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Caderno de Exercícios Objetivo Gramática

Este documento fornece exemplos de exercícios de português sobre pontuação e concordância nominal e verbal com as respectivas resoluções. Os exercícios abordam temas como o uso de vírgulas, pontos e vírgula e dois-pontos, e a concordância de verbos com sujeitos compostos ou pluralizados.

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Caderno de Exercícios Objetivo Gramática

Este documento fornece exemplos de exercícios de português sobre pontuação e concordância nominal e verbal com as respectivas resoluções. Os exercícios abordam temas como o uso de vírgulas, pontos e vírgula e dois-pontos, e a concordância de verbos com sujeitos compostos ou pluralizados.

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C3_3ANO_SP_LARANJA_CAD_TAREFAS_2020_PORT_GK 15/05/2020 18:35 Página 1

GRAMÁTICA FRENTE 1

Módulos 19 e 20 – Pontuação I e II Resolução

PORTUGUÊS
Os adjuntos adverbiais “além da função adverbial de lugar” e
1. (UNITAU) – Aponte a alternativa cuja pontuação não está “com significação de distante, afastado” estão deslocados e,
adequada. portanto, devem ser isolados por vírgula. O emprego do ponto
a) “A notícia de que os alemães-orientais podem agora e vírgula justifica-se porque separa a segunda oração da
cruzar livremente as fronteiras do país, surpreendeu a primeira, já entrecortada por vírgulas.
Alemanha Ocidental.” Resposta: C
b) “O país teme a superlotação de seus campos para
refugiados. Em visita à Polônia, o premiê Helmut Kohl foi 3. (UFORCEP) – “Para Setzer, os videogames induzem à
cauteloso ao comentar o assunto.” ‘É preciso ver quantos passividade porque inibem a vontade: com movimentos
de fato virão’, disse.” repetitivos e predefinidos, não se raciocina. Aliás, usar a
c) “O ministro do interior da Alemanha Ocidental disse cabeça só atrapalharia. É necessário ter rapidez de reflexos
ontem em Bonn (capital) que os alemães-orientais devem para dar conta de atirar primeiro e nunca fazer perguntas.
pensar duas vezes antes de sair do país.” ... porque inibem a vontade: com movimentos repetitivos e
d) “Mas disse que seu governo não se recusará recebê-los. predefinidos, não se raciocina.”
Eles têm direito à cidadania alemã ocidental.”
A frase colocada após os dois-pontos introduz, no contexto,
e) “A decisão anunciada ontem em Berlim Oriental não
uma:
implica, ao menos por enquanto, a derrubada do Muro de
a) explicação. b) causalidade.
Berlim. Ele ainda existe e abriga postos fronteiriços entre
c) consequência. d) finalidade.
as duas metades da cidade.”
e) comparação.
(ARBEX, José. In: Textos que fizeram a
Resolução
história, com modificações.)
A frase colocada após os dois-pontos introduz uma explicação
Resolução
que justifica a afirmação anterior de que os video games levam
Há uma vírgula separando o sujeito a notícia do verbo surpre-
à passividade, ao não raciocínio, porque obedecem à repetição
ender.
programada e desestimulante. (Poderíamos substituir os dois-
Resposta: A
pontos pela conjunção pois.)
Resposta: A
2. (FGV) – Assinale a alternativa em que a pontuação da
frase seja a mais adequada.
A questão de número 4 refere-se ao texto a seguir:
a) Longe, além da função adverbial de lugar tem a de adjetivo
com significação de distante, afastado: é então Muitas comparações entre a tanga das moças de
geralmente usado no plural. Ipanema e a tanga de nossas bisavós silvícolas. Mas, fique
b) Longe além da função adverbial de lugar, tem a de adjetivo claro: usando tanga as brasileiras começavam a se vestir.
com significação de distante afastado, é então geralmente Usando tanga as ipanenenses terminam de se despir. A
usado no plural. tanga antiga era o começo do pudor. A tanga moderna é o
c) Longe, além da função adverbial de lugar, tem a de limite conquistado pelo “impudor”. As mulheres nativas
adjetivo, com significação de distante, afastado; é então cobriam o máximo – cobrir mais do que aquilo era um
geralmente usado no plural. atentado à natureza. As mulheres de Ipanema descobrem o
d) Longe, além da função adverbial de lugar tem a de máximo. Descobrir mais do que isso é uma agressão – aos
adjetivo, com significação de distante, afastado: é então costumes, à estética, ao sensualismo, e à própria
geralmente usado no plural. comodidade. Praia, afinal, é feita de areia, pô! (1972)
e) Longe além da função adverbial de lugar tem, a de
adjetivo, com significação de distante, afastado; é então (Millôr Fernandes, Millôr definitivo:
geralmente usado no plural. a Bíblia do Caos. São Paulo: L&PM, p. 460.)

–1
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4. (UEL) – Considere as frases abaixo, pontuadas de duas Resolução


maneiras diferentes. Em a, satisfeitos (P. O.); em b, difícil; em c, consertados; em d,
I. Mas, fique claro: usando tanga as brasileiras começavam inscrita.
a se vestir. Resposta: E
Mas – fique claro – usando tanga as brasileiras
começavam a se vestir. Módulos 22 e 23 – Concordância
II. As ipanemenses são comparadas às mulheres nativas,
Verbal I e II
PORTUGUÊS

que usavam tangas.


As ipanemenses são comparadas às mulheres nativas que
7. (UFABC) – “Não cantaremos o ódio, porque esse não
usavam tangas.
existe, existe apenas o medo.”
III. Em Ipanema a tanga é peça trivial.
Assinale a alternativa em que a nova redação dada a esse
Em Ipanema, a tanga é peça trivial.
trecho apresenta concordância verbal de acordo com a norma
padrão.
Com a mudança de pontuação, houve alteração de sentido:
a) Não cantaremos o ódio porque não há ódios guardados,
a) somente em I. b) somente em II.
existe apenas diversas formas de medo.
c) somente em I e III. d) somente em II e III.
b) Não cantaremos o ódio porque não haviam ódios
e) em I, II e III.
guardados, existiam apenas diversas formas de medo.
Resolução
c) Não cantaremos o ódio porque não existiu ódios
Em II, houve restrição de sentido com a retirada da vírgula, pois
guardados, houveram apenas diversas formas de medo.
as ipanemenses passam a ser comparadas não a todas as
d) Não cantaremos o ódio porque não houve ódios
nativas, mas somente às mulheres nativas que usavam tangas.
guardados, existiram apenas diversas formas de medo.
Resposta: B
e) Não cantaremos o ódio porque não haviam ódios
guardados, existia apenas diversas formas de medo.
Módulo 21 – Concordância Nominal Resolução
O verbo haver com o sentido de existir é impessoal, por isso
5. Assinale a alternativa que apresenta a concordância no- se mantém na terceira pessoa do singular e a oração não
minal incorreta: apresenta sujeito; o verbo existir é pessoal e concorda com o
a) Eu não gostava de meias palavras. sujeito diversas formas de medo.
b) É necessário compreensão com o próximo. Resposta: D
c) Todos nós ficamos alertas.
d) Numa e noutra casa recém-construídas havia uma 8. (VUNESP) – De acordo com a gramática normativa, a
lâmpada acesa. alternativa correta quanto à concordância verbal com o
e) Inclusas seguem as fotocópias. emprego do pronome se é:
Resolução a) “Para agilizar-se as exportações (criando empregos e
“Alerta” é advérbio na alternativa c (em estado de alerta), por- desenvolvendo nossa indústria) não é necessário alterar a
tanto palavra invariável. Se “alerta” funcionasse como adjunto Constituição nem esperar o novo governo.”
adnominal concordaria com o nome: “todos alertas”. b) “Quem estiver convencido de que é preciso que se
Resposta: C efetue alterações profundas na Constituição é porque não
conhece direito.”
6. (UEL-PR) – Está adequadamente flexionada a forma c) “Não se constroem partidos sérios com políticos tão
destacada na frase: oportunistas e fisiológicos.”
a) Ele não deixou satisfeito nem a crítica, nem o público. d) “Depois de tantas experiências democráticas, ainda não
b) Todos achamos difíceis, nas provas de Física e se definiu projetos de estabilidade democrática.”
Matemática, a resolução das questões finais. e) “Diz-se tantas mentiras em períodos de eleição que o
c) O sofá e a banqueta ganharam outro aspecto depois de povo fica desorientado.”
consertado. Resolução
d) A culpa deles aparecia como que inscritas em suas Em a, b, d e e, os verbos estão na voz passiva sintética e devem
feições, denunciando-os. ir para o plural, concordando com os sujeitos pacientes: as
e) Ele considerou inúteis, na atual circunstância, as medidas exportações, alterações profundas, projetos... e tantas mentiras.
que ela sugeria. Resposta: C

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9. (UFV-MG) – Assinale a alternativa cuja sequência enu- 11. (UNICENTRO) – A relação de verbos que completam,
mera corretamente as frases: conveniente e respectivamente, as lacunas dos períodos
(1) concordância verbal correta abaixo é:
(2) concordância verbal incorreta 1. Hoje ________ 24 de janeiro.
2. Trinta quilômetros ________ muito.
( ) Ireis de carro tu, vossos primos e eu. 3. Já ________ uma e vinte.
( ) O pai ou o filho assumirá a direção do colégio. 4. ________ ser duas horas.

PORTUGUÊS
( ) Mais de um dos candidatos se insultaram.
( ) Os meninos parece gostarem de brincar. a) são – são – eram – Devem.
( ) Faz dez anos todos esses fatos. b) é – são – era – Deve.
c) é – é – era – Deve.
a) 1, 2, 2, 2, 1. d) são – é – era – Devem.
b) 2, 2, 2, 1, 2. e) são – é – eram – Deve.
c) 1, 1, 2, 1, 1. Resolução
d) 1, 2, 1, 1, 2. Em 1, o verbo ser concorda com o numeral do predicativo; em
e) 2, 1, 1, 1, 2. 2, o verbo ser fica no singular quando indica “excesso”; em 3,
Resolução o verbo ser – quando indica hora(s) – concorda com o numeral
Na primeira frase, iremos; na última, todos esses fatos é do predicativo; em 4, na locução verbal deve ser, o verbo deve
sujeito de fazer, por isso o correto é fazem. concorda com o predicativo.
Resposta: E Resposta: D

10. (FGV-Economia) – Considere o trecho e as afirmações, Texto para a questão 12.


para responder a esta questão.
Para salvar banqueiros amigos, parentes banqueiros, ou
“Quase metade das grandes descobertas científicas o apoio de algum senador e seu clã, R$ 4,5 bilhões são
surgiu não da lógica, do raciocínio ou do uso de teoria, mas muito pouco. Mas R$ 4,5 bilhões sacados da poupança, em
da simples observação.” apenas 180 dias, para girar, são uma massa respeitável de
dinheiro. Ou massa de dinheiro respeitável: o dinheiro de
milhões de pessoas que, além de não poderem poupar
Afirma-se:
alguma coisa, como faziam antes, têm que raspar a
I. A norma culta admite também o emprego de surgiram,
poupança pequena.
na frase, concordando com descobertas científicas.
II. Na substituição de quase metade por cinquenta por
(Jânio de Freitas, Folha de S. Paulo)
cento, torna-se obrigatória a concordância no plural:
surgiram.
III. A flexão no singular (surgiu) decorre da concordância 12. (UFU-Adaptada)
com a palavra mais próxima do verbo (lógica), núcleo a) Construa um parágrafo explicando a diferença de
do sujeito composto. significado entre as expressões em destaque.
b) Há um erro de concordância no texto. Identifique-o, faça a
Dessas afirmações, somente devida correção, justificando sua resposta.
a) I está correta. b) II está correta. Resolução
c) I e II estão corretas. d) I e III estão corretas. a) A expressão uma massa respeitável de dinheiro significa
e) II e III estão corretas. uma grande ou considerável quantia de dinheiro, já a
Resolução expressão massa de dinheiro respeitável significa dinheiro
O erro da afirmação III está em que a concordância, no caso, de gente séria, pessoas que trabalharam arduamente para
pode dar-se com o núcleo do sujeito, que é singular (metade) juntar dinheiro.
ou com o núcleo do sintagma que o determina (das grandes b) O trecho incorreto é R$ 4,5 bilhões são muito pouco; o cor-
descobertas científicas). Portanto, o verbo está no singular para reto seria R$ 4,5 bilhões é muito pouco. O verbo ser
concordar com metade, não com lógica, que é núcleo do concorda com o predicativo (Ex.: pouco, muito são
objeto indireto (da lógica). advérbios de intensidade) nas indicações de preço, medida
Resposta: C e quantidade: “um é pouco, dois é bom, três é demais”.

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Módulo 24 – Regência Verbal A equive visa _________ primeiro lugar no campeonato.

13. (ESPM) – A regência verbal ou nominal não está de O conferencista aludiu ___________ fato.
acordo com o proposto pela norma culta da língua em:
a) O governo assistiu as famílias atingidas pela catástrofe, Não podendo lutar, preferiu morrer ___________ viver.
oferecendo-lhes abrigo e alimentos.
b) Apesar de todos os esforços dos amigos, ninguém a) ao, o, ao, ao, a.
PORTUGUÊS

conseguiu tirá-lo daquela vida miserável que vinha b) ao, ao, o, a, do que.
levando. c) ao, a, o, o, que.
c) Os donativos prestavam-se para melhorar, naquele d) o, a, ao, ao, à.
momento, a situação das vítimas, porém não satisfaziam a e) a, ao, o, ao, que.
todas as suas necessidades. Resposta: A
d) Nem sempre é possível prevenir-se contra imprevistos e
os que mais sofrem com eles são os desprotegidos da
sorte. 16. Assinale a alternativa errada:
e) As pesquisas demonstraram de que somente com a esta- a) Não sabia quem sua irmã namorava, quando jovem.
bilidade dos preços tornou-se melhor a vida de alguns seg- b) Os avós queriam aos netos com muito carinho.
mentos da população. c) O candidato queria o apoio do empresário e de seus
Resolução funcionários.
“As pesquisas demonstraram que...” d) Simpatizei-me imediatamente com a garota de olhos
Resposta: E negros.
e) Como não simpatizava com as ideias do candidato, deixou
14. (F. C. CHAGAS-SP) – A mãe não ________________ bem, de apoiá-lo.
nem ___________________ bem; isso talvez explique seu Resolução
___________ humor. (simpatizei imediatamente...)
a) o queria, lhe tratava, mau. Resposta: D
b) o queria, o tratava, mau.
c) lhe queria, lhe tratava, mau. 17. Assinale a opção que apresenta a regência verbal
d) lhe queria, o tratava, mau. incorreta, de acordo com a norma culta da língua.
e) lhe queria, o tratava, mal. a) Os sertanejos aspiram a uma vida mais confortável.
Resposta: D b) Obedeceu rigorosamente ao horário de trabalho do corte
de cana.
c) O rapaz presenciou o trabalho dos canavieiros.
15. (UFV-MG) – Assinale a alternativa que preenche correta-
d) O fazendeiro agrediu-lhe sem necessidade.
mente as lacunas abaixo:
e) Ao assinar o contrato, o usineiro visou, apenas, ao lucro
pretendido.
A enfermeira procede ___________ exame do paciente.
Resolução
(agrediu-o)
O gerente visa ___________ cheque do cliente.
Resposta: D

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Módulos 19 e 20 – Pontuação I e II 4. (UFPI)


a) Na Suíça, uma lenda atribui a fundação da Cidade de
1. (CFEF-PARANÁ) – Assinale a opção em que, mesmo alte- Berna, em 1191, a um duque alemão que decidiu dar-lhe o
rando a pontuação, a frase permanece com o mesmo sentido: nome do primeiro animal que matou na região: um urso.
a) Dinheiro vivo, não cheque, é isso que vim buscar. b) Na Suíça uma lenda atribui, a fundação da Cidade de

PORTUGUÊS
Dinheiro vivo não, cheque; é isso que vim buscar. Berna, em 1191, a um duque alemão, que decidiu dar-lhe
b) Foi à papelaria para comprar uma fita de máquina, preta. o nome do primeiro animal, que matou na região: um urso.
Foi à papelaria para comprar uma fita de máquina preta. c) Na Suíça, uma lenda atribui a fundação da Cidade de Ber-
c) A sátira é a arte de pisar o pé de alguém de modo que ele na, em 1191 a um duque alemão, que decidiu dar-lhe o
sinta... mas não grite. nome do primeiro animal, que matou na região um urso.
A sátira é a arte de pisar o pé de alguém de modo que ele d) Na Suíça uma lenda, atribui a fundação da Cidade de Ber-
sinta, mas não grite... na, em 1191 a um duque alemão que decidiu dar-lhe o
d) Na juventude, acreditamos que a justiça seja o mínimo que nome do primeiro animal que matou, na região, um urso.
podemos esperar do próximo na velhice, afinal e) Na Suíça, uma lenda, atribui a fundação da Cidade de Ber-
descobrimos que é o máximo. na em 1191 a um duque, alemão que decidiu dar-lhe o
Na juventude, acreditamos que a justiça seja o mínimo que nome do primeiro animal que matou na região: um urso.
podemos esperar do próximo; na velhice, afinal,
descobrimos que é o máximo. 5. (FUVEST) – Assinale o período que está pontuado correta-
mente:
2. (UFPI) – Os períodos abaixo apresentam diferenças de
a) Solicitamos aos candidatos que respondam às perguntas a
pontuação. Assinale a letra que corresponde ao período de
seguir, importantes para efeito de pesquisas relativas aos
pontuação correta.
vestibulares.
a) Como ela de repente, começasse a nos visitar com mais
b) Solicitamos aos candidatos, que respondam, às perguntas
frequência, mandei preparar-lhe um quarto de hóspedes.
a seguir importantes para efeito de pesquisas relativas
b) Como ela, de repente começasse a nos visitar, com mais
aos vestibulares.
frequência, mandei preparar-lhe um quarto de hóspedes.
c) Como ela de repente começasse a nos visitar com mais c) Solicitamos aos candidatos, que respondam às perguntas,
frequência; mandei, preparar-lhe um quarto de hóspedes. a seguir importantes para efeito de pesquisas relativas
d) Como ela, de repente, começasse a nos visitar com mais aos vestibulares.
frequência, mandei preparar-lhe um quarto de hóspedes. d) Solicitamos, aos candidatos que respondam às perguntas
e) Como ela de repente começasse, a nos visitar com mais a seguir importantes para efeito de pesquisas relativas aos
frequência; mandei preparar-lhe um quarto de hóspedes. vestibulares.
e) Solicitamos aos candidatos, que respondam às perguntas,
Instruções para as questões de números 3 e 4. a seguir, importantes para efeito de pesquisas relativas
aos vestibulares.
Os períodos abaixo apresentam diferenças de pontuação. As-
sinale a letra que corresponde ao período de pontuação correta. 6. (FUVEST) – Assinale a alternativa em que o texto esteja
corretamente pontuado:
3. (UFPI) a) Enquanto eu fazia comigo mesmo aquela reflexão, entrou
a) A natureza estamos aprendendo não é uma força sobre a na loja um sujeito baixo sem chapéu trazendo pela mão,
qual devemos triunfar, mas um meio para nossa transfor- uma menina de quatro anos.
mação. b) Enquanto eu fazia comigo mesmo aquela reflexão, entrou
b) A natureza, estamos aprendendo, não é uma força sobre a na loja, um sujeito, baixo, sem chapéu, trazendo pela mão,
qual devemos triunfar, mas um meio para nossa transfor- uma menina de quatro anos.
mação.
c) Enquanto eu fazia comigo mesmo aquela reflexão, entrou
c) A natureza, estamos aprendendo não é uma força sobre a
na loja um sujeito baixo, sem chapéu, trazendo pela mão
qual devemos triunfar, mas um meio, para nossa transfor-
uma menina de quatro anos.
mação.
d) Enquanto eu, fazia comigo mesmo, aquela reflexão,
d) A natureza estamos aprendendo, não é uma força sobre a
entrou na loja um sujeito baixo sem chapéu, trazendo pela
qual devemos triunfar, mas, um meio para nossa transfor-
mão uma menina de quatro anos.
mação.
e) Enquanto eu fazia comigo mesmo, aquela reflexão, entrou
e) A natureza, estamos aprendendo, não é uma força sobre a
qual, devemos triunfar mas, um meio para nossa transfor- na loja, um sujeito baixo, sem chapéu trazendo, pela mão,
mação. uma menina, de quatro anos.

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Texto para a questão 7. 11. Assinale os períodos com pontuação correta:


a) O homem, que é mortal, é um hóspede da terra.
O lotação ia de Copacabana para o centro, com lugares
b) Piracicaba 20 de fevereiro de 1968.
vazios, cada passageiro pensando em sua vida; é o gênero
c) Agora podemos, disse João, recomeçar o estudo.
de transporte onde menos viceja a flor da comunicação
humana. Quando, em Botafogo, ouviu-se a voz de um d) Ela, segundo rezam as crônicas da época, havia sido rap-
senhor lá atrás: tada...
— Olhe aqui, vou atender a você, mas não faça mais e) Os sonhos, levou-os o vento.
PORTUGUÊS

isso, ouviu? É muito feio pedir dinheiro aos outros. Na sua f) E foi, e voltou, e conquistou a sonhada recompensa.
idade eu já dava duro e ajudava em casa. g) Estudou as lições, e foi reprovado.
(Drummond) h) Irei logo, isto é, quando puder.

12. Aponte as alternativas incorretas:


7. (UFV) – A vírgula separando a expressão em Botafogo foi
a) São Paulo, 20 de agosto de 1969.
usada para separar:
b) São Paulo, 20 de agosto, de 1969.
a) palavras de mesma função sintática.
c) Caixa Postal 45.
b) uma expressão explicativa.
d) Apartamento, 124.
c) o aposto.
d) oração adverbial com verbo oculto. e) Av. Paulista, 900.
e) o adjunto adverbial.
Cada um dos períodos seguintes foi pontuado de cinco formas
8. (UFSCar) - Assinale a correta: diferentes. Leia-os e assinale a alternativa que corresponde ao
a) O fogo, está apagado; defendeu-se a moça; mas, o período de pontuação correta.
almoço já está pronto.
b) O fogo está apagado, defendeu-se a moça. Mas o 13.
almoço, está pronto. a) Eu, posto creia no bem, não sou daqueles que negam o mal.
c) O fogo está apagado... defendeu-se, a moça; mas o b) Eu posto creia no bem, não sou daqueles que negam o mal.
almoço está pronto. c) Eu, posto creia, no bem, não sou daqueles, que negam o mal.
d) O fogo, está apagado? Defendeu-se a moça. Mas o d) Eu posto creia no bem não sou daqueles, que negam o mal.
almoço, está pronto. e) Eu, posto creia, no bem, não sou daqueles que negam, o mal.
e) O fogo está apagado – defendeu-se a moça. Mas o almoço
está pronto. 14. (FCC)
a) Esqueceu-me apresentar-lhe, minha mulher, acudiu, Cris-
9. (PUCC) - Observe as frases: tiano.
I. Ele foi, logo eu não fui. b) Esqueceu-me, apresentar-lhe minha mulher, acudiu Cris-
II. O menino, disse ele, não vai. tiano.
III. Deus, que é Pai, não nos abandona.
c) Esqueceu-me, apresentar-lhe: minha mulher acudiu Cris-
IV. Saindo ele e os demais, os meninos ficarão sós.
tiano.
d) Esqueceu-me apresentar-lhe minha mulher, acudiu Cris-
Assinale a afirmativa correta:
tiano.
a) Em I há erro de pontuação.
e) Esqueceu-me, apresentar-lhe; minha mulher acudiu, Cris-
b) Em II e III as vírgulas podem ser retiradas sem que haja
tiano.
erro.
c) Na I, se se mudar a vírgula de posição, muda-se o sentido
15. (UNIP) –
da frase.
d) Na II faltam dois pontos depois de disse. a) Em suma poderia dever algumas atenções, mas, não devia
e) N.d.a. um real a ninguém.
b) Em suma, poderia dever algumas atenções, mas não devia
10. Em que alternativa a vírgula está mal empregada antes do e? um real a ninguém.
a) O aluno estudou com dedicação, e o professor o reprovou. c) Em suma poderia dever algumas atenções, mas não devia
b) Digo, e repito, para que fique bem claro. um real a ninguém.
c) Então Teodomiro voltou-se contra o renegado, e um d) Em suma poderia dever, algumas atenções, mas não devia
violento combate travou-se entre ambos. (Herculano) um real a ninguém.
d) Crescei, e multiplicai-vos, e enchei as águas do mar. (Bíblia) e) Em suma, poderia dever, algumas atenções, mas, não
e) Convidei apenas Maria, Eufrosina, e Mafalda. devia um real a ninguém.

