0% acharam este documento útil (0 voto)
194 visualizações25 páginas

Abastecimento de Água Potável

O documento discute o abastecimento de água potável, definindo-o como o conjunto de atividades necessárias para fornecer água desde a captação até as ligações prediais. Aborda as soluções alternativas de abastecimento como a pluvial e outras fontes, e explica que o sistema deve ser bem planejado para fornecer água em quantidade e qualidade suficientes à população.
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
0% acharam este documento útil (0 voto)
194 visualizações25 páginas

Abastecimento de Água Potável

O documento discute o abastecimento de água potável, definindo-o como o conjunto de atividades necessárias para fornecer água desde a captação até as ligações prediais. Aborda as soluções alternativas de abastecimento como a pluvial e outras fontes, e explica que o sistema deve ser bem planejado para fornecer água em quantidade e qualidade suficientes à população.
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 25

CADERNOS TEMÁTICOS SANEAMENTO BÁSICO

ABASTECIMENTO
de ÁGUA POTÁVEL
CADERNOS TEMÁTICOS SANEAMENTO BÁSICO

ABASTECIMENTO
de ÁGUA POTÁVEL
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 1 LISTA DE FIGURAS


Figura 1 − Mananciais abastecedores 4
2. ABASTECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL (AA) 2
2.1 Soluções alternativas de abastecimento de água 3 Figura 2 − Sistemas de abastecimento de água potável
isolado e integrado 7
3. MANANCIAL ABASTECEDOR 4
Figura 3 − Sistema de abastecimento de água 14
3.1 Escolha do manancial abastecedor 5
Figura 4 – Classificação das adutoras 16
4.SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL (SAA) 7
Figura 5 – Estações Elevatórias (típica e pressurizada) 20
4.1 Estudos populacionais 8
4.2 Cobertura do abastecimento de água potável 10 Figura 6 – Fases do tratamento convencional 22
4.3 Consumo per capita 11
Figura 7 − Tipos de Reservatórios 24
4.3.1 Variações de consumo 11
4.4 Demanda de água potável 12 Figura 8 – Ligação domiciliar e economias 27
4.5 Componentes do Sistema de Abastecimento de Água potável 13
Figura 9 – Instrumentos de micromedição 32
4.5.1Captação de água bruta 14
4.5.2 Adução/subadução de água bruta e tratada 15 Figura 10 – Instrumentos de macromedição 33
4.5.3 Estações elevatórias e/ou estações de recalque 19
Figura 11 – Plano de Emergências e Contingências 37
4.5.4 Estação de Tratamento de Água (ETA) 21
4.5.5 Reservatórios 23
4.5.6 Rede de distribuição de água tratada
4.5.7 Ligação domiciliar
25
27
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Tipos de rede de distribuição 26
5. CONTINUIDADE DO ABASTECIMENTO DE ÁGUA POTÁVEL 28 Quadro 2 –Origens e magnitudes das perdas 30

6. PERDAS 29 Quadro 3 – Eventos previsíveis 35


6.1 Ligações clandestinas 31 Quadro 4 – Nivelamento das emergências 36

7. MICRO E MACROMEDIÇÃO 32
LISTA DE TABELAS
8. EMERGÊNCIAS E CONTINGENCIAS NO SAA 34
Tabela 1 – Faixa de servidão recomendadas para adutoras 18
REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS 38
1 INTRODUÇÃO
A água constitui um elemento essencial à vida e seu papel no desenvolvimento
da civilização é reconhecido desde a antiguidade. Hipócrates1 (460-354 A.C.) já
afirmava a grande influência da água sobre a saúde humana.
Nos novos tempos, o homem tem necessidade de água de qualidade e em
quantidade suficiente para todas suas necessidades, não só para proteção de
sua saúde, como afirmou Hipócrates, mas também para o desenvolvimento
das sociedades. Afirma a Organização das Nações Unidas que o acesso à água
potável segura e ao saneamento básico adequado é um direito humano, fun-
damental para a redução da pobreza e para o desenvolvimento sustentável
(ONU, 2010).
Neste contexto, os serviços públicos de saneamento básico devem prover
o abastecimento de água potável em cada residência, tanto em área urbana
quanto rural, para garantir a melhoria da saúde e das condições de vida da
população (controle e prevenção de doenças, redução dos índices de mortali-
dade, promoção de hábitos higiênicos, dentre outras).

1 Hipócrates de Cós: Médico grego (séc. V a. C.). Considerado o “Pai da Medicina”.

CADERNOS TEMÁTICOS - Abastecimento de água potável 1


Segundo o art. 5° da Lei n°11.445/2007, as soluções individuais não cons-
tituem serviços públicos, desde que o usuário não dependa de terceiros para
operar os serviços. Entretanto, soluções que atendam condomínios ou locali-

2
dades de pequeno porte são consideradas como serviços públicos (art.2º do

ABASTECIMENTO
Dec. 7.217/2010).

DE ÁGUA POTÁVEL (AA) 2.1 Soluções alternativas de abastecimento


de água potável
É conceituada como uma modalidade de abastecimento distinta do sistema pú-
Os serviços públicos de abastecimento de água potável consistem na retirada blico e, da mesma forma, podem se dar na modalidade individual ou coletiva.
da água de um determinado corpo hídrico para que a mesma seja fornecida Em áreas suburbanas e periféricas, com características rurais ou mesmo em
à população com quantidade e qualidade e compatíveis e suficientes para o áreas de população mais concentrada, pode-se utilizar uma combinação dessas
atendimento de suas necessidades. duas modalidades, algumas partes terão caráter coletivo e outras individual.
Diversas são as soluções alternativas para o AA, entretanto, em função dos
Em uma comunidade, o sistema de abastecimento de água potável deve ser e custos tecnológicos as soluções mais utilizadas são:
estar bem planejado, construído, operado, mantido e conservado, para que a
→→Abastecimento pluvial (água de chuva) - alternativa de baixo custo, cujo
água não se torne veículo de transmissão de doenças e para que seus custos se volume é facilmente captado e armazenado em reservatórios (cacimbas,
mantenham em equilíbrio. pequenos barramentos, etc.);
A Lei n° 11.445/2007 conceitua abastecimento de água potável como o →→Abastecimento por outras fontes - tem sua aplicação em áreas de gran-
conjunto de atividades, infraestruturas e instalações necessárias ao abaste- de pluviosidade ou, em casos extremos, em áreas de seca onde se procura
cimento público de água potável, desde a captação, até as ligações prediais e acumular a água da época chuvosa para a época de estiagem (reservató-
respectivos instrumentos de medição. rios individuais ou comunitários, carros pipa, etc.).
A legislação também é clara ao expor que toda edificação permanente ur-
bana será conectada à rede pública de abastecimento de água (excetuados os IMPORTANTE!
casos previstos nas normas do titular dos serviços públicos de saneamento O Ministério da Saúde, por meio da portaria MS 2.914/2011 determina que as
básico, da entidade de regulação e de meio ambiente). soluções alternativas de abastecimento de água devem se cadastrar junto às
No caso de edificações localizadas em condomínios e/ou localidades de autoridades sanitárias, realizar periodicamente análises de controle de qualidade
pequeno porte, a prestação dos serviços de AA poderá ser realizada por usu-
de água e encaminhar os relatórios das mesmas à autoridade de saúde pública
ários organizados em cooperativas ou associações desde que autorizado
pelo poder público.
local. Estas ações contribuem diretamente para a promoção da saúde e bem estar
Desta forma, quando da indisponibilidade de redes públicas acessíveis, o dos consumidores desta água.
AA poderá ocorrer por meio de duas modalidades:
Destaca-se que a União apoiará a população rural dispersa e a popula-
→→Modalidade de abastecimento coletivo (SOLUÇÃO COLETIVA) − apli-
ção de pequenos núcleos urbanos isolados, que utilizem tecnologias sociais
cada em áreas urbanas ou áreas rurais com população mais concentrada
tradicionais, na contenção, reservação e utilização de águas pluviais para o
(FUNASA, 2007);
consumo humano, especialmente a construção de cisternas, barragens sim-
→→Modalidade de abastecimento individual (SOLUÇÃO INDIVIDUAL) – plificadas e produção de equipamentos específicos para essas práticas, inde-
aplicada para atender apenas a uma unidade de consumo2 (Decreto Lei n° pendentemente da situação fundiária da área utilizada.
7.217/2010).

2 Unidade de consumo: unidade residencial, comercial, industrial considerada para efeitos de proje-
to, controle, monitoramento e faturamento.

CADERNOS TEMÁTICOS - Abastecimento de água potável 2 CADERNOS TEMÁTICOS - Abastecimento de água potável 3
Os mananciais superficiais (rios, lagos, barragens) por serem as águas na-
turais potabilizáveis mais acessíveis, permitem o conhecimento do seu regi-
me3 e favorecem a captação.

3
Os mananciais subterrâneos (lençóis do subsolo ou aquíferos), fornecem

MANANCIAL
água de qualidade satisfatória para uso imediato, principalmente os mais pro-
fundos, porém apresentam inconvenientes de uma exploração trabalhosa e,
às vezes, dispendiosa.

