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T8-Libâneo-Os Métodos de Ensino

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pone © processo de ensino se caracteriza pela combinagio de atividades do professor € dos alunos. Estes, pelo estudo das matérias, sob a diregio do professor, vo atingindo progressivamente 0 desenvolvimento de stas capacidades mentais. A diregio eficaz desse processo depende do trabalho sistematizado do professor que, tanto no planejamento como no desenvol- vimemto das aulas, conjuga objetivos, contedidos, métodos e formas orga- nizativas do ensino. (Os métodos so determinados pela relacio objetivo-contetido, ¢ refe- rem-se aos meios para aleancar abjetivos gerais e especificos do ensino, ou seja, a0 “como” do processo de ensino, englobando as ages a serem realizadas pelo professor e pelos alunos para atingir os objetivos e conte dos. Temos, assim, as caracteristicas dos métodos de ensino: estio orien- tados para objetivos; implica uma sucesso planejada e sistematizada de ages, tanto do professor quanto dos alunos; requerem a utilizagao de meios. Em virtude da necesséria vinculagio dos métodos de ensino com os objetivos gerais ¢ especificos, a decisio de seleciond-los e utilizé-los nas situages didaticas especificas depende de uma concepgio metodolégica 49 ‘mais ampla do processo educativo. Nesse sentido, dizer que o professor “tem método” € mais do que dizer que domina procedimentos e técnicas de ensino, pois 0 método deve expressar, também, uma compreensio global do processo educativo na sociedade: 0s fins sociais e pedagégicos do ensino, as exigéncias e desafios que a realidade social coloca, as expectativas de formagio dos alunos para que possam atuar na sociedade de forma critica ¢ criadora, as implicagies da origem de classe dos alunos no processo de aprendizagem, a relevancia social dos contetidos de ensino etc. AA diego do processo de ensino requer, portanto, 0 conhecimento de principios e diretrizes, métodos, procedimentos ¢ outras formas organiza- tivas, Neste capitulo trataremos dos seguintes temas: conceito de método de ensino; a relagio objetivo-contetido-método; 05 prinefpios bisicos do ensino; classificagio dos métodos de ensino. ooo00 Conceito de método de ensino © conceito mais simples de “método” é 0 de caminho para atingir tum objetivo. Na vida cotidiana estamos sempre perseguindo objetivos. Mas estes nio se realizam por si mesmos, sendo necesséria a nossa atuaco, ou seja, a organizagao de uma seqiiéncia de agdes para atingi-los. Os métodos so, assim, meios adequados para realizar objetivos. ‘Um cientista busca um objetivo que é a obtengio de novos conheci- ‘mentos e, para isso, utiliza métodos de investigagio cientifica. J4 o estudante tem como objetivo a aquisigio de conhecimentos e, para isso, utiliza mé- todos de assimilagio de conhecimentos. Cada ramo do conhecimento, por sua vez, desenvolve métodos pré- prios. Temos, assim, métodos matematicos, métodos sociol6gicos, métodos pedagégicos etc. Podemos falar, também, em métodos de transformagio da realidade, como métodos de luta politica, métodoe de difuezo cultural, meétodos de organizagio etc. O professor, ao dirigir e estimular 0 processo de ensino em fungo da aprendizagem dos alunos, utiliza intencionalmente um conjunto de ages, ‘Passos, condligdes externas e procedimentos, a que chamamos métodos de ensino. Por exemplo, 3 atividade de explicar a matéria corresponde 0 método de exposigdo; & atividade de estabelecer uma conversagdo ou discussio 150 | 1 | | com a classe corresponde o método de elaboragio conjunta. Os alunos, Por sua ver, sujeitos da propria aprendizagem, utilizam-se de métodos de assimilagio de conhecimentos. Por exemplo, a atividade dos alunos de resolver tarefas corresponde 0 método de resolugio de tarefas; i atividade que visa 0 dominio dos processos do conhecimento cientifico numa disci- plina corresponde o método investigativo; & atividade de observagio cor- Fesponde © método de observagio e assim por diante. Vimos, anteriormente, que a mediagao escolar pelos objetivos-contet- dos-métodos tem como suporte uma concepedo sociopolitica e pedagégica do processo educative, Os métodos de ensino, portanto, nio se reduzem a quaisquer medidas, procedimentos e técnicas. Eles decorrem de uma con- cepgio de sociedade, da natureza da atividade pratica humana no mundo, do processo de conhecimento e, particularmente, da compreensio da pratica educativa numa determinada sociedade. Nesse sentido, antes de se const tuirem em pasos, medidas ¢ procedimentos, os métodos de ensino se fun- damentam num método de reflexio e agdo sobre a realidade educacional, sobre a l6gica interna 2 as relagdes entre os objetos, fatos e problemas dos ccontetidos de ensino, de modo a vincular a todo momento o proceso de ‘conhecimento e a atividade pritica humana no mundo. (© método de ensino expressa a relagdo contetido-método, no sentido de que tem como bast um contetido determinado (um fato, um processo, uma teoria etc.). O método vai em busca das relagSes intemas de um objeto, de um fendmeno, de um problema, uma vez. que esse obje’0 de estudo fornece as pistss, o caminho para conhecé-lo. Mas, quando falamos que © método propicis a descoberta das relagbes entre as coisas que se estudam, referimo-nos 2 idéia de que os fatos, 0s fendmenos, os processos estio em constante transformagio, em constante desenvolvimento, em vit- tude de que € pela agio humana que as coisas mudam, Nesse sentido, apanhar 08 objetos de 2studo nas suas relagdes internas significa verificar como a ago humana entra na definigio de uma coisa, isto é ver nas relagdes entre as coisas 0s significados sociais que Ihes sio dados ¢ a que necessidades sociais e humanas estd vinculado o objeto de conhecimento, ‘© método de ensino, pois, implica ver 0 objeto de estudo nas suas pro- priedades e nas suas relagdes com outros objetos e fendmenos e sob varios Angulos, especialmente na sua implicagio com a prética social, uma vez que a apropriagio de conhecimentos tem a sua razio de ser na sua ligagio com necessidades da vida humana e com a transformagio da realidade social. Devido a esse entendimento, os métodos de ensino dependem dos ‘objetivos que se formulam tendo em vista o conhecimento e a transformagio da realidade, A prética educativa em nossa sociedade, através do proceso 1st de transmissdo e assimilagdo ativa de conhecimentos e habilidades, deve ter em vista a preparagio de criangas e jovens para uma compreensio ‘mais ampla da realidade social, para que essas eriangas e jovens se tornem. agentes ativos de transformagio dessa realidade. Intermediando esse pro- cess0, 0s métodos de ensino so agdes, passos e procedimentos vinculados 0 método de reflexdo, compreensio ¢ transformagio da realidade, que, sob condigdes concretas de cada situagio didética, asseguram 0 encontro formativo entre o aluno ¢ as matérias de ensino. Método de ensino nio se reduz. a um conjunto de procedimentos. O procedimento € um detalhe do étodo, formas especificas da agdo docente utilizadas em distintos métodos de ensino. Por exemplo, se € utilizado 0 método de exposicdo, podem-se utilizar procedimentos tais como leitura € compreensio de um texto, de- monstrago de um experimento, perguntas aos alunos para verificar a com- preensio do exposto etc Em resumo, podemos dizer que os métodos de ensino sio as agdes do professor pelas quais se organizam as