Preparação para o exame de História – 2º volume 11 ano
1. Reconhecer na revolução americana e na revolução francesa o paradigma das revoluções
liberais e burguesas;
2. Analisar o processo revolucionário português no contexto das invasões napoleónicas, da
saída da corte para o Brasil e da desarticulação do sistema económico-financeiro
lusobrasileiro;
No início do século XIX, Portugal, face ao Bloqueio Continental, procurou manter a
neutralidade, mas Napoleão Bonaparte acabou por ordenar a invasão do reino.
A primeira invasão foi comandada pelo general Junot, a família real portuguesa
transferiu a sede da monarquia para o Brasil; a Inglaterra decidiu auxiliar Portugal e o
duque de Wellington, chefe do contingente inglês, com o apoio de tropas
portuguesas, venceu os franceses nas batalhas da Roliça e do Vimeiro. Os franceses
assinaram a paz, pela Convenção de Sintra, em 1808.
A segunda invasão francesa, em 1809, foi liderada pelo marechal Soult, atingiu o
Porto mas as tropas luso-inglesas forçaram a retirada dos franceses.
A terceira invasão, em 1810, foi chefiada pelo marechal Massena: houve confrontos
no Buçaco. Os franceses não conseguiram ultrapassar as Linhas de Torres Vedras e
retiraram em março de 1811.
As invasões francesas provocaram destruição, pilhagens e a perda de vidas humanas;
afetaram a agricultura, o comércio e a indústria.
Outros fatores foram causadores de insatisfação entre os portugueses:
A manutenção da presença inglesa em Portugal;
A ausência da família real no Brasil;
A elevação do Brasita reino;
A abertura do comércio aos portos ingleses.
Os ideais liberais influenciaram o desencadear de uma conspiração em Lisboa, em 1818,
liderada por Gomes Freire de Andrade, que acabou por falhar.
3. Problematizar a Revolução de 1820 e as dificuldades de implantação da ordem liberal (1820-
1834);
Revolução de 1820:
oposição dos absolutistas liderada por D. Carlota e o filho D.Miguel
Golpes anti liberais: Vila Francada e abrilada
Morte de João VI
D. Pedro IV rei de Portugal abdica do trono a favor de D.Maria sua filha
Carta constitucional de 1826 (meio liberal- meio absolutista)
D. Miguel proclama-se rei absoluto
Guerra civil de 1832-1834
Vitória do liberalismo- D. Maria II rainha
Setembrismo- constituição de 1838
Cabralismo- instituição da carta
Maria da Fonte e Patoleia (revoltas populares)
Em 1820, reuniram-se as condições favoráveis à revolução de 1820:
Formou-se a Junta Provisional do Governo Supremo do Reino.
Um segundo levantamento militar, em Lisboa, conduziu à constituição de um Governo
Interino.
A 28 de setembro, a Junta do Porto e o Governo Interino de Lisboa uniram-se e
formaram a Junta Provisional do Governo Supremo do Reino que preparou as eleições
para as Cortes Constituintes.
Foi um processo marcado pela resistência absolutista tendo-se sucedido vários golpes
contrarrevolucionários, liderados por D. Carlota Joaquina e por D. Miguel:
-23 De fevereiro de 1823, em Vila Real; em março de 1823, a Vila-Francada, que
proclamou a restauração do absolutismo; em 30 abril de 1824, a Abrilada, que
instaurou um clima de terror;
O rei D. João VI prometeu uma Constituição mais moderada e dissolveu as Cortes,
suspendendo a Constituição de 1822.
Em março de 1826, com a morte de D. João VI, D. Pedro, ausente no Brasil, foi reconhecido
como rei de Portugal, com o título de D. Pedro IV. Por ser Imperador do Brasil, abdicou a favor
da filha, D. Maria.
D. Pedro outorgou, em 29 de abril de 1826, a Carta Constitucional:
D. Miguel devia jurar a Carta, assumindo o cargo de regente durante a menoridade de
D. Maria.
D. Miguel não respeitou os compromissos e dissolveu as Cortes, sendo aclamado rei
absoluto em 1928.
Foi desencadeada a guerra civil entre absolutistas e liberais que durou ate 1834.
Nos Açores organizou-se a resistência ao absolutismo e preparou-se uma expedição,
que desembarcou no reino. Os liberais contaram com o apoio da Inglaterra e da França
e derrotaram os miguelistas, nas batalhas de Almoster e de Asseiceira.
Chegava ao fim a guerra civil, com a assinatura da Convenção de Évora-Monte que
levou D. Miguel ao exílio.
4. Interpretar os princípios fundamentais estabelecidos na Constituição de 1822 e na Carta
Constitucional de 1826;
A Constituição de 1822 foi a primeira Constituição portuguesa e consagrou:
A monarquia constitucional;
A divisão dos poderes e respetivas competências;
O sistema unicameral;
O sufrágio era direto e universal, masculino, extensivo aos homens, maiores de 25
anos, que soubessem ler e escrever, casados com mais de 20
Consagrava os direitos de liberdade, de segurança e de propriedade, as garantias
individuais, a igualdade perante a lei e no acesso aos cargos públicos.
Rei aceita decisão da câmara
A Carta Constitucional de 1826 foi outorgada pelo rei D. Pedro IV e surgiu como uma tentativa
de conciliar prliberais e realistas. Aesentava as seguintes características:
O regime monárquico, hereditário e representativo;
Reconheceu a separação dos poderes políticos- 4 poderes políticos
Introduziu o poder moderador que cabia ao rei, considerado o chefe supremo da
nação;
O rei detinha o direito de veto;
O sistema bicameral das Cortes;
O voto censitário (quem paga imposto) e indireto, homem de 25 anos ou casado com
mais de 20, alfabetizado;
Garantia os direitos do indivíduo (Liberdade, segurança e propriedade).
