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Instrumentos de Cuidado Familiar

Este documento apresenta instrumentos para avaliar famílias no cuidado profissional, incluindo genograma, ecomapa, mapa de rede social e APGAR familiar. O genograma representa a estrutura familiar ao longo do tempo, enquanto o ecomapa mostra os relacionamentos com sistemas mais amplos. O mapa de rede social mapeia as relações sociais de um indivíduo e o APGAR familiar avalia a adaptação, participação, crescimento, afeição e resolução na família.

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Jessika OIiveira
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Instrumentos de Cuidado Familiar

Este documento apresenta instrumentos para avaliar famílias no cuidado profissional, incluindo genograma, ecomapa, mapa de rede social e APGAR familiar. O genograma representa a estrutura familiar ao longo do tempo, enquanto o ecomapa mostra os relacionamentos com sistemas mais amplos. O mapa de rede social mapeia as relações sociais de um indivíduo e o APGAR familiar avalia a adaptação, participação, crescimento, afeição e resolução na família.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
DISCIPLINA INT 5207 – O CUIDADO NO PROCESSO DE VIVER HUMANO V: ATENÇÃO
BÁSICA E SAÚDE MENTAL

O cuidado ao indivíduo, família e comunidade em ações de promoção, proteção e


recuperação da saúde II

Professora Dra Gisele Cristina Manfrini – [email protected]

Este material síntese foi elaborado para apresentar alguns instrumentos usados para
o cuidado profissional a famílias. A finalidade é oferecer a estrutura de cada instrumento e
textos para leituras complementares que poderão auxiliar os estudantes em seu estudo e
aplicação prática.

GENOGRAMA E ECOMAPA
Genograma é a representação gráfica multigeracional da família que vai além da
simples genealogia, pois inclui:
- as relações familiares;
- representa a estrutura familiar interna;
- dados sobre os relacionamentos ao longo do tempo;
- dados sobre saúde, ocupação, religião, etnia, migrações.
Os componentes do genograma devem incluir:
1. Três gerações;
2. Os nomes de todos os membros da família;
3. Idade ou ano de nascimento de todos os membros da família;
4. Todas as mortes, incluindo a idade em que ocorreu ou a data da morte e a causa;
5. Doenças de problemas significativos dos membros da família;
6. Indicação dos membros que vivem juntos na mesma casa;
7. Datas de casamentos e divórcios;
8. Uma lista dos primeiros nascimentos de cada família à esquerda, com irmãos
sequencialmente à direita;
9. Um código explicando todos os símbolos utilizados;
10. Símbolos selecionados por sua simplicidade e visibilidade máxima. (DITTERICH;
GABARDO; MOYSÉS, 2009).

Ecomapa tem o objetivo de representar os relacionamentos dos membros da família


com os sistemas mais amplos.
- Retrata as relações importantes de educação ou aqueles oprimidas por conflitos entre a
família e o mundo.
- Demonstra o fluxo ou a falta de recursos e as privações.
- Delineia a natureza das interfaces e pontos de intermediação, pontes a construir e
recursos a serem buscados e mobilizados para os conflitos.

Leitura complementar:

1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de


Atenção Básica. Saúde mental / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à
Saúde, Departamento de Atenção Básica, Departamento de Ações Programáticas
Estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde, 2013. 176 p. : il. (Cadernos de
Atenção Básica, n. 34) legenda de símbolos para genograma na página 75.

2. DITTERICH, R. G.; GABARDO, M. C. L.; MOYSÉS, S. J. As Ferramentas de


Trabalho com Famílias Utilizadas pelas Equipes de Saúde da Família de Curitiba,
PR. Saúde Soc. São Paulo, v.18, n.3, p.515-524, 2009. Disponível em:
https://www.scielo.br/pdf/sausoc/v18n3/15.pdf

MAPA DE REDE
A Rede social pessoal pode ser registrada em forma de mapa mínimo que inclui todos os
indivíduos com quem uma determinada pessoa interage. O mapa pode ser sistematizado
em quatro quadrantes, quais sejam:
Família, Amizades, Relações de trabalho ou escolares (companheiros de trabalho ou de
estudo), Relações comunitárias, de serviço (por exemplo, serviços de saúde) ou de credo.
Sobre esses quadrantes inscrevem-se três áreas, a saber:

