0% acharam este documento útil (0 voto)
112 visualizações4 páginas

Texto Base

O documento descreve a evolução histórica do conceito de infância no Ocidente, desde a Idade Média, quando as crianças eram vistas como adultos em miniatura, até os dias atuais, quando possuem direitos protegidos por lei. A infância começou a ser reconhecida como uma fase distinta na Renascença e ganhou maior valorização a partir do século XVIII.
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato DOC, PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
0% acharam este documento útil (0 voto)
112 visualizações4 páginas

Texto Base

O documento descreve a evolução histórica do conceito de infância no Ocidente, desde a Idade Média, quando as crianças eram vistas como adultos em miniatura, até os dias atuais, quando possuem direitos protegidos por lei. A infância começou a ser reconhecida como uma fase distinta na Renascença e ganhou maior valorização a partir do século XVIII.
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato DOC, PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 4

O CONCEITO DE INFÂNCIA AO LONGO DA

HISTÓRIA OCIDENTAL

Publicado por: Raquel Marques Morelim

Resumo
Este artigo tem por objetivo retratar um dos acontecimentos mais preciosos e importantes da
história, que foi o desenvolvimento do conceito e visão sobre a infância, onde crianças
pararam de ser vistas e tratadas pela sociedade como adultos em miniaturas e ganharam um
olhar individualizado e voltado exclusivamente para elas. Tal tema se faz extremamente
necessário pois sabe-se que para que se entenda a importância da infância é preciso haver
uma compreensão de toda a história do seu desenvolvimento e de toda a sua trajetória para
que pudesse chegar aos dias de hoje onde as crianças tem uma atenção particular, veremos
que nem sempre foi assim. Partiremos da idade média até a atualidade, analisando as
principais mudanças, os acontecimentos, motivos, e assim faremos uma breve reflexão aos
educadores e pais, que são os principais responsáveis pelos primeiros anos de vida de uma
criança, sobre o que ainda pode ser desenvolvido e melhorado.

Palavras Chave: Criança; Infância; Desenvolvimento; História.

Introdução
Até por volta do século XII não havia uma concepção de infância e muito menos algo
específico voltado para ela, não se via um espaço para isso devido à maneira que as crianças
eram vistas e tratadas na sociedade, e segue-se até o fim do século XVIII com as crianças
sendo retratadas como homens em tamanhos reduzidos, sem darem importância para suas
características particulares. ‘’Não se tinha notícia de camponeses ou artesãos registrando
suas histórias de vida durante a Idade média, e mesmo os relatos dos nobres de nascimento
ou dos devotos não costumavam demonstrar muito interesse pelos primeiros anos de vida.
De forma semelhante, durante o período moderno na Inglaterra, as crianças estiveram
bastante ausentes na literatura, fossem o drama elizabetano ou os grandes romances do
século XVIII. A criança era, no máximo, uma figura marginal em um mundo adulto’’
( HEYWOOD, 2004, p.10). Sendo assim, não se tinha nada especial para elas, nenhum
estudo, nenhuma atenção, nenhuma técnica, nada. Pode-se dizer que o interesse e fascinação
pelos primeiros anos da infância é algo recente, e através dessa atenção, o conceito de
“UGB: Compromisso com a Transformação Social”
infância vem tido mudanças importantes ao longo da história. Compreender o que foram
esses conceitos e analisar sua trajetória histórica pode nos revelar muito sobre a situação nos
dias atuais.

Idade média
Na idade média a criança era vista como um adulto em miniatura, trabalhavam nos mesmos
locais, usavam as mesmas roupas. “A criança era, portanto, diferente do homem, mas
apenas no tamanho e na força, enquanto as outras características permaneciam iguais”
(ARIÈS, 1981, p.14). Por essa visão, foi um período onde a infância era caracterizada pela
inexperiência, dependência e incapacidade pois não tinha as mesmas compreensões que um
adulto. Por não haver distinções entre adulto e criança, cabia a elas aprender as tarefas do
dia a dia, a trabalhar, ajudar os mais velhos nos serviços, e a passagem que tinham por sua
família era muito breve, pouco depois que se passava o período de amamentação a criança
já passava a fazer companhia aos adultos para que aprendesse a servir e trabalhar, eram
criadas por outras famílias para que nesse novo ambiente aprendessem um oficio.