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Módulo 21 – Concordância Nominal 6. Assinale a alternativa em que há erro.


a) Os fatos falam por si sós.
1. Assinale a alternativa incorreta. b) A casa estava meio desleixada.
c) Os livros estão custando uma fortuna.
a) Carburador e banco confortável foi o que ele comprou.
d) Seus apartes eram sempre o mais pertinentes possíveis.
b) Viagens e passeios alegres fazem bem ao corpo e à alma.
e) Era a mim mesma que ele se referia, disse a moça.
c) Caneta e lapiseira preciosas foi o que recebemos no Natal.
d) Tanto mar e terra percorridas.
7. Em que frase a concordância nominal não se fez

PORTUGUÊS
e) Avó e avô dedicados foi o que nós tivemos.
corretamente?
a) Da terra brotou água e fogo miraculosos.
2. Indique a alternativa errada.
b) Para esse trabalho é necessário paciência.
a) Obrigava sua corpulência a exercício e evolução forçada. c) Percebi que a porta estava meio aberta.
b) Obrigava sua corpulência a exercício e evolução forçados. d) Os filhos, de um modo geral, são tal qual os pais.
c) Obrigava sua corpulência a exercício e evolução forçadas. e) Envio-lhe anexos os atestados de nascimento.
d) Obrigava sua corpulência a forçado exercício e evolução.
e) Obrigava sua corpulência a forçada evolução e exercício.
Módulos 22 e 23 – Concordância
3. Indique a alternativa que preenche corretamente as Verbal I e II
lacunas.
1. Indique a alternativa que preenche corretamente as
lacunas.
Trajava à moda antiga uma saia ______________________, uma
______________ épocas em que não __________ levanta-
blusinha ______________________________ e sorria
mentos; praticamente, não ____________ dados atualizados na
timidamente para os rapazes que a cortejavam, abrindo muito
secretaria.
os olhos ________________________________ onde se via um
a) Houve – se fez – havia
brilho de malícia.
b) Houve – se fizeram – havia
c) Houveram – se fez – tinha
a) azul-marinho – verde-clara – castanho d) Houveram – se fizeram – haviam
b) azul-marinha – verde-claro – castanhos e) Houve – se fizeram – existia
c) azul-marinha – verde-clara – castanhos
d) azul-marinha – verde-claro – castanho 2. (ITA) – Verbos haver, fazer e dar. Assinale a frase correta.
e) azul-marinho – verde-clara – castanhos a) Sempre haverão vozes discordantes.
b) Vão fazer três anos, a contar do momento em que
4. Assinale as alternativas incorretas. comecei o projeto.
a) Eram pseudo-artistas que apresentavam menas c) Deram duas horas a torre, é agora!
qualidades que qualquer um dos espectadores daquela d) Deu duas horas na torre, é agora!
plateia monstro. e) Hão de trazer o que me prometeram! ora, se hão!
b) Havia uma fila monstra de carros.
c) Havia uma fila monstro. 3. (UFPr) – Das alternativas abaixo, qual a que admite parecia
d) A ordem é que estejamos alerta. para o preenchimento da respectiva lacuna?
e) As jovens estão meia preocupadas. a) Nervos que ____________________ arrebentar neste exato
momento.
b) As palmeiras _____________ inclinarem-se à nossa pas-
5. Indique a alternativa que preenche corretamente as
sagem.
lacunas.
c) Minhas intenções já __________________ desvanecer-se.
d) As estrelas __________________ piscar para nós, quando
Ainda ________________ furiosa, mas com ______________
éramos crianças.
violência, proferia injúrias ___________________ para escanda-
e) Eles __________________ não ter ainda boas ideias.
lizar os mais arrojados.

4. Assinalar as corretas.
a) meia – menas – bastantes a) Viva os campeões do mundo!
b) meia – menos – bastante b) Salve, campeões do mundo!
c) meio – menos – bastante c) Os jogadores pareciam estar cansados.
d) meio – menos – bastantes d) Os jogadores parecia estarem cansados.
e) meio – menas – bastantes e) Os jogadores pareciam estarem cansados.
–7
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5. (UFF) – Assinale a frase que encerra um erro de d) Hão de haver vagas.


concordância verbal: e) Quinze anos são muito pouco para quem quer ir a uma
a) Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não pas- boate.
sarão.
b) Tu e ele sereis convencidos de que andais em erro. 11. (MACKENZIE) – Indique a alternativa que apresenta erro
c) Esta foi uma das cidades que mais sofreu com as de concordância.
inundações. a) Certas falhas só se verificaram mais tarde.
PORTUGUÊS

d) A história que vou referir só a sabe, em toda esta cidade, b) A maioria dos homens é egoísta.
minha mulher e eu. c) Assistiram à solenidade a maior parte dos professores.
e) Acontece coisas esquisitas neste mundo: hoje vi uma d) Aqui sempre se pedem referências dos candidatos.
delas. e) Propôs-se várias soluções para o caso.

6. (AMAN) – Assinale a frase em que o verbo não obedece 12. Assinale a alternativa errada.
às normas da boa concordância. a) Qual de vós escolheu este filme?
a) Fomos nós quem primeiramente lecionamos esta matéria. b) Na verdade, somos nós que venceu a competição.
b) Fomos nós quem primeiramente lecionou esta matéria. c) Grande quantidade de armamentos foram mandados para
c) Fomos nós os que primeiramente lecionaram esta matéria. a Coreia do Norte.
d) Fomos nós que primeiramente lecionamos esta matéria. d) Eles lêem o nosso jornal, diariamente.
e) Fomos nós que primeiramente lecionaram esta matéria. e) Fostes vós que mandastes o livro para Maria.

7. (UFU) – Marque a alternativa em que a concordância 13. (FUND. CARLOS CHAGAS) – Indique a alternativa que
verbal esteja errada. preenche corretamente as lacunas.
a) Sois vós quem pagará a conta. Não ___________ eu que ________ ao desamparo um pai idoso,
b) Tu e eu iremos amanhã à faculdade. a quem a velhice ou a doença ______________ do sustento
c) Quinhentos reais é pouco. próprio.
d) Fui eu que te emprestou esse livro.
e) Cada um deles trazia sua contribuição. a) foi – deixou – privaram
b) fui – deixei – privou
8. (FUVEST) – Assinale a opção em que houver erro gra- c) fui – deixou – privou
matical. d) foi – deixei – privou
a) A maioria das mulheres é inteligente. e) foi – deixei – privaram
b) A maioria das mulheres são inteligentes.
c) Uma ou outra forma estão certas. 14. Indique a alternativa que preenche corretamente as
d) Ainda vai fazer noites frescas. lacunas.
e) Pedimos que Vossa Senhoria vos digneis receber-nos. _________________________ cuidadosamente os cálculos:
__________________________ ainda de novos empréstimos,
9. Assinale a incorreta.
pois cem mil reais ___________ para obra tão vasta.
a) Os Lusíadas tornaram Camões imortal.
b) Os Estados Unidos são uma nação isolada. a) Fizeram-se – necessitavam-se – é pouco
c) Mais de um país propôs a cessação das hostilidades. b) Fizeram-se – necessitavam-se – são poucos
d) Perto de cem soldados morreram. c) Fez-se – necessitavam-se – são pouco
e) Os Estados Unidos perdeu a guerra. d) Fez-se – necessitava-se – são pouco
e) Fizeram-se – necessitava-se – é pouco
10. Assinale a oração correta.
a) Necessita-se de novos elementos para as cadeiras de Quí- 15. (AMAN) – Há apenas uma opção, na qual ambas as frases
mica e Física. estão corretas quanto à concordância verbal:
b) Deve existir modos de aproveitar essa energia. a) Nem a súplica, nem o suborno dobrou o juiz.
c) Mais de um navio sairão do porto, hoje à tarde. Nem a súplica, nem o suborno dobraram o juiz.
8–
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b) Os estudantes de nível inferior é a meta do governo. e) Mais de uma razão _______________ haver para que ele
Os estudantes de nível inferior são a meta do governo. assim agisse. (deveria – deveriam).
c) Três quilômetros é suficiente para a experiência.
Três quilômetros são suficiente para a experiência. 20. (MACKENZIE) – Assinale a incorreta.
d) O vencedor da prova seria tu. a) Dois cruzeiros é pouco para esse fim.
O vencedor da prova serias tu. b) Nem tudo são sempre tristezas.
e) Dinheiro, festas, mulheres, nada o afastava do caminho do c) Quem fez isso foram vocês.

PORTUGUÊS
dever. d) Era muito árdua a tarefa que os mantinham juntos.
Dinheiro, festas, mulheres, nada o afastavam do caminho e) Quais de vós ainda tendes paciência?
do dever.
21. (FUVEST) – Das duas orações: Tudo é flores e Tudo são
16. (FUVEST) – Um grupo de estudantes invadiram o passeio. flores,
Neste período, a) a primeira está errada, e a segunda certa.
a) há um erro de concordância: o sujeito coletivo exige b) a primeira está certa, e a segunda errada.
invariavelmente o verbo no singular. c) ambas estão certas.
b) o verbo deveria estar no singular, uma vez que o coletivo d) ambas estão erradas.
vem precedido do numeral um. e) não sei.
c) a concordância é correta uma vez que o coletivo vem
seguido de adjunto no plural, possibilitando o uso do verbo 22. Assinalar as frases corretas.
seja no singular, seja no plural. a) Tudo eram memórias de alegria…
d) há dois erros de concordância. b) O Brasil, senhores, sois vós!
c) Sete anos era muito. Não pude esperar.
17. (UFF) – Assinale a frase que encerra um erro de concor- d) A cama são umas palhas.
dância verbal: e) Hoje são quinze de outubro.
a) A maior parte dos alunos não compareceu ao colégio.
b) Nem Paulo nem Maria os viram passar lá por casa.
23. Assinalar as frases corretas.
c) Um dos trabalhadores que mais reclamou o pagamento foi
a) Isso são ossos do ofício.
o teu amigo.
b) Hoje são 5 de janeiro.
d) Não deve haver motivos de descontentamento.
c) É vinte e duas horas.
e) Quando deixará de existir no mundo tantas
d) Joana são as alegrias do pai.
incompreensões e maldades?
e) Joana é as alegrias do pai.
f) Um e outro roubam o erário.
18. (MACKENZIE) – Assinale a incorreta.
a) Dois cruzeiros é pouco para esse fim.
24. (AMAN) – Há apenas uma opção, na qual ambas as frases
b) Nem tudo são sempre tristezas.
c) Quem fez isso foram vocês. estão corretas quanto à concordância verbal:

d) Era muito árdua a tarefa que os mantinham juntos. a) Nem a súplica, nem o suborno dobrou o juiz.
e) Quais de vós ainda tendes paciência? Nem a súplica, nem o suborno dobraram o juiz.
b) Os estudantes de nível inferior é a meta do governo.
19. (UFU) – Assinale o único item em que a lacuna pode ser Os estudantes de nível inferior são a meta do governo.
preenchida por qualquer das duas formas verbais indicadas nos c) Três quilômetros é suficiente para a experiência.
parênteses. Três quilômetros são suficiente para a experiência.
a) Só se ___________________________ gemido e orações. d) O vencedor da prova seria tu.
(ouvia – ouviam) O vencedor da prova serias tu.
b) Uma tarde, _______________________ agora doze anos, e) Dinheiro, festas, mulheres, nada o afastava do caminho do
estava eu passeando... (faz – fazem) dever.
c) Leis como essa – declarou ele – não ________________ Dinheiro, festas, mulheres, nada o afastavam do caminho
existir. (poderá – poderão) do dever.
d) ___________________ boatos na Assembleia Legislativa.
(correu – correram)
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25. (UFU) – Marque a alternativa em que a concordância a) O médico assiste o paciente em sua recuperação.
verbal esteja errada. b) A equipe médica assiste ao paciente em sua
a) Sois vós quem pagará a conta. convalescência.
b) Tu e eu iremos amanhã à faculdade. c) Quem há de resistir a todo encanto que existe e assiste
c) Quinhentos cruzeiros é pouco. em Ana Luísa.
d) Fui eu que te emprestou esse livro. d) Infelizmente, ele nunca assiste este tipo de exposição.
PORTUGUÊS

e) Cada um deles trazia sua contribuição. e) Muitíssimos ainda não assistiram a uma assembleia geral
de condôminos.
26. (ABC) – Assinale a alternativa em que a concordância está
incorreta, segundo o uso clássico da língua portuguesa. 5. (SÃO JUDAS) – Não há erro de regência em:
a) Mais de um jornal publicou a notícia.
a) Embora você prefira esta obra literária àquela, eu lhe obe-
b) Ele e tu irão ao teatro.
decerei.
c) Sou eu quem paga.
b) Quando chegamos em casa, assistimos um bom filme.
d) Não fui eu a que chegou primeiro.
c) A democracia que todos aspiram visa o bem do povo.
e) Cada um dos jogadores daquele quadro já ganhou um prê-
d) Ontem fui ao cinema assistir aquele filme sobre o qual
mio.
vocês falaram.
e) A nova lei salarial, embora poucos a obedeçam, deveria
visar o bem da comunidade.
Módulo 24 – Regência Verbal
6. Assinale a alternativa que preenche corretamente as
1. Que frase apresenta erro na regência nominal?
lacunas no período abaixo.
a) Ninguém está imune a influências.
b) Ela está apta para dirigir.
Os ideais ______ aspiramos são muitos, mas os recursos.
c) Tinha muita consideração por seus pais.
_______ dispomos não são muitos.
d) Ele revela muita inclinação com as artes.
e) Era suspeito de ter assaltado a loja.
a) que – dos quais
b) aos quais – com que
2. Indique onde há erro de regência nominal.
c) a que – que
a) Ele é muito apegado em bens materiais.
d) que – que
b) Estamos fartos de tantas promessas.
e) a que – de que
c) Ela era suspeita de ter assaltado a loja.
d) Ele era intransigente nesse ponto do regulamento.
7. (UnB) – Em todas as opções a regência verbal está
e) A confiança dos soldados no chefe era inabalável.
correta, exceto em:
a) Prefiro ficar aqui do que sair com você.
3. (CESGRANRIO) – Assinale a única opção gramaticalmen-
b) Eles aspiravam o ar puro das montanhas.
te correta.
c) Estas calças novas lhe servem com perfeição.
a) Os caminhos porque passamos eram sombrios.
d) Nós todos queremos bem aos nossos pais.
b) Assististe ao espetáculo? Assisti-lhe.
c) Volte, que o país lhe está ordenando.
8. (SANTA CASA) – Assinale a alternativa correta quanto à
d) Refiro-me à opinião dele e não a dela. regência.
e) Eis os países à que fizemos restrições. a) Fomos ao cinema e assistimos um filme.
b) Prefiro mais trabalhar do que estudar.
4. (CFET-PARANÁ) – Observe o emprego do verbo assistir c) Iremos para o Rio de Janeiro nas próximas férias.
quanto a sua regência e assinale a alternativa que infringe a d) Ele está curioso em saber a resposta.
norma culta da regência dos verbos das orações a seguir. e) Ele aspira a um cargo de chefia.

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9. (UNAERP) – Assinale a opção que completa correta e a) aos – de que – o


respectivamente as lacunas do enunciado abaixo. b) aos – de que – ao
c) aos – que – à
Perdi meu pai e o senhor ______________ muito amava. Como d) os – que – à
_______ queria bem! Preferia sua companhia ____________ de e) os – de que – a
qualquer outra pessoa.
12. (UEMG) – Em todas as alternativas, a regência dos verbos

PORTUGUÊS
a) a quem – o – que a. e nomes está correta, exceto:
b) quem – lhe – do que a. a) Os estrangeiros assistem incrédulos as cenas
c) que – o – a. relacionadas a violência no Brasil.
d) a quem – o – do que a. b) Michael Kepp informou a mãe sobre as condições de vida
e) a quem – lhe – à. de um cidadão brasileiro.
c) As reportagens sensacionalistas visam a uma propaganda
10. (CESGRANRIO) – Indique a regência que está de acor- negativa de nosso país.
do com a norma culta. d) O povo brasileiro aspira à liberdade e à justiça sociais.
a) Visei a um passaporte e fui viajar.
b) Aspirei ao perfume e achei-o delicioso. 13. Assinale a alternativa incorreta:
c) Perdoo aos teus erros, pois acho-os bem humanos. a) Sempre preferiu o apoio do povo ao dos políticos.
d) Ensino a você as regras do bem-viver. b) A menina informou aos pais de que dormiria na casa da
e) Eu Ihe vi e você não me viu. amiga.
c) A menina informou-lhes que dormiria na casa da amiga.
11. (FUVEST) – Assinale a alternativa que preencha correta- d) A menina informou-os de que dormiria na casa da amiga.
mente os espaços. e) A mulheres fúteis preferia as que lutavam por causas nobres.

Posso informar ___________ senhores _________ ninguém, na


reunião, ousou aludir _________ tão delicado assunto.

– 11
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LITERATURA FRENTE 2

Módulos 19 e 20 – Graciliano Ramos 2. (UFMS – adaptado) – Sobre o trecho transcrito, todas as


PORTUGUÊS

alternativas a seguir estão corretas, menos uma. Assinale-a.


(I) e (II) a) A personagem, apesar de todas as dificuldades que
Texto para o teste 1. enfrenta, não manifesta revolta ou desespero, mas sim
conformismo diante de sua posição social.
A catinga ressuscitaria, a semente do gado voltaria ao b) De “aquilo estava no sangue” (linha 11), é possível
curral, ele, Fabiano, seria o vaqueiro daquela fazenda morta. concluir que aquela vida (cortar mandacaru, ensebar
Os meninos, gordos, vermelhos, brincariam no chiqueiro látegos) era destino de família.
das cabras. As vacas povoariam o curral. E a catinga ficaria c) A personagem “naturalmente conhecia o seu lugar” (linha
toda verde. 3), porque vivia naquele espaço geográfico já havia
bastante tempo.
1. No trecho transcrito, d) A afirmação de que a personagem “só recebia ossos”
a) um regionalista romântico enaltece a harmonia entre a (linha 14) e sua comparação a um cachorro contribuem
paisagem e os sentimentos das personagens. para animalizá-la e, consequentemente, para atribuir-lhe
b) um escritor modernista satiriza o atraso em que vivem os uma posição inferior na escala social.
sertanejos do Centro-Oeste brasileiro. e) O recurso ao discurso indireto livre, com a ambiguidade
c) um ficcionista naturalista analisa as condições miseráveis que lhe é peculiar, permite que se explore a vida interior da
das moradias coletivas. personagem, conferindo ao texto verossimilhança.
d) um prosador moderno faz compreender os sonhos que Resolução
animam os retirantes nordestinos. No trecho em análise, “lugar” refere-se à posição na “escala
e) um regionalista do século XIX focaliza um aspecto da social”, e não ao espaço físico.
organização familiar num engenho de açúcar paraibano. Resposta: C
Resolução
Trata-se de trecho de Vidas Secas, de Graciliano Ramos, obra
na qual se narra a “saga” do vaqueiro e retirante Fabiano, que, Módulo 21 – José Lins do Rego
acompanhado da mulher e dos dois filhos, está sempre
fugindo das agruras da seca. Texto para o teste 3.
Resposta: D Só em torno de 30, e depois, o Brasil histórico e concreto,
isto é, contraditório e já não mais mítico, seria o objeto
Texto para o teste 2. preferencial de um romance neorrealista e de uma literatura
Pois não estavam vendo que ele era de carne e osso? abertamente política. Mas ao longo dos anos propriamente
Tinha obrigação de trabalhar para os outros, modernistas, o Brasil é uma lenda sempre se fazendo.
naturalmente conhecia o seu lugar. Bem. Nascera com (Alfredo Bosi, Céu e Inferno)
esse destino, ninguém tinha culpa de ele haver nascido
5 com um destino ruim. Que fazer? Podia mudar a sorte? 3. (FUVEST – MODELO ENEM) – Aceitando-se o que afirma
Se lhe dissessem que era possível melhorar a situação, o texto, poder-se-ia coerentemente complementá-lo com o
espantar-se-ia. Tinha vindo ao mundo para amansar seguinte período:
brabo, curar feridas com rezas, consertar cercas de a) “Lendário é o coronel do cacau de Jorge Amado, tanto ou
inverno e verão. Era sina. O pai vivera assim, o avô mais que o senhor de engenho de José Lins do Rego.”
10 também. E para trás não existia família. Cortar b) “É assim que se deve reconhecer o modo pelo qual se opõem
mandacaru, ensebar látegos — aquilo estava no sangue. as narrativas de Graciliano Ramos e as de Clarice Lispector.”
Conformava-se, não pretendia mais nada. Se lhe dessem c) “Em sua obra-prima ficcional, Macunaíma, Mário de
o que era dele, estava certo. Não davam. Era um Andrade veio a recusar esse país mítico-lendário, abrindo
desgraçado, era como um cachorro. Só recebia ossos. aquela vertente neorrealista.”
15 Por que seria que os homens ricos ainda lhe tomavam d) “Se na fase modernista mais impetuosa a personagem
uma parte dos ossos? Macunaíma deu o tom, na subsequente deu-o o
(Graciliano Ramos, Vidas Secas) nordestino de Graciliano Ramos e de José Lins do Rego.”

12 –
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e) “Veja-se, como ilustração dessa passagem, que a saga 5. (UNEB – modificado – MODELO ENEM) – O texto
regionalista de um Érico Veríssimo deu lugar ao evidencia o senso de observação da professora Dulce em
universalismo da ficção de Clarice Lispector.” relação a seu aluno Guma. Por meio de seu enfoque, o leitor
Resolução toma conhecimento da
O fragmento transcrito de Alfredo Bosi contempla a passagem a) denúncia do preconceito social.
do primeiro Modernismo — irreverente, iconoclasta, primitivis-
b) visão determinista em relação ao homem.
ta e nacionalista — para o segundo Modernismo, voltado para
as tensões sociais e políticas dos anos de 1930. Fazendo c) impossibilidade de convívio entre o homem e o mar.

PORTUGUÊS
alusão ao antropofágico Macunaíma e ao neorrealismo regio- d) possibilidade de ascensão social para aqueles que se
nalista de Graciliano Ramos e de José Lins do Rego, refere-se esforçam.
exatamente à passagem do projeto estético-nacionalista dos e) igualdade de oportunidades, quanto à iniciação profissional.
anos de 1920 para a literatura crítica e engajada da Era Vargas. Resolução
Resposta: D
No fragmento de Mar Morto, é clara a visão determinista, já
que aos habitantes do cais não resta opção a não ser a de se
4. (MACKENZIE) – Ela estava só, completamente só. Lula
dedicar a atividades relacionadas ao trabalho em saveiros e
deitara-se para dormir. Começou a ter medo.
(José Lins do Rego) canoas, ou, quando muito, em navios.
Resposta: B
A seguir, todas as alternativas estão corretas, exceto:
a) A exclusividade de tempos do pretérito caracteriza uma
Textos para o teste 6.
história que se passou antes do momento em que está
sendo narrada. Texto 1
b) “Deitara-se” refere-se a uma ação realizada por Lula,
depois de “ela” sentir-se só. Logo depois transferiram para o trapiche o depósito dos
c) O pretérito imperfeito do indicativo dá ideia de
objetos que o trabalho do dia lhes proporcionava. Estranhas
continuidade do que está sendo narrado.
coisas entraram então para o trapiche. Não mais estranhas,
d) O advérbio, no contexto do primeiro período, reforça a
porém, que aqueles meninos, moleques de todas as cores
ideia de solidão.
e) A sequência de períodos simples aponta para um modo e de idades as mais variadas, desde os nove aos dezesseis
despojado de narrar. anos, que à noite se estendiam pelo assoalho e por debaixo
Resolução da ponte e dormiam, indiferentes ao vento que circundava
O pretérito mais-que-perfeito (“deitara-se”) indica uma ação o casarão uivando, indiferentes à chuva que muitas vezes
realizada antes da situação registrada na oração anterior (“ela os lavava, mas com os olhos puxados para as luzes dos
estava só”). navios, com os ouvidos presos às canções que vinham das
Resposta: B embarcações...
(AMADO, Jorge. Capitães da Areia.
Módulo 22 – Jorge Amado São Paulo: Companhia das Letras, 2008 – fragmento.)

Texto para o teste 5. Texto 2


Da janela ela viu Guma que partia. Tinha 11 anos e lá ia
ele, apto para a vida como os jovens médicos e advogados À margem esquerda do rio Belém, nos fundos do
aos 23 a 25 anos. (...) Ela sabia que Guma era inteligente e mercado de peixe, ergue-se o velho ingazeiro — ali os
poucos colegas ela encontrara na Escola Normal, entre os bêbados são felizes. Curitiba os considera animais
seus amigos das Academias, que fossem tão inteligentes sagrados, provê as suas necessidades de cachaça e pirão.
como ele. No entanto, aqueles pensavam sempre realizar No trivial, contentavam-se com as sobras do mercado.
grandes coisas, traçar seus destinos. Os meninos que saíam (TREVISAN, Dalton.
da escola nunca tiveram nenhum desses pensamentos. O 35 Noites de Paixão: contos escolhidos.
destino deles já estava traçado. Era a proa de um saveiro, os Rio de Janeiro: BestBolso, 2009 – fragmento.)
remos de uma canoa, quando muito as máquinas de um
navio, ideal grandioso que poucos alimentavam. O mar
estava diante dela e já tragara muitos alunos seus, e tragara, 6. Sob diferentes perspectivas, os fragmentos
também, seus sonhos de moça. O mar é belo e é terrível. O citados são exemplos de uma abordagem
mar é livre, dizem, e livres são os que vivem nele. Mas Dulce literária recorrente na literatura brasileira do
bem sabia que não era assim, que aqueles homens, aquelas século XX. Em ambos os textos,
mulheres, aquelas crianças não eram livres, estavam
a) a linguagem afetiva aproxima os narradores das
acorrentadas ao mar, estavam presos como escravos (...)
personagens marginalizadas.
(AMADO, Jorge. Mar Morto.
b) a ironia marca o distanciamento dos narradores em relação
15. ed. São Paulo: Livraria Martins Editora, [s/d]. p. 53.)
às personagens.
– 13
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c) o detalhamento do cotidiano das personagens revela a sua a) a objetividade e a concisão, próximas dos autores
origem social. realistas.
d) o espaço onde vivem as personagens é uma das marcas b) o caráter documental que se evidencia no acúmulo de
de sua exclusão. pormenores descritivos.
e) a crítica à indiferença da sociedade pelos marginalizados é c) a despreocupação com o estilo, como demonstram as
direta. diversas transgressões às normas gramaticais.
Resolução d) a recriação da fala sertaneja, o aproveitamento poético de
PORTUGUÊS

Tanto o trapiche abandonado e posteriormente ocupado pelos sua expressividade.


capitães da areia, como o velho ingazeiro, “à margem e) a aproximação com o Neoclassicismo, com o bucolismo e
esquerda do rio Belém”, em Curitiba, são espaços onde vivem com a simplicidade dos autores árcades.
personagens marginalizadas. Esses locais são índices da Resolução
exclusão social, seja dos meninos abandonados, do livro de Uma das características que singularizam a obra de Guimarães
Jorge Amado, seja dos bêbados, no fragmento de Dalton Rosa é a “invenção” de uma linguagem lastreada na pesquisa
Trevisan. erudita das raízes do idioma e no aproveitamento da melopeia
Resposta: D da fala sertaneja.
Resposta: D

Módulo 23 – Guimarães Rosa (I) Texto para o teste 8.

