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Memorex OAB - Rodada 03

Este documento fornece dicas sobre ética profissional para advogados, abordando tópicos como mandato e procuração, tipos de mandato, riscos do mandato, início e término do mandado, renúncia, revogação e substabelecimento do mandato.
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 03

Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.


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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 03

Parabéns por ter dado esse passo importante na sua preparação, meu amigo(a). Temos
TOTAL certeza de que este material vai te fazer ganhar muitas questões e garantir a sua
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Você está tendo acesso agora à Rodada 03. As outras 03 rodadas serão
disponibilizadas na sua área de membros conforme o cronograma abaixo:

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Rodada 02 Disponível Imediatamente
Rodada 03 Disponível Imediatamente
Rodada 04 21/01
Rodada 05 26/01
Rodada 06 28/01

Convém mencionar que todos que adquirirem o material completo irão receber TODAS AS
RODADAS já disponíveis, independente da data de compra.

Nesse material focamos também nos temas mais simples e com mais DECOREBA, pois,
muitas vezes, os deixamos de lado e isso pode custar sua aprovação.

Lembre-se: uma boa revisão é o segredo da APROVAÇÃO.

Portanto, utilize o nosso material com todo o seu esforço, estudando e aprofundando cada
uma das dicas.

Se houver qualquer dúvida, você pode entrar em contato conosco enviando suas dúvidas
para: [email protected]

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ÍNDICE

ÉTICA ........................................................................................................................................4
FILOSOFIA DO DIREITO ..............................................................................................13
DIREITO CONSTITUCIONAL ......................................................................................16
DIREITOS HUMANOS .....................................................................................................32
DIREITO INTERNACIONAL .........................................................................................35
DIREITO TRIBUTÁRIO ..................................................................................................39
DIREITO ADMINISTRATIVO ......................................................................................46
DIREITO AMBIENTAL ....................................................................................................59
DIREITO CIVIL ..................................................................................................................63
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ..................................................71
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR ...............................................................74
PROCESSO CIVIL .............................................................................................................79
DIREITO EMPRESARIAL ...............................................................................................95
DIREITO PENAL ..............................................................................................................101
PROCESSO PENAL..........................................................................................................113
DIREITO DO TRABALHO.............................................................................................127
PROCESSO DO TRABALHO ........................................................................................139

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ÉTICA

DICA 01
DO MANDATO/PROCURAÇÃO
O mandato ou procuração é o meio pelo qual o cliente confere poderes ao advogado
para representá-lo judicial ou extrajudicialmente.

nome e qualificação do outorgante;

nome e qualificação do outorgado;


A PROCURAÇÃO
deve conter:
poderes conferidos;

data e assinatura dos outorgantes.

DICA 02
TIPOS DE MANDATO

INSTRUMENTO PÚBLICO: reconhecimento de firma.

INSTRUMENTO PARTICULAR: dispensa o reconhecimento de firma.

ATUAÇÃO SEM PROCURAÇÃO: No caso de urgência, o advogado poderá atuar sem


procuração, desde que;

apresente em 15 dias, prorrogável por igual período.


DICA 03
SOBRE OS RISCOS DO MANDATO

O advogado deve informar o cliente sobre:

Os RISCOS da sua pretensão;

As consequências da demanda.

Tal ciência de advogado para cliente deverá ser de modo CLARO e INEQUÍVOCO.
DICA 04
DO INÍCIO E TÉRMINO DO MANDADO

INÍCIO: TÉRMINO:

constituição advogado e cliente; trânsito em julgado da causa;

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nomeação ad hoc (nomeação de um arquivamento da causa;


advogado temporário)
renúncia, revogação ou
substabelecimento

DICA 05
RENÚNCIA DO MANDATO

podendo ocorrer por quebra de confiança ou por vontade do advogado;

É ato unilateral e privativo do advogado,

Pode ser realizado sem menção da motivação;

A renúncia não exclui responsabilidade por danos causados a clientes/terceiros.

ATENÇÃO!!

Mesmo após renúncia, o advogado deverá permanecer no processo pelo PRAZO de 10


dias, salvo outro patrono seja constituído nos autos antes.

DICA 06
DA REVOGAÇÃO DO MANDATO

A revogação do mandato poderá ocorrer:

podendo ocorrer por quebra de confiança ou por vontade do cliente;

NÃO desobriga o cliente, ao pagamento das custas e verbas proporcionais aos


honorários do advogado, sendo contratuais ou sucumbenciais;

É ato unilateral e privativo do CLIENTE,

NO ato de revogação, deverá constituir novo patrono.


DICA 07
DO SUBSTABELECIMENTO
Transferência de poderes de um advogado constituído para outro.

Ato pessoal do advogado, sendo:

SEM reserva de poderes - exige o ato pessoal do advogado


conhecimento prévio e inequívoco
do cliente.

COM reserva de poderes. os honorários devem ser ajustados


antecipadamente entre os advogados.

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DICA 08
PONTOS IMPORTANTES
O advogado deve guardar segredo profissional ao postular contra ex-cliente ou
empregador em nome de terceiros;
Na situação descrita anteriormente, o advogado deve aguardar o prazo de 02 anos da
rescisão contratual ou demissão para postulação;
Fica proibido (defeso) ao advogado funcionar como preposto e advogado,
simultaneamente no mesmo processo.
DICA 09
DA PUBLICIDADE
Fundamento legal: Art. 39 A 47-A CED; Art. 5º e 7º EAOAB
A publicidade tem caráter informativo, por isso, preza pela descrição e sobriedade.

é vedado captação de clientela e mercantilização da profissão.

a publicidade, será informativa, discreta e sóbria.


DICA 10
VEDADO AO ADVOGADO OS SEGUINTES MEIOS DE PUBLICIDADE:

Cinema, rádio, televisão;

Outdoors, painéis luminosos, formas semelhantes;

Inscrições em qualquer espaço público;

Divulgação da advocacia com outras atividades;

Fornecimento de dados de contato (telefone, endereço), em colunas ou artigo


literários entre outros, publicados na imprensa;

Permitido apenas a referência de e-mail, quando participação em programas de rádio


ou televisão

Mala direta, distribuição de panfletos como forma de captação de clientela.

Inclusão de fotografias pessoais/terceiros em cartões

Menção a cargo, emprego, função em cartão ou material de escritório, salvo o de


professor universitário.

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DICA 11
VEDAÇÕES AO ADVOGADO

É vedado ao advogado:

Responder com habitualidade, sobre matérias jurídicas em meios de comunicação;

Debater, em meios de comunicação, causas sob patrocínio de outro patrono.

Abordar tema que podem comprometer a profissão e a classe.

Divulgação de listas de clientelas e demandas.

Insinuar-se para reportagens e declaração públicas.


DICA 12
PUBLICIDADE
Para identificação do escritório, é permitido a “utilização de placas, painéis luminosos, e
inscrições em suas fachadas”.
Telefonia e Internet podem ser utilizadas, desde que não configurem captação de
clientela.

Nos cartões e materiais do escritório, poderá constar:

Nome do advogado;

Nome social ou da sociedade;

Número da inscrição da OAB.


DICA 13
DA APLICAÇÃO DO TAC NA PUBLICIDADE
O novo dispositivo Artigo 47-A e parágrafo único, do CED, traz a possibilidade de
aplicação do TAC quando:
Houver publicidade irregular praticadas por advogados e estagiários;

Será admitida em âmbito de Conselho Seccional e Federal;

Será regulamentada mediante provimento do Conselho Federal.


→ O tac é um termo de ajustamento de conduta possibilitado ao advogado.
DICA 14
PUBLICIDADE

Ainda sobre matéria de publicidade, o advogado:

não deve fornecer dados de contato, como endereço, telefone;

não responder com habitualidade a consulta sobre matéria jurídica.


Vejamos como esse assunto foi tratado em prova:

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QUESTÃO FGV, 2021.


Luiz Felipe, advogado, mantém uma coluna semanal em portal na internet destinado ao
público jurídico. Para que a conduta de Luiz Felipe esteja de acordo com as normas
relativas à publicidade da profissão de advogado, ele poderá:
c) responder à consulta sobre matéria jurídica de forma esporádica.
RESPOSTA: alternativa “c” – fundamentada no Art. 42, I do CED.
COMENTÁRIO: Luiz Felipe, não poderá participar de forma HABITUAL da coluna em
portal da internet em que participa.

DICA 15
DA INCOMPATIBILIDADE E DO IMPEDIMENTO
Fundamento legal: Art. 27 A 30 EAOAB

INCOMPATIBILIDADE IMPEDIMENTO

ARTIGO 28 ARTIGO 30
EAOAB EAOAB

PROIBIÇÃO PROIBIÇÃO
TOTAL PARCIAL

DICA 16
DA INCOMPATIBILIDADE
As causas de incompatibilidade estão descritas nos incisos de i a viii do artigo 28
EAOAB, sendo:

CHEFE DO PODER EXECUTIVO (INCLUINDO OS VICES)

Ex.: Prefeito.

MEMBROS DA MESA e seus substitutos legais – PODER LEGISLATIVO

Ex.: SENADORES, DEPUTADOS

Membros e ÓRGÃOS PODER JUDICIÁRIO (ATENÇÃO! Exceção DICA 18)

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Ex.: JUIZ

Membros do Ministério Público

Ex.: PROMOTOR

Todos os que exercem função de julgamento em órgão de deliberação coletiva da


Administração Pública direta e indireta.

Aqueles que ocupam cargo/ funções de DIREÇÃO EM SETOR PÚBLICO, nas fundações
concessionárias de serviço público.

Funcionários Públicos no Poder Judiciário.

Ex.: ESCREVENTE

DICA 17
ATIVIDADES INCOMPATÍVEIS COM A ADVOCACIA

São atividades incompatíveis com a advocacia:

Atividade Policial – cargo ou função vinculados e de qualquer natureza;

Militares;

Ocupantes de cargos e funções ligados a contribuição parafiscal e lançamento de


tributos;

diretor ou gerente de instituições financeiras, ainda que privada.

Ex.: bancos.
MACETE! Cargos e funções de direção e gerência serão incompatíveis.
É importante que o candidato, se possível, fala uma leitura dos incisos indicados acima,
pois este é um tema de alta incidência na OAB.
DICA 18
EXCEÇÕES DAS INCOMPATIBILIDADES
A exceção aos membros do poder judiciário, será o cargo do juiz eleitoral, onde o
advogado, poderá exercer a advocacia e a função de juiz eleitoral, tendo a limitação em
atuar junto a justiça eleitoral, podendo atuar em outros órgãos.

Aos militares, aplica-se àqueles que estão na ativa, sendo marinha, exército e
aeronáutica.
ATENÇÃO! Médicos e dentista legistas, são considerados polícia direta.
DICA 19
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A INCOMPATIBILIDADE
→ Sobre aposentado e exonerado, não são incompatíveis;

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→ Militares na reserva também não são incompatíveis;
→ O ocupante de cargo ou função que não esteja exercendo-a temporariamente, ainda é
incompatível ao exercício da advocacia.
→ Nos casos de incompatibilidade em caráter definitivo, a inscrição do advogado será
cancelada. Art. 11, IV, §1º EAOAB.
→ Exercício de atividade incompatível, impossibilita a inscrição nos quadros da OAB,
seja estagiário ou advogado.
DICA 20
ADVOGADO APROVADO PARA O CARGO DE TÉCNICO JUDICÁRIO
Nos casos em que o advogado, inscrito na OAB, é aprovado em concurso público para
o cargo de técnico judiciário, este, terá sua inscrição, CANCELADA.

QUESTÃO FGV, 2021.


Carlos é aluno do primeiro período do curso de Direito. Vinícius é bacharel em Direito,
que ainda não realizou o Exame da Ordem. Fernanda é advogada inscrita na OAB. Todos
eles são aprovados em concurso público realizado por Tribunal de Justiça para o
preenchimento de vagas de Técnico Judiciário.
Após a investidura de Carlos, Vinícius e Fernanda em tal cargo efetivo e, enquanto
permanecerem em atividade, é correto afirmar que
Fernanda deverá ter sua inscrição na OAB cancelada de ofício ou em virtude de
comunicação que pode ser feita por qualquer pessoa.
RESPOSTA: alternativa “c”.
COMENTÁRIO: fundamentação: Artigo 11, IV, §1º EAOAB. Diante do caso apresentado
em questão, a inscrição de Fernanda deverá ser cancelada de ofício. O CANCELAMENTO
DA INSCRIÇÃO, se dá por ser advogada e portanto, INCOMPATIVEL com o exercício da
advocacia.

DICA 21
DO IMPEDIMENTO
O impedimento será a proibição parcial no exercício da advocacia. (art. 30, incisos I e II
EAOAB).

Os servidores da administração direta, indireta e fundacional, contra a Fazenda


Pública que os remunere ou à qual seja vinculada a entidade empregadora;

os membros do Poder Legislativo, em seus diferentes níveis, contra ou a favor das


pessoas jurídicas de direito público, empresas públicas, sociedades de economia mista,
fundações públicas, entidades paraestatais ou empresas concessionárias ou
permissionárias de serviço público.

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DICA 22
DA EXCEÇÃO DO IMPEDIMENTO
Os docentes de curso jurídico são excluídos do inciso i do artigo 30 do EAOAB.

ATENÇÃO!

O advogado só poderá ministrar aulas em curso de direito, sendo ele impedido para
ministrar aulas de direito em curso de administração, como exemplo.
Essa exceção é apenas aplicável a docentes nas universidades públicas, sendo livre
para ser docente em universidades privadas.

DICA 23
DA ATIVIDADE EXCLUSIVA DA ADVOCACIA

Atividades de advocacia serão exclusivas das funções:

Procurador do Trabalho;

Procurador Geral da Justiça;

Procurador Geral da República;

Defensores Gerais;

Dirigentes de Órgãos Jurídicos da Administração Direta e Indireta.

Serão legitimados exclusivos para a função que exercer, durante o período.

Serão incompatíveis a advocacia privada.

DICA 24
ADVOGADO INCOMPATÍVEL
ATENÇÃO! Cai Em Prova:

Caráter DEFINITIVO: Cancela a Inscrição.


Advogado Incompatível

Caráter TEMPORÁRIO: Licenciamento.

OBS.: No Licenciamento Da Inscrição, O Advogado Permanece Com O Numero, Por Ser


Caráter Provisório.
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Exemplos: Presidente Da República E Vices, Governador, Prefeito E Vices.
DICA 25
ADVOGADO IMPEDIDO
O advogado ficará IMPEDIDO de exercer a advocacia quando:

For Procurador do Município.

Não poderá advogar nem em causa própria.

O advogado, sendo qualquer membro do Poder Legislativo, não poderá advogar


contra ou a favor a administração pública.

QUESTÃO FGV, 2019.


João Pedro, advogado conhecido no Município Alfa, foi eleito para mandato na Câmara
Municipal, na legislatura de 2012 a 2015. Após a posse e o exercício do cargo de
vereador em 2012 e 2013, João Pedro licenciou-se do mandato em 2014 e 2015 a
convite do Prefeito, para exercer o cargo de Procurador-Geral do Município Alfa.
Diante desses fatos, João Pedro,
b) em 2012 e 2013, não poderia exercer a advocacia contra empresa concessionária de
serviço público estadual.
RESPOSTA: alternativa “b”
COMENTÁRIO: fundamento Artigo 29 E 30, II EAOAB. João Pedro, nos anos de 2012 e
2013, ao exercer o cargo de VEREADOR do MUNICÍPIO ALFA, não poderá advogar contra
a empresa concessionária de serviço público estadual.

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FILOSOFIA DO DIREITO
DICA 26
PENSAMENTO JURÍDICO OCIDENTAL – JEAN – JACQUES ROUSSEAU
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) – O pensador suíço é o famoso autor do famoso livro
“O contrato social”, onde discute a origem da sociedade, descreve o estado de
natureza e polemiza o estado cívico. É dele a frase: “O homem nasce bom, a sociedade
o corrompe.” É importante que você saiba que ao falarmos de Rousseau estamos falando
também do movimento iluminista, pois era defensor de suas ideias.
Lembrando: Rousseau, Hobbes e Locke são contratualistas, ou seja, para eles o
Estado em si, quando se celebra um “contrato social”, aonde as pessoas abrem mão de
certa liberdade em troca de segurança, saindo assim do estado de natureza para o estado
social. Mas, diferenciando-o de outros, para Rousseau o processo de contrato social não
foi justo, já que as pessoas trocaram sua liberdade por uma servidão, e não por uma
proteção (segurança) legitima. Logo, Rousseau tem este tom mais crítico ao contrato
social que os demais autores.
Veja como a banca já cobrou este assunto:

QUESTÃO FGV, 2017.


“...só a vontade geral pode dirigir as forças do Estado de acordo com a finalidade de
suas instituições, que é o bem comum... “Jean-Jacques Rousseau
A ideia de vontade geral, apresentada por Rousseau em seu livro Do Contrato Social, foi
fundamental para o amadurecimento do conceito moderno de lei e de democracia.
Assinale a opção que melhor expressa essa ideia conforme concebida por Rousseau no
livro citado.
a) A soma das vontades particulares.
b) A vontade de todos.
c) O interesse particular do soberano, após o contrato social.
d) O interesse em comum ou o substrato em comum das diferenças.
RESPOSTA: Letra D.
COMENTÁRIO: O interesse em comum é a ideia basilar do livro O contrato social, pois
na sua visão deverá haver um interesse social em comum.
E cuidado com a alternativa B, pois a defesa de Rousseau não se concentra na vontade
de todos, mas no interesse em comum.

DICA 27
JOHN STUART MILL
Aluno de Bentham, sendo um defensor do princípio da liberdade, onde o indivíduo não
deve explicações à sociedade, desde que suas ações não causem danos. As ideias de Mill
são mais voltadas à busca da felicidade, mas sem fazer ao próximo, sendo assim a versão
mais “suave” do utilitarismo do Jeremy Bentham. Ou seja, buscar os prazeres certos e

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opor-se à dor. E mais: Ele tinha uma escala de prazeres, sendo alguns vistos como ruins,
e estes prazeres ruins seriam os que causam mal à outra pessoa.

Para Mill → Utilidade = felicidade


DICA DE OURO: Se a questão falou em utilitarismo, muito provavelmente ela estará
abordando algo relacionado ao John Stuart Mill.
Veja como a banca já cobrou este assunto:

QUESTÃO FGV OAB – Exame de Ordem XXX, 2019.


É preciso repetir mais uma vez aquilo que os adversários do utilitarismo raramente fazem
o favor de reconhecer: a felicidade que os utilitaristas adotaram como padrão do que é
certo na conduta não é a do próprio agente, mas a de todos os envolvidos.
John Stuart Mill
Na defesa que Stuart Mill faz do utilitarismo como princípio moral, em seu texto
Utilitarismo, ele afirma que o utilitarismo exige que o indivíduo não coloque seus
interesses acima dos interesses dos demais, devendo, por isso, ser imparcial e até
mesmo benevolente. Assim, no texto em referência, Stuart Mill afirma que, para
aproximar os indivíduos desse ideal, a utilidade recomenda que:
a) as leis e os dispositivos sociais coloquem, o máximo possível, a felicidade ou o interesse
de cada indivíduo em harmonia com os interesses do todo.
b) o Direito Natural, que possui como base a própria natureza das coisas, seja o
fundamento primeiro e último de todas as leis, para que o desejo de ninguém se
sobreponha ao convívio social.
c) os sentimentos morais que são inatos aos seres humanos e conformam, de fato, uma
parte de nossa natureza, já que estão presentes em todos, sejam a base da legislação.
d) as leis de cada país garantam a liberdade de cada indivíduo em buscar sua própria
felicidade, ainda que a felicidade de um não seja compatível com a felicidade de outro.
RESPOSTA: Letra A.

DICA 28
MONTESQUIEU
Autor de "Espírito das Leis", o pensador francês tinha visões mais alinhadas ao
pensamento de Locke, mesmo sendo nobre, enxergava a decadência da monarquia, e
tinha uma preocupação em fazer a mudança do governo de forma mais ponderada. Vem
deste filósofo a ideia de separação dos poderes. Lembrando que a separação dos poderes
foi trabalhada de forma mais incisiva pelos Federalistas.
Visionário, Montesquieu já previa um possível conflito entre a nobreza e o povo.
Conflito este que eclodiu na Revolução Francesa. Montesquieu concebeu o Poder
Judiciário, e mais: Ele via a divisão de poderes como algo necessário, parasse manter o
equilíbrio.

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DICA 29
TEORIA DE IMMANUEL KANT
Immanuel Kant (1724-1804) é um dos maiores representantes da filosofia do século
XVIII, fundou o criticismo filosófico. O pensamento do filósofo Immanuel Kant teve
grande influência na limitação entre moral e direito. Logo, para Kant os seres humanos
são livres, mas para ele também a liberdade em si não é fazer o que se deseja
(como os utilitaristas), uma vez que fazer o que se deseja torna o ser humano escravo de
suas vontades. Ou seja, para Kant o homem deve fazer o que é certo, não pelo medo da
consequência, mas sim pela razão correta de uma ação.
Sua obra mais conhecida é “Crítica da Razão Pura”, mas também há outras obras, como
por exemplo “A Metafísica dos Costumes”, “A Fundamentação da Metafísica dos
Costumes” entre outros.
DICA 30
TEORIA DE HUGO GRÓCIO
O holandês Hugo Grócio nasceu em 1583, em uma cidade bem comercial. Muitos o
consideram o pai do Direito Internacional. Era um defensor do jusnaturalismo,
porém para ele o direito natural nasce na natureza humana racional. É de suma
importância que você saiba que foi nesta época que houve uma espécie de separação da
teologia da ética. Protestante, Grócio tinha uma preocupação com conflitos religiosos,
tanto com os conflitos entre católicos e protestantes quanto com os conflitos entre os
protestantes (arminianos X calvinistas). Ou seja, ele traz um sistema de justiça, direito
natural e ética baseado na razão, sem interferências de cunho religioso. Suas ideias fazem
parte do chamado jusnaturalismo racional.

Mas por qual motivo ele é considerado como pai do Direito internacional?
Simples, na visão do pensador Grócio, ele discorre sobre uma sociedade internacional, que
tivesse regras de convivência pacificas, com base no concesso, algo muito parecido com o
que vemos hoje nas Nações Unidas.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
DICA 31
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS: HABEAS CORPUS
ATENÇÃO!

HABEAS CORPUS:
sua principal finalidade é a proteção à liberdade de locomoção
contra abuso de poder e ilegalidades; ao passo que sua principal característica é a
informalidade.

Preventivo: não é necessária a efetiva lesão, mas apenas a ameaça à lesão ao


direito de locomoção do indivíduo.

Repressivo: já houve a lesão ao direito do indivíduo, logo a medida é utilizada para


reprimir a ofensa e cessá-la.

Suspensivo: o pedido será um contramando da prisão, pois será cabível quando a


ordem de prisão tenha sido expedida, mas ainda não cumprida.

Não é cabível em caso de punições militares disciplinares, salvo para discutir a


legalidade da medida ou a competência da autoridade responsável pela expedição da
ordem.

DICA 32
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS: MANDADO DE SEGURANÇA E HABEAS DATA

MANDADO DE SEGURANÇA:
tem por objetivo resguardar direito líquido e certo
contra abuso de poder ou ilegalidade praticado por autoridade pública ou agente de
pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;

Caráter subsidiário, uma vez que será utilizado quando não couber impetração de
habeas corpus ou habeas data.

Direito líquido e certo é aquele que possui prova documental pré-constituída.

MS Coletivo: poderá ser impetrado por partido político com representação no


Congresso; entidade de classe, organização sindical ou associação constituída a mais
de 1 ano e com pertinência temática.

HABEAS DATA:
será concedido habeas data com o objetivo de assegurar o
conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; ou
ainda para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo ou processo sigiloso,
judicial ou administrativo.

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NÃO pode ser impetrada em favor de terceiro, apenas em prol do próprio


impetrante.

Só pode ser impetrado após o esgotamento da via administrativa: a inicial


deverá ser proposta acompanhada da recusa ao acesso às informações ou do decurso
de mais de 10 dias sem decisão.

DICA 33
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS: MANDADO DE INJUNÇÃO E AÇÃO POPULAR

MANDADO DE INJUNÇÃO
cabível em caso de omissão total ou parcial de norma
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania, ex. art. 37, VII,
CF/88.

AÇÃO POPULAR:
qualquer cidadão é parte legítima para propor ação
popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o
Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio
histórico e cultural.

Objetivo: tutela do patrimônio público ou entidade de que o Estado participe;


moralidade administrativa; o meio ambiente e o patrimônio histórico e cultural.

Isenção de custas judiciais e sucumbenciais, salvo em caso de litigância de má-


fé, e é necessária assistência de advogado.

Não é necessário a ocorrência de efetivo dano patrimonial para que a ação seja
proposta; isto é; a lesão à moralidade não pressupõe a lesão material.

DICA 34
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS

REMÉDIO FINALIDADE GRATUIDADE ADVOGADO

Habeas Corpus Liberdade de locomoção SIM NÃO

Habeas Data Direito de informação pessoal SIM SIM


e retificação.

Mandado de Proteger direito líquido e NÃO SIM


Segurança certo, não amparado por HC
ou HD.

Mandado de Sanar omissões legislativas NÃO SIM


Injunção
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Ação Popular ANULAR ATO LESIVO SIM SIM

DICA 35
NACIONALIDADE
A Constituição Federal, em seu Art. 12, §2º, proíbe diferenciação entre brasileiros natos e
naturalizados.

Contudo, alguns cargos públicos são privativos a brasileiros natos:

Presidente e Vice-Presidente da República;

Presidente da Câmara dos Deputados;

Presidente do Senado Federal;

Ministro do Supremo Tribunal Federal;

Carreira diplomática;

Oficial das Forças Armadas;

Ministro de Estado da Defesa.

ATENÇÃO!

Nota-se que o brasileiro naturalizado PODE ocupar o cargo de deputado ou


senador, o que não pode é ser presidente dessas Casas.

Os portugueses equiparados não podem ocupar cargos privativos de brasileiro nato,


já que eles recebem o tratamento de brasileiro naturalizado.

DICA 36
DIREITOS POLÍTICOS
São direitos que asseguram a soberania popular, através do alistamento eleitoral, o qual
garante o exercício da cidadania.

Direitos Políticos Negativos: traduzem os impedimentos e as causas de


inelegibilidade, sejam a impossibilidade de participar das eleições ou privação dos direitos
políticos.

Direitos Políticos Positivos: possibilidade das pessoas de votarem ou serem


votadas, traduzido no conhecido direito de sufrágio.

Soberania Popular: plebiscito é a consulta do povo em um momento prévio à


elaboração da lei, já o referendo é a consulta que ocorre após a elaboração de lei.
DICA 37
DIREITOS POLÍTICOS
Sobre o tema dos direitos políticos, tem sido cobrado em provas de concursos apenas a
literalidade dos dispositivos legais dos arts. 14 a 16, da CF.
Todos os direitos reservados. proibida cópia, plágio ou comercialização.
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DIREITO DE VOTAR

VOTO OBRIGATÓRIO VOTO FACULTATIVO VOTO PROIBIDO

Maiores de 18 anos e Maior de 16 anos e Menor de 16 anos;


menor de 70 anos. menor de 18 anos;

Maior de 70 anos; Militar conscrito

Analfabetos Estrangeiros

DICA 38
DIREITOS POLÍTICOS POSITIVOS
Os direitos políticos positivos permitem a participação do indivíduo no processo
eleitoral e na vida política do Estado.

Os direitos políticos positivos subdividem-se em:

Direito do sufrágio (é o direito de votar e ser votado);

Alistabilidade (capacidade eleitoral ativa – votar);

Elegibilidade (capacidade eleitoral passiva – ser votado);


O voto é a forma pela qual se exerce o sufrágio. Atualmente o sufrágio é universal,
ou seja, não há restrições quanto ao exercício do voto. Ao contrário do sufrágio restritivo,
que condicionava o voto, por exemplo, a características econômicas.
A alistabilidade são as condições para o exercício do direito de voto, sendo
considerados inalistáveis os conscritos (quem está prestando o serviço militar
obrigatório) e os estrangeiros.
A elegibilidade corresponde a capacidade de ser votado, cujos requisitos estão
elencados no art. 14, §3º, da CF (leitura obrigatória).

ATENÇÃO!

Para as idades mínimas para concorrer a cargos eletivos:

35 anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;


30 anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;

21 anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-


Prefeito e juiz de paz; e

18 anos para Vereador.

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DICA 39
DIREITOS POLÍTICOS NEGATIVOS
Os direitos políticos negativos referem-se às inelegibilidades, condições específicas que
impedem o registro da candidatura.

A inelegibilidade pode ser absoluta ou relativa:

A Inelegibilidade absoluta se refere à condição da pessoa e aplica-se apenas para


os ANALFABETOS e INALISTÁVEIS (estrangeiros e conscritos).

A Inelegibilidade relativa está relacionada ao cargo ocupado.

São hipóteses:

Relacionada ao cargo de Chefe do Executivo (Presidente, Governador e Prefeito) –


apenas poderão ser reeleitos para um único período subsequente;

Relacionadas a outros cargos – aplica-se apenas para os cargos de Chefe do


Executivo, pois se quiserem concorrer a outros cargos eletivos, terão que se
desincompatibilizar 6 meses antes da eleição.

Relacionados a cargos não eletivos: os militares deverão cumprir os requisitos do


art. 14, §8º, da CF; aos juízes e membros do Ministério Público são vedadas a dedicação
a atividades político-partidárias.

Relacionadas ao parentesco – São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o


cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por
adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito
Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao
pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição (art. 14, §7º, da CF)

Lei complementar poderá estabelecer outras hipóteses de inelegibilidade.


DICA 40
DIREITOS POLÍTICOS NEGATIVOS – DESINCOMPATIBILIZAÇÃO
A desincompatibilização significa a condição para que os Chefes do Executivo
concorram a outros cargos eletivos.
“Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado
e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis
meses antes do pleito” (art. 14, §6º, da CF).
Suponha que o Governador do Estado A manifeste o interesse de não concorrer à
reeleição e queria disputar as próximas eleições para o cargo de Senador. Dessa forma,
para que o Governador posse concorrer a uma das vagas ao Senado, precisa renunciar
ao seu mandato como Governador até 6 meses antes do pleito (eleição).
Caso não renuncie o mandado, haverá uma causa de inelegibilidade relativa, que o
impedirá de disputar as eleições ao Senado Federal.

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DICA 41
DIREITOS POLÍTICOS NEGATIVOS – INELEGIBILIDADE EM RAZÃO DO
PARENTESCO
Essa espécie de inelegibilidade relativa, quanto ao parentesco, também somente se
aplica aos cargos de Chefe do Executivo.
Dispõe o art. 14, §7º, da CF que “São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o
cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por
adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito
Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao
pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.”
Suponha que o filho do Governador do estado A queira concorrer às próximas eleições
para o cargo de deputado estadual do estado A. Caso o Governador esteja exercendo o
seu mandato, o filho do Governador não poderá se candidatar ao cargo de deputado
estadual daquele mesmo estado.
Exceções:

Se o filho do governador do estado A se candidatar para deputado estadual ou qualquer


outro cargo em outro estado, não haverá inelegibilidade;

Se o filho do governador já exercia o cargo político de deputado estadual no estado A,


não haverá inelegibilidade se ele se candidatar à reeleição, mesmo que o governador seja
seu pai;

Por fim, se o Governador renunciar ao mandato 6 meses antes do pleito, o seu filho
poderá se candidatar a cargo eletivo no mesmo estado.
DICA 42
DIREITOS POLÍTICOS NEGATIVOS – MILITARES
Os militares conscritos são inalistáveis e, por consequência, são inelegíveis de forma
absoluta.

Os militares alistáveis, que não estão conscritos, são elegíveis, atendidas as seguintes
condições:
Militar com menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;

Militar com mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior
e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.
DICA 43
DIREITOS POLÍTICOS – PERDA E SUSPENSÃO
É vedada a cassação dos direitos políticos, contudo é possível a perda ou suspensão
(art. 15, da CF).

PERDA SUSPENSÃO

Cancelamento da naturalização por Incapacidade civil absoluta;


sentença transitada em julgado;

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Recusa de cumprir obrigação a todos Condenação criminal transitada em


imposta ou prestação alternativa, nos julgado, enquanto durarem seus efeitos;
termos do art. 5º, VIII (neste caso, há
divergência da doutrina, mas a doutrina
majoritária de direito constitucional aponta
como PERDA).

Perda da nacionalidade brasileira em Improbidade administrativa, nos


virtude de aquisição de outra (construção termos do art. 37, § 4º.
da doutrina e jurisprudência).

DICA 44
PARTIDOS POLÍTICOS - DISPOSIÇÕES GERAIS
A Constituição Federal dispõe sobre os partidos políticos no art. 17. Vejamos algumas
das regras mais importantes:
Vigora o Princípio da Liberdade de Organização Partidária, pois é livre a criação,
fusão, incorporação e extinção de partidos políticos.
Essa liberdade, contudo, é mitigada. Devem ser respeitadas a soberania nacional, o
regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana.
Não confundir o Pluripartidarismo, com o Fundamento da República (art. 1º, da
CF) Pluralismo Político.
Além disso devem ser observados os seguintes preceitos:
caráter nacional;
proibição de recebimento de recursos financeiros estrangeiros;
prestação de contas à Justiça Eleitoral;
funcionamento parlamentar de acordo com a lei.

vedação da utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.


Os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado e a sua existência legal
ocorre com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro.
Na CF há disposição expressa de que os partidos políticos deverão REGISTRAR seus
estatutos no Tribunal Superior Eleitoral – TSE.

ATENÇÃO!

