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Álgebra na Educação Infantil

Este documento discute o ensino de álgebra nos anos iniciais da educação básica. Aborda a evolução histórica do ensino de álgebra, os objetos de conhecimento e habilidades relacionadas à álgebra na educação infantil e nos primeiros anos do ensino fundamental de acordo com a Base Nacional Comum Curricular.
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Este documento discute o ensino de álgebra nos anos iniciais da educação básica. Aborda a evolução histórica do ensino de álgebra, os objetos de conhecimento e habilidades relacionadas à álgebra na educação infantil e nos primeiros anos do ensino fundamental de acordo com a Base Nacional Comum Curricular.
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Aprendizagem da Matemática

O processo de ensino-aprendizagem sobre álgebra


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Objetos e habilidades da unidade temática álgebra na educação infantil


Para compreendermos o processo de ensino-aprendizagem sobre álgebra, iniciaremos os nossos estudos
identificando os objetos e habilidades da unidade temática álgebra na educação infantil.

Os objetos de conhecimento que tratam de álgebra Isso se deve, em parte, aos resultados positivos de
sempre estiveram presentes no currículo de pesquisas acadêmicas que buscaram inserir conteúdos
matemática nos anos finais do ensino fundamental e algébricos já nos primeiros anos da educação básica,
no ensino médio, mas, com o advento da BNCC, o pesquisas essas que têm sido divulgadas tanto em
conjunto de conhecimentos algébricos passou também âmbito nacional quanto internacional, por meio de
a ser considerado nos anos iniciais do ensino periódicos, dissertações, teses, entre outros.
fundamental.

De modo geral, tais pesquisas apresentam potencialidades nos processos de ensino‑aprendizagem em sala a
respeito do componente curricular de matemática e buscam identificar “o que” e “como” explorar conteúdos
relacionados à álgebra, à educação algébrica e ao pensamento algébrico desde os primeiros anos de
escolarização.

Ao longo dos anos, o ensino de álgebra e o entendimento a respeito do que deve ser ensinado relacionado à
álgebra, foi sendo modificado. Segundo Schelller, Bonotto e Viali (2016, p. 703) antes, a álgebra era restrita ao
ensino de “simplificação de expressões algébricas, resolução de equações ou aplicação de regras para operar com
símbolos” e o conhecimento algébrico na atualidade foca o desenvolvimento do pensamento algébrico e os
significados atribuídos a ele.

No sentindo de atualizar o ensino de matemática para as demandas da sociedade, o National Council of Teachers
of Mathematics (NCTM, 2000; 2007), um órgão responsável por incentivar e divulgar pesquisas no âmbito da
educação matemática nos EUA, também tem incentivado o desenvolvimento do pensamento algébrico já nos
primeiros anos da educação básica.
Estudos divulgados por Lins e Gimenez (1997), Kieran
(2004), Schliemann, Carraher e Brizuela (2007), Kaput,
Carraher e Blanton (2008) e Silva, Savioli e Passos
(2015), dentre tantos outros, baseados no contexto
histórico do desenvolvimento da álgebra, reforçam que
o desenvolvimento do pensamento algébrico ocorra
simultaneamente ao pensamento aritmético já nos
primeiros anos da educação básica. Esse argumento
decorre da própria caracterização de álgebra, pois,
segundo o NCTM (2000, p. 37), a “[...] álgebra engloba
as relações entre quantidades, o uso de símbolos, a
modelagem de fenômenos, e a alteração do estudo
matemático”.

Fonte: Shutterstock.

Tais relações entre quantidade são também desenvolvidas na Unidade Temática números já nos primeiros
anos do ensino fundamental, por isso, o reforço em desenvolver em conjunto pensamento algébrico e
pensamento aritmético. 

Objetos e habilidades da unidade temática álgebra nos anos iniciais do


ensino fundamental
A respeito de como o ensino de álgebra foi se modificando com o passar dos anos, Kieran (2007) aponta que:

“ Álgebra não é apenas um conjunto de procedimentos envolvendo os símbolos em forma de letra, mas consiste também na
atividade de generalização e proporciona uma variedade de ferramentas para representar a generalidade das relações


matemáticas, padrões e regras. Assim, a álgebra passou a ser encarada não apenas como uma técnica, mas também como
uma forma de pensamento e raciocínio acerca de situações matemáticas. 
— (KIERAN, 2007, p. 5, tradução nossa).

