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8 Grupo Comportamento - 105519

Este documento discute a biocomunicação no reino animal. Apresenta os tipos de sinais biocomunicativos como sinais constitucionais, químicos e mecânicos. Explora funções de comunicação como competição, conflitos e cooperação entre animais, com foco no papel da mímica facial em símios, comunicação gestual em chimpanzés e expressões faciais humanas.

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Este documento discute a biocomunicação no reino animal. Apresenta os tipos de sinais biocomunicativos como sinais constitucionais, químicos e mecânicos. Explora funções de comunicação como competição, conflitos e cooperação entre animais, com foco no papel da mímica facial em símios, comunicação gestual em chimpanzés e expressões faciais humanas.

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UNIVERSIDADE SAVE

Grupo VIII

Finencia Crimildo Uqueio


Fiona Moisés Chongo
Daina Arlindo Muguande

Biocomunicação no Reino Animal

Licenciatura em Ensino de Biologia com Habilitações em Química

Massinga
2022

UNIVERSDADE SAVE
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS NATURAIS E EXACTAS

Finencia Crimildo Uqueio


Fiona Moisés Chongo
Daina Arlindo Muguande

Biocomunicação no Reino Animal

Trabalho de pesquisa, referente à cadeira


da Biologia do Comportamento, a ser
apresentado ao Departamento das
Ciências Naturais e Exactas, para efeitos
avaliativos.
Dr. Afonso Faustino Taela Munguambe

Massinga
2022

Índice Pág

1. Introdução...............................................................................................................................3
1.1. Objectivos............................................................................................................................3

1.1.1. Geral..............................................................................................................................3

1.1.2. Específicos....................................................................................................................3

1.2. Metodologia.........................................................................................................................3

2. Biocomunicação no Reino animal..........................................................................................4

2.1. Sinais biocomunicativos......................................................................................................5

2.2. Funções de comunicação.....................................................................................................7

2.3. O papel da mímica facial nossímios....................................................................................8

2.4. O olhar e a mímica nos símios.............................................................................................8

2.5. O olhar e as expressões faciais no homem...........................................................................8

2.6. Comunicação gestual nos chimpanzés.................................................................................9

2.7. Competição, Conflitos e Cooperação................................................................................10

2.7.1. Competição.....................................................................................................................10

2.7.2. Conflitos..........................................................................................................................11

2.7.3. Cooperação.....................................................................................................................12

3. Conclusão..............................................................................................................................13

4. Bibliografia...........................................................................................................................14
3

1. Introdução

O presente trabalho surge no âmbito da cadeira da Biologia do Comportamento, leccionada na


Universidade Save – Extensão da Massinga, com o tema: Biocomunicação no Reino Animal.
Onde, no estudo das ciências biológicas, biocomunicação é qualquer tipo específico de
comunicação dentro (intra-específica) ou entre (interespecíficos) espécies de plantas, animais,
fungos, protozoários e microorganismos. Comunicação basicamente significa interacções
mediadas por sinais seguindo três níveis de regras (sintácticas, pragmáticas e semânticas). Os
sinais na maioria dos casos são moléculas químicas, mas também tácteis, ou como nos
animais também visuais e auditivos. Biocomunicação de animais pode incluir vocalizações
(como entre espécies de pássaros competindo), ou produção de feromônios, sinais químicos
entre plantas e animais, e comunicação mediada quimicamente entre plantas e dentro de
plantas.
1.1. Objectivos

1.1.1. Geral

 Compreender a Biocomunicação no Reino Animal, bem como, as relações de competição,


conflito e cooperação.

1.1.2. Específicos

 Explicar a Biocomunicação no Reino Animal;


 Descrever o papel da mímica facial nos símios, o olhar e expressões faciais no homem e a
comunicação gestual nos chimpanzés;
 Distinguir competição, conflito e cooperação.

