Projeto de Pesquisa TCC Universidade Uninter Polo de Araucária/ PR.
Aluna: Patrícia do Rocio Anastácio
RU: 522991
Tema: A influência das emoções no processo de ensino Aprendizagem
Problema: A importância da afetividade na Educação.
Há muitas razões pelas quais alunos desistem da vida escolar, este é um problema
que vem atravessando décadas em nosso país, necessitando urgentemente que o
governo e a sociedade decidam em conjunto quais serão as medidas necessárias
para que haja uma superação neste quadro. Entre as causas apontadas em relação a
evasão escolar estão questões econômicas, ambientais, sociais, afetivas,
psicológicas, emocionais e ou familiares. A evasão e a desistência escolar é hoje e
sempre foi um dos problemas sociais mais comuns em nosso país, sendo este um
dos agravantes das precárias condições de vida de muitos dos brasileiros, pois sem
a oportunidade de aprendizagem, muitos se encontram sem uma real chance de
elevar sua qualificação e assim combater a expressiva desigualdade social que
assola o nosso país.
Diante desta problemática, ressaltamos, portanto, a importância de educadores
verdadeiramente comprometidos com a aprendizagem significativa de seus alunos,
pois sua participação em pequenas ações, por menores que sejam, pode ajudar a
melhorar este cenário. Sabemos que o ser humano é um ser social e afetivo, logo as
boas relações nos permitem adquirir novos valores e novos conhecimentos,
adotando um novo olhar sobre o nosso viver.
É em um ambiente escolar seguro que isto se intensifica, ao estabelecer um bom
relacionamento entre professor e aluno, em uma relação de igualdade, respeito,
dialogo e interações, onde os discentes se sintam acolhidos e amados, a uma
grande chance de uma significativa melhora no rendimento escolar, pois
aprendemos quando nos sentimos bem consigo mesmo e com os que se encontram
ao nosso redor, como professores, amigos, gestores e equipe escolar.
Ressaltamos que a palavra emoção tem a sua origem no verbo mover, que significa
tudo ou aquilo que nos faz movimentar ou mexer, e isto só ocorre quando nos
sentimos motivados ou impulsionados a fazer algo ou tomar alguma atitude, sendo
assim, para que a aprendizagem ocorra de maneira eficaz e duradoura, é necessário
que ela desperte no aprendiz alguma emoção ou significado, pois quanto maior for
o interesse e a motivação por determinado assunto ou tema, maior será a absorção
e a facilidade na aquisição deste conhecimento, visto que, as emoções, quando
gerenciadas de forma equilibrada e sadia, propiciam aprendizagens benéficas e
prazerosas, componentes indispensáveis para o desenvolvimento intelectual e
cognitivo de todo aluno.
Em contrapartida quando um fato gera forte angústia ou carga emocional, podem
ser provocadas falhas temporárias na atenção e na concentração, impedindo o
desenvolvimento de uma nova aprendizagem, de acordo com a neurociência,
estudantes expostos a situações de stress, liberam em seu organismo um hormônio
chamado cortisol, que tem o objetivo de prepará-lo para lidar com ações de perigo
ou de alerta, de maneira mais eficaz, inibindo assim o processo de reter e
compreender novas informações.
Inúmeros são os benefícios de uma educação pautada na afetividade, nos últimos
anos esse tema ganhou destaque nas mídias e nas universidades, revelando a
importância de que as crianças cresçam em um ambiente desafiador ao mesmo
tempo acolhedor e amoroso.
No campo da educação, a missão da escola atual não deve estar focada somente no
desenvolvimento intelectual das crianças e dos jovens, mas deve igualmente se
responsabilizar pelo seu desenvolvimento social e emocional, estando de acordo
com essa nova visão, todos que fazem parte do corpo docente devem se identificar
com esse conceito, pois uma educação significativa exige amor e verdade.
Neste processo de desenvolvimento emocional os professores aparecem como
mediadores de afeto em conjunto com as famílias, uma vez que a afetividade
acompanha o indivíduo desde o nascimento e estende-se por toda a vida, a
educação baseada no respeito na atenção e no afeto, leva o educando a ser mais
compreensivo, mais seguro de si mesmo, e a firmar sua personalidade com mais
autonomia.
