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TCC - o Mundo Encantado Das Raves

Este documento discute a influência da música eletrônica na construção do eu. Apresenta brevemente a história da música eletrônica e das festas raves, destacando como estas festas oferecem uma experiência libertadora através da música que permite ao sujeito se descobrir. O objetivo é mostrar como a música eletrônica e as raves podem contribuir para o desenvolvimento pessoal durante a construção da identidade.

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Thais Nunes
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TCC - o Mundo Encantado Das Raves

Este documento discute a influência da música eletrônica na construção do eu. Apresenta brevemente a história da música eletrônica e das festas raves, destacando como estas festas oferecem uma experiência libertadora através da música que permite ao sujeito se descobrir. O objetivo é mostrar como a música eletrônica e as raves podem contribuir para o desenvolvimento pessoal durante a construção da identidade.

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GRUPO EDUCACIONAL FAVENI

THAIS NUNES DE SOUZA

O MUNDO ENCANTADO DAS RAVES:


A INFLUÊNCIA DA MÚSICA ELETRÔNICA NA CONSTRUÇÃO DO EU

CARANGOLA - MG
2021
GRUPO EDUCACIONAL FAVENI

THAIS NUNES DE SOUZA

O MUNDO ENCANTADO DAS RAVES:


A INFLUÊNCIA DA MÚSICA ELETRÔNICA NA CONSTRUÇÃO DO EU

Trabalho de conclusão de curso


apresentado como requisito parcial à
obtenção do título especialista em
Psicologia Clínica.

CARANGOLA – MG
2021
O MUNDO ENCANTADO DAS RAVES: A INFLUÊNCIA DA MÚSICA
ELETRÔNICA NA CONSTRUÇÃO DO EU

Thais Nunes de Souza1

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo
foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por
mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos
direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços.

RESUMO- Nasce na virada do século XIX para o século XX a música eletrônica como um estilo musical
que incorpora recursos eletrônicos em sua criação. Tal estilo se tornou um fenômeno, e apresenta-se
ainda mais forte em nossos dias, sendo uma das maiores expressões musicais contemporâneas. Ao se
pensar em música eletrônica, logo remete-se as festas raves, que podem ser consideradas como parte
da indústria de diversões oficiais, sendo frequentadas por multidões de jovens como uma forma de lazer
e diversão. As festas raves traz em seu cerne o sentido da liberdade, do respeito pelo outro, por si, pela
natureza, é um espaço que tem como caráter principal, permite o sujeito a vivenciar uma experiência
libertadora, sendo possível a partir da música, do som transmitido pelos DJs. Diante disso delimitou-se
como problema da pesquisa a influência da música eletrônica na construção do eu. O presente trabalho
tem por objetivo apresentar um pouco sobre a historicidade e conceitos relacionados a música eletrônica
e as festas raves, objetivando ainda destacar como tais eventos podem colaborar diretamente para o
desenvolvimento do sujeito a partir de sua construção do eu. Utilizou-se como postura metodológica a
pesquisa bibliográfica com base em artigos que trazem a temática em questão.

PALAVRAS-CHAVE: Raves. Música eletrônica. Psicologia.

1
[email protected]
1 INTRODUÇÃO

Nasce na virada do século XIX para o século XX a música eletrônica como um


estilo musical que incorpora recursos eletrônicos em sua criação. Tal estilo se tornou
um fenômeno, e apresenta-se ainda mais forte em nossos dias, sendo uma das maiores
expressões musicais contemporâneas.
Ao se pensar em música eletrônica, logo remete-se as festas raves, que podem
ser consideradas como parte da indústria de diversões oficiais, sendo frequentadas por
multidões de jovens como uma forma de lazer e diversão.
As festas raves podem ser denominadas como celebrações ao som da música
eletrônica que normalmente ocorrem em lugares afastados e que tem longa duração,
sendo um evento marcado por suas luzes, decoração, estilo musical e também pelo uso
ilícito de drogas pelos seus frequentadores. As raves, as festas de música eletrônica
como afirma Souza (2010, p. 81) “tornam-se espaços de práticas para a autoafirmação
e preenchimento do vazio existencial. Sua teoria complexa e técnica sofisticada são
funcionalmente simples para o público que a frequenta”.
Nesse sentido, as festas raves traz em seu cerne o sentido da liberdade, do
respeito pelo outro, por si, pela natureza, é um espaço que tem como caráter principal,
permite o sujeito a vivenciar uma experiência libertadora, sendo possível a partir da
música, do som transmitido pelos DJs.
Apesar de ser um lugar de estranhamento, as raves, a medida que vamos nos
submergindo no seu mar de códigos e práticas, vamos percebendo a existência de toda
a história, de todo o cenário que de fato está presente nesse contexto, e a partir disso,
conseguimos conceber tal festa como um evento capaz de levar o sujeito a transcender
sem a utilização de drogas, mas apenas por toda a vibe existente entre os diversos
sujeitos, pela vibe presente nas músicas, nos cenários, na dança. Transcendência essa
capaz de permite que o sujeito se descubra.
Diante disso delimitou-se como problema da pesquisa a influência da música
eletrônica na construção do eu.
O presente trabalho tem por objetivo apresentar um pouco sobre a historicidade
e conceitos relacionados a música eletrônica e as festas raves, objetivando ainda
destacar como tais eventos podem colaborar diretamente para o desenvolvimento do
sujeito a partir de sua construção do eu.
Tal trabalho é de suma relevância no meio acadêmico e profissional, pois leva os
sujeitos a pensarem a influência da música na construção das subjetividades e como
esta pode colaborar para o desenvolvimento do sujeito.
Utilizou-se como postura metodológica a pesquisa bibliográfica com base em
artigos que trazem a temática em questão.

