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A Surpreendente História de José

José é vendido como escravo e levado ao Egito, onde passa por muitas provações, incluindo ser acusado injustamente e preso. Mesmo assim, mantém sua fé em Deus e ajuda outros presos, ganhando a confiança do carcereiro. Quando o Faraó tem sonhos preocupantes, José é chamado para interpretá-los corretamente, saindo da prisão.
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A Surpreendente História de José

José é vendido como escravo e levado ao Egito, onde passa por muitas provações, incluindo ser acusado injustamente e preso. Mesmo assim, mantém sua fé em Deus e ajuda outros presos, ganhando a confiança do carcereiro. Quando o Faraó tem sonhos preocupantes, José é chamado para interpretá-los corretamente, saindo da prisão.
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A Surpreendente História de José*

E nquanto isso, José estava a caminho do Egito, levado pelos donos da caravana que o haviam comprado.
Mesmo de longe, o jovem conseguia ver as colinas entre as quais estavam as tendas de seu pai. Chorou
amargamente ao pensar em seu amoroso pai, em sua solidão e sofrimento. Ainda soavam em seus ouvidos as
palavras dolorosas e os insultos dirigidos a ele diante de suas súplicas desesperadas em Dotã. Com o coração
tremente ele olhou para o futuro. Sozinho e sem amigos, qual seria o seu destino naquela terra estranha para
onde estava indo? Por algum tempo, José se entregou a uma tristeza e terror incontroláveis.
Ainda assim, essa experiência seria uma bênção para ele. Em poucas horas, ele aprendeu coisas que nem
mesmo vários anos poderiam lhe ter ensinado. Seu pai agira de forma errada para com ele, com seu favoritismo
e falta de disciplina. Isso deixou seus irmãos irados e provocou a atitude cruel que o separou de seu lar. Havia
defeitos em seu caráter que tinham sido estimulados. Ele estava se tornando exigente e cheio de si. Sentia que
não estava preparado para lidar com as dificuldades que estavam diante dele na vida cruel e de abandono de um
escravo.
Então seus pensamentos se voltaram para o Deus de seu pai. Várias vezes tinha ouvido a história da visão
de Jacó quando saiu de sua casa como um exilado e fugitivo. Contaram a ele a respeito das promessas do Senhor
a Jacó e como, na hora da necessidade, os anjos vieram para ensinar, confortar e proteger. Tinha aprendido do
amor de Deus em dar um Redentor. Todas essas preciosas lições vividamente vieram à tona. José tinha certeza
de que o Deus de seus pais seria o seu Deus. Entregou-se completamente ao Senhor ali mesmo e orou para que
o Guarda de Israel estivesse com ele em seu exílio.
Todo o seu ser tremeu diante da elevada resolução de se mostrar fiel a Deus, de agir como um súdito do Rei
do Céu. Ele enfrentaria as provações em sua vida com coragem e cumpriria fielmente o seu dever. A terrível
experiência de um único dia fez com que deixasse de ser uma criança mimada, para se tornar um homem
ponderado, corajoso e confiante.
Quando chegou ao Egito, José foi vendido a Potifar, capitão da guarda real. Durante dez anos, foi exposto a
tentações em meio à idolatria, rodeado de toda pompa da realeza, da riqueza e cultura da mais alta nação
civilizada que existia na época. Mesmo assim, José manteve a sua lealdade a Deus. Estava rodeado de cenas e
sons indesejáveis, mas era como se nada visse ou ouvisse. Ele não permitia que seus pensamentos se ocupassem
com coisas proibidas. O desejo de alcançar o favor dos egípcios não o fazia abrir mão de seus princípios. Não
fazia qualquer esforço para ocultar o fato de que era um adorador de Jeová.
“O Senhor estava com José, de modo que este prosperou.” Seu patrão “percebeu que o Senhor estava com
ele e que o fazia prosperar em tudo o que realizava” (Gn 39:2, 3). A confiança de Potifar em José aumentava dia
a dia e, finalmente, ele o promoveu a seu mordomo, com total controle sobre todos os seus bens. “Assim deixou
ele aos cuidados de José tudo o que tinha, e não se preocupava com coisa alguma, exceto com sua própria
comida” (Gn 39:6).
O dinamismo, prontidão, zelo e energia de José eram coroados pela bênção divina; mesmo seu senhor
idólatra aceitava isso como o segredo de sua prosperidade. Deus era glorificado pela fidelidade de Seu servo. Era
seu objetivo que o crente em Deus aparecesse em marcante contraste com os adoradores de ídolos. Assim, a luz
da graça celestial resplandeceria em meio às trevas do paganismo.
O capitão chegou a considerar José como um filho, em vez de um escravo. O jovem foi levado a entrar em
contato com homens de posição e elevado nível intelectual, adquirindo não apenas conhecimento das ciências,
idiomas e negócios, mas também uma educação necessária para ser o futuro primeiro-ministro do Egito.

