NF 12
NF 12
SEGURANÇA S
PABLO ROJAS
PABLO ROJAS
J A
O RO
L
DO TRABALHO PA B
A
preservação da integridade física e mental do trabalhador
M
Ç
Normas Regulamentadoras
E
fazem parte das obrigações das empresas e são
internamente garantidas por uma equipe de profissionais
O N O
composta por técnicos e engenheiros de segurança do Ergonomia
IC A H
trabalho, além de médicos e enfermeiros da área. Gerenciamento de risco
CN R L
Entre outras funções, cabe ao técnico organizar os
Acidentes de trabalho
TÉ U A
programas de prevenção de acidentes, orientar a
G B
CIPA e os trabalhadores quanto aos riscos existentes e Doenças ocupacionais
estabelecer a obrigatoriedade do uso de equipamentos
E A
de proteção individual e coletivo. Elaborar planos de Benefícios previdenciários
S TR
prevenção de riscos ambientais, realizar inspeções de
segurança, emitir laudos técnicos e organizar palestras e Código de Ética Profissional na
treinamentos são também atividades que compõem o dia segurança do trabalho
O
a dia deste requisitado profissional.
D
Pensando nos estudantes que se preparam para atuar
nesse mercado, a Tekne traz neste livro informações
valiosas para o desempenho de atividades de prevenção
e eliminação dos riscos que podem levar a acidentes e
doenças ocupacionais. Estudante: Visite www.bookman.
Este lançamento é um instrumento pedagógico com.br/tekne para ter acesso a
indispensável para alunos e professores dos cursos vídeos e links para complementação
técnicos previstos pelo Ministério da Educação no dos conteúdos.
Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e
Emprego (Pronatec).
www.bookman.com.br/tekne
R741t Rojas, Pablo.
Técnico em segurança do trabalho [recurso eletrônico] /
Pablo Rojas. – Porto Alegre : Bookman, 2015.
CDU 331.45
A obrigação de elaboração do mapa de riscos ambientais foi introduzida na legislação brasileira por
meio da Portaria GM nº 3.214, de 8 de junho de 1978 (BRASIL, 1978a). De acordo com a NR 5, ficou es-
tabelecida a seguinte atribuição à Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA): “[...] identificar
DEFINIÇÃO
ÇÃO
os riscos do processo de trabalho e elaborar o mapa de riscos ambientais com a participação do maior Grupo homogêneo é a menor
número possível de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde houver.” (BRASIL, 1978a). unidade social de trabalho
existente em um setor ou
No Brasil, essa metodologia começou a ser utilizada no início da década de 1980 com a troca de
área, onde os trabalhadores
experiência entre sindicalistas e técnicos brasileiros e italianos e, de forma mais sistemática, a partir
estão submetidos às mesmas
da década de 1990 por meio do Instituto Nacional de Saúde no Trabalho (INST-CUT), que desen- condições resultantes da
volveu, com base em estudos práticos, a metodologia do mapa de riscos ambientais tendo como organização do trabalho,
referência a experiência sindical italiana (ODDONE et al., 1986). tendo em comum as suas
atividades, os riscos e
Em 1983, o Ministério do Trabalho, por meio da Portaria nº 33, de 27 de outubro de 1983 (BRASIL,
os fatores de risco a eles
1983), promoveu alterações nas NRs 4 e 5 visando a adequar a legislação às necessidades da época. relacionados (SIVIERI, 1996).
A Portaria atrelou o grau de risco previsto no quadro I da NR 5 ao SESMT e atribuiu novas responsa-
bilidades à CIPA. O aperfeiçoamento da legislação ocorreu com a publicação da Portaria DNSST nº
5, de 17 de agosto de 1992 (BRASIL, 1992b), que alterou a NR 9 e estabeleceu a obrigatoriedade de
elaboração do mapa de riscos ambientais.
Art. 1º - Acrescentar ao item 9.4 da Norma Regulamentadora NR-9 - Riscos Ambientais, a alínea “C” e
itens, estabelecendo a obrigatoriedade da elaboração de Mapas de Riscos Ambientais nas Empresas
cujo grau de risco e número de empregados demandem a constituição de Comissão Interna de Pre-
NO SITE
venção de Acidentes - CIPA, conforme quadro I da NR 5, aprovada pela Port. 3.214/78, que passa a
A Portaria DNSST no 5, de
vigorar com a seguinte redação:
17 de agosto de 1992, está
9.4. Caberá ao empregador: disponível no ambiente
c) realizar o mapeamento de riscos ambientais, afixando-o em local visível, para informação aos tra- virtual de aprendizagem
balhadores conforme abaixo: Tekne.