“(...) — Escuta, Miguilim, uma coisa você me perdoa? Eu


Texto para o teste 7. tive inveja de você, porque o Papaco-o-Paco fala Miguilim
... De repente, todos gostavam demais de Sorôco. me dá um beijim... e não aprendeu a falar meu nome...” O
Ele se sacudiu, de um jeito arrebentado, desacontecido, Dito estava com jeito: as pernas duras, dobradas nos
e virou, pra ir-s’embora. Estava voltando para a casa, como joelhos, a cabeça dura na nuca, só para cima ele olhava. O
se estivesse indo para longe, fora de conta. pior era que o corte do pé ainda estava doente, mesmo
Mas, parou. Em tanto que se esquisitou, parecia que ia pondo cataplasma doía muito demorado. Mas o papagaio
perder o de si, parar de ser. Assim num excesso de espírito, tinha de aprender a falar o nome do Dito! — “Rosa, Rosa,
fora de sentido. E foi o que não se podia prevenir: quem ia você ensina Papaco-o-Paco a chamar alto o nome do Dito?”
fazer siso naquilo? Num rompido — ele começou a cantar, “— Eu já pelejei, Miguilim, porque o Dito mesmo me pediu.
alteado, forte, mas sozinho para si — e era a cantiga, Mas ele não quer falar, não fala nenhum, tem certos nomes
mesma, de desatino, que as duas tinham tanto cantado. assim eles teimam de não entender...”
Cantava continuando. (Guimarães Rosa)
A gente se esfriou, se afundou — um instantâneo. A
gente... E foi sem combinação, nem ninguém entendia o 8. (FUVEST – MODELO ENEM) – De acordo com o texto,
que se fizesse: todos, de uma vez, de dó do Sorôco, a) a Rosa pelejou para ensinar o papagaio a falar o nome dela.
principiaram também a acompanhar aquele canto sem b) o papagaio não conseguia falar nome algum porque estava
razão. E com as vozes tão altas! Todos caminhando com doente.
ele, Sorôco e canta que cantando, atrás dele, os mais detrás c) o Dito tinha jeito para ensinar o papagaio a falar.
quase que corriam, ninguém deixasse de cantar. Foi o de d) a Rosa tinha inveja do Miguilim porque o papagaio falava o
não sair mais da memória. Foi um caso sem comparação. nome dele.
A gente estava levando agora o Sorôco para a casa dele, e) o Dito e o Miguilim pediram à Rosa que ensinasse o
de verdade. A gente, com ele, ia até aonde que ia aquela papagaio a falar o nome do Dito.
cantiga. Resolução
(ROSA, Guimarães. Primeiras Estórias. A resposta a este teste pode ser comprovada na passagem em
8. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1975.) que falam Miguilim e Rosa, respectivamente: — “Rosa, Rosa,
você ensina Papaco-o-Paco a chamar alto o nome do Dito?” e
7. (UNIP – MODELO ENEM) – Uma característica marcante “— Eu já pelejei, Miguilim, porque o Dito mesmo me pediu.”
da linguagem de Guimarães Rosa que se pode verificar no Resposta: E
texto transcrito é

14 –
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Módulo 24 – Guimarães Rosa (II) Texto para o teste 10.

Sem alegria nem cuidado, nosso pai encalcou1 o chapéu


Texto para o teste 9. e decidiu um adeus para a gente. Nem falou outras palavras,
Quem é pobre, pouco se apega, é um giro-o-giro no vago não pegou matula2 e trouxa, não fez a alguma
dos gerais, que nem os pássaros de rios e lagoas. O senhor recomendação. Nossa mãe, a gente achou que ela ia
vê: o Zé-Zim, o melhor meeiro meu aqui, risonho e esbravejar, mas persistiu somente alva de pálida, mascou o
habilidoso. Pergunto: — Zé-Zim, por que é que você não cria beiço e bramou: — “Cê vai, ocê fique, você nunca volte!”

PORTUGUÊS
galinhas-d’angola, como todo o mundo faz? — Quero criar (...)
nada não... — me deu resposta: — Eu gosto muito de Nosso pai não voltou. Ele não tinha ido a nenhuma parte.
mudar. […] Belo um dia, ele tora. Ninguém discrepa. Eu, Só executava a invenção de se permanecer naqueles
tantas, mesmo digo. Eu dou proteção. […] Essa não faltou espaços do rio, de meio a meio, sempre dentro da canoa,
também à minha mãe, quando eu era menino, no para dela não saltar, nunca mais. A estranheza dessa
sertãozinho de minha terra. […] Gente melhor do lugar eram verdade deu para estarrecer de todo a gente.
todos dessa família Guedes, Jidião Guedes; quando saíram (Guimarães Rosa,

de lá, nos trouxeram junto, minha mãe e eu. Ficamos A Terceira Margem do Rio)

existindo em território baixio da Sirga, da outra banda, ali


onde o de — Janeiro vai no São Francisco, o senhor sabe. 1 – Encalcar: apertar.
(ROSA, J. G. Grande Sertão: Veredas. 2 – Matula: provisão, comida.
Rio de Janeiro: José Olympio, [s/d].)
10. (MACKENZIE – MODELO ENEM) – Assinale a alternativa
9. Na passagem transcrita, Riobaldo expõe uma correta sobre o trecho “— Cê vai, ocê fique, você nunca
situação decorrente de uma desigualdade volte!”.
social típica das áreas rurais brasileiras a) A gradação que se observa na forma pronominal é índice
marcadas pela concentração de terras e pela relação de conotativo do desejo da mãe de preservar a intimidade do
dependência entre agregados e fazendeiros. No texto, destaca- casal.
se essa relação porque o personagem-narrador b) A variação da forma do pronome de tratamento sugere,
a) relata a seu interlocutor a história de Zé-Zim, estilisticamente, o gradativo distanciamento imposto pela
demonstrando sua pouca disposição em ajudar seus mulher.
agregados, uma vez que superou essa condição graças à c) A variação da forma pronominal é índice da indecisão da
sua força de trabalho. mulher frente ao comportamento do marido.
b) descreve o processo de transformação de um meeiro — d) Os verbos no presente do indicativo reforçam o tom
espécie de agregado — em proprietário de terra. enérgico e decidido da mulher, que compreende e aceita a
c) denuncia a falta de compromisso e a desocupação dos partida do marido.
moradores, que pouco se envolvem no trabalho da terra. e) Os verbos ir, ficar e voltar, usados pela mãe, explicitam
d) mostra como a condição material da vida do sertanejo é sua esperança de que o marido retorne.
dificultada pela sua dupla condição de homem livre e, ao Resolução
mesmo tempo, dependente. A frase de Guimarães Rosa é sugestiva da atitude de rejeição
e) mantém o distanciamento narrativo condizente com sua crescente da mãe, seja porque da forma mais coloquial e
posição social, de proprietário de terras. íntima (“cê”) ela chega à mais formal (“você”), seja porque ela
Resolução vai num crescendo quanto à extensão do pronome, de dois a
Este teste é exemplo de extrapolação sociológica que, partindo três e depois a quatro fonemas, com a concomitante
da identificação discutível entre “meeiro” e “agregado”, aplica intensificação do sentido dos predicados (“vai”, “fique”,
ao sertão o esquema analítico que Roberto Schwarz aplicou a “nunca volte”).
Machado de Assis e à sociedade representada em seus Resposta: B
romances. Segundo o examinador, a condição de agregado,
homem de situação simultaneamente livre e servil, repetir-se-
ia no sertão na situação do meeiro. Admite-se que ele pense
assim, mas é absurdo que imponha tal análise forçada aos
candidatos do Enem, pois estes não têm por que identificar
uma relação comercial, ainda que de exploração (meeiro), com
um vínculo de puro favor (agregado).
Resposta: D

– 15
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Módulos 19 e 20 – Graciliano Ramos d) sua obra, toda condicionada pela realidade humana e
social de uma árida região de coronéis e cangaceiros,
(I) e (II) apresenta uma narrativa linear, mas de linguagem
exuberante, própria dos grandes contadores de histórias.
Texto para o teste 1.
PORTUGUÊS

e) tanto o enfoque trágico do destino do homem ligado às


Aparentemente resignado, sentia um ódio imenso a raízes regionais quanto a análise dos conflitos existenciais
qualquer coisa que era ao mesmo tempo a campina seca, do homem urbano conferem uma dimensão universal à
o patrão, os soldados e os agentes da prefeitura. Tudo na sua obra.
verdade era contra ele. Estava acostumado, tinha a casca
muito grossa, mas às vezes se arreliava. Não havia 3. (FUVEST) – Costuma-se reconhecer que a obtenção de
paciência que suportasse tanta coisa. verossimilhança (capacidade de tornar a ficção semelhante à
(Graciliano Ramos, Vidas Secas) verdade) é a principal dificuldade artística inerente à compo-
sição de São Bernardo. Essa dificuldade decorre
principalmente
1. (PUCCamp – MODELO ENEM) – Os termos destacados
a) da mistura de narrativa psicológica, individual, com
no trecho transcrito indicam que, para Fabiano,
intenções doutrinárias, políticas e sociais.
a) as opressões da vida não eram invencíveis, já que seu ódio
b) da junção do estilo seco, econômico, com o caráter épico,
ou sua paciência, alternando-se, permitiam-lhe enfrentá-
eloquente, dos fatos narrados.
las do modo que lhe fosse mais conveniente.
c) do caráter inverossímil da acumulação de capital na zona
b) tudo era motivo de indignação, uma vez que seu
árida do Nordeste.
pensamento confuso não distinguia entre os verdadeiros d) da incompatibilidade de base entre o narrador-personagem
inimigos e os possíveis aliados. e Madalena, que torna difícil crer em seu casamento.
c) os diferentes antagonismos se misturavam e se e) da distância que há entre a brutalidade do narrador-perso-
confundiam em sua limitada capacidade de análise, o que nagem e a sofisticação da narrativa.
lhe impedia qualquer reação objetiva.
d) nada era especialmente revoltante, porque ele avaliava 4. (UNICAMP) – No trecho seguinte, extraído de um dos
com acerto as forças de seus oponentes e acabava capítulos de São Bernardo, de Graciliano Ramos, Paulo Honório
adotando uma posição fatalista. faz algumas considerações sobre as diferenças na maneira de
e) a vida dos retirantes na catinga era uma lição de confor- falar que acabam provocando desentendimentos entre ele e
mismo, nada podendo ser feito contra as vicissitudes do Madalena:
clima que estará sempre a castigá-los.
No começo das nossas desavenças todas as noites aqui
me sentava, arengando com Madalena. Tínhamos
2. (PUCCamp) – A leitura de romances como Vidas Secas,
desperdiçado tantas palavras!
São Bernardo ou Angústia permite afirmar, sobre Graciliano
— Para que serve a gente discutir, explicar-se? Para quê?
Ramos, que
Para que, realmente? O que eu dizia era simples, direto e
a) sua grande capacidade fabuladora e o tom lírico de sua
procurava debalde em minha mulher concisão e clareza.
linguagem servem a uma obra dominada pelo impulso, em
Usar aquele vocabulário, vasto, cheio de ciladas, não me
que se mesclam romantismo e realismo, poesia e
seria possível. E se ela tentava empregar a minha
documento.
linguagem resumida, matuta, as expressões mais
b) sua obra transcende as limitações do regional, ao evoluir
inofensivas e concretas eram para mim semelhantes a
para uma perspectiva universal, ao mesmo tempo que sua
cobras: faziam voltas, picavam e tinham significação
expressão parte para o experimentalismo e para as
venenosa.
invenções vocabulares inovadoras.
c) sua obra, preocupada em fixar os costumes e as falas
locais do meio rural e da cidade, é um registro fiel da Como é possível explicar, com base na história pessoal das
realidade nordestina, quase um documentário personagens, as diferenças na maneira de falar entre Paulo
transfigurado em ficção. Honório e Madalena?

16 –
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5. (PUCCamp – modificado) – O isolamento social e cultural


Foi até a esquina, parou, tomou fôlego. Não deviam tratá-lo
de uma família de retirantes nordestinos e a tragédia do ciúme,
assim. Dirigiu-se ao quadro lentamente. Diante da bodega
provocada por um incontrolável sentimento de posse, são os
de seu Inácio virou o rosto e fez uma curva larga. Depois
temas centrais de dois grandes romances de Graciliano
que acontecera aquela miséria, temia passar ali. Sentou-se
Ramos, respectivamente,
numa calçada, tirou do bolso o dinheiro, examinou-o,
a) Vidas Secas e São Bernardo.
procurando adivinhar quanto lhe tinham furtado. Não podia
b) São Bernardo e Vidas Secas.
dizer em voz alta que aquilo era um furto, mas era.

PORTUGUÊS
c) Memórias do Cárcere e Angústia.
Tomavam-lhe o gado quase de graça e ainda inventavam
d) Angústia e Infância.
juro. Que juro! O que havia era safadeza.
e) São Bernardo e Angústia.
(Graciliano Ramos, Vidas Secas)

Texto para os testes de 6 a 8.


6. (FUVEST) – O texto, assim como todo o livro de que foi
Pouco a pouco o ferro do proprietário queimava os
extraído, está escrito em terceira pessoa. No entanto, o recurso
bichos de Fabiano. E quando não tinha mais nada para
frequente ao discurso indireto livre, com a ambiguidade que lhe
vender, o sertanejo endividava-se. Ao chegar a partilha,
é característica, permite ao autor explorar o filete da escavação
estava encalacrado, e na hora das contas davam-lhe uma
interior, na expressão de Antonio Candido. Considerando o que
ninharia. se acaba de afirmar, assinale a alternativa em que a passagem
Ora, daquela vez, como das outras, Fabiano ajustou o é nitidamente discurso indireto livre.
gado, arrependeu-se, enfim deixou a transação meio a) “Ao chegar a partilha, estava encalacrado, e na hora das
apalavrada e foi consultar a mulher. Sinha Vitória mandou os contas davam-lhe uma ninharia.”
meninos para o banheiro, sentou-se na cozinha, concentrou- b) “Pouco a pouco o ferro do proprietário queimava os bichos
se, distribuiu no chão sementes de várias espécies, realizou de Fabiano.”
somas e diminuições. No dia seguinte Fabiano voltou à c) “Não se descobriu o erro, e Fabiano perdeu os estribos.”
cidade, mas ao fechar o negócio notou que as operações de d) “Passar a vida inteira assim no toco, entregando o que era
sinha Vitória, como de costume, diferiam das do patrão. dele de mão beijada!”
Reclamou e obteve a explicação habitual: a diferença era e) “O amo abrandou, e Fabiano saiu de costas, o chapéu
proveniente de juros. varrendo o tijolo.”
Não se conformou: devia haver engano. Ele era bruto,
sim senhor, via-se perfeitamente que era bruto, mas a 7. (FUVEST) – O texto, no seu conjunto, revela que Fabiano
mulher tinha miolo. Com certeza havia um erro no papel do a) ousou enfrentar o branco, provando-lhe que as contas dele
branco. Não se descobriu o erro, e Fabiano perdeu os estavam erradas.
estribos. Passar a vida inteira assim no toco, entregando o b) ao perceber que era lesado, defendeu com êxito seus
que era dele de mão beijada! Estava direito aquilo? direitos.
Trabalhar como negro e nunca arranjar carta de alforria! c) se conscientizou de que era vítima de safadeza, e
conseguiu justiça.
O patrão zangou-se, repeliu a insolência, achou bom que
d) concluiu que era explorado na venda do gado e nas contas.
o vaqueiro fosse procurar serviço noutra fazenda.
e) se indignou com sua situação, mas voltou às boas com o
Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou. Bem, bem.
patrão.
Não era preciso barulho não. Se havia dito palavra à toa,
pedia desculpa. Era bruto, não fora ensinado. Atrevimento
8. (FUVEST) – A respeito de sinha Vitória, a mulher de
não tinha, conhecia o seu lugar. Um cabra. Ia lá puxar
Fabiano, é possível afirmar que
questão com gente rica? Bruto, sim senhor, mas sabia
a) tinha miolo, não errava nas operações e tentava atenuar os
respeitar os homens. Devia ser ignorância da mulher,
conflitos do marido com o patrão.
provavelmente devia ser ignorância da mulher. Até
b) era mesmo ignorante; quando Fabiano percebeu seu erro,
estranhara as contas dela. Enfim, como não sabia ler (um foi pedir desculpas ao patrão.
bruto, sim senhor), acreditara na sua velha. Mas pedia c) além de errar nas contas, irritava-se com a diferença dos
desculpa e jurava não cair noutra. juros.
O amo abrandou, e Fabiano sai de costas, o chapéu d) suas contas sempre diferiam das do patrão, mas ela pedia
varrendo o tijolo. Na porta, virando-se, enganchou as a Fabiano que se conformasse.
rosetas das esporas, afastou-se tropeçando, os sapatões de e) era o único apoio do vaqueiro, mas infelizmente sua ação
couro cru batendo no chão como cascos. não tinha efeito.

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Texto para o teste 9. c) A adesão aos princípios do Naturalismo, privilegiando-se


os aspectos biológicos e instintivos do comportamento
Pouco a pouco uma vida nova, ainda confusa, se foi
humano.
esboçando. Acomodar-se-iam num sítio pequeno, o que
d) O caráter memorialista e a narrativa centrada na primeira
parecia difícil a Fabiano, criado solto no mato. Cultivariam
pessoa.
um pedaço de terra. Mudar-se-iam depois para uma cidade,
e) A linearidade no desenvolvimento da ação, submetida à
e os meninos frequentariam escolas, seriam diferentes
rigidez da ordem cronológica dos acontecimentos.
deles. Sinha Vitória esquentava-se. Fabiano ria, tinha desejo
PORTUGUÊS

de esfregar as mãos agarradas à boca do saco e à coronha


da espingarda de pederneira.
Módulo 21 – José Lins do Rego
Não sentia a espingarda, o saco, as pedras miúdas que
lhe entravam nas alpercatas, o cheiro de carniças que
1. (FUVEST)
empestavam o caminho. As palavras de sinha Vitória
a) Cite um romance de José Lins do Rego cujo tema funda-
encantavam-no. Iriam para diante, alcançariam uma terra
mental é a decadência dos senhores de engenho no
desconhecida. Fabiano estava contente e acreditava nessa
Nordeste do Brasil.
terra, porque não sabia como ela era nem onde era. Repetia
b) A que movimento literário pertence a obra?
docilmente as palavras de sinha Vitória, as palavras que
sinha Vitória murmurava porque tinha confiança nele. E
Texto para a questão 2.
andavam para o sul, metidos naquele sonho. Uma cidade
grande, cheia de pessoas fortes. Os meninos em escolas, Eu não sabia nada. Levava para o colégio um corpo
aprendendo coisas difíceis e necessárias. Eles dois sacudido pelas paixões de homem feito e uma alma mais
velhinhos, acabando-se como uns cachorros inúteis, velha do que o meu corpo. Aquele Sérgio, de Raul Pompeia,
acabando-se como Baleia. Que iriam fazer? Retardaram-se, entrava no internato de cabelos grandes e com uma alma de
temerosos. Chegariam a uma terra desconhecida e anjo cheirando a virgindade. Eu não: era sabendo de tudo,
civilizada, ficariam presos nela. E o sertão continuaria a era adiantado nos anos, que ia atravessar as portas do meu
mandar gente para lá. O sertão mandaria para a cidade colégio.
homens fortes, brutos, como Fabiano, sinha Vitória e os Menino perdido, menino de engenho.
dois meninos. (José Lins do Rego)

(Graciliano Ramos, Vidas Secas)

2. (PUC-SP) – O trecho transcrito, do romance Menino de


9. As alternativas a seguir apresentam informações corretas Engenho, de José Lins do Rego, prepara o leitor para a
sobre o texto, exceto: segunda obra do ciclo da cana-de-açúcar, Doidinho, ao mesmo
a) Trata-se de narração, pois há personagens e ações. tempo que retoma O Ateneu, de Raul Pompeia. Em que os

b) Pode-se deduzir que se trata de uma família de retirantes romances Doidinho e O Ateneu se assemelham?

sonhando com uma vida melhor na cidade grande.


3. (UFSM) – Leia o seguinte trecho de Fogo Morto, de José
c) O período que inicia o segundo parágrafo apresenta trecho
Lins do Rego.
descritivo.
d) O texto é dissertativo, pois o autor emite sua opinião a E foi-se. O mestre Amaro parou um pouco junto ao
respeito do assunto. paredão do engenho e reparou nos estragos que a chuva
e) Trata-se de relato de um episódio fictício, mas que retrata fizera nos tijolos descobertos. Pareciam feridas vermelhas. O
uma situação comum no Nordeste. bueiro baixo e a boca da fornalha escancarada, um barco sujo.

10. (UNIP) – O Ateneu, de Raul Pompeia, Dom Casmurro, de Considere as afirmativas:


Machado de Assis, e São Bernardo, de Graciliano Ramos, são I. De acordo com o trecho, a fornalha aberta causou
romances que têm várias semelhanças. Assinale a alternativa estragos no paredão do engenho, o que levou o mestre
que contemple características comuns aos três romances. Amaro a contemplá-la.
a) O questionamento da realidade nacional e a proposição de II. O trecho apresenta uma associação por semelhança entre
reformas sociais. a imagem dos estragos no paredão e uma imagem de
b) A análise realista do comportamento feminino e dos impul- feridas, vinculando-se nessa analogia matéria morta e
sos que levam a mulher burguesa ao adultério. corpo vivo.

18 –
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III. Uma característica formal que se pode observar é a repe-


de letra, sabia fazer o seu bordado, tirar o seu molde, coser
tição de sons, como o de /p/ e o de /b/, encontrados em
um vestido. E não havia rapaz que parasse para puxar uma
vários pontos do trecho.
conversa. Havia moças mais feias, mais sem jeito, casadas
desde que se puseram em ponto de casamento. Estava
Está correto o que se afirma em
com mais de trinta anos e agora aparecera-lhe aquele
a) I e II, apenas.
nervoso, uma vontade desesperada de chorar que lhe metia
b) I e III, apenas.

PORTUGUÊS
medo. Coitada da filha. E depois ainda por cima o pai nem
c) II e III, apenas.
podia olhar para ela. Vinha com gritos, com despropósitos,
d) III, apenas.
com implicâncias. O que sucederia à sua filha, por que Deus
e) I, II e III.
não lhe dera uma sina mais branda?, pensava assim a velha
Sinhá enquanto na tenda o mestre José Amaro batia sola.
4. (PUCCamp) – Sobre José Lins do Rego, é correto afirmar
Aquele ofício era doentio.
que
(José Lins do Rego, Fogo Morto)
a) se definiu, certa vez, como “apenas um baiano romântico
e sensual”, assumindo-se como contador de histórias de
pescadores e marinheiros de sua terra. 5. (FATEC) – Considere os enunciados a respeito do
b) retratou em suas obras a dura relação entre o homem e o fragmento:
meio, em especial a condição sub-humana do nordestino I. As expectativas familiares de Sinhá frustram-se no mo-
retirante. mento em que percebe que o marido tem um gênio difícil.
c) sempre se declarou escritor espontâneo e instintivo, II. A ausência de pretendente para se casar com Marta revela
consciente de que sua obra continha muito de sua a Sinhá que ela não soubera educar sua filha.
experiência pessoal em regiões da Paraíba e de III. A velha Sinhá se dá conta de que o marido vive uma crise
Pernambuco. cujas razões, porém, ela desconhece.
d) escreve a saga da pequena burguesia depois de 1930, IV. A relação entre pai e filha, no momento das reflexões da
num tom leve e descontraído de crônica de costumes. velha Sinhá, está marcada pela violência verbal.
e) sua obra A Bagaceira é considerada marco inaugural da V. A velha Sinhá tem crises de choro ao perceber que sua
literatura social nordestina. família está se tornando desconhecida para ela.

Texto para os testes 5 e 6. São corretos os enunciados:


a) I, II e IV.
A velha Sinhá não sabia mesmo o que se passava com o
b) II, IV e V.
seu marido. Fora ele sempre de muito gênio, de palavras
c) II e III.
duras, de poucos agrados. Agora, porém, mudara de
d) III e IV.
maneira esquisita. Via-o vociferar, crescer a voz para tudo,
e) I, III e V.
até para os bichos, até para as árvores. Não podia ser
velhice, a idade abrandava o coração dos homens. Pobre da
6. (FATEC) – Fogo Morto, de José Lins do Rego, é um
Marta que o pai não podia ver que não viesse com palavras
romance característico
de magoar até as pedras. Por ela não, que era um resto de
a) do regionalismo romântico do século XIX, como se com-
gente só esperando a morte. Mas não podia se conformar
prova pela descrição da personagem idealizada pelo
com a sorte de sua filha. O que teria ela de menos que as
sofrimento exagerado.
outras? Não era uma moça feia, não era uma moça de fazer
b) da ficção dos anos 30 e 40 do século XX, em que a
vergonha. E no entanto nunca apareceu rapaz algum que se
observação do meio social não reduz o alcance da análise
engraçasse dela. Era triste, lá isso era. Desde pequena via
dos conflitos humanos.
aquela menina quieta para um canto e pensava que aquilo
c) da experimentação dos anos 20 do século XX, uma vez
fosse até vantagem. A sua comadre Adriana lhe chamava a
que o autor critica os valores da família burguesa e sua
atenção:
inadequação aos padrões culturais.
— Comadre, esta menina precisa ter mais vida.
d) do regionalismo realista-naturalista de finais do século XIX,
Não fazia questão. Moça era para viver dentro de casa,
pois o comportamento das personagens é determinado
dar-se a respeito. E Marta foi crescendo e não mudou de gênio.
pelo meio natural.
Botara na escola do Pilar, aprendeu a ler, tinha um bom talhe
e) da prosa de vanguarda dos anos 60 do século XX.