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Música eletrônica

Música eletrônica pode ser entendida por toda forma de expressão musical que
faz uso da tecnologia para sua existência, ou seja, “toda música cujos sons sejam
reproduzidos ou modificados eletronicamente” (MENDES, 2010, p. 15). Nasceu na
virada do século XIX para o século XX, momento em que os artistas buscavam novas
formas de se expressarem, novas linguagens, tendo como intuito andar paralelamente
com o acelerado crescimento da tecnologia e das mudanças sociais. Nesse sentido, os
artistas veem a necessidade de buscarem novas formas de fazer arte, e diante de uma
visão Futurista, acreditava-se que os artistas deveriam superar os valores e as formas
de arte do passado, e isso também deveria acontecer no cenário musical.
E nos anos 80, a evolução digital possibilita o surgimento de muitos produtores
musicais, e surgem os DJs que passam a levar músicas eletrônicas para os nightclubs
(ambientes fechados onde as pessoas se reuniam para dançar). Tal movimento se
consolida com o surgimento de vários estilos de música eletrônica como: “House,
Garage [...], e o Deep House [...], o Jazz house, [...] dentre outros. Na mesma época em
Detroid (EUA) nasce o Techno” (MENDES, 2010, p. 16-17).
A música eletrônica surge como uma inovação, ela cria códigos, novos
ambientes, significações próprias, podendo ser algo transformador.
2.2 Festa Rave

As Festas Raves nasceram na Europa no final da década de 1980, e sofreram


forte “influência dos festivais de música ao ar livre e da expressão „do it yourself‟ (faça
você mesmo) do movimento punk” (QUEIROZ, ALMEIDA e SILVA, 2017, p. 86).
No Brasil a primeira festa rave ocorreu em 1993, nas praias de Arraial D‟Ajuda e
Trancoso no sul da Bahia. No ano de 1994, o DJ Dimitri produziu a primeira rave
independente e underground na cidade de São Paulo (POSI, 2009).
As raves normalmente duram por mais de quatorze horas, e acontecem
normalmente em lugares reservados da vida urbana, sendo muito comum a utilização
ode espaços ligados a natureza, como por exemplo, praias, reservas florestais,
fazendas, cachoeiras. O seu público alvo geralmente são os jovens entre 18 e 30 anos
de idade com estilos de vida totalmente diferentes. Nesse espaço

a dança é caracterizada pelo ato coletivo no espaço entre a música


eletrônica com a pista de dança, ocupada pelas pessoas, embora
ocorram danças individuais, ou em grupos, espalhados pelo local da
festa. A pista de dança é formada por um espaço onde o DJ fica em
cima de um palco com suas aparelhagens eletrônicas de frente para o
público que se aglomera na frente do palco o mais perto possível para
dançar e assistir ao live (apresentação do artista DJ) (VIOLIN, 2009, p.
767).

A dança é livre, cada um pode se expressar como quiser. E como afirma Ferreira
(2005 apud VIOLIN, 2009, p. 769) a relação entre a música eletrônica e a dança cria um
tipo de „transe maquímico‟, “quando o som captura o movimento da dança e a dança de
um corpo coletivo de pessoas se transforma num „coletivo-sonoro-motor‟”.
O termo rave tem origem no verbo inglês to rave que significa delirar, extasiar.
Tal conceito surgiu no fim dos anos 80, período em que os grupos tinham como
preocupação promover eventos que levassem ao êxtase coletivo. A cultura rave tem
como foco celebrar a alegria, o hedonismo, a diversão, o escape e o prazer advindos do
ato de dançar, trazendo como discurso a ideia de que todos são bem vindos (MENDES,
2010).
2.3 A música eletrônica e a construção do eu