• Um círculo interno de relações íntimas (tais como familiares diretos com contato
cotidiano, e amigos próximos);
• Um círculo intermediário de relações pessoais com menor grau de compromisso
(tais como relações sociais ou profissionais com contato pessoal mas sem intimidade
amizades sociais”, e familiares intermediários);
• Um círculo externo de conhecidos e relações ocasionais (tais como conhecidos de
escola, trabalho, bons vizinhos, familiares distantes, ou freqüentadores de uma
mesma paróquia.
O conjunto dos habitantes desse mapa mínimo (marcados com pontos), ou melhor dizendo,
desses vínculos (marcados com linhas entre dois ou mais pontos), constitui a rede social
pessoal do informante.
Esse mapa constitui, um registro estático do momento a que se refere ou de algum
momento passado reconstruído pelo informante.
A fronteira da rede social informal possui, de fato, uma operacionalização mais imprecisa do
que a fronteira da família, cujos vínculos se caracterizam por possuir nome (primo, avô, ex-
marido). Isso torna necessário especificar em cada caso, pelo menos com propósitos de
investigação, os critérios de inclusão na rede. Por ex. quando se avalia a rede social de uma
criança, inclui-se todos os colegas de escola ou somente aqueles com quem também
interage fora da escola? Quando se avalia um idoso que vive só, incluímos o jornaleiro da
esquina? E se esse jornaleiro fosse uma das poucas pessoas que o chamam pelo nome?
Na prática a fronteira da rede pode ser estabelecida por meio de perguntas destinadas a
definir integrantes, tais como: Quem são as pessoas importantes da sua vida? Com quem
você conversou, ou encontrou nessa última semana? Quando você está com vontade de
visitar alguém, para quem você liga? Quem é, ou poderia ser, um ombro para você chorar?
Com quem você se encontra regularmente? etc.
As redes podem ser avaliadas em termos de:

• Características estruturais: Tamanho, densidade, composição (distribuição),


dispersão,homogeneidade/heterogeneidade, tipo de funções.
• Funções da rede: companhia social, apoio emocional, guia cognitivo e conselhos,
regulação social, ajuda material e de serviços, acesso a novos contatos.
• Atributos do vínculo: função predominante, multidimensionalidade, reciprocidade,
compromisso, freqüência dos contatos, história.
Sugerem-se etapas para a construção do mapa de rede social:
1) Etapa de aquecimento para construção - constitui-se num aquecimento para o(a)
participante no que diz respeito à memória sobre pessoas, relações e
eventos/situações, que facilitará a construção posterior do mapa, permitindo
também, durante a sua construção, a possibilidade de aprofundar temas já
abordados na entrevista.

2) Etapa de conhecimento do desenho do mapa e dos símbolos a serem utilizados -


sugere-se que se faça, previamente, o desenho da estrutura inicial do mapa, com
seus respectivos círculos e quadrantes, em uma folha de 30 x 30 cm. Isto permite
que pesquisado e pesquisador tenham um espaço cômodo para dialogar em torno
do modelo do mapa, e possam fazer anotações auxiliares nele. É possível também
ter lápis de cores diversas para escrever os conteúdos nos quatro quadrantes de
modo diferente; uso de símbolos que representem pessoas ou relações.

3) Etapa da construção - esclarecer bem o significado e a posição dos círculos: interno,


intermediário e externo do mapa no que se refere ao grau de intimidade e
compromisso das relações, assim como a posição dos integrantes da rede nos
diferentes quadrantes.

4) Etapa de conclusão da construção do mapa de rede - os(as) participante(s) é(são)


convidado(s) a observá-lo pronto e a verbalizarem suas impressões e reflexões
sobre o mesmo e sobre o trabalho realizado. Essa etapa é importante, pois permite
melhor integralização dos dados presentes no mapa, seja através de comentários ou
como complemento de informações.
Leitura complementar:
MORÉ, C.; CREPALDI, M.A. O mapa de rede social significativa como instrumento de
investigação no contexto da pesquisa qualitativa. Nova Perspectiva Sistêmica, Rio de
Janeiro, n. 43, p. 84-98, ago. 2012. Disponível em: file:///C:/Users/Gisele/Downloads/265-
Texto%20do%20artigo-659-1-10-20170612%20(1).pdf
Figura: Mapa de rede para aplicação no exercício de cuidado de famílias.
APGAR familiar

