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Hidrostática, Hidrodinâmica e Equações Dimensionais: Física

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CABOLOSO 59
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CLEARVIEWSTOCK

FÍSICA
ENSINO MÉDIO
MATERIAL DO PROFESSOR
8

Hidrostática,
hidrodinâmica
e equações
dimensionais

Conceitos iniciais e pressão hidrostática 2


Teorema de Arquimedes 26

FIS-M08-1.indd 1 27/06/2016 16:04:12


1 NASA/SPL/LATINSTOCK

FIS-M08-1.indd 2 27/06/2016 16:04:17


VOCÊ VAI APRENDER A
 reconhecer o conceito de pressão e aplicá-lo em situações-problema;
 reconhecer e calcular a massa específica de uma substância;
 reconhecer o teorema de Stevin e aplicá-lo em situações-problema;
 reconhecer o princípio de Pascal e aplicá-lo em situações-problema.

1 CONCEITOS INICIAIS E
PRESSÃO HIDROSTÁTICA

H
istoricamente, esse ramo da Física que estuda a força
exercida sobre os líquidos em repouso foi usada ini-
cialmente para a água — daí o nome começar com o
prefixo hidro-. Hoje sabemos que esse estudo se estende para
os demais fluidos (líquidos e gases). A hidrostática possibilitou
compreender melhor alguns comportamentos e desenvolver
questões tecnológicas úteis aos seres humanos. Hoje, graças a
esse desenvolvimento científico, há freios muito mais eficien-
tes, sistemas hidráulicos de fechamento de porta de aerona-
ves e de foguetes, elevadores, entre outros equipamentos do
cotidiano.
A simples atividade de trocar o óleo do carro utilizando os
elevadores das oficinas seria muito mais difícil se não fossem
aplicados esses conceitos desenvolvidos pela ciência.

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A adversidade
PARA COMEÇAR

tem o efeito Observe a imagem responda às seguintes perguntas:

ISTOCK/GETTY IMAGES
de despertar

IJANSEMPOI/
DREAMSTIME
Macaco mecânico:
é necessário girar
talentos que em uma manivela para
que ele consiga
circunstâncias movimentar o
objeto, em geral
prósperas teriam um carro.

continuado
adormecidos.
Horácio

Orientação ao professor 1.

ISTOCK/GETTY IMAGES
A ideia dessa seção é avaliar os co-
nhecimentos prévios dos alunos so-
bre os conteúdos que serão trabalha-
Trabalhador usando mangueira de nível.
dos nesse capítulo. Portanto é a hora Macaco hidráulico:
de eles falarem. Faça-lhes perguntas utiliza o princípio
oralmente e vá anotando as respos- de Pascal para
tas na lousa. Nesse momento não elevar um objeto
se preocupe em explicar-lhes nada. com menos esforço
Caso haja alguma fala equivocada, que se for usado o
anote-a e retome-a quando expli- macaco mecânico.
car-lhes o conteúdo pertinente à fala
equivocada.
A mangueira de nível é um instru- 1. Por que o pedreiro está com essa mangueira na obra?
mento muito antigo, mas ainda uti- 2. A mangueira de nível precisa estar aberta dos dois lados?
lizado até hoje. O conceito envolvido
3. E se ele mexer a mangueira, não vai alterar tudo?
é o dos vasos comunicantes. Caso
um dos dois lados esteja fechado, 4. Na imagem do macaco usado pelos borracheiros, como uma massa tão grande é elevada com
esse conceito não se aplicará. Quan- tão pouco esforço?
to aos macacos, cada um tem um
mecanismo diferente; um deles (o
5. Qual é a diferença na prática entre o funcionamento dos dois macacos acima ao trocar um
mais avançado) usa o princípio de pneu?
Pascal, e o outro usa o princípio de
transmissão por engrenagens. Isso
faz a força tornar-se muito maior.
Entretanto, os alunos não precisarão ROTEIRO DE APRENDIZAGEM
explicar isso  — é provável que não
saibam esses detalhes. Estimule-os
a contar casos de troca de pneu;
isso os fará perceber que há muitas Noções básicas Experiência de Torricelli
diferenças entre esses dois tipos de
macaco. Mais adiante, tudo isso será
1
• Conceito de pressão
• Massa específica ou
3 • Vasos comunicantes
esclarecido com o desenvolvimento • Manômetro
do capítulo. densidade absoluta
• Pressão efetiva

2 Teorema de
Stevin 4 Princípio de
Pascal

4
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ENSINO MÉDIO

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NOÇÕES BÁSICAS
Hidrostática ou estática dos fluidos estuda os flui-
dos em equilíbrio, ou seja, fluidos que estão em repouso em F
p=
um recipiente que também está em repouso ou em MRU. A
Esses fluidos exercem Perceba na equação acima que usamos o módu-
certa pressão nas paredes do lo da força, por isso a pressão é um escalar.
recipiente em que se encon- Caso a força não seja perpendicular à superfície
tram, que pode ser aplicada de área A, devemos levar em consideração somente a

ISTOCK/GETTY IMAGES
nas mais variadas situações: intensidade da componente perpendicular dessa força.
nos freios de um carro, em
uma lata de óleo com um Assim, conclui-se que a pressão depende:
furo, nas veias e artérias do • da força perpendicular à superfície: quanto maior a
organismo, em muitas outras. força, maior a pressão aplicada na mesma área.
• da área de contato: quanto maior a área de contato,
Na garrafa térmica, ao exercer pressão menor a pressão para a mesma força.
na parte superior, o café sai pelo orifício Sendo a força dada em newtons, e a área, em m2,
devido ao aumento na pressão interna.
consequentemente se mede a pressão em N/m2, também
conhecida por pascal (Pa), em homenagem ao físico fran-
cês Blaise Pascal (1623-1662); esta é a unidade utilizada no
Sistema Internacional.
CONCEITO DE PRESSÃO Vale frisar: como a pressão é uma grandeza escalar,
Quando se passa cera na carroceria do carro, aplica-se não é representada com a notação vetorial.
certa força em determinadas áreas sucessivas do carro, exer- Observe as figuras e diga qual dos corpos exerce maior
cendo, assim, determinada pressão nessas áreas. Em uma pressão na base de apoio, sabendo que ambos têm mesma
pequena mancha na lataria podemos aplicar a mesma força massa.
de duas maneiras distintas: com o pano na palma da mão
(área de contato entre o pano e a lataria é maior ) ou com o
pano na ponta dos dedos (área de contato entre o pano e a
lataria é menor). Esse procedimento faz a pressão exercida
na superfície ser maior, facilitando a retirada da mancha.
ISTOCK/GETTY IMAGES

JETREL/DREAMSTIME

STOCK.XCHNG

Ao passar cera na
carroceria do carro,
aplicamos uma
pressão sobre ela.

→ Sendo a pressão igual ao quociente


Assim, no caso de a força F que atua formar 90° com
F peso m · g
a superfície de área A, a pressão p é dada por: p= = =
A área A

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e os pesos iguais, conclui-se que o valor da pressão é in- Obviamente, se a massa de cada material é 1 kg (1 qui-
versamente proporcional ao valor da área da base de cada lograma), o peso das duas quantidades é o mesmo. Para
corpo. Se as áreas das bases forem iguais, a pressão de obter, porém, a massa de 1 kg de plumas, é preciso uma
cada objeto sobre sua base terá o mesmo valor. quantidade muito maior que a de ouro, que é muito mais
Como se percebe na equação da pressão, quanto me- denso que a pluma.
nor a área, maior a pressão. No ouro, as partículas estão muito mais próximas umas
Assim, em nosso cotidiano: das outras. Para o mesmo volume de ouro e de plumas,
• sapatos de salto alto e fino exercem, para a mesma afirma-se que o ouro tem maior massa, portanto pesa mais.
pessoa, maior pressão que sapatos plataforma. Massa específica (µ) ou densidade absoluta da subs-
tância de um corpo é a relação entre a massa e o volume
ISTOCK/GETTY IMAGES

desse corpo.
m
µ=
V
Considere, por exemplo, um bloco de gelo de volume
10 cm3. Medindo-se sua massa, encontra-se m = 9,2 g
Há duas superfícies
em contato com o Assim, sua massa especifica ou densidade absoluta é
solo. Na superfície m 9, 2
d =µ = = = 0,92 g/cm3
de trás, a pressão é V 10
maior para a mesma
força em função
Significa que 1 cm3 de gelo tem 9,2 g de massa.
da menor área. Uma unidade muito usual para expressar a massa es-
pecifica é g/cm3. No SI, a unidade de massa específica é
• No caso de uma faca, é mais fácil usá-la para cortar kg/m3. A relação entre elas é:
se a superfície de área menor (mais afiada) ficar em
g 10−3 kg
contato com o alimento, porque assim a pressão será 1 3
= −6 3 = 103 kg/m3
cm 10 m
maior.
Assim:
• Pregos, alfinetes e percevejos têm pontas muito finas,
1 g/m3 = 103 kg/m3
pois a menor área possibilita maior pressão.
• Ao caminhar descalço em sua casa nada acontece; mas
se você pisar na tampa de uma caneta, ocorre descon- PRESSÃO EFETIVA
forto porque haverá menor área de contato, e assim,
Considere um recipiente cilíndrico contendo um líqui-
maior pressão.
do de densidade d até a altura h. Calcule o valor da pressão
exercida pelo líquido sobre a base desse recipiente.
MASSA ESPECÍFICA OU
DENSIDADE ABSOLUTA
A pergunta a seguir é uma conhecida brincadeira.
O que pesa mais: 1 quilograma de plumas ou 1 quilo-
grama de ouro?
h
PHOTODISC/GETTY IMAGES

ISTOCK/GETTY IMAGES

Inicialmente escrevemos:
F  peso m · g
plíquido = = =
A área A
Recorrendo-se à Matemática, lembramos que o volu-
me de um cilindro é o produto da área da base pela altura
(V = A ∙ h).
m
Sabendo que µ = , obtemos:
V
A pluma tem O ouro é um metal de µ · A · h · g
pequena densidade. grande densidade.
plíquido = ⇒ plíquido = µ ∙ h ∙ g
A

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A pressão exercida por um líquido é diretamente pro- • aceleração da gravidade local.
porcional à: Muitas vezes usamos a expressão “pressão manomé-
• massa específica; trica”. Ela é usada para referir-se ao valor da pressão medi-
• altura da coluna desse líquido sobre o ponto considerado; da em relação à pressão atmosférica no local.

SUSTENTABILIDADE

Enquanto há uma abundância de paisagens inóspitas de plantações em nosso planeta Terra,


está começando, em paralelo, uma nova discussão sobre o desenvolvimento da cultura de planta-
ções no fundo do oceano.

OLIVIER MORIN/AFP 
Realmente, o único lugar que não pode crescer
plantas está no fundo do oceano, porém, após inú-
meras tentativas isso tudo pode estar mudando.
Chamado carinhosamente de Jardim de Nemo a
ideia de Sergio Gamberini, ainda não está pronta
para o mercado, Sergio e seu filho Luca tem sete
biosferas submarinas que operam em torno de seis
metros debaixo d’água em Noli, na Itália.
As biosferas são basicamente sinos de mergu-
lho, bolsões de ar suspenso no fundo da água, que
a equipe Gamberini foi capaz de construir com
base em sua empresa de mergulho Ocean Reef.
O projeto permite que as pessoas possam nadar
até as esferas para analisar o plantio. Pode pa-
recer uma ideia estranha, mas Gamberini disse Plantas que crescem no fundo do mar
em entrevista “Sim, são totalmente orgânicos e podem mudar a forma de culturas agrícolas.
cultivados debaixo no oceano”.
O oceano é o ambiente perfeito para uma planta a crescer. Há uma temperatura constante,
alta umidade e os sais mineiras da água vão entrando gradativamente com a umidade na bolha,
a condensação que goteja através na estufa é sem sal, o que significa um suprimento ilimitado de
água doce.
O melhor de tudo, plantas – especialmente as de folhas verdes, estão florescendo nas condições
certas. A primeira colheita de Sergio foi manjericão; cresceu em quase duas vezes a taxa normal, e
ele disse que a aceleração do crescimento está re-
OLIVIER MORIN/AFP 
lacionad[a] com a mudança na pressão do oceano.
“Tenho certeza de que há uma interação ex-
cessiva em suas membranas celulares por causa
da pressão, como se fossem agrotóxicos naturais”
complementou.
Jardim de Nemo acabou de sair de uma Ki-
ckstarter, onde eles arrecadaram US$ 31 130 em
uma meta inicial de US$ 30 000.
O objetivo agora é realizar mais pesquisas
para obter mais respostas. E que, se possível, pos-
samos ter no futuro agriculturas assim, naturais
com ótimo desempenho. O que seria ideal para a
humanidade.
Plantas que crescem no fundo do mar pode[m] mudar a forma de culturas agrícolas. Portal Momento Curioso/Todos, 1º- out. 2015.
Disponível em: <http://momentocurioso.com.br/plantas_que_crescem_no_fundo_do_mar/>. Acesso em 2 mar. 2016.

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1. Uma esfera é liberada em um recipiente 3. Um bloco de madeira cujo volume é 500
contendo água e óleo. Observa-se que o cm3 tem massa 200 g.
repouso ocorre na posição em que metade a) Qual é a densidade dessa madeira em
de seu volume está em cada uma das subs- g/cm3 e em kg/m3?
tâncias (Figura 1). m 200
d= = = 0,4 g/cm3 = 400 kg/m3
V 500

COMPANHIA ILUSTRADA/GUSTAVO HENRIQUE MOCHIUTI


Esses valores representam a quantidade de massa exis-
tente por unidade de volume:
• 0,4 g/cm3 significa que 1 cm3 dessa madeira tem mas-
sa 0,4 g.
• 400 kg/m3 significa que 1 m3 dessa madeira tem mas-
sa 400 kg.

Desenhe a situação de repouso em cada


caso, se a esfera fosse colocada em reci- b) Uma tora dessa madeira tem 3 m3 de
piente que contivesse somente água ou volume. Qual é sua massa?
m
somente óleo. d=
V
m
400 =
3
m = 1 200 kg

Um cone tem altura 2 cm e raio 1 cm. Qual


deve ser sua massa para que não afunde
na água?

2. Um tijolo tem dimensões 5 × 10 × 20 cm Dado: Suponha que a água esteja a 4


e massa 200  g. Determine as pressões, °C e tenha densidade 1g/cm3.
CONECTIVIDADE
CONEXÕES expressas em N/m2, que ele pode exer- Use π = 3,14.
cer quando apoiado sobre uma superfície
Nesse vídeo você aprende área da base x
um pouco sobre os horizontal. O volume do cone ( ) é 2,1 cm3. Para
altura dividido por 3
buracos negros. Neles a que a pirâmide não afunde, sua densidade deve ser maior
densidade é tão grande Dado: g = 10 m/s2
que pra você ter uma que a da água.
ideia, se a Terra inteira P = m ∙ g = 0,2 ∙ 10 = 2 N
fosse comprimida em Amenor = 50 ∙ 10–4 m2
uma ervilha, a sua den- Amédia = 100 ∙ 10–4 m2
sidade seria igual a de Amaior = 200 ∙ 10–4 m2
um buraco negro. Vídeo Como
muito interessante! F
p=
<http://tvescola.mec.gov.br/ A
tve/video/abc-da- obtemos:
astronomia-buracos-negros> pA
menor
= 400 N/m2
pAmédia = 200 N/m2
pAmaior = 100 N/m2

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TEOREMA DE STEVIN
Dois pontos na mesma horizontal de um mesmo fluido
em equilíbrio estão sob a mesma pressão.
Um mergulhador fica submetido a pressões cada vez hA
maiores à medida que aumenta sua profundidade. O teore-
ma de Stevin permite calcular o acréscimo da pressão devi- hB A
do ao aumento da profundidade.
h
COMPANHIA ILUSTRADA/GUSTAVO HENRIQUE MOCHIUTI

Simbolicamente, escrevemos:
pB – pA = µghB – µghA Dp = µ ∙ g ∙ Dh

Unidades no SI
p: Pa g: m/s2 h: m

Conclui-se desse teorema:


• A pressão aumenta com a profundidade.
• Para pontos situados na superfície livre, a pressão cor-
respondente é igual à exercida pelo gás ou ar sobre ela.
• Se a superfície livre estiver sob o ar atmosférico, a pres-
são correspondente será a pressão atmosférica, patm.
Gráfico da pressão p em função da profundidade h

Quanto maior a profundidade, maior é a pressão.

Analisando a diferença entre as pressões em dois pon- patm

tos considerados no interior de um líquido em equilíbrio


(pressão no ponto mais profundo e pressão no ponto me-
nos profundo), obtêm-se o produto da massa específica do h
0
líquido, pelo módulo da aceleração da gravidade do local
onde e feita a avaliação e refere-se ao produto g h, • Pontos situados no mesmo líquido e na mesma hori-
cuja expressão é apresentada a seguir. zontal ficam submetidos à mesma pressão.
• A superfície livre dos líquidos em equilíbrio é horizontal.

EXPERIMENTO DE TORRICELLI
A atmosfera terrestre compõe-se de gases que exercem certa pressão na sua superfície. Trata-se da pressão exercida
pela atmosfera ou pressão atmosférica, que varia conforme a altitude. Quanto mais se afasta da superfície (maior a alti-
tude), mais o ar se torna rarefeito, reduzindo-se a pressão atmosférica.
Um experimento muito simples do físico e matemático Evangelista Torricelli (1608-1647) determinou a pressão atmos-
férica ao nível do mar. Ele usou um tubo de quase 1 metro, cheio de mercúrio (Hg), com a extremidade superior fechada.
Tampou a extremidade aberta do tubo e a introduziu numa cuba cheia de mercúrio. Após destampar a extremidade aberta
do tubo, observou que o nível de mercúrio desceu e estabilizou-se na marca 76 cm.