1.2. Metodologia

Tratando-se de um trabalho científico, precisa-se de ter bases científicas para a sua realização,
para tal arborizou-se um leque de métodos e técnicas para recolha de diversos dados e
informações, a saber: revisão bibliográfica, consultas de alguns sites na internet, onde através
destes métodos e técnicas, foi possível coleccionar, debater, organizar e compilar a
informação que depois da sua redacção tornou este trabalho numa realidade.
4

2. Biocomunicação no Reino animal

 Acomunicação animal é a transferência de informação de um ou de um grupo de animais


(remetentes) para um ou mais animais (receptores) que afectam o comportamento actual ou
futuro dos receptores. As informações podem ser enviadas intencionalmente, como em uma
exibição de corte, ou involuntariamente, como na transferência de perfume de predador
para presa. As informações podem ser transferidas para uma "audiência" de vários receptores
(NAFTAL, 2008).
TEMBROCK (1986), afirma que a biocomunicação consiste em sistemas de sinais, que
constituem propriedades dos animais, a biocomunicação compõe-se de estruturas-sinais e
comportamentos-sinais.
De acordo com TEMBROCK (1986), o termo estrutura refere-se à propriedades baseadas na
construção do corpo que evoluíram de estruturas-consumatórias ao serviço da transmissão de
informações biocomunicativas. Comportamento-sinal, por seu turno, é um comportamento
que evoluiu do comportamento consumatório ou de movimentos intencionais ao serviço da
interacção biocomunicativa. Disto resultam os seguintes níveis funcionais da análise de tais
comportamentos:
a) Sinais constitucionais

 Sinais constitucionais  que mesmo na ausência de um comportamento específico são


eficientes na biocomunicação. Padrões de cores de uma zebra, por exemplo, não
necessitam de ser acompanhadas por um comportamento para serem comunicativos;
 Sinais constitucionais que apenas são eficientes quando acompanhados por processos
fisiológicos induzidos pelo vector do estado interno. A mudança de cores em peixes em
dependência do estado biossocial e motivacional. O mesmo diz-se da mudança de cor e do
inchamento da carúncula do perú, alargamento de partes da cabeça de muitos répteis e
Anfíbios;
 Sinais constitucionais que apenas são eficientes quando acompanhados de certos
movimentos. No comportamento agonístico (ameaça, briga, subordinação), os cães
movimentam as orelhas de acordo com o seu status de momento;
 Sinais constitucionais que devem ser acompanhados por determinados comportamentos
extereotipados, comportamentos-sinais verdadeiros, por exemplo, o abrir as asas e exibir
decores num sinal demonstrativo de cortejamento do parceiro;
 Estruturas modificadas usadas num determinado comportamento-sinal, órgãos fonadores,
glândulas de odores, etc.
5

2.1. Sinais biocomunicativos 

Segundo TEMBROCK (1986), sinais comunicativos são caracterizados pelo facto de


poderem provocar modificações ao nível do receptor. as formas mais básicas de modificações
do comportamento do receptor são:
 No espaço: modificações respeitantes à distância (elásias) e à direcção (táxias);
 No tempo: modificações na duração de um estado ou de um comportamento e da fase
correspondente, como o momento de ocorrência de um estado ou de um determinado
comportamento; 
 Modificações no vector do estado interno: os estados motivacional, emocional, o nível
de activação (limiar de excitação), padrões do motor, etc.;
 Modificações no vector de saída, como por exemplo, a forma de execução de um
determinado comportamento.
Para SILVANA (2009), de acordo com cada tipo de canal de transmissão de informações
biocomunicativas, classificamos as formas de sinais comunicativos como:
1.Canal químico:sinais olfatórios
a)Canal químico de contacto: uso de receptores de contacto (lamber, por exemplo);
b) Canal telequímico:
 Sinais olfatórios dinâmicos, os sinais são liberados para um meio (água, ar) que os
transmite ao receptor;
 Sinais olfatórios estáticos, que são depositados pelo emissor num substrato fixo no
espaço (fezes, urina, secreções glandulares, etc.).
2.Canal mecânico:
a) Sinais tacto-mecânicos: os estímulos tácteis que actuam sobre o receptor, é o tacto, no
verdadeiro sentido da palavra; 
b)Sinais vibratórios, transmitidos ao receptor através de um substrato com capacidade de
vibrar (comunicação entre diferentes tipos de insectos e aves);
c)Sinais acústicos, transmitidos por intermédio de um meio condutor de sons (própria água e
o ar).
3.Canal eléctrico

