Funções de Várias Variáveis
12 - Vetor gradiente
Equipe de Cálculo II
Universidade Federal de Minas Gerais
Vetor gradiente
A expressão Du f (x, y) = fx (x, y)a + fy (x, y)b para a derivada
direcional de f na direção do vetor unitário u = (a, b) motiva a
definição de um novo objeto matemt́ico.
Definição
O gradiente de f(x, y) é a função vetorial definida por
∂f ∂f
∇f (x, y) = ⟨fx (x, y), fy (x, y)⟩ = i+ j,
∂x ∂y
sendo i = ⟨1, 0⟩ e j = ⟨0, 1⟩ os vetores unitários nos eixos x e y.
Essa definição permite escrever Du f (x, y) = ∇f (x, y).u , onde
temos a derivada direcional expressa como o produto escalar do
gradiente pelo vetor diretor unitário.
Interpretação geométrica
A derivada direcional na direção do vetor
unitário u é a projeção escalar do vetor
gradiente ∇f (x, y) sobre u.
Exemplo
Ache o gradiente de f(x, y) = x3 + 2xy.
fx (x, y) = 3x2 + 2y, fy (x, y) = 2x
∇f (x, y) = (3x2 + 2y) i + 2x j
Exemplo
Encontre a derivada direcional Du f (x, y) se f(x, y) = x3 − 3xy + 4y2
e u é o vetor unitário dado pelo ângulo θ = π/6. Calcule Du f (1, 2).
Obtemos o gradiente: ∇f (x, y) = (3x2 − 3y) i + (−3x + 8y) j.
O vetor unitário dado pelo√ângulo θ é u = cos θ i + sen θ j. Para
θ = π/6, segue que u = 3/2 i + 1/2 j.
Portanto, a derivada direcional é
√
Du f (x, y) = ⟨3x2 − 3y, −3x + 8y⟩.⟨ 3/2, 1/2⟩
1[ √ 2 √ ]
= 3 3x − 3x + (8 − 3 3)y .
2
Por fim, calculamos
√
1[ √ √ ] 13 − 3 3
Du f (1, 2) = 3 3 − 3 + (8 − 3 3)2 = .
2 2
Abaixo temos os gráficos da superfície z = x3 − 3xy + 4y2 e do
campo de vetores gradiente ∇f (x, y) = (3x2 − 3y) i + (−3x + 8y) j.
Figura: superfície
Figura: campo de gradientes
Exemplo
Considere a função
2 +y2 ) 2 +y2 ) 2 +y2 )
f(x, y) = e−(x ⇒ ∇f (x, y) = −2x e−(x i−2y e−(x j
Figura: superfície Figura: campo de gradientes
Obs. Os vetores gradientes apontam para a direção de crescimento
mais rápido. Neste exemplo, apontam para a origem (0, 0).
Teorema
Suponha que f seja uma função diferenciável de duas ou três
variáveis. O valor máximo da derivada direcional Du f (x, y) é
|∇f (x, y)| e ocorre quando u tem a mesma direção que o vetor
gradiente ∇f (x, y).
Para demonstrar esse resultado basta usar que
Du f = ∇f . u = |∇f |.|u| cos θ = |∇f | cos θ
onde θ é o ângulo entre os vetores ∇f e u. O valor máximo de
cos θ é 1 e ocorre quando θ = 0, ou seja, quando u tem a mesma
direção e sentido de ∇f.
Exemplo
(a) Se f(x, y) = x ey , determine a taxa de variação de f no
ponto P(2, 0) na direção de P até Q(1/2, 2).
∇f (x, y) = ey i + x ey j ⇒ ∇f (2, 0) = i + 2 j.
⟨ ⟩ ⟨ ⟩
3 5 3 4
PQ = − , 2 ⇒ |PQ| = ⇒ u= − ,
2 2 ⟨ ⟩ 5 5
3 4
Du f (2, 0) = ∇f (2, 0).u = ⟨1, 2⟩. − , = 1
5 5
(b) Qual é a taxa de variação máxima no ponto (2, 0) e em que
direção ocorre?
√
A taxa de variação máxima é |∇f (2, 0)| = |⟨1, 2⟩| = 5 .
A taxa máxima é encontrada na direção do gradiente i + 2 j .
Ortogonalidade entre vetores gradiente e curvas de nível
O vetor gradiente ∇f (x, y) sempre será ortogonal às curvas de nível
da superfície z = f(x, y).
Considere uma curva de nível com z = k para a superfície:
C = {(x, y)|f(x, y) = k} e tome essa curva parametrizada por t.
Portanto, C = {(x(t), y(t))|t ∈ I}, onde I é um intervalo. Temos
f(x(t), y(t)) = k ∀t ∈ I
Derivamos com respeito a t usamos a Regra da Cadeia para obter
⟨ ⟩ ⟨ ⟩
∂f dx ∂f dy ∂f ∂f dx dy
+ = 0 ou seja, , . , = 0.
∂x dt ∂y dt ∂x ∂y dt dt
Portanto o vetor gradiente ∇f (x, y) é ortogonal ao vetor tangente
à curva de nível, o que significa que é ortogonal à curva de nível.
2
+y2 )
Figura: campo de gradientes e curvas de nível para f(x, y) = e−(x