5.
000 CÉLULAS QUEIMAM FOGOS DE ARTIFÍCIO
SIMULTANEAMENTE!
“Ontem à noite eu subi, juntamente com o Pastor Abe e a equipe da TV
Amazônia, para o alto do edifício mais alto da cidade de Santarém, no
Brasil. A Igreja da Paz já ultrapassou a casa dos 50.000 membros naquela
cidade. Aquela Igreja possui seu próprio canal de televisão, usado para
dirigir e sincronizar as 5.000 células para soltar fogos de artifício em um
mesmo exato momento por toda a cidade.
“Uau! Por todo o horizonte ao redor havia fogos sendo queimados por
todas as células. O espetáculo teve uma duração de mais de cinco minutos:
explosões de som e de cores para todos os lados que olhávamos, 360 graus
a partir do alto daquele prédio.
“Todos os 200.000 habitantes da Santarém urbana experimentam esta
proclamação pública via fogos de artifício duas vezes ao ano, quando as
células se multiplicam e fazem uma manifestação externa de sua presença
em todos os bairros da cidade. “À distância, todo aceso, estava o grande
estádio de futebol onde vamos estar sexta e sábado à noite para uma
celebração das células. A capacidade de assentos é inferior aos 60.000
participantes esperados, por isso telões são colocados nos pátios externos
para a multidão excedente, depois que o estádio lota! Eu estarei pregando
no estádio… Centenas de líderes de células estão preparados para orar
com aqueles que se convertem, e pelos crentes que vão à frente se
arrependendo de um estilo de vida carnal.
“Eu sempre soube que antes do Senhor Jesus me levar para Casa eu
experimentaria uma cidade totalmente impactada pelos Corpos Santos de
Cristo – as células! Eu estarei sorrindo no meu caixão!”
(Publicado no blog do Dr. Ralph Neighbour Jr., em 21 de outubro de 2010, durante a Conferência
Nacional da Visão do MDA, em Santarém-Pa, da qual ele foi preletor:
http://neighbourgrams.blogspot.com/. Tradução de Ivanildo Gomes).
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Agradecimentos
Minha eterna – mas nunca suficiente – gratidão Àquele que começou uma
boa obra em mim, e que tem sido fiel em aperfeiçoá-la através do seu Filho
Jesus e do Espírito;
À minha querida esposa Andréa, por ser uma companheira constante nos
desafios, nas lutas, nos sonhos, nas conquistas, nas alegrias: minha parceira
de todas as horas, em qualquer circunstância;
Aos meus líderes e discipuladores, Paulo e Rebeca, por segurarem as cordas
de minha caminhada, seja como uma pipa, seja como um balde. Eles me
lançam ao ar no vento certo e me puxam para baixo na hora exata, com toda
sabedoria. Eles me ajudam a descer aos poços profundos de orientação e
sabedoria e me puxam de volta para cima, sempre cheio;
À irmã Bia Paiva, pelo trabalho eficiente, plásticocirúrgico, e por todo amor
empenhado na revisão deste livro;
Aos irmãos Gustavo Miranda (Porto Alegre) e Ivanildo Gomes (Fortaleza),
pelo trabalho de organização e edição deste livro;
A todos os discipuladores, líderes de células, supervisores e pastores: vocês
são aqueles que tornam ainda mais verdade as lições deste livro, pelo seu
abnegado trabalho de cuidar bem das ovelhas de Jesus e crescer com
qualidade.
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Apresentação
Duas palavras podem caracterizar o pastor Abe: paixão e fé. Paixão, porque
ele é intenso e arrojado em tudo o que faz. Seu amor por Jesus é vibrante,
arrebatador, contagiante. Sua fé é firme e inabalável, capaz de remover
montanhas de dúvidas, de incredulidade e de limitações.
Nada impediu que o pastor Abe edificasse, no interior da Amazônia, uma
das maiores Igrejas do Brasil. Mas, melhor do que edificar uma estrutura
organizacional, ele edificou vidas, pessoas que estão conduzindo com a
mesma fé e paixão o trabalho por ele estabelecido.
Desde 2005 o pastor Abe reside em Fortaleza, onde plantou, regou e está
fazendo a colheita abundante de milhares de vidas em mais uma base da
Igreja da Paz. Junto com ele foram 100 pessoas da sua equipe em Santarém,
incluindo pastores, obreiros, músicos, cantores, e outros. A maioria era de
voluntários que decidiram fazer tendas em prol da evangelização do
Nordeste, do Brasil e do mundo.
Em obediência ao que Deus ordenou a Isaías, a equipe da Paz em Fortaleza
alargou o espaço de suas tendas – em todos os sentidos – e seis anos depois
a Igreja está consolidada como uma das maiores congregações cristãs do
Estado do Ceará. Além de duas Igrejas na capital, já são mais de 30 Igrejas
no Estado (maio de 2011).
Quando tinha apenas dois meses residindo em Fortaleza, o pastor Abe
esteve ministrando numa grande conferência na Igreja dos Irmãos, em Porto
Alegre. As ministrações foram cuidadosamente transcritas e editadas em
formato de livro, graças ao eficiente labor do irmão Gustavo Miranda e sua
equipe. A publicação ficou a cargo da Editora Adonai. Que Deus os
abençoe muito por disponibilizar esta obra tremenda para o público leitor
cristão da Igreja brasileira.
Neste livro o autor nos conclama a olhar segundo a ótica de Deus: olhar
para nós mesmos, para Deus e para as demais pessoas, crentes ou não.
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Devemos ver como Deus vê. A partir dessas lentes ele explica em detalhes
como surgiu o MDA – Modelo de Discipulado Apostólico, tendo sido ele
mesmo a cobaia em quem se aplicaram inicialmente todos os princípios,
“fórmulas” e “injeções” da visão.
O livro apresenta, com muito colorido, o exemplo de Barnabé que, olhando
pela ótica do Espírito, acolheu Saulo logo depois de sua conversão, e
percebeu o potencial da nascente Igreja de Antioquia, além de outros atos
que foram importantes para a propagação do evangelho no primeiro século.
Ele mostra como esses mesmos princípios e valores são relevantes e
necessários para a Igreja do século XXI. Eles são reproduzíveis!
Veremos ainda neste livro que o plano de Deus nunca foi ter uma casta
seleta de sacerdotes elevados, mas que todos fossem ministros de Seu amor,
sacerdotes santos. O autor nos conclama a devolver o ministério para o
povo de Deus e pelo povo de Deus, onde todos possam exercitar os dons e
servir em obediência à Grande Comissão de Jesus. Ele mostra que uma
revolução de células nos lares e discipulado um a um é resultado dessa
obediência.
Bons relacionamentos, ética, santidade, integridade e fé são temas
recorrentes no livro, essenciais para todo e qualquer sucesso no Reino de
Deus. O coração pastoral apaixonado por Jesus e pelos discípulos é outro
segredo. Um líder corretamente motivado é crucial para o mover que o
Espírito Santo quer fazer hoje.
O pastor Abe não apenas faz pesquisas e depois prega; ele vive, e depois
prega. Todo o conteúdo deste livro são experiências, labutas, erros e
acertos, mas, acima de tudo, a postura cristã alargada de quem ousou crer e
esperar em Deus por coisas grandes.
Você também pode experimentar o sobrenatural de Deus. Você pode ganhar
multidões e cuidar bem delas, a começar pela formação de um exército de
leais soldados, que o ajudarão a cuidar dos demais.
Faça deste livro um manual, um companheiro, e com certeza isto é só o
começo, para você também, de todas as aventuras e realizações grandes que
Deus tem para você e seu ministério.
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O editor
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Sumário
Capítulo 1: |15
Aprendendo a Olhar pela Ótica Espiritual
Capítulo 2:|43
Estrutura, Ministérios e o Modelo de Discipulado Apostólico Capítulo 3:
|67
O Fator Barnabé
Capítulo 4: |101
Discipulado, o Segredo de uma Vida Vitoriosa
Capítulo 5: |121
Relacionamentos no Corpo de Cristo
Capítulo 6: |147
Onze Princípios do Líder Cristão
Capítulo 7: |175
As Duas Síndromes
Capítulo 8: |203
Alvos de Crescimento
Capítulo 9:|221
Conquistando sua Cidade Através de um Espírito de Fé Conclusão:|241
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Capítulo Um
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Aprendendo a Olhar Pela Ótica
Espiritual
EVANGELISMO E DISCIPULADO
Eu costumo dizer que é uma honra poder estar entre os irmãos e ministrar a
Palavra de Deus. E creio que não é um exagero dizer isto, pois, realmente, é
um privilégio poder lavar os pés dos meus amados irmãos. Mas desta vez
eu falo com muito mais ênfase e estou aqui com temor e tremor, porque
admiro muito o trabalho que tem sido feito por todos vocês.
Mais adiante vou compartilhar sobre nossa experiência, algumas das lutas e
vitórias em Cristo Jesus que tivemos lá em Santarém, no Pará, de onde nos
mudamos, em 2005, para Fortaleza, no Ceará.
Mudamos para Fortaleza em 2005, juntamente com um grupo de
aproximadamente cem irmãos, oriundos de Santarém e outras congregações
ligadas a nós. Muitos deles já eram pastores, presbíteros, homens
experientes, que eram responsáveis por centenas de células em Santarém e
que decidiram participar da fundação de um novo trabalho numa grande
cidade. Alguns que ainda não eram pastores foram consagrados já em
Fortaleza, como resultado de seu trabalho e desempenho ministerial.
Com a nossa saída de Santarém, juntamente com todos aqueles irmãos que
nos acompanharam, não houve prejuízo para a Igreja local. Na realidade, a
Igreja de Santarém cresceu ainda mais. Eu sabia que aquele trabalho iria
continuar crescendo, mas o que ocorreu durante este curto período em que
estamos fora de Santarém superou todas as nossas expectativas. Entre 2005
e 2010, a Igreja ali triplicou. Há um ânimo novo, tão grande, que fico muito
feliz por saber que não sou essencial nem para Santarém, nem para qualquer
outro lugar. O essencial e o mais importante é Jesus.
Aliás, quero deixar bem claro que tudo que Deus tem feito por nosso
intermédio em Santarém ou em qualquer outro lugar não tem sido por nossa
causa ou por qualquer coisa que tenhamos em nós mesmos. Depois de
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tantas falhas, eu não tenho dúvidas deste fato. Minha conclusão é que, se
Deus pôde fazer estas coisas através de nós, Ele pode fazer qualquer coisa
através de qualquer um de seus discípulos, porque não conheço ninguém
mais fraco do que eu. Sou forte em Jesus, mas em mim mesmo não há força
nenhuma. Não é por causa de mim, mas apesar de mim.
Muitos anos atrás eu fiz uma promessa para Deus. Já exercia funções de
líder, mas era um cristão derrotado. Não conseguia vencer pecados
horríveis, o que me levou, depois, a passar um tempo de restauração fora do
ministério. Mas naquele momento de angústia, em que passava por tantos
problemas, eu queria vitória em minha vida, vitória sobre as tentações. Eu
clamava e chorava diante de Deus: “Se um dia eu puder fazer alguma coisa
para Deus e puder viver em vitória; se um dia o Senhor me usar
grandemente, prometo que nunca vou calar minha boca, mas vou dizer para
todos que se Deus pôde me usar de uma forma grandiosa, pode usar todos
os seus filhos”. Isto está claro em Efésios 3.20, onde diz que Ele é poderoso
para fazer infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos.
Podemos imaginar muitas coisas grandiosas, mas a Bíblia diz que Ele é
poderoso e quer fazer muito mais do que nós podemos imaginar. Deus quer
nos usar muito mais do que poderíamos jamais imaginar. Sabemos que
“quem nós somos” é muito mais importante do que aquilo que nós
“fazemos”. Deus está mais interessado em trabalhar dentro de nós do que
através de nós. Mas Deus também está interessado em fazer coisas grandes
através de nós. Não podemos aceitar mentiras do diabo e nos conformar
com coisas pequenas, quando Deus quer fazer grandes coisas.
Existem bilhões de pessoas morrendo e indo para o inferno. Temos que ter
uma radical mudança de mentalidade para alcançar as multidões e cuidar
bem delas. Aliás, o nosso coração tem queimado com a certeza – que Deus
tem nos dado
– de que é possível ganhar as multidões e cuidar bem delas.
Uma das mentiras diabólicas que hoje é aceita em grande parte do mundo
evangélico é que se você quer realmente ganhar as multidões, terá que
comprometer um pouco a qualidade; e se você quiser priorizar a qualidade,
terá que se conformar com números menores. Mas Deus quer que os
maiores ministérios, as maiores congregações, os trabalhos que realmente
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sacodem o planeta Terra e alcançam milhões para Jesus, sejam aqueles que
melhor irão cuidar das pessoas, uma por uma. “Quantidade” e “qualidade”
devem andar juntas.
Jesus nunca disse “ide e fazei convertidos”. Ele disse “ide e fazei
discípulos”. Nisto vemos o aspecto da qualidade. Mas Ele também não
disse “ide e fazei alguns poucos discípulos”. Ele disse “ide e fazei
discípulos das nações”. Aqui vemos o aspecto da quantidade.
Deus está edificando a sua Igreja e vai chegar um momento em que ela
poderá discipular nações inteiras, pessoa por pessoa, um a um, com
qualidade. Houve uma época em que eu pensava que para alcançar mais
pessoas talvez fosse melhor discipular em grupo. Esse tipo de discipulado é
importante, mas eu estou convencido - e no decorrer destas páginas vocês
vão saber por quê - que a nossa prioridade tem que ser o discipulado um a
um.
Em 2005, quando ministramos na Igreja dos Irmãos de Porto Alegre, a
Igreja da Paz Central em Santarém tinha cerca de 7.500 (sete mil e
quinhentas) “microcélulas”: grupos formados por duas pessoas, uma
discipulando a outra, toda semana. As microcélulas fazem parte da Igreja no
lar, que nós chamamos de “célula”. Naquele momento, as células da Igreja
da Paz Central de Santarém eram em torno de 1.400 (mil e quatrocentas).
Além da congregação central, à qual se referem estes números, havia outras
24 (vinte e quatro) congregações na região urbana de Santarém, totalizando
cerca de vinte mil pessoas.
Em 2011, seis anos depois, a Igreja da Paz em Santarém passou por uma
fusão (todas as congregações se uniram debaixo de uma só liderança e
comando). É uma única Igreja reunindo-se em múltiplos recintos para a
mesma celebração, mesma programação. Agora são 6.005 (seis mil e cinco)
células, mais de 29.000 (vinte e nove mil) microcélulas MDAs e quase
9.000 (nove mil) Grupos de Evangelismo – GEs. A Igreja se reúne em 26
núcleos, mais o templo central, e conta com uma membresia por volta de
55.000 (cinquenta e cinco mil membros).
Considerando-se que Santarém tem cerca de 295.000
(duzentos e noventa e cinco mil) habitantes, sendo 200.000
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destes na área urbana, é reconfortante saber que já existem mais de dez por
cento da população sendo discipulada. Glória a Jesus por isso! Mas,
olhando por outro prisma, isto ainda é horrível, pois, mesmo somando os
discípulos que estão vinculados em tantas outras boas congregações de
Santarém, não chegamos a quarenta por cento da população. Em outras
palavras, os outros sessenta por cento estão indo para o inferno, e não
podemos aceitar isto.
A Bíblia mostra, em II Pedro 3.9, a razão por que Jesus não voltou ainda:
Ele não quer que nenhum pereça. É verdade que Jesus pode voltar a
qualquer hora. Mas, se na época em que as cartas de Pedro foram escritas, a
população mundial era de aproximadamente trezentos milhões e Ele não
voltava porque não queria que ninguém perecesse, imagine agora que há
bilhões perecendo.
Por outro lado, eu creio que Ele vai voltar logo. Parece contraditório? Não.
Eu creio que nestes próximos anos nós vamos ver uma verdadeira explosão
de “discipulado”. A Igreja vai fazer discípulos de todas as nações. Nações
inteiras sendo discipuladas e experimentando um grande avivamento! Na
Igreja Primitiva, quando um discípulo cumprimentava outro com a
expressão Maranata (logo vem, Senhor Jesus), ele não estava se
lamentando ou pedindo, por misericórdia, que o Senhor viesse o mais
rápido possível, porque não aguentava a perseguição e as tentações do
diabo. Eu creio que quando eles saudavam uns aos outros desta forma,
estavam dizendo: “Nós estamos ganhando todo o mundo para Jesus e logo
todos os reinos serão d’Ele. Toda a Terra será cheia da Sua glória, como as
águas cobrem o mar; todo joelho se dobrará e toda língua confessará que
Jesus Cristo é o Senhor”. Estamos fazendo nossa tarefa? Então Jesus está
vindo logo. Vem logo, Senhor Jesus!
A NINGUÉM MAIS VEJO SEGUNDO A CARNE Eu creio de todo o
coração que Deus quer que tenhamos uma mudança de mentalidade para
alcançar as multidões e cuidar bem delas. Em Romanos 12.2 a Bíblia fala
da transformação pela renovação da mente. À medida que vamos mudando
nossa mentalidade para que seja uma mentalidade bíblica, nós vamos
abrindo as comportas do nosso coração para que a fé bíblica possa fluir com
poder e alcançar grandes coisas para o Reino de Deus. E um dos segredos
que Deus tem gerado nesta nova mentalidade para alcançar multidões e
cuidar bem delas é a forma de enxergar as pessoas.
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O trecho mais conhecido de II Coríntios, capítulo 5, é o versículo 17, que
afirma que tudo se fez novo e as coisas antigas já passaram. Outro texto
muito conhecido, e do qual nós gostamos muito, é o do versículo 7, que diz
que nós andamos pela fé e não pelo que vemos. Mas eu queria chamar a
atenção para o versículo 16, onde o apóstolo Paulo afirma o seguinte:
“Assim que nós, daqui por diante, a ninguém conhecemos segundo a carne.
E, se antes conhecemos Cristo segundo a carne, já agora não o
conhecemos deste modo”.
Eu quero enfatizar, especialmente, a primeira frase do versículo 16: “Assim
que nós, daqui por diante, a ninguém conhecemos segundo a carne”. Esta
frase tem um conteúdo extremamente radical e profundo.
Três aspectos são importantes, já que a expressão “ a ninguém mais
conhecemos” inclui eu mesmo, meus irmãos em Cristo e aqueles que estão
no mundo e não receberam Jesus como Senhor de suas vidas.
1. Vendo a Mim Mesmo Segundo a Ótica do Espírito
Em primeiro lugar, não devemos mais conhecer a nós mesmos segundo a
carne. Quando olhamos para nós mesmos segundo os olhos naturais, a
tendência é ficarmos deprimidos. Vemos que depois de tudo que recebemos,
depois de todo o discipulado, todo o conhecimento, tantas palavras
recebidas, ainda temos falhas nesta ou naquela área. Começamos a ver que
deveríamos ter mais amor com nosso cônjuge e nossos filhos, deveríamos
ser mais fiéis em nosso tempo a sós com Deus, ou ter mais intensidade
neste relacionamento com Ele. Meu Deus, como ainda “pisamos na bola”
em tantas áreas de nossa vida!
É por isso que quando olhamos a nós mesmos segundo a ótica natural,
ficamos deprimidos, pois estamos longe de andar segundo aquilo que somos
em Cristo. Mas o grande problema é exatamente este. Esquecemos o que
somos e o que temos EM CRISTO, e o apóstolo Paulo diz que é pecado
olhar as coisas segundo a ótica da carne e não segundo a ótica do Espírito,
ou seja, através das lentes da Palavra de Deus.
Precisamos aprender a ver todas as pessoas - a começar por nós mesmos -
como Deus vê. Esta é a realidade espiritual, a qual está bem clara no
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versículo 17 de II Coríntios 5, ou seja, se alguém está em Cristo é uma nova
pessoa, todas as coisas velhas passaram e tudo se fez novo. Se pudéssemos
ver a nós mesmos como Deus nos vê, teríamos que cuidar para não
ficarmos orgulhosos. Talvez este seja um motivo pelo qual demoramos
algum tempo até nos enxergarmos na ótica de Deus. Ele sabe que se não
temos raízes profundas, corremos o risco de cair por causa do orgulho. Mas,
se pagamos o preço de receber essa revelação, também estaremos em
posição de humildade diante de Deus para combater o orgulho que poderia
ser gerado por tão elevada visão de si mesmo, pois essa realidade está
ligada ao que Cristo é em nós.
Infelizmente, o maior problema que temos é o de não nos enxergarmos
assim, contrariamente ao que Paulo indica que deveríamos fazer. E o
maligno vai trabalhar para que continuemos nos vendo segundo a ótica
natural. Ele tenta nos fazer crer que esta atitude é espiritual. Esta
pseudoespiritualidade é pura religiosidade. Ficamos nos lamentando,
dizendo que não somos nada, que somos fracos, que não conseguimos fazer
a vontade de Deus. Parece um quebrantamento, uma posição de humildade,
mas não é. Segundo o ensino de Paulo, tais declarações só estão corretas se
forem ditas no contexto de quem olha para o que ficou para trás e o que
seria sem o Senhor, mas lembra daquilo que agora é em Cristo, de acordo
com a Palavra de Deus. Em I Coríntios 6.17 o apóstolo afirma que aquele
que se uniu ao Senhor se tornou um só espírito com Ele. A Palavra também
diz (I João 4.4) que maior é Aquele que está em nós, do que aquele que está
no mundo.
Sempre é útil aquela ilustração muito conhecida, de um pequeno papel
colocado dentro de um livro. Antes enxergávamos o papel e o livro
separados. Quando ele é colocado dentro do livro, vemos apenas este. O
papel não existe mais? Existe, sim, e está lá dentro, mas agora só
enxergamos o livro. Podemos dizer que assim como aquele papel está
oculto no livro, nós estamos ocultos em Cristo. Tudo o que eu fizer com o
livro, vai acontecertambém ao papel que está escondido lá dentro. O mesmo
ocorre conosco em relação a Cristo. Crucificados com Ele, sepultados com
Ele, ressuscitados com Ele, no trono com Ele, acima de todo o principado e
potestade, poder, domínio e todo o mal que se possa referir não só neste
século, mas também no vindouro, muito acima de todas as obras malignas!
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Isto foi o que aconteceu e acontece conosco. Esta é a realidade espiritual; é
assim que devemos nos enxergar.
O outro aspecto dessa realidade é que Cristo está dentro de nós. Eu em
Cristo e Cristo em mim. Mas não basta ter conhecimento destas realidades;
precisamos viver de acordo com elas. Uma coisa que temos procurado fazer
é sempre estarmos confessando estas realidades, sempre declarando, sempre
relembrando um ao outro quem nós somos, porque estamos em Cristo e
porque Ele habita em nós.
Lembro quando esta realidade começou a queimar dentro de mim. Eu via
tantas deficiências em mim, tanta coisa ainda precisando ser feita. Uma
experiência foi marcante nesse período. Naquele tempo não tinha muita
prática no enfrentamento e expulsão de demônios. Mesmo assim, fui
chamado para atender a uma senhora, esposa de um garimpeiro, que estava
há seis dias possessa por demônio, sem ingerir nada, numa situação
horrível. Ela já tinha sido visitada por sacerdotes católicos, macumbeiros,
etc., mas nada havia melhorado o seu quadro. O esposo já estava temendo
que ela pudesse morrer, pois sua situação havia piorado gradativamente
durante aquele período de manifestação demoníaca, sem comer ou beber
por seis dias.
Ao me dirigir para a casa da família, passei na residência de outro pastor,
mais experiente nestes assuntos, porque tinha algum medo – confesso – de
enfrentar aquela situação sozinho. Pedi a ele que tomasse a frente e eu
ficaria na retaguarda, “apoiando em oração”. Ao chegarmos à casa, que fica
num bairro chamado Santarenzinho, vimos o quintal cheio de pessoas.
Vizinhos e amigos apreensivos com a situação daquela mulher. Enquanto
falávamos com o seu marido, no lado de fora da casa, ouvimos um barulho
que lembrava o atrito de pedaços de ferro. Difícil de crer, mas aquele
barulho era um ranger de dentes, produzido pela ação dos demônios sobre o
corpo da mulher.
Ninguém chegava perto da cama onde ela estava, exceto o seu marido. E
eu, para “apoiar” o pastor que me acompanhara, também fiquei um pouco
afastado, junto com a multidão de espectadores, olhando pela janela e pela
porta que estavam abertas. Enquanto isto, o demônio gritava, com voz
masculinizada, que conhecia aquele pastor, mas que não iria sair da mulher.
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Meia hora depois, apesar de uma intensa luta do pastor contra o demônio,
nada aconteceu que pudesse mudar aquele terrível quadro.
O demônio havia dito ao pastor que ele nunca enfrentara uma entidade
daquele “nível” e que era preciso alguém mais capacitado ou experiente
para expulsá-lo, chegando a citar um curandeiro e um ritual específico que
seria necessário para a sua expulsão. As mentiras lançadas pelo espírito
maligno geraram um pouco de dúvida naquele irmão – fato que ele me
confessou posteriormente - e isto abalou sua fé. O pior de tudo é que a
multidão começou a acreditar nas coisas ditas pelo demônio, pois mesmo
que o pastor tivesse usado o nome de Jesus, nada tinha acontecido até então.
Eu fiquei muito bravo com aquele demônio e falei com o Senhor, lá no meu
íntimo: “Deus, precisas fazer alguma coisa para mudar esta situação”. E
Deus me respondeu que eu mesmo deveria agir. Ora, se o pastor que era
mais experiente no enfrentamento de demônios não estava conseguindo
nada, quanto mais eu – era o pensamento que me vinha à mente. Mas Deus
falou de novo, de forma muito clara e direta: “Na realidade, meu filho,
vocês não têm que fazer muita coisa, quase nada, porque maior é aquele
que está em vocês do que aquele que está no mundo”. E concluiu: “Vocês só
precisam deixar Aquele que está dentro de vocês realizar a obra”.
Tudo isto aconteceu no meu interior, em silêncio. Não foi dita uma palavra
sequer. Mas lembro que lá dentro senti algo mudar. Fui me apropriando
dessa verdade, que Ele mora em mim e é maior do que o inimigo que opera
no mundo. Por isto conto esta história, pois estou muito convencido que
qualquer cristão, qualquer discípulo de Jesus, pode tomar posse da realidade
espiritual relativamente à sua posição em Cristo.
A partir daquele instante, Deus me deu uma coragem sobrenatural e, sem
falar uma só palavra, fui me aproximando da cama onde estava aquela
mulher. Fiquei com tanta compaixão que, mesmo ela estando inconsciente,
chamei-a pelo nome dizendo em voz alta para que toda a multidão também
pudesse ouvir: “Jesus te ama e nós também te amamos; tu estás sendo
oprimida por um demônio, mas Jesus vai te libertar”. O demônio retrucou
uma resposta horrível, e pude ver nos olhos da mulher todo o ódio que ele
- o espírito maligno - tinha contra mim e contra Jesus. Então falei com ele
mesmo, dizendo em voz calma, mas confiante na revelação que me foi dada
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pelo Senhor: “Demônio, você vai ter que sair”. Instantaneamente, aquele
olhar de ódio que o demônio produzia na mulher se transformou em pavor.
O corpo da mulher começou a se contorcer e as últimas palavras produzidas
pelo demônio, não mais de forma arrogante, mas gaguejando, foram: “Você
está cheio de Jesus; eu estou vendo Jesus”.
Embora tendo consciência de que o diabo é o pai da mentira, neste caso
sabia que sua afirmação era verdadeira, porque tinha acabado de me
apropriar da verdade espiritual que está em I João 4.4. Não restou outra
coisa ao demônio senão deixar o corpo daquela mulher, jogando-a para
cima. Ela caiu sentada na cama e, pela primeira vez, pude ouvir a voz da
própria mulher dizendo: “Onde eu estou, o que aconteceu?”. Seu esposo,
que estava ao meu lado, começou a chorar vendo o milagre acontecer
depois de seis dias de sofrimento.
Aquele era um momento decisivo. Eu sabia que o medo abre portas ao
diabo e, como ela ainda não tinha Jesus no coração, era preciso apresentá-lo
imediatamente.Eu lhe disse: “Não se preocupe, você estava oprimida pelo
demônio, mas Jesus já a libertou; você não quer entregar sua vida a
Jesus?” Ao que responderam – ela e o marido – de forma positiva, tomando
a decisão de se entregarem a Cristo. Mas o Senhor fez mais. Por orientação
do pastor a quem eu acompanhava, falamos do Evangelho a todos os que
estavam no pátio da casa e muitos outros também entregaram sua vida ao
Senhor Jesus.
Algo curioso aconteceu depois. Correu naquele bairro um boato de que os
demônios que tinham saído da mulher pretendiam entrar em qualquer um
que não tivesse Jesus. Embora não tenhamos sido nós mesmos os criadores
deste boato, muitos vizinhos nos procuraram e, a partir deste contato,
conheceram o verdadeiro Evangelho, passando a fazer parte do Corpo de
Cristo e serem cuidados como verdadeiros discípulos de Jesus. Hoje,
naquele bairro, existe uma poderosa congregação e muitas células que
levam adiante este mesmo Evangelho, fazendo discípulos para Jesus.
Na realidade, a Bíblia diz que nós éramos pecadores. Mas hoje, no mundo
espiritual, não somos mais vistos assim. Pecamos, é verdade, mas de acordo
com II Coríntios 5.21, “aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado
por nós; para que, NELE, fôssemos feitos justiça de Deus”.
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Ora, isto faz toda a diferença. Talvez alguém possa pensar que, se somos a
própria justiça de Deus, então não precisamos nos arrepender e pedir perdão
por nossos pecados. Mas não é assim. Quando não agimos segundo a justiça
de Deus, que somos em Cristo, temos que nos arrepender e pedir perdão a
Deus por nossos pecados. Ocorre que, se pedimos perdão por nossos
pecados enxergando-nos (a nós mesmos) pela ótica natural, pela ótica da
carne, vamos pedir perdão com lamúrias, reafirmando que somos
miseráveis e sem possibilidade de mudança, aparentando que houve
profundo quebrantamento.
Pode ser que alguém pense que enfrentar a questão dos pecados pela ótica
espiritual, como mencionado acima, talvez não gere tanto arrependimento.
Também neste ponto precisamos deixar claro que não é assim. O olhar a si
mesmo pela ótica espiritual causa arrependimento ainda mais profundo e
gera um ódio mais forte pelo pecado, pois a ótica é outra. Aqui está o
segredo, a grande diferença causada por esta nova maneira de ver as coisas.
Porque a Bíblia fala que daqui por diante a ninguém conhecemos segundo a
carne. Esse “ninguém” inclui a mim mesmo.
Se olhar para mim mesmo segundo a ótica bíblica, descobrirei o que eu
realmente sou em Cristo: justiça de Deus; uma nova criatura para quem as
coisas velhas já passaram e tudo se fez novo. Eu tenho o Espírito Santo, que
é um com o meu espírito. Isto me leva a um arrependimento sincero e
profundo, mas não mais com a imagem de um homem derrotado e sem
esperanças. Posso ficar triste pelo que fiz, posso chorar quebrantado, mas
minhas palavras serão diferentes. Vou dizer: “Senhor, perdoe-me porque
não agi segundo o que a Bíblia diz que eu sou. Eu sou uma nova pessoa e
não agi de acordo com essa realidade. Perdoe-me porque eu aceitei a
mentira do diabo em minha vida e agi conforme alguém que eu não sou”.
A tristeza do mundo, a tristeza segundo a ótica natural traz morte. O
arrependimento daquele que vê pela ótica espiritual, ao invés de trazer a
tristeza da condenação, que leva à morte, produz a tristeza do
quebrantamento, que gera vida. Em II Coríntios 4.18, Paulo nos admoesta:
“não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem;
porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas”.
Nós temos que crer naquilo que a Bíblia diz. Se a Bíblia é a verdade, somos
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incrédulos e pecamos se continuamos a olhar segundo a ótica da carne. Por
isso, ao olharmos para nós mesmos, vamos olhar como o Senhor nos vê.
2. Vendo Meus Irmãos Segundo a Ótica do Espírito
Da mesma forma como não devo ver a mim mesmo segundo a ótica da
carne, também não devo ver meus irmãos em Cristo segundo a ótica da
carne.
Quando um membro de uma congregação começa a ter uma visão crítica de
seus irmãos e notar suas falhas, nem sempre o faz com intenção má. Ele
quer agir com honestidade, pois vê os erros e começa a apontá-los. Ele vê
as falhas dos líderes e falhas nos demais irmãos daquela comunidade de
discípulos. Aos poucos, porém, isto vai se transformando em cinismo,
amargura, rispidez. Sabe por quê? Porque este irmão está desobedecendo a
Bíblia; ele está conhecendo os irmãos segundo a carne. Não posso enxergar
meus irmãos segundo a ótica natural, mas sim na ótica do Espírito. Se eu
insistir em olhá-los segundo a carne, também vou ficar deprimido e
desesperançado, porque eu vou ver o quanto a Igreja está distante daquilo
que Deus quer que ela seja.
Vamos fazer o que Paulo disse: daqui por diante, você e eu, vamos ver
nossos irmãos como eles são EM CRISTO. Se meus irmãos falharam, devo
lembrar-me que, no mundo espiritual eles não são assim. Eles estão em
Cristo e nele não há pecado. O que acontece é que eles não estão se
apropriando do que são em Cristo, e eu posso ajudá-los a tomar posse dessa
realidade. Agindo assim, passamos a encará-los de uma nova forma, o que é
uma experiência emocionante.
Em nossa Igreja temos ensinado muito sobre isto, procurado inculcar nas
mentes dos irmãos esta verdade da Palavra de Deus. Algum tempo atrás,
esteve entre nós um pastor que estava afastado de sua função por não
concordar com as diversas regrinhas - todas muitas rígidas - de sua
congregação, o que o levou a exercer um trabalho secular em Santarém.
Quando ele foi embora, afirmou que entre tantas coisas que aprendeu ali, o
mais valioso para sua vida e ministério foi descobrir esta nova maneira de
ver as pessoas. Ele afirmou que em sua congregação eles estavam
acostumados a olhar para os santos, vendo-os como pecadores. Mas o
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correto é olhar até para os pecadores, pela ótica da fé, como se eles fossem
santos (sobre isto falaremos adiante). Ele mesmo acrescentou que cria ser
este o segredo do crescimento de uma congregação, quando não só o pastor,
mas todas as ovelhas aprendem a olhar as pessoas sob a ótica do Espírito.
De fato, não há nada que cause maior destruição numa Igreja do que
fofocas, picuinhas e coisas assim. Isto é diabólico! Mas, às vezes, isto vem
das pessoas mais sinceras, que estão desejosas de crescimento espiritual,
tanto em sua vida pessoal, quanto na Igreja. O problema é que nunca foram
ensinadas que, para ser espiritual não se pode olhar as pessoas pela ótica da
carne, como se apontar a falha - ou falar disto aos outros - pudesse trazer
crescimento ao irmão que errou. Se eu for corrigir esse irmão olhando para
ele pela ótica natural, especialmente naquelas áreas em que ele falha com
frequência, minha tendência será tratá-lo com dureza e reafirmar que “ele é
assim mesmo”. É preciso olhar o irmão pela ótica do Espírito, vendo quem
ele é em Cristo e afirmar a verdade sobre a vida dele. Isto não significa que
esse irmão nunca será corrigido porque é “perfeito em Cristo”. Se sua
experiência ainda não corresponde à sua posição em Cristo, ele precisa,
sim, ser confrontado, justamente para expressar tal realidade em sua vida
diária. Mas a forma como ele será corrigido é que vai fazer toda a diferença.
Se eu estiver enxergando esse irmão pela ótica do Espírito, vou afirmar que
o conheço como ele realmente é, em Cristo, e que naquele momento ele não
agiu conforme esta nova natureza. Por exemplo, se ele agiu com falta de
amor, vou lembrá-lo que o amor já foi derramado em seu coração, conforme
Romanos 5.5, sendo este o espírito de poder, de amor e de moderação que
Paulo fala em II Timóteo 1.7. Deus é amor (I João 4.8); logo, se somos um
espírito com Ele (I Coríntios 6.17), se nascemos dele, se o conhecemos,
então amamos como Ele (I João 4.7). Lembrando ao irmão quem ele é e
como ele agiu em desconformidade com esta realidade espiritual, basta
encorajá-lo a se arrepender, pedir perdão à pessoa com quem agiu de forma
errada e tornar a agir como uma nova criatura.
Eu lembro quando Deus começou a me revelar quem eu era, no que se
refere ao agir com amor frente a meus irmãos. Confesso que ainda estou
crescendo nesta área, mas Deus me disse que eu precisava tomar posse da
realidade espiritual para poder amar verdadeiramente os outros, o que
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implica em crer no coração, declarar com a boca e praticar com meus atos,
já que a fé sem obras é morta. Algum tempo depois, diante de algo errado
que dois irmãos haviam cometido, agi fora deste procedimento amoroso,
valendo-me da “condição de pastor” da Igreja. O conteúdo do que falei a
eles estava correto, mas o espírito estava errado. Então, o doce Espírito
Santo me lembrou que eu não havia agido como quem eu era realmente;
que eu não havia agido no espírito do amor; que era correto confrontar
aquela falha à luz da Palavra e não deixar que os irmãos permanecessem no
engano do pecado, mas não deveria agir daquela forma.
O Senhor lembrou-me, ainda, que se eu cria na Palavra, deveria tomar posse
das realidades espirituais e declará-las com a minha boca. Fiz isto
imediatamente. Mas faltava o terceiro passo. Mesmo com o receio inicial -
e equivocado - de comprometer a autoridade que me foi conferida pelo
Senhor, voltei até aqueles irmãos e, humildemente, pela graça de Deus, pedi
perdão por não ter falado com amor, acrescentando que “isto não estava de
acordo com aquilo que a Bíblia diz que eu sou”. Eles também reconheceram
a sua falta - no fato que gerou aquele incidente - e houve pleno perdão e
restauração entre nós. Assim aprendi que, tanto quando estou confrontando
alguém por causa de algum pecado, ou quando estou pedindo perdão por
pecados meus, é preciso olhar a todos pela ótica do Espírito.
Quando eu era jovenzinho, lendo a Bíblia e vendo como o apóstolo Paulo
falava de si mesmo, fiquei com a impressão de que ele tinha, ainda que
muito sutil, algum problema com a questão do orgulho. Por exemplo, em II
Coríntios 2.14, ele afirmou: “Graças, porém, a Deus, que, em Cristo,
sempre nos conduz em triunfo e, por meio de nós, manifesta em todo lugar
a fragrância do seu conhecimento”. E em Romanos 8.37, ele afirmou que
em todas as coisas somos mais que vencedores. Será que isto é orgulho de
Paulo? Depois Deus me revelou que isto não era orgulho. Pelo contrário,
orgulho é não aceitar o que a Palavra diz.
Negar aquilo que a Palavra diz sobre mim e meus irmãos é orgulho
disfarçado; humildade falsa: “a Bíblia diz que eu sou mais que vencedor,
mas eu não sou”. É orgulho disfarçado porque com isto estou dizendo que
sou mais sábio do que Deus: “Ele diz que eu sou, mas não sou”. E Deus
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começou a me mostrar que Paulo estava apenas sendo honesto com os fatos
da realidade espiritual. Ele estava enxergando pela ótica do Espírito.
Por isso, também, ele fala não apenas dele, mas também dos irmãos, como
por exemplo quando escreve aos Romanos (Romanos 15.14): “E certo
estou, meus irmãos, sim, eu mesmo, a vosso respeito, de que estais
possuídos de bondade, cheios de todo o conhecimento, aptos para vos
admoestardes uns aos outros”. Se eu fizer o mesmo que Paulo, será que
vou exagerar, ou vou dar a impressão de estar bajulando meus irmãos? Não.
Jesus está dentro deles, pelo que devemos vê-los “possuídos de bondade”.
Interessante que o humanismo ensina algo parecido, mas, sem mencionar
que para isto é preciso nascer de novo. É como se o ser humano fosse, por
natureza, “possuído de bondade”. Ora, isto é um veneno para o povo de
Deus. E o pior veneno não é aquele que vem num frasco onde se percebe
claramente o que ele contém. O pior veneno é aquele que vem disfarçado.
Parece leite, tem cor, consistência e toda a aparência de um frasco de leite,
mas está cheio de veneno misturado com leite.
Assim também, o pior veneno para a Igreja não é a bruxaria, nem é o
satanismo, mas sim essa ideia humanista que afirma ser possível obter todas
as coisas boas de si próprio, e não por meio de Cristo. Isto é diabólico. Ele,
o diabo, procura enganar o homem afirmando que não é preciso nascer de
novo para poder tomar posse das realidades que estão EM CRISTO. O
diabo quer convencer o mundo de tomar posse das realidades espirituais
sem Jesus. Esta é sua grande mentira, que gera uma pseudofelicidade capaz
de enganar muitas pessoas. Quem embarca neste engano tenta obter tudo de
bom através do pensamento positivo. Mas isto nunca vai dar certo. Só
quando alguém nascer de novo e começar a tomar posse de tudo que está
em Cristo é que verá a realidade espiritual em sua vida.
O problema é que, se de um lado o diabo engana o mundo, levando-o a
buscar no pensamento positivo ou em alguma outra coisa aquilo que só
existe em Cristo, por outro lado ele tenta enganar a Igreja a não tomar posse
da realidade espiritual e assim deixar de trazer para a experiência do dia a
dia tudo aquilo que ela já recebeu em Cristo. Se hoje em dia alguém falar
como o apóstolo Paulo na forma dos textos que citamos acima, é possível
que alguns irmãos sinceros digam que isto é pensamento positivo, ou que é
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“coisa de nova era”. Mas quando Paulo afirmou que estavam todos
possuídos de bondade, ele estava dizendo que olhava os irmãos pela ótica
espiritual, vendo Cristo na vida dos irmãos.
Ele também afirmou que eles eram cheios de todo o conhecimento
(Romanos 15.14). Será que Paulo estava exagerando? Não, pois a Bíblia diz
que nós temos a mente de Cristo (I Coríntios 2.16) e não temos necessidade
de alguém que nos ensine sobre o que é verdadeiro (I João 2.27), porque
pelo Espírito Santo já sabemos todas as coisas em nosso espírito. Por causa
disto, quando ouvimos algo sobre a Palavra que nunca tínhamos ouvido
antes - ou seja, nossa mente não tinha conhecimento -, em nosso espírito
podemos confirmar ou refutar aquela afirmação.
Já temos a unção, temos a mente de Cristo em nosso espírito. Isto não
significa que não precisamos de mestres na Igreja, ou irmãos que nos
mostrem a verdade. A questão é que eles não vão nos ensinar algo novo,
mas apenas confirmar aquilo que já foi colocado em nosso espírito pelo
Espírito Santo. Há coerência entre este ensino que vem de fora e o que foi
colocado em nosso espírito pelo Espírito Santo, o qual gera paz interior.
E quando começamos a enxergar nossos irmãos assim, vendo como eles,
em Cristo, estão cheios de todo o conhecimento, muda a forma de nos
relacionarmos. Talvez, até mesmo haja algum irmão analfabeto, mas não
vamos desistir dele, crendo que ele pode ser grandemente usado pelo
Senhor porque está cheio de todo o conhecimento. Foi exatamente isto que
fez Jesus com seus discípulos. Pegou homens semianalfabetos, e com eles
transformou o mundo. Além disso, o texto de Romanos 15.14 ainda
acrescenta que somos aptos para admoestar-nos uns aos outros. Logo, todos
têm, em Cristo, aptidão para liderar, discipular, admoestar.
3. Vendo os Incrédulos Segundo a Ótica do Espírito
Assim como nos dois pontos anteriores vimos que não devemos enxergar a
nós mesmos e a nossos irmãos segundo a carne, nossa ótica em relação às
pessoas que ainda não entregaram sua vida a Jesus também deve ser a ótica
do Espírito. O texto que temos usado, em II Coríntios 5.16, diz que a
ninguém conhecemos segundo a carne e isto inclui as pessoas do mundo, as
quais eu não posso mais olhar pela ótica da carne. Talvez você pense que
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estamos exagerando, pois se alguém não está em Cristo não é nova criatura.
Como, então, podemos enxergá-lo pela ótica do Espírito?
Ora, quando Jesus morreu, Ele levou sobre si os pecados de toda a
humanidade. A Bíblia nos diz que todos os pecados, desde os pecados de
Adão até os do último ser humano, que ainda vai nascer, foram colocados
sobre Jesus. E assim, todos os pecados já foram castigados em Cristo. Deus
seria justo se castigasse o mesmo pecado duas vezes? Claro que não. Ele já
castigou todos os pecados e não vai fazê-lo de novo.
Em II Coríntios 5.19, Paulo afirma que “ Deus estava em Cristo
reconciliando consigo o mundo (não apenas uns poucos), não imputando
aos homens as suas transgressões”. Ou seja, Deus não está cobrando mais
dos homens os seus pecados. Ninguém vai para o inferno porque adulterou,
roubou, mentiu ou praticou qualquer outro pecado deste tipo. O pecado que
irá levar qualquer homem para o inferno é não fazer de Jesus o Senhor de
sua vida.
Para ilustrar esta afirmação, vamos pensar em alguém que resolveu doar sua
carteira e tudo que havia nela para outra pessoa, um amigo seu. Ele avisou
este amigo sobre a decisão que tomou de lhe presentear e deixou a carteira
num determinado lugar para que o amigo fosse buscá-la. Mas esta pessoa
não quis buscar o presente que havia recebido e o deixou lá, sem nunca
tomar posse do presente.
Esta ilustração, apesar de limitada, demonstra como Deus agiu em relação
ao homem. Jesus morreu por todo o mundo, mas nem todos receberam o
dom de Deus, a salvação. Já os que o receberam como Senhor, tomaram
posse de toda a realidade da cruz em suas vidas. Então, se olharmos as
pessoas pela ótica natural, vamos ver homossexuais, mentirosos, ladrões,
prostitutas, terríveis pecadores que têm de se arrepender e, provavelmente,
vamos vê-las como pessoas “bem diferentes de nós”. Se, ao contrário, as
enxergamos pela ótica da cruz, a ótica espiritual, vamos ver que são iguais a
nós mesmos. Nós também não merecíamos nada. Éramos tão pecadores
quanto o pior dos pecadores, mas fomos até Jesus e o recebemos como
Senhor de nossas vidas, tomando posse do perdão, da cura, do milagre da
salvação e de tudo que está em Cristo.
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Aqueles que estão no mundo não sabem, mas Jesus já morreu por eles. Seus
pecados já foram castigados em Cristo e agora Ele nos confiou a palavra da
reconciliação (II Coríntios 5.19). Por isto que Cristo fez, precisamos olhar
as pessoas do mundo por outra ótica. Vamos comunicar a elas as boas
novas, que Jesus já levou todos os seus pecados e que não está mais com
raiva delas, que levou todas as suas doenças, que Deus não está cobrando
mais os seus pecados porque o preço já foi pago. Basta crer, receber o
senhorio de Jesus em suas vidas e tomar posse de tudo que está em Cristo,
porque a salvação já foi providenciada para todos os homens, sobre quem
veio a graça de Deus (Romanos 5.18). Pode ser que ao receber esta
mensagem não tenham uma resposta positiva ao Evangelho do Reino, o que
Paulo chama de “receber em vão a graça de Deus” (II Coríntios 6.1), mas
isto não muda a verdade, nem pode alterar a forma de vermos as pessoas do
mundo.
Então, qual é a nossa mensagem ao mundo? “A graça de Deus já veio sobre
vocês. Não a recebam em vão. Já estamos vendo vocês salvos,
transformados. Jesus já pagou o preço e vocês, sem merecerem, podem
tomar posse de tudo isso”. É tão gostoso quando esta mensagem começa a
tomar conta do nosso ser interior!
Certa vez uma senhora que fazia parte da Igreja pastoreada pelo irmão Cho,
na Coréia, o procurou desesperada. Sua filha, ainda adolescente, havia se
jogado para uma vida mundana e se prostituía até com os colegas do
próprio pai e dos irmãos. Isto estava causando uma grande vergonha para
toda a família, a ponto de expulsarem-na de casa. A resposta do pastor Cho
foi no sentido de que a oração resolve: “Vamos orar e Deus vai fazer um
milagre”. Diante desta palavra, aquela mãe respondeu que já estava orando,
e muito, mas nada havia acontecido. O pastor Cho lhe alertou, então, que
estava orando de uma forma errada. Ela estava vendo a filha como uma
prostituta e orava de acordo com esta ótica. Ela precisava ver sua filha
segundo a ótica do Espírito. Ele disse à mulher: “Feche seus olhos e veja a
cruz, o Senhor pregado nela, e Seu sangue sendo derramado por todos”. E
acrescentou: “Aquele sangue limpa dos piores pecados, inclusive os
pecados de sua filha”.