ABASTECEDOR
Os mananciais de águas meteóricas (chuva, neve e granizo) por serem na-
turais e potabilizáveis podem ser admitidas, em condições especiais, nos ser-
viços de abastecimento de pequenos volumes.
Destaca-se que a utilização de qualquer manancial para abastecimen-
to público, exceto águas meteóricas está sujeita a OUTORGA. A outorga é o
instrumento da Política Nacional de Recursos Hídricos que tem o objetivo de
assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos usos da água. Garante ao
Os mananciais têm grande participação nos sistemas de abastecimento de usuário outorgado o direito de acesso à água, uma vez que regulariza o seu uso
água, pois são as fontes naturais de onde se pode extrair a água para fins de em uma bacia hidrográfica.
abastecimento.
Devem ser considerados abastecedores todos os mananciais que apresen-
PARA LEMBRAR....
tem condições sanitárias satisfatórias e que, isolados ou agrupados, apre-
sentem vazão suficiente para atender à demanda máxima prevista em um
Águas Superficiais - correm naturalmente no solo;
determinado período de tempo (Ver capítulo 4). Águas Subterrâneas - ocorrem naturalmente ou artificialmente no subsolo;
De maneira geral, quanto à origem, os mananciais abastecedores podem Águas Meteóricas - encontradas na atmosfera em quaisquer de seus estados físicos;
ser classificados em manancial superficial, manancial subterrâneo e águas Aquífero - corpo hidrogeológico com capacidade de acumular e transmitir água
meteóricas (Figura 1). através dos seus poros, fissuras ou espaço resultantes da dissolução e carreamento
de materiais rochosos.

? Para saber mais sobre outorga de USO dos recursos hídricos e


aprofundar seus conhecimentos acesse www.ana.gov.br

Figura 1
Mananciais abastecedores

3.1 Escolha do manancial abastecedor


A escolha do manancial abastecedor constitui-se na decisão mais importante
para a implantação de um sistema de abastecimento de água potável, seja ele
de caráter individual ou coletivo.
Os fatores decisivos para a escolha do manancial recaem sobre a qualidade
e a quantidade de sua água, a distância do local a ser abastecido e as implica-
ções técnicas, econômicas e políticas que poderão surgir.

3 O regime de um manancial se constitui na forma como este é alimentado, ou seja, na origem das
águas que o abastecem. Existem 3 tipos de regimes: pluvial (águas das chuvas), nival ou térmico (derre-
timento de geleiras) e misto. O rio Amazonas, por exemplo, tem regime misto, pois é abastecido pelas
águas oriundas do derretimento da neve na Cordilheira dos Andes e por altos índices pluviométricos da
região.

CADERNOS TEMÁTICOS - Abastecimento de água potável 4 CADERNOS TEMÁTICOS - Abastecimento de água potável 5
PARA APROFUNDAR O CONHECIMENTO....
O levantamento das condições sanitárias de qualquer manancial superficial, com
SISTEMA DE

4
vistas à escolha do ponto para captar a água, deve ser feito por inspeção sanitária
realizada na sua bacia, complementada por análises de amostras de suas águas
coletadas em pontos significativos e em períodos representativos.
A inspeção sanitária deve englobar o levantamento, com localização em planta, dos ABASTECIMENTO DE
ÁGUA POTÁVEL (SAA)
núcleos populacionais, das indústrias, das explorações agropecuárias e de qualquer
outro agente poluidor, bem como suas características e seu regime de funcionamento.

O aumento da demanda por água é consequência direta do crescimento


populacional e da ampliação de seus níveis de consumo e, tais fatores, exer-
cem pressão sobre os mananciais abastecedores.
Além da pressão exercida, a degradação das áreas dos mananciais tem re- Um sistema público de abastecimento de água potável é constituído pelas ati-
flexos diretos no abastecimento de água provocando situações que irão com- vidades, infraestruturas e instalações necessárias para o abastecimento pú-
prometer a saúde, a qualidade de vida e o bem estar da população. blico de água potável, desde a captação até as ligações prediais e respectivos
Entre as situações que causam degradação das áreas de mananciais e que instrumentos de medição (Lei nº 11.445/2007).
merecem atenção e monitoramento constante, pode-se destacar: a ocupação Os SAA implantados no Brasil podem ser classificados como isolados ou
desordenada do solo, em especial áreas vulneráveis como as Áreas de Prote- integrados. Os sistemas isolados têm a água captada de um único manancial e
ção Ambiental (APP); práticas inadequadas de uso do solo e da água; falta de abastecem isoladamente bairros, setores ou localidades de um mesmo muni-
infraestrutura de saneamento (precariedade nos sistemas de esgotamento cípio enquanto os sistemas integrados atendem mais de um município, simul-
sanitário, manejo de águas pluviais e resíduos sólidos); super exploração dos taneamente, a partir de um ou mais mananciais (Figura 2).
recursos hídricos; remoção da cobertura vegetal; erosão e assoreamento de
rios e córregos; e atividades industriais que se desenvolvem descumprindo a
Figura 2
legislação ambiental. Sistemas de abastecimento de água potável isolado e integrado.
Por essas razões, medidas de controle da qualidade dos mananciais devem
ser sempre adotadas. As medidas podem ter caráter preventivo (para se evitar
ou minimizar impactos nos corpos hídricos) ou de caráter corretivo (aplicado
para corrigir uma situação já existente).

CADERNOS TEMÁTICOS - Abastecimento de água potável 6 CADERNOS TEMÁTICOS - Abastecimento de água potável 7
lação sobre a área do município, pois a ocupação das áreas urbanas e centrais,
por exemplo, é significativamente diferenciada da ocupação nas áreas perifé-
ricas e rurais.
Denomina-se população de projeto, a população total a que o SAA atende e
deverá atender num período de tempo determinado. Por isto, é necessário ser
bastante criterioso nos estudos populacionais. A expressão geral que define o
crescimento de uma população ao longo dos anos é dada por:

P = P0 + (N - M) + (I - E)

Onde:
P = população após “t” anos (habitantes);
P0= população inicial (habitantes);
N = nascimento no período “t”(habitantes);
M = mortes, no período “t” (habitantes);
I = imigrantes no mesmo período (habitantes);
E = emigrantes no período (habitantes);
t= período previsto para o estudo da população (anos).

Nos termos dos serviços públicos de saneamento básico, a população to-


Fonte: ANA, 2015. tal de um município é dada pela somatória das populações residente, flutu-
ante e temporária:
Entretanto, ao considerar a necessidade de se universalizar o acesso aos
→→População residente: aquela formada por pessoas que têm o domicílio
serviços de saneamento básico (princípios impostos pela Lei nº 11.445/2007)
como residência habitual, mesmo que ausente na data do censo por perío-
um SAA deve ser concebido e projetado para atender com eficácia, eficiência
do inferior a doze meses;
e economicidade a todos os domicílios de um município, para um determi-
nado período. →→População flutuante:aquela que, proveniente de outras comunidades,
se transfere ocasionalmente para a área em estudo, impondo ao sistema
de abastecimento de água consumo unitário equivalente ao da população
residente;

→→População temporária: aquela que, proveniente de outras comunidades


4.1 Estudos populacionais se transfere para a área em estudo, impondo ao sistema de abastecimento
de água consumo unitário inferior ao atribuído à população residente, en-
quanto presente na área em função das atividades que aí exerce.
Para planejar ou projetar um SAA, é necessário que se conheça o contingente
populacional a ser atendido, bem como sua evolução ao longo do tempo para
A população residente deve ser estimada de acordo com um dos seguintes
projetar seu crescimento futuro.
critérios:
A determinação da população futura é essencial para não projetar sistemas
do saneamento básico dimensionados apenas para a população atual de uma • Extrapolação de tendências de crescimento, definidas por dados
cidade. Esse procedimento, muito provavelmente, inviabilizaria os sistemas estatísticos suficientes para constituir uma série histórica, observan-
logo após sua implantação por problemas de sub-dimensionamento. do-se a aplicação de modelos matemáticos (mínimos quadrados) aos
Os principais métodos utilizados para possibilitar as projeções popula- dados censitários do IBGE (deve ser escolhida como curva represen-
cionais são: o crescimento aritmético, o crescimento geométrico, regressão tativa de crescimento futuro, aquela que melhor se ajustar aos dados
multiplicativa, taxa decrescente de crescimento, curva logística, comparação censitários);
gráfica de similaridade, razão e correlação e previsão com base em empregos.
Além de um estudo para determinar o crescimento da população é neces- • Métodos que considerem os índices de natalidade, mortalidade,
sário ainda que sejam desenvolvidos estudos sobre a distribuição desta popu- crescimento vegetativo e correntes migratórias;

CADERNOS TEMÁTICOS - Abastecimento de água potável 8 CADERNOS TEMÁTICOS - Abastecimento de água potável 9
Em ambos, devem ser considerados fatores que venham a alterar a tendên-
cia de evolução socioeconômica da região na qual esta se insere.
A Projeção populacional adotada deve ser atualizada a cada novo levan-
4.3 Consumo per capita
tamento censitário do IBGE, por ocasião da implantação de etapas futuras e
para as confirmações necessárias a serem realizadas nos períodos previstos
para a revisão dos Planos Municipais de Saneamento Básico (a cada 4 anos). Demandado
Todas as discrepâncias apresentadas nos dados estatísticos, utilizados para A concepção de um sistema público de abastecimento de água exige o co-
definir a tendência de crescimento, devem ser devidamente estudadas e explica- nhecimento da quantidade de água que o município ou a localidade deman-
das (quando a discrepância é decorrente de desmembramentos ou agregações, dam. Essa quantidade ou “demanda” é calculada em função do número de
o fato deve ser convenientemente considerado, no que diz respeito à tendência habitantes a ser abastecido, da quantidade de água necessária a cada indiví-
de crescimento que está sendo pesquisada). A utilização de dados estatísticos duo (segundo literaturas ou normas de referência), das características locais
não provenientes do IBGE exige a comprovação de confiabilidade. (clima, pluviometria, etc.) e das condições socioeconômicas da população.
Pode ser aceito estudo de crescimento de população, realizado com outra As Normas Técnicas da ABNT recomendam adotar os seguintes valores per
finalidade, desde que satisfaça os critérios apresentados acima. capita:
As populações flutuante e temporária devem ser estimadas mediante crité-
rios particulares, estabelecidos de acordo com os hábitos e costumes locais. →→Municípios com população acima de 50.000 habitantes: 200 a 300 L/hab.dia;
Na ausência de dados estatísticos oficiais ou informações de outras fontes,
poderá ser admitido para previsões de abastecimento dessas populações, que
→→Municípios com população inferior a 50.000 habitantes: 150 a 200 L/hab.dia.
o número de estabelecimentos comerciais ou públicos tenha o mesmo fator
Recomendam ainda que, caso se adote para efeitos de projeto, o consumo
de proporcionalidade da população residente.
per capita de 100 L/hab.dia, as justificativas para esta opção devem ser apre-
Diante da população total estimada, será necessário conhecer a população
sentadas com seus devidos esclarecimentos.
atendida pelos serviços, que pode estar ou não sujeita ao abastecimento.