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Se esse experimento fosse feita com água, por
exemplo, a altura da coluna de líquido se estabi-
lizaria aproximadamente na marca de 10 metros.
Nesse caso, as unidades de pressão para o
nível do mar são:
1 atm = 76 cmHg ou 760 mmHg 105 Pa
76 cm (pascal: unidade de pressão no SI)
A pressão atmosférica possibilita tomar lí-
quido com canudinho. Ao sugar o ar existente
no canudinho, a pressão no seu interior dimi-
A B nui. A pressão atmosférica empurra o líquido no
copo e o faz subir pelo canudinho. Não seria
possível esse procedimento na Lua, devido à au-
Hg sência de atmosfera.

BLEND IMAGES/GETTY IMAGES


De acordo com Stevin, dois pontos situados no mesmo
líquido e no mesmo nível estão sujeitos à mesma pressão.

Assim, a pressão exercida pela coluna de


mercúrio foi equilibrada com a pressão exercida
pelo ar (pressão atmosférica). Torricelli concluiu
que a pressão atmosférica equivale à pressão
exercida por uma coluna de 76 cm de mercúrio
(cmHg). A pressão no ponto A corresponde à
pressão da coluna de mercúrio dentro do tubo;
CONECTIVIDADE
CONEXÕES a pressão no ponto B corresponde à pressão at-
mosférica ao nível do mar.
No livro apresentado no
link a seguir há uma série pB = pA
de experimentos sobre Assim, pcoluna(Hg) é igual a patm.
densidade que talvez o A maior pressão atmosférica é obtida ao
façam ver a Física sob
um outro olhar. São nível do mar (altitude nula). Ao medir a pressão
A diferença entre a pressão externa
quase cem experimentos atmosférica em qualquer outro ponto acima do (atmosférica) e a pressão de dentro
que exploram a pressão nível do mar, o valor obtido é menor. Segue ta- do canudo faz o líquido subir.
da água e do ar e que
bela da variação da pressão atmosferica de acor-
são muito simples de
executar. do com a altitude.
<https://books.google. 1. Um morador não está contente com sua
com.br/books?id=MtK_ZL Pressão
Altitude Altitude Pressão instalação hidráulica, porque a pressão da
DnJHkC&pg=PA36&dq= atmosférica
(m) (m) (mmHg) água em seu chuveiro não é satisfatória.
principio+de+pascal&hl= (mmHg)
pt-PT&sa=X&ved=0ahUKE Foram apresentadas a ele três possíveis
wiz__uB_fnKAhULGpAKH 0 760 1 200 658
soluções:
RigCVE4ChDoAQgqMAM I. Elevar a caixa-d’água.
200 742 1 400 642
#v=onepage&q=principio
%20de%20pascal&f= 400 724 1 600 627
II. Trocar a caixa-d’água por outra de
false> maior capacidade (mais larga).
600 707 1 800 612
III. Apenas aumentar o diâmetro da
800 690 2 000 598 tubulação.
Assinale a alternativa que soluciona o pro-
1 000 674 3 000 527
blema e que melhor a justifica.
O cientista escolheu o mercúrio devido a sua a) III — pois elevar a caixa-d’água ou tro-
alta densidade, resultando em menor coluna. cá-la por outra de maior capacidade

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não terão influência significativa no aumento da 3. Calcule a pressão no fundo de uma piscina de 5 m de
pressão da água no chuveiro. profundidade cheia de água.
b) I — pois o aumento do diâmetro da tubulação p = patm + µ ∙ h ∙ g = 1 ∙ 105 + 1 000 ∙ 10 ∙ 5 = 1,5 ∙ 105 N/m2 = 1,5 atm
e a maior capacidade da caixa-d’água não terão
influência significativa no aumento da pressão da
água no chuveiro.
c) II — essa é a única maneira de resolver esse pro- 4. A experiência de Torricelli foi realizada em uma região
blema, pois um maior volume de água tem maior localizada ao nível do mar. Que resultado você espera-
peso. ria, se essa experiência fosse realizada acima do nível
d) I e II — pois apenas aumentar a altura da caixa do mar? A coluna de mercúrio seria maior ou menor?
-d’água não altera em nada a pressão da água no Ao nível do mar, toda a coluna atmosférica exerce pressão; ao subir,
chuveiro.
por exemplo, uma montanha, a camada de atmosfera que pressiona o
e) II e III — pois só se solucionam problemas dessa
natureza associando os dois fatores. indivíduo torna-se menor, porque o ar se torna mais rarefeito em maiores

altitudes. Portanto, se o experimento de Torricelli fosse executado acima


2. Calcule a pressão exercida sobre a base de uma lata do nível do mar, a coluna de mercúrio seria menor.
de óleo de cozinha de 20 cm de altura, sabendo que a Orientação ao professor 2. Verifique com os alunos a pressão rela-
densidade do óleo é 0,8 g/cm3.
cionada à altura de cada um deles. Efetue os cálculos com base em sua
p = µ ∙ h ∙ g = 800 ∙ 0,2 ∙ 10 = 1 600 N/m2
altura e depois os oriente a efetuar esses cálculos aplicando a altura de

cada um deles. Localize no texto os princípios e teoremas estudados e

trabalhe as conversões para unidades de massa específica do SI.

CONEXÃO

BIOLOGIA
Efeito da postura na pressão sanguínea
O coração é uma “bomba” muscular que, no ser humano, pode exercer pressão manométrica
máxima de cerca de 120 mmHg no sangue durante a contração (sístole) e de cerca de 80 mmHg
durante a relaxação (diástole). Com a contração do músculo cardíaco, o sangue sai do ventrículo
esquerdo, passa pela aorta e pelas artérias, seguindo em direção aos capilares. Dos capilares ve-
nosos, o sangue segue para as veias e chega ao átrio direito com pressão quase nula. Em média, a
diferença máxima entre as pressões arterial e venosa é da ordem de 100 mmHg.
Como a densidade do sangue (ds = 1,04 g/cm3) é quase igual à da água, a diferença de
pressão hidrostática entre a cabeça e os pés em uma pessoa de 1,80 m de altura é 180 cmH2O.
A figura ao final do texto mostra as pressões arterial e venosa médias (em cm de água) para
uma pessoa de 1,80 m de altura, em vários níveis em relação ao coração. Uma pessoa deitada
tem pressão hidrostática praticamente constante em todos os pontos e igual à do coração. Se
um manômetro aberto contendo mercúrio fosse utilizado para medir as pressões arteriais em
vários pontos de um indivíduo deitado, a altura da coluna de mercúrio seria aproximadamente
100 mm, ou seja, 136 cmH2O.
As pressões arteriais em todas as partes do corpo de alguém deitado são aproximadamente
iguais à pressão arterial do coração. Quando o indivíduo está sentado ou em pé, a elevação da
cabeça em relação ao coração faz a pressão arterial ser mais baixa na cabeça. Ela é dada por:
Pa(cabeça) = Pa(coração) – µs g h
[em que] µs é a densidade do sangue, e h, a diferença de nível entre o centro da cabeça e o
centro do coração.

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PRESSÃO
Assim, quando uma pessoa deitada Arterial Venosa
se levanta rapidamente, a queda de pres- 60 (cm H2O) (cm H2O)
são arterial da cabeça é dsgh, o que im- 80 –55
plica diminuição do fluxo sanguíneo no
cérebro. Como o fluxo deve ser contínuo

Altura relativa ao coração (cm)


e como o ajuste do fluxo pela expansão 0 136 0

das artérias não é instantâneo, a pessoa


pode sentir-se tonta. Em casos de va-
riações de pressão muito rápidas, a di-
minuição da circulação pode ser tal que –60 195 60
provoque desmaio.
Efeitos fisiológicos da variação da pressão nos fluidos.
Portal Tripod. Disponível em: <http://labertolo.
br.tripod.com/Fluidos/efeitos_fisiologicos_da_pressao.
htm> Acesso em: 3 mar. 2016 (adaptado).
–120 255 120

CONEXÃO

BIOLOGIA
Como funciona a equalização do ouvido no mergulho em apneia?
Saiba como lidar de forma segura com o aumento da pressão no fundo do mar
O verão está ai e uma das atividades mais estocando ar dentro de um circuito fechado que
procuradas é o mergulho em apneia ou mergu- envolve: área interna da máscara de mergulho,
lho somente com o ar dos pulmões ao longo de nariz, nasofaringe, ouvido médio, cavidades aé-
nossa extensa costa. reas da cabeça indo até os pulmões.
O mundo subaquático é belo, mas reserva

ISTOCK/GETTY IMAGES
algumas particularidades. Para mergulhar com
segurança é preciso se sentir bem na água e
uma das primeiras sensações quando imergi-
mos é a de uma enorme pressão, sobretudo nos
ouvidos, o que poderá assustar o iniciante no
esporte.
Muitos tomam um susto tão grande que
nem seguem no mergulho, outros forçam os
ouvidos até o ponto de castigar o corpo e se
machucar, outros com alguma facilidade ou ha-
bilidade inata conseguem passar por esse mo-
mento sem muitas complicações. A informação é sempre a principal aliada, preparando
O fato é que o primeiro passo sempre deve- o mergulhador para a prática com segurança.
ria ser o de realizar um curso. A informação é
sempre a principal aliada, preparando o mer- Ao iniciarmos o mergulho indo para o fun-
gulhador para a prática com segurança. do do mar passamos por uma modificação de
Para entender o que acontece no momento pressão que causará um efeito em todas as ca-
da imersão é preciso entender que, ao inspirar- vidades corpóreas preenchidas pelo ar. Quanto
mos o ar na superfície e retermos esse volume mais fundo descermos, maior será essa pres-
de ar para realizarmos o mergulho, estaremos são acumulada. A cada 10 metros aumentamos
1 atmosfera (1 atm).

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É aquela desconfortável sensação de aperto Como eu sei que compensei? Você escutará
na máscara, no ouvido, na garganta e no peito, um som, é o ar passando pela tuba e um alívio
porque o ar está sendo comprimido devido à imediato da pressão.
pressão. A região da máscara de mergulho também
As menores áreas com ar serão as primeiras precisará de atenção, basta assoprar um pouco
a sentirem tal efeito com maior intensidade. de ar para ajustar a máscara novamente.
Os ouvidos são tão importantes para o Atenção: faça com cuidado, não solte ar em
mergulhador quanto os joelhos para o jogador excesso. Lembre-se de que você está em apneia
de futebol. Se tentarmos mergulhar sem equa- e que todo ar é muito importante para a efi-
lizar tais áreas, seremos barrados pelo efeito da ciência do mergulho.
pressão logo nos primeiros metros. Sentiremos Caso não faça as manobras no momento e
um aperto (vácuo) seguido de dor nos ouvidos. na forma correta será vítima de um barotrau-
Mas e aí? Como eu faço isso? ma de olhos e de ouvido.
Será necessário deslocar o ar para o ouvido O ouvido poderá sofrer desde o mais leve
médio (área isolada que está sofrendo com a barotrauma (grau I) até o a mais grave (grau
compressão) através do canal chamado de tuba IV) com o rompimento do tímpano, gerando
auditiva. tontura, desorientação e desmaio.
O primeiro passo é identificar como se abre Os olhos poderão sofrer um vácuo tão gran-
este canal (tuba) para poder enviar o ar para a de que a máscara fará o efeito de uma ventosa
área do ouvido médio. contra seu rosto, rompendo vasos sanguíneos
Movimentos como semideglutir (engolir), da região.
b o cejar, mover o São condições de saúde que dificultam a
ISTOCK/GETTY IMAGES

maxilar para frente manobra: gripe, sinusite, rinite, adenoide, póli-


e para os lados e as- pos nasais, desvio de septo que agrave uma das
soprar o ar contra as situações anteriormente citadas.
narinas tampadas da- Outras situações poderão ocorrer no lado
rão a abertura deste psicológico que afetarão fisicamente e direta-
canal e então a ma- mente a manobra: o estresse que tenciona a
nobra de equalização musculatura da região cervical; a ansiedade
se completará resta- para ver o fundo do mar, com o direcionamento
belecendo a pressão da cabeça para baixo, gera uma hiperextensão
na região. da musculatura que envolve a manobra e difi-
Neste momento culta a sua execução.
tão importante cabe Fatores ambientais também poderão afetar
lembrar que a melhor o emocional e gerar problema para equalizar
manobra de equaliza- os ouvidos: água fria, gera tensão; água suja,
ção, a mais econômi- provoca dificuldade de visualização e tensão.
ca e segura é a Fren- Seguem algumas dicas para que você tire
zel (não a Valsava). de letra este momento debaixo da água:
A diferença cru- • Opte por máscaras de mergulho com o me-
cial é identificar de nor volume interno.
onde você faz a pres- • Opte pela manobra mais segura e econômi-
são de ar contra as ca (Frenzel).
narinas pinçadas, na • Equalize a máscara e o ouvido simultanea-
valsava você pres- mente.
siona o ar com o ab- • Equalize desde o primeiro um metro, assim
dômen, na Frenzel a que fizer sua imersão na água.
Os ouvidos são tão importantes pressão é feita na re- • Equalizar atrasado poderá bloquear a tuba
para o mergulhador quanto os
joelhos para o jogador de futebol. gião da garganta. e encerrar o seu mergulho.

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• Só bata as pernas fortemente quando já ti- o próprio capuz. Basta deixar a água entrar
ver equalizado (é muito comum estar mais antes ou durante o mergulho!
preocupado em chegar no fundo do mar do • Durma bem.
que cuidar dos ouvidos, acabamos aceleran- • Evite laticínios.
do a batida das pernas, mas não coordena- • Hidrate-se.
mos corretamente com a equalização). • Não mergulhe gripado, com sinusite ou ri-
• Mantenha a calma, repita várias vezes o nite, problemas de refluxo gástrico.
mergulho, aos poucos você irá afinando a • Evite enjoos e vômitos, a acidez na região
coordenação entre a velocidade da descida das vias aéreas aumentará o muco e a difi-
e a necessidade de equalizar. culdade para compensar.
• No início dê prioridade para um mergulho
mais calmo, dando total atenção para os Karol Meyer
seus ouvidos. Karol Meyer é a atleta que conquistou o
• Não espere muito para fazer a manobra, maior número de recordes mundiais na histó-
faça a manobra assim que sentir a pressão. ria desportiva brasileira, ao todo oito recordes
• Sentiu dor? Foi porque passou do ponto mundiais. Aventureira, pratica o free diving
para equalizar e já está sofrendo um baro- (mergulho livre), mergulho somente com o ar
trauma, o ideal é sempre parar o mergulho dos pulmões. Como instrutora de mergulho e
quando não conseguir equalizar. coach conquistou prêmios internacionais. Atua
• Retorne à superfície, descanse, compense na área do mergulho e empresarial através de
na superfície, tentando identificar se os dois palestras motivacionais, sendo pioneira em cur-
ouvidos estão liberados. Somente após isto sos e freediving adventures (saídas para prática
reinicie o mergulho. de apneia de lazer, guiadas pela instrutora nos
• Jamais use tampões no ouvido para mer- mais belos locais do mundo). Para saber mais
gulhar! acesse www.karolmeyer.com.
• Use capuz para manter a região dos ouvi- Como funciona a equalização do ouvido no mergulho em apneia?
Portal Webventure/Conteúdo/Notícias. Disponível em: <http://www.
dos aquecida e sem tensão. webventure.com.br/h/noticias/como-funciona-a-equalizacao-do-
• Fique atento para a região externa do ouvi- ouvido-no-mergulho-em-apneia/33851>. Acesso em: 3 mar. 2016.
do, onde poderá ocorrer um bloqueio com

VASOS COMUNICANTES
Os vasos comunicantes são consequência do teorema de Stevin. Colocando-se um liquido em recipientes de formas
diferentes, cujas bases sejam ligadas entre si, observa-se que, estabelecido o equilíbrio, todos os vasos apresentam a mesma
altura de líquido. Uma aplicação disso é o nivelamento entre dois pontos feitos na construção civil com mangueira trans-
parente cheia de água.
A B C D
ACERVO PEARSON

Em um sistema de vasos comunicantes,


qualquer que seja a capacidade e
forma de cada um dos vasos ou a sua
posição relativa, supondo-os abertos,
em todos eles as superfícies livres do
líquido ficam situadas no mesmo nível.