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Módulo 22 – Jorge Amado c) Foco narrativo de terceira pessoa; há momentos, porém,


que o narrador permite que os pensamentos das
Texto para o teste 1. personagens se revelem.
d) Antagonismo entre as personagens e o meio social, cuja
Quando, seu moço,
expressão se vê na angústia interiorizada de Fabiano e na
Nasceu meu rebento,
agressividade dos Capitães da Areia.
Não era o momento
e) Fatalismo no desfecho dos destinos das personagens:
PORTUGUÊS

Dele rebentar.
Já foi nascendo transcorrida a história, elas não conseguem mudar sua
Com cara de fome, condição social e existencial.
E eu não tinha nem nome
Pra lhe dar. 3. (UNIRP) – Jorge Amado, em fase inicial, preocupa-se mais
(Chico Buarque, “Meu Guri”) com a
a) aristocracia cafeeira, que se vê à beira da falência com a

1. Podemos relacionar a letra de Chico Buarque a uma das crise de 1929.

temáticas do romance Capitães da Areia, de Jorge Amado. b) vida nas salinas, que destrói paulatinamente os

Assinale a alternativa que comprova essa relação. trabalhadores.

a) A temática social do menor abandonado ocupa toda a c) fixação de tipos marginalizados, para analisar toda uma

narrativa, que chega até a apresentar propostas para sociedade.

programas de controle de natalidade entre adolescentes d) a decadência da aristocracia da cana-de-açúcar, diante do

carentes. aparecimento das usinas.

b) Por meio da personagem Dora, desenvolve-se toda a e) seca periódica que devasta a região pecuária do Piauí.

relação maternal e afetiva dos menores abandonados,


principalmente Pedro Bala, que vê Dora como irmã e mãe. 4. (PUC-SP) – Jorge Amado escreveu em 1937 o romance

c) A maioria das personagens do romance não têm nome, Capitães da Areia, no qual traz para a literatura a realidade das

são tratadas por apelidos, o que realça a sua condição de crianças de rua que vivem em Salvador e moram em um

seres esquivos e marginais, socialmente inferiorizados. trapiche à beira do porto, no cais da Bahia. Considerando o

d) O problema do menor abandonado é apenas o pano de romance como um todo, dele é incorreto afirmar que

fundo do romance, que trata, principalmente, das relações a) Pedro Bala segue o destino do pai e adere à militância

dos marginais com os coronéis da Bahia. política, orientado pelo velho operário das docas e pelo

e) Os menores abandonados são manipulados pelos chefes “estudante” que faz o papel do intelectual revolucionário.

do grupo, que os obrigam à vida marginal que levam, em b) Sem-Pernas se vale do defeito físico para comover as

troca de comida e moradia. senhoras ricas, penetrar nas residências e abrir caminho
para o bando.

2. O chamado ciclo nordestino da moderna ficção brasileira c) os Capitães dão uma finalidade política às artes da

compreende obras inspiradas em motivos sociais, entre os capoeira e a do jogo de punhais e passam a ajudar a mudar

quais o flagelo nordestino, como se vê em Vidas Secas (1938), o destino dos pobres, intervindo em comícios, em greves

de Graciliano Ramos, e o problema do menor abandonado, em e em lutas obreiras.

Capitães da Areia (1937), de Jorge Amado. Comparando-se as d) o romance concentra a força de seus méritos na denúncia

duas obras mencionadas, é possível identificar todos os gritante da condição dos meninos de rua e dimensiona a

seguintes aspectos em comum, exceto: trajetória da personagem principal, da vida de lúmpen

a) Relativa independência dos capítulos, como se fossem [pessoa sem ocupação profissional definida] à luta

contos ou quadros reunidos para compor uma obra maior. proletária.

b) Linguagem adequada ao universo das personagens: a e) a morte de Dora, que desempenhou os papéis de mãe, irmã,

comunicação “árida” e precária em Vidas Secas e o noiva e esposa, determina a desagregação dos Capitães e a

linguajar “malandro” e coloquial em Capitães da Areia. consequente prisão e condenação de Pedro Bala.

20 –
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As questões de números 5 a 8 tomam por base uma passagem


do romance O País do Carnaval, de Jorge Amado e o poema ROSTO & ANTI-ROSTO
Rosto & Anti-Rosto, do modernista Cassiano Ricardo.
O homem criou
O PAÍS DO CARNAVAL Deus
a quem deu
— É... – apoiava Jerônimo enrubescendo. o lugar de
— E crer... Existem ainda homens inteligentes que autor do céu,

PORTUGUÊS
creem. Crer... Acreditar que um Deus, um ser superior, nos do ar, do
mar.
guie e nos dê auxílio... Mas ainda há quem creia...
— Há...
Para si,
— Olhe, Jerônimo, dizem que foi Deus quem criou os
na Terra
homens. Eu acho que foram os homens que criaram Deus.
em flor,
De qualquer modo, homens criados por Deus ou Deus criou o amor.
criado pelos homens, uma e outra obra são indignas de uma
pessoa inteligente. Deus, porém,
— E Cristo, Pedro Ticiano? pra existir
— Um poeta. Um blagueur. Um cético. Um diferente da criaria
sua época. Cristo pregou a bondade porque, naquele algo
tempo, se endeusava a maldade. Um esteta. Amou a a si mesmo
Beleza sobre todas as coisas. Fez em plena praça pública oposto:
blagues admiráveis. A da adúltera, por exemplo. Ele
Numa concha
perdoou porque a mulher era bonita e uma mulher assim
acústica,
tem direito a fazer todas as coisas. Cristo conseguiu vencer
inventou
o convencionalismo. Um homem extraordinário. Mas um
a dor.
deus bem medíocre...
Lucifez
— Como? Satã
— Um deus que nunca fez grandes milagres! Contentou- sua anti-
se com multiplicar pães e curar cegos. Nunca mudou figura,
montanhas de lugar, nunca fez descer sobre a terra nuvens seu anti-
de fogo, nem parou o Sol. Cristo tinha, contra si, esta rosto.
qualidade: sempre foi mau prestidigitador1.
(...) Hoje Satã
Jerônimo mudava de assunto. quer levar
— Você, Pedro Ticiano, é o homem de espírito mais forte o homem
a matar
que eu já vi. Com quase setenta anos, ainda é ateu...
Deus.
— Ah, não tenho medo do inferno... E, no caso de ele
Qual dos 2
existir, eu me darei bem lá...
o sobre
— Você sempre foi meio satânico... É capaz de fundar
______
um jornal oposicionista no inferno. Voltaire, você e vivente?
Baudelaire no inferno. Que gozado! Pedro Ticiano sorria,
vendo que Jerônimo não resistia à fascinação da sua (RICARDO, Cassiano. Os Sobreviventes.
palavra. E gostava de derrubar os sonhos daquele homem Rio de Janeiro: Livraria Editora José Olympio, 1971.)
medíocre e bom, que tinha o único defeito de querer
intelectualizar-se.
Embora de gêneros diferentes, prosa e poesia, os dois textos
(AMADO, Jorge. O País do Carnaval.
apresentam afinidade temática na medida em que focalizam o
30. ed. Rio de Janeiro: Record, 1976.)
problema da existência de Deus. Considerando esse fato,
responda ao que se pede nas questões 5 e 6.
1 – Prestidigitador: que tem grande habilidade com as mãos para iludir
os espectadores; que tem capacidade de fingir e enganar as pessoas.

– 21
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5. (UNESP) – Estabeleça, com base no contexto da fala de Texto para os testes de 3 a 7.


Ticiano, o que este quer dizer com a frase: “Eu acho que foram
Explico ao senhor: o diabo vige dentro do homem, os
os homens que criaram Deus.”
crespos do homem — ou é o homem arruinado, ou o
homem dos avessos. Solto, por si, cidadão, é que não tem
6. (UNESP) – Demonstre o caráter irônico do emprego da
diabo nenhum. Nenhum! — é o que digo. O senhor aprova?
palavra autor na primeira estrofe do poema de Cassiano
Me declare tudo, franco — é alta mercê que me faz: e pedir
Ricardo.
posso, encarecido. Este caso — por estúrdio que me vejam
PORTUGUÊS

— é de minha certa importância. Tomara não fosse... Mas,


Tanto os falantes como os escritores podem, por vezes, criar
não diga que o senhor, assisado e instruído, que acredita na
neologismos, ou seja, palavras novas, que, se aceitas pelos
pessoa dele?! Não? Lhe agradeço! Sua alta opinião compõe
demais usuários, entram em circulação e se integram ao léxico
minha valia. Já sabia, esperava por ela — já o campo! Ah, a
da língua; caso contrário, tornam-se apenas ocorrências
gente, na velhice, carece de ter uma aragem de descanso.
específicas dos textos em que surgiram. O uso de palavras
Lhe agradeço. Tem diabo nenhum. Nem espírito. Nunca vi.
estrangeiras constitui o chamado neologismo por empréstimo;
Alguém devia de ver, então era eu mesmo, este vosso
tais palavras, pela generalização do uso, também podem se
servidor. Fosse lhe contar... Bem, o diabo regula seu estado
integrar ao léxico do idioma. Releia atentamente os dois textos
preto, nas criaturas, nas mulheres, nos homens. Até: nas
e responda às questões 7 e 8.
crianças — eu digo. Pois não é o ditado: “menino — trem
do diabo”? E nos usos, nas plantas, nas águas, na terra, no
7. (UNESP) – Localize, na quarta estrofe do poema de
vento... Estrumes... O diabo na rua, no meio do
Cassiano Ricardo, um neologismo criado pelo poeta.
redemunho...
(Guimarães Rosa, Grande Sertão: Veredas)
8. (UNESP) – Explique por que, na terceira fala de Pedro
Ticiano, Jorge Amado destacou duas palavras.
3. (UNIFESP – MODELO ENEM) – A fala expressa no texto
é de Riobaldo. De acordo com o narrador, o diabo
Módulo 23 – Guimarães Rosa (I) a) vive preferencialmente nas crianças, livre e fazendo as
suas traquinagens.
1. (FUVEST) – Fazendo-se um paralelo entre Os Sertões, de b) é capaz de entrar no corpo humano e tomar posse dele,
Euclides da Cunha, e Grande Sertão: Veredas, de Guimarães vivendo aí e perturbando a vida do homem.
Rosa, pode-se afirmar que(,) c) só existe na mente das pessoas que nele acreditam,
a) em ambas as obras predomina o espírito científico, sendo perturbando-as mesmo sem existir concretamente.
analisados aspectos da realidade brasileira. d) não existe como entidade autônoma, antes reflete os
b) ambas as obras têm por cenário o sertão do Brasil seten- piores estados emocionais do ser humano.
trional, sendo numerosas as referências à flora e à fauna. e) é uma condição humana e não está relacionado com as
c) ambas as obras, criações de autores dotados de gênio, coisas da natureza.
muito enriqueceram nossa literatura regional de ficção.
d) ambas têm como principal objetivo denunciar nosso 4. (UNIFESP) – A personagem Riobaldo dialoga com alguém
subdesenvolvimento, revelando a miséria física e moral do que chama de senhor. Embora a fala dessa personagem não
homem do sertão. apareça, é possível recuperar, pela fala do narrador, os
e) tendo cada uma suas peculiaridades estilísticas, são momentos em que seu interlocutor se manifesta verbalmente.
ambas produto de intensa elaboração da linguagem. Isso pode ser comprovado pelo trecho:
a) O senhor aprova?
2. (UFPR) – A obra Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, b) Nenhum! — é o que digo.
a) continua o regionalismo dos fins do século XIX, sem c) Não? Lhe agradeço!
grandes inovações. d) Tem diabo nenhum.
b) exprime problemas humanos, em estilo próprio, baseado e) Até: nas crianças — eu digo.
na contribuição linguística regional.
c) descreve tipos de várias regiões do Brasil, na tentativa de 5. (UNIFESP – MODELO ENEM) – O texto de Guimarães
documentar a realidade brasileira. Rosa mostra uma forma peculiar de escrita, denunciada pelos
d) fixa os tipos regionais, com precisão científica. recursos linguísticos empregados pelo escritor. Dentre as
e) idealiza o tipo sertanejo, continuando a tradição de Alencar. características do texto, está
22 –
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a) o emprego da linguagem culta, na voz do narrador, e o da apresenta a modalidade linguística que seria utilizada pela
linguagem regional, na voz da personagem. personagem nas condições propostas.
b) a recriação da fala regional no vocabulário, na sintaxe e na a) Levanta e veste a roupa, meu patrão senhor Augusto, que
melodia da frase. eu tenho uma novidade meia ruim para lhe contar.
c) o emprego da linguagem regional predominantemente no b) Levante e veste a roupa, meu patrão senhor Augusto, que
campo do vocabulário. eu tenho uma novidade meia ruim para lhe contar.
d) a apresentação da língua do sertão fiel à fala do sertanejo. c) Levante e vista a roupa, meu patrão senhor Augusto, que

PORTUGUÊS
e) o uso da linguagem culta, sem regionalismos, mas com eu tenho uma novidade meia ruim para lhe contar.
novas construções sintáticas e rítmicas. d) Levante e vista a roupa, meu patrão senhor Augusto, que
eu tenho uma novidade meio ruim para lhe contar.
6. (UNIFESP-SP) – A expressão Este caso, em destaque no e) Levanta e veste a roupa, meu patrão senhor Augusto, que
texto (linha 5), refere-se eu tenho uma novidade meio ruim para lhe contar.
a) à existência do diabo.
b) ao redemunho, reduto do diabo.
c) à opinião do interlocutor.
Módulo 24 – Guimarães Rosa (II)
d) à velhice do narrador.
Texto para as questões de 1 a 3.
e) ao estado preto do diabo.

“As Margens da Alegria”, conto de Primeiras Estórias


7. (UNIFESP) – Assinale a alternativa em que, segundo os
(1962), narra, em cinco partes, a história da viagem de avião
preceitos da norma culta, haverá alteração na posição do
que um menino faz na companhia dos tios até o canteiro de
pronome oblíquo se a frase for transposta para a forma
obras de uma cidade que está sendo construída (possível
negativa.
referência a Brasília). Na primeira parte, descreve-se o alegre
a) Me declare tudo, franco...
alvoroço do menino pela novidade da viagem de avião. A
b) Fosse lhe contar...
segunda parte conta a forte impressão que despertou no
c) ... por estúrdio que me vejam...
menino a visão de um belo peru no terreiro de uma das casas
d) Lhe agradeço!
do canteiro de obras. O animal lhe comunicava algo de
e) ... é alta mercê que me faz...
majestoso e imponente (“Belo, Belo! Tinha qualquer coisa de
calor, poder e flor, um transbordamento.”). Na terceira parte, o
Texto para o teste 8.
menino descobre que, enquanto faziam um passeio pelas
E o camarada Quim sabia disso, tanto que foi se encos- construções, o peru tinha sido morto para o aniversário de seu
tando de medo que ele entrou. Tinha poeira até na boca. tio. A quarta parte relata o sentimento de tristeza e desânimo
Tossiu. que domina o garoto por causa da morte do peru. A quinta
— Levanta e veste a roupa, meu patrão Nhô Augusto, parte é a que se segue:
que eu tenho uma novidade meia ruim pra lhe contar.
De volta, não queria sair mais ao terreirinho, lá era uma
E tremeu mais, porque Nhô Augusto se erguia de um
saudade abandonada, um incerto remorso. Nem ele sabia
pulo e num átimo se vestia. Só depois de meter na cintura
bem. Seu pensamentozinho estava ainda na fase
o revólver, foi que interpelou, dente em dente:
hieroglífica. Mas foi, depois do jantar. E — a nem
— Fala tudo!
espetaculosa surpresa — viu-o, suave inesperado: o peru,
Quim Recadeiro gaguejou suas palavras poucas, e ainda
ali estava! Oh, não. Não era o mesmo. Menor, menos
pôde acrescentar:
muito. Tinha o coral1, a arrecauda2, a escova3, o grugrulhar4
— ... Eu podia ter arresistido, mas era negócio de honra
grufo5, mas faltava em sua penosa elegância o recacho6, o
(...)
englobo7, a beleza esticada do primeiro. Sua chegada e
Fez na regra, e feito! Chama os meus homens!
presença, em todo o caso, um pouco consolavam.
(Guimarães Rosa, “A Hora e Vez de Augusto Matraga”)
Tudo se amaciava na tristeza. Até o dia; isto era: já o vir
da noite. Porém, o subir da noitinha é sempre e sofrido
8. (PUC-SP – modificado) – Além de ser coloquial, a assim, em toda a parte. O silêncio saía de seus guardados.
linguagem de Quim e de Nhô Augusto é também regional, pois O Menino, timorato8, aquietava-se com o próprio
caracteriza os habitantes da região onde transcorre a história. quebranto9: alguma força, nele, trabalhava por arraigar10
Suponha que a situação do Recadeiro seja outra: ele vive na raízes, aumentar-lhe alma.
cidade e é um homem letrado. Assinale a alternativa que
– 23
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Mas o peru se adiantava até à beira da mata. Ali Mas Diadorim, conforme diante de mim estava parado,
adivinhara — o quê? Mal dava para se ver, no escurecendo. reluzia no rosto, com uma beleza ainda maior, fora de todo
E era a cabeça degolada do outro, atirada ao monturo11. O comum. Os olhos — vislumbre meu — que cresciam sem
Menino se doía e se entusiasmava. beira, dum verde dos outros verdes, como o de nenhum
Mas: não. Não por simpatia companheira e sentida o pasto. (...) De que jeito eu podia amar um homem, meu de
peru até ali viera, certo, atraído. Movia-o um ódio. Pegava de natureza igual, macho em suas roupas e suas armas,
bicar, feroz, aquela outra cabeça. O Menino não entendia. A espalhado rústico em suas ações?! Me franzi. Ele tinha a
PORTUGUÊS

mata, as mais negras árvores, eram um montão demais; o culpa? Eu tinha a culpa?
mundo.
Trevava12.
4. Com frequência, na prosa rosiana, está presente um
Voava, porém, a luzinha verde, vindo mesmo da mata, o
interlocutor cujas falas estão ausentes. Aponte, no texto, os
primeiro vaga-lume. Sim, o vaga-lume, sim, era lindo! — tão
indícios da existência desse interlocutor e justifique a utilização
pequenino, no ar, um instante só, alto, distante, indo-se.
desse procedimento.
Era, outra vez em quando, a Alegria.

Textos para as questões 5 e 6.


1 – Coral: cor vermelha.
(…) E, páginas adiante, o padre se portou ainda mais
2 – Arrecauda: neologismo formado com a justaposição da
interjeição arre! com o substantivo cauda, significando “cauda
excelentemente, porque era mesmo uma brava criatura.
impressionante, de causar admiração”. Pode tratar-se também Tanto assim, que, na despedida, insistiu:
da forma arcaica do substantivo arrecada, que significa “brinco”. — Reze e trabalhe, fazendo de conta que esta vida é um
3 – Escova: penacho. dia de capina com sol quente, que às vezes custa muito a
4 – Grugrulhar: o mesmo que grugulejar: som emitido pelo peru. passar, mas sempre passa. E você ainda pode ter muito
5 – Grufo: forma provavelmente derivada da onomatopeia gru ou glu. pedaço bom de alegria… Cada um tem sua hora e a sua vez:
6 – Recacho: o conjunto. você há de ter a sua.
7 – Englobo: caráter englobante, abrangência, aparência abrangente. (ROSA, J. G. A Hora e Vez de Augusto Matraga. Sagarana.
Este substantivo deverbal — forma-se a partir do verbo englobar
Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2001. p. 380.)
— é um neologismo criado pelo autor.
8 – Timorato: tímido, hesitante, com medo.
(…) Então, Augusto Matraga fechou um pouco os olhos,
9 – Quebranto: torpor, como que sob influência de encantamento,
com sorriso intenso nos lábios lambuzados de sangue, e de
feitiço.
10 – Arraigar: firmar-se.
seu rosto subia um sério contentamento.
11 – Monturo: monte de lixo, aglomeração de coisas velhas e descar- Daí, mais, olhou, procurando João Lomba, e disse, agora
tadas. sussurrando, sumido:
12 – Trevar: verbo não dicionarizado; neologismo formado a partir do — Põe a bênção na minha filha, seja lá onde for que ela
substantivo treva. esteja… E, Dionóra… Fala com a Dionóra que está tudo em
ordem!
1. Transcreva uma ocorrência de discurso indireto livre. Depois morreu.
(Idem, p. 413.)

2. É notório o caráter sentencioso, proverbial de certas frases


de Guimarães Rosa. Transcreva uma frase que tenha caráter 5. (UNICAMP) – O segundo excerto, de certo modo,
sentencioso ou sentido geral. confirma os ditos do padre apresentados no primeiro. Contudo,
“a hora e vez” do protagonista não são asseguradas, segundo
3. Qual foi a primeira sensação que a visão do outro peru a narrativa, pela reza e pelo trabalho. O que lhe garantiu ter “a
comunicou ao menino? Transcreva a respectiva passagem. sua hora e sua vez”?

6. (UNICAMP) – “A hora e vez” de Nhô Augusto relacionam-


A questão 4 refere-se a um trecho de Grande Sertão: Veredas, se aos encontros que ele tem com outro personagem, João-
de Guimarães Rosa, reproduzido a seguir. Nessa obra, a zinho Bem-Bem, em dois momentos da narrativa. Em cada um
personagem Diadorim é uma mulher que se faz de homem desses momentos, Nhô Augusto precisa realizar uma escolha.
para se passar por jagunço. Riobaldo só descobre isso depois Indique quais são essas escolhas que importam para o
da morte de Diadorim. processo de transformação do personagem protagonista.

24 –
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ANÁLISE DE TEXTOS FRENTE 3

Módulo 19 Texto para o teste 2.

PORTUGUÊS
DAS IRMÃS
Texto para o teste 1.
os meus irmãos sujando-se
VIDA OBSCURA
na lama
e eis-me aqui cercada
Ninguém sentiu o teu espasmo obscuro,
de alvura e enxovais
Ó ser humilde entre os humildes seres,
Embriagado, tonto de prazeres, eles se provocando e provando
O mundo para ti foi negro e duro. do fogo
e eu aqui fechada
Atravessaste no silêncio escuro provendo a comida
A vida presa a trágicos deveres
E chegaste ao saber de altos saberes eles se lambuzando e arrotando
Tornando-te mais simples e mais puro. na mesa
e eu a temperada
Ninguém te viu o sentimento inquieto, servindo, contida
Magoado, oculto e aterrador, secreto,
Que o coração te apunhalou no mundo, os meus irmãos jogando-se
na cama
Mas eu que sempre te segui os passos e eis-me afiançada
Sei que cruz infernal prendeu-te os braços por dote e marido
E o teu suspiro como foi profundo! (QUEIROZ, S. O Sacro Ofício.
(SOUSA, C. Obra Completa. Belo Horizonte: Comunicação, 1980.)
Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1961.)

2. O poema de Sonia Queiroz apresenta uma


1. Com uma obra densa e expressiva no voz lírica feminina que contrapõe o estilo de
Simbolismo brasileiro, Cruz e Sousa transpôs vida do homem ao modelo reservado à
para seu lirismo uma sensibilidade em mulher. Nessa contraposição, ela conclui que
conflito com a realidade vivenciada. No soneto, essa percepção a) a mulher deve conservar uma assepsia que a distingue de
traduz-se em homens, que podem se jogar na lama.
a) sofrimento tácito diante dos limites impostos pela b) a palavra fogo é uma metáfora que remete ao ato de
discriminação. cozinhar, tarefa destinada às mulheres.
b) tendência latente ao vício como resposta ao isolamento c) a luta pela igualdade entre os gêneros depende da
social. ascensão financeira e social das mulheres.
c) extenuação condicionada a uma rotina de tarefas d) a cama, como sua “alvura e enxovais”, é um símbolo da
degradantes. fragilidade feminina no espaço doméstico.
d) frustração amorosa canalizada para as atividades e) os papéis sociais destinados aos gêneros produzem
intelectuais. efeitos e graus de autorrealização desiguais.
e) vocação religiosa manifesta na aproximação com a fé Resolução
cristã. O poema apresenta o ponto de vista “das irmãs” (como
Resolução anuncia o título) sobre “os papéis sociais destinados aos
O “sofrimento tácito” (calado) é expresso em “silêncio gêneros”. A limitação do espaço e das ações atribuídos à
mulher (“fechada”, “provendo”, “servindo”), assim como a
escuro”, e a “discriminação” tematizada no poema tem sua
dependência desta em relação ao masculino (“afiançada / por
causa sugerida no grande número de palavras que, desde o
dote e marido”) sugerem “graus de autorrealização desiguais”,
título, remetem à cor negra.
como consta da alternativa de resposta.
Resposta: A
Resposta: E

– 25
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Módulo 20 c) a arquitetura é capaz de representar uma identidade


cultural.
3. O texto abaixo foi extraído de uma crônica de d) a riqueza americana corrompeu os costumes europeus.
e) as edificações brasileiras demonstravam o mau gosto colonial.
Machado de Assis e refere-se ao trabalho de
Resolução
um escravo.
A arquitetura extensa, “gorda”, revela a visão de mundo do
Um dia começou a guerra do Paraguai e durou cinco senhor de engenho, patriarcal, acostumado a ter tudo ao redor
anos, João repicava e dobrava, dobrava e repicava pelos de si, tanto como forma de controle, como de paternalismo.
PORTUGUÊS

mortos e pelas vitórias. Quando se decretou o ventre livre Resposta: C


dos escravos, João é que repicou. Quando se fez a abolição
completa, quem repicou foi João. Um dia proclamou-se a Módulo 21
República. João repicou por ela, repicaria pelo Império, se o
Império retornasse. Texto para o teste 5.
(Machado de Assis, “Crônica sobre
O BIT NA GALÁXIA DE GUTENBERG
a Morte do Escravo João”, 1897.)

