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Estudo Dirigido - TGP

1) O documento discute a teoria de Cappelletti e Garth sobre as ondas renovatórias de acesso à justiça e as reflexões críticas de Igreja e Rampin sobre os desafios do acesso à justiça na América Latina. 2) Cappelletti e Garth argumentam que o acesso à justiça é um direito fundamental e que o sistema jurídico deve permitir que todos possam fazer valer seus direitos. 3) Igreja e Rampin concordam, mas enfatizam os obstáculos enfrentados
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1) O documento discute a teoria de Cappelletti e Garth sobre as ondas renovatórias de acesso à justiça e as reflexões críticas de Igreja e Rampin sobre os desafios do acesso à justiça na América Latina. 2) Cappelletti e Garth argumentam que o acesso à justiça é um direito fundamental e que o sistema jurídico deve permitir que todos possam fazer valer seus direitos. 3) Igreja e Rampin concordam, mas enfatizam os obstáculos enfrentados
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O presente trabalho possui a finalidade de discorrer acerca da teoria de Cappelletti e

Garth, acerca das problemáticas, dos obstáculos e das ondas renovatórias de acesso à justiça e
as reflexões críticas de Rebecca Lemos Igreja e Talita Rampin sobre acesso à justiça na América
Latina, tecendo também comentários sobre as inovações incorporadas ao Sistema de Justiça
brasileiro, com a incorporação da Resolução nº 125, de 2010, do CNJ, e com a promulgação do
Novo Código de Processo Civil. Vale ressaltar que o acesso à justiça no Brasil ainda é muito
limitado. Embora o Brasil tenha um sistema jurídico formal relativamente acessível, muitas
pessoas ainda enfrentam desafios para obter resultados justos e equitativos no sistema legal.

Cappelletti e Garth, em seu livro “Acesso à Justiça” desenvolveram a teoria do


"movimento de acesso à justiça" na década de 1970, que se concentra na ideia de que a justiça
não deve ser apenas formal, mas também deve ser acessível a todos.

Sua obra se inicia com o primeiro capítulo que dispõe sobre a “evolução do conceito
teórico de acesso à justiça”. Nesse sentido, nos séculos dezoito e dezenove, o Estado assumia
uma posição passiva em relação a “pobreza no sentido legal”, ou seja, a dificuldade das
pessoas em utilizar plenamente a justiça e as suas instituições, tendo em vista que o acesso à
justiça era formal, correspondendo a uma igualdade utópica e não efetiva.

Logo, a atuação positiva do Estado se torna necessária para assegurar o uso dos
direitos, pois, os direitos, sem um mecanismo para sua efetiva reivindicação, tornam-se
desprovido de sentido. Assim, o direito ao acesso à justiça é requisito fundamental de um
sistema jurídico igualitário que busque assegurar o direito de todos. Eles argumentam que o
acesso à justiça é um direito fundamental e que o sistema jurídico deve ser estruturado de
maneira a permitir que todos possam fazer valer seus direitos.

Os autores também argumentam, em seu segundo capítulo, que o acesso à justiça é


afetado por fatores socioeconômicos, culturais e políticos, e que a justiça deve ser adaptada às
necessidades e capacidades dos grupos mais vulneráveis da sociedade, como as minorias
étnicas, os pobres e as mulheres.

Assim, a perspectiva teórica de Cappelletti e Garth é que o acesso à justiça deve ser
ampliado para além da mera formalidade processual, englobando a necessidade de
efetividade material e de informação jurídica acessível, para que se possa garantir um sistema
de justiça justo e efetivo para todos.

O artigo “Acesso à justiça: um debate inacabado”, das brasileiras Rebecca Lemos Igreja
e Talita Tatiana Dias Rampin, busca retomar o debate sobre a concepção, os significados, as
delimitações e o conceito de justiça que incorpora o acesso à justiça no contexto latino-
americano. Elas realizaram reflexões críticas sobre o acesso à justiça na América Latina,
destacando alguns desafios e obstáculos presentes na região.

Elas afirmam, mediante o rol de pesquisas realizadas, que apenas a perspectiva do


acesso como sendo o ingresso ao poder judiciário não é suficiente para tratar de fato a
dimensão social que está envolvida. Pois, reflete e propaga uma perspectiva monista do
direito, ignorando a diversidade de contextos sociais, culturais e econômicos, ou seja, trata-se
de uma abordagem limitada.