Em um recipiente contendo dois líquidos que não se solubilizam, ou seja, líquidos que são imiscíveis, eles se dispõem
de modo que o líquido de maior densidade fica na parte inferior, e o de menor, na parte superior. A separação entre eles
é horizontal.
No caso de água e óleo, por exemplo, colocados no mesmo recipiente, a água, de maior densidade, fica embaixo, e
o óleo, de menor densidade, na parte de cima. Nos vasos comunicantes, eles se distribuem de maneira que as alturas das

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colunas líquidas acima da superfície de separação sejam in- expressão em inglês Pounds per Square Inch, “libras por
versamente proporcionais às respectivas densidades. polegada ao quadrado”) corresponde aproximadamente a
0,07 atm. Assim, a medida de pressão 28 psi lida no mos-

ACERVO PEARSON
trador corresponde aproximadamente a 1,96 atm.
O manômetro de tubo aberto da figura a seguir mostra
a diferença entre os níveis do líquido nos dois ramos do
A
h tubo em U, medindo-se a pressão manométrica do sistema
hA contido no reservatório.
hb Escolhendo os dois pontos A e B mostrados na figura:
(1) (2)

ACERVO PEARSON
O sistema ilustrado
acima apresenta
B dois líquidos de
densidades diferentes.

h
Considerando o princípio de que o sistema esteja em
equilíbrio, e devido à ação da gravidade, podem-se igualar
as pressões nos pontos 1 e 2. Assim:
A B
p1 = p2
patm + µa ∙ ha ∙ g = patm + µb ∙ hb ∙ g
µa ∙ ha. = µb ∙ hb
µ

pA = pB
MANÔMETRO
psistema = patm + plíquido
É um medidor de pressão usado em postos de gaso-
psistema (absoluta) = patm + µgh
lina para calibração de pneus e, na medicina, para medir
pmanométrica = pefetiva do líquido = µ ∙ h ∙ g
a pressão sanguínea. A unidade de medida psi (iniciais da

VALORES E DIVERSIDADE

Hipertensão arterial De acordo com vários estudos, os médicos che-


O que é Hipertensão arterial? garam a conclusão que, quando os valores da
Hipertensão arterial é o termo médico para pressão arterial ultrapassam um determinado
pressão alta. Ela faz parte da vida de muita valor, se tornam prejudiciais à nossa saúde.
gente, jovens ou velhos. A hipertensão arterial Para evitar que isso aconteça, visite seu médi-
é uma doença bastante comum. Para ter ideia co regularmente.
de sua importância, de cada dez pessoas adul-
tas, aproximadamente duas têm pressão alta. É Quais são as consequências da pressão alta?
uma doença crônica, ou seja, que não tem cura A pressão alta ataca os vasos. Todos eles
e que vai aos poucos, silenciosamente, danifi- são recobertos internamente por uma camada
cando órgãos importantes do nosso organismo, muito fina e delicada, que é machucada quan-
como coração, rins e cérebro. Com o tempo, do o sangue está circulando com pressão muito
provoca insuficiência cardíaca, angina, infarto, alta. Com isso, os vasos se tornam endurecidos
derrame cerebral e insuficiência renal, podendo e estreitados e podem, com o passar dos anos,
até levar à morte. entupir ou romper-se. Quando isso acontece no
coração, o entupimento de um vaso leva à an-
Para que medir a pressão? gina e pode ocasionar infarto. No cérebro, o en-
Medir a pressão é importante para que o tupimento ou rompimento de um vaso, leva ao
médico possa avaliar a sua pressão arterial. “derrame cerebral” ou AVC. Nos rins também

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pode ocorrer entupimento, levando à paralisa- ajudam a controlar a pressão e com hábitos
ção dos rins. Todas essas situações são muito de vida saudáveis, como diminuir a ingestão de
graves e podem ser evitadas com o controle da sal e bebidas alcoólicas, controlar o peso, fazer
pressão alta. exercícios físicos, evitar o fumo e controlar o
estresse.
Quem tem pressão alta?
A pressão alta, ou hipertensão, é uma doen- Como saber se a pressão é alta?
ça muito comum, que acomete uma em cada A maioria das pessoas que têm pressão alta
cinco pessoas. Entre os idosos, ela chega a atacar não se queixa de nada. Daí chamarmos a pres-
uma em cada duas pessoas. Também as crian- são alta de “assassina silenciosa”. Às vezes, dor
ças podem ter pressão alta. Costumamos dizer de cabeça, tontura e mal-estar podem aconte-
que a pressão alta é uma doença “democrática”, cer em quem tem pressão alta, mas é comum
porque ataca homens e mulheres, brancos e ne- que, quando a pessoa sente alguma coisa dife-
gros, ricos e pobres, idosos e crianças, gordos e rente, a pressão alta já danificou o seu organis-
magros, pessoas calmas e nervosas. mo. A única maneira de saber se a pressão está
normal é medi-la. O ideal é medir a pressão
Que cuidados devo ter com meus pelo menos a cada seis meses ou com intervalo
filhos se tenho pressão alta? máximo de um ano. Assim, quando a doença
Quem tem pressão alta deve orientar seus aparece, logo se faz o diagnóstico.
filhos a medir a pressão a cada seis meses ou
no máximo a cada ano, para que o diagnóstico Qualquer pessoa pode medir a pressão?
da doença seja feito pouco tempo depois do seu Qualquer pessoa pode medir a pressão, des-
aparecimento. de que seja treinada para isso. Os profissionais
da área de saúde são os mais indicados para
Por que as pessoas têm pressão alta? essa atividade. Medir a pressão das pessoas
Na maioria das pessoas que têm pressão em campanhas serve para alertá-las sobre o
alta, esta aparece porque é herdada dos pais. problema da pressão alta. Caso sua pressão se
Sabe-se que quem tem o pai, a mãe ou ambos mostre elevada quando medida numa campa-
com pressão alta tem maior chance de adquirir nha, elas devem procurar um médico para con-
a doença. Hábitos de vida inadequados tam- firmar esse valor. As pessoas também podem
bém são importantes: a obesidade, a ingestão medir a própria pressão: em ambiente quieto,
excessiva de sal ou de bebida alcoólica e a ina- calmo, após repouso de 5 minutos, com o braço
tividade física podem contribuir para o apare- no qual fará a medição apoiado em uma mesa
cimento [da pressão alta]. na altura do coração, as costas apoiadas na
cadeira e os pés encostados no chão. A bexiga
Pressão alta tem cura? deve estar vazia e a pessoa não pode ter fuma-
A pressão alta é uma doença crônica e do, se alimentado ou ingerido café pelo menos
dura a vida toda. Ela pode ser controlada, 30 minutos antes da medição.
mas não curada. Na maioria das vezes, não se
conhece o que causa a pressão alta nem como A pressão arterial pode ser medida
curá-la, mas é possível controlar a doença, com qualquer aparelho?
evitando que a pessoa tenha a vida encurtada. Existem diferentes aparelhos de medição de
O tratamento para pressão alta também evita pressão. Os mais comuns são os aneroides, que
o infarto do coração, o derrame cerebral e a são portáteis e parecem um relógio com pon-
paralisação dos rins. teiro. Nos hospitais, geralmente são utilizados
os aparelhos de coluna de mercúrio com rodí-
Como tratar a pressão alta? zios. Atualmente, também são muito utiliza-
O tratamento para pressão alta dura a dos os aparelhos automáticos, principalmente
vida toda. Deve ser feito com remédios que para medição da pressão em casa. Esses novos

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equipamentos permitem que a pessoa meça e o pâncreas. Além disso, elas podem piorar a
a própria pressão. Todos esses aparelhos são gastrite, dificultar a perda de peso (pois têm
bons, desde que a calibração seja verificada a muitas calorias) e retardar os reflexos, dificul-
cada seis meses ou, no mínimo, a cada ano. tando dirigir automóvel. E quem exagera corre
Deve-se usar a braçadeira de acordo com o o risco de desenvolver dependência e arruinar
tamanho do braço do indivíduo. Braços mais a própria vida.
finos precisam de braçadeiras mais estreitas, e
braços largos, como de pessoas obesas, neces- Como o exercício físico ajuda no
sitam de braçadeiras mais largas. Os aparelhos controle da pressão alta?
que medem a pressão pelo dedo ou pelo pulso O exercício físico ajuda a baixar a pressão.
ainda não são considerados confiáveis. Muitas vezes, quem tem pressão alta e come-
ça a fazer exercícios pode diminuir a dose dos
O que são hipertensos do avental branco? medicamentos, ou mesmo ter a pressão arterial
São pessoas que só têm pressão alta quando controlada sem o uso de remédios. O exercício
esta é medida em consultório médico. Fora do físico adequado não apresenta efeitos colaterais
consultório, ela é normal. Para saber se existe e traz vários benefícios para a saúde, tais como
hipertensão do avental branco, o médico pre- ajudar a controlar o peso e a pressão arterial,
cisa conhecer a pressão do paciente no consul- diminuir as taxas de gordura e açúcar no san-
tório e a pressão medida na casa do paciente gue, elevar o “bom colesterol”, diminuir a ten-
ou adoptar a monitorização ambulatorial, que são emocional e aumentar a auto-estima.
mede a pressão durante 24 horas com aparelho
automático. Como usar corretamente os remédios?
Os remédios para tratamento da pressão
O estresse dificulta o controle alta agem no organismo controlando a pres-
da pressão alta? são. O ideal é manter a pressão abaixo de 13
O estresse pode dificultar o controle da por 8. O uso dos remédios deve ser contínuo,
pressão alta. O ideal seria eliminar o estresse, diário, nas doses e nos horários recomendados
mas, como isso é difícil, o melhor é aprender a pelo médico. Não deixe de tomar os remédios,
controlá-lo. mesmo que sua pressão esteja controlada.

Como o fumo prejudica quem Os remédios para pressão alta causam


tem pressão alta? impotência sexual em homens?
O fumo agrava as doenças cardíacas porque Atualmente, existem remédios que contro-
pode aumentar o ritmo das batidas do coração lam a pressão alta sem interferir na sexualida-
e a pressão, ou ainda piorar a aterosclerose, en- de. No entanto, se acontecer alguma alteração
durecendo as artérias. Além disso, o fumo tam- na sua atividade sexual, entre em contato com
bém pode provocar câncer em vários órgãos. seu médico. É importante lembrar que é a pres-
são alta não tratada que pode causar impotên-
Como o álcool pode alterar cia sexual, porque endurece os vasos do pênis,
a pressão arterial? prejudicando a atividade sexual.
As bebidas alcoólicas elevam a pressão ar-
terial. Portanto, a redução do consumo de ál- O sal faz mal para quem tem pressão alta?
cool é eficaz para diminuir a pressão arterial e O sal faz o corpo reter mais líquidos, e o
pode prevenir a pressão alta. Sabe-se que entre aumento do volume de líquido faz a pressão
cinco e dez por cento dos homens com pres- subir. No entanto, não há necessidade de comer
são alta têm como causa do problema o alto sem sal. Deve-se, sim, evitar o exagero, como
consumo de bebidas alcoólicas. As bebidas al- colocar sal na comida pronta ou comer alimen-
coólicas possuem etanol, substância tóxica que tos que contêm muito sal. Cerca da metade das
lesa órgãos como o cérebro, o coração, o fígado pessoas é mais afetada pelo cloreto de sódio, o

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sal de cozinha. Essas pessoas são denominadas alta, ao ganhar peso, terá sua pressão mais
“sensíveis ao sal”. Para esses indivíduos é im- elevada e, ao perder peso, uma queda da pres-
portante comer com pouco sal, para evitar que são. A perda de peso, tanto nos obesos quanto
a pressão se eleve. Nas pessoas não sensíveis a naqueles com excesso de peso, reduz o risco de
esse condimento, o aumento da pressão com diabetes e doenças do coração, porque propor-
seu uso é pequeno. ciona a redução do açúcar e das gorduras do
sangue, como os triglicerídeos, o colesterol to-
Por que a obesidade e o excesso tal e o colesterol “ruim” (LDL-colesterol), que
de peso são prejudiciais para o se deposita nas artérias. Além disso, a perda de
controle da pressão arterial? peso ainda aumenta o colesterol “bom” (HDL-
A obesidade e o excesso de peso aumentam -colesterol), que retira colesterol do sangue,
consideravelmente o risco de pressão alta, além evitando, assim, o seu acúmulo nas artérias.
de propiciar excesso de gordura no sangue, dia- Os grandes segredos para a redução de peso
betes, doença cardíaca, derrame, doenças res- são dieta e atividade física.
Hipertensão arterial. Portal Ministério da Saúde de Cabo Verde/Sua
piratórias, cálculo na vesícula e câncer de prós- saúde, 9 jan. 2013. Disponível em: <http://www.minsaude.gov.cv/
tata, mama, útero e cólon. Quem tem pressão index.php/sua-saude/hipertensao-arterial>. Acesso em: 4 mar. 2016.

PRINCÍPIO DE PASCAL
O físico e matemático Blaise Pascal (1623-1662), que nasceu na

DOMÍNIO PÚBLICO
França, foi notável em vários campos de atuação. Por exemplo, criou
a primeira calculadora manual que se conhece, considerada precursora
dos sofisticados computadores atuais.
Enunciou também o princípio físico aplicado, entre outros disposi-
tivos, nos elevadores hidráulicos dos postos de gasolina e no sistema de
freios e amortecedores dos carros. E tudo isso foi desenvolvido a partir
de conceitos de mais de trezentos anos.
O princípio de Pascal enuncia:

O acréscimo de pressão exercido em um líquido em equi-


líbrio transmite-se integralmente a todos os pontos do líquido.

Considere um líquido em equilíbrio colocado num recipiente e


que as pressões hidrostáticas nos pontos A e B sejam respectivamente
0,3 atm e 0,7 atm.
Suponha uma força externa
ACERVO PEARSON

Blaise Pascal.
→ sobre o êmbolo (figura a seguir)
F
que exerça pressão de 0,2 atm. Todos os pontos do líquido sofrem o mesmo acrés-
cimo de pressão. Assim, os pontos A e B apresentam pressões de 0,5 atm e 0,9 atm,
respectivamente.
Uma aplicação importante aparece nos freios hidráulicos usados em automóveis e
caminhões. Quando se exerce força no pedal do freio, produz-se uma pressão trans-
A
mitida integralmente para os freios instalados nas rodas, através de um fluido; neste
caso, óleo.
Uma das mais importantes aplicações do princípio de Pascal é a prensa hidráulica,
B um sistema multiplicador de força.

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→ Prensa hidráulica e uma máquina que multiplica a for-
F1
ça aplicada.
ACERVO PEARSON


F1

ACERVO PEARSON
d2
A1 A1 A2
A2

→ d1
F2


F2
Esquema de aplicação prática da prensa hidráulica: o
elevador de automóveis usado nos postos de gasolina.

No elevador de automóveis (figura), o ar comprimido, Admitindo-se que não existam perdas na máquina, o
empurrando o óleo no tubo de menor área, produz acrés- trabalho motor realizado pela força do ar comprimido é
cimo de pressão que, pelo princípio de Pascal, se transmite igual ao trabalho resistente realizado pelo peso do auto-
integralmente para o tubo de maior área, sobre o qual se móvel. Desse modo, o deslocamento do automóvel e o do
apoia o automóvel. nível do óleo são inversamente proporcionais às áreas dos
Assim: tubos.
F1 F Ou seja: d1 ∙ A1 = d2 ∙ A2, mas A ∙ d = volume
= 2
A1 A 2 Conclusão: V1 = V2, ou seja, o volume deslocado é o
Como A2 > A1, obtém-se F2 > F1, ou seja, a intensidade mesmo.
da força é diretamente proporcional à área do tubo.

CONEXÃO

HISTÓRIA
Blaise Pascal e suas duas irmãs, Jacqueline e Gilberte, foram educados em casa, por seu pai,
Étienne Pascal, que foi um juiz e membro da “Noblesse de Robe”, uma classe de aristocratas
franceses cujo título vinha de seus cargos administrativos ou judiciários. A família residiu em
Clermont-Ferrand, na França, durante o século XVII.
Tanto Blaise quanto sua irmã mais nova, Jacqueline, foram prodígios intelectuais. Blaise foi
matemático, físico e filósofo cristão, este último por influência de sua irmã Jacqueline. Os dois
eram muito amigos e compartilhavam interesses, leituras e cuidaram um do outro.
Jacqueline, por sua vez, foi filósofa, teóloga, poeta, escreveu tratados sobre educação, me-
mórias de práticas jurídicas, biografias e autobiografia. A maior parte de suas poesias foi escrita
antes de sua entrada para o convento de Port-Royal. No começo de sua adolescência, Jacqueline
escreveu principalmente sobre política e romance, mas depois se inclinou para temas espirituais.
Também na adolescência, Blaise Pascal começou a estudar formas de desenvolver uma má-
quina de calcular. Por conta do seu trabalho nessa área, ele é considerado um dos inventores das
calculadoras mecânicas.
As cartas trocadas por Blaise e Jacqueline mostram que os irmãos discutiam profundamente
sobre sobre filosofia e sobre a escolha de Jacqueline em ir para Port-Royal e se tornar freira. Blai-
se e seu pai eram contra a decisão dela, mas Jacqueline abdicou de sua herança e insistiu em se
dedicar à sua vocação. Ela se tornou uma grande defensora do direito das mulheres em seguirem
sua vocação independente de suas condições econômicas e da opinião dos pais.
Fonte: <http://www.iep.utm.edu/pascal-j/#H4>. Acesso em: jun. 2016 (em ingês).