1 - o Mapa de Riscos será executado pela CIPA, através de seus membros, depois de ouvidos os traba-
lhadores de todos os setores produtivos da Empresa, e com a colaboração do Serviço Especializado
em engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho - SESMT da empresa, quando houver (...).
107
Em dezembro de 1994, o Ministério do Trabalho e Emprego publicou a Portaria nº 25 que, em seu
NOO SSITE artigo 1º, aprovou o texto atual da NR 9. Em seu corpo, a Portaria 25 incluiu o Anexo IV – Mapa de
A Portaria no 25, de 29 de Riscos –, no qual estão descritas orientações sobre a elaboração do mapa de riscos ambientais e
dezembro de 1994, está também a classificação dos principais riscos ocupacionais em grupos, de acordo com a sua nature-
disponível no ambiente za, e a padronização das cores correspondentes. A Tabela I do Anexo IV da Portaria no 25 classifica
virtual de aprendizagem os riscos em cinco grupos, detalhados a seguir (BRASIL, 1994b).
Tekne.
Pressões anormais: Ocasionam embolia traumática pelo ar (narcose por nitrogênio), intoxicação
por oxigênio e gás carbônico, doença por descompressão.
Névoas: São fumaças produzidas por combustão incompleta, como a liberada pelos escapamen-
tos dos automóveis, que contêm monóxido de carbono; são contaminantes ambientais e represen-
tam riscos de acidentes à saúde.
108
Vapores: São dispersões de moléculas no ar que podem se condensar para formar líquidos ou
sólidos em condições normais de temperatura e pressão.
Substâncias compostas: Existem milhares de substâncias compostas, geradas pela combinação PARA SABER MAIS
de mais de 100 elementos químicos. Conheça a tabela de
elementos químicos
Produtos químicos em geral: Todos os produtos químicos considerados perigosos à saúde de acessando o ambiente
o
acordo com a Convenção n 170 da OIT (ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO, 1990). virtual de aprendizagem
Tekne.
Fungos: Pertencem a um reino separado das plantas, dos animais e das bactérias (estão mais
próximos dos animais do que das plantas). A maioria dos fungos não é vista a olho nu por seu
tamanho muito pequeno. Eles normalmente são vistos quando frutificam como cogumelos ou
como bolores.
Parasitas: São organismos que vivem em associação com outros dos quais retiram os meios para
a sua sobrevivência, normalmente prejudicando o organismo hospedeiro, no processo conheci-
do como parasitismo. Todas as doenças infecciosas e as infestações dos animais e das plantas são
causadas por parasitas. O efeito de um parasita no hospedeiro pode ser mínimo, sem afetar suas
funções vitais, como é o caso dos piolhos, ou até causar a sua morte, como ocorre com muitos vírus
e bactérias patogênicas.
Bacilos: São organismos unicelulares responsáveis por infecções como tétano, botulismo, cólera,
coqueluche, difteria, shigelose e outras. DEFINIÇÃO
Trabalho pesado é “[...]
Grupo 4 - Riscos ergonômicos (amarelo) qualquer atividade que
exija um grande esforço
Esforço físico intenso: Resulta de atividade desenvolvida pelo trabalhador durante a jornada de físico, caracterizado por um
trabalho que exige grande esforço físico ou trabalho pesado, o que deve ser evitado, pois pode consumo elevado de energia
gerar danos físicos e psicológicos. e severa pressão no coração
e pulmões.”. (GRANDJEAN,
1988, p. 363).
109
Levantamento e transporte manual de peso: É uma das formas de trabalho mais antigas
e comuns, sendo responsável por muitas lesões e acidentes do trabalho. Essas lesões, em sua
grande maioria, afetam a coluna vertebral, mas também causam outros males, como a hérnia
escrotal. Todo trabalho que exige levantamento e transporte de peso deve seguir as recomen-
dações e os parâmetros da NR 17 para não comprometer a saúde e a segurança do trabalhador.
Os limites de peso estabelecidos pela Consolidação das Leis do Trabalho são: para homens – 60
kg; para mulheres e trabalhadores menores de 18 anos quando realizam trabalhos contínuos
– 20 kg; para mulheres e trabalhadores menores de 18 anos quando realizam trabalhos ocasio-
nais – 25 kg.