Os partidos políticos adquirem personalidade jurídica com a inscrição dos atos


constitutivos no registro de pessoas jurídicas. NÃO é o registro do estatuto no TSE
que dá personalidade jurídica aos partidos políticos.
O ato do TSE que analisa o pedido de registro partidário não tem caráter
jurisdicional, mas tem natureza meramente administrativa.

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Dispõe ainda o art. 17, §5º, da CF - Ao eleito por partido que não preencher os requisitos
previstos no § 3º deste artigo é assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda
do mandato, a outro partido que os tenha atingido, não sendo essa filiação considerada
para fins de distribuição dos recursos do fundo partidário e de acesso gratuito ao tempo
de rádio e de televisão.

JURISPRUDÊNCIA

INAPLICABILIDADE da regra de perda do mandato por infidelidade partidária


ao sistema eleitoral majoritário. As características do sistema proporcional, com
sua ênfase nos votos obtidos pelos partidos, tornam a fidelidade partidária importante
para garantir que as opções políticas feitas pelo eleitor no momento da eleição sejam
minimamente preservadas. Daí a legitimidade de se decretar a perda do mandato do
candidato que abandona a legenda pela qual se elegeu. O sistema majoritário,
adotado para a eleição de presidente, governador, prefeito e senador, tem
lógica e dinâmica diversas da do sistema proporcional. As características do sistema
majoritário, com sua ênfase na figura do candidato, fazem com que a perda do
mandato, no caso de mudança de partido, frustre a vontade do eleitor e vulnere a
soberania popular (CF, art. 1º, parágrafo único; e art. 14, caput). [ADI 5.081, rel.
min. Roberto Barroso, j. 27-5-2015, P, DJE de 19-8-2015.]

DICA 45
CLÁUSULA DE BARREIRA
Artigo 17, §3º - “Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso
gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos políticos que
alternativamente:
obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 3% (três por
cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da
Federação, com um mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos em cada uma
delas; ou
tiverem elegido pelo menos 15 (quinze) Deputados Federais distribuídos em pelo
menos um terço das unidades da Federação.”

ATENÇÃO!

Essa rígida “cláusula de barreira”, contudo, somente será aplicada a partir das eleições
de 2030, prescrevendo a EC n. 97/2017 regras de transição.

CURIOSIDADE:

Na legislatura seguinte às eleições de 2018:

obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 1,5% dos
votos válidos, distribuídos em pelo menos 1/3 das unidades da Federação, com
um mínimo de 1% dos votos válidos em cada uma delas;

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b) tiverem elegido pelo menos 9 Deputados Federais distribuídos em pelo menos
1/3 das unidades da Federação;

NA LEGISLATURA SEGUINTE ÀS ELEIÇÕES DE 2022:

obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 2% dos votos
válidos, distribuídos em pelo menos 1/3 das unidades da Federação, com um
mínimo de 1% dos votos válidos em cada uma delas;
b) tiverem elegido pelo menos 11 Deputados Federais distribuídos em pelo menos
1/3 das unidades da Federação;

NA LEGISLATURA SEGUINTE ÀS ELEIÇÕES DE 2026:

obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo, 2,5% dos
votos válidos, distribuídos em pelo menos 1/3 das unidades da Federação, com
um mínimo de 1,5% dos votos válidos em cada uma delas;

tiverem elegido pelo menos 13 Deputados Federais distribuídos em pelo menos


1/3 das unidades da Federação.

DICA 46
ORGANIZAÇÃO DO ESTADO

FORMAS DE GOVERNO

MONARQUIA REPÚBLICA

Principais características: Principais características:

Irresponsabilidade; Responsabilidade;

Hereditariedade; Eletividade;

Vitaliciedade. Temporariedade do mandato.

SISTEMA DE GOVERNO

PRESIDENCIALISMO PARLAMENTARISMO

Principais características: Principais características:

As funções de Chefe de Estado e Dois cargos distintos de Chefe de


Chefe de Governo se concentram em Estado e Chefe de Governo;
uma única pessoa;
Em regra, o Chefe de Governo
Mandato Fixo; (Primeiro-Ministro) não tem mandato fixo.

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FORMAS DE ESTADO

ESTADO UNITÁRIO ESTADO FEDERAL

Principais características: Principais características:

Um centro de poder sobre toda a Mais de um centro de poder sobre a


população; população;

DICA 47
ORGANIZAÇÃO POLÍTICO - ADMINISTRATIVA
A República Federativa do Brasil compreende a União, Estados, DF e Municípios.
A CF adotou o que a doutrina denomina de Federalismo de 3º GRAU, pois além das
esferas Federal e Estadual, reconheceu os Municípios como integrantes da Federação.
A União, estados, DF e Municípios são autônomos, o que significa que são dotados de
autoadministração, auto-organização e autogoverno. Vejamos:

Auto-organização corresponde a capacidade de o estado se organizar conforme a


edição da Constituição estadual e das leis estaduais.
Autogoverno está configurado na existência dos três poderes: Poder Executivo
(Governador), Poder Legislativo (Assembleia Legislativa ou Câmara Legislativa no DF) e
Poder Judiciário (Justiça Estadual).
Autoadministração, que é o exercício de competências administrativas,
legislativas e tributárias. Corresponde ao desenvolvimento da auto-organização e do
autogoverno.
DICA 48
REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS
A repartição de competências corresponde ao papel que cada ente federativo (União,
estados, DF e municípios) exercerá.

No Brasil foi utilizado o critério da predominância de interesses, para a repartição


das competências.
Em caso de interesse geral, a competência será da União. Os interesses regionais
são de competência dos Estados. Os municípios têm competência para matérias de
interesse local.

O Distrito Federal acumula as competências Estaduais e Municipais.


DICA 49
COMPETÊNCIAS

As competências podem ser divididas em:


Exclusiva: é atribuída a apenas um ente, mas não admite delegação.
Privativa: é atribuída a apenas um ente, mas admite delegação.
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Comum: são as competências administrativas, é comum a todos os entes da
federação.

Concorrente: são competências legislativas, mais de um ente pode tratar do


assunto. Os municípios estão excluídos desta competência.
DICA 50
REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIA - COMPETÊNCIA EXCLUSIVA
As competências exclusivas são enumeradas no art. 21, da CF.

Essas competências, em sua maioria, têm relação com a República Federativa


do Brasil, Vejamos:

Manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações


internacionais;

Declarar a guerra e celebrar a paz;

Assegurar a defesa nacional;

Permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem
pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente;

Decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal;

Autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico;

Emitir moeda;

Administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza


financeira, especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de
seguros e de previdência privada;

Elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de


desenvolvimento econômico e social;

Sobre a predominância do interesse, observam-se as seguintes competências:

Manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;

Explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de


telecomunicações;

Explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: radiodifusão


sonora, e de sons e imagens; os serviços e instalações de energia elétrica e o
aproveitamento energético dos cursos de água; a navegação aérea, aeroespacial e a

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infraestrutura aeroportuária; os serviços de transporte ferroviário e aquaviário
entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado
ou Território; os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de
passageiros; os portos marítimos, fluviais e lacustres;

Organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos


Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios;

Organizar e manter a polícia civil, a polícia penal, a polícia militar e o corpo de


bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao
Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio;

Conceder anistia;

Explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer


monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a
industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os
seguintes princípios e condições:

toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos
e mediante aprovação do Congresso Nacional;

sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de


radioisótopos para a pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais;

sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e utilização de


radioisótopos de meia-vida igual ou inferior a duas horas;

a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa;

DICA 51
COMPETÊNCIA PRIVATIVA
A Competência privativa está relacionada a matéria legislativa.

Direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico,


espacial e do trabalho;

Mnemônico: CAPACETE PM

C Civil

A Agrário

P Penal

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A Aeronáutico

C Comercial

E Eleitoral

T Trabalho

E Espacial

P Processual

M Marítimo

Desapropriação;

Águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;

Serviço postal;

Diretrizes da política nacional de transportes;

Trânsito e transporte;

Populações indígenas;

Sistemas de consórcios e sorteios;

Normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação,


mobilização, inatividades e pensões das polícias militares e dos corpos de bombeiros
militares;

Seguridade social;

Diretrizes e bases da educação nacional;

Registros públicos;

Atividades nucleares de qualquer natureza;

Normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as


administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito
Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e
sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III;

Propaganda comercial.
DICA 52
DELEGAÇÃO PARA OS ESTADOS
A Competência privativa da União relaciona-se a matéria legislativa e, diferentemente da
competência exclusiva, admite delegação.

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Essa delegação será feita apenas para os Estados e DF, na sua competência legislativa
estadual.
A delegação deve ser feita por lei complementar.
A delegação não pode ser feita de forma genérica. Os estados somente poderão legislar
sobre questões específicas.
DICA 53
COMPETÊNCIA COMUM
A competência comum se relaciona com matérias administrativas e são compartilhadas
entre todos os entes federativos (União, estados, DF e municípios).

As principais competências são:

Proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural,


os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;

Proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à tecnologia, à


pesquisa e à inovação;

Proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;

Preservar as florestas, a fauna e a flora;

Combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a


integração social dos setores desfavorecidos;

Estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.


DICA 54
COMPETÊNCIA CONCORRENTE
A Competência concorrente se relaciona com matérias legislativas e são
compartilhadas entre a União, estados e DF.

ATENÇÃO!

Os Municípios NÃO compartilham da competência CONCORRENTE.

Direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;


Mnemônico:

T Tributário

E Econômico

P Penitenciário

U Urbanístico

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F Financeiro

Juntas comerciais;

Produção e consumo;

Responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de


valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;

Educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e


inovação;

Criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;

Procedimentos em matéria processual;

Previdência social, proteção e defesa da saúde;

Proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;

Proteção à infância e à juventude;


Organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.
DICA 55
COMPETÊNCIA CONCORRENTE
Na competência concorrente, a CF enumerou diversos assuntos que deverão ser
disciplinados pela União, estados e DF.

Com o objetivo de não causar divergência entre os entes federados, a Constituição


estabeleceu que:

A União tem competência para estabelecer normas gerais;

Os Estados e o DF poderão exercer a competência suplementar sobre os assuntos


tratados de forma geral pela União, de acordo com as particularidades de cada Estado e
DF.

Se não houver legislação federal geral, os Estados e o DF exercerão a competência


legislativa plena, ou seja, disporão sobre os assuntos de forma geral e específica.

Caso a União edite uma norma GERAL depois que o Estado já disciplinou o tema de
forma plena (geral e específica), a norma federal suspende a lei estadual, no que for
contrário.

ATENÇÃO!

Haverá a suspensão da norma estadual. É comum colocarem as questões que lei


federal revoga a lei estadual, o que não é verdade, pois haverá a suspensão.

DICA 56
COMPETÊNCIA DOS ESTADOS

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A competência legislativa dos estados é residual, o que significa que o estado irá legislar
sobre as matérias que não sejam de competência da União e nem dos municípios.
Existem duas previsões importantes sobre a capacidade legislativa dos estados na CF.

Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de


gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua
regulamentação.
Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas,
aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios
limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas
de interesse comum.
DICA BÔNUS
COMPARATIVO DE COMPETÊNCIAS

COMPETÊNCIA PRIVATIVA COMPETÊNCIA CONCORRENTE

Direito: civil, comercial, penal, Direito: tributário, econômico,


processual, eleitora, agrário, marítimo, penitenciário, urbanístico e financeiro –
aeronáutico, espacial e do trabalho – TEPUF;
CAPACETE PM;
Previdência social, proteção e
Seguridade social; defesa da saúde;

Direito Processual. Procedimentos em matéria


processual.

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DIREITOS HUMANOS
DICA 57
OUTROS INSTRUMENTOS
A base dos instrumentos normativos foi a DUDH (Declaração Universal de Direitos
Humanos) e os pactos internacionais, mas com o tempo outros foram desenvolvidos
com o objetivo de prevenção da discriminação ou a proteção de vulneráveis.
Por existir muitas convenções, mesmo que seja raro, pode ocorrer conflitos, devendo no
caso prevalecer a que melhor protege a dignidade da pessoa.

Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio (1948): apresenta em


seu art.2º uma definição de genocídio.

Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial


(1965).

Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres


(1979).

Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo
Facultativo.

Convenção Suplementar sobre a Abolição da Escravatura, do Tráfico de Escravos e das


Instituições e Práticas Análogas à Escravatura (1956).

Estatuto de Roma: estabeleceu o Tribunal Penal Internacional (TPI), responsável pelo


julgamento de crimes de guerra, contra a humanidade, genocídio e de agressão.

Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos de Todos os Trabalhadores


Migrantes e dos Membros das suas Famílias: foi assinado em 1990 e vigente desde
2003, mas o Brasil não ratificou.

DICA 58
SISTEMAS REGIONAIS DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS
A organização é realizada por camadas, busca uniformizar com as diretrizes gerais
que devem ser aplicadas em respeito à especificidade de cada um, mas estão todos
interconectados

Sistema Global: sistema ONU;

Sistemas Regionais:
Europa: Convenção Europeia dos Direitos Humanos (1953).
Américas: Convenção Americana sobre Direitos Humanos (1978).

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África: Carta dos Direitos Humanos e dos Povos (1981) – Organização da Unidade
Africana.
Muçulmanos: Declaração do Cairo sobre Direitos Humanos no Islã promulgada pela
Organização para a Cooperação Islâmica (OCI).
Ásia: Carta Asiática dos Direitos Humanos (1986).

Sistemas Nacionais.
DICA 59
ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS (OEA)
Criado em 1949, está sediada em Washington/EUA, possui 35 estados-membros, todos
os países das Américas e o Caribe (exceto: Guiana Francesa que integra o sistema
europeu).
Possui uma segurança coletiva, pois um ato contra a integridade ou inviolabilidade do
território ou contra soberania de um Estado, será considerada um ato de agressão contra
todos os demais Estados.
Visa também o desenvolvimento integral de seus membros, o que acaba
interligando os direitos de primeira e segunda dimensão.
DICA 60
CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE DIREITOS HUMANOS (PACTO DE SAN JOSÉ DA
COSTA RICA)
Celebrada em San José, em 1969, é o principal instrumento do sistema Interamericano,
ratificada e promulgada pelo Brasil em 1992.

O Brasil ratificou e promulgou com reservas dos artigos 43 e 48, ou seja, precisa de
anuência do Brasil para a realização das visitas e inspeções.
O Direito à vida está previsto no artigo 4º da Convenção Americana, direito básico para
o exercício dos demais.
A Convenção não aboliu a pena de morte, apenas em 1990 por meio do protocolo
facultativo, onde os Estados podem apresentar reserva para aplicá-la, o Brasil utilizou a
reserva ao estabelecer que não haverá pena de morte, salvo em caso de guerra
declarada.
O direito a integridade pessoal/proibição de tortura, está presente o art. 5º da
Convenção, seja qual for o ato ilícito cometido, TODO indivíduo tem direito a tal
integridade.
Proibição da escravidão e da servidão/trabalho forçado, previsão do art.6º da
Convenção, o Brasil já foi chamado diversas vezes para responder por denúncias.
Direito à Liberdade Pessoal/Proibição da Prisão por Dívida (art.7º) refletiu na questão
da prisão do depositário infiel, inclusive gerou a súmula vinculante 25.
A Convenção estabeleceu também garantias processuais (art.8º), direito a
indenização (art. 10), liberdade de pensamento e de expressão/censura prévia
(art. 13), direito de retificação ou resposta (art.14), direito de circulação e de
residência (art.22) e suspensão de garantias em período de ameaça ao Estado(art.27).

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DICA 61
COMISSÃO E CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS
São órgãos de fiscalização, a comissão é um órgão executivo/quase judicial (mais
cobrada no exame da OAB) e a corte é órgão jurisdicional.

A Comissão funciona como um filtro para a Corte, desempenha as funções e atribuições


presentes no art. 41 da Convenção Americana.
Não possui jurisdição sobre os nacionais de seus Estados-membros, a responsabilidade
é apenas para o Estado, por ação (fazer), omissão (não fazer) ou aquiescência
(consentimento tácito).
A fiscalização ocorre por meio de relatórios (art.42 da Convenção), comunicações
interestatais (art.45 da Convenção) que possui caráter facultativo e petições individuais
(art. 44 da Convenção) que possuem caráter obrigatório.
Caso a comissão não alcance uma solução amigável para o caso, ela pode remeter a
Corte, caso o Estado acusado de violação tenha reconhecido a competência contenciosa
da Corte.
A sentença da Corte é uma sentença internacional, emitida por Organismo
Internacional e os Estados assumem a obrigação de cumprir as decisões da Corte (art.68).
O Estado que não cumprir a sentença será exposto perante os demais membros.
Em casos de gravidade e urgência, são possíveis três ações: visitas in loco (art.
48.2), medidas provisórias (art. 63.2) e medidas cautelares (art.25), que são aplicadas de
acordo com o caso.

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DIREITO INTERNACIONAL
DICA 62
INGRESSO E PERMANÊNCIA REGULAR NO BRASIL
O estrangeiro ao ingressar no Brasil deverá apresentar um dos documentos previstos
no art. 5º da Lei 13.445/2017, dentre eles o mais comum é o passaporte, mas cabe a
apresentação do laissez-passer, autorização de retorno e salvo-conduto.
A entrada e a permanência ocorrem por meio da obtenção do visto, que é um ato
discricionário do Estado. No Brasil existem cinco tipos de visto:

De Visita (entrada de curta duração e sem intenção de estabelecer residência, usado nos
casos de turismo, negócios, trânsito, atividades artísticas ou desportivas e outras hipóteses
definidas em regulamento);

Temporário (possui o intuito de estabelecer residência por tempo determinado, com a


finalidade de pesquisa, tratamento de saúde, estudo, trabalho, entre outros);

Diplomático (concedido a autoridade e funcionários estrangeiros que viajem ao Brasil em


missão oficial de caráter transitório ou permanente);

Oficial (concedido a autoridade e funcionários estrangeiros que viajem ao Brasil em missão


oficial de caráter transitório ou permanente);

De cortesia (personalidades e autoridades estrangeiras em viagem não oficial ao Brasil).

OBS.: Existem outras possibilidades de admissão no Brasil sem vistos, como a


admissão excepcional (art.40 da Lei 13445/2017); residente fronteiriço (art.23 e 25
da Lei 13445/2017) e autorização de residência (art. 30 da Lei n. 13.445/2017).
DICA 63
ASILO, REFÚGIO E APÁTRIDAS (ANACIONAIS)
Devido ao grau de vulnerabilidade recebem um tratamento diferenciado, mais atenção por
conta da situação que se encontram.

O Asilo e o Refúgio são institutos de auxílio a indivíduos perseguidos seja em caráter


individual ou coletivo.

O ASILO POLÍTICO é um ato discricionário do Estado, é um dos princípios que regem


as relações internacionais no Brasil e garante a proteção à pessoa que se encontre
perseguida em um Estado, por suas crenças, opiniões e filiação partidária. A proteção
pode incluir força policial e ajuda financeira do Estado receptor.
O asilo não é concedido para quem tenha praticado um dos crimes do Estatuto de
Roma: crimes de guerra, contra a humanidade, genocídio e crime de agressão.
O asilo pode ser diplomático (o requerente está em país estrangeiro e pede asilo à
embaixada brasileira) ou territorial (requerente está em território nacional).

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O REFÚGIO é mais geral, pode abranger situações de perigo a coletividade, possui
diretrizes definidas na Convenção das Nações Unidas dos Refugiados.
NÃO serão considerados como refugiados aqueles que praticaram crimes contra a
paz, crimes hediondos, crimes contra a humanidade, tráfico internacional de
entorpecentes e crimes comuns.

O Apátrida não possui uma nacionalidade, uma vez reconhecida é assegurado


todos os direitos atribuídos aos migrantes, bem como todos os direitos e garantias
previstos na Convenção sobre o Estatuto dos Apátridas e caso opte pela naturalização,
esta será feita de modo facilitado, dentro de um prazo de 30 dias.
DICA 64
RETIRADA DO ESTRANGEIROS DO BRASIL
A retirada pode correr por conta de irregularidades administrativas ou até mesmo
pelo cometimento de ilícitos penais.

A Repatriação (art. 49 da Lei n. 13.445/2017) ocorre quando o indivíduo é


impedido de ingressar no território brasileiro, ocorre a devolução ao país de origem. O
ato de repatriação deve ser fundamentado e imediatamente comunicado a empresa
transportadora e a autoridade consular.
A repatriação não será aplicada para a pessoa em situação de refúgio ou de
apátrida, menor de 18 anos desacompanhado ou separado de sua família (exceto:
casos em que se demonstrar favorável para a garantia de seus direitos ou para a
reintegração a sua família de origem) e quem necessite de acolhimento humanitário.

A Deportação (art. 50 da Lei n. 13.445/2017) é a retirada compulsória da pessoa


que se encontre em situação migratória irregular no território nacional. Será precedida
de notificação pessoal ao deportando, da qual constem, expressamente, as irregularidades
verificadas e prazo para a regularização não inferior a 60 (sessenta) dias, podendo ser
prorrogado, por igual período.

A Expulsão é o afastamento compulsório, retirada compulsória do território


nacional instaurada por meio de Inquérito Policial de Expulsão, conjugada com
impedimento de reingresso por prazo determinado.

A Extradição é a medida de afastamento compulsório mais complexa, parte da


solicitação de outro Estado, sendo deferida em nome da cooperação entre os Estados, o
art. 81 da Lei n. 13.445/2017 define extradição.
Ocorre da cooperação, somente entre Estados soberanos, pode ser ativa, passiva,
instrutória ou executória, apenas para ilícito penal e será requerida por via diplomática ou
pelas autoridades centrais designadas.
DICA 65
CONCESSÃO DA EXTRADIÇÃO

Ocorre a partir de um juízo de deliberação, uma análise apenas dos requisitos formais.

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NÃO será concedida quando:

o indivíduo for brasileiro nato (no momento do cometimento do ato);

o fato que motivar o pedido não for considerado crime no Brasil ou no Estado
requerente;

o Brasil for competente, segundo suas leis, para julgar o crime imputado ao
extraditando; a lei brasileira impuser ao crime pena de prisão inferior a 2
(dois) anos;

o extraditando estiver respondendo a processo ou já houver sido condenado ou


absolvido no Brasil pelo mesmo fato em que se fundar o pedido (vedação ao bis in
idem);

a punibilidade estiver extinta pela prescrição, segundo a lei brasileira ou a do Estado


requerente; DUPLA PUNIBILIDADE (PRESCRIÇÃO);

o fato constituir crime político ou de opinião (o crime pode deixar de ser considerado
político ou de opinião quando da apreciação do STF, na forma do art. 82, § 4º, da Lei n.
13.445/2017);

o extraditando tiver de responder, no Estado requerente, perante tribunal ou juízo


de exceção;

o extraditando for beneficiário de refúgio ou de asilo territorial.

São condições para a concessão, o crime cometido no território do Estado


requerente ou serem aplicáveis ao extraditando as leis penais desse Estado e estar o
extraditando respondendo a processo investigatório ou a processo penal ou ter sido
condenado pelas autoridades judiciárias do Estado requerente a pena privativa de
liberdade.
Quando mais de um Estado requerer a extradição da mesma pessoa, pelo mesmo
fato, terá preferência o pedido daquele em cujo território a infração foi cometida.
No caso de crimes diversos, terá preferência, Estado requerente em cujo território
tenha sido cometido o crime mais grave; sendo a gravidade idêntica, o Estado que
primeiro entregar o extraditando e se forem pedidos simultâneos, o Estado de origem, ou,
e sua falta, o domiciliar do extraditando.
DICA 66
FASE PROCESSUAL DA EXTRADIÇÃO
O processo de extradição ocorre em duas fases, uma administrativa e outra judicial:

A FASE ADMINISTRATIVA, caso exista um tratado pedido poderá ser apresentado ao


Ministério da Justiça, onde será realizado um juízo de admissibilidade, se não tiver tratado
poderá ser pedido por via diplomática.
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A segunda fase, A JUDICIAL, onde o STF possui competência para processar e julgar
o processo de extradição, não podendo julgar o mérito, apenas analisará os requisitos.
Procedente a extradição: autorização não vincula o Presidente (livre para decidir
extraditar ou não, de acordo com sua conveniência e oportunidade).
Improcedente a extradição: vincula o Presidente (o Presidente não poderá extraditar
o indivíduo) - negada a extradição em fase judicial, não se admitirá novo pedido baseado
no mesmo fato.

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DIREITO TRIBUTÁRIO

DICA 67
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
A não cumulatividade é o direito que o contribuinte tem de compensar em operações
futuras o tributo que ele já pagou. Quando apurar créditos e débitos realiza-se a
compensação.
Exemplo: “A” apura crédito na entrada e débito na saída, e realiza a compensação. No
caso, ele irá transferir o produto a 120 para B. B ao receber o produto irá perceber que 20
reais são fruto de ICMS, destacando-os como “crédito”. Ao vender o produto para C, por
200 reais, deveria incidir 40 reais de ICMS, esse será o “débito”. Compensando-se crédito
e débito, “B” realmente pagou a título de ICMS, 20 reais. Porém, ele pode transferir o
encargo econômico do tributo para “C”, vendendo-lhe o produto a 260 reais.
DICA 68
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
No caso da substituição tributária, quando o fato gerador não ocorre, o responsável
tem direito a restituição preferencial e imediata.

Exemplo: A (indústria) vende automóvel para B (comerciante) por 30.000 reais. “A”
terá que antecipar os tributos dessa transação, e os que incidem na transação de B ao
consumidor, ficando com um déficit de caixa (pois B e C somente lhe pagam depois de
ocorrido o FG). Não ocorrendo a venda do carro, ela terá direito à restituição.
Ademais, quando o fato gerador se realiza com valores diferentes dos “estimados” pelo
ente tributante, é devida a restituição ou complementação do tributo. STF no RE
10979998 (hipótese complementação), na ADI 2675 e ADI 2777, concluiu que se trata de
presunção relativa, assim, se o bem for vendido a valor menor/maior deve o contribuinte
ser ressarcido/complementar.
DICA 69
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
A responsabilidade por transferência (derivada ou de 2º grau) ocorre quando há uma
obrigação do devedor (responsável ou contribuinte) que é deslocada a outra pessoa
em razão de algum evento (inovação subjetiva).
Responsabilidade do responsável é subsidiária, supletiva, pessoal ou solidária a
obrigação do contribuinte. Contribuinte pratica o fato gerador e continua no polo passivo.
Porém, ocorre outro fato/situação (previsto em lei) irão transferir responsabilidade para
outra pessoa, de forma subsidiária, solidária ou integral.
DICA 70
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
Código Tributário Nacional traz cláusula geral de responsabilidade tributária, afirmando
que a lei de cada ente pode prever como responsável tributário o terceiro, relacionada ao
fato gerador (não pode praticá-lo, porque senão seria contribuinte), como sendo a pessoa
obrigada ao pagamento do tributo, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou
atribuindo-a supletivamente, exclusivamente ou ainda solidariamente (está previsto em
outro artigo do CTN).
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Art. 128, CTN - Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo
expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato
gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou
atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida
obrigação.

Segundo entendimento do STF, essas hipóteses devem observar as regras gerais


do CTN (RE 562276, repercussão geral), devendo ser expressa.
DICA 71
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
Responsabilidade por sucessão por ato intervivos: hipótese de responsabilidade por
transferência em que o adquirente assumirá a responsabilidade pelo pagamento do
tributo.

BENS IMÓVEIS: referem-se aqueles tributos que por base a propriedade, a posse
e o domínio útil do imóvel. Nesses casos será responsável o adquirente será
responsável pelo recolhimento dos tributos. Entendimento do STJ é que essa
responsabilidade é aditiva, permanecendo o alienante no polo passivo, porque não há lei
que o retire deste local (AgInt no Agravo em REsp nº 942.940). Assim, tanto o vendedor
quanto o adquirente podem ser demandados pelo fisco. Inclusive, o adquirente será
considerado responsável pelos tributos não pagos anteriores do imóvel. Porque tributos
possuem característica propter rem, a dívida acompanha a coisa com quem quer que
esteja.

Ex.: “A” vende imóvel para “B”, “B” passa a ser considerado contribuinte, pois é o
adquirente. Se o adquirente é pessoa que possui imunidade tributária, ele mesmo assim
poderá ser demandado, porque imunidade impede pessoa de ser contribuinte e não
responsável. Adquirente não será obrigado ao pagamento do tributo quando no momento
da aquisição houver prova da quitação do tributo, ou quando adquirir o imóvel em hasta
pública.

BENS MÓVEIS: adquirente será responsabilizado pessoalmente pelo tributo. Art.


131. São pessoalmente responsáveis: I - o adquirente ou remitente, pelos tributos
relativos aos bens adquiridos ou remidos; Adquirente/ remitente (aquele que paga a
dívida para evitar que o bem seja levado a hasta pública) responde pelos tributos relativos
aos bens adquiridos. O artigo não prevê as exceções previstas aos bens imóveis
(aquisição em hasta pública ou prova da quitação). Há doutrina entende que essas
exceções se aplicariam (há julgados reconhecendo essa possibilidade quando ocorre
arrematação de bens móveis em hasta pública, hipótese que seria adquirido livre de
ônus).
DICA 72
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA

RESPONSABILIDADE POR SUCESSÃO CAUSA MORTIS: ocorrendo a morte de


alguém (evento) haverá a transferência da responsabilidade. Ocorrendo a morte de
alguém a sucessão já se inicia (Saisine).
Os bens são transferidos, neste momento, imediatamente ao espólio. Assim, o espólio
fica responsável por todos os tributos que o de cujos devia. Art.131. CTN São

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pessoalmente responsáveis: III - o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data
da abertura da sucessão. Espólio é representado pelo inventariante.

Depois de ocorrida a partilha, o cônjuge meeiro e os sucessores responderão, até o


limite da herança. Art.131 CTN II - o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos
tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta
responsabilidade ao montante do quinhão do legado ou da meação;

Aberto o inventário espólio pode praticar fato gerador (na condição de contribuinte),
hipótese em que o inventariante responderá solidariamente ao espólio. Art. 134. CTN Nos
casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo
contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas
omissões de que forem responsáveis: IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo
espólio.

EM RESUMO:
Até a abertura da sucessão: contribuinte: de cujus/sucessores (após o inventário de
partilha pagarão por isso). Responsável: espólio;
Até a adjudicação/partilha: Contribuinte: espólio/ Responsável: inventariante.
Após a partilha: Contribuinte: de cujus/ Responsável: sucessor/cônjuge meeiro.

DICA 73
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA

Responsabilidade por sucessão empresarial: ocorre em casos de reorganização


societária. A pessoa jurídica que surge de fusão, transformação ou incorporação de outra
é responsável pelos tributos devidos até a data da reorganização empresarial. Art. 132,
CTN A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou
incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do ato
pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas.

Fusão: união de empresas: empresa A + empresa B → empresa C.


Transformação: mudança de tipo societário, ex.: LTDA virando S.A.

Incorporação: empresa A, maior, absorve empresa B, menor.

Cisão empresarial: Ocorre quando há uma empresa A, se dividindo em outras B e C.


STJ entende que cisão gera responsabilidade tributária, pois também se trata de hipótese
de reorganização empresarial, mas à época do CTN não tinha como prever tal modalidade,
que só foi inserida no ordenamento jurídico pátrio posteriormente, (STJ, REsp 1682792/SP
e REsp 852.972/PR). STJ acredita que há responsabilização ainda que se trate de cisão
parcial (L.6401/76, art.233, parágrafo único – ato de cisão parcial pode dispor em sentido
contrário).
DICA 74
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA

A responsabilidade também ocorrerá nos casos de extinção da pessoa jurídica: se a


pessoa jurídica é extinta e o sócio continua a explorar a atividade (extinção de fato, mas
não extinção de direito), essa nova “empresa” será responsabilizada. Art.132 CTN
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Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos casos de extinção de pessoas
jurídicas de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja continuada
por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou
sob firma individual.
Se a dissolução da empresa ocorrer de forma irregular, é possível a responsabilização
do sócio-gerente (unicamente, sócio com poder de administração).

STJ Súmula 435: Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de


funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o
redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente.
DICA 75
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA

A responsabilidade tributária ocorre também nos casos de transmissão de


estabelecimento. Nesses casos, toda pessoa (jurídica ou natural) que adquirir o
estabelecimento de outrem, e continuar a explorar a mesma atividade (continuar a
mesma empresa), responderá integralmente pelos tributos relativos ao
estabelecimento/fundo, até a data da aquisição.

Ex.: Pessoa Jurídica “A” que vende estabelecimento (padaria) para Pessoa Jurídica “B”,
e B continua realizando a atividade da padaria naquele estabelecimento, B será
responsável pelas dívidas tributárias ocasionadas pelos fatos geradores realizados por A.
Se B altera a atividade, ou seja, transforma aquele estabelecimento em um açougue, não
responderá pelas dívidas tributárias do contribuinte A.

Essa responsabilidade é solidária, pois o alienante não sairia do polo passivo da


obrigação, podendo o fisco cobrar dos dois. Não há responsabilidade integral se o
alienante continua a atividade/inicia nova atividade dentro de um período de seis
meses, pois neste caso tem bens para responder, fazendo que a responsabilidade do
adquirente seja subsidiária. Ou seja, em nenhum momento o vendedor (contribuinte) sai
do polo passivo. Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de
outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou
profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou
sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou
estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato: I - integralmente, se o alienante
cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade; II - subsidiariamente com o
alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses a contar da
data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou
profissão.
DICA 76
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA

Responsabilidade de terceiros: A responsabilidade de terceiros por dívidas


contraídas pelo contribuinte é solidária. Art. 134, CTN - Nos casos de impossibilidade de
exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem
solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem
responsáveis: Essa responsabilidade só se aplica às penalidades moratórias, não se
aplicando às multas de caráter punitivista.