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REGISTRO DA APRENDIZAGEM

1. Um corpo de determinado peso, atuando sobre o 4. As dimensões de uma piscina de fundo plano hori-
êmbolo menor de uma prensa hidráulica, mantém zontal de um clube social são 25 m de comprimen-
elevado um peso P = 480 N. Supondo que a área to e 10 m de largura. Sabe-se que a água que en-
do êmbolo maior é 8 vezes a área menor, determi- che essa piscina exerce força F = 4,5 ∙ 106 N sobre o
ne o peso do corpo atuando no êmbolo. piso dela. Determine a profundidade dessa piscina.
Aplicando a fórmula do princípio de Pascal, e levando em
consideração que o êmbolo maior é 8 vezes a área do menor Dados: g = 10 m/s2 e dágua = 1 g/cm3
(Aêmb maior = 8 × Aêmb menor), obtemos 60N.
Pr = F/A = 4,5 ∙ 106/(25 ∙ 10) = 18 000 N/m2
Pr = µ ∙ h ∙ g 18 000 = 1 000 · h ∙ 10
h = 1,8 m

2. Um tubo em U, com ambas as extremidades abertas 5. Converta as unidades conforme pedido.


e de seção reta uniforme, contém uma certa quan- a) 3 g/cm3 = 3 ∙ 103 kg/m3
3
tidade de óleo vegetal. Adicionam-se 2,0 litros de b) 0,5 g/cm =3 0,5 ∙ 10 kg/m3
um líquido imiscível, de densidade µ = 0,7 g/cm3, c) 2 · 104 kg/m3 = 2 ∙ 10 g/cm3
em um dos dois ramos. Qual é o peso do êmbolo 5
d) 3 · 10 Pa = 3 atm
que deve ser colocado no outro ramo para que os e) 2 atm = 2 ∙ 105 Pa
níveis de óleo nos dois ramos sejam iguais? Des-
preze o atrito do êmbolo com as paredes do tubo.
6. Um recipiente de 1 000 cm de altura contém mercú-
Suponha g = 10 m/s2.
rio até a borda. Determine a pressão hidrostática e
Como os dois líquidos são imiscíveis, o líquido que será colocado
em cima do óleo exercerá força-peso, que deverá ser compensada
a pressão absoluta do mercúrio no fundo desse re-
pelo outro ramo do tubo com peso igual. Como a quantidade do cipiente. Considere µmerc = 13,6 g/cm3, g = 10 m/s2
líquido imiscível foi de 2 000 cm3 e sua densidade é de 0,7 g/cm3, a e pressão atmosférica local de 1 atm.
massa é de 1 400 g ou 1,4 kg. Assim, o peso do líquido é 14 N, e é
ph = µ ∙ h ∙ g = 13,6 ∙ 103 ∙ 1 ∙ 10 = 13,6 ∙ 104 Pa
esse o peso que deverá ser colocado no outro ramo.
ph + Pat = µ ∙ h ∙ g + 105 = 13,6 ∙ 104 + 105 = 1,36 ∙ 105 + 105 =
= 2,36 ∙ 105 Pa

7. Observando uma piscina de 4,0 m de profundidade


3. Para suspender um carro de 1 800 kg usa-se um
cheia de água, determine:
macaco hidráulico. Os cilindros desse macaco hi-
dráulico são dotados de pistões, que podem mo- Dados: g = 10 m/s2, Patm = 1,0 ∙ 105 Pa e
ver-se dentro deles. O pistão maior tem um cilin- µ = 103 kg/m3
dro de área 4,0 × 103 m2, e o menor tem área
a) a pressão que a água exerce a 2 m de profun-
0,020 m². Qual deve ser a força aplicada ao pistão
didade.
menor para equilibrar esse carro? Analise a respos- ph = µ ∙ h ∙ g = 103 · 2 ∙ 10 = 2 ∙ 104 Pa
ta em relação à força necessária para elevar essa
massa e explique qual limitação tem esse macaco
b) a pressão absoluta no fundo da piscina.
hidráulico.
ph = µ ∙ h ∙ g = 103 ∙ 4 ∙ 10 = 4 ∙ 104 Pa
Aplicando a fórmula F1/A1 = F2/A2 obtemos facilmente que a força
ph + Pat = µ ∙ h ∙ g + 105 = 103 ∙ 4 ∙ 10 + 105 =
necessária para elevar um carro de quase duas toneladas é 0,09 N.
= 4 ∙ 104 + 105 = 1,4 ∙ 105 Pa
Então qual é a limitação desse equipamento?
Como as áreas são muito diferentes, é necessário que a altura do
c) a diferença de pressão entre dois pontos a
macaco seja muito grande para que o êmbolo da área menor tenha
volume para preencher o lado do macaco de maior área. 1,7 m de profundidade.
Diferença nula, porque estão à mesma profundidade.

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COMPREENSÃO DESENVOLVIMENTO
1. PUC-MG — A densidade do óleo de soja usado na 5. UFU-MG — Em um recipiente de vidro, coloca-se água
alimentação é de aproximadamente 0,80 g/cm3. O aquecida a 80 °C, até 90% do volume do frasco. Logo
número de recipientes com o volume de 1 litro que se após, ele é tampado com uma tampa não deformável,
podem encher com 80 kg desse óleo é de: a qual não é rosqueada, e sim facilmente encaixada.
a) 100 c) 500 Tal tampa possui apenas um anel de vedação, que não
b) 20 d) 50 permite a troca entre o ar externo e interno. Após dei-
xar o frasco por um certo tempo à temperatura am-
2. PUC-RJ — Um tubo de 1,5 cm de diâmetro e 10 cm de biente de 25 °C ao tentar retirar a tampa, percebe-se
comprimento é cheio com água. que ela não mais se solta facilmente.
A que profundidade, em cm, da superfície do líquido a Com base no descrito, a dificuldade em retirar a tampa
pressão manométrica é de 2,0 ∙ 10–3 atm? ocorre porque houve
a) uma pequena contração volumétrica do frasco,
Dados: g = 10 m/s2; p = 1 g/m3 e 1 atm = 105 Pa aumentando sua pressão interna.
a) 1,0 d) 3,0 b) aproximadamente uma transformação a volume
constante, reduzindo a pressão interna no frasco.
b) 2,0 e) 20
c) 2,5 c) aproximadamente uma transformação isobárica,
mantendo a pressão interna no frasco.
d) uma pequena dilatação do volume de água do
3. UEL-PR — Considere que uma prensa aplica sobre uma frasco, passando a haver maior ação da gravidade
chapa metálica uma força de 1,0 × 106 N, com o intui- sobre ele.
to de gravar e cortar 100 moedas.
Supondo que cada moeda possui raio igual a 1 cm,
assinale a alternativa que apresenta, corretamente, a
6. Fuvest-SP — Para impedir que a pressão interna de
uma panela de pressão ultrapasse um certo valor, em
pressão total da prensa sobre a área de aplicação na
sua tampa há um dispositivo formado por um pino
chapa.
acoplado a um tubo cilíndrico, como esquematizado
104
a) Pa na figura abaixo. Enquanto a força resultante sobre
π
o pino for dirigida para baixo, a panela está perfeita-
106
b) Pa mente vedada. Considere o diâmetro interno do tubo
π
cilíndrico igual a 4 mm e a massa do pino igual a 48 g.
108
c) Pa Na situação em que apenas a força gravitacional, a
π
pressão atmosférica e a exercida pelos gases na panela
1010
d) Pa atuam no pino, a pressão absoluta máxima no interior
π
da panela é
1012
e) Pa Pino
π
COMPANHIA ILUSTRADA/GUSTAVO HENRIQUE MOCHIUTI

4. UECE-CE — Considere um tanque cilíndrico vertical.


A tampa plana inferior desse recipiente é substituída Tubo
por uma calota esférica de mesmo raio interno que o Tampa da panela
cilindro. Suponha que o tanque esteja completamente
cheio de água. Nessas circunstâncias, é correto afirmar
que a pressão hidrostática produz forças na superfície
interna da calota sempre
a) radiais e para dentro.
b) verticais e para baixo.
c) radiais e para fora.
d) verticais e para cima.

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ENSINO MÉDIO

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III. O macaco hidráulico se baseia no princípio de Ste-
Dados: π = 3; 1 atm = 105 N/m2; aceleração local
vin para levantar o carro.
da gravidade = 10 m/s2
IV. O princípio de funcionamento do macaco hidráu-
a) 1,1 atm. lico se baseia em uma variação de pressão comu-
b) 1,2 atm. nicada a um ponto de um líquido incompressível
c) 1,4 atm. e, em equilíbrio, é transmitida integralmente para
d) 1,8 atm. todos os demais pontos do líquido e para as pare-
e) 2,2 atm. des do recipiente.
V. O princípio de funcionamento do macaco hidráuli-
7. Udesc-SC — De acordo com a figura, considerando co se baseia em uma variação de pressão comuni-
h  =  100 m e a densidade do ar sendo uniforme ao cada a um ponto de um líquido incompressível e,
longo da distância h, a variação de pressão, entre as em equilíbrio, é transmitida apenas para a superfí-
posições B e A, é aproximadamente: cie mais baixa do recipiente que contém o líquido.
Estão CORRETAS apenas
A a) I e IV.
b) II e V.
c) II e III.
d) II e IV.
h
e) III e V.

Ar APROFUNDAMENTO
Água 10. Unicamp-SP — Os reguladores de pressão são acessó-
rios de segurança fundamentais para reduzir a pressão
de gases no interior dos cilindros até que se atinja sua
h
pressão de utilização. Cada tipo de gás possui um re-
gulador específico.
a) Tipicamente, gases podem ser armazenados em ci-
B
lindros a uma pressão interna de P0 = 2,0 × 107 Pa
a) 0 e ser utilizados com uma pressão de saída do regu-
b) 1 · patm lador de P1 = 1,6 × 107 Pa. Considere um gás ideal
c) 10 · patm mantido em recipiente fechado a uma tempera-
d) 1 000 · patm tura inicial de T0 = 300 K. Calcule a temperatura
e) 100 · patm final T1 do gás se ele for submetido isovolumetri-
camente à variação de pressão dada acima.
8. UEG-GO — A pressão atmosférica no nível do mar vale b) Quando os gases saem dos reguladores para o cir-
1,0 atm. Se uma pessoa que estiver nesse nível mergu- cuito de utilização, é comum que o fluxo do gás
lhar 1,5 atm em uma piscina estará submetida a um (definido como sendo o volume do gás que atra-
aumento de pressão da ordem de vessa a tubulação por unidade de tempo) seja mo-
a) 25% nitorado através de um instrumento denominado
b) 20% fluxômetro. Considere um tanque cilíndrico com a
c) 15% área da base igual a A = 2,0 m2 que se encontra
d) 10% inicialmente vazio e que será preenchido com gás
nitrogênio. Durante o preenchimento, o fluxo de
gás que entra no tanque é medido pela posição da
9. UPE-PE — Considere as afirmações a seguir, que ana-
esfera sólida preta do fluxômetro, como ilustra a
lisam a situação de um carro sendo erguido por um
figura abaixo. A escala do fluxômetro é dada em
macaco hidráulico.
litros/minuto. A medida do fluxo de nitrogênio e
I. O macaco hidráulico se baseia no princípio de Ar-
sua densidade d = 1,0 kg/m3 permaneceram cons-
quimedes para levantar o carro.
tantes durante todo o processo de preenchimen-
II. O macaco hidráulico se baseia no princípio de Pas-
to, que durou um intervalo de tempo Dt = 12 h.
cal para levantar o carro.
Após este intervalo de tempo, a válvula do tanque

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é fechada com certa quantidade de gás nitrogênio a diferença da pressão entre o interior e o exterior do
em repouso no seu interior. Calcule a pressão exer- submarino é, aproximadamente, de
cida pelo gás na base do tanque. Caso necessário, a) 200 atm
use g = 10 m/s2. b) 100 atm
c) 21 atm

ISTOCK/GETTY IMAGES
d) 20 atm
N2
e) 19 atm

13. Unesp-SP — A figura representa uma cisterna com a


forma de um cilindro circular reto de 4 m de altura
instalada sob uma laje de concreto.

COMPANHIA ILUSTRADA/GUSTAVO HENRIQUE MOCHIUTI


Filtro
Laje

N2
Entrada

Terreno
natural

Cisterna
Terra
11. Epcar Afa-SP — A figura abaixo representa um macaco compactada

hidráulico constituído de dois pistões A e B de raios 4m

RA = 60 cm e RB = 240 cm, respectivamente. Esse dis-


positivo será utilizado para elevar a uma altura de 2 m
em relação à posição inicial, um veículo de massa igual

a 1 tonelada devido à aplicação de uma força F . Des- Considere que apenas 20% do volume dessa cisterna
preze as massas dos pistões, todos os atritos e conside- esteja ocupado por água. Sabendo que a densidade da
re que o líquido seja incompressível. água é igual a 1 000 kg/m3, adotando g = 10 m/s2 e su-
→ pondo o sistema em equilíbrio, é correto afirmar que,
F
nessa situação, a pressão exercida apenas pela água no
COMPANHIA ILUSTRADA/GUS-

fundo horizontal da cisterna, em Pa, é igual a


TAVO HENRIQUE MOCHIUTI

a) 2 000.
b) 16 000.
A B c) 1 000.
Líquido d) 4 000.
e) 8 000.
Nessas condições, o fator de multiplicação de força
deste macaco hidráulico e o trabalho, em joules, rea-

lizado pela força F , aplicada sobre o pistão de menor 14. UECE-CE — Considere um cubo imerso em água, con-
área, ao levantar o veículo bem lentamente e com ve- forme a figura a seguir.
locidade constante, são, respectivamente,
a) 4 e 2,0 ∙ 104. → →

b) 4 e 5,0 ∙ 103. FII FI

c) 16 e 2,0 ∙ 104.
d) 16 e 1,25 ∙ 103. →
FIII

12. PUC-RS — No oceano, a pressão hidrostática aumen-



ta aproximadamente uma atmosfera a cada 10 m de FIV

profundidade. Um submarino encontra-se a 200 m de


profundidade, e a pressão do ar no seu interior é de
No ponto destacado de uma das faces desse cubo há
uma atmosfera. Nesse contexto, pode-se concluir que
uma força devido à pressão hidrostática exercida pela

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água. Assinale o vetor que melhor representa essa
Competência 5 — Entender métodos e procedimentos próprios
força. das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos. 
→ Habilidade 17 — Relacionar informações apresentadas em dife-
a) FI rentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências
→ físicas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, ta-
b) FII belas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.

c) FIII

d) FIV 17. Enem

15. UPE-PE — Um tanque de uma refinaria de petróleo Os densímetros instalados nas bombas de
deve ser preenchido com 36 000 m de óleo. Esse pro- 3 combustível permitem averiguar se a quan-
cesso será realizado por um navio petroleiro que está tidade de água presente no álcool hidratado
carregado com 100 000 m3 de óleo. Sabendo que a está dentro das especificações determinadas
vazão de transferência de óleo do navio para o tanque pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).
é igual a 100 litros por segundo, estime a quantidade O volume máximo permitido de água no ál-
de dias necessários para a conclusão da transferência. cool é de 4,9%. A densidade da água e do ál-
a) 1 cool anidro são de 1,00 g/cm3 e 0,80 g/cm3,
b) 2 respectivamente.
c) 3 Disponível em: <http://nxt.anp.gov.br>.
Acesso em: 5 dez. 2011 (adaptado).
d) 4
e) 5 A leitura no densímetro que corresponderia à fração
máxima permitida de água é mais próxima de
a) 0,20 g/cm3.
ESTUDO PARA O ENEM
b) 0,81 g/cm3.
16. Enem — Uma pessoa, lendo o manual de uma ducha
c) 0,90 g/cm3.
que acabou de adquirir para a sua casa, observa o grá-
d) 0,99 g/cm3.
fico, que relaciona a vazão na ducha com a pressão,
e) 1,80 g/cm3.
medida em metros de coluna de água (mca).
14 Competência 5 — Entender métodos e procedimentos próprios
das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos. 
12 Habilidade 17 — Relacionar informações apresentadas em dife-
rentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências
10 físicas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, ta-
belas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
Vazão (L/min)

4
18. Enem — Para realizar um experimento com uma garra-
fa PET cheia de água, perfurou-se a lateral da garrafa
2
em três posições a diferentes alturas. Com a garrafa
0 tampada, a água não vazou por nenhum dos orifícios,
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Pressão estática (mca) e, com a garrafa destampada, observou-se o escoa-
Nessa casa residem quatro pessoas. Cada uma delas mento da água, conforme ilustrado na figura.
toma um banho por dia, com duração média de 8 mi-
nutos, permanecendo o registro aberto com vazão má-
xima durante esse tempo. A ducha é instalada em um
ponto seis metros abaixo do nível da lâmina de água,
COMPANHIA ILUSTRADA/GUS-

que se mantém constante dentro do reservatório.


TAVO HENRIQUE MOCHIUTI

Ao final de 30 dias, esses banhos consumirão um volu-


me de água, em litros, igual a
a) 69 120.
b) 17 280.
c) 11 520.
d) 8 640.
e) 2 880.

