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Ana Raquiela Baptista
Bernardino Bernardo
Inésio Vieira
João António João Custumado
Manuel Francisco Marques
Syria De Anastácia Machalo
Quinane Ategua Medala
Noções básicas sobre o HIV/SIDA e comunicação afectiva
(Licenciatura em Ensino de Biologia com Habilitações em Gestão de Laboratório)
Universidade Rovuma
Extensão de Niassa
2022
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Ana Raquiela Baptista
Bernardino Bernardo
Inésio Vieira
João António João Custumado
Manuel Francisco Marques
Syria De Anastácia Machalo
Quinane Ategua Medala
Noções básicas sobre o HIV/SIDA e comunicação afectiva
Trabalho de pesquisa da cadeira de Temas
Transversais IV a ser apresentado ao Departamento de
Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, para
fins avaliativos.
Sob a orientação do Docente: Adolfo Júnior
Universidade Rovuma
Extensão de Niassa
2022
Índice
1. Introdução..........................................................................................................................................3
1.1. Objectivos....................................................................................................................................3
2
1.1.1. Geral.....................................................................................................................................3
1.1.2. Específicos............................................................................................................................3
1.2. Metodologia................................................................................................................................3
2. Noções básicas sobre o HIV/SIDA e comunicação afectiva...............................................................4
2.1. Noções básicas sobre o HIV/SIDA..............................................................................................4
2.1.1. Conceito de seropositivo, HIV e SIDA.................................................................................4
2.1.2. Meios de transmissão e de não transmissão..........................................................................5
2.1.3. Sinais e sintomas..................................................................................................................6
2.1.4. Incidência dos jovens com SIDA..........................................................................................7
2.1.5. Como evitar o SIDA.............................................................................................................7
2.1.6. Cuidados e apoios aos seropositivos.....................................................................................8
2.1.7. Modos de transmissão...........................................................................................................9
2.1.8. Transmissão vertical.............................................................................................................9
2.2. Comunicação afectiva................................................................................................................11
2.2.1. O que é ser activista?..........................................................................................................11
2.2.2. Perfil do activista................................................................................................................11
2.2.3. Responsabilidade do activista.............................................................................................11
2.2.4. Metodologias do ensino e aprendizagem das DTS, HIV e SIDA........................................11
2.3. Situação epidemiológica do HIV/SIDA em Moçambique.........................................................12
2.4. Prevalência do HIV por sexo e grupos etários..........................................................................12
2.5. Testes e tipos de testes...............................................................................................................14
2.6. Antirretrovirais..........................................................................................................................15
2.6.1. Conceito..............................................................................................................................15
2.6.2. Função................................................................................................................................15
2.6.3. Tratamento..........................................................................................................................15
3. Conclusão.........................................................................................................................................16
4. Referências Bibliográficas................................................................................................................18
1. Introdução
3
O presente trabalho enquadra-se na cadeira de Temas Transversais IV, no curso de
Licenciatura em Ensino de Biologia que tem como tema Noções básicas sobre o HIV/SIDA.
Falando deste tema, constitui uma importância pois atualmente, o Sida é a pandemia de maior
impacto social em todo o mundo, que tem indiscriminadamente acometido pessoas de
diferentes classes sociais. Desde a descoberta da doença até então, tornou-se um desafio para
cientistas, intelectuais e políticos, sendo necessário o investimento de recursos financeiros
para a prevenção e controlo de sua disseminação. Por outro lado o governo tem empreendido
esforços para que a população esteja ciente sobre esta doença, as suas formas de transmissão e
de prevenção e principalmente, o tratamento e o aconselhamento das pessoas quem vivem
com HIV e SIDA.
1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
Conhecer as noções básicas sobre o HIV/SIDA
1.1.2. Específicos
Conceituar os termos HIV, SIDA e Seropositivo;
Descrever as noções básicas sobre o HIV/SIDA;
Apontar as formas de comunicação afectiva.
1.2. Metodologia
Para a realização deste trabalho foi possível com a consulta de alguns manuais electrónicos
em formato de PDF e alguns sites da internet para compilar as informações.
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2. Noções básicas sobre o HIV/SIDA e comunicação afectiva
2.1. Noções básicas sobre o HIV/SIDA
Segundo a MISAU (2016) as informações relativas ao conhecimento sobre o HIV e a SIDA,
assim como às atitudes e comportamentos sexuais, são essenciais para o planeamento e
monitorização do HIV. Também faz-se menção de dados sobre os indicadores de
conhecimento de modos de transmissão e métodos de prevenção do HIV, explora o estigma e
a discriminação associados ao HIV e à SIDA e os comportamentos sexuais de risco para a
transmissão sexual.