POPULACÃO ATENDIDA PELOS SERVIÇOS Consumido


A população atendida é a parcela da população que efetivamente se utiliza Quando o sistema já se encontra implantado, é possível determinar o volu-
dos serviços públicos de abastecimento de água potável para seu consumo me consumido per capita, que depende da quantidade de água disponibilizada
pelo sistema público de abastecimento e de sua regularidade, das caracterís-
(população abastecida). ticas locais (clima, pluviometria, etc.), das condições socioeconômicas e da
população atendida.
Como o volume produzido pode ser maior que o consumido é importante
comparar o consumo demandado com aquele efetivamente consumido para
não onerar o sistema em termos de custos desnecessários.
4.2 Cobertura do abastecimento de água potável A Organização Mundial da Saúde indica como sendo o mínimo necessário
para manter as necessidades de um indivíduo (saciar a sede, ter uma higiene
adequada e preparar os alimentos) o valor de 100 L/hab.dia. Valores de volu-
A cobertura do abastecimento de água potável é representada em termos per-
mes consumidos inferior ao recomendado deverão ser sempre investigados.
centuais entre a população total e a população atendida pelos serviços.
Conhecer a cobertura do abastecimento de água permite identificar situ-
ações de desigualdade entre áreas do município e tendências que poderão
demandar ações e estudos específicos (abastecimento por meio de outras
4.3.1 Variações de consumo
fontes, construções e moradias irregulares, favelização, etc.), subsidiar análi-
ses de risco para a saúde associados a fatores ambientais (baixas coberturas
favorecem a proliferação de doenças de veiculação hídrica) e, principalmente, Nos SAA ocorrem variações de consumo significativas, que podem ser
subsidiar a avaliação das políticas públicas voltadas ao saneamento básico. anuais, mensais, diárias, horárias e instantâneas. Algumas dessas variações
de consumo devem ser consideradas no cálculo do volume consumido e a ser
consumido. São elas:

→→Variações anuais: o consumo per capita tende a aumentar com o passar


do tempo e com o crescimento populacional. Em geral se aceita um incre-
mento de 1% ao ano no valor desta taxa;

CADERNOS TEMÁTICOS - Abastecimento de água potável 10 CADERNOS TEMÁTICOS - Abastecimento de água potável 11
→→Variações mensais: as variações climáticas (temperatura e precipita- Onde:
ção) promovem uma variação mensal do consumo. Quanto mais quente e P = população (habitantes)
seco for o clima maior é o consumo verificado. O consumo médio no inver- q = consumo per capita de água (L/hab.dia)
no é aproximadamente 80% da média diária anual e no verão, acrescenta- K1 = coeficiente de reforço para o dia de maior consumo
se mais de 15% desta média; K2 = coeficiente de reforço para a hora de maior consumo
→→Variações diárias: o volume distribuído num ano dividido por 365 permi-
te conhecer a vazão média diária anual. A relação entre o maior consumo PARA LEMBRAR . . .
diário verificado e a vazão média diária anual fornece o coeficiente do dia Vazão ou caudal é o volume de determinado fluido que passa por uma
de maior consumo que é representado por “K1”. Assim, K1 é igual à vazão determinada seção de um conduto livre ou forçado, por uma unidade de tempo.
média do dia de maior consumo dividido pela vazão média diária anual. Ou seja, vazão é a rapidez com a qual um volume escoa.
→→Seu valor varia entre 1,2 e 2,0 dependendo das condições locais (o valor
usualmente adotado no Brasil para K1 é 1,20). Observa-se que as normas
?
Para saber mais sobre o conteúdo das normas técnicas e
para projetos adotadas em cada localidade ou região estabelecem o valor
aprofundar seus conhecimentos acesse www.abnt.org.br
do coeficiente do dia de maior consumo a ser adotado em estudos.

→→Variações horárias: ao longo do dia têm-se valores distintos de picos de


consumo. Via de regra, o consumo é maior nos horários de refeições e menor
no início da madrugada. Entretanto haverá uma determinada hora do dia em
que a vazão de consumo será máxima. O coeficiente da hora de maior con-
sumo (K2), que é a relação entre o máximo consumo horário verificado no 4.5 Componentes do Sistema de Abastecimento de
dia de maior consumo e o consumo médio horário do dia de maior consumo.
Água potável
Via de regra, um sistema de abastecimento de água potável é composto pelas
seguintes infraestruturas e serviços:

4.4 Demanda de água potável →→Captação de água bruta;


→→Adução e subadução de água bruta e tratada;
Considera-se demanda de água o volume que deve ingressar no SAA para satis-
→→Estações elevatórias e/ou estações de recalque;
fazer as necessidades dos usuários/consumidores, acrescida das perdas e dos
desperdícios. Por esta razão é importante que seja conhecida, além do consumo →→Estação de tratamento de água;
per capita a real demanda de água em uma comunidade, ou seja, o quanto se
requer de água tratada para satisfazer as necessidades desta comunidade. →→Reservatórios;
A ABNT recomenda também que para um estudo das demandas deverão
→→Rede de distribuição de água tratada;
ser consideradas as vazões médias, máxima diária e máxima horária utilizan-
do-se as seguintes equações: →→Ligação domiciliar.

Vazão média: Qméd. = P.q./86.400 (L/s)

Vazão máxima diária: Qmáxdia = P.q.K1.C/86.400 (L/s)

Vazão máxima horária: Qmáxhor = P.q.K1.K2.C/86.400 (L/s)

CADERNOS TEMÁTICOS - Abastecimento de água potável 12 CADERNOS TEMÁTICOS - Abastecimento de água potável 13
A Figura 3 apresenta, de forma esquemática, um sistema público de abas-
Manancial subterrâneo
tecimento de água potável, no qual a captação é realizada a partir de um ma-
nancial superficial. A captação de água de um manancial subterrâneo (explotação) ocorre por
meio da abertura de poços com a finalidade de captar a água. As águas subter-
Figura 3 − Sistema de abastecimento de água râneas podem ser retiradas através de poços rasos ou profundos (tubulares).
Os poços rasos são escavados em locais onde o nível do freático é próximo à
superfície, não necessitando de grandes escavações, porém, estão mais sujei-
tos à contaminação.
Já poços tubulares são perfurados a grandes profundidades, com o objeti-
vo de atingir aos aquíferos, cujas principais vantagens são maior disponibilida-
de de água, a qualidade dessas águas e a possibilidade de serem perfurados
em locais mais próximos ao uso desejado.
No caso de se planejar o sistema público com a utilização desse manancial,
será necessário solicitar à Agência Nacional das Águas (ANA) uma autorização
para perfuração do poço. Neste momento, é informado o local de perfuração,
a expectativa de vazão e o tipo de aquífero esperado. Na análise para a auto-
rização de perfuração verifica-se a existência de outros poços na região que
poderiam ser afetados, ou mesmo riachos e córregos.
A análise de disponibilidade hídrica dos poços tubulares é realizada por
meio de resultados de teste de bombeamento e da avaliação da recarga do
aquífero (quantidade de água reposta por meio da infiltração das águas de
chuva). É importante que a vazão máxima a ser captada seja sustentável em
termos de recarga, uma vez que a superexplotação (retirada excessiva de
água) pode levar o aquífero à exaustão.
Note que uma cidade poderá ter um SAA misto, ou seja, a partir de águas
superficiais e subterrâneas.

Manancial de águas meteóricas


Para o caso de utilização das águas pluviais, a captação pode ocorrer por
Fonte: Manual Saneamento FUNASA, 2007. meio de locais para o armazenamento dessas águas (pequenos barramentos,
barreiros, cacimbas ou cisternas) e de poços rasos.

