…………………………...….…..Instrumentos aplicados à dentística………………...
…………………
pRÉ-CLÍNICA II / AULA Iv
↪ Para estabelecer o preparo cavitário são necessários instrumentos que proporcionem o
acesso à lesão que afeta a estrutura dentária de forma a possibilitar diferentes abordagens
em função do tipo de procedimento que se pretende realizar. A estrutura dentária, em
especial o esmalte, é um elemento de grande dureza, o que implica a necessidade de
instrumentos suficientemente resistentes para cortar ou desgastar, com eficiência, o esmalte
ou a dentina. A utilização racional e padronizada desses instrumentos traz resultados
benéficos tanto para o profissional quanto para o paciente.
“O uso de diferentes instrumentos operatórios permite o acesso a diferentes áreas da cavidade
bucal e, portanto, consegue obter preparos cavitários sistematizados.”
Mondelli, 2002
● INSTRUMENTOS OPERATÓRIOS APLICADOS À DENTÍSTICA
↪Instrumentos manuais
↪Instrumentos rotatórios
↪Instrumentos alternativos
↪Instrumentos auxiliares
↪Instrumentos periféricos
● Instrumentos Manuais
↪São instrumentos utilizados para cortar, clivar e planificar, ou complementar a ação dos
instrumentos rotatórios.
↪Os instrumentos manuais podem ser:
➢ Simples: apenas uma ponta ativa ou parte funcional;
➢ Duplo: duas pontas ativas ou partes funcionais;
…. Nomenclatura
↪Ponta ativa ou lâmina: parte funcional do instrumento.
↪Colo ou Intermediário: parte que une a lâmina ao cabo.
↪ Haste ou cabo: possui fórmula com dimensão da lâmina e
angulação.
Mariana Azevedo
Obs.: A maioria dos instrumentos apresenta um cabo octavado e serrilhado, a fim de evitar o
deslizamento em função. Também podem apresentar numeração para facilitar a nomenclatura,
no entanto, precisa-se saber sua forma e função e não a numeração.
…. classificação dos instrumentos manuais
↪ Recortador de margem gengival: planifica o
ângulo cavo-superficial e arredonda o ângulo áxio-
pulpar.
↪Colher de dentina: utilizada para a remoção de tecido cariado amolecido
↪Condensador de Ward: calcar o material restaurador (amálgama) no interior da cavidade.
Tipo 1 - tamanho menor para cavidades pequenas;
Tipo 2 - tamanho intermediário;
Tipo 3 - tamanho maior para cavidades extensas;
↪Esculpidor: desenhar a restauração.
Ex.: Esculpidor de Hollemback;
Mariana Azevedo
Ex.: Esculpidor discóide e cleóide - instrumental duplo onde uma extremidade é um disco e a
outra é em forma cleóide;
Ex.: Jogo de Frahm - conjunto de 3 instrumentais utilizados como esculpidores onde um é
utilizado para o sulco principal e os demais para a esquerda/direita;
↪Brunidor:
Ex.: Cauda de Castor
Ex.: Oval (mais comum)
↪Espátulas:
Ex.: Espátulas para resina
Mariana Azevedo
…. utilização dos instrumentos
manuais
↪ De maneira geral os
instrumentos devem ser
empunhados de forma a permitir o máximo de preenchimento e o mínimo de desgaste
físico do operador.
1. Preensão dos Instrumentos Manuais
↪Posição de escrita: mais comum, mais utilizada e mais versátil - proporciona apoio dos dedos
polegares, indicador e médio.
↪Posição de escrita invertida: raramente utilizada
↪Posição dígito-palmar: utilizada quando for necessário uma força maior do que a produzida
com a posição de escrita. Sua estabilidade é conseguida com alguma dificuldade, mas muito
útil na remoção da estrutura dental debilitada.
2. Afiação dos Instrumentos Manuais
↪Visa a manutenção da efetividade de corte dos instrumentos cortantes manuais.