2.1.1. Conceito de seropositivo, HIV e SIDA
Conceito de Seropositivo
O termo é mais usado para descrever a presença do vírus HIV, causador da Síndrome da
imunodeficiência adquirida (SIDA), no sangue mas o pode ser usado para indicar a presença
de outros agentes infecciosos presentes no sangue. Chama-se Seropositivo um indivíduo
portador de anticorpos no sangue que provém da presença de um agente infeccioso. (Uyesaka,
2020).
HIV
HIV é uma sigla para vírus da imunodeficiência humana. É o vírus que pode levar à síndrome
da imunodeficiência adquirida (SIDA). Ao contrário de outros vírus, o corpo humano não
consegue se livrar do HIV. Isso significa que uma vez que você contrai o HIV, você viverá
com o vírus para sempre.
SIDA
SIDA é uma sigla que significa Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.
Síndrome - refere-se ao grupo de sintomas que colectivamente caracterizam uma
doença. No caso da SIDA pode incluir o desenvolvimento de determinadas infecções e
tumores, tal como a diminuição de determinadas células do sistema imunitário (de
defesa).
Imunodeficiência - quer dizer que a doença é caracterizada pelo enfraquecimento do
sistema imunitário.
Adquirida - quer dizer que a doença não é hereditária e desenvolve-se após o
nascimento por contacto com um agente (no caso da SIDA, VIH)
5
Portanto, a SIDA (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) é uma doença causada por um
vírus, o vírus da imunodeficiência humana (HIV) que ataca o sistema imunitário do nosso
organismo, destruindo a nossa capacidade de defesa em relação a muitas doenças. O doente
infectado pelo VIH fica progressivamente débil, frágil e pode contrair várias doenças que o
podem levar à morte. Estas doenças normalmente não atacam as pessoas com um sistema
imunitário que funcione bem, pelo que são designadas por “doenças oportunistas”. (Ministério
da Saúde do Brasil, 2017).
2.1.2. Meios de transmissão e de não transmissão
Meios de transmissão
ʽʽ O HIV é transmitido através de três vias: sexual, sanguínea e de mãe para filho (transmissão
vertical).
Contato sexual
Na via sexual, vírus transmite-se quando há contacto das mucosas ou da pele não íntegra com
fluídos que contenham vírus (sémen, sangue, fluídos vaginais). A existência de feridas na pele
aumenta o risco de transmissão do vírus (por exemplo, lesões de sífilis, herpes genital ou
Chlamydia trachomatis)
Gravidez, nascimento e amamentação
A transmissão de mãe para filho pode ocorrer durante a gravidez, o parto ou a amamentação,
em casos de grávidas com infeção por HIV não controlada.
Via sanguínea
A transmissão também é possível através da partilha de seringas ou através de instrumentos
que não tenham sido devidamente esterilizados como, por exemplo, os instrumentos utilizados
para tatuagens.
Seringas e instrumentos infetados
Na via sanguínea, a infeção é transmitida através de utensílios que tenham estado em contacto
com sangue que contenha o vírus. Esses utensílios podem ser objetos de uso pessoal, tais
como a escova de dentes, objetos perfurantes ou uma máquina de barbear, apesar de o tempo
de vida do vírus fora do organismo ser de poucos minutos.
Transfusão de sangue/órgãos
Em países onde não existem controlos rigorosos nos bancos de sangue, ainda existe o risco da
transmissão por HIV através da transfusão de sangue ou transplante de órgãos.
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Meios de não transmissão
ʽʽ O vírus HIV não pode ser transmitido das seguintes formas:
Contato físico
Dividir o mesmo ambiente com alguém que tenha o vírus da SIDA, apertar a mão de pessoas
infectadas ou trabalhar ao lado delas não oferecem nenhum risco.
Troca de carícias
Beijar ou abraçar uma pessoa que tenha o vírus da SIDA ou manifestar outras formas de
carinho e atenção a ela não oferecem qualquer risco.
Copos, pratos e talheres
O compartilhamento de instrumentos e recipientes, como copos, pratos e talheres, não expõe
ninguém à infecção pelo HIV.
Saliva, lágrima, suor e espirro
O contato com saliva, lágrima, suor ou gotículas expelidas no espirro de alguém com HIV não
transmite o HIV.