Tentação Quase Invencível


A esposa do senhor de José tentou induzir o jovem a transgredir a lei de Deus. Ele tinha permanecido
incontaminado da corrupção que enchia aquela terra pagã, mas essa tentação, tão repentina, tão forte, tão
sedutora – como deveria lidar com ela?
José bem sabia o que a recusa lhe traria. De um lado estavam a cumplicidade, os favores e as recompensas;
do outro, a desgraça, a prisão, e talvez a morte. Toda a sua vida futura dependia da decisão do momento. José
seria fiel a Deus? Com inexprimível ansiedade, os anjos olhavam para aquela cena.
A resposta de José revela o poder do princípio religioso. Ele não trairia a confiança de seu senhor na Terra; e,
fossem quais fossem as consequências, seria fiel ao seu Senhor no Céu. O primeiro pensamento de José foi em
Deus. “Como poderia eu, então, cometer algo tão terrível e pecar contra Deus?”, disse ele (Gn 39:9). Os jovens
devem sempre se lembrar de que, onde quer que estejam, o que quer que façam, sempre se encontram na
presença de Deus. Nada em nossa conduta deixa de ser observado por Ele. Não podemos ocultar nossos
caminhos do Altíssimo. Para cada ação há uma testemunha invisível. Cada ato, cada palavra, cada pensamento é
tão claramente observado como se houvesse apenas uma pessoa no mundo todo.
José sofreu por manter sua integridade. Sua tentadora se vingou, fazendo com que fosse colocado na prisão.
Se Potifar tivesse acreditado na acusação feita por sua esposa, contra José, o jovem hebreu teria perdido a vida,
mas a simplicidade e lealdade que tinham caracterizado sua conduta eram prova de sua inocência. Para salvar a
reputação da casa de seu senhor, ele sofreu a desonra e a escravidão.
No início, José foi tratado severamente pelos carcereiros. O salmista diz: “Machucaram-lhe os pés com
correntes e com ferros prenderam-lhe o pescoço, até cumprir-se a sua predição e a palavra do Senhor confirmar
o que dissera” (Sl 105:18, 19).