↪A manutenção é feita sempre afiando esses materiais e é essencial a efetividade do corte
para o refinamento dos preparos cavitários.
↪Alguns princípios básicos devem ser observados, como:
Mariana Azevedo
➢ Manter a pedra sempre lubrificada;
➢ Usar pouca preensão contra a pedra;
➢ Estabelecer um bisel adequado antes de iniciar a afiação.
↪Tipos de afiação:
➢ Manual: é empregada uma pedra de Arkansas plana e previamente lubrificada.
➔ Segura-se o instrumento com uma das mãos e adapta-se o bisel sobre a pedra;
com a outra mão desliza-se a pedra num movimento de vai-e-vem (a pedra mais
comum a ser utilizada é a Pedra de Arkansas);
➔ O instrumento utilizado tem a mesma função da pedra , apenas sua efetividade
é na parte funcional ou na porção ativa do instrumento.
➢ Mecânica:
são empregados
motores com pedras de Arkansas cilíndricas ou em rodas lubrificadas.
● Instrumentos rotatórios
↪São classificados como sendo de corte ou desgaste.
…. instrumentos rotatórios de corte
● Brocas (lisa ou picotada)
↪Partes constituintes de uma broca:
➢ Haste
➢ Intermediário
➢ Ponta ativa (parte funcional do instrumental)
↪Material:
Mariana Azevedo
➢ Aço (liga de ferro-carbono) – mais empregado para remoção de dentina cariada e
acabamento de preparos cavitários e formação de retenções adicionais.
➢ Carbide ou carboneto de tungstênio – utilizadas para preparos cavitários em alta
rotação, podendo ser adaptadas para baixa rotação (a mais comum é para alta rotação).
↪Formato:
➢ Esféricas: utilizadas principalmente para remoção de tecido cariado,
confecção de retenções, acesso a cavidades em dentes anteriores e à
câmara.
➢ Cilíndricas: utilizadas para reparar e dar acabamento nas
paredes circundantes paralelas. Além de avivar ângulos
diedros, a maioria tem corte na extremidade e nas partes
laterais da ponta ativa.
➢ Cone invertido: utilizados para criar retenções adicionais e planificar paredes pulpares.
Eventualmente aviva ângulos diedros.
➢ Tronco-cônicas: tem como finalidade dar forma e contorno expulsivo nas paredes
circundantes das cavidades, confeccionar sulcos ou canaletas e retenções nas caixas
proximais em cavidades para amálgama.
…. instrumentos rotatórios de desgaste
● Pontas diamantadas (mais comuns);
● Pedras montadas;
● Borrachas abrasivas;
● Discos de lixas.
Mariana Azevedo
Mariana Azevedo
…. CLASSIFICAÇÃO DAS ROTAÇÕES
↪As rotações são classificadas como:
➢ Alta (acima de 100.000 rpm)
➢ Média (6.000 a 100.000 rpm)
➢ Baixa (até 6.000 rpm)
↪ A velocidade de giro do instrumento recebe a denominação de rpm. Com o aumento
contínuo das velocidades, a partir do ano de 1946, foi sugerida diferentes classificações e
denominações para essas velocidades.
NORMAS GERAIS PARA O USO DAS ALTAS ROTAÇÕES
- Os cortes ou desgastes devem ser feitos em camadas sempre com refrigeração de ar-água. - A remoção do tecido
cariado e as retenções adicionais devem ser feitas, de preferência, com instrumentos manuais e/ou de baixa
rotação (principalmente se for uma cavidade profunda ou muito profunda).
↪Instrumentos de baixa rotação:
Broca para baixa rotação (B): possui uma fenda na região de
haste.
Broca de peça de mão (A): é contínua e grande.
Broca para alta rotação (C): contínua e de tamanho normal.
…. mecanismos de ação dos instrumentos rotatórios
↪Velocidade axial e periférica: velocidade que se desenvolve seguindo o eixo longitudinal do
instrumento rotatório e demanda velocidade axial.
