Universidade Católica de Moçambique
Instituto de Educação à Distancia
A SOCIEDADE NA IDADE MÉDIA
Lucildina Jaime Namalué
Código: 708212656
Curso: Licenciatura em Administração Pública
Disciplina: História das Sociedades
Ano de frequência: I
Tutor:
Cuamba, Janeiro, 2022
Classificação
Categorias Indicadores Padrões
Pontuaçã Nota do Subtotal
o máxima Tutor
Índice 0.5
Aspectos Introdução 0.5
Estrutura organizacio Discussão 0.5
nais Conclusão 0.5
Bibliografia 0.5
Contextualização (Indicação 2.0
clara do problema)
Introdução Descrição dos objectivos 1.0
Metodologia adequada ao 2.0
objecto do trabalho
Articulação e domínio do
discurso académico (expressão
3.0
escrita cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
Conteúdo discussão Revisão bibliográfica nacional 2.0
e internacional relevante na
área de Estudo
Exploração dos dados 2.5
Conclusão Contributos teóricos práticos 2.0
Aspectos Paginação, tipo e tamanho de
letra, paragrafo, espaçamento
gerais Formatação 1.0
entre linhas
Normas
APA 6ª Rigor e coerência das
Referências 2.0
edição em citações/referências
Bibliográfic
citações e bibliográficas
as
bibliografia
Índice
1. Introdução ..................................................................................................................... 4
2. A SOCIEDADE NA IDADE MÉDIA ......................................................................... 5
2.1. Conceitos de Sociedade ............................................................................................. 5
2.2. CARACTERIZAÇÃO DA SOCIEDADE NA IDADE MÉDIA .............................. 6
2.3. A FORMAÇÃO DA IDADE MÉDIA ...................................................................... 6
2.4. Períodos da Idade Media ........................................................................................... 6
2.4.1. Alta Idade Média .................................................................................................... 7
2.4.2. Baixa Idade Média .................................................................................................. 8
2.4.3. Feudalismo ............................................................................................................. 9
2.4.4. Crise do século XIV ............................................................................................. 10
2.4.5. Fim da Idade Média .............................................................................................. 10
2.5. Reflexões sobre alguns aspectos que existiam na Idade Média na actualidade ...... 10
3.0. Conclusão ......................................................................................................... 12
4.0. Referencias Bibliográficas ............................................................................... 13
4
1. Introdução
O presente trabalho tem como tema A Sociedade Na Idade Média, na disciplina de
História das Sociedades, do curso do 1º de Licenciatura em Administração Publica, para
fins avaliativo na Universidade Católica de Moçambique, no programa de ensino a
distância.
O trabalho tem como objectivo geral apresentar a abordagem sobre a Sociedade na
Idade Media e específicos trazer a discussão conceitual dos seguintes autores: Herbert
Spencer; Ferdinand Tonnies; Emile Durkheim e caracterizar a sociedade na Idade
Média.
Para a realização deste trabalho usou-se o método qualitativo que vai-se basear no
cruzamento e análise de documentos e obras que retractam e descrevem o assunto
patente no trabalho, neste sentido o presente trabalho de pesquisa apresenta a seguinte
estrutura temática:
Capa, folha de feedback, índice, introdução, desenvolvimento em que concerne os
aspectos ligado ao tema, conclusão e por fim a Bibliografia usada na elaboração do
presente trabalho.
5
2. A SOCIEDADE NA IDADE MÉDIA
2.1. Conceitos de Sociedade
Herbert Spencer
Segundo a concepção deste pensador, a sociedade assemelha-se a um organismo
biológico, sendo o crescimento caracterizado pelo aumento da massa; o processo de
crescimento da origem da complexidade da estrutura; aparece nítida interdependência
entre as partes; tanto a vida da sociedade como a do organismo biológico são muito
mais longas do que a de qual quer de suas partes ou unidades1.
Desses princípios básicos chega-se a formulação de uma lei geral, segundo a qual a
evolução de todos os corpos (e, por analogia, a das sociedades) passa de um estagio
primitivo, caracterizado pela simplicidade de estrutura e pela homogeneidade, a estágios
de complexidade crescente, assinalados por uma heterogeneidade progressiva das
partes, acompanhadas por novas maneiras de integração.
Especificanente no que concerne as sociedades, para Spencer, a História demonstra a
diferenciação progressiva das mesmas: de pequenas colectividades nómades,
homogéneas, indiferenciadas, sem qualquer organização política e de reduzida divisão
de trabalho, as sociedades tomam-se cada vez mais complexas, mais heterogéneas,
compostas de grupos diferentes, mais numerosos, onde a autoridade política se toma
organizada e diferenciada, aparecendo uma multiplicidade de funções económicas e
sociais exigindo maior divisão de trabalho.