Banheiro, vaso sanitário, sauna e piscina
Compartilhar com alguém que tenha o vírus espaços como banheiro, vaso sanitário, sauna e
piscina não oferece risco.
Picada de insetos
Ser picado por um inseto que tenha picado alguém com HIV não representa possibilidade de
infecção pelo vírus ˮ (Como se transmite o HIV?).
2.1.3. Sinais e sintomas
Para (Reis, 2022), os principais sinais e sintomas de HIV/SIDA são:
Febre persistente;
Tosse seca prolongada e garganta arranhada;
Suores noturnos;
Dores de cabeça e dificuldades de concentração;
Dor nos músculos e nas articulações;
Cansaço, fadiga e perda de energia;
Inchaço nos gânglios linfáticos durante mais de três (3) meses;
Candidíase oral ou genital que não passa.
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2.1.4. Incidência dos jovens com SIDA
Ainda na atualidade vemos uma grande incidência de adolescentes e jovens infectando-se
pelo HIV, seja pela baixa prevalência do uso de preservativos, seja pelo uso de diversos tipos
de drogas injetáveis ou simplesmente pelo desconhecimento de questões relativas ao
comportamento sexual. Esses índices são preocupantes, devido à precocidade e às
consequências que esse padrão de comportamento pode causar no indivíduo (Asinelli-Luz &
Júnior, 2008).
2.1.5. Como evitar o SIDA
ʽʽO vírus HIV que causa SIDA pode ser transmito de diversas maneiras e para cada uma delas
é preciso cuidados específicos para que não haja a transmissão. À seguir serão detalhadas as
formas de como evitar o contágio em cada caso:
Prevenção no contato sexual
A camisinha ou preservativo continua sendo o método mais eficaz para prevenir muitas
doenças sexualmente transmissíveis, como a SIDA, a sífilis, a gonorreia e alguns tipos de
hepatites em qualquer tipo de relação sexual (anal, oral ou vaginal), seja homem com mulher,
homem com homem ou mulher com mulher. Embora o preservativo masculino seja o modelo
mais conhecido e de uso mais disseminado, as mulheres também têm a opção de utilizar a
camisinha feminina. Seja qual for o modelo, a camisinha deve ser usada do começo até o fim
de qualquer relação sexual e nunca utilize o mesmo preservativo mais de uma vez.
Prevenção na utilização de materiais perfuro-cortantes
Devido a possibilidade de se transmitir o vírus HIV durante o compartilhamento de objetos
perfuro-cortantes, que entrem em contato direto com o sangue, é indicado o uso de objetos
descartáveis. Se os instrumentos não forem descartáveis, como lâmina de depilação, navalhas
e alicates de unha, é recomendável que se faça uma esterilização simples (fervendo, passando
álcool ou água sanitária). É importante destacar que os objetos cortantes e perfurantes usados
em consultórios de dentista, em estúdios de tatuagem e clínicas de acupuntura também correm
o risco de estarem contaminados. Portanto, exija e certifique-se que os materiais estão
esterilizados e, se são descartáveis, sejam substituídos.
Prevenção no uso de drogas injetáveis
O uso de drogas injetáveis e o compartilhamento de seringas é uma das principais formas de
transmissão do vírus HIV. Durante o contato do sangue seropositivo, a seringa é contaminada
e a reutilização da seringa por terceiros é também uma forma de contágio do vírus, já que
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pequenas quantidades de sangue ficam na agulha ou seringa após o uso. Se outra pessoa usar
essa agulha ou seringa, esse sangue será injetado na corrente sanguínea da pessoa. Por isso, os
usuários de drogas injetáveis também precisam tomar alguns cuidados: Ter matérias de uso
próprio (seringa, agulha, etc) e não compartilhá-los com outros usuários; Não reutilizar as
agulhas e seringas; Descartar os instrumentos em local seguro, dentro de uma caixa ou
embalagem.
Prevenção em transfusão de sangue
O contágio de diversas doenças, principalmente do vírus HIV, através da transfusão de sangue
e da doação de órgãos tem contribuído para que as instituições de coleta selecionem
criteriosamente seus doadores e adotem regras rígidas para testar, transportar, estocar e
transfundir o material. Estes procedimentos estão garantindo cada vez mais um número menor
de casos de transmissão de doenças através da transfusão de sangue e da doação de órgãos.