Em sua teoria, uma das críticas feitas por elas diz respeito ao fato de que, apesar dos
avanços normativos e institucionais em termos de acesso à justiça, a realidade social e política
da América Latina ainda apresenta muitas barreiras à efetivação desse direito. Isso porque,
muitas vezes, as leis não são cumpridas ou são aplicadas de forma seletiva, privilegiando certos
grupos e desfavorecendo outros.

Outro ponto destacado por Igreja e Rampin é a falta de recursos para a implementação
de políticas públicas que visem garantir o acesso à justiça para todos. Em muitos países da
América Latina, há uma falta de investimento na área jurídica e os profissionais do Direito
muitas vezes trabalham em condições precárias.

Além disso, a complexidade do sistema jurídico latino-americano é vista como um


obstáculo ao acesso à justiça. O sistema é composto por muitas leis, normas e procedimentos,
o que pode dificultar o entendimento e a aplicação das normas pelos cidadãos comuns.

Por fim, Igreja e Rampin ressaltam a importância da participação social na promoção


do acesso à justiça. A construção de uma cultura de paz e de resolução pacífica de conflitos
deve ser incentivada, e a sociedade civil deve ser engajada na defesa dos direitos e na luta
contra a violência e a exclusão social.

A perspectiva teórica de Cappelletti e Garth sobre o acesso à justiça e suas ondas


renovatórias têm sido muito influente no campo do acesso à justiça em todo o mundo,
incluindo na América Latina. Rebecca Lemos Igreja e Talita Rampin, em suas reflexões críticas
sobre o acesso à justiça na América Latina, baseiam-se nessa perspectiva teórica e a aplicam às
realidades e problemáticas específicas da região, enfatizando a importância de garantir o
acesso à justiça para grupos vulneráveis e promovendo a participação cidadã no sistema de
justiça.

Uma das principais contribuições de Cappelletti e Garth foi a ideia de que o acesso à
justiça é um direito fundamental e deve ser garantido a todos. Igreja e Rampin concordam com
essa premissa e enfatizam a importância de garantir o acesso à justiça para grupos vulneráveis,
como os pobres, as mulheres e as minorias étnicas. Elas argumentam que esses grupos
enfrentam obstáculos significativos ao acesso à justiça na América Latina, incluindo a falta de
recursos financeiros, a discriminação e o acesso limitado à informação jurídica.

Além disso, Cappelletti e Garth identificaram três ondas renovatórias do acesso à


justiça: a primeira onda foi focada no acesso ao sistema judiciário, a segunda onda expandiu o
acesso à justiça para além dos tribunais e a terceira onda se concentrou em garantir resultados
justos e efetivos. As quais foram retomadas por Igreja e Rampin para fundamentarem suas
teorias.

A Resolução no 125/2010 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) trouxe importantes


inovações para o Sistema de Justiça brasileiro ao estabelecer diretrizes para a implementação
de práticas de autocomposição, como a mediação e a conciliação, nos diferentes ramos do
Judiciário. Com isso, a resolução buscou fomentar uma cultura de solução pacífica de conflitos,
reduzir o número de processos em tramitação e garantir uma maior efetividade do acesso à
justiça possibilitando a resolução de conflitos sem a necessidade de recorrer a um processo
judicial.

Já o Novo Código de Processo Civil (Lei 13105/2015) representou uma importante


reforma no sistema processual brasileiro. O novo código trouxe uma série de inovações, como
a valorização das práticas autocompositivas, como a mediação e a conciliação, que agora são
obrigatórias em diversas etapas do processo. Com isso, busca-se incentivar a solução pacífica
de conflitos desde o início do processo, reduzindo a demanda por processos judiciais e
garantindo uma maior efetividade do acesso à justiça.

Ante o exposto, o acesso à justiça no Brasil é muito limitado, é necessário adotar uma
abordagem mais ampla e inclusiva para o acesso à justiça no Brasil, que leve em consideração
as desigualdades sociais e econômicas que impedem o acesso efetivo à justiça. Como por
exemplo os mecanismos de autocomposição previstos na Resolução no 125/2010 do CNJ. A
promoção de serviços jurídicos gratuitos para pessoas de baixa renda, a implementação de
mecanismos alternativos de resolução de disputas e a promoção da transparência e
responsabilidade do sistema judicial são indispensáveis para a busca de uma justiça
democrática e efetiva.

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