Era conservadora e esteve ligada à tendência liberal mais moderada: o cartismo.
Direitos políticos restritos aos mais ricos
5. Reconhecer a importância da legislação de Mouzinho da Silveira e dos projetos setembrista
e cabralista no novo ordenamento político e socioeconómico
Mouzinho da silveira
Terminou c\o antigo regime e implantou o liberalismo.
Abolição dos dízimos
Extinção dos morgadios
Eliminação de portagens (pag.111)
O período entre 1836 e 1851 foi marcado por forte instabilidade política opondo vintistas e
cartistas, que se traduziu em dois projetos políticos diferenciados:
Setembrismo, entre 1836 e 1842, defensor do vintismo-conservadores- constituição de
1822
Cabralismo, de 1842 a 1851, ligado ao projeto cartista- mais revolucionários/radicais-
carta constitucional de 1826
O setembrismo: Fruto de um golpe de estado, obrigando a rainha(D.Maria) a revogar a carta
de 1826 e a jurar a constituição de 1822. Defendiam a média e pequena burguesia.
Revogou a Carta de 1826;
Repôs a Constituição de 1822;
Adotou a Constituição de 1838 que vai tentar conciliar a de 1822 e a carta
Procedeu a uma reforma educativa;
Adotou a pauta aduaneira de janeiro de 1837;
Protegeu a indústria e o comércio;
Publicou o Código Administrativo de 1836;
Procurou reduzir a despesa pública.
Tira o poder moderador ao rei
Voto censitário
Aposta na educação: criam liceus, conservatórios, ensino público
Novo golpe de estado
O Cabralismo- 1842: Defendem a alta burguesia.
Restaurou a Carta Constitucional;
Defendeu a ordem pública, apoiado nos conservadores ligados ao grande comercio e à
finança;
Publicou o Código Administrativo de 1842;
Criou o Banco de Portugal;
Assinou um novo Tratado de Comércio com a Inglaterra;
Elaborou o cadastro das propriedades fundiárias;
Criou a décima industrial;
Criou a Companhia das Obras Públicas de Portugal;
Criou o Tribunal de Contas;
Publicou as "leis da saúde" que proibiam os enterramentos nas igrejas.
Obras públicas
O cabralismo foi marcado por uma forte atividade especulativa, ligada aos privilégios
concedidos pelo governo a companhias criadas, em troca de empréstimos e adiantamentos ao
Estado. Este período ficou marcado pela guerra civil, ligada à revolta da Maria da Fonte.
Condições de vida díficil
Desagrado da população
Manipulação dos miguelistas e setembristas
O governo foi forçado a demitir-se em maio de 1846; o duque de Palmela formou um novo
governo que acabou por ser demitido.
O duque de Saldanha foi convidado a formar novo governo, que provocou nova oposição,
desencadeando a guerra civil, a Patuleia.
Esta fase da guerra civil contou com a intervenção da Inglaterra. A paz foi assinada a 30 de
junho de 1847 na convenção do Gramido. Costa Cabral voltou ao poder, a partir de 1849,
atuando de forma mais moderada. Mas isso não significou a pacificação das várias fações
políticas. O duque de Saldanha tornou-se chefe da oposição ao cabralismo e promoveu um
novo golpe, que afastou Costa Cabral do poder.
Em 1851 iniciou-se uma nova fase do liberalismo em Portugal - a Regeneração.
6. Problematizar a evolução do conceito de cidadania a partir da implantação dos regimes
liberais;
Com o liberalismo nasceu um novo indivíduo, o cidadão politicamente ativo, que elegia os
representantes da nação.
Substituiu-se o primado do nascimento pelo primado das capacidades individuais.
O Estado liberal não estabeleceu a universalidade do eleitorado.
Predominou o voto censitário, que diferenciava os cidadãos ativos dos cidadãos
passivos.
Os cidadãos ativos eram os que dispunham de direito de voto ou que podiam ser
eleitos, pelo facto de possuírem um rendimento.
Os direitos políticos estavam restritos a uma elite, composta sobretudo pela burguesia.
7. Identificar/aplicar os conceitos:
Carta constitucional; A Carta Constitucional da Monarquia Portuguesa de 1826 foi a
segunda constituição portuguesa.[1] Teve o nome de carta constitucional por ter sido
outorgada pelo rei D. Pedro IV e não redigida e votada por cortes constituintes eleitas
pela nação, tal como sucedera com a constituição de 1822. Foi a constituição
portuguesa que esteve mais tempo em vigor, tendo sofrido, ao longo dos seus 72 anos
de vigência, 4 revisões constitucionais, designadas por Atos Adicionais[2]. Esta Carta
Constitucional esteve em vigor durante 3 períodos distintos:
Vintismo; Vintismo é a designação genérica dada à situação política que dominou Portugal
entre Agosto de 1820 e Abril de 1823, caracterizada pelo radicalismo das soluções liberais e
pelo predomínio político das Cortes Constituintes, fortemente influenciadas pela Constituição
Espanhola de Cádis.
Cartismo; O cartismo foi um movimento operário radical e reformista que surgiu na Grã-
Bretanha na década de 1830 como resultado das consequências sociais e econômicas da
Revolução Industrial.
Setembrismo; Setembrismo é a designação dada à corrente mais à esquerda do movimento
liberal. O setembrismo derivou diretamente do vintismo, recebendo a sua designação do apoio
prestado por esta facão à Revolução de Setembro
Cabralismo; Cabralismo é a designação pela qual ficou conhecido o período, de 1842 a 1846,
em que António Bernardo da Costa Cabral dominou a política portuguesa.
O Legado do liberalismo na primeira metade do sec. XIX