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Por Que Lacan

O documento discute a ética da interpretação na psicanálise, notando que a interpretação ocorre através de uma ética que considera a transferência e o sofrimento psíquico. A psicanálise é uma ética centrada na linguagem que busca interpretar os desejos inconscientes levando em conta a relação entre homem, ética e linguagem. Uma boa interpretação causa um acontecimento interpretativo que provoca uma retificação subjetiva, não apenas uma mudança de contexto.

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O documento discute a ética da interpretação na psicanálise, notando que a interpretação ocorre através de uma ética que considera a transferência e o sofrimento psíquico. A psicanálise é uma ética centrada na linguagem que busca interpretar os desejos inconscientes levando em conta a relação entre homem, ética e linguagem. Uma boa interpretação causa um acontecimento interpretativo que provoca uma retificação subjetiva, não apenas uma mudança de contexto.

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A ética da interpretação

A interpretação na psicanálise se faz através de uma ética.


Quais são os pressupostos dessa interpretação e como eles interferem no ato de
interpretar?
Aspectos clínicos que devem ser analisados sob uma perspectiva ética: transferência
e sofrimento psíquico.
A psicanálise é uma ética, cujo campo é a linguagem. Uma ética do bem dizer (ver
retórica)
As questões filosóficas envolvendo a ética se transformam e passam a serem
resolvidas dentro do campo da linguagem
Definição de um ethos discursivo, que irá estabelecer como a questão será abordada.
Lacan define um ethos ao colocar a questão de “como julgar nossos atos linguísticos
dentro do contexto da análise?”
Na psicanálise a ética gira em torno não apenas de saber como os acontecimentos se
dão, mas o que esperar desses acontecimentos (questão ética)
A psicanálise trabalha com o conceito de sujeito dividido, entre o dito e dizer, entre o
prazer e o gozo. Logo, o sofrimento não é totalmente eliminável, uma vez que faz
parte da gênese do sujeito essa divisão.
Interpreta-se porque há inconsciente. Logo, a psicanálise trata dos dejetos.
Interpretar é levar em consideração a relação homem-ética-linguagem e localizar um
desejo que não deve ser todo dia, mas bem dito. Introduz-se a diferença bem/mal.
Mal dizer = dizer todo.
A verdade da interpretação é um encontro com o saber, se dá pois há uma
inadequação entre sujeito e desejo.
Como conciliar uma ética no campo discursivo com a teoria pulsional, campo
subversivo? Não há discurso sobre a sexualidade singularizada.
Lacan irá fazer a distinção entre prazer, satisfação e gozo para criticar o utilitarismo.
Nem sempre o que dá prazer traz satisfação e nem sempre o que é ruim traz dor.
A noção de gozo é algo que está além do princípio de prazer e realidade, a energia da
pulsão de morte, que está no Real, não se atrela a cadeia significante.

Uma análise começa quando o analisante passa a ser possível uma nova
interpretação para seu sofrimento, da repetição de seu sofrer.
Num contexto, algumas éticas tratam a transferência como algo antecipável, no
sentido imaginário, na relação entre significante e significado. Porém não é assim
que funciona o inconsciente.
Manejo possível: romper com a certeza imaginária, com a antecipação do contexto. O
que de fato se sabe sobre aquilo que se afirma?
Acontecimento e contexto: O contexto não pode ser antecipado. A transferência seria
a reatualização de um contexto. O acontecimento é da ordem do sujeito dividido.
O contexto transferencial autoriza a interpretação, na transferência e não da
transferência. Deve-se atentar para a dimensão simbólica do acontecimento para
uma subversão do contexto. Exemplo: Quando Dora afirma que “sabia que você iria
falar isso”, Freud subverte o contexto ao apontar para o acontecimento significante
“então você já sabia do sentido do sonho”.

Vicissitudes do contexto:

O que traz a eficácia de uma interpretação é o manejo da transferencia. Nesse


sentido, apenas apresentar uma mudança contextual não faz da interpretação eficaz.
É necessário que a interpretação seja feita na transferência e não uma interpretação
da transferência. O que garante uma retificação subjetiva é um acontecimento
interpretativo e não uma pura mudança de contexto. Exemplo: “você fez isso porque
na infância era assim”. Nesse caso só há mudança de contexto, mas não há
acontecimento interpretativo. É necessário que haja como consequência uma
retificação subjetiva causada pelo acontecimento interpretativo.

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