4.5.1 Captação de água bruta


4.5.2 Adução/subadução de água bruta e tratada
A captação de água bruta pode ser definida como o conjunto de estruturas e
dispositivos, construídos ou montados junto a um manancial para a retirada Adutoras são canalizações que se destinam a conduzir água entre as unidades
de água destinada a um SAA. que precedem a rede de distribuição. Não possuem derivações para alimentar
distribuidores de rua ou ramais prediais. Há, entretanto, casos em que partem
Manancial superficial da adutora principal ramificações (subadutoras) para levar água a outros pon-
tos fixos do SAA.
Nos mananciais superficiais, a captação deve ser projetada e construída
São canalizações de importância vital para o abastecimento, principalmen-
para que em qualquer época do ano sejam asseguradas condições de fácil en-
te quando constituídas de uma só linha, como acontece na maioria dos casos.
trada da água e, tanto quanto possível, da melhor qualidade encontrada no
Qualquer interrupção que venham a sofrer, afetará o abastecimento de toda
manancial. A depender das condições encontradas no manancial, é neces-
a população.
sário barrar a água para que ela possa ser captada. Para possibilitar seu bar-
Por falta de especificações correta dos materiais e pela inobservância das
ramento são construídas barragens de nível (estruturas construídas no curso
melhores técnicas construtivas, acidentes têm ocorrido com alguma frequên-
d`água para elevar o nível do manancial para que a água possa ser utilizada).
cia em muitos sistemas públicos de abastecimento, inclusive de grandes cida-
des, mesmo onde os recursos em material e pessoal são maiores.

CADERNOS TEMÁTICOS - Abastecimento de água potável 14 CADERNOS TEMÁTICOS - Abastecimento de água potável 15
As adutoras são assim classificadas (Figura 4):
ADUTORAS POR RECALQUE
a. Quanto à natureza da água transportada:

→→Adutoras de água bruta (AAB): transportam a água bruta da captação RECALQUE SIMPLES
até a Estação de Tratamento de Água; Linha piezométrica (recalque) Reservatório intermediário
Linha piezométrica (gravidade)
→→Adutoras de água tratada (AAT): transportam a água tratada da Esta-
ção de Tratamento de Água até os reservatórios de distribuição. Reservatório
de distribuição

b. Quanto à energia para a movimentação da água:


Estação elevatória
→→Adutoras por gravidade
• em conduto forçado (tubos sujeitos a pressão superior à atmosférica); RECALQUE DUPLO
• em conduto livre (canais, aquedutos ou tubos sujeitos à pressão at- Linha piezométrica 2º Recalque
mosférica – muito pouco usados atualmente);
Reservatório
Linha piezométrica 1º Recalque
→→Adutoras por recalque (simples ou duplo);
→→ Adutoras mistas (com trecho por recalque e outro por gravidade, ou vice-versa). Estação elevatória 2

Destaca-se que o período de funcionamento da adução é determinado em Estação elevatória 1


função de seu dimensionamento hidráulico, ou seja, adutoras por gravidade
podem funcionar 24h/dia e adutoras por recalque de 16 a 20h/dia com paradas
de bombas previsíveis com vistas à economia de energia.
ADUTORAS MISTAS

Figura 4 – Classificação das adutoras


ADUTORA MISTA
Linha piezométrica Reservatório intermediário
(recalque)
ADUTORAS POR GRAVIDADE Linha piezométrica (gravidade)

CONDUTO FORÇADO
Reservatório Reservatório
Linha piezométrica
Reservatório de distribuição

Estação elevatória
CONDUTO LIVRE
Reservatório Linha piezométrica coincidente com o nível d’água
Reservatório
Fonte: Notas de aulas.

CONDUTO LIVRE E FORÇADO Diversos fatores devem ser considerados quando do traçado de adutoras,
Aqueduto Linha piezométrica dentre os quais a topografia, as características do solo e as facilidades de
Trecho em acesso. Esses fatores têm importância na determinação final de seu custo de
conduto livre construção, operação e manutenção. Portanto deve-se sempre considerar o
traçado mais direto possível evitando ou procurando contornar acidentes ge-
Sifão invertido
(conduto forçado) ográficos ou obstáculos naturais mais críticos e de difícil travessia (rios, grotas
ou grandes depressões, cumes de morros, etc.). Note que aproximar adutoras
de estradas pode facilitar sua implantação e manutenção futura.

CADERNOS TEMÁTICOS - Abastecimento de água potável 16 CADERNOS TEMÁTICOS - Abastecimento de água potável 17
Tecnicamente as adutoras são construídas por diversos materiais: IMPORTANTE!
→→Tubos metálicos Para diminuir o custo de implantação das adutoras, recomenda-se...
• Aço; • A adutora deverá ser implantada, de preferência em ruas e terrenos públicos;
• Ferro fundido dúctil; • Deve-se evitar traçado onde o terreno é rochoso, pantanoso e de outras
• Ferro fundido cinzento (não mais fabricado no Brasil). características não adequadas;
→→Tubos não metálicos • A adutora deve ser composta de trechos ascendentes com declividade não
• Materiais plásticos (PVC, poliéster reforçado com fibra de vidro); inferior a 0,2% e trechos descendentes com declividade não inferior a 0,3%,
• Concreto protendido; mesmo em terrenos planos;
• Cimento amianto (não mais fabricado no Brasil). • Quando a inclinação do conduto for superior a 25%, há necessidade de se
IMPORTANTE! utilizar blocos de ancoragem para dar estabilidade ao conduto;
Cada tipo de material apresenta uma série de vantagens e desvantagens. • Não se devem executar trechos de adução horizontal; no caso do perfil do
É, portanto, difícil apontar o melhor material a ser utilizado, sem que haja um terreno ser horizontal, o conduto deve apresentar alternadamente, perfis
estudo cuidadoso para satisfazer a todos os requisitos desejados de resistência, ascendentes e descendentes;
durabilidade e economia. • São recomendados os traçados que apresentam trechos ascendentes
longos com pequena declividade, seguido de trechos descendentes curtos,
A escolha dos materiais construtivos deve se dar em função da pressão da com maior declividade.
água a ser aduzida (os materiais devem resistir aos esforços internos, inclusive
contra os transitórios hidráulicos, sem provocar trincas, arrebentamentos e
vazamentos nas juntas), da economia associada (ter menor custo, ter durabili-
dade, resistir a ação de choques, permitir o menor número de juntas e facilitar
a operação e manutenção) e em função de outros fatores, como por exem-
plo: características do local (declividade, tipo de solo, localização do lençol 4.5.3 Estações elevatórias e/ou estações de recalque
freático, etc.), disponibilidade de materiais (dimensões, espessuras, juntas e
acessórios), propriedades do material (revestimentos, resistência à fadiga e à Estações Elevatórias (EE) são instalações de bombeamento de água (bruta ou
corrosão); pressões externas (peso da terra, carga do tráfego), etc. tratada) destinadas a transportar a água a pontos mais distantes ou mais ele-
Além disso, as especificações técnicas determinam que a faixa de servidão vados, ou para aumentar a vazão de linhas adutoras.
das adutoras deverá ser considerada em função do diâmetro das tubulações
requeridas (Tabela 1). →→Podem apresentar, dependendo de seu objetivo e importância, as se-
guintes utilizações:
Tabela1 – Faixa de servidão recomendadas para adutoras
→→Captar a água de mananciais de superfície ou poços rasos e profundos;
Faixas de Servidão ou Desapropriação →→Aumentar a pressão nas redes, levando a água a pontos mais distantes
ou mais elevados;
Diâmetro da tubulação (mm) Largura da faixa (m)
→→Aumentar a vazão de adução.
Até 400 2,00
A depender das condições locais e de projeto, normalmente são instaladas
Acima de 400 até 800 3,00
após a Estação de Tratamento de Água para que ocorra o bombeamento da
Acima de 800 até 1.500 4,00 água até os reservatórios. Contudo, podem também ser instaladas entre re-
servatórios e, ainda, em algum trecho da rede de distribuição de água, nestes
Acima de 1.500 Estudar cada caso casos são utilizados pressurizadores de rede do tipo “booster”.

CADERNOS TEMÁTICOS - Abastecimento de água potável 18 CADERNOS TEMÁTICOS - Abastecimento de água potável 19
Figura 5 – Estações Elevatórias (típica e pressurizada) →→Linha de sucção (conjunto de canalizações e peças que vão do poço de
sucção até a entrada da bomba);

→→Linha de recalque (conjunto de canalizações e peças que vão da saída da


bomba até o reservatório ou ponto de recalque);

→→Poço de sucção (reservatório de onde a água será recalcada. Sua capaci-


dade ou volume deve ser estabelecido de maneira a assegurar a regularida-
de no trabalho de bombeamento)

