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Fundamentos Da Mecânica DE Motocicletas: Série Automotiva

O documento descreve fundamentos da mecânica de motocicletas. Ele apresenta os principais tipos de motocicletas e suas características, além de ferramentas e equipamentos utilizados em oficinas mecânicas para reparo e manutenção de motocicletas. O documento também aborda conceitos e procedimentos de metrologia aplicados na avaliação de peças e sistemas de motocicletas.
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Fundamentos Da Mecânica DE Motocicletas: Série Automotiva

O documento descreve fundamentos da mecânica de motocicletas. Ele apresenta os principais tipos de motocicletas e suas características, além de ferramentas e equipamentos utilizados em oficinas mecânicas para reparo e manutenção de motocicletas. O documento também aborda conceitos e procedimentos de metrologia aplicados na avaliação de peças e sistemas de motocicletas.
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SÉRIE AUTOMOTIVA

FUNDAMENTOS
DA MECÂNICA
DE
MOTOCICLETAS
SÉRIE AUTOMOTIVA

FUNDAMENTOS
DA MECÂNICA
DE
MOTOCICLETAS
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI

Robson Braga de Andrade


Presidente

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor de Educação e Tecnologia

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI

Conselho Nacional

Robson Braga de Andrade


Presidente

SENAI – Departamento Nacional

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor-Geral

Gustavo Leal Sales Filho


Diretor de Operações
SÉRIE AUTOMOTIVA

FUNDAMENTOS
DA MECÂNICA
DE
MOTOCICLETAS
© 2012. SENAI – Departamento Nacional

© 2012. SENAI – Departamento Regional de Santa Catarina

A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, mecâ-
nico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização, por
escrito, do SENAI.

Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI de
Santa Catarina, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por
todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.

SENAI Departamento Nacional


Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

SENAI Departamento Regional de Santa Catarina


Núcleo de Educação – NED

FICHA CATALOGRÁFICA
_________________________________________________________________________
S491f
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.
Fundamentos da mecânica de motocicletas / Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional, Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial. Departamento Regional de Santa Catarina.
Brasília : SENAI/DN, 2012.
95 p. : il. (Série Automotiva).

ISBN ISBN 978-85-7519-618-2

1. Motocicletas – Mecânica. 2. Motocicletas – Manutenção e


reparos. 3. Metrologia. I. Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial. Departamento Regional de Santa Catarina. II. Título. III.
Série.

CDU: 629.326
_____________________________________________________________________________

SENAI Sede

Serviço Nacional de Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto


Aprendizagem Industrial Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-
Departamento Nacional 9001 Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
Lista de Ilustrações
Figura 1 - Posicionamento do motor...........................................................................................................................19
Figura 2 - Moto Amazonas..............................................................................................................................................21
Figura 3 - Posição montado............................................................................................................................................22
Figura 4 - Posição sentado..............................................................................................................................................22
Figura 5 - Moto esportiva chega a 320Km/h............................................................................................................23
Figura 6 - Moto Custom....................................................................................................................................................24
Figura 7 - Moto Chopper..................................................................................................................................................25
Figura 8 - Moto Bobber.....................................................................................................................................................25
Figura 9 - Moto Naked.......................................................................................................................................................26
Figura 10 - Moto Off-Road/Cross...................................................................................................................................26
Figura 11 - Moto Street.....................................................................................................................................................27
Figura 12 - Moto Scooter..................................................................................................................................................28
Figura 13 - Principais características de uma moto................................................................................................30
Figura 14 - Chave fenda e Philips..................................................................................................................................47
Figura 15 - Chave de boca...............................................................................................................................................48
Figura 16 - Alicate universal............................................................................................................................................48
Figura 17 - Extrator de rolamentos..............................................................................................................................49
Figura 18 - Calibre de válvulas.......................................................................................................................................49
Figura 19 - Esmeril..............................................................................................................................................................55
Figura 20 - Solda estanho................................................................................................................................................55
Figura 21 - Carregador de baterias que realiza teste de bateria........................................................................56
Figura 22 - Máquina de limpeza de bicos injetores...............................................................................................57
Figura 23 - Máquina de lavar peças.............................................................................................................................57
Figura 24 - Chave de impacto manual........................................................................................................................58
Figura 25 - Morsa de bancada.......................................................................................................................................59
Figura 26 - Rampa de motos..........................................................................................................................................60
Figura 27 - Prensa hidráulica..........................................................................................................................................61
Figura 28 - Compressor de pequeno porte..............................................................................................................62
Figura 29 - Compressor de grande porte...................................................................................................................62
Figura 30 - Furadeira de coluna.....................................................................................................................................64
Figura 31 - Oficina organizada.......................................................................................................................................66
Figura 32 - Casas decimais..............................................................................................................................................71
Figura 33 - Paquímetro universal..................................................................................................................................74
Figura 34 - Leitura no nônio...........................................................................................................................................75
Figura 35 - Posicionamentos do paquímetro...........................................................................................................75
Figura 36 - Posicionamentos do paquímetro...........................................................................................................76
Figura 37 - Micrômetro.....................................................................................................................................................76
Figura 38 - Medindo com micrômetro........................................................................................................................77
Figura 39 - Afinando o micrômetro.............................................................................................................................78
Figura 40 - Micrômetro e padrão..................................................................................................................................78
Figura 41 - Afinação...........................................................................................................................................................79
Figura 42 - Lendo o micrômetro...................................................................................................................................80
Figura 43 - Lendo o micrômetro...................................................................................................................................80
Figura 44 - Micrômetro milesimal................................................................................................................................81
Figura 45 - Relógio comparador...................................................................................................................................82
Figura 46 - Relógio comparador...................................................................................................................................83
Figura 47 - Relógio comparador...................................................................................................................................84
Figura 48 - Torquimetro....................................................................................................................................................85
Figura 49 - Goniômetro....................................................................................................................................................86