Neste século, a escrita divide terreno com diversos meios


A leitura do texto permite afirmar que o sineiro João(,) de comunicação. Essa questão nos faz pensar na necessidade
a) por ser escravo, tocava os sinos, às escondidas, quando da “imbricação, na coexistência e interpretação recíproca dos
ocorriam fatos ligados à Abolição. diversos circuitos de produção e difusão do saber...”.
b) não poderia tocar os sinos pelo retorno do Império, visto É necessário relativizar nossa postura frente às modernas
que era escravo. tecnologias, principalmente à informática. Ela é um campo
c) tocou os sinos pela República, proclamada pelos abolicio-
novidativo, sem dúvida, mas suas bases estão nos modelos
nistas que vieram libertá-lo.
informativos anteriores, inclusive na tradição oral e na capa-
d) tocava os sinos quando ocorriam fatos marcantes porque
cidade natural de simular mentalmente os acontecimentos
era costume fazê-lo.
do mundo e antecipar as consequências de nossos atos. A
e) tocou os sinos pelo retorno do Império, comemorando a
impressão é a matriz que deflagrou todo esse processo
volta da Princesa Isabel.
comunicacional eletrônico. Enfatizo, assim, o parentesco que
Resolução
há entre o computador e os outros meios de comunicação,
O texto de Machado de Assis relata a atividade daquele
principalmente a escrita, uma visão da informática como um
escravo: tocar os sinos para celebrar grandes acontecimentos.
A natureza e o sentido político de tais acontecimentos não
“desdobramento daquilo que a produção literária impressa e,
eram em nada pertinentes à tarefa do sineiro. anteriormente, a tradição oral já traziam consigo”.
Resposta: D (NEITZEL, L.C.
Disponível em: www.geocities.com.
Texto para a questão 4. Acesso em: 1.° ago. 2012 – adaptado.)

A verdade é que em torno dos senhores de engenho criou-


se o tipo de civilização mais estável na América hispânica; e 5. Ao tecer considerações sobre as tecnologias
esse tipo de civilização, ilustra-o a arquitetura gorda, da contemporaneidade e os meios de
horizontal, das casas-grandes. Cozinhas enormes; vastas salas comunicação do passado, o texto concebe
de jantar; numerosos quartos para filhos e hóspedes; capela; que a escrita contribui para uma evolução das novas
puxadas para acomodação dos filhos casados; camarinhas no tecnologias por
centro para a reclusão quase monástica das moças solteiras; a) desenvolver-se paralelamente nos meios tradicionais de
gineceu; copiar; senzala. O estilo das casas-grandes (...) pode comunicação e informação.
ter sido de empréstimo; sua arquitetura, porém, foi honesta e b) cumprir função essencial na contemporaneidade por meio
autêntica. Brasileirinha da silva. Teve alma. Foi expressão das impressões em papel.
sincera das necessidades, dos interesses, do largo ritmo de c) realizar transição relevante da tradição oral para o
vida patriarcal que os proventos do açúcar e o trabalho progresso das sociedades humanas.
eficiente dos negros tornaram possíveis. d) oferecer melhoria sistemática do padrão de vida e do
(Gilberto Freire, Casa-Grande & Senzala) desenvolvimento social humano.
e) fornecer base essencial para o progresso das tecnologias
4. De acordo com o texto, de comunicação e informação.
a) os costumes americanos destoaram radicalmente da Resolução
cultura europeia. O trecho “a impressão é a matriz que deflagrou todo esse
b) há uma enorme diferença entre a estética hispânica e a processo comunicacional eletrônico” confirma a resposta.
lusitana. Resposta: E

26 –
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Texto para o teste 6. Resolução


Segundo o texto, “o verdadeiro problema” da oferta de
A marcha galopante das tecnologias teve por primeiro
informação nas sociedades modernas é a sua abundância, que
resultado multiplicar em enormes proporções tanto a massa
exige “uma escolha mais rápida”, isto é, há mais oferta
das notícias que circulam quanto as ocasiões de sermos
informativa do que tempo disponível para “o homem
solicitados por elas. Os profissionais têm tendência a
contemporâneo apressado” digeri-la.
considerar esta inflação como automaticamente favorável
Resposta: D
ao público, pois dela tiram proveito e tornam-se obcecados

PORTUGUÊS
pela imagem liberal do grande mercado em que cada um,
Módulo 22
dotado de luzes por definição iguais, pode fazer sua escolha
em toda liberdade. Isso jamais foi realizado e tende a nunca Texto para os testes 7 e 8.
ser. Na verdade, os leitores, ouvintes, telespectadores,
Logo depois transferiu-se para o trapiche1 o depósito dos
mesmo se abandonam a sua bulimia1, não são realmente
objetos que o trabalho do dia lhes proporcionava. Estranhas
nutridos por esta indigesta sopa de informações e sua
coisas entraram então para o trapiche.
busca finaliza em frustração. Cada vez mais
Não mais estranhas, porém, que aqueles meninos, mole-
frequentemente, até, eles ressentem esse bombardeio de
ques de todas as cores e de idades, as mais variadas, desde
riquezas falsas como agressivo e se refugiam na resistência
os 9 aos 16 anos, que à noite se estendiam pelo assoalho e
a toda ou qualquer informação.
por debaixo da ponte e dormiam, indiferentes ao vento que
O verdadeiro problema das sociedades pós-industriais
circundava o casarão uivando, indiferentes à chuva que
não é a penúria2, mas a abundância. As sociedades muitas vezes os lavava, mas com os olhos puxados para as
modernas têm à sua disposição muito mais do que luzes dos navios, com os ouvidos presos às canções que
necessitam em objetos, informações e contatos. Ou, mais vinham das embarcações...
exatamente, disso resulta uma desarmonia entre uma (AMADO, Jorge. O Trapiche. Capitães da Areia.
oferta, não excessiva, mas incoerente, e uma demanda São Paulo: Livraria Martins Ed., 1937 – adaptado.)
que, confusamente, exige uma escolha muito mais rápida a
absorver. Por isso os órgãos de informação devem
1 – Trapiche: local destinado à guarda de mercadorias para importação
escolher, uma vez que o homem contemporâneo
ou exportação.
apressado, estressado, desorientado busca uma linha
diretriz, uma classificação mais clara, um condensado do 7. (FATEC) – Capitães da Areia, de Jorge Amado, é um
que é realmente importante. romance que trata
(VOYENNE, B. Informação Hoje. a) da vida de órfãos sobreviventes de um naufrágio ocorrido
Lisboa: Armand Colin, 1975 – adaptado.) perto da cidade de Pernambuco.
b) do sofrimento de um grupo de meninos sobreviventes de
uma chacina no Rio de Janeiro.
1 – Bulimia: fome excessiva, desejo descontrolado.
c) do drama vivenciado por jovens chineses e africanos
2 – Penúria: miséria, pobreza.
encontrados nos porões de um navio no porto de Santos.
d) da pobreza vivida pelos jovens fugidos de um reformatório
6. Com o uso das novas tecnologias, os
em busca do sonho de liberdade em Recife.
domínios midiáticos obtiveram um avanço
e) das histórias cotidianas de meninos de rua que lutam pela
maior e uma presença mais atuante junto ao
sobrevivência em Salvador.
público, marcada ora pela quase simultaneidade das Resolução
informações, ora pelo uso abundante de imagens. A relação Capitães da areia é a narrativa do cotidiano de meninos de rua
entre as necessidades da sociedade moderna e a oferta de que se entregam à criminalidade como forma de sobrevivência
informação, segundo o texto, é desarmônica, porque nas ruas de Salvador.
a) o jornalista seleciona as informações mais importantes Resposta: E
antes de publicá-las.
b) o ser humano precisa de muito mais conhecimento do que 8. (FATEC) – Assinale a alternativa em que o verbo destacado
a tecnologia pode dar. tem como sujeito aquele apresentado entre colchetes.
c) o problema da sociedade moderna é a abundância de a) “Logo depois transferiu-se para o trapiche o depósito dos
informações e de liberdade de escolha. objetos...” [os objetos]
d) a oferta é incoerente com o tempo que as pessoas têm b) “... o depósito dos objetos que o trabalho do dia lhes
para digerir a quantidade de informação disponível. proporcionava.” [o depósito dos objetos]
e) a utilização dos meios de informação acontece de maneira c) “Estranhas coisas entraram então para o trapiche.”
desorganizada e sem controle efetivo. [estranhas coisas]

– 27
C3_3ANO_SP_LARANJA_CAD_TAREFAS_2020_PORT_GK 15/05/2020 18:35 Página 28

d) “... indiferentes ao vento que circundava o casarão descoberta de Copérnico destruiu a crença de que a Terra (a
uivando...” [o casarão] “casa” que Deus teria criado para o homem) fosse o centro do
e) “... com os ouvidos presos às canções que vinham das Universo; a de Darwin abalou a crença na criação divina do
embarcações...” [as embarcações] mundo e do homem e a concepção deste como o “rei da
Resolução criação”.
Nas demais alternativas, o sujeito é: em a) “o depósito dos Resposta: D
objetos”; b) “o trabalho do dia”; d) “o vento”; e) “as canções”.
Resposta: C 10. Seguindo a linha de raciocínio de Moon, Darwin está para
PORTUGUÊS

o evolucionismo assim como


Módulo 23 a) Marx está para a queda do muro de Berlim.
b) Marx está para a falência dos países capitalistas.
c) Freud está para os antidepressivos.
Texto para os testes 9 e 10.
d) Freud está para a psicanálise.
O século XIX produziu três grandes pensadores que
e) Marx e Freud estão para o século XXI.
revolucionaram o pensamento humano: Sigmund Freud, o
Resolução
pai da psicanálise, Karl Marx, o teórico do comunismo, e
O que se afirma na alternativa d se verifica no trecho “Sigmund
Charles Darwin, autor da teoria da evolução das espécies.
Freud, o pai da psicanálise, (...) e Charles Darwin, autor da
Neste início do século XXI, só um deles sobrevive a pleno
teoria da evolução das espécies [evolucionismo].”
vigor. O marxismo perdeu sua aura a partir de 1989, com a
Resposta: D
queda do muro de Berlim e a subsequente falência dos Es-
tados comunistas. A teoria psicanalítica de Freud, baseada
Textos para o teste 11.
na interpretação do inconsciente, já sofreu inúmeras
revisões e, nas duas últimas décadas, foi ofuscada pelo “Apesar da ciência, ainda é possível acreditar no sopro
sucesso dos remédios antidepressivos (como, aliás, o divino — o momento em que o Criador deu vida até ao mais
próprio Freud previra). Darwin teve outra sorte. Suas teses insignificante dos micro-organismos?”
foram tão amplamente confirmadas no século passado que
pareciam inquestionáveis. Não mais. Enquanto se Resposta de Dom Odilo Scherer, cardeal arcebispo de São
comemoram os 200 anos de seu nascimento (dia 12), a Paulo, nomeado pelo papa Bento XVI em 2007:
árvore da vida — um conceito central na teoria da evolução
— está para cair. Isso não significa que Darwin vá seguir o “Claro que sim. Estaremos falando sempre que, em
caminho de Freud e Marx. Para começar, a revolução que algum momento, começou a existir algo, para poder evoluir
ele provocou tem outra dimensão, comparável apenas ao em seguida. O ato do criador precede a possibilidade de
abalo provocado pelo astrônomo polonês Nicolau evolução: só evolui algo que existe. Do nada, nada surge e
Copérnico, em 1543 [com a descoberta de que a Terra gira evolui.”
ao redor do Sol]. (LIMA, Eduardo. Testemunha de Deus. Superinteressante.
(MOON, Peter. Darwin estava errado? São Paulo, n. 263-A, p. 9, mar. 2009 – com adaptações.)
Época, 9 fev. 2009. p. 57.)
Resposta de Daniel Dennett, filósofo americano ateu e
evolucionista radical, formado em Harvard e Doutor por
9. Quando Peter Moon compara Darwin a Copérnico, ele
Oxford:
permite ao leitor inferir que
a) os dois pensadores foram perseguidos e condenados à
“É claro que é possível, assim como se pode acreditar
morte pela Igreja Católica.
que um super-homem veio para a Terra há 530 milhões de
b) o pensamento de ambos foi reformulado pela Teoria da
anos e ajustou o DNA da fauna cambriana, provocando a
Relatividade de Einstein.
explosão da vida daquele período. Mas não há razão para
c) os dois erraram por não conhecerem as leis da Física
crer em fantasias desse tipo.”
Quântica de Max Planck.
(LIMA, Eduardo. Advogado do Diabo. Superinteressante.
d) as pesquisas de ambos retiraram do homem a condição
São Paulo, n. 263-A, p. 11, mar. 2009 – com adaptações.)
de centro do Universo.
e) a teoria de ambos foi rechaçada porque foram geradas em
uma sociedade católica. 11. Os dois entrevistados responderam a uma
Resolução mesma questão, e suas respostas foram
Trata-se de momentos na História em que descobertas reproduzidas aqui. Tais respostas revelam
científicas impuseram uma alteração profunda na visão do opiniões opostas: um defende a existência de Deus e o outro
homem e de seu lugar na natureza e no Universo. A não concorda com isso. Para defender seu ponto de vista,

28 –
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a) o religioso ataca a ciência, desqualificando a Teoria da


trovão, corisco
Evolução, e o ateu apresenta comprovações científicas
terras caídas,
dessa teoria para derrubar a ideia de que Deus existe.
corgos gemendo, córregos
b) Scherer impõe sua opinião, pela expressão “claro que
os caborés piando, Zefa!
sim”, por se considerar autoridade competente para
Os cururus cantando, Zefa! sapos
definir o assunto, enquanto Dennett expressa dúvida, com
Dentro da nossa
expressões como “é possível”, assumindo não ter opinião
casa de palha:
formada.

PORTUGUÊS
carne de sol
c) o arcebispo critica a teoria do Design Inteligente, pondo
chia nas brasas,
em dúvida a existência de Deus, e o ateu argumenta com
farinha d’água,
base no fato de que algo só pode evoluir se, antes, existir.
café, cigarro,
d) o arcebispo usa uma lacuna da ciência para defender a
cachaça, Zefa...
existência de Deus, enquanto o filósofo faz uma ironia,
... rede gemendo...
sugerindo que qualquer coisa inventada poderia preencher
Tempo gostoso!
essa lacuna.
Vai nascer tudo!
e) o filósofo utiliza dados históricos em sua argumentação,
ao afirmar que a crença em Deus é algo primitivo, criado
na época cambriana, enquanto o religioso baseia sua 12. (ETEC – MODELO ENEM) – Nos versos em negrito há
argumentação no fato de que algumas coisas podem gradação, isto é, a exposição de uma sequência de ideias,
“surgir do nada”. neste caso, crescente. Este recurso da linguagem permitiu a
Resolução Jorge de Lima destacar
As estratégias argumentativas de ambos os entrevistados a) a força das águas, que traz, ao mesmo tempo, alegria e
foram corretamente identificadas na alternativa d: o arcebispo
destruição.
afirma que algo só pode evoluir depois que foi criado (a ciência
b) o fim dos trabalhos na lavoura e o momento de, enfim,
fala da evolução, mas não explica a criação a partir da qual tudo
descansar.
teria evoluído); o filósofo, ironicamente, insinua, por meio do
c) a cor dos frutos que já pendem das árvores prontos para
exemplo de um “super-homem”, que atribuir a criação de
amadurecer.
todos os seres a um ser superpoderoso é atitude fantasiosa.
d) a chegada de uma época de abundância vinda com o
Resposta: D
inverno.
e) a surpresa do eu lírico com a paisagem até então
Módulo 24
desconhecida.
Para responder aos testes 12 e 13, leia um trecho do poema Resolução
“Inverno”, de Jorge de Lima, em que os versos retratam as A palavra verde sintetiza a ideia de renovação da vida.
reações do eu lírico diante da chegada das chuvas às regiões Resposta: D
semiáridas do Nordeste.
13. (ETEC – MODELO ENEM) – Pela interpretação do poema,
Zefa, chegou o inverno!
é correto afirmar que
Formigas de asas e tanajuras!
a) o vocativo “Zefa” prova que há intimidade entre as
Chegou o inverno!
personagens, embora não haja parentesco entre elas.
Lama e mais lama!
Chuva e mais chuva, Zefa! b) os elementos do cenário (carne de sol, café, cigarro,
Vai nascer tudo, Zefa! cachaça) caracterizam os vilarejos em fase de urbanização.
Vai haver verde, c) o emprego constante dos pontos de exclamação reforça
verde do bom; os sentimentos de euforia e esperança do eu lírico.
verde nos galhos, d) há uma preocupação com a chegada de formigas de asas
verde na terra, e tanajuras, tradicionais pragas da agricultura.
verde em ti, Zefa! e) existe a consciência dos aspectos negativos dessa nova
Que eu quero bem! paisagem: muita lama e terras caídas.
Formigas de asas e tanajuras! Resolução
O rio cheio, A euforia do eu lírico, em virtude da chegada das chuvas, é
barrigas cheias, expressa por meio do emprego reiterado do ponto de
mulheres cheias, Zefa! exclamação, bem como da repetição do vocativo “Zefa”.
(...) Resposta: C

– 29
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Módulo 19 E, todavia, serão estes doze ou quinze indivíduos os que


continuarão dirigindo o País, neste caminho em que ele vai,
Os testes de números 1 a 5 tomam por base um fragmento de feliz, abundante, rico, forte, coroado de rosas e num
uma crônica de Eça de Queirós (1845-1900) escrita em junho chouto** tão triunfante!
PORTUGUÊS

de 1871. (QUEIRÓS, Eça. Obras.


UMA CAMPANHA ALEGRE, IX Porto: Lello & Irmão Editores, [s.d.].)

Há muitos anos que a política em Portugal apresenta * Pela: bola.


este singular estado: ** Chouto: trote miúdo.
Doze ou quinze homens, sempre os mesmos, alternada-
mente possuem o Poder, perdem o Poder, reconquistam o 1. (UNESP) – Considere as frases com relação ao que se
Poder, trocam o Poder... O Poder não sai duns certos afirma na crônica de Eça de Queirós:
grupos, como uma pela* que quatro crianças, aos quatro I. Os que estão no poder não querem sair e os que não
cantos de uma sala, atiram umas às outras, pelo ar, num estão querem entrar.
rumor de risos. II. Quando um partido ético está no poder, tudo fica melhor.
Quando quatro ou cinco daqueles homens estão no III. Os governantes são bons e éticos, mas vivem a trocar
Poder, esses homens são, segundo a opinião e os dizeres acusações infundadas.
de todos os outros que lá não estão — os corruptos, os IV. Os políticos que estão fora do poder julgam-se os
esbanjadores da Fazenda, a ruína do País! melhores eticamente para governar.
Os outros, os que não estão no Poder, são, segundo a
sua própria opinião e os seus jornais — os verdadeiros As frases que representam a opinião do cronista estão contidas
liberais, os salvadores da causa pública, os amigos do povo apenas em:
e os interesses do País. a) I e II.
Mas, coisa notável! — os cinco que estão no Poder b) I e III.
fazem tudo o que podem para continuar a ser os c) I e IV.
esbanjadores da Fazenda e a ruína do País, durante o maior d) I, II e III.
tempo possível! E os que não estão no Poder movem-se, e) II, III e IV.
conspiram, cansam-se, para deixar de ser o mais depressa
que puderem — os verdadeiros liberais e os interesses do 2. (UNESP) – ... cheios de fel e de tédio...
País!
Até que enfim caem os cinco do Poder, e os outros, os Nesta passagem do sexto parágrafo, o cronista se utiliza figura-
verdadeiros liberais, entram triunfantemente na designação damente da palavra fel para significar
herdada de esbanjadores da Fazenda e ruína do País; em a) rancor.
tanto que os que caíram do Poder se resignam, cheios de b) eloquência.
fel e de tédio — a vir a ser os verdadeiros liberais e os c) esperança.
interesses do País. d) medo.
Ora, como todos os ministros são tirados deste grupo de e) saudade.
doze ou quinze indivíduos, não há nenhum deles que não
tenha sido por seu turno esbanjador da Fazenda e ruína do 3. (UNESP) – Considerando que o último parágrafo do
País... fragmento representa uma ironia do cronista, seu significado
Não há nenhum que não tenha sido demitido, ou contextual é:
obrigado a pedir a demissão, pelas acusações mais graves a) Portugal vai muito bem, apesar de seus maus
e pelas votações mais hostis... governantes.
Não há nenhum que não tenha sido julgado incapaz de b) A alternância dos grupos no poder faz bem ao país.
dirigir as coisas públicas — pela Imprensa, pela palavra dos c) O país experimenta um progresso vertiginoso.
oradores, pelas incriminações da opinião, pela afirmativa d) O país vai mal em todos os sentidos.
constitucional do poder moderador... e) Portugal não se importa com seus políticos.

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4. (UNESP) – Não há nenhum que não tenha sido demitido,


ou obrigado a pedir a demissão, pelas acusações mais graves
e pelas votações mais hostis...

Com esta frase, o cronista afirma que


a) a atividade política está sempre sujeita a acusações
descabidas.

PORTUGUÊS
b) é altamente honroso, em certos casos, demitir-se para
evitar males ao Estado.
c) todos os políticos se equivalem pelos desvios da ética.
d) os políticos honestos sofrem acusações e perseguições
dos desonestos.
e) a defesa de boas ideias frequentemente leva à renúncia.

5. (UNESP) – Assinale a alternativa cuja frase contém um


numeral cardinal empregado como substantivo.
a) “Há muitos anos que a política em Portugal apresenta...”
b) “Doze ou quinze homens, sempre os mesmos,
alternadamente possuem o Poder...”
c) “... os cinco que estão no Poder fazem tudo o que podem
para continuar...”
d) “... são tirados deste grupo de doze ou quinze
indivíduos...”
e) “... aos quatro cantos de uma sala...”

As questões de números 6 e 7 tomam por base um outro


trecho de Uma Campanha Alegre, de Eça de Queirós e uma tira
de Allan Sieber (1972).
(SIEBER, Allan. Folha Ilustrada.
UMA CAMPANHA ALEGRE
In Folha de S.Paulo, 14 maio 2006. p. E-11.)

O País perdeu a inteligência e a consciência moral. Os


6. (UNESP) – Não é difícil verificar que há um parentesco
costumes estão dissolvidos e os caracteres corrompidos. A
bastante grande entre o texto de Eça de Queirós e a tira de
prática da vida tem por única direção a conveniência. Não há
Allan Sieber, apesar da diferença de gênero e de tom, sério e
princípio que não seja desmentido, nem instituição que não
acusatório em Eça, jocoso e debochado, sem deixar de ser
seja escarnecida. Ninguém se respeita. Não existe
acusatório, em Sieber. Releia ambos os textos com base nesse
nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Já se não crê na
comentário e explique em que medida o fato que é
honestidade dos homens públicos. A classe média abate-se
humoristicamente sugerido no terceiro quadrinho da tira de
progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está
Sieber representa um exemplo do que Eça afirma no primeiro
na miséria. Os serviços públicos vão abandonados a uma
período de seu texto.
rotina dormente. O desprezo pelas ideias aumenta em cada
dia. Vivemos todos ao acaso. Perfeita, absoluta indiferença
7. (UNESP) – Em Uma Campanha Alegre, Eça se serve,
de cima a baixo! Todo o viver espiritual, intelectual, parado.
entre outros recursos discursivos, do acúmulo de frases
O tédio invadiu as almas. A mocidade arrasta-se,
curtas, da repetição de palavras e expressões, do paralelismo.
envelhecida, das mesas das secretarias para as mesas dos
Com base nessa informação, demonstre o caráter paralelístico
cafés. A ruína econômica cresce, cresce, cresce… O
da sequência “O salário diminui. A renda diminui”.
comércio definha. A indústria enfraquece. O salário diminui.
A renda diminui. O Estado é considerado na sua ação fiscal
como um ladrão e tratado como um inimigo.
(QUEIRÓS, Eça. Obras de Eça de Queirós.
vol. III. Porto: Lello & Irmão, [s.d.]. p. 959-960.)

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Módulo 20 Texto para o teste 4.