4.5.4 Estação de Tratamento de Água (ETA)

Podem ser caracterizadas como o conjunto de infraestruturas e instalações


operacionais destinadas a tratar a água bruta. O objetivo do tratamento da
Fonte: PM Porto Ferreira - SP e SEMAIS, Município de Canelinha-SC. água é melhorar sua qualidade, retirando impurezas que podem causar danos
à saúde humana, sejam elas de origem química, física ou biológica, bem como
melhorar as suas propriedades organolépticas 4.
PARA SABER MAIS...
Pressurizadores de rede do tipo booster não dispõem de poço de sucção, pois IMPORTANTE!
normalmente são instalados diretamente na adutora ou na rede principal de Qualquer água, sob o ponto vista técnico, pode ser tratada!
abastecimento de água. No entanto, o risco sanitário e o custo do tratamento podem ser tão elevados que
A utilização das EE em SAA elevam despesas de operação devido aos gastos tornam seu tratamento inviável.
com energia; são vulneráveis a interrupções e falhas no fornecimento de energia;
exigem operação e manutenção especializada, aumentando ainda mais os custos A escolha do tipo de tratamento a ser empregado depende diretamente
com pessoal e equipamentos; etc. das análises de parâmetros encontrados na água bruta. A resolução CONAMA
nº 357/2005 define esses parâmetros em função do enquadramento dos cor-
No entanto, dificilmente um SAA de médio ou grande porte deixa de contar com
pos d’água.
uma ou mais estações elevatórias.
PARA LEMBRAR . . .
O enquadramento de corpos d’água estabelece o nível de qualidade a ser
As estações elevatórias típicas são formadas por: alcançado ou mantido ao longo do tempo. Mais do que uma simples classificação,
→→Casa de bombas (edificação própria destinada a abrigar os conjuntos o enquadramento deve ser visto como um instrumento de planejamento, pois
moto-bomba). Deve ter iluminação e ventilação adequadas e ser suficien- deve tomar como base os níveis de qualidade que deveriam possuir ou ser
temente espaçosa para a instalação e movimentação dos equipamentos, mantidos para atender às necessidades estabelecidas pela sociedade e não
incluindo espaço para a parte elétrica (quadro de comando, chaves, etc.); apenas a condição atual do corpo d’água em questão. O enquadramento busca
→→Bomba (equipamento encarregado de succionar a água, retirando-a do “assegurar às águas qualidade compatível com os usos mais exigentes a que forem
poço de sucção e pressurizando-a em seu rotor que a impulsiona para re- destinadas” e a “diminuir os custos de combate à poluição das águas, mediante
calque). Podem ser classificadas de uma maneira geral em: turbobombas ações preventivas permanentes” (art. 9º, Lei nº 9.433/1997).
ou bombas hidrodinâmicas (bombas radiais ou centrífugas, as mais usadas A classe do enquadramento de um corpo d’água deve ser definida em um pacto
para abastecimento público de água; bombas axiais; bombas diagonais ou
de fluxo misto) e bombas volumétricas, de uso comum na extração de água
acordado pela sociedade, levando em conta as prioridades de uso da água.
de cisterna (bombas de êmbolo ou bombas de cilindro de pistão); A discussão e o estabelecimento desse pacto ocorrem no âmbito do Sistema

→→Motor de acionamento (equipamento encarregado do acionamento da


bomba. O tipo de motor mais utilizado nos sistemas de abastecimento de 4 Propriedades organolépticas da água: características que podem ser percebidas pelos sentidos
água é o acionado eletricamente); humanos como cor (incolor), odor (inodoro) e sabor (insípido).

CADERNOS TEMÁTICOS - Abastecimento de água potável 20 CADERNOS TEMÁTICOS - Abastecimento de água potável 21
Outros processos podem, eventualmente, serem necessários, tais como,
Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (Singreh). O enquadramento aeração para remoção de ferro e manganês, absorção em carvão ativado para
é referência para os outros instrumentos de gestão de recursos hídricos remoção de produtos orgânicos que promovam gosto e odor, troca iônica para
(outorga e cobrança) e instrumentos de gestão ambiental (licenciamento e redução de dureza, etc., e sua adoção depende exclusivamente dos resultados
monitoramento), sendo, portanto, um importante elo entre o Singreh e o das análises da água bruta.
Sistema Nacional de Meio Ambiente.

ATENÇÃO MÁXIMA!
Essa análise deve ser a mais completa possível para obter as informações
Três requisitos devem ser levados em conta para que um SAA seja considerado
necessárias sobre os processos de tratamento a que deverá ser submetida a apropriado: qualidade da água bruta, tecnologia de tratamento e capacidade de
água que se pretende usar. sustentação do sistema.
Muitas vezes, a complexidade e, por conseqüência, o custo do tratamento pode
ser tão alto que justifica a troca de manancial. Outras vezes, a água a ser utilizada é
de tão boa qualidade que não exige tratamento, ou exige tratamento simplificado.

?
Normalmente, as águas superficiais são turvas, possuem cor e arrastam Para saber mais sobre sistemas e processos de tratamento das águas
microrganismos em seu escoamento. Na maioria dos casos, o tratamento indi- de abastecimento acesse www.pmss.gov.br/index.php/recesa
cado para potabilização dessas águas é o convencional, basicamente compos-
to das seguintes fases ou operações, conforme apresenta a Figura 6.

4.5.5 Reservatórios
Figura 6 – Fases do tratamento convencional
Os reservatórios são unidades hidráulicas de acumulação e passagem de
água, situados em pontos estratégicos do SAA, de modo a atenderem as se-
guintes situações:
Garantia da quantidade de água (demandas de equilíbrio, de emergência e
de anti-incêndio);

→→Garantia de adução com vazão e altura manométrica5 constantes;


→→Menores diâmetros no sistema;
→→Melhores condições de pressão.

Reservatórios são dimensionados para manterem a vazão e a altura ma-


nométrica do sistema de adução constantes e devem armazenar água nos
períodos em que a capacidade da rede for superior à demanda e para comple-
mentar o abastecimento quando a situação for inversa.
Podem ser classificados de acordo com seu posicionamento no solo (Figura 7):

→→Enterrado: quando completamente embutido no terreno;


→→Semienterrado ou semiapoiado: altura líquida com uma parte abaixo do
nível do terreno;

→→Apoiado: laje de fundo apoiada no terreno;


→→Elevado: reservatório apoiado em estruturas de elevação;
→→Stand pipe: reservatório elevado com a estrutura de elevação embutida
de modo a manter contínua o perímetro da secção transversal da edificação.

5 Altura manométrica:energia por unidade de peso que o sistema solicita para transportar o fluido
do reservatório para a rede, com uma determinada vazão.

CADERNOS TEMÁTICOS - Abastecimento de água potável 22 CADERNOS TEMÁTICOS - Abastecimento de água potável 23
IMPORTANTE!
IMPORTANTE!
Desde que as cotas do terreno sejam favoráveis, a preferência será pela
Para evitar contaminação e desperdício de água, os reservatórios devem estar em
construção de reservatórios semienterrados, dependendo dos custos de
boas condições de infraestrutura.
escavação e de elevação, bem como da estabilidade permanente da construção,
Os mais usuais em SAA são os semienterrados e os elevados. Os elevados são principalmente quando a reserva de água for superior a 500 m3. Reservatórios
projetados para quando há necessidade de garantia de uma pressão mínima na elevados com volumes superiores implicam em custos significativamente
rede e as cotas do terreno disponíveis não oferecem condições para que o mes- mais altos, notadamente os de construção, e preocupações adicionais com a
mo seja apoiado ou semienterrado, isto é, necessita-se de uma cota piezométri- estabilidade estrutural.
ca de montante superior à cota de apoio do reservatório no terreno local.
Quando os volumes a armazenar forem grandes, principalmente acima dos
De forma geral, os reservatórios são construídos em concreto armado, al-
venaria, concreto protendido, aço ou fibra de vidro.
800 m3, e houver necessidade de cotas piezométricas superiores a do terreno na
saída do reservatório, a opção mais comum é a construção de um reservatório
elevado conjugado com um semienterrado. Neste caso toda a água distribuída
Figura 7 − Tipos de Reservatórios pela rede à jusante será bombeada do reservatório inferior para o superior à
medida que a demanda for solicitando, mantendo-se sempre um volume mínimo
no reservatório superior de modo a manter a continuidade do abastecimento em
caso de interrupção neste bombeamento.

4.5.6 Rede de distribuição de água tratada

Entende-se por rede de distribuição o conjunto de peças especiais (tubula-


ções) destinadas a conduzir a água tratada até as instalações prediais, ou os
pontos de consumo público, sempre de forma contínua e segura.
A rede de distribuição é formada por dois tipos de tubulação, que são de-
nominados condutos:

→→Condutos principais: também chamados tronco ou mestres, são as ca-


nalizações de maior diâmetro, responsáveis pela alimentação dos condu-
tos secundários.

→→Condutos secundários: de menor diâmetro, são os que estão intima-


mente em contato com os prédios a abastecer.

Para que o traçado dos condutos principais seja menos oneroso/custoso


deve-se considerar o tipo de pavimentação das ruas, ruas de menor intensida-
de de trânsito, proximidade de grandes consumidores, dentre outras.
De forma geral, as redes são definidas conforme a disposição de seus con-
Fonte: Mídia digital. dutos principais conforme apresenta o Quadro 1.

CADERNOS TEMÁTICOS - Abastecimento de água potável 24 CADERNOS TEMÁTICOS - Abastecimento de água potável 25
Obs.: O traçado dos condutores principais deve tomar em consideração:

- ruas sem pavimentação;


- ruas com pavimentação menos onerosa;
ruasdos
-traçado
Obs.: O decondutores
menor principais
intensidade de em
deve tomar trânsito;
consideração:
proximidade
-- ruas de grandes consumidores;