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Como a pressão atmosférica interfere no escoamento a área da tubulação que sai da bomba. Desprezando o
da água, nas situações com a garrafa tampada e des- atrito e considerando uma aceleração gravitacional de
tampada, respectivamente? 10 m/s2, deseja-se elevar uma pessoa de 65 kg em uma
a) Impede a saída de água, por ser maior que a cadeira de rodas de 15 kg sobre a plataforma de 20 kg.
pressão interna; não muda a velocidade de es- Qual deve ser a força exercida pelo motor da bomba
coamento, que só depende da pressão da coluna sobre o fluido, para que o cadeirante seja elevado com
de água. velocidade constante?
b) Impede a saída de água, por ser maior que a pres- a) 20 N
são interna; altera a velocidade de escoamento, b) 100 N
que é proporcional à pressão atmosférica na altura c) 200 N
do furo. d) 1 000 N
c) Impede a entrada de ar, por ser menor que a pres- e) 5 000 N
são interna; altera a velocidade de escoamento,
Competência 5 — Entender métodos e procedimentos próprios
que é proporcional à pressão atmosférica na altura das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos. 
do furo. Habilidade 17 — Relacionar informações apresentadas em dife-
rentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências
d) Impede a saída de água, por ser maior que a pres- físicas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, ta-
são interna; regula a velocidade de escoamento, belas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.

que só depende da pressão atmosférica.


e) Impede a entrada de ar, por ser menor que a
pressão interna; não muda a velocidade de es- 20. Enem — Um dos problemas ambientais vivenciados
coamento, que só depende da pressão da coluna pela agricultura hoje em dia é a compactação do
de água. solo, devida ao intenso tráfego de máquinas cada
vez mais pesadas, reduzindo a produtividade das
Competência 5 — Entender métodos e procedimentos próprios culturas.
das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos. 
Habilidade 17 — Relacionar informações apresentadas em dife-
Uma das formas de prevenir o problema de compac-
rentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências tação do solo é substituir os pneus dos tratores por
físicas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, ta-
belas, relações matemáticas ou linguagem simbólica. pneus mais
a) largos, reduzindo pressão sobre o solo.
b) estreitos, reduzindo a pressão sobre o solo.
19. Enem — Para oferecer acessibilidade aos portadores c) largos, aumentando a pressão sobre o solo.
de dificuldade de locomoção, é utilizado, em ônibus d) estreitos, aumentando a pressão sobre o solo.
e automóveis, o elevador hidráulico. Nesse dispositivo e) altos, reduzindo a pressão sobre o solo.
é usada uma bomba elétrica, para forçar um fluido a
Competência 5 — Entender métodos e procedimentos próprios
passar de uma tubulação estreita para outra mais lar- das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos. 
ga, e dessa forma acionar um pistão que movimenta Habilidade 17 — Relacionar informações apresentadas em dife-
rentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências
a plataforma. Considere um elevador hidráulico cuja físicas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráficos, ta-
área da cabeça do pistão seja cinco vezes maior do que belas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.

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1
O empuxo age tanto no
ser humano como na
tartaruga, tendendo a
levá-los para a superfície.
WILLIAM RODRIGUES DOS SANTOS/DREAMSTIME

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VOCÊ VAI APRENDER A
 identificar o princípio de Arquimedes em situações-problema cotidianas;
 calcular o valor de um empuxo em uma situação-problema;
 reconhecer os princípios de Bernoulli em situações-problema cotidianas;
 reconhecer as grandezas fundamentais da mecânica bem como suas
unidades.

2 TEOREMA DE ARQUIMEDES

N
este capítulo vamos estudar um assunto muito intri-
gante e uma sensação por que certamente todos nós
já passamos.
Quando estamos dentro da água, sentimos que ficamos
mais leves. Obviamente é só uma sensação — nosso peso con-
tinua exatamente o mesmo. Essa sensação decorre do fato de
atuarem no corpo imerso na água forças diferentes daquelas
que atuam no corpo fora da água.
Na situação da foto de abertura deste capítulo, note que tan-
to o mergulhador como a tartaruga estão imersos na água — isso
torna mais fácil seu deslocamento vertical do que se estivessem
imersos no ar. Essa simples constatação nos auxilia a entender
inúmeras situações do cotidiano.
Vamos também estudar a análise dimensional. Muitas ve-
zes a análise dimensional de um evento físico nos ajuda a des-
vendar questionamentos que, sem ela, não conseguiríamos ou
teríamos muito mais dificuldade. A Física está presente no dia
a dia, ajudando-nos a desenvolver a tecnologia, a fim de me-
lhorar a nossa qualidade de vida.

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PARA COMEÇAR

COMPANHIA ILUSTRADA/ GUSTAVO HENRIQUE MOCHIUTI


rincar
é condição
fundamental
para ser sério.
Arquimedes
de Siracusa

Orientação ao professor 1.
A intenção dessas perguntas não
é iniciar as explicações, e sim de
avaliar os conhecimentos prévios
dos alunos. Eles já estudaram o
que é densidade e o que faz um
corpo afundar ou flutuar. Entre-
tanto, as atividades aumentam em
complexidade, e é de esperar que
eles tenham mais dificuldades para
responder às últimas perguntas, que
são menos intuitivas.
Respostas esperadas: Sabemos que corpos enormes podem flutuar enquanto pequenos corpos afundam. Entretanto
1. Carro e helicóptero afundam na
água. Navio e iceberg flutuam na há grandes corpos que também afundam, e pequenos corpos que boiam.
água. 1. Dê dois exemplos de corpos grandes que afundam e dois exemplos que flutuam na água.
2. Areia e prego afundam na água.
2. Dê dois exemplos de corpos pequenos que afundam e de corpos pequenos que flutuam na água.
Bolinha de isopor e pena flutuam
na água. 3. O que acontece quando um navio que está inicialmente flutuando e após sofrer, por exemplo,
3. Ele tem a sua massa aumentada, uma colisão e danificar o seu casco, afunda?
mas o volume é o mesmo. Os
alunos provavelmente não for-
4. E um avião, afunda ou flutua no ar?
malizarão a resposta dessa ma- 5. E um balão, afunda ou flutua no ar?
neira – possivelmente dirão que
a água invade a parte interna da
embarcação. Estimule a conversa
para eventualmente responde- ROTEIRO DE APRENDIZAGEM
rem à questão de maneira mais
rigorosa cientificamente.
4. O avião afunda no ar. Ele voa se
estiver a uma velocidade adequa-
da. Os conceitos de “afunda” ou
“flutua” pressupõem o corpo es- 1 Princípio de Arquimedes — empuxo
• Valor do empuxo
tático em relação ao solo. No caso,
o avião não flutua quando está
em funcionamento – ele voa, isto
é, desloca-se através do ar.
5. Depende. Quando o balão está
cheio de ar quente, ele flutua.
Quando o ar em seu interior está
a uma temperatura ambiente, ele
PRINCÍPIO DE ARQUIMEDES — EMPUXO
afunda.
É fácil perceber o empuxo: quando se mergulha um corpo num líquido, seu peso parece diminuir
(peso aparente), chegando às vezes a parecer nulo (quando flutua). Isso ocorre devido à presença de uma
força vertical de baixo para cima, exercida no corpo pelo líquido, a qual recebe o nome de empuxo.
O empuxo se deve à diferença das pressões exercidas pelo fluido (líquido ou gás) nas superfícies
em todas as direções. Como a pressão aumenta com a profundidade, as forças aplicadas pelo fluido
na face inferior do corpo são maiores que as exercidas na face superior. A resultante dessas forças, o
empuxo, é vertical, de baixo para cima.

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FÍSICA 8
ENSINO MÉDIO

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Segundo Arquimedes, todo corpo imerso,
COMPANHIA ILUSTRADA/ GUSTAVO HENRIQUE MOCHIUTI

total ou parcialmente, em um fluido em equi-


líbrio, dentro de um campo gravitacional, fica
sob a ação de uma força vertical, de sentido
ascendente, aplicada pelo fluido. Essa força,

denominada empuxo ( E ), tem intensidade igual Orientação ao professor 2. Desafie
ao peso do líquido deslocado pelo corpo. os alunos a fazer a leitura do texto e
depois determinar o volume de corpos
irregulares, como uma pedra, uma ba-

GEMAELDEGALERIE ALTE MEISTER, DRESDEN


nana etc. Assim, eles aplicariam o ra-
Empuxo ciocínio de Arquimedes.

Peso

Uma boia flutua graças à forca


do empuxo que atua no corpo.
ISTOCK/GETTY IMAGES

Arquimedes (282 a.C.-212 a.C.)


No polo aquático, a bola não afunda
sozinha. Se forçada a imergir, ela retorna à
superfície como consequência do empuxo.
No caso de um corpo colocado num líqui-
do, podem-se ocorrer as seguintes condições:
ISTOCK/GETTY IMAGES

• Se ele permanece parado no ponto onde


foi colocado, à intensidade da força de em-
puxo é igual a intensidade da força peso,
ou seja, P = E (figura 1).
• Se ele afunda, a intensidade da força peso é
maior que a intensidade da força de empu-
xo, então temos que P > E (figura 2).
• Se ele é levado para a superfície, a
intensidade da força peso é menor que a
intensidade da força de empuxo, então P <
E (figura 3).

A força de empuxo mantém o iceberg flutuando.

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VALOR DO EMPUXO
Considerando um corpo imerso em um líquido em
E equilíbrio e analisando a força de compressão, as horizon-
tais se anulam, e as verticais têm resultante para cima. Sub-
traindo a força que atua na superfície inferior do corpo da
força que comprime o corpo na superfície inferior, obtém-
-se o empuxo:
E = Finf – Fsup = pinf ∙ área – psup ∙ área
E = (pinf – psup) ∙ A
Do teorema de Stevin, a diferença de pressão é dada
P
por:
Δp = μlíq ∙ h ∙ g
E=P Obtemos, então:
E = μlíq ∙ h ∙g ∙ A h ∙ A é o volume
Figura 1 Assim:
E = μlíq ∙ Vimerso ∙ g

É interessante observar: o valor do empuxo não depen-


de da densidade do corpo imerso no fluido.

CONEXÃO
CONEXÕES
P + ∆P > E’
E’
Submarino
afunda HISTÓRIA
Um navio vazio flutua com grande parte do cas-
co fora da água. À medida que vai sendo carregado,
ele imerge cada vez mais. Antigamente, muitos na-
vios transportavam excesso de carga e naufragavam
em viagem. Há cerca de 85 anos, Samuel Plimsoll
P + ∆P (1824-1898) persuadiu o Parlamento britânico a
aprovar uma lei exigindo que todos os navios tives-
sem uma linha pintada no casco, para indicar a linha
Figura 2 da água quando o navio tivesse a maior carga com-
patível com sua segurança. Desse modo, nenhum
navio pode zarpar de um porto britânico se a linha
Plimsoll estiver abaixo da água. HEMERA/GETTY IMAGES

E’ > P’
Submarino
emerge
E’

P’

Figura 3

30
FÍSICA 8
ENSINO MÉDIO

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CONEXÃO
CONEXÕES

Entenda o naufrágio do submarino russo Kursk


A notícia do naufrágio do submarino nuclear russo Kursk é um bom exem-
plo de como é possível estudar Física, Geografia e História de maneira interliga-
da. A interdisciplinaridade tem-se mostrado cada vez mais útil no entendimen-
to das questões contemporâneas. Vejamos então quais são as leis e as grandezas
físicas de maior importância nesse naufrágio...
No dia 12 de agosto de 2000, um acidente com esse submarino chocou o
mundo. Com uma tripulação de 118 pessoas, a embarcação afundou nas frias
águas do mar de Barents devido a duas explosões de origens desconhecidas.
Apesar das tentativas de resgate, todos os tripulantes morreram.
CONECTIVIDADE
CONEXÕES
Para entendermos essa tragédia, comecemos pela embarcação:
Imagine um navio atracado em um porto. Quais são as forças que atuam Se você quer divertir-se
sobre ele? Certamente você dirá o peso (P = m ∙ g, em que P é o peso, m é a assistindo a um filme
massa e g é a aceleração da gravidade), que “puxa” a embarcação para baixo. de muito suspense e ao
mesmo tempo contem-
Mais alguma? Será que a água faz alguma força no navio? Sem dúvida! Segun-
plar todos os conceitos
do o princípio de Arquimedes, todo corpo, total ou parcialmente imerso em trabalhados nas aulas de
um líquido, fica sujeito a uma força vertical de baixo para cima denominada Física, não deixe de assis-
“empuxo” (E = dlíq ∙ Vdl ∙ g, onde dlíq é a densidade do líquido, Vdl é o volume tir ao filme Sob pressão.
Em uma cápsula sub-
de líquido deslocado e g é a aceleração da gravidade). Um navio pode flutuar marina vai a bordo uma
porque o seu peso é contrabalançado pelo empuxo, assim como acontece com o equipe de mergulhadores
submarino quando este está na superfície (ver foto). para consertar um oleo-
duto no fundo do mar.

ISTOCK/GETTY IMAGES
Entretanto, uma tempes-
tade acaba por naufragar
o navio a que estavam
ligados, deixando-os para
sobreviver com limitadís-
simos recursos e sob uma
pressão insustentável.
Escrito por três estreantes
e um diretor novato, Sob
pressão (2015) é estrela-
Mas, diferentemente do navio, o submarino pode controlar sua flutuação, do por Danny Huston e
de acordo com sua densidade (d =m/v, em que d é a densidade, m a massa e Matthew Goode.
V o volume) comparativamente com a da água em que está imerso, permitin- Sob pressão (Pressure).
Direção: Ron Scalpello.
do sua imersão ou emersão. Para isso, o submarino tem tanques de lastro que Produção: Alan Mckenna
podem ser preenchidos por água ou ar. Quando o submarino está na superfície, e Jason Newmark. Reino
os tanques de lastro estão cheios de ar e a densidade total do submarino é me- Unido: Sony Pictures,
2014.
nor que a da água ao seu redor (o submarino flutua). Na submersão, o próprio
peso da embarcação faz com que a água flua naturalmente pelas aberturas de
alagamento distribuídas no fundo do casco. Os tanques de lastro se enchem de
água, e o ar que ali estava escapa do submarino até que sua densidade total seja
maior do que a da água que o cerca, e então o submarino afunda. Para manter
o submarino em uma determinada profundidade, regula-se a quantidade de ar e
água dentro dos tanques de lastro de maneira que sua densidade total seja igual
à da água ao seu redor (o submarino fica submerso e em equilíbrio).
Para que haja a emersão, ar comprimido é bombeado para os tanques de
lastro (o que também é feito em caso de acidente, mas com ar comprimido a
alta pressão, para que a subida à superfície seja mais rápida) e a água é forçada
para fora do submarino até que sua densidade total seja menor que a da água
ao seu redor.

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Quando o submarino afunda devido a uma colisão ou devido a uma explosão, a tripulação
imediatamente envia uma mensagem de socorro e, dependendo do desastre, o reator nuclear é
desligado e a energia elétrica é mantida apenas por baterias. O socorro poderá ser feito por um
veículo de resgate (minissubmarino) para remover a tripulação. Uma outra maneira seria elevá-lo
até a superfície por meio de boias que seriam colocadas ao seu redor e infladas para fazê-lo flutuar.
Porém, o sucesso do resgate está relacionado a alguns fatores que incluem a profundidade do
submarino, o terreno do fundo do mar, as correntes marítimas e as condições do tempo na superfície.
Particularmente no acidente do Kursk, a grande profundidade praticamente determinou a
sorte da tripulação. Submerso a mais de 100 m, é muito difícil resgatar qualquer pessoa em vista
da grande pressão de água. Pelo teorema de Stevin, a pressão hidrostática, isto é, a pressão devida
apenas à coluna de líquido (PH = d ∙ g ∙ h, onde PH é a pressão hidrostática, d é a densidade do
líquido, g é a aceleração da gravidade e h a altura da coluna de líquido), ultrapassa 10 atmosferas.
A essa pressão, para resgatar os marinheiros em um minissubmarino, segundo os oficiais russos,
seriam necessárias até sete horas para trazê-los à tona. Tal subida lenta seria necessária a fim de
evitar males de descompressão, que poderiam até mesmo ser fatais. Um leigo poderia perguntar-
-se por que os marinheiros não poderiam deixar o submarino e subir simplesmente prendendo a
respiração. Se saíssem do submarino, os homens morreriam esmagados pela fortíssima pressão.
Em ambiente menos hostil, os tripulantes poderiam sair nadando pelos tubos de disparo,
vestindo trajes pressurizados. Para tal procedimento, a baixa temperatura do oceano — cerca de
4 ºC — seria mais uma dificuldade a ultrapassar, e a tripulação teria hipotermia — diminuição
excessiva da temperatura normal do corpo — quando a temperatura de seus corpos começasse a
ficar muito mais baixa que 37 ºC.
Um outro agravante foi a falta de comunicação. Em casos de acidentes, a tripulação de um
submarino se comunica com o resgate por meio de um sistema de comunicação que emite ondas
sonoras. No Kursk, esse sistema pode ter sido danificado no acidente e, nesse caso, os únicos sinais
vindos do submarino só poderiam ser produzidos por batidas nas paredes do casco, cujo ruído é
captado na superfície por sensíveis sonares.
Em decorrência de uma série de condições adversas, o tempo para o resgate da tripulação foi
se esgotando nos dias que se sucederam à tragédia, sepultando as chances de haver algum sobre-
vivente. Atualmente encalhado a cerca de 108 m de profundidade, o submarino Kursk provavel-
mente descansará em seu leito marinho com os reatores e o combustível nucleares.
[...]
VOGT, Rogério; ANDRADE, Marcelo B. de. Entenda o naufrágio do submarino russo Kursk. Portal UOL Vestibular/Revisão/Física.
Disponível em: <http://vestibular.uol.com.br/ultnot/resumos/ult2766u34.jhtm>. Acesso em: 6 mar. 2016. (adaptado)

CONEXÃO
CONEXÕES

Como os peixes sobem e afundam na água? Para saber como isso funciona, você precisa com-
Os peixes são um pouco como os pássaros ou insetos preender as diversas forças que atuam no ar e debaixo
voadores: apresentam mecanismos embutidos que permi- da água. Apesar de esses ambientes parecerem muito
tem que eles se movam para cima e para baixo e de um diferentes para nós, a água e o ar são na verdade mui-
lado para outro em seu ambiente. Mas os métodos que per- to similares. Ambos são fluidos, substâncias com massa,
mitem ao peixe fazer isso estão mais próximos dos princí- mas sem forma. Na Terra, um objeto imerso em um flui-
pios por trás das máquinas voadoras feitas pelo homem, do do (como um peixe ou uma pessoa) experimenta duas
que os métodos de voo naturais. A maioria dos peixes sobe forças principais:
e afunda na água do mesmo modo que um balão cheio de • a força para baixo da gravidade;
hélio ou um balão de ar quente sobe e desce no ar. • a força para cima do empuxo ou flutuabilidade.