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Hipóteses:

Pais pelos tributos dos filhos.

Tutores pelos tributos dos tutelados ou curatelados.

Administradores de bens de terceiro pelos tributos devidos por esse.

Inventariante pelo tributo devido pelo espólio.

Síndico pelo tributo devido pela massa falida. Comissário pelo tributo do concordatário.

Tabeliães/escrivães pelos atos praticados perante eles, ou por eles no ofício.

Sócios no caso de liquidação de sociedade de pessoas (sociedade em que o sócio


responde ilimitadamente).

DICA 77
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA

Responsabilidade por infrações: nesses casos o responsável efetivamente pratica o


FG da infração. Os responsáveis serão chamados a responder pessoalmente pelos
créditos tributários resultados de atos cometidos com excesso de poder ou por infração
a lei/contrato social ou estatuto. Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos
correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de
poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos:

I - as pessoas referidas no artigo anterior;


Pais pelos tributos dos filhos.
Tutores pelos tributos dos tutelados ou curatelados.
Administradores de bens de terceiro pelos tributos devidos por esse.
Inventariante pelo tributo devido pelo espólio.
Síndico pelo tributo devido pela massa falida. Comissário pelo tributo do concordatário.
Tabeliães/escrivães pelos atos praticados perante eles, ou por eles no ofício.
Sócios no caso de liquidação de sociedade de pessoas (sociedade em que o sócio
responde ilimitadamente).

II - os mandatários, prepostos e empregados;

III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito


privado.

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DICA 78
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
Os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado
para que respondam por atos praticados com excesso de poder, infração a lei, contrato ou
estatuto social devem possuir poder de gestão/administração.
CUIDADO!
A responsabilidade por infração não é hipótese de desconsideração da
personalidade jurídica, porque as hipóteses de desconsideração de personalidade
jurídica são aplicáveis no Direito Tributário de forma subsidiária, já que o CTN prevê a
responsabilidade de forma direta, como ocorre nos casos de responsabilidade por infração.
DICA 79
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
O mero inadimplemento do tributo não enseja a responsabilização do sócio-gerente
ou diretor.

SÚMULA n. 430. O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não


gera, por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente.
Assim, se há uma pessoa jurídica que pratica fato gerador do ICMS, essa PJ deve
calcular, declarar e pagar o tributo. Se a pessoa jurídica não paga tributo o Fisco
considerava que ocorreu uma infração à lei (que prevê como ocorrerá o lançamento), ao
contrato social e ao estatuto, gerando responsabilidade ao sócio administrador por
infração. PORÉM, o STJ entendeu que não há responsabilidade do sócio gerente, pois com
isso se estaria aniquilando a pessoa jurídica, pois não haveria proteção ao patrimônio dos
sócios. Porque pessoa jurídica pode estar devendo até por opção empresarial.
DICA 80
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA

Dissolução irregular: extinção de fato da pessoa jurídica, sem liquidação e


consequente pagamento dos credores. Ocorre quando a pessoa jurídica altera endereço
sem comunicar junta comercial ou na receita federal, ou então fecha sem notificar a esses
órgãos.
Nesses casos, haverá responsabilização do gerente/representante ou diretor por
infração, pois o domicílio tributário (ou fiscal) é o lugar, cadastrado na repartição
tributária, onde o sujeito passivo poderá ser encontrado pelo Fisco.
Dissolvida de forma irregular (contrariando o disposto no art.1033-1038 do CC/02),
caracteriza-se a infração à lei e permite o redirecionamento da cobrança aos gerentes,
representantes ou diretores.
Mudança da sede da atividade sem comunicação ao Fisco e sem alterar o contrato
social: nesse há violação ao contrato social, que equivale a dissolução irregular. Ou
seja: inadimplemento aliado à dissolução irregular da PJ gera responsabilidade do sócio-
gerente. Falência: não é hipótese de dissolução irregular.

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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 03

Súmula 435, STJ. Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de


funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o
redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente.

ME/EPP: é possível a dissolução da empresa sem a quitação dos tributos devidos


(art.9º, §5º da LC 123/06). Independente disso é possível a responsabilização dos sócios
se a dissolução ocorrer de forma irregular e houver inadimplemento.
DICA 81
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA

Responsabilidade por infração independe da intenção do agente, sendo assim


hipótese de responsabilização objetiva.
Art. 136, CTN. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da
legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da
efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato.
Lei pode exigir culpa para punibilizar, ou a efetiva ocorrência do dano. No geral, esses
dois fatores são usados para majorar a multa/ qualificar a infração.

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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 03
DIREITO ADMINISTRATIVO
DICA 82
LICITAÇÃO (Lei nº. 14.133/2021) - MODALIDADES E CRITÉRIOS

Contratação de bens e
Pregão Menor preço e maior desconto
serviços comuns

Melhor técnica ou técnica e


Contratação de bens e preço
Concorrência serviços especiais e
engenharia Maior pontuação entre a
qualificação de ambas as notas

Melhor trabalho técnico, Melhor técnica ou conteúdo


Concurso
científico ou artístico artístico

Alienação de bens móveis


Leilão Maior lance
e imóveis

Diálogo competitivo Novação tecnológica Todas as modalidades

DICA 83
CONTRATAÇÃO DIRETA
A contratação direta pode ocorrer nos casos de dispensa e inexigibilidade.

Serão necessários os seguintes DOCUMENTOS:

Formalização de demanda e, se for o caso, estudo técnico preliminar, análise de riscos,


termo de referência, projeto básico ou projeto executivo;

Estimativa de despesa;

Parecer jurídico e pareceres técnicos;

Demonstração da compatibilidade da previsão de recursos orçamentários;

Comprovação dos requisitos de habilitação e qualificação;

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Razão da escolha do contratado;

Justificativa de preço;

Autorização da autoridade competente.

DICA 84
CONTRATAÇÃO DIRETA INDEVIDA

A contratação direta será considerada indevida nos casos de:

Dolo;

Fraude;

Erro grosseiro.
Nesses casos o contratado e o agente público serão responsáveis pelo dano causado
ao erário de forma solidária!

A responsabilidade solidária faz com que os dois sejam responsáveis na mesma


medida e ao mesmo tempo.
A responsabilidade solidária pelo dano não exclui a responsabilidade penal ou
administrativa.
DICA 85
INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO
Será inexigível a licitação quando for inviável a competição, ou seja, não existe
possibilidade de competição.

São as hipóteses:

Aquisição de materiais, de equipamentos ou de gêneros ou contratação de


serviços que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial
exclusivos;

Contratação de profissional do setor artístico, diretamente ou por meio de


empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião
pública;

Objetos que devam ou possam ser contratados por meio de credenciamento;

Aquisição ou locação de imóvel cujas características de instalações e de localização


tornem necessária sua escolha.

Contratação de alguns serviços técnicos especializados de natureza


predominantemente intelectual com profissionais ou empresas de notória
especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;

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DICA 86
INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO

Serão inexigíveis os seguintes serviços técnicos especializados de natureza


predominantemente intelectual com profissionais ou empresas de notória
especialização:

Estudos técnicos, planejamentos, projetos básicos ou projetos executivos;

Pareceres, perícias e avaliações em geral;

Assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias;

Fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços;

Patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas (advogado)

Treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;

Restauração de obras de arte e de bens de valor histórico;

Controles de qualidade e tecnológico, análises, testes e ensaios de campo e


laboratoriais, instrumentação e monitoramento de parâmetros específicos de obras
e do meio ambiente e demais serviços de engenharia que se enquadrem no disposto
neste inciso;

DICA 87
CONCEITOS IMPORTANTES DA INEXIGIBILIDADE

Empresário exclusivo:

Pessoa física ou jurídica;

Contrato, declaração, carta ou outro documento que ateste a exclusividade


permanente e contínua de representação, no País ou em Estado específico;

Profissional do setor artístico;


Afastada a possibilidade de contratação direta por inexigibilidade por meio de
empresário com representação restrita a evento ou local específico.
OU SEJA: é preciso que a contratação seja feita diretamente com o empresário FIXO do
artista, que seja o seu empresário de forma CONTÍNUA e não somente para um show, por
exemplo.

Notória especialização:

Profissional ou a empresa

Conceito no campo de sua especialidade

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Decorrente de desempenho anterior;

Trabalho essencial;

Reconhecidamente adequado à plena satisfação do objeto do contrato.


DICA 88
DISPENSA PELO VALOR

OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA Inferiores a R$ 100.000,00 (cem mil


OU DE SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO reais)
DE VEÍCULOS AUTOMOTORES

OUTROS SERVIÇOS E COMPRAS Inferiores a R$ 50.000,00 (cinquenta mil


reais)

PRODUTOS PARA PESQUISA E Inferiores a R$ 300.000,00 (trezentos


DESENVOLVIMENTO PARA CASO DE mil reais)
OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA

Os valores serão duplicados para compras, obras e serviços contratados por consórcio
público ou por autarquia OU fundação qualificadas como agências executivas na
forma da lei.
DICA 89
EXEMPLOS DE OUTRAS LICITAÇÕES DISPENSÁVEIS

Hortifrutigranjeiros, pães e outros gêneros perecíveis;

Bens ou serviços produzidos ou prestados no País que envolvam, cumulativamente,


alta complexidade tecnológica e defesa nacional;

Materiais de uso das Forças Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e
administrativo;

Coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis


OU reutilizáveis;

Casos de guerra, estado de defesa, estado de sítio, intervenção federal ou de


grave perturbação da ordem
DICA 90
LEI N° 14.133, DE 01 DE ABRIL DE 2021 – CONTRATOS ADMINISTRATIVOS - DA
FORMALIZAÇÃO DOS CONTRATOS
Os contratos de que trata a Lei 14.122/21 regular-se-ão pelas suas cláusulas e pelos
preceitos de direito público, e a eles serão aplicados, SUPLETIVAMENTE, os princípios da
teoria geral dos contratos e as disposições de direito privado.

Todo contrato deverá mencionar:

os nomes das partes e

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os nomes de seus representantes,

a finalidade,

o ato que autorizou sua lavratura,

o número do processo da licitação ou da contratação direta e

a sujeição dos contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais.


Os contratos deverão estabelecer com clareza e precisão as condições para sua
execução, expressas em cláusulas que definam os direitos, as obrigações e as
responsabilidades das partes, em conformidade com os termos do edital de licitação e
os da proposta vencedora ou com os termos do ato que autorizou a contratação direta e
os da respectiva proposta.
DICA 91
TERMO DE CONTRATO
A Administração convocará regularmente o licitante vencedor para assinar o TERMO DE
CONTRATO ou para aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo e
nas condições estabelecidas no edital de licitação, SOB PENA de decair o direito à
contratação, SEM prejuízo das sanções previstas na Lei 14.133/21.
O prazo de convocação poderá ser prorrogado 1 vez, por igual período, mediante
solicitação da parte durante seu transcurso, devidamente justificada, e desde que o
motivo apresentado seja aceito pela Administração.
Será facultado à Administração, quando o convocado não assinar o termo de contrato ou
não aceitar ou não retirar o instrumento equivalente no prazo e nas condições
estabelecidas, convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para
a celebração do contrato nas condições propostas pelo licitante vencedor.
Decorrido o prazo de validade da proposta indicado no edital SEM convocação para a
contratação, ficarão os licitantes liberados dos compromissos assumidos.

NÃO ACEITAÇÃO DA CONTRATAÇÃO PELOS LICITANTES

Na hipótese de nenhum dos licitantes aceitar a contratação nos termos do § 2º, do


art. 90, da Lei 14.133/21, a Administração, observados o valor estimado e sua eventual
atualização nos termos do edital, PODERÁ:

convocar os licitantes remanescentes para negociação, na ordem de classificação,


com vistas à obtenção de preço melhor, mesmo que acima do preço do adjudicatário;

adjudicar e celebrar o contrato nas condições ofertadas pelos licitantes


remanescentes, atendida a ordem classificatória, quando frustrada a negociação de
melhor condição.

A recusa injustificada do adjudicatário em assinar o contrato ou em aceitar ou retirar


o instrumento equivalente no prazo estabelecido pela Administração caracterizará o
descumprimento total da obrigação assumida e o sujeitará às penalidades
legalmente estabelecidas e à imediata perda da garantia de proposta em favor do órgão
ou entidade licitante.

Essa regra NÃO se aplicará aos licitantes remanescentes.

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Será FACULTADA à Administração a convocação dos demais licitantes classificados para a
contratação de remanescente de obra, de serviço ou de fornecimento em consequência
de rescisão contratual, observados os mesmos critérios estabelecidos nos §§ 2º e 4º do
art. 90, da Lei 14.133/21.
DICA 92
CLÁUSULAS OBRIGATÓRIAS

São necessárias em TODO contrato cláusulas que estabeleçam:

o objeto e seus elementos característicos;

a vinculação ao edital de licitação e à proposta do licitante vencedor ou ao ato que


tiver autorizado a contratação direta e à respectiva proposta;

a legislação aplicável à execução do contrato, inclusive quanto aos casos omissos;

o regime de execução ou a forma de fornecimento;

o preço e as condições de pagamento, os critérios, a data-base e a periodicidade


do reajustamento de preços e os critérios de atualização monetária entre a data
do adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento;

os critérios e a periodicidade da medição, quando for o caso, e o prazo para


liquidação e para pagamento;

os prazos de início das etapas de execução, conclusão, entrega, observação e


recebimento definitivo, quando for o caso;

o prazo para resposta ao pedido de repactuação de preços, quando for o caso;

o prazo para resposta ao pedido de restabelecimento do equilíbrio econômico-


financeiro, quando for o caso;

o prazo de garantia mínima do objeto, observados os prazos mínimos estabelecidos


nesta Lei e nas normas técnicas aplicáveis, e as condições de manutenção e assistência
técnica, quando for o caso;

o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional


programática e da categoria econômica;

a matriz de risco, quando for o caso;

o modelo de gestão do contrato, observados os requisitos definidos em regulamento;

as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando exigidas, inclusive
as que forem oferecidas pelo contratado no caso de antecipação de valores a título de

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pagamento;

os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os valores


das multas e suas bases de cálculo;

as condições de importação e a data e a taxa de câmbio para conversão, quando for


o caso;

a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato, em


compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as condições exigidas
para a habilitação na licitação, ou para a qualificação, na contratação direta;

a obrigação de o contratado cumprir as exigências de reserva de cargos prevista


em lei, bem como em outras normas específicas, para pessoa com deficiência, para
reabilitado da Previdência Social e para aprendiz;

os casos de extinção.

DICA 93
DA DIVULGAÇÃO NO PORTAL NACIONAL DE CONTRATAÇÕES PÚBLICAS (PNCP)
A divulgação no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP) é condição
indispensável para a eficácia do contrato e de seus aditamentos e deverá ocorrer nos
seguintes prazos, contados da data de sua assinatura:

20 (vinte) dias úteis, no caso de licitação;

10 (dez) dias úteis, no caso de contratação direta.


Os contratos celebrados em caso de urgência terão eficácia a partir de sua
assinatura e deverão ser publicados nos prazos previstos acima, sob pena de nulidade.

A divulgação tratada acima, quando referente à contratação de profissional do setor


artístico por inexigibilidade, deverá identificar os custos:

do cachê do artista,

do cachê dos músicos ou da banda, quando houver,

do transporte,

da hospedagem,

da infraestrutura,

da logística do evento e

das demais despesas específicas.

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No caso de obras, a Administração divulgará em sítio eletrônico oficial:

em até 25 (vinte e cinco) dias úteis após a ASSINATURA do contrato: os quantitativos e


os preços unitários e totais que contratar e,

em até 45 (quarenta e cinco) dias úteis após a CONCLUSÃO do contrato: os


quantitativos executados e os preços praticados.

DA NÃO OBRIGATORIEDADE DO INSTRUMENTO DE CONTRATO:


REGRA: O instrumento de contrato é obrigatório.
SALVO nas seguintes hipóteses, em que a Administração poderá substituí-lo por outro
instrumento hábil, como carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de
compra ou ordem de execução de serviço:

dispensa de licitação em razão de valor;

compras com entrega imediata e integral dos bens adquiridos e dos quais NÃO
resultem obrigações futuras, inclusive quanto a assistência técnica, independentemente
de seu valor.

ATENÇÃO!

É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, SALVO o de


pequenas compras ou o de prestação de serviços de pronto pagamento,
assim entendidos aqueles de valor NÃO superior a R$ 10.000,00 (dez mil reais).

DICA 94
DAS PRERROGATIVAS DA ADMINISTRAÇÃO

O regime jurídico dos contratos instituído pela Lei 14.133/21 confere à


Administração, em relação a eles, as PRERROGATIVAS de:

modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse


público, respeitados os direitos do contratado;

extingui-los, unilateralmente, nos casos especificados nesta Lei;

fiscalizar sua execução;

aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste;

ocupar PROVISORIAMENTE bens móveis e imóveis e utilizar pessoal e serviços


vinculados ao objeto do contrato nas hipóteses de:

→ risco à prestação de serviços essenciais;


→necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado,
inclusive após extinção do contrato.
As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos não poderão ser
alteradas sem prévia concordância do contratado.
Na hipótese prevista de modificação, as cláusulas econômico-financeiras do contrato
deverão ser revistas para que se mantenha o equilíbrio contratual.
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DICA 95
DA ALTERAÇÃO DOS CONTRATOS E DOS PREÇOS

Os contratos regidos pela Lei 14.133/21 poderão ser alterados, com as devidas
justificativas, nos seguintes casos:

unilateralmente pela Administração:

quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor


adequação técnica a seus objetivos;

quando for necessária a modificação do valor contratual em decorrência de


acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei;

por acordo entre as partes:

quando conveniente a substituição da garantia de execução;

quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou do serviço,


bem como do modo de fornecimento, em face de verificação técnica da inaplicabilidade
dos termos contratuais originários;

quando necessária a modificação da forma de pagamento por imposição de


circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado e vedada a
antecipação do pagamento em relação ao cronograma financeiro fixado sem a
correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço;

para restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato em caso


de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe ou em decorrência de fatos imprevisíveis
ou previsíveis de consequências incalculáveis, que inviabilizem a execução do contrato tal
como pactuado, respeitada, em qualquer caso, a repartição objetiva de risco
estabelecida no contrato.
Se forem decorrentes de falhas de projeto, as alterações de contratos de obras e
serviços de engenharia ensejarão apuração de responsabilidade do responsável técnico e
adoção das providências necessárias para o ressarcimento dos danos causados à
Administração.
Será aplicado o restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro inicial do
contrato às contratações de obras e serviços de engenharia, quando a execução for
obstada pelo atraso na conclusão de procedimentos de desapropriação, desocupação,
servidão administrativa ou licenciamento ambiental, por circunstâncias alheias ao
contratado.
DICA 96
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO - CONCEITO
Também chamada de responsabilidade extracontratual.
É a responsabilidade do Estado em indenizar o particular, quando possuir responsabilidade
pela ação do agente que causou um dano ao particular.
TEORIA DO RISCO:

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A Teoria do Risco Integral é a situação na qual o Estado responde por qualquer
prejuízo causado a terceiros, ainda que não tenha sido o responsável, não podendo
invocar em sua defesa as excludentes de responsabilidade.

A Teoria do Risco Administrativo é aquela na qual o Estado só responde por


prejuízos que tiver ocasionado a terceiros, podendo sua responsabilidade ser afastada
nas hipóteses de aplicação de excludentes de responsabilidade. Essa teoria é adotada
como regra no direito brasileiro.
DICA 97
RESPONSABILIDADE OBJETIVA
A responsabilidade civil do Estado é objetiva, conforme prescrito no artigo 37, § 6º da
CF/88.
Art. 37, § 6º, CF. As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável
nos casos de dolo ou culpa.
Pela responsabilidade objetiva, o Estado responderá independentemente de dolo ou
culpa, quando o particular sofrer danos.
A regra é a responsabilidade objetiva do Estado, porém, quando o ato for por omissão, a
responsabilidade será subjetiva.

Causas excludentes da responsabilidade objetiva:


Caso Fortuito ou Força Maior;
Culpa Exclusiva da Vítima;
Atos de Terceiros.

QUESTÃO FGV – OAB, 2020.


Rafael, funcionário da concessionária prestadora do serviço público de fornecimento de
gás canalizado, realizava reparo na rede subterrânea, quando deixou a tampa do bueiro
aberta, sem qualquer sinalização, causando a queda de Sônia, transeunte que
caminhava pela calçada.
Sônia, que trabalha como faxineira diarista, quebrou o fêmur da perna direita em razão
do ocorrido e ficou internada no hospital por 60 dias, sem poder trabalhar.
Após receber alta, Sônia procurou você, como advogado(a), para ajuizar ação
indenizatória em face
(a) da concessionária, com base em sua responsabilidade civil objetiva, para cuja
configuração é desnecessária a comprovação de dolo ou culpa de Rafael.
(b) do Estado, como poder concedente, com base em sua responsabilidade civil direta e
subjetiva, para cuja configuração é prescindível a comprovação de dolo ou culpa de
Rafael.
(c) de Rafael, com base em sua responsabilidade civil direta e objetiva, para cuja
configuração é desnecessária a comprovação de ter agido com dolo ou culpa,

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assegurado o direito de regresso contra a concessionária.
(d) do Município, como poder concedente, com base em sua responsabilidade civil
objetiva, para cuja configuração é imprescindível a comprovação de dolo ou culpa de
Rafael.
Gabarito: letra A.
Comentário: Pessoal! Vamos analisar todos os pontos dessa questão para
compreendermos melhor.
De início, a empresa concessionária de serviços públicos, por ser a responsável pelo
acidente, ao menos em tese, deverá responder de forma objetiva sobre os fatos
ocorridos.
O que seria dizer que a concessionária de serviços públicos possui
responsabilidade objetiva? Significa que a concessionária responderá
independentemente de dolo ou culpa, quando o particular sofrer dano.
Nessa situação, o Estado apenas irá ser responsável pelo dever de indenizar caso a
concessionária não tenha recurso financeiros para cumprir a obrigação. Por isso, fala-se
que a responsabilidade do Estado (nesse caso) será subsidiária.
Com relação à Rafael, funcionário da concessionária prestadora do serviço público de
fornecimento de gás canalizado, não será possível mover a demanda diretamente contra
ele. Contudo, o funcionário poderá, a posteriori, ser responsabilizado em ação de
regresso, desde que comprovado o dolo ou a culpa.

DICA 98
RESPONSABILIDADE CIVIL POR ATO LEGISLATIVO
Em regra, não cabe indenização.

Exceção:
Atualmente, aceita-se a responsabilidade do Estado por atos legislativos pelo menos nas
seguintes hipóteses:

Leis inconstitucionais;

Atos normativos do Poder Executivo e de entes administrativos com função normativa,


com vícios de inconstitucionalidade ou ilegalidade;

Lei de efeitos concretos, constitucionais ou inconstitucionais

Omissão o poder de legislar e regulamentar


DICA 99
RESPONSABILIDADE CIVIL: MORTE DO DETENTO

Em regra: o Estado responde de forma objetiva pela morte de detento. Isso porque
houve inobservância de seu dever específico de proteção previsto no art. 5º, inciso XLIX,
da CF/88.

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Exceção: o Estado poderá ser dispensado de indenizar se ele conseguir provar que a
morte do detento não podia ser evitada. Neste caso, rompe-se o nexo de causalidade
entre o resultado morte e a omissão estatal.
Responsabilidade civil do Estado por danos decorrentes do comércio de fogos de
artifício
Info 969, STF: (...) Para que fique caracterizada a responsabilidade civil do Estado por
danos decorrentes do comércio de fogos de artifício, é necessário que exista a violação de
um dever jurídico específico de agir, que ocorrerá quando for concedida a licença para
funcionamento sem as cautelas legais ou quando for de conhecimento do poder público
eventuais irregularidades praticadas pelo particular. (...) (STF. Plenário. RE 136861/SP,
rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
11/3/2020) (repercussão geral – Tema 366)
DICA 100
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Em suma, lembrar sempre que, quanto ao órgão que exerce, são três formas de controle
realizado, são eles: Executivo, Legislativo e Judiciário. O Executivo, é realizado pela
própria administração pública, ao passo que o Legislativo é exercido pelo tribunal de
contas e pelo parlamento (leia-se: Câmara, Senado e Assembleia Legislativa). Por sua
vez, o Judiciário atua somente em casos que são levados ao seu conhecimento, como
situações de ilegalidade, violação de princípios constitucionais, desvio de poder e
finalidade...
A administração pode exercer o controle sob seus próprios atos? SIM! O STF,
inclusive, já pacificou isso através da Súmula 473 (vale a pena dar uma lida, essa súmula
é a “queridinha” das bancas”
DICA 101
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Quanto ao fundamento, é importante lembrar que o controle realizado pela
administração pública pode ser hierárquico ou finalístico. Vejamos:
HIERÁRQUICO

É interno, feito pelo poder executivo, de forma prévia e controla a legalidade


FINALÍSTICO

É externo, realizado pelo poder legislativo, de forma concomitante, e analisa o


mérito em si.

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DICA 102
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: REVOGAÇÃO DO ATO
Quanto ao controle realizado pela Administração Pública nunca é demais lembrar quando
um ato pode ou não ser revogado. Nessa linha de raciocínio, nada melhor que uma
tabela para melhor compreensão. Vejamos:

TIPO DE ATO CONTROLE INTERNO CONTROLE EXTERNO


REALIZADO PELA REALIZADO PELO
PRÓPRIA JUDICIÁRIO
ADMINISTRAÇÃO

Ato discricionário PODE revogar NÃO pode revogar


LEGAL, mas
INOPORTUNO?

Ato discricionário ou PODE anular PODE anular


vinculado ILEGAL?
PODE convalidar

DICA 103
FORMA DE CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Formas de controle da administração pública:

Judicial (através das ações judiciais em si)

Estatal (é o controle interno e externo em si)

Advocacia pública (função essa essencial à Justiça)

Social (realizado pelo próprio cidadão em si)

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DIREITO AMBIENTAL
DICA 104
DOS ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE PROTEGIDOS
Tendo em vista que alguns espaços territoriais possuem características ambientais
diferentes, é imprescindível que o Poder Público dê especial proteção, em observância ao
direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, indispensável à sadia
qualidade de vida.
Esta é uma competência comum da União, Estados, Distrito Federal e Municípios que
devem definir os espaços territoriais e protegê-los de forma especial.

Os espaços ambientais que merecem especial atenção:


Áreas de Preservação Permanente.
Áreas de Uso Restrito.
Reserva Legal.
Áreas Verdes Urbanas.
Unidades de Conservação.
DICA 105
ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE - APP
APP é uma área especialmente protegida em local de grande importância/fragilidade
ambiental, coberta ou não por vegetação nativa, com a função de preservar os
recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico
de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas.

Exs.: margens de cursos d’água, entorno de nascentes, lagos e reservatórios de água,


topos de morros e veredas.
As Áreas de Preservação Permanente possuem incidência tanto sobre imóveis em área
rural quanto urbana.
São duas as modalidades de Áreas de Preservação Permanente:

APP legalmente definida: são aquelas assim definidas pela simples localização da área.

APP por ato do Poder Executivo:são também chamadas de APP’s administrativas, são
localizadas em áreas cobertas com florestas ou outras formas de vegetação. É necessária
declaração de interesse social através de ato do chefe do poder Executivo.
DICA 106
RESERVA LEGAL
Constitui Reserva Legal a área localizada no interior da propriedade ou posse rural,
possuindo a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos
naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos
ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a
proteção de fauna silvestre e da flora nativa.

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Enquanto a APP pode se dar tanto em imóveis rurais quanto urbanos, a Reserva Legal é
aplicável apenas às propriedades e posses rurais.
A Reserva Legal deve ser conservada com sua cobertura de vegetação nativa.

Os percentuais que devem ser observados nas Reservas Legais são os seguintes:

Imóvel localizado na Amazônia Legal:


80% (oitenta por cento), no imóvel situado em área de florestas;
35% (trinta e cinco por cento), no imóvel situado em área de cerrado;
20% (vinte por cento), no imóvel situado em área de campos gerais.

Imóvel nas demais regiões do país:


20% (vinte por cento).
Atualmente, o registro da Reserva Legal no Cadastro Ambiental Rural (CAR)
desobriga a sua averbação à margem da matrícula no Cartório de Registro de Imóveis.
Ao contrário do que ocorre na APP, na Reserva Legal é permitida a exploração mediante
manejo sustentável, previamente aprovado pelo órgão ambiental, desde que não
descaracterize a cobertura vegetal, não prejudique a manutenção da vegetação nativa,
assegure a manutenção da diversidade de espécies e não introduza espécies exóticas de
maneira a substituir as espécies nativas.
DICA 107
DAS ÁREAS VERDES URBANAS
Áreas Verdes urbanas são definidas por lei como os espaços, públicos ou privados, com
predomínio de vegetação, preferencialmente nativa, natural ou recuperada, previstos
no Plano Diretor, nas Leis de Zoneamento Urbano e Uso do Solo do Município,
indisponíveis para construção de moradias, destinados aos propósitos de recreação, lazer,
melhoria da qualidade ambiental urbana, proteção dos recursos hídricos, manutenção ou
melhoria paisagística, proteção de bens e manifestações culturais.
É vedada a supressão de vegetação para qualquer uso que não seja os acima delineados,
como por exemplo moradias, empreendimentos industriais ou comerciais.
DICA 108
DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
Unidade de conservação é o espaço territorial e seus recursos ambientais,
incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente
instituído pelo Poder Público com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime
especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção.

As unidades de conservação possuem dois grandes grupos:


Unidades de Conservação de Proteção Integral: visa preservar a natureza,
deixando os ecossistemas livres de alterações causadas por interferência humana,
permitindo apenas o uso indireto dos seus recursos naturais.
Unidades de Conservação de Uso Sustentável: visa a compatibilidade entre a
conservação da natureza com a exploração do ambiente de maneira a garantir a
perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos.
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Admite-se tanto o uso indireto quanto o uso direto sustentável dos seus atributos
naturais.

As unidades de conservação de proteção integral possuem 5 categorias:

ESTAÇÃO ECOLÓGICA: objetiva a preservação da natureza e a realização de


pesquisas científicas. Em regra, proibida visitação (salvo educacional de acordo com
regras da UC). São públicas.

RESERVA BIOLÓGICA: objetiva a preservação da biota. Em regra, proibida


visitação (salvo educacional de acordo com regras da UC). São públicas.

PARQUE NACIONAL: objetiva a preservação e estudo de áreas de relevância


ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o
desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em
contato com a natureza e de turismo ecológico. Permite visitação de acordo com as
regras do Plano de Manejo. São públicas.

MONUMENTO NATURAL: objetiva a preservação de sítios naturais raros, singulares ou


de grande beleza cênica. Permite visitação de acordo com as regras do Plano de Manejo.
É possível que tenha áreas privadas, desde que compatível com os objetivos da UC.

REFÚGIO DA VIDA SILVESTRE: objetiva a proteção de ambientes naturais onde se


asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades da
flora local e da fauna residente ou migratória. Permite visitação de acordo com as regras
do Plano de Manejo. É possível que tenha áreas privadas.

AS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DE USO SUSTENTÁVEL POSSUEM 7


CATEGORIAS:

ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL: área extensa, com um certo grau de ocupação


humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente
importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas. Objetiva
proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a
sustentabilidade do uso dos recursos naturais. Possui áreas públicas e privadas e pode
estabelecer restrições para utilização.

ÁREA DE RELEVANTE INTERESSE ECOLÓGICO: área de pequena extensão, com


pouca ocupação humana, com características naturais extraordinárias ou que abriga
exemplares raros da biota regional. Objetiva manter os ecossistemas naturais de
importância regional ou local e regular o uso admissível dessas áreas, de modo a
compatibilizá-lo com os objetivos de conservação da natureza. Possui áreas públicas e
privadas e pode estabelecer restrições para utilização.

FLORESTA NACIONAL: área com cobertura florestal de espécies


predominantemente nativas. Objetiva o uso múltiplo sustentável dos recursos

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florestais e a pesquisa científica, com ênfase em métodos para exploração sustentável
de florestas nativas. Permite visitação. São públicas.

RESERVA EXTRATIVISTA: área utilizada por populações extrativistas


tradicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na
agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno porte. Objetiva proteger
os meios de vida e a cultura dessas populações, e assegurar o uso sustentável dos
recursos naturais da unidade. Permite visitação. São públicas, mas com concessão do
uso às populações tradicionais.

RESERVA DE FAUNA: área natural com populações animais de espécies nativas.


Objetiva possibilitar estudos técnico-científicos sobre o manejo econômico
sustentável de recursos faunísticos. Permite visitação. Permite a comercialização de
produtos e subprodutos das pesquisas, mas proíbe a caça. São públicas.

RESERVA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: área natural que abriga


populações tradicionais com sistemas sustentáveis de exploração dos recursos
naturais, desenvolvidos ao longo de gerações e adaptados às condições ecológicas
locais e que desempenham um papel fundamental na proteção da natureza e na
manutenção da diversidade biológica. Permite visitação. São públicas, mas com
concessão do uso às populações tradicionais.

RESERVA PARTICULAR DE PATRIMÔNIO NACIONAL: área privada, gravada com


perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade biológica. Instituída através
de termo de compromisso, averbado no Registro de Imóveis. Permite apenas
pesquisa e visitação.