Prevenção da transmissão vertical (gravidez, parto ou amamentação)
É importante que toda mulher grávida faça o teste que identifica a presença do vírus HIV. Se
o exame for positivo, a gestante vai receber um tratamento adequado para evitar a transmissão
para o filho na hora do parto. A gestante seropositiva recebe ao longo da gravidez e no
momento do parto medicamentos indicados pelo médico. Até as seis primeiras semanas de
vida, o recém-nascido também deverá fazer uso das drogas. Como a transmissão do HIV de
mãe para filho também pode acontecer durante a amamentação, através do leite materno, será
necessário substituir o leito materno por leite artificial ou humano processado em bancos de
leite que fazem aconselhamento e triagem das doadoras ˮ (Como Evitar o Vírus HIV?).
2.1.6. Cuidados e apoios aos seropositivos
Quando uma pessoa recebe o diagnóstico positivo do HIV, inicia uma nova jornada. Ao longo
desta jornada, esta pessoa enfrentará diferentes barreiras para cumprir o seu tratamento. É
importante que o respeito pela dignidade humana esteja presente em todas abordagens de
oferta de serviços às pessoas vivendo com HIV.” Os serviços de apoio psicossocial e o
aconselhamento periódico são indispensáveis na vida das pessoas que vivem com HIV
(PVHIV) de modo que estes possam melhor aderir aos cuidados de saúde e serviços de HIV,
ao tratamento, e também a superar dificuldades ou barreiras psicológicas, sociais nas suas
vidas. Aos familiares aconselha-se a não pautarem pela discriminação, deve-se procurar
sempre cuidar desta pessoa infectada dando-lhe todo tipo de apoio possível, fazendo-o
acreditar que ainda pode ter esperança (Couto & Paunde, 2019).
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2.1.7. Modos de transmissão
O HIV/SIDA somente é transmitida em secreções como sangue, esperma, secreção vaginal e
leite materno, o vírus aparece em quantidade suficiente para causar a moléstia.
Para haver a transmissão, o líquido contaminado de uma pessoa tem que penetrar no
organismo de outra. Isto se dá através de relação sexual (heterossexual ou homossexual), ao
se compartilhar seringas, em acidentes com agulhas
e objetos cortantes infectados, na transfusão de sangue contaminado, na transmissão vertical
da mãe infectada para o feto durante a gestação ou o trabalho de parto e durante a
amamentação ˮ (HIV: Sintomas, transmissão e prevenção).
2.1.8. Transmissão vertical
A transmissão vertical é a que o bebê contraí infecção/doença como o HIV e a rubéola
durante a gestação, o parto ou a amamentação. Ocorre quando a pessoa que está grávida está
vulnerável à doenças pois estando doente, o bebé também fica já que estará em contato com o
corpo dela. Neste caso a mãe precisará fazer exames e começar a fazer o uso de
antirretrovirais a partir da 14ª semana, utilização de AZT injetável durante o parto; realização
de cesária em gestantes com cargas virais elevadas ou desconhecidas e, por fim, o uso de AZT
oral para o recém-nascido exposto, do nascimento até 42º dia de vida (Florêncio, 2019).
A transmissão vertical do HIV pode ocorrer em três períodos: intrauterino, no nascimento
(intraparto) ou durante a amamentação (pós-parto). O HIV pode ser transmitido dentro do
útero pelo transporte celular transplacentário, por meio de uma infecção progressiva dos
trofoblastos da placenta até que o vírus atinja a circulação fetal, ou devido a rupturas na
barreira placentária seguidas de microtransfusões da mãe para o feto. A transmissão durante o
parto ocorre pelo contacto do bebé com as secreções infectadas da mãe ao passar pelo canal
vaginal, por meio de uma infecção ascendente da vagina para as membranas fetais e para o
líquido amniótico ou por meio da absorção no aparelho digestivo do RN. No período após o
parto, a principal forma de transmissão é a amamentação. Em crianças não-amamentadas, a
transmissão intraútero tardia e no período intraparto parecem ser os momentos de maior risco
para transmissão ventral. Cerca de 65% das infecções ocorrem no período periparto, e 95%
ocorrem até 2 meses antes do nascimento. (Friedrich, L. et al. 2016).
Infecção intra-uterina: a placenta é comprovadamente uma barreira efetiva à
transmissão do HIV durante a gestação, visto que mesmo antes de haver intervenções
eficazes para reduzir a TV, apenas 1 em 4 crianças expostas se tornavam infectadas.