José na Prisão
O verdadeiro caráter de José brilhou mesmo na prisão. Os anos de serviço fiel que havia prestado foram
pagos da maneira mais cruel; porém, ainda assim, não ficou deprimido ou perdeu a confiança. Ele tinha paz e
deixou seu caso nas mãos de Deus. Não ficava pensando nas injustiças cometidas contra ele e procurava aliviar
as tristezas dos outros. Mesmo na prisão, encontrou um trabalho que poderia fazer. Deus o estava preparando,
na escola da aflição, para um propósito maior, e ele não se recusou a receber a disciplina necessária. Aprendeu
lições de justiça, simpatia e misericórdia que o prepararam para usar o poder com sabedoria e compaixão.
Aos poucos, José foi ganhando a confiança do carcereiro da prisão, que acabou confiando a ele a guarda de
todos os prisioneiros. Sua conduta na prisão – sua integridade, sua simpatia por aqueles que viviam em angústia
e sofrimento – abriu o caminho para que se tornasse um homem próspero e honrado no futuro. Quando
inspirados por um motivo justo, toda palavra bondosa falada aos aflitos, todo ato realizado para aliviar os
oprimidos e tudo o que for dado aos necessitados resultarão em bênçãos para o doador.
O padeiro-chefe do rei e o copeiro-chefe tinham sido presos por um ato errado que cometeram e ficaram
sob a responsabilidade de José. Num dia pela manhã, ele percebeu que pareciam muito tristes e bondosamente
perguntou por que estavam daquele jeito. Explicaram que cada um deles havia tido um sonho fora do comum e
queriam muito saber qual era o seu significado. “Não são de Deus as interpretações?”, disse José. “Contem-me os
sonhos” (Gn 40:8).
Depois que cada um contou o sonho que teve, José revelou o seu significado. Em três dias, o copeiro seria
reintegrado ao seu cargo e daria o copo nas mãos do Faraó, como fazia antes, mas o padeiro-chefe seria morto
por ordem do rei. Nos dois casos aconteceu conforme havia sido predito.
O copeiro do rei tinha demonstrado profunda gratidão por José, pela feliz interpretação do sonho e por
muitos atos de bondade e atenção. Por sua vez, José, referindo-se à prisão injusta a que havia sido condenado,
suplicou que seu caso fosse levado perante o rei. “Quando tudo estiver indo bem com você”, disse ele, “lembre-se
de mim e seja bondoso comigo; fale de mim ao Faraó e tire-me desta prisão, pois fui trazido à força da terra dos
hebreus, e também aqui nada fiz para ser jogado neste calabouço” (Gn 40:14, 15).
O copeiro-chefe viu que seu sonho tinha se realizado em todos os detalhes; mas quando foi restaurado ao
favor real, ele se esqueceu daquele que o havia ajudado. José permaneceu como prisioneiro por mais dois anos.
A esperança que tinha começado a arder em seu coração, pouco a pouco foi se apagando, e às outras provações
foi acrescentada a mais amarga dor da ingratidão.
Entretanto, a mão divina estava pronta para abrir as portas da prisão. Em uma noite, o rei do Egito teve dois
sonhos que indicavam aparentemente o mesmo acontecimento e pareciam estar prevendo uma grande
calamidade. Os magos e sábios não puderam dar a interpretação. A perplexidade do rei aumentava e o terror se
espalhou por todo o palácio. A agitação geral fez com que o copeiro-chefe se lembrasse do próprio sonho; com
ele, veio à sua lembrança o pedido de José e o remorso por seu esquecimento e ingratidão. Imediatamente, ele
informou ao rei como seu sonho e o sonho do padeiro-chefe tinham sido interpretados por um escravo hebreu
e como as predições haviam se cumprido.
Era humilhante para o Faraó consultar um escravo, mas ele estava disposto a fazer isso para que sua mente
perturbada se acalmasse. José foi enviado imediatamente ao palácio; tirou suas roupas de prisioneiro e foi
levado à presença do rei.
“O Faraó disse a José: ‘Tive um sonho que ninguém consegue interpretar. Mas ouvi falar que você, ao ouvir
um sonho, é capaz de interpretá-lo.’ Respondeu-lhe José: ‘Isso não depende de mim, mas Deus dará ao Faraó
uma resposta favorável’” (Gn 41:15, 16). José, modestamente, recusou a honra de possuir sabedoria superior.
Somente Deus pode explicar esses mistérios.
O Faraó começou então a relatar seus sonhos: “Sonhei que estava em pé, à beira do Nilo, quando saíram do
rio sete vacas, belas e gordas, que começaram a pastar entre os juncos. Depois saíram outras sete, raquíticas,
muito feias e magras. Nunca vi vacas tão feias em toda a terra do Egito. As vacas magras e feias comeram as
sete vacas gordas que tinham aparecido primeiro. Mesmo depois de havê-las comido, não parecia que o
tivessem feito, pois continuavam tão magras como antes. Então acordei. Depois tive outro sonho. Vi sete
espigas de cereal, cheias e boas, que cresciam num mesmo pé. Depois delas, brotaram outras sete, murchas e
mirradas, ressequidas pelo vento leste. As espigas magras engoliram as sete espigas boas. Contei isso aos magos,
mas ninguém foi capaz de explicá-lo” (Gn 41:17-24).