atividades de ensino e dos alunos para atingir objetivos do trabatho docente em relagio a um contedido es- pecifico. Eles regulam as formas de interagdo entre ensino ¢ aprendizagem, entre 0 professor ¢ os alunos, cujo resultado é a assimilagao consciente dos conhecimentos e 0 desenvolvimento das capacidades cognoscitivas € operativas dos alunos. ‘A escotha e organizagio dos métodos de ensino devem corresponder ‘a necesséria unidade objetivos-contetidos-métodos e formas de organiza¢io do ensino e as condigdes concretas das situagdes didéticas. Em primeiro lugar, os métodos de ensino dependem dos objetivos imediatos da aula: introdugio de matéria nova, explicago de conceitos, desenvolvimento de habitidades, consolidagao de conhecimentos etc, Ao mesmo tempo, depen- dem de objetivos gerais da educagio previstos nos planos de ensino pela escola ou pelos professores. Em segundo lugar, a escolha e organizacio dos métodos dependem dos contetidos especificos e dos métodos peculiares de cada disciplina e dos métodos da sua assimilagio, Ha uma relago métua entre os métodos gerais de ensino — comuns ¢ fundamentais a todas as disciplinas — e os ‘métodos especificos de cada uma, Nao hd método inico de ensino, mas uma variedade de métodos cuja escolha depende dos conteidos da dis plina, das situagdes didaticas especificas e das caracteristicas sécio-culturais € de desenvolvimento mental dos alunos. Por exemplo, o ensino da leitura pode ser feito por meio de sflabas isoladas ou de palavras completas, que so, entre outros, métodos peculiares do ensino da Lingua Portuguesa; mas ‘esses métodos especificos sio inseridos em métodos gerais tais como a explicagdo verbal, o trabalho independente ou a elaboragio conjunta. A. escolha dos métodos mais apropriados depende, pois, por parte do professor, ! tanto do dominio dos principios ¢ leis do processo de ensino aplicaveis a todas as matérias quanto do dominio dos conteddos e métodos de cada uma, Em terceiro lugar, em estreita relago com as condigdes anteriores, a escolha de métodes implica o conhecimento das caracteristicas dos alunos quanto & capacidade de assimilagio conforme idade e nivel de desenvol vimento mental e fisico e quanto as suas caracterfsticas sécio-culturais © individuais. O uso adequado e eficaz dos métodos de ensino visa assegurar, no processo de transmissfo/assimilac3o de conhecimentos e habilidades, a atualizago das capacidades potenciais dos alunos, de modo que adquiram © dominem métados préprios de aprender. Nenhum ensino pode ser bem- sucedido se niio partir das condigdes prévias dos alunos para enfrentar ‘conhecimentos novos. £, portanto, indispensdvel investigar a situago in- dividual e social do grupo de alunos, os conhecimentos ¢ experiéncias que eles jd trazem, de modo que, nas situagdes didaticas, ocorra a ligagio entre 08 abjetivos e contetidos propostos pelo professor e as condigdes de apren- dizagem dos alunos. Na andlise do processo de ensino destaca-se seu cariter bilateral em {que a atividade de diregdo do professor e de aprendizagem do aluno atuam reciprocamente, o professor estimulando e dirigindo 0 processo em funcao da aprendizagem ativa do aluno. Os métodos movimentam esse proceso. Desse modo, quando, por exemplo, ¢ utilizada a exposigio légica da matér predomina a atividade do professor, mas sempre visando a compreensio ¢ assimilagdo da matéria, suscitando a atividade mental do aluno. Quando sho organizadas formas de trabalho independente, predomina a atividade do aluno. Os métodos correspondem, assim, & seqléncia de atividades do professor e dos alunos. Supdem objetivos do professor e os meios e formas de organizagio do ensino de que dispde, e, concomitantemente, os objetivos dos alunos e a ativagio das suas forgas mentais. Mediante a combinagao dessa agio conjunta realiza-se o proceso de assimilagio ativa pelos alunos. Arelacio objetivo-conteido-método ‘Ao longo dos nossos estudos temos tratado sistematicamente desta questo fundamental do proceso de ensino. Os métodos nao tém vida independentemente dos objetivos ¢ contetidos, assim como a assimilagio dos contetidos depende tanto dos métodos de ensino como dos de apren- dizagem. ‘A primeira consideragdo que devemos fazer a esse respeito € que 0 conteddo de ensino nfo € a matéria em si, mas uma matéria de ensino, 153 selecionada ¢ preparada pedagégica e didaticamente para ser assimilada pelos alunos. Ao dizermos isso, queremos insistir em que nao basta trans- mitir a matéria, ainda que levemos em conta as condigdes prévias dos alunos. E preciso considerar que a matéria de ensino esté determinada por aspectos politico-pedagégicos, l6gicos e psicol6gicos, o que significa con- siderar a relagio de subordinacio dos métodos aos objetivos gerais e es- pecificos. Os objetivos expressam nao s6 a antecipacio dos nossos propé- sitos em relagdo ao desenvolvimento e transformacao da personalidade dos alunos face 8s exigéncias individuais e sociais, como também a conotagio edagdgica dos contetidos. Os métodos, por sua vez, so as formas pelas uais os objetivos e conteddos se manifestam no processo de ensino. A relagio objetivo-conteiido-método tem como caracteristica a mitua interdependéncia. O métedo de ensino € determinado pela relagdo objet vo-contetido, mas pode também influir na determinacdo de objetivos e con- tetidos. Com efeito, a matéria de ensino ¢ 0 elemento de referéncia para a elaboracio dos objetivos especificos que, uma vez. definidos, orientam a articulagao dos conteiidos e métodos, tendo em vista a atividade de estudo dos alunos. Por sua vez, os métodos, & medida que expressam formas de transmissio assimilagao de determinadas matérias, atuam na selegio de objetivos e contetidos. Por exemplo, quando definimos objetivos e conteiidos de Histéria, devem estar inclufdes neles os métodos préprios de estudo dessa matéria, Se entendermos que 0 método de estudo da Hist6ria privilegia mais a compreensio do processo histstico e as relagdes entre os acontecimentos do que a simples descrigdo de nomes ¢ fatos, esta particularidade metodo- légica deve ser transformada em objetivo de ensino. O mesmo raciocinio vale para a matéria Ciéncias, por exemplo, em relagdo aos métodos e hébitos. cientificos Podemos dizer, assim, que © conteido determina o método, pois é a base informativa conereta para atingir os objetivos. Mas o método pode ser um contetido quando ¢ também objeto de assimilagaio, ou seja, requisito ara assimilago ativa dos contetidos. Por exemplo, para uma aula de leitura estabelecemos objetivos, contetidos ¢ métodos. Se decidimos aplicar 0 m todo de leitura expressiva, nosso objetivo é que © aluno domine uma ha- bilidade de leitura. Nesse caso, 0 método se converte em objetivo e con- terido. Estas consideragdes procuram mostrar que a unidade objetivo-contes- do-métodos constitui a linha fundamental de compreensao do processo di- datico: os objetivos, explicitando propésitos pedagdgicos intencionais e pla- nejados de instrugio e educagdo dos alunos, para participagao na vida social; 154 05 conteidos, consttuindo a base informativa concreta para alcangar os objetivos e determinar os métodos; os métodos, formando a totalidade dos ppassos, formas diditicas e meios organizativos do ensino que viabilizam 4 assimilagdo dos contetdos e, assim, 0 atingimento dos objetivos. Os principios basicos do ensino Os principios do ensino so aspectos gerais do processo de ensino