A ama negra fez muitas vezes com as palavras o mesmo


Releia a seguir o texto analisado nos exercícios resolvidos do que com a comida: machucou-as, tirou-lhes as espinhas, os
módulo 20 e responda às questões de 1 a 3. ossos, as durezas, só deixando para a boca do menino
A verdade é que em torno dos senhores de engenho criou- branco as sílabas moles. Daí esse português de menino que
se o tipo de civilização mais estável na América hispânica; e no Norte do Brasil, principalmente, é uma das falas mais
doces deste mundo. Sem rr nem ss, as sílabas finais moles;
PORTUGUÊS

esse tipo de civilização, ilustra-o a arquitetura gorda,


horizontal, das casas-grandes. Cozinhas enormes; vastas salas palavras que só faltam desmanchar-se na boca da gente. A
de jantar; numerosos quartos para filhos e hóspedes; capela; linguagem infantil brasileira, e mesmo a portuguesa, tem
puxadas para acomodação dos filhos casados; camarinhas no um sabor quase africano: cacá, pipi, bumbum, nenen, tatá,
centro para a reclusão quase monástica das moças solteiras; lili (...)
gineceu; copiar; senzala. O estilo das casas-grandes (...) pode Esse amolecimento se deu em grande parte pela ação da
ter sido de empréstimo; sua arquitetura, porém, foi honesta e ama negra junto à criança, do escravo preto junto ao filho do
autêntica. Brasileirinha da silva. Teve alma. Foi expressão senhor branco. E não só a língua infantil se abrandou desse
sincera das necessidades, dos interesses, do largo ritmo de jeito, mas a linguagem em geral, a fala séria, solene, da
vida patriarcal que os proventos do açúcar e o trabalho gente, toda ela sofreu no Brasil, ao contato do senhor com
eficiente dos negros tornaram possíveis. o escravo, um amolecimento de resultados às vezes
(Gilberto Freire, Casa-Grande & Senzala) deliciosos para o ouvido. Efeitos semelhantes aos que
sofreram o inglês e o francês noutras partes da América,
sob a mesma influência do africano e do clima quente.
1. O texto acima, apesar de fazer parte de um estudo socio- (Gilberto Freire,
lógico, em que se espera a formalidade da linguagem Casa-Grande & Senzala)
científica, apresenta traços de coloquialismo. Destaque um
exemplo de linguagem informal.
4. (UFPE) – Com base no texto, analise as seguintes
2. Destaque do texto um exemplo de objeto direto afirmações:
pleonástico. 1. O autor põe em paralelo os campos da linguagem e da
gastronomia brasileiras, destacando, nesses campos, a
3. Em “Os característicos físicos dos negros importados para influência da cultura africana.
o Brasil, é interessante segui-los através da linguagem 2. A escolha das palavras, do princípio ao final do texto,
pitoresca do povo” (Gilberto Freire), há pleonasmo, pois o reforça a convergência encontrada pelo autor entre “falar”
termo “os característicos físicos dos negros importados para o e “saborear”.
Brasil” é retomado pelo pronome os, em “segui-los”. Das 3. O falar “doce”, “esse português de menino”, inaugurado
frases abaixo, também extraídas de Casa-Grande & Senzala, com a ama negra, firmou-se em todas as regiões do Brasil,
assinale aquela em que haja esse mesmo tipo de construção. indistintamente.
a) “Pode-se juntar à superioridade técnica e de cultura dos 4. O autor demonstra perceber que há níveis distintos de
negros sua predisposição como que biológica e psíquica formalidade entre o falar da criança e aquele do adulto.
para a vida nos trópicos.” 5. O fato apreciado pelo autor constitui uma particularidade
b) “O intercurso sexual entre o conquistador europeu e a da língua portuguesa em solo americano.
mulher índia não foi apenas perturbado pela sífilis e por
doenças europeias de fácil contágio venéreo: verificou-se Estão corretas apenas:
(...) em circunstâncias desfavoráveis à mulher.” a) 2, 3 e 5.
c) “A singular predisposição do português para a colonização b) 1, 2 e 4.
híbrida e escravocrata dos trópicos, explica-a em grande c) 1, 3 e 4.
parte o seu passado étnico, ou antes, cultural, de povo d) 4 e 5.
indefinido entre a Europa e a África.” e) 1, 2, 3 e 5.
d) “Ociosa, mas alagada de preocupações sexuais, a vida do
senhor de engenho tornou-se uma vida de rede.”
e) “Frei Miguel do Sacramento Lopes Gama era um dos que
se indignavam quando ouvia ‘meninas galantes’ dizerem
‘mandá’, ‘buscá’, ‘comê’, ‘mi espere’, ‘vigie’, ‘espie’.”
32 –
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Texto para as questões de 5 a 8. Com relação a questões de linguagem presentes no texto de


Paulo Lins, responda às questões 7 e 8.
A boca era de Sérgio Dezenove, também conhecido
como Grande, bandido famoso em todo o Rio de Janeiro
7. (UNESP) – Como deve ser entendida a palavra boca na
pela sua periculosidade e coragem, pelo seu prazer em
frase que inicia o trecho do romance de Paulo Lins reproduzido:
matar policiais. Grande também fora morador da extinta
“A boca era de Sérgio Dezenove…”?
favela Macedo Sobrinho, mas não foi morar em Cidade de
Deus, porque achava que ali seria muito fácil a polícia o

PORTUGUÊS
8. (UNESP) – Seria correto afirmar que o enunciador do
encontrar. Gostava de morro, de onde se pode observar
texto se vale, na maioria das vezes, da reprodução da moda-
tudo de sua culminância. Havia se escondido em quase
lidade oral da língua para construir seu discurso? Justifique sua
todo o Rio de Janeiro, dos morros da Zona Sul até a Zona
resposta por meio de exemplos retirados do texto.
Norte, mas a polícia já o encontrara em todos eles. Por esse
motivo, chegara ao morro do Juramento, no subúrbio da
Leopoldina, dando tiro em tudo quanto era bandido,
derrubando barraco aos pontapés, gritando que quem Módulo 21
mandava ali agora era o Grande: o Grande que tomou a
maioria das bocas de fumo dos morros da Zona Sul; o
Grande de quase dois metros de altura, com disposição Texto para o teste 1.
para encarar cinco ou seis homens na mão de uma só vez; Quando Deus redimiu da tirania
o Grande que tinha uma metralhadora conseguida na marra Da mão do Faraó endurecido
de um fuzileiro naval em serviço na praça Mauá; o Grande O Povo Hebreu amado, e esclarecido,
que teve sangue-frio para cortar o seu próprio dedo Páscoa ficou da redenção o dia.
mindinho e colocá-lo num cordão; o Grande que matava
policiais por achar a raça a mais filha da puta de todas as Páscoa de flores, dia de alegria
raças, essa raça que serve aos brancos, essa raça de pobre Àquele Povo foi tão afligido
que defende os direitos dos ricos. Tinha prazer em matar O dia, em que por Deus foi redimido;
branco, porque o branco tinha roubado seus antepassados Ergo sois vós, Senhor, Deus da Bahia.
da África para trabalhar de graça, o branco criou a favela e
botou o negro para habitá-la, o branco criou a polícia para Pois mandado pela alta Majestade
bater, prender e matar o negro. Tudo, tudo que era bom era Nos remiu de tão triste cativeiro,
dos brancos. O presidente da República era branco, o Nos livrou de tão vil calamidade.
médico era branco, os patrões eram brancos, o-vovô-viu-a-
uva do livro de leitura da escola era branco, os ricos eram Quem pode ser senão um verdadeiro
brancos, as bonecas eram brancas e a porra desses crioulos Deus, que veio estirpar desta cidade
que viravam polícia ou que iam para o Exército tinha mais O Faraó do povo brasileiro.
era que morrer igual a todos os brancos do mundo. (DAMASCENO, D. (Org.). Melhores Poemas:
(Paulo Lins, Cidade de Deus) Gregório de Matos. São Paulo: Globo, 2006.)

A partir da temática abordada pelo texto, responda às questões 1. Com uma elaboração de linguagem e uma
5 e 6. visão de mundo que apresentam princípios
barrocos, o soneto de Gregório de Matos
5. (UNESP) – Qual é o problema social central dos morros apresenta temática expressa por
cariocas, retratado pelo texto de Paulo Lins? a) visão cética sobre as relações sociais.
b) preocupação com a identidade brasileira.
6. (UNESP) – Por que a personagem Grande nutre ódio c) crítica velada à forma de governo vigente.
pelos policiais e pelos brancos? d) reflexão sobre os dogmas do cristianismo.
e) questionamento das práticas pagãs na Bahia.

– 33
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Texto para o teste 2. 3. Segundo o texto, com as tecnologias de


informação e comunicação, a prática do
No Brasil, a origem do funk e do hip-hop remonta aos
bullying ganha novas nuances de
anos 1970, quando da proliferação dos chamados “bailes
perversidade e é potencializada pelo fato de
black” nas periferias dos grandes centros urbanos.
a) atingir um grupo maior de espectadores.
Embalados pela black music americana, milhares de jovens
b) dificultar a identificação do agressor incógnito.
encontravam nos bailes de final de semana uma alternativa
c) impedir a retomada de valores consolidados pela vítima.
de lazer antes inexistente. Em cidades como o Rio de
PORTUGUÊS

d) possibilitar a participação de um número maior de autores.


Janeiro ou São Paulo, formavam-se equipes de som que
e) proporcionar o uso de uma variedade de ferramentas da
promoviam bailes onde foi se disseminando um estilo que
internet.
buscava a valorização da cultura negra, tanto na música
como nas roupas e nos penteados. No Rio de Janeiro ficou
Texto para o teste 4.
conhecido como “Black Rio”. A indústria fonográfica
descobriu o filão e, lançando discos de “equipe” com as AQUELE BÊBADO
músicas de sucesso nos bailes, difundia a moda pelo
restante do país. — Juro nunca mais beber — e fez o sinal da cruz com os
(DAYRELL, J. A Música Entra em Cena: o rap e o funk indicadores. Acrescentou: — Álcool.
na socialização da juventude. Belo Horizonte: UFMG, 2005.) O mais, ele achou que podia beber. Bebia paisagens,
músicas de Tom Jobim, versos de Mário Quintana. Tomou
um pileque de Segall. Nos fins de semana embebedava-se
2.
de Índia Reclinada, de Celso Antônio.
A presença da cultura hip-hop no Brasil
— Curou-se 100% de vício — comentavam os amigos.
caracteriza-se como uma forma de
Só ele sabia que andava bêbado que nem um gambá.
a) lazer gerada pela diversidade de práticas artísticas nas
Morreu de etilismo abstrato, no meio de uma carraspana de
periferias urbanas.
pôr de sol no Leblon, e seu féretro ostentava inúmeras
b) entretenimento inventada pela indústria fonográfica
coroas de ex-alcoólatras anônimos.
nacional.
(ANDRADE, C. D. Contos Plausíveis.
c) subversão de sua proposta original já nos primeiros bailes.
Rio de Janeiro: Record, 1991.)
d) afirmação de identidade dos jovens que a praticam.
e) reprodução da cultura musical norte-americana.
4. A causa mortis do personagem, expressa no
Texto para o teste 3. último parágrafo, adquire um efeito irônico
no texto porque, ao longo da narrativa,
O QUE É BULLYING VIRTUAL OU CYBERBULLYING?
ocorre uma
a) metaforização do sentido literal do verbo beber.
É o bullying que ocorre em meios eletrônicos, com men-
b) aproximação exagerada da estética abstracionista.
sagens difamatórias ou ameaçadoras circulando por e-
c) apresentação gradativa do coloquialismo da linguagem.
mails, sites, blogs (os diários virtuais), redes sociais e
d) exploração hiperbólica da expressão “inúmeras coroas”.
celulares. É quase uma extensão do que dizem e fazem na
e) citação aleatória de nomes de diferentes artistas.
escola, mas com o agravante de que as pessoas envolvidas
não estão cara a cara.
Texto para o teste 5.
Dessa forma, o anonimato pode aumentar a crueldade
dos comentários e das ameaças e os efeitos podem ser tão Com o texto eletrônico, enfim, parece estar ao alcance
graves ou piores. “O autor, assim como o alvo, tem de nossos olhos e de nossas mãos um sonho muito antigo
dificuldade de sair de seu papel e retomar valores da humanidade, que se poderia resumir em duas palavras,
esquecidos ou formar novos”, explica Luciene Tognetta, universalidade e interatividade.
doutora em Psicologia Escolar e pesquisadora da Faculdade As luzes, que pensavam que Gutenberg tinha propiciado
de Educação da Universidade Estadual de Campinas aos homens uma promessa universal, cultivavam um modo
(Unicamp). de utopia. Elas imaginavam poder, a partir das práticas
(Disponível em http://revistaescola.abril.com.br. privadas de cada um, construir um espaço de intercâmbio
Acesso em: 3 ago. 2012 – adaptado.) crítico das ideias e opiniões. O sonho de Kant era que cada
um fosse ao mesmo tempo leitor e autor, que emitisse

34 –
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b) na mensagem veiculada pelo poema, em que os valores


juízos sobre as instituições de seu tempo, quaisquer que
da sociedade são ironizados, o que é acentuado pelo uso
elas fossem e que, ao mesmo tempo, pudesse refletir
do adjetivo médio no título e do advérbio meio no verso
sobre o juízo emitido pelos outros. Aquilo que outrora só era
final.
permitido pela comunicação manuscrita ou a circulação dos
c) no verso “e ser meio felizes?”, em que meio é sinônimo
impressos encontra hoje um suporte poderoso com o texto
de metade, ou seja, no casamento, apenas um dos
eletrônico.
cônjuges se sentiria realizado.

PORTUGUÊS
(CHARTIER, R. A Aventura do Livro:
d) nos dois primeiros versos, em que “juntar rendas” indica
do leitor ao navegador. São Paulo:
que o sujeito poético passa por dificuldades financeiras e
Imprensa Oficial do Estado de São Paulo / Unesp, 1998.)
almeja os rendimentos da mulher.
e) no título, em que o adjetivo médio qualifica o sujeito
5. No trecho apresentado, o sociólogo Roger poético como desinteressante ao sexo oposto e inábil em
Chartier caracteriza o texto eletrônico como termos de conquistas amorosas.
um poderoso suporte que coloca ao alcance
da humanidade o antigo sonho de universalidade e Texto para o teste 7.
interatividade, uma vez que cada um passa a ser, nesse espaço
LOGIA E MITOLOGIA
de interação social, leitor e autor ao mesmo tempo. A
universalidade e a interatividade que o texto eletrônico
Meu coração
possibilita estão diretamente relacionadas à função social da
de mil e novecentos e setenta e dois
internet de
já não palpita fagueiro
a) propiciar o livre e imediato acesso às informações e ao
sabe que há morcegos de pesadas olheiras
intercâmbio de julgamentos.
que há cabras malignas que há
b) globalizar a rede de informações e democratizar o acesso
cardumes de hienas infiltradas
aos saberes.
no vão da unha na alma
c) expandir as relações interpessoais e dar visibilidade aos
um porco belicoso de radar
interesses pessoais.
e que sangra e ri
d) propiciar entretenimento e acesso a produtos e serviços.
e que sangra e ri
e) expandir os canais de publicidade e o espaço mercado-
a vida anoitece provisória
lógico.
centuriões sentinelas
do Oiapoque ao Chuí.
Texto para o teste 6.
(CACASO. Lero-Lero. Rio de Janeiro: 7Letras;
O SEDUTOR MÉDIO São Paulo: Cosac & Naify, 2002.)

Vamos juntar
7. O título do poema explora a expressividade
nossas rendas e
de termos que representam o conflito do
expectativas de vida
momento histórico vivido pelo poeta na
querida,
década de 1970. Nesse contexto, é correto afirmar que
o que me dizes?
a) o poeta utiliza uma série de metáforas zoológicas com
Ter 2, 3 filhos
significado impreciso.
e ser meio felizes?
b) “morcegos”, “cabras” e “hienas” metaforizam as vítimas
(VERISSIMO, L. F. Poesia numa Hora dessas?!
do regime militar vigente.
Rio de Janeiro: Objetiva, 2002.)
c) o “porco”, animal difícil de domesticar, representa os
movimentos de resistência.
6. d) o poeta caracteriza o momento de opressão através de
No poema “O Sedutor Médio”, é possível alegorias de forte poder de impacto.
reconhecer a presença de posições críticas e) “centuriões” e “sentinelas” simbolizam os agentes que
a) nos três primeiros versos, em que “juntar expectativas de garantem a paz social experimentada.
vida” significa que, juntos, os cônjuges poderiam viver
mais, o que faz do casamento uma convenção benéfica.

– 35
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Texto para o teste 8. b) na aceitação das imposições da sociedade seguindo a


influência de outros.
Pote Cru é meu Pastor. Ele me guiará.
c) na confiança no futuro, ofuscada pelas tradições e culturas
Ele está comprometido de monge.
familiares.
De tarde deambula no azedal entre torsos de
d) no anseio de divulgar hábitos enraizados, negligenciados
cachorro, trampas, trapos, panos de regra, couros,
por seus antepassados.
de rato ao podre, vísceras de piranhas, baratas
e) na certeza da exclusão, revelada pela indiferença de seus
albinas, dálias secas, vergalhos de lagartos,
PORTUGUÊS

pares.
linguetas de sapatos, aranhas dependuradas em
gotas de orvalho etc. etc.
Texto para o teste 10.
Pote Cru, ele dormia nas ruínas de um convento
Foi encontrado em osso. A dança é um importante componente cultural da
Ele tinha uma voz de oratórios perdidos. humanidade. O folclore brasileiro é rico em danças que
(BARROS, M. Retrato do Artista Quando Coisa. representam as tradições e a cultura de várias regiões do
Rio de Janeiro: Record, 2002.) país. Estão ligadas aos aspectos religiosos, festas, lendas,
fatos históricos, acontecimentos do cotidiano e brincadeiras
e caracterizam-se pelas músicas animadas (com letras
8. Ao estabelecer uma relação com o texto
simples e populares), figurinos e cenários representativos.
bíblico neste poema, o eu lírico identifica-se
(SECRETARIA DA EDUCAÇÃO.
com Pote Cru porque
Proposta curricular do Estado de São Paulo.
a) entende a necessidade de todo poeta ter voz de oratórios
Educação Física. São Paulo, 2008 – adaptado.)
perdidos.
b) o elege como pastor, a fim de ser guiado para a salvação
divina. 10. A dança, como manifestação e represen-
c) valoriza, nos percursos do pastor, a conexão entre as tação da cultura rítmica, envolve a expressão
ruínas e a tradição. corporal própria de um povo. Considerando-a
d) necessita de um guia para a descoberta das coisas da como elemento folclórico, a dança revela
natureza. a) manifestações afetivas, históricas, ideológicas,
e) o acompanha na opção pela insignificância das coisas. intelectuais e espirituais de um povo, refletindo seu modo
de expressar-se no mundo.
Texto para o teste 9. b) aspectos eminentemente afetivos, espirituais e de
entretenimento de um povo, desconsiderando fatos
VERBO SER
históricos.
c) acontecimentos do cotidiano, sob influência mitológica e
QUE VAI SER quando crescer? Vivem perguntando em
religiosa de cada região, sobrepondo aspectos políticos.
redor. Que é ser? É ter um corpo, um jeito, um nome? Tenho
d) tradições culturais de cada região, cujas manifestações
os três. E sou? Tenho de mudar quando crescer? Usar outro
rítmicas são classificadas em um ranking das mais originais.
nome, corpo e jeito? Ou a gente só principia a ser quando
e) lendas, que se sustentam em inverdades históricas, uma
cresce? É terrível, ser? Dói? É bom? É triste? Ser:
vez que são inventadas, e servem apenas para a vivência
pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas? Repito: ser,
lúdica de um povo.
ser, ser. Er. R. Que vou ser quando crescer? Sou obrigado a?
Posso escolher? Não dá para entender. Não vou ser. Não
Imagem para os testes 11 e 12.
quero ser. Vou crescer assim mesmo. Sem ser. Esquecer.
(ANDRADE, C. D. Poesia e Prosa.
Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992.)

9. A inquietação existencial do autor com a


autoimagem corporal e a sua corporeidade
se desdobra em questões existenciais que
têm origem 11. O argumento presente na charge consiste
a) no conflito do padrão corporal imposto contra as em uma metáfora relativa à teoria
convicções de ser autêntico e singular. evolucionista e ao desenvolvimento
36 –
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tecnológico. Considerando o contexto apresentado, verifica-se 13. De acordo com o texto, há no Brasil uma
que o impacto tecnológico pode ocasionar variedade de nomes para a Manihot
a) o surgimento de um homem dependente de um novo utilissima, nome científico da mandioca.
modelo tecnológico. Esse fenômeno revela que
b) a mudança do homem em razão dos novos inventos que a) existem variedades regionais para nomear uma mesma
destroem sua realidade. espécie de planta.
c) a problemática social de grande exclusão digital a partir da b) mandioca é nome específico para a espécie existente na

PORTUGUÊS
interferência da máquina. região amazônica.
d) a invenção de equipamentos que dificultam o trabalho do c) pão-de-pobre é designação específica para a planta da
homem, em sua esfera social. região amazônica.
e) o retrocesso do desenvolvimento do homem em face da d) os nomes designam espécies diferentes da planta,
criação de ferramentas como lança, máquina e conforme a região.
computador. e) a planta é nomeada conforme as particularidades que
apresenta.
12. O homem evoluiu. Independentemente de
teoria, essa evolução ocorreu de várias
formas. No que concerne à evolução digital, Módulo 22
o homem percorreu longo trajeto da pedra lascada ao mundo
virtual. Tal fato culminou em um problema físico habitual, Texto para os testes de 1 a 10.
ilustrado na imagem, que propicia uma piora na qualidade de
vida do usuário, uma vez que O TRAPICHE
a) a evolução ocorreu e com ela evoluíram as dores de
cabeça, o estresse e a falta de atenção à família. Sob a lua, num velho trapiche abandonado, as
b) a vida sem o computador se tornou quase inviável, mas os crianças dormem.
problemas de visão cansada têm diminuído. Antigamente aqui era o mar. Nas grandes e negras
c) a utilização demasiada do computador tem provocado o pedras dos alicerces do trapiche as ondas ora se rebenta-
surgimento de cientistas que apresentam lesão por 5 vam fragorosas, ora vinham se bater mansamente. A
esforço repetitivo. água passava por baixo da ponte sob a qual muitas
d) o homem criou o computador, que evoluiu e hoje opera crianças repousam agora, iluminadas por uma réstia
várias ações antes feitas pelas pessoas, tornando-as amarela de lua. Desta ponte saíram inúmeros veleiros
sedentárias e/ou obesas. carregados, alguns eram enormes pintados de estranhas
e) o uso contínuo do computador de forma inadequada tem 10 cores, para a aventura das travessias marítimas. Aqui
ocasionado má postura corporal. vinham encher os porões e atracavam nesta ponte de
tábuas, hoje comidas. Antigamente diante do trapiche se
Texto para o teste 13. estendia o misterioso mar-oceano, as noites diante dele
eram de um verde escuro, quase negras, daquela cor mis-
MANDIOCA – mais um presente da Amazônia 15 teriosa que é a cor do mar à noite.
Hoje a noite é alva em frente ao trapiche. É que na
Aipim, castelinha, macaxeira, maniva, maniveira. As sua frente se estende agora o areal do cais do porto. Por
designações da Manihot utilissima podem variar de região, baixo da ponte não há mais rumor de ondas. A areia
no Brasil, mas uma delas deve ser levada em conta em todo invadiu tudo, fez o mar recuar de muitos metros. Aos
o território nacional: pão-de-pobre — e por motivos óbvios. 20 poucos, lentamente, a areia foi conquistando a frente do
Rica em fécula, a mandioca — uma planta rústica e trapiche. Não mais atracaram na sua ponte os veleiros
nativa da Amazônia disseminada no mundo inteiro, que iam partir carregados. Não mais trabalharam ali os
especialmente pelos colonizadores portugueses — é a base negros musculosos que vieram da escravatura. Não mais
de sustento de muitos brasileiros e o único alimento cantou na velha ponte uma canção, um marinheiro
disponível para mais de 600 milhões de pessoas em vários 25 nostálgico. A areia se estendeu muito alva em frente ao
pontos do planeta, e em particular em algumas regiões da trapiche. E nunca mais encheram de fardos, de sacos, de
África. caixões, o imenso casarão. Ficou abandonado em meio
(O Melhor do Globo Rural. Fev. 2005.) ao areal, mancha negra na brancura do cais.

– 37
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2. (UFPI-PI) – Coloque V ou F, conforme seja verdadeiro ou


Durante muitos anos foi povoado exclusivamente
falso o que se afirma sobre o povoamento do casarão.
30 pelos ratos que o atravessavam em corridas
I. A chegada dos ratos é anterior à chegada das crianças. ( )
brincalhonas, que roíam a madeira das portas
II. A chegada das crianças é posterior à saída do cachorro. ( )
monumentais, que o habitavam como senhores
III. A chegada do cachorro é concomitante com a chegada
exclusivos. Em certa época um cachorro vagabundo o
procurou como refúgio contra o vento e contra a chuva. dos ratos. ( )
35 Na primeira noite não dormiu, ocupado em despedaçar
PORTUGUÊS

A sequência correta é:
ratos que passavam na sua frente. Dormiu depois
a) F, V, V
algumas noites, ladrando à lua pela madrugada, pois
b) F, F, V
grande parte do teto já ruíra e os raios da lua penetravam
c) V, F, V
livremente, iluminando o assoalho de tábuas grossas.
d) V, V, F
40 Mas aquele era um cachorro sem pouso certo e cedo
e) F, V, F
partiu em busca de outra pousada, o escuro de uma
porta, o vão de uma ponte, o corpo quente de uma
cadela. E os ratos voltaram a dominar até que os 3. (UFPI) – Assinale a alternativa em que os dois termos são
Capitães da Areia lançaram as suas vistas para o casarão equivalentes, no texto.
45 abandonado. a) “alicerces” (linha 04) e “assoalho” (linha 39).
Neste tempo a porta caíra para um lado e um do b) “fragorosas” (linha 05) e “misteriosa” (linhas 14-15).
grupo, certo dia em que passeava na extensão dos seus c) “musculosos” (linha 23) e “monumentais” (linha 32).
domínios (porque toda a zona do areal do cais, como, d) “roíam” (linha 31) e “ruíra” (linha 38).
aliás, toda a cidade da Bahia, pertence aos Capitães da e) “refúgio” (linha 34) e “pousada” (linha 41).
50 Areia), entrou no trapiche.
Seria bem melhor dormida que a pura areia, que as 4. (UFPI) – Coloque nos parênteses V ou F, conforme seja
pontes dos demais trapiches onde por vezes a água verdadeira ou falsa a afirmação.
subia tanto que ameaçava levá-los. E desde esta noite I. “dele” (linha 13) refere-se a “trapiche” (linha 12). ( )
uma grande parte dos Capitães da Areia dormia no velho II. “ali” (linha 22) refere-se a “ponte” (linha 18). ( )
55 trapiche abandonado, em companhia dos ratos, sob a lua
III. “sua” (linha 36) refere-se a “casarão” (linha 27). ( )
amarela. Na frente, a vastidão da areia, uma brancura
sem fim. Ao longe, o mar que arrebentava no cais. Pela
A sequência correta é:
porta viam as luzes dos navios que entravam e saíam.
a) V, F, F
Pelo teto viam o céu de estrelas, a lua que os iluminava.
b) F, V, V
(AMADO, Jorge. Capitães da Areia.
c) V, V, F
119. ed. Rio de Janeiro: Record, 2006. p. 19-20.)
d) F, F, V
e) V, F, V
1. (UFPI – MODELO ENEM) – Considerando o que diz o
narrador, assinale a alternativa em que os fatos mencionados 5. (UFPI) – Assinale a alternativa em que a expressão
correspondem aos tempos indicados. apresentada pode ser substituída pela expressão indicada ao
ANTIGAMENTE HOJE lado, sem que o texto sofra alteração de sentido.
As areias brancas formavam Os ratos dominam o a) por baixo da (linha 06) – sobre a
a)
um colchão sob a ponte. casarão. b) diante do (linha 12) – além do
O trapiche é uma c) em frente ao (linha 25) – defronte ao
As ondas quebravam nos d) em meio ao (linhas 27-28) – em volta do
b) mancha escura em
alicerces do trapiche. e) até que (linha 43) – depois que
meio ao areal.
Os veleiros partiam As crianças dividem o
c) 6. (UFPI – modificado) – Assinale a alternativa correta
carregados de fardos. trapiche com o cão.
quanto à análise das orações abaixo.
Os raios amarelos da lua O mar banha as tábuas
d) a) Na frase “O cachorro ladrava à lua que brilhava no céu”, a
invadiam o casarão. da ponte.
segunda oração tem valor de substantivo.
Os veleiros atracavam na
O marinheiro nostálgico b) No período “A areia invadiu tudo, o mar ficou distante”, a
e) ponte, vindos de mares
canta uma canção. segunda oração é necessária para que o sentido da
distantes.
primeira fique completo.