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A flutuabilidade é causada por uma diferença na semelhante aos pulmões dos seres humanos. Para re-
pressão do fluido em diferentes níveis. As partículas nos duzir sua densidade total, um peixe enche sua bexiga
níveis inferiores são empurradas para baixo pelo peso de com o oxigênio coletado da água circundante através
todas as partículas acima delas. As partículas nos níveis das guelras. Quando a bexiga é preenchida com esse
superiores têm menos peso acima delas. Em consequên- gás oxigênio, o peixe apresenta um volume maior, mas
cia, há sempre uma pressão maior abaixo de um objeto seu peso não aumenta quase nada. Quando a bexiga se
que acima dele, de modo que o fluido constantemente expande, ela desloca mais água, e assim o peixe expe-
empurra o objeto para cima. rimenta uma maior força empuxo. Quando a bexiga é
A força de empuxo que atua em um objeto é igual completamente inflada, o peixe apresenta o máximo vo-
ao peso do fluido deslocado por esse objeto totalmente lume e é empurrado para a superfície. Quando a bexiga
imerso nesse fluido. Por exemplo, se você imergir total- é completamente esvaziada, o peixe apresenta o mínimo
mente uma garrafa vazia de 5 litros de capacidade em volume e afunda em direção ao fundo do oceano. Para
uma banheira, ela desloca 5 litros de água. A água na permanecer em um nível em particular, o peixe enche
banheira então empurra a garrafa para cima com uma sua bexiga a um ponto em que ele desloca um volu-
força de 50 N, o peso de uma garrafa de 5 litros de água. me de água correspondente ao seu próprio peso. Nesse
Um objeto de maior volume é empurrado para cima com caso, as forças de empuxo e da gravidade anulam-se, e
uma força ainda maior porque ele desloca mais fluido. o peixe permanece naquele nível.
Obviamente, se o objeto for mais denso (portanto mais A maioria dos peixes sobe e afunda desse modo,
pesado) do que a água, não importa quanta água ele mas não todos. Algumas espécies não precisam de be-
desloque, ainda vai afundar. xiga natatória porque passam suas vidas no fundo do
Para subir, um peixe deve reduzir sua densidade mar. Outros peixes, como as arraias e tubarões, sobem
total aumentando seu volume sem aumentar significa- e afundam propelindo a si próprios para a frente. Como
tivamente sua massa. A maioria dos peixes pode fazer em um avião, o movimento do fluido sob as nadadeiras
isso mediante um órgão chamado de bexiga natató- cria sustentação, que empurra o peixe para cima.
ria. Uma bexiga natatória é como um saco expansível,

1. Pesquisadores constatam que uma tartaruga de massa d) Sua densidade é menor que a densidade do líqui-
10 kg e volume 0,006 m3 e colocada totalmente den- do (dcorpo < dlíquido).
tro da agua (μ = 1 g/cm3). e) O valor do peso aparente do bote e nulo
Use g = 10 m/s2 (daparente = P – E = O).
a) Qual é o valor do peso da tartaruga?
b) Qual é a intensidade da força de empuxo que a 3. Uma bola é colocada em um tanque que contém
água exerce na tartaruga quando totalmente 20 000 litros de água e, depois, em um jarro que con-
imersa na água? tém apenas 2 litros de água. Em qual dos dois reci-
c) Qual é o valor do peso aparente da tartaruga na pientes a bola sofrerá maior empuxo? Justifique sua
água? resposta.
d) Desprezando o atrito com a agua, determine a O empuxo será o mesmo, porque ele depende da densidade do líquido.
aceleração vertical da tartaruga quando estiver
Como os dois recipientes contêm água, o empuxo será o mesmo.
parada imersa na água.
a. P = mg = 10 ∙ 10 = 100 N
b. E = μáguaVobjeto = 1 000 ∙ 0,006 ∙ 10 = 60 N
4. Uma pequena esfera de vidro cai com velocidade
c. Paparente = P – E = 100 – 60 = 40 N
d. FR = P – E e a = 4,0 m/s2 constante em um líquido em repouso contido em um
recipiente. Com relação aos módulos das forças que
2. Considere agora um bote inflável que flutua nas águas atuam sobre a esfera, peso P, empuxo E e a força de
calmas de um lago. Das afirmações seguintes, apenas atrito viscoso Fa, é correto afirmar que:
uma é falsa. Identifique-a. a) P = E
a) O peso do barco e nulo. b) P = Fa
b) Ele encontra-se em equilíbrio (P = E). c) P = E + Fa
c) O volume de líquido que ele desloca e menor que d) P = E – Fa
o seu volume (Vdeslocado < Vcorpo). e) P = Fa – E

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5. Para que um balão tripulado suba, é necessário utilizar 7. O cientista e matemático grego Arquimedes (287-212
uma chama na abertura dele para que: a.C.), um dos pioneiros no estudo da hidrostática, pro-
a) o ar de dentro do balão se concentre na parte de pôs um princípio que levou seu nome. Considere esse
cima, impulsionando o balão para cima princípio aplicado às situações descritas.
b) diminua a densidade do balão. I. Quando o submarino está completamente sub-
c) o empuxo diminua, permitindo que o balão suba. merso, em repouso, sem tocar o fundo do mar.
d) aumente o peso do balão. II. Quando esse mesmo submarino passa a flutuar,
e) diminua a pressão interna do balão. em repouso, na superfície do mar.
Com base nessas informações, assinale a alternativa
6. Um corpo na forma de um cilindro reto com 4 m de correta.
altura e 1 m de raio é imerso na água e flutua com me- a) A situação II ocorre porque o módulo do empuxo
tade de seu volume para fora da água. Considere que é menor que o peso do submarino.
a água tem densidade de 1 000 kg/m3 e que a acele- b) A situação I ocorre porque o módulo do empuxo é
ração gravitacional é de 10,0 m/s2. O empuxo exercido maior que o peso do submarino.
pela água sobre o cilindro é de: c) A situação I ocorre porque o módulo do empuxo é
a) 4,0 ∙ 104 N Vcil sub = A ∙ h
menor que no peso do submarino.
b) 3,0 ∙ 10 N2 Vsub = R2 ∙ hs d) A situação I ocorre porque o módulo do empuxo é
V sub = ∙ 12 ∙ 2 igual ao peso do submarino.
c) 2,0 ∙ 102 N Vsub = 2 m3
d) 2,0 ∙ 104 N E = ML ∙ Vsub ∙ g e) A situação II ocorre porque o módulo do empuxo
e) 1,0 ∙ 102 N E = 103 ∙ 2 ∙ 10 é maior que o peso do submarino.
4
E = 2 ∙ 10 N

PRINCÍPIOS DE HIDRODINÂMICA — NOÇÕES


E PRINCÍPIOS DE BERNOULLI
Existem algumas condições para estudar hidrodinâmi-
ca, que envolve as propriedades dos fluidos em movimen-

ACERVO PEARSON
to. Considera-se fluido ideal aquele que não seja viscoso
(sem atrito interno), de densidade constante e velocidade
de escoamento constante com o tempo em certo ponto.
Do princípio proposto por Daniel Bernoulli (1700-
-1782), resulta: Pressão na asa do avião. Em carros de corrida, a
aerodinâmica do veiculo faz a P2 ser maior que a P1.

Se a velocidade de uma partícula de um fluido au-


menta enquanto ela se escoa ao longo de uma li-
nha de corrente, a pressão do fluido deve diminuir e Uma gota de água que se forma numa folha fica sus-
vice-versa. pensa e vai crescendo cada vez mais. Depois de atingir
certo tamanho, desprende-se e cai. Por que a água
se mantem na folha?
Esse princípio possibilita explicar por que os aviões
ISTOCK/GETTY IMAGES

voam e por que os carros de Fórmula 1 ficam “grudados”


no chão. Isso acontece devido ao formato da asa; na super-
fície superior, a velocidade do ar é maior − as particulas per-
correm distância maior no mesmo tempo. Logo, a pressão
na superfície superior e menor do que na superfície inferior,
o que faz criar uma força de sustentação de baixo para
cima. Nos carros de corrida ocorre exatamente o contrário.

As gotas não escorregam em razão da tensão superficial do líquido.

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Inúmeras são as aplicações para a teoria do TENSÃO SUPERFICIAL
escoamento dos fluidos, como na construção Na ausência de forças perturbadoras, as
de aviões supersônicos, foguetes, automóveis; gotas líquidas adquirem forma de menor área
na rede de adução e distribuição de água; no superficial para certo volume, que corresponde
projeto dos submarinos. à esfera.
Aplicando esse princípio para o escoamen-

ACERVO PEARSON
to de líquido no interior de tubos de diferen-
tes diâmetros, considerando A como a área e v Orientação ao professor . Em hi-
drodinâmica, a equação de continuida-
como a velocidade de escoamento, obtém-se: de deve ser deduzida e analisada com
cuidado, bem como a influência da ve-
locidade na pressão.
ACERVO PEARSON

V1 A2 V2
A1

CONECTIVIDADE
CONEXÕES

V1 ∆ t V2 ∆t Como tornar-se mais leve


que o ar? No segundo
Sendo ΔV1 = ΔV2, Δt1 = Δt2, e sa- episódio da série, Juca
bendo que a vazão de volume é dada por Pato e Jean Canard
∆V discorrem sobre a história
Esfera de óleo, flutuando em mistura de álcool e água.
Vaz = ⇒ Vaz1 = Vaz 2, então: do balonismo: como
∆t
grandes homens decidi-
∆V1 ∆V2 A ⋅x A ⋅x Unidades de tensão (força) superficial: uni- ram conquistar o céu em
= → 1 1 = 2 2 ( equação 1)
∆t1 ∆t 2 ∆t ∆t seus balões. Entre dis-
dade de força/unidade de comprimento.
cussões científicas, como
X1 = V1 ⋅ ∆t1 A tensão superficial depende da natureza a força do empuxo, e
X 2 = V2 ⋅ ∆t 2 do líquido. Geralmente essa tensão diminui à fatos marcantes, os dois
Substituindo na equação 1: medida que a temperatura se eleva e anula-se a discorrem sobre pioneiros
do balonismo, como
A1 ⋅ x1 A 2 ⋅ x 2 temperatura crítica.
= Bartolomeu de Gusmão
∆t ∆t e dos irmãos Montgol-
A1 ⋅ v 1 A 2 ⋅ v 2 Tensão superficial de alguns líquidos a 20 °C fier, às heroicas viagens
= de personagens como
∆t ∆t
Água 0,0722 N/m Salomon Andreem, que
A1 ∙ V1 = A2 ∙ V2 foi até o Ártico. E, por
Mercúrio 0,4650 N/m fim, mostram o fascínio
Essa expressão recebe o nome de equação
que isso causou no jovem
de continuidade. Etanol 0,0223 N/m
Santos Dumont quando
Pode-se, então, escrever a vazão como: Acetona 0,0237 N/m este chegou a Paris.
Vazão = A ∙ v <http://tvescola.mec.
Exemplos: gov.br/tve/video/patos-
Em que:
asas-e-baloes-1901>
• A é a área em m2 a) Pequenos insetos podem caminhar na su-
• v é a velocidade de escoamento em m/s perfície da água.
• A vazão é medida em m3/s b) Uma agulha de costura ou uma lâmina (de
aparelhos de barbear mais antigos), se de-
STOCK.XCHNG

positadas cuidadosamente na superfície da


água, são sustentadas por ela.
Pode-se dizer também que a tensão super-
ficial mede a energia potencial de coesão por
A vazão da água
na mangueira unidade de área da superfície livre.
depende da Veja nesse vídeo qual é a ação do vento nos
velocidade de
escoamento
telhados quando está ventando e por que as ca-
e de sua área sas são destelhadas devido a essas forças.
de secção
transversal.
<https://www.youtube.com/
watch?v=h_wqISHT9rE>

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APLICAÇÕES
CONEXÕES DA FÍSICA

Túnel de vento virtual na Fórmula 1: como funciona?


Ambiente virtual criado com auxílio de simulação computacional
é usado para testar projetos de novos carros
As equipes de Fórmula 1 apostam nas mudanças na aerodinâmica dos carros para torná-los
cada vez mais rápidos, conquistando ganhos cruciais no tempo de cada volta. Para analisar a
eficiência das alterações, engenheiros simulam e avaliam as propriedades aerodinâmicas de uma
peça ou conjunto em túnel de vento virtual, por meio de softwares CFD (Computational Fluid
Dynamics, “Dinâmica dos Fluidos Computacional”).
Os testes são realizados antes mesmo de os elementos serem fabricados, reduzindo gastos com
protótipos e o tempo de desenvolvimento do projeto. Para realizar os testes em túnel de vento
virtual, é necessário criar protótipos virtuais do carro e do ambiente de teste em sistemas. De-
pois, na fase de pré-processamento, são preparadas as geometrias, determinadas as condições do
ambiente e é criada a malha do conjunto, no qual o objeto a ser testado toma forma. Na etapa
de processamento, o software efetua os cálculos e obtém os resultados que serão analisados na
etapa de pós-processamento, os quais determinam o sucesso do experimento ou a necessidade de
mudanças na estrutura do carro.
A partir da simulação realizada em software CFD, os engenheiros têm acesso a uma série de
informações, como as forças aerodinâmicas (arrasto, equilíbrio e altura) e o fluxo de ar que atuam
sobre o veículo. Além disso, a possibilidade de visualizar o comportamento do ar sobre a estru-
tura permite ao engenheiro entender a aerodinâmica do carro mais detalhadamente do que nos
testes em túnel de vento. Outros dados importantes a ser estudados e obtidos com a simulação
computacional são os mapas de contorno de pressão na superfície, mapas de velocidades ao redor
do veículo.
Os testes realizados em túnel de vento virtual na Fórmula 1, bem como a simulação virtual
como um todo, também auxiliam diretamente no desenvolvimento de um novo componente para
o carro com o objetivo de melhorar sua aerodinâmica. Por exemplo, ao projetar uma nova asa
dianteira, inúmeras simulações podem ser realizadas no software CFD, gerando diferentes possí-
veis geometrias, a fim de ser analisadas em pouco tempo. A nova peça só será fabricada e testada
em túnel de vento real após os testes virtuais terem sido executados, obtendo-se um componente
com pouquíssimas falhas ou erros. A análise CFD também é útil quando são feitas modificações
no carro; por exemplo, a mudança em uma estrutura ou mesmo na distância entre eixos.
A simulação permite que os testes sejam realizados em poucos dias, garantindo a viabilidade
da alteração e gerando grande economia de tempo e de custos. A Dinâmica dos Fluidos Compu-
tacional ainda pode ser utilizada para resolver outras questões envolvendo correntes de fluidos,
analisar a absorção de ar pelo motor, a combustão no cilindro, o fluxo de gases do escapamento, o
calor dos freios e o movimento do combustível no tanque de acordo com a movimentação do carro.
Assista ao vídeo (em inglês) de como a equipe Red Bull Racing Formula 1 utiliza o software de
CFD: <https://www.youtube.com/watch?v=ymjSNaqZLps>.
Túnel de vento
Apesar da simulação computacional estar cada vez mais complexa e fornecendo dados simila-
res aos obtidos com testes reais, ainda se faz necessária a realização de testes físicos. A avaliação
da aerodinâmica do carro em um túnel de vento real ainda é aplicada como meio de validar os
resultados obtidos com o programa, o que permite a comparação entre as forças e pressões que
agem sobre o veículo nos dois testes. Isso é importante para garantir que a análise CFD seja se-
melhante à obtida no “mundo real”.
Fonte: Site Autoracing.
Túnel de vento virtual na Fórmula 1: como funciona? Portal ESSS/Dinâmica dos Fluidos/Notícias, 2 set. 2014. Disponível em: <http://
www.esss.com.br/blog/2014/09/tunel-de-vento-virtual-na-formula-1-como-funciona/>. Acesso em: 7 mar. 2016 (adaptado).

Orientação ao professor . Devido ao vento, decorrente do aumento da velocidade da massa de ar, a pressão externa à janela diminui de
36 acordo com a equação de Bernoulli. A diferença entre a pressão interna (maior) e a externa (menor) quebra a janela, e os fragmentos de vidro são
jogados para fora.
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1. Um líquido ideal preenche um recipiente até certa altu- 4. A figura seguinte representa uma tubulação horizontal
ra. A 5 m abaixo de sua superfície livre, esse recipiente em que escoa um fluido ideal.
apresenta um orifício de 2 ∙ 10–4 m2 de área, por onde
o líquido escoa. Considerando o módulo da acelera-
ção gravitacional g = 10 m/s2, e não alterando o nível 1 2
da superfície livre, calcule a vazão em m3/s através do
orifício.
Vaz = v ∙ A = 2gh ∙ A = 2 ∙ 10 ∙ 5 ∙ 2 ∙ 10−4 = 2 ∙ 10–3 m3/s A velocidade de escoamento do fluido no ponto 1 é
_____________ que a verificada no ponto 2, e a pres-
são no ponto 1, em relação à pressão no ponto 2, é
_____________.
Assinale a alternativa que completa corretamente as
lacunas.
Vazão e o produto da área pela veloci-
2. Durante uma tempestade, Maria fecha as janelas do seu a) maior, maior dade (Vz = A ∙ v). Assim, quanto maior
apartamento e ouve o zumbido do vento lá fora. Subita- b) maior, menor a área (região 1), menor a velocidade. Já
c) menor, menor a pressão, de acordo com o teorema de
mente, o vidro de uma janela se quebra. Considerando
Bernoulli, é inversamente proporcional à
que o vento tenha soprado tangencialmente a janela, o d) menor, maior velocidade. Logo V1 < V2 e P1 > P2.
incidente pode ser mais bem explicado pelo(a): e) maior, igual
a) princípio de conservação da massa. Análise dimensional

ACERVO PEARSON
b) equação de Bernoulli.
c) princípio de Arquimedes. Colarinho
d) princípio de Pascal.
e) princípio de Stevin. Tórax

Busto

Cintura
3. Considerando a teoria da mecânica dos fluidos, indi- Cintura

que verdadeiro ou falso.


