1 A VOZ DA PROFECIA
LEI, GRAÇA E SALVAÇÃO
Neumoel Stina
Como seres humanos, sempre corremos o perigo de assumir posições
extremas. Este perigo ocorre também no âmbito religioso. Sempre quando
estudamos a Lei de Deus, precisamos nos precaver de dois erros: 1º) tentar
pelos próprios esforços agradar a Deus. Isto resulta numa grande falha que
está no senso de justiça própria, onde julgamos obter salvação pelos nossos
atos. 2º) é pensar que a fé em Jesus isenta da obediência. Este erro é tão
prejudicial como o primeiro. Neste programa vamos tentar compreender este
tema tão importante.
Os apóstolos que, inspirados por Deus, escreveram vários livros da Bíblia, nos
ajudam a compreender onde está o ponto de equilíbrio neste assunto. Vamos
ler o que encontramos em Efésios 2:8 a 10 - “Porque pela graça sois salvos
mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que
ninguém se glorie. Pois somos feituras dEle, criados em Cristo Jesus, para
boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas”.
Se atentarmos bem para o texto, poderemos ver que a primeira declaração é
que somos salvos pela graça de Deus, e este dom não vem de nós. Isto coloca
de imediato a verdade, que o ato de salvar a humanidade procede de Deus. A
salvação portanto é uma dádiva de Deus para o homem.
A salvação não brota a partir do coração humano. Por mais que uma pessoa
seja dada a fazer o bem, por mais que suas obras sejam excelentes, a
salvação não vem de si mesma. A Salvação é um ato da graça de Deus. Aí
prezado ouvinte, você pergunta: O que é a graça divina? E como esta graça
atua em nossa vida?
Graça é definida como favor, misericórdia, perdão. A graça é um atributo,
uma característica divina exercida para com os seres humanos. Não a
buscamos, porque ela nos foi dada pôr Deus.
Ao cair em pecado, o homem experimentou as amargas conseqüências da
transgressão. Nessa condição, não havia nada que pudesse fazer para
modificar a sua situação. Não fosse a intervenção divina, e a humanidade
estaria condenada a uma miserável existência e por fim a morte, sem
nenhuma esperança de vida.
A graça de Deus que foi primeiramente oferecida a Adão e Eva, e, por
extensão à toda humanidade, provê uma porta de saída para a condição
pecaminosa do homem. Deus, sabendo que o homem por si só nada poderia
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fazer, já havia estabelecido um plano para a salvação, caso o pecado entrasse
no mundo.
Deus em sua misericórdia executou fielmente o seu plano, e Jesus veio até
nós, pagou o preço que o pecado exigia: a morte. Com Sua vida santa e sem
pecado, e com Sua morte em sacrifício, Jesus adquiriu o direito de salvar
perfeitamente a todos quantos crerem no Seu nome.
Tudo o que Deus poderia fazer para salvar a humanidade da condição de
pecadores, Deus realizou. O sacrifício de Jesus foi perfeito e completo. Sua
ressurreição, e ascensão confirmam e provam isto.
Assim, o homem, não poderia fazer nada para se salvar, porque era impossível
para ele, mas Deus providenciou de maneira maravilhosa. E esta maravilhosa
graça Deus oferece a todos. É um presente divino para humanidade.
Somente um amor inexplicável é capaz de executar este plano maravilhoso e
oferecer gratuitamente , sem que precisemos fazer absolutamente nada.
Agora, nós que fomos criados com a capacidade de escolher o que queremos
para nossa vida, poderemos ou não aceitar este precioso presente divino. Está
em nós aceitar ou não este sacrifício de amor.
Afirmamos que receber da graça de Deus a salvação em Cristo Jesus, sem
acrescentar a isto qualquer coisa mais, é o único meio que a Bíblia apresenta,
pelo qual devemos ser salvos .
Agora que entendemos que somos salvos gratuitamente quero perguntar: O
fato de termos sido agraciados com a salvação em Jesus, elimina ou isenta a
vida de obediência do crente?
A segunda parte do texto lido no princípio esclarece a nossa pergunta. Nos é
dito que, somos feitura de Jesus, criados para boas obras, preparadas por
Deus para andarmos nelas.
O fato de termos recebido a salvação em Cristo Jesus pela fé, não isenta de
termos uma vida de obediência.
Os mandamentos de Deus retratam o Seu plano de vida, a Sua vontade para o
ser humano. Deus deseja que sigamos por esse caminho. Justamente é isso
que o homem não consegue fazer separado de Jesus. Mas, quando a pessoa
aceita a Sua graça salvadora, não só recebe o perdão dos pecados, mas recebe
também poder para viver segundo a vontade do Senhor.
Assim sendo, a vida de obediência não compra a salvação. A vida de
obediência é uma conseqüência natural de alguém que está salvo em Jesus.
Em São Mateus 7:20 a Palavra de Deus nos lembra: “Pelos seus frutos, os
conhecereis”. Uma boa árvore frutífera, bem enraizada, deverá produzir bons
frutos. Só saberemos no entanto, se assim é, no momento em que ela
produzir.
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Com o cristão não é diferente. Sua fé se assemelha à raiz. Não pode ser vista.
Mas quando a raiz do cristão está bem aprofundada e bem plantada em Jesus,
os frutos surgirão. Os frutos de uma vida segundo a vontade de Deus, são os
frutos da obediência.
Uma vida sem Jesus é uma vida vazia. O problema não está na lei. O
problema não está em Jesus. A dificuldade não está na obediência. O
problema está quando alguns querem obedecer a lei por suas próprias forças,
e pensam com isso estar agradando a Deus e tornando-se merecedores da
salvação.
A salvação é um presente de Deus. E presente é de graça. Aqueles que
aceitam este precioso presente, que é o perdão divino, passam a viver uma
vida de conformidade com a vontade do Senhor. Deus também dá poder para
que se possa ter uma experiência vitoriosa.
Quando isso acontece como resultado da presença de Jesus na vida, a
obediência não é exercida para salvar. Mas como conseqüência, como
resultado de um coração renovado, e salvo pela graça do Senhor Jesus Cristo.
Quando nos tornarmos semelhantes a Jesus, nossa conduta refletirá o retrato
do nosso relacionamento com o Salvador. A obediência não se tornará um
fardo, e sim alegria. O cristão sabe que os mandamentos de Deus não são
pesados, e que, como um Pai amoroso, que só deseja o bem dos seus filhos,
nosso Pai celestial jamais nos pediria algo que não fosse para nos tornar
felizes. Que possamos refletir o amor de Cristo, e que nossa vida produza o
suave perfume que emana de Jesus.
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