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Vamos abrir um parêntese para explicar melhor um princípio bíblico sobre a
família. No mundo espiritual era direito daquela mãe e de qualquer um de
nós ver toda a família salva. A Bíblia diz: “Crê no Senhor Jesus e será
salvo, tu e tua casa” (Atos 16.31), de sorte que, se tomarmos posse dessa
realidade, por fé, será impossível ficarmos separados de nossa família.
Vemos isto no estabelecimento da páscoa judaica. Eles estavam se
alimentando do cordeiro pascal, que simboliza Jesus. Não podiam
alimentar-se sozinhos, mas sempre em família.
Quando alguém se alimenta de Jesus, no mundo espiritual sua família
também já está se alimentando de Jesus. Depois daquela primeira páscoa,
passaram pelo Mar Vermelho em família e não isolados, outro exemplo
deste princípio. Também na história de Raabe vemos esta realidade
espiritual. Ela era prostituta, mas foi salva juntamente com toda sua família,
por causa do pano vermelho amarrado na porta da casa, que simboliza o
sangue de Jesus. Precisamos olhar com fé e agradecer a Deus porque nossa
família está salva.
Voltando ao caso daquela mãe, na Coréia, após ter sido lembrada de olhar
para a cruz e tudo o que ela significa para o pecador, a mãe passou a
enxergar sua filha pela ótica correta, segundo a realidade espiritual, e
começou a orar de uma forma diferente. Alguns dias depois, ao sair de um
motel, aquela filha sentiu grande desconforto em seu interior. Percebeu que
estava suja, sozinha e com muita saudade de sua família. Inicialmente teve
medo de voltar para casa e ser rejeitada, por causa do pecado, como havia
acontecido antes. Mas ela disse consigo mesma que iria voltar pela última
vez. Se a família a recebesse, ela se reconciliaria. Se não fosse recebida,
nunca mais voltaria para a casa dos pais.
Acho que podemos imaginar o que aconteceu, pois a mãe daquela moça já
estava olhando a filha pela ótica do Espírito. Quando a mãe enxergou a filha
na entrada da casa, movida por grande compaixão, saiu correndo e abraçou-
a com sincero amor. Houve arrependimento e reconciliação naquela casa e a
moça passou a ser amada e cuidada pelos seus familiares. Mas a melhor
parte é que ela se reconciliou com o Senhor, passou a fazer parte da Igreja,
cresceu na fé, casou-se com um homem cheio do Espírito Santo, tornou-se
líder e supervisora de células naquela Igreja. Tudo isto aconteceu porque a
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mãe passou a ver a filha não mais segundo a carne, mas segundo a ótica do
Espírito.
Eu quero desafiá-los a enxergar a nós mesmos, nossos irmãos e o mundo ao
redor de nós pela ótica do Espírito. Comecem a ver sua cidade
transformada. Nós começamos a fazer isto em nossa congregação, vendo
Santarém como propriedade legal do Senhor Jesus e proclamando esta
verdade: “Jesus já pagou o preço; toda a cidade de Santarém será salva. Não
aceitamos que ninguém nesta cidade vá para o inferno, porque ela pertence
a Jesus”.
Em outubro de 2004, o pastor Jorge Himitian esteve conosco na cidade de
Santarém. Em qualquer lugar que ele entrava, como restaurantes,
sorveterias ou outros locais públicos, ele ia perguntando às pessoas, com o
sorriso e a simpatia que lhe são peculiares, se conheciam Jesus. Várias
vezes as pessoas respondiam que sim, acrescentando, em alguns casos, que
eram líderes de célula ou supervisores. Ele começou a ficar (no bom sentido
da palavra) assustado por ver quão grande era o número de habitantes
daquela cidade que tinham entregado sua vida para Jesus.
Russel Shedd também esteve lá e visitou as células de irmãos muito
humildes, no meio da selva, bem como outras células na cidade, onde
estavam alguns empresários. Relatou que ficou impressionado por ver o
mesmo espírito em todas elas, a mesma paixão por Jesus. Ele ministrou
aulas na faculdade, mas também ministrou naqueles lugares bem humildes,
para os líderes, no meio do “povão”. Seu testemunho em vários lugares do
Brasil é sobre o grande avivamento que tem ocorrido em Santarém. Mas eu
creio que isto é só o começo. Deus quer fazer mais, e Ele vai fazer mais.
Você que me lê, seja onde for que você mora, eu já vejo sua cidade também
cheia da glória de Deus.
De tempos em tempos, temos feito uma coisa interessante através de um
programa de televisão, em Santarém, para despertar a curiosidade dos
incrédulos sobre Jesus e a vida da Igreja. Eu digo ao telespectador que
estamos fazendo uma celebração com todas as células da Igreja. E
acrescento que, se ele ligou agora e não sabe o que é uma “célula”, apenas
fique com a televisão ligada que depois eu vou lhe explicar o que isto
significa. Mas antes de dar esta explicação, eu convoco todas as células –
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que já estavam avisadas e preparadas – que chegou “o grande momento” e
conto até três: um, dois, três, fogo! Aquele é o sinal para todas as células
acenderem fogos de artifício. Imagine os milhares de fogos que estouram ao
mesmo tempo e o impacto que isto causa na cidade, pois todos querem
saber o que está acontecendo. Muitos dizem que é maior do que o número
de fogos que foram estourados quando o Brasil ganhou a Copa do Mundo.
Jesus está marcando um bilhão a zero contra os demônios.
Depois dos fogos, nós voltamos ao programa e explicamos para quem
estiver assistindo o que é uma célula, como é a vida da Igreja e os
convidamos para ir às reuniões nas casas, onde eles irão ouvir sobre Jesus.
E elogiamos os irmãos que já estão vinculados nas células e todo o esforço
que têm feito, bem como o fruto de seu trabalho pelo Senhor. Louvamos
juntos, oramos pelos novos líderes - sobre os quais os demais irmãos
impõem as mãos em cada casa - e assim a cidade toda vai pegando fogo.
Estou contando isto porque, daqui por diante, a ninguém mais vejo segundo
a carne. E já estou vendo sua cidade assim também. Estou vendo você e sua
cidade pegando fogo. Agradeça ao Senhor pelo privilégio de participar do
trabalho mais nobre e empolgante da história do mundo, de fazer discípulos
das nações, pedindo a Ele que lhe ajude a tomar posse da realidade
espiritual. Depois olhe para você na ótica do Espírito e tome posse de tudo
que você tem em Cristo e de tudo que você pode nele, que lhe fortalece.
Também olhe para seus irmãos - vendo-os em Cristo - e sua cidade pela
ótica espiritual e veja o sangue de Jesus sendo derramado sobre todos os
seus habitantes. Comece a dizer palavras de fé sobre a sua cidade: “Eu
declaro minha cidade salva, lavada pelo sangue de Jesus”. Deus não está
imputando mais os pecados da sua cidade. Ela está salva! Tome posse desta
realidade, pois ISTO É SÓ O COMEÇO!
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Capítulo Dois
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Estrutura, Ministérios e o Modelo
de Discipulado Apostólico
O CRESCIMENTO EXPLOSIVO Como mencionei no capítulo anterior,
se Deus tem feito qualquer coisa em Santarém-PA ou em outros lugares
através de nós, não é por nossa causa. Pelo contrário, apesar de nós, apesar
de tantas falhas, Deus tem feito coisas grandiosas, gloriosas e, por isso,
glórias sejam dadas ao seu nome. Considerando, então, o fato de que é Deus
quem faz, vou contar um pouco sobre minha vida para encorajar os irmãos
e, acima de tudo, para trazer glória ao Senhor Jesus.
Sou brasileiro, mas meus pais são norte-americanos, pelo que tenho dupla
cidadania. Por causa disto, com dezessete anos fui fazer faculdade nos
Estados Unidos e, depois de formado em Teologia pela Columbia Bible
College, na Carolina do Sul, também completei um curso na Faculdade de
Música Berklee, em Boston. Retornei ao Brasil em 1982, mas não comecei
a pastorear logo de início. Ainda passou mais ou menos um ano antes de eu
começar a pastorear. Mas lembro que, quando comecei a pastorear a
congregação conhecida como “Igreja da Paz”, lá em Santarém, uma das
reuniões não tinha mais do que três pessoas, incluindo eu mesmo. Pensei
que todos estavam atrasados, mas decidi começar na hora certa, para que os
irmãos fossem pontuais.
Dirigi o louvor, preguei, fiz tudo, mas até o final do culto não chegou mais
ninguém. Só havia as mesmas duas pessoas do início, sendo que uma delas
era minha irmã Ângela. A outra pessoa era o irmão Egídio, que se tornou
um diácono, mas que na época era novo convertido. O irmão Egídio já
dormiu no Senhor, tendo falecido na mesma semana que o meu pai, o pastor
Melvin.
Os bancos estavam vazios, mas no mundo espiritual eu já via aqueles
bancos cheios. Então disse para aqueles bancos aparentemente vazios, com
muita seriedade: “Quero pedir a essa grande multidão para ficar em pé, e
nós, neste momento, vamos iniciar, cantando”. Sabia que aquele era um
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momento histórico. Que nós iríamos contar esta história por muitos lugares,
como temos feito em tantas partes do mundo, e tem sido tão precioso ver o
que Deus fez.
Mas não foi tão fácil. Hoje eu reconheço que havia muito orgulho. Achava
que estava pronto para ganhar o mundo para Jesus, por causa do
conhecimento. Pensei que iria crescer muito rápido, mas demorou demais.
Foram anos de sofrimento para meu coração apaixonado pelas almas
perdidas. Eu queria muito os números, e não por causa dos números em si
mesmos. Deus sabe que desde o começo a razão pela qual queria muito os
números era porque cada número representa um ser humano que vai viver
eternamente no céu ou no inferno. Por isso que eu queria alcançar mais
pessoas para Jesus, mas mesmo assim a Igreja não crescia.
Culto após culto, através da ótica da fé, eu pregava para a grande multidão.
Mas parece que além de não crescer muito, ou quase nada, os meus próprios
colegas, amigos e irmãos em Cristo não estavam entendendo; não estavam
concordando em fé, comigo. Sentia um clima de incredulidade, de dúvida.
Foi horrível. O obreiro que eu estava treinando na época era um novo
convertido, mas já era meu braço direito, porque não havia muitos outros.
Hoje, este mesmo irmão, Pastor Geraldo, está coordenando nossa equipe
pastoral, o presbitério, em Santarém. Lembro-me de certa vez quando
cheguei para o culto de domingo, à noite, com um pequeno número de
pessoas presentes. Pensei que o irmão Geraldo estava entendendo esses
princípios de fé, concordando em fé comigo, e vendo a multidão. Então nos
reunimos para orar antes de iniciar o culto e ele comentou que era preciso
ser mais duro com os irmãos, pois muitos estavam faltando, e havia tão
pouca gente no local de reuniões. Dei-me conta que até ele não estava
vendo a multidão pela fé. Até ele estava cheio de incredulidade, mas não
lhe falei nada. Apenas disse que naquele dia iríamos abrir uma exceção e
começar a reunião um pouco mais tarde, para orar por mais tempo.
Fomos para o quintal, para a parte de trás do prédio que, naquela época, se
resumia a um mato escuro. Entramos naquele matagal e comecei a orar e
clamar. Estava lutando há tantos meses, ou até anos, e quase não havia
crescimento. Santarém tem 350 anos de idade e é – na verdade, “era” – uma
fortaleza católica, a ponto de ser chamada de “cemitério de pastores”. Mas
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lembro que, chorando diante do Senhor, perguntei: “Senhor, o que estou
fazendo de errado? Só fico declarando, crendo, orando muito, fazendo
visitas, cuidando do povo, e parece que a obra não cresce”.
Naquele momento, a voz doce do Espírito veio a mim e, tão claro, o ouvi
dizer: “Você não está fazendo nada de errado, meu filho. Você só tem que
perseverar”. Aquilo me encheu de fé, e como Davi, eu me reanimei no
Senhor. Enxuguei as lágrimas e voltei para dentro do prédio, já vendo, pela
fé, a multidão. Eu me lembro que fui para o púlpito e mais uma vez falei,
olhando para os poucos irmãos presentes, mas vendo uma grande multidão:
“Quero pedir para esta grande multidão ficar em pé”.
Perseverando nesta visão, logo o número de convertidos começou a crescer
de forma explosiva. Neste ponto, quando todos já estavam crendo na
mesma visão, porque agora podiam ver, como Tomé, alguns irmãos antigos
vieram, um por um, pedindo perdão e dizendo que não entendiam os
princípios de fé. Alguns confessaram que chegaram a pensar que eu tinha
problemas mentais, porque eu ficava falando “dessa grande multidão” a um
monte de bancos vazios. Hoje em dia tenho que ter cuidado com o que falo.
Preciso cuidar para não brincar, porque a fé deles foi exercitada a acreditar
em grandes coisas e eles acreditam em tudo. Realmente, durante todo esse
tempo enquanto Deus nos deu palavras, compartilhamos com os demais
irmãos e eles começaram a acreditar: “Vamos comprar um canal de
televisão; vamos fazer isso e aquilo”. E Deus tem sido gracioso. Tem feito
milagre após milagre. Tem sido tão precioso ver o que Deus tem feito!
Sabíamos desde o início que a Igreja deveria estar nas casas. Não sabíamos
muito bem como fazer, nem como implantar isso, mas tínhamos que ter a
Igreja nas casas. Quando chegamos a duzentas pessoas, já éramos uma das
maiores congregações evangélicas na cidade e eu estava totalmente
esgotado, porque procurei pastorear e cuidar bem de cada uma daquelas
pessoas. Na segunda-feira cuidava dos novos convertidos, que haviam
entregado a vida ao Senhor Jesus no final de semana. E, nos demais dias,
meu alvo era visitar toda ovelha, todo discípulo, pelo menos uma vez
durante a semana. Ainda bem que eu era solteiro naquele período, porque
muitas vezes não dormia bem e não comia, mas apenas fazia visitas, o que
me deixou doente.
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Tínhamos certeza de que algo deveria mudar e isto implicava levar a Igreja
para as casas. Precisávamos ter aquele sistema de grupo familiar ou células,
semelhante ao que ouvimos ter sido implantado na Coréia, pelo irmão Cho.
Não sabíamos muito bem como ele fazia. Então, organizamos o que
chamávamos de “núcleos nas casas”. Mas não deu certo e ficamos um
pouco temerosos de fazer outra tentativa. Foi neste ponto que tivemos
acesso ao livro do próprio irmão Cho, Grupos Familiares e o Crescimento
da Igreja, o qual começamos a estudar e implantar, mas com muita
dificuldade. Por muitos e muitos anos, nossos grupos familiares ficaram
entre 10 e 12. Sofremos muito, mas acreditávamos naquela visão, embora
não soubéssemos como implantá-la da forma correta. Na realidade, nós
éramos o que hoje chamamos de Igreja com célula, mas não Igreja em
células. Porque os grupos eram só mais um dos ministérios. Tínhamos
muitos ministérios fortes na Igreja, que competiam com os grupos, e nem
todos os discípulos estavam nos grupos. Até que, em 1992, algo mexeu
comigo e deu início a uma grande mudança.
Embora eu fosse batizado no Espírito Santo desde os dezesseis anos de
idade, no dia sete de fevereiro de 1992 tive uma experiência muito
marcante. Estava sozinho numa sala da minha casa, após ler algumas coisas
que o pastor Cho escreveu sobre intimidade com o Espírito Santo e, de
repente, experimentei de uma forma muito palpável aquilo que estava lendo
no livro. A manifesta presença do Espírito Santo estava naquela sala. Ele
me disse várias coisas sobre a Igreja, inclusive certos números, e os
milhares que, pela misericórdia de Deus, seriam edificados através da nossa
pessoa naquela cidade. Daquele dia em diante, não tinha mais nenhuma
dúvida acerca da perfeita vontade de Deus e o que Ele iria fazer.
Começamos a mergulhar na visão de grupos pequenos e estudá-la
cuidadosamente. Eu havia me casado em 1991 e não tínhamos filhos, ainda.
Então voltamos a ler o livro Grupos Familiares e o Crescimento da Igreja,
que já possuía há cerca de 10 anos, mas agora aprofundando o estudo, lendo
detalhe por detalhe. Conversávamos sobre como iríamos pôr aquele ensino
na prática, na cultura brasileira. Sabíamos que Deus iria nos dar sabedoria.
E pelo Espírito Santo foi gerado, claramente, através daquelas conversas
profundas que tínhamos eu e minha esposa, o modelo que Deus queria que
fosse implantado em Santarém.
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Também procurei aprender com o Corpo de Cristo. Comecei primeiramente
visitando outras congregações, lá mesmo em Santarém. Visitava as
congregações de várias denominações diferentes, onde sentava e procurava
aprender tudo que eles tinham de bom. Depois comecei a viajar pelo Brasil
e aprender com outros irmãos. Irmãos de Goiânia, do Ministério Luz para
os Povos, foram muito usados para nos edificar, e muitas coisas que eles
nos ensinaram haviam aprendido com os irmãos da Igreja em Porto Alegre,
conforme eles mesmos nos contaram. E depois, também visitamos a Igreja
do Cho, na Coréia. Fomos à Colômbia. Fomos à maior Igreja em células
dos Estados Unidos. Eu estava com muita fome – e ainda estou – de
aprender mais. Eu queria realmente saber como ganhar multidões e cuidar
bem delas. E, na medida em que fomos aprendendo com outros, foi sendo
gerado dentro de nós um modelo muito precioso. E o que aconteceu, então?
Apesar de que o modelo ainda evoluiu muito depois disto, lembro que no
começo do ano de 1994 nós o implantamos em algumas poucas células. Na
realidade, eram dezessete células; dezessete Igrejas nas casas. Mas
tínhamos um alicerce muito bem feito. Muitas pessoas sendo discipuladas
“um a um”. Tantos líderes poderosos surgindo. As Igrejas nas casas
estavam muito sadias, gerando muitos líderes fortes. E eu já estava vendo o
que estava para acontecer. Sabia que o crescimento iria explodir, como
realmente explodiu. Em dez anos, aproximadamente, passamos da marca de
mil Igrejas nas casas, e isto só na congregação central. A visão foi se
espalhando com qualidade e com quantidade.
De fato, eu me lembro que alguns anos atrás um pastor de Curitiba me
ligou. Sua congregação estava com cerca de quatrocentos a quinhentos
membros. Ele desabafou sobre seu cansaço e sobre como não estava
conseguindo cuidar bem das ovelhas, apesar do intenso trabalho. Se nem
conseguia cuidar dos que já estavam convertidos, quanto mais alcançar
outras pessoas. Respondi-lhe que compreendia sua situação, pois havia
passado por isso. Naquela época, lembro que tínhamos na congregação
central cerca de duas mil pessoas e, pela graça e misericórdia de Deus,
estávamos cuidando delas bem melhor do que quando tínhamos duzentas.
Esse irmão e outro obreiro da mesma congregação estiveram conosco por
alguns dias e puderam conhecer não apenas a obra, mas o espírito que tem
movido a todos lá em Santarém. Hoje aquela Igreja já tem mais do que
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quatro mil discípulos, fortemente ligados pelo discipulado um a um. Eles
têm um complexo com auditório para mais de quatro mil pessoas, creches,
clínica médica, estúdios, escola, cantinas, etc. Mas isto é só o começo lá
também, para a glória de Jesus!
Este é um exemplo dentre tantos que nós temos visto pelo Brasil afora, e em
outros países também, que têm procurado seguir não um método, mas sim
os princípios bíblicos. Porque os princípios são transferíveis, são
transculturais. São princípios simples, preciosos, mas que funcionam para
ganhar multidões e cuidar bem delas.
VINHO NOVO EM ODRES NOVOS Agora eu gostaria de compartilhar
um pouco sobre as estruturas espirituais. Jesus disse que não devemos
colocar o vinho novo em odres velhos. E você sabe por quê? É que o odre
era um vasilhame feito de couro de animais, e aquele couro, depois de certo
tempo, ficava velho e ia endurecendo. Se o vinho novo fosse colocado num
odre destes, com o passar do tempo iria fermentar, aumentar de volume e
fazer com que o odre rebentasse. Isto acabaria com o odre e, o que era pior,
desperdiçaria todo o vinho.
Muitas vezes acontece um novo mover do Espírito, uma nova unção, tantos
ensinos preciosos e profundos sobre o senhorio de Cristo, sobre
discipulado. Temos o vinho novo e procuramos usar as estruturas velhas.
Não se coloca vinho novo em estruturas velhas. Quando isso acontece, mais
cedo ou mais tarde elas vão estourar. E o pior disso tudo não são as
estruturas velhas que estão por aí, que têm se rachado, que têm tido
problemas; o pior é o tanto de vinho novo que já foi desperdiçado por causa
de estruturas que foram despedaçadas.
Precisamos ver que se o vinho sempre tem que se renovar, as estruturas
também têm que ser muito dinâmicas e mudar para acompanhar essas
renovações. Às vezes queremos colocar as coisas dentro de uma caixinha de
sapato e dizer: “De agora em diante, até Jesus voltar, vai ser essa
estrutura”. E ainda queremos aplicar o mesmo modelo às mais diversas
realidades. Isto não pode acontecer, porque assim como o vinho sempre se
renova, as estruturas também precisam ser renovadas; elas precisam ser
dinâmicas, bem flexíveis.
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Nós temos que correr atrás da nuvem, temos que estar com a mente aberta,
prontos para mudar e para crescer. Já os princípios bíblicos, estes sim são
imutáveis, mas transferíveis e aplicáveis conforme cada nova situação.
Cada presbitério terá que buscar ouvir o coração de Deus sobre como
aplicar esses princípios bíblicos em sua localidade. Siga os princípios e não
tente imitar métodos, pois Deus não aprecia imitações. Infelizmente, muitas
pessoas têm tentado seguir modelos prontos e não é assim que Deus quer.
Quando se fala de modelo de Igreja local, Deus quer que cada presbitério
busque a Sua vontade e receba o direcionamento dele. O que podemos
fazer, no entanto, é aprender uns com os outros sobre os princípios bíblicos
e a sua aplicação. Esses princípios, que estão por trás tanto do vinho como
dos odres novos são transferíveis. Eu gostaria de falar, então, sobre essas
estruturas espirituais, os princípios bíblicos que estão por trás dos odres
novos. Lá em Santarém, nós aprendemos com muitos modelos. Na verdade,
o modelo que usamos lá só foi aperfeiçoado em 1999, quando nasceu
oficialmente o MDA (Modelo de Discipulado Apostólico), como o
chamamos. Para nós é um modelo que tem funcionado fantasticamente
bem. Porém, nós não achamos que o nosso modelo é sagrado ou que é
melhor do que os outros. Muito pelo contrário, nós estamos abertos a
aprender com os irmãos e a mudar. Jesus disse: “Buscai, pois, em primeiro
lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão
acrescentadas” (Mateus 6.33).
É interessante que desde a criação da Terra, Deus tinha um propósito.
Alguns dizem que o propósito de Deus é ter uma família de muitos filhos;
outros têm dito que o propósito de Deus desde o início era formar uma
noiva para o seu Filho. Há várias formas pelas quais você pode encarar isso,
mas um dos propósitos que Deus também tinha desde o início era de encher
a terra com a glória dele. Ele disse a Adão e Eva: “Crescei e multiplicai-
vos, enchei a Terra e sujeitai-a” (Gênesis 1.28). Por que Ele disse isso?
Porque naquela época, Adão e Eva refletiam a glória de Deus. A visão que
Deus tinha para eles era que crescessem em intimidade com Ele e que
refletissem perfeitamente essa glória. E se Adão e Eva, ao refletirem a
glória de Deus, se reproduzissem, crescessem e se multiplicassem, e
surgissem muitos outros seres humanos que refletissem a glória de Deus,
somente assim a Terra estaria cheia da sua glória, como as águas cobrem o
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mar. Em outras palavras, a Terra só poderá estar cheia da glória de Deus
quando estiver repleta de seres humanos que reflitam perfeitamente essa
glória. Não é lindo isso? Então por isso existe essa ordem: “Crescei,
multiplicai e enchei a Terra”. Por quê? “Porque assim como eu vivo, diz o
Senhor dos Exércitos, toda a Terra será cheia da minha glória como as
águas cobrem o mar”. Este é o propósito original de Deus: encher a Terra
com seres humanos que refletem perfeitamente a Sua glória. E esse
propósito original de Deus nunca mudou, até hoje continua, só que agora
Ele não diz mais isso para Adão e Eva; agora Ele diz para a Igreja:
“Crescei, multiplicai e enchei a Terra de discípulos”, os quais reflitam
perfeitamente a glória de Deus.
O Reino de Deus inclui muitas coisas. Um dos aspectos do Reino de Deus é
combater a pobreza, a miséria e a fome. Porém, às vezes as pessoas têm
usado a expressão Reino de Deus para justificar, por exemplo, a falta de um
compromisso com uma congregação. Alguns dizem que congregam aqui,
ou congregam ali, e ainda dizem que têm a visão “do Reino”. Outros
justificam até coisas mais absurdas. Dizem que estão trabalhando muito
para ajudar os necessitados lá na África, dando comida para os pobres, mas
quando você pergunta se, ao darem comida para esses pobres, eles também
estão falando de Jesus, eles dizem que não, porque o Reino de Deus
também é combater a pobreza. O problema é que eles só oferecem comida,
mas não falam nada sobre Jesus. Ou seja, essas pessoas estão se esquecendo
do coração do Reino de Deus. E qual é o coração do Reino de Deus?
Eu creio que o coração do Reino de Deus é a Igreja do Senhor Jesus. Ele
disse: “Eu edificarei minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão
contra ela”. E ele disse em outra ocasião: “Quem comigo não ajunta,
espalha”. Em outras palavras, se aquela pessoa não estiver edificando a
Igreja do Senhor Jesus, ela está equivocada e com a visão desfocada. Se ela
estiver focada em ajudar os pobres na África e não em fazer com que eles
conheçam o Senhor Jesus, ela está deslocada do coração de Deus aqui na
Terra, que é a Igreja.
E qual é o coração da Igreja do Senhor Jesus? Eu creio que o coração da
Igreja do Senhor Jesus é a Igreja local. É interessante observar que a
palavra Eclesia, no grego, é usada no Novo Testamento se referindo mais
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vezes à Igreja local do que à Igreja mundial do Senhor Jesus. No primeiro
capítulo do livro de Apocalipse o apóstolo João diz que ele estava em
espírito no dia do Senhor e ouviu por detrás dele uma voz, como o som de
uma trombeta. A Bíblia diz então que ele se virou para ver quem estava
falando com ele. Nós sabemos que quem estava falando com ele era Jesus,
porém a primeira coisa que ele viu quando se virou não foi Jesus, mas sete
candeeiros de ouro. E estes sete candeeiros de ouro representam sete Igrejas
locais, e o número sete é o número completo, o número da perfeição. Então
primeiro ele viu a Igreja local, que é a manifestação física do Corpo de
Cristo presente aqui na Terra. E então ele diz que viu no meio dos
candeeiros uma pessoa, e descreveu Jesus. Portanto, ele viu Jesus no meio
da Igreja local.
Mas as organizações evangélicas que ajudam as pessoas pobres estão
fazendo algo errado? Não, elas estão agindo corretamente se ajudam a
Igreja local a crescer. Algumas dessas organizações chegaram lá em
Santarém querendo nos ajudar. Achamos muito bom, porém colocamos as
regras para que funcionem em sintonia com a Igreja local. Desta forma nós
cooperamos com elas e todos ficam felizes. Tenho visto elas serem muito
usadas para ajudar a nossa Igreja local. Porém, é preciso ter cuidado, porque
se não estiverem envolvidas no contexto da Igreja local, essas organizações
acabam competindo com ela, ao invés de a estarem abençoando. Acabam
sugando os recursos da Igreja local, sugando os seus obreiros, sangrando-a.
Olhando por este prisma, é possível dizer que uma organização
paraeclesiástica que faz isto, competindo com a Igreja, ou reverte esta
situação e passa a abençoar a Igreja local, ou tem que deixar de existir.
Nisto eu creio de todo o meu coração: a única coisa que justifica a
existência de uma organização paraeclesiástica é se ela estiver ajudando a
Igreja local.
E qual é o coração da Igreja local? É a Igreja na casa, por óbvio. Alguns
chamam de “Igreja na casa”, outros de “célula”. A nomenclatura não é
importante; o importante é o princípio bíblico, que é a Igreja reunindo-se
nas casas.
Existem muitos ministérios na Igreja local: ministério de intercessão,
ministério de louvor e adoração; ministérios preciosos e necessários. Porém
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o diabo, que é muito sujo, quando viu que os discípulos comprometidos
com Jesus não iriam mais jogar fora o seu tempo assistindo novelas,
assistindo porcaria, nem fofocando, decidiu que tinha que ocupá-los de
outra forma. E assim – já que o maior inimigo do excelente não é o ruim,
mas o bom – ele ocupa os discípulos com um ativismo, com tantos
ministérios, que eles ficam sem tempo de ganhar almas para cuidar de
vidas. É que eles estão ocupados com os ministérios.
Eis o grande desafio de uma Igreja local que quer funcionar nos moldes
bíblicos: ela não pode acabar com os ministérios, mas ela tem que saber
direcionar seus ministérios para ajudar e para abençoar a Igreja na casa. Os
ministérios que têm competido com a Igreja nas casas, sugando a energia de
seus membros de modo que eles não se dediquem à Igreja na casa, têm que
ser redirecionados, ou é melhor que acabem. Temos que nos alinhar no foco
de Deus: a Igreja na casa. No entanto, talvez você pergunte: “Igreja nas
casas é bíblico, pastor?” Você pode notar na Bíblia que o centro das
atividades da Igreja local era nas casas. Era lá que tudo funcionava, onde
tudo acontecia. Você sabia que a Bíblia está tão encharcada de Igreja na
casa, não só no livro de Atos como em Romanos, Coríntios, Filemom e
Colossenses? São cinco livros no Novo Testamento que ensinam sobre a
Igreja na casa. Há um trecho em Romanos que eu gosto muito. É claro que
Paulo escreve essa carta para a Igreja toda, mas eu creio que ele escreve
também, em específico, para a Igreja em Roma. No final da Carta, no
capítulo 16, ele faz uma saudação a alguns nomes de líderes das Igrejas nas
casas, os discipuladores. Vejamos o que ele fala nos versículos 3-5: “Saudai
Priscila e Áquila, meus cooperadores em Cristo Jesus, os quais pela minha
vida arriscaram sua própria cabeça. E isto lhes agradeço, não somente eu,
mas todas as Igrejas dos gentios. Saudai igualmente a Igreja que se reúne
na casa deles”.
O pastor Cho falou que na cultura oriental nunca se coloca o nome da
mulher primeiro, a não ser que haja uma razão muito boa para isso. E para
Paulo colocar o nome da mulher primeiro, tudo indica que era ela quem
tinha mais tempo, era mais antiga na fé, tinha mais experiência, porque
depois, em outro livro, Paulo coloca o nome do Áquila primeiro. Nos
nossos grupos mistos lá em Santarém, muitas vezes a mulher é a primeira
líder do grupo, mas depois o marido vem crescendo, e logo ele se torna o
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líder. Isso não quer dizer que Áquila era submisso a Priscila. Em termos de
família, a Bíblia é muito clara: Priscila era submissa a Áquila; mas, talvez
porque a Priscila tivesse mais tempo, mais experiência, tudo indica que era
ela quem liderava a Igreja na casa. Claro que eu posso estar equivocado,
mas provavelmente é o que o texto está demonstrando. No versículo 5,
Paulo diz: “Saudai meu querido Epêneto, que é das primícias da Ásia”.
Tudo indica que Epêneto também era um líder de célula, um dos primeiros
que se converteram lá, e que agora também é um líder de uma Igreja na
casa. E no versículo 6, diz: “Saudai Maria, que muito trabalhou por vós”.
Em minha opinião, Maria também, aparentemente, já era uma poderosa
líder de célula. E do versículo 7 em diante, parece que há uma lista de
nomes de líderes de Igrejas nas casas:
“ Saudai a Andrônico e a Júnia, meus parentes e meus companheiros na
prisão, os quais se distinguiram entre os apóstolos e que foram antes de
mim em Cristo. Saudai a Amplias, meu amado no Senhor. Saudai a
Urbano, nosso cooperador em Cristo, e a Estaquis, meu amado. Saudai a
Apeles, aprovado em Cristo. Saudai aos da família de Aristóbulo. Saudai a
Herodião, meu parente. Saudai aos da família de Narciso, os que estão no
Senhor. Saudai a Trifena e Trifosa, as quais trabalham no Senhor. Saudai à
amada Pérsida, a qual muito trabalhou no Senhor. Saudai a Rufo, eleito no
Senhor, e a sua mãe e minha. Saudai a Asíntrico, a Flegonte, a Hermas, a
Pátrobas, a Hermes, e aos irmãos que estão com eles. Saudai a Filólogo e
a Júlia, a Nereu e a sua irmã, e a Olímpia, e a todos os santos que estão
com eles”.
E aqui irmãos, Paulo está falando de líderes, homens e mulheres. Tudo
indica que é uma lista de Igrejas nas casas, muito poderosas, e todas essas
Igrejas estavam dentro do contexto da Igreja local em Roma. Portanto, se é
para haver ativismo, deve ser no contexto da Igreja na casa. Mas é
necessário muito cuidado para não se descuidar do principal, que é fazer
discípulos.
Seguindo este desenho que viemos traçando até aqui, qual é o coração da
Igreja na casa? É o discipulado um a um. Esse discipulado um a um nós
chamamos de MDA - Modelo de Discipulado Apostólico, e também MDA
com o significado de Microcélula do Discipulado Apostólico. As duas
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pessoas que compõem o discipulado formam uma microcélula. Dessas
microcélulas que se reúnem todas as semanas, só na congregação central de
Santarém, existem 28.967. Eu comecei a sonhar há anos atrás que toda
pessoa que se convertesse na nossa congregação, desde o mais novo
convertido até aos presbíteros, estariam inseridos nesse coração, sendo
cuidados um a um. E esse discipulado, um a um, sendo realizado por um
discipulador que também faz parte da Igreja na casa, que congrega na
mesma Igreja local e todos participando da visão da unidade do Corpo de
Cristo. Comecei a sonhar e a perseguir este alvo fortemente. Pela graça de
Deus nós temos visto esse sonho se tornar cada vez mais uma realidade.
Está funcionando perfeitamente como deve? Não. Sempre existem coisas
que devem melhorar, mas está indo muito bem, o que nos deixa muito
animados.
Há vários mandamentos na Bíblia, mas se a pessoa estiver inclusa no
discipulado um a um, ela estará cumprindo todos os mandamentos. Por
exemplo: “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus”; se ela estiver
inclusa no discipulado, ela estará buscando em primeiro lugar o Reino de
Deus. Jesus disse: “Eu edificarei minha Igreja e a portas do inferno não
prevalecerão contra ela”; e a pessoa estará edificando a Igreja se estiver
praticando o discipulado um a um.
Quando tratamos de estruturas, em Santarém e em Fortaleza, nosso assunto
é a importância da Igreja na casa, da Igreja local, da Grande Comissão (ide
e fazei discípulos de todas as nações). Fazemos um culto geral uma vez por
semana, o discipulado um a um também uma vez por semana e assim
também a Igreja na casa. Não estou mais falando de princípios, e sim de
como nós fazemos, de como é a nossa experiência. Uma vez, após ouvir
essa ministração, um pastor me disse: “Já sei o que significa MDA: Minhas
Dúvidas Acabaram”. Outro pastor, de Osasco, brincou: “Estou mais
frustrado agora do que antes, porque até eu implantar tudo isso não vai ser
fácil. MDA para mim significa: Meu Desespero Aumentou”. Eu também
tenho uma interpretação “alternativa” dessa sigla, que é a seguinte: “Meu
Discípulo Amado”. Gosto muito dela pois é a que mais mostra o coração de
amar, de cuidar, de zelar. MDA não é um autoritarismo; muito pelo
contrário, é lavar os pés, é servir e amar o discípulo.
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Explicamos essas três estruturas para todos os novos discípulos: “Olha, a
Igreja tem muitos ministérios, muitas reuniões, mas são todas eletivas.
Agora essas três aqui são inegociáveis; nós não abrimos mão”.
Os outros ministérios são bons para enriquecer o processo, mas você não
vai encontrá-los na Bíblia. O que se encontra na Bíblia é: fazer discípulos,
Igreja na casa e Igreja local. É isso que temos que priorizar na prática da
vida da Igreja, e não apenas em teoria, pois só assim a Igreja pode crescer.
Trabalhamos para que nada possa competir com estas três coisas, as quais
nós protegemos como uma galinha protege os seus pintinhos, com um zelo
muito forte.
Já fomos considerados radicais, mas hoje em dia as pessoas que antes nos
criticavam afirmam ter entendido a visão. Por exemplo, quando a
congregação é pequena, você não pode fazer o que eu vou dizer aqui. Mas
lá em Santarém, como a congregação é muito grande, até para ser membro
do ministério de acolhimento (aqueles que entregam avisos na porta para
quem está entrando, limpar a Igreja, recolher ofertas, servir Santa Ceia,
ajudar no estacionamento, e outras coisas) tem que ser líder de célula, o que
significa, obrigatoriamente, ser também discipulador de pelo menos duas
pessoas. Antes, quando a congregação era menor, precisava apenas ser um
membro fiel da célula. Agora, se a pessoa não está encaixada nas três
estruturas, não pode exercer nenhum outro ministério.
EXEMPLOS E NÚMEROS DA IGREJA EM SANTARÉM
Células
A força motriz são as células. Para que você tenha uma ideia sobre o que há
em Santarém, hoje, vou tentar passar alguns dados. A Igreja da Paz em
Santarém já passou dos 55.000 (cinquenta e cinco mil) membros. Em maio
de 2011, eram 6.005 (seis mil e cinco) Igrejas nas casas, as células. E o
crescimento não para. Todos os meses, todas as semanas estes números
aumentam, com as multiplicações das células e novas pessoas sendo salvas.
Em Fortaleza, depois de cinco anos de inaugurada a Igreja, temos em torno
de 430 células (quatrocentos e trinta) células e uma frequência semanal em
torno de 4.000 (quatro mil pessoas).
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Grupos de Evangelismo
Em cada uma dessas Igrejas nas casas, os membros são estimulados a se
tornarem líderes. E eles, então, vão começar a ganhar pessoas para Jesus e
discipular essas pessoas. De uma forma espontânea, cada um dos membros
das Igrejas nas casas é estimulado a começar grupinhos de evangelismo.
Esses grupinhos de evangelismo nós não chamamos de célula. Só depois de
certo tempo, quando esse grupo de evangelismo tem as características de
uma Igreja na casa, quando o líder daquele grupo de evangelismo se tornou
qualificado, é que fazemos a conversão do grupo de evangelismo em célula.
Temos um trilho de liderança com muitas qualificações e exigências para
alguém poder se tornar um líder de uma Igreja na casa. Somente quando o
membro responsável por esse grupo se qualifica é que o grupo de
evangelismo se transforma numa célula. Estes grupos de evangelismo, só na
Igreja de Santarém, eram 8.924 (oito mil novecentos e vinte e quatro), até
maio de 2011. Quando somados às células, a Igreja de Santarém tem um
total de 14.929 (catorze mil novecentos e vinte e nove) pequenos grupos!
Esses grupos de evangelismo, às vezes, são muito pequenos. Não são a
Igreja na casa. A célula, que são 6005 em Santarém e 420 em Fortaleza, tem
as características de uma Igreja: tem auxílio social, louvor, adoração,
edificação, comunhão, evangelismo agressivo, oferta. Os grupos de
evangelismo podem ter apenas duas pessoas, e seu objetivo é só o de
evangelizar.
Microcélulas ou Discipulado Pessoal Cada uma das células é subdividida
em microcélulas de duas pessoas, uma discipulando a outra. Só na Igreja de
Santarém são 29.000 microcélulas. Agora, Deus, na sua grande
misericórdia, tem feito coisas fantásticas. Todo ano nós temos um grande
evento evangelístico no estádio da cidade. Sempre no primeiro final de
semana de julho. Ele funciona como um grande “Evento de Colheita”. Nos
últimos anos tem sido necessário fechar os portões do estádio, por causa da
multidão que não cabe lá dentro. O Corpo de Bombeiros tem calculado de
25.000 a 35.000 pessoas por noite. É um evento que abala a cidade toda.
Há anos em que a programação de domingo no estádio, durante o
Congresso, está marcada para começar às 18 horas. E já às 18:10 o Corpo
de Bombeiros tem que fechar as arquibancadas, porque elas ficam lotadas
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demais. Às 18:20 eles fecham os portões do estádio, e milhares de pessoas
ficam lá fora. Teve ano que quem chegou às 18:20 não entrou mais.
Já chegamos a ter 1.364 decisões em uma só noite. E de cada decidido é
pego o nome, endereço, e há acompanhamento pela célula e no discipulado
um a um, dentro do contexto de uma congregação local. Sabe, o que mais
me empolga é ver em cada novo evento, já como um dos obreiros que estão
trabalhando no estádio, e, às vezes, também como líderes de células,
pessoas que entregaram a vida para Jesus no ano anterior, naquele mesmo
estádio.
É lindo de ver o que Deus tem feito nestes eventos de colheita. Mas nós não
dependemos destes eventos para ganhar vidas para Jesus. Claro,
evangelismo acontece constantemente, 24 horas por dia. O evento no
estádio é apenas mais uma forma poderosa que Deus tem usado para
alcançar vidas e sacudir a cidade de Santarém. Inclusive, este evento já está
no calendário oficial da cidade de Santarém, depois que a Câmara dos
Vereadores aprovou unanimemente a sua inclusão e o Prefeito foi lá no
estádio e assinou o decreto. É um evento que sacode, que mexe com a
cidade, bem mais do que os eventos dos católicos, os “sírios”. Realmente
Deus tem feito algo muito lindo para a glória do Senhor Jesus.
Uma Igreja em muitos prédios
Como já explicamos antes, Santarém tem (maio de 2011) 295.000
habitantes. Destes, 200.000 vivem na sede do Município, e outros 95.000
residem nas vilas e comunidades espalhadas pelos ribeirinhos e planaltos.
O Município de Santarém tem uma área geográfica de quase 23.000
quilômetros quadrados; é maior do que todo o Estado de Sergipe. São
centenas e centenas de vilas e povoados espalhados por imensidões de
águas e florestas.
Dentro da parte urbana de Santarém, já temos 25% das pessoas vinculadas à
Igreja da Paz. Antes, éramos 24 congregações, algumas organizadas em
forma de Igrejas, mas ligadas por vínculos de cobertura, presbitério
administrativo conjunto e grandes atividades compartilhadas – como era o
caso do Congresso no estádio, conferências, etc. Hoje, fizemos uma
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unificação de culto, liturgia e administração. Somos uma única Igreja
reunindo-se em 26 prédios.
Fora da parte urbana de Santarém, nos ribeirinhos, nos planaltos e nas
selvas amazônicas, tem havido outra explosão tremenda. A Missão Paz tem
mais de setenta barcos a serviço do Reino de Deus. Alguns têm casco de
ferro aluminizado, alguns são pequenos, outros de tamanho médio onde
moram famílias missionárias que vão fundando e supervisionando Igrejas.
Outros são barcos grandes, clínicas, onde levamos equipes de médicos e
dentistas para fazer trabalhos sanitários nos ribeirinhos. Temos um trabalho
social muito forte.
Só na regional de Santarém, debaixo de nossa supervisão apostólica,
existem mais de 300 congregações das Igrejas da Paz. E todas essas
congregações, mesmo lá nas regiões ribeirinhas, com o povo analfabeto,
estão praticando o discipulado um a um, baseado em células, falando a
mesma linguagem. É muito lindo o que Deus tem feito, pela Sua rica e
eterna misericórdia.
Além de nós, existem outras boas Igrejas do Senhor Jesus na cidade de
Santarém, tanto na sede como nos interiores. Muitas estão crescendo e
ganhando muita gente para Jesus. Várias andam afinadas conosco na visão
do MDA, praticando células nos lares e discipulado pessoal um a um. E
uma coisa da qual eu estou convencido é que se houver um verdadeiro
avivamento, não é só uma congregação ou um grupo de congregações que
vai crescer; mas todo o povo de Deus que é sincero vai crescer junto.
Assim, temos visto muitos e muitos outros na cidade crescendo. Alguns
estão seguindo o mesmo modelo, e têm pedido, também, cobertura. Então,
além das 24 congregações das Igrejas da Paz, existem muitas congregações
de tantos tipos de denominações diferentes que têm pedido cobertura, desde
que autorizados pela sua liderança denominacional. Muitas vezes, a própria
liderança denominacional, de outros Estados, vem para ver por que as
congregações deles, agora, estão crescendo também. É muito linda esta
unidade, este amor, este carinho que há - e está crescendo - entre as
congregações de Santarém, para glória de Jesus!
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Capítulo Três
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O Fator Barnabé
A VIDA É MAIS IMPORTANTE QUE OS MÉTODOS Por que falamos
de estrutura, células, MDA no capítulo anterior? É para encorajar a sua fé,
pois se Deus, na sua misericórdia, pôde fazer tudo isto através de nós que –
se não fosse por Jesus – somos os mais fracos de todos, imagina o que Ele
poderá fazer através de você ou qualquer outro irmão em Cristo! Porém,
uma das coisas que eu gostaria de ressaltar é que o segredo de alcançar as
pessoas e ganhar vidas para Jesus, não é através de métodos ou estruturas,
mas sim através da vida de Deus dentro de cada cristão.
Como entra o evangelismo no meio disso tudo? Bem, não somos contra
nenhum método ou estratégia evangelística, se não ferir os princípios
bíblicos. Dentro dos princípios bíblicos, dos princípios de integridade da
Palavra de Deus, todo método é bem-vindo. Sem esquecer, ainda, que não é
só ganhar, mas é preciso cuidar depois.
Usamos tantos métodos e estratégias diferentes. Mas, desde o início do
nosso trabalho em Santarém, Deus nos mostrou que o segredo não seria um
método de evangelismo. Não seria uma estratégia de evangelismo.
Sabíamos que o segredo de alcançar as pessoas e ganhar vidas para Jesus,
como dito acima, seria através da vida de Deus dentro de cada cristão. Que
os seguidores de Jesus, os discípulos de Jesus, fossem tão cheios de Cristo,
tão cheios da presença do Espírito Santo, pois é isto o que atrai pessoas a
Jesus. Quando o cristão é tão cheio de Jesus, você nem precisa falar que ele
deve pregar no seu trabalho ou na sua escola. Ele não para de falar de Jesus.
Ele fala toda hora, empolgado, de forma “sobrenaturalmente natural”, igual
o livro de Atos. Eles estão tão cheios de uma vida vitoriosa e transformada
por Deus que, automaticamente, vão arrastando as outras pessoas para as
células, para os cultos na congregação, para conhecer Jesus.
Certo irmão, que era recém-convertido e tão cheio de Jesus, começou a
falar de Jesus no seu trabalho e encontrou alguns colegas cristãos que não
eram “embaixadores”, mas sim “agentes secretos do reino”. Você sabe que
Deus não quer agentes secretos? Mas existem alguns “007 evangélicos” por
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aí, e nosso amado irmão estava falando de Jesus para uns dois ou três
colegas que se enquadravam nesta categoria. Então, o novo convertido
falou assim: “Querido, eu estava aqui sofrendo, por tantos anos,
trabalhando ao seu lado, com a vida despedaçada, precisando tão
desesperadamente de Jesus. Se você tivesse falado de Jesus para mim eu
poderia ter mudado anos atrás. Por que você não me falou nada de
Jesus?”
Eu quero estar mais cheio de Jesus. Preciso estar mais cheio de Jesus.