a)Através de campos eléctricos proximais ou mesmo de contacto;


b)Através de campos eléctricos fracos que se propagam no meio.
4.Canal óptico
a) Sinais constitucionais do corpo (cores, padrões, formas);
6

b) Emissões constitucionais de luz através de órgãos luminosos:


c)Via simbiose;
d)Via metabolismo (Sistema-Luceferina-Luciferase)
e) Modificações constitucionais de natureza vegetativa (modificações no fluxo sanguíneo,
mudança de cores, etc.);
f) Padrões motores de indução do sistema nervoso central que têm sua origem na ritualização
(posições, movimentos, mímica, etc.).
SILVANA (2009) apresenta as formas comunicação de forma directa e resumida:
 Gestos:A forma mais conhecida de comunicação envolve a exibição de partes do corpo
distintivas ou movimentos corporais distintos;
  Expressão Facial: Os gestos faciais desempenham um papel importante na comunicação
animal;
 Contacto Visual: Os animais sociais coordenam sua comunicação monitorando a
orientação de cabeça e olho uns dos outros; 
 Mudança de cor: A mudança de corpo de ser separada em mudanças que ocorrem
durante o crescimento, o desenvolvimento, aqueles desencadeados pelo humor, contexto
social ou factores abióticos, como a temperatura. Estes são vistos em muitas taxas;
 Comunicação Bioluminescente: A  comunicação pela produção de luz ocorre
comummente em vertebrados e invertebrados nos oceanos, particularmente nas
profundezas (por exemplo, peixe pescador).
2.2. Funções de comunicação

Para SILVANA (2009) existem muitas funções de comunicação animal:

a) Comunicação durante as disputas:

A comunicação animal desempenha um papel vital na determinação do vencedor da disputa


sobre um recurso. Muitas espécies têm sinais distintos que indicam agressão, vontade de
atacar ou sinais para transmitir o recuo durante competições sobre alimentos, territórios ou
companheiros;

b) Rituais de acasalamento:

Os animais produzem sinais para atrair a atenção de um possível parceiro ou para solidificar
par de ligações. Estes sinais envolvem frequentemente a exibição de partes ou posturas do
corpo. Por exemplo, uma gazela assumirá posses características para iniciar o acasalamento.
7

Os sinais de acasalamento também podem incluir o uso de sinais olfactivos ou chamadas


únicas para uma espécie;

c) Propriedade / território:

Sinais utilizados para reivindicar ou defender um território, comida ou um companheiro;

d) Sinais relacionados com alimentos:

Muitos animais fazem “chamados de comida” para atrair um companheiro, prole ou outros
membros de um grupo social para uma fonte de alimento. Talvez o sinal mais elaborado
relacionado à alimentação seja a dança das abelhas estudadas por Karl vonFrisch. Os macacos
Rhesus enviam chamadas de comida para informar outros macacos de uma fonte de alimento
para evitar a punição;

e)Chamadas de alarme:

As chamadas de alarme comunicam a ameaça de um predador. Isso permite que todos os


membros de um grupo social (e às vezes outras espécies) respondam em conformidade;

f) Meta-comunicação:

Sinais que modificam o significado de sinais subsequentes. Um exemplo é o “play face”


em cães que sinalizam que um sinal agressivo subsequente é parte de uma brincadeira em vez
de um episódio agressivo e sério.

2.3. O papel da mímica facial nossímios

A palavra mímica quer dizer: “maneira de expressar o pensamento por meio de gestões,
expressões corporais e fisionómicas”. Ou seja, é uma forma de comunicação e interacção
animal. Da mesma forma, a mímica facial é uma ferramenta importantíssima nas relações
animais, permitindo identificar sentimentos, ideias, e etc (ACKERMAN, 1992).
A expressão facial tem exercido muito interesse sobre os pesquisadores principalmente pela
possibilidade de comunicar estados emocionais, desta forma o estudo do comportamento
emocional tem encontrado alicerces nos estudos de expressão facial. De acordo com Ekman
(1973), o mais importante efeito das evidências sobre a universalidade das expressões faciais
foi contribuir para redespertar o interesse nas emoções (ACKERMAN, 1992).
8