( ) Dois blocos sólidos com volumes iguais, um deles Quadril

constituído por chumbo e outro, por alumínio, são


totalmente imersos em um fluido. A força de em-
puxo será maior sobre o bloco de chumbo, pois
sua densidade é maior que a densidade do bloco
de alumínio.
( ) Observa-se que o jato de água que sai de uma tor-
neira se torna mais estreito à medida que cai. Essa
observação é explicada com auxílio da equação da Você sabe quais são suas medidas?

continuidade.
( ) O empuxo que atua sobre um submarino submer-
so é diretamente proporcional à profundidade em GRANDEZAS FUNDAMENTAIS DA
que ele se encontra. MECÂNICA E UNIDADES
( ) A pressão média da água contra uma represa in- Nas relações com grandezas físicas, podem-se efetuar
depende da profundidade da água; entretanto de- adição, subtração e comparação de grandezas de mesma
pende do volume de água armazenado. natureza.
( ) Uma vela acesa (densidade = 0,80 g/cm3), flutuan- É fácil perceber que não há sentido em perguntar: o
do em água (densidade = 1 g/cm3), mantém-se que e maior; o tempo para ir da Terra à Lua ou o compri-
sempre em equilíbrio, ocupando a posição verti- mento de um barbante?
cal. Quando a chama apagar, ao entrar em conta- Isso porque tempo e comprimento são grandezas de na-
to com a água, toda a vela terá queimado. turezas diferentes. Esse é o princípio da homogeneidade

37
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dimensional. Quando se escreve F = m ∙ a, verifica-se que A grandeza G tem dimensão a em relação ao com-
ela é dimensionalmente correta, ou seja, as dimensões do primento, b em relação à massa e c em relação ao tempo.
primeiro membro são iguais às dimensões do segundo. Seguem exemplos que abordam apenas as unidades
no Sistema Internacional.

ISTOCK/GETTY IMAGES
Dê a equação dimensional de:
a) área.
• Sabendo que a unidade de área é m2, obtemos:
[área] = L ∙ L = L2
Observação: representa-se a equação dimensional
de grandeza escrevendo a grandeza entre colchetes.
b) força centrípeta.
• Lembrando que
m ⋅ v2
Fc =
R
então:
O cronômetro e um
( )
2

[Fc ] = [ ]R[ ]
medidor de tempo.
m ⋅ v
2
M ⋅ L ⋅ T −1
=
[] L
[F ] = L ⋅ M ⋅ T
c
−2

Observação: a equação dimensional de velocidade


é L ∙ T–1, pois sua unidade é m/s ou m ∙ s–1, ou seja,
EQUAÇÃO DIMENSIONAL comprimento multiplicado por tempo elevado a –1.
Diz-se que a relação entre grandezas em uma expres- A equação dimensional da Fc é valida para qualquer
são é a equação dimensional, considerando-se as dimen- outra força. Tente obter a equação dimensional de
sões fundamentais da mecânica. F=m∙a
c) energia cinética.
Grandezas físicas Símbolos • Lembrando que
fundamentais dimensionais m ⋅ v2
Ec =
R
comprimento L
então:
massa M
( )
2

[Ec ] = [ ]R[ ]
m ⋅ v
2
M ⋅ L ⋅ T −1
=
tempo T
[] 1
[Ec ] = L2 ⋅ M ⋅ T −2
ISTOCK/GETTY IMAGES

Observa-se que a equação dimensional de um nú-


mero ou uma constante, 1, 2, 3, p, ou ainda sen a,
cos a, tg a, log x , é 1, pois é adimensional, ou seja,
L0 ∙ M0 ∙ T0 = 1
d) coeficiente de atrito.
• Lembrando que
• Fat = μ ∙ N
então:
F 
µ = at
N
Como Fat é força de atrito (força), N é forca de rea-
Balança mede a massa. ção normal da superfície (força) e a equação dimen-
sional de qualquer forca é L ∙ M ∙ T–2, obtemos:
Em função das grandezas fundamentais ou primitivas, [f ] L ⋅ M ⋅ T −2
[µ ] = Nat = L ⋅ M ⋅ T −2 = L0 ⋅ M0 ⋅ T0 = 1
expressa-se uma grandeza qualquer G sob forma de produ- [ ]
to de potências das três grandezas fundamentais: compri-
Isso significa que grandezas adimensionais, como
mento, massa e tempo.
coeficiente de atrito, têm sua equação dimensio-
[G] = La ∙ Mb ∙ Tc
nal igual a 1.
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APLICAÇÕES
CONEXÕES DA FÍSICA

Funcionamento do sistema

GUY SHAPIRA/DREAMSTIME
de freio automotivo
O sistema de freio automotivo é simples de
ser compreendido, e trabalha com os princípios
e conceitos da hidráulica.
Um sistema hidráulico fechado que conta
com o auxílio de diversos componentes de di- Cilindro-mestre de atuação.
ferentes funções para criar pressão, conduzir o
fluido hidráulico e para a geração de força que
O fluido de freio está em todo o sistema;
será aplicada nos componentes de atrito.
portanto, os êmbolos, quando se deslocam,
O motorista é a peça-chave para o aciona-
acabam deslocando todo o fluido no sistema;
mento do freio. Quando o motorista aciona o
assim, os itens de atuação, como pinça e cilin-
pedal de freio, o sistema entra em funciona-
dro de rodas, também vão deslocar seus êmbo-
mento. A haste que está ligada ao pedal tam-
los no mesmo curso.
bém está ligada ao servofreio, que por sua vez
A pinça de freio recebe o movimento do
tem a função de auxiliar o motorista na frena-
fluido que entra em contato com seu êmbolo in-
gem. O servofreio cria um vácuo interno em
terno. O êmbolo ou pistão interno possui uma
duas câmaras separadas; quando o motorista
determinada área onde o fluido vai entrar em
aciona o pedal de freio acaba dando passagem
contato e gerar uma determinada força de ação
para o ar entrar em uma das câmaras; assim, a
sobre esse pistão.
haste é direcionada para frente porque a outra
O pistão atua sobre as pastilhas e sapatas
câmara está sob constante vácuo do motor.
com lonas onde entram em contato com o dis-
co, na dianteira, e tambor na traseira. Essas
peças geram atrito e diminuem a velocidade da
roda, e consequentemente do veículo.
PHOTOGGIN/GETTY IMAGES

ISTOCK/GETTY IMAGES

Disco de freio.
ISTOCK/GETTY IMAGES

Servofreio que auxilia o motorista na atuação do freio.

A haste continua avançando, com a ajuda


do servofreio, acionando os pistões ou êmbo-
los do cilindro-mestre. O cilindro-mestre é um
componente responsável por gerar pressão in-
terna no sistema e promover o deslocamento do
Pastilha de freio.
fluido de freio até as rodas.

ROCHA, Gionei; SPRING, Alan; SILVA, Deivis. Funcionamento do sistema de freio automotivo. Portal InfoMotor, maio 2009. Disponível
em: <http://www.infomotor.com.br/site/2009/05/funcionamento-do-sistema-de-freio-automotivo/>. Acesso em: 7 mar. 2016.

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VALORES
CONEXÕES E DIVERSIDADE

Naufrágio no Mediterrâneo deixou 800 imigrantes mortos, diz ONU


O naufrágio de uma embarcação com imigrantes ocorrido no domingo no mar Mediterrâneo
deixou ao menos 800 mortos, anunciaram na madrugada desta terça-feira (21), na cidade siciliana
de Catânia, os representantes do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur)
e da Organização Internacional para as Migrações (OIM), com base nos relatos de sobreviventes.
“Podemos dizer que 800 pessoas morreram”, declarou Carlotta Sami, porta-voz da Acnur na
Itália, antes de o porta-voz da OIM, Flavio di Giacomo, confirmar a estimativa.
Os representantes das duas organizações entrevistaram a maior parte dos 27 sobreviventes que
chegaram na segunda-feira ao porto de Catânia.
“Nós confrontamos os testemunhos e concluímos que havia pouco mais de 800 pessoas a bordo,
incluindo crianças de 10, 12 anos. Havia sírios, cerca de 150 eritreus, somalis (...). Eles partiram
às 8h de sábado de Trípoli”, explicou Sami.
“Os sobreviventes são de Mali, Gâmbia, Senegal, Somália, Eritreia e Bangladesh”, revelou Di
Giacomo.
O grupo de 27 sobreviventes chegou na noite de segunda-feira ao porto de Catânia, no sul da
Itália, e foi recebido pelo ministro italiano dos Transportes, Graziano Delrio, antes de passar por
uma primeira inspeção sanitária em tendas instaladas no porto, e ser levado de ônibus a um centro
de atendimento de emergência.
Durante o processo, dois sobreviventes foram detidos pela polícia italiana por integrarem a
tripulação do barco naufragado no domingo diante da costa Líbia.
Os detidos seriam o capitão do barco, de origem tunisiana, e um membro da tripulação, de
nacionalidade síria, segundo o oficial da polícia Rocco Liguori.
Em Catânia já está hospitalizado outro sobrevivente, cujo estado de saúde obrigou sua trans-
ferência de urgência no domingo.
Algumas dezenas de defensores dos direitos dos imigrantes protestaram durante a chegada dos
sobreviventes para reivindicar a abolição de uma lei que criminaliza a imigração ilegal. “Emigrar
não é um crime, a história da Sicília nos mostrou”, gritaram.
O Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra’ad Al Husein, criticou dura-
mente as políticas migratórias “cínicas” adotadas na segunda-feira pela União Europeia, acusando
Bruxelas de transformar o Mediterrâneo em um “grande cemitério”.
“A Europa dá as costas a alguns dos emigrantes mais vulneráveis do mundo e corre o risco de
transformar o Mediterrâneo em um vasto cemitério”, declarou Zeid em um comunicado.
Para Zeid Ra’ad Al Husein, os europeus deveriam reconhecer que precisam de mão de obra
pouco qualificada e admitir que os refugiados têm o direito de receber proteção.
Zeid exortou os governos dos países da UE a adotarem “um enfoque mais corajoso e menos
cínico”, acusando-os de ceder aos movimentos populistas xenófobos em ascensão no bloco.
O funcionário criticou a falta de vias legais implantadas para os emigrantes e demandantes
de asilo.
“Estou horrorizado, mas não surpreso com a tragédia”, assegurou Zeid.
“Estes mortos e as centenas que os precederam nos últimos meses eram previsíveis”, acrescen-
tou, destacando que as mortes eram o resultado de um fracasso da governança e de uma “imensa
falta de compaixão”.

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Na tarde de segunda-feira, a União Europeia convocou uma reunião de emergência dos ministros
do Interior e das Relações Exteriores europeus, e revelou um plano de ação com 10 medidas para
fazer frente às tragédias no Mediterrâneo.
O plano propõe a ampliação das operações de controle e resgate, mas se concentra na apreensão
e destruição de embarcações utilizadas para transportar os migrantes, no reforço da cooperação entre
as organizações europeias e um programa para deportação rápida dos candidatos à imigração não
autorizados a permanecer na UE.
O presidente da Federação Internacional da Cruz Vermelha, Elhadj As Sy, criticou a posição
da UE ao lançar um apelo para “pôr um fim à indiferença que transforma o Mediterrâneo em um
grande cemitério”.
[...]
Naufrágio no Mediterrâneo deixou 800 imigrantes mortos, diz ONU. Folha de S.Paulo/Mundo, 21 abr. 2015. Disponível em: <http://www1.folha.
uol.com.br/mundo/2015/04/1619196-naufragio-no-mediterraneo-deixou-800-imigrantes-mortos-diz-onu.shtml>. Acesso em 7 mar. 2016.

1. Dê a equação dimensional da força de atrito. 3. Determine a equação dimensional da aceleração da


[FAT] = [μ] ∙ [N] gravidade e a da velocidade.
[FAT] = 1 ∙ LMT–2 = LMT–2
Como PEF tem a mesma equação dimensional de qualquer pressão,
obtemos:
F
PRE =
A
LMT −2
[PR ] = 2 = L−1MT −2
L
Empuxo é um tipo de força; logo:
F=m∙a
F = m⋅a
[F] = M ⋅ L ⋅ T −2 = LMT −2

2. Encontre a equação dimensional da energia potencial 4. Dê a equação dimensional da pressão efetiva e a do


elástica. empuxo.

kx 2 P = m⋅g
Epe =
2 p
g=
F m
F = k⋅x ⇒ k =
x L ⋅ M ⋅ T −2
LMT −2
[ g] = = LT −2
M
[k] = L = MT −2 ∆x
Velocidade: V =
MT −2 ⋅ L ∆t
[Ep] = 1 = L2MT −2 L
[ V ] = = LT −1

Essa equação dimensional de energia vale para qualquer tipo de energia. T


Para comprovar, obtenha a equação dimensional da energia cinética ou
da energia potencial gravitacional.

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REGISTRO DA APRENDIZAGEM

1. Imagine um recipiente esférico com água dentro. 1. Uma estrela de plástico está presa por um fio ao
Esse recipiente tem um canal circular de entrada fundo de um recipiente com água a temperatura
comum raio de 2 cm e cinco canais também circu- ambiente. Sabe-se que o volume dessa estrela é
lares de saída. Espera-se que a vazão de entrada 5 dm3, e sua massa é 200 g. Qual é o empuxo sofri-
seja exatamente igual à vazão de saída nos cinco do pela estrela? Considere a aceleração da gravida-
canais. Sabe-se que os canais de saída são todos de 10 m/s2 e a densidade da água 1 g/cm3.
iguais e que os atritos são desprezíveis. Nesse caso, 50 N
qual deve ser o raio dos canais de saída?
Vazãoentrada = Vazãosaída
Para isso, a área da seção circular do canal de entrada deve ser
2. Um corpo maciço cilíndrico de diâmetro 3,0 cm é
igual à soma das áreas das seções circulares dos canais de saída: composto de duas partes cilíndricas distintas, uni-
Aentrada = Asaída das entre si por um adesivo de massa desprezível.
Para isso, devemos verificar:
Acanal entrada = 5Acanal saída A primeira parte, de 6,0 cm de altura, é compos-
Consideramos D o diâmetro do canal de entrada e d o diâmetro dos ta por uma material de densidade volumétrica
canais de saída e escrevemos: 0,30 g/cm3. A segunda parte, de 0,6 cm de altura,
D2 D2
π = 5π é composta por um metal de densidade volumé-
4 4
trica 7,0 g/cm3. O objeto encontra-se em repouso,
Substituindo, obtemos:
d = 1,26 cm ∴ r = 0, 63cm parcialmente imerso na água, cuja densidade volu-
métrica é 1,0 g/cm3.
Nas condições descritas relativas ao equilíbrio está-
tico do objeto, e considerando aproximadamente
igual a 3, determine:
a) a massa total em gramas do objeto cilíndrico.
Dados: μC = 0,3 g/cm3; hC = 6 cm; μL = 7 g/cm3; hL = 5 cm; μA = 1
g/cm3; D = 3 cm ⇒ ⇒ R = 1,5 cm.
A massa do objeto (M) é a soma das massas que compõem o
cilindro.
M = 3 ⋅ 2,25 (0, 3 ⋅ 6 + 7 ⋅ 0,6) ⇒
⇒ M = 40,5g
3
2. Um bloco de massa específica 900 kg/m flutua em
um líquido de massa específica 1 400 kg/m3, fican-
do parte de seu volume submerso. O bloco tem
altura de 8 cm. Qual é a parte do bloco que está
imersa?
O que se deseja calcular é a parte do bloco que está
imersa. Nesse caso ocorre equilíbrio estático, em b) a altura em centímetros da parte do cilindro
que vale a igualdade: P = E
imersa na água.
mg = µVsubg
Como µ = m/v, obtemos Como o objeto está em equilíbrio, as forças nele atuantes, empuxo
µblocoVbloco = µfluidoVsubmerso e peso, estão equilibradas.
Em que M 40,5
V = Abase × h E = P ⇒ A Vsub g = Mg ⇒ A π R2 hsub = M ⇒ hsub = 2 =
π R A 3 ⋅ 1,52 ⋅ 1
900 × 8 =1 400 h
hsub = 6 cm.
h = 5,14 cm

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COMPREENSÃO da água, uma força F, vertical e apontando para baixo,
1. Fuvest-SP — Um objeto homogêneo colocado em um é exercida pela mão de uma pessoa sobre a face supe-
recipiente com água tem 32% de seu volume submer- rior do cilindro, como ilustra a figura 2.