Quero chegar ao ponto em que chegou Charles Finney, que ao entrar em
algum local, sem falar palavra alguma, deixava nas pessoas uma sensação
da presença de Deus. Lembro que certa vez eu estava em Goiânia, num
restaurante muito chique, e um garçom ficava olhando para mim. Ele,
então, perguntou-me o que havia de tão diferente em mim, ao que respondi
falando-lhe de Jesus. Outra vez entrei num escritório e a pessoa que estava
na recepção olhou para mim e começou a chorar, pois a presença de Deus
estava muito forte em minha vida. Mas isso tem acontecido tão poucas
vezes! Eu estou crendo que vai acontecer sempre na minha vida, e na sua
também, em nome de Jesus! Nós vamos entrar em um avião, entrar em todo
lugar e as pessoas vão sentir a presença manifesta do Espírito Santo.
QUAL É A DROGA MAIS FORTE?
Outra situação semelhante aconteceu em Boston, quando realizava aquele
curso de música, que mencionei antes. Eu ainda não era pastor e nem tinha
cara de pastor. Na época, meu cabelo era um pouco comprido e estava no
ônibus, voltando para casa depois de ter realizado meu exercício físico
costumeiro. Não tinha cara de crente e nem roupa de crente, mas apenas
calção, camiseta e tênis. Lembro que eu estava cheio de Jesus. Notei, então,
que outro passageiro, um rapaz de cabelos compridos, olhava para mim.
Achei estranho aquele comportamento do rapaz, mas disfarcei. Mas ele
começou a chegar mais perto de mim, o que é muito estranho, pois o
americano gosta da distância, a não ser que seja muito íntimo. Ele chegou
mais perto ainda e falou assim: “Hei, cara. O que é que você tem aí?”.
Pensei que era um assalto, mas logo percebi que não era esta a sua intenção,
pois todos podiam ver que eu não levava nada além da roupa esportiva.
Então ele acrescentou: “Cara, eu quero saber que tipo de droga você está
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tomando, que te faz ser tão cheio de alegria. Eu preciso dessa alegria,
bicho. Eu preciso dessa alegria. Por favor, me diga que tipo de droga você
está tomando. Me dê, logo, um pouco dessa droga, cara”.
Primeiramente, pensei em apenas responder que não estava usando droga
nenhuma. Mas vi que aquela era uma oportunidade de falar de Cristo.
Então, naquele momento eu me tornei um “santo traficante” e falei para ele,
num mesmo tom baixo e solene que ele estava usando: “Você quer mesmo
saber o que eu tenho, cara?” e passei a falar de Cristo para aquele homem.
Estou convencido que se o cristão estiver sadio, ele vai atrair pessoas para
Jesus. Por muitos anos temos usado uma frase: “ovelha sadia sempre dá
cria”. E é verdade. Se a ovelha for sadia, ela sempre vai dar cria. Se ela está
cheia de Jesus, cheia de fé, cheia de vitória, andando numa vida vitoriosa,
ela vai atrair pessoas para Jesus. Não é preciso que alguém lhe diga que ela
deve falar de Jesus aos outros. Ela está tão apaixonada por Jesus, que
começa a amar aqueles a quem Ele ama: as almas perdidas. Sua cabeça está
bem encostada no peito dele, como a do apóstolo João, podendo ouvir as
batidas do coração de Jesus. E as batidas do coração dele dizem assim:
“vidas, vidas, almas perdidas, vidas, vidas”. Costumamos dizer, também,
que “o vertical gera o horizontal”. Quanto mais íntima a pessoa for de
Jesus, mais ela estará apaixonada pelas almas perdidas. Ela vai falar de
Jesus onde estiver, com coragem e ousadia.
REAGINDO COM SABEDORIA A UM BULLYING RELIGIOSO
Quando minha esposa estava concluindo o segundo grau - ainda não éramos
casados naquele momento - havia um colega que brincava com ela por ser
cristã. Ele costumava cumprimentá-la em frente a todos os colegas, com
tom de deboche: “Paz do Senhor, irmã!”. Incomodada com tal situação, ela
me perguntou o que fazer. Respondi-lhe que não havia motivos para que ela
sentisse vergonha. Pelo contrário, aquele rapaz, que não tinha Jesus, é que
deveria se envergonhar de sua situação.
Alguns dias depois a minha noiva (hoje esposa) estava na biblioteca, um
local muito silencioso, quando o rapaz novamente a cumprimentou daquela
forma, para que todos ouvissem. Mas, desta vez, ela estava preparada e
respondeu em voz alta: “Paz do Senhor, meu irmão! Eu não sabia que você
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também já tinha recebido Jesus como Senhor da sua vida. Que coisa
maravilhosa! Você também é seguidor de Jesus!”. Isto é estar cheio de Jesus
e fazer um evangelismo agressivo, que não tem vergonha, porque Ele é o
caminho, a verdade e a vida, e ninguém vai ao Pai senão por Ele. Falamos
abertamente de Jesus a todo mundo, com alegria e coragem.
No Brasil temos visto muitas Igrejas cujos membros, apesar de alguns
problemas, receberam a plenitude do Espírito Santo e pregam a Palavra na
unção do Espírito, tendo como resultado uma impressionante atração de
pessoas para Jesus. São multidões se convertendo a Cristo em todo tipo de
Igreja e denominação, atraídas para o Senhor porque as pessoas estão cheias
do Espírito Santo e pregam a Palavra de Deus.
PARA ONDE VÃOS OS PEIXES PESCADOS? Costumo dizer que no
Brasil há uma nuvem de glória e não está tão difícil ganhar vidas para Jesus.
Mas, e depois, para onde vão todas essas pessoas? Se não estou equivocado,
a estatística é de 30 a 40 milhões de desviados, no Brasil. Em outras
palavras, são mais pessoas fora da comunhão, não congregando, do que as
que já fizeram decisão e permanecem congregando. As Igrejas têm se
tornado verdadeiras rodoviárias, onde a pessoa entra e sai. A porta dos
fundos, muitas vezes, é maior do que a porta da frente. Mas Deus não quer
isso.
Anos atrás nós falamos que iríamos fechar essa porta dos fundos, colocar
cadeados e soldá-la para que ninguém pudesse sair por ela. Deus nos falou
naquela época que, quem é fiel no pouco Ele o fará fiel sobre o muito. Se
não fôssemos fiéis cuidando daqueles que já tínhamos em nossas mãos,
como poderia o Senhor nos confiar outros tantos? Dispusemonos a cuidar
bem de todos os discípulos e, na medida em que começamos a fazer isso,
Deus foi entregando multidões para serem, igualmente, bem cuidadas.
Observe que nem sempre a quantidade é prova de que há qualidade. É
possível ter muitos números só com oba-oba. Porém, sempre que há
qualidade, haverá muitos números. Tenho visto, com tristeza, que até em
algumas Igrejas que afirmam estar priorizando a qualidade, e não a
quantidade, não se vê pessoas sendo bem cuidadas. Mesmo ali há pessoas
saindo pela porta dos fundos, o que deixa alguma dúvida sobre a real
condição dessas congregações. Se verdadeiramente houver qualidade, mais
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cedo ou mais tarde vai ter quantidade, porque a autêntica qualidade gera
quantidade. Como dissemos acima, ovelha sadia sempre dá cria. Se não
houver quantidade é uma prova segura de que está faltando qualidade.
Em se tratando desse cuidado de pessoas, existem muitos métodos. Nós
mesmos temos uma estratégia muito séria. Em menos de 24 horas após sua
decisão, começa o cuidado do novo convertido; em 72 horas a primeira
visita, e a partir deste ponto percorre-se um trilho sério, muito cuidadoso,
para envolver esse novo membro da família. No decorrer da primeira
semana, ele já está na célula e já começa a ser discipulado, envolvido no
relacionamento um a um; já está vindo para a reunião; já está sendo
preparado para o final de semana que chamamos O Encontro com Deus, nos
moldes da visão do MDA. Dentro de poucas semanas ele já está
participando do TADEL - Treinamento Avançado de Líderes. É um cuidado
muito intenso.
Mesmo assim, começamos a perceber algo importante. Com toda esta
estratégia, que é muito séria, muito detalhada, muito organizada,
começamos a ver que era preciso haver princípios de vida. Muitas vezes,
aquela pessoa se afastava da congregação por não ter amizades fortes dentro
da congregação. Quantas vezes eu já vi isso acontecer! Há congregações em
que a pessoa entrega a vida a Jesus, às vezes chorando, com sincero
coração, indo às reuniões por alguns domingos. Mas, aos poucos, começa a
notar que as outras pessoas estão muito íntimas, umas com as outras,
conversando, fazendo planos, e ela, muitas vezes, se sentindo como um
peixe fora d’gua. Os irmãos falam com ela, mas de uma forma mais casual,
e por ela não ter amizades profundas, por não ter vínculos profundos, se
torna mais susceptível às mentiras do diabo.
Então, um dia, de repente, num momento de muita pressão, sai um palavrão
em casa, ou talvez no trabalho. A acusação é imediata. O diabo vem e fala
que ela não nasceu de novo, pois se o tivesse não iria falar palavrão. E logo
vem aquela sugestão maligna: “É melhor você desistir, você não dá conta,
mesmo”. Essa pessoa se tornou, agora, candidata às mentiras do diabo, por
falta de vínculo e amizades profundas. Ela deixa de congregar e ninguém
vai atrás. Ninguém vai trabalhar com ela. É nesse momento que o diabo
aproveita para colocar outras mentiras: “Está vendo como eles não são seus
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amigos de verdade? Dizem que são sua família espiritual e que o amam.
Mas não é nada disso. E tem mais, você não dá conta de ser crente mesmo.
É melhor você parar com essa ideia”. Infelizmente, isso tem acontecido
vez após vez, até nas melhores congregações. Como podemos estancar essa
hemorragia infernal, de tirar pessoas que tomaram a decisão? Elas não
foram lá à frente de brincadeira, repetir uma oração em que recebem a Jesus
como Senhor de suas vidas. Mesmo que não tiveram, ainda, a revelação
completa do novo nascimento, elas tomaram um passo na direção certa. Por
que não continuam fiéis? O que fazer?
O EXEMPLO DE BARNABÉ
Quando começamos a nos preocupar com isto e clamar pela ajuda de Deus,
Ele nos ensinou vários princípios muito preciosos. Então falei para o
Senhor: “Deus, que princípios fantásticos! Mas eu preciso de uma base
bíblica e, também, um exemplo bíblico para poder compartilhar isto com
mais ímpeto, para o nosso povo, aqui em Santarém”. Então, Deus me levou
a estudar a vida de Barnabé e começamos a ver coisas preciosas. A partir
daí, desenvolvemos uma estratégia que chamamos de “Fator Barnabé”, que
tem como objetivo integrar a pessoa na vida da Igreja. Integrar é mais
profundo que entrosar. Integrar é fazer com que a pessoa se sinta como um
peixe dentro d’água.
Eu vou falar uma coisa que pode parecer heresia, mas, por favor, não me
julgue, nem me condene, antes de eu explicar bem. Depois acho que você
vai concordar comigo. Eu sei que parece radical, mas eu acredito que, se a
congregação local prega a Palavra de Deus na unção do Espírito Santo, é
mais importante integrar a pessoa na vida da Igreja, do que levá-la a fazer
uma decisão num apelo público. Preste bem a atenção. Eu gosto muito de
apelos, de chamar as pessoas a fazer decisão pelo Senhor. Nós temos, em
todas as reuniões de domingo, muitas pessoas entregando a vida para Jesus.
Mas aquelas pessoas que estão lá na frente, repetindo uma oração, às vezes
não tiveram ainda a revelação necessária para o novo nascimento acontecer.
Às vezes, foi só um passo na direção correta. Não tiveram, ainda, revelação
de Jesus como Senhor. Mas estão dando o passo na direção certa. Depois,
com o acompanhamento, a revelação virá. Todavia, se a Igreja não
conseguir integrar aquelas pessoas na vida da congregação, o que vai
acontecer? Muitas daquelas pessoas que estão chorando ali na frente,
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entregando a vida para Jesus, voltam mais uma ou duas vezes, sentem-se
como um peixe fora d’água, e tornam-se susceptíveis às mentiras do diabo.
Muitas vezes, nunca mais vamos vê-las. Esta é a triste realidade.
Se, todavia, a congregação souber integrar a pessoa, da mesma forma como
ela tem que levar a pessoa a fazer uma decisão, e se cuidar bem dela,
integrando-a na vida da Igreja, o que acontece? Mesmo que a pessoa ainda
não tenha tomado a decisão, ela começa a amar aquele povo, começa a
sentir que tem amizades profundas e adquire uma certeza: “Dessa Igreja na
casa, dessa célula, eu não saio mais; eu tenho amigos profundos, aqui; eu
tenho amigos na congregação; eu também vou para o culto de celebração
no domingo; eu vou participar e daqui não saio mais”. Se ela foi integrada,
mais cedo ou mais tarde vai fazer uma decisão, porque ela está se expondo
à influência da Palavra e do Espírito. Ela vai nascer de novo. Só que,
quando ela nascer de novo, não sai mais, porque está integrada na vida da
Igreja. Por isso eu volto a afirmar: É importante levar a pessoa a fazer a
decisão? É muito importante! Eu acredito muito no apelo público. Mas, é
ainda mais importante integrá-la à vida da Igreja, onde será bem cuidada.
Devemos ter todo um trabalho sério para levá-la a fazer a decisão, e um
trabalho ainda mais sério e concentração de fé para integrar a pessoa.
Temos visto que as Igrejas em geral, por onde eu viajo, têm o costume de
fazer um apelo após a pregação no domingo. Alguém entrega a vida para
Jesus, Aleluia! Mas depois, todo mundo descansa. Ora, foi feito um
trabalho para levar a pessoa a tomar uma decisão pelo Senhor, mas não
existe a mesma concentração de fé e preocupação de integrar aquela pessoa
no momento seguinte. Se é mais importante integrá-la à vida da Igreja do
que levá-la a fazer uma decisão, o que ajuda alguém a se integrar à vida da
Igreja? Nós temos aprendido que o principal segredo para integrar alguém à
vida da Igreja local é que ela tenha uma amizade profunda com uma ou
mais pessoas na congregação. Mas, esse desejo sincero de cultivar a
amizade com as pessoas que ainda não entregaram a vida para Jesus, ou
com os novos convertidos, é algo que tem que ser trabalhado no nosso
povo. É justamente neste ponto que temos o exemplo clássico de um
homem que sabia fazer isso muito bem: Barnabé. Queremos - e precisamos
- crescer ainda muito mais nessa estratégia, que nós chamamos de Fator
Barnabé, e que já tem revolucionado os nossos grupos pequenos, a Igreja
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nas casas, porque é um princípio bíblico, o qual vemos exemplificado na
vida de Barnabé.
A primeira vez que este irmão é mencionado na Bíblia é em Atos 4.36 e 37:
José, a quem os apóstolos deram o sobrenome de Barnabé, que quer dizer
filho de exortação, levita, natural de Chipre, como tivesse um campo,
vendendo-o, trouxe o preço e o depositou aos pés dos apóstolos.
E a primeira coisa que vemos sobre este homem é que seu nome realmente
não era Barnabé. O nome dele era José. Barnabé foi um apelido que ele
recebeu dos apóstolos. Aliás, você sabia que não é errado dar apelido, se for
um apelido positivo? Por exemplo, é errado dar apelido negativo, tal como
“barrigudo”, “careca”, “narigudo”. Apelido negativo não é bom, não é
bíblico. Mas, apelido positivo é bom e até Jesus tinha o costume de dar
apelido positivo, como no caso de Simão, que ele chamou de Pedro. Os
apóstolos também pegaram essa santa mania de dar apelidos positivos. E,
no caso deste amado irmão de quem estamos falando, não foi por uma razão
qualquer. Assim como hoje em dia, naquela época já era muito comum o
nome de José. Havia muitos Josés. Mas por que deram esse apelido? Vamos
estudar este nome, Barnabé.
A etimologia do nome “Barnabé”, no original, é baseada em duas palavras:
Bar + Nabe. Bar quer dizer “filho”. Agora, antes de irmos para a segunda
palavra, vamos estudar um pouco a primeira. Encontramos muitos nomes,
na Bíblia, com bar + alguma coisa. Por exemplo, “Bartimeu”: filho de
Timeu. “Barjonas”: filho de Jonas. Existe ainda Barjesus, Bartolomeu e o
conhecido Barrabás. Interessante que nem todo mundo é pai, mas todo
mundo é filho de algum pai. E se você for ver essa palavra Barrabás, no
original, irá constatar que são duas palavras no plural. Ou seja, Bares Abas.
Bem, Bar é filho. O que é Aba? Paizinho, ou pai. Então, Bar + aba seria
“filho do pai”, mas como no original os dois estão no plural, Barrabás seria
“filhos dos pais”. É tremenda a figura aqui, pois Jesus morreu no lugar de
Barrabás, ou seja, no lugar de todos os filhos de todos os pais.
E Nabé, o que quer dizer? A palavra, no original grego é “paraclisis”. Vem
da mesma raiz de “paracletos”, que é o nome dado para o Espírito Santo, o
Consolador. A Bíblia anotada, tal como é traduzido este termo na versão
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NVI, indica que Barnabé é chamado de um consolador ou de um
encorajador: filho do “encorajador”, no sentido daquele que vem ao lado
para encorajar, para ajudar, para animar, para consolar. Então, “paracletos”
dá esse tipo de retrato, e “paraclisis” também. É aquele que fica ao lado,
para encorajar.
Eu creio que quando os discípulos conheceram Barnabé, viram nele as
características do “Consolador”, conforme a descrição que Jesus havia
dado. Ora, os discípulos andaram com Jesus mais do que três anos e meio,
comendo, dormindo, brincando, rindo, chorando, conversando, tendo
comunhão, nutrindo uma amizade tão preciosa. Um dia, então, Jesus olha
para eles e afirma que iria embora, e o lugar para onde Ele iria, por
enquanto os seus discípulos não poderiam ir. Eles ficaram muito tristes. Por
quê? Por causa da amizade tão íntima que tinham com Jesus. E quando
Jesus viu que eles ficaram tristes, falou: “Não! Não fiquem tristes. É melhor
para vocês que Eu vá, porque se Eu não for, Ele não vai poder vir. E Ele vai
ser melhor para vocês do que Eu. Ele vai poder ficar com cada um
simultaneamente, 24 horas por dia. Eu só posso ficar com um, e depois com
outro, mas Ele vai poder ficar com cada um. Ele vai ser melhor para vocês
do que Eu”. Os discípulos devem ter pensado: “Isso é impossível. Um
amigo melhor do que Jesus? Como é isso?”. Mas Jesus repetiu: “É melhor
para vocês que Eu vá para que Ele possa vir”. E quem era “Ele”? Jesus
estava se referindo ao paracletos, o consolador, o encorajador: “Ele virá e
vai ajudar vocês a lembrarem de tudo que Eu ensinei. Ele vai ser seu
melhor amigo, o mais íntimo. Ele vai lhes encorajar”.
Os discípulos, então, não estavam esperando uma experiência (ser cheio do
Espírito Santo e falar em línguas), mas na expectativa de receber um amigo
precioso, íntimo, que ia poder supri-los em todas as áreas, assim como o
melhor amigo que haviam conhecido até então, que era Jesus. Essa era a
expectativa da pessoa do Espírito Santo que tinham os discípulos. Por isso,
quando Ele veio para cumprir a palavra de Jesus, eles continuaram andando
em comunhão e intimidade no Espírito, como faziam antes, com Jesus.
Um dia aparece um irmão, chamado José, que tinha um cuidado especial
com todo novo convertido, ou alguém que ainda nem havia entregado a
vida para Jesus. É possível que eles tenham conversado entre si como
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estavam impressionados com o comportamento daquele irmão. Posso
imaginar Pedro falando com João: “Você já notou? Se colocamos um novo
convertido na mão dele, aquele novo convertido é logo integrado, logo está
em uma Igreja no lar; logo está sendo discipulado; e logo, também, está
sendo discipulador de outros mais novos do que ele. Esse José é tremendo!
Ele nos faz lembrar daquele... do paracletos. Vamos dar um apelido para
Ele? Ele é filho, então, do paracletos. Filho do paraclisis”.
Você pode imaginar um apelido mais bonito do que esse? Filho do Espírito
Santo. Filho do encorajador. Quantos gostariam de, no mundo espiritual,
receber esse apelido? Querido, eu digo isso com todo o meu coração; com
toda sinceridade e fé. Eu creio que se seu coração estiver aberto, hoje, no
mundo espiritual, você também vai receber esse nome. Você vai receber
uma nova unção, a unção de Barnabé; a unção do filho do Espírito Santo,
em nome de Jesus.
Na realidade, você pode ver alguns segredos já embutidos nesse texto. Por
exemplo, a primeira coisa dita sobre ele é que era levita. Precisamos ser,
acima de tudo, adoradores. Se você quer ser um verdadeiro Barnabé,
primeiro tem que ser íntimo com Deus. É o vertical que gera o horizontal.
Em segundo lugar, ele era natural de Chipre, e vendeu um campo. Devido à
menção expressa de sua origem justamente neste ponto, os estudiosos da
Bíblia creem que o campo vendido era em sua terra natal. Este fato é muito
significativo, pois em Chipre a terra era - e ainda é até hoje - muito cara.
Esta ilha do Mediterrâneo é muito valorizada por duas razões. Uma, porque
a terra é muito fértil e tudo que se planta, cresce. Mas, também, é uma terra
cheia de pedras preciosas e minerais, o que a torna caríssima. Tudo indica
que Barnabé tinha uma terra muito valiosa e ele, no meio do avivamento,
mas vendo a necessidade dos demais, falou: “Sabe de uma coisa, eu vou
abrir mão”. Talvez até sonhasse um dia construir a casa dos seus sonhos lá
naquela ilha. E não estaria errado se construísse tal casa. Mas, Barnabé foi
muito liberal e abnegado para servir a seus irmãos.
Da mesma forma que ele, temos que ser abnegados e, muitas vezes, abrir
mão daquilo que parece ser nosso direito: nosso tempo de folga, nossos
bens materiais, etc. Quantas e quantas vezes você está preparando o
chimarrão ou o churrasco, ou está esperando o jogo da seleção brasileira e
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diz: “Eu não gosto de muito barulho e vou assistir aqui, fazendo meu
churrasquinho, com minha família”. Não há nada de errado nisso, mas, de
repente, o Espírito Santo lembra-lhe de algum irmão. Talvez seja aquele que
tomou uma decisão duas semanas atrás. Você não tem visto ele,
ultimamente. Você poderia convidá-lo para comer o churrasco com você e o
Espírito fala que acolher aquele irmão é mais importante do que o resto.
Mas você diz: “Não quero me preocupar com esse irmão; quero assistir ao
jogo”.
Para sermos como Barnabé, nós temos que ser abnegados. Eu sempre digo
para mim mesmo: “Abe, para você receber o nome de Barnabé, precisa
receber outro nome junto com o seu nome: ‘negado’. Você tem que ser
ABEnegado”. Jesus disse que, para sermos seus discípulos, é
imprescindível negarmos a nós mesmos. E essa é uma decisão constante, no
sentido de estarmos sempre prontos para abrir mão dos nossos bens, do
nosso tempo, etc. Às vezes, precisamos abrir mão do tempo de folga para ir
atrás daquela pessoa que está chorando, necessitada. No Brasil, existem 30
a 40 milhões dessas pessoas que, neste momento, estão fora das
congregações, sofrendo, esperando por um Barnabé.
Muitos dos pastores mais firmes, que temos ligados a nós, eram pessoas
totalmente machucadas, abandonadas. Eram pessoas que estavam sofrendo,
precisando desse tipo de amor, desse tipo de carinho, e receberam, para a
glória de Jesus. Hoje são pessoas muito usadas por Deus. Eu lembro quando
a realidade dessas verdades começou a penetrar em nossa consciência,
porque eu comecei a compreender que, para gerar uma amizade profunda
com alguém, eu teria que tirar muito tempo com ele. Por exemplo, digamos
que uma festa de aniversário ou de casamento começa às vezes oito ou nove
horas e vai até uma da madrugada. Muitas coisas acontecem naquela festa.
Se essa festa é de um discípulo de Jesus, um “crente”, os parentes, vizinhos
e amigos que não são seguidores de Jesus normalmente sentam-se às mesas
mais ao lado, um pouco intimidados no meio daquela “crentalhada”. O que
nós fazemos, então, especialmente nós, os pastores, os obreiros? Chegamos
lá, colocamos uma cadeira por perto e apenas batemos um papo: “Seja bem-
vindo em nosso meio”. Eu fazia isso sempre, ficando com os convidados
por uns 5, 10, às vezes até 15 minutos. Depois pensava comigo mesmo que
já tinha feito a minha parte e voltava para a mesa onde estavam os outros
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irmãos. Às vezes outro irmão, também preocupado em entrosar os
visitantes, ia lá e batia um papinho com eles. Mas, você sabe que uma
amizade profunda jamais é gerada em uma conversa de cinco, dez, ou até
vinte minutos. Notei que os irmãos que estavam tendo sucesso em ser
“Barnabés” eram aqueles que sentavam com os incrédulos e ficavam a festa
toda, só conversando. Dei-me conta de como eu estava errado por não estar
fazendo o mesmo, e precisava mudar.
O FATOR BARNABÉ E O DR. PAULO Decidi pôr em prática minha
nova disposição com o esposo de uma irmã. Pensei que se funcionasse com
ele, funcionaria com qualquer um. Ele se chama Paulo e é um dos mais
respeitados odontólogos em Santarém. Muito bom dentista. Sua esposa,
como já disse, é uma discípula muito dedicada na Igreja. Mas, o Dr. Paulo
nunca tinha visitado as reuniões ou qualquer atividade da congregação. Só
ia às festas de aniversário, casamento, etc. E não era por falta de convites
que ele não ia às nossas reuniões. Ele era católico, convicto, e simplesmente
não queria ir. Lembrei-me dos segredos que tinha aprendido e que iria pôr
em prática com o Dr. Paulo.
• Primeiro segredo: é mais importante integrar alguém
à Igreja local do que levá-lo a fazer uma decisão.
• Segundo segredo: para integrar alguém à vida da
Igreja local é preciso cultivar uma amizade profunda.
• Terceiro segredo: essas amizades profundas são
melhor cultivadas em eventos sociais, como um
aniversário, casamento, etc, em que a célula vai participar,
ou um evento mais informal, como um churrasco em que
eu convido um casal de novos convertidos, ou um casal
de não convertidos, para vir à minha casa.
• Quarto segredo: nesses eventos é necessário tirar muito
tempo com a pessoa, para cultivar amizade profunda.
Eu tenho um irmão cinco anos mais velho do que eu, que é missionário e
fundador de Igreja lá no Japão, o qual estava casando com uma senhora
muito cheia do Espírito Santo, que congregava lá em Santarém. Como ele
estava no Japão e viria apenas para o casamento em Santarém, voltando
logo depois com sua esposa, nós mesmos estávamos preparando a festa.
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Algumas tias nossas, dos Estados Unidos, tinham vindo para o casamento,
além de muitos amigos, pastores, etc. A alegria era muito grande, pois meu
irmão solteirão finalmente iria se casar, o que nos levou a fazer uma festa de
despedida de solteiro na casa de um dos irmãos da Igreja, que tem um pátio
muito lindo e próprio para esse tipo de evento. Eu pensei que o Dr. Paulo e
sua esposa estariam lá, e aquela seria minha oportunidade de colocar meu
plano em prática. Já sabia que precisava de abnegação, porque meu desejo
era estar com meus parentes e amigos, mas isso não poderia acontecer se
quisesse praticar o “Fator Barnabé”.
O Dr. Paulo e sua esposa chegaram, eu os cumprimentei e, como sempre,
eles foram se sentar mais para a beira da multidão, mais para perto da
piscina. Depois de cumprimentar todo mundo, peguei uma cadeira,
coloquei-a ao lado do Dr. Paulo e comecei a conversar com ele. Ele talvez
pensou que depois de uns 10 minutos, como sempre, eu lhe “deixaria em
paz”. Só que dessa vez foi diferente. Fiquei batendo papo com ele e fazendo
perguntas. Um dos segredos é ouvir muito (afinal, ele é mineiro, como eu
também).
Depois de muito tempo fazendo perguntas sobre os filhos dele, sobre sua
família, fomos pegar comida, cantar para o meu irmão, voltamos a
conversar, pegar sobremesa, etc. Passou meia hora, passou uma hora e ele
falando e abrindo o coração. Falou sobre os filhos, sobre os parentes. E eu
fiz mais perguntas, agora sobre odontologia. Na verdade, naquele dia
aprendi muito sobre dentes. E ele me explicou tudo. Foi muito gostoso.
Passaram-se duas horas, três horas, três horas e meia. Eu comecei a sentir
que era um amigo dele, de verdade, e que ele era meu amigo. Comecei a
sentir a dinâmica de ser um Barnabé para aquele homem. Foi tão gostoso.
Ele foi para casa, eu também, e pensei: poderá levar muito mais tempo e
tantas festas ainda, mas sei que estou no caminho certo, porque sinto que fiz
uma amizade de verdade com esse homem. Ele é meu amigo e eu sou
amigo dele. Apesar dos vários anos em que eu já conhecia o Dr. Paulo,
nunca tinha me esforçado para me tornar seu amigo. Mas agora isso iria
mudar.
Nos dias seguintes haveria um jantar programado pela Adhonep e
decidimos, eu e minha esposa, que convidaríamos um determinado casal.
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Depois fiquei sabendo que Dr. Paulo também iria para o jantar. Pensei que,
se eu soubesse disso antes, teria sentado com ele à mesa. Então liguei para
minha irmã, Rebeca, casada com o pastor Paulo, para ver se eles poderiam
ir ao jantar e cuidar do Dr. Paulo. Embora não estivessem com planos de ir
ao evento, aceitaram ir por causa deste propósito específico. Chegando ao
jantar, quando estendi minha mão ao Dr. Paulo para cumprimentá-lo, ele me
olhou com tanto carinho nos olhos e falou algo que, até alguns dias antes,
seria impossível imaginar: “Como vai, meu pastor?” Quando ele falou “meu
pastor” eu fiquei exultante por ver que já estava funcionando. Mais uma vez
ficamos conversando várias horas, só que dessa vez, além das perguntas
sobre a vida de cada um, entraram algumas perguntas sobre a Bíblia, por
iniciativa dele, o que me deixou um pouco espantado. Já na primeira vez
estava funcionando tão bem! Ele, realmente, começou a se sentir como
peixe dentro d’água. Começou a sentir que eu era o pastor dele e que essa
era sua congregação. Ele começou a participar das reuniões e logo recebeu
a Jesus como Senhor da sua vida. Depois se tornou líder de célula e hoje é
supervisor de várias células. Ele diz que tem um chamado pastoral, o que
me alegra muito. É tão lindo ver o que Deus tem feito na vida dessa família!
SAULO INTEGRADO, AFASTADO E REINTEGRADO Voltando à
história de Barnabé, vemos que em Atos
9.26 Paulo chegou a Jerusalém e procurou juntar-se aos
discípulos. Ora, ninguém imaginava que Saulo iria se tornar
o grande apóstolo Paulo, que escreveu mais da metade dos
livros do Novo Testamento. Era um novo convertido. Só que,
nesse contexto de Jerusalém, Saulo era um novo convertido
que ninguém acreditava que fosse convertido de verdade. O
texto continua dizendo que “todos, porém, o temiam, não
acreditando que ele fosse discípulo”. Possivelmente todos
pensavam que ele era um falso no meio deles. Você já viu que,
às vezes, existe essa tendência diabólica no meio de nossas
congregações? Desde a Igreja Primitiva, até hoje, se percebe
um pouco de desconfiança entre os irmãos. Alguns dizem ter um “dom de
discernimento”; olham a pessoa e veem que a pessoa é falsa. Ora, isso não é
dom de discernimento; é demônio de desconfiança. Às vezes a pessoa teve
um encontro
verdadeiro com Jesus, mas a alma ainda está sendo tratada. O espírito
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nasceu de novo, mas a alma está sendo
tratada. Parece que esperamos que o bebê na fé se torne um
adulto instantaneamente. Muitas vezes, a pessoa que toma a
decisão tem um cheiro forte do cigarro que chega a dar nojo.
Para alguns, é um processo de cura da alma, até que ele vença o
cigarro. Mas, os cristãos (alguns) são tão desconfiados. Então,
o novo convertido está com tanta fome da Palavra, ama tanto a
Jesus, mas não consegue se livrar do cigarro. Põe uma bala de
menta na boca para não dar vontade de fumar durante o culto,
mas algum irmão sente o cheiro. Desconfiado, chega em outro
e diz: “Você acredita que ele nasceu de novo, mesmo? Eu não!
Está fumando ainda, já faz três meses. Eu não acredito que é
novo convertido”. O que acontece? De repente, ele sente uma
rejeição na atmosfera. Sente-se um peixe fora d’água. É um
candidato às mentiras do diabo. É uma questão de tempo. Se
não mudar a situação, ele será mais um desviado na lista. Eu posso estar
enganado, mas como ninguém nasce
de novo adulto, Saulo também era um bebê que precisava de
cuidados para não morrer. Não sou dogmático no que quero
dizer, mas minha posição pessoal é que naquele momento Saulo
se tornou um candidato a se desviar. Porque ele, enquanto
novo convertido, procurou se integrar, mas foi rejeitado.
Ninguém acreditava em Saulo. Se não fosse pelas próximas
duas palavras, no texto de Atos, talvez nós nunca tivéssemos
o grande apóstolo Paulo. Atos 9.27 diz: “Mas Barnabé...”
Ninguém acreditou nele, mas Barnabé... A minha convicção
é que se nós não tivéssemos Barnabé, nós nunca teríamos o
grande apóstolo Paulo. Quantos Saulos estão hoje chorando nas suas casas,
rejeitados em suas congregações, mas poderão
se transformar em grandes apóstolos Paulo.
O que fez Barnabé? Primeira coisa: “Tomando-o
consigo...”. Veja que para conquistar alguém para Jesus,
você, primeiro, tem que conquistá-lo para você. Ele tomou
consigo a Saulo. Eu posso imaginar que Barnabé convidou
Saulo para almoçar em sua casa e, talvez, durante o almoço
pediu a ele que contasse sua experiência de conversão. Saulo
foi contando, e Barnabé ficou admirado. E foi tanto o impacto
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em Barnabé do testemunho de Saulo, que ele resolveu levar o
assunto para os apóstolos.
Olha o que diz a Bíblia: “Mas Barnabé, tomando-o
consigo, levou-o aos apóstolos; e contou-lhes como ele vira
o Senhor no caminho”. O próprio Barnabé foi contando o
testemunho de Saulo para todos os irmãos, entrosando-o e o
integrando. Fazendo ele se sentir bem no meio de todo mundo,
envolvendo-o. O que aconteceu? Diz a Bíblia que Saulo,
após a intervenção de Barnabé (v. 28) “estava com eles em
Jerusalém, entrando e saindo, pregando ousadamente em
nome do Senhor”. Isto nos dá o retrato de alguém integrado,
um peixe dentro d’água.
Barnabé fez uma amizade profunda com Saulo. Agora,
olhe o próximo versículo: “Falava e discutia com os helenistas”.
Você já notou que todo novo convertido é bebê na fé, e todo bebê
dá muito trabalho? Todo bebê chora à noite, suja as fraldas. E,
muitas vezes, nós não gostamos do trabalho que o bebê dá. E
Saulo, por ser um bebê, fez uma coisa que, depois, ele mesmo,
inspirado pelo Espírito Santo, desaconselhou (I Timóteo 1.4,
Tito 3.9). Esse fato chegou aos ouvidos dos irmãos e eles viram
que Saulo estava criando problemas. Às vezes, pensamos que
tudo que a Igreja Primitiva fez foi perfeito; mas neste caso, não
foi assim.
Posso estar enganado, mas penso que Barnabé estava
viajando naquele momento, porque os apóstolos, ao invés de
trazerem um ensino para Saulo, orientando-o a se humilhar
diante dos Helenistas e tentar conquistá-los com amor, e
não com discussões, tomaram uma decisão – a meu ver –
equivocada. Talvez eles pensaram que Saulo não apenas
estava dando trabalho, mas também que ele poderia acabar
com a Igreja em Jerusalém. “De onde ele é, mesmo? Saulo, de
Tarso. Vamos fazer uma vaquinha e comprar uma passagem
para ele”.
Cesareia era o porto onde ele iria pegar o navio para
Tarso. Posso imaginar algum dos apóstolos dizendo: “Saulo,
temos uma boa notícia para você. Você sabe que os Helenistas
estão com raiva de você, então fizemos uma vaquinha e
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compramos uma passagem para você; mas é só de ida”.
Se você for estudar a Bíblia, vai ver que nesse momento,
provavelmente, a Igreja ainda não havia chegado a Tarso. Ela
ainda estava se espalhando; estava na Judeia, começando a
passar as fronteiras de Samaria. Nem mesmo em Antioquia
o Evangelho tinha chegado, ainda. Muito menos em Tarso.
Tarso não tinha Igreja, não tinha congregação. Será que
é uma boa coisa enviar um novo convertido de volta para a
sua parentela, para os amigos antigos, a um local onde não
há uma congregação, sem nenhum discipulador, sem nenhum
cuidado? Claro que não! Que crime!
Quantos irmãos, ao ganhar alguém para Jesus, agem
assim: “Agora eu já fiz a minha parte”. Você já viu esse tipo
de atitude? Imagine uma mãe que, depois de dar à luz e passar
alguns dias no hospital com o seu bebê, recebe alta e leva seu
filho para debaixo de uma árvore no parque. Lá coloca uma
jarra de leite ao lado do recém-nascido e diz: “Olha, bebê, eu
fiz a minha parte; sofri enjoos nos primeiros três meses, foi difícil dormir
porque minha barriga era muito grande; sofri as dores de parto e tudo o
mais. E agora, estou até te dando uma jarra de leite para te ajudar (A jarra
de leite é uma Bíblia que dão para o novo convertido). Eu fiz a minha
parte. Daqui para frente você se vira”. Apesar de absurda no exemplo da
mãe, essa mentalidade ainda existe dentro da Igreja, e nem todo mundo se
escandaliza quando vê isso acontecer com um novo convertido. Mas foi o
que aconteceu com Saulo que, mais
uma vez, era candidato a se desviar.
Vamos agora para Atos 11.19 a 21:
“Então, os que foram dispersos por causa da tribulação que sobreveio a
Estêvão se espalharam (somente agora a Igreja começou a se espalhar mais,
fora das fronteiras de Samaria) até à Fenícia, Chipre e Antioquia, não
anunciando a ninguém a palavra, senão somente aos judeus. Alguns deles,
porém, que eram de Chipre e de Cirene e que foram até Antioquia, falavam
também aos gregos, anunciando-lhes o evangelho do Senhor Jesus. A mão
do Senhor estava com eles, e muitos, crendo, se converteram ao Senhor”.
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O que está acontecendo, aqui? A primeira Igreja gentílica; a primeira Igreja
de não judeus sendo fundada. Que maravilha! Continuando, no v. 22: “A
notícia a respeito deles chegou aos ouvidos da Igreja que estava em
Jerusalém; e enviaram Barnabé até Antioquia”. Eu creio que os apóstolos
foram dirigidos pelo Espírito Santo, porque era uma situação muito
delicada. A primeira Igreja de não judeus se formando, e os judeus,
infelizmente, eram muito preconceituosos; até os judeus convertidos. Se
mandassem a pessoa errada para aquela nova Igreja, ela poderia chegar e
querer transformar os gentios em judeus: Vocês têm que cumprir as festas
dos judeus; têm que guardar o sábado; têm que se circuncidar. E, de
repente, tem que se tornar primeiro um judeu, para poder se converter. Não.
Eles tinham que enviar alguém que fosse amoroso e um bom pastor daquele
novo rebanho, e sua decisão, eu creio, foi muito sábia, porque Barnabé,
apesar de ser um judeu, tinha o coração amoroso de pastor.
Olhe no versículo 23 o que aconteceu após sua chegada: “Tendo ele
chegado e, vendo a graça de Deus, alegrouse e exortava a todos a que, com
firmeza de coração, permanecessem no Senhor”. Barnabé sempre sabe ver
a graça de Deus na vida das pessoas. Dizem, alguns historiadores, que a
Igreja de Jerusalém chegou a ter 50 mil membros, ou mais. Logo, Barnabé
vinha de um grande avivamento em Jerusalém. Ele poderia ter tratado com
certo desprezo aquele humilde começo: “Vocês acham que isso aqui é bom?
Não viram nada! Bom é Jerusalém”. Não. Ele viu a graça de Deus.
O discípulo que é como Barnabé sabe ver a graça de Deus na vida das
pessoas. Às vezes é um novo convertido cabeludão, cheio de brincos e
tatuagens. Alguém que não seja um Barnabé vai olhar com desprezo, pois
não sabe ver a graça de Deus naquela vida. E Barnabé soube enxergar a
graça de Deus na vida dos novos convertidos em Antioquia. O que mais diz
a Bíblia? “Tendo ele chegado e, vendo a graça de Deus, alegrou-se...”
Existem pessoas que, às vezes, veem a graça de Deus em um novo
convertido, mas ao invés de se alegrar, ficam com dor de cotovelo: “Isso é
fogo de palha; já sou crente há 30 anos e sei que essa fase vai passar”. É a
síndrome do irmão mais velho. Que horror! Veem a graça de Deus mas, ao
invés de se alegrar, ficam com inveja espiritual. Mas Barnabé não agiu
assim. Barnabé se alegrou e posso até imaginar que tenha dito algo assim:
“Gente, Deus está abençoando tanto vocês. Apesar de eu ser um seguidor
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de Jesus por tantos anos, vejo que tenho muita coisa a aprender com
vocês”. Ele se empolgou, se alegrou em ver a graça de Deus. E a Bíblia
ainda menciona que ele “exortava”. Na realidade, considerando a palavra
nabe, no original, podemos fazer um neologismo e dizer que ele nabeava.
Ele encorajava a todos. Ele usou o que significava seu próprio nome e
nabeava a todos a que, com firmeza de coração, permanecessem no
Senhor.
Eu gosto da expressão utilizada numa tradução da Bíblia em inglês: “Ele
encorajou a todos, para cleave unto the Lord”. Esta expressão em inglês
não tem uma tradução exata para o português, mas quer dizer agarrar,
segurar bem pertinho e não soltar. Barnabé encorajou a todos que se
agarrassem na intimidade com Jesus, que não soltassem o Senhor Jesus e
que permanecessem no Senhor. Por quê? Porque era um homem bom, cheio
do Espírito Santo e de fé. A Bíblia faz questão de falar sobre Barnabé. Está
falando sobre o avivamento de Antioquia e volta a falar das qualidades de
Barnabé, porque era um homem bom, cheio do Espírito Santo e de fé. Qual
foi o resultado: “E muita gente se uniu ao Senhor” (v. 24). O fato é que,
onde há um Barnabé, muita gente vai se unir ao Senhor. Feliz da
congregação que tem pelo menos um Barnabé, pois ali muitos vão se unir
ao Senhor. Feliz da célula, da Igreja na casa que tem pelo menos um
Barnabé, porque ali vai acontecer o mesmo. Melhor ainda quando a célula e
a congregação estão cheias de Barnabés. Aleluia!
Mais uma vez ele estava no meio de um avivamento. Porém, veja o que diz
o próximo versículo (v. 25): “E partiu Barnabé para Tarso à procura de
Saulo”. Eu acho que Barnabé nunca havia se conformado com o fato de que
Saulo estava lá, abandonado, em Tarso. Certamente ele se lembrou da
situação de Saulo e decidiu ir buscá-lo para que pudesse estar no meio dessa
nova congregação. Eu penso que ele não tinha o endereço de Saulo. Mas,
pelo que consta no texto (tendo-o encontrado), percebe-se que ele foi
disposto a procurá-lo em todos os lugares de Tarso. Eu imagino que, depois
daquela viagem longa, ele chegou em Tarso e começou a perguntar: “Vocês
conhecem um homem, um fazedor de tendas, o nome dele é Saulo? Ah, sim,
um solteirão? Sim, um solteirão. Ah, ele mora em tal bairro, tal rua”.
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Ele chega ao local que lhe indicaram e, finalmente, encontra a casa de
Saulo. A Bíblia não diz isso, mas eu imagino que Saulo estava dentro de
seu quarto, chorando diante de Deus, e dizendo: “Deus, eu tenho tanta
certeza que aquela visão foi do Senhor. Que o Senhor me chamou. O
Senhor disse naquela visão, naquele dia, na estrada de Damasco, que o
Senhor tinha planos tão grandes para mim. Mas eu só causo problemas
aonde vou. Sou rejeitado. Será que aquela visão era do Senhor, mesmo?”
Posso até imaginar que ele começou a duvidar um pouco. Mas, de repente,
ele ouve alguém bater à porta. A mãe dele atende e ele ouve uma voz
conhecida, que diz assim: “Esta aqui é a casa de Saulo?” Ela responde que
sim. “Ele está aqui? Posso falar com ele? Diga para ele que é um amigo
dele, o Barnabé”.
Eu posso imaginar que, naquela hora, Saulo enxugou as lágrimas e se
alegrou muito. Aquele homem que o havia acolhido, que tinha sido um
amigo de verdade estava aqui, em Tarso, tão longe de Jerusalém. Então
Saulo sai e abraça a Barnabé que retribui dizendo: “Meu irmão, te amo
tanto. Estava com tanta saudade de você”. Saulo, então, lhe pergunta:
“Barnabé, o que você está fazendo aqui?” E Barnabé responde: “Vou te
falar a verdade. Eu vim aqui só com uma razão. Eu vim aqui atrás de você.
Eu acredito no chamado de Deus na sua vida. Eu acredito naquela visão
que você recebeu de Deus. Você vai ser um grande homem de Deus, Saulo.
Você vai ser muito usado por Deus; mais do que você possa imaginar.”
Depois desse tempo de solidão, Saulo pode ter respondido assim: “Puxa,
Barnabé, obrigado; você sempre acreditou em mim, mas eu não sei, não sei
se vou. Eu não posso voltar para Jerusalém. Eu dou muito problema aonde
eu vou; sou problemático, mesmo”. Barnabé responde: “Eu não estou mais
em Jerusalém, mas em Antioquia. Há um avivamento que começou lá, com
os gentios, e Deus está me usando. Você vai me ajudar lá e vai ser um
grande homem de Deus”. Saulo deve ter respondido: “Quem sou eu? Vou
acabar te dando problema também”. Mas Barnabé estava decidido a levá-lo
para Antioquia: “Não, eu te garanto que não vou deixar ninguém te rejeitar.
Vou trabalhar contigo. Vou te ajudar”. E ele convenceu Saulo a ir com ele.
O versículo 26 nos diz que “por todo um ano, se reuniram (convivendo, um
discipulado precioso, profundo) naquela Igreja e ensinaram numerosa
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multidão. Em Antioquia, foram os discípulos, pela primeira vez, chamados
cristãos”.
Quando os dois foram enviados como apóstolos, houve um choque entre
eles, envolvendo João Marcos (veja Atos 15. 37-39). Depois disso - posso
estar enganado - é possível que Paulo tenha pensado que Barnabé não era
tão útil assim. Mas logo nas primeiras Igrejas que foi fundar, ele se deu
conta que isso não era verdade. Ele, então, deu maior valor ainda a Barnabé.
Sabe por quê? Porque Paulo pregava – era ousado – mas Barnabé é que
vinha atrás, abraçando, amando, cuidando, integrando. E logo Paulo viu a
grande falta que Barnabé fazia. E Paulo entrou em crise para também se
tornar um Barnabé. Anos depois, ele revela essa crise pessoal pela qual
passou, ao escrever a segunda carta aos Coríntios. Ele usa esse nome
“nabé” muitas vezes. Ele fala (II Coríntios 1.3 e seguintes): “O Deus de
todo ‘nabe’, que nos faz, também, ser cheios de ‘nabe’ e nós ‘nabeamos’ a
todos”.
Paulo está dizendo que ele também se tornou um Barnabé. Ele aprendeu
que precisava ser como Barnabé. Sobre aquele incidente que os separou, é
interessante que, mais tarde, o próprio Paulo pediu que lhe enviassem João
Marcos porque ele era útil para o seu ministério (II Timóteo 4.11). Paulo
aprendeu, talvez um pouco depois da hora. Deus queria que ele aprendesse
antes, mas, só depois de sentir a falta de Barnabé, é que ele foi valorizar não
apenas seu companheiro, mas também o próprio discípulo que ele havia
rejeitado, reconhecendo que Barnabé fez o certo acolhendo e restaurando a
João Marcos. Agora, eu lhes afirmo que deve haver muitos Saulos que estão
chorando neste exato momento. Receberam palavras proféticas, receberam
grandes visões. Eles têm o potencial de se tornarem grandes apóstolos da
nossa nação, mas estão chorando nas suas casas, começando até a
desacreditar das visões que já tiveram.