Ferdinand Tonnies
As sociedades (ou complexes associativos) são grupos baseados na vontade livre das
pessoas que os integram, ou que formam uma associação deliberada para a consecução
de determinados fins (políticos, económicos etc.). Os membros pertencem a associação,
em virtude de uma decisão voluntária, por estarem de acordo com seus fins; os
contactos entre os indivíduos estabelecem-se na base dos interesses individuais,
consistindo em relações de competição, de concorrência ou com um cunho de
indiferença.2
1
MARCONI & LAKATOS (1990, 43).
2
Idem.
6
Sociedade na perspectiva de Emile Durkheim
Durkheim trabalhou e desenvolveu dois conceitos de Sociedade: A sociedade primitiva
que é regida por leis e costumes que acentuam os valores da igualdade, liberdade,
fraternidade e justiça. Nela, a Solidariedade Mecânica é responsável pela unidade e pela
ordem das acções sociais esperadas3.
A sociedade complexa é regida pela Divisão Social do Trabalho e pelas diferenças
entre os indivíduos. Nesta, prevalece a solidariedade orgânica que conduz a uma
crescente independência das consciências individuais e colectivas.
2.2. CARACTERIZAÇÃO DA SOCIEDADE NA IDADE MÉDIA
A divisão histórica dos períodos é fundamental para compreendermos a evolução pela
qual passou a humanidade. Certamente, o período medieval tem, dentro desses avanços,
uma importante contribuição. Primeiramente, por ter durado cerca de mil anos. Depois,
por ter trazido inúmeras mudanças de paradigmas enraizados no âmago da sociedade,
como por exemplo, a relação do homem com a divindade.
2.3. A FORMAÇÃO DA IDADE MÉDIA
A civilização romana da antiguidade foi, sem sombra de dúvidas, um dos maiores
expoentes em termos de avanços sociais, culturais e políticos da história. A Idade Média
tem início com a queda do Império Romano do Ocidente, porém, seu término não
coincide com o surgimento do feudalismo. A queda esteve relacionada com a crise do
modo de produção escravista, devido ao enfraquecimento de Roma que gerou as
instalações de povos germânicos em todo o território, sendo elas, em sua maioria, de
maneira pacífica.4
2.4. Períodos da Idade Media
Como a Idade Média é um período extenso da história geral, convencionou-se dividi-la
em dois momentos:
Alta Idade Média (séc. V ao século X)
Baixa Idade Média (séc. X ao século XV)
3
FERREIRA, Eudson de Castro. Introdução a Sociologia – Programa de Formação da CNTE, Um novo
conceito de actuação sindical. 3ª Edição – 1ª Reimpressão: Brasília, 2014
4
(BASCHET, 2006)
7
É importante ressaltar que esses momentos não estão separados, mas um complementa o
outro.
2.4.1. Alta Idade Média
O período da Alta Idade Média corresponde à formação da Europa medieval até o seu
apogeu, no século X. O Império Romano do Ocidente acabou no século IV, e o imenso
território conquistado pelos romanos pertencia então aos povos bárbaros. O termo
“bárbaro” era como os romanos chamavam os povos que não faziam parte do seu
império, que estavam fora dos limites romanos, ou seja, eram aqueles que não
compartilhavam do mesmo costume romano, que não tinham a cidadania romana,
(CALAINHO 2014, p. 55).
A Alta Idade Média constituiu-se pela junção da herança romana com os costumes dos
povos bárbaros. A invasão bárbara alcançou a cidade de Roma, que foi saqueada
diversas vezes. O temor dessas invasões fez com que os habitantes das cidades
buscassem refúgio e trabalho no campo. Ocorreu o que chamamos de ruralização da
Europa.
Os reinos germânicos adaptaram seus costumes aos dos romanos. A Igreja
Católica aliou-se aos reis e tornou-se a grande ponte entre o mundo germânico e o
mundo romano. Os povos bárbaros abandonaram suas antigas práticas religiosas e
aderiram ao cristianismo. A fé cristã expandiu-se pela Europa ocidental, reforçando o
poder do papa. Foi no Império Carolíngio, no século VII, que a Igreja conseguiu
consolidar o seu domínio (FRANCO JUNIOR 2006, p. 21).
O imperador Carlos Magno conquistou uma grande quantidade de terras e doou
algumas delas à Igreja. Começava a formação dos Estados pontifícios, grandes
quantidades de terra que estavam sob o domínio do papa. Carlos Magno promoveu a
distribuição de terras aos senhores feudais exigindo em troca a sua fidelidade e seu
auxílio em caso de guerra. Logo após a sua morte, seus filhos não conseguiram manter a
unidade do império, que acabou dissolvendo-se. O poder foi descentralizado entre os
senhores feudais.5
5
CALAINHO (2014, p. 55)
8
A sociedade medieval era estamental, ou seja, não possibilitava a ascensão social. No
topo da pirâmide estava o clero, logo abaixo vinha a nobreza, e na base estavam os
servos, os únicos que trabalhavam e sustentavam as classes de cima. A agricultura
tornou-se a principal actividade económica. Os servos trabalhavam na terra para o seu
próprio sustento, de sua família e do seu senhor.