*O que é?
Instrumento de avaliação do funcionamento da família, em que os membros desta
podem manifestar o seu grau de satisfação levando em consideração as dimensões da
função familiar definidas pelo acrônimo APGAR:

É um breve questionário de avaliação destinado a satisfação de um membro da


família com o estado funcional da família. O APGAR significa – Adaptação, Participação,
Crescimento, Afeição e resolução (concordância).
É composto por cinco questões com respostas que variam entre: sempre (2),
algumas vezes (1) e nunca (0). A avaliação pela pontuação total obtida (escores de 0 a 10)
classifica a família em três tipos:
0 a 4, elevada disfunção familiar;
5 a 6, moderada disfunção familiar;
7 a 10, boa funcionalidade familiar.

Definição Funções medidas pela Questões abertas


Família APGAR relevantes

A Adaptação é o uso dos Como os membros da Como os membros da


recursos familiares e família comunicam-se família se ajudam
extra-familiares para a entre si a respeito de mutuamente nos
resolução de problemas, certos assuntos, como momentos de
quando o equilíbrio da férias, finanças, atenção necessidade? De que
família está afetado. médica,compras maneira os membros da
vultuosas, e problemas família recebem ajuda ou
pessoais? auxílio de amigos e
instituições comunitárias?

A Participação é o ato de Como as decisões são Como os membros da


compartilhar a tomada de compartilhadas ou a família comunicam-se
decisão e nutrir as satisfação dos membros entre si a respeito de
responsabilidades pelos com a mutualidade na certos assuntos, como
membros da família comunicação da família e férias, finanças, atenção
a resolução dos médica,compras
problemas. vultuosas, e problemas
pessoais?

O Crescimento é a Como a nutrição é Como os membros da


maturação física e compartilhada, ou a família mudaram ao longo
emocional e a auto- satisfação da família com dos últimos anos? Como
satisfação, que são a liberdade disponível, esta alteração foi aceita
conseguidos pelos dentro da família, para pelos membros da
membros da família trocar as funções e atingir família?
através de apoio e a maturação ou o
orientação mútuas. crescimento físico e
emocional.

A Afeição é o Como as experiências Como os membros de sua


relacionamento carinhoso emocionais são família responderam às
ou amoroso que existe compartilhados, ou a expressões emocionais
entre os membros da satisfação do membro como afeição, amor, pesar
família com a intimidade e a ou raiva?
interação emocional que
existe na família.

A Resolução é a Quanto tempo (e o espaço Como os membros de sua


concordância em devotar e recursos financeiros) é família compartilham
tempo para que os outros compartilhado, ou a tempo, espaço e recursos
membros da família satisfação do membro financeiros?
cresçam física e com o período que foi
emocionalmente. Em dedicado à família por
geral, também envolve a seus membros
decisão de compartilhar o
bem-estar e o espaço.

*Quando aplicar o Apgar familiar?


- Na APS para uma primeira aproximação para identificar das famílias com problemas, ou
conflitos ou disfunções familiares, com propósito de prosseguir com seguimento e
orientação;
- Em pacientes poli sintomáticos, nos quais se perceba um componente predominantemente
psicossocial das doenças, particularmente ansiedade e depressão;
- Em grupos familiares crônicos;
- Quando necessária a participação de uma família no cuidado de um paciente;
- A integrantes de alguma família que atravesse uma crise da vida diária;
- A membros de famílias problemáticas;
- Quando se tem escassa ou nenhuma resposta a tratamentos recomendados,
particularmente em enfermidades crônicas;
- No caso em que outros instrumentos de atenção à família descrevam algum evento
problemático. (CUBA; ESPINOZA, 2014).

Questionário Apgar:
Enunciado: As perguntas a seguir visam ajudar-nos a compreender você e sua família.
Fique à vontade para fazer perguntas sobre qualquer item do questionário.
O espaço para comentários deve ser usado quando você desejar prestar
informações adicionais ou quiser discutir de que maneira a pergunta se aplica a sua família.
Por favor, tente responder todas as perguntas.
A família é definida como o(s) indivíduo(s) com quem você geralmente vive. Se você
morar sozinho, sua “família” consiste nas pessoas com as quais você tem os laços
emocionai mais forte. Para cada pergunta, marque apenas um quadrado.
Parte 1

Parte 2
Perguntas: Quem mora em sua casa? Cite-os por relação (esposa, esposo...).
Marque abaixo a coluna que melhor descreve como você se dá com cada membro da
família:
Se você não morar com sua família, por favor relacione abaixo os indivíduos aos quais você
pede ajuda mais freqüentemente. Cite-os por relação (amigo, colega).
Marque a coluna que melhor descreve como você se dá com cada pessoa relacionada.