A Interpretação do Sonho do Faraó


“‘O Faraó teve um único sonho’, disse-lhe José. ‘Deus revelou ao Faraó o que Ele está para fazer’” (Gn 41:25).
Haveria sete anos de muita fartura. Os campos e hortas produziriam em grande quantidade, como nunca antes.
Esse período seria seguido por sete anos de fome. “A fome que virá depois será tão rigorosa que o tempo de
fartura não será mais lembrado na terra” (Gn 41:31). “Procure agora o Faraó”, disse ele, “um homem criterioso e
sábio e coloque-o no comando da terra do Egito. O Faraó também deve estabelecer supervisores para recolher
um quinto da colheita do Egito durante os sete anos de fartura. Eles deverão recolher o que puderem nos anos
bons que virão e fazer estoques de trigo que, sob o controle do Faraó, serão armazenados nas cidades. Esse
estoque servirá de reserva para os sete anos de fome que virão sobre o Egito, para que a terra não seja arrasada
pela fome” (Gn 41:33-36).
A interpretação foi racional e coerente. A política recomendada era sólida e não tinha como ser colocada em
dúvida. A quem poderia ser confiada a execução desse plano? A preservação da nação dependeria da sabedoria
dessa escolha. Por algum tempo, a questão dessa indicação esteve em estudo. Por meio do copeiro-chefe, o
monarca ficou sabendo da sabedoria e prudência demonstradas por José na administração da prisão. Era
evidente que ele tinha uma habilidade administrativa superior. Em todo o reino, José foi o único homem dotado
de sabedoria para indicar o perigo que ameaçava o país e o preparo necessário que deveria ser feito para
enfrentar uma situação como aquela. Não havia ninguém, entre os oficiais do rei, tão bem qualificado para
conduzir os negócios da nação naquele momento de crise. “Será que vamos achar alguém como este homem,
em quem está o espírito divino?” (Gn 41:38), perguntou o rei aos seus conselheiros.

De Prisioneiro a Primeiro-Ministro
Foi feito então a José o surpreendente anúncio: “Uma vez que Deus lhe revelou todas essas coisas, não há
ninguém tão criterioso e sábio como você. Você terá o comando de meu palácio, e todo o meu povo se sujeitará
às suas ordens. Somente em relação ao trono serei maior que você. […] Em seguida o Faraó tirou do dedo o seu
anel-selo e o colocou no dedo de José. Mandou-o vestir de linho fino e colocou uma corrente de ouro em seu
pescoço. Também o fez subir em sua segunda carruagem real, e à frente os arautos iam gritando: ‘Abram
caminho!’” (Gn 41:39, 40, 42, 43).
Da prisão, José foi elevado a governador de toda a terra do Egito, uma posição altamente honrada, mas
também cercada de perigos. Ninguém pode ocupar uma elevada posição sem estar sujeito ao perigo. A
tempestade que não atinge a humilde flor no vale arranca pela raiz a frondosa árvore no topo da montanha.
Assim também, aqueles que mantiveram sua integridade na vida humilde que levavam podem ser arrastados
pelas tentações que aparecem com o êxito e as honras mundanas. O caráter de José resistiu da mesma forma
tanto à prova da adversidade como da prosperidade. Ele era um estrangeiro em terra pagã, separado de sua
família, mas acreditava que a mão divina tinha dirigido completamente a sua vida. Com inabalável confiança em
Deus, desempenhava fielmente os deveres do cargo que ocupava. A atenção do rei e dos grandes homens do
Egito foi dirigida ao verdadeiro Deus, e eles aprenderam a respeitar os princípios revelados na vida de José
como adorador de Jeová.
Em seus primeiros anos, José seguiu o seu dever e não a inclinação. A integridade, a simples confiança, a
nobre natureza do jovem produziram frutos em seus atos quando homem.
As circunstâncias variadas que encontramos dia a dia são destinadas a provar a nossa fidelidade e a nos
qualificar para maiores responsabilidades. Ao se apegar aos princípios, a mente se acostuma a atender às
exigências do dever acima do prazer e da vontade. A mente assim disciplinada não oscila entre o que é certo e o
errado como a cana balança ao vento. Pela fidelidade nas pequenas coisas, adquirem forças para serem fiéis nas
coisas maiores.
Um caráter reto tem maior valor que o ouro de Ofir. Sem ele, ninguém pode alcançar uma elevada posição.
A formação de um caráter nobre representa o trabalho de uma vida inteira. Deus oferece as oportunidades; o
êxito depende do uso que fazemos delas.

* Este capítulo é baseado em Gênesis 39-41.

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