Havia uma dinâmica ao lidar-se com a terra aproveitando-a ao máximo sem desgastá-la.
Enquanto uma parte da terra era utilizada para o cultivo, uma outra porção dela ficava
em repouso. Logo após a colheita, a terra trabalhada ficava em repouso e a outra era
utilizada. Esse era o sistema de rotação, que evitava o desgaste do solo.
A cultura da Alta Idade Média estava concentrada nos mosteiros. A produção da
Antiguidade Clássica foi guardada, e os monges copistas tinham a missão de copiar os
textos antigos para que não se perdessem com o tempo. O acesso às bibliotecas dos
mosteiros era restrito e o trabalho era manual. Para saber mais sobre esse primeiro
período medieval, leia: Alta Idade Média6.
2.4.2. Baixa Idade Média
O aumento populacional ocorrido a partir do ano 1000 foi motivado principalmente pela
diminuição significativa das guerras bárbaras. Por isso, chama-se esse ano de “O ano da
paz de Deus”. Esse aumento populacional provocou significativas mudanças na
estrutura medieval e, mais tarde, levou à sua crise, no século XV.7
A forma de lidar com a terra modificou-se. A produção agrícola aumentou e passou-se a
usar as terras que ficavam em repouso. Dessa forma, o desgaste da terra não tardou a
acontecer, acarretando dificuldades na produção.
As cidades voltaram a ter movimentação mais intensa, pois o aumento populacional
levou as pessoas a saírem do campo e retornarem a elas. O comércio também voltou
com actividade mais intensa por meio da troca de mercadorias.
6
HIGA, Carlos César Higa. Idade media. 2011. Disponível em
https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/idade-media.htm acesso em 26 de Janeiro de 2022
7
HEERS, Jacques. História Medieval. São Paulo, Bertrand Brasil, 1991.
9
As Cruzadas começaram como movimento religioso, mas, com o passar do tempo,
transformaram-se em expedições comerciais ao trazer as especiarias orientais para a
Europa ocidental. Essa movimentação Ocidente – Oriente fez retomar as navegações
pelo mar Mediterrâneo, até então abandonadas por causa da ruralização da Europa e
do domínio islâmico. Génova e Veneza enriqueceram com o comércio marítimo logo
após fazerem um acordo com os comerciantes islâmicos do Oriente.
As universidades promoveram mudanças na vida cultural da Idade
Média. Surgidas no século XIII, elas se tornaram locais de estudos e
discussão livre de ideias. Os mosteiros começaram a perder sua força
cultural, que, desde o início do período medieval, era intensa. A
moeda circulando com mais intensidade pela Europa por causa da
volta às actividades comerciais passou a financiar a produção artística
e intelectual (BASCHET, 2006).
A retomada do comércio fez surgir as feiras. Elas funcionavam ao redor dos feudos e
comercializavam os produtos vindos do Oriente. Outras feiras formavam-se às margens
das estradas para garantir a segurança das comitivas do comércio e a instalação de
bancos para a troca de moedas. Cidades como Champagne, na França, surgiram dessas
feiras. Uma nova classe social apareceu: a burguesia.
Essas transformações no mundo medieval começaram a fazer a estrutura social entrar
em crise. As bases da Idade Média foram afectadas. A agricultura perdia espaço para o
comércio. O campo esvaziava-se, e as cidades enchiam-se. As ideias que eram
dominadas pela Igreja circulavam livremente pelas universidades. A fé, que era o
elemento norteador do pensamento humano, perdia espaço para a razão. Se quiser saber
mais detalhes sobre a parte final do período medieval (HEERS, 1991).
2.4.3. Feudalismo
O feudalismo é uma das principais características da Idade Média. Trata-se de
um sistema social, económico e político que vigorou por todo período medieval. Nesse
sistema, terras eram concedidas por um suserano ao seu vassalo em troca de fidelidade e
ajuda militar. Os senhores feudais controlavam os feudos, e a mão-de-obra era servil. Os
servos deveriam pagar impostos e trabalhar para os senhores e o clero.
A actividade económica feudal era a agricultura, e a produção atendia as demandas
internas do feudo. A Igreja Católica exercia grande influência dentro dos feudos, onde
10
aconteciam as cerimónias religiosas e os registos de nascimento, casamento e morte. O
feudalismo entrou em crise no século XIV, logo após as revoltas servis.