?
Quadro 1 – Tipos de rede de distribuição sem pavimentação;
proximidade dasmenos
áreas Para saber mais sobre a elaboração de projeto hidráulico de redes
Obs.: O traçado-- dos
ruas com pavimentação
condutores principais devee tomar
onerosa; de edifícios que devem
em consideração: ser protegidos contra
- ruas de menor intensidade de trânsito;
incêndio.
- proximidade de grandes consumidores;
ruas -sem pavimentação;
proximidade das áreas e de edifícios que devem ser protegidos contra
de distribuição para abastecimento público www.abnt.org.br
Tipo Características -
8.3.Tipos- prruas incêndio.
com pavimentação
incipais de r edes® menos
Detalhe onerosa;
em geral, podem ser definidos três tipos principais de redes
- ruas
de8.3.Tipos
distribuição,de menor
pr incipaisconformeintensidade
de r edes® ema geral, de trânsito;
disposição
podem ser dos seus
definidos trêscondutos principais.
tipos principais de redes
proximidade
de-distribuição, de agrandes
conforme consumidores;
disposição dos seus condutos principais.
- proximidade das áreas e de edifícios que devem ser protegidos contra
a)incêndio.
Rede
a) Rede em “espinha
em “espinha de ®peixe”
de peixe” em que ® em que
os condutos os condutos
principais principais
são traçados, a partir são traçados, a partir
Os condutos principais são traçados, a partir dede um conduto principal central, com uma disposição ramificada que faz jus aquela
um conduto principal central, com uma disposição ramificada que faz jus aquela
denominação. É um sistema típico de cidades que apresentam desenvolvimento
denominação.
8.3.Tipos pr incipaislinear r edes® É
depronunciado. emum sistema
geral, podem típico de cidades
ser definidos três tiposque apresentam
principais desenvolvimento
de redes
de um conduto principal central (mestre), linear
de distribuição, pronunciado.
conforme a disposição dos seus condutos principais.
com uma disposição ramificada que faz jus 4.5.7 Ligação domiciliar
Espinha de peixe a) Rede em “espinha R de peixe” ® em que os Rcondutos principais são traçados, a partir
aquela denominação. É um sistema típico dede um conduto principal central, com uma disposição ramificada que faz jus aquela
denominação. É um sistema típico de cidades que apresentam desenvolvimento
cidades que apresentam desenvolvimento linear pronunciado. R R
Uma das grandes dificuldades ao se conceber, projetar ou interpretar um SAA
b) Rede em “grelha” ® em que os condutos principais são sensivelmente paralelos,
linear pronunciado. ligam-se em uma extremidade a um conduto principal e têm os seus diâmetros
decrescendo para a outra extremidade. é compreender as diferenças existentes entre ligações e economias para pos-
b) Rede
R emR “grelha” ® em que os Rcondutos principais são sensivelmente paralelos,
sibilitar atender e prever a demanda de água em um município no tempo de-
ligam-se em uma extremidade a um conduto principal e têm os seus diâmetros terminado (Figura 8).
decrescendo para a outra extremidade.
Ligação domiciliar é a instalação que une a rede de distribuição à rede in-
c) Rede em anel (malhada) ® em que os condutos principais formam circuitos
Os condutos principais são sensivelmente b) Rede emfechados
“grelha”nas ®
zonasemprincipais
que osa condutos principais
serem abastecidas: resultasão sensivelmente
a rede de distribuição paralelos,
terna de cada imóvel (comercial, industrial, público ou residencial) fazendo a
ligam-setipicamente
em uma malhada.
extremidade
É um tipoa de
umredeconduto principal
que geralmente e têm
apresenta uma os seus diâmetros
eficiência
paralelos, ligam-se em uma extremidade superior aosadois anteriores.
decrescendo para outra
R
extremidade. água chegar.
Grelha a um conduto principal e têm os seus
Economia é definida como o imóvel ou subdivisão de um imóvel com ocu-
diâmetros decrescendo para a outra R

R pação independente e/ou razão social própria, dotado de instalações sanitá-


extremidade.
c) Rede em anel (malhada) ® em que os condutos principais formam circuitos
- Nos dois tipos de redes, a circulação da água nos condutos principais faz-se rias privativas ou comuns, para uso dos serviços de abastecimento de água.
fechados nasumzonas
praticamente em principais
único sentido. a serem
Uma interrupção abastecidas:
acidental em um condutoresulta
mestre a rede de distribuição
tipicamente malhada.
prejudica sensivelmente as áreas É um àtipo
situadas deda rede
jusante queocorrem
seção onde geralmente
o acidente.apresenta uma eficiência Para que seja possível controlar, medir e registrar a quantidade de água
c) Rede superior
em anel aos (malhada) ® em que os condutos principais formam circuitos
dois anteriores.
fechados nas zonas principais a serem abastecidas: resulta a rede de distribuição consumida em cada imóvel instala-se um hidrômetro junto à ligação.
tipicamente malhada. É um tipo de rede que geralmente apresenta uma eficiência
superior aos dois anteriores.
Os condutos principais formam circuitos
fechados nas zonas principais a serem R

abastecidas: resulta a rede de distribuição R


Figura 8 – Ligação domiciliar e economias
Anel (malhada)
tipicamente malhada. É um tipo de rede
- Nos dois tipos de redes, a circulação da água nos condutos principais faz-se
que geralmente apresenta uma eficiência praticamente em um único sentido. Uma interrupção acidental em um conduto mestre
- Nos dois tipos de redes, a circulação da água nos condutos principais faz-se
superior aos dois anteriores. prejudica sensivelmente as áreas situadas à jusante da seção onde ocorrem o acidente.
praticamente em um único sentido. Uma interrupção acidental em um conduto mestre
prejudica sensivelmente as áreas situadas à jusante da seção onde ocorrem o acidente.

Como a circulação da água nos condutos principais ocorre em um único


sentido, uma interrupção acidental em um desses condutos prejudica sensi-
velmente as áreas situadas à jusante da seção onde ocorreu o acidente.
Na rede em que os condutos principais formam anéis ou malha, uma even-
tual interrupção do escoamento em um trecho não ocasionará transtornos no
abastecimento das áreas à jusante, pois a água efetuará um caminhamento
diferente através de outros condutos principais.

IMPORTANTE!
Diâmetro mínimo das tubulações principais das redes calculadas como malhada:
• 150 mm quando abastece zonas comerciais ou zonas residenciais com
densidade igual ou superior a 150 hab.km2.
• 100 mm quando abastece as demais zonas de núcleos urbanos, cuja
população de projeto é superior a 5.000 habitantes.
• 75 mm para núcleos urbanos cuja população de projeto é igual ou inferior a
5.000 habitantes.
Diâmetro interno mínimo dos condutos secundários: 50 mm

CADERNOS TEMÁTICOS - Abastecimento de água potável 26 CADERNOS TEMÁTICOS - Abastecimento de água potável 27
CONTINUIDADE

5 DO ABASTECIMENTO
DE ÁGUA POTÁVEL 6 PERDAS
O abastecimento é considerado contínuo quando o sistema, em todas as suas Conforme apresentado, o sistema de abastecimento de água potável carac-
partes, é dotado de condições operacionais para que, em qualquer instante, teriza-se pela captação da água bruta e seu tratamento, transporte e for-
haja água na rede distribuidora com pressão e quantidade suficiente, confor- necimento à população. Durante todo o processo é possível ocorrer perdas
me condições normatizadas. (desperdícios) de água a ser distribuída.
É considerado descontínuo, quando há interrupção do fornecimento de água Importante relembrar que as perdas são contabilizadas no consumo de
ou, embora haja fornecimento, a pressão é insuficiente para atender o imóvel. uma população (Ver Capítulo 4).
Entretanto, poderão ocorrer interrupções programadas no SAA por neces- As perdas podem ser reais e aparentes e ocorrem em função de diversas
sidade de efetuar reparos, modificações ou melhorias de qualquer natureza. origens e magnitudes, sendo, portanto, um fator complexo de se prever, so-
Sempre que forem programadas interrupções deverá ser dada ampla divulga- bretudo se não houver procedimentos de medição. O Quadro 2 apresenta as
ção (data, locais ou trechos da interrupção, estimativa do tempo de reparo, ho- diversas origens e magnitudes das perdas físicas e aparentes de um SAA.
rário previsto para normalização do atendimento, etc.) para que o usuário tenha
conhecimento e possa programar-se no período previsto de interrupção.

Lei nº 11.445/2007 - art. 43


“A prestação dos serviços atenderá a requisitos mínimos de qualidade, incluindo
a regularidade, a continuidade e aqueles relativos aos produtos oferecidos, ao
atendimento dos usuários e às condições operacionais e de manutenção dos
sistemas, de acordo com as normas regulamentares e contratuais.”

Assim, a prestação dos serviços públicos de saneamento básico deverá


obedecer ao princípio da continuidade, podendo ser interrompida pelo pres-
tador nas hipóteses de:

→→Situações que atinjam a segurança de pessoas e bens, especialmente as


de emergência e as que coloquem em risco a saúde da população ou de
trabalhadores dos serviços de saneamento básico;

→→Manipulação indevida, por parte do usuário, da ligação predial, inclusive


medidor, ou qualquer outro componente da rede pública;

→→Necessidade de efetuar reparos, modificações ou melhorias nos siste-


mas por meio de interrupções programadas.

CADERNOS TEMÁTICOS - Abastecimento de água potável 28 CADERNOS TEMÁTICOS - Abastecimento de água potável 29
Quadro 2 –Origens e magnitudes das perdas IMPORTANTE!
Localização Origens Magnitude No Brasil, o índice de perdas se mantém e é considerado elevado (40%).
O PLANSAB solicita que esse índice deve ser reduzido a 30% até o ano de 2033.
Vazamento nas tubulações Variável, em função do estado
Adução da água bruta das tubulações e da eficiência
Para explicar a existência de perdas de água em patamares acima do aceitável,
Limpeza do poço de sucção operacional algumas hipóteses podem ser levantadas: falhas na detecção de vazamentos;
redes de distribuição funcionando com pressões muito altas; problemas na
Vazamentos estruturais
Significativa, em função do estado qualidade da operação dos sistemas; dificuldades no controle das ligações
Tratamento Lavagem dos filtros das tubulações e da eficiência clandestinas e na aferição/calibração dos hidrômetros; ausência de programa de
operacional monitoramento de perdas; dentre outras hipóteses.
Descarga de lodo
Índices de perdas elevados, demonstram a necessidade dos prestadores
Vazamentos estruturais de serviços atuarem em ações para a melhoria da gestão, a sustentabilidade
Variável, em função do estado
da prestação dos serviços, a modernização de sistemas e a qualificação dos
Reservação Extravasamentos das tubulações e da eficiência
Perdas Físicas trabalhadores, dentre outras.
operacional
(reais)
Limpeza

Vazamento nas tubulações


A proposição de medidas visando a redução e o controle das perdas enseja
Variável, em função do estado o conhecimento de parâmetros (tais como volumes, pressões, níveis, etc.) que
Adução de água tratada Limpeza do poço de sucção das tubulações e da eficiência permitem qualificar a situação em que se encontra determinado sistema pú-
operacional blico de abastecimento de água potável.
Descargas Torna-se fundamental o estabelecimento da cultura da medição (Ver Ca-
pítulo 7), de forma a apropriar-se continuamente de parâmetros hidráulicos e
Vazamentos na rede
elétricos, do balanço hídrico, do completo diagnóstico do SAA e de sua mode-
Significativa, em função do estado
Distribuição Vazamento em ramais das tubulações e da eficiência lagem hidráulica, com base no real funcionamento do sistema.
operacional Para se alcançar um cenário como esse, é necessário que se tenha estru-
Descargas turado um “plano de ação” com vistas à redução e ao controle das perdas,
coerente com a disponibilidade de recursos financeiros, humanos e materiais,
Ligações clandestinas/irregulares considerando os custos e benefícios resultantes.