2.4. O olhar e a mímica nos símios

Em biologia, a mímica é quando uma espécie evolui com características semelhantes a outra.
Ou uma ou ambas são protegidas quando uma terceira espécie não pode distingui-las. Muitas
vezes, estas características são visuais; uma espécie se parece com outra; mas as semelhanças
de som, cheiro e comportamento também podem fazer com que a fraude pareça mais real
(SCHNEIDER etal., 2012).
Mimica está relacionado à camuflagem e a sinais de alerta, nos quais as espécies manipulam
ou enganam outras espécies que podem prejudicá-las. Embora a mímica seja principalmente
uma defesa contra os predadores, às vezes os predadores também usam a mímica, e enganam
suas presas para se sentirem seguros (BERNE etal., 2000).
2.5. O olhar e as expressões faciais no homem

FRIDLUND, EKMAN AND OSTER (1987) fala das expressões faciais como sendo
universais em forma e sentido. Posteriormente, FRIDLUND (1994) destaca o papel da
interacção social e considera serem os elementos externos mais influentes do que dos internos
na determinação dessas expressões, enfatizando os aspectos comunicativos, ao passo que
Ekman defende uma posição neo-darwiniana segundo a qual os movimentos faciais
expressam emoções por razões adaptativas.
Darwin, em seu livro publicado em 1872 e intitulado A expressão das emoções no homem e
nos animais, apresenta descrições detalhadas das expressões faciais e dos movimentos
corporais que acompanham as várias emoções no homem e em outros animais e são
interpretadas a partir da teoria da evolução (FRIDLUND, 1994).
Dentre as obras de adeptos da perspectiva darwiniana, destacam-se TOMKINS (1979),
EKMAN (1992) e FRIDLUND (1994), cujos trabalhos de pesquisa proporcionaram muitas
evidências a favor do inatismo e da universalidade de um conjunto de expressões faciais de
emoções básicas (alegria, tristeza, medo, nojo, raiva e surpresa).
Segundo TOMKINS (1979), essas emoções são consideradas básicas, porque representam
padrões relacionados com respostas aos eventos de sobrevivência do mundo que foram
seleccionados ao longo da história evolutiva da humanidade. Às emoções básicas são
correlacionadas expressões faciais específicas, também consideradas fundamentais, porque
todas as outras emoções são pensadas para ser, de alguma forma, derivadas delas.
9

De acordo com a perspectiva darwiniana, esse conjunto de emoções corresponde a uma


determinada evolução de padrão de resposta adaptativa e, consequentemente, podemos supor
que essas emoções devem estar representadas em expressões faciais (TOMKINS, 1979).
TOMKINS 1979 afirma que para considerar esses padrões de resposta comportamentais,
desenvolveu a teoria psicológica dos scripts que explica padrões de comportamento humano
de maneira análoga ao de um script que fornece um programa para acção. A teoria dos scripts
evoluiu da sua proposta da teoria dos afectos, a qual considera que os padrões de respostas
comportamentais determinadas por reacções do organismo ao experienciar certo afecto podem
ser processadas cognitivamente e se traduzirem em acção sobre esse afecto.
2.6. Comunicação gestual nos chimpanzés

Os gestos são geralmente usados em funções evolutivamente menos urgentes que os sinais
vocais, e estão menos atados a emoções específicas do que as vocalizações, o que
provavelmente resulta de um maior controlo cortical da modalidade manual. Estudos
pioneiros na natureza e no cativeiro identificaram a ocorrência natural de gestos em bonobos,
chimpanzés, gorilas e orangotangos (GOODALL, 1986).
Na maioria dos estudos de gestos em chimpanzés, tal como noutros estudos de primatas
superiores, os gestos são classificados segundo a sua categoria perceptiva. Segundo
SCHNEIDER etal.(2012), Call (1997) classifica os gestos dos chimpanzés em 3 categorias
principais.
Os sinais visuais são realizados à distância através de movimentos corporais ou posturas; os
gestos classificados como: gestostácteis correspondem a sinais transferidos pela partilha de
contacto corporal; e os gestos auditivos correspondem a sinais transmitidos por via acústica,
mas não vocal (BARD etal., 2005).
Os primeiros gestos tendem a ser visuais ou tácteis em todos os primatas superiores, podendo
sugerir a importância filogenética do canal visual na comunicação em primatas não humanos.
Os gestos tácteis aparecem mais em crias, quando o contacto corporal com a mãe é
importante, e vão sendo substituídos por gestos distais à medida que o chimpanzé adquire
mais maturação e independência, e a forma visual de interacção torna-se mais importante à
medida que a distância entre a cria e a mãe aumenta (BARD etal., 2005).
Se um gesto se enquadra em mais do que uma modalidade, o táctil e o auditivo são
favorecidos, uma vez que estes gestos poderiam ser percepcionados sem o receptor estar a
olhar (SCHNEIDER etal., 2012).
2.7. Competição, Conflitos e Cooperação
10