A música eletrônica é um campo ilimitado de possibilidades de interpretações, e


por ser algo dissociado do mundo natural, ele é capaz de remeter o indivíduo a um
mundo extremamente subjetivo. O som emitido na música eletrônica é capaz de
suscitar voos de imaginação, bem como leva o indivíduo experimentar palpitações
corporais, é uma música sensorial, que alcança todos os sentidos dos sujeitos
(MENDES, 2010).
De acordo com Rodrigues (2005) a música eletrônica é promotora de
experimentações pessoais e coletivas, assim como de ideologias, valores, crenças. O
indivíduo durante uma festa rave é capaz de atingir o estado de êxtase a partir da
sonoridade da música, do lugar, da decoração, é nesse cenário que o sujeito muitas
das vezes se reconhece.
Nas festas raves, o sujeito se permite ser ele mesmo, e as diferenças existentes
entre os participantes do evento convergem para um objetivo comum “o de curtir a festa
e a música eletrônica, através de um sentimento de bem estar denominado vibe”
(VIOLIN, 2009, p. 767).
A música nesse contexto, é um meio essencial para que o sujeito alcance outros
sentidos, onde ela é capaz de levar o corpo a se desconectar da dimensão social do
caos, permitindo o sujeito a esquecer dos problemas, do estresse, levando-o a alcançar
uma sensação única e prazerosa. As pessoas se entregam na vibração do evento,
deixam que o corpo inteiro vibre para sentir.

O “sentir” a música se apresenta como um ritmo de conexão a mim, uma


provocação para entrar em contato comigo e acessar os mais
verdadeiros sentimentos, que podem ser de ordens divergentes e
provocadoras, mas não deixa de ser sentido, de se sentir (QUEIROZ,
ALMEIDA e SILVA, 2017, p. 91).

Destarte, a música eletrônica leva o sujeito a transcender, o provoca a se permitir


sentir de verdade, a se permitir ser de verdade, o levando a sair do esconderijo o qual
muita das vezes se encontra por medo de se permitir ser.
FIGURA 1 XXXPERIENCE FESTIVAL

FIGURA 2 UNIVERSO PARALELO

FIGURA 3 TOMORROWLAND
3 CONCLUSÃO

As vezes quando nos deparamos com um universo cultural novo é de que tudo é
igual, ou que nada tem sentido, e quando nos remetemos as festas raves, normalmente
o que se percebe é a visão de que nada tem sentido, é a visão de um evento que deve
ser proibido devido ao grande número de usuários de drogas.
Contudo, quando nos deparamos com a realidade, quando nos submergimos no
seu mar de códigos e práticas, se torna possível conhecer tudo aquilo que se oculta sob
as primeiras aparências. Conhecemos um mundo em que a música, o espaço, a dança,
os conceitos levam o sujeito a se reconhecer e a compreender e construir sua
verdadeira identidade.
As festas raves nesse sentido, são espaços de liberdade, onde as diferenças são
aceitas, seja através das roupas, das tatuagens, do estilo de dança, da cor do cabelo,
nesse cenário cada um pode ser o que quiser, pode fazer sua própria viagem, construir
seu próprio espaço, ser responsável por si mesmo. Nesse cenário, o sujeito se
desconecta do mundo, e se conecta consigo mesmo, se reconhecendo, construindo
seu próprio modo de se ver e ver o mundo.

4 REFERÊNCIAS

MENDES, C. M. Ensaio psicanalítico da experiência psíquica em festas raves.


Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. São Paulo, 2010.

POSI, L. R. Universidade e festas raves: reflexões sobre a formação cultural de


jovens universitários. Universidade Metodista de Piracicaba. Piracicaba, 2009.

QUEIROZ, C. M. L; ALMEIDA, R. B. F.; SILVA, I. D. Construção de sentidos na festa


rave: reverberação dos elementos da festa na existência dos participantes. Veredas.
Ano 13, v. 10, n. 1, 2017.

RODRIGUES, R. F. Música eletrônica – a textura da máquina. São Paulo: Annablume.


Belo Horizonte: Fumec, 2005.

SOUZA, Vitor Chaves de. “Put your hands in the air!”: O sagrado e o desvio nas festas
de música eletrônica. dez. 2010. Disponível em: <
file:///C:/Users/USer/Downloads/2383-5954-1-PB.pdf> Acesso em: 5 jan. 2021..
VIOLIN, F. A. a antropologia da performance e a festa da música eletrônica. 2009.
Disponível em: <http://www.uel.br> Acesso em 01 jan 2021.

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