aque expressant ot fundamentos te6rcos de orenaclo do trabalho docente. Os principios do ensino levam em conta a natureza da pritica educativa escolar numa determinada sociedade, as caracteristicas do processo de co- nhecimento, as peculiaridades metodoldgicas das matérias e suas manifes- tagées concretas na oritica docente, as relagdes entre ensino e desenvol- vimento dos alunos, as peculiaridades psicol6gicas de aprendizagem e de- senvolvimento conforme idades. Os estudos que se tém desenvolvido entre os educadores sobre essas questées ainda sao irsuficientes para a formulagao de um sistema de prin- cfpios que abranja toda a complexidade dos nexos e relagdes existentes no processo de ensino. Entretanto, as exigéncias praticas da sala de aula re- querem algumas indicagdes que orientam a atividade consciente dos pro- fessores no rumo dos objetivos gerais e especificos do en: Ter cardter cientifico e sistemdtico (0s contetidos de ensino devem estar em correspondéncia com os co- nhecimentos cientificos atuais e com os métodos de investigacio préprios de cada matéria. Ao elaborar o plano de ensino, professor selecionard temas de estudo que representem conhecimentos e habilidades que possam proporcionar 0 méximo possivel de desenvolvimento intelectual, tendo em conta o limite superior das possibilidades do grupo de alunos. Para isso, deve-se recorrer a0 principio da sistematicidade das matérias, ou seja, a estruturagio I6gica do sistema de conhecimentos de cada matéria ao longo das séries escolares. Cada unidade de ensino ou aula € parte de um conjunto ‘maior, logicamente concatenado. Recomenda-se zo professor: © buscar a explicagao cientifica de cada conteddo da matéria; © ofientar o estudo independente dos alunos na utilizagio dos métodos cientificos da matéria; 155 © cettificar-se da consolidagdo da matéria anterior por parte dos alunos, antes de introduzir matéria nova; © assegurar no plano de ensino e na aula a articulagdo sequencial entre (0 conceitos e habilidades; 1D assegurar a unidade objetivos-contetidos-métodos; © rganizar as aulas de modo que sejam evidenciadas as inter-relagdes entre os conhecimentos da matéria ¢ entre estes e as demais matérias; "1 aproveitar, em todos os momentos, as possibilidades educativas da ‘matéria no sentido de formar atitudes e conviegdes. Ser compreensivel e possivel de ser assimilado Este prinejpio deve ser combinado com o anterior, pois a cientificidade e sistematicidade devem ser compativeis com as condigées prévias com as quais os alunos se apresentam em relagio a assimilagio de novos con- tedos. Isto ndo significa “simplificar” o contetido ou diminuir o rigor no cumprimento dos programas, mas criar as condig6es prévias de ensino de tal forma que, com base nas possibilidades reais dos alunos, se possa exigir deles 0 méximo de aproveitamento escolar. Além disso, 0 professor deve ter a convicgdo de que 0 seu proprio trabalho deve assegurar a ampliagio das possibilidades cognoscitivas dos alunos, de modo que possam avangar no dominio dos conhecimentos novos. Recomendagées préticas para atender a esse principio: © dosagem do grau de dificuldades no processo de ensino, tendo em vista superar a contradiglo entre as condigdes prévias e os objetivos a serem alcangad 1B diagndstico periédico do nivel de conhecimentos e de desenvolvimento dos alunos; © _andlise sistemética da correspondéncia entre o volume de conhecimen- tos e as condigdes concretas do grupo de alunos; D__aprimoramento ¢ atualizagao, por parte do professor, nos conteidos dda matéria que leciona, como condigio de torné-los compreensiveis assimitéveis pelos alunos. Assegurar a relacéo conhecimento-pratica © estudo dos conhecimentos sistematizados ¢ a aquisigio de habili- dades e habitos decorem das exigéncias ¢ necessidades da vida pratica, 156 isto é, preparagio dos individuos para o mundo do trabalho, paraa cidadania, para a participagdo nos varios setores da vida social. Dominar conheci- ‘mentos ¢ habilidades & saber aplicd-los, tanto nas tarefas escolares como nas tarefas da vida prética. Os conhecimentos, portanto, servem no s6 para explicar 0s fatos, acontecimentos e processos que ocorrem na natureza, nna sociedade e no pensamento humano, mas também para transformé-los, A ligagio entre teoria e pratica, no processo de ensino, ocorre em varios momentos do trabalho docente: a verificago dos conhecimentos € experiéncias dos alunos em relago a0 contetido novo, para tomé-los como ponto de partida; a comprovacio de que os alunos dominaram os conhe~ cimentos, aplicando-se em situagdes novas; a demonstragio do valor pritico dos conhecimentos; « ligagio dos problemas concretos do meio ao conhe- cimento cientifico. Isso significa que, nas aulas, &s vezes se vai da prética para a teoria, outras vezes se vai da teoria para a pritica, ‘Nao podemos confundir, entretanto, @ ligago entre 0s conhecimentos a pritica com ministrar somente “conhecimentos préticos”. Muitos pro- fessores entendem que ligar o ensino com a realidade significa ensinar apenas coisas préticas. Nuo é bem assim. Ha conhecimentos (por exemplo, alguns contetidos de Matemtica ¢ Hist6ria) cujo vinculo com a pratica € indireto; entretanto, contribuem para desenvolver o pensamento ¢ 0 racio- cinjo, ampliam nossas capacidades e habilidades e, com isso, enriquecem nossa atuagdo na vida pritica ‘Algumas recomendages préticas para atender a este principio: © estabelecer, sistematicamente, vinculos entre os contetidos escolares, as experincias e os problemas da vida pratica; 0 exigir dos alunos que fundamentem, com o conhecimento sistemati- zado, aquilo que realizam na prética; 1 mostrar como os conhecimentos de hoje sio resultado da experiéneia das geragdes anteriores em atender necessidades prticas da humani- dade e como servem para criar novos conhecimentos para novos pro- blemas. Assentar-se na unidade ensino-aprendizagem A diregdo pedagégica do professor consiste em planejar, organizar ¢ controlar as atividades de ensino, de modo que sejam criadas as condigces em que 06 alunos deminem conscientemente os conhecimentos e métodos 197 da sua aplicagao e desenvolvam a iniciativa, a independéncia de pensamento € a criatividade Este principio deve set muito bem compreendido pelo futuro professor. Quando falamos em “dire pedagégica” nao significa “diresao autoritiria” (ou um excessivo controle, mas uma ago decidida do professor no sentido de estimular nos alunos qualidades e atitudes necessérias ao estudo ativo ¢ independente, como curiosidade cientifica, tengo, constincia, disciplina, interesses etc., bem como de criar as condigdes favoriveis para 0 proceso de transmissdo/assimilagao de conhecimentos. Por outro lado, quando fa- lamos em atividade auténoma e independente do aluno, nfo significa que devemos organizar o trabalho docente somente com base nos interesses e necessidades atuais dos alunos ou deixé-los trabalhando sozinhos. A auto- nomia ¢ atividade dos alunos se manifestam quando cooperam ativa e cons- cientemente no processo de ensino, mesmo quando se trata, por exemplo, de exposigio oral do professor. Atividade ndo quer dizer “manter os alunos ‘cupados", mas criar situagdes didéticas que ativem as potencialidades cog. noscitivas dos alunos, de modo que dominem métodos de pensamento, saibam usar os conceitos aprendidos em situagées novas. Quando 0 professor aplica métodos ativos de ensino (solugao de pro- bblemas, pesquisa, estudo