O Maior Pecado do Mundo
Luiz Carlos S. Di Olímpio – em 16/02/2017
Quero lhes fazer duas perguntas – Primeira: Qual foi o homem que cometeu o MENOR pecado do mundo? Adão! Você já
mentiu alguma vez? Adão não mentiu. Você já xingou alguém, já falou algum palavrão? Adão não fez isso. Você já teve
algum pensamento malicioso, já sentiu raiva ou falou mal de alguém? Adão não fez nada disso; ele apenas comeu uma
fruta que Deus lhe dissera: “Não coma!” De fato, Adão desobedeceu a Deus e comeu de um fruto proibido. Porém, como
bom marido, ele apenas quis agradar sua mulher; a mulher que Deus lhe dera. Eva experimentou do fruto, achou
saboroso e levou para desfrutar com seu marido, que não hesitou em correspondê-la. O fato é que Adão não matou, não
furtou, não adulterou, não mentiu e nem sequer contrariou sua esposa. Se você já se irritou com alguém, mesmo quando
era ainda uma criança, seguramente, o seu pecado é maior que o pecado de Adão.
Minha segunda pergunta é: “Qual foi o homem que cometeu o MAIOR pecado do mundo? Adão! De fato Adão não matou,
não adulterou, não mentiu, não xingou e não agrediu ninguém, mas ele desobedeceu uma ordem direta de Deus. Este é o
maior pecado que existe. Não importa a sua gravidade ou a sua hediondez, não importa quão abominável seja o pecado
que você cometeu; ele não será tão grande quanto à desobediência a uma ordem direta do Todo-Poderoso. Ainda que
todo pecado seja uma desobediência à lei de Deus, há pecados que são fatais, mortais, porque afrontam uma ordem
direta do Altíssimo. Deus falou diretamente com Adão sobre o assunto e admoestou-lhe acerca das consequências: “No
dia que você comer, você vai morrer!” Toda instituição tem as suas regras e disciplinas, as quais muitas vezes são
desrespeitadas sem maiores consequências, mas uma desobediência deliberada contra a autoridade é algo inaceitável,
porque põe em desordem todo o sistema hierárquico. A quebra dessa harmonia provoca um caos de ordem universal. O
pecado de Adão desencadeou todo tipo de problema – a morte, a dor, as doenças, o sofrimento, o ódio, a guerra, o orgulho,
a ambição, a cobiça e toda espécie de males. Mas o maior problema do pecado é que fez de todo homem, descendente de
Adão, um pecador congênito, e como consequência a morte passou a todos os homens.
Assim, do ponto de vista moral-humano, o pecado de Adão foi tão pequeno que passaria despercebido – quem poderia
enxergar imoralidade ao ver alguém comendo uma fruta? Mas do ponto de vista espiritual-divino, este foi o maior
pecado do mundo, devido às suas consequências, pois contrariou uma ordem direta de Deus, diante dos anjos.
Se examinarmos o livro de Êxodo, capítulo 20, encontraremos o decálogo – os dez mandamentos; a lei de Deus escrita por
Moisés. A lei de Deus é eterna, ela sempre existiu, porque faz parte do plano divino. Mas o Senhor é maior do que a lei.
Jesus falou – Até do Sábado (um dos dez mandamentos) o Filho do Homem é Senhor. Deus, naturalmente, é maior que sua
lei. Daí a maior gravidade de desobedecermos a Deus quando ele nos fala diretamente. Moisés foi o grande legislador de
Israel, o Senhor o preparou para liderar o seu povo, e para isso lhe deu a lei. Moisés constituiu juízes para julgar o povo
hebreu, sendo ele próprio o maioral, como o presidente de um tribunal; portanto, havia uma hierarquia estabelecida.
Miriam, contudo, questionou a autoridade de Moisés e foi punida por Deus com uma lepra que a tirou do convívio social
por algum tempo. Mas o pecado de Moisés foi maior – Moisés tocou na rocha quando o Senhor havia lhe ordenado que
apenas falasse à rocha. Moisés desobedeceu uma ordem direta de Deus. O mesmo homem submisso que houvera feito
tantos milagres no Egito, mesmo depois disso, invocou ao Senhor diante do Mar Vermelho, tendo como resposta: “Por que
clamas a mim, Moisés? Diga ao povo de Israel que marche!”. Sob a autoridade de Deus, Moisés tocou na água, o mar se
abriu e o milagre aconteceu. Miriam ficou tão impressionada que foi cheia do Espírito Santo. Anos depois, Moisés já velho
e experiente, bastante de si, rico de espírito, com sua autoridade tocou na rocha e fez o milagre, apenas mais um milagre
no seu admirável currículo – a rocha jorrou água e saciou a sede do povo. Sabemos que Deus vela por sua palavra para a
cumprir, mas a glória foi desviada de Deus para o homem. Moisés desobedeceu uma ordem direta de Deus e foi punido de
modo mais severo do que Miriam. Ele foi tirado definitivamente da frente do povo. Na verdade, Deus tirou-lhe a própria
vida e o privilégio de entrar na bela terra prometida, a despeito de toda insistência diante do Senhor.
Não é pouco comum que homens e mulheres talentosos comecem o seu ministério com muita oração, temor e reverência
a Deus, do que lhes resulta muita unção e vocação, e os milagres acontecem. Quando pregam, cantam ou administram, o
céu se abre e chuvas de bênçãos caem abundantemente sobre a igreja, multiplicando-se a sementeira. Carismáticos,
tornam-se objeto de grande admiração e respeito; até mesmo os ímpios glorificam a Deus pelos seus feitos. Ganham
notoriedade na mídia. Mais do que isso, imperceptivelmente, vão se tornando um verdadeiro ídolo, um modelo a ser
desejados e assediados pelos incautos. Lembre-se que Satanás tentou encontrar o corpo de Moisés para promover a
idolatria. Quando chegam nesse estágio, muitos cedem à soberba da vida – pela fama, pela glória, pelo dinheiro. Como
consequência, a glória de Deus é desviada. À semelhança de Adão, sentem-se iguais a Deus, dotados de sabedoria e
grande habilidade; porém, envaidecidos, ricos de espírito, bastantes de si, não se percebem. Exteriormente, aquilo que
fazem parece normal – olhando para Adão, vemos uma homem degustando uma fruta com sua mulher, e que mal há
nisso? Olhando para Moisés, vemos um homem chateado e tocando na rocha para matar a sede do povo de Deus. Afinal, o
milagre não aconteceu? Mas, a vontade de Deus é tudo. A tentação é algo sutil: Que mal existe em transformar pedras em
pães para matar a fome, principalmente depois de um jejum de quarenta dias? Entretanto, seria essa a vontade de Deus?
Jesus teria pulado do pináculo do templo e certamente os anjos lhe teriam acolhido, visto que Deus vela por sua palavra
para a cumprir, e isso teria sido um espetáculo e reconhecimento de sua vocação messiânica; mas ele desprezou a glória
humana para colocar-se no centro da vontade de Deus. Jesus obedeceu à ordem direta do Pai; Adão e Moisés, não!