Controle rígido de produtividade: Impõe riscos físicos e psicológicos ao trabalhador e gera es-
tresse.
Trabalho em turno e noturno: São fatores que geram doenças (causadas pela diminuição da me-
latonina e cortisol) e instabilidade emocional no trabalhador (estresse), uma vez que ele não con-
segue uma boa qualidade de sono, o que leva a um aumento no risco de ocorrência de acidentes
de trabalho.
Jornadas de trabalho prolongadas: A duração normal da jornada de trabalho pode ser acres-
cida de, no máximo, duas horas, desde que previamente acordado por escrito com o emprega-
do ou mediante acordo coletivo, também conhecido como horas extras. Um período superior a
esse aumenta bastante a possibilidade de ocorrência de acidentes em razão de desgaste físico
e emocional.
Outras situações causadoras de estresse físico e ou psíquico têm de ser analisadas e eliminadas ou
amenizadas, pois, segundo Sivieri (1996), podem gerar :
110
Grupo 5 – Riscos de acidentes (azul)
Arranjo físico inadequado: Não permite a integração entre o trabalhador e o equipamento. O
rendimento da produção é prejudicado e provoca cansaço e desgaste pela necessidade constante
de deslocamentos. Os riscos de acidentes aumentam bastante (NR 12).
Máquinas e equipamentos sem proteção: Oferecem grande risco aos operadores e às pessoas
que circulam ao seu redor (NR 12).
DEFINIÇÃO
ÇÃO
Ferramentas inadequadas ou defeituosas: Provocam diversos tipos de acidentes (NR 12). O triângulo do fogo é uma
representação dos três
Iluminação inadequada: Diminui o rendimento das pessoas e provoca doenças profissionais. elementos necessários para
Transforma o ambiente de trabalho em um local sombrio, o que pode levar a problemas psíquicos iniciar uma combustão:
nos trabalhadores (NR 12). combustível (p. ex.,
madeira, gasolina, propano,
Eletricidade: Para trabalhar com eletricidade, é necessário passar por um treinamento, não sendo magnésio), comburente
permitido a pessoas não treinadas realizar esse tipo de atividade. Existem muitos riscos envolvidos (normalmente o oxigênio do
no trabalho com eletricidade, os quais podem provocar acidentes, como choque elétrico, explosão ar) e fonte de ignição (p.
elétrica e queimaduras por eletricidade, resultando em graves lesões ou mesmo em morte. ex., cigarros, instalações
elétricas, faíscas, maçarico,
Probabilidade de incêndio ou explosão: Medidas de prevenção que atuem sobre um ou mais eletricidade estática, reações
dos componentes do triângulo do fogo são necessárias para evitar o início do incêndio ou da exotérmicas).
explosão. Sistemas de detecção e alarme sonoros destinados a avisar rapidamente a existência de
um incêndio precisam fazer parte das medidas de segurança para possibilitar a extinção rápida e a
evacuação do pessoal do local de trabalho.
Outros riscos
Gerenciamento de riscos
Alguns autores sinalizam que os cinco grupos de riscos descritos na NR 9 já não são suficientes para
englobar os riscos identificados posteriormente por serem fruto da evolução da sociedade e do
próprio desenvolvimento econômico. Os riscos não contemplados na verdade sempre existiram,
mas não eram considerados porque não ocorrem no ambiente produtivo, e sim em decorrência
dele, no entorno da organização produtiva e na vida do trabalhador. São os fatores sociais e am-
bientais.
Fatores sociais: Decorrem das condições de vida dos trabalhadores, como o transporte (ida e vin-
da do trabalho), a alimentação (durante o período de trabalho e fora dele), o lazer (necessidade de
capítulo 7
convivência com a família e amigos) e a moradia (propriedade do imóvel ou despesa com aluguel
e ambiente de criação dos filhos), entre outros.
111
Fatores ambientais: Correspondem aos riscos gerados pelo processo produtivo no ambiente ex-
terno à empresa, como a liberação de rejeitos sólidos e resíduos líquidos, a instalação de dutos e
o transporte de produtos e materiais, atividades que prejudicam a vida dos seres humanos e tam-
bém da fauna e flora.