COMPANHIA ILUSTRADA/ GUSTAVO HENRIQUE MOCHIUTI


so; já em um recipiente com óleo, tem 40% de seu vo-
lume submerso. A densidade desse óleo, em g/cm3, é
Note e adote:
Densidade da água = 1g/cm3
a) 0,32 c) 0,64 e) 1,25
b) 0,40 d) 0,80

2. UPF-RS — Um estudante de Física realiza um experi-


mento para determinar a densidade de um líquido.
Ele suspende um cubo de aresta igual a 10,0 cm em
Figura 1 Figura 2
um dinamômetro. Faz a leitura do aparelho e registra
50,0 N Em seguida, ele mergulha metade do cubo no Sabendo que o módulo de F é igual a 2,0 N e que a
líquido escolhido, realiza uma nova leitura no dinamô- água está em equilíbrio hidrostático, calcule o módulo
metro e registra 40,0 N do peso do cilindro.
Usando as medidas obtidas pelo estudante no experi-
mento e considerando o módulo da aceleração da gra- 6. UER -R — Duas boias de isopor, B1 e B2, esféricas e
vidade local igual a 10,0m/s2 o valor da densidade do homogêneas, flutuam em uma piscina. Seus volumes
líquido, em g/cm3 encontrado pelo estudante, é igual a: submersos correspondem, respectivamente, a V1 e V2,
a) 3,6 c) 1,6 e) 0,8 e seus raios obedecem à relação R1 = 2R2.
b) 1,0 d) 2,0 A razão V1/V2 entre os volumes submersos é dada por:
a) 2 b) 3 c) 4 d) 8
3. PUC-R — Uma bola de isopor de volume 100 cm3 se
encontra totalmente submersa em uma caixa-d’água, 7. UFPE — Um recipiente cilíndrico de 40 litros está cheio
presa ao fundo por um fio ideal. de água. Nessas condições, são necessários 12 segun-
Qual é a força de tensão no fio, em newtons? dos para encher um copo de água através de um pe-
Dados : g = 10 m / s2 queno orifício no fundo do recipiente. Qual o tempo
ρágua = 1 000 kg / m3 ; ρisopor = 20 kg / m3 gasto, em segundos, para se encher o mesmo copo
de água quando temos apenas 10 litros de água no
a) 800 c) 1,02
recipiente? Despreze a pequena variação no nível da
b) 980 d) 0,98
água, quando se está enchendo um copo de água.

4. PUC- — A densidade do óleo de soja usado na ali-


8. UFBA
mentação é de aproximadamente 0,80 g/cm3. O nú-
mero de recipientes com o volume de 1 L que se po-
dem encher com 80 kg desse óleo é de:
a) 100 c) 500
b) 20 d) 50

DESENVOLVIMENTO
5. UFR -R — Um cilindro homogêneo flutua em equilí-
A tragédia de um voo entre o Rio de Janeiro e Paris pôs
brio na água contida em um recipiente. O cilindro tem
em evidência um dispositivo, baseado na equação de
3/4 de seu volume abaixo da superfície livre da água,
Bernoulli, que é utilizado para medir a velocidade de
como ilustra a figura 1.
um fluido, o chamado tubo de Pitot. Esse dispositivo
Para que esse cilindro permaneça em repouso com a
permite medir a velocidade da aeronave com relação
sua face superior no mesmo nível que a superfície livre

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ao ar. Um diagrama é mostrado na figura. No dispositi- Dois blocos maciços, de mesmo volume, sendo um fei-
vo, manômetros são usados para medir as pressões pA to com o material A e outro feito com o material B,
e pB nas aberturas A e B, respectivamente. têm, respectivamente, pesos cujos módulos PA e PB são
Considere um avião voando em uma região onde tais que ________. Se mergulhados completamente
a densidade do ar é igual a 0,60 kg/m3 e os manô- em água, os blocos sofrem empuxos cujos módulos EA
metros indicam pA e pB iguais a 63  630,0 N/m2 e a e EB, respectivamente, são tais que ________.
60 000,0 N/m2, respectivamente. a) PA = 2PB - EA = 2EB
Aplique a equação de Bernoulli nessa situação e deter- b) PA = 2PB - EA = EB
mine a velocidade do avião com relação ao ar. c) PA = PB - EA = 2EB
d) PA = PB/2 - EA = EB
9. UFP -P — Considere uma torneira mal fechada, que e) PA = PB/2 - EA = EB/2
pinga com um fluxo volumétrico de meio litro por
dia, embaixo da qual há um tanque de dimensões 12. UER -R — Uma pessoa totalmente imersa em uma pis-
(40 cm) × (30 cm) × (10 cm). Desprezando as perdas de cina sustenta, com uma das mãos, uma esfera maciça
água por evaporação, é correto afirmar que o tanque de diâmetro igual a 10 cm, também totalmente imersa.
a) transbordará, se a torneira não for completamen- Observe a ilustração:
te fechada ao final do vigésimo quarto dia.

COMPANHIA ILUSTRADA/ GUSTAVO HENRIQUE MOCHIUTI


b) atingirá a metade da sua capacidade total, se a
torneira for fechada no final do oitavo dia.
c) atingirá ¼ da sua capacidade total, se a torneira
for fechada no final do quarto dia.
d) atingirá 4 × 103 cm3, se a torneira for fechada no
final do quinto dia.
e) atingirá 0,025 m3, se a torneira for fechada no fi-
nal do décimo sexto dia.

10. UFPR-PR — Um objeto esférico de massa 1,8 kg e


densidade 4,0 g/cm3, ao ser completamente imerso
A massa específica do material da esfera é igual a
em um líquido, apresenta um peso aparente de 9,0 N.
5,0 g/cm3, e a da água da piscina é igual a 1,0 g/cm3.
Considerando-se a aceleração da gravidade com mó-
A razão entre a força que a pessoa aplica na esfera
dulo igual a g = 10 m/s², nessas condições pode-se afir-
para sustentá-la e o peso da esfera é igual a:
mar que o valor da densidade desse líquido, é igual a:
a) 0,2 c) 0,8
a) 1,0 ∙ 10³ kg/m³ d) 2,5 ∙ 10³ kg/m³
b) 0,4 d) 1,0
b) 1,5 ∙ 10³ kg/m³ e) 3,0 ∙ 10³ kg/m³
c) 2,0 ∙ 10³ kg/m³
13. UF - O — Uma placa polar após se desprender do
continente gelado fica com altura média de 100 m
11. UFR S-RS — Assinale a alternativa que preenche cor-
acima do nível da água e permanece à deriva em mar
retamente as lacunas do texto a seguir, na ordem que
aberto como um iceberg. Ao avistar esse bloco de
aparecem.
gelo, a tripulação de um navio avalia, usando um GPS,
O gráfico que segue mostra a variação da massa em
que ele tem cerca de 30,0 km2 de área.
função do volume para dois materiais diferentes, A e B.
Calcule o volume submerso do iceberg, considerando
M (103 kg) A que a razão da sua densidade pela densidade da água
ρ
é iceberg = 0, 90 .
6 ρagua

4
14. PUC- — A frase “Isso é apenas a ponta do iceberg”
B
é aplicada a situações em que a extensão conhecida
de um determinado fato ou objeto é muito pequena,
2
comparada ao restante, ainda encoberto, não revelado.
No caso dos icebergs nos oceanos, isso ocorre porque:
0 1 2 3 V (m3)

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a) a densidade do gelo é muito menor que da água Texto para a próxima questão
salgada. Quando precisar use os seguintes valores para as
b) a densidade da água dos oceanos é ligeiramente constantes:
maior que a densidade do gelo. 1 ton de TNT = 4,0 · 109J
c) as correntes marítimas arrastam os icebergs para Aceleração da gravidade = g = 10 m/s2
regiões mais profundas dos oceanos, deixando 1 atm = 105Pa.
Massa específica do ferro ρ ≅
3
acima da superfície da água uma pequena parte = 10
8000 / m3 3
kg kg/m
do volume dos mesmos. Raio da Terra = R = 6400 km
−7
Permeabilidade magnética do vácuo µ0 = 4 π ⋅ 10 N/A
2
d) o empuxo da água salgada sobre os icebergs é
menor que o peso dos mesmos.
17. A-SP — Ondas acústicas são ondas de compressão,
APROFUNDAMENTO ou seja, propagam-se em meios compressíveis. Quan-
15. UFPE — Um estudante de Física aceita o desafio de do uma barra metálica é golpeada em sua extremida-
determinar a ordem de grandeza do número de feijões de, uma onda longitudinal propaga-se por ela com ve-
em 5 kg de feijão, sem utilizar qualquer instrumento locidade υ = Ea / ρ . A grandeza E é conhecida como
de medição. Ele simplesmente despeja os feijões em módulo de Young, enquanto é a massa específica e
um recipiente com um formato de paralelepípedo e a uma constante adimensional. Qual das alternativas é
conta quantos feijões há na aresta de menor compri- condizente à dimensão de E?
mento c, como mostrado na figura. Ele verifica que a a) J/m2 c) J/s · m e) dyn/cm3
aresta c comporta 10 feijões. Calcule a potência da or- b) N/m2 d) kg · m/s2
dem de grandeza do número de feijões no recipiente,
sabendo-se que a relação entre os comprimentos das ESTUDO PARA O ENEM
a b c
arestas é: . 18. Enem
4 3 1

16. Unesp — A diferença de pressão máxima que o pul- O pó de café jogado no lixo caseiro e, princi-
mão de um ser humano pode gerar por inspiração é palmente, as grandes quantidades descarta-
em torno de 0,1 · 105 Pa ou 0,1 atm. Assim, mesmo das em bares e restaurantes poderão trans-
com a ajuda de um snorkel (respiradouro), um mer- formar em uma nova opção de matéria-prima
gulhador não pode ultrapassar uma profundidade má- para a produção de biodiesel, segundo estu-
xima, já que a pressão sobre os pulmões aumenta à do da Universidade de Nevada (EUA). No
medida que ele mergulha mais fundo, impedindo-os mundo, são cerca de 8 bilhões de quilogra-
de inflarem. mas de pó de café jogados no lixo por ano.
O estudo mostra que o café descartado tem
15% de óleo, o qual pode ser convertido em
biodiesel pelo processo tradicional. Além de
reduzir significativamente emissões prejudi-
ciais, após a extração do óleo, o pó de café é
ideal como produto fertilizante para jardim.
Revista Ciência e Tecnologia no Brasil, n. 155, jan. 2009.

Considere o processo descrito e a densidade do biodie-


sel igual a 900 kg/m3. A partir da quantidade de pó de
café jogada no lixo por ano, a produção de biodiesel
Considerando a densidade da água ρ ≅ 103 kg / m3 e a seria equivalente a
aceleração da gravidade g 10m / s2 , a profundidade a) 1,08 bilhão de litros. d) 8,00 bilhões de litros.
máxima estimada, representada por h, a que uma pes- b) 1,20 bilhão de litros. e) 8,80 bilhões de litros.
soa pode mergulhar respirando com a ajuda de um c) 1,33 bilhão de litros.
snorkel é igual a
a) 1,1 · 102m. d) 1,0 · 101m. Competência 5 — Entender métodos e procedimentos próprios
2 das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
b) 1,0 · 10 m. e) 1,0 · 100m. Habilidade 19 — Avaliar métodos, processos ou procedimentos
1
c) 1,1 · 10 m. das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucio-
nar problemas de ordem social, econômica ou ambiental.

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19. Enem — Em um experimento realizado para determi- 3. Ler a altura manométrica (H) correspondente ao cru-
nar a densidade da água de um lago, foram utilizados zamento das respectivas linha e coluna na tabela.
alguns materiais conforme ilustrado: um dinamômetro 4. Usar a altura manométrica no gráfico de desem-
D com graduação de 0 N a 50 N e um cubo maciço penho para ler a vazão correspondente.
e homogêneo de 10 cm de aresta e 3 kg de massa.
Inicialmente, foi conferida a calibração do dinamôme- L = Comprimento total da tubulação (em metro),
tro, constatando-se a leitura de 30 N quando o cubo da bomba até o reservatório.
era preso ao dinamômetro e suspenso no ar. Ao mer-
10 20 40 60 80 100 125 150 175 200 225 250 300
gulhar o cubo na água do lago, até que metade do
seu volume ficasse submersa, foi registrada a leitura de H = Altura manométrica total, em metro.
24 N no dinamômetro.
5 6 7 8 10 11 13 14 16 18 20 22 24 28

10 11 12 13 15 16 18 19 21 23 25 27 29 33

h = Altura (em metro) da entrada da


água na bomba até o reservatório.
15 17 18 20 21 23 24 26 28 30 32 34 38

20 22 23 25 26 28 29 31 33 35 37 39 43

25 28 30 31 33 34 36 38 40 42 44 48

30 33 35 36 38 39 41 43 45 47 50 50

35 38 40 41 43 44 46 48 50 50

40 43 45 46 50 50 50 50
Considerando que a aceleração da gravidade local é
de 10 m/s2, a densidade da água do lago, em g/cm3, é 50 50 50
a) 0,6. d) 2,4.
b) 1,2. e) 4,8.
c) 1,5.

Competência 5 — Entender métodos e procedimentos próprios


das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Habilidade 18 — Relacionar propriedades físicas, químicas ou
biológicas de produtos, sistemas ou  procedimentos tecnológicos
às finalidades a que se destinam.

20. Enem — O uso da água do subsolo requer o bombea-


mento para um reservatório elevado. A capacidade de Considere que se deseja usar uma bomba, cujo desem-
bombeamento (litros/hora) de uma bomba hidráulica de- penho é descrito pelos dados acima, para encher um
pende da pressão máxima de bombeio, conhecida como reservatório de 1 200 L que se encontra 30 m acima
altura manométrica H (em metros), do comprimento L da da entrada da bomba. Para fazer a tubulação entre a
tubulação que se estende da bomba até o reservatório bomba e o reservatório seriam usados 200 m de cano.
(em metros), da altura de bombeio h (em metros) e do Nessa situação, é de se esperar que a bomba consiga
desempenho da bomba (exemplificado no gráfico). encher o reservatório
De acordo com os dados a seguir, obtidos de um fa- a) entre 30 e 40 minutos.
bricante de bombas, para se determinar a quantidade b) em menos de 30 minutos.
de litros bombeados por hora para o reservatório com c) em mais de 1 h e 40 minutos.
uma determinada bomba, deve-se: d) entre 40 minutos e 1 h e 10 minutos.
1. Escolher a linha apropriada na tabela correspon- e) entre 1 h e 10 minutos e 1 h e 40 minutos.
dente à altura (h), em metros, da entrada da água
Competência 5 — Entender métodos e procedimentos próprios
na bomba até o reservatório. das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Habilidade 19 — Avaliar métodos, processos ou procedimentos
2. Escolher a coluna apropriada, correspondente ao das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucio-
comprimento total da tubulação (L), em metros, nar problemas de ordem social, econômica ou ambiental.
da bomba até o reservatório.

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21. Enem – Durante uma obra em um clube, um grupo de à força que os trabalhadores fazem para anular a
trabalhadores teve de remover uma escultura de ferro ação da força peso da escultura.
maciço colocada no fundo de uma piscina vazia. Cinco d) água exercerá uma força na escultura para baixo,
trabalhadores amarraram cordas à escultura e tenta- e esta passará a receber uma força ascendente do
ram puxá-la para cima, sem sucesso. piso da piscina. Essa força ajudará a anular a ação
Se a piscina for preenchida com água, ficará mais fácil da força peso na escultura.
para os trabalhadores removerem a escultura, pois a e) água exercerá uma força na escultura proporcional
a) escultura flutuará. Dessa forma, os homens não ao seu volume, e para cima. Essa força se somará
precisarão fazer força para remover a escultura do à força que os trabalhadores fazem, podendo re-
fundo. sultar em uma força ascendente maior que o peso
b) escultura ficará com peso menor. Dessa forma, a da escultura.
intensidade da força necessária para elevar a es-
Competência 5 — Entender métodos e procedimentos próprios
cultura será menor. das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
c) água exercerá uma força na escultura proporcio- Habilidade 19 — Avaliar métodos, processos ou procedimentos
das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucio-
nal a sua massa, e para cima. Esta força se somará nar problemas de ordem social, econômica ou ambiental.

QUADRO DE RESPOSTAS
Conceitos iniciais e pressão hidrostática
1. A 5. B 9. D 12. D 16. C 20. A
2. B 6. C 10. a) T1 = 240 K 13. E 17. B
3. C 7. C b) p = 90 Pa 14. A 18. A
4. C 8. C 11. C 15. E 19. C

Teorema de Arquimedes
1. D 5. 6N 9. A 13. V = 27 km3 17. B 21. E
2. D 6. D 10. C 14. B 18. C
3. E 7. 24 s 11. B 15. 4 19. B
4. A 8. v = 396 km/h 12. C 16. E 20. E

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMAUDI, U. Imagens da física. São Paulo: Scipione,1995.
BRUNET, Leonardo Gregory; GEHRING, Sonia Terezinha; CÉLIA, Maria Helena Curcio. São Paulo: Edusp, 2002.
CARRON, W.; GUIMARÃES, O. As faces da física. São Paulo: Moderna, 2002.
FOGIEL, Max. The high school physics futor. New Jersey: Research and Education Association, 2014.
HALLIDAY, D; RESNICK, R. Fundamentos de física 1. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2013.
NICOLAU et. al. Física, ciência e tecnologia. São Paulo: Moderna, 2012.
TALAVERA, A. C. et al. Física: ensino médio. São Paulo: Nova Geração, 2005.

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