dirigido, manipulagio de objetos etc.), deve ter clareza de que somente sio vélidos se estimulam a atividade mental dos alunos. Ao invés de adotar a méxima “Aprender fazendo”, deve adotar esta outra: “Aprender pensando naquilo que faz” A esse respeito, escreveu 0 pedagogo G. Mialaret (1977, p. 92): “A acto e o pensamento esto ligados. Fazendo agir, favorecemos 0 desen- volvimento ¢ o exerefcio do pensamento, Por outro lado, um pensamento firme e sélido ditige methor a agio, tornando-a mais eficaz”, Algumas recomendagées préticas em relagio a este principio: 1D esclarecer os alunos sobre os objetivos da aula e sobre a importancia dos novos conhecimentos para a seqtiéncia dos estudos, ou para atender necessidades futuras; © provocar a explicitagdo da contradigdo entre idéias e experiéncias que 0s alunos possuem sobre um fato ou objeto de estudo e 0 conhecimento cientifico sobre esse fato au objeto de estudo; © _criar condigBes diddticas nas quais os alunos possam desenvolver mé- todos préprios de compreensio e assimilagao de conceitos e habilidades (explicar como resolveu um problema, tirar conclusées sobre dados da realidade, fundamentar uma opinio, seguir regras para desempenhar uma tarefa ete. 158 (0 estimular os alunos a expor ¢ defender pontos de vista, conclusdes sobre uma observagio ou experimento e a confronté-los com outras opini : 1 formular perguntas ou propor tarefas que requeiram a exercitagio do pensamento e solugdes criativas; . 0 criar situagdes didéticas (discussées, exercicios, provas, conversagio Girigida etc.) em que os alunos possam aplicar contetidos a situagdes, novas ou a problemas do meio social 0 desenvolver formas didéticas variadas de aplicagéo do método de so- lugao de problemas. Garantir a solidez dos conhecimentos ai jesenvolvimento das, Este principio se apéia na afirmagio de que 0 dese capacidades mentais e modos de ago é 0 principal objetivo do processo de ensino e de que € alcangado no proprio processo de assimilagao de conhecimentos, habilidades e habitos. A assimilagdo de conhecimentos no conseguida se os alunos nio demonstram resultados sélidos e estiveis um periodo mais ou menos longo. O atendimento deste principio exige Uo pressor frequent recapitlaga da mata exeretios de fxaeo, t= refas individualizadas a alunos que apresentem dificuldades sistematizagdo dos conceitos basicos da matéria. Levar é vinculagéo trabalho coletivo - particularidades individuais trabalho docente deve ser organizado ¢ orientado para educar a todos os alunos da classe coletivamente. O professor deve empenhar-se para que os alunos aprendam a comportar-se tendo em vista o interesse de todos, 0 mesmo tempo que presta atencio as diferengas individuais e as peculiaridades de aproveitamento escolar. Para isso, podem ser adotadas as seguintes medidas: 2 explicarcom clareza os objetivos da atividade docente, as expectativas em relago aos resultados esperados e as tarefas em que os alunos estario envolvidos; ; 2 desenvolver um ritmo de trabalho de acordo com o nivel méximo de exigéncias que se podem fazer para aquele grupo de alunos; 159 © prevenir a influéncia de particularidades desfavoriveis ao trabalho es- colar (colocar nas primeiras carteiras 05 alunos com problemas de visio ou audigao, dirigir-se com mais frequgncia a alunos distraidos, dar mais detalhes de uma tarefa a alunos mais lentos); 5 considerar que a capacidade de assimilagio da matéria, a motivagdo para o estudo e os critérios de valorizacio das coisas nio sio iguais Para todos os alunos: tais particularidades requerem uma atengiio es- pecial do professor a fim de colocar os alunos. isolados em condigdes de participar do trabalho coletivo Classificagao dos métodos de ensino No trabalho docente, o professor seleciona e organiza varios métodos de ensino e virios procedimentos didéticos em fungio das caracteristicas de cada matéria. Sendo assim, tratamos neste t6pico dos métodos gerais de ensino. cuja uilizagio depende dos objetivos-contetidos-métodos das matérias, das peculiaridades dos alunos e do trabalho criativo do professor. Ha muitas classificagdes de métodos de ensino, conforme os critérios de cada autor. Dentro da concepgio de processo de ensino que temos es- tudado, os métodos de ensino so considerados em estreita relagio com 0s métodos de aprendizagem (ou métodos de assimilacio ativa); ou seja, (0s métodos de ensino fazem parte do papel de direcio do proceso de eensino por parte do professor tendo em vista a aprendizagem dos alunos. Nesse sentido, o critério de classificagio dos métodos de ensino resulta da relagdo existente entre ensino e aprendizagem, concretizada pelas atividades do professor € alunos no processo de ensino, De acordo com esse critério, 0 eixo do processo de ensino é a relagio cognoscitiva entre o aluno € a matéria. Os métodos de ensino consistem nna mediagtio escolar tendo em vista ativar as forgas mentais. dos alunos ara a assimilagdo da matéria. O processo de ensino tem um aspecto externo (os contetidos de ensino) © um aspecto intemo (as condigdes mentais e fisicas dos alunos para as- similagio dos conteddos) que se relacionam muruamente: de um lado ha a matéria a ser ensinada de forma assimildvel pelo aluno; de outro, ha um aluno a ser “preparado” para assimilar a matéria, partindo das suas dispo- sigGes internas, Hi, portanto, métodos de ensino de acordo com aspecto externo, que indica procedimentos e formas de dirigir 0 processo de ensino, ou seja, as 160 relagdes professor-aluno-matéria; ¢ de acordo com o seu aspecto interno, que indica as fungdes ou passos didéticos € procedimentos ¢ agées de assimilagio ativa da parte do aluno. Isto quer dizer que métodos de ensino se ligam aos métodos de aprendizagem, Em fungio desse critério basico, no qual a diregdo do ensino se orienta para a ativagdo das forgas cognoscitivas do aluno, podemos classificar os métodos de ensino segundo os seus aspectos extemnos — método de ex- Posicdo pelo professor, método de trabalho relativamente independente do aluno, método de elaborac3o conjunta (ou de conversacio) © método de trabalho em grupos — ¢ seus aspectos intemos — passos ou fungdes di- daticas e procedimentos légicos e psicol6gicos de assimilagio da matéria. 1. Método de exposi¢déo pelo professor Neste método, os conhecimentos, habilidades ¢ tarefas so apresenta- das, explicadas ou demonstradas pelo professor. A atividade dos alunos € receptiva, embora mio necessariamente passiva. O método expositivo bastante utilizado em nossas escolas, apesar das eriticas que Ihe sto feitas, Principalmente por nao levar em conta o principio da atividade do aluno. Entretanto, se for superada esta limitacio, € um importante meio de obier conhecimentos. A exposigio ldgica da matéria continua sendo, pois, um rocedimento necessério, desde que o professor consiga mobilizar a ativi- dade interma do aluno de concentrar-se e de pensar, e a combine com outros procedimentos, como o trabalho independente, a conversagdo € 0 trabalho em grupo. Entre as formas de exposicdo, mencionamos a exposigio verbal, a demonstragao, a ilustragio © a exemplificagio. Essas formas, em geral, podem ser conjugadas, possibilitando o enriquecimento da aula expositiva. A exposigdo verbal ocorre em circunstincias em que no & possfvel prover a relacio direta do aluno com 0 material de estudo. Sua fungao principal é explicar de modo sistematizado quando 0 assunto é