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Baseado no momento de positivação do exame, sabe-se que apenas 20-25% das
infecções ocorrem no ambiente intrauterino, e exames de PCR de fetos abortados
indicam que praticamente não existe transmissão no 1° trimestre de gestação, e a
transmissão no 2° trimestre, medida através de amniocentese, também é rara. No
entanto, no 3° trimestre, a integridade vascular da placenta é significativamente
reduzida e a maior parte das infecções parecem ocorrer poucas semanas antes do
parto. Foi postulado que estas infecções são principalmente causadas por
microtransfusões através da placenta nas fases tardias da gestação 19.
Infecção intraparto: é a principal forma de transmissão ventral, compreendendo
cerca de 65% das infecções. Refere-se à exposição da mucosa do recém-nascido ao
sangue materno e outras secreções infectadas durante a passagem do bebé pelo canal
de parto. A cesariana protectora realizada antes do início do trabalho de parto pode
reduzir o risco de transmissão ventral em até 50%, possivelmente reduzindo as micro
transfusões que ocorrem na fase activa do trabalho de parto e a exposição da mucosa
intestinal e conjuntival do RN do contacto com o vírus durante a passagem pelo canal
de parto19. (FRIEDRICH, L. et al. 2016).
Infecção tardia através da amamentação: a amamentação é crucial à sobrevivência
do recém-nascido em muitos países. No entanto, pode ser responsável por um terço à
metade da transmissão vertical. Os primeiros dias de vida são especialmente
susceptíveis devido à ausência do suco gástrico, capaz de inactivar o vírus, e pela
ingestão de macrófagos infectados pelo HIV presentes no colostro materno. Este risco
aumenta para 30-50% de toda a transmissão ventral com o prolongamento da
amamentação após os 12 meses de vida. Taxas reduzidas de transmissão ventral
mesmo durante a amamentação, em países de baixos recursos, podem ser obtidas com
o uso contínuo de profilaxia com nevirapina durante este período12. No entanto, o
risco da transmissão do HIV pela amamentação parece exceder seu benefício quando
superior a 3-7 meses. Existe um risco significativamente maior de transmissão ventral
quando a criança é alimentada de forma mista, com leite materno e fórmula, devido à
maior penetração do vírus pela mucosa intestinal através das micro fissuras
provocadas por fórmulas à base de leite de vaca. Para estas, as taxas de transmissão
podem ser tão altas quanto 29,2%, e são altamente associadas ao CD4 materno 20.
(Friedrich, L. et al. 2016).
11
2.2. Comunicação afectiva
ʽʽA comunicação efectiva é a capacidade de transmitir nossas ideias de maneira clara e
persuasiva, sendo esta uma das habilidades sociais mais necessárias em profissionais da área
de comunicação e negócios. Para pessoas que tem habilidade de se comunicar efectivamente
tem sucesso no seu casamento, no seu trabalho, na sua relação com os seus familiares e
amigos e com pessoas a sua volta ˮ (11 dicas para desenvolver comunicação efectiva).
2.2.1. O que é ser activista?
Segundo o Dicionário online de português activista é uma pessoa que trabalha de modo
activo, eficiente, na prática por uma causa, falando especialmente de um interesse colectivo,
que actua e trabalha por uma ideologia política ou social, militante.
2.2.2. Perfil do activista
Os activistas devem ser uma ou um conjunto de pessoas que tem seguintes características: Ser
um líder inato, ser um visionário, ser confiante, não tem medo de errar, ser resiliente, ser
solidário, ser um eterno aprendiz (Iannarelli, 2013).
2.2.3. Responsabilidade do activista
O activista é alguém que é visto na sociedade como uma pessoa que sempre está pronta para
ajudar as outras pessoas no que for necessário. Por exemplo, se for um activista de HIV-
SIDA, a sociedade onde a pessoa está enquadrada espera dele ser uma pessoa que aconselha,
una pessoa que da esperança, uma pessoa que partilha o que sabe com outras pessoas,
principalmente aquelas pessoas que estão infectadas. Resumindo, activista tem a missão de
ajudar a sociedade ou pessoas a se lidarem com certos problemas socias ou pessoais.
2.2.4. Metodologias do ensino e aprendizagem das DTS, HIV e SIDA
As metodologias de ensino envolvem todas as ferramentas utilizadas pelos educadores para
transmitir conhecimentos aos alunos. Nesse processo podem ser utilizadas ferramentas como
os de leitura (como livros) e também os recursos áudio visuais.