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DIREITO CIVIL

DICA 109
TEORIA GERAL DOS CONTRATOS

Contrato é o negócio jurídico bilateral ou plurilateral que visa a criação,


modificação ou extinção, entre as partes, de direitos e deveres que traduzem uma relação
jurídica de conteúdo patrimonial.
PEGADINHA DE PROVA!
Não se admite a existência de autocontrato ou contrato consigo mesmo, salvo
pela vontade do representado ou em casos autorizados por lei (art. 117 CC).
Contudo, pode ocorrer a hipótese de ambas as partes se manifestarem por meio do
mesmo representante, configurando-se, então, a situação de dupla representação. Pode
ocorrer, ainda, que o representante seja a outra parte no negócio jurídico celebrado, como
ocorre no cumprimento de mandato em causa própria, (art. 685 do CC).
DICA 110
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DOS CONTRATOS

As pessoas são livres para estabelecerem entre si


direitos e obrigações. Não havendo vedação legal,
AUTONOMIA DA VONTADE não se impede a realização de um contrato, ainda
que atípico.

É um princípio que limita a autonomia da vontade,


pois impede as partes de violarem norma cogente
SUPREMACIA DA ORDEM (norma de ordem pública), que não pode ser
PÚBLICA afastada mediante acordo entre as partes.

OBRIGATORIEDADE DOS As obrigações e direitos convencionados devem


CONTRATOS ser obedecidos, pois fazem lei entre as partes. É o
que é chamado de Pacta Sunt Servanda.

CONSENSUALISMO O contrato, para que produza efeitos, depende


apenas do consenso entre as partes.

RELATIVIDADE DOS EFEITOS Princípio que estipula que os efeitos do contrato


DOS CONTRATOS alcançam somente as partes signatárias, não
podendo gerar efeitos para terceiros.

FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO Os contratos devem estar em harmonia com sua


função social, ou seja, com o interesse da
coletividade.

BOA-FÉ OBJETIVA As partes devem atuar de forma proba, com


lealdade e honestidade. É vedado o
comportamento infiel e desarmônico.

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DICA 111
DESDOBRAMENTOS DA BOA-FÉ OBJETIVA

SURRECTIO Cumprimento a mais do que foi acordado, reiteradamente e sem


oposição da outra parte. Nesse caso, ocorre o ganho de um direito.

SUPRESSIO Cumprimento a menos do que foi acordado, reiteradamente e sem


oposição da outra parte. Nesse caso, ocorre a perda de um direito.

TU QUOQUE Cumprimento de forma diversa do que foi acordado, sem oposição


da outra parte. Assim, é autorizado a outra parte o cumprimento
de modo diverso também.

VENIRE CONTRA A parte não pode ter um comportamento contrário ao que foi
FACTUM estipulado com os contratantes.
PROPRIUM

DICA 112
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
Para a formação de um contrato é necessário a vontade das partes, prestação e uma
finalidade (plano de existência).

São requisitos necessários à validade de um contrato (art.104, CC):

Partes capazes;

Objeto lícito, possível e determinado ou determinável;

Forma prescrita ou não defesa em lei.


TOME NOTA: A formação do contrato ocorre mediante a manifestação da
vontade. No entanto, há situações em que o silêncio da parte importa anuência em
contratar. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o
autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa (art. 111, CC).
DICA 113
FORMAÇÃO DOS CONTRATOS

FASE DE PROPOSTA: é a primeira fase efetiva do contrato. É a manifestação de


vontade em que o proponente propõe ao oblato os termos para a realização do
contrato. A proposta não vincula.

FASE DE PUNTUAÇÃO: é a fase da tratativa. Nesta fase, as partes não estão


obrigadas enquanto não firmarem um contrato, mas poderá gerar expectativas de
direito (fase pré-contratual).

FASE DE CONTRATO DEFINITIVO: é a declaração de vontade da outra parte, que


concorda com os termos propostos da oferta, manifestando sua intenção de contratar. É
quando ocorre o ACEITE.
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OBS: Reputar-se-á́ celebrado o contrato no lugar em que foi proposto (art. 435,
CC). Entretanto, se as partes residirem em países distintos, considera-se o domicílio
do proponente (art. 9º, § 2º, LINDB).
DICA 114
VÍCIOS REDIBITÓRIOS
São defeitos desconhecidos ou ocultos no objeto do contrato que prejudica o uso ou
reduz o seu valor.

PRAZOS PARA INGRESSAR COM A AÇÃO EDILÍCIA:

VÍCIO OCULTO VÍCIO APARENTE

1 ano a contar da ciência do defeito. 1 ano a contar da entrega


O defeito deve se manifestar em até da coisa.
IMÓVEL 1 ano depois da tradição.

30 dias a contar da ciência do


defeito. O defeito deve se manifestar
MÓVEL em até 180 dias depois da tradição. 30 dias a contar da
entrega da coisa.

DICA 115
EVICÇÃO

Perda da coisa diante de uma decisão judicial ou ato administrativo de apreensão que
a atribui a um terceiro.
Caso o adquirente tenha ciência que a coisa não pertencia ao alienante ou a coisa era
litigiosa, não poderá pleitear evicção.
Mesmo que a pessoa que vendeu o bem esteja de boa-fé, ela será responsabilizada.
DICA 116
EXTINÇÃO DOS CONTRATOS
Em regra, os contratos se extinguem com o seu devido cumprimento. Entretanto, há
casos excepcionais que geram a extinção do contrato, como: a resolução, quando as
partes não cumprem o objeto do contrato em decorrência de fato posterior; e a
resilição, quando uma das partes ou ambas as partes desejam extinguir o contrato.
Nesse caso, a parte que manifestou essa vontade arcará com as perdas e danos.
DICA 117
RESOLUÇÃO

INEXECUÇÃO VOLUNTÁRIA O contrato não é cumprido por culpa do


devedor.

INEXECUÇÃO INVOLUNTÁRIA O contrato não é cumprido por caso


fortuito ou força maior.

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ONEROSIDADE EXCESSIVA Um dos contratantes passa a ter prestação


excessivamente onerosa decorrente de
evento posterior imprevisível e oneroso.

DICA 118
TEORIA DO ADIMPLEMENTO SUBSTANCIAL
A teoria do adimplemento substancial impede que uma das partes peça a resolução do
contrato por motivo de inadimplência mínima.

QUESTÃO FGV.
Renata financiou a aquisição de seu veículo em 36 parcelas e vinha pagando
pontualmente todas as prestações. Entretanto, a recente perda de seu emprego fez
com que não conseguisse manter em dia a dívida, tendo deixado de pagar, justamente,
as duas últimas prestações (35ª e 36ª). O banco que financiou a aquisição, diante do
inadimplemento, optou pela resolução do contrato. Tendo em vista o pagamento das 34
parcelas anteriores, pode-se afirmar que a conduta da instituição financeira viola o
princípio da boa-fé́, em razão do adimplemento substancial.

DICA 119
CONTRATO DE COMPRA E VENDA
O contrato de compra e venda é um contrato bilateral, oneroso e comutativo em que uma
das partes transfere a propriedade de um bem para a outra mediante o
pagamento de um valor pecuniário.

Elementos essenciais:

Consentimento das partes;

Objeto: que deve ser lícito, possível, determinado ou determinável;

Preço: valor em pecúnia (dinheiro) do bem, que será́ designado pelas partes ou por um
terceiro, que deverá aceitar a incumbência (art. 485, CC).
DICA 120
TRANSFERÊNCIA DA PROPRIEDADE
A transferência da propriedade do bem ocorrerá em momentos diversos, de acordo com a
sua natureza. Se o bem for móvel, a tradição do bem transfere a sua propriedade. Se o
bem for imóvel, somente o registro no respectivo Registro de Imóveis operará a sua
transferência.
IMPORTANTE! O comprador é o responsável pelas despesas referentes ao
contrato e transferência, ao passo que o vendedor é o responsável pelas despesas
relativas à entrega do bem.
DICA 121
CLÁUSULA DE RETROVENDA
A cláusula de retrovenda autoriza o vendedor, em prazo previamente estipulado (3
anos) a reaver o bem para si. Para isso, deverá devolver o valor recebido pelo bem e
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restituir as despesas do comprador. Em caso de recusa do comprador, o vendedor poderá
exigir o retorno do bem judicialmente, realizando depósito judicial do seu valor (arts. 505
a 508, CC).

A cláusula de retrovenda pode ser exercida pelos herdeiros ou legatários do


falecido.

A cláusula de retrovenda poderá́ ser exercida contra terceiro adquirente (e ensejará


no cancelamento da venda).
DICA 122
CONTRATO DE DOAÇÃO
Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu
patrimônio bens ou vantagens para o de outra (art. 538 a 564, CC).

A doação é um contrato que pode ser feito por escritura pública ou particular.

A doação verbal só́ é válida quando o que se doou for um bem móvel de baixo
valor.
NÃO CONFUNDIR: A doação simples é um contrato gratuito, ao passo que a
doação que estipula encargo ao beneficiário (doação modal) é um contrato oneroso.
DICA 123
ESPÉCIES DE DOAÇÃO

DOAÇÃO PURA Contrato unilateral em que o donatário não precisa


realizar uma contraprestação.

DOAÇÃO COM ENCARGO Contrato em que o doador estipula um dever a ser


cumprido pelo donatário.

o donatário presta um serviço ao doador, sem


convencionar pagamento mediante doação. No entanto,
DOAÇÃO REMUNERATÓRIA por mera liberalidade, o doador decide fazer uma
doação de cunho remuneratório pelo seu serviço.

Doação que depende de uma condição (evento futuro e


incerto) para surtir efeitos. Ex: Eu te darei um
DOAÇÃO CONDICIONAL apartamento se você se casar até o final do ano.

DICA 124
HIPÓTESES DE NULIDADE DA DOAÇÃO

A doção pode ser anulada em determinados casos:

Doação de todo o patrimônio. É nula a doação de todos os bens sem reserva de


parte, ou renda suficiente para a subsistência do doador (art. 548, CC);

Doação que exceder a parte disponível (a parcela referente à legítima dos


herdeiros necessários será́ considerada nula, art. 549, CC).

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IMPORTANTE: A doação do cônjuge adúltero feita para amante é ANULÁVEL
(produz efeitos enquanto não declarada por sentença). São legitimados para propor Ação
Anulatória os herdeiros e o cônjuge em até 2 anos da dissolução do casamento (art. 550,
CC).
DICA 125
CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO
Trata-se de um contrato em que uma pessoa (prestador ou executor) compromete-se a
realizar uma determinada atividade em favor de outra pessoa (tomador ou
solicitante), mediante certa remuneração (preço ou salário civil).
IMPORTANTE: Com o fim de evitar a contratação de serviços escravos, a lei
estabelece que o contrato de prestação de serviço só pode ser celebrado pelo prazo
máximo de 04 anos.
DICA 126
CONTRATO DE EMPREITADA
É o contrato pelo qual uma pessoa (dono da obra ou tomador) se compromete a pagar
determinada remuneração a outra pessoa (empreiteiro ou prestador) para a realização
de uma determinada obra.
NÃO CONFUNDIR: Na empreitada, há uma preocupação com o resultado
propriamente dito (obrigação de resultado). Já na prestação de serviço, há uma
preocupação maior com o fazer, com a atividade (obrigação de meio).
DICA 127
CONTRATO DE COMODATO
Empréstimo de bem infungível/insubstituível, sendo conhecido como empréstimo de
uso. Ex.: Empréstimo de imóvel/móvel.
O comodatário deve conservar a coisa, não podendo desviar o uso e deverá restituir a
coisa, pagando as despesas do uso.
Se a coisa se deteriorar ou perecer sem a culpa do comodatário, mesmo assim ele será
responsável pelas perdas e danos.
Se o comodatário não entregar a coisa, o comodante poderá arbitrar o aluguel pena,
junto com perdas e danos.
DICA 128
CONTRATO DE MÚTUO
Trata-se do empréstimo de coisas fungíveis/substituíveis, sendo que o mutuário é
obrigado a restituir ao mutuante o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, mesma
qualidade e mesma quantidade. Ex: Empréstimo de dinheiro.
OBS: O Contrato celebrado com menor de idade, sem autorização do seu responsável,
não poderá ser cobrado pelo mutuante a restituição dele (art. 588 e 589, CC).

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DICA 129
CONTRATO DE FIANÇA
Pelo contrato de fiança (contrato acessório), uma pessoa garante satisfazer ao credor
uma obrigação assumida (contrato principal) pelo devedor, caso este não a cumpra
(art. 818, CC).
O fiador responde somente até o limite de onde se obrigou (arts. 822 e 823, CC).
Caso o contrato principal seja declarado nulo ou desconstituído, a fiança seguirá o mesmo
caminho, pois é um contrato acessório.
DICA 130
BENEFÍCIO DE ORDEM
O contrato de fiança é subsidiário, isto é, em regra, a responsabilização do fiador é
subsidiária em relação ao devedor. Logo, o fiador goza do benefício de ordem. Nesse
caso, o credor deve primeiro cobrar o devedor e, se infrutífera a cobrança, após esgotar
todo o patrimônio do devedor, poderá cobrar o fiador. Salvo estipulação em contrária,
não há solidariedade entre o devedor e o fiador.
DICA 131
CONTRATO DE LOCAÇÃO
É o contrato pelo qual uma das partes se obriga a ceder à outra, por tempo determinado
ou não, o uso e gozo de coisa não fungível, mediante certa retribuição (art. 565, CC).

LOCADOR LOCATÁRIO

Deve entregar a coisa ao locatário no Deve cuidar do bem como se fosse


estado de servir de uso a que se seu;
destina;

Manter no mesmo estado, pelo tempo Pagar pontualmente o aluguel;


estipulado no contrato, a coisa alugada;

Garantir, durante o tempo do contrato, Levar ao conhecimento do locador as


o uso pacífico da coisa. turbações de terceiros;

Restituir a coisa no estado em que se


recebeu ao final do contrato.

DICA 132
CONTRATO DE SEGURO
O contrato de seguro é aquele em que o segurador se compromete a garantir ao
segurado, em caso de ocorrência de um sinistro, a indenização contra eventuais riscos
referentes a uma pessoa ou coisa.

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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 03
IMPORTANTE: A Súmula 610 do STJ determina que o suicídio não é coberto nos
dois primeiros anos de vigência do contrato de seguro de vida, ressalvado o direito
do beneficiário à devolução do montante da reserva técnica formada.
DICA 133
CONTRATO DE CORRETAGEM
Pelo contrato de corretagem, uma pessoa, não ligada a outra em virtude de mandato, de
prestação de serviços ou por qualquer relação de dependência, obriga-se a obter para a
segunda um ou mais negócios, conforme as instruções recebidas (art. 722, CC).
PEGADINHA DE PROVA
Caso a venda do imóvel ocorra sem a participação do corretor e no contrato não conste
expressamente cláusula de exclusividade, não se faz necessário o pagamento da
comissão. Por outro lado, se constar cláusula expressa de exclusividade, será
necessário o pagamento da comissão mesmo que o corretor não tenha atuado na venda
do imóvel (art. 726, CC).

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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
DICA 134
CESSAÇÃO DA TUTELA
Cessará com a maioridade civil ou emancipação do menor ou se o menor cair sob
poder familiar, no caso de reconhecimento ou adoção.

As funções do tutor cessarão:


expirar o termo, em que era obrigado a servir;
sobrevir escusa legítima;

ser removido.
Será destituído, quando negligente, prevaricador ou incurso em incapacidade.
DICA 135
ADOÇÃO
É um vínculo paterno e/ou materno que surge através da sentença judicial, que será
inscrita no registro civil, onde o mandado judicial será arquivado e cancelará o registro
original do adotado. A adoção do menor de idade é regida pelo ECA.

É excepcional e irrevogável, usada apenas quando não há possibilidade da


manutenção da criança ou do adolescente na sua família natural ou extensiva.

Depende do consentimento dos pais, salvo se forem desconhecidos ou foram destituídos


do poder familiar.

É vedada adoção por procuração.

Não podem adotar os ascendentes e os irmão do adotado.

Pessoas maiores de 18 anos estão aptas para adotar, independentemente de seu estado
civil.

A morte do adotante não restabelece poder familiar dos pais naturais.

O adotante deve ser pelo menos 16 anos mais velho do que o adotando.

A sentença de adoção:

inscrita no registro civil mediante mandado do qual não se fornecerá certidão;


efeitos “ex nunc”, a partir do trânsito em julgado.
Exceção: retroatividade da sentença, quando iniciado o procedimento de adoção e o
adotante falecer no curso do processo.

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Registro civil da adoção: constará o nome dos adotantes com pais e seus ascendentes;
conferirá ao adotado o nome do adotante, podendo modificar o pronome, se quiser; não
constará nenhuma informação sobre a origem do ato.
DICA 136
ESTÁGIO DE CONVIVÊNCIA

É um requisito previsto no ECA que permite que os pais e o menor convivam, para que
criem laços afetivos.
O período do estágio é de 90 (noventa) dias, podendo ser prorrogado por igual período
mediante decisão fundamentada.
Pode ser dispensado se o adotando já estiver sob guarda ou tutela do adotante.
É acompanhado pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da
Juventude, que apresentarão relatório minucioso acerca da conveniência do deferimento
da medida.
O estágio deverá ser cumprido em território nacional, caso a pessoa for domiciliada
fora do país, será de no mínimo 30 dias e no máximo 45 dias.
DICA 137
CADASTRO NACIONAL DE ADOÇÃO

Em cada comarca, a autoridade judiciária manterá um registro de crianças e


adolescentes em condições de serem adotadas e de pessoas interessadas na adoção.
Também há registros estaduais e nacionais.
As autoridades estaduais e federais terão acesso integral aos cadastros, incumbindo-
lhes a troca de informações e a cooperação mútua para melhoria do sistema.
Compete à autoridade central zelar pela manutenção e correta alimentação dos
cadastros.
O cadastro de pessoas ou casais residentes fora do país será distinto e SOMENTE será
consultado na inexistência de postulantes nacionais habilitados.
A inscrição será precedida de período de preparação psicossocial e jurídica, orientada
pela equipe técnica da justiça da Infância e Juventude.

Hipóteses que a lei permite a adoção às pessoas não cadastradas previamente e


preenchem os demais requisitos:
candidato domiciliado no brasil;
adoção unilateral;
adotante parente com o qual a criança ou adolescente tenha vínculos de afinidade e
afetividade;
adotante detentor da tutela ou da guarda legal da criança maior de 3 anos ou
adolescente, com laços de afinidade e afetividade.

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DICA 138
PREFERÊNCIA NO TRÂMITE DA ADOÇÃO E OS CRITÉRIOS DE IDADE PARA
ADOÇÃO

O adotando: máximo de 18 anos, na data do pedido, salvo se já estiver sob a


guarda do adotante.

O adotante: maiores de 18 anos e deverá ser pelo menos, 16 anos mais velho que
o adotando.
Caso a criança ou o adolescente tiver doença crônica ou deficiência, o processo terá
prioridade.
O prazo máximo de duração do processo de 120 dias, prorrogável uma vez, mediante
decisão fundamentada.

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CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
DICA 139
RESPONSABILIDADE CIVIL NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
No âmbito do direito do consumidor, foi adotada a teoria do risco da atividade e previu a
responsabilidade civil objetiva, ou seja, independente de comprovação de culpa,
presentes o dano e nexo de causalidade entre a ação/omissão e o dano, haverá a
responsabilidade civil.
Justifica-se a adoção da responsabilidade objetiva porque, diante da produção em massa e
da sociedade de consumo atual, não se poderia priorizar a responsabilidade subjetiva,
tendo em vista a vulnerabilidade do consumidor, que, muitas vezes não teria como
comprovar a responsabilidade do fornecedor.

A Teoria do Risco da Atividade significa que, aquele que exerce atividade econômica
para obtenção de lucro, deverá assumir os riscos do empreendimento, promovendo a
justiça distributiva na medida em que poderá alocar nos preços o valor do próprio risco.

São Elementos Da Responsabilidade Civil Objetiva:

Dano ou prejuízo ao consumidor.

Nexo de causalidade - vínculo que une ação ou omissão do fornecedor e o dano ou


prejuízo ao consumidor.
Defeito ou Vício do produto.
Ao contrário da responsabilidade civil objetiva, para a responsabilidade civil OBJETIVA
inexiste a exigência de dolo ou culpa.
Enquanto a responsabilidade civil prevista no CC/02 é dividida em Responsabilidade
contratual e Responsabilidade Extracontratual ou aquiliana, para o Direito do
Consumidor, a responsabilidade civil é unitária e deriva de um defeito ou vício do
produto. Nesse sentido, a Responsabilidade Civil objetiva do direito do consumidor é uma
responsabilidade civil unitária por defeito ou vício do produto.
Por fim, a responsabilidade civil no direito do consumidor é objetiva e solidária,
vinculando uma cadeia de fornecedores, consoante se verá adiante.
DICA 140
DEFEITO/FATO DO PRODUTO OU SERVIÇO

A responsabilidade por fato do produto ou serviço, também conhecido como defeito


diz respeito mais ao aspecto da SEGURANÇA do consumidor ou de terceiros, que pode
provocar o acidente de consumo, nos termos previsto no art.12 a 17, CDC:
Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador
respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos
causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção,
montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos,
bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos. Diz
respeito à responsabilidade por fato do produto, ou seja, defeito. Trata-se de uma
repercussão extrínseca.

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§1°- O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente
se espera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais
I - sua apresentação;
II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - a época em que foi colocado em circulação
STJ, em decisão de 2021, STJ. 2ª Seção. REsp 1.899.304/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi,
julgado em 25/08/2021, consoante minuciado no DOD (dizer o direito), “A simples
comercialização de alimento industrializado contendo corpo estranho é suficiente para
configuração do dano moral, não sendo necessária a sua efetiva ingestão”.

Haverá, na hipótese mencionada, um risco concreto à saúde e segurança do


consumidor, ou seja, a responsabilidade civil por fato do produto.
DICA 141
VÍCIO DE PRODUTO OU DE SERVIÇO

A responsabilidade por vício de produto ou serviço diz respeito mais ao aspecto da


inadequação ou impropriedade do objeto do consumo, trazendo problemas de
quantidade ou qualidade. Trata-se de repercussão intrínseca. Fundamento legal, art.18 a
25 do CDC.
Nesse aspecto, predomina a preocupação com o aspecto econômico, quanto à
inadequação do produto, seja pelo vício de quantidade ou de qualidade, no que se
diferencia do fato de produto, em que predomina a preocupação com a incolumidade física
ou psíquica do consumidor.
A Doutrina diverge sobre as diferenças entre vício e defeito de produtos. Todavia, o CDC
explicita a diferença entre os dois institutos, razão pela qual adotaremos o previsto na
legislação. Vejamos a lei:
Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem
solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou
inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por
aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da
embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes
de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.
DICA 142
ASPECTOS ESPECÍFICOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL QUANTO AOS DEFEITOS
DO PRODUTO OU SERVIÇO (FATO DO PRODUTO OU DO SERVIÇO)
Como se viu, a responsabilidade por fato do produto ou serviço está vinculada ao aspecto
da segurança esperada do objeto do consumo, nos termos do artigo 12 a 17 do CDC.
Além do mais, devem ser considerados as seguintes situações:

A responsabilidade será solidária – produtor, fabricante, construtor nacional ou


estrangeiro ou importador, exceto quando provar:

que não colocou o produto no mercado;

que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste;

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a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro

A responsabilidade será subsidiária – comerciante, salvo, quando:

o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados

o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor
ou importador;

não conservar adequadamente os produtos perecíveis.

Doutrina e jurisprudência acrescentam duas situações de exclusão de


responsabilidade civil por fato do produto/serviço:

fortuito externo – evento totalmente estranho à prestação de serviço. Ex. Bala


perdida que atinge pessoa em um restaurante.

força maior externa - evento previsível ou imprevisível, porém inevitável, decorrente das
forças da natureza, como um raio, a tempestade, etc.

Rizzatto Nunes explica que “quando o Código de Defesa do Consumidor afasta a força
maior e o caso fortuito, certamente os está afastando quando digam respeito aos
elementos intrínsecos ao risco da atividade do transportador, ou seja, o fortuito interno.
Contudo, quando se trata de fortuito externo, está se fazendo referência a um evento que
não tem como fazer parte da previsão pelo empresário na determinação do seu risco
profissional. A erupção de um vulcão é típica de fortuito externo porque não pode ser
previsto. Ocorre igualmente em caso de terremoto ou maremoto (ou, como se diz
modernamente, tsunami). E, claro, o mesmo se dá na eclosão de uma pandemia, como
está da Covid-19.”

O produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor qualidade ter
sido colocado no mercado.

O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas.

Em relação ao defeito por prestação de serviço, verifica-se também a possibilidade de


exclusão de responsabilidade em duas situações:
O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:

que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;

a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.


A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a
verificação de culpa.

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Em se tratando de uma obrigação de meio, o consumidor deverá provar a culpa
do profissional liberal.

Em se tratando de uma obrigação de resultado, poderá ser decretada a inversão


do ônus da prova, para que o fornecedor comprove que realizou o serviço de forma
adequada.

Obrigação de meio: quando o fornecedor se compromete a utilizar os meios técnicos e


conhecimentos adequados ao melhor resultado, não se comprometendo, no entanto,
com a obtenção de um resultado. Ex.: Clínico geral que atende paciente e recomenda
medicação, para obter melhor resultado, sem, entretanto, ter que apresentar a cura.

Obrigação de resultado – quando o fornecedor se compromete a obter resultado certo.


Ex.: cirurgião plástico que se compromete a deixar a paciente com seios maiores
através da utilização de silicone.

DICA 143
ASPECTOS ESPECÍFICOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL QUANTO AOS VÍCIOS DO
PRODUTO OU SERVIÇO

Responsabilidade por vício de qualidade de produto;


Prazo – 30 dias, podendo ser convencionado de forma diversa, sendo mínimo de 07 dias
e o máximo de 180 dias.
Sanções: não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o
consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha a substituição do produto por
outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso; a restituição imediata da
quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; o
abatimento proporcional do preço.
O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas acima, sempre que, em razão da
extensão do vício, a substituição das partes viciadas puder comprometer a qualidade ou
características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto essencial. Assim, o
consumidor não é obrigado a aceitar a substituição das partes viciadas em toda e qualquer
situação.
No caso de fornecimento de produtos in natura, será responsável perante o consumidor o
fornecedor imediato, exceto quando identificado claramente seu produtor.
São considerados impróprios para uso e consumo os produtos que, por qualquer motivo,
como a deterioração por exemplo, não estejam adequados ao seu uso, assim como os
produtos vencidos e

Responsabilidade por vício de quantidade de produto;


Ocorrerá quando, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, o conteúdo
líquido for inferior às indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de
mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:

o abatimento proporcional do preço;

complementação do peso ou medida;

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substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ou modelo, sem os
aludidos vícios;

a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de


eventuais perdas e danos.
Caso o vício seja insanável, o consumidor poderá, alternativamente e por sua escolha,
requerer a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas
condições de uso; a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada,
sem prejuízo de eventuais perdas e danos ou o abatimento proporcional do preço. Além
disso, o fornecedor imediato será responsável quando fizer a pesagem ou a medição e o
instrumento utilizado não estiver aferido segundo os padrões oficiais.

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PROCESSO CIVIL
DICA 144
DOS PRONUNCIAMENTOS DO JUIZ
Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e
despachos.

Sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485
(sem resolução de mérito) e 487 (com resolução de mérito), põe fim à fase cognitiva do
procedimento comum, bem como extingue a execução.

Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória


que não se enquadre no conceito de sentença.

São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo,


de ofício ou a requerimento da parte.

Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem


de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz
quando necessário.

Acórdão é o julgamento colegiado proferido pelos tribunais.


Os despachos, as decisões, as sentenças e os acórdãos serão redigidos, datados e
assinados pelos juízes.
Quando os pronunciamentos previstos no caput forem proferidos oralmente, o servidor
os documentará, submetendo-os aos juízes para revisão e assinatura.
A assinatura dos juízes, em todos os graus de jurisdição, pode ser feita eletronicamente,
na forma da lei.
Os despachos, as decisões interlocutórias, o dispositivo das sentenças e a ementa dos
acórdãos serão publicados no Diário de Justiça Eletrônico.
DICA 145
DO TEMPO DOS ATOS PROCESSUAIS
Os atos processuais serão realizados em dias úteis, das 6 às 20 horas.
Serão concluídos após as 20 horas os atos iniciados antes, quando o adiamento
prejudicar a diligência ou causar grave dano.

Independentemente de autorização judicial, as citações, intimações e penhoras


poderão realizar-se no período de férias forenses, onde as houver, e nos feriados ou dias
úteis fora do horário estabelecido, observando-se em qualquer caso as regras de
inviolabilidade de domicílio conforme o disposto no art. 5º, inciso XI, da Constituição
Federal.
Quando o ato tiver de ser praticado por meio de petição em autos não eletrônicos, essa
deverá ser protocolada no horário de funcionamento do fórum ou tribunal, conforme o
disposto na lei de organização judiciária local.

A prática eletrônica de ato processual pode ocorrer em qualquer horário até as 24


horas do último dia do prazo.
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O horário vigente no juízo perante o qual o ato deve ser praticado será considerado para
fins de atendimento do prazo.
Durante as férias forenses e nos feriados, não se praticarão atos processuais,
excetuando-se:
as citações, intimações e penhoras que poderão ser realizadas no período de férias
forenses, onde as houver, e nos feriados ou dias úteis fora do horário estabelecido e a
tutela de urgência.

Processam-se durante as férias forenses, onde as houver, e não se suspendem pela


superveniência delas:

os procedimentos de jurisdição voluntária e os necessários à conservação de


direitos, quando puderem ser prejudicados pelo adiamento;

a ação de alimentos e os processos de nomeação ou remoção de tutor e


curador;

os processos que a lei determinar.


Além dos declarados em lei, são feriados, para efeito forense, os sábados, os domingos e
os dias em que não haja expediente forense.
DICA 146
DO LUGAR DA PRÁTICA DOS ATOS PROCESSUAIS
Conforme previsão do art. 217 do CPC, os atos processuais serão realizados
ordinariamente na sede do juízo, ou, excepcionalmente, em outro lugar em razão
de deferência, de interesse da justiça, da natureza do ato ou de obstáculo arguido pelo
interessado e acolhido pelo juiz.
A regra, portanto, é que na sede do juízo sejam praticados os chamados atos processuais
internos.
Mas conforme previsto no próprio dispositivo legal acima exposto, existem várias
exceções, sendo possível, por exemplo, que o magistrado ouça a parte ou testemunha em
sua residência ou no hospital, em caso de ser enferma.
OBS.: Esse rol de exceções é meramente exemplificativo.
DICA 147
DA VERIFICAÇÃO DOS PRAZOS E DAS PENALIDADES

Incumbe ao juiz verificar se o serventuário excedeu, sem motivo legítimo, os prazos


estabelecidos em lei.
Constatada a falta, o juiz ordenará a instauração de processo administrativo, na
forma da lei.
Qualquer das partes, o Ministério Público ou a Defensoria Pública poderá representar ao
juiz contra o serventuário que injustificadamente exceder os prazos previstos em lei.
Processualmente falando os prazos para os serventuários são impróprios e, assim sendo,
não acarretam em consequências processuais específicas em caso de descumprimento. A
decorrência do descumprimento injustificado é a instauração de processo administrativo.

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Os advogados públicos ou privados, o defensor público e o membro do Ministério
Público devem restituir os autos no prazo do ato a ser praticado.
É lícito a qualquer interessado exigir os autos do advogado que exceder prazo
legal.

Caso seja intimado e o advogado não devolva os autos no prazo de 3 dias, perderá
o direito à vista fora de cartório e incorrerá em multa correspondente à metade do
salário-mínimo. Verificada a falta, o juiz comunicará o fato à seção local da Ordem dos
Advogados do Brasil para procedimento disciplinar e imposição de multa.
Se a situação envolver membro do Ministério Público, da Defensoria Pública ou da
Advocacia Pública, a multa, se for o caso, será aplicada ao agente público responsável
pelo ato. Verificada a falta, o juiz comunicará o fato ao órgão competente responsável
pela instauração de procedimento disciplinar contra o membro que atuou no feito.
DICA 148
DO PROCEDIMENTO CONTRA JUIZ OU RELATOR QUE INJUSTIFICADAMENTE
EXCEDER OS PRAZOS

Em regra, os prazos para os juízes são impróprios, ou seja, o seu descumprimento


não acarreta consequência processual específica.
Entretanto, em decorrência do princípio da razoável duração do processo, é possível
que haja consequências para o magistrado que exceder aos prazos de maneira
injustificada.

Uma dessas consequências é a perda de competência prevista no art. 235 do CPC, o


qual afirma que qualquer parte, o Ministério Público ou a Defensoria Pública poderá
representar ao corregedor do tribunal ou ao Conselho Nacional de Justiça contra juiz ou
relator que injustificadamente exceder os prazos previstos em lei, regulamento ou
regimento interno.
Distribuída a representação ao órgão competente e ouvido previamente o juiz, não sendo
caso de arquivamento liminar, será instaurado procedimento para apuração da
responsabilidade, com intimação do representado por meio eletrônico para, querendo,
apresentar justificativa no prazo de 15 dias.

Sem prejuízo das sanções administrativas cabíveis, em até 48 horas após a


apresentação ou não da justificativa, o corregedor do tribunal ou o relator no Conselho
Nacional de Justiça determinará a intimação do representado por meio eletrônico
para que, em 10 dias, pratique o ato.
Mantida a inércia, os autos serão remetidos ao substituto legal do juiz ou do relator
contra o qual se representou para decisão em 10 dias.
DICA 149
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS ACERCA DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS

Os atos processuais serão cumpridos por ordem judicial.