Autores como Piaget, Vygotsky e Wallon fizeram contribuições significativas com
várias obras literárias que citamos e confiamos neste trabalho acadêmico. Notamos
uma peculiaridade na teoria de Piaget no que se refere às influências da interação
social no desenvolvimento cognitivo, em geral quando se pensa em tais influências,
aborda-se a questão da cultura: determinadas ideologias, religiões, classes sociais,
sistemas econômicos, presença ou ausência de escolarização, características da
linguagem, riqueza ou pobreza do meio etc... Piaget pouco se remete a fatores
dessa ordem, a alternativa determinante para ele assinalada, é a que opõe a coesão
a cooperação, isso significa que para Piaget o ser social e suas influências sobre os
indivíduos é pela perspectiva da ética. Ser coercitivo ou ser cooperativo depende de
uma atitude moral, o indivíduo deve querer ser cooperativo. Para este autor, o “ser
social” de mais alto nível é justamente aquele que consegue relacionar-se com seus
semelhantes de forma equilibrada, onde os interlocutores são capazes de
formatizar o pensamento oratório.
Afirma também, que está concepção só e valida caso os sujeitos envolvidos tenham
atingido o mesmo estágio de desenvolvimento, dito de outra forma, a maneira de
ser social de um adolescente é uma, e a maneira de ser social de uma criança de
cinco anos é outra, justamente porque uma criança ainda não é capaz de participar
de relações sociais que expressam um equilíbrio de trocas intelectuais.
Seus estudos afirmam que à medida que uma criança cresce, ela se torna capaz de
desenvolver várias habilidades, entre elas a capacidade de processar e entender
informações, isso é chamado de desenvolvimento cognitivo infantil, em outras
palavras, o termo se refere às habilidades mentais associadas à aquisição de
conhecimento, por exemplo, as habilidades cognitivas incluem imaginação,
atenção, raciocínio, memória, linguagem, pensamento simbólico, percepção e
associação. Visto que, emoções e sentimento fazem parte da vida de qualquer ser
humano, a regulação destas emoções pode ser definida como a capacidade do ser
humano de identificar suas emoções de acordo com diversas circunstâncias, ou seja,
a respostas que o sujeito dá para acontecimentos internos e externos, por isso a
importância de aprender a lidar com nossas emoções de uma forma saudável desde
a primeira infância pode ser um passo inicial para o desenvolvimento de um
indivíduo plenamente conectado com suas potências e fragilidades, desse modo
portanto, mais apto a viver em harmonia consigo mesmo e com o outro.
Não por acaso, as chamadas habilidades socioemocionais estão contempladas o na
Base Nacional Comum Curricular (BNCC), documento que oferece as diretrizes para a
educação em diversos níveis. No texto, elas aparecem como competências
fundamentais para o século 21, e são elencadas como, por exemplo, a aptidão para
reconhecer emoções de si mesmo e do outro, capacidade de diálogo, empatia,
cooperação, resiliência, flexibilidade, entre outros.
O desenvolvimento cognitivo infantil segundo Jean Piaget (1896
– 1980) — psicólogo e biólogo suíço, e um dos mais importantes nomes do século
XX relacionados à educação, em especial, ao campo da aprendizagem — passa por
quatro etapas: sensório-motor; pré-operatória; etapa de operações concretas; e
etapa das operações formais., Tais estágios vão desde o nascimento da criança até
o início da adolescência dela, tempo em que é atingida a capacidade plena de
raciocínio.
“As principais etapas do desenvolvimento das
operações lógicas” escrevem ele, “corresponde, de maneira
relativamente simples, estágios correlativos do
desenvolvimento social” pg. 21 Teorias Psicogenéticas em
discussão.
Portanto para Piaget não se trata de traçar uma fronteira entre o social e o não
social, mas sim de a partir de características importantes das relações possíveis
entre pessoas de nível operatório que representa o grau máximo de socialização do
pensamento.
Por sermos seres sociais e afetivos, precisamos das boas relações para adquirir
conhecimentos e articular valores que nos permitirão um novo olhar sobre o nosso
viver.