A crença na educação escolar tanto no processo de doenças de transmissão sexual,
HIV/SIDA, norteada por metodologias ativas de ensino e no seu poder de transformação no
ensino em sala de aula motivou a realização desta investigação. Após a organização dos
materiais para serem expostos, aplicou-se um questionário com nove questões, com o objetivo
de sondar sobre quais os conhecimentos adquiridos pelos alunos acerca das Doenças
Sexualmente Transmissíveis, no decorrer das atividades desenvolvidas por meio das oficinas,
12
bem como evidenciar as contribuições da utilização das metodologias ativas de Ensino e na
aprendizagem dos alunos (Gomes, 2014).
Resumidamente pode-se dizer que na transmissão de conhecimentos podem ser usados
metodologias usados para leccionar aulas normais, principalmente a aula de ciências, como
por exemplo na disseminação de conhecimentos sobre doenças sexualmente transmissíveis
pode se usar a metodologia estudo de caso, uma metodologia que consiste em trazer a prática
para a sala de aulas sem necessariamente modificar o estilo de aula ou tirar os alunos dentro
dela. Através desse método pode-se fazer um estudo de caso sobre uma determinada patologia
e descobrir seus sintomas ˮ (Metodologias activas).
2.3. Situação epidemiológica do HIV/SIDA em Moçambique
2.4. Prevalência do HIV por sexo e grupos etários
Segundo Inage (2015) as novas estimativas da taxa de prevalência do HIV no país mostram
um aumento para 13,2 por cento entre a população adulta dos 15 aos 49 anos de idade, contra
a cifra anterior que rondava os 11,5 por cento na sequência do estudo feito em 2009.
A taxa consta do Inquérito de Indicadores de Imunização, Malária e HIV/SIDA em
Moçambique (IMASIDA), lançado publicamente hoje, em Maputo, com objectivo de
determinar a prevalência do HIV/SIDA na população em geral e fornecer informações sobre
outros indicadores de saúde da mulher e da criança no país.
O Inquérito Nacional de Prevalência, Riscos Comportamentais e Informação sobre o
HIV/SIDA em Moçambique (INSIDA), realizado em 2009, reportou uma prevalência de 11,5
por cento em adultos dos 15 aos 49 anos de idade. O aumento na prevalência nacional do HIV
entre 2009/15 não é estatisticamente significativo.
No sentido de determinar a taxa de seroprevalência, segundo a equipa de investigadores que
levou o trabalho a cabo, foram entrevistados um total de 5.283 homens e 7.749 mulheres em
7.169 agregados familiares, no período entre Junho e Dezembro de 2015.
No final, o IMASIDA concluiu que a prevalência é maior nas mulheres (15,4 por cento) do
que nos homens (10,1 por cento). O estudo mostra que a seroprevalência é maior na área
urbana (16,8 por cento) em relação à zona urbana (11 por cento).
No que respeita as prevalências por província, Tete aparece com a seroprevalência mais baixa
na ordem de 5,2 por cento e Gaza no sul do país continua com a mais alta prevalência 24,4
por centro.
O estudo alerta igualmente que a prevalência é maior nas mulheres do que nos homens em
todas as províncias moçambicanas, com a excepção de Nampula onde a realidade é diferente.
13
Segundo o IMASIDA, tanto nos homens como nas mulheres a prevalência do HIV atinge o
seu pico na faixa etária dos 35 aos 39 anos (17 por cento para os homens e 23,4 por cento para
as mulheres).
Nos jovens de 14 aos 24 anos, 6,9 por cento estão infectados pelo vírus da doença. Neste
subgrupo etário, a prevalência também é maior nas mulheres (9,8 por cento) do que nos
homens (3,2 por cento). Os jovens nas áreas urbanas apresentam uma prevalência mais
elevada que os jovens nas áreas rurais (8,1 e 6,1 por cento respectivamente).
A outra constatação do estudo sobre a prevalência do HIV reside no facto de o vírus existir
num contexto de conhecimento e comportamento, igualmente medidos pelo IMASIDA.
Segundo a constatação do estudo, o conhecimento da prevenção da transmissão do HIV
reduziu no período entre 2009/15. Actualmente, 56 por cento dos homens e 47 por cento de
mulheres sabem que é possível reduzir o risco de contágio pelo HIV usando o preservativo e
limitando as relações sexuais a um único parceiro não infectado.
