Artrite reumatoide
Epidemiologia
acomete 0,5 a 1% da pop. mundial;
não poupa grupo étnico;
em prevalência bem distribuída por todo o globo;
predomina no sexo feminino 3 mulheres afetadas para cada homem afetado).
prevalência aumenta com a idade (aparecimento em geral em torno da terceira e quarta década de vida)
grande impacto nas qualidade e expectativa de vida dos pacientes.
inflamação crônica com aumento de RCV.
Clínica
Pode ter início insidioso ou mais abrupto
Manifestação cardinal → artrite em diferentes articulações.
Lembrar, porém, que não é uma doença limitada às articulações, havendo uma série de manifestações
extrarticulares → doença sistêmica
Artrite: inflamação da sinóvia, com dor inflamatória (em repouso, noturna, com rigidez
matinal em geral maior do que uma hora); essa artrite pode acometer pequenas, médias
e grandes articulações, porém classicamente acomete articulações das mãos.
Poliartrite→ necessário acometimento de 3 ou mais juntas para se fechar o diagnóstico de artrite reumatóide -
mãos e punhos como sítios característicos.
Nas mãos, geralmente acomete as interfalangianas proximais e as metacarpofalangianas; tende a poupar as
interfalangianas distais;
Artrite reumatoide 1
Característica importante da poliartrite → SIMETRIA (predominantemente simétrica).
É crônica, durando pelo menos o um mês e meio para o diagnóstico de AR, porque antes disso tem muitas
outras causas de poliartrite.
Deformidades → proliferação sinovial marcante, com o início do aparecimento de deformidades de acordo com o
nível de cronicidade da doença.
Incapacidade → soma de fatores (inflamação, dor, deformidades...)
→ As manifestações mais graves são de AR que não respondem ao tratamento ou que
complicam ao tratamento (manifestações como deformidades são tardias e não servem
para diagnóstico precoce).
Manifestações clínicas extrarticulares:
Presença de nódulos subcutâneas → nódulos endurecidos e pouco móveis, geralmente indolores, em áreas de
contato e pressão (geralmente, quando presentes, são múltiplos nódulos disseminados).
Manifestações cutâneas → acontecem por isquemia cutânea resultante de vasculite.
Alterações oculares → episclerite autoimune por vasculite; esclerite
Derrame pleural → pode haver pleurite clínica (dor, tosse, dispneia...); exsudato característico à radiografia, o
qual possui glicose baixa nesse caso.
Insuficiência valvar → cardiopatias decorrentes
Amiloidose
Artrite reumatoide 2
Síndrome de Felt → esplenomegalia, neutropenia e infecções decorrentes (doença hematológica).
Fisiopatologia
É uma imunopatia - enfermidade autoimune - que conta com um conjunto de fatores genéticos e ambientais.
Diversos elementos irão influenciar, como o tabagismo.
Antígenos da articulação sinovial disparam uma resposta de autoimunidade, que é essencialmente do tipo Ta1
(predomínio da imunidade celular)
→ Atuação de citocinas pró-inflamatórias IL1, TNF, IL2...)
→ Remédios que inibem a imunidade humoral podem ser utilizados e gerar até mesmo a remissão da doença.
→ Principal local alvo - SINÓVIA
Quando a sinóvia é inflamada cronicamente, várias estruturas importantes para a manutenção da
articulação são afetadas.
Uma sinóvia inflamada terá consequências nos tecidos regionais adjacentes.
Condrócitos produzem mais metaloproteinases (degradação de cartilagem)
O próprio osso começa a ser afetado pelas citocinas, com o ativamento de osteoclastos (comprometimento
sério da AR, com osteoporose e fragilidade aumentada do esqueleto ósseo)
A sinóvia proliferada, com tecido fibrótico e com grande densidade de células se chama de PANUS, que
funciona como um tumor que acaba erodindo os tecidos que já estão sendo afetados, como cartilagem e
osso (mais dano articular).
Artrite reumatoide 3
→ Lembrar que pode haver rompimento e degeneração de outras estruturas importantes, como tendões e
ligamentos.
→ O processo autoimune pode acometer outros locais (manifestações extrarticulares).
Diagnóstico
Lembrar que é uma enfermidade pleomórfica, com a síndrome reumatoide como
conjunto de sinais e sintomas mais característicos.
Deveremos associar elementos clínicos de uma síndrome reumatoide e caracterização como aguda ou crônica (a
aguda tem um número infinitamente maior de causas que raramente cronificam).
Cronificação → dado de alerta para AR.
SÍNDROME REUMATOIDE CRÔNICA, QUE PODE SER REFORÇADA COM OS EXAMES
COMPLEMENTARES.
Exames complementares
Radiografia:
Redução do espaço articular
Erosões ósseas marginais
Porose óssea periarticular
Ressonância:
Pode mostrar inflamação - sinovites (locais onde há líquido por derramete articular)
Ecografia:
Informações úteis para inflamação de forma rápida.
Identificar outras complicações, como rotura de tendão.
Laboratório:
Fator reumatoide (imunoglobulina que reage contra a porção Fc da imunoglobulina humana)
→ Não é específico de AR
→ Porém, acima do ponto de corte, fica mais específico.
→ É pouco sensível (ou seja, não serve para fechar diagnóstico por si só)
→ Pode indicar pior prognóstico, pois quem tem mais fator reumatoide tem mais chance de ter
manifestações graves e apresentar cronicidade.
Anticorpo anti-CCP (peptídeo que tem alta especificidade em pessoa com artrite reumatoide)
Artrite reumatoide 4
→ Mais específico (maior que 95%, ajudando bastante no momento do diagnóstico.
→ Alta custabilidade, não tem no SUS.
Tratamento
Usar anti-inflamatório (alívio da dor, pela menor dose)
Mais importante → iniciar precocemente medicamentos modificadores do curso da doença.
Pilar do tratamento medicamentoso → METOTREXATO
Associar outros fármacos de maior complexidade.
Terapia física e mental.
Para quem não responde → imunossupressores e/ou imunobiológicos.
No Brasil se usa anti-TNF e inibidores da JAK.
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