A regra é que os atos devem ser cumpridos dentro do limite territorial da comarca em que
tramita o processo. Assim, o próprio órgão jurisdicional que deu a ordem executará seu
cumprimento por intermédio dos auxiliares da justiça (tema já tratado anteriormente).
Esse é o chamado princípio da aderência ao território.
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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 03
Entretanto, caso os atos devam ser cumpridos fora dos limites territoriais da comarca,
será expedida carta para a prática.
O tribunal poderá expedir carta de ordem para juízo a ele vinculado, se o ato houver de
se realizar fora dos limites territoriais do local de sua sede.
Admite-se ainda, a prática de atos processuais por meio de videoconferência ou outro
recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real.
As cartas a serem expedidas são:
de ordem, pelo tribunal;
rogatória, para que órgão jurisdicional estrangeiro pratique ato de cooperação
jurídica internacional, relativo a processo em curso perante órgão jurisdicional
brasileiro;
precatória, para que órgão jurisdicional brasileiro pratique ou determine o
cumprimento, na área de sua competência territorial, de ato relativo a pedido de
cooperação judiciária formulado por órgão jurisdicional de competência territorial
diversa;
arbitral, para que órgão do Poder Judiciário pratique ou determine o cumprimento, na
área de sua competência territorial, de ato objeto de pedido de cooperação judiciária
formulado por juízo arbitral, inclusive os que importem efetivação de tutela provisória.
OBS.: Se o ato relativo a processo em curso na justiça federal ou em tribunal superior
houver de ser praticado em local onde não haja vara federal, a carta poderá ser dirigida
ao juízo estadual da respectiva comarca.
DICA 150
DA INTIMAÇÃO

Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e dos termos do
processo.
É facultado aos advogados promover a intimação do advogado da outra parte por
meio do correio, juntando aos autos, a seguir, cópia do ofício de intimação e do aviso de
recebimento.
O ofício de intimação deverá ser instruído com cópia do despacho, da decisão ou da
sentença.

A intimação da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de suas


respectivas autarquias e fundações de direito público será realizada perante o órgão de
Advocacia Pública responsável por sua representação judicial.
As intimações realizam-se, sempre que possível, por meio eletrônico, na forma da
lei.
O Ministério Público, à Defensoria Pública e à Advocacia Pública são obrigados a manter
cadastro nos sistemas de processo em autos eletrônicos.

O juiz determinará de ofício as intimações em processos pendentes, salvo


disposição em contrário. É uma decorrência do princípio do impulso oficial.

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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 03
Quando não realizadas por meio eletrônico, consideram-se feitas as intimações
pela publicação dos atos no órgão oficial.
Os advogados poderão requerer que, na intimação a eles dirigida, figure apenas o nome
da sociedade a que pertençam, desde que devidamente registrada na Ordem dos
Advogados do Brasil.

Sob pena de nulidade, é indispensável que da publicação constem os nomes das


partes e de seus advogados, com o respectivo número de inscrição na Ordem dos
Advogados do Brasil, ou, se assim requerido, da sociedade de advogados.
A grafia dos nomes das partes não deve conter abreviaturas. A grafia dos nomes dos
advogados deve corresponder ao nome completo e ser a mesma que constar da
procuração ou que estiver registrada na Ordem dos Advogados do Brasil.
Constando dos autos pedido expresso para que as comunicações dos atos processuais
sejam feitas em nome dos advogados indicados, o seu desatendimento implicará nulidade.
A retirada dos autos do cartório ou da secretaria em carga implicará intimação de
qualquer decisão contida no processo retirado, ainda que pendente de publicação.
O advogado e a sociedade de advogados deverão requerer o respectivo credenciamento
para a retirada de autos por preposto.
A parte arguirá a nulidade da intimação em capítulo preliminar do próprio ato que
lhe caiba praticar, o qual será tido por tempestivo se o vício for reconhecido. Não
sendo possível a prática imediata do ato diante da necessidade de acesso prévio aos
autos, a parte limitar-se-á a arguir a nulidade da intimação, caso em que o prazo será
contado da intimação da decisão que a reconheça.
Se inviável a intimação por meio eletrônico e não houver na localidade publicação em
órgão oficial, incumbirá ao escrivão ou chefe de secretaria intimar os advogados das
partes: pessoalmente, se tiverem domicílio na sede do juízo ou por carta registrada,
com aviso de recebimento, quando forem domiciliados fora do juízo.
Não dispondo a lei de outro modo, as intimações serão feitas às partes, aos seus
representantes legais, aos advogados e aos demais sujeitos do processo pelo correio ou,
se presentes em cartório, diretamente pelo escrivão ou chefe de secretaria.

Presumem-se válidas as intimações dirigidas ao endereço constante dos autos,


ainda que não recebidas pessoalmente pelo interessado, se a modificação temporária ou
definitiva não tiver sido devidamente comunicada ao juízo, fluindo os prazos a partir da
juntada aos autos do comprovante de entrega da correspondência no primitivo endereço.

A intimação será feita por oficial de justiça quando frustrada a realização por meio
eletrônico ou pelo correio.

A certidão de intimação deve conter:

a indicação do lugar e a descrição da pessoa intimada, mencionando, quando


possível, o número de seu documento de identidade e o órgão que o expediu;

a declaração de entrega da contrafé;

a nota de ciente ou a certidão de que o interessado não a apôs no mandado.


Caso necessário, a intimação poderá ser efetuada com hora certa ou por edital.

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DICA 151
DA DISTRIBUIÇÃO E DO REGISTRO

Todos os processos estão sujeitos a registro, devendo ser distribuídos onde houver
mais de um juiz.
A distribuição, que poderá ser eletrônica, será alternada e aleatória, obedecendo-se
rigorosa igualdade.
A lista de distribuição deverá ser publicada no Diário de Justiça.

Serão distribuídas por dependência as causas de qualquer natureza:

quando se relacionarem, por conexão ou continência, com outra já ajuizada;

quando, tendo sido extinto o processo sem resolução de mérito, for reiterado o
pedido, ainda que em litisconsórcio com outros autores ou que sejam parcialmente
alterados os réus da demanda;
quando houver ajuizamento de ações nos termos do art. 55, § 3º, ao juízo prevento
(ação com cláusula de eleição de foro abusiva e determinada de ofício pelo juiz a remessa
dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu).
Havendo intervenção de terceiro, reconvenção ou outra hipótese de ampliação objetiva do
processo, o juiz, de ofício, mandará proceder à respectiva anotação pelo distribuidor.

O juiz, de ofício ou a requerimento do interessado, corrigirá o erro ou compensará a


falta de distribuição.
A distribuição poderá ser fiscalizada pela parte, por seu procurador, pelo Ministério Público
e pela Defensoria Pública.
Será cancelada a distribuição do feito se a parte, intimada na pessoa de seu advogado,
não realizar o pagamento das custas e despesas de ingresso em 15 dias.
DICA 152
DA DISPENSA DA JUNTADA DE PROCURAÇÃO

A petição inicial deve vir acompanhada de procuração, que conterá os endereços do


advogado, eletrônico e não eletrônico.
A procuração é o instrumento do mandato passado pela parte ao advogado.

A juntada de procuração é regra geral, sendo relativizada diante de expressas


hipóteses no CPC:

no caso previsto no art. 104 (para evitar preclusão, decadência ou prescrição, ou para
praticar ato considerado urgente);

se a parte estiver representada pela Defensoria Pública;

se a representação decorrer diretamente de norma prevista na Constituição Federal ou


em lei (como no caso das advocacias públicas ou do MP em relação aos incapazes).

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DICA 153
DO VALOR DA CAUSA

A toda causa será atribuído valor certo, ainda que não tenha conteúdo econômico
imediatamente aferível.
O valor da causa possui diversas utilidades no processo civil, como por exemplo servir de
base de cálculo para a taxa judiciária.

De acordo com o art. 292 do CPC, o valor da causa constará da petição inicial
ou da reconvenção e será:

na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida do principal, dos


juros de mora vencidos e de outras penalidades, se houver, até a data de
propositura da ação;

na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, a modificação, a


resolução, a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o valor do ato ou o de sua parte
controvertida;

na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais pedidas pelo


autor;

na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o valor de avaliação da


área ou do bem objeto do pedido;

na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido;

na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma dos


valores de todos eles;

na ação em que os pedidos são alternativos, o de maior valor;

na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido principal.

Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, considerar-se-á o valor de umas


e outras. E o valor das prestações vincendas será:

se a obrigação for por tempo indeterminado ou por tempo superior a 1 ano → igual
a uma prestação anual;

se por tempo inferior → igual à soma das prestações.


OBS.: O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa quando
verificar que não corresponde ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito
econômico perseguido pelo autor, caso em que se procederá ao recolhimento das custas
correspondentes.
O réu poderá impugnar, em preliminar da contestação, o valor atribuído à causa
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pelo autor, sob pena de preclusão, e o juiz decidirá a respeito, impondo, se for o caso, a
complementação das custas.
DICA 154
DA TUTELA PROVISÓRIA

A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência.


A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida em caráter
antecedente ou incidental.

A tutela antecipada é aquela em que há a satisfação do direito (ex.: realização de


cirurgia), enquanto a cautelar é uma medida apenas conservativa do direito (ex.:
arresto de bens para futura execução por quantia certa)
A tutela provisória requerida em caráter incidental independe do pagamento de custas.
A tutela provisória é sumária, pois fundada em congnição sumária e menos aprofundada
da causa, num juízo de probabilidade e não de certeza. Também é não definitiva,
uma vez que pode ser modificada ou revogada em qualquer tempo.

A tutela de urgência é fundada em periculum in mora, ou seja, uma situação de


perigo iminente. Enquanto a tutela de evidência se baseia não no periculum in mora,
mas no alto grau de probabilidade da existência do direito.
A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode, a qualquer
tempo, ser revogada ou modificada.

Salvo decisão judicial em contrário, a tutela provisória conservará a eficácia durante


o período de suspensão do processo.
O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas para efetivação da
tutela provisória. Aqui encontra-se a chamada atipicidade de meios executivos.
A efetivação da tutela provisória observará as normas referentes ao cumprimento
provisório da sentença, no que couber.
Na decisão que conceder, negar, modificar ou revogar a tutela provisória, o juiz motivará
seu convencimento de modo claro e preciso.
A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando antecedente, ao juízo
competente para conhecer do pedido principal.
Ressalvada disposição especial, na ação de competência originária de tribunal e nos
recursos a tutela provisória será requerida ao órgão jurisdicional competente para apreciar
o mérito.
DICA 155
DO PROCEDIMENTO DA TUTELA ANTECIPADA REQUERIDA EM CARÁTER
ANTECEDENTE

A tutela antecipada é uma medida de caráter satisfativo, pois antecipa à parte os


efeitos de uma futura decisão definitiva. Essa tutela antecipatória pode ser requerida em
caráter incidental (quando requerida no curso do processo) ou antecedente.

A tutela de urgência antecipada em caráter antecedente é requerida em situações


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em que a urgência é contemporânea a propositura da ação e dificuldades de
elaboração de uma petição devidamente arrazoada e instruída, o que autoriza a parte a
fazer uma petição inicial limitada ao pedido de tutela antecipada antecedente, apenas
indicando o pedido de tutela final.

Portanto, pressupõe uma situação de urgência incompatível com a demora


inerente à elaboração da inicial.

Concedida a tutela antecipada, autor tem o prazo mínimo de 15 dias para aditar a
petição inicial, sob pena de extinção do processo. O réu vai ser citado e intimado para a
audiência de conciliação ou de mediação.
Em sendo indeferida a tutela, o autor terá o prazo de 5 dias para emendar a petição
inicial, sob pena de extinção do processo.
Não interposto “recurso” contra decisão concessiva de tutela antecipada, pedida em
caráter antecedente, há estabilização da decisão e a extinção do processo.
Contudo, essa decisão não faz coisa julgada material, uma vez que essa pressupõe
decisão judicial de cognição exauriente, sendo que no caso da tutela de urgência
antecipada em caráter antecedente, o juízo é de cognição sumária (mais simples).

ATENÇÃO!

Não cabe ação rescisória nos casos estabilização da tutela antecipada de urgência.
(En. 33 FPPC).

O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada extingue-se após 2 anos,


contados da ciência da decisão que extinguiu o processo.

Sobre a necessidade de “recurso” para evitar a estabilização da decisão, há divergência


na doutrina e jurisprudência:
Para uma primeira corrente, qualquer forma de oposição, e não apenas o recurso em si,
seria suficiente para impedir a estabilização.
Já para uma segunda corrente, apenas o recurso propriamente dito, que no caso é
o Agravo de Instrumento impede a estabilização.
O STJ, no informativo 658, adotou esse entendimento, ao afirmar que apenas a
interposição de agravo de instrumento contra a decisão antecipatória dos efeitos da tutela
requerida em caráter antecedente é que se revela capaz de impedir a estabilização, nos
termos do disposto no art. 304 do Código de Processo Civil.
Outra discussão relevante é quanto a interposição desse recurso pelo assistente simples.
Nesse sentido o Enunciado 501, FPPC aduz que a tutela antecipada concedida em caráter
antecedente não se estabilizará quando for interposto recurso pelo assistente simples,
salvo se houver manifestação expressa do réu em sentido contrário.
Quanto a estabilização em face da Fazenda Pública, prevalece que é possível. Assim
como também é possível a negociação processual acerca da estabilização da tutela
antecipada antecedente.
A tutela antecipada antecedente pode ser deferida em ação recisória, nesse caso, porém,
não ocorrerá a estabilização.
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Enunciado 43, CJF: Não ocorre a estabilização da tutela antecipada requerida em
caráter antecedente, quando deferida em ação rescisória.
DICA 156
DA TUTELA DE EVIDÊNCIA
A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de
perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:
ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito
protelatório da parte;
as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver
tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante (nessa
hipótese o juiz poderá decidir liminarmente);
se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do
contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto
custodiado, sob cominação de multa (nessa hipótese o juiz poderá decidir liminarmente);
a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos
constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar
dúvida razoável.
DICA 157
DA FORMAÇÃO DO PROCESSO
De acordo com o art. 312 do CPC/15, considera-se proposta a ação quando a petição
inicial for protocolada, todavia, a propositura da ação só produz quanto ao réu os efeitos
mencionados no art. 240 (induzir litispendência, tornar litigiosa a coisa ou constituir em
mora o devedor, ressalvado o disposto nos arts. 397 e 398 depois que for validamente
citado.
Importa lembrar aqui que a “interrupção da prescrição operada pelo despacho que
ordena a citação, ainda que proferido por juízo incompetente, retroagirá à data de
propositura da ação”, conforme disposto no §1º, do art. 240 do CPC.
DICA 158
DOS REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL
A petição inicial indicará:
o juízo a que é dirigida;
os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o
número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu;
Caso não disponha dessas informações, poderá o autor, na petição inicial, requerer ao juiz
diligências necessárias à sua obtenção.
A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta dessas informações, for
possível a citação do réu.
A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento dessas informações se a
obtenção delas tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça.

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o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
o pedido com as suas especificações;
o valor da causa;
as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;
a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de
mediação.
A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação.
DICA 159
DA EMENDA À PETIÇÃO INICIAL
O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou
que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito,
determinará que o autor, no prazo de 15 dias, a emende ou a complete, indicando com
precisão o que deve ser corrigido ou completado.
Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.
Aplica-se aqui o princípio da primazia do julgamento do mérito. Ademais, trata-se de
um direito subjetivo do autor e não mera faculdade do juiz.
DICA 160
DO INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL

A petição inicial será INDEFERIDA quando:

for inepta;

a parte for manifestamente ilegítima;

o autor carecer de interesse processual;

não atendidas as prescrições do art. 106 (Se o advogado não declarar, na petição
inicial ou na contestação, o endereço, seu número de inscrição na Ordem dos
Advogados do Brasil e o nome da sociedade de advogados da qual participa, para o
recebimento de intimações e não suprir a omissão no prazo legal e art. 321 (emenda
da inicial).

Em relação à inépcia da inicial, considera-se INEPTA a petição inicial


quando:

lhe faltar pedido ou causa de pedir;

o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o


pedido genérico;
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da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;

contiver pedidos incompatíveis entre si.

Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de


empréstimo, de financiamento ou de alienação de bens, o autor terá de, sob pena
de inépcia, discriminar na petição inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas que
pretende controverter, além de quantificar o valor incontroverso do débito. Esse valor
incontroverso deverá continuar a ser pago no tempo e modo contratados.

Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 5


retratar-se.
Se não houver retratação, o juiz mandará citar o réu para responder ao recurso.
Sendo a sentença reformada pelo tribunal, o prazo para a contestação começará a
correr da intimação do retorno dos autos, observado o disposto no art. 334 (prazo da
audiência de conciliação/mediação).
Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença.
DICA 161
DA IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO
Existem algumas situações em que o juiz, já no seu primeiro ato no processo, adentra
ao mérito e profere uma sentença definitiva julgando improcedente o pedido.
Conforme art. 332 do CPC, nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz,
independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido
que contrariar:
enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de
Justiça;
acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de
Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
entendimento firmado em IRDR ou de assunção de competência;
enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar,
desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição.
§ 2º. Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da
sentença, nos termos do art. 241 (Transitada em julgado a sentença de mérito proferida
em favor do réu antes da citação, incumbe ao escrivão ou ao chefe de secretaria
comunicar-lhe o resultado do julgamento.
Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 dias.
Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a citação do
réu, e, se não houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar
contrarrazões, no prazo de 15 dias.

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DICA 162
DO JULGAMENTO ANTECIPADO DO MÉRITO
O julgamento antecipado do mérito é uma situação que autoriza o juiz a julgar o processo
conforme seu estado, não necessitando adentrar nas provas.
O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito,
quando:
não houver necessidade de produção de outras provas;
O STJ não admite que o juiz julgue antecipado o mérito, porque não há necessidade
da produção de provas, e no dispositivo indefira o pedido justamente por
insuficiência de provas.

Jurisprudência

Consoante a jurisprudência pacífica desta eg. Corte Superior, configura cerceamento de


defesa o julgamento antecipado da lide no sentido da improcedência do pedido por
insuficiência de provas ensejando-se, por conseguinte, o retorno dos autos a origem para
que sejam proferidas as provas requeridas nos autos. (STJ, AgRg nos EDcl no REsp
1.069.807/2016)

o réu for revel, ocorrer o efeito material da revelia e não houver requerimento de prova
do réu revel.
Caso o juiz julgue o mérito do processo de forma antecipada profere sentença, cabendo
apelação. Por outro lado, se o juiz indefere, não cabe Agravo de Instrumento.
DICA 163
DO ÔNUS DA PROVA
O ônus da prova é um encargo atribuído a um sujeito processual para demonstração
de determinadas alegações.
É justamente por se tratar de um encargo e não de um dever, é que não se pode exigir o
cumprimento pela parte. O ônus da prova pode ser atribuído pelo legislador, pelo juiz ou
por convenção das partes.
Conforme já decidiu o STJ, o ônus da prova é um ônus imperfeito, significando dizer que
se a parte deixou de se desincumbir não será necessariamente prejudicada.

O ônus da prova incumbe:

ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;

ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do


direito do autor.
DICA 164
FATOS QUE NÃO DEPENDEM DE PROVA

De acordo com o art. 374 do CPC/15, não dependem de prova os fatos:


Notórios;
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Que são aqueles que fazem parte do cotidiano, perceptível dentro da cultura do chamado
“homem médio”.
A notoriedade por der relativa ou geral.

Ex.: A pandemia do Corona-vírus, desastres como da boate Kiss etc.


afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária;
Há uma crítica a essa previsão, uma vez que, na verdade, se o fato é confessado, já seria
também fato provado, já que a confissão é meio de prova
admitidos no processo como incontroversos;
Não se confunde com o pedido incontroverso. Neste há a possibilidade do juiz decidir
parcialmente o mérito, enquanto o fato incontroverso gera a desnecessidade de produção
da prova.
em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade.
Alguns fatos por força de lei se presumem verdadeiros ou existentes.

Ex.: a alienação do bem depois de registrada penhora se presume fraudulenta.


DICA 165
PRINCÍPIO DA COMUNHÃO DAS PROVAS
Por este princípio, entende-se que a prova, uma vez produzida, é pertencente ao
processo e não mais da parte que a produziu/requereu.
Assim sendo, a prova poderá ser produzida por uma parte e, posteriormente, ser
aproveitada pela parte diversa.
Este princípio encontra guarida no art. 371, primeira parte, do CPC, o qual afirma que “o
juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver
promovido (...)”.

Também já foi assim cobrado no XXXI Exame de Ordem:


Julieta ajuizou demanda em face de Rafaela e, a fim de provar os fatos constitutivos de
seu direito, arrolou como testemunhas Fernanda e Vicente. A demandada, por sua vez,
arrolou as testemunhas Pedro e Mônica. Durante a instrução, Fernanda e Vicente em nada
contribuíram para o esclarecimento dos fatos, enquanto Pedro e Mônica confirmaram o
alegado na petição inicial. Em razões finais, o advogado da autora requereu a procedência
dos pedidos, ao que se contrapôs o patrono da ré, sob o argumento de que as provas
produzidas pela autora não confirmaram suas alegações e, ademais, as provas produzidas
pela ré não podem prejudicá-la. Consideradas as normas processuais em vigor, assinale a
afirmativa correta.
A) O advogado da demandada está correto, pois competia à demandante a prova dos
fatos constitutivos do seu direito.
B) O advogado da demandante está correto, porque a prova, uma vez produzida,
pode beneficiar parte distinta da que a requereu.
C) O advogado da demandante está incorreto, pois o princípio da aquisição da prova não é
aplicável à hipótese.

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D) O advogado da demandada está incorreto, porque as provas só podem beneficiar a
parte que as produziu, segundo o princípio da aquisição da prova.
Gabarito: Letra B

DICA 166
PRINCÍPIO DA PERSUASÃO RACIONAL
Por este princípio, o juiz deverá indicar na decisão as razões que levaram ao seu
convencimento, conforme art. 371, segunda parte, que assim prevê “(...) e indicará na
decisão as razões da formação de seu convencimento.
Portanto, o sistema de persuasão racional foi expressamente adotado pelo CPC/15, e
através dele, o juiz indicará as razões do seu convencimento, ou seja, a persuasão
racional que conduziu ao seu convencimento.
Destoa do sistema tarifário/Legal em que as provas têm pesos pré-definidos, a confissão,
por exemplo, é vista como “a rainha das provas”.
E também do chamado sistema de valoração da livre convicção ou persuasão íntima,
segundo o qual, ao juiz é admitido que se convença até mesmo de provas fora dos autos,
tendo o magistrado absoluta liberdade para decidir.
DICA 167
PROVA EMPRESTADA
Trazida expressamente pelo CPC/15, o qual possibilitou a utilização da prova produzida
em outro procedimento.
O art. 372 do CPC assim prevê: “O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida
em outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o
contraditório.”.
A prova emprestada quando é trasladada para outro processo ela muda de
categoria, passando à categoria de prova documental
É possível a utilização até mesmo de provas produzidas em justiças distintas.
Neste sentido:

Informativo 536 do STJ

Desde que observado o devido processo legal, é possível a utilização de provas colhidas
em processo criminal como fundamento para reconhecer, no âmbito de ação de
conhecimento no juízo cível, a obrigação de reparação dos danos causados, ainda que a
sentença penal condenatória não tenha transitado em julgado.

Fique atento!
En. 30, CJF – É admissível a prova emprestada, ainda que não haja identidade de partes,
nos termos do art. 372 do CPC.
DICA 168
DA ATIPICIDADE DOS MEIOS DE PROVA

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As partes podem empregar meio atípicos de prova, ou seja, meios além daqueles
expressamente previstos no CPC, que são os chamados meios típicos, como prova pericial,
documental, testemunhal etc.
Conforme o art. 369 do CPC, as partes têm o direito de empregar todos os meios
legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste
Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir
eficazmente na convicção do juiz.

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DIREITO EMPRESARIAL
DICA 169
DIREITO SOCIETÁRIO - SOCIEDADE DE PROPÓSITO ESPECÍFICO
O Código Civil, em seu art. 981, parágrafo único, prevê que a atividade econômica a ser
exercida pela sociedade pode se restringir à realização de um ou mais negócios
determinados. Nesse contexto, surge a sociedade de propósito específico, que, nos
dizeres da doutrina de André Santa Cruz, terá objeto social único, sendo constituída
para desenvolver determinado projeto, sendo um mero instrumento de sua controladora
para o atingimento de tal finalidade, podendo assumir a forma de uma sociedade limitada
ou uma sociedade anônima. Não se trata de um novo tipo societário.

As Parcerias Público-Privadas devem ser constituídas sob a forma de uma Sociedade de


Propósito Específico.
DICA 170
DIREITO SOCIETÁRIO - HOLDINGS
De acordo com a doutrina de André Santa Cruz, nas sociedades limitadas empresárias é
muito comum a presença de sócio pessoa jurídica, ao qual se atribui o nome de HOLDING
(sociedade que tem por objeto social participar de outras sociedades). Ela poderá ser de
dois tipos:

HOLDING PURA: quando apenas participa de outras sociedades, sem desenvolver


atividade própria

HOLDING MISTA: quando além de participar de outras sociedades explora


determinada atividade econômica
Não confundir:

Sociedade controlada: sociedade com maioria de votos ou poder de eleger a maioria


dos administradores (CC, art. 1.098).

Sociedade filiada/coligada: participa do capital com 10% ou mais, sem controlá-la


(CC, art. 1.099).

Sociedade de simples participação: possui menos de 10% do capital de outra com


direito de voto (CC, art. 1.100).

DICA 171
CONSTITUIÇÃO DA SOCIEDADE SIMPLES
A constituição da sociedade simples está prevista no artigo 997 do CC/02, devendo ser
realizada através de contrato escrito, particular ou público, com o mínimo de cláusulas
a seguir previstas, a seguir previstas:

nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se pessoas naturais,
e a firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos sócios, se jurídicas;

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denominação, objeto, sede e prazo da sociedade;

capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender qualquer


espécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária;

a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la;

as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em serviços;

as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus poderes e


atribuições;

a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas;

se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais.

Parágrafo único. É ineficaz em relação a terceiros qualquer pacto separado, contrário ao


disposto no instrumento do contrato.

Não há impedimento para que a administração da sociedade se dê por pessoa não


sócia. A única diferença é quanto ao quórum de aprovação do não sócio para exercer a
administração da sociedade, que, nesse caso, quando não integralizado o capital social,
será quórum de aprovação total e caso haja a integralização, dependerá apenas de 2/3
dos sócios (art.1.061, CC).
É importante conhecer todos os itens do artigo 997, acima descritos, considerando-se
que, segundo o art. 999, do CC, as modificações do contrato social, que tenham por
objeto matéria indicada no art. 997, dependem do consentimento de todos os sócios; as
demais podem ser decididas por maioria absoluta de votos, se o contrato não determinar
a necessidade de deliberação unânime.
Por fim, cabe lembrar que se aplica, de forma subsidiária, as regras sobre a constituição
de sociedades simples às sociedades limitadas, desde que haja omissões em seu contrato
social.
DICA 172
DIREITO SOCIETÁRIO - TIPOS SOCIETÁRIOS
Tema importante no direito societário é a tipificação das sociedades empresariais, assim
como a classificação das mesmas. A seguir conceitos gerais sobre os tipos societários,
sendo os mesmos um rol taxativo, ou seja, para exercer atividade empresarial, o
empresário somente pode escolher um dos tipos previstos em lei. São eles:

a sociedade em nome coletivo (N/C);

a sociedade em comandita simples (C/S);

a sociedade em comandita por ações (C/A);

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a sociedade em conta de participação (C/P);

a sociedade limitada (Ltda.); e

a sociedade anônima ou companhia (S/A).

As três primeiras figuras foram plenamente tratadas pelo novo Código Civil. As
sociedades anônimas estão disciplinadas na Lei n. 6.404/76, e as sociedades em
comandita por ações regem-se pelas normas relativas às sociedades anônimas, com
algumas regras impostas pelo Código Civil (arts. 1.090 a 1.092).
Dentre os tipos societários, os mais usados no cotidiano, assim como exigidos em provas
são a sociedade limitada e a sociedade anônima, sendo essa última mais utilizada para
grandes empreendimentos.

A sociedade civil pode adotar qualquer tipo societário, salvo sociedade anônima, que
necessariamente deverá ser empresarial.
DICA 173
DIREITO SOCIETÁRIO - CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES

Quanto ao regime de constituição, a sociedades podem ser:

Sociedades contratuais: são aquelas constituídas através de um contrato social,


tais como as sociedades limitadas, as sociedades em nome coletivo e as sociedades em
comandita simples. O capital social é dividido em quotas e o titular das mesmas é
denominado sócio.

Sociedades estatutárias ou institucionais: são aquelas constituídas através de um


estatuto social, como a sociedade anônima e a sociedade em comandita por ações. O
capital social é dividido em ações e o seu titular é denominado acionista. As relações são
entre os sócios e a sociedade, não havendo relação deles entre si. Qualquer interessado,
desejando ingressar na sociedade, adere ao estatuto.
DICA 174
DIREITO SOCIETÁRIO - CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES

Quanto à responsabilidade dos sócios pelas obrigações sociais:


Fábio Ulhoa Coelho, quanto à essa importante classificação, explica que em razão do
PRINCÍPIO DA AUTONOMIA PATRIMONIAL, ou seja, da personalização da sociedade
empresária, os sócios não respondem, em regra, pelas obrigações desta. Continua Coelho
afirmando que se a pessoa jurídica é solvente, quer dizer, possui bens em seu patrimônio
suficientes para o integral cumprimento de todas as suas obrigações, o ativo do
patrimônio particular de cada sócio é, absolutamente, inatingível por dívida social. Mesmo
em caso de falência, somente após o completo exaurimento do capital social é que se
poderá cogitar de alguma responsabilidade por parte dos sócios, ainda assim condicionada
a uma série de fatores.

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Assim, a responsabilidade dos sócios pelas obrigações da sociedade empresária é
sempre subsidiária, porque é legalmente assegurado aos sócios o direito de exigirem o
prévio exaurimento do ativo do patrimônio social (CC, art. 1.024; CPC, art. 795, § 1.º).
Esgotadas as forças do patrimônio social é que se poderá pensar em executar bens do
patrimônio particular do sócio por saldos existentes no passivo da sociedade.

No presente caso, as sociedades, quanto à responsabilidade dos sócios, haverá


três tipos:

Sociedades com sócios de responsabilidade mista: parte dos sócios responde de


forma limitada e parte de forma ilimitada pelas obrigações sociais. Ex.: comandita por
ações (C/A) e comandita simples (C/S). Nas primeiras, apenas os acionistas que exercem
cargos de administração é que responderão ilimitadamente pelas obrigações sociais (art.
1.091, CC). Nas sociedades em comandita simples, apenas os sócios comanditados
respondem ilimitadamente pelas obrigações sociais, enquanto os comanditários
respondem limitadamente (art. 1.045).

Sociedades com sócios de responsabilidade ilimitada: Nesse caso, o patrimônio


dos sócios responderá subsidiariamente, mas de forma ilimitada, pelas obrigações sociais.
Ex.: sociedades em nome coletivo.

Sociedades com sócios de responsabilidade limitada: Aqui o patrimônio do sócio


somente responderá de forma subsidiária e limitada. Ex.: Sociedades Limitadas e
Sociedades Anônimas.
DICA 175
DIREITO SOCIETÁRIO - CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES

Quanto às condições para alienação da participação societária, pode-se classificar as


sociedades como:

Sociedades de pessoas: Aqui os atributos pessoais dos sócios são mais importantes
do que o próprio capital. Há um vínculo maior entre os sócios e, dessa forma, apenas
poderá ingressar na sociedade àquele que for autorizado pelos demais sócios. ingressará
na sociedade aquele expressamente autorizado pelos demais sócios. Ex.: sociedades
em nome coletivo e comandita simples.

Sociedades de capital: Aqui a contribuição financeira para o ingresso no quadro de


sócios da empresa é mais importante que a pessoalidade. O capital social é formado por
ações e basta que alguém subscreva determinado número de ações, contribuindo para a
formação do patrimônio inicial da sociedade, para que seja admitido como acionista.
Inexiste vínculo entre sócios. Ex.: sociedade anônima (S.A.) e a comandita por ações
(C/A).
DICA 176
TÍTULOS DE CRÉDITO/DIREITO CAMBIÁRIO - CONCEITOS INICIAIS
De acordo com a doutrina de André Santa Cruz, título de crédito é o documento que
instrumentaliza o crédito e permite a sua mobilização com rapidez e segurança, sendo,
portanto, instrumentos de circulação de riqueza.

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Ainda na época das grandes navegações e descobertas da América e da rota das índias, já
se utilizavam documentos que representavam riquezas, como por exemplo, as notas
promissórias, facilitando a circulação da riqueza e o próprio desenvolvimento da
economia.
Com a evolução do comércio e do direito cambiário, e por ser característica do mercado a
globalização, e a internacionalização dos títulos de crédito, surgia a necessidade de
uma legislação uniforme, e dessa forma, por exemplo, para alguns títulos, o Brasil aderiu
à Lei Uniforme de Genebra.
Com a promulgação do CC/02, houve a regulamentação sobre títulos de crédito, que, no
entanto, somente será aplicável aos títulos de crédito novos e atípicos, mantendo-se as
normas especiais já em vigor no Brasil. O CC/02, quanto aos títulos de crédito, podem ser
aplicados os referidos artigos apenas de forma supletiva para os títulos nominados, desde
que compatíveis.

São exemplos de títulos de crédito: cheques, notas promissórias, letras de câmbio,


duplicatas, conhecimento de depósito, warrant.
DICA 177
PRINCÍPIOS DOS TÍTULOS DE CRÉDITO
Segundo a doutrina, Vivante, jurista italiano, definiu título de crédito como o documento
necessário ao exercício do direito, literal e autônomo, nele mencionado. Desse
conceito extraem-se três princípios relativos ao direito cambiário, relatados por Fabio
Ulhoa Coelho:

Cartularidade: credor precisa estar na posse do documento (cártula). Não se pode,


dessa forma, promover ação de execução com cópia do título, devendo ser juntado
documento original, em regra. Exceção: títulos de crédito eletrônicos, por exemplo.