desconhecido ou quando as idéias que os alunos trazem so insuficientes ou imprecisas. A palavra do professor, em muitos casos, serve também como forga esti- ‘muladora para despertar nos alunos uma disposig20 motivadora para 0 as- sunto em questio, Nesse caso, 0 professor estimula sentimentos, instiga a curiosidade, relata de forma sugestiva um acontecimento, descreve com vivacidade uma situago real, faz uma leitura expressiva de um texto etc. 161 conta dois aspectos: propor- item a sua assimilago ativa e desenvolver capacidades para que o aluno se beneficie da exposigéo de modo receptivo-ativo. ‘A exposigdo do professor pode conjugar-se com a exposiglo do aluno, 1 partir de um certo momento da escolarizagio. A exposicio ou relato de conhecimentos adquiridos ou de experiéncias vividas é um exercicio Gtil para desenvolvera relacio entre o pensamento ¢ a linguagem, acoordenagao de idéias e a sistematizag3o de conhecimentos. ‘A demonstragdo & uma forma de representar fendmenos ¢ processos que ocorem na realidade. Ela se dé seja através de explicagées em um estudo do meio (excursio), seja através de explicagio coletiva de um fe- némeno por meio de um experimento simples, uma projegdo de slides. Por exemple, explicar 0 processo de germinago de uma planta mostrando por ‘que € como se desenvolveu um grao de feijio. A ilustragdo é uma forma de apresentagio grafica de fatos e fendmenos da realidade, por meio de gréficos, mapas, esquemas, gravuras etc., a partir dos quais 0 professor enriquece a explicaco da matéria. Aqui, como na demonstragio, é importante que os alunos desenvolvam a capacidade de concentrago € de observagio. A exemplificagdo é um importante meio auxiliar da exposigio verbal, principalmente nas séries iniciais do ensino de 1° grau. Ocorre quando 0 professor faz, uma leitura em voz alta, quando escreve ou fala uma palavra, ara que os alunos observem ¢ depois repitam. Ocorre, também, quando ensina o modo correto de realizar uma tarefa: usar o diciondrio, consultar © livro-texto, organizar os cademnos, preparar-se para uma prova, observar tum fato de acordo com normas ¢ tirar conclusées, fazer relagdes entre fatos ¢ acontecimentos etc. método de exposigdo verbal ou aula expositiva, do modo como 0 descrevemos, é um procedimento didético valioso para a assimilagdo de conhecimentos. Se 0 contesido da aula é suficientemente significativo para ccanalizar 0 interesse das criangas, se vincula-se com conhecimentos ¢ ex- perigncias que os alunos trazem, se os alunos assumem uma atitude recep- tivorativa, a exposigdo verbal deixa de ser simplesmente um repasse de informagies. Entretanto, sendo a aula expositiva um método muito difundido em nossas escolas, toma-se necessério alertar sobre priticas didaticamente in- corretas, tais como: conduzir 05 alunos a uma aprendizagem mec&nica, fazendo-os apenas memorizar ¢ decorar fatos, regras, definigées, sem ter ‘garantido uma sélida compreensio do assunto; usar linguagem ¢ termos 162 inadequados, distantes da linguagem usual das criangas ¢ dos seus interesses; usar palavras que no tém correspondéncia com o vocabulério das criangas; apresentar nogGes, fatos, assuntos sem ligago com a matéria anterior, isto 6 sem um plano sistematico de unidades de ensino com objetivos, conteiidos. seqilenciais, atividades coerentes com os conietidos ¢ obedecendo a uma certa ordem:; expor a matéria sem antes despertar a atengd0.e aconcentracio dos alunos; expor a matéria sem a preocupagio de atingir cada aluno in- dividvalmente, mesmo se dirigindo & classe como um todo; exigir silencio com ameagas ¢ intimidagées, transformando a aula num desprazer para 0 aluno, usar métodos de avatiagio que apenas exijam respostas decoradas, ou repetidas exatamenie na forma transmitida pelo professor ou pelo livro didstico, 2. Método de trabalho independente © método de trabalho independente dos alunos consiste de tarefas, dirigidas e orientadas pelo professor, para que os alunos as resolvam de modo relativamente independente ¢ criador. O trabalho independente pres- supde determinados conhecimentos, compreensio da tarefa e do seu obje- tivo, © dominio do método de solugdo, de modo que os alunos possam aplicar conhecimentos e habitidades sem a orientagio direta do professor. © aspecto mais importante do trabalho independente € a atividade ‘mental dos alunos, qualquer que seja a modalidade de tarefa planejada pelo professor para estudo individual. Em muitas escolas onde, numa mesma Classe, esto alunos de varias séries, os professores so obrigados a dar tarefas de estudo independente para uma turma enquanto dio aula expositiva para outra. O que tem acontecido, porém, é que esse trabalho individual € silencioso tem sido usado mais para manter 0s alunos “ocupados” do ‘que para garantir melhor assimilago da matéria, aprimoramento de métodos independentes de estudo e solugdo criativa de problemas ou tarefas. Além disso, ocorre na mesma sala onde o professor dé a aula, prejudicando a atengdo e a concentragio dos que trabalham individualmente. Para que o trabalho independente seja, de fato, um método pedagégico, & preciso que seja planejado em correspondéncia com os objetivos, conteddos ¢ outros procedimentos metodoligicos. O trabalho independente pode ser adotado em qualquer momento da seqiléncia da unidade éidética ou aula, como tarefa preparat6ria, tarefa de assimilagio do contetido ou como tarefa de elaborago pessoa. 163 Na tarefa preparatéria, os alunos escrevem 0 que pensam sobre 0 assunto que serd tratado, colhem dados e observacées, respondem um breve questionario ou teste, fazem uma redagao sobre um tema, Essa tarefa serve para verificar as condigées prévias dos alunos, levantar problemas que de- pois serio aprofundados, despertar o interesse pelo assunto, provocar uma atitude interrogativa do aluno etc. As tarefas de assimilagdo do contetido sao exercicios de aprofunda- mento e aplicagZo dos temas ja tratados, estudo dirigido, solugo de pro- blemas, pesquisa com base num problema novo, leitura do texto do livro, desenho de mapas depois de uma aula de Geografia etc. Tarefas desse tipo podem ser intercaladas no decorrer da aula expositiva ou aula de conver- sagio: 0 professor interrompe a aula e intercala alguns minutos de trabalho individual ou em duplas de alunos. Os resultados desta tarefa podem nao ser perfcitos ou corretos, mas mesmo os erros cometidos ¢ as solugdes incoretas servem para preparar os alunos para revisar conhecimentos € assimilar a solugdo correta. As tarefas de elaboragao pessoal sio exereicios nos quais os alunos produzem respostas surgidas do seu proprio pensamento. O modo pritico de solicitar esse tipo de tarefa fazer uma pergunta ao aluno que o leve a pensar: 0 que aconteceria se... 0 que devemos fazer quando....para que serve... O aluno também pode relatar o que viu ou observou (uma planta, ‘um animal, uma experiéneia, uma visita, um estudo do meio) ou contar 0 que aprendeu. Para que o trabalho independente cumpra a sua fungio didética sio necessérias condigoes prévias. O professor precisa: 10 dar tarefas claras, compreensiveis ¢ adequadas, & altura dos conheci- mentos e da capacidade de raciocinio dos alunos; © assegurar condigdes de trabalho (local, silencio, material dispontvel ete.) © acompanhar de perto (as vezes individualmente) o trabalho; aproveitar 0 resultado das tarefas para toda a classe. (Os alunos, por sua vez, devem: saber precisamente o