2.7.1. Competição

Em biologia, competição é a interacção de indivíduos da mesma espécie ou espécies


diferentes (humana, animal ou vegetal) que disputam algo. Esta disputa pode ser pelo
alimento, pelo território, pela luminosidade, pelo emprego, pela fêmea, pelo macho, etc.
(BARD etal., 2005).
Logo, a competição pode ser entre a mesma espécie (intra-específica) ou de espécie diferente
(interespecífica). Em ambos os casos, esse tipo de interacção favorece um processo selectivo
que culmina, geralmente, com a preservação das formas de vida mais bem adaptadas ao meio
ambiente, e com a extinção de indivíduos com baixo poder adaptativo. Assim, na ecologia, a
competição constitui um factor regulador da densidade populacional, contribuindo para evitar
a superpopulação das espécies (BARD etal., 2005).
Os comportamentos da agressão têm como objectivo não só a sobrevivência de cada indivíduo
mas também a dos seus descendentes, isto é, o futuro da espécie (SCHNEIDER etal., 2012).
A teoria de Charles Darwin sobre a especiação, prega a selecção natural, mecanismo pelo qual
a natureza selecciona organismos mais capacitados a sobreviver em determinado ambiente.
Para que ocorra diferença entre um organismo e outro, deve haver a reprodução sexuada. Na
reprodução assexuada não existe intercâmbio genético. Assim, os organismos gerados serão
idênticos (SCHNEIDER etal., 2012).
Havendo reprodução sexuada, ocorreria a chamada variabilidade genética, e a selecção natural
actuaria eliminando os organismos menos aptos a sobrevivência em um ambiente. Mas, e se a
reprodução de um determinado grupo de organismo for assexuada, como poderia ocorrer
selecção natural? (SCHNEIDER etal., 2012).
A resposta é simples, mutações, erros na transcrição ou na tradução do código genético, o que
ocasionaria organismos com diferentes códigos genéticos, e consequentemente, a selecção
natural poderia agir eliminando os organismos menos aptos a sobrevivência (SCHNEIDER
etal., 2012).
2.7.2. Conflitos

De acordo com SACARÃO (1991), no livro “A Origem das Espécies (On the Origin of


Species)”, do naturalista britânicoCharles Darwin, apresenta a Teoria da Evolução, mostrando
que a diversidade biológica é o resultado de um processo de descendência com modificação e
conflito entre espécies, onde vivos se adaptam gradualmente através da selecção natural e as
espécies se ramificam sucessivamente a partir de formas ancestrais, como os galhos de uma
grande árvore: a árvore da vida.  
11

Para Darwin, o conflito significa desentendimento baseando-se na partilha de um certo bem


ecológico (alimento, lugar de descansar, parceiro sexual, etc.). Ele suporta a sua ideia dizendo
que o conflito na natureza entre os seres vivos é importante, pois permite o desenvolvimento
dos mais aptos e extinção dos desfavorecidos (SACARÃO, 1991).
O conflito é atenuado quando existe a pretensão por uma parte e a resistência por outra, onde
é evidenciado desafio relativamente complexo, o conflito é desarmónico, decorrente de
expectativas valores e interesses contrariados. Embora seja natural da condição humana, o
tratamento conflituoso com outro é mediante a satisfação frustrada, o que configura a outra
parte com sendo um ser infiel, adversário e inimigo. O que faz nos perceber a necessidade do
indivíduo em comprovar através de concentrar raciocínio e elementos de prova fundamentais
para reforçar sua posição unilateral na tentativa de demostrar sua real disputa (SACARÃO,
1991).
2.7.3. Cooperação