Após tabular os dados obtidos nos questionários, a próxima etapa consiste em confrontá-los com
o mapeamento feito pelos especialistas e promover os ajustes necessários. É preciso classificar os
riscos seguindo uma legenda específica de cores e símbolos de riscos (Figura 7.3).
Cores utilizadas para identificar os tipos de riscos de acordo com seus agentes
Quando os riscos são provocados por mais de um agente, isso é incluído no mapa de riscos am-
bientais conforme ilustrado na Figura 7.4. O círculo grande é utilizado e preenchido com as cores
indicativas dos riscos existentes. Dentro do círculo, coloca-se o número de trabalhadores sujeitos
ao risco. Quando um agente de risco afeta toda a área de trabalho, ele é representado e indicado
no centro do mapa de riscos, conforme ilustrado na Figura 7.5.
112
Dois agentes Três agentes Quatro agentes
Tipo de Tipo de
5 5 risco risco
Tipo de Tipo de Tipo de 5 Tipo de 9 5 5 10
risco 5 5 risco risco risco
4 5 6 Tipo de 7 Tipo de 5 5 Tipo de
risco risco risco
8 11 12
Preencha com as cores indicativas dos riscos existentes e o círculo no tamanho grande.
Indique dentro do círculo o número de trabalhadores sujeitos ao risco.
Figura 7.4 Representação para a existência de riscos provocados por mais de um agente.
Quando um agente de risco afeta toda a área de trabalho, ele deve ser representado e indicado no centro do
mapa de riscos com a seguinte representação:
60
Tipo de risco
13
DICAS
Para facilitar a elaboração do relatório a ser enviado pela CIPA para a diretoria da empresa, cada círculo do mapa de riscos
precisa receber um número. Caso o círculo represente mais de uma fonte geradora de riscos, para cada cor deve ser utilizado
um número. Isso possibilitará representar os círculos por números no relatório.
A relação dos riscos existentes no local de trabalho que será utilizada na tabulação dos riscos pode
erenciamento de riscos
ser feita em um formulário como o apresentado na Tabela 7.3. Em seguida, essa relação precisa ser
transferida para o desenho do mapa de riscos.
Tabela 7.3 Formulário para a relação dos riscos existentes no local de trabalho
Classificação
Relação dos riscos identificados
no ambiente de trabalho Especificação do
Pequeno Médio Grande
agente de risco
X X X X X
X X X X X
cap tulo
X X X X X
113
O mapa de risco da área, seção ou departamento deve ser feito utilizando as técnicas de desenho
de plantas de engenharia, respeitando as dimensões do local e as divisões e indicações de portas e
janelas. O desenho pode ser feito de maneira simplificada ou completo, com indicações de máqui-
nas, mesas e outros objetos instalados e definidos no a t da empresa.
DICA
Para fazer o a t, utilize as ferramentas de desenho no Word ou PowerPoint, que premitem inserir linhas, círculos e
semicírculos, bem como escolher o tamanho e a cor.
Depois de elaborado o mapa de riscos da empresa e de áreas e setores, é preciso emitir o relató-
rio para a diretoria da empresa apontando os riscos encontrados. A empresa terá 30 dias após o
recebimento para manifestar-se. O relatório é feito por área, seção e departamento, contendo as
planilhas dos riscos encontrados em cada um deles.
NOO SITE
S O relatório pode ser um formulário como o apresentado na Tabela 7.4, devendo ser preenchido um
No ambiente virtual de formulário para cada tipo de risco. No relatório são considerados os seguintes aspectos:
aprendizagem Tekne você
encontra um e emplo riscos existentes (riscos baseados na NR 9, de acordo com o grupo de riscos);
de mapa de riscos para
fonte geradora (causa do problema);
uma pe uena empresa
de manu atura industrial número no mapa (número(s) utilizado(s) para identificar os círculos no mapa de riscos;
desenvolvido con orme proteção individual ou coletiva (indicar os EPIs e EPCs existentes e seu uso);
as orientaç es ornecidas
neste cap tulo. recomendações (medidas sugeridas para eliminar ou controlar os riscos existentes).
X X X X X
Uma cópia do relatório com protocolo de entrega à diretoria fica em poder da CIPA, e a resposta da
diretoria é cobrada depois de decorrido o prazo de manifestação, uma vez que os mapas precisam
ser afixados nos locais de trabalho, e as alterações sugeridas negociadas. As negociações e os pra-
zos acordados entre a CIPA, o SESMT e a empresa são registrados no livro de atas da CIPA.
114