que fazer € como trabalhar; dominar as téenicas do trabalho (como fazer a leitura de um texto, como utilizar o dicionério ou a enciclopédia, como utilizar o atlas, como fazer observacio ou experimento de um fendmeno, como fazer lum esquema ou resumo, como destacar idéias prifcipais e idéias se- cundaias ete.); 164 (0 desenvolver atitudes de ajuda miitua ndo apenas para assegurar o clima de trabalho na classe, mas também para pedir ou receber auxilio dos colegas. Uma das formas didaticas mais comuns para pér em pritica o trabalho independente e auxiliar no desenvolvimento mental dos alunos é 0 estudo dirigido individual ou em duplas de alunos. Ele se cumpre basicamente ppor meio de duas funcdes: a realizagio de exercicios etarefas de reprodugao de conhecimentos e habilidades que se seguem a explicagio do professor: € a elaboragio pessoal de novos conhecimentos, a partir de questées sobre problemas diferentes daqueles resolvidos em classe. O estudo dirigido procura: @_desenvolver habitidades e habitos de trabalho independente e criativo; sistematizar e consolidar conhecimentos, habilidades e habitos; possibilitar a cada aluno, individualmente, resolver problemas, vencer dificuldades e desenvolver métodos proprios de aprendizagem; © possibilitar aos alunos o desenvolvimento da capacid:de de trabalhar, de forma livre e criativa, com os conhecimentos adquiridos, aplican- do-o8 a situagdes novas, referentes a problemas cotidianos da sua vi- véncia e a problemas mais amplos da vida social; 3 possibilitar ao professor a observagio de cada aluno em suas dificul- dades e progressos, bem como a verificagao da eficécia do seu préprio trabalho na condugo do ensino, A primeira fungio do estudo dirigido € a realizagio de exercicios ¢ tarefas de reprodugao de conhecimentos € habilidades, seguindo-se d ex- posigo verbal, demonstragao, ilustragdo ou exemplificagio, que so formas didéticas do método expositive. A combinagdo da explicagao do professor com exercicios € um recurso necessério para uma boa consolidagio dos conhecimentos. Antes, portanto, de o aluno realizar uma atividade de reprodugao do material assimilado (por exemplo, separar as partes de uma planta), sio necessérios conhecimentos jé organizados sobre a planta e suas partes, bem como sobre 0 modo de proceder na anilise e descrigio das fungdes de cada planta. Evidentemente, na fase de explicagio verbal o professor ja possibilita a atividade cognoscitiva dos alunos, explorando os seus conheci- mentos prévios ¢ a sua vivéncia em relagio as plantas, bem como os fatos sociais que envolvem esse assunto, Mas o estudo dirigido, para levar & elaboragdo pessoal do aluno por meio de exercicios e tarefas de classe ou de casa, supde uma sistematizagdo prévia de conhecimentos. 165 —— © mesmo procedimento deve ser aplicado em relagio a tarcfas na forma de testes que sio colocados, freqiientemente, nos livros. didaticos atuais. Esse tipo de exercicio pode ser stil para combinar a exposigio verbal do professor ¢ a atividade dos alunos, mas supe uma sélida com- preensio ¢ assimilagio do assunto, sem o que as respostas ficam mecSnicas, sem levar & consolidagio dos conhecimentos. A segunda fungio do estudo dirigido é a proposigdo de questées que 6s alunos possam resolver criativamente, de modo que assimilem 0 processo de busca de solugdes de problemas. Esse tipo de estudo dirigido consiste de uma tarefa cuja solugio e cujo resultado sio desconhecidos para o aluno; ‘mas, dispondo de conhecimentos ¢ habilidades jé assimilados, ele pode buscar a sua solugdo. As questées ou problemas devem, pois, ser compa- tiveis com as capacidades e possibilidades dos alunos. © procedimento de investigacao e solugdo de problemas contém os seguintes elementos: colocagio do problema; coleta de dados e informagdes para tomé-lo bem caracterizado; identificagdo de possiveis solugSes; e esco- Tha de solugGee vidveis em face das condigdes existentes (conhecimentos e tecnologia disponiveis, possibilidades concretas de atuagio sobre o pro- blema). uso desta técnica visa ndio apenas a aplicagao de conhecimentos a situagdes novas no Ambito da matéria, mas também a situagées da vida pratica. Favorece o desenvolvimento das capacidades criadoras e incentiva ‘atitude de participagdo dos alunos na problemética que afeta a vida coletiva € estimula 0 comportamento critico perante os fatos da realidade social A aplicagao deste procedimento no decorrer das aulas, seja individual- mente ou em grupos, requer a colocagao de tarefas simples que possam ser resolvidas em curto espago de tempo. Tratando-se de problemas ou tarefas mais complexas, devem ser realizados no decorrer de um bimestre ‘ou semestre, em grupos, e desenvolvides paralelamente & programagio nor- ‘mal das aulas. Qualquer que seja a forma do estudo dirigido, devem ser observados alguns requisitos: ter claros os objetivos e os resultados esperados; corres- ponder aos contetidos da matéria; observar o tempo disponivel; ter 0s meios de trabalho & mao (livros, mapas, ilustragBes, dicionarios, atlas etc.); utilizar (08 resultados obtidos no trabalho de cada aluno para a classe toda. estudo dirigido deve comegar, sempre, com uma orientagao da tarefa (guia de leitura de um texto, questées de compreensao de texto, exercicios de fixagio de conhecimentos através de quest6es, resurno ou esquema de tum texto etc.). O guia de estudo deve conter instrugSes claras (descreva, 166 classifique, consulte, escreva etc.) ¢ questdes ou perguntas enunciadas com clareza e precisto (0 que é, por qué, quando, onde, como etc). Preferen- temente, a orientagdo da tarefa deve ser escrita (mimeografada), salvo quan- do se trata de tarefas mais curtas, quando é suficiente uma orientagio verbal. Os alunos realizardo a tarefa silenciosamente (as vezes pods ser feita em duplas). © professor percorre a classe observando como cada aluno esté resolvendo as questées. Pode dar algum esclarecimento, mas deve deixar 0 aluno buscar as solugdes sozinho, mesmo que saiam respostas erradas. Apés o término da tarefa, é necessério retomar a tarefa, identificar 0s eros e comrigi-los. As vezes a matéria deve ser revisada, para cons 08 conhecimentos. Outras formas de trabalho independente so as chamadas fichas didé- ticas, a pesquisa escclar (resposta a questdes com consulta a livros ou enciclopédias) e a instrugio programada. As duas iltimas sfo modalidades que podem ser compatibilizadas com a técnica do estudo dirigido. As fichas didéticas englobam fichas de nogies, de exercicios e de corregao. Cada tema estudado recebe uma numeragao, de acordo com a seqiéncia do programa, Os alunos vio estudando os contetidos, resolvendo 08 exercicios © comparando as suas respostas com as que estio contidas nas fichas de corregao. 3. Método de elaboragao conjunta A elaboragao conjanta é uma forma de interagdo ativa entre o professor € 08 alunos visando a obtengdo de novos conhecimentos, habilidades, ati- tudes e conviegdes, bem como a fixagiio e consolidacio de conhecimentos © convicgdes jé adquiridos. O método de elaboragdo conjunta faz parte do conjunto das opgdes metodolégicas das quais pode servir-se 0 professor. Aplica-se em varios momentos do desenvolvimento da unidade didética, seja na fase inicial de introdugdo e preparagio para estudo do contetido, seja no decorrer da fase de organizaglo ¢ sistematizagio, seja ainda na fase de fixagdo, consolidagio e aplicagao. A elaboracio conjunta supde um conjunto de condigées prévias: incorporagio pelos alunos dos objetivos a atingir, o dominio de conheci- ‘mentos bésicos ou a disponibilidade pelos alunos de conhecimentos ex- Periéncias que, mesme nio sistematizados, so pontos de partida para 0 trabalho de elaboragao conjunta. 