GILDO VASCONCELOS: DE PLAYBOY A PASTOR Antes de encerrar
este capítulo, eu quero contar a história do Gildo, que é um dentre dezenas e
dezenas de exemplos que eu poderia dar, para a glória de Jesus, de pessoas
que foram acolhidas na prática do “Fator Barnabé”. E Deus sabe que eu não
estou exagerando. Eu me lembro do dia em que o Gildo fez a decisão pelo
Senhor Jesus: dia dois de novembro, dia de finados. Eu ainda era solteiro, e
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nós estávamos realizando um retiro para os jovens, na praia do rio Tapajós.
O Gildo foi a este retiro e lá entregou sua vida para Jesus ou, pelo menos,
tomou uma decisão nessa direção. Empolgado, ele começou a crescer, mas
logo esfriou e se desviou. Depois, voltou a reconciliar-se com Deus.
Desviava-se, de novo. Reconciliava, desviava. O Gildo se tornou,
infelizmente, um desviado profissional. Mas, um dia, ele falou: “Agora é
para valer!” E fez todo o trabalho preparativo que, naquela época, tínhamos
para poder ser batizado. Finalmente, ele se batizou. Mas depois, desviou de
novo. Alguns jovens me disseram que tinham visto o Gildo bebendo no
arraial da santa (da imagem de escultura) da Igreja católica, junto com
algumas prostitutas. Minha resposta para eles foi esta: “O Gildo vai ser um
homem de Deus, gente. Vamos crer nisso”.
Lembro que fui até a casa do Gildo, e pedi para falar com ele. Sua mãe foi
chamá-lo, mas demorou muito. Quando ela finalmente voltou, disse-me, um
tanto envergonhada, que ele não queria falar comigo. Nessa hora o diabo
soprou uma das suas mentiras em meu ouvido: “Ele se desviou, está
causando vergonha para a Igreja toda e não está querendo nem te receber.
Não fica perdendo tempo com quem é problemático”. É isso o que o diabo
tem posto na cabeça de outros tantos, como tentou colocar na minha. Talvez
você pense: “tenho que investir meu tempo naqueles que querem, que estão
sérios em Deus. Não vou ficar perdendo meu tempo com os problemáticos”.
Não aceite essa idéia; sabe por quê? Se nós não formos fiéis com as ovelhas
que Deus já nos confiou, mesmo as problemáticas, como que Deus vai
confiar muitas ovelhas em nossas mãos?
Quando Davi foi fiel com as poucas ovelhas de seu pai (mesmo com a
acusação de seus irmãos mais velhos de que ele não cuidava tão bem delas),
com zelo santo, matando até os leões e ursos que queriam devorar aquelas
ovelhinhas, Deus disse: “Eu vou te confiar mais”. Deus, então, confiou
algumas ovelhas problemáticas. Todos os homens endividados,
problemáticos do país foram se reunir na caverna de Adulão, com Davi.
Mas estes, também, Davi não desprezou. Ele pegou a escória da sociedade e
começou a discipular aqueles homens. Começou a investir na vida deles.
Aqueles homens que eram vistos como a “escória” da sociedade, depois de
Davi, se tornaram os homens mais famosos do mundo naquela época.
Tornaram-se os famosos valentes de Davi. E Deus falou: “Você foi fiel com
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as ovelhas que eu lhe entreguei na caverna, agora você vai pastorear o meu
reino, o meu povo, toda a nação de Israel”.
Quem é fiel no pouco, Deus fará fiel sobre o muito. Por isso, não dei
ouvidos ao diabo e decidi não abrir mão do Gildo. Voltei para a mãe dele e
pedi que me deixasse falar com ele assim mesmo. Ele estava no quintal,
sentado debaixo de uma árvore, triste, envergonhado. Foi por isso que ele
não quis me receber. Eu cheguei lá e falei assim: “A Paz do Senhor, irmão
Gildo. Eu te amo e Jesus também te ama. Gildo, o Espírito Santo me falou
que você vai ser um pastor, um homem de Deus”. De repente, eu ouvi outra
palavra: “Você vai aprender a tocar violão, também. Você vai tocar
guitarra. Você vai ser um homem de Deus, muito usado por Ele”. Ele
respondeu: “Obrigado, pastor. Eu vou voltar para Jesus; eu vou voltar”.
Acho que ele falou isto por estar envergonhado, mas não voltou a
congregar. Eu fiquei perseverando.
Eu me lembro de uma noite que eu estava descendo por uma rua estreita em
Santarém, junto com outro irmão, indo para um culto. De repente, o outro
irmão falou: “Olha o Gildo, lá longe!” Olhei e o reconheci, vindo em nossa
direção, acompanhado de várias mulheres da vida. Eu adiantei o passo, fui
lá e disse: “Paz do Senhor, irmão Gildo!” Eu o abracei e ele ficou com
muita vergonha das mulheres. Então ele me disse: “Vem cá, vem cá”. E me
tirou do meio das mulheres. E eu falei:
“ Gildo, Jesus te ama, e nós também te amamos. Você vai ser um grande
pastor, um homem de Deus”. Ele respondeu: “Tá, tá. Tudo bem, eu vou
voltar, eu prometo”. Em outras palavras: “Deixem-me em paz, saiam daqui,
rápido”.
Para encurtar a história, o Gildo voltou e voltou com tudo. Dessa vez,
recebeu revelação. Ele disse que era como se uma lâmpada se acendesse
dentro dele. Só depois que ele realmente nasceu de novo. Mas ele começou
a crescer. Deus deu uma jovem para ser sua esposa, uma irmã preciosa, tão
ungida. O Gildo se tornou pastor em tempo integral na obra. Sabe o que
aconteceu? Toda sua família se converteu. A mãe dele, supervisora de área,
de muitas células. O irmão dele é pastor tempo integral na obra, na nossa
base de Fortaleza. Outro irmão, supervisor de área. Deus começou a fazer o
Gildo prosperar. Tudo que o Gildo tocava prosperava, até financeiramente.
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Deus deu carros para o Gildo, deu uma casa muito linda em Santarém. Foi
tremendo ver como Deus invadiu aquela família com a Sua graça. O Gildo
se tornou um dos nossos pastores mais usados em toda Santarém. Quando
ele se mudou para Fortaleza, em 2005, somente a região que ele cuidava era
a de maior número de células, chegando a ter perto de 400 células. E, nas
outras congregações que ele também supervisionava, também estavam
explodindo em crescimento. Ele aprendeu a tocar violão e compôs várias
músicas. Até hoje ele chega para mim, me abraça e, chorando, me diz:
“Obrigado por ter acreditado em mim. Obrigado por ter ido atrás.
Obrigado por não desistir. Obrigado!”
Quantos Gildos? Quantos Saulos estão, hoje, chorando, precisando de
pessoas abnegadas, que vão abrir mão e dizer: “Eu vou ser um Barnabé
para esse homem e continuar acreditando”. Existem alguns que até hoje eu
continuo indo atrás, porque ainda não voltaram, mas a minha fé está
firmada em João 17.12: “Quando eu estava com eles, guardava-os no teu
nome, que me deste, e protegi-os, e nenhum deles se perdeu”. Eu já estou
vendo pelos olhos da fé. Eles já voltaram. Pela fé, já voltaram. E toda a
Igreja tem esse mesmo “código genético”. Nós não aceitamos que ninguém
se perca. Se você perguntar para um membro quantos se afastam e não
voltam, ele vai lhe responder “nenhum”. Não é que estejam mentindo. É
que estão declarando pela fé: “nós não abrimos mão”. A pessoa pode estar
dez anos fora - e muitos, nessa exata condição, já voltaram -, mas nós
ficamos declarando, ficamos crendo, ficamos indo atrás, com amor,
cercando-os, em nome de Jesus.
FATOR BARNABÉ COMO ESTILO DE VIDA Para concluir, gostaria
de contar mais um testemunho sobre o “Fator Barnabé” que demonstra um
pouco como isso é usado constantemente em nossa visão de Igreja nas
casas, nas células. Minha esposa estava liderando uma célula que era
heterogênea, ou seja, era uma célula com vários casais, com pessoas de
várias idades. Durante o aniversário de alguém dessa célula, na casa de um
empresário da cidade, estávamos eu, minha esposa e vários outros irmãos,
bem como dois casais que ainda não eram seguidores de Jesus.
Entre os comes e bebes, várias rodas de bate-papo espalhadas pela sala, as
mulheres estavam pondo em prática o Fator Barnabé. Todas as mulheres
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estavam ao redor dessas duas senhoras - uma era mais jovem e a outra um
pouco mais idosa - fazendo perguntas, cultivando uma amizade profunda
com aquelas duas mulheres. Eu, que já tinha pregado sobre o “Fator
Barnabé”, estava em outra roda, juntamente com um discípulo e outros
irmãos, conversando sobre diversos assuntos. Nós nem tínhamos notado
que os dois maridos daquelas senhoras estavam separados, conversando um
com o outro. Foi então que minha esposa, com a percepção que Deus tem
dado a ela, notou que elas estavam praticando a mensagem que eu havia
pregado, mas eu e os outros homens não. Ela passou perto de nós de uma
forma muito tranquila e falou: “Olha o Barnabé, minha gente!”. Os dois
homens, é claro, não sabiam o que era o “Barnabé”. Quando ela disse isto
eu me dei conta de que realmente as mulheres estavam pondo em prática a
Palavra, e nós homens não. Então nós, de forma bem espontânea, pegamos
cadeiras, rodeamos aqueles dois homens e passamos um longo tempo
conversando com eles, praticando o “Fator Barnabé”. O resultado foi que
aqueles dois entregaram suas vidas para Jesus, um deles se tornou até líder
de célula e mais tarde supervisor de células. Hoje essas famílias são uma
bênção lá na nossa Igreja.
E assim tem sido em tantos outros casos, pelo que encorajamos aos irmãos
que pratiquem o “Fator Barnabé”, não como um método, mas como aquilo
que ele realmente é: a manifestação do amor, da paciência e da compaixão
de Jesus.
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Capítulo Quatro
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Discipulado, o Segredo de uma
Vida Vitoriosa
O assunto que vamos tratar agora, provavelmente, já é de conhecimento de
muitos e, talvez, já seja a prática de alguns. Mesmo assim, sempre é bom
voltar às verdades da Palavra, ouvir por outro prisma e ser animado a ir
adiante. Tenho sido abençoado por vários irmãos que vivem na prática
destas verdades, mesmo que a aplicação seja diferente, mas com o mesmo
espírito, com a mesma paixão. Por falar em “paixão” pelo Senhor e por sua
obra, temos a intenção de falar sobre o evangelismo apaixonado, mais
agressivo, que se requer da Igreja hoje. Porém, assim como não se pode
edificar as paredes de uma casa sem antes colocar os alicerces, também
precisamos tratar, primeiro, daquilo que é fundamento na obra de Deus.
Repetindo o que já dissemos no primeiro capítulo, ao longo dos anos o
diabo plantou uma enorme mentira, de que, na obra de Deus, não podemos
ter qualidade junto com quantidade, insinuando que para termos um será
preciso sacrificar o outro. Mas, é justamente o contrário. Na verdade, é
possível ter muita quantidade sem ter qualidade, o que se vê bastante hoje
em dia. Mas é impossível ter verdadeira qualidade sem ter uma explosão de
quantidade.
Eu creio que Deus tem coisas muito grandes pela frente. Creio que ainda
não vimos nada. As maiores congregações ainda hão de ser edificadas no
Brasil. Mas vão ser edificadas com qualidade. Não serão aquelas em que há
muito “entra e sai”, verdadeiras “rodoviárias”, e onde não há uma palavra
firme sobre o Evangelho do Reino. As maiores serão aquelas que, como na
Igreja de Atos, terão qualidade, terão discipulado profundo, porque as
pessoas estão morrendo de fome por algo assim.
Lá em Santarém, chegamos a ver pessoas que estão sendo evangelizadas e
ainda nem entregaram sua vida para Jesus mas afirmam que, quando
tomarem tal decisão, querem fazer parte de uma célula, querem ser
cuidadas, discipuladas, porque viram na vida de amigos - já convertidos - a
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diferença que isto faz. Parece que estas pessoas têm mais visão da vontade
de Deus para seu povo do que irmãos que estão há muitos anos na Igreja.
Um irmão de Cachoeira do Sul-RS, que é militar, nos disse que soube do
que está acontecendo em Santarém por intermédio de um colega incrédulo
que, ao identificá-lo como cristão, contou-lhe sobre como o Evangelho está
tomando conta da cidade, embora ele próprio ainda não tenha entregado sua
vida a Jesus.
Na cidade onde a Igreja vive desta forma - como tem acontecido em
Santarém -, cria-se uma certa “cultura” sobre o que é ser um discípulo, de
maneira que as pessoas não se contentam com uma vida religiosa e de
aparência. Elas querem algo profundo, não uma religião, mas a vida de
Deus em suas vidas.
O NEOCLERICALISMO
Infelizmente, ao longo dos séculos criou-se em muitos cristãos uma
dependência mórbida das programações. Eles precisam estar congregando,
participando das reuniões, dos cultos, para ficarem firmes, não caírem em
tentação, não sofrerem com as maldições dos demônios, para receberem
oração dos “grandes homens de Deus”, etc. Claro que devemos congregar
fielmente e não abandonar esta prática, tal como fala a Bíblia. Mas isto está
relacionado ao fato de que somos uma família e temos uma aliança de
relacionamento, e também porque precisamos ser treinados, equipados,
aperfeiçoados, para podermos cumprir nosso ministério pessoal.
Depois destes longos séculos de distorção da verdade, a variedade de dons e
ministérios existentes no Corpo começa a ser valorizada como a Bíblia
ensina, embora, ao mesmo tempo, um neoclericalismo tenha invadido a
Igreja, mantendo o problema sob novas formas. Mas Deus quer que
vejamos sua obra não como uma função restrita a uma pessoa ou a um
grupo de pessoas, mas sim como o ministério comum a todos os discípulos
de Jesus. Não mais clérigos e leigos. Todos são ministros de Deus.
A partir desta visão, a nova mentalidade que vai, com certeza, mudar o
quadro no Brasil e no mundo é a de que nos reunimos não apenas para
recebermos bênçãos ou sermos livrados de maldições. Reunimo-nos para
sermos fortalecidos e equipados, sim. Mas com um propósito. Para sermos
treinados e depois usados por Deus. Para que nós mesmos saiamos e
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façamos o ministério que Ele nos confiou. Para sermos grandes homens e
mulheres de Deus. E quando dizemos “grandes” é porque seremos
grandemente usados nas ruas, nas praças, nos becos, e nos lugares onde
estão os que necessitam da vida de Deus.
Já ouvi de alguns irmãos que o ensino sobre o ministério quíntuplo, de
apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres (alguns colocam pastor
e mestre como um só ministério) era contraditório com a prática das Igrejas
em células. Dizem que alguns podem ter o chamado para serem profetas ou
mestres e não para participar ou liderar células. Pode ser que outro diga que
foi chamado para ser evangelista: “Eu fui chamado para ganhar pessoas e
outros vão cuidar delas”.
Mas se observarmos com cuidado o contexto onde a Bíblia trata do
ministério quíntuplo (Efésios 4.11-12), vamos ver que a função desses
ministérios não é a realização direta da obra naquilo em que ele é perito,
mas sim equipar, treinar, aperfeiçoar, ordenar os santos, para que eles – os
santos – exerçam o seu ministério nessas áreas. Por exemplo, o papel
principal do apóstolo, que para mim, antes de receber esta revelação do
Senhor, era o de iniciar uma Igreja, na verdade consiste em equipar os
santos para que os santos façam a obra. E o Espírito Santo, para me mostrar
isto com clareza, levou-me a ver que a maioria das Igrejas no livro de Atos
não foram fundadas pelos apóstolos, mas pelos santos que foram equipados
pelos apóstolos.
Depois da morte de Estevão, por exemplo, todos os irmãos de Jerusalém
(em minha opinião esse todos se refere a todos os líderes que foram
equipados pelos apóstolos) foram espalhados, exceto os próprios apóstolos.
E por onde eles passaram foram fundando Igrejas, porque foram equipados
pelos apóstolos para esse trabalho. Assim, pode-se dizer que o apóstolo,
ainda que seja perito em iniciar e dar o suporte para uma nova Igreja, tem
como função principal o de equipar os santos para fazerem, eles também,
este mesmo trabalho.
E o profeta? Ele é perito em fluir no profético, mas a função principal dele
é equipar os santos para que todos possam fluir no profético. Em I Coríntios
14.29, Paulo diz que, tratando-se de profetas, falem só dois ou três no culto;
mas dois versículos depois, ele acrescenta que todos podem profetizar, um
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após o outro. Ou seja, o profeta deve entender que sua função principal não
é profetizar, mas equipar os santos para que todos possam profetizar. Nem
todos são profetas no sentido do ministério de Efésios 4, mas todos podem
fluir no profético. Sei de Igrejas que chegaram a proibir o profético nas
células, tal foi o estrago causado pelas “profetadas” dos que pensam que seu
ministério é profetizar. Mas se o profeta estiver cumprindo a sua principal
função, seu verdadeiro ministério, de equipar os santos para que todos
profetizem, esse problema não vai existir.
E o trabalho do evangelista? Eu pensava que esse ministério se ocupava de
evangelizar e ganhar almas. Mas Deus também me mostrou o que está em
Efésios 4: o trabalho principal do evangelista é equipar os santos para que
todos os santos estejam capacitados a evangelizar. Claro que o evangelista é
perito em ganhar almas, mas esse não é o trabalho principal dele enquanto
evangelista (ainda que seja seu principal trabalho como qualquer outro
discípulo). Como evangelista, sua função principal é colocar o ministério na
mão do povo, é equipar os santos para que todos sejam ganhadores de vidas
para Jesus.
Quanto ao pastor, eu pensava que sua função principal era cuidar de
ovelhas. Não. Deus me mostrou, conforme Efésios 4, que o papel principal
do pastor é equipar os santos para que todos os santos aprendam a cuidar de
ovelhas. E tenho visto, por onde eu vou, que Deus tem gerado nas ovelhas
esse coração de pastor, de forma que elas desejam ser líderes de células e
quando exercem esta função fazem com tanto cuidado, que fico muito
alegre, pois, além de minha função individual (como discípulo) de cuidar
das ovelhas que o Senhor me confiou, meu papel principal como pastor é
equipar os santos para que eles exerçam, da mesma forma, o pastoreio que o
Senhor confiou a cada um dos seus discípulos no cuidado de outras vidas.
No caso dos mestres não é diferente. Tiago aconselha que não sejam muitos
os mestres, porque incorrerão em maior juízo (Tiago 3.1). Mas em Hebreus
5.12 é dito que, decorrido o tempo, já deviam ser mestres. Por que isto? Os
mestres, que não são muitos, devem realizar a função principal do seu
ministério, que é equipar os santos para que eles ensinem seus irmãos.
Eu costumo dizer que o maligno fez um trabalho sorrateiro, exaltando o
ministério quíntuplo em alguns lugares ao ponto que eles são como super
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stars da Igreja. Eles fazem todo o ministério, e o restante dos irmãos virou
expectadores. É o que eu chamo de “neoclericalismo”.
Como mencionei antes, a variedade de dons e ministérios é uma verdade
que está sendo restaurada pelo Espírito Santo e, da mesma forma que já
vimos acontecer várias vezes na história da Igreja, há certo exagero, não do
Espírito Santo, mas da carne humana. Mas Deus está trazendo equilíbrio e
está mostrando que Igreja em células e ministério quíntuplo trabalham
muito bem juntos nesta ótica, de que o ministério quíntuplo está na Igreja
não para exercer diretamente a obra, mas para equipar os santos a fim de
que eles façam a obra.
DISCIPULAR – MINISTÉRIO COMUM A TODOS OS SANTOS
A partir deste ponto, podemos entender melhor a ideia do discipulado: todo
mundo sendo bem discipulado e todo discípulo se tornando um líder (ou
discipulador) compromissado, equipado e preparado para toda boa obra. É
desta forma que Deus está nos habilitando para discipular outros.
Quando eu comecei o meu ministério, ainda solteiro, tinha problemas sérios
em minha vida. Era um cristão carnal e não conseguia vencer pecados.
Cada vez que pecava, pedia perdão a Deus e decidia de todo o coração não
pecar mais, porém não conseguia me manter firme, sobretudo nos
pensamentos impuros, o que aumentava o meu sofrimento. Eu sabia os
princípios de pureza e santidade, mas não conseguia aplicá-los na minha
vida prática.
Na época, nem eu nem os meus líderes tínhamos muita clareza sobre alguns
aspectos da obra, por isso não fui afastado e tratado até passar por um
processo completo de restauração, o que seria o mais correto naquela
situação. Para isto também colaborou o fato de que só eu sabia destes
pensamentos e atos pecaminosos, pelo menos no início, porque não me
sentia obrigado a confessá-los a quem cuidava de minha vida. Se não me
sentia obrigado, muito menos via o benefício desta prática. Eu me
justificava perante a própria consciência no ato de confessar a Deus e a Ele
pedir perdão. Aliás, muitos líderes cristãos ensinam assim: se você pecou,
peça perdão a Deus e não há necessidade de falar a ninguém mais.
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No meio do desespero e da angústia de querer e não conseguir ser fiel à
vontade de Deus, meu irmão Lucas (que hoje está com o Senhor, depois de
ter falecido num acidente aéreo) veio me dizer como estava feliz de ver o
crescimento da obra em Santarém. Com a maior naturalidade, talvez sem
pensar nas consequências, respondi com certo desânimo dizendo que
poderia estar bem melhor se não fossem os problemas em minha vida
pessoal. Embora eu não tivesse a intenção de ser totalmente transparente
com ele, até porque pensava que não era necessário confessar minhas
dificuldades a ninguém além do Senhor, o diálogo foi indo neste sentido.
Ele me perguntou em que áreas eu estava tendo problemas e eu, que sabia
que não podia mentir, falei tudo o que estava acontecendo.
Ele não se escandalizou, mas orou comigo, e isto me fez andar em vitória.
Depois de algum tempo, os pecados voltaram. Pensei, então, que deveria
lutar contra o pecado e depois de andar em vitória durante algum tempo
poderia contar a meu irmão tudo o que aconteceu, mas já num contexto de
vitória. Errado. Este tipo de pensamento é o que Satanás coloca em nossa
mente para que, de fato, não andemos em vitória, apesar da constante luta
contra o pecado. Há pessoas que vão a Encontos de cura, libertação ou
algum outro nome parecido, e o impacto da Palavra naquele evento é tão
grande que tudo o que ficou oculto por anos é colocado à luz. Isto faz com
que a vida dessas pessoas comece a pegar fogo. Mas, se não há um vínculo
de discipulado onde ela mantém a prática de uma vida transparente,
sorrateiramente os mesmos pecados voltam e o último estágio se torna pior
do que o primeiro (Mateus 12.45).
Meu irmão voltou a me perguntar como eu estava. Como não podia mentir,
confessei novamente e, mais uma vez, ele orou comigo. Seguiu-se um
período de vitória e nova queda. Mas logo notamos que toda vez que eu me
abria e ele orava por mim, eu começava a andar em vitória. Então fizemos
um acordo: prometi-lhe que se eu pecasse, ele seria o primeiro a saber,
dentro de 24 horas depois de haver pecado. Colocamos isto em prática e foi
o começo da vitória. A partir daí, começamos a nos reunir semanalmente
para que eu pudesse abrir minha vida com ele e orarmos juntos. Só nesse
período é que percebemos que eu deveria ter me afastado do ministério por
algum tempo.
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Durante o tempo em que fiquei afastado da obra, sozinho com o Senhor,
minha vida foi trabalhada pelo Espírito e voltei um homem diferente.
Nunca mais caí nos mesmos pecados, embora tenham havido algumas lutas.
Mas, ainda como solteiro, Deus me deu vitória completa no que se refere à
impureza de pensamentos e atos que atentam contra a Sua santidade,
situação esta que permaneceu por vários anos até meu casamento.
Foram anos de muita luta até descobrir o caminho certo. Eu costumo dizer
que eu fui cobaia desta visão, porque depois de experimentar todo este
sofrimento e então viver em vitória, comecei a atrair outros jovens que
estavam passando pelas mesmas lutas que eu passei, os quais eu podia
ajudar. Eu os aconselhava a fazerem como eu fiz, andando em
transparência; orava com eles e tudo começou a se repetir. Estava
funcionando para eles, como funcionou comigo. Da mesma forma, Deus
quer que toda a sua Igreja viva neste nível de relacionamento, com vínculos
fortes e sadios, com transparência e edificação.
SANTIDADE E FRUTIFICAÇÃO
Hebreus 12.14: “Segui a paz com todos, sem a qual ninguém verá o
Senhor”. Este versículo pode ser interpretado de várias formas e não
discordo de nenhuma delas, mas considero a todas. Uma delas, talvez a
mais conhecida, é de que sem uma vida de santidade e paz com todos não
podemos ir para o Céu e ver o Senhor. Outra forma de interpretar este texto
é a de que, sem os requisitos já mencionados, não vamos ter olhos
espirituais para enxergar o Senhor, ou seja, não vamos ter revelação. Outro
texto parecido está em Mateus 5.8: “Bem-aventurados os limpos de
coração, porque verão a Deus”. Mas há uma terceira interpretação que,
segundo tenho estudado, é apontada pelos estudiosos como a que mais se
aproxima daquilo que o autor estava querendo dizer: sem a paz e a
santidade em você, nenhuma pessoa vai poder ver o Senhor em sua vida.
O segredo de atrair pessoas é que elas vejam Jesus em nossa vida. O próprio
Senhor disse que quando Ele fosse exaltado, atrairia todos para Ele. Se isto
estiver acontecendo em nossa vida, então as pessoas vão se converter, não
pelo que falamos, mas por causa de Jesus que é manifesto em nós. E o autor
de Hebreus diz que isto acontece quando perseveramos numa vida de paz
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com todos, e de santidade. Sendo assim, podemos dizer que é a santidade
que gera a frutificação.
É triste constatar que na Igreja, em muitos lugares do Brasil e no mundo,
existem pessoas vivendo numa situação semelhante – às vezes pior – àquela
que descrevi de mim mesmo: entra ano e sai ano, e continuam vivendo na
prática dos mesmos pecados. Ou então, divisões, brigas, fofocas, não
vivendo em paz uns com os outros, nem na Igreja, nem no lar.
Certa vez ouvi uma história sobre isto, tão simples, mas tão profunda. Ela
fala sobre o escorpião que pediu carona ao sapo para atravessar o rio. O
sapo estava com medo, pois temia que o escorpião o picasse lá no meio do
rio. Mas o escorpião argumentou que não sabia nadar; logo, se ele matasse
o sapo, isto significaria a sua própria morte, afogado no rio. Este argumento
lógico convenceu o sapo que concordou em dar carona ao escorpião. Ele
pulou nas costas do sapo e os dois começaram a travessia do rio. Mas, no
meio do rio, o escorpião deu uma ferroada no sapo que, antes de morrer por
causa do veneno, perguntou ao escorpião por que ele tinha feito aquilo, já
que os dois morreriam. O escorpião, também sem entender muito,
respondeu que ele não queria ter picado o sapo, mas acrescentou: “Acho que
isto faz parte da minha natureza”.
Desta história tiramos uma lição, que a Bíblia nos diz de outra forma em
Romanos 7: que mesmo depois de nascermos de novo, o nosso velho
homem não mudou a sua natureza. Está morto, mas se não vivermos na
base da nova criatura que somos, ele ainda vai fazer mal a nós e aos outros.
Vivendo dessa maneira, trazemos morte para nós mesmos e para outros,
especialmente àqueles que vivem bem perto de nós.
Deus não quer isto. Ele quer mudar esta situação, quer nos libertar dessa
vida de derrota e dar vitória contra a carne e o pecado. Isto porque, além de
nos manter sadios, vai gerar multiplicação. Santidade sempre gera
frutificação. Costumo dizer aos irmãos em nossa Igreja e por onde eu vou
que ovelha sadia sempre dá cria. Quando a Igreja tem cristãos sadios, que
vivem em santidade, eles começam a atrair outros para Jesus.
Apocalipse 22.11: “ Continue o injusto fazendo injustiça, continue o
imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça, e o
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santo continue a santificar-se”. Isto é importante e pode ser visto como um
princípio. Já somos santos, mas devemos continuar a crescer em santidade.
E quanto mais santificados, mais frutos teremos; uma explosão permanente
de frutos.
Uma vez estava ouvindo sobre arrependimento, e diante do chamado do
pregador para aqueles que precisavam se acertar com o Senhor, pensei
comigo mesmo que era bom já ter passado por isso e estar vivendo em
transparência e santidade. Logo, não precisava ir à frente como outros
estavam fazendo, na maioria pastores, já que o Encontro era direcionado
para a liderança. Como bom fariseu, pensei novamente que era bom não ser
como eles. “Tanto pecado na liderança é que impede a Igreja no Brasil de
ir para frente”, é o que estava pensando naquela hora. Mas, de repente, vi
meus discípulos irem à frente, o que me deixou incomodado, pois fiquei
imaginando que pecados seriam esses que não foram colocados à luz. Nesse
momento vi também meu discipulador, pastor Paulo (que cuida de minha
vida desde que meu irmão Lucas morreu) atender ao chamado e ir à frente.
Agora eu estava com um problema, pois naquele momento, depois de meu
querido pai, que na época tinha oitenta e poucos anos, homem muito santo,
não conheço ninguém que tenha maior vida de santidade do que meu
discipulador. É um homem que demonstra santidade em tudo; sente-se a
presença de Deus constantemente em sua vida. Conheço a vida dele de
forma muito íntima; conheço sua família, que é um modelo para mim e
minha família. Estou sempre junto com esse irmão e não posso imaginar
qualquer coisa de errado nele.
Que grande conflito havia dentro de mim, então. Senti que não tinha
compreendido alguma coisa do que falou o pregador. Não eram eles, mas eu
é que estava errado. Se fosse à frente sem entender bem o porquê, me
sentiria hipócrita; se ficasse, me sentiria um pecador de coração duro. Meu
desejo é que o chão se abrisse abaixo de mim para eu poder sumir daquele
lugar. Foi no meio desse conflito interior que ouvi a palavra de uma irmã
que foi ao microfone, a qual parecia ter lido meus pensamentos (sei que foi
o Espírito Santo que fez isto). Ela disse que na busca de uma santidade
maior nos arrependemos e continuamos a nos arrepender de forma cada vez
mais profunda. Coisas já tratadas e colocadas na luz também precisam ser
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objeto de um arrependimento mais profundo, na medida em que temos mais
luz e uma presença mais intensa do Senhor em nossa vida. Ele próprio gera
maior repulsa em relação a algum ato ou algum tipo de pensamento que
contraria a mente do Espírito.
Agora sim estava começando a entender o que o Espírito queria falar
comigo. A partir de então, o Senhor foi me ensinando que arrependimento
superficial gera transformação superficial. Arrependimento profundo gera
transformação profunda. Arrependimento contínuo na presença de Deus,
quebrantamento contínuo, gera transformação contínua. A esposa de meu
discipulador certa vez usou uma ilustração muito preciosa para descrever
arrependimento. É como uma cebola, disse ela, com muitas camadas, que
temos que ir tirando para chegar mais próximo daquilo que realmente tem
valor. Quanto mais perto estamos da Luz, mais aparecem os detalhes e as
imperfeições que têm que ser corrigidas.
Poderia usar o exemplo de pessoas que têm o hábito de falar mal dos outros.
Elas prometem a Deus não falar mais assim, mas numa oportunidade em
que têm que escolher entre ficarem quietas ou falar dos outros, acabam
ressurgindo o pecado. Ou então, o exemplo de quem tem dificuldades com
os olhos. Ele chega a casa e todos já estão dormindo. Então ele liga a
televisão ou entra na Internet para ver as notícias, mas, numa propaganda,
vê uma mulher bonita, com apelo para a sensualidade. Ao invés de mudar
de canal ou sair daquele site, ele fica olhando. Ele bebe um pouco daquela
fonte de impureza, o que gera em seu espírito a sensação desagradável do
pecado. Ele se arrepende e pede perdão a Deus. E Deus o perdoa, conforme
nos é dito em I João 1.9.
Passa algum tempo e este fato acontece de novo. Mas agora ele fica um
pouco mais olhando aquilo e, talvez, segue olhando o filme que vem depois,
com mais cenas de sensualidade. Ele bebe mais um pouco daquela mesma
fonte. Novamente vai e pede perdão a Deus por ter deixado que, pelos seus
olhos, entrasse a impureza. Deus perdoa novamente (I João 1.9). O
problema é que isto poderá piorar para pecados que geram consequências
cada vez mais graves. Se este homem cometer mil vezes o mesmo pecado e
mil vezes pedir perdão a Deus, o Senhor o irá perdoar, por causa do sangue
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de Cristo e de sua Palavra, como vimos no texto de I João. Mas Deus não
quer que isto continue assim. Ele quer que este homem fique curado.
Para pedir perdão, eu confesso a Deus. Para ficar curado, eu confesso ao
meu irmão (Tiago 5.16), eu abro minha vida com ele, e ele irá orar por
mim. Em Provérbios 28, versículo 13 nos é dito que “o que encobre as suas
transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa, alcançará
misericórdia”. Há irmãos que interpretam este ensino da Palavra no sentido
do relacionamento do homem com Deus; entretanto, não se pode encobrir
as transgressões de Deus. Hebreus 4.13diz que todas as coisas estão
descobertas aos olhos de Deus. Ora, se diante de Deus é impossível
encobrir o pecado, o texto de Provérbios 28.13 não se refere ao
relacionamento do homem com Deus, mas sim ao relacionamento do
homem com aquelas pessoas que devem saber de tudo que se passa em sua
vida: seus líderes espirituais, seu cônjuge, ou seus pais, no caso dos
solteiros. Em outras palavras, deve confessar as transgressões àquelas
pessoas que vão poder ajudar porque estão ao seu lado, ou são autoridade
sobre sua vida.
Talvez alguém pense que mesmo não estando na prática disto que vimos em
Tiago 5.16, Deus tem lhe usado em Sua obra. Pois fique sabendo, esse
irmão, que certamente ele não está sendo usado na medida e na forma como
o Senhor gostaria de lhe usar. A verdadeira santidade gera tremenda
frutificação, pois não há mais limites para a obra de Deus nele e através
dele. O problema é que muitas vezes ocorre o que está escrito na
continuação do texto de Provérbios (Provérbios 28.14): não há um temor do
Senhor, mas sim um coração endurecido. A pessoa sabe destas verdades,
mas não está disposta a colocálas em prática na sua vida. Deixa áreas
encobertas e intocadas, endurecendo o coração.
Um ensino que temos passado aos irmãos que estão cuidando de vidas é
que, quando um discípulo abre o seu coração e confessa seus pecados, eles
não devem condená-lo, e sim amá-lo profundamente. Não se trata de passar
a mão por cima do pecado, mas lembrá-lo de quem ele é em Cristo, orar
com ele e ajudá-lo a vencer o pecado. O discípulo precisa acreditar que seu
líder vai realmente ajudá-lo a vencer, e então não haverá barreiras entre
eles.
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Certa vez usei numa ministração este exemplo do homem que fica olhando
o que não deve na televisão e um pastor que estava ouvindo a mensagem
me procurou no final da reunião e disse que aquilo havia acontecido com
ele na noite anterior. Então, eu olhei para ele e disse: Eu respeitava muito
você, mas agora, respeito muito mais, porque está tendo coragem de ser
transparente. Pude ajudá-lo orientando-o a ser transparente com seu
discipulador e, assim, ser bem cuidado e poder frutificar.
Nosso ego e nosso inimigo, Satanás, não gostam disto. Mas temos que
colocar de lado o orgulho e todas as mentiras do diabo, pois não ganhamos
nada nos guardando. Precisamos chegar a um ponto de “santo desespero”,
que não vamos nos importar com qualquer dano à nossa imagem. Ainda que
num relacionamento correto o discipulador não fale para outras pessoas
nada do que ouviu de seu discípulo sem a permissão dele – e assim mesmo
quando isto é para o bem do discípulo
–, o desejo de se libertar deve ser tão grande que o discípulo não se importe
se todos vierem a tomar conhecimento de seu pecado. Se isto ocorrer, será
daquele ponto para trás, porque para frente há uma nova história, uma vida
de vitória.
Penso que o texto em I Samuel, capítulo 15, versículos 22 e 23 não se refere
à rebelião de Saul como algum ato que ele tenha praticado contra Samuel.
Saul não queria, verdadeiramente, colocar-se debaixo da cobertura e
proteção de Samuel, ainda que parecesse o querer agradar. Então, o que diz
naquele texto, que me parece ser um princípio espiritual, é que o recusar-se
a estar debaixo de cobertura é considerado rebelião, e isto equivale ao
pecado de feitiçaria.
Costumo usar a figura de um guarda-chuva para explicar melhor esta
questão. Imagine que o diabo e seus demônios estão jogando seus ataques
como chuva, desde as regiões celestiais. Se eu estou debaixo do guarda-
chuva, debaixo de cobertura espiritual, estou protegido dos ataques
diabólicos. Se eu não estou debaixo do guarda-chuva, se saí debaixo da
cobertura espiritual, estou exposto a esses ataques. Ora, se o pecado do
feiticeiro é atrair demônios e maldições sobre sua vida e sobre a vida de
outras pessoas, quem não anda debaixo de cobertura também atrai sobre si
ou sobre outras pessoas (sua família, por exemplo) a ação de demônios. É
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como um feiticeiro ou alguém que se prostra diante de uma imagem para
adorá-la.
Quando o pastor que me discipulava morreu, em agosto de 1994, voltei a
sofrer ataques na mesma área em que era fraco antes de levar uma vida de
total transparência. Comecei a perguntar para o Senhor por que não estava
conseguindo controlar meus olhos e pensamentos. Ele, então, me disse que
eu não estava debaixo de cobertura. “Mas como, Senhor?” – respondi.
“Desde que meu irmão morreu eu tenho um novo discipulador, ao qual
submeto todas as coisas”. Porém, o Senhor foi categórico: “Você não está
sendo totalmente transparente e não tem corrido para ele tão logo vem o
ataque dos demônios”. Fui correndo até meu discipulador, abri totalmente
meu coração e falei de meus pecados e dificuldades, sem me importar se
alguém podia ouvir a confissão. Eu queria ficar livre e viver em vitória. Ele
orou comigo, e de lá para cá tenho crescido muito no controle dos olhos e
dos pensamentos; mas nunca deixei de ser transparente nas mínimas coisas.
Pode ser uma simples “olhadela”, de passagem, numa imagem de uma
mulher com roupas sensuais em uma revista qualquer. Se me detive um
pouco mais, isto já causou um dano em minha mente e precisa ser
confessado ao meu irmão (Tiago 5.16) para que venha a cura, além, é claro,
do perdão que vem de Deus quando confesso a Ele e peço pelo sangue de
Cristo derramado sobre mim (I João 1.9). Parece exagero, mas tenho feito
isto com muito gozo e satisfação. Não há nada melhor do que viver assim.
Depois de entrar neste nível de transparência e santidade, com todo o gozo
que daí advém, só falta uma coisa para que o nosso gozo seja completo:
ganhar o mundo para Jesus. Vale a pena pagar o preço que for para viver de
uma forma tão limpa que você fala com autoridade e tira as almas das
garras do diabo, trazendo-as para Jesus. Eu não consigo mais viver sem
discipulado, sem transparência total e absoluta.
A palavra “sincero” deriva do latim e significa “sem cera”. Na tradição do
teatro grego, os atores usavam máscaras de cera, as quais, muitas vezes,
escondiam rostos marcados por tristeza ou dor. O problema é que nós
fazemos o mesmo algumas vezes. Como líderes cristãos, aparentamos que
tudo está bem. Sorrisos, aleluias, mas não estamos sendo “sinceros”. Mas
em João 11, o Senhor nos fala de algo muito importante sobre este ponto.
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Quando Jesus chegou diante do túmulo de Lázaro, ele ordenou aos homens
que estavam ali que tirassem a pedra. Por que Jesus fez isto? Ele poderia ter
falado com seus discípulos e eles mesmos, inclusive o próprio Jesus,
poderia empurrar a pedra que fechava o túmulo de Lázaro.
O que o Senhor quer nos ensinar com este detalhe é que em nossas vidas
pode haver um túmulo e um morto ali dentro. Há vitória em diversas áreas
de nossas vidas, mas numa área específica ainda existe um Lázaro morto. O
Senhor está apontando para a pedra que encobre esta área e Ele nos diz que
não vai tirá-la dali. Se nós mesmos não tirarmos a pedra, Ele não vai poder
ressuscitar o morto. Nós temos que fazer isto. Precisamos ter coragem de
tirar a pedra, de nos abrirmos e tirarmos o que encobre a morte. Se fizermos
isto, o Senhor virá com poder para ressuscitar, para renovar tudo o que
estava morto.
Nossa tendência é agir como Marta, que não queria que a pedra fosse
retirada porque estava cheirando mal. A resposta de Jesus é uma só: Se
creres verás a glória de Deus. É certo que quando a pedra for retirada virá o
cheiro ruim e, por cinco minutos, todos vão sentir aquele odor
desagradável, mas depois, todos vão ver a glória de Deus. Posso dizer isto
porque comigo aconteceu assim. Eu era cheio de imoralidade, um derrotado
e fracassado. Quando tirei a pedra, sentiu-se um cheiro muito ruim, mas
ninguém lembra-se mais disso, por causa do poder da ressurreição que
encheu minha vida.
O mesmo pode acontecer com você. Se você tem mantido um
relacionamento transparente com quem está cuidando de sua vida, continue
a fazer isto. Mas se você tem áreas encobertas, eu o convido a fazer um
pacto com o Senhor de, a partir de agora, ser totalmente transparente com
seu líder, discipulador, quem efetivamente cuida de sua vida. Relembrando
de algo que já falamos acima, não adianta você ter cobertura espiritual, se
não se colocar debaixo dessa cobertura, pois só assim você terá o benefício
de sua proteção. Vamos ser transparentes, vamos ser santos. Pagar o preço
que for para viver desta forma e frutificar.
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Capítulo Cinco
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Relacionamentos no Corpo de
Cristo
Há algum tempo li sobre uma estatística, onde 87,5% das pessoas
consideradas bem-sucedidas deram como segredo de seu sucesso o bom
relacionamento pessoal. Um presidente dos EUA também disse, certa vez,
que o ingrediente mais importante do sucesso é saber se relacionar bem
com os outros. Se isto é verdadeiro no mundo, muito mais na Igreja. Se
tirarmos a palavra “relacionamentos” do cristianismo não sobra nada. Fica
apenas uma religião oca. Cristianismo é “relacionamentos”. Primeiramente,
relacionamento com Deus; depois, relacionamento um com o outro;
relacionamento com a nossa família; relacionamento, também, com as
pessoas que não entregaram a sua vida a Jesus. Isto é cristianismo.
Tenho visto que o espírito de fé atrai multidões, mas se não soubermos
trabalhar os relacionamentos, ou seja, o espírito de amor, rapidamente essas
multidões se vão. Quando, todavia, a congregação sabe comunicar o amor,
isto ajuda a evitar a evasão dos novos convertidos. Uma das maiores Igrejas
no Brasil, a Igreja Batista da Lagoinha, tem no seu pastor, Márcio, uma
pessoa extremamente amorosa, tanto no púlpito, quanto em sua própria
casa.
Infelizmente, esta não é a situação de todos os pastores e dos membros em
todas as Igrejas. Há uma história que fala de um menino, filho de um pastor,
que um dia estava tentando carregar o púlpito para casa, e quando
perguntado sobre o porquê, ele disse: “Meu pai é tão amoroso quando está
falando, mas quando chega a casa, fica endemoninhado”.
O fundador do instituto bíblico em Dallas disse uma palavra muito linda: “A
menos que uma pessoa saiba se relacionar bem com os outros, sempre
estará limitada à mediocridade, não importando seus dons ou habilidades”.
Não importa, então, somente ter talentos, carisma, se não soubermos
expressá-los com amor. Existem pessoas tão sinceras, tão cheias do Espírito
Santo, que possuem uma tremenda unção, mas pelo fato de não terem suas
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mentes renovadas, não sabem se relacionar bem. Muitas vezes a célula
acaba não crescendo como deveria, não se multiplica, fica emperrada,
porque seu líder segue todos os princípios para crescer, mas erra nas
questões de relacionamento.
Vamos, então, tratar dos princípios para o bom relacionamento. Existem
muitos princípios sobre relacionamentos, mas, por alguma razão, senti de
Deus de colocar sete deles nesta mensagem.
1. O PRINCÍPIO DA RESPOSTA BRANDA
Em Provérbios 15.1 lê-se que “ a resposta branda desvia o furor, mas a
palavra dura suscita a ira”. Há pessoas que são “curtas e grossas”, dizendo
que esse é o seu jeito. Mas Deus quer mudar esse jeito de ser. Nossa casa é
o melhor local para exercitarmos o amor; muitas vezes respondemos mal,
mas se pedirmos logo o perdão, cria-se uma atmosfera do céu. O espírito de
fé conquista multidões, mas o espírito de amor mantém, cuida e segura
essas multidões. Às vezes as pessoas têm falado verdades puras, baseadas
na Palavra de Deus, mas de uma forma dura. Assim, têm suscitado
desnecessariamente a ira, rebeliões, separações e divisões.
O apóstolo Paulo falava que devemos ser cordatos para com todos os
homens, ser brandos, sem falar de uma forma dura. Em Juízes 8.1-2 é dito
que “os homens de Efraim disseram a Gideão: Que é isto que nos fizeste,
que não nos chamaste quando foste pelejar contra os midianitas? E
contenderam fortemente com ele. Porém ele lhes disse: Que mais fiz eu,
agora, do que vós? Não são, porventura, os rabiscos de Efraim melhores
do que a vindima de Abiezer?” É como se ele dissesse: “Não fiz nada de
grande se comparado com vocês”. E continuou no versículo 3: “Deus
entregou nas vossas mãos os príncipes dos midianitas, Orebe e Zeebe; que
pude eu fazer comparável com o que fizestes? Então, com falar-lhes esta
palavra, abrandou-se-lhes a ira para com ele”. Gideão soube, então,
manter a unidade nacional e a prosperidade sobre a terra de Israel.
Houve outro juiz de Israel, porém, que não teve esta mesma capacidade de
liderança. Em Juízes 12.1-7, vemos Jefté passar pela mesma situação de
Gideão, sendo questionado pelos efraimitas e respondendo certo, porém
completamente sem jeito, suscitando desta forma, uma enorme guerra civil,
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aonde caíram, de Efraim, quarenta e duas mil pessoas. Tudo devido a uma
resposta dura, de um líder que não teve capacidade de unir. Quantas Igrejas
já se dividiram por causa de falta de amor! O líder pode estar certo, tal
como Jefté que tinha toda a razão, mas mesmo quando você está certo,
existe um jeito de falar que pode conquistar os rebeldes. Não estou dizendo
que devemos passar a mão por cima; quando há necessidade de tratamento
devemos tratar, corrigir. Mas mesmo nestas situações nunca há desculpa
para não darmos uma resposta branda. Primeiro devemos conquistar, depois
tratar. O amor tudo sofre, tudo espera. O amor vence, o amor supera.
2. O PRINCÍPIO DA HUMILDADE
Vejamos o que está escrito em I Pedro 1.13: “ Por isso, cingindo o vosso
entendimento, sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que vos está
sendo trazida na revelação de Jesus Cristo”. Às vezes esperamos
inteiramente num novo método, num novo jeito, numa nova coisa. Alguns
pastores até falam: “Se eu tiver o dinheiro, eu faço”. Devemos, contudo,
esperar na graça de Deus, como diz a Bíblia, porque esta graça vem a nós
através da revelação de Jesus Cristo. Em outras palavras, se você for íntimo
com Deus, se tiver revelação de Jesus Cristo, então você vai ter a graça de
Deus.