38 –
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c) No período “Os veleiros enchiam os porões e atracavam Módulo 23


na ponte de tábuas hoje comidas”, as orações apresentam
ideias que se opõem. As questões de números 1 a 4 focalizam uma passagem de um
d) Na frase “Quando a areia invadiu tudo, os navios não mais livro do astrônomo, escritor e divulgador científico Carl Sagan
atracaram”, a primeira oração acrescenta à segunda uma (1934-1996) e uma tira de Adão Iturrusgarai publicada no jornal
circunstância de causa. Folha de S.Paulo.
e) Na passagem “Hoje a noite é alva em frente ao trapiche.

PORTUGUÊS
É que na sua frente se estende agora o areal do cais do NÃO EXISTEM PERGUNTAS IMBECIS
porto”, a segunda oração explica o sentido da primeira.
À exceção das crianças (que não sabem o suficiente para
7. (UFPI) – Preencha os parênteses com V ou F, conforme deixar de fazer as perguntas importantes), poucos de nós
seja verdadeira ou falsa a informação sobre a frase “Não mais passam muito tempo pensando por que a Natureza é como
cantou na velha ponte uma canção, um marinheiro nostálgico”. é; de onde veio o Cosmos, ou se ele sempre existiu; se o
I. “uma canção” é complemento do verbo cantar. ( ) tempo vai um dia voltar atrás, e os efeitos vão preceder as
II. “um marinheiro nostálgico” é o agente da ação verbal. ( ) causas; ou se há limites elementares para o que os
III. “não mais” é uma circunstância que nega a ação do verbo. humanos podem conhecer. Há até crianças, e eu conheci
( ) algumas delas, que desejam saber como é um buraco
negro; qual é o menor pedaço de matéria; por que nos
A sequência correta é: lembramos do passado, mas não do futuro; e por que há um
a) V, V, V Universo.
b) F, F, F De vez em quando, tenho a sorte de lecionar num jardim
c) F, F, V de infância ou numa classe do primeiro ano primário. Muitas
d) F, V, F dessas crianças são cientistas natos — embora tenham
e) V, F, V mais desenvolvido o lado da admiração que o do ceticismo.
São curiosas, intelectualmente vigorosas. Perguntas
8. (UFPI) – Assinale a alternativa em que a frase “Não mais provocadoras e perspicazes saem delas aos borbotões.
cantou na velha ponte uma canção, um marinheiro nostálgico” Demonstram enorme entusiasmo. Sempre recebo uma
foi reescrita na ordem direta, tendo sido eliminados apenas os série de perguntas encadeadas. Elas nunca ouviram falar da
termos modificadores dos nomes. noção de “perguntas imbecis”.
a) Uma canção, um marinheiro não mais cantou. Mas, quando falo a estudantes do último ano do
b) Um marinheiro nostálgico não mais cantou na ponte. secundário, encontro algo diferente. Eles memorizam os
c) Não mais cantou na ponte, um marinheiro nostálgico. “fatos”. Porém, de modo geral, a alegria da descoberta, a
d) Um marinheiro não cantou mais uma canção na ponte. vida por trás desses fatos, se extinguiu em suas mentes.
e) Uma canção, não mais cantou um marinheiro nostálgico. Perderam grande parte da admiração e ganharam muito
pouco ceticismo. Ficam preocupados com a possibilidade
9. (UFPI) – Assinale a alternativa em que o complemento de fazer perguntas “imbecis”; estão dispostos a aceitar
verbal sublinhado foi substituído corretamente pelo pronome. respostas inadequadas; não fazem perguntas encadeadas; a
a) “encher os porões” (linha 11) – enchê-lo sala fica inundada de olhares de esguelha para verificar, a
b) “roíam a madeira” (linha 31) – roíam-na cada segundo, se eles têm a aprovação de seus pares. Vêm
c) “despedaçar ratos” (linhas 35-36) – despedaçar-lhes para a aula com as perguntas escritas em pedaços de papel
d) “iluminando o assoalho” (linha 39) – iluminando-lhe que sub-repticiamente examinam, esperando a sua vez, e
e) “lançaram as suas vistas” (linha 44) – lançaram-lhes sem prestar atenção à discussão em que seus colegas
estão envolvidos naquele momento.
10. (UFPI) – Assinale a alternativa em que as duas palavras se Algo aconteceu entre o primeiro ano primário e o último
formaram pelo processo de derivação sufixal. ano secundário, e não foi apenas a puberdade. Eu diria que
a) assoalho / cadela é, em parte, a pressão dos pares para não se sobressair
b) casarão / pousada (exceto nos esportes); em parte, o fato de a sociedade
c) aventura / oceano ensinar gratificações a curto prazo; em parte, a impressão
d) trapiche / alicerce de que a ciência e a matemática não vão dar a ninguém um
e) senhores / crianças carro esporte; em parte, que tão pouco seja esperado dos

– 39
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Texto para a questão 3.


estudantes; e, em parte, que haja poucas recompensas ou
modelos de papéis para uma discussão inteligente sobre Há até crianças, e eu conheci algumas delas, que
ciência e tecnologia — ou até para o aprendizado em si desejam saber como é um buraco negro; qual é o menor
mesmo. Os poucos que continuam interessados são pedaço de matéria; por que nos lembramos do passado,
difamados como nerds, geeks ou grinds*. mas não do futuro; e por que há um Universo.
(Carl Sagan,
PORTUGUÊS

O Mundo Assombrado pelos Demônios, 1997)


3. (UNESP) – Explique com que finalidade, no plano
semântico, o autor intercalou a oração destacada à sequência
* Gírias norte-americanas para designar pessoas chatas, desinteres- do período transcrito.
santes, esquisitas e, nesse caso, estudantes muito aplicados.
4. (UNESP) – Estabeleça a relação que há entre o que é
comunicado, com humor bastante inteligente, pela tira de Adão
Iturrusgarai e a preocupação que, no terceiro parágrafo, Sagan
detecta nos estudantes do ensino médio norte-americano.

As questões de números 5 a 8 tomam por base um trecho da


conferência Sobre Algumas Lendas do Brasil, de Olavo Bilac
(1865-1918), e um soneto do mesmo autor, utilizado por ele
para ilustrar seus argumentos.

Sendo cada homem todo o universo, tem dentro de si


todos os deuses, todas as potestades superiores e
inferiores que dirigem o universo. (Tudo, se existe
objetivamente, é porque existe subjetivamente; tudo existe
em nós, porque tudo é criado e alimentado por nós). E esta
consideração nos leva ao assunto e à explanação do meu
tema. Existem em nós todas as entidades fantásticas, que,
segundo a crença popular, enchem a nossa terra: são
sentimentos humanos, que, saindo de cada um de nós,
personalizam-se, e começam a viver na vida exterior, como
mitos da comunhão.
Tupã, demiurgo criador, e o seu Anhangá, demiurgo
destruidor. É o eterno dualismo, governando todas as fases
religiosas, toda a história mitológica da humanidade. Já
entre os persas e os iranianos, na religião de Zoroastro,
havia um deus de bondade, Ormuz, e um deus de maldade,
Ahriman. A religião de Manés, na Babilônia, não criou a ideia
do dualismo; acentuou-a, precisou-a; a base da religião dos
maniqueus era a oposição e o contraste da luz e da treva: o
mundo visível, segundo eles, era o resultado da mistura
desses dois elementos eternamente inimigos. Mas em
(Adão Iturrusgarai, www.folha.com.br) todos os grandes povos, e em todas as pequenas tribos,
sempre houve, em todos os tempos, a concepção desse
1. (UNESP) – No excerto apresentado, Carl Sagan, tomando conflito: e esse conflito perdura no catolicismo, fixado na
por base sua época e seu país e referindo-se a crianças dos concepção de Deus e do Diabo. Os nossos índios sempre
primeiros anos escolares e a estudantes do último ano do tiveram seu Tupã e o seu Anhangá... Ora, o selvagem das
ensino médio, detecta uma diferença significativa quanto à margens do Amazonas, do São Francisco e do Paraná
vontade e à satisfação de fazer perguntas ao professor. Indique compreende os dois demiurgos, porque os sente dentro de
si mesmo. E nós, os civilizados do litoral, compreendemos
essa diferença.
e contemos em nós esses dois princípios antagônicos,
2. (UNESP) – Ao colocar como título Não existem perguntas Deus e o Diabo. Cada um de vós tem uma arena íntima em
imbecis, o que quis dizer Carl Sagan em relação ao tema que que a todo o instante combatem um gênio do bem e um
gênio do mal:
explora no trecho apresentado?

40 –
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Não és bom, nem és mau: és triste e humano... A TRISTE PARTIDA


Vives ansiando em maldições e preces,
Como se, a arder, no coração tivesses 01 Passou-se setembro,
O tumulto e o clamor de um largo oceano. 02 outubro e novembro,
03 estamo em dezembro,
Pobre, no bem como no mal, padeces; 04 meu Deus que é de nós?
E, rolando num vórtice vesano1,

PORTUGUÊS
05 assim diz o pobre
Oscilas entre a crença e o desengano, 06 do seco Nordeste
Entre esperanças e desinteresses. 07 com medo da peste
08 e da fome feroz.
Capaz de horrores e de ações sublimes,
Não ficas das virtudes satisfeito, 09 A treze do mês
Nem te arrependes, infeliz, dos crimes: 10 fez a experiência:
11 perdeu sua crença
E, no perpétuo ideal que te devora, 12 nas pedras de sal;
Residem juntamente no teu peito 13 com outra experiência
Um demônio que ruge e um deus que chora... 14 de novo se agarra,
(Últimas Conferências e Discursos, 1927)
15 esperando a barra
16 do alegre Natal.
1 – Vesano: louco, demente, delirante, insensato.
17 Passou-se o Natal
5. (UNESP) – O conferencista Olavo Bilac sugere que, 18 e a barra não veio,
apesar da diferença de credos, as religiões se filiam a um 19 o sol tão vermeio
mesmo princípio. Que princípio é esse e o que origina no 20 nasceu muito além.
âmbito religioso? 21 Na copa da mata
22 buzina a cigarra,
6. (UNESP) – No soneto, Bilac explicita sua concepção do 23 ninguém vê a barra,
homem. Apresente o aspecto mais importante dessa 24 pois barra não tem.
concepção.

25 Sem chuva na terra,


7. (UNESP) – Indique a pessoa gramatical dos verbos
26 descamba janeiro
empregados no soneto e identifique, no plano do conteúdo, a
27 até fevereiro,
quem o eu lírico se dirige por meio dessa pessoa gramatical.
28 no mesmo verão.
29 Reclama o roceiro,
8. (UNESP) – E nós, os civilizados do litoral,
30 dizendo consigo:
compreendemos e contemos em nós esses dois princípios
31 meu Deus é castigo,
[...].
32 não chove mais não.

Qual a forma infinitiva do verbo destacado e em que tempo e


modo está flexionado? (...)

Módulo 24 33 Apela pra março,


34 o mês preferido
35 do santo querido,
(UFC-CE) – Cordéis e Outros Poemas, de Patativa do Assaré, 36 senhor São José.
e seu cordel de abertura, A Triste Partida, servirão de base às 37 Sem chuva na terra,
questões de 1 a 8. Convidamos você a mergulhar no universo 38 está tudo sem jeito
daquele que, conhecedor das temerosas tormentas do mar da 39 lhe foge do peito
vida, canta o sertão que é seu. 40 o resto da fé.

– 41
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41 Assim diz o velho: 84 procura um patrão.


42 sigo noutra trilha. 85 Só vê cara feia
43 Convida a família 86 de uma estranha gente,
44 e começa a dizer: 87 tudo é diferente
88 do caro torrão.
45 Eu vendo o burro
46 o jumento e o cavalo
89 Trabalha um ano,
PORTUGUÊS

47 nós vamo a São Paulo


90 dois anos, mais anos,
48 viver ou morrer.
91 e sempre no plano
92 de um dia inda vim
49 Nós vamo a São Paulo 93 o pai de família
50 que a coisa está feia, 94 triste maldizendo.
51 por terra alheia 95 Assim vão sofrendo
52 nós vamo vagar. 96 tormento sem fim.
53 Se o nosso destino
54 não for tão mesquinho, 97 O pai de família
55 pro mesmo cantinho 98 ali vive preso,
56 nós torna a voltar. 99 sofrendo desprezo
100 e devendo ao patrão.
101 O tempo passando,
57 Venderam o burro,
102 vai dia e vem dia,
58 jumento e cavalo,
103 aquela família
59 até mesmo o galo
104 não volta mais não.
60 venderam também.
61 E logo aparece 105 Se por acaso um dia
62 um feliz fazendeiro: 106 ele tem, por sorte,
63 por pouco dinheiro 107 notícia do Norte
64 lhe compra o que tem. 108 o gosto de ouvir,
109 saudade no peito
65 Em cima do carro 110 lhe bate de molhos,
66 se junta a família. 111 as águas dos olhos
67 Chega o triste dia, 112 começam a cair.
68 já vão viajar.
(...)
69 A seca terrível,
70 que tudo devora,
113 Distante da terra
71 lhe bota pra fora
114 tão seca mas boa,
72 do torrão natá. 115 sujeito à garoa,
116 à lama e ao paul,
(...) 117 é triste se ver
118 um nortista tão bravo
73 O carro embalado 119 viver sendo escravo
74 no topo da serra 120 na terra do Sul.
75 olhando pra terra,
76 seu berço, seu lar, (ASSARÉ, Patativa. A Triste Partida. In Cordéis e Outros Poemas,
77 aquele nortista, Fortaleza: Edições UFC, 2006. p. 9-13.)
78 partido de pena,
79 de longe acena:
1. (UFC – MODELO ENEM) – A Triste Partida é uma
80 adeus, Ceará!
narrativa composta de cinco partes: i) a espera pela chuva; ii) a
decisão de sair da terra natal; iii) os preparativos para a viagem;
81 Chegaram em São Paulo
iv) a triste partida; v) a vida no Sul. Assinale a alternativa em
82 sem cobre e quebrado,
que estão transcritos os versos que descrevem os
83 o pobre acanhado
preparativos para a viagem.

42 –
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a) Apela pra março / o mês preferido / do santo querido, / Assinale a alternativa que apresenta todas as informações
senhor São José (versos 33-36). corretas acerca da construção da estrofe, no tocante ao:
b) O carro embalado / no topo da serra / olhando pra terra, /
seu berço, seu lar (versos 73-76).
Número de
c) Venderam o burro, / jumento e cavalo, / até mesmo o galo Número de Esquema
sílabas
/ venderam também (versos 57-60). versos de rimas
de cada verso
d) Trabalha um ano, / dois anos, mais anos, / e sempre no
plano / de um dia inda vim (versos 89-92).

PORTUGUÊS
a) oitava cinco ABBCBDDC
e) Nós vamo a São Paulo / que a coisa está feia, / por terra
alheia / nós vamo vagar (versos 49-52). b) oitava sete ABBCBDDC

2. (UFC – MODELO ENEM) – Assinale a única alternativa c) oitava cinco ABBCADDC


que contém versos de A Triste Partida nos quais se expressa
d) décima seis ABBCADDC
o tipo de relação existente entre o sertanejo e a terra para onde
ele se viu obrigado a migrar. e) décima sete ABBCBDDC
a) Se o nosso destino / não for tão mesquinho, / pro mesmo
cantinho / nós torna a voltar (versos 53-56)
b) Em cima do carro / se junta a família. / Chega o triste dia, 6. (UFC) – Analise o que se diz das expressões “o roceiro”
/ já vão viajar (versos 65-68) (verso 29), “aquele nortista” (verso 77) e “o pai de família
c) aquele nortista, / partido de pena, / de longe acena: /
(verso 93) e, a seguir, assinale a alternativa correta.
adeus, Ceará! (versos 77-80)
I. As três expressões em análise remetem para distintos
d) O pai de família / ali vive preso, / sofrendo desprezo / e
referentes textuais.
devendo ao patrão (versos 97-100)
II. Cada uma das expressões ressalta um aspecto específico
e) saudade no peito / lhe bate de molhos, / as águas dos
olhos / começam a cair (versos 109-112) do referente textual a que remete.
III. O emprego de cada uma dessas expressões vincula-se ao
3. (UFC – MODELO ENEM) – Em A Triste Partida, o eu lírico momento da narrativa no qual se insere.
a) apresenta o Sul como oásis para o nordestino.
b) denuncia o descaso divino com o homem do sertão. a) Apenas I e III são verdadeiras.
c) critica a relação de dependência entre o sertanejo e a b) Apenas II e III são verdadeiras.
natureza. c) Apenas I e II são verdadeiras.
d) discute a relação de animosidade entre o sertanejo e sua d) Apenas III é verdadeira.
terra natal. e) Apenas II é verdadeira.
e) destaca a exploração a que os mais afortunados
submetem o sertanejo humilde.
7. (UFC-CE) – A forma verbal protesta pode substituir, sem
alterar o significado do texto, a forma sublinhada em:
4. (UFC-CE) – Assinale a alternativa em que ocorre
a) descamba janeiro (verso 26).
prosopopeia.
a) perdeu sua crença / nas pedras de sal (versos 11-12). b) reclama o roceiro (verso 29).
b) ninguém vê a barra, / pois barra não tem (versos 23-24). c) apela pra março (verso 33).
c) sem chuva na terra, / está tudo sem jeito (versos 37-38). d) convida a família (verso 43).
d) nós vamo a São Paulo / viver ou morrer (versos 47-48). e) chega o triste dia (verso 67).
e) a seca terrível, / que tudo devora (versos 69-70).
8. (UFC-CE) – Em Cordéis e Outros Poemas, várias são as
5. (UFC) – Releia a quarta estrofe do poema: palavras que estão grafadas na tentativa de reproduzir o falar
popular nordestino. Assinale a alternativa cujo par apresenta,
Sem chuva na terra,
em relação à norma culta, variação de pronúncia em função do
descamba janeiro
mesmo fenômeno fonético.
até fevereiro,
a) disciprina – foia
no mesmo verão.
b) conseio – tecrado
Reclama o roceiro,
c) vermeio – trabaio
dizendo consigo:
d) orguio – compreto
meu Deus é castigo,
e) subrime – trapaiada
não chove mais não.

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MORFOLOGIA E REDAÇÃO FRENTE 4

Módulo 19 – Funções da Linguagem Na linguagem verbal, exemplos de aproveitamento de recursos


PORTUGUÊS

equivalentes aos da gravura de Escher encontram-se, com


frequência,
a) nos jornais, quando o repórter registra uma ocorrência que
lhe parece extremamente intrigante.
b) nos textos publicitários, quando se comparam dois
produtos que têm a mesma utilidade.
c) na prosa científica, quando o autor descreve com isenção
e distanciamento a experiência de que trata.
d) na literatura, quando o escritor se vale das palavras para
expor procedimentos construtivos do discurso.
e) nos manuais de instrução, quando se organiza com clareza
uma determinada sequência de operações.
Resolução
Na gravura de Escher, o desenho volta-se para o próprio
desenho, ao representar o ato de desenhar. A este procedi-
mento, equivalente ao descrito na alternativa d, chama-se
metalinguagem.
Resposta: D

1. (FAGA) – No primeiro quadrinho não houve a transmissão Módulos 20 e 21 – Níveis da


de informação nova, uma vez que a intenção do emissor foi Linguagem I e II
apenas fazer um cumprimento, “puxar conversa”. A função da
linguagem que apresenta esta característica é a
Texto para a questão 3.
a) metalinguística. b) poética.
c) emotiva. d) fática. CAPITULAÇÃO
e) apelativa.
Resposta: D Delivery
Até pra telepizza
2. (FUVEST) – Observe, abaixo, esta gravura de Escher: É um exagero.
Há quem negue?
Um povo com vergonha
Da própria língua
Já está entregue.
(Luis Fernando Verissimo)

3. (FUVEST)
a) O título dado pelo autor está adequado, tendo em vista o
conteúdo do poema? Justifique sua resposta.
b) O exagero que o autor vê no emprego da palavra
“delivery” se aplicaria também a “telepizza”? Justifique
sua resposta.
Resolução
a) O título “Capitulação” é inteiramente adequado ao con-
teúdo do poema, pois significa rendição e se refere à
“invasão” de anglicismos (americanismos) na língua portu-
guesa corrente no Brasil.

44 –
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b) “Telepizza” é um neologismo formado com um emprés- Módulos 22 e 23 – Dissertação –


timo linguístico já há muito incorporado ao português (do
termo italiano pizza) e o prefixo (grego) tele-, corrente na
Correção, Coesão
língua. Portanto, não se trata do mesmo fenômeno de e Coerência I e II
“capitulação” que se vê em delivery, pois aqui se substi-
tuiu uma palavra corrente na língua (“entrega”) por um es-
trangeirismo da moda. Texto para a questão 5.

PORTUGUÊS
Além de parecer não ter rotação, a Terra parece também
estar imóvel no meio dos céus. Ptolomeu dá argumentos
astronômicos para tentar mostrar isso. Para entender esses
argumentos, é necessário lembrar que, na antiguidade,
imaginava-se que todas as estrelas (mas não os planetas)
estavam distribuídas sobre uma superfície esférica, cujo
raio não parecia ser muito superior à distância da Terra aos
planetas. Suponhamos agora que a Terra esteja no centro
da esfera das estrelas. Neste caso, o céu visível à noite
deve abranger, de cada vez, exatamente a metade da esfera
das estrelas. E assim parece realmente ocorrer: em
qualquer noite, de horizonte a horizonte, é possível
contemplar, a cada instante, a metade do zodíaco. Se, no
entanto, a Terra estivesse longe do centro da esfera
estelar, então o campo de visão à noite não seria, em geral,
a metade da esfera: algumas vezes poderíamos ver mais da
metade, outras vezes poderíamos ver menos da metade do
zodíaco, de horizonte a horizonte. Portanto, a evidência
astronômica parece indicar que a Terra está no centro da
esfera de estrelas. E se ela está sempre nesse centro, ela
não se move em relação às estrelas.
(Folha de S. Paulo, 8 out. 2003, p. F.8.) (Roberto de A. Martins, Introdução geral ao
Commentarius de Nicolau Copérnico.)
4. (UNICAMP) – Jogos de imagens e palavras são carac-
terísticos da linguagem de história em quadrinhos. Alguns
desses jogos podem remeter a domínios específicos da 5. (FUVEST) – Os termos além de, no entanto, então,
linguagem a que temos acesso em nosso cotidiano, tais como portanto estabelecem no texto relações, respectivamente, de
a linguagem dos médicos, a linguagem dos economistas, a a) distanciamento – objeção – tempo – efeito.
linguagem dos locutores de futebol, a linguagem dos surfistas, b) adição – objeção – tempo – conclusão.
dentre outras. É o que ocorre na tira de Laerte, apresentada c) distanciamento – consequência – conclusão – efeito.
anteriormente. d) distanciamento – oposição – tempo – consequência.
a) Transcreva as passagens da tira que remetem a domínios e) adição – oposição – consequência – conclusão.
específicos e explicite que domínios são esses.
Resolução
b) Levando em consideração as relações entre imagens e
Além de equivale a soma, adição; no entanto indica contraste,
palavras, identifique um momento de humor na tira e
oposição; então equivale a isso, por conseguinte, indicando efeito,
explique como é produzido.
consequência; portanto equivale a logo, indicando conclusão.
Resolução
a) As passagens são “perda total”, “reconstruíram meu Resposta: E
corpo a partir do DNA” e “molar cariado”. O primeiro
segmento refere-se à linguagem usada por companhias de Texto para a questão 6.
seguros; o segundo, à biogenética; o terceiro, à odon-
Na noite de Natal, enquanto vestia o smoking para ir
tologia.
a um jantar da alta sociedade carioca, brigou com seu
b) O momento de humor instaura-se no último quadrinho,
amigo e principal repórter, David Nasser, exatamente
em que se estabelece uma relação de semelhança entre
porque o jornalista atacara a nova capital em artigos…
cárie e pedaços que faltam no corpo da personagem.