Renascimento
É no decorrer do século XVII que se dá os primeiros passos para a separação do adulto e da
criança, por meio da escolarização. Antes, por não haver a distinção entre idades, todos
aprendiam da mesma maneira e sobre as mesmas temáticas. No fim deste século que pode-
se notar as primeiras mudanças do conceito de infância. Um dos maiores contribuintes para
tal mudança foi a igreja, que teve um papel fundamental ao associar a imagem das crianças
com a de anjos, que refletiam inocência e pureza, sendo assim, Deus as favoreciam devido a
sua singeleza e suavidade, que se aproxima da impecabilidade, impondo uma necessidade
de amar as crianças e tornando a educação obrigatória, contrariando a indiferença existente
a tanto tempo. A partir daí, a iconografia começou a ser demonstrada na figura de crianças-
anjos, estabelecendo uma religião para as crianças (ARIÈS, 1981, p.14). O fim deste século
foi considerado o marco na evolução dos sentimentos em relação a infância, onde
começaram realmente falar na fragilidade da criança, nas suas peculiaridades e a se
preocupar com a formação moral e construção da mesma.

Nascimento da concepção de infância

“UGB: Compromisso com a Transformação Social”


Então, a partir do século XVIII, as crianças começaram a ser reconhecidas em suas
particularidades, começaram a possuir um quarto único, alimentação considerada específica
e adequada, começaram a ocupar um espaço maior no meio social. Ali nascia a concepção
de infância. Antes, como se viu, a infância era considerada um período sem valor. Agora a
família começa a dar ênfase ao sentimento que tem em relação à criança. Considera-se uma
revolução este novo sentimento dirigido à criança. Ela começa a ser importante, apreciada
por sua família e a infância é reconhecida como uma época da vida merecedora de
orientação e educação.
Vemos que, enquanto na idade média a criança era sem valor e suas responsabilidades eram
trabalhar e chegar o mais rápido possível na fase adulta, no Renascimento se da o início do
processo de escolarização infantil.

A infância nos dias de hoje


Com o passar dos anos os direitos das crianças foram sendo cada vez mais fortes, embora
por muitas vezes funcione só no papel, já pode ser considerado um grande avanço. Na visão
de muitos autores a criação do Conselho da Criança e do Adolescente é vista como um
marco no diz respeito ao reconhecimento e valorização da infância por parte das políticas
públicas. Segundo o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), os principais direitos das
crianças são:

 Ter uma educação de boa qualidade;


 Ter acesso à cultura e aos meios de comunicação e informação;
 Poder brincar com outras crianças da mesma idade;
 Não ser obrigado a trabalhar como adulto;
 Ter uma boa alimentação que dê ao organismo todos os nutrientes que precisam para
crescer com saúde e energia;
 Receber assistência médica gratuita nos hospitais públicos sempre que precisarem de
atendimento;
 Ser livre para ir e vir, conviver em sociedade e expressar ideias e sentimentos;
 Ter a proteção de uma família seja ela natural ou adotiva, ou de um lar oferecido pelo
Estado se, por infelicidade, perderem os pais e parentes mais próximos;
 Não sofrer agressões físicas ou psicológicas por parte daqueles que são encarregados
da proteção e educação ou de qualquer outro adulto;

“UGB: Compromisso com a Transformação Social”


 Ser beneficiada por direitos, sem nenhuma discriminação por raça, cor, sexo, língua,
religião, país de origem, classe social ou riqueza e toda criança do mundo deve ter
seus direitos respeitados;
 Ter desde o dia em que nasce um nome e uma nacionalidade, ou seja, ser cidadão de
um país;
Cabe aos pais e educadores lutarem para que tudo isso não fique apenas no papel. Lutar para
conquistar os mesmos direitos a todas as crianças, independente de sua classe social. Após
uma análise sobre tantos períodos tristes que a infância enfrentou, que possamos fazer uma
avaliação sobre nossos conceitos de infância.

Referências Bibliográficas
ÁRIES, Philippe. História social da criança e da família. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC,
1981.

HEYWOOD, Colin. Uma história da infância: da Idade Média á época contemporânea


no Ocidente. Porto Alegre: Artmed, 2004.

Portal Educação. Histórico do desenvolvimento da infância desde a Idade Média até os


dias de hoje.

POSTMAN, Neil. O desaparecimento da infância. Rio de Janeiro, Graphia, 2002.

“UGB: Compromisso com a Transformação Social”

Você também pode gostar