Cooperação é uma acção conjunta para uma finalidade, objectivo em comum. Cooperação é
uma relação baseada entre indivíduos ou organizações, utilizando métodos mais ou menos
consensuais (BERNE etal., 2000).
A cooperação opõe-se, de certa forma, à colaboração e mesmo a competição. Indivíduos
podem organizar-se em grupos que cooperam internamente e, ao mesmo tempo, competem
com outros grupos. A mesma é ainda vista por muitos como a forma ideal de gestão das
interacções humanas, pondo a tónica na obtenção e distribuição de bens e serviços em
detrimento da sua confiscação ou usurpação (BERNE etal., 2000).
Operar juntamente com alguém; colaborar: todos cooperam para o desenvolvimento
intelectual. Certas formas de cooperação são ilegais em algumas jurisdições porque
prejudicam o acesso das populações a alguns recursos, como acontece com a fixação de
preços por cartéis (BERNE etal., 2000).

3. Conclusão

Os animais são capazes de se comunicar com outros seres de seu meio e podem interferir em
seu comportamento. A comunicação é executada pelos mesmos sistemas de relação e
coordenação.
12

Em alguns animais há órgãos especialmente adaptados à comunicação, como a siringe das


aves (órgão de canto) e as pregas vocais dos mamíferos (órgãos da voz humana). Os animais,
no entanto, podem se comunicar por ultrassons (inaudíveis aos humanos) ou produzindo
substâncias. Os exemplos de sistemas de comunicação são bastante variados.
A capacidade de estabelecer comunicação não é restrita aos animais que vivem em sociedade
ou em agrupamentos gregários.
Dada a complexidade e variedade dos organismos biológicos e a complexidade adicional na
organização neural de qualquer organismo animal em particular, existe uma variedade de
linguagens de biocomunicação.
Uma hierarquia de linguagens de biocomunicação em animais foi proposta por SubhashKak :
essas linguagens, em ordem crescente de generalidade, são associativas, reorganizadoras e
quânticas. Os três tipos de linguagens formais da hierarquia de Chomsky mapeiam para a
classe de linguagem associativa.

4. Bibliografia

1. ACKERMAN, S. Discovering the brain. National Academy Press: Washington, 1992;


13

2. BARD, K. A., MYOWA-YAMAKOSHI, M., TOMONAGA, M., TANAKA, M.,


COSTALL, A., MATSUZAWA,T.: 2005, ‘Group differences in the mutual gaze of
chimpanzees (Pan troglodytes)’. Developmental Psychology 41(4), 616.
3. BERNE, R.M., LEVY, M.N., KOEPPEN, B.M., STANTON, B.A. 2000.Fisiologia.,
4.ed.Guanabara Koogan: Rio de Janeiro.
4. FRIDLUND, A. J. (1994). Human facial expression: An evolutionary view. San Diego,
CA: Academic Press.
5. FRIDLUND, A. J.; EKMAN, P. & OSTER, H. (1987).Facial Expressions of emotion. In:
SIEGMAN, A. & FELDSTEIN, S. (eds.) Nonverbal Behaviorand communication.
Hillsdale, New Jersey: Erlbaum. p. 143-224.
6. GOODALL, J.: 1986, The chimpanzees of Gombe: Patterns of behavior. Belknap Press of
Harvard University Press Cambridge.
7. NAFTAL, Naftal. 2008.Manual de Biologia comportamental, UCM, Beira.
8. SACARÃO, G. d. (1991). Ecologia e Biologia do ambiente. Portugal.
9. SCHNEIDER, C., CALL, J., LIEBAL, K. 2012, ‘Onset and early use of gestural
communication in nonhuman great apes’. American journal of primatology 74(2), 102–
113.
10. SILVANA, C. Gomes (2009), A Natureza das espécies e sua comunicação, porto
editora,Lisboa (Portugal).
11. TOMKINS, S. (1979). Script Theory: Differential Magnification of Affects. Nebraska
Symposium On Motivation. Lincoln, NE: University of Nebraska/ Ed. Richard Deinstbier.
p. 201-236.

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