Assim sendo, todas as outras coisas vêm como consequência. O segredo dos
segredos é você ter uma profunda intimidade com Deus. Mas o que tem isso
a ver com humildade? Como ser íntimo de Jesus? Em Tiago 4.8 é dito:
“Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós outros”. É você que determina
que grau de relacionamento terá com Deus. Se você adora, alimenta-se da
Palavra diariamente, ora, busca a intimidade, você está se aproximando de
Deus, mas ainda não entrou na manifesta presença dele. Você está se
achegando a Ele, e Ele a você. Você sabe que Deus mora em seu coração,
mas a presença manifesta dele ainda não o invadiu, então é óbvio que você
ainda não sentiu nada, nem no mundo espiritual, muito menos nas emoções.
É nessa hora que o diabo vem e fala ao seu ouvido que não adiantou de
nada todo o esforço, e que não serviu para nada todo esse tempo que você
deixou de assistir o jornal e ficou lendo e orando. Se você dá ouvidos às
mentiras de Satanás já neste primeiro ataque, é bem provável que comece a
relaxar na busca por maior intimidade com Deus.
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Toda a proximidade que você conquistou através de sua devoção e oração
começa a se perder e você se afasta de Deus. Neste ponto, realmente as
coisas começam a piorar. Quando há arrependimento e você discerne que a
situação está assim por sua própria culpa, você reinicia sua caminhada para
perto de Deus. Porém, se você está em busca da intimidade, mas não pede
perdão quando você peca, não se humilha, lembre-se do que Tiago afirma
em sua carta, capítulo 4, versículo 6: “Antes, ele dá a maior graça; pelo que
diz: Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes”. Muitas vezes,
pela soberba do coração, você não se humilha perante os irmãos ou perante
a esposa ou com quem é devido. O resultado é que, apesar de você
sinceramente estar se aproximando de Deus através da oração e da leitura
da Palavra, você não consegue atingir seu objetivo em função da soberba,
de sua falta de humildade.
O contrário também é verdadeiro, se você está conquistando pessoas,
tratando-as bem, humilhando-se, mas não está buscando a Deus, da mesma
forma você impede a aproximação. Sempre que você pecar, peça perdão o
mais rapidamente possível. Em I Pedro 5.5,6 diz: “Rogo igualmente aos
jovens: sede submissos aos que são mais velhos; outrossim, no trato de uns
com os outros, cingi-vos todos de humildade, porque Deus resiste ao
soberbos, contudo, aos humildes concede sua graça. Humilhai-vos,
portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno,
vos exalte”. Até Acabe, que foi o pior rei de Israel, quando realmente se
humilhou, Deus retirou todas as coisas horríveis que havia lhe prometido.
Há algumas formas de nos humilharmos. Uma delas é negando-nos a nós
mesmos, até nas pequenas coisas como, por exemplo, se no prato existem
duas fatias de bolo e você sabe que sua esposa vai deixar o maior para você,
insista com ela para pegá-lo. Pedir perdão o mais rápido possível também é
uma maneira de se humilhar. Seja duro com você mesmo e compreensivo
com os outros. Por exemplo, você está esperando alguém e esta pessoa se
atrasa, prontamente você fica impaciente, ou diz “já se atrasou de novo”.
Mas quando você está atrasado, sempre tem um motivo para tal. Alguém
falou certa vez que é possível ganhar uma discussão e deteriorar um
relacionamento. Mas é preferível perder a discussão e ganhar um amigo.
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Estas são algumas maneiras de nos humilharmos. Mesmo quando estamos
na posição de autoridade espiritual, devemos sugerir, e não mandar. Porque
quando incluímos a pessoa, ela passa a fazer parte da situação. Liderança é
conquista, é servidão.
Há uma história bastante interessante sobre um repórter que foi entrevistar
dois grandes homens muito fortes. Chamarei a um de “A” e ao outro de
“B”. O “A” era de longe o mais respeitado, era o líder dos líderes e o mais
rico. Sabia conquistar a todos e muitos gostavam de trabalhar com ele. O
“B”, da mesma forma, era bastante rico, muito influente, mas não era tão
respeitado. Após a entrevista, foram perguntar ao repórter o seu parecer.
Então ele começou a falar do “B”: “Realmente eu vi que não era por menos
que ele é multimilionário, um grande líder”. E quando lhe perguntaram
sobre o “A”, ele respondeu: “Bom, quanto a este foi bastante diferente”.
Quando perguntado do porquê do seu sucesso, ele respondeu como que
olhando para uma janela, apontando para seus próprios líderes, ou
funcionários, ou ovelhas, ou familiares; enfim, olhando para os outros como
sendo – eles – o segredo do seu sucesso. Mas quando apontam as suas
falhas, erros em seu trabalho, ele olha como que para um espelho e diz que
está ali a razão para as falhas. Saí de lá com a impressão de estar diante do
homem mais especial do planeta; talvez o mais inteligente, o mais
habilidoso”. Isto é o que faz o líder grande. O líder mais nobre sabe usar o
espelho e a janela na hora certa.
3. O PRINCÍPIO DE CONFRONTAR COM AMOR E FÉ
Muitas vezes somos apaziguadores, não gostamos de confrontos, de chamar
a atenção de pessoas que estejam fazendo coisas erradas, e acabamos nos
calando. Em II Timóteo
2.24,25 lemos: “ Ora, é necessário que o servo do Senhor não viva a
contender, e sim deve ser brando para com todos, apto para instruir,
paciente, disciplinando com mansidão os que se opõem (...)”. Quando há
resistência à autoridade, brigas, fofocas e nós não corrigimos, mas
simplesmente perdoamos, achamos que estamos sendo espirituais. Há
muitos pastores agindo desta forma e sofrendo desnecessariamente, pois
deviam rapidamente resolver a situação, confrontando e corrigindo as
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ovelhas, como proteção para a própria Igreja e por amor ao irmão que está
pecando.
Se a nossa motivação em não corrigir é por proteção ao nosso ego, por não
querermos maiores conflitos quando há mais irmãos envolvidos, estamos
com a motivação errada. Talvez seja fácil corrigir discípulos mais íntimos
ou alguns liderados, mas corrigir e exortar irmãos mais influentes, antigos,
meio “donos da Igreja”, é uma tarefa árdua. Com temor e tremor devemos
fazê-lo, por amor. Devemos procurar o irmão e usar três maneiras para
confrontá-lo: elogiá-lo em seus pontos positivos, não generalizar, por
exemplo: “Você sempre tem esse problema”, mas falar de um momento
específico e falar para o irmão quem ele é em Cristo, que ele não é assim,
mas que naquele momento agiu assim.
Fazendo desta forma, conseguiremos com amor corrigilo. Na continuação
do texto de II Timóteo 2.25, vemos que tal atitude é feita “na expectativa de
que Deus lhes conceda não só o arrependimento para conhecerem
plenamente a verdade”. O que tem causado o afastamento de muitos
discípulos não é o conteúdo da correção nem a palavra que foi ministrada,
mas a maneira como foi falada. Se vestirmos as palavras fortes com os
conteúdos fortes de amor, brandura, mansidão, conquistaremos aqueles que
estão sendo confrontados. O que machuca as pessoas não é o que você fala,
mas o jeito como você fala. Este também é um dos segredos da explosão do
crescimento da Igreja: o amor que você demonstra às pessoas, até mesmo
durante uma correção. Elas se sentem amadas, agradecem por terem sido
corrigidas, sentem-se edificadas, sabem que agora serão vitoriosas na área
em que receberam correção.
Continuando em II Timóteo 2, no versículo 26 lemos: “mas também o
retorno à sensatez, livrando-se eles dos laços do diabo, tendo sido feitos
cativos por ele para cumprirem a sua vontade”. Muitas vezes confrontamos
discípulos muito rebeldes não acreditando que isto dará algum fruto, mas
Deus me revelou que agindo assim estamos pecando. Devemos corrigir com
amor, mas, sobretudo, com fé que verdadeiramente haverá arrependimento.
Em certos casos, até podemos pensar que seria preferível que tais discípulos
saíssem da congregação, mas isto é uma tremenda mentira do diabo, pois
não é para nós, mas para Cristo que fazemos isso.
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4. O PRINCÍPIO DAS REPREENSÕES QUE INSTRUEM
Provérbios 6.23 diz: “ Porque o mandamento é lâmpada, e a instrução, luz;
e as repreensões da disciplina são o caminho da vida”. Sabe, muitas vezes
nós não damos o devido valor quando alguém está nos repreendendo. Mas
que privilégio é ser repreendido quando erramos. Como nós devemos amar
isso, porque a Bíblia diz que as repreensões da disciplina são o caminho da
vida. Agora veja Provérbios 9.7-9:
“ O que repreende o escarnecedor traz afronta sobre si; e o que censura o
perverso a si mesmo se injuria. Não repreendas o escarnecedor, para que te
não aborreça; repreende o sábio, e ele te amará. Dá instrução ao sábio, e
ele se fará mais sábio ainda; ensina ao justo, e ele crescerá em prudência”.
Ele diz que quando uma pessoa é escarnecedora, uma pessoa insensata, ela
não gosta de ser repreendida; mas o sábio ama aquele que o repreende.
Quando comecei a estudar isso e vi outros homens de Deus falar sobre isso,
me senti muito desafiado a agir de forma correta, porque muitas e muitas
vezes, minha liderança chamava minha atenção por algo que tinha razão e
eu me humilhava, ou pelo menos decidia que iria me humilhar, e procurava
ter uma boa atitude de coração. Porém, ainda assim, lá no fundo o diabo
tentava, sutilmente, colocar alguma mentira: “Não é bem assim; ele está
exagerando; está sendo duro demais”. Depois, fui ver o quanto que eu
estava pecando por ter esse sutil desgosto. A Bíblia fala que o sábio ama a
repreensão; ele ama, também, a pessoa que o repreende.
Interessante que ninguém jamais poderá alcançar o seu potencial máximo
sem ter alguém para repreendê-lo. Sem receber repreensões que instruem.
Por isso que Deus nunca foi a favor de se ter um papa como autoridade
máxima na Terra. Não somente papas católicos, mas “papas evangélicos”.
Todos os discípulos de Jesus precisam ter cobertura. Certa vez alguém me
perguntou: “E o seu líder, pastor Paulo Jeff, tem cobertura?” Sim. A
cobertura dele era o apóstolo geral da Missão Paz, pastor Melvin, meu
querido papai, que morreu aos 88 anos de idade. Hoje, a cobertura do Pastor
Jeff é um colegiado que dá cobertura para a Missão Paz, uma mesa de
diretores de várias denominações diferentes, internacional. Cada um desses
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homens, na sua própria organização, tem uma cobertura sobre eles. Então,
ninguém realmente está sem cobertura. É assim que tem que ser.
Todos precisam de cobertura. Esse é um assunto bem familiar para os
irmãos da Igreja em Porto Alegre, já que esta é uma área em que nós
aprendemos deles, ainda que indiretamente. Eles influenciaram muitas
pessoas que acabaram nos transmitindo vários ensinos sobre isso. Mas
como eu sei que irmãos de tantas partes do Brasil são novos nesses ensinos,
é bom sempre relembrar essas verdades. Mais uma vez, volto a repetir:
Ninguém jamais poderá alcançar seu máximo potencial sem receber
repreensões que instruem.
Você já tentou corrigir um pai sobre a forma como ele está agindo com o
filho? Talvez, aquele pai não está sabendo disciplinar ou corrigir o filho
como deve. E você tenta falar com o pai: “Olha, não é bem assim, querido;
você deve fazer assim”. E ele responde “rapaz, o filho é meu; eu crio do
jeito que eu quero”. Ah, que insensatez! Que tolice! Aquele pai está tendo
uma oportunidade de aprender como criar o seu filho e não está abrindo o
coração para isso. Que coisa ridícula, não é verdade? É por isso que temos
que nos quebrantar. Eu tenho falado para meu discipulador, cuja família é a
mais exemplar que eu conheço: “Olha, querido, já que a minha família
convive muito com a sua, por favor, fale quando você perceber coisas
erradas”. E ele tem tido essa liberdade, mesmo. Como eu sou grato a Deus
por isto. Como eu tenho aprendido com meu discipulador, e minha esposa
com a dele, que é sua discipuladora. Não sei o que seria de minha família se
eu não tivesse ajuda.
Que importa ao homem ganhar o mundo inteiro e perder sua própria
família? Eu preferiria nunca liderar uma célula, muito menos ser pastor, se
fosse perder minha família para o diabo. Não. Meu rebanho principal é
minha esposa e meus filhos. Depois de Jesus, eles são mais importantes do
que tudo, para mim. Eu quero cuidar bem deles. E, ainda bem que eu tenho
a cobertura de um discipulador, e pessoas para me repreender e corrigir.
Há poucos dias atrás, eu estava na casa do meu discipulador, e ele corrigiu a
forma como tratei uma questão envolvendo meu filho e a falta de
repreensão no momento adequado. Eu sabia que era para o meu bem. É
certo que machuca um pouco o nosso ego, porque pensamos que está tudo
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certo. Mas é bom aprender. É bom ter o ponto de vista de outras pessoas
que têm mais experiência. Eu quero ter sempre um temor de Deus muito
grande nessa área, porque sei que isso é muito sério. Vamos aprender e
crescer dessa forma.
Provérbios 12.1 nos diz que “ quem ama a disciplina ama o conhecimento,
mas o que aborrece a repreensão é estúpido”. No período em que eu não
gostava de ser repreendido, me enquadrava neste provérbio. Estava sendo
um homem estúpido porque, lá no fundo, eu aborrecia a repreensão; eu não
gostava quando era repreendido. Mas isto era assim; não é mais porque
agora eu amo a repreensão. Repreenda-me que eu gosto, Aleluia! Eu tenho
escolhido gostar da repreensão. Vamos escolher amar a repreensão.
Provérbios 15.5 diz que “o insensato despreza a instrução de seu pai, mas o
que atende à repreensão consegue a prudência”. E no versículo 32: “O que
rejeita a disciplina menospreza a sua alma, porém o que atende à
repreensão adquire entendimento”. E Provérbios 17.10: “Mais fundo entra
a repreensão no prudente do que cem açoites no insensato”.
Existem pessoas que, quando repreendidas, não se ofendem, mas, por outro
lado, a repreensão não causa nenhuma mudança, como se fosse água nas
costas de um pato. Em relação a outros, é preciso até ter cuidado, pela
seriedade com que encaram a repreensão. Por exemplo, meu querido e
precioso discípulo, pastor Geraldo, que ficou com a equipe pastoral em
Santarém. Que homem temente a Deus! Que homem santo que ele é!
Preciso ter cuidado quando o corrijo em qualquer assunto, porque qualquer
coisa que eu falo, ele leva a sério. É tão lindo o quebrantamento do coração
desse amado irmão. Ele é um desafio para minha vida. Aliás, eu tenho
aprendido muito com meus preciosos discípulos. Quando eu penso na
equipe que Deus tem nos dado, eu digo: “Meu Deus! Jamais, de mim
mesmo, eu seria digno de ter uma equipe dessas”. Em minha opinião, eles
são muito superiores em conhecimento, em habilidades ministeriais, nos
dons da Palavra. Como eles ministram! É impressionante o impacto que
causam no povo. Isto me deixa ainda mais admirado com o coração do
pastor Geraldo, porque ele leva tudo muito a sério, ainda que seja qualquer
coisinha, qualquer “correçãozinha”, e procura seguir aquela orientação com
zelo. Todos vêm que ele tem um coração muito puro. Fico emocionado
quando penso na lealdade desses irmãos, mas não foi por acaso. Não foi de
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um dia para o outro que chegamos lá. Pagamos um preço muito alto, que –
agora podemos dizer – valeu a pena.
5. O PRINCÍPIO DA ALEGRIA
Você sabia que é extremamente importante ser uma pessoa cheia de alegria?
Sorrir ajuda em muito os relacionamentos, o que é provado cientificamente.
Não aquele sorriso falsificado, artificial, de plástico. Mas o sorriso sincero,
genuíno, que vem do fundo do coração. Ele desarma qualquer um. Mas,
talvez você diga que não é seu jeito sorrir muito, não. Então Deus quer
mudar o seu jeito, em nome de Jesus. Porque Deus quer que sejamos
pessoas que deem mais sorrisos. Ou então, talvez você questione que a
Bíblia, em nenhum lugar fala que Jesus andava para cima e para baixo
sorrindo, mas fala que Ele chorou! É, mas a Bíblia também não fala que
Jesus respirava, que usava o banheiro, que Ele usava roupa, etc. É óbvio
que Ele fazia todas estas coisas. Todos sabiam disso, inclusive sabiam que
Ele sorria. Mas, no dia em que Ele chorou, ai sim: “Oh, Jesus chorou!
Vamos anotar aqui: Jesus chorou”, pois isto não era comum. Como
podemos dizer que Jesus sorria muito? Primeiro, a Bíblia fala sobre a
alegria que Ele tinha. Segundo, as crianças eram atraídas a Jesus. Você já
viu as crianças serem atraídas por alguém com cara fechada? Elas querem
distância. Crianças são atraídas por alguém que é sorridente.
Estas estatísticas não são muito científicas, mas dizem que o ato de sorrir
envolve vinte e seis músculos do rosto. Para fazer uma cara fechada são
necessários sessenta e dois músculos do rosto. É bem maior o número de
músculos do rosto para fazer uma cara fechada, porque Deus fez o nosso
rosto para sorrir. Você sabia que um dos segredos para desenvolver
relacionamentos é saber falar sorrindo?
Temos o exemplo do Jorge Himitian, que sabe conversar sorrindo, e eu
estou aprendendo com ele a conversar sorrindo. Claro que esse sorriso não
pode ser artificial, superficial. Tem que vir fluindo de uma alegria profunda.
Mas, muitas vezes a pessoa tem alegria profunda e não sabe exteriorizar.
Jesus falou, em João 15.11: “Tenho-vos dito estas coisas para que o meu
gozo esteja em vós, e o vosso gozo seja completo”. Se você já nasceu de
novo, você já tem a alegria completa. A Bíblia fala que a alegria do Senhor
é a nossa força. Você já tem a alegria do Senhor, mas isto não ajudará nos
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relacionamentos se você não souber exteriorizar essa alegria. Você já tem
alegria completa “aqui dentro”; agora tem que exteriorizá-la. Na medida em
que você vai exteriorizando essa alegria, e borbulhando, você começa a ser
uma pessoa que atrai pessoas para Jesus, porque você está cheio de alegria,
de felicidade. As pessoas querem estar perto de alguém que está cheio de
alegria. Isso é um fato que ajuda nos relacionamentos.
Eu ouvi uma ministração em que o irmão estava falando sobre “o crente que
está tão seco que parece uma esponja seca”. Você já viu aquela esponja
bem seca, que passa sobre um pouco de água, mas se você espreme não
acha mais água dentro da esponja. Parece que evaporou. A esponja sugou
toda a água. Assim é o “crente esponja”, que você chega perto dele e
pergunta: “Olá, irmão, tudo bem?” Ele responde: “Ah, não sei, as coisas
não vão bem”. Você insiste: “Mas Jesus é uma bênção, a vida é
maravilhosa”. E ele continua seco, afirmando que a luta é grande, o diabo
existe, o amor de muitos se esfriará, etc. Você fica tentando encorajá-lo,
mas quando o diálogo acaba, você se sente “sugado”. Ele sugou a vida que
estava dentro de você. Abrindo um parêntese, sobre o versículo citado,
sobre o amor de muitos que se esfriará, eu creio que todas as profecias
negativas sobre a Igreja já foram cumpridas, inclusive esta, pois já faz
muito tempo que o amor de muitos se esfriou. Só faltam as profecias
positivas, poderosas, de ganhar o mundo para Jesus.
Por outro lado, existe o crente do tipo “esponja molhada”, o qual está tão
cheio da vida de Deus, que vai molhando a todos por onde passa. Você já
viu uma esponja tão molhada que se você encostar ela em qualquer lugar
começa a escorrer água? E se você tocar nela, o que sai? Água. Assim
também é com a pessoa que está cheia de Jesus. Sabe, é importante você
exteriorizar a presença de Jesus que já está dentro de você. Deixe-O fluir.
Seja um cristão “esponja molhada”.
Quando você começa a exteriorizar alegria, automaticamente começa a
exteriorizar a presença do Espírito Santo, que é a atmosfera de fé, de amor e
de alegria. Aliás, temos sempre ensinado sobre essas três atmosferas, as
quais são essenciais nas reuniões das células. Por exemplo, imagine que
uma pessoa foi convidada para visitar sua célula. Ela não é seguidora de
Jesus, ainda, mas está com muita fome e sede das coisas de Deus. Vamos
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supor que, em uma célula com encontro às quartas, passa segunda, terça, e
ela, que não conhece ao Senhor, já está quebrada, sugada, tem dívidas, tem
brigas em casa. Ela chega destruída para a reunião da célula. E você, sério,
a cumprimenta: “Paz do Senhor. Seja muito bem-vinda. Pode sentar”.
Depois, você traz uma palavra séria: “Tem que ser santo, meu irmão,
senão...”
Você acabou de arrasar o que ainda restava daquele convidado. Deve haver
na célula uma atmosfera de alegria, e não só na reunião da célula, mas na
reunião maior da Igreja, na sua vida, no seu lar. Sempre uma atmosfera de
alegria, sorrindo, brincando, feliz. Esse tipo de atmosfera é muito
importante, tanto quanto a atmosfera de amor, de muito abraço e carinho.
Só para citar um exemplo, eu vi uma célula, onde o líder tinha uma
profundidade, uma revelação da Palavra, como poucos que eu já vi, em
termos de liderança de célula. Era lindo demais. Mas fiquei assustado
quando vi que aquela célula não crescia. Ao mesmo tempo, havia duas
irmãs que eram novas convertidas, mas já estavam cuidando de uma célula.
A casa destas irmãs era simples, mas no dia da reunião a frente da casa
ficava cheia de automóveis. Isto ocorreu há muitos anos, quando estávamos
começando. Todo mundo queria ir para a célula delas e, por isso, estavam
alcançando muitas pessoas. Então falei com o pastor Geraldo: “Vamos
estudar o que elas estão fazendo; por que está havendo tanto sucesso!”
Eu e o Geraldo descobrimos vários segredos. A primeira coisa que faziam
quando as pessoas chegavam à casa, lá no portão de fora, era abraçar e
receber de tal forma que todos se sentiam bem-vindos. Aquele amor, aquele
carinho. Depois, tinha alguém para cuidar das crianças e assim por diante.
As pessoas estão morrendo de fome por amor, por um abraço, por um
carinho. Por isso quando você começa a exteriorizar a presença de Deus,
não deve ter vergonha de agir assim.
Temos notado em Fortaleza, onde estou morando agora, e conforme
também me foi informado, que muitos cearenses tiveram pais rígidos,
porque o cearense é um povo muito trabalhador. Ele é conhecido como o
japonês brasileiro, pois trabalha demais. Os pais foram muito rígidos, muito
firmes, e com isso, os filhos não receberam tanto amor. Cresceram para se
tornar adultos carentes. Eu acho que no Sul existe algo parecido,
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especialmente com relação à descendência dos alemães, porque eu também
sou descendente de alemão e sei como é a cultura deste povo. Então, de
repente você chega para aquele adulto, que tem todas estas carências, e ele é
invadido com amor, com abraços, com carinho. Posso lhe garantir que isto
desarma qualquer um, em nome de Jesus. Isto faz uma grande diferença.
Esse princípio de alegria gera, também, uma atmosfera de fé, porque a
pessoa começa a dizer palavras de vitória, através do espírito de fé. Eu
tenho visto que a célula que se torna um centro de milagres atrai muitas
pessoas, porque fica sendo conhecida na vizinhança. “Ah, seu casamento
está tendo problema? Vai lá que eles oram por você”. Até uma pessoa que
ainda não é seguidora de Jesus testemunha para os outros. Irmãos, quantos e
quantos católicos dos mais tradicionais já chegaram em nossa Igreja e
falaram assim: “Nós sabemos que vocês sabem ajudar os jovens. Nós
sabemos que vocês podem ajudar o casamento”. Quantos vieram a nós
pedindo ajuda, porque uma célula próxima deles foi conhecida como centro
de milagres, ou o lugar aonde coisas acontecem. As células, então, devem
ser o lugar onde está aquela palavra de fé, de vitória, de milagres. Uma
palavra de encorajamento, uma palavra que edifica. Não palavra de dúvida,
de derrota, de incredulidade, que vai desanimar a pessoa que a está ouvindo.
Eu estou falando de células, mas isto se aplica também às congregações,
aos cultos. Se a mensagem e a atmosfera forem de alegria, de fé, é
impressionante como logo não haverá mais espaço para todo mundo. Sabe
por quê? Porque o ser humano é movido pela fé, pela vitória. Uma
atmosfera de fé é tão importante! Você nem imagina.
Para ficar mais claro, podemos comparar com restaurantes. Há restaurantes
que estão sempre cheios, não importa a sua localização. Ele pode ser longe,
fora da cidade. Em Santarém, mesmo, existe uma churrascaria liderada por
gaúchos, que fica bem fora da cidade. Aquela churrascaria não fica vazia.
Sempre está cheia de gente, mesmo estando a 20 quilômetros da cidade.
Mas por quê? Porque a comida é muito boa. Um restaurante pode até ser
caro, pode até ser muito longe, mas se a comida for muito boa, e o
atendimento também, o povo faz fila para entrar.
O mesmo irá ocorrer em sua congregação, ou na sua célula, se você
preparar um alimento no Espírito, uma mensagem de fé, que vai ajudar as
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pessoas a vencerem os problemas, superarem e alcançarem a vitória em sua
vida pessoal e familiar. Você só vai ter um problema: falta de espaço.
Sempre, é um grande problema. Sempre, meu irmão, esse problema vai te
perseguir. Falta de espaço, falta de cadeiras, falta de bancos, porque serão
multidões e multidões, atrás da alegria, do amor e da fé que está emanando
do seu interior.
Eu gostei de algo que um homem de Deus disse: “ Até um porco velho não
permanece comendo no mesmo lugar se, toda vez que vem para comer, ele
recebe uma paulada na cabeça”. Se a pessoa, toda vez que for à sua célula,
na sua congregação, recebe umas pauladas, ou ela decide que vai a outro
lugar para congregar, ou, então, compra um capacete. Precisamos amar as
repreensões que instruem, mas “paulada”, não!
Por fim, esse princípio de alegria também tem relação com o texto de
Romanos 12.15: “Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que
choram”. Para desenvolver relacionamentos é só saber praticar esse
versículo, porque nossa tendência como líderes é o contrário. A pessoa está
triste e nós dizemos: “Não, irmão. Pare com isso. Não acredite. É mentira
do diabo”. Começamos a repreender os que estão tristes.
A Bíblia fala que não é para repreender; é para consolar o que está
desanimado. É para chorar com ele. Não é para repreender. E quando o
novo convertido chega todo alegre, como líderes, pensamos que ele está
exagerando. Então dizemos: “É, irmão, mas não esquece disso...e tal...”,
tentando dar um equilíbrio. Mas a Bíblia diz que é para estarmos alegres
com os que estão alegres. Seja um Barnabé, que chegou em Antioquia, viu
os novos convertidos e se alegrou com a graça de Deus. E ainda jogue mais
lenha na fogueira. Alegre-se! Não vá roubar a alegria dos outros.
Pense num novo convertido que, finalmente, está fazendo discípulos e
liderando uma célula. Ele está todo alegre por causa disto e fala assim: “Eu
já tenho três discípulos, e mais dois estão se convertendo. Glória a Deus”.
Mas você fala: “Amém, irmão, mas eu tenho doze”. Não é o momento de
você falar que tem doze. É o momento de você encorajá-lo e se alegrar com
ele: “Você já tem três discípulos! Glória a Deus!”
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Sobre esse “consolar os que estão tristes”, precisamos lembrar, também o
que Paulo ensina em I Tessalonicenses
5.14: “ Exortamo-vos, também, irmãos, a que admoesteis os insubmissos”.
Em outras palavras, não passe a mão por cima se ele está insubmisso ou
está em rebeldia. Se ele está desobedecendo claramente, não é hora de
consolá-lo, mas sim de admoestá-lo, com amor e carinho. Isso é muito
importante, não porque você quer proteger a reputação da Igreja, mas
porque você ama aquele irmãozinho, e você sabe que ele está abrindo portas
para maldição em sua vida. Mas o versículo também diz: “consoleis os
desanimados”. Nossa tendência é chamar a atenção de quem está
desanimado. Mas não é hora de chamar a atenção; é hora de consolá-lo, de
amá-lo; não de repreendê-lo. O que mais diz? “Ampareis os fracos”.
Quantas vezes, ao invés de amparar o fraco eu o repreendia. Ele não está
conseguindo vencer um pecado, ampare-o, ajude-o, ame-o ainda mais.
Muitos dos nossos maiores pastores eram crentes fracos, que não
conseguiam vencer pecados. Eram crentes derrotados, mas nós aprendemos
o segredo de amparar os fracos, de amá-los. Aliás, estamos aprendendo
ainda, temos muito que aprender sobre isso, mas estamos crescendo.
Olhe esta última frase: “... e sejais longânimos para com todos...” A palavra
“longânimo” decorre de duas outras palavras: longo + ânimo. Para com
quantos, irmãos? Todos. Sabe o que Paulo está dizendo? Você não deve
desanimar sobre ninguém. Você deve ter um ânimo longo, comprido, sobre
todo mundo. Sejais longânimos para com todos. Até àqueles mais
problemáticos deve-se aplicar a fé e dizer: “Eu ainda estou animado sobre
ele. Um dia ele vai ser uma bênção”. Irmãos, pode levar vinte anos; de
repente parece que a ficha caiu e ele se torna uma bênção. Deu problema
vinte anos, mas valeu a pena, porque agora ele vai descontar no diabo e
você vai ganhar um braço direito.
Havia um irmão, muito problemático, que falava mal de mim, além de
tantos outros problemas. Mas eu pus em prática este versículo em relação a
ele. Hoje ele é um dos meus braços direitos na Igreja. Quando eu aprendi a
confrontar e chamar, com muito amor e carinho, fui corrigindo e nunca me
desanimei sobre ele. Esse irmão tem sido uma bênção no meu ministério e
tudo mudou depois que houve esse tipo de tratamento. Sabe o que acontece
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com as crianças problemáticas? Muitas vezes, a criança está chamando a
atenção. Ela está pedindo alguém para corrigi-la, para tratar com ela.
Lembre-se de ser longânimo para com aqueles que você pensa que são os
mais “endiabrados”, e que o diabo fica dizendo em seu ouvido: “Eles
jamais serão uma bênção”. Isso é mentira do diabo; seja longânimo para
com todos.
6. O PRINCÍPIO DE ENXERGAR A FÉ DOS OUTROS
Sabemos o que está escrito em II Coríntios 5.18-19, mas vamos ver mais
uma vez para não nos esquecermos da autoridade que Deus tem dado à
Igreja:
“ Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio
de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, a saber, que Deus estava
em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as
suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação”.
Deus confiou nas mãos da Igreja a palavra da reconciliação. Ele já resolveu
os problemas do pecado e não está mais cobrando do mundo o seu pecado.
Além disso, Ele confiou em nossas mãos o ministério da reconciliação. Que
coisa fabulosa. E em João 20.22-23: “E, havendo dito isto, soprou sobre
eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. Se de alguns perdoardes os
pecados, são-lhes perdoados; se lhos retiverdes, são retidos”. Como se vê,
Deus deu à Igreja, no mundo espiritual, autoridade para decretar salvação,
perdão, vitória e cura das nações.
Mateus 9.1-2: “Entrando Jesus num barco, passou para o outro lado e foi
para a sua própria cidade. E eis que lhe trouxeram um paralítico deitado
num leito. Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: Tem bom ânimo, filho;
estão perdoados os teus pecados”. Por que Jesus viu a fé desses homens?
Porque Jesus estava com os olhos treinados para ver a fé dos outros.
Às vezes nossos olhos estão treinados para o sentido contrário, olhando
com muita desconfiança, a ponto de não perceber a fé que os outros estão
tendo. Isso prejudica os relacionamentos. Jesus percebeu que esses homens
tinham fé, então Ele exerceu uma autoridade impressionante, falando: “Tem
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bom ânimo, filho; estão perdoados os teus pecados.” Os religiosos ficaram
escandalizados com isso, como se vê no versículo 3.
Nos versículos 4-6, porém, Jesus, “ conhecendo-lhes os pensamentos, disse:
Por que cogitais o mal no vosso coração? Pois qual é mais fácil? Dizer:
Estão perdoados os teus pecados, ou dizer: Levanta-te e anda? Ora, para
que saibais que o Filho do Homem tem sobre a terra autoridade para
perdoar pecados disse, então, ao paralítico: Levanta-te, toma o teu leito e
vai para tua casa”.
Quando você começa a ver a fé dos outros os resultados são poderosos. Em
primeiro lugar, isso cria, em você mesmo, uma fé viva em Jesus. Eu tenho
visto isso em minha vida. Muitas vezes eu chego em um lugar e Deus abre
meus olhos para ver que o povo tem fé, o que encoraja a minha própria fé.
Em segundo lugar, nos dá coragem de decretar vitória, perdão e cura. Em
terceiro lugar, é uma autoridade sobrenatural trazendo resultados.
Foi o que aconteceu (vv. 7,8): “ E, levantando-se, partiu para sua casa.
Vendo isto, as multidões, possuídas de temor, glorificaram a Deus, que dera
tal autoridade aos homens”. Interessante que aqui não se fala no singular,
mas no plural (“aos homens”). A multidão entendeu o ensino de Jesus, de
que Deus tem delegado aos homens, aqui na terra, autoridade para decretar,
para perdoar, para curar, pelo que glorificou a Deus por ter delegado essa
autoridade aos homens. Eu posso estar enganado, talvez interpretando
errado, e estou pronto para ser corrigido. Não sou dogmático, mas, creio eu
que é isso que ele está falando, porque está no plural: homens.
Agora, veja bem Atos 14.8-10, onde a mesma coisa acontece com o
apóstolo Paulo:
“Em Listra, costumava estar assentado certo homem aleijado, paralítico
desde o seu nascimento, o qual jamais pudera andar. Esse homem ouviu
falar Paulo, que, fixando nele os olhos e vendo que possuía fé para ser
curado, disse-lhe em alta voz: Apruma-te direito sobre os pés! Ele saltou e
andava”.
Aqui vemos um milagre duplo porque até uma criança demora muito tempo
para aprender a andar. Agora, imagina um homem de certa idade, que nunca
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andou na vida, que, mesmo sendo curado da paralisia, demoraria meses
para aprender a andar. Ele foi curado da paralisia e também andou
instantaneamente. Mas, o que mais me impressiona neste relato, é que não
foi a fé de Paulo que curou o homem. Claro que foi o Senhor Jesus, mas foi
pela fé do próprio homem que ouvia a mensagem. A importância de Paulo
no caso é que ele teve olhos capazes de ver que o homem tinha fé para ser
curado. Da mesma forma, nós temos que ter esses olhos para ver, porque
isso vai abrir comportas de curas, de milagres, do sobrenatural no nosso
ministério.
7. O PRINCÍPIO DE REANIMAR-SE NO SENHOR
Veja I Samuel 30.6. Você já conhece a história, eu creio, do primeiro livro
de Samuel. Penso que, fora o incidente com Absalão, que tentou matá-lo
enquanto ele fugia, este foi o pior momento da vida do rei Davi. Ele já era
um fugitivo, tinha se instalado com os filisteus quando, de repente, voltando
do campo de batalha, chega e vê queimada toda a cidade onde ele estava
morando com seus valentes. Todas as crianças e todas as esposas, inclusive
a do próprio Davi, tinham sido sequestradas. Então, os homens que Davi
estava ajudando e abençoando ficaram tão tristes por causa de suas esposas
e filhos, que queriam apedrejar Davi. Ou seja, além de sofrer um baque tão
horrível, em virtude da própria esposa e filhos, agora os próprios
companheiros estavam querendo acabar com ele. Que situação horrível.
Mas eu gosto tanto do versículo 6, que fala assim: “Davi muito se
angustiou, pois o povo falava de apedrejá-lo, porque todos estavam em
amargura, cada um por causa de seus filhos e de suas filhas; porém Davi
se reanimou no SENHOR, seu Deus”.
Nós nunca podemos esquecer que o nosso discipulador principal sempre
será o Espírito Santo. Não podemos criar uma dependência mórbida no
homem. A Bíblia fala maldito o homem que confia no homem. Não
significa que nós não podemos confiar na palavra de alguém, mas não
podemos fazer daquele homem nossa fonte de sustento. Não. Só existe um
que é nossa fonte, Jesus. Temos que estar debaixo de cobertura, temos que
abrir nossa vida, mas se colocarmos nossos olhos no homem e não
aprendermos a nos reanimar no Senhor, sempre vamos acabar sofrendo
decepções e problemas. Deus não quer isso.
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Deus quer que nós saibamos voltar para dentro de nós mesmos, onde mora
o Espírito Santo, e saber nos reanimar no Senhor. A pessoa que faz isso
gera relacionamentos muito fortes, porque ela pode estar num momento
muito angustiante, mas ela continua tratando as pessoas bem, continua
sendo amorosa. Aqui, por exemplo, Davi não ficou magoado com os
homens dele. Ele soube dar a volta por cima, e eu quero encorajá-los nesta
área, em nome de Jesus.
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Capítulo Seis
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Onze Princípios do Líder Cristão
Nós já sabemos, mas sempre é bom lembrar, que, desde o início, o plano e o
sonho do nosso grandioso Deus era ter uma nação de sacerdotes onde todos,
sem exceção, não somente teriam um relacionamento de intimidade com
Ele, mas seriam proclamadores das boas novas do Evangelho. Desta forma
todos estariam trabalhando para Ele. No Novo Testamento temos uma visão
muito clara de que a responsabilidade dos ministérios de apóstolos,
profetas, evangelistas, pastores e mestres é a de colocar o ministério na mão
do povo, de equipar a Igreja, de ordenar a Igreja para realmente cumprir o
seu ministério.
Eu sempre tenho dito que o meu papel, quando estou pastoreando um
rebanho, não é o de ganhar vidas e cuidar delas. O meu papel, sim, é
equipar bem os santos para que os santos possam ganhar vidas e cuidar bem
delas. Porém, eu também sou ovelha do grande pastor Jesus e meu papel
como ovelha também é o de ganhar vidas e cuidar bem delas. Mas, quando
entendemos que o papel do presbitério, dos apóstolos, profetas e
evangelistas, pastores e mestres não é o de fazer o ministério, mas sim de
equipar a Igreja para que todos os santos façam o ministério, então
começamos a ver que Deus quer usar todos para ganhar vidas para Jesus,
para discipular, para liderar células, Igrejas nas casas.
Deus quer usar todos, porque todos têm um chamado para fazer discípulos.
Este é um chamado bíblico para todos. Gostaria, então, de compartilhar
algumas coisas como um líder cristão, como um servo do povo de Deus.
Talvez você ainda não seja um líder de célula ou mesmo um discipulador.
Mas creio que você o será, em nome de Jesus. Sendo assim, você já estará
sendo preparado para cumprir o seu ministério, porque este é o meu papel, o
meu chamado, ou seja, equipar os santos para o seu serviço.
Em João 17 nós temos a oração sacerdotal de Jesus, e cabe dizer que não
existe um modelo de líder e discipulador melhor do que o próprio Senhor
Jesus. E, mesmo nesta oração, Ele está servindo como o modelo de líder,
porque Ele demonstra atitudes tão lindas e importantes que todo líder na
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Igreja deve ter. É interessante que esta oração de Jesus é também uma
prestação de contas para o Pai do que Ele está fazendo acerca do seu
trabalho com os discípulos, com as suas ovelhas aqui na Terra. Como
podemos cuidar bem das ovelhas confiadas a nós, como podemos liderar os
discípulos, servi-los e lavar os seus pés? Eu creio que neste assunto temos
muitos princípios, mas quero compartilhar apenas onze desses princípios,
onze atitudes importantes para o líder cristão.
1. O PRINCÍPIO DE GLORIFICAR O PAI
O primeiro princípio se encontra no versículo 4. Este era um dos versículos
preferidos do meu irmão Lucas, que era dez anos mais velho que eu, e que
em 1994 partiu para a glória, em virtude de um acidente com o ultraleve
que ele usava para supervisionar os trabalhos ribeirinhos. Ele era um
apaixonado por Deus e tinha um coração realmente cheio de amor e fervor
por Deus e pela Sua obra. Quando ele faleceu, encontraram na sua
escrivaninha esse versículo escrito, e parece que ele havia escrito no dia em
que o avião caiu: “Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me
confiaste para fazer”.
Não existe um alvo, um propósito mais sublime do que agradar e glorificar
a Deus. Porém se alguém diz que “o meu alvo é ser igual a Jesus”,
realmente este é um alvo tremendo, mas mesmo assim poderia haver, num
lugar bem escondidinho, um pouquinho de egoísmo misturado: “EU quero
ser igual a Jesus”. No entanto, um alvo totalmente altruísta, totalmente
nobre é este: “Independente de mim, o que eu quero é agradar e glorificar a
Deus”. Nos Evangelhos vemos a luta que foi para Jesus, antes de ir para a
cruz, quando Ele disse: “Não a minha vontade, mas a tua seja feita”,
porque a vontade dele não era de se tornar pecado. Ele não queria ser
separado do Pai, mas Ele deixou de lado a sua vontade e fez, acima de tudo,
a vontade de Deus. Não existe um alvo mais sublime do que dizer: “Eu só
quero agradar e glorificar a Deus, mesmo que seja necessário eu não
cumprir com outros alvos sublimes e nobres também, pois este é o alvo
mais nobre e mais sublime que existe, o propósito de glorificar a Deus”.
Vejamos o que Jesus disse: “ Eu te glorifiquei na terra consumando a obra
que me confiaste para fazer”. Deus tem uma obra específica, um chamado
precioso para cada um de nós e quer nos usar grandemente. Primeiro Ele
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quer operar dentro de nós e depois através de nós de uma forma gloriosa. E
a Bíblia diz que nós devemos ser excelentes nesta obra; não devemos ser
relaxados. Jeremias 48.10 diz: “Maldito aquele que fizer a obra do Senhor
relaxadamente”, e em Isaías 32.8, o profeta diz: “Mas o nobre projeta
coisas nobres e na sua nobreza perseverará”.
Hoje em dia muitos estão envolvidos na obra de Deus, estão trabalhando
para Jesus, mas trabalham relaxadamente. Há muitas pessoas que no seu
trabalho secular, na sua empresa, se esmeram pela excelência, são pontuais
e acham que tudo tem que ser perfeito, também exigindo o mesmo de seus
funcionários. O problema é que essas mesmas pessoas, muitas vezes, são
relaxadas com as coisas de Deus. Chegam atrasadas aos encontros da Igreja,
às vezes nem fazem discípulos, e quando fazem, é com desleixo. No
trabalho natural fazem tudo com excelência, mas quando o trabalho é para
Deus o fazem com mediocridade. Não é assim que Deus quer.
Se no mundo natural fazemos as coisas com excelência
- e elas devem ser feitas assim porque o nosso Deus é um Deus de
excelência, e isso abrange todas as áreas - quanto mais nas coisas de Deus,
pois Ele merece o nosso melhor, com muito mais intensidade, com
excelência. Eu quero desafiar a todos os que são obreiros de Jesus, que
trabalham para Ele, que façam a sua obra com excelência. Todos nós, na
verdade, somos desafiados a sermos nobres, a projetar coisas nobres e
perseverar nisto.
Eu tenho visto que faz uma diferença muito grande quando as pessoas se
conscientizam que estão envolvidas no projeto mais importante que existe,
que é fazer discípulos, e decidem fazê-lo com excelência e com dedicação.
Este é um projeto que dá trabalho, toma horas e horas conversando,
buscando, orando, indo atrás daquelas ovelhas. Mas isto é o que faz a
diferença, ou seja, procurar cuidar bem das ovelhas, não abandoná-las, e
fazer a obra de Deus com seriedade, com consagração e dedicação. Eu sou
brasileiro e gosto, por exemplo, de assistir à seleção brasileira jogando. Mas
já vi pessoas que não hesitam em faltar a um encontro da Igreja para assistir
a um jogo do Brasil. Então devemos ponderar sobre o que é que nos traz
prazer, o que é que nos traz alegria.
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Eu nunca vou esquecer algo que li certa vez, sobre como deve ser o servo
de Deus: “É Jesus primeiro, sua família em segundo lugar e em terceiro os
seus discípulos, a obra de Deus. E nada mais nos encanta, nada mais nos
seduz”. Isto não significa que não possamos gostar de fazer outras coisas,
como assistir a um jogo, mas não é isso que traz empolgação ao nosso
coração, não é isso o que nos encanta, o que nos seduz. Falando a verdade,
na minha vida a obra de Deus não é só o meu trabalho, é o meu hobby
também. É o meu prazer viver para Jesus, para a minha família e para a
obra de Deus. E não é porque você não tem tempo integral na obra que você
não pode viver só para Jesus. Você deve viver só para Ele, mesmo que
esteja no seu trabalho, porque lá você é um missionário. Lá você vai poder
ganhar muitas pessoas que não seriam ganhas por alguém que trabalha
mesmo em tempo integral. Nada mais nos encanta, nada mais nos seduz.
Então, esse é o primeiro princípio: glorificar a Deus, consumando a obra
que nos foi confiada, sendo pessoas de propósitos, fazendo discípulos.
Devemos buscar ao Senhor para saber a Sua vontade e seremos
conquistados por Ele para nos envolvermos na Sua obra.
2. O PRINCÍPIO DE MANIFESTAR O NOME DO PAI
No versículo 6 de João 17, na primeira parte, temos o segundo princípio:
“Manifestei o teu nome aos homens que me deste do mundo”. Jesus está
dizendo que, como líder, como discipulador, Ele não estava manifestando o
próprio nome, pois Ele sempre apontava para o Pai. E, da mesma forma,
nós não devemos manifestar o nosso nome. Muitas vezes é fácil querermos
impressionar os nossos liderados, os nossos discípulos, mas devemos,
acima de tudo, apontar para o nome de Jesus. O mais importante é o nome
dele, e não o nosso.
Muitas vezes o líder quer que a célula cresça e se multiplique ou quer que a
congregação vá crescendo, até ser uma grande congregação, mas com
motivações erradas. Eu viajo muito e ministro para pastores em várias
ocasiões. E quando alguns pastores sabem que, pela misericórdia de Deus,
estamos pastoreando muitos discípulos (hoje eu já mudei para Fortaleza,
mas continuamos supervisionando apostolicamente o trabalho em
Santarém), ficam impressionados e dizem: “Ensina-nos como devemos
fazer; nós também queremos ter Igrejas grandes assim”. Não é errado
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querer ter um trabalho grande se a motivação for correta, mas muitas vezes
a pessoa está querendo uma congregação grande para ela poder ser
conhecida, respeitada. Mas Jesus não procurou manifestar o seu próprio
nome; só procurou manifestar o nome do Pai.
Jesus manifestava também o poder do nome do Pai. Os discípulos se
tornaram discípulos porque primeiramente viram o poder do nome do Pai, e
é isso o que vai atrair as pessoas ao seu ministério, meu irmão, porque Deus
vai usá-lo muito; Ele quer usá-lo cada vez mais. Mas o segredo é você ser
íntimo com Ele e liberar o poder do nome de Jesus. É interessante que Jesus
não começou fazendo discípulos; você já pensou nisto? Ele começou
operando milagres, os milagres atraíram as multidões, e depois Jesus foi
trabalhando em oração, e, dirigido pelo Espírito Santo, escolheu os Seus
discípulos.
Alguns líderes têm chegado para mim dizendo que tentam investir em
vidas, tentam escolher discípulos, mas não dá certo, pois eles não os
respeitam. Ninguém vai querer ser discipulado por alguém que não tem
nada a oferecer. Primeiro devemos manifestar o poder do nome de Jesus, ir
em frente com milagres e os sinais nos seguirão; então vamos poder fazer
discípulos para Jesus. Jesus estava dizendo: “Pai, eu manifestei o teu nome
a eles, eles viram o poder do teu nome, por isso vieram atrás de mim”. Este
é o segundo princípio de um líder cristão: manifestar o nome de Jesus e não
o seu próprio nome, e manifestar o poder do nome de Jesus.
Pela graça e misericórdia de Deus, os discípulos que vêm nos
acompanhando, alguns há vinte anos, têm visto muitos milagres. É muito
gostoso ouvir quando o grupo está reunido e lembrando o que Deus fez:
“Olha aquele milagre, o que Deus fez!!! Lembra quando tínhamos só duas
pessoas na congregação?”