O investigador principal do estudo IMASIDA, Francisco Mbofana, disse que os resultados
chamam atenção para a necessidade de readaptação das intervenções. Primeiro no sentido de
saber o que fazer mas também onde fazer.
Compreendemos claramente que há ainda desafios em relação ao conhecimento e, portanto,
comportamento de risco, daí que temos de trabalhar no sentido de passar mais conhecimento
às pessoas, disse Mbofana, anotando porém que a melhor forma de lutar contra o HIV está na
contenção de novas infecções e não contrair para depois procurar o tratamento.
Segundo a fonte, do ponto de vista geográfico, há dados que indicam a necessidade de centrar
as atenções em zonas onde até muito recentemente se pensava que a situação estava sob
controlo, como é o caso de Niassa e Cabo Delgado (norte do país) que aumentaram para 7,8 e
13,8 por cento respectivamente.
O universo da população infectada no país, segundo o investigador principal, é na ordem de
1,5 milhões de habitantes, mas com o mais recente estudo cujos resultados foram
inclusivamente validados far-se-á um novo cálculo do impacto demográfico, devendo nos
próximos 60 dias ter as estimativas.
O relatório final do IMASIDA, cuja produção contou com o apoio de vários parceiros, que
inclui dados sobre todos os outros indicadores de saúde será publicado em Agosto próximo.
14
2.5. Testes e tipos de testes
Existem diferentes tipos de testes de HIV, sendo possível detectar anticorpos, antígenos ou
RNA em soro, plasma, fluido oral, manchas de sangue seco ou urina. Os exames variam desde
detectar anticorpos na saliva como o RNA do vírus no sangue, variando o custo e a precisão
do resultado. (Ministério da saúde, 2014).
Teste Elisa
O mais realizado para diagnosticar a doença. Nele, profissionais de laboratório buscam por
anticorpos contra o HIV no sangue do paciente. Se uma amostra não apresentar nenhum
anticorpo, o resultado negativo é fornecido para o paciente. Caso seja detectado algum
anticorpo anti-HIV no sangue, é necessária a realização de outro teste adicional, o teste
confirmatório. São usados como testes confirmatórios, o Western Blot, o Teste de
Imunofluorescência indireta para o HIV-1 e o imunoblot. Isso porque, algumas vezes, os
exames podem dar resultados falso-positivos em consequência de algumas doenças, como
artrite reumatóide, doença auto-imune e alguns tipos de câncer. O teste Elisa é feito com uma
placa de plástico que contém proteínas do HIV absorvidas ou fixadas nas cavidades em que
cada amostra de soro ou plasma (que são fracções do sangue) será adicionada. Após uma
sequência de etapas, em que são adicionados diferentes tipos de reagentes, o resultado é
fornecido por meio de leitura óptica, em um equipamento denominado leitora de Elisa.
Teste western blot
De custo elevado, o western blot é confirmatório, ou seja, indicado em casos de resultado
positivo no teste Elisa. Nele, os profissionais do laboratório procuram fragmentos do HIV,
vírus causador da Sida.
Para a realização do Western Blot, utiliza-se uma tira de nitrocelulose em que serão fixadas
proteínas do HIV. O soro ou plasma do paciente é adicionado, ficando em contacto com a tira
de nitrocelulose. Depois da adição de vários tipos de reagentes, o resultado é fornecido por
meio de leitura visual, pelo profissional do laboratório.
Teste de imunofluorescência indirecta para o HIV-1
Também confirmatório, o teste de imunofluorescência indirecta para o HIV-1 permite detectar
os anticorpos anti-HIV. Nele, o soro ou plasma do paciente é adicionado a uma lâmina de
vidro que contém células infectadas com o HIV, fixadas nas cavidades. Após uma sequência
15
de etapas, em que são adicionados diferentes tipos de reagentes, o resultado é fornecido por
meio da leitura em um microscópio de imunofluorescência.
Teste rápido
Possui esse nome, pois permitem a detecção de anticorpos anti-HIV na amostra de sangue do
paciente em até 30 minutos. Por isso, pode ser realizado no momento da consulta. Os testes
rápidos permitem que o paciente, no mesmo momento que faz o teste, tenha conhecimento do
resultado e receba o aconselhamento pré e pós-teste. O teste rápido é preferencialmente
adoptado em populações que moram em locais de difícil acesso, em gestantes que não fizeram
o acompanhamento no pré-natal e em situações de acidentes no trabalho.