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6. A relação que se estabelece entre as orações destacadas Resolução


é, respectivamente, de: Não há, no texto, indicação que leve o leitor a tomar a profissão
a) condição, finalidade, explicação. de parteira como “traço de seriedade” da comadre, tanto mais
b) simultaneidade, tempo, consequência. que ela a adotara “por curiosidade”, o que não é motivo dos
c) alternância, conclusão, oposição. mais “sérios”.
d) tempo, finalidade, causa. Resposta: D
e) adição, explicação, oposição.
PORTUGUÊS

Resolução Texto para a questão 8.


As circunstâncias expressas por enquanto, para e porque são,
Era este um homem todo em proporções infinitesimais,
respectivamente, tempo, finalidade e causa.
baixinho, magrinho, de carinha estreita e chupada, e
Resposta: D
excessivamente calvo; usava de óculos, tinha pretensões
de latinista, e dava bolos nos discípulos por dá cá aquela
palha. Por isso era um dos mais acreditados na cidade. O
Módulo 24 – Descrição barbeiro entrou acompanhado pelo afilhado, que ficou um
pouco escabriado à vista do aspecto da escola, que nunca
Texto para a questão 7. tinha imaginado.
A COMADRE (Manuel Antônio de Almeida,
Memórias de um Sargento de Milícias)

Cumpre-nos agora dizer alguma cousa a respeito de uma


personagem que representará no decorrer desta história 8. (FUVEST) – Observando-se, neste trecho, os elementos
um importante papel, e que o leitor apenas conhece, porque descritivos, o vocabulário e, especialmente, a lógica da exposi-
nela tocamos de passagem no primeiro capítulo: é a ção, verifica-se que a posição do narrador frente aos fatos
comadre. narrados caracteriza-se pela atitude
Era a comadre uma mulher baixa, excessivamente gorda, a) crítica, em que os costumes são analisados e submetidos
bonachona, ingênua ou tola até um certo ponto e finória até a julgamento.
outro; vivia do ofício de parteira, que adotara por b) lírico-satírica, apontando para um juízo moral pressuposto.
curiosidade, e benzia de quebranto; todos a conheciam por c) cômico-irônica, com abstenção de juízo moral definitivo.
muito beata e pela mais desabrida papa-missa da cidade. d) analítica, em que o narrador onisciente prioriza seu afasta-
(Manuel Antônio de Almeida, mento do narrado.
Memórias de um Sargento de Milícias) e) imitativa ou de identificação, que suprime a distância entre
o narrador e o narrado.
7. (MACKENZIE) – Assinale a alternativa incorreta. Resolução
a) No primeiro parágrafo, a metalinguagem introduz a des- Memórias de um Sargento de Milícias é, como quer a melhor
crição. crítica, um romance sem culpa e, também por isso, excêntrico
b) No texto, apenas conhece pode ser acertadamente à tradição heróica e galante do Romantismo. O narrador
substituída por mal conhece. onisciente, neutro, observa e retrata, divertido, os tipos do Rio
c) Os adjetivos bonachona e ingênua são coerentes com Colonial. Nivela bons e maus na alternância da ordem e da
beata e papa-missa nesse contexto. desordem, da qual ninguém escapa, nem mesmo o temível
d) A vocação para parteira, explicitada, constitui um traço de major Vidigal. O tom caricatural da figura do mestre-escola, a
seriedade da comadre. associação irônica entre respeitabilidade e retórica pomposa e
e) O modo pelo qual todos a conheciam confirma o sentido latinizante modulam um retrato quase ao gosto dos realistas.
pejorativo da descrição da comadre. Resposta: C

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Módulo 19 – Funções da Linguagem microscópio diante de si; todos trabalham com o auxílio de
computadores. Lembramo-nos, obviamente, como era a
1. (PUC) – Observe a seguinte afirmação: Em nossa vida sem computador pessoal. Mas não sabemos como ela
civilização apressada, o “bom dia”, o “boa tarde” já não seria se ele não tivesse sido inventado.
funcionam para engatar conversa. Qualquer assunto servindo,

PORTUGUÊS
(D. Piza. Como era a vida antes do computador?
fala-se do tempo ou de futebol. Ela faz referência à função da OceanAir em Revista, n.° 1, 2007 – Adaptado.)
linguagem cuja meta é “quebrar o gelo”. Indique a alternativa
que explicita essa função.
a) Função emotiva. b) Função referencial. 3.
c) Função fática. d) Função conativa. Neste texto, a função da linguagem predomi-
e) Função poética. nante é
a) emotiva, porque o texto é escrito em primeira pessoa do
Texto para o teste 2. plural.
b) referencial, porque o texto trata das ciências biológicas,
CANÇÃO AMIGA em que elementos como o clorofórmio e o computador
impulsionaram o fazer científico.
Eu preparo uma canção, c) metalinguística, porque há uma analogia entre dois
em que minha mãe se reconheça mundos distintos: o das ciências biológicas e o da
todas as mães se reconheçam tecnologia.
e que fale como dois olhos. d) poética, porque o autor do texto tenta convencer seu leitor
[...] de que o clorofórmio é tão importante para as ciências
Aprendi novas palavras médicas quanto o computador para as exatas.
E tornei outras mais belas. e) apelativa, porque, mesmo sem ser uma propaganda, o
redator está tentando convencer o leitor de que é
Eu preparo uma canção impossível trabalhar sem computador, atualmente.
que faça acordar os homens
e adormecer as crianças. Texto para a questão 4.
(Carlos Drummond de Andrade. Novos Poemas.
Rio de Janeiro: José Olympio, 1948 – Fragmento. A biosfera, que reúne todos os ambientes onde se
desenvolvem os seres vivos, se divide em unidades
menores chamadas ecossistemas, que podem ser uma
2. floresta, um deserto e até um lago. Um ecossistema tem
A linguagem do fragmento acima foi empre- múltiplos mecanismos que regulam o número de
gada pelo autor com o objetivo principal de organismos dentro dele, controlando sua reprodução,
a) transmitir informações, fazer referência a acontecimentos crescimento e migrações.
observados no mundo exterior. (M. Duarte. O guia dos curiosos.
b) envolver, persuadir o interlocutor, nesse caso, o leitor, em São Paulo: Companhia das Letras, 1995.)
um forte apelo à sua sensibilidade.
c) realçar os sentimentos do eu lírico, suas sensações,
reflexões e opiniões frente ao mundo real. 4.
d) destacar o processo de construção de seu poema, ao falar
sobre o papel da própria linguagem e do poeta. Predomina no texto a função da linguagem
e) manter eficiente o contato comunicativo entre o emissor a) emotiva, porque o autor expressa seu sentimento em rela-
da mensagem, de um lado, e o receptor, de outro. ção à ecologia.
b) fática, porque o texto testa o funcionamento do canal de
Texto para a questão 3. comunicação.
c) poética, porque o texto chama a atenção para os recursos
Em uma famosa discussão entre profissionais das de linguagem,
ciências biológicas, em 1959, C.P. Snow lançou uma frase d) conativa, porque o texto procura orientar comportamentos
definitiva: "Não sei como era a vida antes do clorofórmio". do leitor.
De modo parecido, hoje podemos dizer que não sabemos e) referencial, porque o texto trata de noções e informações
como era a vida antes do computador. Hoje não é mais conceituais.
possível visualizar um biólogo em atividade com apenas um

– 47
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Texto para a questão 5. 6. Ao circularem socialmente, os textos


realizam-se como práticas de linguagem,
assumindo configurações específicas,
formais e de conteúdo. Considerando o contexto em que
circula o texto publicitário, seu objetivo básico é
a) influenciar o comportamento do leitor, por meio de apelos
que visam à adesão ao consumo.
b) definir regras de comportamento social pautadas no com-
PORTUGUÊS

bate ao consumismo exagerado.


c) defender a importância do conhecimento de informática
pela população de baixo poder aquisitivo.
d) facilitar o uso de equipamentos de informática pelas
classes sociais economicamente desfavorecidas.
e) questionar o fato de o homem ser mais inteligente que a
máquina, mesmo a mais moderna.

Módulos 20 e 21 – Níveis da
Linguagem I e II
1. (UNESP) – Assinale a alternativa em que o emprego da
palavra nível é adequado do ponto de vista da norma culta da
língua.
a) A nível de partido esta será a decisão mais adequada.
b) Nunca se viu tanta exploração política a nível de televisão
brasileira.
c) Há pessoas que apreciam mais o clima de cidades que se
situam ao nível do mar.
APADRINHE. IGUAL AO JOÃO, MILHARES DE CRIANÇAS d) Este aparelho a nível de à vista compensa muito mais do
TAMBÉM PRECISAM DE UM MELHOR AMIGO. SEJA O que a nível de a prazo.
MELHOR AMIGO DE UMA CRIANÇA. e) Ao nível da Justiça, fraudar eleições é mais grave, do que
(Anúncio assinado pelo Fundo Cristão para roubar caminhões.
Crianças CCF-Brasil. Revista IstoÉ.
São Paulo: Três, ano 32, n.° 2079, 16 set. 2009.) 2. (UNICAMP) – Num documento obtido na INTERNET, cujo
título é “Como escrever legal”, encontram-se, entre outras, as
seguintes recomendações:
5. Pela forma como as informações estão orga-
1. Evite lugares comuns como o diabo foge da cruz.
nizadas, observa-se que, nessa peça
2. Nunca generalize: generalizar é sempre um erro.
publicitária, predominantemente, busca-se
3. A voz passiva deve ser evitada.
a) conseguir a adesão do leitor à causa anunciada.
b) reforçar o canal de comunicação com o interlocutor.
Todas essas recomendações seguem a mesma estratégia para
c) divulgar informações a respeito de um dado assunto.
produzir um efeito cômico.
d) enfatizar os sentimentos e as impressões do próprio enun-
a) Qual é a estratégia geral utilizada nessas recomendações?
ciador.
b) Explicite como a estratégia geral se realiza em cada uma
e) ressaltar os elementos estéticos, em detrimento do con-
das recomendações acima transcritas.
teúdo veiculado.

3. (FGV) – Observe a palavra sublinhada no seguinte período:


Texto para a questão 6.
A implicação é que esses países talvez se saíssem
MOSTRE QUE SUA MEMÓRIA É MELHOR DO QUE A DE
melhores economicamente se fossem mais parecidos entre
COMPUTADOR E GUARDE ESTA CONDIÇAO: 12X SEM
si.
JUROS.
(Campanha publicitária de loja de eletroeletrônicos.
Revista Época, n.° 424, 3 de jul. 2006.) Essa palavra está sendo usada de acordo com a norma culta?
Explique.

48 –
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4. (CÁSPER LÍBERO) – Assinale a alternativa que apresenta


Texto II
desvio em relação à norma culta.
O CAPOEIRA
a) Teve o desejo vago de realizar qualquer ação notável que
espantasse o irmão e lhe despertasse atenção.
— Qué apanhá sordado?
b) As abas do chapéu jogado para trás, preso debaixo do
— O quê?
queixo pela correia, aumentavam-lhe o rosto queimado,
— Qué apanhá?
faziam-lhe um círculo enorme em torno da cabeça. Pernas e braços na calçada.

PORTUGUÊS
c) Naquele momento Fabiano lhe causava grande admiração.
d) A ideia surgiu-lhe na tarde em que Fabiano botou os
arreios na égua alazã e entrou a amansar-lhe. 7. (UNIRIO) – Através dos textos dados, de Oswald de
e) Ao passar pelo jatobá, virou-lhe o rosto. Andrade, pode-se afirmar que a poesia do Modernismo,
sobretudo a da primeira fase,
5. (PUC-CAMPINAS) – No contexto, está empregado de a) vale-se dos princípios da tradição poética parnasiana.
b) enriquece a linguagem, dinamizando-a, inspirada na
acordo com a norma culta o destacado em
sintaxe clássica.
a) As dificuldades por que passei naquele período são ines-
c) aproveita a tradição romântica de libertar a fantasia.
quecíveis.
d) mostra a preocupação com o purismo da linguagem.
b) É muita incompatibilidade, é onde que nós vamos nos
e) confere à linguagem coloquial categoria de valor literário.
desentender.
c) Sendo que é sério, todos o respeitam.
8. (FUVEST) – Você pode dar um rolê de bike, lapidar o
d) Chegaram à perguntar sobre o destino daquela carta.
estilo a bordo de um skate, curtir o sol tropical, levar sua gata
e) Ele errou o caminho por causa que não tinha mapa.
para surfar.

6. (FUVEST) – As aspas marcam o uso de uma palavra ou


Considerando-se a variedade linguística que se pretendeu
expressão de variedade linguística diversa da que foi usada no
reproduzir nesta frase, é correto afirmar que a expressão
restante da frase em:
proveniente de variedade diversa é
a) Essa visão desemboca na busca ilimitada do lucro, na
a) “dar um rolê de bike”.
apologia do empresário privado como o “grande herói”
b) “lapidar o estilo”.
contemporâneo.
c) “a bordo de um skate”.
b) Pude ver a obra de Machado de Assis de vários ângulos,
d) “curtir o sol tropical”.
sem participar de nenhuma visão “oficialesca”.
e) “levar sua gata para surfar”.
c) Nas recentes discussões sobre os “fundamentos” da eco-
nomia brasileira, o governo deu ênfase ao equilíbrio fiscal.
9. (FADISC) – A expressão “tipo assim” está virando um
d) O prêmio Darwin, que “homenageia” mortes estúpidas,
cacoete de linguagem coloquial; portanto, na formulação frasal:
foi instituído em 1993.
“Não gosto de ouvir os clássicos, tipo assim Chico, Jobim;
e) Em fazendas de Minas e Santa Catarina, quem aprecia o meu estilo é mais o funk”, se a expressão fosse substituída
campo pode curtir o frio, ouvindo “causos” à beira da pelo registro culto de língua, equivaleria a
fogueira. a) tipo. b) como.
c) assim. d) tipo como.
Textos para a questão 7. e) como qualquer tipo.
Texto I
PRONOMINAIS Texto para a questão 10.

Tecnologia
Dê-me um cigarro Hackers invadem a rede de
Diz a gramática computadores da Microsoft
Do professor e do aluno 27 out. 2000
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco Direção da maior empresa de softwares do mundo
Da Nação Brasileira descobriram que invasores tiveram acesso aos códigos
Dizem todos os dias produzidos pela companhia e chamam o FBI para ajudar
Deixa disso camarada nas investigações.
Me dá um cigarro. (Veja online – notícias diárias)

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10. (UFSCar) – No trecho reproduzido, incorre-se num erro


eletricidade. Recordemos, também, que mais da metade da
gramatical, por conta
população mundial não tem acesso aos diversos serviços
a) da concordância do verbo “descobriram”.
oferecidos pela rede telefônica.
b) do emprego de artigo em “aos códigos”.
Esta livre circulação de imagens e de palavras, que
c) da apassivação do verbo “produzidos”.
prefigure o mundo de amanhã, até no que possa ter de
d) da regência do verbo “chamam”.
perturbador, transformou tanto as relações internacionais,
e) do complemento do verbo “tiveram”.
como a compreensão do mundo pelas pessoas, é um dos
PORTUGUÊS

grandes aceleradores da mundialização.


Texto para a questão 11.
(Jacques Delors)
Quando ouvimos a fala de alguém, principalmente se se
trata de alguém diferente de nós (mais pobre, mais igno-
1. (UNIFOR) – O texto explora como ideia central
rante, de outra região do país), certamente percebemos em
a) o possível aspecto original da sociedade do futuro.
sua fala algumas características que nos chamam a
b) o difícil acesso dos sistemas de informação para alguns
atenção. A algumas dessas características estamos
países.
acostumados a chamar de erros.
c) os prejuízos ligados a zonas desprovidas de eletricidade.
(Sírio Possenti)
d) a diversidade de serviços oferecidos pela rede telefônica.
e) as decorrências positivas da comunicação globalizada.
11. (MACKENZIE) – Assinale a alternativa correta.
a) “Se se trata de alguém diferente de nós” – a sequência de
2. (UNIFOR) –
duas conjunções subordinativas condicionais enfatiza a
I. Do avanço da tecnologia decorrerá uma sociedade do
hipótese levantada.
futuro independente da herança do passado.
b) A flexão número-pessoal do verbo da primeira oração
II. A abolição das distâncias representa uma garantia de
aponta para um relato do qual o autor se exclui.
eficácia do processo da interatividade humana.
c) Está implícito o zelo purista com o uso da língua
III. As relações internacionais se tornariam impossíveis
portuguesa, o que se junta a um protesto contra o descaso
sem livre circulação de imagens e palavras.
de muitos falantes.
d) Implicitamente, interpreta-se como discriminação o que
Está de acordo com o texto o que se afirma somente em
costumamos chamar de “erro”.
a) I e II.
e) As expressões intercaladas, que caracterizam “alguém
b) II e III.
diferente de nós”, denunciam uma das causas da
c) I.
decadência da língua portuguesa.
d) II.
e) III.

Módulos 22 e 23 – Dissertação – 3. Identifique o valor semântico dos termos ou locuções


Correção, Coesão destacadas no contexto em que se encontram.
e Coerência I e II a) “As informações mais rigorosas e mais atualizadas podem
ser postas ao dispor de quem quer que seja (...) e atingem
Texto para as questões 1 e 2. as regiões mais recônditas.”
b) “Em breve, a interatividade permitirá não só emitir e re-
As novas tecnologias fizeram a humanidade entrar na ceber informações, mas também dialogar, discutir e
era da comunicação universal; abolindo as distâncias, transmitir informações e conhecimentos (...).”
concorrem muitíssimo para moldar a sociedade do futuro, c) “Não podemos esquecer, contudo, que numerosas popu-
que não corresponderá, por isso mesmo, a nenhum modelo lações carentes vivem ainda afastadas desta evolução,
do passado. As informações mais rigorosas e mais principalmente em zonas desprovidas de eletricicidade.”
atualizadas podem ser postas ao dispor de quem quer que d) “Recordemos, também, que mais da metade da popula-
seja, em qualquer parte do mundo, muitas vezes, em tempo ção mundial não tem acesso aos diversos serviços
real, e atingem as regiões mais recônditas. Em breve, a oferecidos pela rede telefônica.”
interatividade permitirá não só emitir e receber e) “Esta livre circulação de imagens e de palavras, que prefi-
informações, mas também dialogar, discutir e transmitir gure o mundo de amanhã, até no que possa ter de pertur-
informações e conhecimentos, sem limite de distância ou bador.
de tempo. Não podemos esquecer, contudo, que f) “Esta livre circulação de imagens e de palavras (...) trans-
numerosas populações carentes vivem ainda afastadas formou tanto as relações internacionais, como a compre-
desta evolução, principalmente em zonas desprovidas de ensão do mundo pelas pessoas (...)

50 –
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4. No período “abolindo as distâncias, [as novas tecnologias] 4. (FUVEST) – Do ponto de vista da composição, é correto
concorrem muitíssimo para moldar a sociedade do futuro”, a afirmar que o capítulo “Filosofia dos epitáfios”
primeira oração é reduzida, porque o verbo está no gerúndio a) é predominantemente dissertativo, servindo os dados do
(abolindo). enredo e do ambiente como fundo para a digressão.
a) Desenvolva a oração, introduzindo a conjunção que man- b) é predominantemente descritivo, com a suspensão do
tém o sentido do período. curso da história dando lugar à construção do cenário.
b) Identifique a relação que se estabelece entre as orações. c) equilibra em harmonia narração e descrição, à medida que
faz avançar a história e cria o cenário de sua ambientação.

PORTUGUÊS
Módulo 24 – Descrição d) é predominantemente narrativo, visto que o narrador evoca
os acontecimentos que marcaram sua saída.
Nos exercícios de números 1 a 3, reconheça a modalidade de e) equilibra narração e dissertação, com o uso do discurso
redação dos textos e justifique sua resposta. indireto para registrar as impressões que o ambiente
provoca no narrador.
1. O relógio era uma enorme cebola de ouro, suíço, pedras
preciosas nos ponteiros, o tampo em filigranas, uma jóia, uma 5. (UFPB) – Quanto ao modo de composição, o texto
antiguidade, uma relíquia, uma preciosidade.
Da casa-grande até a cachoeira se alçava um renque de
(Ribeiro Lester)
cajueiros revelhos tão conchegados uns aos outros que
formavam – mal comparando – uma baita lagarta verde de
2. Tinha seis ou sete anos, nunca se lembrou bem. Foi até o
pés cinza.
criado-mudo, a pedido do pai, apanhar o relógio. Relógio do
(José Américo)
avô... No ato de pegar, deixou-o cair. Relógio quebrado. Surra.
Uma surra violentíssima, inesquecível.
(Ribeiro Lester) apresenta-se sob a forma de
a) narração.
3. O homem ocidental civilizado vive num mundo que gira de b) narração e dissertação.
acordo com os símbolos mecânicos e matemáticos das horas c) descrição.
marcadas pelo relógio. É ele que vai determinar seus movi- d) descrição e narração.
mentos e dificultar suas ações. O relógio transformou o tempo, e) dissertação e descrição.
transformando-o de um processo natural em uma mercadoria
que pode ser comprada, vendida e medida como um sabonete Texto para questão 6.
ou um punhado de passas de uvas. E, pelo simples fato de Está a verdade naquilo que sucede todos os dias, nos
que, se não houvesse um meio para marcar as horas com quotidianos acontecimentos, na mesquinhez e chatice da
exatidão, o capitalismo industrial nunca poderia ter se vida, na imensa maioria dos homens ou reside a verdade no
desenvolvido, nem teria continuado a explorar os sonho que nos é dado sonhar para fugir de nossa triste
trabalhadores, o relógio representa um elemento de ditadura condição? Como se elevou o homem em sua caminhada
mecânica na vida do homem moderno, mais poderoso do que pelo mundo: através do dia-a-dia de miséria e futricas ou
qualquer outro explorador isolado, de que qualquer outra pelo livre sonho, sem fronteiras nem limitações? [...] Onde
máquina. está a verdade, respondam-me por favor, na pequena
(George Woodcock)
realidade de cada um ou no imenso sonho humano? Quem
a conduz pelo mundo afora, iluminando o caminho do
Texto para a questão 4. homem?
FILOSOFIA DOS EPITÁFIOS (AMADO, Jorge. Os velhos marinheiros; duas histórias
do cais da Bahia. São Paulo, Martins, 1972. p. 295.)
Saí, afastando-me do grupo, e fingindo ler os
epitáfios. E, aliás, gosto dos epitáfios; eles são, entre a 6. (UFPB) – Quanto ao modo de composição, o texto é
gente civilizada, uma expressão daquele pio e secreto a) descritivo.
egoísmo que induz o homem a arrancar à morte um farrapo b) narrativo.
ao menos da sombra que passou. Daí vem, talvez, a tristeza c) dissertativo.
inconsolável dos que sabem os seus mortos na vala d) narrativo e descritivo.
comum; parece-lhes que a podridão anônima os alcança a e) narrativo, dissertativo e descritivo.
eles mesmos.
(Machado de Assis,
Memórias Póstumas de Brás Cubas)

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4) A, B, E
Vide resoluções comentadas no site:
www.curso-objetivo.br
5) D
PORTUGUÊS

FRENTE 1 6) D

Módulos 19 e 20 – Pontuação I e II 7) D

1) C Módulos 22 e 23 – Concordância Verbal I e II

2) D 1) B

3) B 2) E

4) A 3) B

5) A 4) B, C, D

6) C 5) E

7) E 6) E

8) E 7) D

9) C 8) E

10) E 9) E

11) A, C, D, E, F, G, H 10) A

12) B, D 11) E

13) A 12) B

14) D 13) B

15) B 14) E

15) A

Módulo 21 – Concordância Nominal 16) C

1) D 17) E

2) C 18) D

3) E 19) A

52 –
C3_3ANO_SP_LARANJA_CAD_TAREFAS_2020_PORT_GK 15/05/2020 18:35 Página 53

20) D 3) E

21) C 5) A

6) D
23) A, B, E, F

7) D
24) A

PORTUGUÊS
8) E
25) D
9) D
26) B
10) D

Módulo 24 – Regência Verbal


Módulo 21 – José Lins do Rego
1) D
3) C

2) A
4) C

3) C
5) D

4) D 6) B

5) A Módulo 22 – Jorge Amado

6) E 1) C

7) A 2) E

3) C
8) E

4) E
9) E

10) D
Módulo 23 – Guimarães Rosa (I)
11) E
1) E
12) A
2) B

13) B
3) D

4) C

FRENTE 2 5) B

6) A
Módulos 19 e 20 – Graciliano Ramos (I) e (II)
7) B
1) C
8) D
2) E

– 53
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Módulo 24 – Guimarães Rosa (II) 11) A

12) E
OBS.: Neste módulo constam apenas questões discursivas.

13) A

FRENTE 3 Módulo 22 – Análise de Texto


PORTUGUÊS

1) B
Módulo 19 – Análise de Texto
2) D
1) C
3) E
2) A
4) A
3) D
5) C
4) C
6) E
5) C
7) A

Módulo 20 – Análise de Texto 8) D

9) B
3) C

10) B
4) B

Módulo 23 – Análise de Texto


Módulo 21 – Análise de Texto
OBS.: Neste módulo constam apenas questões discursivas.

1) C

2) D Módulo 24 – Análise de Texto

3) B 1) C

4) A 2) D

5) A 3) E

4) E
6) B

5) A
7) D
6) B
8) E
7) B
9) A
8) C
10) A

54 –
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FRENTE 4 Módulos 22 e 23 – Dissertação – Correção, Coesão


e Coerência I e II

Módulo 19 – Funções da Linguagem


1) E
1) D
2) C

PORTUGUÊS
2) C

3) B

Módulo 24 – Descrição
4) E

4) A
5) A

5) C
6) A

6) C

Módulos 20 e 21 – Níveis da Linguagem I e II

1) C

4) D

5) A

6) E

7) E

8) B

9) B

10) A

11) D

– 55
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Rascunho
PORTUGUÊS

56 –

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