Ligações sem hidrômetros


Podem ser significativas,

Perdas
Hidrômetros parados
dependendo de procedimentos
cadastrais e faturamento;
6.1 Ligações clandestinas
Aparentes Hidrômetros que subestimam o volume consumido
manutenção preventiva, adequação
(comercial) São consideradas ligações efetuadas de forma irregular pelo usuário que co-
de hidrômetros e monitoramento do
Ligações inativas reabertas
sistema necta o imóvel diretamente à rede de distribuição para impossibilitar a real
Erros de leitura contabilização do consumo de água.
Ligações clandestinas são consideradas fraudes ao SAA e como tal, são
Número errado de economias práticas proibidas. Dentre as fraudes mais comuns estão as irregularidades
provocadas nos hidrômetros, ligações diretas da rede de abastecimento e des-
vios de água antes do hidrômetro.
Asperdas estão diretamente associadas à qualidade da infraestrutura e da Tais ligações, comprometem a estrutura física da rede de distribuição em
gestão dos SAA e por consequência vinculadas às características intrínsecas função de infiltrações, vazamentos e contaminações, devido ao material ina-
do prestador desses serviços públicos. dequado utilizado para este tipo de procedimento.
A redução das perdas físicas ou reais diminui os custos inerentes ao SAA,
pois propicia um menor consumo de energia, de produtos químicos e de ou-
tros insumos, utilizando as instalações existentes para ampliação da oferta,
sem a necessidade de expansão do sistema. Ligações clandestinas constituem dano ao patrimônio público e são consideradas
No caso das perdas aparentes ou comerciais, sua redução permite aumen- crime de furto (artigo 155 parágrafo 3º do Código Penal).
tar a receita tarifária, melhorando a eficiência dos serviços prestados e o de-
sempenho financeiro do prestador dos serviços.

30 CADERNOS TEMÁTICOS - Abastecimento de água potável 31


Macromedição é o conjunto de medições realizadas no sistema público de
abastecimento de água, desde a captação de água bruta até as extremidades
de jusante da rede de distribuição, para estimativa e avaliação dos parâmetros

7
operacionais hidráulicos (vazão, pressão e nível).

MICRO E
Os medidores envolvidos na macromedição são normalmente de maior
porte que os usados na micromedição, podendo, no entanto, ocorrer que um
medidor de grande porte seja usado em micromedição, como no caso de um
grande consumidor industrial, por exemplo (Figura 10).

MACROMEDIÇÃO Figura 10 – Instrumentos de macromedição

A micro e macromedição são sistemas de medição conceituados pela Metrolo-


gia. Constituem-se em instrumentos indispensáveis à operação eficaz de sis-
temas públicos de abastecimento de água potável, pois o conhecimento das
diversas variáveis proporcionadas pela medição, permite explorar as melho-
res formas de operação de todas as partes constituintes do sistema.
Entende-se por micromedição a medição do consumo realizada no ponto
de abastecimento de um determinado usuário, independente de sua categoria
ou faixa de consumo, preferencialmente por meio de instrumento de medição
individualizada.
Basicamente a micromedição compreende a medição permanente do volu-
me de água consumido, registrado periodicamente por meio de hidrômetros
(Figura 9).

Figura 9 – Instrumentos de micromedição

Fonte: Mídia digital.

? Para saber mais sobre metrologia e sua importância acesse


www.mcidades.gov.br

Fonte: Mídia digital.

CADERNOS TEMÁTICOS - Abastecimento de água potável 32 CADERNOS TEMÁTICOS - Abastecimento de água potável 33
Quadro 3 – Eventos previsíveis

EMERGÊNCIAS E Tipo de evento Descrição

8 CONTINGÊNCIAS • Inundações
• Ventos ciclônicos
Desastres naturais
• Erosões

NO SAA
• Condições meteorológicas extremas (raios, temperatura anormal, seca)

• Sabotagem
• Vandalismo
Internas • Roubo
• Acidentes com produtos químicos perigosos
A garantia da qualidade da água para consumo humano está cada vez mais asso- • Danos de equipamentos
ciada à incorporação de metodologias de avaliação e gestão de riscos, bem como
Ações humanas
a práticas de boa operação dos sistemas públicos de abastecimento de água.
Neste sentido, a Organização Mundial de Saúde recomenda o desenvolvi-
• Sabotagem/bioterrorismo
mento de Planos de Segurança da Água (PSA), privilegiando, assim, uma abor- • Vandalismo
dagem de segurança preventiva em detrimento da metodologia clássica de Externas
• Acessos indevidos
monitoramento de sua conformidade. • Acidentes com produtos químicos perigosos
Os Planos de Segurança da Água (PSA) são instrumentos que identificam
e priorizam perigos e riscos em um sistema de abastecimento de água, desde
o manancial até o consumidor, visando estabelecer medidas de controle para
reduzi-los ou eliminá-los e estabelecer processos para verificação da eficiên- • Incêndio
cia da gestão preventiva. • Ruptura ou queda de energia no abastecimento
• Falhas em equipamentos mecânicos
• Interrupção do abastecimento de água
Incidentes inesperados
? Para saber mais sobre o PSA acesse www.funasa.gov.br • Contaminação por produtos químicos utilizados na ETA
• Acidentes construtivos
• Problemas com pessoal (perda de operador, emergência médica)
• Contaminação acidental (surto epidêmico, ligações cruzadas acidentais)
Apesar de todo o sistema de abastecimento de água ser objeto de moni-
toramento no âmbito do processo de controle estabelecido, podem ocorrer
eventos que, por sua natureza, advêm de situações excepcionais, tais como
desastres naturais (inundações, secas, etc.), ações humanas e outros inciden-
tes inesperados, que apresentem relevante impacto negativo na qualidade da Ações de emergência especificam de forma clara, os responsáveis pela
água e, consequentemente, possam pôr em perigo a saúde pública. coordenação das medidas a tomar, os esquemas alternativos para o abaste-
Na possibilidade de se registrar eventos de consequências problemáticas cimento de água nos casos de emergência, bem como um plano de comuni-
(Quadro 3), a legislação do setor demanda a concepção de Ações de Emergên- cação para alertar e informar os usuários e consumidores6. Devem refletir as
cia para seu combate. etapas essenciais necessárias para iniciar, dar continuidade e encerrar a res-
posta a uma emergência.
As emergências a considerar podem ser agrupadas em níveis de alerta,
conforme a gravidade demonstrada pela situação (Quadro 4)

6 No direito público, usuário é aquele que se utiliza dos serviços públicos (relação poder público/con-
cessionária/usuário) e consumidor, aquele que consome o produto gerado pela prestadora dos serviços
(concessionária/consumidor).

CADERNOS TEMÁTICOS - Abastecimento de água potável 34 CADERNOS TEMÁTICOS - Abastecimento de água potável 35
Quadro 4 – Nivelamento das emergências Figura 11 – Plano de Emergências e Contingências

Incidente, anomalia ou suspeita que, por suas dimensões ou localização, não


NÍVEL 1 Situação anormal
representam uma ameaça para além do local onde foi produzida.

Acidente que pode evoluir para situação de emergência se não houver uma ação
NÍVEL 2 Situação de perigo
corretiva imediata, contudo, o sistema se mantém em funcionamento.

Acidente grave ou calamitoso, descontrolado ou de difícil controle que originou


Situação de
NÍVEL 3 ou pode originar danos pessoais, materiais ou ambientais. Requer ação corretiva
emergência
imediata para recuperação do controle e minimização das consequências.