2.6. Antirretrovirais
2.6.1. Conceito
Os antirretrovirais são utilizadas em conjunto para tratar infecção por HIV. Esses
medicamentos bloqueiam a penetração do HIV em células humanas ou bloqueiam a atividade
de uma das enzimas de que o HIV precisa para se replicar dentro de células humanas e/ou
integrar seu material genético ao DNA humano.
2.6.2. Função
Eles agem inibindo a multiplicação do HIV (que é retrovírus causador da síndrome da
imunodeficiência adquirida – aids) no organismo, evitando então o enfraquecimento do
sistema imunológico da pessoa infectada. (Florêncio, 2019).
2.6.3. Tratamento
Os medicamentos antirretrovirais (ARV) surgiram na década de 1980 para impedir a
multiplicação do HIV no organismo. Esses medicamentos ajudam a evitar o enfraquecimento
do sistema imunológico. Por isso, o uso regular dos ARV é fundamental para aumentar o
tempo e a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV e reduzir o número de
internações e infecções por doenças oportunistas. (Florêncio, 2019).
O tratamento é mais eficaz quando são administrados dois ou mais medicamentos
combinados. Essas combinações de remédios são muitas vezes conhecidas como terapia
antirretroviral combinada (TARc). A TARc é usada porque:
As combinações são mais potentes do que remédios únicos para reduzir a quantidade de HIV
no sangue.
As combinações ajudam a evitar o desenvolvimento da resistência ao remédio.
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Alguns remédios para o HIV (tais como o ritonavir) aumentam os níveis sanguíneos
de outros remédios para o HIV (incluindo a maioria dos inibidores da protease) ao
diminuir sua velocidade de eliminação do organismo e, desta forma, aumentar sua
eficácia.
A TARc pode aumentar a contagem de CD4 em pessoas infectadas pelo HIV,
fortalecendo, assim, seu sistema imunológico e estendendo a sua vida.
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3. Conclusão
O HIV/SIDA é uma doença que continua a dizimar a população até hoje por não haver cura.
Esta, diferentemente das outras pode estar no corpo da pessoa por muito tempo sem se
manifestar. Quando se fala desta doença devemos saber que HIV e SIDA são termos
diferentes, pois HIV quer dizer vírus de imunodeficiência humana, é o vírus que causa SIDA,
por outro lado SIDA quer dizer síndrome de imunodeficiência adquirida, é o estado avançado
da debilitação causado por vírus HIV. Outro termo associado a esta doença é a
seropositividade que se trata de presença no sangue de agentes infecciosos de não apenas do
vírus de HIV mas de qualquer outra doença.
Como qualquer outras doenças transmissíveis, o HIV tem várias formas de ser transmitido de
uma pessoa para outra, a principal forma de transmissão é através de relações sexuais
desprotegidos e outras formas podem ser através de transmissão vertical, seringas e
instrumentos infetados entre outros. Para se prevenir desta doença deve-se usar sempre
protecção nas relações sexuais, evitar partilhar objectos cortantes, usar seringas novas ou
esterilizadas. Por não ser apenas uma doença, mas o conjunto de doenças oportunistas, SIDA
se manifesta de diversas formas e entre elas destacam-se: febre persistente, tosse seca
prolongada e garganta arranhada, dor nos músculos e nas articulações, cansaço, fadiga e perda
de energia, entre outros sintomas.
Um dos aspetos abordado ao longo do trabalho é sobre cuidados e apoios aos seropositivos.
Uma pessoa vivendo com HIV/SIDA precisa muito do apoio das pessoas que estão a seu
redor para qualquer tipo de ajuda. Muitas das vezes, por falta de informações básicas sobre
esta doença, quando se sabe que alguém tem esta doença, as pessoas procuram evita-la o
máximo possível, e com isso ela se sente isolada, rejeitada e inútil para a sociedade. Esses
tipos de sentimentos podem fazer com que a pessoa resista ao tratamento, causando ainda
mais complicações a sua saúde, diferentemente quando as pessoas procuram cuidar, prestar
atenção e lhe ajudar a conviver com a doença.
Com o propósito de ajudar as pessoas a lidarem com a doença tem sido criado pelo governo
activistas que ajudam a disseminar informações sobre as doenças e prestar ajuda emocional.
Essas pessoas têm a responsabilidade de trazer esperança, de despertar a sociedade sobre uma
determinada problemática.
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4. Referências Bibliográficas
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metodologias activas de ensino: possibilidades de aprendizagem em um centro
socioeducativo