2.4.4. Crise do século XIV
A crise do século XIV pode ser resumida em três palavras:
Fome
Peste
Guerra
A fome foi resultado da escassez de alimentos provocada pela redução da produção
agrícola por causa de intemperes naturais.
A Peste Negra foi uma doença que matou milhões de pessoas e espalhou-se rapidamente
pela Europa. Vinda do Oriente, essa peste foi beneficiada pela ausência de higiene dos
medievais. Com o alto número de mortos, começou a faltar mão-de-obra para o trabalho
no campo. Os poucos servos que ainda trabalhavam nos feudos tiveram que trabalhar
mais. Isso gerou uma revolta servil que abalou a estrutura feudal. As guerras entre os
reinos europeus e as revoltas servis foram derrotadas pelos reis, que passaram de
simples chefes militares a governantes dos reinos.
2.4.5. Fim da Idade Média
As mudanças da Baixa Idade Média levaram a Europa ocidental à crise. A centralização
do poder nas mãos dos reis reduziu os poderes locais, que estavam sob o comando dos
senhores feudais. Além disso, os reis questionavam a influência do poder do papa nas
decisões políticas. Esses poderes reais deram início à formação dos estados
nacionais, decretando-se o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna (VEYNE,
2009).
2.5. Reflexões sobre alguns aspectos que existiam na Idade Média na actualidade
Dentre as contribuições do Medievo que se esboçam nas identidades sociais do hoje,
nos reportamos a uma festa popular, o carnaval e ao surgimento do livro dentro de
imaginários diferentes que se adaptam a um sentido em cada tempo onde a sociedade
traduz visões que coexistem, superpõem-se como forças reguladoras do quotidiano.
Pensar a Idade Média é termos a certeza de uma convivência de populações
impregnadas de tradições mentais diferentes: pagã céltica, romana, germânica,
11
bizantina, muçulmana, judaica, entre outras. O período abrange cerca de mil anos, com
a Igreja Católica Apostólica Romana desempenhando o elemento que possibilitou a
articulação entre as várias sociedades.
12
3.0. Conclusão
O medievo ou época média foi dividido em duas partes: Alta e Baixa Idade Média, que
compreendem do século V ao IX e X ao XV respectivamente. Contudo, a recente
historiografia promoveu uma reorganização de suas fases, iniciando com a Primeira
Idade Média, datada do século IV ao VIII, seguida pela Alta Idade Média, do século
VIII ao X, continuando com a Idade Média Central século X ao XIII, que é nosso
objecto de estudo e encerrando o período com a Baixa Idade Média século XIII ao XVI.
Durante a Idade Média Central ocorreu uma descentralização do poder, provocando
uma divisão da sociedade em feudos, dentro deles é possível observar a vida social dos
indivíduos que o compunham. Sua constituição social era baseada na relação de
suserania e vassalagem que será abortada nesse contexto para que seja possível
compreender os padrões de comportamento e a vida quotidiana das pessoas desse
período.
Por meio dessa relação entre senhores feudais e seus vassalos e também entre o servo
camponês e seu senhor é que será averiguado aspectos sociais e quotidianos das duas
camadas da sociedade estamental (nobreza e servos), explorando informações que
colaboram com o desenvolvimento das relações sociais, como casamento, sexualidade,
valores, mentalidades, vida quotidiana e familiar, entre outros aspectos.
13
4.0. Referencias Bibliográficas
BASCHET, Jérôme. Gênese da sociedade cristã: A alta Idade Média. In: BASCHET,
Jérôme. A civilização feudal. São Paulo: Globo, 2006. cap. 1, p. 49-97.
BLOCH, Marc. A sociedade feudal. São Paulo: Edipro, 2016.
CALAINHO, Daniela Buono. História medieval do Ocidente. Petrópolis: Vozes, 2014.
FERREIRA, Eudson de Castro. Introdução a Sociologia – Programa de Formação da
CNTE, Um novo conceito de actuação sindical. 3ª Edição – 1ª Reimpressão: Brasília,
2014.
HEERS, Jacques. História Medieval. 6. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1991.
HIGA, Carlos César. Idade media. 2011. Disponível em
https://mundoeducacao.uol.com.br/historiageral/idade-media.htm acesso em 26 de
Janeiro de 2022.
LE GOFF, Jacques. A civilização do ocidente medieval. 2. ed. Lisboa: Editorial
Estampa, 1995. 384 p. v. 2.
MARCONI, Mariana de Andrade & LAKATOS, Eva Maria. Sociologia Geral. 6 Ed.
rev. e ampl. -- São Paulo : Atlas, 1990.
VEYNE, Paul. Prefácio. ln: VEYNE,Paul (Org.) História da vida privada: Do Império
Romano ao ano mil. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. cap. 4, p. 404-405. v. 1.