Na parte urbana de Santarém temos 26 núcleos da Igreja da Paz, mas
naquela região toda, ao redor de Santarém temos centenas de congregações,
para a glória de Deus. É muito precioso ver o crescimento e os milagres que
Deus fez para isso acontecer. Eu não estou exagerando. Há cegos, alguns
totalmente cegos, outros parcialmente, que voltaram a enxergar, e aleijados
que andaram. É claro que os milagres vão atrair as multidões, e aí vem o
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discipulado. Aleluia! Mas Jesus disse que os sinais vão seguir aqueles que
crêem; então, em primeiro lugar, você precisa crer.
O mesmo está acontecendo em Fortaleza e no Ceará. Temos 32 Igrejas no
Ceará, até maio de 2011, e isto é só o começo!
3. O PRINCÍPIO DE RECONHECER QUE OS DISCÍPULOS SÃO
DO SENHOR
Na segunda parte do versículo 6 vemos o terceiro princípio: “Eram teus, tu
mos confiaste e eles têm guardado a tua palavra”. Aqui Jesus está
reconhecendo que as ovelhas que o Pai tinha confiado nas suas não eram
SEUS discípulos, mas eram ovelhas DO PAI.
Este terceiro princípio tem três aspectos: Primeiramente temos que lembrar
sempre que as ovelhas, os discípulos que Deus coloca em nossas mãos não
são nossas ovelhas, e sim ovelhas do Senhor. Às vezes tenho visto líderes
de célula ou discipuladores que se referem a determinado discípulo como se
fosse “o MEU discípulo”, ou seja, com uma atitude possessiva.
O segundo aspecto ainda neste princípio é que Deus está confiando ovelhas
dele em nossas mãos. Que responsabilidade! Um dia Ele vai pedir a
prestação de contas, de como nós cuidamos dessas ovelhas. Que privilégio,
mas que responsabilidade poder cuidar das ovelhas dele!
O terceiro aspecto é que, se Deus está confiando as suas ovelhas em nossas
mãos, isto mostra que Ele acredita em nós, e que Ele vai nos capacitar para
cuidar bem delas, porque Ele não faria uma coisa tola. Deus não entregaria
uma ovelha sua nas mãos de alguém em quem Ele não acredita, alguém que
não seria capaz de cuidar bem dela. Então, Deus acredita em você; Ele
acredita que você vai cuidar bem das ovelhas dele. Aleluia!
Muitas vezes o diabo tem nos convencido a não acreditar nem em nós
mesmos. Mas não tem problema se ninguém acreditar em você, se nem
você acreditar em si mesmo, porque só uma coisa é importante: Deus
acredita em você; Ele acredita que você poderá cuidar bem das suas
ovelhas. A Bíblia diz: “Tudo posso naquele que me fortalece” (Filipenses
4.13). Então, nunca acredite nas mentiras do diabo, de que você não vai
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conseguir ser um discipulador, ou que você não vai ter condições de liderar
e multiplicar uma célula, porque maior é aquele que está em você do que
aquele que está no mundo! Deus vai usar você poderosamente, em nome de
Jesus.
4. O PRINCÍPIO DE RECONHECER QUE TUDO VEM DO PAI
No versículo 7 e primeira parte do versículo 8 vemos o quarto princípio:
“Agora, eles reconhecem que todas as coisas que me tens dado provêm de
ti, porque eu lhes tenho transmitido as palavras que me deste e eles as
receberam e verdadeiramente conheceram que saí de ti e creram que tu me
enviaste”. Jesus estava dizendo que deixava bem claro para os seus
discípulos que tudo o que Ele tinha, não vinha dele mesmo, mas do Pai. Ele
deixava bem claro que não era por causa dele que a obra estava grande, mas
que era por causa do Pai, e que tudo o que Ele tinha havia recebido por
causa da sua intimidade com o Pai.
Isto é muito profundo porque muitas vezes o discipulador, sutilmente, sem
pensar, acaba passando uma ideia para o seu discípulo de que ele é especial.
E diz: “É que eu tenho um chamado especial, sabe, eu tive uma visão uma
vez. Um anjo desceu, me bateu com uma vara e saíram estrelas.” Aí o
discípulo fica lá pensando: “Puxa, que grande homem de Deus. Eu nunca
vou conseguir ser assim. Só se eu tiver uma visão e aquela vara bater na
minha cabeça também.” Muitas vezes o discipulador passa a imagem,
talvez sem querer, de que ele é um caso especial, que ele tem dons especiais
e o discípulo pensa que nunca vai chegar ao nível dele. Mas o bom
discipulador fala: “Não, não, por mim mesmo eu não sou nada. Eu sou
muitomais fracoque você, se não fosse por Jesus. Mas sabe por que eu
posso fazer as coisas que eu faço? É por causa da minha intimidade com
Jesus; é por causa do meu tempo com Deus. Assim Ele me capacita. E se
você também tiver um tempo com Deus e for íntimo com Ele, então você
também vai poder ser grandemente usado por Ele”. Assim o discípulo é
motivado.
Por que os discípulos de Jesus não ficaram tão espantados quando Jesus
disse que eles fariam as obras que Ele fazia e ainda maiores? Porque Ele
sempre mostrava a eles que não fazia nada por Ele mesmo, que Ele só fazia
o que via o Pai fazer, que Ele não falava nada por Ele mesmo, mas só falava
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o que ouvia o Pai falar. Então, se eles tivessem a mesma intimidade com o
Pai, eles poderiam fazer tudo o que Ele fazia. Não havia ninguém que
operasse curas como Jesus. Porém, nunca ouvimos nenhum dos discípulos
dizendo: “Jesus, ensina-nos a curar”. Não havia ninguém que ensinasse
como Jesus, o Mestre dos mestres, mas nunca ouvimos os discípulos
dizendo: “Jesus, nos ensina a ensinar”. Não havia ninguém que pregasse
como Jesus. A Bíblia fala que o povo era dominado por Suas palavras. Mas
nunca ouvimos os discípulos dizendo: “Jesus, ensina-nos a pregar”. A
única coisa que os discípulos pediam era: “Jesus, ensina-nos a orar”. Por
quê? Porque Jesus já havia dito a eles, que se eles tivessem a mesma
intimidade que Ele tinha com o Pai e orassem como Ele orava, então eles
poderiam pregar, curar, ensinar como Ele fazia. Este é o segredo dos
segredos: a intimidade com Jesus. Se você tiver intimidade com Jesus, o
resto vem como consequência. O segredo é o relacionamento com Ele.
Respire a presença manifesta dele, e você fará discípulos de todas as
nações, em nome de Jesus.
O gostoso da intimidade com Deus é quando começamos a ouvir e a receber
palavras de Deus. Muitas pessoas têm usado este princípio de fé, mas de
uma forma totalmente errada, como se a fé fosse um pensamento positivo,
uma boa vontade. Isto pode até dar resultados, mas não aqueles resultados
verdadeiramente sobrenaturais do céu. A fé bíblica é aquela que nunca
contradiz a Palavra de Deus. Ela tem base na Palavra de Deus e também na
direção do Espírito Santo. Em Romanos 10.17 lemos que “a fé vem pelo
ouvir e ouvir a palavra de Deus”. Essa é uma palavra rhema.
Em Atos 16 vemos Paulo com Silas na cidade de Filipos, onde pregavam o
Evangelho. Logo no começo da estadia deles aconteceu que uma moça
endemoninhada começou a segui-los dizendo: “Estes homens são servos do
Deus altíssimo”. Uma vez eu fiquei pensando por que Paulo tolerou isto. A
Bíblia diz que isto aconteceu por muitos dias, e eu me perguntei por que
Paulo não expulsara o demônio dela já na primeira vez. É porque Paulo já
sabia que a fé vem pelo ouvir a palavra rhema de Deus. Ele tinha o logos,
mas o rhema ele não tinha ainda. Imagino que Paulo, logo que o demônio
começou a falar, orou: “Senhor, eu sei que o Senhor quer que o demônio
saia e essa jovem seja liberta, é óbvio. Mas eu quero saber a tua perfeita
vontade neste detalhe, neste momento. O que o Senhor diz?” E o Espírito
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Santo respondeu: “Espera!” E Paulo: “Tem certeza, Senhor? Porque eu
queria muito expulsar esse demônio”. Então se passou um dia, dois dias,
uma semana. Imagino que Paulo já estava angustiado. Enquanto o demônio
estava falando, Paulo perguntou novamente: “Já posso agora, Senhor?” E o
Espírito Santo disse: “Pode!” E a Bíblia diz que ele gritou em alta voz:
“Saaai dela!”
Volume não expulsa demônio, mas eu creio que Paulo estava tão afobado,
que não aguentou, teve que gritar. E o demônio saiu. Mas o que aconteceu?
Os donos daquela jovem, que usavam o demônio para fins comerciais,
ficaram com raiva de Paulo e Silas e os jogaram na prisão. Eles ficaram
aquela noite na prisão, aconteceu o terremoto e eles ganharam a família do
carcereiro; mas na manhã seguinte tiveram que sair da cidade.
Imagine se Paulo não tivesse seguido a direção do Espírito Santo e já logo
no primeiro dia tivesse expulsado aquele demônio? Talvez nunca tivesse
sido fundada a Igreja em Filipos, e talvez nós nunca tivéssemos acesso à
carta aos Filipenses na Bíblia. Você já pensou nisso? É por isso que vale a
pena receber uma palavra de Deus.
Há algum tempo atrás eu tinha uma oração-fórmula. Por exemplo, se
alguém estava doente, eu tomava como base certos versículos da Bíblia,
como: “Tudo que ordenardes em meu nome, será feito”. Eu notei que no
livro de Atos, muitas vezes eles não oravam pelos enfermos, eles
ordenavam a cura no nome de Jesus. Eu vi o exemplo na Bíblia, vi o poder
do nome de Jesus, a autoridade conferida à Igreja. Então, eu usava certa
fórmula toda vez que um enfermo vinha pedir oração. Mas um dia Deus
falou para mim: “Assim está errado, meu filho. Você tem que ouvir a minha
voz”. Então eu entendi por que às vezes Jesus fazia coisas que pareciam tão
estranhas. Uma vez, quando Jesus estava diante de um cego, Ele cuspiu,
misturou a saliva com a terra e colocou nos olhos do cego.
Minha irmã, que é enfermeira, diz que as duas piores coisas para os olhos,
as que contêm mais germes, são terra e saliva. E Jesus misturou essas duas
coisas e aplicou nos olhos daquele cego. Será que Jesus só estava querendo
ser criativo e começar mais uma campanha, uma corrente? Não, Jesus
estava ouvindo a voz do Pai. Para ouvir a voz do Pai é preciso ter
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intimidade com Ele. Não tem atalho, não; é só através da intimidade com
Ele.
Uma vez eu estava em uma Igreja em Belém e o pastor havia me pedido
para ministrar sobre o batismo no Espírito Santo. E eu gosto de ministrar o
batismo no Espírito Santo; é uma bênção! Então eu ensinei o que a Palavra
diz e houve muitas pessoas recebendo o batismo no Espírito Santo, falando
em línguas, aquela glória! Eu estava super feliz. De repente, alguém me
chamou e eu pensei que queriam oração sobre o batismo. Mas aí a pessoa
falou: “A minha irmã é totalmente surda de um ouvido e quase totalmente
surda do outro. Ela pode ouvir, mas só se gritar BEM ALTO com ela! O
Senhor pode orar por ela?” Aquilo realmente me pegou um pouco
desprevenido, porque eu estava ministrando sobre batismo no Espírito
Santo, mas, mesmo assim, eu concordei. Então eu fiz aquela oração
fórmula: “Pai, blá, blá , blá...amém!” No final, porém, o Espírito Santo me
falou algo: “Você fez tudo errado de novo, não é, meu filho? Você sabe
muito bem que antes de orar por alguém, você deve primeiro falar comigo,
para saber como orar”. Aí eu disse: “É verdade. Fiz tudo errado mesmo. E
agora, Espírito Santo, o que eu faço?” E o Espírito Santo me mandou voltar
lá. Eu voltei e Ele me mandou colocar o dedo dentro do ouvido dela. E,
com muito cuidado, eu coloquei meu dedo dentro do ouvido surdo dela. Aí
eu falei pra Ele: “E agora?” E Ele não falou mais nada. Como Ele não
falava mais nada, fiquei lá, orando em línguas em voz baixa. Então o
Senhor falou: “Pode ir”. E eu fui. Quando eu estava saindo, ouvi um grito:
“Ah... eu estou ouvindo, eu estou ouvindo!” Foi uma festa. Voltei para
Santarém e depois o pastor me ligou e disse: “Abe, aquela menina chegou
em casa e a mãe já estava dormindo. Ela foi dormir também. De manhã, a
mãe chegou para falar com ela, gritando como sempre fazia, e ela disse:
‘Mãe, não precisa gritar mais, Jesus já me curou’”!
O pastor Cho, da Coreia, conta uma história tremenda, que tem servido de
inspiração para mim, para encorajar a minha fé e para me levar a ter mais
intimidade com o Pai. Ele fala sobre uma vez em que estava ministrando a
Palavra e um homem chegou com sua filha, que era aleijada. Imagino que
ela tivesse cerca de 9 anos de idade, e o pastor Cho pegou aquela menina
nos braços. Ele já sabia que o segredo era a intimidade com Deus, então ele
orou: “Sim, Senhor. O que o Senhor quer? Eu sei que o Senhor quer curar
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esta menina, mas não sei como, não sei quando. Mostra-me a tua vontade”.
E Deus falou com ele. Não em voz audível, mas no seu espírito e disse:
“Coloque-a no palco e pule em cima das pernas dela”. Você tem que ter
muita certeza que é a voz de Deus antes de fazer uma coisa dessas, certo?
Então ele colocou a menina sobre o palco e começou a pular em cima das
pernas dela. Ele disse que enquanto pulava sobre as pernas da menina,
sentia e ouvia o barulho dos ossos sendo esmagados. A audiência estava
boquiaberta, e o pai da menina já estava quase desmaiando. Mas enquanto
ele pulava, a unção de Deus veio sobre ele de tal maneira que, num ímpeto,
ele se afastou, pegou a mão da menina e saiu correndo. E ela saiu correndo
com ele, perfeitamente curada, para a glória de Jesus. Aleluia! O segredo
dos segredos é a intimidade com Deus.
5. O PRINCÍPIO DE SEMPRE ORAR PELOS DISCÍPULOS
No versículo 9 vemos o quinto princípio: “ É por eles que eu rogo; não
rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, pois são teus”. Aqui Jesus
está orando pelos Seus discípulos, e Ele não está dizendo que nunca ora
pelo mundo. Creio que Ele também está nos abrindo uma janela sobre um
dos segredos do ministério dele. E um dos segredos do ministério de Jesus,
eu creio, é que a prioridade de oração era pelos seus discípulos.
Neste texto, em outras palavras, Ele está dizendo: “ Pai, eu oro, sim, em
outras ocasiões, pelo mundo, pela salvação do mundo todo. Mas o que mais
pesa em meu coração, o que mais me preocupa são as ovelhas que o
Senhor confiou nas minhas mãos, porque se Eu não for fiel com elas, então,
eu estarei te decepcionando. Esta é a prioridade da minha oração”. É
muito importante orar pelo mundo, a Bíblia nos manda orar por todos os
homens, por aqueles que se acham revestidos de autoridade, etc. Mas a
prioridade parece-nos ser a de orar pelos santos. Até nas epístolas de Paulo
é muito raro encontrarmos uma oração pelo mundo.
Desde que a congregação em Santarém era muito pequena, eu tenho
dedicado muito tempo à oração, pela misericórdia de Deus. Tenho
procurado orar por todos os santos da congregação, no poder e pelo poder
do Espírito Santo. Antes de me mudar de Santarém, estive reunido com o
irmão Geraldo, que preside o presbitério, e com a sua esposa, Terezinha. Eu
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quis contar-lhes este segredo ministerial, que eu creio que seja um dos mais
importantes da minha vida lá em Santarém, e falei com eles a respeito de
dedicar muito tempo à oração pelos santos. Quantas e quantas vezes tenho
ligado para Santarém e o irmão Geraldo está diante de Deus, porque ele
sabe o segredo. Este irmão separa todas as manhãs só para o Senhor, ele não
aceita nenhum compromisso de manhã porque a prioridade é para o Senhor.
Eu sempre procuro enfatizar nos lugares aonde eu vou que o segredo dos
segredos é a intimidade com Deus; e depois da intimidade com Deus, o
maior segredo para o crescimento verdadeiro da Igreja, em quantidade e
qualidade, é a oração. Parece que alguns não acreditam, enquanto outros
acreditam. Mas, é realmente importante investir muito tempo na oração.
6. O PRINCÍPIO DE DAR A VIDA
PELOS DISCÍPULOS
No versículo 12, que também é um dos meus favoritos, encontramos o
sexto princípio: “Quando eu estava com eles, guardava-os no teu nome que
me deste e protegia-os. Nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição,
para que se cumprisse a Escritura”. Nesta parte da sua oração, Jesus disse
que zelava pelos seus discípulos e os protegia. E Ele conclui a frase
dizendo: e nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição, para que se
cumprisse a Escritura. Em Santarém nós começamos a receber esta palavra
como um rhema de Deus para o nosso ministério e para a congregação. E
todos os santos começaram a ser equipados com essa nova mentalidade.
Nós não iríamos perder nenhum. Mas e aqueles que já se foram? Pela fé já
voltaram. Às vezes haviapassado dez anos e a pessoa voltava porque nós a
cercávamos com amor, com perseverança. Alguns que saíram rebeldes, com
atitudes totalmente erradas, voltaram e pediram perdão publicamente e se
arrependeram.
Por muitas vezes em presenciei, em Santarém, 150, 100, 90 ou mais
decisões públicas de uma só vez, de pessoas recebendo Jesus como Senhor.
O mesmo tem acontecido em Fortaleza. E se perguntarmos para qualquer
irmão dessas Igrejas sobre quantos permanecem, e não se perdem, eles vão
responder que todos ficam, porque eles os guardam e protegem de forma a
que nenhum se perca. E assim eles não estão mentindo ou querendo
enganar; eles realmente acreditam que até aqueles que se afastam irão
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voltar. Por isso eles pagam o preço de continuar amando e procurando essas
pessoas. Eles foram ensinados assim porque é bíblico. Assim também você
deve se determinar a guardar e proteger as ovelhas que congregam na sua
célula, na sua Igreja. E proclame, em nome de Jesus, que nenhuma delas se
perderá!
Havia em Santarém um discípulo chamado Rai. Ele era um novo convertido
muito empolgado e que não queria ficar fora de nada, então logo se
envolveu em um ministério. Ele morava numa colônia bem fora da cidade,
longe da parte urbana de Santarém, e por isso ele vinha para a cidade e
passava o final de semana em casas de irmãos. Também vinha durante a
semana para ajudar a liderar as células. Ele era solteiro e era um discípulo
muito amável e dedicado. Porém ele teve um comportamento um pouco
impuro, não chegou a cometer adultério, mas sua conduta foi um pouco
questionável. Então um dos meus colegas de presbitério precisou discipliná-
lo. Porém, o Rai achou que aquela disciplina foi um pouco rígida, um pouco
dura, um pouco exagerada e que ninguém valorizou todo o trabalho que ele
havia prestado à comunidade.
Aquele meu colega presbítero, na opinião do Rai, não cuidou bem dele. No
entanto, todos nós estávamos aprendendo e crescendo. Eu creio que esse
meu colega presbítero – que também é meu filho na fé e que eu amo tanto –
procurou cuidar bem do Rai, sim. Eu creio que provavelmente não fez nada
errado. Todos nós podemos aprender a agir com um pouquinho mais de
amor. Mas talvez até isso ele tenha feito direito. Porém, de qualquer forma,
o diabo estava mentido para o Rai, e agora ele estava afastado. De vez em
quando, a gente ouvia um comentário: “O Rai está falando mal da Igreja e
dos pastores. Ele está todo amargurado”.
Depois de certo tempo, eu comecei a ouvir que o Rai não estava nem tendo
mais um comportamento cristão. Não era só um seguidor de Jesus que não
congregava; agora estava até se afastando de Jesus, aparentemente, de uma
forma ainda mais forte. É claro, com amargura no coração sempre vai
acontecer isso. Naquela época tínhamos cerca de 100 Igrejas na base
regional; hoje são cerca de 300. E nós tínhamos investido tanto na vida do
Rai, tínhamos dado a ele todo apoio, todo tipo de oportunidades para que
ele fosse integrado no ministério dos santos, e depois de tudo isso ele ainda
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tinha saído falando mal de nós! Então eu pensei que com tantas Igrejas para
cuidar, com um canal de televisão, com tantas escolas cristãs para atender,
eu não iria mais perder tempo com quem não queria mais nada com Jesus,
eu iria investir mais naqueles discípulos que estavam quebrantados e
dispostos a fazer a obra do Senhor.
E eu ainda pensava que estava sendo bem espiritual, bem intencionado em
pensar assim. Porém, a voz do Espírito Santo me disse: “Cuida bem das
ovelhas que eu confiei nas tuas mãos”. Naquela ocasião, a nossa
congregação tinha, relativamente, poucas ovelhas. E Deus me disse: “Você
não tem recebido uma palavra minha, meu filho, de milhares de discípulos,
de milhares de ovelhas aqui?” Eu disse: “Sim Senhor!” E Ele disse: “Quem
for fiel no pouco, Eu farei fiel sobre o muito. Seja fiel no pouco, não deixe
de procurar o Rai; faça até o último esforço”.
Se não cuidarmos bem das pessoas que estamos ganhando para Jesus,
vamos ter que lidar com duas sérias consequências: Primeiro, Deus irá nos
cobrar quanto à forma como tratamos as Suas ovelhas. Cada uma tem valor
eterno e infinito, e isso não é brincadeira! Em segundo lugar, Deus não vai
poder confiar, como Ele gostaria, muitas ovelhas em nossas mãos, porque o
princípio é: quem é fiel no pouco, será fiel sobre muitos; mas quem é infiel
no pouco, Deus não poderá confiar muito mais nas suas mãos.
E o que se deve fazer depois de procurar a pessoa muitas vezes e nada dar
certo? Você deve continuar amando, proferindo palavras de fé com respeito
àquela pessoa, pelo menos uma vez por mês tentar um contato com ela.
Mesmo que tenha se passado dez anos, você deve continuar amando e
declarando palavras de fé sobre a pessoa. Não fale palavras de
incredulidade entre os irmãos sobre aquela pessoa, mas profetize que ela irá
voltar, que ela ainda vai ser uma pessoa de Deus!
Voltando à história do Rai, então eu decidi procurálo. Fomos eu e minha
esposa juntos. Éramos recém-casados e fazíamos tudo juntos. Porém, como
era um caso delicado, minha esposa ficou no carro esperando
pacientemente. Eu entrei e o Rai estava muito bravo; ele estava com raiva
de todos nós e eu conversei muito com ele, explicando e amando. Parecia
que nada disto funcionava, que nada dava certo, mas nós ficamos crendo.
Certo dia eu soube que o irmão do Rai havia morrido, esfaqueado numa
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festa. E ainda era uma festa que o próprio Rai tinha ajudado a organizar.
Então eu pensei: “É agora!”
Nós fomos lá e demonstramos amor e cuidado com o Rai. Fiz o culto
fúnebre; não foi nada fácil! Ao final, eu disse a ele: “Rai, Jesus está te
chamando, volta para Ele!” E ele ficou calado e eu continuei: “Se você
prometer que vai ao culto hoje à noite, eu volto para apanhá-lo. Só não o
levo agora porque o carro está cheio” (eu havia levado comigo vários
irmãos para consolá-lo). E era difícil porque como ele morava muito longe,
eu teria muito pouco tempo para ir até a cidade, tomar um banho e voltar
para apanhá-lo ainda antes do próximo culto; mas eu me dispus mesmo
assim. E então ele falou: “Se você voltar para me apanhar, eu vou”.
E já no carro,enquanto eu e o Rai estávamos nos dirigindo para o culto, fui
falando com ele sobre quebrantamento e sobre como Deus podia usar isso
para fazer até um ministério muito grande na vida dele. Naquele dia o Rai
foi ao culto, voltou a congregar e nunca mais se afastou. Depois ele cresceu,
tornouse um obreiro de tempo integral e casou-se com uma jovem que era
discípula da minha esposa. Algum tempo depois, nós enviamos cinco casais
para começar um trabalho em Boa Vista e o Rai foi nessa equipe. Em cinco
anos o trabalho deles cresceu muito, tornou-se uma grande Igreja de
discípulos discipulados um a um. Quando eu me mudei para Fortaleza com
a grande equipe, eu disse para o Rai que queria que ele fosse conosco. E o
meu querido discípulo, que é o pastor titular da Igreja da Paz em Boa Vista,
falou: “Puxa, o Rai é meu braço direito. Mas eu sei que desde o começo
você falou que queria levá-lo”. Então o Rai foi enviado para Fortaleza para
estar conosco.
A Bíblia fala que “ o bom pastor dá a vida pelas ovelhas”. E ainda diz que
quando ele as chama, elas o ouvem porque reconhecem a sua voz. Quando
você dá sua vida pelas suas ovelhas, no dia em que você chamá-las, pode
ser para a China, elas virão atrás de você, porque elas reconhecem a sua
voz. O Rai se tornou um líder de muitas células. E quando ele reunia os
líderes de todas as células, ele dizia: “Olha, nunca desista de ninguém; até
daqueles mais rebeldes. Se o Abe não tivesse ido atrás de mim, hoje eu não
estaria aqui”.
7. O PRINCÍPIO DE ORAR PELA PROTEÇÃO DOS DISCÍPULOS
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Vemos este princípio no versículo 15: “ Não peço que os tire do mundo, e
sim que os guarde do mal”. Eu tenho aprendido a entrar em crise pela
proteção, pela saúde das ovelhas, porque a Bíblia fala: “Toda arma forjada
contra ti não prosperará, toda língua que ousar contra ti em juízo, tu a
condenarás” (Isaías 54.17). Nós devemos realmente ensinar as ovelhas a
resistirem ao mal, a resistirem ao diabo, porque assim ele fugirá delas e, de
nossa parte, temos que orar pela proteção das ovelhas.
Eu vou contar rapidamente uma história sobre isso. Uma jovem estava
muito cheia de Jesus, cheia de fé e de vitória. E ela estava em sua casa,
tomando banho, mas não tinha trancado a porta do banheiro, porque a casa
estava vazia. Enquanto isso, o diabo impulsionou um homem que estava
passando na rua para entrar na casa. Quando ele entrou na casa vazia e viu
que tinha alguém tomando banho no chuveiro, abriu a porta do banheiro e
viu que era uma jovem. Então ele, impulsionado pelo diabo, preparou-se
para violentá-la sexualmente. Ela não viu nada disso porque estava de
costas, cantando. Nós sabemos que, nestes casos, muitas vezes, eles não só
violentam sexualmente, mas acabam até matando a pessoa. Ela era uma
jovem muito cheia de Jesus, e quando se virou e viu aquele homem vindo
em direção a ela, sem pensar, saiu da sua boca o nome “JESUS!”.
É interessante porque a boca fala do que está cheio o coração. Às vezes,
alguns cristãos dizem que amam a Jesus, mas ficam assistindo novela,
enchendo a vida de coisas do mundo. E na hora que mais precisam, o que
vai sair é aquilo do que está cheio o coração. Se a pessoa está cheia de lixo
do mundo, mesmo que diga ser seguidora de Jesus, na hora em que ela
precisa, o que vai sair é lixo. Mas a Bíblia fala: “pensai nas coisas lá do
alto, não das que são aqui da terra” (Colossenses 3.2). Aquela jovem
estava cheia de Jesus e, sem pensar, ela disse: “Em nome de Jesus!”. O
homem parou, vestiu-se e saiu correndo. Aleluia!
Eu contei esta história numa grande congregação de mais de duas mil
pessoas em Goiânia, falando sobre a fé, sobre a vitória, sobre esta coragem
em Cristo. Naquela congregação havia uma jovem de 17 anos que, na terça-
feira após aquele domingo, estava indo para a escola, de manhã, quando um
homem pulou de detrás de uma moita, colocou uma arma no seu pescoço e
a arrastou para dentro de uma casa, com a intenção de violentá-la. Quando
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se lembrou da história que eu tinha contado, ela disse: “O sangue de Jesus
tem poder”. E ele perguntou: “Você é crente?” Ela respondeu: “Sou, e o
sangue de Jesus tem poder” E ele disse: “Então pode ir”. Ela foi liberta
pelo poder da fé em Jesus.
A Bíblia diz: “ Resisti ao diabo e ele fugirá de vós” (Tiago 4.7). E Lucas
10.19: “Eis aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões e
sobre todo o poder do inimigo”. Eu entro em crise toda vez que qualquer
ovelha está passando por um ataque do maligno. Eu falo: “Não aceito, não.
Você comprou uma briga comigo, diabo, é a minha ovelha. Você não pode
tocar nela, em nome de Jesus”.
8. O PRINCÍPIO DA SANTIFICAÇÃO PELA PALAVRA
No versículo 17, Jesus diz: “ Santifica-os na verdade. A tua palavra é a
verdade”. Muitos cristãos jovens, que lutam tentando vencer o pecado da
impureza sexual, pensam que se receberem uma nova unção poderão ser
vitoriosos. Mas o segredo da vitória sobre o pecado é a santificação, e a
santificação vem pela Palavra. Temos que nos encher da Palavra, e isto
também ajuda no discipulado, no investimento um a um. Temos que ficar
cheios do Espírito Santo, e o segredo da santificação é a Palavra. Temos que
ser homens e mulheres da Palavra. Temos que respirar a Palavra, amar a
Palavra, conhecer a Palavra.
9. O PRINCÍPIO DA COMPAIXÃO PELOS PERDIDOS
No versículo 18 vemos o nono princípio: “ Assim como tu me enviaste ao
mundo, também eu os enviei ao mundo”. Jesus contagiava os seus
discípulos com o amor pelas almas perdidas. Eu imagino que em certa
ocasião alguém chegou para Jesus e disse que tinha um recado do fariseu
Nicodemos. Ele havia mandado dizer que queria ver Jesus, mas queria que
fosse à noite. Naquela época não havia luz elétrica, então a noite era muito
escura. Posso até imaginar os discípulos argumentando com Jesus, dizendo
que Ele não deveria comparecer porque os fariseus eram muito hipócritas,
que de dia falavam mal dele e de noite queriam vê-lo, e, além disso, Jesus
poderia ser mal interpretado porque Ele condenava os fariseus publicamente
por causa das suas más obras.
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Se Jesus fosse visto com um fariseu, iriam pensar que Ele era falso. Então
Jesus começa a explicar para eles que uma alma vale mais que o mundo
inteiro, pelo que iria correr o risco de ser mal interpretado e se encontraria
com Nicodemos, mesmo que fosse de noite. Jesus sabia que naquela noite
iria, pelo menos, abrir o caminho para que Nicodemos nascesse de novo.
Assim, deste precioso encontro temos aquele texto tão lindo de João 3 sobre
o novo nascimento.
Em outra ocasião, Jesus estava assentado perto de um poço, quando chegou
uma mulher samaritana e Jesus começou a conversar com ela. Nós sabemos
que o judeu era preconceituoso com as mulheres, principalmente os judeus
ortodoxos. E a mulher ainda era samaritana. Os samaritanos eram
considerados pelos judeus como a escória da humanidade, como cachorros.
E além disso, Jesus sabia que aquela era uma mulher com sérios problemas
na sua vida moral. Mas mesmo assim, Jesus conversou com ela, mais uma
vez correndo o risco de ser mal interpretado. Às vezes nós precisamos
correr o risco de sermos mal interpretados, porque uma alma vale mais do
que o mundo inteiro.
10. O PRINCÍPIO DE SE SANTIFICAR EM FAVOR DOS
DISCÍPULOS
No versículo 19 lemos: “ E a favor deles eu me santifico a mim mesmo,
para que eles também sejam santificados na verdade”. Este é o princípio do
reconhecimento da lei da reprodução. Jesus está dizendo que se santifica a
si mesmo. Mas, espere um pouco! Ele já não é totalmente santo? Sim, Ele é,
mas a Bíblia diz em Apocalipse 22.11: “O santo continue a santificar-se”, e
então podemos ver que até quem já é totalmente santo pode continuar a
crescer em santidade. Quando Jesus olhou para os discípulos e viu tanta
falta de santidade, soube que a única maneira de ajudá-los era se
santificando, porque sabia que iria reproduzir neles o que Ele era. Você só
pode passar para os seus discípulos o que você primeiramente recebeu.
Você só pode reproduzir neles aquilo que o Espírito Santo já gerou dentro
de você. Por isso Jesus se santificava em favor dos seus discípulos, pois
sabia que isso iria produzir mais santidade neles.
Às vezes nas minhas viagens ouço pastores falando mal de suas
congregações, e assim eles estão, na verdade, falando mal desi mesmos,
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porque as ovelhas sempre são um reflexo do pastor. Os discípulos sempre
são um reflexo do discipulador, porque você reproduz neles não somente as
suas qualidades, mas também os seus defeitos. Então, se você quer ver os
seus discípulos se santificando mais, só existe um caminho, que é o
caminho da reprodução. Jesus sabia disso, por isso Ele falou, em outras
palavras: “Eles têm que crescer em santidade, então eu também vou me
santificar mais, para que Eu possa reproduzir maior santidade neles”.
11. O PRINCÍPIO DE DECLARAR A PALAVRA, COM ESPÍRITO
DE FÉ
O décimo primeiro princípio está no versículo 20: “ Não rogo somente por
estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim por intermédio da
sua palavra”. Aqui eu vejo um grande espírito de fé. Jesus conhecia
intimamente cada um dos seus. Tinham falhas, brigavam entre si pela
primeira posição, além de tantos outros problemas que demonstravam em
seu caráter. Certa vez Ele chegou a dizer: “Homens de pequena fé, por
quanto tempo eu vou ter que aturar vocês?” Jesus sabia que eles eram
problemáticos. Um iria traí-lo, outro iria negá-lo três vezes, todos iriam
fugir. Mas, mesmo sabendo disso, Ele tinha um Espírito de fé e sabia que
eles seriam uma bênção mais adiante. Por isso, quando orou, incluiu
também as pessoas que viriam a crer, no futuro, por meio da palavra
daqueles seus discípulos.
Eu tenho aprendido a sempre ter essa atitude em relação aos discípulos,
desde o mais novo convertido até o mais antigo na fé. Há algum tempo
encontrei um pastor, que cuida de uma Igreja em Guajará-Mirim, na
fronteira com a Bolívia, no Estado de Rondônia, e ele me fez lembrar que
anos antes, em Santarém, eu havia feito exatamente isto com ele, ao olhar
em seus olhos e afirmar que ele estaria servindo a Deus no cuidado de
vidas.
Em Sertãozinho-SP, onde estava ministrando certa feita, aconteceu algo
semelhante. Uma senhora veio me falar que antes ela era espírita, mas foi
visitar um parente em Santarém, que a levou para assistir a um dos cultos
em nossa Igreja. Ela lembrou que havia conversado comigo no final do
culto, em Santarém, dizendo que tinha gostado da mensagem, mas que
continuaria espírita. Naquela ocasião, anos antes, segundo ela própria me
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fez lembrar, eu lhe respondi: “Você ainda é espírita, mas não será para
sempre. Você vai se entregar para o Senhor Jesus e ser discípula d’Ele”.
Esse não é um hábito só meu. Todos fazem isto lá em Santarém. Logo
depois que as pessoas entregam sua vida para Jesus e oram declarando
publicamente a sua decisão, costumamos chamá-las à frente, olhar bem nos
seus olhos e repetir aquilo que a Palavra de Deus diz sobre elas.
Confirmamos o que a Palavra afirma, por exemplo, em Filipenses 1.6: “Eu
estou bem certo de que aquele que está começando uma boa obra em você
vai completá-la, passo a passo, até o dia do Senhor Jesus. Você vai ser uma
bênção”. Logo depois, os irmãos que estão mais próximos, conselheiros já
treinados, as acolhem, abraçam, levam-nas para outra sala e continuam esta
ministração.
Olhe para você mesmo, lembre-se do que a Palavra de Deus afirma e diga:
“Eu já sou uma bênção, e serei uma bênção ainda maior”. Agora, olhe para
seus irmãos pela ótica do Espírito e veja como eles também são – e serão
ainda mais
– uma bênção. A Bíblia diz que o Senhor é o alfa e o ômega, o princípio e o
fim. Em outras palavras, se Deus começou a obra em nossas vidas pela
primeira letra do alfabeto, Ele não vai parar na letra “F”, ou “M”. Não, Ele
vai até o “Z”.
É isto o que a Palavra diz a nosso respeito. Por isso, declaro sobre você, que
está lendo este livro, que você vai ser muito usado por Deus e vai inspirar
os seus discípulos com este mesmo espírito de fé, e Deus certamente
confiará mais e mais discípulos em suas mãos, em nome de Jesus!
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Capítulo Sete
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As duas Síndromes
O sonho de Deus, desde o início, é de um dia ter uma nação de sacerdotes,
que o adorem em intimidade e se encham da sua presença, bem como levem
a sua presença para todas as nações. Lembre-se de que você faz parte dessa
nação de sacerdotes e que é um privilégio seu ganhar almas para Jesus e
cuidar bem delas. É um privilégio e um chamado que todo cristão tem: ser e
fazer discípulos.
Considerando que você foi chamado para ser um sacerdote e para fazer
discípulos, podemos dizer que você deve ser um líder-servo daqueles
discípulos que Jesus lhe confiou para cuidar e formar. Então, como líder
que você é, ou que será logo, preste bem a atenção no assunto que vamos
tratar neste capítulo, porque ele é muito importante para líderes. Podemos
intitulá-lo também, como “AS DUAS DOENÇAS QUE DESTROEM
LÍDERES”. Aliás, espero que você não tenha adquirido nenhuma destas
doenças, mas é possível que alguns sintomas estejamse manifestando, pelo
que afirmamos que é importante estar consciente do perigo que
representam, e cortar o mal pela raiz.
Vamos estudar estas duas doenças malignas e pecaminosas, as quais têm
destruído muitos líderes que amam a Jesus, acabando com seus ministérios
e com suas famílias. Tem sido tão triste ver o que tem acontecido no Brasil
e ao redor do mundo por falta de uma prevenção maior contra essas duas
doenças.
A PRIMEIRA DOENÇA: SÍNDROME DE SANSÃO Esta síndrome
pode ser entendida à luz do texto de Juízes 15.14-20. Nos dois primeiros
versículos deste texto (14,15) vemos a seguinte situação:
“Chegando ele a Leí, os filisteus lhe saíram ao encontro, jubilando; porém
o Espírito do Senhor de tal maneira se apossou dele, que as cordas que
tinha nos braços se tornaram como fios de linho queimados, e as suas
amarraduras se desfizeram das suas mãos. Achou uma queixada de
jumento, ainda fresca, à mão, e tomou-a, e feriu com ela mil homens”.
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Qual o contexto aqui? Sansão era juiz em Israel e havia derrotado e
prejudicado muito os filisteus. Porém, eles ainda dominavam os israelitas,
sendo seus principais inimigos. Na ocasião que é objeto do relato acima, os
filisteus haviam marchado com um grande exército contra Israel, mas
chegando até os líderes do povo disseram: “Não estamos contra vocês;
queremos apenas Sansão”. Então, três mil homens de Israel foram pegar
Sansão e lhe falaram: “Olha Sansão, nós vamos entregá-lo aos filisteus,
porque eles estão com muita raiva de você; você já prejudicou muito a
eles”. Ao que respondeu Sansão: “Tudo bem, vocês podem me pegar e
entregar para eles, mas, por favor, me deem a palavra que vocês não vão
me matar”. Eles concordaram e o amarraram com cordas bem novas e o
levaram diante dos filisteus.
Quando os filisteus viram Sansão naquelas condições, começaram a jubilar-
se, gritando de alegria. Chegamos, então, ao versículo 14, onde está aquele
“porém”. O Espírito do Senhor se apossou dele e as cordas que tinha nos
braços se tornaram como fios de linho queimados no fogo, e as suas
amarraduras se desfizeram de suas mãos. Achou uma queixada de jumento,
ainda fresca, à mão, e tomou-a e feriu com ela mil homens. Isto parece
coisa de super-herói. Só em filmes você vê um homem, na força do braço,
lutar e vencer 20 homens. Mas mesmo assim, o artista no final tem que
parecer derrotado, para mostrar que a luta é real. Não é rapidinho que ele
derrota os vinte. Neste relato bíblico, Sansão não tinha arma nenhuma, só
um osso, uma queixada de jumento. Os homens do exército, ao que tudo
indica, estavam armados até aos dentes. Tinham lanças e espadas. Eram
homens valentes, homens de guerra. E Sansão vem, pega uma queixada de
jumento achada na hora e mata mil homens. Ninguém iria acreditar neste
fato, mesmo como parte de um filme de ficção. Mas isso realmente
aconteceu, de maneira sobrenatural. Como ele fez isto? Pelo poder do
Espírito do Senhor.
Vamos ver o que está registrado nos próximos versículos. Juízes 15.16-19:
“E disse: Com uma queixada de jumento um montão, outro montão; com
uma queixada de jumento feri mil homens. Tendo ele acabado de falar,
lançou da sua mão a queixada. Chamou-se aquele lugar Ramate-Leí.
Sentindo grande sede, clamou ao Senhor e disse: Por intermédio do teu
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servo deste esta grande salvação; morrerei eu agora de sede, e cairei na
mão destes incircuncisos? Então o Senhor fendeu a cavidade que estava em
Leí, e dela saiu água; tendo Sansão bebido, recobrou alento, e reviveu; daí
chamar-se aquele lugar En-Hacoré até ao dia de hoje” (En-Hacoré, no
hebraico, significa manancial daquele que clama).
Atinge primordialmente pessoas santas e bem-sucedidas
Nestes versículos vemos como era o relacionamento de Sansão com Deus e,
se estamos falando da síndrome que leva o seu nome, devemos esclarecer
que a vítima desta moléstia, seja homem, mulher, jovem ou velho, é alguém
que ama muito o Senhor Jesus. É alguém que, assim como Sansão, tem
experiências com Deus, que experimentou a unção e a vitória de Deus,
clamou ao Senhor e obteve resposta de oração.
No versículo seguinte vemos que Sansão julgou a Israel, nos dias dos
filisteus, vinte anos. Ora, nós conhecemos bem a história de Sansão e
achamos que ele era muito fraco moralmente. Parece que todo ano ele caía
na imoralidade, embora não saibamos exatamente quantas vezes ele caiu.
Mas o fato é que ele perseverou durante vinte anos como um líder do povo
de Deus.
Ataca na área do comportamento moral Apesar disto, no capítulo 16 é
dito que Sansão foi a Gaza, que era uma das principais cidades dos filisteus,
viu ali uma prostituta e coabitou com ela. Por que ele foi lá? Talvez porque
ele, como grande homem de Deus, não podia falhar na frente de suas
ovelhas. Eu até imagino que ele deve ter usado algum tipo de disfarce. É
como se dissesse: “Quero extravasar um pouco a minha carne e vou a um
lugar onde ninguém imagina que eu possa estar: a capital dos inimigos”.
Mas, como sempre, mais cedo ou mais tarde, o pecado é descoberto. E o
que aconteceu? Os filisteus descobriram que ele estava na cidade.
“Foi dito aos gazitas: Sansão chegou aqui. Cercaram-no, pois, e toda a
noite o esperavam às escondidas na porta da cidade; e toda a noite
estiveram em silêncio, pois diziam: esperaremos até ao raiar do dia; então
daremos cabo dele. Porém Sansão esteve deitado até a meia-noite; então se
levantou, e pegou ambas as folhas da porta da cidade com suas ombreiras,
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e juntamente com a tranca as tomou, pondo-as sobre os ombros; e levou-as
para cima até ao cume do monte que olha para Hebrom” (Juízes 16.2-3).
O diabo arma ciladas para quem
peca disfarçadamente
A Bíblia não apresenta muitos detalhes, mas eu penso que depois de se
deitar com a prostituta, Sansão levanta sentindo o peso do pecado. Talvez
tenha pensado: “Eu sou um homem de Deus, um líder do povo de Israel; o
que estou fazendo aqui? Eu vou sair e ninguém vai notar minha presença”.
Mas, ao se dirigir à saída da cidade, vê aqueles enormes portões trancados
por cadeados e deve ter pensado que seus inimigos o descobriram e o
estavam esperando para matar. Então imagino que ele encostou a cabeça
naquele portão enorme e disse: “Deus, perdoe-me; tem misericórdia. Eu
falhei. Não me deixe morrer na mão dos filisteus”.
Naquele momento, Sansão sente o poder do Espírito vindo sobre ele com
uma força sobrenatural que o capacita a carregar os dois enormes portões
para cima do monte. A distância entre Gaza e o monte Hebrom é de mais ou
menos 70 quilômetros. Considerando que Gaza é uma praia na costa do Mar
Mediterrâneo, Sansão foi subindo a serra, como se fosse caminhando de
Santos a São Paulo. Que demonstração de força sobrenatural. Mas sabe o
que eu acho? Acho que ele estava errado. Sansão não deveria ter feito
aquilo.
Tentar usar a força e a coragem como substitutos para o
arrependimento e a confissão
Penso que, logo após ter percebido que a força sobrenatural do Espírito
estava com ele, Sansão deveria ter agradecido a Deus pelo livramento,
confessado o seu pecado com o coração arrependido e cuidar para que isso
nunca mais acontecesse em sua vida: “Eu sei que agi contra a vontade do
Senhor e preciso garantir que nunca mais vou cair em um pecado tão
horrível. Preciso ser tratado na minha vida”. Se ele tivesse agido assim,
talvez apenas jogaria os portões de lado e correria para o seu líder, que era o
sumo sacerdote de Israel, confessando seu pecado, demonstrando
arrependimento e clamando por ajuda: “Pequei horrivelmente e já não sou
digno de ser juiz de Israel. Ajude-me a vencer isso, ore comigo”. Mas não
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foi isto o que aconteceu com Sansão, e não é o que acontece com quem é
vítima dessa síndrome, a qual é muito sutil e maligna.
Quando uma pessoa peca e pede perdão a Deus, Ele a perdoa. Porque I João
1.9 diz: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos
perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”. Então essa pessoa
engana a si mesma pensando que está tudo bem: “Deus me perdoou; eu
nunca mais vou fazer aquilo; já passou”, ao invés de se abrir, de pedir
ajuda. Quem tem essa doença, que se chama Síndrome de Sansão, sempre
pensa assim: “Ah, Deus já me perdoou e eu não vou fazer aquilo nunca
mais”. Só que, de vez em quando, ela cai novamente e pede perdão a Deus
novamente. Assim, aos poucos vem uma outra mentira, que diz o seguinte:
“Deus entende que de vez em quando eu tenho que extravasar a minha
carne. E Ele vai me perdoando”.
A pessoa promete para Deus e para ela mesma: “ Eu NUNCA mais farei
aquilo. Agora sei que nunca mais vou fazer”. Mas, veja bem, isto é muito
importante. Não se escandalize com o que eu vou dizer, mas a pessoa é
enganada pela própria bondade de Deus. Romanos 2.4 diz: “Ou desprezas a
riqueza da sua bondade, e tolerância, e longanimidade, ignorando que a
bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento?”
Por que Deus, depois de perdoar Sansão, ainda deu a ele aquela força
sobrenatural? Puxa, ele havia acabado de se prostituir, como é que ele ainda
tinha tanta unção? Sabe o que Deus está dizendo aqui? Ele está tentando
gritar ao ouvido de Sansão: “Sansão, eu o amo. Eu o perdoo, sim. Ainda
tem chance pra você ser restaurado. Se você me buscar, se você pagar o
preço de ser tratado, de receber ajuda, você vai ser restaurado. Sansão eu
o amo. Isso aqui é uma demonstração da minha bondade, pois Eu ainda
estou permitindo que a unção esteja com você”
A Bíblia fala que a bondade de Deus deve nos conduzir ao arrependimento.
A bondade de Deus enganou Sansão. Não por culpa de Deus, mas por culpa
de Sansão, porque ele não soube interpretar a bondade de Deus. Ele viu a
bondade de Deus como se fosse um aval para o seu mau procedimento:
“Ah, Deus me entende. A unção dele ainda está comigo. Vou mostrar para
os filisteus como se faz”. Há muitos líderes assim no mundo cristão.