De acordo com Blanton e Kaput (2005, p. 413) o pensamento algébrico pode ser caracterizado como um processo
em que “[...] os estudantes generalizam ideias matemáticas a partir de um conjunto de casos particulares,
estabelecem essas generalizações através de discurso argumentativo, e expressam-nas de formas
progressivamente mais formais e adequadas à sua idade”. Para isso, durante esse processo, os alunos podem
fazer uso de diferentes tipos de linguagem, tais como escrita, oral, gráfica entre outras.

Desse modo, o pensamento algébrico desenvolvido já nos anos iniciais da educação básica possibilita que os
alunos compreendam padrões, consigam relacionar diferentes coleções de objetos utilizando objetos de
conhecimento matemático, inclusive relações funcionais, e consigam analisar e representar situações-
problema fazendo uso de símbolos algébricos.
Com relação aos documentos nacionais, podemos identificar nos Parâmetros Curriculares Nacionais de
matemática que o ensino de álgebra era contemplado no eixo de números e operações e tinha como objetivo que
os alunos: 

Soubessem utilizar representações algébricas para expressar generalizações a partir de operações


aritméticas. 
Observassem regularidades em sequências numéricas. 
Compreendessem o conceito de incógnita e de variável a partir da dependência na variação entre grandezas. 
Analisassem e determinassem o valor numérico de expressões algébricas.

Contudo, o ensino de álgebra aparecia apenas a partir do 7º ano do ensino fundamental, não havendo qualquer
indício de desenvolvimento do pensamento algébrico ou de habilidades algébricas anterior a esse ano de
escolarização.

A evolução da unidade temática álgebra na educação infantil e anos


iniciais do ensino fundamental
Com a implementação da Base Nacional Comum Curricular, a álgebra passou a ser uma das unidades temáticas
de ensino do componente curricular de matemática em toda a etapa do ensino fundamental. Com isso, foram
incluídas habilidades a serem desenvolvidas com os alunos do 1º ao 9º ano. Além disso, o foco do ensino dessa UT
do 1º ao 5º ano é o desenvolvimento do pensamento algébrico, e não o saber determinar mecanicamente
operações algébricas.

Ainda, os objetos de conhecimento da álgebra, nos anos iniciais do ensino fundamental, focam em perceber
e estabelecer padrões e regularidades, nas propriedades de operações e no conceito de igualdade, em
estabelecer ideias de proporcionalidade e equivalência, entre outros.

Contudo, nessa etapa, não se devem utilizar letras para expressar regularidades, mesmo que sejam simples.
Também é possível identificar relações entre as unidades temáticas álgebra e números, principalmente ao
explorar com os alunos sequências, tanto no trabalho de determinar os termos ausentes de uma sequência como
em escrever sua regra de formação.

Já as noções de equivalência podem ser desenvolvidas a partir de atividades de reconhecimentos, tais como: 

Se 4 + 5 = 9 e 9 = 6 + 3, então 4 + 5 = 6 + 3.

Atividades desse tipo têm a função de levar o aluno a perceber que o sinal de igualdade não é apenas para
expressar o resultado de uma operação. Nesse sentido, é possível desenvolver um pensamento algébrico
funcional, explorando noções intuitivas de funções com os alunos ao propor que resolvam situações-problema
que envolvam uma variação proporcional direta entre duas grandezas, sem que seja necessário utilizar a regra de
três.

Na educação infantil, os objetos de conhecimento e habilidades do componente curricular de matemática se


concentram no Campo de Experiências (CE): “Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações”, por isso,
não há habilidades específicas para o desenvolvimento de objetos de conhecimento algébricos, mas na BNCC há
habilidades nesse CE que desenvolvem simultaneamente mais do que uma unidade temática.