167 0 cardter pedagégico-didatico da elaboragdo conjunta esté no fato de que tem como referéncia um tema de estudo determinado, supondo-se que 6s alunos estejam aptos a conversar sobre ele. Nao se trata, pois, de comegar do zero, nem se trata de uma atividade baseada apenas naquilo que interessa, momentaneamente, aos alunos. ‘A forma mais tipica do método de elaboragio conjunta é a conversagio diditica. As vezes denomina-se, também, aula dialogada, mas a conversacdo € algo mais. Nao consiste meramente em respostas dos alunos as perguntas do professor, numa conversa “fechada’” em que os alunos pensem e falem ‘© que o professor jé pensou e falou, como uma aula de catecismo. A conversagio didética € “aberta” e o resultado que dela decorre supoe a contribuigo conjunta do professor e dos alunos. professor traz. conhecimentos ¢ experiéncias mais ricos ¢ organiza- dos; com 0 auxilio do professor, a conversagio visa levar os alunos a se aproximarem gradativamente da organizagio légica dos conhecimentos ¢ a dominarem métodos de elaborar as suas idéias de mancira independent. A conversagio didatica atinge 0s seus objetivos quando os temas da ‘maria se tormam atividade de pensamento dos alunos € meios de desen- volvimento das suas capacidades mentais. A conversagio tem um grande valor didético, pois desenvolve nos alunos as habilidades de expressar opi- nides fundamentadas, ¢ verbalizar a sua prépria experiéncia, de discuti, argumentar e refutar opinides dos outros, de aprender a escutar, contar fatos, interpretar etc. além, evidentemente, de proporcionar a aquisiglo de novos conhecimentos. A forma mais usual de organizar a conversagdo didética é a pergunta, tanto do professor quanto dos alunos. Nao se trata de um interrogatério do tipo pinguc-pongue, sim e ndo, pois isto retira o carster de elaboragio da resposta. A pergunta € um estimulo para 0 raciocinio, incita os alunos 4 observarem, pensarem, duvidarem, tomarem partido. E, também, um i dicio de que 0s alunos estio compreendendo a matéria, na medida em que vio aprendendo a formular respostas pensadas e corretamente articuladas. A conversagio didatica com base em perguntas pode ser feita sobre condugio direta do professor, quando conversa com a classe toda, ou na forma de discussao entre grupos, com a condugao indireta do professor. As perguntas podem referit-se a conhecimentos de fatos isolados, re- conhecimento de relacdes entre fatos ou processos, colocagio de problemas. Mas existem recomendagSes sobre a elaboragio de perguntas e a conducio metodolégica da conversagio, Bis algumas: 5a pergunta deve ser preparada cuidadosamente para que seja com- preendida pelo aluno; 168 1D deve ser iniciada por um pronome interrogativo correto (0 qué, quando, quanto, por qué ete.); 2 deve estimular uma resposta pensada e nao simplesmente sim ou nto ou uma palavra isolada, Exemplo de pergunta inadequada: “Os animais que possuem bico, penas © pés chamam-se... “O cavalo € mamifero?”Adequada: “Como podemos distinguir as aves dos mamiferos?. Pergunta inadequada: “As plantas precisam de égua para germinar?” Adequadas: “Por que uma planta germina e cresce?"; “Por que a cor das folhas é verde?”; “Observe ‘bem esta planta e v4 dizendo quais so suas partes e suas fungdes” Convém que a formulagio da pergunta possibilite uma resposta do aluno que mostre a compreensio de um conceito ou fato a partir da sua propria experiéncia. Exemplos: “Por que em nossa regio chove pouco?” “Quais as causas das enchentes em nosso bairto?”; “Por quais érgios do nosso corpo passam os alimentos que comemos?”; “Calcule a distancia entre sua casa € a escola”, O professor deve dar um tempo para que os alunos entendam a pergunta, ereflitam. Ela deve ter, como regra geral, apenas uma formuilacdo, evitando ‘expressar as mesmas idéias de forma diferente, pois isso gera confusio na cabeca do aluno. O professor deve evitar reagdes nervosas ¢ impacientes, para que os alunos nao se sintam atemorizados e nem precipitem a resposta. Nao pode, por exemplo, ficar dizendo: “Sera que voees nao entenderam?”. “Essa res- posta devia estar na ponta da lingua”, “Acho que vocés nao estudaram”, “Até quando terei de esperar?”, As vezes é conveniente ajudar as respostas “Explique melhor”, “Esté indo bem, continue”, “Lembrem-se da experiencia, que fizemos ontem” ete A conversacdo didética ¢, portanto, um excelente procedimento de Promover a assimilacdo ativa dos contetidos, suscitando a atividade mental dos alunos ¢ nio simplesmente a atitude receptiva. O essencial da conver- sagdo € obter respostas pensadas sobre as causas de determinados fendmenos € acontecimentos, reconhecimento de relagdes entre as coisas e aconteci- mentos, a avaliagdo critica de uma situago, a busca de novos caminhos de solugao de problemas. professor deve ter sempre uma atitude positiva frente &s respostas, dos alunos. Elas podem ser incompletas, mas contém uma parte correta; © rendimento insatistatério é motivo de incentivar os alunos para que e3- tudem mais. Mesmo as respostas incorretas dever ser transformadas em onto de partida para revises ou novas explicagées, pois permite 20 professor conhecer melhor as dificuldades dos alunos. 169 4. Método de trabalho em grupo O método de trabalho em grupos ou aprendizagem em grupo consiste basicamente em distribuir temas de estudo iguais ou diferentes a grupos fixos ou varidveis, compostos de 3 a 5 alunos. O trabalho em grupo tem sempre um carter transitério, ou seja, deve ser empregado eventualmente, conjugado com outros métodos de exposigio e de trabalho independente. Dificilmente sera bem-sucedido se nao tiver uma ligaglo orgénica entre a fase de preparacio e organizagio dos contetdos e a comunicagio dos seus resultados para a classe toda. A finalidade principal do trabalho em grupo é obter a cooperacio dos alunos entre si na realizagao de uma tarefa. Para que cada membro do srupo possa contribuir na aprendizagem comum, € necessério que todos estejam familiarizados com o tema em estudo. Por essa razio, exige-se que @ atividade grupal seja precedida de uma exposiglo, conversagao in- odutéria ou trabalho individual. Como regra geral, organizam-se grupos de 3 a 5 alunos por indicagaio do professor, usando o critério de misturar alunos de diferente rendimento escolar. Cada grupo devera ter um coordenador, preferentemente indicado pelo professor, cuidando para que todos os membros do grupo tenham oportunidade de exercer essa atribuigdo a cada vez que se estuda em grupo. E recomendével que a sala de aula seja arranjada (deslocamento de carteiras) antes do inicio da aula, para ganhar tempo e evitar bagunga. Colocadas as questdes e organizados os meios de trabalho (folhas de exereicios, mapas, ilustragdes etc.) os alunos desenvolvem a tarefa. Uma vez conclufda, um aluno do grupo informa a classe dos resultados e passa-se a uma conversagao dirigida pelo professor. ‘Além dessa forma de organizacio dos grupos, hé muitas outras, entre as quais as seguintes: © Debate — Sio indicados alguns alunos para discutir, perante a classe, lum tema polmico, cada qual defendendo uma posicao. 