Literalidade: somente os atos jurídicos instrumentalizados no próprio documento é que


terão eficácia para as relações jurídico-cambiais.

Autonomia: Pelo princípio da autonomia, entende-se que as obrigações representadas


por um mesmo título de crédito são independentes entre si. Se uma dessas obrigações
for nula ou anulável, eivada de vício jurídico, tal fato não comprometerá a validade e
eficácia das demais obrigações constantes do mesmo título de crédito.

De acordo com COELHO, o princípio da autonomia se desdobra em dois


subprincípios: abstração e inoponibilidade das exceções pessoais aos terceiros de
boa-fé.
Em razão dos princípios específicos do direito cambiário haverá uma maior proteção da
relação comercial, para que o credor receba o que lhe é devido, pois, garantir-se-á ao
credor que aquela pessoa que lhe transfere o título (o seu devedor) não poderá cobrá-lo
mais (princípio da cartularidade); que todas as relações jurídicas que poderão interferir
com o crédito adquirido são apenas aquelas que constam, expressamente, do título e
nenhuma outra (princípio da literalidade); e c) nenhuma exceção pertinente à relação da
qual ele não tenha participado terá eficácia jurídica quando da cobrança do título (princípio
da autonomia), nos termos da doutrina de Fabio Ulhoa Coelho.

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DICA 178
NOVO TÍTULO DE CRÉDITO - LEI DE AMBIENTE DE NEGÓCIOS – LEI 14.195/2021
Consoante a Lei de Ambiente de Negócios publicada em agosto de 2021 e já em vigor na
maioria de seus artigos, houve a constituição de novo título de crédito denominada
NOTA COMERCIAL. Segundo o art. 45 da referida lei, A nota comercial, valor mobiliário
de que trata o inciso VI do caput do art. 2º da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976, é
título de crédito:

não conversível em ações;

de livre negociação;
representativo de promessa de pagamento em dinheiro;

emitido exclusivamente sob a forma escritural por meio de instituições autorizadas a


prestar o serviço de escrituração pela Comissão de Valores Mobiliários.

Podem emitir a nota comercial as sociedades anônimas, as sociedades limitadas e as


sociedades cooperativas.

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DIREITO PENAL
DICA 179
CONCURSO DE PESSOAS
Previsão legal: art. 29 e 30 do CP.
Art. 29. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este
cominadas, na medida de sua culpabilidade.

Conceito: É a consciente e voluntária cooperação de duas ou mais pessoas para a


prática da mesma infração penal.

Natureza jurídica: norma de ampliação da adequação típica.


DICA 180
TEORIAS DO CONCURSO DE PESSOAS - TEORIA MONISTA OU UNITÁRIA

Teoria monista / unitária


TEORIAS DO CONCURSO DE PESSOAS
Teoria dualista

Teoria pluralista

TEORIA MONISTA/UNITÁRIA: Todos os colaboradores respondem pelo mesmo


crime – adotada como regra no Brasil, por força dos arts. 29 e 30 do CP.

Ex. 1: Briena quer furtar uma TV e, para isso, chama Priscila para lhe auxiliar. Priscila
aceita prontamente e, juntas, subtraem a TV. Logo em seguida, repartem o proveito
obtido na empreitada criminosa. Nesse caso, ambas respondem pelo mesmo crime, qual
seja, furto qualificado (art. 155, §4º, inciso IV, CP).

Ex. 2: Gisele, servidora da prefeitura de São Paulo, convida sua amiga Jéssica para
cometer crime contra a administração pública (furtar computadores da repartição).
Jéssica, que atua na área de família como advogada, sabe da condição de servidora
pública de Gisele. No dia combinado, as duas entram na repartição e furtam dois
computadores. Ambas respondem por peculato, em razão da teoria monista.
DICA 181
TEORIA UNITÁRIA MONISTA
Utilizada para aplicação de pena no concurso de pessoas em que todos os autores,
coautores e partícipes respondem pelo mesmo crime.

Coautores: Conduta típica é praticada por mais de uma pessoa, pode ser caracterizada
pelo princípio da divisão do trabalho.

Partícipes: Não realiza a conduta típica, não pratica diretamente os atos de execução.
A participação é, pois, necessariamente, acessória e secundária.

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DICA 182
TEORIAS DO CONCURSO DE PESSOAS - TEORIA DUALISTA

Teoria Dualista: Segundo essa teoria, devem ser reconhecidos tipos de autor e
tipos de partícipe.
Exemplificando: É como se a legislação estivesse assim: Matar (autor) alguém e ajudar
(partícipe) alguém a matar alguém (não foi adotado em nenhuma legislação, em regra).

Conclusão: Haveria no tipo penal a conduta do autor e do partícipe.


DICA 183
TEORIAS DO CONCURSO DE PESSOAS - TEORIA PLURALISTA

Teoria pluralista: De acordo com essa teoria, cada colaborador pode e deve
responder por seu próprio crime. É adotada de modo excepcional pelo Código Penal
em dois grupos de casos:
1º grupo - Previsão expressa da conduta de cada colaborador em um tipo autônomo.

Exemplo do art. 317 e 333 (corrupção), 124 e 126 (aborto) e o 342 e 343 (falso
testemunho e suborno para falso testemunho) do CP.
2º grupo - Cooperação dolosamente distinta.
Nos termos do artigo 29, §2º do CP, “se algum dos concorrentes quis participar de crime
menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na
hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave”.

QUESTÃO FGV – OAB, 2018.


Pedro e Paulo combinam de praticar um crime de furto em determinada creche, com a
intenção de subtrair computadores. Pedro, então, sugere que o ato seja praticado em
um domingo, quando o local estaria totalmente vazio e nenhuma criança seria
diretamente prejudicada.
No momento da empreitada delitiva, Pedro auxilia Paulo a entrar por uma janela lateral
e depois entra pela porta dos fundos da unidade. Já no interior do local, eles verificam
que a creche estava cheia em razão de comemoração do “Dia das Mães”; então, Pedro
pega um laptop e sai, de imediato, pela porta dos fundos, mas Paulo, que estava
armado sem que Pedro soubesse, anuncia o assalto e subtrai bens e joias de crianças,
pais e funcionários. Captadas as imagens pelas câmeras de segurança, Pedro e Paulo
são identificados e denunciados pelo crime de roubo duplamente majorado.
Com base apenas nas informações narradas, a defesa de Pedro deverá pleitear o
reconhecimento da
(c) cooperação dolosamente distinta, gerando aplicação da pena do crime menos grave.
GABARITO: Letra C.
COMENTÁRIO:De acordo com o art. 29, §2º do CP, [...] “se algum dos concorrentes
quis participar de crime menos grave ser-lhe-á imputada a pena deste; essa pena será
aumentada até a metade, na hipótese de ter sido previsível resultado mais grave”
A cooperação dolosamente distinta impede que o sujeito responda por um fato que não
estava na sua esfera de vontade ou de conhecimento. Desse modo, considerando o caso
apresentado pela questão, tem-se que Pedro não poderá responder pelo crime de roubo
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praticado por Paulo, uma vez que não tinha a intenção de roubo, mas apenas de praticar
o furto.

DICA 184
CONCURSO DE PESSOAS

Requisitos:

Pluralidade de agentes: Duas ou mais pessoas realizando a conduta típica ou


concorrendo de algum modo para que outro a realize.

Relevância causal das condutas: Relação de causa e efeito entre cada conduta
com o resultado que é utilizado na teoria da equivalência dos antecedentes causais.

Liame subjetivo entre os agentes: Vontade de colaborar para o mesmo crime. NÃO
É necessário o acordo prévio entre os agentes, bastando que um venha a aderir a vontade
do outro.

Identidade de fato: Todos os concorrentes devem responder pelo mesmo crime.

QUESTÃO FGV – OAB, 2015.


Maria Joaquina, empregada doméstica de uma residência, profundamente apaixonada
pelo vizinho Fernando, sem que este soubesse, escuta sua conversa com uma terceira
pessoa acordando o furto da casa em que ela trabalha durante os dias de semana à
tarde. Para facilitar o sucesso da operação de seu amado, ela deixa a porta aberta ao
sair do trabalho. Durante a empreitada criminosa, sem saber que a porta da frente se
encontrava destrancada, Fernando e seu comparsa arrombam a porta dos fundos,
ingressam na residência diversos objetos.
Diante desse quadro fático, assinale a opção que apresenta a correta responsabilidade
penal de Maria Joaquina.
(a) Deverá responder pelo mesmo crime de Fernando, na qualidade de partícipe, eis
que contribuiu de alguma forma para o sucesso da empreitada criminosa ao não
denunciar o plano.
(b) Deverá responder pelo crime de furto qualificado pelo concurso de agentes,
afastada a qualificadora do rompimento de obstáculo, por esta não se encontrar na
linha de seu conhecimento.
(c) Não deverá responder por qualquer infração penal, sendo a sua participação
irrelevante para o sucesso da empreitada criminosa.
(d) Deverá responder pelo crime de omissão de socorro.
Gabarito: Letra C.
Comentário: No caso apresentado pela questão, verifica-se que a conduta de Maria
não teve relevância causal para a produção do resultado, uma vez que os autores do
crime entraram na residência arrombando a porta dos fundos. Ademais, não houve
vínculo subjetivo ou acordo de vontade entre os agentes. Diante disso, tem-se que a
conduta de Maria é atípica, de modo que não deve ser considerada partícipe do delito.

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DICA 185
AUTORIA COLATERAL
Autoria colateral: Duas ou mais pessoas, ignorando uma ação de outra, realizam
condutas convergentes, objetivando a execução do mesmo crime.

Ex.: ambos atiram na vítima sem saber um do outro


Dessa forma, a autoria colateral não é uma espécie de concurso de pessoas, pois não há
vínculo subjetivo entre os agentes.
DICA 186
AUTORIA E PARTICIPAÇÃO - TEORIA OBJETIVO - FORMAL

Teoria objetivo-formal
Teorias que buscam caracterizar e
diferenciar autoria e participação Teoria objetivo-material

Teoria subjetiva

Teoria do domínio do fato

Pessoal, é muito comum que o aluno que com muita dúvida aqui e se enrole todo nesse
conteúdo. Por isso, fique atento!

Essas teorias (objetivo-formal, objetivo material, subjetiva e teoria do domínio do fato)


são utilizadas para caracterizar e diferenciar autor de partícipe.

Teoria objetivo-formal
Essa teoria é a tradicionalmente adotada no Brasil.
Segundo a teoria objetivo-formal, autor é quem realiza o verbo nuclear do tipo,
enquanto o partícipe quem colabora sem realizar o verbo.

Benefícios da teoria: grande vantagem da proposta é sua fácil instrumentalização.

Críticas a teoria: dificuldade para explicar a autoria mediata e os casos do “homem


de trás”.
DICA 187
AUTORIA E PARTICIPAÇÃO: TEORIA OBJETIVO-MATERIAL

Teoria objetivo-material
Autor é aquele que tem a mais importante contribuição para a prática criminosa; é
aquele que contribui de forma essencial para o delito.
O partícipe é secundário, apenas auxilia o autor.

Crítica: Muito aberta, muito difícil de aplicar. Ainda que se aproxime dos próprios
conceitos de autoria e participação, a proposta não explica como distinguir quem é o mais
importante (autor) e quem é o auxiliar (o partícipe).
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DICA 188
AUTORIA E PARTICIPAÇÃO: TEORIA SUBJETIVA

Teoria subjetiva
Autor é quem é o dono dos motivos do crime, ou seja, quem realmente quer cometê-lo.
Partícipe é quem tem vontade de auxiliar, isto é, vontade de participe.
Essa teoria foi adotada por décadas na Alemanha.

Crítica: Muito subjetiva.


DICA 189
AUTORIA E PARTICIPAÇÃO: TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO

Teoria do domínio do fato


Autor é quem controla finalisticamente o fato, ou seja, quem decide a sua forma de
execução, seu início, cessação e demais condições.
Partícipe, por sua vez, será aquele que, embora colabore dolosamente para o alcance do
resultado, não exerce domínio sobre a ação.
Fique atento!

Para Claus Roxin, a autoria pode ser identificada nas seguintes situações:

Domínio da ação na realização pessoal do fato;

Domínio da vontade realização do fato através de outro;

Domínio funcional execução conjunta do fato - domínio funcional com divisão de


tarefas;

Domínio no aparato organizado de poder.


DICA 190
COMUNICABILIDADE DE ELEMENTARES E CIRCUNSTÂNCIAS (ART. 30 CP)

O que são elementares?


As elementares são elementos constitutivos do crime, e são sempre comunicáveis.
São os fatores que integram a definição básica de uma infração penal. No homicídio
simples (CP, art. 121, caput), por exemplo, as elementares são “matar” e “alguém”.

O que são as circunstâncias?


As circunstâncias, por sua vez, são os fatores que se agregam ao tipo fundamental, para o
fim de aumentar ou diminuir a pena.

As circunstâncias podem ser:

Objetivas: são os dados do crime, e são sempre comunicáveis.

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Subjetivas: são incomunicáveis, salvo se elementares do crime ou de
conhecimento do outro agente.
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal,
salvo quando elementares do crime.

Exemplo 1: Elisabeth, funcionária pública, subtrai bens da repartição em que trabalha,


com auxílio de Pedro, particular (especialista em design). Pedro está ciente da condição de
servidora pública de Elisabeth. Ambos respondem por peculato-furto, pois o dado
funcionário público é elementar do tipo e Pedro tinha conhecimento disso. Lembre-se: as
elementares comunicam.

Exemplo 2: Anaelisa e Giovana, com a intenção de subtrair coisa alheia móvel,


abordam Carlos na saída do supermercado. A vítima não possuía dinheiro, mas estava
com seu notebook que havia acabado de ganhar no amigo oculto na empresa em que
trabalhava. Giovana, sem pensar duas vezes, pegou sua arma e ameaçou o ofendido.
Carlos, temendo por sua vida, entregou rapidamente o computador para a criminosa. Ato
contínuo, Giovana sobe na moto e empreende em fuga com a condutora Anaelisa. Pois
bem, analise atentamente o exemplo: O uso de arma de fogo é uma circunstância de
caráter objetivo, por isso comunica. Anaelisa é reincidente (circunstância de caráter
subjetivo). Ambas respondem por roubo com a pena aumentada por uso de arma de fogo.
Contudo, a reincidência de Anaelisa não se comunicará a Giovana por se tratar de
circunstancia de caráter subjetivo, sendo incomunicável.
DICA 191
PARTICIPAÇÃO IMPUNÍVEL
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa
em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.

O referido dispositivo menciona que, salvo disposição expressa, a participação


não será punida se o delito não for ao menos tentado.

Demonstra a natureza acessória da participação.

- Ajuste - Não são puníveis, se o crime não


chega, pelo menos, a ser tentado.
- Determinação
- Instigação - Salvo disposição expressa em
sentido contrário
- Auxílio

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DICA 192
DAS PENAS

SANÇÃO PENAL (gênero)

PENA
MEDIDA PROVISÓRIA (espécie)
(espécie)

DETENTIVA: ocorre a internação no


hospital de custódia e tratamento Privativas de liberdade.
psiquiátrico.

RESTRITIVA: ocorre a sujeição do


Restritivas de direito.
agente à tratamento ambulatorial.

A finalidade é EXCLUSIVAMENTE
Multa.
preventiva.

DICA 193
PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE

PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE

ESPÉCIES REGIMES

Pena cumprida em
RECLUSÃO FECHADO estabelecimento de segurança
máxima ou média.

Pena é cumprida em colônia


DETENÇÃO SEMIABERTO agrícola industrial ou
estabelecimento similar.

Pena é cumprida em casa de


PRISÃO SIMPLES ABERTO albergado ou estabelecimento
adequado.

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DICA 194
PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE – FIXAÇÃO DA PENA

PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE - FIXAÇÃO DA PENA

Fixará a PENA BASE, tendo o juiz de


1ª FASE considerar as circunstâncias judiciais.
Não podendo o juiz reduzir a pena além
(art. 59, CP) do mínimo previsto e nem autmenta-la
além do máximo previsto no tipo legal.

O juiz analisará as circunstâncias


2ª FASE legais em que fará apuração das
(art. 61 e 65, CP) situações ATENUANTES e
AGRAVANTES.

3ª FASE AUMENTO e DIMINUIÇÃO de pena.

DICA 195
PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO

PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO

Prestação pecuniária

Perda de bens e valores

Prestação de serviços à comunidade

Interdição temporária de direitos

Limitação do fim de semana

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DICA 196
PENAS DE MULTA

PENAS DE MULTA

Pagamento ao Fundo Penitenciário de certa quantia em dinheiro.

Quantia é fixada na sentença e calculada em dias multa.

Evita despesas, gerando, inclusive lucro para o Estado.

Permite a manutenção do condenado em seu círculo social e familiar.

DA APLICAÇÃO DA PENA DE MULTA


O CP adota o sistema de dias-multa, baseado principalmente na capacidade
econômica do sentenciado;
O valor do dia multa será arbitrado pelo juiz, em montante que varie entre 1/30 e 5
vezes o valor do maior salário-mínimo vigente à época do fato;

Mínimo de 10 dias-multa e máximo de 360 dias-multa;


O CP adota o critério trifásico para fixação da multa (art. 68, CP);
DICA 197
CONCURSO DE CRIMES
Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, prática dois ou mais crimes.

Crimes são
idênticos, ou seja,
HOMOGÊNIO previstos no
mesmo tipo
penal.
CONCURSO
MATERIAL / REAL
Crimes são
distintos, ou seja,
não estão
HETEROGÊNEO
previstos no
mesmo tipo
penal.

Concurso material / real

Mais de uma ação ou omissão, dois ou mais crimes, idênticos ou não (art. 69, CP);

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Pluralidade de condutas + pluralidade de crimes;

Sistema de cúmulo material (as penas são somadas);

Homogêneo ou heterogêneo.
DICA 198
CONCURSO DE CRIMES
Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes,
idênticos ou não.

O agente não atua


PERFEITO com desígnios
autônomos.
CONCURSO
FORMAL / IDEAL
O agente atua com
IMPERFEITO desígnios
autônomos.

Concurso formal / ideal

Uma ação ou omissão de dois ou mais crimes, idênticos ou não (art. 70, CP);
1) Próprio ou perfeito

Produz dois ou mais resultados, sem agir com desígnios autônomos;

1 crime doloso + outros culposos ou todos os crimes culposos;

Adota-se o sistema de exasperação, onde aplica-se mais grave das penas cabíveis,
se forem iguais, somente uma delas, aumentada de 1/6 até a metade em qualquer
caso.
2) Impróprio ou imperfeito

A ação ou omissão é DOLOSA;

Os CRIMES CONCORRENTES resultam de DESÍGNIOS AUTÔNOMOS;

SISTEMA DE CÚMULO MATERIAL (as penas são cumulativas);

Trata-se do CONCURSO MATERIAL BENÉFICO (art. 70, § único, CP);

Caso exceda, o juiz aplicará o critério cumulativo.

QUESTÃO FGV – OAB, 2021.


Félix, com dolo de matar seus vizinhos Lucas e Mário, detona uma granada na varanda da
casa desses, que ali conversavam tranquilamente, obtendo o resultado desejado. Os fatos
são descobertos pelo Ministério Público, que denuncia Félix por dois crimes autônomos de
homicídio, em concurso material. Após regular procedimento, o Tribunal do Júri condenou
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o réu pelos dois crimes imputados e o magistrado, ao aplicar a pena, reconheceu o
concurso material.
Diante da sentença publicada, Félix indaga, reservadamente, se sua conduta efetivamente
configuraria concurso material de dois crimes de homicídio dolosos. Na ocasião, o(a)
advogado(a) do réu, sob o ponto de vista técnico, deverá esclarecer ao seu cliente que
sua conduta configura dois crimes autônomos de homicídio,
(a) em concurso material, sendo necessária a soma das penas aplicadas para cada um dos
delitos.
(b) devendo ser reconhecida a forma continuada e, consequentemente, aplicada a regra
da exasperação de uma das penas e não do cúmulo material.
(c) devendo ser reconhecido o concurso formal próprio e, consequentemente, aplicada a
regra da exasperação de uma das penas e não do cúmulo material.
(d) devendo ser reconhecido o concurso formal impróprio, o que também imporia a regra
da soma das penas aplicadas.
Gabarito: Letra D
Comentário:
No caso apresentado pela questão, verifica-se que Félix agiu com uma só conduta e esta
foi com dolo em todos os resultados. A isso se denomina "desígnios autônomos", previsto
na segunda parte do artigo 70, CP. Em face disso, Félix se enquadra no concurso formal
IMPRÓPRIO, que tem como consequência a somatória das penas.

DICA BÔNUS
CRIME CONTINUADO
O crime continuado se dá quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão,
pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar,
maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como
continuação do primeiro.

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O agente não
PLURALIDADE atua com
DE CRIMES desígnios
autônomos.
Ritmo entre as
ações, a
jurisprudência
estabelece um
prazo máximo de
30 dias entre uma
CRIME TEMPO ação e outra.
CONTINUADO

Jurisprudência
considera os
crimes praticados
na mesma região
CONDIÇÕES metropolitana ou
OBJETIVAS em municípios
LUGAR
limítrofes.

Modo de praticar os
MANEIRA DE
crimes tem que ser
EXECUÇÃO
parecidas.

Crime continuado

Pluralidade de condutas e resultados (art. 71, CP);

Os crimes são da mesma espécie, com as mesmas condições de tempo, local e modo
de execução;

Os subsequentes devem ser tratados como continuação do primeiro crime;

Adota-se o sistema de exasperação, onde aplica-se mais grave das penas cabíveis,
se forem diversos, aumenta-se de 1/6 a 2/3.

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PROCESSO PENAL
DICA 199
DAS PROVAS: PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO ÀS PROVAS ILÍCITAS
São inadmissíveis no processo as provas obtidas por meios ilícitos.
Se, por exemplo, um réu é torturado na delegacia e, diante disso, acaba confessando
a prática de um crime, essa confissão é NULA, pois obtida por meios ilícitos. Da
mesma forma, um “grampo” (interceptação telefônica) realizado pela autoridade policial
sem a observância dos requisitos legais também será considerado ilícito.
Fique atento!
O termo “prova ilícita” não é o mais apropriado. O correto seria se referir às PROVAS
ILEGAIS, como sendo aquelas em contrariedade à lei de modo geral.

As provas ilegais seria gênero, que se dividiriam em outras 2 espécies:

Provas ilícitas: quando ofenderem regras de direito material (penal ou


constitucional), como por exemplo a prova obtida mediante tortura; e

Provas ilegítimas (aquelas que ofendem regras de direito processual, como o


depoimento de uma testemunha colhido sem o compromisso de dizer a verdade).
Essa classificação acima é doutrinária, mas pode ser cobrada em sua prova da OAB.
Todavia, não se estranhem se o termo “prova ilícita” for utilizado de forma tecnicamente
incorreta, pois o próprio Código de Processo Penal faz essa confusão.
DICA 200
DO DESENTRANHAMENTO DAS PROVAS ILÍCITAS
O CPP dispõe que as provas ilícitas devem ser desentranhadas do processo (art. 157,
§3º CPP). Ou seja, se houver alguma prova ilícita naquele processo, elas devem ser dele
retiradas e inutilizadas, sendo facultado às partes acompanhar esse incidente de
inutilização.
INDO UM POUCO MAIS FUNDO... Prevalece na Jurisprudência a possibilidade da
utilização de provas ilícitas a favor do réu. Ou seja, o juiz, com base numa prova ilícita,
poderia proferir uma sentença de absolvição do réu, mas não de condenação.

Ex.: grampo clandestino, realizado por investigador particular contratado pelo réu, em
que há uma confissão de uma terceira pessoa acerca da autoria do crime. O juiz poderia
utilizá-la para absolver aquele acusado.
DICA 201
PROVA ILÍCITA POR DERIVAÇÃO
Um tema extremamente importante e muito cobrado em provas diz respeito às provas
ilícitas por derivação.
Aqui se aplica uma famosa teoria no processo penal, conhecida de Teoria dos frutos da
árvore envenenada.
Segundo essa teoria, se uma árvore é envenenada, os frutos que dela derivam também
estarão envenenados. Trazendo para o processo penal, se uma prova é ilícita, as provas
que dela derivam também serão ilícitas.

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Ex.: Supondo que um policial faça um “grampo” ilegal num conhecido traficante da
Polícia. Com isso, ele descobre todo um esquema de traficância realizado numa
determinada região. Diante dessa descoberta, e tentando retomar ao campo da licitude, o
delegado representa ao juiz, postulando um mandado de busca domiciliar. Esse mandado
é concedido e durante a busca de fato se encontra uma grande quantidade de drogas.
Essa busca, apesar de revestida dos requisitos de legalidade, é considerada ilícita, pois
derivada de uma outra prova ilícita. Entenderam?
Vejam e atentem-se bem à redação do art. 157, §1º do CPP: “são também inadmissíveis
as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de
causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma
fonte independente das primeiras”.
DICA 202
EXCEÇÃO À TEORIA DO FRUTO DAS ÁRVORES ENVENENADAS
Certo, nós vimos então que as provas ilícitas e suas derivadas são inadmissíveis no
processo, devendo ser desentranhadas.
Contudo, o próprio art. 157, §1º e §2º excepciona 2 hipóteses em que mesmo as provas
que se derivem das ilícitas podem ser admitidas, a saber:
Teoria da fonte independente – por força dessa teoria, se a autoridade policial
obtiver novos elementos de informação a partir de uma fonte autônoma de prova, que
não guarde qualquer relação de dependência com a prova originariamente ilícita, os dados
probatórios são admissíveis.
Por força do art. 157, §2º, considera-se fonte independente aquela que, por si só,
seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal,
seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova.
Teoria da descoberta inevitável – caso fique demonstrado que a prova derivada da
ilícita seria produzida de qualquer modo, independente da prova ilícita, tal prova
deve ser considerada válida.

Ex: localização de um corpo deixado numa floresta, através de informações obtidas por
uma interceptação telefônica ilegal. Todavia, um grupo de buscas intensivas já estava bem
próximo do local e inevitavelmente encontrariam o corpo.
DICA 203
TEORIA DO ENCONTRO FORTUITO DE PROVAS (SERENDIPIDADE)
A expressão serendipidade é utilizada para se referir ao encontro fortuito de provas.
Ocorre quando no cumprimento de alguma diligência, a autoridade policial casualmente
encontra provas relativas a outra infração penal, que não estava no desdobramento
normal da investigação (chamado de “crime achado”).
Fala-se, portanto, em encontro fortuito de provas, ou serendipidade, quando a prova de
determinada infração é obtida a partir de diligência regularmente autorizada para a
investigação de outro crime.

Ex: a polícia recebe uma denúncia de que alguém está cometendo um crime
ambiental, ao manter animais silvestres na sua residência. Requer um mandado de busca
e apreensão dos animais. Durante o cumprimento do mandado, descobre-se que o local
também era utilizado como depósito de drogas, além de encontrar uma arma com
numeração raspada.

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Veja que dois crimes, que não eram inicialmente objeto de investigação, foram “achados”
pela polícia. A isso se dá o nome de serendipidade, ou encontro fortuito de provas. As
provas encontradas são válidas e admitidas!
DICA 204
IMPEDIMENTO DO JUIZ QUE CONHECER A PROVA ILÍCITA
ESSA É MUITO IMPORTANTE!
Trata-se de inovação do Pacote Anticrime, que veio em boa hora.
Por força do art. 157, §5º, o juiz que conhecer do conteúdo da prova declarada
inadmissível NÃO poderá proferir sentença ou acórdão.
Antes dessa reforma, o juiz declarava a prova como ilícita, determinava o seu
desentranhamento (retirada) dos autos do processo, mas continuava sendo competente
para realizar o seu julgamento. Isso certamente comprometia a sua parcialidade,
compreendem?
É por isso que o pacote anticrime veio para dizer: olha juiz… se você tiver acesso a
alguma prova ilegal, você não pode continuar a julgar não, pois sua parcialidade estará
comprometida. Passa o processo para o seu substituto, para que ele proceda ao
julgamento.
DICA 205
PROVA ILÍCITA
RESUMINDO:
Devem ser
desentranhadas
Inadmissibilidade O juiz que conhecer
da prova ilícita do conteúdo da prova
ilícita NÃO pode
decidir (art. 157, §5)

Princípio da
vedação à prova Exceção: Teoria da
ilícita fonte independente
(art. 157, §2)

Inadmissibilidade da
prova ilícita por
derivação (teoria
do fruto da árvore Exceção: teoria da
envenenada) descoberta
inevitável

DICA 206
PRINCÍPIO DA LIBERDADE PROBATÓRIA
Em função dos interesses envolvidos no processo penal (liberdade individual x direito de
punir do Estado), adota-se a mais ampla liberdade probatória, seja quanto ao momento,
quanto ao tema ou ainda quanto aos meios de prova.
Liberdade quanto ao momento da prova:
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As provas podem ser produzidas a qualquer momento.
O art. 231 do CPP dispõe que, salvo os casos expressos em lei, as partes podem
apresentar documentos em qualquer fase do processo.
Mas, há algumas exceções, em que se limita a produção da prova.
Rol de testemunhas: o art. 41 do CPP prevê o chamado “rol de testemunhas”, que
deve ser apresentado pela acusação na própria peça acusatória (a “petição inicial”, que
pode ser a denúncia ou queixa-crime); pela defesa, deve ser apresentada durante a
resposta à acusação, conforme art. 396-A do CPP.
Júri: o art. 479 do CPP prevê que não é admitida a exibição ou leitura de documentos
que não sejam juntadas com antecedência mínima de 3 dias úteis. Vejam, portanto,
que aquela realidade retratada nos filmes americanos, em que uma prova é encontrada e
exibida nos minutos finais do julgamento pelo Júri, causando uma reviravolta no
julgamento, não reflete a realidade aqui do Brasil...
Liberdade quanto ao tema da prova:
As provas podem ser produzidas sobre quaisquer fatos pertinentes ao processo.
Na prática, inclusive, é comum que o advogado arrole alguma testemunha apenas para
provar a boa conduta individual e social, além da personalidade do réu, já que isso influi
no cálculo final de eventual condenação, nos termos do art. 44, inciso III do Código Penal.
É o que é chamado de testemunha abonatória, de antecedente ou de beatificação.
Diz-se de “beatificação” porque a testemunha vai lá só pra falar que o réu é praticamente
um santo na sua vida privada... rs
A despeito dessa liberdade, o art. 400, §1º autoriza que o juiz indefira a produção das
provas consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias. Suponha que o réu
arrole uma testemunha que não tem muito a agregar, e que ainda resida em outro país,
só com o intuito de atrasar o andamento do processo e com isso alcançar a prescrição. O
juiz pode indeferir...
Liberdade quanto aos meios de prova:
As partes possuem ampla liberdade probatória, podendo se valer de meios de prova
nominados (previstas expressamente no CPP), quanto inominados. Dessa forma, as
partes possuem o direito de empregar todos os meios legais e moralmente legítimos para
provar a verdade dos fatos.
É por isso que se diz que não vigora no processo penal o princípio da taxatividade das
provas, pelo qual só se admitem as provas previstas de maneira específica na lei.
DICA 207
PROVA QUANTO AO ESTADO DAS PESSOAS
ESSA É IMPORTANTE!
Nós vimos que há liberdade quanto aos meios de prova, de forma que a parte pode se
valer de todos os meios legais e moralmente legítimos para provar a verdade dos
fatos.
Todavia, há casos em que a lei limita essa liberdade quanto aos meios de prova,
afirmando que determinado fato somente pode ser provado por meio de uma prova
específica.
Isso ocorre, por exemplo, quando o CPP prevê que, quanto ao estado das pessoas,
serão observadas as restrições estabelecidas na lei civil (art. 155, parágrafo único).

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Dessa forma, para se provar a condição de cônjuge, por exemplo, é necessária a certidão
de casamento.
É em função dessa previsão legislativa também que, para provar a morte do agente e
extinguir a punibilidade do crime, é indispensável a certidão de óbito (art. 62, CPP).
Da mesma forma, nos termos da Súmula 74 do STJ: para efeitos penais, o
reconhecimento da menoridade do réu requer prova por documento hábil, como a
certidão de nascimento, o RG, CNH etc.
DICA 208
A IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ
Durante a instrução do processo, o juiz tem contato com o réu, com testemunhas, com a
vítima. De forma que desenvolve uma sensibilidade maior, já que tem a oportunidade
de ver as provas “olho no olho”.
É por isso que se desenvolveu esse princípio da identidade física do juiz, de forma que o
juiz que presidir a instrução deverá proferir a sentença (art. 399, §2º, CPP).
Ou seja, o juiz que presidir a instrução (ouvir as testemunhas, participar da produção das
provas) deve ser o juiz a proferir a sentença. Isso em função da maior sensibilidade
desenvolvida pelo juiz ao ter contato mais próximo com as provas.
Flexibilização: a identidade física do juiz não impede a realização de atos de instrução
realizados por videoconferência ou por carta precatória.
DICA 209
SISTEMAS DE AVALIAÇÃO DA PROVA
O que se estuda aqui é a vinculação do juiz a alguma prova. Ok, as provas foram
produzidas. Uma testemunha falou claramente que viu o acusado, no dia e hora do crime,
no cinema, o que seria um álibi para ele. O juiz então é obrigado a absolver o réu, com
base nessa prova?
Temos basicamente 3 sistemas sobre a avaliação da prova.