Mostram unção, poder, coragem, quando não deviam estar tendo coragem
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nenhuma. Deveriam estar buscando, clamando, indo para os seus líderes, se
quebrantando na presença de Deus.
Usufruir da unção para ganhar resultados ministeriais, em vez de
usufruir da unção para crescer na intimidade com Deus e para crescer
no temor do Senhor
Ele usa a unção. A unção dá resultados ministeriais, mas não deve ser esse
o foco. A unção deve nos levar a fazer discípulos, a ser íntimos com Deus, a
cumprir a vontade de Deus.
Quero falar um pouco mais da minha experiência, que já contei - em parte -
no capítulo sobre “discipulado”. Quando eu era jovem e solteiro, não
conseguia vencer certos pecados. Eu fui criado numa família evangélica.
Estudava numa escola com internato, que era evangélica, e talvez por isso
eu tenha ficado longe dos meus pais, que tinham uma influência tão santa
sobre minha vida. Digo isto porque eu não conheço, pessoalmente, pais
mais santos do que os meus. Minha mãe, que já está na glória, era uma
mulher muito santa, muito consagrada. Eu tinha uma família muito
preciosa, e jamais poderia culpá-la pelos meus atos. A culpa foi minha
mesmo. Aliás, meu pai tinha um coração tão santo, que até a idade de 87
anos, um ano antes de morrer, continuou trabalhando para o Senhor como
missionário numa ilha lá no meio do Rio Amazonas. Eu amava muito meu
papai.
Eu me lembro quando eu tinha mais ou menos nove anos de idade, alguém
me falando: “Olha, anjos não pecam. E de vez em quando eles aparecem
aqui na terra em forma de ser humano”. Aí eu pensei: “Oh, meu pai é um
anjo, porque eu nunca vi meu pai falhar em nada”. Eu realmente pensei
isso. Como eu sabia que meu pai não mentia, então resolvi que iria colocá-
lo contra a parede. Preparei-me e disse: “Pai, me responde sim ou não. O
senhor é um anjo?” E ele me disse: “Não, meu filho, eu não sou. Anjos não
casam. E eu me casei com a sua mãe”.
Tentar usar a bondade de Deus como um aval para o pecado
Talvez você tenha vindo de um contexto bom como o meu, ou talvez não.
Mas eu sei o que é ser escravo de pecado. É horrível! Eu era viciado na
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impureza, na imoralidade, na masturbação. Era horrível! Eu chorava, eu
gritava: “Deus, eu quero libertação”. Eu prometia que nunca mais iria fazer
aquilo. Só Deus sabe o quanto eu sofri. Eu fazia de tudo para mudar. Eu lia
a Bíblia, orava, jejuava... E minha mãe não entendia por que eu jejuava
tanto. E ela falava: “Você ainda está em fase de crescimento. Você não pode
jejuar tanto”. Eu já era seguidor de Jesus; Deus sabe que eu já tinha nascido
de novo. Mas eu era um crente carnal, um “seguidor carnal” de Jesus. Que
horror! Que sofrimento!
É por isso que eu tenho tanta compaixão de quem não consegue vencer o
pecado. Não é fácil. Não devemos ir logo julgando, condenando quem não
está conseguindo vencer um pecado. Devemos procurar ver primeiro o
coração da pessoa, procurar ver se ela está querendo obter a vitória. O que
eu mais queria era a vitória. E eu não sabia o segredo.
Engano na mente e falta de transparência Depois de muitas pancadas na
cabeça, eu descobri o segredo, e foi por acidente. O segredo dos segredos é
a intimidade com Deus; mas um outro segredo que eu descobri foi o
seguinte: nós confessamos nosso pecado para Deus para recebermos
perdão, mas para receber a cura, para ter a vitória, nós confessamos para o
discipulador, alguém que está nos liderando espiritualmente, para que
aquela pessoa possa orar por nós. E diz a Bíblia: “Confessai os vossos
pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados”.
Muitas Igrejas e ministérios hoje já praticam o discipulado um a um, mas
nós não praticávamos isso quando eu me converti. Eu aprendi da forma
mais difícil que alguém poderia aprender. Eu fui cobaia da visão lá, onde
praticamos o discipulado um a um. Eu não sabia que através do meu
sofrimento estávamos formando um novo modelo de discipulado um a um.
Só Deus sabe o quanto eu sofri. Mas eu vi que toda vez que eu me abria
com o meu líder, e ele orava por mim, eu começava a andar em vitória. E eu
pensava: “Que coisa linda, eu estou sendo curado”. E eu continuei, então,
me abrindo, falando tudo, porque eu queria santidade, queria cura, queria
libertação.
Você também deve dar um basta na rotina de entra ano e sai ano e ficar
repetindo o mesmo pecado. Deus quer que você cresça, que você seja um
homem de Deus, uma mulher de Deus. Ele quer usá-lo grandemente, quer
lhe dar vitória em todas as áreas da sua vida. Eu o desafio: seja transparente
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com alguém que o ama, com um dos seus líderes espirituais, abra sua vida.
Até hoje eu faço isso, porque sei que preciso agir dessa forma. Deus, na sua
infinita misericórdia, tem colocado debaixo da nossa cobertura, centenas e
centenas de Igrejas. Os santos que congregam lá em Santarém, só na parte
urbana, mais de 55.000 (cinquenta e cinco mil) discípulos. Em Fortaleza já
passam de 4.000 (quatro mil) membros – até maio de 2011. Porém, mais do
que nunca, eu preciso de cobertura, de proteção. Eu aprendi o segredo.
Quando eu peco, seja com um olhar, com uma fantasia, com uma sujeira
que o diabo lança em minha mente, eu corro para o meu líder, abro para ele
o meu pecado, ele ora por mim e eu sou curado. Aleluia!
Anos atrás eu vi uma placa num bar, na rodoviária de Goiânia. Ela dizia
assim: “Se um malandro soubesse o quanto é bom ser honesto, ele seria
honesto só por malandragem”. E eu digo que, se o cristão imoral, derrotado
pelos prazeres deste mundo, soubesse o quanto é bom ser santo e andar em
santidade, ele seria santo só por egoísmo, porque isto é muito prazeroso. É
gostoso andar na presença de Deus, com a consciência limpa.
Tumores não tratados voltam a infectar o corpo Antes de terminarmos de
tratar dessa primeira doença, vamos ver os resultados do que aconteceu.
Olha o que diz a Bíblia no v.4: “Depois disto, aconteceu que se afeiçoou a
uma mulher do vale de Soreque, a qual se chamava Dalila”. Sansão pediu
perdão a Deus, a unção continuou na vida dele, mas o pecado não foi
tratado; não foi corrigido o defeito no seu caráter. Então, o que aconteceu?
Pecado não tratado corretamente, mais cedo ou mais tarde, sempre volta à
tona. Que coisa triste.
Nós temos que jogar a vergonha fora. Mateus 5.30 fala que, se minha mão
me faz tropeçar, é melhor cortá-la e lançála fora. Nós temos que tratar o
pecado com intensidade, com seriedade; é preciso pagar o preço que for.
“Ah, mas eu estou com vergonha”. Joga fora a vergonha, meu irmão! Vale a
pena pagar qualquer preço para viver uma vida de vitória e para não
contrair essa doença maligna e pecaminosa.
Olhe o que diz o próximo versículo (v.5): “ Então os príncipes dos filisteus
subiram a ela, e lhe disseram: Persuade-o, e vê em que consiste a sua
força, e com que poderíamos dominá-lo e amarrá-lo, para assim o
subjugarmos; e te daremos cada um mil e cem siclos de prata”. E ela ficou
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mais apaixonada pelo dinheiro do que por Sansão (v.6): “Disse, pois, Dalila
a Sansão: Declara-me, peçote, em que consiste a tua grande força, e com
que poderias ser amarrado para te poderem subjugar”.
E Sansão que já estava em pecado, começou a mentir mesmo e nem
percebeu o quanto ele já estava chegando perto de ser destruído. Ele foi
mentindo, mentindo, mas ela foi insistindo, cada vez insistindo mais. É
impressionante como o diabo, com uma “unção diabólica”, unge uma
mulher ou um homem para fazer outro cair.
A Bíblia fala que a voz da prostituta pinga mel. Para ilustrar, conto algo que
ocorreu comigo. Há um tempo, eu estava num evento como este, em Boa
Vista, onde fiquei hospedado no melhor hotel da cidade. Estava sozinho e
fui dormir às três horas da manhã, porque estávamos num mover de
adoração com os pastores e não vimos o tempo passar. Quando eram sete
horas da manhã, o telefone do quarto tocou. Uma voz que pingava mel
falou assim: “Alô, esse é o apartamento 102?” Respondi que sim e a mulher
continuou: “Você tem acompanhante?” E eu respondi: “Olha, a minha
esposa não está aqui no momento. Mas eu estou sim acompanhado pelo
Espírito Santo de Deus”, o que encerrou a conversa. Com outro pastor
aconteceu algo semelhante. Ele atendeu o telefone e a pessoa disse: “É o
pastor fulano que está falando?”. “Sim”, respondeu ele. Ela continuou:
“Você nem imagina no que eu estou pensando. Você sabe quem está
falando?” E o pastor respondeu: “Sei. É o diabo!”.
O diabo não sossega até subjugar o homem ou a mulher de Deus
Voltando à nossa história, vejamos o que acontece depois, no versículo 15:
“Então ela lhe disse: Como dizes que me amas se não está comigo o teu
coração? Já três vezes zombaste de mim, e ainda não me declaraste em que
consiste a tua grande força”. Em outras palavras: “Se você me ama mesmo,
você vai me contar”. Quantos rapazes, dirigidos por demônios falam isso
para uma jovem: “Se você me ama mesmo, você vai deixar eu fazer isso ou
fazer aquilo”. Isso é uma coisa diabólica.
E a história continua (vv.16-17):
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“Importunando-o ela todos os dias com as suas palavras, e molestando-o,
apoderou-se da alma dele uma impaciência de matar. Descobriu-lhe todo o
seu coração, e lhe disse: Nunca subiu navalha à minha cabeça, porque sou
nazireu de Deus desde o ventre de minha mãe; se vier a ser rapado, ir-se-á
de mim a minha força, e me enfraquecerei, e serei como qualquer outro
homem”.
E, depois de ter ela rapado a cabeça dele (vv. 20-21):
“E disse ela: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão! Tendo ele despertado do seu
sono, disse consigo mesmo: Sairei ainda esta vez como dantes, e me
livrarei; porque ele não sabia ainda que já o Senhor se tinha retirado dele.
Então os filisteus pegaram nele, e lhe vazaram os olhos, e o fizeram descer
a Gaza; amarraram-no com duas cadeias de bronze, e virava um moinho
no cárcere”.
Em minha opinião, esta é uma das frases mais tristes da Bíblia: “Não sabia
que já o Senhor tinha se retirado dele”. E ele acabou em Gaza, onde tudo
começou. Deus teve misericórdia dele, e eu creio que ele está no céu porque
ainda se arrependeu de seus pecados. Mas, mesmo assim, ele nunca mais foi
o mesmo aqui na terra.
A realidade é que quando menos se espera, virá a destruição sobre o
portador da síndrome de Sansão. Vejamos Provérbios 6.12-15:
“ O homem de Belial, o homem vil, é o que anda com a perversidade na
boca, acena com os olhos, arranha com os pés e faz sinais com os dedos.
No seu coração há perversidade; todo o tempo maquina o mal; anda
semeando contendas. Pelo que a sua destruição virá repentinamente;
subitamente será quebrantado, sem que haja cura”.
Que coisa triste. Outro texto, também tão importante e tão sério,
encontramos em Provérbios 29.1: “O homem que muitas vezes repreendido
endurece a cerviz, será quebrantado de repente sem que haja cura”. Que
versículos tristes. Mas eles têm que ser pregados também, porque é a
Palavra de Deus.
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E não só no Antigo Testamento vemos textos como estes, mas também no
Novo, como em Hebreus 10.29-31:
“ De quanto mais severo castigo julgai vós será considerado digno aquele
que calcou aos pés o Filho de Deus, e profanou o sangue da aliança com o
qual foi santificado, e ultrajou o Espírito da graça? Ora nós conhecemos
aquele que disse: A mim pertence a vingança; eu retribuirei. E outra vez: O
Senhor julgará o seu povo. Horrível cousa é cair nas mãos do Deus vivo”.
ESPERANÇA PARA OS PORTADORES DA SÍNDROME DE
SANSÃO
Chegou o tempo em que Deus tem pressa de preparar uma noiva para Seu
Filho, sem manchas ou qualquer ruga. O avivamento que vai cobrir a Terra
com a glória de Deus será precedido de um grande avivamento de santidade
e temor de Deus.
Se você, por acaso, é um portador da Síndrome de Sansão, Deus lhe dá a
chance de ficar curado, em nome de Jesus. Basta andar em santidade,
arrepender-se dos pecados e ser transparente com quem de direito.
Tem muita gente por aí carregando portões por 70 quilômetros,
demonstrando muita força e coragem. Mas correm o risco de ter seus olhos
vazados a qualquer momento, como Sansão.
No entanto, Deus pode devolver a vista, restaurar as forças, erguer do
calabouço aqueles que se arrependem e decidem andar em completa
santidade e transparência. É aí que reside a grande importância de se andar
no temor do Senhor.
A SEGUNDA DOENÇA: SÍNDROME DA CAVERNA Talvez você
esteja pensando que, graças a Deus, pela sua
misericórdia, você está longe da Síndrome de Sansão. Talvez
você tenha um bom discipulado, seja transparente com aquele
que é a sua autoridade espiritual. Porém, algo interessante
é que a segunda doença só pode ser contraída por quem é
vitorioso sobre a primeira. Esta segunda síndrome é quase
antagônica à primeira. Na primeira doença a destruição vem
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de uma só vez, quando menos se espera; a segunda doença
é diferente porque ela vai destruindo aos poucos. Por isso é
muito importante se prevenir também para não contrair esta
segunda doença, porque ela também é pecaminosa e destrói
líderes.
Em I Reis vemos que Elias tinha sido grandemente
usado por Deus; ele havia matado os 450 profetas de Baal, os
falsos profetas. E o que o rei Acabe fez? I Reis 19.1-2:
“ Acabe fez saber a Jezabel tudo quanto Elias havia feito, e como matara
todos os profetas à espada. Então Jezabel mandou um mensageiro a Elias a
dizer-lhe: Façam-me os deuses como lhes aprouver se amanhã a estas
horas não fizer eu à tua vida como fizeste a cada um deles”.
Elias deve ter tido um choque muito grande. Ele estava pensando que agora
Jezabel iria se arrepender da idolatria, pois ele havia acabado de orar e Deus
respondera com fogo, tendo voltado a chuva para aquela terra. Enfim, Deus
fizera tantos milagres naquele dia que Elias tinha certeza de que o rei Acabe
e a rainha Jezabel agora iriam seguir ao Deus vivo. Mas, de repente, ele
recebeu aquela notícia: “A rainha Jezabel falou que vai te matar”.
Ele deve ter se sentido muito triste: “ Eu estou dando minha vida para
ajudar esse povo a conhecer o Deus verdadeiro, o Deus de Israel, e agora
ela quer me matar?”. Vejamos o que ele fez (vv. 3-4):
“ Temendo, pois, Elias, levantou-se e, para salvar sua vida, se foi e chegou
a Berseba, que pertence a Judá; e ali deixou o seu moço. Ele mesmo,
porém, se foi ao deserto, caminho de um dia, e veio e se assentou debaixo
de um zimbro; e pediu para si a morte, e disse: Basta; toma agora, ó
Senhor, a minha alma, pois não sou melhor do que meus pais”.
Esta segunda síndrome acontece assim: quando um homem ou uma mulher
de Deus, que tem sido grandemente usado(a) por Deus recebe uma crítica
ou é mal interpretado ou rejeitado, ele(a) reage na carne. Foi o que Elias
fez. Ele reagiu na carne e fugiu para salvar a sua vida. Mas ele pecou
grandemente? Não, não foi nenhum pecado grave, ele só reagiu na carne.
Porém, quando esse homem ou mulher de Deus reage na carne, então vem a
condenação do diabo que o(a) acusa dizendo: “Que grande homem de Deus,
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que nada. Quem você acha que é? Ninguém está aceitando o que você
fala”. Então ele conclui: “É mesmo; basta Senhor. Eu não sou melhor do
que meus pais, é melhor que eu morra”.
Vamos agora para o versículo 9: “ Ali entrou numa caverna, onde passou a
noite; e eis que lhe veio a palavra do Senhor, e lhe disse: Que fazes aqui,
Elias?”
Talvez você nem tenha chegado ao ponto de ser grandemente usado por
Deus, mas tentou dizer alguma coisa e viu que não deu certo. E o diabo vem
e fala: “Você nunca vai ser grandemente usado por Deus como
discipulador. Veja só, nem discípulos você tem. Você já está tentando há
tanto tempo ganhar uma vida pra Jesus, e não consegue”. Talvez você
tentou falar alguma coisa, foi rejeitado e fugiu para dentro da caverna. O
pastor da Igreja fala: “Seja um discipulador”. E você diz: “Não, eu não.
Estou bem aqui, na minha caverna”.
A Palavra de Deus para os que se escondem em cavernas é: “O que fazes
aqui, Elias?” Em outras palavras, você que é um homem de Deus, uma
mulher de Deus; você que é um sacerdote, que foi separado por Deus para
sacudir as nações; você que já entregou sua vida pra Jesus, e sabe que maior
é aquele que está em você do que aquele que está no mundo, o que é que
você está fazendo numa caverna? Deus quer você fora dessa caverna. Elias
respondeu (v.10): “Tenho sido zeloso pelo Senhor, Deus dos Exércitos,
porque os filhos de Israel deixaram a tua aliança, derribaram os teus
altares, e mataram os teus profetas à espada; e eu fiquei só, e procuram
tirar-me a vida”. A mentira do diabo é sempre a mesma: “Ninguém o
entende, você está só”. Mas, no versículo 13, Elias ouviu aquela suave voz
de Deus: “Ouvindo-o Elias, envolveu o rosto no seu manto e, saindo, pôs-se
à entrada da caverna. Eis que lhe veio uma voz e lhe disse: Que fazes aqui,
Elias?”
Às vezes, um irmão ou irmã fala assim: “ Tudo bem, eu não vou mais ficar
na caverna, eu vou começar a ser usado por Deus”. Mas ele fica na entrada
da caverna, pensando: “Eu vou trabalhar para Jesus, vou tentar, mas se não
der certo, eu corro de volta para a minha caverna”. Ou seja, ele quer ficar
na zona de conforto, pertinho da caverna. Não quer arriscar grandes coisas
para Deus. Mas Deus continua a perguntar: “Que fazes aqui, Elias?” Agora
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ele não está mais dentro da caverna, mas fora dela. Mesmo assim, Deus está
lhe dizendo: “Nada de ficar na porta da caverna; nada de zona de
segurança, crie coragem para sair da sua zona de conforto e seja
grandemente usado por Mim”.
Eu creio que há muitos líderes poderosos em Deus que ainda hoje são
tentados a entrar na caverna. Meu pai, por exemplo, que era tão santo, me
disse que ele mesmo passava por esta luta, porque o diabo sempre tentava
condená-lo. São os grandes homens de Deus, as grandes mulheres de Deus,
os jovens que também têm esse potencial, que o diabo mais tenta condenar
e fazê-los desesperar. Eles são tão conscientes, tão cuidadosos, que por
qualquer coisinha já estão dentro da caverna, sentindo que não vão poder
ser muito usados por Deus.
Coragem Certa na Hora Certa
O Brasil precisa de pessoas que levem a sério o discipulado, a santidade,
como você. Por isso eu gostaria de desafiá-lo – e a tantas outras pessoas
como você – a fundarem as maiores congregações deste país. E creio que
isto vai acontecer.
Mas, de um modo geral, temos visto no Corpo de Cristo, hoje em dia, uma
grande anormalidade. Líderes como Sansão, que não deviam ter coragem,
tendo muita coragem, autoconfiança, destemidos, fazendo “grandes coisas.”
E os líderes que deveriam ter coragem, estão se escondendo na caverna. Ou
seja, por um lado, os líderes que não deveriam ter coragem, antes deveriam
estar se escondendo na caverna, clamando, se arrependendo e buscando a
Deus, estão sendo ousados e pregando até em programas de televisão. Não
estou dizendo que é errado estar na televisão, porque eu também estou na
televisão. Mas, por outro lado, os líderes que são homens santos, que
deveriam estar lotando os estádios, muitas vezes estão lá na caverna: “Não,
acho que Deus não quer me usar tão grandemente assim”. Não devemos
aceitar a mentira do diabo; vamos crer que seremos grandemente usados por
Deus!
Quando eu estava meditando sobre isso um dia, eu disse: “Senhor, tem
alguma coisa me incomodando sobre coragem naqueles que não deveriam
ter coragem, e são tão corajosos; e sobre a falta de coragem, naqueles que
deveriam ter coragem”. E esta mensagem foi entrando em mim muito
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rápido e de uma forma muito forte. Eu creio que é uma palavra para todos
nós. E se você tem estado na caverna, se o diabo tem mentido para você, é
hora de ficar bem atento. Quantos há, que hoje estão sendo grandemente
usados por Deus, mas que já contraíram essa doença, e, mais cedo ou mais
tarde, os sintomas vão se manifestar. Mas alguns outros, que já foram o
pivô de escândalos a nível nacional e internacional, às vezes alguma coisa
tocava em seu espírito, mas como não sabiam se era de Deus ou não,
pensavam: “Não, não é não. Em nome de Jesus, eu tenho sido uma
bênção”.
É como se o diabo cantasse: “ Dorme neném...” Tantas mães lá nos Estados
Unidos cantam essa música para os seus filhos. Mas sabe qual é a tradução
dela? Diz o seguinte:
“ Balança o bebê, no bercinho em cima da árvore. Quando o vento soprar,
aquele bercinho vai balançar. Quando o galho em cima da árvore quebrar,
o berço vai cair. O bebê vai cair e se estatelar no chão”.
É isso que fala a letra da canção de “ninar”. Que horror! Em português não
é muito melhor não: “Dorme neném, que a cuca vai pegar...” O que é a
cuca? É um demônio. É como cantar: “Dorme neném, que o demônio vai
pegar você!”. Olhe bem! O mundo natural é um espelho do que acontece no
espiritual. Assim como o diabo tem convencido as mães a cantar essa
besteira para os seus filhos, assim também parece que ele está cantando
para muitos líderes, dizendo o seguinte: “Você está sendo grandemente
usado por Deus. Deus o perdoou. Mas aguenta as pontas, porque logo você
vai cair no chão”.
E por outro lado, os líderes que deveriam ter coragem não têm. Elias era um
homem santo. Ele agiu um pouco na carne, mas ele não estava em pecado.
Ele era um homem que Deus queria usar na linha de frente. Muitos homens
santos hoje em dia estão se esquivando, se escondendo em cavernas. Deus
precisa de você na linha de frente, meu irmão, minha irmã; Deus quer usar
você poderosamente, com coragem, com fé para conquistar as cidades para
Jesus. Nós temos que ter essa coragem.
Eu gosto de Provérbios 28.1: “ Fogem os perversos, sem que ninguém os
persiga; mas o justo é intrépido como o leão”. Você é justo? A Bíblia diz
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que nós somos justos, mas não pelos nossos méritos, mas pelo sangue de
Jesus. Romanos 5.1 fala: “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com
Deus, por meio do nosso Senhor Jesus Cristo”. Então, de acordo com a
Bíblia, você é justo. E o justo é intrépido e corajoso como o leão.
Na primeira edição deste livro, em 2005, eu nunca havia estado na África.
De lá para cá, já estive lá mais de uma vez. Eu sempre ouvia dizer, e
confirmei fazendo um safári na África do Sul, que a selva africana, à noite,
é muito barulhenta devido à atividade dos mais diversos animais. Dizem
que quando o leão sai para caçar, ele emite um rugido muito forte e, por
alguns instantes, cessa todo barulho que houver e fica um silêncio
completo. Sabe por quê? Porque o rei da selva saiu para caçar.
Da mesma forma deve acontecer com você, pois a Bíblia fala que você é
justo e intrépido como um leão. Portanto, quando você fala: “Em nome de
Jesus!”, os demônios têm que ficar calados. Muitos irmãos dizem que têm
medo dos demônios: “Pastor, ora por mim, porque eu estou sentindo uma
opressão horrível no meu trabalho. Eu entrei lá na segunda-feira e senti
logo uma opressão, parece que estão fazendo macumba lá. É horrível!”
Mas, espere um pouco: por que você está se sentindo oprimido? Quem é
mais forte, o diabo ou Jesus? É claro que é Jesus, e Ele está dentro do seu
coração. Por isso você deve deixar este Jesus que está em você fluir, e
tomar posse da autoridade que vem dele. Desta forma, quando você entra
num lugar que está carregado de demônios, você deve estar tão cheio da
unção, que os demônios vão falar uns para os outros: “Vamos embora
daqui, acabo de sentir uma opressão muito grande”.
Um dia alguém perguntou para o pastor Cho, da Coreia, qual o dom que ele
tem. Ele respondeu que não sabia de nenhum dom que ele próprio tivesse,
mas tinha o Espírito Santo morando dentro dele e que o Espírito Santo é
que tem todos os dons. Porém, se ele fosse apontar um dom que o Senhor
tinha dado a ele, este seria o dom da coragem. Coragem de sair da caverna e
da entrada da caverna, para fazer grandes coisas por Deus.
A Igreja que este irmão pastoreia tem setecentos mil membros. A entrada
financeira lá é algo extraordinário. Ele viaja por todo o mundo e ganha
ofertas enormes. Mas ele escolheu ter uma vida bem simples, uma casa
simples, porque ele quer dar um bom testemunho do Reino de Deus. Que
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coisa linda! E ele falou: “O único dom que eu sei que eu tenho é o dom da
coragem. Eu vou à frente, e os sinais vão me seguindo, em nome de Jesus!”
Então, para acabar de vez com a síndrome da caverna, você tem que sair da
caverna, dando um basta a esta situação. Você precisa ver se você está bem
com Deus, se você está bem com a sua família, com a sua esposa, com o
seu marido, com os seus filhos, com os seus pais. Você precisa também
estar submisso aos seus líderes, sendo transparente na vida do Corpo de
Cristo. Se você estiver assim, meu irmão, você não precisa se intimidar pelo
diabo. Comece a usar o poder do nome de Jesus; comece a ser grandemente
usado por Deus, porque Ele precisa de você. Ele está dizendo para você:
Saia da caverna, como nos diz em II Timóteo 1.7: “Porque Deus não nos
tem dado espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação”.
Três Aspectos da Coragem
1. Coragem Diante de Deus
Em Hebreus 4.16 lemos: “ Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto
ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça
para socorro em ocasião oportuna”. Precisamos lembrar que o nosso
amado Papai celeste nos dá acesso livre à sua presença. Nós que somos
lavados pelo sangue de Jesus podemos nos achegar, nos assentar no colo
dele, ter intimidade com Ele. Não precisamos de um processo longo e
demorado para somente depois nos achegarmos a Deus.
Há alguns anos eu estava ouvindo um disco sobre a família Kennedy, era
um disco de humor. Eu achei interessante que numa das faixas podia-se
ouvir claramente o som de umas pegadas chegando à Casa Branca. De
repente se ouvia a voz de algum soldado, um dos guardas da Casa Branca
gritando: “Pare em nome da Lei! Não pode chegar perto do portão”. E logo
depois... : “Ah, desculpe senhor, não sabia que era o senhor, pode passar”.
E aqueles passos continuavam, passando pelo portão, e quando chegavam
dentro do quintal da Casa Branca, de novo outro guarda gritava: “Pare em
nome da Lei!... Ah, perdão, senhor, pode continuar”. Então os passos
continuavam e a gente pensava que deveria ser um homem muito
importante. E os passos seguiam pela Casa Branca, descendo o corredor e
então se ouviam as batidas na porta do gabinete do presidente. E aí, lá de
dentro, a voz do presidente dizia: “Entra!” Neste momento se ouvia a voz
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da pessoa que havia entrado no gabinete do presidente. Era o seu filho de
cinco anos que dizia: “Oi, papai, tudo bem?”. Nós precisamos saber que
somos filhos do Rei dos Reis e Senhor dos Senhores. Os outros têm que
marcar hora, mas nós não; nós podemos nos achegar à presença do nosso
Papai a qualquer hora.
Houve uma ocasião em que o presidente da Coreia do Sul ligou para o
gabinete do pastor Cho e uma secretária atendeu. Antes do telefonema, o
pastor havia dito a ela que ele estaria no seu tempo de oração e que
ninguém, ninguém mesmo poderia interrompê-lo. Então o presidente ligou
e disse que queria falar com o pastor Cho, que ela poderia dizer que era o
Presidente da República. Então a secretária respondeu que o pastor dissera a
ela que ninguém poderia interrompêlo porque ele estava no seu tempo de
oração. E o presidente entendeu e disse que estava bem assim.
Depois que o pastor terminou seu tempo de oração, a esposa do Presidente
ligou para ele e disse-lhe que queria que ele demitisse aquela secretária pelo
que acontecera ao seu marido. O irmão Cho respondeu à primeira-dama que
aquela ordem havia partido dele mesmo, que era para ela não interromper o
seu tempo de oração, ao que ela protestou: “Sim, pastor, mas o meu marido
é o Presidente da República!” E o pastor Cho respondeu: “Sim, mas eu
estava falando com o Presidente do Céu”. Nós nunca devemos esquecer
que podemos entrar na presença de Deus na hora que quisermos, com
coragem e confiança, sendo este o momento mais importante do dia.
2. Coragem Diante do Diabo
Nós, também, nunca devemos ter medo do diabo. Vejamos o que diz em
Hebreus 2.14-15:
“ Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue,
destes também ele, igualmente, participou, para que, por sua morte,
destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo, e livrasse
todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a
vida”.
Essa palavra “destruísse”, no original, não quer dizer que o diabo não existe
mais, mas sim que todo o seu poder foi tirado. A Bíblia diz em Gênesis
3.15, que o descendente da mulher, que era Jesus, iria esmagar a cabeça de
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Satanás. Esta foi uma profecia que se cumpriu lá na cruz do calvário. Então,
ele já foi totalmente derrotado.
A Bíblia fala que Jesus já esmagou a cabeça da antiga serpente. O diabo já é
um derrotado e se você não souber isso, por causa do seu medo, ele vai
continuar a lhe oprimir. Mas a Bíblia fala: “Não temerei mal nenhum,
porque tu estás comigo”. É o medo que abre a porta para o diabo, conforme
nos está dizendo o escritor de Hebreus.
3. Coragem Diante dos Homens
Por fim, nós devemos ter coragem não só diante de Deus e diante do diabo,
mas também diante dos homens. Não devemos nos intimidar de falar de
Jesus abertamente. Quando estivermos tão cheios de Jesus, vamos chegar
aos lugares e vamos falar cheios de coragem e cheios de fé. A Bíblia fala
que mal nenhum nos sucederá, e que toda arma forjada contra nós não
prosperará. Eu quero desafiá-los, com esse espírito de fé, a ganhar sua
cidade para Jesus. A Bíblia fala: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos
libertará” (João 8.32). Outro trecho ainda diz: “O povo está sendo
destruído, porque lhe falta o conhecimento” (Oséias 4.6).
O diabo já é um derrotado, amados, então vamos pôr em prática essa
verdade. Vamos ter coragem, vamos falar de Jesus abertamente; onde
formos, alcançaremos pessoas para Jesus. As pessoas vão ver Jesus na sua
vida. Maior é aquele que está em nós, do que aquele que está no mundo.
Deus tem nos dado um espírito de poder, de amor, de moderação. Deus não
tem nos dado um espírito de covardia, de medo. Podemos declarar que não
aceitamos o medo na nossa vida; nem medo do passado, medo do presente,
ou medo do futuro. Devemos expulsar, em nome de Jesus, toda a covardia
da nossa vida e declarar que temos a coragem de Jesus.
Declare agora para os seus pés que eles foram predestinados por Deus para
levar o Evangelho da salvação; para serem pés formosos e também que
foram predestinados para esmagar e pisar sobre serpentes e escorpiões, e
sobre todo o poder do inimigo; e absolutamente nada lhes causará dano. O
Deus da Paz em breve esmagará a Satanás debaixo dos seus pés e isso
começa agora, em nome de Jesus!
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Comece a imaginar aquelas obras maléficas que têm colocado medo em
você, que têm tentado deter ou manter o seu bairro ou a sua família em
qualquer problema, comece a pisar nelas agora em nome de Jesus. Diga:
Não aceito obra maligna. Sou mais que vencedor. Pise agora, como um ato
profético exterior daquilo que você está fazendo interiormente.
A Bíblia fala que devemos resistir ao diabo e ele fugirá de nós. Quero fazer
uma oração com você. Se você tem sido atacado por qualquer uma dessas
doenças, se você sente que o maligno tem tentado intimidá-lo na caverna,
quero orar por você, para que Deus lhe dê coragem para se abrir ou buscar
ajuda para qualquer uma das suas necessidades.
“Pai querido, nesse momento eu estou concordando em fé com meus
queridos irmãos e declarando que a partir deste dia, em nome de Jesus,
qualquer pessoa que por acaso estava na Síndrome de Sansão, vai ter a
coragem para se abrir, para sair correndo de dentro da caverna, para receber
ajuda do seu líder, para realmente ser tratado e restaurado, ó Pai. Eu peço
também por todas as pessoas que têm sofrido qualquer tipo de Síndrome da
Caverna, que têm sido intimidadas pelas circunstâncias para não falar de
Jesus abertamente, com coragem; intimidadas para não serem grandemente
usadas por Deus e para não aceitarem o desafio de realmente conquistar
multidões para o Senhor Jesus. Eu declaro agora, em nome de Jesus, que
toda Síndrome de Caverna, todo espírito de timidez, de covardia, saia e não
volte nunca mais. Eu declaro você livre!”.
Eu lembro quando me afastei de tudo, parei com tudo, enfrentei um
processo longo de restauração. Foi a melhor coisa para a minha vida,
porque eu nunca mais fui o mesmo. Fiquei livre não só da Síndrome de
Sansão, mas também da Síndrome da Caverna.
Diga assim: “ Eu não aceito ficar me escondendo na caverna. Eu vou sair
da caverna e ser grandemente usado por Deus. Eu declaro que a coragem
de Jesus me enche com essa vitória, porque eu sou intrépido como um leão.
Amém!”
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Capítulo Oito
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Alvos de Crescimento
Nosso Deus é um Deus de propósito e Ele quer que seu povo também seja
um povo com propósitos, com alvos. Por isso, gostaríamos de tratar agora
dos alvos desafiadores de conquista, alvos de crescimento.
Para nós, seres humanos, é essencial ter alvos, pois somos naturalmente
acomodados. Se não tivermos alvos, a tendência é que deixemos passar os
anos sem nada mudar. Vamos “empurrando a vida com a barriga”. Ocorre
que isto, na ótica do plano de Deus, é terrível, pois enquanto estamos
acomodados, milhões estão morrendo e indo para o inferno. Não podemos
nos esquecer disto e viver de maneira acomodada.
Cada número é extremamente importante, porque um número representa
um ser humano que vai estar eternamente no céu ou no inferno. Alguém
disse, certa vez, que números não são importantes, mas é interessante que
vemos, vez após vez, no livro de Atos, as expressões: “e o número de
discípulos multiplicou grandemente”, e o “número subiu para três mil”,
“cinco mil”, e “e o número isso”, “e o número aquilo”. Se números não são
importantes, por que Deus faz questão de registrar os números? Até na
Bíblia há um livro com o nome de Números. Números são importantes
porque cada número representa um ser humano. Por isso é que temos que
sonhar grande.
Eu costumo dizer, em todas as cidades aonde vou, que um bom alvo para
começar é ganhar para Jesus dez por cento dela. Deve-se, então, verificar a
população da cidade e calcular os dez por cento. A partir daí começar a
aplicar fé para conquistar isso. Mas alguém pode dizer: e se a vontade do
Deus não for essa? Bom, é verdade, porque a vontade de Deus é ganhar
cem por cento em cada cidade. Mas dez por cento é um bom começo.
Eu tenho um amigo que é pastor. Um dia o presidente do conselho de
pastores chegou para ele e, como que para animá-lo, disse: ‘‘Pastor fulano,
estou crendo que sua Igreja um dia vai ter cinquenta mil membros’’.
Embora a Igreja que ele pastoreia seja a maior de sua cidade, está crescendo
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e já crescia naquela época, ele está crendo e sonhando por grandes coisas.
Ele, então, surpreendeu o irmão que presidia o conselho de pastores,
dizendo que ele deveria ter alguma coisa contra sua Igreja. “Você não está
entendendo – disse o presidente
–. Eu estou crendo que a sua Igreja vai ter cinquenta mil membros”. Mas
meu amigo respondeu: “Nossa cidade tem quase dois milhões de pessoas, e
o senhor só me deu cinquenta mil? É muito pouco. O senhor deve ter
alguma coisa contra mim”. Precisamos passar por uma mudança de
mentalidade e acreditar em grandes coisas que Deus quer fazer.
Alguns historiadores afirmam que Jerusalém chegou a ter cem mil
habitantes, sendo que a Igreja, em seu auge, teve cerca de cinquenta mil
membros, ou seja, metade da população da cidade. Realmente, temos que
crer na restauração de todas as coisas, inclusive no poderoso e explosivo
crescimento numérico, para a glória do Senhor. Volto a repetir que Jesus
não disse: “Ide e fazei convertidos das nações”, mas sim: “Ide e fazei
discípulos”, o que demonstra a preocupação com a qualidade. Mas Ele
também não disse para fazermos discípulos de uns poucos, e sim discípulos
das nações. Temos que crer por grandes coisas.
Certa vez fui visitar os irmãos em Macapá, e um dos irmãos que estava na
reunião tinha vindo de Santarém. Ele me procurou para dizer como foi bom
ter se mudado para aquela cidade e como era bom – melhor do que em
Santarém – fazer a obra naquele novo campo. Inicialmente pensei que ele
iria dizer que estávamos fazendo algo errado lá em Santarém. Mas logo ele
completou: “É que lá, nossa célula estava rodeada de tantas outras na
mesma quadra, que quase não tínhamos vizinhos para evangelizar. Aqui há
muitos incrédulos que nunca ouviram o Evangelho. Estamos ganhando
muitas almas para Jesus”. Este irmão estava certo numa coisa: como todas
as células se reúnem na quarta-feira, há ruas de Santarém em que você,
passando, percebe uma, duas, dez, muitas células cantando, orando,
acolhendo os incrédulos. É uma “santa loucura” o que Deus está fazendo ali
e – posso dizer pela fé – vai fazer também em sua cidade.
Agora, uma coisa importante a lembrar é que estas coisas só acontecem se
partirem de uma liderança que, com a visão, anima, motiva, encoraja o
povo a seguir para frente. Isto tem que acontecer com você na sua
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congregação, na sua comunidade de discípulos, sendo um homem forte que
dá uma injeção de fé nos que estão perto de você e ajuda-os a ver bairros e
ruas inteiras ganhos para Jesus. Muitas vezes uma célula está acomodada,
desanimada talvez, não ganhando vidas. Mas chega um supervisor cheio de
fé e de coragem, o qual começa a contagiar seus irmãos com a mesma fé e
coragem que existem em seu coração, apontando para alvos grandes e, de
repente, a mesma célula, com o mesmo líder – mas com uma nova
motivação e novos alvos – começa a dar fruto e multiplicar de forma
tremenda. Aliás, falando de alvos, eu prefiro ter alvos grandes e chegar,
talvez, no meio do caminho, do que ter alvos bem pequenos e atingi-los
cem por cento.
Prefiro mirar nas estrelas e chegar a dez mil metros, do que mirar um metro
acima e chegar no máximo a este pequeno alvo. A Bíblia diz que Deus é
grande e quer fazer infinitamente mais do que podemos pensar ou pedir. Por
isso falamos e encorajamos a que todos tenham alvos desafiadores de
conquistas.
Para que você possa entender melhor o que estamos falando, vamos
explicar um pouco sobre como funciona tudo isto em nossa congregação.
Cada célula é formada por discípulos de Jesus que são motivados pelo líder
da célula a também se tornarem líderes de novas células. Mas isto não é
uma ordem ou uma carga colocada sobre estes irmãos. Pelo contrário,
procuramos mostrar a este futuro líder que ele terá o privilégio de liderar
uma célula, cuidar de vidas, discipular pessoas. E o líder de cada célula,
então, começa a enxergar cada membro do grupo como um novo líder em
potencial, lembrando sempre de nosso lema: “Todo o mundo discipulado,
todo discípulo um líder compromissado”. Como parte deste processo de
formação de novos líderes, este irmão incentiva os membros da célula a
formarem grupos de evangelismo.
De todos os pastores que eu conheço, o que mais se especializou nestes
grupos de evangelismo foi o Gildo, cuja história nós mencionamos ao expor
o “Fator Barnabé”, o qual hoje é responsável por centenas de células. É
impressionante como Deus deu a ele grande compaixão pelos perdidos, que
se expressa no desejo de dar a sua própria vida para ganhar outras vidas
para Jesus.
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Certa vez, tendo ganhado um casal muito pobre, Gildo ficou incomodado
porque eles não tinham cama e dormiam no chão. Depois de conversar com
sua esposa, resolveu dar a sua própria cama para aqueles irmãos novinhos
na fé, enquanto ele e a esposa ficaram dormindo em redes até poderem
comprar uma cama nova. Os outros irmãos, ao verem este ato de doação
que era totalmente coerente com o que ele pregava, ficaram animados a
também doarem seu tempo e recursos financeiros. Enfim, se ajudarem-se
mutuamente, tudo farão para atender ao desejo do coração de Deus.
Em função do seu exemplo de vida, que é tão claro e contagiante, o pastor
Gildo fala com autoridade incentivando os demais a formarem grupos de
evangelismo. Ele mesmo diz que, no início, não entendia muito bem como e
por que investir nos grupos de evangelismo, ou “GEs”, mas um dia tudo
ficou claro. Viu que cada irmão pode iniciar um grupo deste tipo
convidando os colegas, ou até os amigos com quem joga futebol no fim de
semana, para estudarem a Bíblia juntos por um período determinado.
Na região que o pastor Gildo supervisionava lá em Santarém, cada célula
tinha, em média, cinco grupos de evangelismo. E continua assim, com
aqueles que o sucederam na liderança da Região.
Esses grupos têm apresentado um resultado muito bom, e como são muitos
– atualmente são 8.924 (maio de 2011), só na Igreja de Santarém – há uma
grande colheita de vidas para o Senhor. Não há uma forma especial para
esses grupos. Pode ser uma pessoa evangelizando outra, ou uma família
toda, uma vez por semana. Mas a visão é sempre a mesma: transformar o
GE numa célula. Por esta razão, enquanto o irmão vai evangelizando seus
amigos dessa forma, ele próprio está sendo preparado para ser um líder de
célula. Tendo passado pelo treinamento adequado e tendo ganhado já, pelo
menos, três pessoas e estar cuidando bem delas, ele pode formar uma nova
célula com esses novos irmãos oriundas do GE. Ou, ainda, simplesmente
transformar o GE numa célula se todos já tiverem se convertido.
Lembrando que tudo isto é feito debaixo de supervisão e do cuidado sério
por parte de quem está discipulando o novo líder. Eu sei que muitos irmãos,
em tantos lugares – talvez você mesmo –, já estão fazendo coisas
semelhantes, mas é preciso fazer muito mais. Por isso, quero incentivá-lo
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com estes exemplos que, mesmo não sendo absolutos, servem para nos
animar e ajudar a seguir adiante.
Outro exemplo é a data de multiplicação. Todas as células têm esta data em
sua agenda. Às vezes a célula não se divide em duas, mas um dos membros
começa uma nova célula a partir de um GE. E isto ocorre em torno de seis
meses depois da última multiplicação ou do início da célula, embora
tenhamos visto algumas células se multiplicarem – e com saúde – dentro de
quatro meses. Se a célula não alcançou o alvo nesse período, a data prevista
se prorroga por mais dois ou três meses, mas o supervisor fica
acompanhando de perto aquela célula durante esse tempo para que ocorra a
multiplicação. Ele fica “cobrando”, lembrando que a data está chegando. É
um “santo empurrão”, que se faz necessário porque a tendência natural é
sermos acomodados.
Se tiver alguém amando, empurrando, encorajando, o irmão começa a levar
este assunto mais a sério, começa a jejuar, orar intensamente e assim Deus
pode agir. Ainda, outro ponto importante quanto à data de multiplicação é
que ela é lembrada em cada reunião da célula. Ou seja, todas as vezes em
que a célula se reúne, o líder está falando em crescimento e multiplicação,
junto com os outros assuntos normais da semana. Às vezes existe um cartaz
com a data da multiplicação. Com isto, todos estão vendo aquele alvo,
crendo e orando juntos para que ele seja alcançado.
Também é preciso, conforme a Bíblia nos ensina, que se dê honra aos que
estão multiplicando, porque são merecedores dessa honra. Eles estão se
doando, esforçando e trabalhando muito, pelo que Deus tem acrescentado
frutos em suas vidas.
Costumamos honrar com nossos aplausos ou de tantas outras formas. E isto,
além de fazer justiça a esses irmãos, serve também como incentivo para os
demais, que estão precisando aquele “santo empurrão”, precisando de
encorajamento para cumprirem a tarefa que foi confiada a cada um pelo
Senhor: ganhar vidas. Não é manipulação, mas encorajamento. Muitos são
chamados a dar seu testemunho nos cultos de celebração ou nas reuniões
com os líderes de célula, lá na frente, para que todos vejam e se espelhem
no exemplo de seus irmãos, busquem o Senhor e se entreguem à Sua obra.
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Ainda como encorajamento, quero lhe dizer que estas reuniões com os
líderes começaram com um pequeno grupinho, numa sala atrás do
auditório, mas logo não coube mais naquela salinha e os irmãos passaram a
reunir-se em uma área coberta, no prédio da Igreja. Depois, também não foi
mais possível realizar esta reunião naquele local e passamos a utilizar o
auditório, que foi aumentado três ou quatro vezes, e hoje, este TADEL, que
significa Treinamento Avançado de Líderes, se realiza em dois encontros,
na terça-feira à noite, porque numa só reunião isto não é possível, apesar do
tamanho do auditório. Aliás, eu o aconselho muito a visitar essa reunião,
tanto nas Igrejas da Paz espalhadas por todo o Brasil como em tantas outras
boas Igrejas que estão na visão do MDA. Alguns dizem que o TADEL é
mais empolgante do que o próprio culto de celebração.
Kirk Hadaway escreveu um livro intitulado Princípios para o Crescimento
da Igreja, onde afirma que um estudo estatístico sobre Igrejas em
crescimento apontou que estas congregações são orientadas por alvos. Em
outras palavras, estabelecer alvos ajuda as Igrejas a crescerem. Joel
Comiskey também disse que “se você estiver mirando em nada, certamente
irá acertar em cheio”.
Se você perguntar para qualquer pessoa da Igreja da Paz em Santarém qual
é o próximo alvo, ela vai dizer: “Cento e vinte mil”. Mas você pode
perguntar para esse mesmo irmão por que setenta mil e não os duzentos mil
que é a população total da cidade. É que existem outras tantas congregações
que também irão crescer e juntas, aí sim, temos como alvo conquistar todos
para Cristo. Como isto não é uma brincadeira, mas algo que levamos muito
a sério, estamos construindo um prédio com capacidade para dez mil e
quinhentas pessoas sentadas. Com muitos cultos no novo prédio e no
auditório atual (onde vai haver um telão), além dos demais 26 núcleos,
poderemos receber os cento e vinte mil que estão vindo. Queremos estar
preparados para o futuro e não sermos pegos de surpresa.