Nessa etapa da educação básica, as crianças pequenas primeiro começam a aprender a respeito dos números
baseados em permanência de objetos. Quando já conseguem ter noção da existência de objetos, passam então
para identificar quantidades de um mesmo objeto.

Desse modo, a ideia de número é elaborada e desenvolvida com os alunos a partir da ideia de número para
expressar quantidades. As crianças vão aprendendo a agrupar e a contar quantidades de objetos.
Assim, as crianças estabelecem correspondências físicas entre os conjuntos com diferentes materiais e
mesma quantidade e podem generalizar para desenvolver a correspondência um a um.

Nessa etapa é possível identificar duas habilidades propostas pela Base Nacional Comum Curricular que permitem
explorar e devolver o pensamento algébrico com os alunos, que são as habilidades EI03ET07 e EI02ET08. Na Base
(BRASIL, 2018), elas são enunciadas como:

“ (EI03ET07): relacionar números às suas respectivas quantidades e identificar o antes, o depois e o entre em uma sequência.

(EI02ET08): registrar com números a quantidade de crianças (meninas e meninos, presentes e ausentes) e a quantidade de


objetos da mesma natureza (bonecas, bolas, livros etc.). 
— (BRASIL, 2018, p. 52, grifos do autor)

A avaliação da unidade temática álgebra na educação infantil e anos


iniciais do ensino fundamental
No primeiro ano do ensino fundamental há duas habilidades relacionadas a Unidade Temática álgebra que
parecem relacionar-se como evolução das habilidades da educação infantil que exploram conceitos de álgebra,
são as habilidades EF01MA09 e EF01MA10. Segundo a Base (BRASIL, 2018) elas são enunciadas como:

“ (EF01MA09): organizar e ordenar objetos familiares ou representações por figuras, por meio de atributos, tais como cor,
forma e medida.

(EF01MA10): descrever, após o reconhecimento e a explicitação de um padrão (ou regularidade), os elementos ausentes em


sequências recursivas de números naturais, objetos ou figuras. 
— (BRASIL, 2018, p. 279)

Com isso, para avaliar os alunos nessas primeiras etapas da educação básica, deve-se levar em consideração
que a ênfase é que os alunos desenvolvam o pensamento algébrico e estabeleçam significados para objetos
de conhecimento algébricos. Isso pode ser evidenciado quando os alunos compreendem e representam
relações entre grandezas, equivalências, variação, interdependência e proporcionalidade.
Os alunos devem, ao final do 5º ano do ensino Além disso, ao longo dos cinco anos iniciais do ensino
fundamental, conseguir perceber regularidades e fundamental, cabe ao professor avaliar continuamente
padrões em sequências numéricas e não numéricas, se os alunos estão desenvolvendo o pensamento
para que possam analisar e resolver problemas cujo algébrico. Para isso, deve-se verificar se os alunos
valor é desconhecido de antemão, mas que os conseguem perceber regularidades, generalizar
procedimentos e análises façam sentido para os alunos padrões e entender propriedades de igualdade.
e não se reduzam a uma memorização de
procedimentos.

Como os objetos de conhecimento e habilidades de cada UT não devem ser trabalhados de maneira estanque, é
importante que o professor avalie se os alunos conseguem estabelecer articulação entre as UTs números e
álgebra, quando exploram sequências numéricas (como as tabuadas) e noções de equivalência (por exemplo: 3 + 3
= 5 + 1).

Por fim, na educação infantil, a avaliação permite ao professor verificar o quanto cada aluno conseguiu
desenvolver das habilidades propostas no processo de ensino-aprendizagem em sala de aula. Deve proporcionar
ao professor reavaliar as atividades propostas e replanejar suas práticas. A avaliação nesses primeiros anos deve
ser a partir de diferentes registros, tais como orais e por desenhos.

Nesta webaula, apresentamos reflexões a respeito do desenvolvimento do pensamento algébrico na


educação básica, do trabalho com a unidade temática álgebra, tanto na educação Infantil quanto nos
anos iniciais do ensino fundamental, e vimos os objetivos de avaliação da aprendizagem de álgebra
nas duas primeiras etapas da educação básica.

Para visualizar o vídeo, acesse seu material digital.

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