5 Philips 66 — Seis grupos de seis elementos discutem uma questio em poucos minutos para apresentar depois as suas conclusdes. Podem ser, também, 3 grupos de 5 alunos, ou ainda duplas de alunos. O essencial desta técnica € poder verificar, rapidamente, 0 nivel de co- hecitentos da classe sobre um determinado tema no inicio da aula ‘ou apés a explicago do assunto. | Tempestade mental — Dado um tema, os alunos dizem 0 que Ihes vem A cabeca, sem preocupagdo de censura a idéias, Estas so anotadas no quadro-negro. Em seguida, faz-se a selego do que for relevante para prosseguir a aula. 170 © Grupo de verbelizagio-grupo de observagao (GV-GO) — Uma parte da classe forma um efreulo central (GV) para discutir um tema, en- quanto os demais formam um circulo em volta, para observar (GO). 0 GO deve observar, por exemplo, se os conceitos empregados na discuss so corretos, se 0s colegas esto sabendo ligar a matéria nova com a matéria velha, se todos estdo participando etc. Depois, os grupos so trocados na mesma ou em outra aula. 1 Seminério — Um aluno ov grupo de alunos prepara um tema para apresenté-lo a classe. E uma modalidade de aula expositiva ou con- versagio realizada pelos alunos Qualquer que seja 0 procedimento em grupo, ele deve procurar de- senvolver as habilidades de trabalho coletivo responsavel e a capacidade de verbalizagio, para que os alunos aprendam a expressar-se e a defender 08 seus pontos de vista. Deve também possibilitar manifestagées individuais dos alunos, a observacio do seu desempenho, o encontro direto entre aluno € matéria de estudo e a relacio de ajuda recfproca entre os membros do grupo 5. Atividades especiais Denominamos ée atividades especiais aquelas que complementam os métodos de ensino e que concorrem para a assimilagdo ativa dos contetidos. So, por exemplo, 0 estudo do meio, o jomal escolar, a assembléia de alunos, o museu escclar, o teatro, a biblioteca escolar etc. Essas atividades sto descritas nos manuais de Didética. Destacaremos aqui, pela sua im- portincia didética, o estudo do meio. Oestudo do meio, mais do que uma técnica didatica, é um componente do processo de ensino pelo qual a matéria de ensino (fatos, acontecimentos, problemas, idéias) & estudada no seu relacionamento com fatos sociais a ela conexos. O estudo do meio nio se restringe a visitas, passcios ou ex- curses, mas se refere a todos os procedimentos que possibilitam o levan- tamento, a discussdo e a compreensio de problemas concretos do cotidiano do aluno, da sua familia, do seu trabalho, da sua cidade, regio ou pais. Sendo possfvel, em fungdo das condigdes da escola, seré vivamente enri- quecido com visitas a locais determinados (6rgios piblicos, museus, f4- bricas, universidades, fazendas ou sitios etc.) ‘Segundo 0 professor Newton César Balzan (in Castro, 1976), 0 estudo do meio é um instrumento metodolégico que leva o altuno a tomar contato ‘com 0 complexo i ificativo que é 0 proprio meio fisico ¢ social. E uma atividade nao apenas fisica, mas principalmente mental, de elaboragdo, que apela para conhecimentos e habilidades jé ad- quiridos e os enriquece, de modo que o aluno volte & escola modificado, mais rico em conhecimentos e experiéncias. Seguindo de perto as sugestdes do professor Balzan, para realizar um estudo do meio sio necessérias as fases de planejamento, execugio, ex- ploragdo dos resultados e avaliaglo. Planejamento — Na sala de aula, 0 professor fard junto com os alunos um levantamento prévio dos fatos sociais que envolvem o tema de estudo; estuda-se 0 contetido ¢ a partit daf so feitas questées para orientar 05 aspectos a serem observados © perguntas a serem feitas a pessoas do local a ser visitado, Para esta preparacdo prévia, o professor (ou grupo de pro- fessores, se a tarefa for promovida por varias matérias) deve visitar 0 local antes e colher as informagdes necessérias. Deve-se providenciar, também, © meio de locomogio, autorizagGes, bem como normas de procedimento dos alunos durante'a visita. Execugdo — No local, com a orientagao do professor, os alunos vio observando, tomando notas. Se é uma indistria, observam 0 que se produz, © funcionamento das méquinas, as tarefas dos trabalhadores; conversam com as pessoas, perguntam o que fazem, como fazem, quanto ganham, quais as dificuldades do seu trabalho; identificam o que se produz, como Se produz, para onde vlo os produtos, quem os consome. Se € uma loca- lidade, identificam a paisagem rural ou urbana, tipo de solo e vegetacio, 6 estilo das casas, da igreja, a atividade dos moradores; conversam com as pessoas; colhem amostras de solo e vegetacio etc. Evidentemente, 0 tipo de atividade depende dos objetivos do estudo do meio em relagio & tarefa. Exploragao dos resultados e avaliagdo — Os alunos fardo um relat6rio da visita, contando o que aconteceu, 0 que viram, 0 que aprenderam, que Cconclusées tiraram, Pode-se pedir, ao invés de relatério, a redago de um tema ou a discussio de problemas encontrados. O professor aproveita para discutir com a classe os resultados da visita trar conclusGes e sistematizar 0s contetidos, aprofundando mais a assimilaciio de conceitos, se necessario. Os resultados serviréo para elaboraco de provas escritas, Além disso, ser- virio para avaliar os objetivo do professor: houve enriquecimento cultural? Os alunos modificaram as suas percepedes anteriores? A tarefa foi bem organizada? Os alunos tiveram uma atitude adequada no decorrer da visita? O estudo do meio serviu para formar convicg6es em relagio a problemas constatados? mm Meios de ensino Por meios de ensino designamos todos os meios ¢ recursos materiais utilizados pelo professor e pelos alunos para a organizacio © condugao metédica do processo de ensino ¢ aprendizagem. Equipamentos sto meios de ensino gerais, necessérios para todas as matérias, cuja relago com o ensino é indireta, So carteiras ou mesas, quadro-negro, projetor de slides ou filmes, toca-disco, gravador ¢ toca-fitas, flanelégrafo etc. Cada disciplina exige também seu material espectfico, ‘como ilustragSes e gravuras, filmes, mapas e globo terrestre, discos ¢ fitas, livros, enciclopédias, diciondrios, revistas, slbum seriado, cartazes, graficos etc, Alguns autores classificam ainda, como meios de ensino, manuais € livros didaticos; rédio, cinema, televisio; recursos naturais (objetos e fe~ némenos da natureza); recursos da localidade (biblioteca, museu, inddstria etc,); excursées escolares; modelos de objetos e situagSes (amostras, aqué- rio, dramatizagées etc). 1s professores precisam dominar, com seguranga, esses meios auxi- laces de snsno,contecendo-es ¢ aprendende a viliz-loe, O momento didético mais adequado de utlizé-los vai depender do trabalho docente pritico, no qual se adquiriré o efeito traquejo na manipulagio do material didético. 14 nas livrarias manuais de Didatica c/ou Pratica de Ensino que descrevem pormenorizadamente os meios auxiliares de ensino, aos quais se pode recorrer por ocasifo da elaboragio do plano de ensino e plano de aula, Sugestées para tarefas de estudo Perguntas para o trabalho independente dos alunos 3 Conforme o texto, sob que diferentes sentidos se pode dizer que um professor “tem método”? 10 Estabelecer a relagio entre métodos e objetivos-contetidos. 0 Explicar cada um dos fatores que devem ser levados em conta na selego dos métodos de ensino. 10 Por que niio pode existir um método tinico de ensino? 173,

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