Mariana Azevedo
➢ Quando se efetua um trabalho mecânico, ou seja, uma perfuração/corte do elemento
dentário, a velocidade periférica desse instrumento é mais importante do que a
velocidade linear de superfície desse instrumento rotatório;
↪Torque/torção: representa a capacidade do instrumento rotatório de resistir a ação da pressão
produzida pelo contato de superfície que é submetido ao corte, sem que seu movimento seja
completamente interrompido.
↪Concentricidade: simetria da ponta ativa da broca.
➢ Se a broca (junto a caneta ou não) cair deixará de ser concêntrica e precisará ser
descartada;
↪ Calor friccional e refrigeração: grande parte da energia cinética da broca ou da pedra em
contato com o dente se transforma em calor que, pelo atrito, tem relação direta com a pressão
de corte e velocidade da rotação.
…. desvantagens
↪Ruídos e vibração
➢ Podem ocasionar transtornos auditivos nos profissionais e lesão ao órgão pulpar. Além
de produzir algum tipo de desconforto ao paciente;
↪Rugosidades das paredes cavitárias
➢ Causadas pelo aumento da velocidade de rotação, sendo maior ou mais acentuada
quando as lâminas são dentadas;
↪Contaminação
➢ Durante a utilização do aumento de velocidade algumas partículas de restaurações
antigas ou de fragmentos de estruturas dentárias são deslocadas da boca do paciente e
podem atingir os olhos do profissional (os vapores de água da refrigeração combinam-
se com a saliva e retornam ao ambiente em forma de aerossóis);
● Instrumentos alternativos
↪São eles:
➢ Sistemas sônicos e ultra-sônicos
➢ Sistema ar-abrasivo
➢ Laser
1. Sistemas sônicos e ultra-sônicos
➢ Sônico: vibração até 20.000Hz - instrumentos sônicos têm formatos diferentes de
acordo com a região.
Mariana Azevedo
➢ Ultra-sônico: vibração acima de 20.000Hz.
São utilizados por meio de oscilações de pontas diamantadas com diferentes configurações.
2. Sistemas de abrasão a ar
➢ Utilização de óxido de alumínio com ar comprimido (microabrasão a ar).
➔ Tem se mostrado uma opção para os profissionais que buscam alternativas em
relação aos tipos de instrumentos rotatórios;
➢ Remoção do tecido cariado com mínima destruição do tecido sadio.
3. Laser
↪Consiste na amplificação da luz por meio estimulado de uma radiação.
↪ As principais razões para aplicação do laser em tecidos duros, visa reduzir a dor e o
desconforto do paciente.
➢ Remoção de tecido cariado
➢ Carbono (CO2), Neodímio (Nd: YAG) e Érbio (Er: YAG)
➢ Clareamento (em associação com LEDS) – não clareia, apenas acelera o processo
Obs.: o uso do laser na Odontologia tem apresentado evolução constante, principalmente
devido às observações favoráveis a sua aplicabilidade clínica.
↪Desvantagem: o custo benefício é alto.
↪Cuidados com o uso do laser:
➢ Proteção dos olhos da equipe de trabalho e do paciente;
➢ Não remover amálgama ou outros metais ;
Mariana Azevedo
➢ Não remover grandes estruturas dentais;
● Instrumentos auxiliares
↪São eles:
➢ Microscópio operatório: Recurso utilizado para ampliação de imagens na
Odontologia.
➔ Varia de 3x a 20x;
➔ Custo benefício muito alto;
➢ Lupa: Muito utilizado, custo bom e facilmente encontrado no mercado.
● Instrumentos periféricos
↪Amalgamador (1) – mais comum e mais utilizado
↪Jato de bicarbonato (2)
↪Fotopolimerizador – à Luz Halogêna (3) ou LED (4)
Mariana Azevedo
Mariana Azevedo