA, Celso; LINDLEY, Cintra.(1987). Nova Gramática do Português Contemporâneo.
Lisboa: Sá da Costa.
FERREIRA, A. Gomes; FIGUEIREDO, J. Nunes de. (s/d). Compêndio de Gramática Portuguesa
– 3º Ciclo do Ensino Secundário. Porto, Porto Editora.
Citações Reflexão
Texto expositivo-explicativo Expositivo-argumentativo: o
É um texto que visa dar a conhecer fazer saber compreender emissor apresenta o tema, foca nos
um determinado assunto. argumentos necessários para a
É um texto cuja intenção da comunicação se prende explanação de suas ideias. Assim,
essencialmente com conhecimento da realidade a respeito da recorre aos diversos autores e
qual oferece um saber. A finalidade é de informar transmitir
conhecimento aos destinatários. teorias para comparar, conceituar e
defender sua opinião.
Organização do texto
O texto expositivo-explicativo tem três momentos: Expositivo-explicativo: o emissor
Fase de questionar/exposição (introdução) –
corresponde ao título ou a uma interrogativa directa possui o objectivo simplesmente
ou indirecta (apresentação do tema do texto ou da transmitir as informações sobre
ideia central)
Fase de resolução (desenvolvimento) – explicação, determinado tema, sem maiores
descrição, demonstração e estabelecimento de lógica apreciações e, por isso, com o
entre as ideias ou factos apresentados.
máximo de neutralidade. Podemos
Fase de conclusão (conclusão) – síntese das ideias
apresentadas ou apresentação de uma ideia conclusiva pensar numa apresentação sobre os
final.
índices de corrupção no país de
Tipo de linguagem modo que o conjunto de
No texto expositivo-explicativo utiliza-se uma linguagem que informações, gráficos e dados
se caracteriza por um discurso claro e objectivo com formas sobre o tema, apresentam tão-
linguísticas próprias. A linguagem é predominantemente
referencial, pois, pretende comunicar informações. somente informações sobre o
Inclui frases passivas que permitem o apagamento do problema, sem defesa de opinião.
sujeito;
Contém paráfrases (explicação mais desenvolvida do
conteúdo);
Utiliza articuladores (palavras ou expressões que
estabelecem a relação entre duas ideias. Podem ligar
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orações, períodos e até parágrafos). Exemplos:
conjunções e locuções coordenativas e subordinativas,
advérbios, preposições e pronomes.
Funções do texto expositivo- explicativo
Reduz um acontecimento ou facto a factos simples;
Estabelece ligações entre os factos;
Liga um determinado acontecimento a diversos
factores: causas, efeitos, consequências, finalidades;
Coloca numa certa ordem aspectos ou partes de um
todo;
Mostra relações entre acções, pessoas, objectos, etc.
Responde a questões colocadas.
Texto explicativo-argumentativo
Uma argumentação é um conjunto de argumentos
interligados, com objectivo de conquistar a adesão de outrem
a utilidade, a justiça e ao valor daquilo que defendemos,
contra aquilo que o nosso adversário defende ou, mais
simplesmente a um conjunto de razões a favor ou contra uma
opinião ou uma tese (J. Esteves Rei, Curso de redacção II-o
texto, Porto, Porto Editora, 2000).
Segundo para Rei (1990:88) “Um argumento é um raciocínio
destinado a provar ou refutar uma afirmação destinada a fazer
admitir outra.”
Neste sentido podemos compreender que um texto
argumentativo é constituído por uma tese e vários
argumentos. A tese é a ideia que o autor defende, enquanto
que argumentos são as razões ou seja as provas que se recorre
para a defesa de um pensamento.
Estrutura do texto expositivo-argumentativo
A estrutura geral de um texto argumentativo consiste de
introdução, desenvolvimento e conclusão, nesta ordem. Cada
uma dessas partes, por sua vez tem função distinta dentro da
composição do texto:
Introdução: é a parte do texto argumentativo em que
apresentamos o assunto de que trataremos e a tese a ser
desenvolvida a respeito desse assunto.
Desenvolvimento: é a argumentação propriamente dita,
correspondendo aos desdobramentos da tese apresentada.
Esse é o coração do texto, por isso, comummente se desdobra
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em mais de um parágrafo. De modo geral, cada argumentação
em defesa da tese geral do texto corresponde a um parágrafo.
Conclusão: a parte final do texto em que retomamos a tese
central, agora já respaldada pelos argumentos desenvolvidos
ao longo do texto.
Resumo O texto expositivo-explicativo é aquele que visa
dar a transmitir um saber sobre um determinado
assunto. Enquanto o texto expositivo-
argumentativo é aquele que o autor do texto tem a
intenção de convencer o público-alvo a seguir as
suas ideias. Por exemplo: hoje em dia não existem
mulheres para casar.
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6. Conclusão
Contudo com as abordagens deste trabalho podemos concluir que, a Composição é o termo
genérico dado ao exercício escolar que consiste em escrever um texto sobre um tema
proposto. O professor pode defini-la de uma ou outra forma e sugerir determinada estrutura,
consoante o nível de escolaridade do aluno, de modo a melhor o orientar na sua realização.
Portanto com este trabalho pode-se dizer que os textos expositivos explicativos diferenciam
se dos argumentativos pelo facto de os argumentativos terem a intenção de persuadir os
alocutários a se unirem com as ideias do autor , quem produz o texto, já para o texto
expositivo traz um saber.
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7. Referências bibliográficas
Azevedo, F. (2000). Ensinar e aprender a escrever através e para além do erro. Porto
Editora.
Bordini, G. e AGUIAR, V. T. (1998). A formação do leitor, S. Paulo, Edições Marcado
Aberto.
CUNHA, Celso; LINDLEY, Cintra.(1987). Nova Gramática do Português Contemporâneo.
Lisboa: Sá da Costa.
FERREIRA, A. Gomes; FIGUEIREDO, J. Nunes de. (s/d). Compêndio de Gramática
Portuguesa – 3º Ciclo do Ensino Secundário. Porto, Porto Editora.