O juiz é livre para valorar Não foi adotado no Brasil, como


as provas como bem regra.
entender, inclusive aquelas Exceção: Foi adotado no
Sistema da que não estão nos autos do TRIBUNAL DO JÚRI, em que os
íntima processo. jurados não precisam
convicção fundamentar o porquê condenam
O juiz não é obrigado a
fundamentar seu ou absolvem. Podem formar sua
convencimento convicção a partir de critérios
subjetivos.

Aqui, os meios de prova Não foi adotado no Brasil como


possuem um valor regra.
probatório fixado em
Mas, há alguns resquícios de sua
abstrato pelo legislador.
aplicação, como:
Cada prova possui um
Sistema da 1) prova do estado das pessoas
valor pré-estabelecido. O
prova tarifada deve observas as restrições da lei
juiz, ao decidir pela
civil – art. 155, p. único
condenação ou pela
absolvição, deve levar essa 2) prova da menoridade do réu
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dosagem das provas em deve ser feita com documento hábil
consideração. – súmula 74, STJ

A confissão é tida como a 3) indispensabilidade do corpo


“rainha das provas”. de delito quando a infração deixar
vestígios – art. 158, CPP

O juiz tem ampla


liberdade na valoração O CPP, no art. 155, adotou o
das provas, que possuem sistema do livre convencimento
abstratamente o mesmo motivado: “o juiz formará sua
valor. convicção pela livre apreciação
Sistema do livre da prova produzida em
convencimento Porém, o juiz se vê contraditório judicial (...)”.
motivado obrigado a fundamentar
sua decisão, demonstrando Não há prova com valor absoluto.
a forma como valorou as Mesmo a confissão tem valor
provas dos autos até relativo, conforme art. 197 do CPP.
concluir o seu
convencimento.

DICA 210
ÔNUS DA PROVA NO PROCESSO PENAL
Ônus da prova é o encargo que as partes têm de provar as alegações por ela
formuladas no bojo do processo. Dessa forma, se a parte não se desincumbir do seu ônus
da prova, poderá sofrer prejuízos, tendo em vista que a pretensão pode ser solucionada
de forma contrária aos seus interesses.

Encargo que as partes têm de provar as


Ônus da prova alegações por elas formuladas no processo.

Pelo art.156 do CPP, a prova da alegação incumbe a quem a fizer. Guardem isso, pois
acredito que caso a banca cobre o tema ônus da prova haverá uma cobrança da letra fria
da lei.
Todavia, indo além do texto legal, é muito comum se afirmar que, como desdobramento
do princípio da presunção de inocência, no processo penal o ônus da prova
incumbe à acusação.

Processo Princípio da Ônus da prova


Penal presunção de incumbe à
inocência acusação

Essa afirmação é uma verdade, mas que precisa ser completada.


Isso porque prevalece o entendimento que de fato incumbe à acusação o ônus em relação
à prova da materialidade do crime e da sua autoria. Todavia, à defesa cabe o ônus de
provar alguma causa excludente de ilicitude, de culpabilidade ou ainda extintiva da
punibilidade, além da prova de algum álibi que deseja invocar.

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ACUSAÇÃO: deve
provar a
materialidade do
crime e a autoria
Art. 156, CPP: a
Ônus da prova no prova da alegação
processo penal incumbe a quem a
fizer DEFESA: deve provar
causas excludentes da
ilicitude, da culpabilidade,
ou extintiva da
punibilidade; ou
ainda,algum álibi.

DICA 211
INICIATIVA PROBATÓRIA DO JUIZ
ESSA É IMPORTANTE!
A temática sobre a iniciativa probatória do juiz deve ser analisada em dois momentos
distintos:
Antes de iniciada a ação penal;
Durante o processo penal.
Quando falamos de iniciativa probatória do juiz, estamos estudando se o juiz pode, de
ofício (ou seja, sem provocação de ninguém), determinar a realização da prova, sob o
pretexto da busca da verdade real.
Na fase investigatória (antes do início da ação penal), o juiz não pode agir de ofício.
Não poderá o juiz, portanto, produzir provas de ofício durante o inquérito policial.
CUIDADO: o art. 156, inciso I, prevê que o juiz pode ordenar, de ofício, mesmo antes
do início da ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e
relevantes. Mas, prevalece na doutrina o entendimento de que esse artigo é
inconstitucional, uma vez que a iniciativa probatória do juiz na fase de investigação
ofenderia o sistema acusatório.
Esse entendimento da estrita vedação à iniciativa probatória na fase de investigação é
o que prevalece. Todavia, é importante vocês conhecerem a redação literal do art. 156, I,
já que as bancas podem cobrar questões literais do CPP...
Para confirmar esse entendimento, vejam o que ensina Renato Brasileiro de Lima: “se
o STF concluiu pela inconstitucionalidade do juiz inquisidor previsto no art. 3º da
revogada lei 9034/95, conclusão semelhante deverá se dar em relação à nova redação do
art. 156, inciso I do CPP”.
Durante o curso do processo penal, o art. 156, inciso II do CPP admite que o juiz possa
determinar, de ofício, no curso da instrução, a realização de diligências para dirimir
dúvida sobre ponto relevante.
A interpretação que se dá a esse inciso é que o juiz pode, de modo subsidiário,
determinar a produção de provas que entender pertinentes e razoáveis, dirimindo

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dúvida sobre algum ponto relevante.
Apesar de criticável por grande parte da doutrina, o entendimento que prevalece é pela
iniciativa probatória do juiz de forma residual, durante a ação penal. Essa iniciativa
probatória pode ser exercida tanto nos crimes de ação pública como nos crimes de ação
privada.
Portanto, prevalece o entendimento segundo o qual a iniciativa do juiz durante a ação
penal é subsidiária, só podendo atuar para dirimir dúvida sobre algum ponto relevante.
DICA 212
INICIATIVA PROBATÓRIA DO JUIZ
O pacote anticrime prevê no art. 3º-A no CPP que [...] “o processo penal terá estrutura
acusatória, vedadas a iniciativa do juiz na fase de investigação e a substituição da
atuação probatória do órgão de acusação”.
Veja, portanto, que está vedada a iniciativa probatória do juiz na fase de investigação. Da
mesma forma, está vedada a substituição da atuação probatória do órgão de acusação, o
que demonstra que, mesmo na fase processual, a atuação probatória do juiz é subsidiária,
supletiva, não podendo o magistrado se imiscuir na função probatória do MP.
Com isso, o juiz só tem iniciativa probatória na fase processual, e mesmo assim, de forma
residual, para dirimir dúvida sobre algum ponto relevante.

O juiz NÃO tem iniciativa


probatória durante o inquérito
policial ou investigação
criminal.
Na fase
investigatória Mas, vocês devem se atentar
para a literalidade do art.
156, inciso I (tido pela
doutrina como
inconstitucional)
Iniciativa
probatória do juiz
O juiz tem iniciativa
probatória residual.
Ou seja, o juiz pode, de
Na ação modo subsidiário,
penal determinar a produção de
provas pertinentes e
razoáveis para dirimir
dúvida sobre algum ponto
relevante.

DICA 213
EXAME DE CORPO DE DELITO

Corpo de delito é o conjunto de vestígios materiais ou sensíveis deixadas pela


infração penal, estando relacionado à própria materialidade do crime.
Quando se fala em corpo de delito não está se referindo a um “corpo”, a um cadáver. Pelo
contrário, estamos falando de qualquer vestígio material deixado pela infração penal.
Exemplo: o vidro quebrado da casa; o esperma na cena de estupro; etc.

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O exame de corpo de delito, portanto, é uma espécie de perícia realizada em âmbito
criminal, cuja finalidade é comprovar a materialidade (a existência) do crime, nas
infrações penais que deixam vestígios.
O juiz não fica adstrito ou subordinado ao laudo pericial, podendo discordar das
conclusões dos peritos. Dessa forma, o juiz pode proferir sua decisão em sentido diverso
do laudo pericial.
Quando não for necessária ao esclarecimento da verdade, o juiz ou autoridade
policial negará a perícia requerida pelas partes, salvo o caso do exame de corpo de
delito.
O art. 184 do CPP ressalva expressamente o exame de corpo de delito, pois essa perícia
é de realização obrigatória nas hipóteses em que a infração penal deixa vestígios.
Além disso, o exame de corpo de delito pode ser realizado a qualquer dia e a
qualquer hora.
DICA 214
EXAME DE CORPO DE DELITO
Nos termos do art. 158 do CPP: “quando a infração deixar vestígios, será
indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a
confissão do acusado”.

Infração deixar - Indispensável o exame de corpo de delito


vestígios - A confissão do acusado não supre o exame

Fique atento!
O exame de corpo de delito pode ser direto, quando os peritos o realizam diretamente
sobre a pessoa ou objeto da ação delituosa, ou indireto, quando não é propriamente um
exame, uma vez que os peritos se baseiam nos depoimentos das testemunhas em razão
do desaparecimento dos vestígios.

QUESTÃO FGV – OAB, 2021.


Vanessa foi presa em flagrante, logo após cometer um crime de furto em residência. A
proprietária do imóvel, Jurema, 61 anos, informou aos policiais que viu, pelas câmeras de
segurança, Vanessa escalando o alto muro da residência e ingressando na casa,
acreditando a vítima que a mesma rompeu o cadeado da porta, já que este encontrava-se
arrombado. Por determinação da autoridade policial, um perito oficial compareceu à
residência de Jurema e realizou laudo pericial para confirmar que o muro que Vanessa
pulou era de grande altura e demandava esforço no ato. Deixou, porém, de realizar a
perícia no cadeado e na porta por onde Vanessa teria entrado na casa.
Vanessa foi denunciada pelo crime de furto qualificado, sendo imputado pelo Ministério
Público a qualificadora da escalada e do rompimento de obstáculo. No curso da instrução,
assistida a ré pela Defensoria Pública, as partes tiveram acesso ao laudo pericial e, em seu
interrogatório, Vanessa confessou os fatos, inclusive o rompimento do cadeado para
ingresso na residência, bem como informou que sabia que a lesada era uma senhora de
idade. A vítima Jurema não compareceu, alegando que não poderia deixar sua residência
exposta, já que o cadeado da casa ainda estava arrombado, argumentando ser idosa,
acostando sua carteira de habilitação, e destacando que as imagens da câmera de
segurança, já juntadas ao processo, confirmavam a autoria delitiva.
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Você, como advogado (a), foi constituído(a) por Vanessa para a apresentação de
alegações finais. Considerando as informações expostas, você deverá alegar que
(a) a perícia realizada no muro não poderá ser considerada prova, mas tão só elemento
informativo a ser confirmado por provas produzidas sob o crivo do contraditório, tendo em
vista que as partes não participaram da elaboração do laudo.
(b) deve ser afastada a qualificadora com fundamento no rompimento de obstáculo, já
que não foi produzida prova pericial, não sendo suficiente a confissão da acusada.
(c) a perícia realizada para demonstrar a escalada foi inválida, pois não foi realizada por
dois peritos oficiais, nos termos da determinação do Código de Processo Penal.
(d) a idade da vítima não foi comprovada por documento idôneo, não podendo ser
reconhecida agravante por tal fundamento.
Gabarito: Letra B
COMENTÁRIO:
Para resolver essa questão bastava que o candidato tivesse conhecimento do art. 158, do
CPP, que assim dispõe: [...] “quando a infração deixar vestígios, será indispensável o
exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do
acusado”.

DICA 215
EXAME DE CORPO DE DELITO
O art. 158 é rico em informações que podem despencar na sua prova. Portanto, guardem:

1ª REGRA: a obrigatoriedade do exame de corpo de delito


Pela redação do art. 158 do CPP, o exame de corpo de delito é indispensável quando a
infração penal deixar vestígios.
Por isso que se diz que, nos crimes transeuntes (aqueles que não deixam vestígios),
não há exame de corpo de delito.
Já nos crimes não transeuntes (aqueles crimes que deixam vestígios materiais), o
exame de corpo de delito é obrigatório.

Portanto, guarde: o exame de corpo de delito só é obrigatório nos crimes não


transeuntes, ou seja, naqueles que deixam vestígios.
O art. 167 do CPP prevê uma certa flexibilização a essa obrigatoriedade do exame de
corpo de delito, passando a prever que, quando os vestígios tiverem desaparecido, a
prova testemunhal poderá supri-lo.

Ex.: suponha um crime de lesão corporal, crime que deixa vestígios. Se os


hematomas, marcas, roxos, tiverem desaparecido, a prova testemunhal pode suprir a
ausência do exame de corpo de delito.
Nos crimes de menor potencial ofensivo, abrangidos pela Lei dos Juizados (lei 9099/95), o
exame de corpo de delito está dispensado, desde que a inicial acusatória venha
acompanhada de boletim médico ou prova equivalente (art. 77, §1).

2ª REGRA: exame de corpo de delito direto x indireto.


Exame de corpo de delito direto é aquele realizado pelo perito diretamente sobre o
vestígio deixado; já o exame de corpo de delito indireto é aquele com base em
informações fornecidas a ele.
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3ª REGRA: a confissão do acusado não pode suprir o exame de corpo de delito.
Atenção!! Guarde essa regra! Ela é importante!
Quando o exame de corpo de delito for obrigatório (nos crimes não transeuntes, ou seja,
que deixam vestígios), a confissão do acusado não pode supri-lo!
DICA 216
EXAME DE CORPO DE DELITO – RESUMO
O exame de corpo de delito é importantíssimo para a prova de vocês.
Visando esquematizar o assunto, no intuito de facilitar ainda mais o estudo de vocês,
consolidei as principais informações abaixo:

Exame de corpo de delito

• É obrigatório nas infrações não transeuntes (que deixam vestígios).


• A confissão do acusado NÃO PODE supri-lo.
• A prova testemunhal pode suprir, quando os vestígios tiverem desaparecido
• Nos Juizados, o exame de corpo de delito é dispensado, se a inicial vier
acompanhada de boletim médico ou prova equivalente.
• Juiz não fica adstrito ao laudo pericial.
• Deve ser realizado por um perito oficial ou dois peritos não oficiais.
• Laudo pericial: prazo de 10 dias, prorrogável a requerimento dos
peritos.
• O exame pode ser realizado em qualquer dia e a qualquer hora.

DICA 217
PERITOS
De acordo com o art. 159 do CPP, a perícia deve ser realizada por 1 perito oficial,
portador de diploma de curso superior.
Na ausência de perito oficial, a perícia deve ser realizada por 2 peritos, duas pessoas
idôneas, portadoras de diploma de curso superior, preferencialmente na área específica
objeto da perícia. Nesse caso de peritos não oficiais, devem prestar o compromisso de
bem e fielmente desempenhar o encargo (art. 159, §§2º e 3º).

PERITOS

PERITO OFICIAL UM perito oficial, portador de diploma de curso superior

PERITO NÃO OFICIAL DOIS peritos não oficiais. Devem prestar compromisso.

Além disso, as partes, o ofendido e o assistente de acusação podem formular


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quesitos, indicar assistentes técnicos e requerer esclarecimentos aos peritos.

O laudo pericial deve ser entregue no prazo máximo de 10 dias, podendo ser
prorrogado em casos excepcionais, a requerimento do perito.
DICA 218
CADEIA DE CUSTÓDIA DA PROVA
ESSA É MUITO IMPORTANTE! VAI CAIR!!!!
Trata-se de inovação do Pacote Anticrime.
A cadeia de custódia é um conjunto de procedimentos que garantem a
autenticidade das evidências coletadas e examinadas, de forma que não haja lugar para
qualquer tipo de adulteração.
De acordo com o art. 158-A do CPP, considera-se cadeia de custódia o conjunto de
procedimentos utilizados para manter e documentar a história cronológica do
vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua posse e manuseio
a partir de seu reconhecimento até o descarte.
A observância do procedimento de coleta e preservação dos vestígios materiais (cadeia de
custódia) é o que garante que aquele vestígio de fato pertence àquele caso,
garantindo a sua integridade e inviolabilidade.

Suponha uma pessoa flagrada vendendo determinado entorpecente. Essa droga


deverá passar por um exame toxicológico, para constatar a natureza e a quantidade da
droga e, consequentemente, a materialidade do crime. Por isso, a droga apreendida pela
autoridade policial deverá ser apreendida, etiquetada e lacrada, documentando-se
todos os procedimentos dessa cadeia de custódia.

Exemplo prático de quebra da cadeia de custódia: a PF, na Operação “Negócios da


China”, realizou regularmente uma interceptação telefônica. Mas, parte dessas gravações
foi extraviada ainda na Polícia, havendo descontinuidade das conversas, com omissão
de alguns áudios. Dessa forma, o STJ anulou as provas produzidas, determinando o
seu desentranhamento dos autos por quebra da cadeia de custódia.
DICA 219
ETAPAS DA CADEIA DE CUSTÓDIA
A cadeia de custódia é formada por algumas etapas, previstas na lei, visando justamente
assegurar a integridade do vestígio, mantendo e documentando a sua história cronológica.
É bem possível que haja alguma questão na sua prova, com a descrição de alguma dessas
etapas, pedindo para que você identifique qual etapa o enunciado está se referindo...
Portanto, leia e releia o art. 158-B.

Para facilitar seus estudos, abaixo uma tabela com os principais atos:

ATOS DA CADEIA DE CUSTÓDIA

Distinguir um elemento como de potencial interesse para a


RECONHECIMENTO
prova pericial.

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Evitar que se altere o estado das coisas, isolando e


ISOLAMENTO
preservando o ambiente.

Descrição detalhada do vestígio, podendo ser ilustrada por


FIXAÇÃO
fotografias, exames, etc.

COLETA Ato de recolher o vestígio que será submetido a perícia.

Aqui, cada vestígio é embalado de forma individualizada,


ACONDICIONAMENTO conforme suas características físicas, químicas e biológicas,
para posterior análise.

TRANSPORTE Ato de transferir o vestígio de um local para o outro.

Ato formal de transferência da posse do vestígio. Deve


RECEBIMENTO
ser documentado com a identificação de quem recebeu.

PROCESSAMENTO É o exame pericial em si, o manuseio do vestígio.

É o procedimento relativo à guarda do material a ser


ARMAZENAMENTO processado, guardado para eventual contraperícia,
descartado ou transportado.

DESCARTE Procedimento referente à liberação do vestígio.

DICA 220
CADEIA DE CUSTÓDIA DA PROVA
Pessoal, muitas vezes os atos da cadeia de custódia são “lógicos”. É meio óbvio falar que
o ato de coleta do vestígio significa recolhê-lo para fins de análise, por exemplo.
Mas, há alguns cuidados na análise deste artigo, principalmente na hora de resolver
alguma questão na prova de vocês, como:

Saiba que o reconhecimento é a primeira etapa.

Saiba a diferença entre o acondicionamento e o armazenamento

ACONDICIONAMENTO ARMAZENAMENTO

Aqui, cada vestígio é embalado de forma É o procedimento relativo à guarda do


individualizada, conforme suas material a ser processado, guardado
características físicas, químicas e biológicas, para eventual contraperícia, descartado
para posterior análise. ou transportado.

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Saiba que o exame pericial em si é realizado na etapa de processamento, em que
há manipulação do vestígio.

Por fim, saiba que o recebimento é um ato formal, que documenta a


transferência da posse do vestígio.
CADEIA DE CUSTÓDIA DA PROVA

Central de custódia: são locais destinados à guarda e controle dos vestígios. Nas
centrais de custódia, a entrada e saída do vestígio devem ser protocoladas, além de
documentar e identificar todas as pessoas que tenham acesso ao vestígio. Isso tudo é
uma forma de evitar uma indevida manipulação ou ingerência sob o vestígio.

Lacre: o recipiente em que o vestígio for acondicionado deve ser selado com lacres,
com numeração individualizada, de forma a garantir a inviolabilidade e idoneidade do
vestígio. Deve-se documentar cada rompimento do lacre, sendo que o lacre rompido será
acondicionado no interior do novo recipiente.

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DIREITO DO TRABALHO
DICA 221
PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS (PLR)
A participação nos lucros da empresa é o “método de remuneração complementar do
empregado, com o qual se lhe garante uma parcela dos lucros auferidos pelo
empreendimento econômico do qual participa” - SÜSSEKIND, Arnaldo et al. Instituições de
direito do trabalho, 22. ed., v. 1, p. 483
Em outras palavras, o empregado tem este direito, sendo uma chance ao empregado de
ter essa participação nos lucros.
PLR é normatizada pela lei 10.101/00, que faz a regulamentação da participação dos
trabalhadores nos lucros e resultados de uma empresa. Esta participação tem por
objetivo incentivar a produtividade dos empregados.

Tem natureza salarial? Não tem natureza salarial e, portanto, não pode servir como
base para incidência do FGTS e das contribuições previdenciárias, nem tampouco
refletindo em férias + 1/3 e no 13º salário.

Art. 7º, inciso XI, da CF/88

São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de
sua condição social: participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da
remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme
definido em lei.

DICA 222
EQUIPARAÇÃO SALARIAL

É necessário que se preencha todos os requisitos previstos no art. 461 da CLT.


Observe:

§1º Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que for feito com
igual produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença
de tempo de serviço para o mesmo empregador não seja superior a quatro anos e a
diferença de tempo na função não seja superior a dois anos.

§2º Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver pessoal
organizado em quadro de carreira ou adotar, por meio de norma interna da empresa ou
de negociação coletiva, plano de cargos e salários, dispensada qualquer forma de
homologação ou registro em órgão público.

§3º No caso do §2º deste artigo, as promoções poderão ser feitas por merecimento
e por antiguidade, ou por apenas um destes critérios, dentro de cada categoria
profissional.
§4º O trabalhador readaptado em nova função por motivo de deficiência física ou
mental atestada pelo órgão competente da Previdência Social não servirá de paradigma
para fins de equiparação salarial.

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§5º A equiparação salarial só será possível entre empregados contemporâneos no
cargo ou na função, ficando vedada a indicação de paradigmas remotos, ainda que o
paradigma contemporâneo tenha obtido a vantagem em ação judicial própria.
§6º No caso de comprovada discriminação por motivo de sexo ou etnia, o juízo
determinará, além do pagamento das diferenças salariais devidas, multa, em favor do
empregado discriminado, no valor de 50% (cinquenta por cento) do limite máximo dos
benefícios do Regime Geral de Previdência Social.
Sabendo disto, temos dois sujeitos aqui:

Equiparando= o que deseja ter a equiparação

Paradigma= o que é utilizado como parâmetro para a equiparação


Cuidado com os prazos no caso da equiparação: 4 anos para o mesmo
empregador e 2 anos na mesma função.
Como não esquecer?

S-E-R-V-I-Ç-O: 7 letras = MAIOR

F-U-N-Ç-Ã-O: 6 letras = MENOR


Serviço>função
Serviço: 4 anos

Função: 2 anos
DICA 223
MEIOS DE PAGAMENTO DO SALÁRIO
Em regra, o pagamento do salário deve ser feito em dinheiro, mais precisamente
falando em moeda corrente no Brasil, ou seja, não para, por exemplo, pagar um salário
em aqui no Brasil em euro (moeda vigente na União europeia).
E atenção à uma mudança trazida pela Reforma Trabalhista: Antes da
Reforma Trabalhista, o analfabeto só poderia receber o pagamento em dinheiro. Com a
Reforma Trabalhista, ele poderá receber em dinheiro ou depósito bancário.
Observe:
Art. 477 da CLT: Na extinção do contrato de trabalho, o empregador deverá proceder à
anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, comunicar a dispensa aos órgãos
competentes e realizar o pagamento das verbas rescisórias no prazo e na forma
estabelecidos neste artigo.
§ 4° O pagamento a que fizer jus o empregado será efetuado:
II - em dinheiro ou depósito bancário quando o empregado for analfabeto.

E sobre o pagamento em moeda nacional vigente, temos este disposto:


Art. 463 da CLT: A prestação em espécie do salário será paga em moeda corrente do País.
Parágrafo único. O pagamento do salário realizado com inobservância deste artigo
considera-se como não feito.
DICA 224
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SALÁRIO IN NATURA
A ideia do salário utilidade é de tornar o emprego mais atrativo. O salário in natura é o
salário pago em valor não pecuniário.
Mas cuidado: O Empregador pode adimplir parte do salário em dinheiro e parte em
utilidade, todavia desde que a parte paga em dinheiro seja de no mínimo 30%.
Lembrando que o objeto fornecido pelo empregador para o trabalho não pode ser
considerado salário in natura. Exemplo: Com a pandemia, algumas empresas forneceram
notebooks para que seus empregados pudessem trabalhar de suas casas. Esses notebooks
não são salário in natura.

Cigarro pode integrar salário in natura? Não.


Súmula 367 do TST: UTILIDADES IN NATURA. HABITAÇÃO. ENERGIA ELÉTRICA.
VEÍCULO. CIGARRO. NÃO INTEGRAÇÃO AO SALÁRIO.
I – A habitação, a energia elétrica e veículo fornecidos pelo empregador ao empregado,
quando indispensáveis para a realização do trabalho, não têm natureza salarial, ainda
que, no caso de veículo, seja ele utilizado pelo empregado também em atividades
particulares.
II – O cigarro não se considera salário utilidade em face de sua nocividade à
saúde.
DICA 225
DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO (OU GRATIFICAÇÃO DE NATAL)
Tem sua regência pela Lei n. 4.090/62, ao qual todo trabalhador tem direito previsto até
pela CF, mais precisamente no art. 7º, VIII da Constituição Federal. A lei 4.749/65 e o
Decreto n. 57.155/65 também falam sobre o 13º salário.
O 13º salário proporcional será devido nas seguintes hipóteses de rescisão do
contrato de trabalho:

Dispensa sem justa causa;

Pedido de demissão;

Término do contrato por prazo determinado;

Aposentadoria do empregado;

Morte do empregado (pagamento aos dependentes ou herdeiros).


Alguém não tem o direito ao 13º salário? Sim, não tem direito ao 13º salário o
empregado que é dispensado por justa causa.
Outra questão importante é que a norma coletiva pode determinar o parcelamento
do 13º salário de forma distinta da prevista na legislação vigente. Todavia, esta mesma
norma não pode subtrair o seu valor ou até mesmo suprimir este benefício – Você pode
verificar isto no art. 611-B, V c/c art. 611-A, caput, da CLT.
E atenção: Apesar de haver a possibilidade do pagamento em dias diferentes para
os empregados (Ex: W recebe dia 01 e Y recebe dia 05), o motivo do pagamento em

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diferentes dias não poderá ser de cunho discriminatório, como por exemplo pagar primeiro
os funcionários homens para depois pagar as funcionárias mulheres.

QUESTÃO EXAME DA ORDEM XXXI, 2019.


Reinaldo é empregado da padaria Cruz de Prata Ltda., na qual exerce a função de auxiliar
de padeiro, com jornada de segunda a sexta-feira, das 12h às 17h, e pausa alimentar de
15 minutos. Aproxima-se o final do ano, e Reinaldo aguarda ansiosamente pelo
pagamento do 13º salário, pois pretende utilizá-lo para comprar uma televisão.
A respeito do 13º salário, assinale a afirmativa correta.
(a) Com a reforma da CLT, a gratificação natalina poderá ser paga em até três vezes,
desde que haja concordância do empregado.
(b) A gratificação natalina deve ser paga em duas parcelas, sendo a primeira entre os
meses de fevereiro e novembro e a segunda, até o dia 20 de dezembro de cada ano.
(c) Atualmente é possível negociar a supressão do 13º salário em convenção coletiva de
trabalho.
(d) O empregado tem direito a receber a primeira parcela do 13º salário juntamente com
as férias, desde que a requeira no mês de março.
Resposta: Letra B
COMENTÁRIO:
Art. 1º da Lei 4.749/65 A gratificação salarial instituída pela Lei número 4.090, de 13 de
julho de 1962, será paga pelo empregador até o dia 20 de dezembro de cada ano,
compensada a importância que, a título de adiantamento, o empregado houver recebido
na forma do artigo seguinte.
Art. 2º da Lei 4.749/65 Entre os meses de fevereiro e novembro de cada ano, o
empregador pagará, como adiantamento da gratificação referida no artigo precedente,
de uma só vez, metade do salário recebido pelo respectivo empregado no mês anterior.
Em outras palavras: O décimo terceiro deverá ser pago em duas parcelas: Uma entre os
meses de fevereiro e novembro e a outra até o dia 20 de dezembro.

DICA 226
PDV ou PDI
O plano de demissão voluntária (PDV) ou plano de demissão incentivada (PDI) é um ato
feito pela empresa, geralmente em empresas com estabilidade, com empregados que
estão na empresa a muito tempo. Ao aderir ao PDV, o empregado está pedindo
demissão (fazendo com que este perca a direito ao aviso prévio), porém com um incentivo
financeiro da empresa, à ser elaborado pela empresa. E mais: Ao aderir ao PDV, o
empregado fica proibido de ajuizar futuramente ação contra o empregado, salvo se houver
alguma ressalva no PDV (o que é raro).

Só a empresa privada pode aderir ao PDV? Não, tanto a empresa pública quanto
a privada podem aderir ao PDV.

O PDV tem que tipo de natureza jurídica? Tem natureza indenizatória.

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QUESTÃO EXAME DA ORDEM XXXI, 2019.
A sociedade empresária Ômega Ltda. deseja reduzir em 20% o seu quadro de pessoal,
motivo pelo qual realizou um acordo coletivo com o sindicato de classe dos seus
empregados, prevendo um Programa de Demissão Incentivada (PDI), com vantagens
econômicas para aqueles que a ele aderissem.
Gilberto, empregado da empresa havia 15 anos, aderiu ao referido Programa em
12/10/2018, recebeu a indenização prometida sem fazer qualquer ressalva e, três meses
depois, ajuizou reclamação trabalhista contra o ex-empregador. Diante da situação
apresentada e dos termos da CLT, assinale a afirmativa correta.
(a) A adesão ao Programa de Demissão Incentivada (PDI) não impede a busca, com
sucesso, por direitos lesados.
(b) A quitação plena e irrevogável pela adesão ao Programa de Demissão Incentivada
(PDI) somente ocorreria se isso fosse acertado em convenção coletiva, mas não em
acordo coletivo.
(c) O empregado não terá sucesso na ação, pois conferiu quitação plena.
(d) A demanda não terá sucesso, exceto se Gilberto previamente devolver em juízo o
valor recebido pela adesão ao Programa de Demissão Incentivada (PDI).
Gabarito: Letra C
COMENTÁRIO:
art. 477 – B da CLT: “Plano de Demissão Voluntária ou Incentivada, para dispensa
individual, plúrima ou coletiva, previsto em convenção coletiva ou acordo coletivo de
trabalho, enseja quitação plena e irrevogável dos direitos decorrentes da relação
empregatícia, salvo disposição em contrário estipulada entre as partes.”

DICA 227
SEMANA ESPANHOLA
A semana espanhola é uma maneira de compensar em casos que envolvam uma jornada
de trabalho na qual o empregado que produz uma jornada semanal de 44 horas labora
40 horas numa semana e 48 horas em outra, sempre de forma alternada.
Em outras palavras, o empregado labora as 40 horas em uma semana, e 48
horas na semana posterior, de maneira intercalada. Observe a OJ seguinte:

Entendimento jurisprudencial

ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL 323/TST SDI I. JORNADA DE TRABALHO. “ACORDO DE


COMPENSAÇÃO DE JORNADA. «SEMANA ESPANHOLA». VALIDADE. CLT, ART. 59, § 2º.
CF/88, ART. 7º, XIII.
É válido o sistema de compensação de horário quando a jornada adotada é a denominada
semana espanhola, que alterna a prestação de 48 horas em uma semana e 40 horas em
outra, não violando a CLT, arts. 59, § 2º, e CF/88, 7º, XIII, o seu ajuste mediante acordo
ou convenção coletiva de trabalho.

DICA 228

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PISO SALARIAL
Tendo sua normatização no art. 7º, V, da Constituição Federal, o piso salarial nada mais é
do que o valor mínimo da remuneração que pode ser pago a determinada categoria
profissional, variando conforme cada profissão.

Um exemplo: O engenheiro civil tem seu piso salarial de R$ 6.651,41, o que quer dizer
que ninguém pode contrata-lo por menos que este valor. O piso também é chamado por
alguns de salário normativo.
Tome nota!
Vale a pena ressaltar que a LC 103/2000 autorizou, mediante iniciativa do Poder
Executivo, que Estados e DF instituíssem piso salarial para os empregados que não
tenham piso salarial definido em lei federal, convenção ou acordo coletivo de trabalho.
DICA 229
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE
O direito aos chamados adicionais de insalubridade e de periculosidade é previsto por
muitas legislações, inclusive a CF/88:
Art.7, XXIII da CF/88: adicional de remuneração para atividades penosas, insalubres ou
perigosas, na forma da lei;
O adicional de insalubridade está normatizado no art. 192 da CLT:
O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância
estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional
respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por
cento) do salário-mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e
mínimo. Para que você tenha uma percepção melhor do adicional de insalubridade,
observe as informações abaixo:

Consequências: Adoecimento

Agentes: Poeira, calor, umidade, ruído, luminosidade, produtos químicos, radiação


entre outros.

% de adicional: 10%, 20% e 40%

Adicional em cima do: Salário Mínimo


Informação interessante: O contato com cimento não dá direito ao adicional de
insalubridade, pois este não está elencado nas normas regulamentadoras. Essa foi uma
decisão recente do TST.
Fonte: RR – 35-73.2018.5.12.0032
DICA 230
ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
No caso da periculosidade temos a espécie de trabalho ou local que pode causar o
falecimento do profissional, sem que haja o adoecimento prévio. Por exemplo: Pessoa
que trabalha com explosivos em uma pedreira.

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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 03
Art. 195 – A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo
as normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão através de perícia a cargo de Médico do
Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho.
A propósito: O mesmo empregado não poderá receber o adicional de insalubridade
e de periculosidade ao mesmo tempo. Isto quer dizer que se o empregado tiver direito
ao recebimento de ambos os adicionais, deverá optar por apenas um deles.