CINCO PRINCÍPIOS SOBRE ALVOS DE CRESCIMENTO
1. É importante ter entusiasmo
Certo filósofo disse que nada grandioso jamais foi realizado sem que
houvesse entusiasmo. Não sei se esse homem era cristão, mas o que ele
falou se aplica ao que estamos explicando aqui, porque a palavra
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entusiasmo vem do grego. EN quer dizer “dentro” e THEOS quer dizer
“Deus”, ou seja, “cheio de Deus”, se não estou equivocado. De qualquer
forma, Deus não quer uma pessoa apática. Ele quer encher a sua vida com
entusiasmo e, segundo outro autor, o entusiasmo só pode ser despertado por
duas coisas. Primeiro, o ideal que toma conta da imaginação, que no nosso
caso é fazer discípulos das nações. Portanto, já temos esta primeira parte, o
ideal. Em segundo lugar, um plano definido e inteligível para colocar aquele
ideal na prática. É justamente nessa segunda parte que entram os alvos.
Certa vez alguém disse que pessoas nobres são motivadas por propósitos
dinâmicos, e os menos nobres sobrevivem com desejos e inclinações. Os
sucessos brilhantes são resultado de um fogo no interior do homem. Em
outras palavras, se você quiser pessoas nobres trabalhando com você, seus
alvos têm que ser dinâmicos. Caso contrário, você só vai atrair pessoas
medíocres, que sempre desejam e nunca realizam. Quanto ao fogo interior,
é bom lembrar que o mundo tenta produzir tal condição, mas só o Espírito
Santo pode produzir o verdadeiro fogo em nosso ser.
2. É essencial ter intimidade com Deus
Para mim, este é o mais importante dos princípios relativos a alvos de
crescimento. Posso dar meu testemunho sobre este princípio. Quando
começamos, ainda em número bem pequeno, já tinha claro em minha mente
que os alvos eram muito importantes. Meu primeiro alvo era o Projeto 250,
ou seja, ganhar 250 discípulos comprometidos com Jesus. Eu colocava
cartazes com um P250, sonhava com as 250 pessoas e fazia outros alvos
específicos ligados ao primeiro, mas esquecime de perguntar a Deus se
estes alvos eram da vontade dele. Ora, eu sabia que ganhar almas para Jesus
era a vontade de Deus, mas quem poderia garantir que os alvos específicos
que eu havia criado tinham, de fato, nascido no coração de Deus? Ele tem
um propósito único, mas a forma como cada indivíduo irá se encaixar nesse
propósito é diferente.
Por exemplo, Deus pode usar alguém para ganhar multidões. Com outro
pode fazer como fez com Estevão, que morreu como mártir, mas antes de
morrer ele impactou grandemente a um homem que participou de sua
execução. A Bíblia diz que o rosto de Estevão brilhava e, além do mais, ele
orou para que os pecados de seus assassinos fossem perdoados. Eu creio
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que esta oração foi respondida na estrada de Damasco e, assim, foi aberta a
porta da graça para aquele homem, chamado Saulo de Tarso. A mesma luz
que brilhou no rosto de Estevão ofuscou os olhos de Saulo no caminho para
Damasco, pelo que podemos dizer – é assim que eu creio – que Saulo é
fruto da vida e do martírio de Estevão. Ora, talvez Deus queira que nossa
vida seja assim, aparentemente desperdiçada. Talvez não vamos trabalhar
em tempo integral, mas num local distante, numa plantação, e lá não vamos
ganhar muitos, mas um deles será um Saulo de Tarso que, trabalhado por
Deus, se tornará como o apóstolo Paulo que ganhou o mundo.
Quando Deus me mostrou isto, dei-me conta de que não queria mais ir atrás
de meus próprios alvos. Não queria mais ficar cansado por agir desta
maneira. Pude ver que Deus não tem nenhum compromisso de alcançar
alvos que não nasceram no Seu coração. Agora, para que não fiquemos
atrás de alvos errados, precisamos ter intimidade com Deus e pedir que Ele
fale claramente ao nosso interior, mostrando-nos quais são os Seus alvos. A
Bíblia diz que os que são guiados pelo Espírito de Deus são Filhos de Deus
(Romanos 8.14). É bom esclarecer que esse processo nem sempre é rápido.
Pode demorar até ouvirmos o que Deus quer. E se não ouvirmos, não
devemos inventar alvos, mas ficar esperando e perseverando num
relacionamento íntimo com Ele, pois, mais cedo ou mais tarde, Ele vai falar
conosco. A boa notícia é que, normalmente, os alvos de Deus são bem
maiores que os nossos, e sempre os alvos de Deus são bem melhores para
nós. O número de setenta mil que mencionei acima não foi inventado por
mim. Foi gerado em oração, muita oração.
Como, então, cultivar esta intimidade com Deus? Humilhar-se em adoração,
quebrantar-se diante d’Ele, despindo-se de tudo aquilo que é um empecilho
para nossa comunhão com Deus. E tudo isto, de forma continuada e
perseverante. Quando falamos em despir-se das coisas que nos afastam de
Deus, referimo-nos, inclusive, à religiosidade, até em coisas bem pequenas,
como o tom de voz diferente quando vamos orar, uma postura diferente,
uma maneira especial que já nos acostumamos e se tornou sem vida.
Imagino que Deus deve perguntar, às vezes, por que falamos de uma forma
tão engraçada quando oramos? Por que não agimos naturalmente como
fazemos nas conversas com as demais pessoas? Isto demonstra falta de
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intimidade, que é cultivada de uma forma natural, como se estivéssemos
“batendo papo” com Deus. Não quero ofender nem escandalizar ninguém
com isto, mas digo desta forma porque tenho o hábito de sentar-me em meu
quarto e conversar com Deus de forma muito natural, abrir meu coração
sem farsa alguma e também ouvir o que Ele tem a dizer em meu espírito.
Além disso, não se pode esquecer que é necessário estar cheio da Palavra,
porque Deus usa muito a Bíblia para nos falar. Eu leio muito a Bíblia e
procuro ouvir a voz do Espírito Santo em cada parte que leio. Às vezes fico
em dúvida sobre o que Deus falou – neste momento é essencial a Palavra.
Outras vezes, é tão clara a Sua voz que não tenho dúvida alguma, mas
mesmo assim Ele a confirma pela Palavra.
Há relativamente pouco tempo mudei-me para Fortaleza-CE e ainda não
tenho tantos alvos para lá, justamente porque ainda não orei e jejuei o
suficiente para ouvir de Deus o que Ele quer de mim nesse lugar. Se você
faz como eu fazia, levando a Deus seus alvos para que Ele abençoe,
esqueça. É preciso zerar tudo e receber de Deus os alvos d’Ele.
3. É preciso sonhar com os alvos
Este princípio eu aprendi com o irmão Cho, da Coreia. Não sou dogmático
nisto, mas fico impressionado como Deus, por exemplo, levou Abraão a
sonhar com a promessa que o Senhor lhe havia feito. Isaque demorou para
nascer. Passaram-se muitos anos. Mas um dia Deus levou Abraão a olhar
para o pó da terra comparando-o à sua descendência (Gênesis 13.16).
Considerando que a luz do sol é muito forte no deserto durante o dia, é
comum que as pessoas caminhem olhando para baixo. Assim, enquanto
Abraão trabalhava, ele ia olhando para a areia e sonhando com a promessa.
À noite ocorre o contrário. Como o clima é muito seco, pode-se olhar para o
céu e ver as estrelas melhor do que em qualquer outro lugar. Também à
noite, Deus ensinou Abraão a sonhar com a promessa, comparando seus
descendentes às estrelas do céu (Gênesis 15.5). No versículo que segue a
esse trecho (Gênesis 15.6) é dito que Abraão creu e isto lhe foi imputado
como justiça, sendo que em Hebreus nos é dito que Isaque foi gerado pela
fé. Posso estar enganado, mas creio que esta fé só veio depois que Deus
ensinou Abraão a sonhar dia e noite, fazendo-o olhar para a areia e para as
estrelas.
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Digo isto, porque pude experimentar este mesmo processo em minha vida e
ministério. Deus me deu alvos e me ensinou a sonhar com eles. Lembro-me
daquele período inicial, quando eu e minha esposa orávamos todos os dias,
agradecendo pelos milhares que estavam por chegar. Este número não era
meu. Foi Deus que me deu. Foram as estrelas que Ele me mostrou, por isso
podia sonhar com fé. Eu cria, falava e ia atrás daqueles alvos, porque tinha
uma palavra de Deus como promessa. Isto era minha energia diária, a tal
ponto que não era mais eu que possuía os alvos, mas eles me possuíam.
Esta palavra de Deus, este “ rhema”, queima dentro de nós, gerando um
tremendo poder. Por isso, depois que recebemos tais promessas, temos que
nutri-las para que não se apaguem. O pastor Cho diz que o maior problema
de muitos cristãos não é que nunca receberam uma palavra deste tipo. Já
receberam sim, mas não ficaram sonhando com o seu cumprimento, não
perseveraram em fé, foram “indolentes”, ao contrário do que nos exorta
Hebreus 6.12, que quer dizer “não sejais preguiçosos”, mas sim imitadores
dos que pela fé e paciência herdam as promessas. Ou seja, mesmo que Deus
tenha dado a promessa, podemos não herdá-la se formos preguiçosos
espiritualmente. É preciso ter fé e perseverança, sonhando com o
cumprimento da promessa que virá, com certeza, porque é palavra de Deus.
Isto nos conduz ao quarto princípio.
4. É preciso ter perseverança insistente em direção ao alvo
Logo que recebemos a promessa, os alvos, sonhamos dia e noite. Mas passa
o tempo e parece que eles nunca vão chegar. Sei que não é fácil esta fase,
pois o diabo vem e joga suas mentiras. Precisamos estar determinados a
perseverar nas promessas, porque foi Deus quem prometeu e Ele o fará.
Uma ilustração nos ajudará a entender isto. Dizem que no velho oeste, nos
Estados Unidos, os “cowboys” costumavam pegar cavalos selvagens e
domesticá-los para o uso diário em seu trabalho. Esses cavalos corriam
soltos pelo campo e eram muito fortes. Assim, eles desenvolveram um
método interessante para vencer a teimosia do cavalo, que não queria ser
levado preso até o rancho onde seria domado.
Eles pegavam um cavalo ou jumento velho e o levavam junto para as
campinas, quando iam caçar os cavalos selvagens. Cada cavalo era laçado e
depois amarrado junto com um jumento velho, que ficava na outra ponta da
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corda. Depois, eles voltavam para a fazenda, deixando na campina o cavalo
selvagem e o jumento velho, amarrados pela mesma corda.
Como o cavalo selvagem era muito mais forte que o jumento, este era
arrastado pelo cavalo quando tentava fugir daquela situação de desconforto,
que era a corda presa a seu pescoço, até que ele também cansava e parava.
Isto se repetia várias vezes, mas o fim era sempre o mesmo. No dia
seguinte, ou alguns dias depois, os dois estavam à frente do rancho,
esperando para entrar. O que aconteceu para que chegassem ali?
Não foi a força do jumento. Mas sim o fato de que ele tinha um alvo,
enquanto o cavalo selvagem não tinha alvo nenhum. O jumento sabia que o
rancho era o lugar onde havia comida, água e onde ele seria liberto daquele
“demônio” amarrado a seu pescoço. Enquanto o jumento ia em uma só
direção, o cavalo corria para qualquer lado. Quando iam para longe do
rancho, o jumento resistia; quando corriam na direção do rancho, o jumento
acompanhava, e assim iam chegando cada vez mais perto.
Desta história tiramos um importante ensino: não são os mais fortes e
talentosos que irão ganhar a corrida, mas os que têm alvos e perseveram
para alcançá-los. Se você recebeu um alvo de Deus, persevere na direção
daquele alvo.
5. É imperioso que os alvos dos irmãos se encaixem de forma
harmoniosa
Na medida em que o Espírito Santo vai dirigindo sua vida e ministério, seus
alvos vão se encaixando perfeitamente com os alvos de outros, que estão
trabalhando com você. Não que seus alvos vão dominar os demais, mas eles
terão alvos, também dirigidos pelo Espírito Santo, que irão se encaixar de
forma harmoniosa com os seus. Como é o mesmo Espírito que está na
condução de todos, vamos trazendo outros, de forma amorosa, para
caminhar junto conosco nesta tarefa plural de trazer vidas para o Senhor
Jesus.
No início, talvez seja preciso forçar um pouco, porque o ser humano é
acomodado. Talvez seja necessário fazer como a águia, ao ensinar seus
filhotes a saírem do ninho que fica nas partes mais altas dos penhascos.
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Quando são novinhos, ela os alimenta com ratos ou pequenos animais que
caçou lá embaixo. Quando eles vão crescendo, a caça vai ficando maior
para alimentar a também crescente fome dos filhotes. Ela, então, empurra o
filhote do ninho para que ele aprenda a voar e caçar com suas próprias
forças.
Na primeira tentativa, o filhote quase se despedaça lá embaixo, mas a mãe
voa mais rápido e, com muito esforço, recolhe o filho, trazendo-o de volta
ao ninho. Isto se repete algumas vezes, até que o filhote começa a mexer as
asas. Ele começa a cooperar com a mãe no trajeto de volta ao ninho. Noutra
tentativa ele quase consegue voar, e na próxima vez ele mesmo já pula do
ninho, enquanto a mãe fica ao largo, cuidando para que nada de mau
lheaconteça. De repente, ele se dá conta de que foi projetado para voar
muito alto, e não para viver a vida toda no ninho. Assim também ocorre
com o discípulo. Ele está acostumado com a comodidade das reuniões,
recebendo o alimento e exigindo um ensino cada vez mais “profundo”, até
que é empurrado do ninho. Há resistência no início, mas o discipulador
estimula, encoraja, empurra, apara, segura. Talvez ele deixe seus discípulos
liderarem as reuniões ou outras atividades da célula, enquanto ele mesmo
supervisiona o trabalho que eles estão fazendo para que, no futuro, eles
estejam prontos a fazer o mesmo com seus discípulos, numa nova célula.
Deus tem um plano maravilhoso de ajudar todas as suas aguiazinhas a
voarem e, um dia, seus discípulos vão se dar conta de que eles foram
projetados para voarem, bem alto, e não para ficarem escondidos lá dentro
das reuniões, só engordando. Enfim, envolva outros com seus alvos e
trabalhe harmoniosamente com eles, conforme seus próprios alvos,
conforme o Espírito Santo for dirigindo.
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Capítulo Nove
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Conquistando sua Cidade Através
de um Espírito de Fé
Temos ministrado algumas coisas bem profundas sobre o discipulado um a
um, tais como a seriedade da santidade e o caráter, já que todas estas coisas
são bíblicas e eram visíveis em homens como o apóstolo Paulo, o qual
respirava a santidade de Deus. Mas um dos segredos para o crescimento
explosivo da Igreja Primitiva era a combinação harmoniosa do ensino da
integridade, do discipulado profundo, da santidade, com o espírito de fé; de
uma fé agressiva, de um evangelismo glorioso. Esse espírito de fé é muito
importante, muito necessário.
Imagine que na sua cidade a maioria das pessoas venha a se tornar
discípulas do Senhor Jesus. Se todas as cidades forem realmente
conquistadas por Jesus, veremos um avivamento em todo o Brasil, o qual se
estenderá, depois, às outras nações da Terra. Por isso quero encorajá-los e
desafiá-los a conquistar a sua cidade através da fé. No livro de II Coríntios
4.13 lemos: “Tendo porém o mesmo Espírito da fé, como está escrito: eu
cri, por isso é que falei. Também nós cremos, por isso também falamos”.
Um dos principais segredos para o crescimento explosivo que Deus, na sua
misericórdia, tem realizado em Santarém e regiões próximas é, justamente,
esse espírito de fé. Muita fé, uma fé bíblica, e não um pensamento positivo,
superficial, baseado em um otimismo exagerado. Ter fé é guardar
honestidade para com a Palavra, para com os fatos bíblicos que
transformam nossa vida, já que a fé se resume na “convicção dos fatos”.
Não é como se alguém perguntasse para uma irmã se o seu marido é um
seguidor de Jesus e ela respondesse: “É... pela fé...” Porém, meio
desanimada e com um ar de desesperança, ou ainda, como se a fé tivesse
em si mesma alguma coisa mística. Isto deve machucar tanto o coração de
Deus, porque a Bíblia diz, em Hebreus 11.1 que a fé é a convicção de fatos
que se não veem, e no mesmo capítulo, no versículo 6, diz que sem fé é
impossível agradar a Deus.
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Eu creio que quando Deus vê tantos servos, sinceros em seu coração,
andando em santidade de caráter, fica ansioso, no bom sentido da palavra,
querendo fazer o trabalho deles crescer. Porém, muitas vezes, as suas mãos
estão amarradas por falta de fé, porque sem fé é impossível agradar a Deus.
É somente quando nós liberamos a fé, que estamos realmente abrindo
canais aqui na Terra para que Deus possa atuar poderosamente.
A fé, diz a Bíblia, é a convicção de fatos. Neste momento é um fato você
estar sentado lendo um livro. Então você tem fé – no sentido bíblico – de
que está sentado? Não, esta não é a fé bíblica, porque a fé bíblica é a
convicção de fatos que não se veem. Você está vendo que está sentado na
cadeira, logo isto não é fé bíblica, mas sim fé natural, humana. Fé bíblica é
a convicção de um fato que ainda não se pode ver, como, por exemplo, que
Deus está aqui. Agora podemos responder com a fé bíblica. É um fato, mas
você não pode ver. A fé crê na realidade espiritual antes dessa realidade
espiritual se materializar.
Quando eu falava, dirigindo-me àquela “grande multidão”, conforme já
testemunhei ao comentar sobre o início de nosso ministério em Santarém,
não estava brincando. Era uma grande multidão pela fé. A fé materializa as
realidades espirituais. É através da fé que essas realidades espirituais vão se
materializar no mundo natural. É através da fé que você vai crescer, que
você vai conquistar vidas e conquistar sua cidade para Jesus. O apóstolo
Paulo sabia muito bem disso. Uma das tônicas de seu ministério era a fé,
tanto no ensino quanto na pregação. Ele falou aos romanos sobre “a palavra
da fé que pregamos” (Romanos 10.8). E aos coríntios disse: “Tendo,
porém, o mesmo espírito de fé, como está escrito: eu cri, por isso é que
falei” (II Coríntios 4.13). Isso faz toda a diferença.
Desde o começo sabíamos que o segredo não era um programa de
evangelismo, mas sim ter ovelhas sadias e cheias de fé. Um dos fatores
essenciais para a saúde, para a qualidade dos discípulos que faz o
evangelismo ser explosivo e agressivo é um coração cheio de fé e de
autoridade, e que anda em vitória. É tão triste ver cristãos cabisbaixos,
derrotados. Mas é muito lindo ver cristãos cheios de fé e de vitórias,
sabendo que eles estão em Cristo Jesus!
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Para entrarmos mais profundamente no tema Conquistando sua Cidade
Através de um Espírito de Fé, precisamos primeiro entender o que tem
acontecido e está acontecendo no mundo evangélico em geral. Graças a
Deus este quadro está sendo mudado pelo Senhor, mas ele ainda existe.
Quando os irmãos leem as profecias que dizem que no final dos tempos o
amor de muitos esfriará e que as coisas irão piorar de forma geral, muitos
ficam falando assim: “Jesus, por favor, volte logo, pois a luta contra o diabo
está cada vez mais difícil, o amor de muitos está esfriando; volta logo, antes
de eu me desviar”. Parece que pouco antes do último se desviar, Jesus vai
voltar. Interessante que já se passaram dois mil anos, Jesus não voltou ainda
e a Igreja cresce.
Qual é a ótica de Deus? A Bíblia diz que com sua morte e ressurreição
Jesus derrotou a Satanás, esmagou a cabeça da antiga serpente, entregou a
chave do Reino e a autoridade para a Igreja, dando ordens para que ela
conquiste a Terra. Ele não “sugeriu” que se fizessem discípulos de todas as
nações. Ele não disse para “tentar fazer” discípulos de todas as nações.
Não! Ele deu um “mandamento” no qual já está implícito que nós vamos ter
a vitória, porque ele disse: “Fazei discípulos de todas as nações”. Só pelo
fato de Ele ter dado este mandamento, é óbvio que se a Igreja não o fizer,
vai estar em desobediência. Você já pensou nisso? Quando medito nesta
palavra de Jesus, fico muito animado, querendo ganhar nações inteiras para
Jesus. Você também quer? Amém!
A GLORIFICAÇÃO DE JESUS E SEU RETORNO À TERRA
Estudando um pouco mais este assunto, vemos que depois que Jesus
ressuscitou e ascendeu aos céus, Ele foi colocado acima de todo principado
e potestade e poder e domínio, acima de todo nome que se possa referir
neste século e também no vindouro, e Deus colocou todas as coisas debaixo
de seus pés (Hebreus 2.8). Só que em outro trecho do livro de Hebreus
(Hebreus 10.12-13) é dito que Jesus está sentado à direita do Pai, esperando
até que todas as coisas sejam colocadas debaixo de seus pés. Parece uma
contradição, porque em um lugar da carta aos hebreus seu autor afirma que
todas as coisas estão debaixo de Seus pés, e em outro lugar diz que Ele está
sentado esperando até que todas as coisas sejam colocadas debaixo de seus
pés. Por que esta aparente contradição? Porque, no mundo espiritual,
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legalmente, todas as coisas já foram colocadas debaixo de Seus pés e Ele
deu autoridade à Igreja para impor esta realidade, pela fé, aqui na Terra.
Jesus falou para a Igreja: “ Eu já conquistei a vitória, Satanás já está
derrotado, tudo já está debaixo dos meus pés; agora, vocês têm que tomar
posse desta realidade, vocês têm que conquistar as nações porque Eu já sou
o Senhor dos céus e da Terra”. Em quem Ele está esperando para que este
fato se concretize? Na Igreja. A Bíblia ainda diz que Jesus, antes de subir,
deu à Igreja autoridade para pisar em serpentes e escorpiões e sobre todo
poder do inimigo, e nada, absolutamente nada, lhe causaria dano (Lucas
10.19). Em Romanos 16.20 Paulo afirma que o Deus da paz, em breve,
esmagará debaixo dos vossos pés a Satanás. Deus vai colocar todas as
coisas debaixo dos pés de Jesus. E Ele vai fazer isso através da Igreja, de
cada um dos membros do Corpo de Cristo, que são os pés de Jesus.
Quantos na Igreja têm estado sentados aqui na Terra esperando Jesus voltar
e dizendo: “Jesus, quando o Senhor voltará para acabar com o diabo?”,
enquanto Jesus está lá, sentado, esperando pela Igreja e dizendo: “Quando é
que vocês vão acabar com o diabo para eu poder voltar?” Pois Ele está
esperando até que todos os seus inimigos sejam postos por estrado dos seus
pés, depois que a Igreja acabar com o diabo. Depois Ele voltará. Um está
esperando pelo outro, por isso Ele não voltou até agora. Porém, precisamos
admitir que Ele está certo e nós é que estamos errados.
Vejamos II Pedro 3.9 por esta mesma ótica: “ Não retarda o Senhor a sua
promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é
longânimo para conosco, não querendo que nenhum pereça, senão que
todos cheguem ao arrependimento”. Em outras palavras, a razão pela qual
Jesus ainda não voltou é que Ele não quer que ninguém pereça. O que Ele
está esperando é que, de uma forma geral, a Terra seja conquistada pela
Igreja. Não estou dizendo que todo mundo que está vivo no momento vai se
converter. Também é óbvio que milhões já morreram e irão para o inferno,
sendo tarde demais para eles. Mas eu creio que a Igreja deve conquistar a
Terra para Jesus, e as nações deste mundo devem se tornar o Reino do
nosso Senhor Jesus.
Mais adiante na mesma carta de Pedro, chegamos ao capítulo 3, versículos
11 e 12: “Visto que todas essas coisas hão de ser assim desfeitas, deveis ser
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tais como os que vivem em santo procedimento e piedade, esperando e
apressando a vinda do Dia de Deus”. Portanto, a questão é que a Igreja tem
esperado, mas não tem aprendido a apressar a vinda do Senhor. Nós vamos
apressar a Sua vinda conquistando a Terra para Jesus, já que Ele ainda não
voltou porque não quer que nenhum pereça.
Que privilégio temos de poder apressar a vinda de Deus. Toda vez que nós
fazemos mais um discípulo, estamos fazendo com que a vinda de Jesus
esteja mais próxima. E nós podemos fazê-lo porque Ele está lá, esperando
até que todos os seus inimigos sejam postos por estrado de seus pés. Então
Ele vai voltar. Você já pensou nisto? Que coisa maravilhosa. Aleluia!
Vamos ilustrar com a seguinte situação: suponhamos que eu desse a minha
Bíblia para um irmão chamado João. Depois disso o João dá essa mesma
Bíblia para outro irmão chamado Moisés. Em um determinado dia, eu
encontro o Moisés com a Bíblia e digo: “Que bonita essa Bíblia, mas... eu a
estou reconhecendo. Eu a dei para o João, não para você, devolva-me”. Eu
teria direito legal de tomar a Bíblia desta terceira pessoa? Não, porque uma
vez que a dei para o João, a Bíblia é dele, e ele faz com ela o que quiser,
não é mesmo?
Da mesma forma, Deus tomou a autoridade sobre a Terra e a deu ao
homem, nas mãos de Adão, ordenando que governasse sobre ela, exercendo
domínio sobre toda a Terra. Ocorre que o homem, pela sua desobediência,
traiu a Deus entregando essa autoridade a Satanás. Muitas pessoas
questionam por que Deus naquela hora não tomou de volta a autoridade que
Satanás tinha usurpado e a entregou novamente ao homem. Mas Deus não
poderia fazer isto, o que seria “ilegal”, uma vez que Ele a entregou ao
homem e o homem a deu para o diabo.
Deus não poderia interferir porque Ele é um Deus de legalidade, um Deus
honesto, íntegro. Sendo que foi um homem que deu a autoridade para o
diabo, ainda que seduzido pelo engano de Satanás, somente outro homem,
então, poderia resgatá-la. E desde o Jardim do Éden, Deus disse a Satanás
que um dia, um homem, ou seja, a semente da mulher, iria esmagar sua
cabeça e tomar de volta essa autoridade. Um homem entregou, um homem
vai tomar de volta.
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Posso estar enganado, mas creio que esta afirmação de Deus ao diabo, que
não é onisciente, ou seja, não sabe de todas as coisas, é uma das razões pela
qual ele inspirou Caim a matar Abel. Provavelmente, ele ficou com medo,
pois sabia que algum homem piedoso iria tomar de volta a autoridade que
ele havia usurpado. E, a partir de então, qualquer homem piedoso que
surgia, o diabo queria matar porque ele era um potencial resgatador da
autoridade sobre a Terra.
A supremacia do poder de Jesus
Mais uma vez eu posso estar enganado, mas creio que quando Jesus
finalmente nasceu, o mundo espiritual ficou um tanto ofuscado para os
demônios. Apesar de Ele ser totalmente homem, eles enxergavam a Jesus
não somente sob esta ótica, pois todas as vezes que o viam gritavam: “Tu és
o Filho de Deus”. Para os demônios, Jesus era Deus e, sem dúvida, Jesus
também era totalmente Deus, só que Ele nunca respondia para os demônios:
“É verdade, Eu sou o filho de Deus”. Ele apenas dizia: “Cuidado, Eu sou o
Filho do Homem”. Por que Jesus fazia questão de dizer que Ele era Filho do
Homem? Porque como Filho do Homem Ele tinha a legalidade, aqui na
Terra, de tomar de volta a autoridade usurpada por Satanás. Ele era o Filho
único do Homem, perfeito, e não estava manchado pela usurpação de
Satanás. E isto é assim porque Deus não pôde encontrar nenhum homem
que tivesse esta legalidade, razão pela qual Ele se fez homem para poder
resgatar a Terra. E a Bíblia fala que o desejo do Pai se cumpriu em Jesus, o
qual esmagou a cabeça da antiga serpente.
Então Deus, depois de ter confiado no homem, lá no Jardim do Éden, e
depois de ter passado por tudo o que passou - até sacrificar a seu filho - para
resgatar a autoridade na Terra, agora faz uma coisa tremenda. Pela segunda
vez, Ele confia no homem, entregando a autoridade para a Igreja, e diz: “Eu
te dou as chaves, a autoridade; e dou autoridade para pisares serpentes e
escorpiões e todo poder do inimigo; nada, absolutamente nada, te causará
dano”. Em breve o Deus da Paz esmagará debaixo de nossos pés a Satanás,
em virtude da autoridade que Deus nos concedeu como Igreja. A autoridade
sobre a Terra é de Jesus; Ele é o Senhor absoluto. Mas Ele delegou esta
autoridade para a Igreja.
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Tanto é verdade que a autoridade na Terra está sobre a Igreja, que os
demônios, sabendo disso, fazem tudo para usurpar essa autoridade. Eles
sabem que a Igreja tem poder aqui na Terra para ligar e desligar, então eles
tentam, através de mentiras sopradas na mente dos irmãos, influenciá-los
para que, ao invés de haver um espírito de fé, haja um espírito de
incredulidade, e que a Igreja fique falando assim: “Esta cidade é dura; ela
não vai para frente e ninguém vai se converter”.
Legalmente, o diabo não tem autoridade nenhuma sobre a Terra, pois a
Bíblia fala que ele já foi totalmente derrotado, mas ele, valendo-se de
mentiras, usurpa a autoridade que a Igreja tem para usá-la em seu próprio
benefício. Se a Igreja aceitar a sugestão do diabo e proclamar que esta
cidade é dura, que este povo não vai para frente, ela própria - pela sua
autoridade - decreta isto, enquanto o diabo fica rindo. As pessoas falam que
o diabo tem muito poder e que ele está fazendo muitas coisas nesta cidade.
E assim ele usa a nossa própria boca e nossa autoridade. Por isso devemos
ter muito cuidado.
Nossa participação no triunfo de Cristo Apesar disto, a Igreja é triunfante
e, em breve, o Deus da paz esmagará a Satanás debaixo dos nossos pés.
Quando começamos a entender esta realidade no mundo espiritual,
devemos ensinar nosso povo a nunca deixar o diabo usurpar a autoridade da
Igreja, mas, ao contrário, exercer tal autoridade para conquistar a cidade.
Esta é uma das razões, eu creio, por que a Bíblia fala que são formosos os
pés dos que anunciam as boas novas do Evangelho. Por isso, também, Paulo
fala que devemos calçar os nossos pés com a preparação do Evangelho da
paz (Efésios 6.15), porque os pés que levam o Evangelho da paz são os
mesmos pés que vão esmagando as obras maléficas, em nome de Jesus.
Deus predestinou que as obras do maligno que têm amarrado a sua cidade
sejam destruídas debaixo de seus pés. Deus investiu mais autoridade em
você do que você mesmo pode imaginar.
Diga para seus pés: “ Pés, eu declaro, Deus prometeu na sua Palavra que
vocês estão predestinados a pisarem serpentes, escorpiões e sobre todo,
todo poder do Inimigo e nada lhes causará dano, pois em breve o Deus da
paz esmagará debaixo de vocês, pés, os demônios, as obras das trevas e o
próprio Satanás, que tem tentado destruir a minha cidade”.
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Comece a imaginar aqueles demônios, aquelas fortalezas que têm oprimido
sua cidade, talvez a idolatria, talvez a feitiçaria, macumbaria, bruxaria,
talvez a imoralidade, o orgulho, o materialismo, comece a ver esses
demônios pelos olhos da fé debaixo de seus pés e diga, assim, mais uma
vez, que em breve o Deus da paz esmagará a Satanás debaixo de seus pés
começando agora, em nome de Jesus, e como ato profético, comece a pisar
agora em nome de Jesus, comece a esmagar agora em nome de Jesus; nós
declaramos esmagados, derrotada toda obra do mal em nome de Jesus.
Exercemos a nossa autoridade, não aceitamos nenhuma obra do mal.
Aleluia! Glória a Deus. Diga também assim: “Eu assumo a autoridade que
Deus me deu; eu não aceito as mentiras do diabo, de que a minha cidade é
difícil; não; a minha cidade pertence ao Senhor Jesus e eu tenho
autoridade delegada por Ele para tomar posse da minha cidade para o
Reino de Deus, e eu farei isso em nome de Jesus. Aleluia!”
Eu creio que agora os anjos começam a olhar uns para os outros e dançar de
alegria, porque sabem que o fim está próximo. Os demônios começam a
tremer, começam a olhar uns para os outros, coçam a cabeça e dizem: “O
que é que vamos fazer agora?” Queridos, eu creio que o Pai olha para o
Filho à sua direita e diz: “Filho, finalmente a hora está chegando de vermos
a Terra cheia de glória. Finalmente os seus irmãos na Terra estão
acordando, compreendendo a autoridade que você delegou para eles”. E
Jesus olha para o Pai e diz: “Eu sempre tive certeza disso, por isso Eu disse
quando estive na Terra que edificaria a Igreja e as portas do inferno não
prevaleceriam contra ela”.
Atmosfera de fé e evangelismo
Gostaria de enfatizar o quão importante é esta atmosfera de fé para que haja
um crescimento e um evangelismo agressivo. Quando os discípulos de
Jesus na congregação começam a ter essa atmosfera de fé, começam
automaticamente a ter coragem de falar de Jesus e a exercer o domínio dado
à Igreja e a conquistar as nações e a sua cidade para Jesus.
Em Tiago, capítulo 3, nos versículos 9 e 10, temos um ensino sobre o poder
da língua, no contexto da Igreja. O capítulo começa dizendo: “meus
irmãos”. Portanto, está falando com quem já é nascido de novo. Ele afirma
que com a nossa língua bendizemos ao Senhor e Pai, e também com ela
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amaldiçoamos os homens feitos à semelhança de Deus. De uma só boca
procede bênção e maldição. Mas, não é conveniente que essas coisas sejam
assim.
Tiago está dizendo que Deus deu autoridade para a Igreja decretar bênção
aqui na Terra, mas o diabo toma este poder e o usa para amaldiçoar. Deus
nunca nos deu esta autoridade para amaldiçoar, mas sim para abençoar; mas
sendo uma autoridade delegada, ela poderá ser revertida para o caminho
mau. Por exemplo, se eu lhe der um carro de presente para o abençoar com
um meio de transporte, você poderá pegar esse carro e usá-lo para este fim,
ou usá-lo como uma arma de assassinato, de destruição. A autoridade que
Deus nos dá é tão grande que tem poder de abençoar as pessoas, mas ela
também pode ser usurpada pelo maligno e assim usada para amaldiçoar.
Tiago está nos dizendo, nesse texto, que ela nunca, nunca, deverá ser usada
para amaldiçoar.
Agora vejamos o que diz I Pedro 3.9-10:
“Não pagando mal por mal ou injúria por injúria; antes, pelo contrário,
bendizendo, pois para isto mesmo fostes chamados, a fim de receberdes
bênção por herança. Pois quem quer amar a vida e ver dias felizes refreie a
língua do mal e evite que os seus lábios falem dolosamente”.
Nós fomos chamados para abençoar as pessoas, para decretar a bênção de
Deus sobre a vida das pessoas. Quando você decreta a bênção de Deus na
vida das pessoas, e é claro que tudo o que você planta, você colhe, você vai
acabar recebendo bênção por herança. Quando eu entendi que o nosso
chamamento foi para decretar a bênção de Deus sobre a vida das pessoas,
eu comecei a decretar que a minha cidade, Santarém, é do Senhor Jesus;
que Santarém é uma cidade abençoada, quebrantada. O texto acima nos diz
que nós nunca devemos amaldiçoar, mesmo quando as pessoas fazem coisas
ruins, horríveis, nós devemos abençoá-las. Nós fomos chamados para isso e
Deus não nos chamaria para abençoar sem nos dar a autoridade necessária.
E Ele já nos deu autoridade.
Tenho visto isso funcionar de uma forma assustadora, no bom sentido da
palavra. Havia num bairro tradicional de Santarém uma célula onde
ninguém que era convidado vinha para ouvir a Palavra. Os irmãos tentavam
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evangelizar mas as pessoas eram muito duras. Então eles decidiram, por
uma semana, se reunir de manhã antes do café, antes de irem para o
trabalho, e fazer uma caminhada de oração ao redor do quarteirão onde se
localizava esta célula.
Os irmãos começaram a fazer caminhadas e a abençoar as pessoas daquele
quarteirão proclamando palavras de salvação sobre aquelas vidas e
proclamando a autoridade que tinham sobre aquela terra. Proclamavam
também a libertação dos poderes malignos sobre aquelas vidas. Aí está o
espírito de fé, e Deus quer usar este espírito de fé para nos conduzir a
ganhar o mundo para Jesus. Então os irmãos permaneceram decretando
salvação por toda aquela semana sobre o quarteirão. Na reunião seguinte da
célula, chegou uma senhora que não havia sido convidada, moradora
daquele quarteirão e perguntou: “É aqui que estão estudando a Bíblia? Eu
posso estudar com vocês?” Naquela mesma noite ela entregou a sua vida
para Jesus, e milagres assim temos visto acontecer. As pessoas chegam
dizendo: “Eu quero Jesus”, “eu tive um sonho, o que está acontecendo?”
No mundo espiritual tudo começa a ficar liberado, aberto, porque as obras
do mal estão quebradas.
A terra prometida, a terra que mana leite e mel, representa para nós uma
vida cristã vitoriosa, mas também pode representar tomar posse das nações
para Jesus. A Bíblia diz que houve certo povo que ficou no deserto e que
não pôde tomar posse da terra prometida porque haviam infamado a terra
que espiaram. Eles falavam mal da terra, que era uma terra que devorava os
seus moradores, que estava cheia de idolatria, que era muito difícil, etc. Se
falarmos assim também da nossa cidade, ficaremos num deserto no
evangelismo e não poderemos tomar posse da nossa cidade para Jesus.
Lá em Santarém nós decidimos que não iríamos falar mal da nossa cidade e
então começamos a proclamar que aquela era uma terra abençoada, uma
terra boa, que pertence a Jesus, que era uma terra que mana leite e mel.
Josué e Calebe não negaram que havia gigantes na terra, mas eles
proclamaram que os gigantes iriam cair pelo poder do Senhor. Eles não
negaram que havia idolatria, mas profetizaram que a idolatria iria cair
porque o Senhor estava tomando posse daquela terra.
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Transformando maldição em bênção A Bíblia diz em Números 13.32 que,
diante dos filhos de Israel, os espias infamaram a terra que haviam visitado,
por isso Deus não permitiu que eles tomassem posse da promessa; mas em
Provérbios 11.11 diz que “pela bênção que os retos suscitam, a cidade se
exalta, mas pela boca dos perversos é derribada”.
Portanto você pode suscitar a bênção, decretar a bênção e a salvação sobre a
sua cidade. Jesus disse que os pecados que nós perdoarmos serão perdoados
e os que retivermos serão retidos. Ele não estava dizendo que em algumas
vezes podemos reter o pecado. Não, Ele estava explicando a autoridade que
foi dada à Igreja, ou seja, que ela funciona dos dois lados. Por isso Ele
sempre nos diz para nunca amaldiçoarmos, para nunca retermos os pecados,
e sim, para perdoarmos sempre.
Há muitas pessoas que retêm o pecado de sua cidade e proclamam que
aquela cidade vai sofrer muito, porque lá muito sangue inocente foi
derramado, por exemplo. Desta forma, considerando que a Igreja tem
autoridade para reter os pecados, elas não estão liberando a graça de Deus
sobre a cidade. Mas se os irmãos virem aquela cidade debaixo do sangue de
Jesus e liberarem o perdão, declararem o perdão para os seus pecados, então
a maldição será quebrada. Os pecados que perdoardes, serão perdoados.
Então declare o seu perdão pelos pecados de sua cidade em nome de Jesus.
Decrete salvação sobre sua cidade. Temos visto toda a diferença
procedendo desta forma.
Conheci uma pessoa muito preciosa na Igreja do Senhor Jesus, em
Santarém, que, cheia da unção do Senhor, me pediu para ser usada, pois
tudo o que ela falava acabava acontecendo. Contou-me que certa vez,
passando por um salão de festas, ela falou que iria ocorrer uma tragédia
naquele local e que ele fecharia em nome de Jesus. Passada uma semana, o
dono do estabelecimento foi assassinado dentro do próprio salão durante
uma festa, e o mesmo acabou fechando. Noutra vez, passando por um bar
onde sempre aconteciam brigas, ela falou novamente que iria acontecer uma
desgraça e também que em nome de Jesus fecharia. E isto, novamente
acabou acontecendo. Então, mostrei a essa pessoa o que fala na Bíblia:
“ De uma só boca procede bênção e maldição”, explicando que nunca
devemos amaldiçoar, reter o pecado de ninguém. Também lhe mostrei o
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texto que fala que não devemos pagar o mal com o mal, ou injúria com
injúria, antes pelo contrário, bendizendo, pois para isso é que fomos
chamados, a fim de recebermos bênção por herança (I Pedro 3.9).
Expliquei para ela que o diabo estava tentando usurpar a autoridade
delegada a ela, usando sua própria boca para liberar a morte das pessoas.
Ela perguntou-me se deveria abençoar os locais para que eles crescessem. E
eu respondi que não, mas que ela deveria abençoar a vida do dono, decretar
a sua salvação e o perdão de seus pecados. Alguns irmãos que temos em
Santarém eram proprietários de motéis antes de sua conversão, os quais se
transformaram em escolas, ou mesmo em hotéis, para glória de Jesus. Deus
tem feito realmente uma limpeza em nossa cidade. Como já decretamos que
Santarém pertence ao Senhor Jesus, se houver por lá alguém que queira ir
para o inferno, deverá se mudar da cidade.
From Eternal Death to Eternal Life
(De morte eterna para vida eterna)
Na Avenida Rui Barbosa, em Santarém, havia uma loja de rock com o nome
Eternal Death, que quer dizer morte eterna. E eu sei que em Apocalipse
fala que o lago de fogo é a morte eterna, o sofrimento eterno. Mas que
audácia, eu pensei, na minha cidade! Pensei até em amaldiçoar esta loja,
mas lembrei que não fui chamado para isso, e sim para abençoar.
Estávamos eu e minha esposa no carro e a convidei para orarmos e
declararmos a bênção de Deus sobre aquele lugar. E assim nós fizemos,
decretando, em nome de Jesus, com a autoridade da Igreja, que o dono
daquele estabelecimento iria se converter e prosperar muito vendendo
material evangélico, e até que iria mudar o nome da loja para Eternal Life,
que quer dizer vida eterna.
Concordamos por fé, minha esposa e eu. Não comentamos este fato com
ninguém. Este assunto ficou entre nós dois, Deus, o diabo e o mundo
espiritual. Depois disso viajamos e ficamos fora de Santarém por um mês.
Quando retornamos, um dos nossos pastores, da área de adoração e louvor,
contou-me todo feliz que o Jeferson havia se convertido. “Que maravilha”
– eu lhe falei. “Mas quem é o Jeferson”? E ele respondeu que era o dono da
loja Eternal Death, aquele cabeludão cheio de tatuagens.
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Confesso que fiquei surpreso, porque mesmo eu estando no outro lado do
planeta, viajando, as palavras liberadas, o decreto de fé, embasado na
autoridade da Igreja, ficaram operando. Esse rapaz estava num estado de
pobreza absoluta, e eu não sabia disso quando decretei aquelas palavras; até
imaginava que fosse próspero. Ele era solteiro, mas morava com uma moça,
com quem tivera um filho. Eles brigavam muito e o menino estava bastante
traumatizado. Hoje ele está casado, e o seu filho tem sido restaurado vendo
a mudança no relacionamento dos pais. Ele mudou também o nome da loja
para Eternal Life, e ficou por um tempo vendendo material evangélico, mas
mais tarde acabou mudando de ramo. Prosperou muito. No natal ele me
ligou agradecendo mais uma vez pela decretação da palavra da fé, pelo
espírito da fé.
Hoje o Jeferson é gerente de uma grande loja, e mora em uma das capitais
do Nordeste, juntamente com a sua família. Todos eles continuam firmes
seguindo a Jesus.
Além do caso do Jeferson, são muitos os testemunhos, e este espírito de fé
tem contagiado a cidade. Quando os irmãos falam de Jesus é com intrepidez
e coragem, pois as pessoas querem Jesus. A atmosfera mudou na cidade. As
pessoas estão quebrantadas.
A coragem que vence o medo
Em Colossenses 2.15, vemos que Jesus, quando morreu, despojou os
principados e as potestades e “publicamente os expôs ao desprezo,
triunfando deles na cruz”. Isso nos mostra que Jesus já derrotou totalmente
a Satanás. Devemos estar sempre ajudando o povo de Deus a enxergar esta
realidade espiritual; pelo espírito de fé, esta realidade espiritual vai se
materializar em nossa cidade, na vida dos cidadãos de nossa cidade. Dizem
que Martinho Lutero estava deitado sozinho em sua casa, quando de repente
ouviu a porta abrir. Ele ficou meio assustado pensando que poderia ser um
ladrão, mas ficou aguardando. Ouviu os passos dessa pessoa, o barulho da
porta de seu quarto abrindo e a sensação de uma pessoa sentada em sua
cama, e então virou-se para ver quem era, e vendo que era o próprio diabo,
disse “Ah! É só você!” E virou-se e continuou a dormir. Por quê? Porque
ele conhecia a palavra onde declara o diabo como derrotado. Uma vez que o
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povo tem coragem, tem um espírito de fé, não teme mal algum porque sabe
que o Senhor está presente e que o diabo já é um derrotado.
Paulo diz para Timóteo que Deus não nos tem dado espírito de covardia,
mas espírito de poder, espírito de amor, espírito de moderação. Em Hebreus
2.14 está escrito: “Visto, pois, que os filhos têm participação comum de
carne e sangue, desses também ele igualmente participou para que por sua
morte destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber o diabo”. No
grego, a palavra destruir não significa que ele não exista mais; significa,
sim, que ele não tem mais nenhum poder, ou seja, que o seu poder foi
paralisado por completo. Há uma ilustração para representar isto. Acho que
muitos de vocês já a conhecem, mas este exemplo é tão bom que não me
canso de repeti-lo. Havia uma multidão caminhando na Amazônia – e lá
existem cobras muito grandes e em grande número – e todos andando em
fila indiana. Lá pelas tantas, viram ao longe uma cobra enorme, e
começaram então a fazer um grande desvio. Também vinha caminhando um
menininho, bem simples, e o avisaram sobre a cobra, mas ele não deu
importância. As pessoas gritavam, avisavam e como ele já estivesse bem
próximo da cobra, não quiseram mais salvá-lo, pois ficaram com medo.
Então o menino chegou ao lado da cobra, e sentou na cobra, deitou sobre a
cobra! Mas por quê? Porque ele já sabia que a cobra estava morta. Então, o
cristão mais que vencedor sabe que Jesus já esmagou a cabeça da antiga
serpente e proclama que maior é aquele que está nele do que aquele que
está no mundo. Porque ele sabe que o diabo já está derrotado em nome de
Jesus. Amém!
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Conclusão
Ao fecharmos este livro, podemos resumi-lo dizendo que Deus trabalha em
nós, em primeiro lugar, quando permitimos o Seu livre agir em nossas
vidas. Esta verdade fica clara à proporção que você internaliza esses
princípios, como procuramos demonstrar nos primeiros capítulos, ao
falarmos sobre santificação, discipulado um a um, o exemplo de Barnabé,
etc.
Você viu que este trabalho aponta, ainda, para o uso de nossas vidas em prol
de outros - muitos outros - que ainda não conhecem a Jesus, já que com isso
estaremos atendendo ao desejo do coração do Pai. Começamos dizendo que
é possível ter “qualidade” e “quantidade”, e concluímos lembrando que
Deus não vai se contentar com nada menos do que isto.
Esperamos que a sua vida, seu ministério, sua família, e acima de tudo a
vida de seus discípulos e liderados sejam revolucionadas pelas verdades
simples – mas eficazes – que este livro apresentou concernente ao cuidado
personalizado de cada ovelha.
Ao finalizar a leitura deste livro podemos ver que Deus não tem filhos
prediletos. Deus tem filhos que se aproximam mais d’Ele, têm mais fome,
comem mais, são mais criteriosos no trato com as coisas espirituais. O
pastor Abe é um desses filhos que quer mais, que busca mais, que ama
mais, que crê e ousa mais. Como ele compartilhou em detalhes os
“segredos”, agora é sua vez de aplicá-los, de fazer os seus gols.
O pastor Abe ficará feliz e grato a Deus se você aplicar os princípios deste
livro para cumprir o que disse Jesus dos Seus discípulos: “Obras maiores
farão”. É hora de fazê-las.
Esta obra foi composta em Georgia, processada em CTP e impressa em papel pólen 80g/m². Fortaleza - Ceará, janeiro de 2017
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