Quadro 1 - Matriz curricular............................................................................................................................................14


Quadro 2 - Ordem de serviço.........................................................................................................................................42

Tabela 1 - Plano de revisão e manutenção................................................................................................................39


Tabela 2 - Plano de revisão e manutenção................................................................................................................40
Tabela 3 - Sistema de medida internacional.............................................................................................................70
Sumário
1 Introdução.........................................................................................................................................................................13

2 Motocicletas.....................................................................................................................................................................17
2.1 História.............................................................................................................................................................18
2.1.1 Posição do motor.......................................................................................................................18
2.1.2 As primeiras fábricas de motocicletas................................................................................19
2.1.3 A motocicleta no Brasil............................................................................................................20
2.2 Tipos..................................................................................................................................................................21
2.3 Características................................................................................................................................................29
2.4 Acessórios ou equipamentos de proteção.........................................................................................30
2.5 Legislação........................................................................................................................................................31

3 Manutenção de Motocicletas.....................................................................................................................................35
3.1 Tipos de manutenção.................................................................................................................................36
3.1.1 Manutenção preventiva..........................................................................................................36
3.1.2 Manutenção corretiva..............................................................................................................37
3.2 Plano de manutenção.................................................................................................................................38
3.3 Ordens de serviço.........................................................................................................................................41

4 Ferramentas......................................................................................................................................................................45
4.1 Definição.........................................................................................................................................................46
4.2 Tipos de ferramentas...................................................................................................................................46
4.2.1 Universais......................................................................................................................................47
4.2.2 Especiais........................................................................................................................................48
4.2.3 Específicas....................................................................................................................................50

5 Equipamentos..................................................................................................................................................................53
5.1 Tipos..................................................................................................................................................................54
5.1.1 Equipamentos elétricos...........................................................................................................54
5.1.2 Equipamentos mecânicos......................................................................................................58
5.1.3 Equipamentos hidráulicos......................................................................................................59
5.2 Organização e conservação......................................................................................................................65

6 Metrologia Aplicada......................................................................................................................................................69
6.1 Sistema internacional de unidades........................................................................................................70
6.2 Conversão de unidades..............................................................................................................................70
6.2.1 Sistema internacional para o inglês....................................................................................72
6.2.2 Sistema inglês para o internacional....................................................................................73
6.3 Instrumentos de medição.........................................................................................................................73
6.3.1 Paquímetro...................................................................................................................................73
6.3.2 Micrômetro...................................................................................................................................76
6.3.3 Relógio comparador.................................................................................................................82
6.3.4 Súbito.............................................................................................................................................84
6.3.5 Torquímetro.................................................................................................................................84
6.3.6 Goniômetro..................................................................................................................................86
6.4 Aspectos de segurança..............................................................................................................................86
6.5 Validade da calibração................................................................................................................................89