Para que você tenha uma percepção melhor do adicional de periculosidade, observe as
informações abaixo:

Consequências: Morte

Agentes: Explosivos, alta tensão e inflamáveis

% de adicional: 30%

Adicional em cima do: Salário Base


DICA 231
ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA
O adicional de transferência será adimplido em situações aonde houver a transferência
de um empregado, e só é pago em casos de transferência é temporária que o
empregado tem o direito de receber o adicional de transferência. E mais: O empregador é
obrigado a pagar 25% em seu salário.

Lembrando sempre que o adicional de transferência não tem natureza


indenizatória, mas sim salarial.
Veja o que a CLT fala sobre transferência:
Art. 469 - Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência, para
localidade diversa da que resultar do contrato, não se considerando transferência a que
não acarretar necessariamente a mudança do seu domicílio.
Em outras palavras: A transferência unilateral é proibida por lei, sendo obrigatório
que haja o consentimento do empregado.
Fique atento!
Para que se tenha o recebimento do adicional de transferência deverão estar preenchidos
os seguintes requisitos:

A transferência deve ser provisória;

Implicação da mudança de domicílio do empregado.


DICA 232
FGTS
O FGTS é um fundo pecuniário que foi criado pelo governo federal com o intuito de
formar uma reserva financeira para o empregado. O depósito será realizado
mensalmente pelo empregador e equivale a 8% do salário. Não há desconto para o
trabalhador.

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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 03
Pense no FGTS como uma poupança compulsória do empregado, que, em regra, o
empregado saca quando dispensado sem motivo (sem justa causa). Mas há exceções: O
empregado pode sacá-lo para, por exemplo, comprar seu imóvel.

Qual o valor do FGTS? 8% da remuneração


Art. 7º da CF/88: São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:
III - fundo de garantia do tempo de serviço;

Entendimento jurisprudencial

OJ SDI-1 195, TST: “Não incide a contribuição para o FGTS sobre as férias indenizadas”.

QUESTÃO EXAME DA ORDEM XXII, 2017.


Um aprendiz de marcenaria procura um advogado para se inteirar sobre o FGTS que vem
sendo depositado mensalmente pelo empregador na sua conta vinculada junto à CEF, na
razão de 2% do salário, e cujo valor é descontado juntamente com o INSS. Com relação
ao desconto do FGTS, assinale a afirmativa correta.
(a) O FGTS deveria ser depositado na ordem de 8% e não poderia ser descontado.
(b) A empresa, por se tratar de aprendiz, somente poderia descontar metade do FGTS
depositado.
(c) A empresa está equivocada em relação ao desconto, pois o FGTS é obrigação do
empregador.
(d) A conduta da empresa é regular, tanto em relação ao percentual quanto ao desconto.
Gabarito: Letra C
COMENTÁRIO:
O FGTS é obrigação do empregador. E mais: Em regra geral o valor é de 8%, todavia no
caso do aprendiz é de 2%.

DICA 233
AVISO PRÉVIO
É a comunicação da rescisão do contrato de trabalho por uma das partes, podendo
ser dado tanto pelo empregador quanto pelo empregado, sendo urbano ou rural.
Em outras palavras: É um direito que é conferido pela lei, inclusive em casos de
contratos por prazo determinado e de rescisão antecipada. E mais: Não é possível que o
empregado renuncie este direito.
Veja o que diz a súmula 276 do TST:
AVISO PRÉVIO. RENÚNCIA PELO EMPREGADO. O direito ao aviso prévio é
irrenunciável pelo empregado. O pedido de dispensa de cumprimento não exime o
empregador de pagar o respectivo valor, salvo comprovação de haver o prestador dos
serviços obtido novo emprego.

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Art. 487 da CLT: Não havendo prazo estipulado, a parte que, sem justo motivo, quiser
rescindir o contrato deverá avisar a outra da sua resolução com a antecedência mínima
de:
I - 8 dias, se o pagamento for efetuado por semana ou tempo inferior;
II - 30 dias aos que perceberem por quinzena ou mês, ou que tenham mais de 12 (doze)
meses de serviço na empresa.

Sou professor e fui dispensado durante o período das férias escolares. Tenho
direito ao aviso prévio? Sim, segundo a súmula 10 do TST “O direito aos salários do
período de férias escolares assegurado aos professores (art. 322, caput e § 3º, da CLT)
não exclui o direito ao aviso prévio, na hipótese de dispensa sem justa causa ao término
do ano letivo ou no curso das férias escolares”.
DICA 234
AVISO PRÉVIO - JORNADA REDUZIDA OU DISPENSA DO TRABALHO POR SETE
DIAS

Em casos aonde tal aviso for dado pela figura do empregador, no decorrer do tempo
do aviso, o horário de trabalho do empregado será diminuído de acordo com uma das
seguintes regras, a ser escolhida pelo empregado, sem que haja qualquer prejuízo do
salário integral (art. 488, CLT):

Redução de 2 horas diárias durante todo o período do aviso;

Redução de 7 dias corridos do período do aviso prévio, sem que haja a redução de
duas horas nos dias trabalhados.
A redução do horário de trabalho durante o aviso prévio dado pelo empregador
ocorrerá de forma obrigatória, não devendo em hipótese alguma ser trocada pelo
pagamento das horas que foram trabalhadas.
Veja o que diz a súmula seguinte:

Súmula 230 do TST

É ilegal substituir o período que se reduz da jornada de trabalho, no aviso prévio, pelo
pagamento das horas correspondentes

DICA 235
ESTABILIDADE NO EMPREGO - GESTANTE
Segundo o art. 10, II, b, ADCT, a gestante não pode ser dispensada de seu trabalho,
de forma arbitrária ou sem justa causa, desde a confirmação da gravidez até 5
meses após o parto.

Mas daí pode nascer uma dúvida: Em caso de contrato por tempo determinado, a
gestante ainda possui direito à esta estabilidade? Sim, segundo a súmula 244, III do TST,
A empregada gestante tem direito à estabilidade provisória prevista no art. 10, inciso II,
alínea “b”, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, mesmo na hipótese de
admissão mediante contrato por tempo determinado.

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E se o empregador alegar que a empregada gestante não direito à estabilidade
porque ele desconhecia a gestação da mesma? O empregador não poderá alegar isto
como um argumento, pois a súmula 244, I do TST afirma de maneira categórica o
desconhecimento da gravidez pelo empregador não afasta o direito à estabilidade e ao
consequente pagamento da indenização correspondente ao período.
DICA 236
ESTABILIDADE NO EMPREGO - MEMBRO DA CIPA (CIPEIRO)
Será obrigatória a formação de uma CIPA, que é a Comissão Interna de Prevenção
de Acidentes, visando trazer segurança no trabalho. Lembrando que a estabilidade
também é garantida tanto ao empregado eleito como ao suplente da CIPA, conforme
normatizado na súmula 339, I, TST.

Composição (art. 164, caput, CLT): Cada CIPA deverá ser formada pelos
representantes da empresa e pelos empregados, em concordância com os critérios
devidamente adotados na NR 5 da Portaria n. 3.214/78.

Mandato (art. 164, § 3º, CLT): O mandato dos membros eleitos da CIPA deverá
perdurar por 1 ano, sendo permitida uma reeleição.

Mas espera um pouco: O empregado que vier a registro da candidatura ocorrer


durante o aviso prévio tem direito à estabilidade? Não, isso pelo motivo de que o
aviso prévio tem como intuito dar uma data de fim à relação laboral existente, logo, caso
este registro de candidatura do trabalhador para membro da CIPA vier a ocorrer em
ocasião da vigência do aviso prévio, quer seja ele trabalhado ou indenizado, o empregado
não gozará do direito à estabilidade.
DICA 237
ESTABILIDADE NO EMPREGO - DIRIGENTE SINDICAL

Previsto no art. 543 da CLT, § 3º, que fala:


O empregado eleito para cargo de administração sindical ou representação profissional,
inclusive junto a órgão de deliberação coletiva, não poderá ser impedido do exercício de
suas funções, nem transferido para lugar impossível ao desempenho das suas atribuições
sindicais. (...)
§ 3º Fica vedada a dispensa do empregado sindicalizado ou associado, a partir do
momento do registro de sua candidatura a cargo de direção ou representação de
entidade sindical ou de associação profissional, até 1 ano após o final do seu mandato,
caso seja eleito, inclusive como suplente, salvo se cometer falta grave devidamente
apurada nos termos desta Consolidação.
Uma informação de suma importância é que composição dentro da empresa deve ser
igualitária, havendo a obrigação de se ter o mesmo número de representantes dos
empregados e de representantes dos empregadores.

Exemplo: Se houverem 4 representantes do empregador, deverá haver também 4


representantes dos empregados. E o representante do empregador sempre será o
presidente da CIPA. Só que é preciso que você saiba que a estabilidade é concedida
somente para os empregados representantes dos empregados, titulares e suplentes.

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E mais: O dirigente sindical somente poderá ser dispensado por justa causa se esta
for apurada em inquérito judicial para apuração de falta grave, o que está
normatizado na súmula 379, TST.
DICA 238
MEMBRO DE CONSELHO FISCAL DE SINDICATO E ESTABILIDADE

O membro de conselho fiscal de sindicato tem direito à estabilidade? Não.

OJ SDI-1 365, TST

Sindicato. Estabilidade provisória. Membro de conselho fiscal. Estabilidade não


reconhecida. CLT, art. 522, § 2º e CLT, art. 543, § 3º. CF/88, art. 8º, VIII.
Membro de conselho fiscal de sindicato não tem direito à estabilidade prevista nos
arts. 543, § 3º, da CLT e 8º, VIII, da CF/88, porquanto não representa ou atua na defesa
de direitos da categoria respectiva, tendo sua competência limitada à fiscalização da
gestão financeira do sindicato (art. 522, § 2º, da CLT).

Essa mesma linha de pensamento se aplica ao delegado sindical, que também não
tem direito à estabilidade, conforme o disposto na OJ SDI-1 369, TST.
Resumindo: Tanto o membro de conselho fiscal de sindicato quanto o delegado sindical
NÃO tem direito à estabilidade.
DICA 239
DIRETOR DE COOPERATIVA DE CONSUMO E ESTABILIDADE

O empregado eleito diretor de sociedade cooperativa tem direito a


estabilidade. Mas é qualquer tipo de cooperativa? Não, é a cooperativa que for
criada pelos próprios empregados (cooperativa de consumo). Logo, o diretor deste tipo de
cooperativa a mesma garantia de estabilidade conferida ao dirigente sindical. A
estabilidade é conferida apenas aos diretores titulares, nos termos da OJ n. 253 SDI-1 do
TST.

OJ n. 253 SDI-1, TST

ESTABILIDADE PROVISÓRIA. COOPERATIVA. LEI N. 5.764/71. CONSELHO FISCAL.


SUPLENTE. NÃO ASSEGURADA (inserida em 13-03-2002) O art. 55 da Lei n. 5.764/71
assegura a garantia de emprego apenas aos empregados eleitos diretores de
Cooperativas, não abrangendo os membros suplentes.

DICA 240
MEMBROS DO CONSELHO CURADOR DO FGTS E ESTABILIDADE
Há ainda mais uma modalidade de empregado com direito à estabilidade
provisória: É a categoria dos representantes dos trabalhadores, efetivos e suplentes,
no Conselho Curador do FGTS.
Mas cuidado: Tal estabilidade só existe da nomeação até 1 ano após o término do
mandato de representação.
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Veja o disposto a seguir:
Art. 3º da Lei 8.036/90, § 9º: Aos membros do Conselho Curador, enquanto
representantes dos trabalhadores, efetivos e suplentes, é assegurada a estabilidade no
emprego, da nomeação até um ano após o término do mandato de representação,
somente podendo ser demitidos por motivo de falta grave, regularmente comprovada
através de processo sindical.

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PROCESSO DO TRABALHO
DICA 241
PROCEDIMENTO SUMÁRIO
O procedimento sumário também é chamado de “dissídio de alçada”, é normatizado
pela lei 5.584/70 e possui como intuito mais básico dar mais celeridade às causas
trabalhistas que tem o valor da causa de até 2 salários mínimos.
Lembrando que o prazo para interpor e contra-arrazoar qualquer recurso será de 8
dias. Lembrando sempre que a assistência judiciária, nos termos da lei supracitada, será
prestada ao trabalhador ainda que não seja associado do respectivo Sindicato.

Sobre pedido de revisão neste caso: O pedido de revisão, que não terá efeito
suspensivo deverá ser instruído com a petição inicial e a Ata da Audiência, em cópia
autenticada pela Secretaria da Junta, e será julgado em 48 (quarenta e oito) horas, a
partir do seu recebimento pelo Presidente do Tribunal Regional.
DICA 242
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
É uma petição inicial, primeiro ato de um processo trabalhista. Se um dos requisitos
for descumprido, haverá o julgamento sem resolução do mérito, por inépcia da petição
inicial, conforme normatizado no art. 840, § 3º, da CLT.
Um ponto de extrema importância é que não há mais a necessidade da citação do artigo
319 do CPC de forma subsidiária e supletiva para fundamentar a reclamação trabalhista,
após a Reforma Trabalhista.
Em outras palavras: Leu o enunciado e viu que não há momento processual
anterior, estaremos diante de uma Reclamação Trabalhista, ok?

Há requisitos para o ajuizamento da Reclamação trabalhista? Sim:

Indicação do juiz a que a petição é dirigida

Qualificação das partes

Nome da peça

Breve síntese dos fatos

Honorários

Pedidos

Valor da causa

Data e assinatura do reclamante ou do seu advogado


Há preliminares de mérito na Reclamação Trabalhista? Tem sim. Quando a
parte for uma pessoa idosa, pessoa com deficiência, pessoa portadora de doença grave ou
quando a demanda versar exclusivamente sobre o pagamento de salário ou se decorrer da
falência do empregador.
DICA 243

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SÚMULAS IMPORTANTES SOBRE RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

Súmula 734 do STF

Não cabe reclamação quando já houver transitado em julgado o ato judicial que se
alega tenha desrespeitado decisão do Supremo Tribunal Federal.

Súmula 368 do STF

Não há embargos infringentes no processo de reclamação.

Súmula 263 do TST

PETIÇÃO INICIAL. INDEFERIMENTO. INSTRUÇÃO OBRIGATÓRIA DEFICIENTE


(atualizada em decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22,
25 e 26-4-2016.
Salvo nas hipóteses do art. 330 do CPC de 2015 (art. 295 do CPC de 1973), o
indeferimento da petição inicial, por encontrar-se desacompanhada de documento
indispensável à propositura da ação ou não preencher outro requisito legal, somente é
cabível se, após intimada para suprir a irregularidade em 15 (quinze) dias, mediante
indicação precisa do que deve ser corrigido ou completado, a parte não o fizer (art.
321 do CPC de 2015).

DICA 244
PRESCRIÇÃO BIENAL
Na prescrição bienal, temos a situação aonde ocorre tal prescrição 2 anos depois do
término do contrato de trabalho, dando assim um prazo temporal para que se busque
os direitos trabalhistas.
Em outras palavras, havendo a extinção do contrato de trabalho, dá-se o prazo de 2
anos para que a pessoa ajuíze uma ação trabalhista.

Por exemplo: Joquinha tem seu contrato de trabalho extinto em novembro de 2015,
logo ele deverá propor ação trabalhista até novembro de 2017. Caso não o faça, teremos
a prescrição total, ou seja, nada mais poderá ser buscado na justiça trabalhista.
DICA 245
PRESCRIÇÃO QUINQUENAL
O trabalhador só poderá buscar, de forma retroativa, os cinco anos passados. Ou seja,
somente poderá ser pleiteado os direitos, verbas e parcelas, dos cinco anos anteriores
da data do ajuizamento da ação.

Exemplo: Maria deseja ingressar com uma ação trabalhista em face de seu ex
empregador, uma vez que trabalhou no estabelecimento nos anos de 2010 a 2021.
Contudo, aqui, tendo Maria ingressado com ação em 2021, ainda que trabalhado num
período de onze anos, apenas poderá pleitear os direitos relativos aos anos de 2017 a
2021.

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Lembrando sempre que, tanto no caso de prescrição bienal quanto no caso da prescrição
quinquenal, uma vez pronunciada a prescrição, teremos a extinção do feito com resolução
do mérito, conforme nos traz o art. 487, II, do CPC.
Fique atento!
Nos casos de ações declaratórias, como por exemplo na ação para reconhecimento
de vínculo, não corre a prescrição, como traz p art. 11, § 1º, da CLT. Também não
corre prazo prescricional contra o empregado menor de 18 anos, conforme traz o art. 440
da CLT.
DICA 246
BENS IMPENHORÁVEIS

Os bens impenhoráveis estão elencados no art. 833 do CPC, sendo:

Os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à


execução;

Os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do


executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades comuns
correspondentes a um médio padrão de vida;

Os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de


elevado valor;

Os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de


aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas
por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os
ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2º
do art. 833 do CPC.
Os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens
móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado;

O seguro de vida;

Os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem


penhoradas;

A pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela
família;

Os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em


educação, saúde ou assistência social;

A quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 salários-


mínimos;

Os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos da
lei;
Os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de incorporação
imobiliária, vinculados à execução da obra.
Mas lembrando sempre que no caso da justiça trabalhista, há exceções. O salário, por
exemplo, pode ser penhorado, segundo a jurisprudência:

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Jurisprudência

PENHORA DE SALÁRIO - POSSIBILIDADE. A impenhorabilidade de salários e proventos


de aposentadoria, prevista no artigo 833, IV, do NCPC, deve ser excepcionada quando
se tratar da execução de prestações alimentícias, gênero do qual o crédito trabalhista
é espécie. Possibilidade de constrição judicial de percentual sobre o salário do devedor.
Inteligência do art. 833, §2º, do CPC/2015 (TRT da 3.ª Região; PJe: 0011283-
89.2013.5.03.0055 (AP); Disponibilização: 06/04/2017, DEJT/TRT3/Cad.Jud, Página
1796; Órgão Julgador: Decima Primeira Turma; Relator: Adriana Goulart de Sena
Orsini)

DICA 247

PEDIDO DE DANOS MATERIAIS NA RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

É perfeitamente cabível o pedido de danos materiais em uma reclamação trabalhista.

Lembrando sempre que estes danos se subdividem em lucros cessantes e danos


emergentes.

Vamos esquematizar!

No dano emergente, é a perda imediata em si. Exemplo: Um empregado sofre um


acidente de trabalho, e necessita arcar com todas as despesas médicas (sessões de
fisioterapia, remédios, cirurgias, compra de esparadrapo entre outros).

Já no lucro cessante há o que o empregado deixar de ganhar em decorrência de um ato


ilícito. Exemplo: Um motorista de uma empresa de dia, que a noite ao largar do trabalho
faz uber. Ele sofre um acidente de trabalho e deixa de ganhar (lucrar) ao não rodar o
uber.
DICA 248
PEDIDO DE DANOS MORAIS NA RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
Já no caso do chamado dano moral, temos uma lesão a direito da personalidade,
estando estes normatizados nos arts. 11 a 21 do CC.
No art. 223-C da CLT, temos a normatização dos direitos da personalidade: etnia,
idade, nacionalidade, honra, imagem, intimidade, liberdade de ação, autoestima, gênero,
orientação sexual, saúde, lazer e integridade física.

A revista em bolsas do empregado gera dano moral? Não. Quem traz esta
disposição é o art. 5º, X, da CF/88 e art. 186 do CC, pois este tipo de revista não viola
direitos da personalidade.
DICA 249
CONTESTAÇÃO
A contestação é a defesa do réu/reclamado, aonde este terá a chance de fazer a
impugnação das alegações do autor/reclamante na petição inicial.

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Na contestação temos a figura das chamadas preliminares ou defesas processuais,
previstas no art. 337 do CPC. Estão listadas:

Inexistência ou nulidade da citação

Incompetência absoluta ou relativa

Incorreção do valor da causa

Inépcia da petição inicial

Perempção

Litispendência

Coisa julgada

Conexão

Incapacidade de parte, defeito de representação ou falta de representação

Convenção de arbitragem

Falta de condição da ação

Falta de caução

Indevida concessão de justiça gratuita


Fique atento!
Já no caso da prejudicial de mérito, deverá ser arguida a prescrição bienal ou
quinquenal, total ou parcial, ou a decadência, sendo estas teses as únicas cabíveis nesse
momento processual.
DICA 250
CONTESTAÇÃO COM PEDIDO DE RECONVENÇÃO
Já no caso da contestação com pedido de reconvenção, teremos uma defesa em moldes
de contra-ataque, com a aplicação subsidiária do CPC. Olhe:

Artigo 343 do CPC

Art. 343 do CPC. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para


manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento
da defesa.
§ 1º Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado, para
apresentar resposta no prazo de 15 dias.
§ 2º A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de
seu mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção.
§ 3º A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro.
§ 4º A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro.

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§ 5º Se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular de


direito em face do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do autor,
também na qualidade de substituto processual.
§ 6º O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação.

Certo, mas eu gostaria de um exemplo prático. Veja: Estrôncio trabalha na


empresa OOO LTDA., na função de empilhador. Ocorre que com a chegada da pandemia,
a empresa passa por uma crise e demite quase todos os funcionários, incluindo Estrôncio.
Muito chateado com a sua dispensa, e desta forma no mesmo dia em que foi avisado de
seu aviso prévio, tirou dolosamente de todas as máquinas empilhadeiras peças
importantes, fazendo com que elas ficassem totalmente viciadas, dando à empresa um
prejuízo de R$ 50.000,00. Inconformado com sua despedida, James propôs reclamação
trabalhista (processo n. 11111-66.2021.7.777.7777) em face da empresa, alegando fazer
jus à reintegração e reconhecimento da estabilidade provisória pelo período de 12 meses.
Como advogado da empresa OOO LTDA., que medida judicial você tomaria?
Resposta: Você deve propor uma contestação com pedido de reconvenção, com fulcro no
art. 847 da CLT, c/c. arts. 336 a 343 do CPC. E mais: No tópico DA RECONVENÇÃO, você
deverá apresentar o argumento com base no art. 927 do CC, requerendo da parte
reconvinda ao pagamento do valor de R$ 50.000,00.
DICA 251
HABEAS CORPUS
É um remédio constitucional tem como intuito a tutela da liberdade de locomoção,
possui sua previsão legal no art. 5º, LXVIII, da CF/88 e art. 144, IV, da CF/88.
O habeas corpus deve ser impetrado contra a autoridade imediatamente superior à que
praticou a prisão:

Juiz do Trabalho – impetrado perante o TRT;

Desembargador do TRT – impetrado perante o TST;

Ministro do TST – impetrado perante o STF.


E muito cuidado!
Cabe ajuizamento de habeas corpus originário no TST, substituindo o recurso ordinário em
habeas corpus, de decisão definitiva proferida por TRT, pois é o órgão colegiado que passa
a ser a autoridade coatora no momento em que examina o mérito do habeas corpus
impetrado no âmbito da Corte local, conforme o normatizado na OJ 156 da SDI-II do TST:

Jurisprudência

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Orientação Jurisprudencial 156/TST-SDI-II - 11/06/2010 - Habeas corpus originário no


Tribunal Superior do Trabalho - TST. Substitutivo de recurso ordinário em «habeas
corpus». Cabimento contra decisão definitiva proferida por Tribunal Regional do
Trabalho - TRT. CF/88, art. 5º, LXVIII. CPP, art. 648.
«É cabível ajuizamento de «habeas corpus» originário no Tribunal Superior do
Trabalho - TST, em substituição de recurso ordinário em «habeas corpus», de decisão
definitiva proferida por Tribunal Regional do Trabalho, uma vez que o órgão colegiado
passa a ser a autoridade coatora no momento em que examina o mérito do «habeas
corpus» impetrado no âmbito da Corte local.»

DICA 252
HABEAS DATA
É um remédio constitucional com intuito de ter acesso às informações constantes de
bancos de dados de repartições públicas ou particulares acessíveis a todos para, se
for caso, inclusive retificá-las.

Na Justiça do Trabalho o Habeas Data tem cabimento nos seguintes casos:

Para ter acesso a dados relativos ao FGTS junto à Caixa Econômica Federal;

O executado, para ter acesso à Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas (CNDT) – art.
642-A da CLT;

O empregador, para ter acesso à lista de trabalho escravo etc.


DICA 253
INQUÉRITO JUDICIAL PARA APURAÇÃO DE FALTA GRAVE
O inquérito judicial para apuração de falta grave é uma ação, mais precisamente falando
uma petição inicial.
E mais: O inquérito judicial para apuração de falta grave deve obrigatoriamente ser
escrito. Lembrando que na petição de inquérito judicial para apuração de falta grave você
deve requerer honorários advocatícios de sucumbência.

E quantas testemunhas teremos neste caso? Cada parte pode ouvir até 6
testemunhas, conforme normatizado no art. 821 da CLT. Observe:

Art. 821 da CLT: Cada uma das partes não poderá indicar mais de três testemunhas,
salvo quando se tratar de inquérito, caso em que este número poderá ser elevado a
seis.

Importante!
Não são todos os casos de estabilidade provisória que ficam sujeitos ao inquérito judicial!
Vamos ver mais disto na dica posterior.

QUESTÃO SIMULADA, 2022.


Leopoldino é segurança na empresa FIFI SA., desde 6-3-2016, tendo sido eleito como
dirigente sindical do Sindicato dos Seguranças de Taubaté, cidade que labora . A sua
posse foi em 2-8-2018, para um mandato de 3 anos. O empregador sabia que ele era
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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 03
dirigente sindical. Em 26-8-2019, o empregador descobriu, após denúncia do gerente, que
Leopoldino está desviando, em média, R$ 100,00 por dia do caixa da empresa. Naquele
mesmo dia, quando Leopoldino foi confrontado pelo gerente da loja, o empregado ainda
lhe deu um soco. No mesmo momento, a gerente suspendeu Leopoldino para que a
empresa FIFI SA. viesse a tomar as medidas cabíveis para a sua demissão. Você é
contratado como advogado da empresa, e diante dos fatos, a medida cabível será:
(a) O ajuizamento do inquérito judicial para apuração de falta grave, com o prazo
decadencial para tal ajuizamento de 15 dias, podendo ser a petição verbal ou escrita.
(b) O ajuizamento do inquérito judicial para apuração de falta grave, com o prazo
decadencial para tal ajuizamento de 30 dias, sendo obrigatório que a petição seja escrita.
(c) O ajuizamento do recurso ordinário, com o prazo decadencial para tal ajuizamento de
30 dias, sendo obrigatório que a petição seja escrita.
(d) O ajuizamento do recurso de revista, com o prazo decadencial para tal ajuizamento de
30 dias, sendo obrigatório que a petição seja verbal.
Gabarito: Letra B.

DICA 254
CASOS EM QUE O INQUÉRITO É DESNECESSÁRIO
O inquérito é uma medida judicial de suma importância. Mas há alguns empregados que
tem a estabilidade provisória, entretanto podem ser demitidos, independentemente do
ajuizamento da ação de inquérito judicial.

Que tal observarmos quem são:

Gestante

Acidentado

Cipeiro eleito pelos empregados

Membro eleito para compor a comissão de representantes dos empregados nas


empresas
Importante
O prazo para o empregador ajuizar este tipo de ação é de 30 dias, conforme normatizado
pelo art. 494 da CLT, e claro, este prazo é decadencial.
E aonde está normatizado o prazo? Observe abaixo:

Súmula 403 do STF

É de decadência o prazo de trinta dias para instauração do inquérito judicial, a contar


da suspensão, por falta grave, de empregado estável.

DICA 255
AÇÃO MONITÓRIA

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A ação monitória é uma petição inicial, que é um tipo de atalho, visando que a pessoa
possa receber um crédito ou bem de forma mais célere, necessitando este de uma prova
escrita, como uma nota promissória.
A ação monitória tem sua previsão no CPC, dos arts. 700 ao 702.
Ao ajuizar esta ação, caso o juiz concorde e veja que está tudo ok, ele poderá conceder
um mandado monitório, mesmo sem a citação do réu. Caso réu discorde, ele poderá
apresentar embargos monitórios.
Em outras palavras, quando o enunciado tiver a informação de que se trata do
primeiro ato do processo e que o cliente (empregado) tem um documento que comprova o
adimplemento, não sendo este um título executivo, estaremos diante do cabimento de
uma ação executória.
DICA 256
DISSÍDIO COLETIVO
É uma demanda trabalhista que será ajuizada com o intuito de tutelar interesses
gerais e abstratos das categorias profissionais e econômicas que estejam envolvidas.
Admite-se o jus postulandi, conforme disposto no art. 791, § 2º, da CLT.
As partes envolvidas são o suscitante (quem instaura) e o suscitado (parte contrária).

Há requisitos? Sim:

1º - Tentativa de negociação ou arbitragem;

2º - Aprovação em assembleia da categoria profissional;

3º - Comum acordo da parte contrária.

Pode haver dissídio coletivo verbal? Não se admite dissídio coletivo verbal, ou seja,
deve ser ajuizado por intermédio de uma petição inicial escrita, elaborada pela entidade
sindical da categoria profissional ou da categoria econômica.
Fique atento!
A competência originária para o julgamento é do Tribunal Regional do Trabalho,
conforme no art. 678, I, a, da CLT e no art. 6º da Lei n. 7.701/88. No Tribunal Regional
do Trabalho a competência será da Seção de Dissídio Coletivo, quando houver, e pelo
Tribunal Pleno, caso não existam seções para este julgamento.
DICA 257
DISSÍDIO COLETIVO DE GREVE
Será devidamente instaurado no caso de greve, no caso de negociação coletiva
frustrada ou esgotada. Tem sua natureza jurídica híbrida ou mista. Lembrando que os
dissídios coletivos estão previstos a partir do art. 856 da CLT.
A propósito, há a necessidade da comprovação da legitimidade:

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Orientação Jurisprudencial 15/TST-SDC

Dissídio coletivo. Sindicato. Legitimidade ativa «ad processum». Imprescindibilidade do


registro no Ministério do Trabalho. CF/88, art. 8º, I.
«A comprovação da legitimidade «ad processum» da entidade sindical se faz por seu
registro no órgão competente do Ministério do Trabalho, mesmo após a promulgação
da Constituição Federal de 1988.»

DICA 258
AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO
A ação de consignação em pagamento é uma petição inicial, que dá ao devedor o
direito de pagar.
No caso do direito processual do trabalho, é comum o enunciado trazer a informação de
que há objetos do empregado na empresa, que esta deseja devolver, ou ainda que o
funcionário morreu e a empresa tem dúvidas sobre quem é o credor das verbas
rescisórias, ajuizando em face do espólio do falecimento.

E o empregado pode ajuizar essa ação em face do empregador? Embora raro, é


possível sim. Imagine o exemplo do empregado que deseja devolver uma ferramenta para
a empresa e está se recusa a receber. O empregado então ajuíza esta ação.
Sendo comum que nos casos envolvendo essa ação se fale em verbas rescisórias,
trazemos para você algumas informações sobre ela:

Dispensa com justa causa = saldo de salários + férias vencidas (+1/3)

Dispensa sem justa causa/Rescisão indireta = férias vencidas (+1/3) + férias


proporcionais (+1/3) + 13º salário proporcional + aviso prévio proporcional + indenização
de 40% do FGTS + saque do FGTS + saque do SD + saldo de salários

Demissão = saldo de salários + férias vencidas (+1/3) + férias proporcionais (+1/3) +


13º salário proporcional

Distrato/Rescisão por mútuo acordo (art. 484-A da CLT) = saldo de salários + férias
vencidas (+1/3) + férias proporcionais (+1/3) + 13º salário proporcional + 1/2 aviso
prévio proporcional (se indenizado) + indenização de 20% do FGTS + saque de 80% do
FGTS

Culpa recíproca (Súmula 14 do TST) = saldo de salários + férias vencidas (+1/3) + 1/2
férias proporcionais (+1/3) + 1/2 13º salário proporcional + 1/2 aviso prévio proporcional
+ indenização de 20% do FGTS + saque do FGTS

Força maior = saldo de salários + férias vencidas (+1/3) + férias proporcionais (+1/3)
+ 13º salário proporcional + aviso prévio proporcional + indenização de 20% do FGTS +
saque do FGTS + saque do SD.
DICA 259
AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO- APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA DO CPC
Na CLT não há artigo falando sobre esta ação, logo aplicaremos de forma subsidiária o
CPC, mais precisamente falando os arts. 539 a 549. Lembrando sempre que os
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Memorex OAB – Exame XXXIV – Rodada 03
fundamentos que explicam o motivo da consignação de bens ou valores estão nos arts.
334 e 335 do CC:

Artigo 334 e 335 do CPC

Art. 334 do CC. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial


ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais.
Art. 335 do CC. A consignação tem lugar:
I – se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar
quitação na devida forma;
II – se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição
devidos;
III – se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou
residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;
IV – se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do
pagamento;
V – se pender litígio sobre o objeto do pagamento

DICA 260
MANDADO DE SEGURANÇA
Remédio constitucional (assim como o habeas data e habeas corpus), o mandado de
segurança tem sua previsão legal no art. 5º, LXIX e LXX, da CF/88 e Lei n. 12.016/2009,
devendo haver direito líquido e certo.
Lembrando que este remédio tem um prazo decadencial de 120 dias, a partir do
momento da ciência do ato coator, como traz o art. 23 da Lei 12.016/2009: “O direito de
requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) dias,
contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado”.
E mais: No caso de decisões interlocutórias, já que não há a possibilidade de interpor
recurso algum, cabe a impetração de mandado de segurança. Também cabe a
impetração do MS em casos de decisão de antecipação dos honorários periciais.

Cabe recurso ordinário para o TST em caso acórdão proferido pelo TRT
julgando o mérito do mandado de segurança? Sim, quem traz esta disposição é a
Súmula 201 do TST.

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