Leitura complementar:
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Envelhecimento e saúde da
pessoa idosa. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2007. 192 p. (Série A. Normas e Manuais
Técnicos) (Cadernos de Atenção Básica; n. 19). Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/abcad19.pdf.

CUBA, M. A. S.; ESPINOZA, M. A. APGAR familiar: una herramienta para detectar


disfunción familiar. Rev Med La Paz, 20(1); Enero - Junio 2014. Disponível em:
http://www.scielo.org.bo/pdf/rmcmlp/v20n1/v20n1_a10.pdf

P.R.A.C.T.I.C.E.
*O que é?
O P.R.A.C.T.I.C.E foi desenvolvido pela Universidade de McGrill, em Toronto, no Canadá, e
representa um acróstico de palavras em inglês de itens que devem ser investigados durante
a abordagem: problem, roles, affect, communication, time in life, illness, coping with stress,
environment/ecology.

Esse modelo facilita o desenvolvimento da “avaliação familiar”, fornecendo as informações


sobre que intervenções podem ser utilizadas para manejar aquele caso específico.

*Como é realizado?
O P.R.A.C.T.I.C.E é operacionalizado por meio de entrevistas às famílias, na qual a
equipe tem a oportunidade de dialogar com esta sobre as oito áreas referentes ao acróstico.
O procedimento consiste em anotar, sequencialmente, as informações coletadas, utilizando
em média uma a três linhas. Nem todas as áreas serão abordadas em um único encontro/
visita (MENDES, 2012).

*Quando utilizar?
O instrumento pode ser utilizado para assuntos de ordem médica, comportamental
ou de relacionamentos. Ressalta-se que o levantamento dessas informações não embasa o
fechamento de um diagnóstico (MENDES, 2012).

F.I.R.O.

*O que é?
Significa Orientações Fundamentais nas Relações Interpessoais, do original em
inglês Fundamental Interpersonal Relations Orientations (FIRO).

As proposições do modelo F.I.R.O., quanto ao estudo das famílias, são aplicáveis em


quatro situações:
1. quando as interações na família podem ser categorizadas nas dimensões inclusão,
controle e intimidade, ou seja, a família pode ser estudada quanto às suas relações
de poder, comunicação e afeto;
2. quando a família sofre mudanças importantes, ou ritos de passagem, tais como descritos
no ciclo de vida, e faz-se necessário criar novos padrões de inclusão, controle e intimidade;
3. quando a inclusão, o controle e a intimidade constituem uma sequência inerente ao
desenvolvimento para manejo de mudanças da família;
4. quando as três dimensões anteriores constituem uma sequência lógica de prioridades
para o tratamento: inclusão, controle e intimidade.

O controle refere-se às interações do exercício de poder dentro da família:


1. controle dominante, quando um exerce influência sobre todos os demais, caracterizando
o controle unilateral;
2. controle reativo, quando se estabelecem reações contrárias, ou seja, de reação a uma
influência que quer tornar-se dominante;
3. controle colaborativo, quando se estabelece a divisão de influências entre os familiares.

A intimidade refere-se às interações familiares correlatas às trocas interpessoais, ao modo


de compartilhar sentimentos, tais como esperanças e frustrações, ao desenvolvimento de
atitudes de aproximação ou de distanciamento entre os familiares, às vulnerabilidades e às
fortalezas.

O instrumento foi criado para mensurar como os membros da família sentem-se com
relação à inclusão (pertencimento, interação e associação), controle (sentimento de
competência, responsabilidade e capacidade de decidir) e intimidade (estabelecer e manter
relações afetivas e amorosas) (MENDES, 2012).
Leitura complementar:
MENDES, E. V. O cuidado das condições crônicas na atenção primária à saúde: o
imperativo da consolidação da Estratégia da Saúde da Família. Brasília: Organização Pan-
Americana da Saúde, 2012. 512 p. Disponível em:
https://www.conass.org.br/bibliotecav3/pdfs/livro_cronicas.pdf

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