As ações a serem estabelecidas para atendimento das emergências devem


ser concisas, objetivas e de fácil implementação. Os procedimentos necessá-
rios não necessitam ser exaustivos, porem deverão trazer a informação crítica
nas fazes iniciais da resposta e orientar para a resposta operacional.
Sempre que possível, a informação deve ser apresentada sob a forma de
“check-list” e de esquemas funcionais, para possibilitar uma fácil e rápida IMPORTANTE....
compreensão das recomendações a serem colocadas em prática. Em situação crítica de escassez ou contaminação de recursos hídricos que obrigue
Ressalta-se que as ações de emergência deverão ser revistas sempre que se à adoção de racionamento, declarada pela autoridade gestora de recursos
justifique pois são partes dinâmicas do planejamento, ou seja, tanto as variá-
hídricos, o ente regulador poderá adotar mecanismos tarifários de contingência,
veis sofrem modificações como também os recursos que deverão ser empre-
gados em cada ação. com objetivo de cobrir custos adicionais decorrentes, garantindo o equilíbrio
Para dar respostas às situações de emergência é necessário, ainda, que se financeiro da prestação do serviço e a gestão da demanda.
conceba as Ações de Contingências. A tarifa de contingência, caso adotada, incidirá, preferencialmente, sobre os
Ações de contingência consubstanciam-se em ações estruturadas e orga- consumidores que ultrapassarem os limites definidos no racionamento.
nizadas a serem acionadas quando constatada uma situação de emergência,
a fim de restabelecer o sistema afetado. Devem ocorrer por meio de ações in-
tegradas, baseadas em procedimentos e abordagens técnico-científicas, utili-
zando como apoio uma base de dados e informações georreferenciadas, com
o envolvimento de múltiplos atores. Inclui ações de prevenção, preparação,
resposta, mitigação e recuperação.
Na necessidade de dar respostas aos diversos tipos de eventos previstos
ou previsíveis, aconselha-se elaborar e adotar um único documento que se
constituirá no Plano de Emergências e Contingências (PEC) para possibilitar o
atendimento do art. 19 da Lei nº 11.445/2007.
O PEC deverá conter o conjunto de procedimentos de contingências para
dar respostas a cada uma das situações de emergência previstas (Figura 11).

CADERNOS TEMÁTICOS - Abastecimento de água potável 36 CADERNOS TEMÁTICOS - Abastecimento de água potável 37
políticas e da gestão dos serviços públicos de saneamento básico. coord.
Berenice de Souza Cordeiro. – Brasília: Editora, 2009

REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS COMUSA- Companhia de Saneamento de Nova Hamburgo - RS. Disponível em:
<http://www.comusa.rs.gov.br>. Acesso em: 19/08/2015.

ABNT - NBR 12211:1992 - Estudo de concepção de sistemas públicos de DataSus- Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. Disponível em:
abastecimento de água – Procedimento <http://datasus.saude.gov.br/>. Acesso em: 11/082015.

ABNT - NBR 12212:1996 - Poço tubular - Projeto de poço tubular para captação de FUNASA- Fundação Nacional de Saúde. Saneamento Domiciliar- Manual de
água subterrânea instruções de uso das melhorias sanitárias domiciliares. 1. ed. Brasília: Fundação
Nacional de Saúde, 2014.
ABNT - NBR 12213:1992 - Projeto de sistemas de captação de água de superfície
para abastecimento público – Procedimento FUNASA- Fundação Nacional de Saúde. Manual de orientações técnicas para
elaboração de propostas para o programa – Melhorias sanitárias domiciliares. 1.
ABNT - NBR 12214:1992 - Projeto de sistema de bombeamento de água para ed. Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 2014.
abastecimento público – Procedimento
FUNASA- Fundação Nacional de Saúde. Manual de saneamento. 3. ed. rev. - Brasília:
ABNT - NBR 12215:1991 - Projeto de adutora de água para abastecimento público - Fundação Nacional de Saúde, 2007.
Procedimento
GALVÃO JUNIOR, A. C. et all. A Informação no Contexto dos Planos de Saneamento
ABNT - NBR 12216:1992 - Projeto de estação de tratamento de água para Básico. Fortaleza: Expressão Gráfica Editora, 2010.
abastecimento publico
HELLER, L.; PÁDUA V. L. Abastecimento de água para consumo humano. 2 ed. Belo
ABCON – Associação Brasileira de Concessionária. Disponível em:<http:// Horizonte: Editora UFMG, 2010. 1 v.
abconsindcon.com.br/>. Acesso em:18/08/2015.
Ministério das Cidades/Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental. Cadernos
ANA- Agência Nacional de Águas. Atlas Brasil: abastecimento público de água– temáticos para o panorama do saneamento básico no Brasil. Rezende, S.C. (org.);
Panorama Nacional.2010. Andrade Neto, C. O.; Campos, H. K. T.; Castro, J. E.; Cordeiro, B.; Galvão, E. A.; Galvão,
A. K. A.; Gorsdorf, L. F.; Inojosa, R. M.; Montenegro, M. H.; Moraes, A. C. R.; Moura, R.
ANA- Agência Nacional de Águas. Disponível em: <http://www.ana.gov.br/ M. G. R.; Paim, J. S.; Peixoto, J. B.; Souza, C.; Teixeira, J. B.; Wartchow, D., (autores).
bibliotecavirtual/imagens/default.asp>.Acesso em: 14/08/2015. Brasília: 2011.
ASTOLPHO, S.M. – Serviços Públicos de Saneamento Básico, Aulas técnicas, 2015 Ministério das Cidades/Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental. Plano
Nacional de Saneamento Básico. Brasília. 2013.
AZEVEDO NETTO, J.M., et all. Manual de Hidráulica. Ed. Edgard Blucher Ltda. 8 ed.
São Paulo, 1998. Organização Pan-Americana da Saúde. Avaliação de impacto na saúde das ações
de saneamento: marco conceitual e estratégia metodológica. Brasília: Ministério
ARIS- Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento. Disponível em: <http://
da Saúde, 2004. Disponível em <http://www.funasa.gov.br/site/wp-content/files_mf/
www.aris.sc.gov.br/biblioteca>. Acesso em: 10/08/2015.
eng_impacto.pdf>.
BELIVACQUA, A. L., et all. Saneamento Básico no Brasil: considerações sobre
Organização Pan-Americana da Saúde. Plano Setorial da Saúde para Mitigação e
investimentos e sustentabilidade para o século XXI. Revista de Administração
Adaptação à Mudança do Clima. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.
Pública. Rio de Janeiro. 2011.
SNIS- Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento: Diagnóstico dos
BRASIL. Lei n° 11.445, de 05 de Janeiro de 2007.
Serviços de Água e Esgotos- 2013. Brasília: SNSA/MCIDADES, 2014.
BRASIL. Lei n° 9.433, de 08 de Janeiro de 1997.
SNIS - Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento. Disponível em <http://
BRASIL. Decreto n° 7.217, de 21 de Junho de 2010. www.snis.gov.br/>. Acesso em: 18/05/2015.

BRASIL. Portaria n° 2.914, de 12 de Dezembro de 2011. TRATA BRASIL. Saneamento e Saúde. 2007.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Manual de orientação TRATA BRASIL. Manual do Saneamento Básico. 2012.
para cadastramento das diversas formas de abastecimento de água para
TRATA BRASIL. Benefícios econômicos da expansão do saneamento. 2014.
consumo humano / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde.
Brasília: Ministério da Saúde, 2007. TSUTYIA, M. T., et all. Abastecimento de Água. 3 ed. São Paulo: Departamento de
Engenharia Hidráulica e Sanitária da Escola Politécnica da Universidade de São
Brasil. Ministério das Cidades. Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental.
Paulo, 2006.
Programa de Modernização do Setor Saneamento (PMSS) Instrumentos das

CADERNOS TEMÁTICOS - Abastecimento de água potável 38 CADERNOS TEMÁTICOS - Abastecimento de água potável 39
CRÉDITOS Fundação Nacional de Saúde
Márcio Endles Lima Vale - Presidência
Antonio Arnaldo Alves de Melo - Diretoria Executiva
Patrícia Valéria Vaz Areal - Departamento de Engenharia de Saúde Pública
Thiago Martins Milhim - Departamento de Administração
Dayany Schoecher Salati - Coordenação de Assistência Técnica à Gestão em Saneamento
Clesivânia Santos Rodrigues - Coordenação de Assistência Técnica à Gestão em
Saneamento
Nilton José de Andrade - Superintendente Estadual do Espírito Santo
Noel Carlos Fernandes Freire - Coordenador do Núcleo Intersetorial de Cooperação
Técnica do Espírito Santo
Maria de Fátima Oliveira Chaves - Superintendente Estadual Substituta do Maranhão
Raimundo Rodrigues dos Santos Filho - Coordenador do Núcleo Intersetorial de Co-
operação Técnica do Maranhão

Universidade Federal Fluminense


Sidney Luiz de Matos Mello - Reitoria
Antonio Claudio Lucas da Nóbrega - Vice-reitoria
Estefan Monteiro da Fonseca - Coordenação Geral
Jefferson Ribeiro Fernandes - Coordenação de Mobilização Social e Institucional
Juliana Cerqueira Pamplona Silva - Coordenação Adjunta de Mobilização Social

Instituto Brasileiro de Administração Municipal


Karin Schipper Segala - Coordenação Técnica
Silvia Martarello Astolpho - Coordenação Técnica
Leonardo Hasenclever de Lima Borges - Revisão

Projeto gráfico e diagramação - Disarme Grafico


Impressão - Grafitto
Impresso no Brasil
Junho de 2016

Está publicação compõe a coleção de cinco Cadernos Metodológicos elaborados como material
didático do Projeto “Fortalecendo capacidades municipais para elaboração, implementação e
gestão de Planos Municipais de Saneamento Básico e Gestão Integrada de Resíduos Sólidos”,
realizado por meio do Termos de Execução Descentralizada (TED 01/2014 e TED 03/2014) as-
sinado entre a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) dos Estados do Maranhão e Espírito Santo,
respectivamente e a Universidade Federal Fluminense (UFF). Leia também outros quatro cader-
nos – Drenagem e Manejo de Águas Pluviais Urbanas; Esgotamento Sanitário; Limpeza Urbana e
Manejo dos Resíduos Sólidos e Mobilização Social.
CONTATOS
0800 940 1288
[email protected]

www.saneamentomunicipal.com.br

Você também pode gostar