Referências............................................................................................................................................................................91

Minicurrículo do Autor.....................................................................................................................................................93

Índice......................................................................................................................................................................................95
Introdução

Olá, caro aluno, seja bem-vindo à unidade curricular de Fundamentos da Mecânica de Mo-
tocicletas. Neste livro didático, além de estudar a história das motocicletas, você conhecerá os
variados tipos de motos, além de estudar a legislação brasileira sobre a utilização das mesmas.
Os demais assuntos que serão abordados nesta primeira parte do seu estudo, tão impor-
tantes quanto os recém citados, terão como tema os seguintes tópicos:
a) fundamentos e características da motocicleta;
b) os tipos de manutenção da motocicleta;
c) as ferramentas utilizadas para a realização das manutenções;
d) os equipamentos utilizados para realização das manutenções;
e) os princípios de metrologia e suas aplicações.
Esses fundamentos iniciais são indispensáveis a qualquer profissional que queira aprender
mais especificamente qualquer tipo de sistema, seja ele mecânico ou elétrico. Este livro lhe
servirá de consulta sempre que você tiver alguma dúvida. Portanto, além de poder esclarecer o
conteúdo com seu professor, você poderá ter a mão este material. Dessa forma, procure utilizá-
lo sempre que necessário.
FUNDAMENTOS DA MECÂNICA DE MOTOCICLETAS
14

Mecânico de Manutenção em Motocicletas

UNIDADES CARGA CARGA HORÁRIA


MÓDULOS DENOMINAÇÃO
CURRICULARES HORÁRIA DO MÓDULO
• Organização do
30h
Ambiente de Trabalho
Básico Básico 60h
• Fundamentos da
30h
Tecnologia Automotiva

• Fundamentos de
20h
Mecânica de Motocicletas

Introdutório de • Sistemas Mecânicos


Introdutório 40h 100h
Motocicletas de Motocicletas

• Eletroeletrônica
40h
de Motocicletas

• Manutenção de Sistemas
80h
Mecânicos de Motocicletas
Mecânico de
Específico I • Manutenção de Sistemas 120h
Motocicletas
Eletroeletrônicos 40h
de Motocicletas

Quadro 1 - Matriz curricular


Fonte: SENAI/DN

Agora, você está convidado a trilhar os caminhos do conhecimento. Faça des-


te processo um momento de construção de novos saberes, em que teoria e práti-
ca estejam alinhadas para construir o seu desenvolvimento profissional.
Bons estudos!
1 INTRODUÇÃO
15

Anotações:
Motocicletas

Pelas ruas onde circula, você já deve ter observado o considerável aumento no número de
motocicletas. É provável que você também tenha percebido que elas têm ocupado um bom
espaço nas cidades. Pois é, anteriormente as motocicletas eram consideradas veículos esporti-
vos, com uma maior frequência de utilização nos finais de semana. Atualmente, as motos estão
inseridas em todas as esferas sociais e comerciais, sendo utilizadas para um número ilimitado
de propósitos.
Diante desse panorama, é possível afirmar que as motocicletas são veículos que não somen-
te facilitam o dia a dia de seus usuários, mas também proporcionam diversão e prazer.
E, ao final desta primeira parte do seu estudo, você terá subsídios para:
a) saber sobre a história da motocicleta;
b) identificar os tipos e características das motocicletas quanto à fabricação e utilização;
c) entender o que diz a legislação quanto ao uso e aplicação das motocicletas.
A leitura deste capítulo será breve, mas lhe despertará interesse para os assuntos que serão
abordados nas páginas seguintes do material didático. Dedicação e interesse são características
que farão do seu aprendizado uma experiência gratificante. Portanto, aproveite a oportunida-
de do conhecimento para tirar dúvidas com seu professor, pesquisar e trocar informações com
seus colegas.
FUNDAMENTOS DA MECÂNICA DE MOTOCICLETAS
18

2.1 HISTÓRIA

Conforme o site motoesporte.com, a motocicleta foi criada, ao mesmo tem-


po, por um americano e um francês, que não se conheciam. Sylvester Roper nos
Estados Unidos e Louis Perreaux, na França, inventaram um tipo de bicicleta que
utilizava um motor a vapor, em 1869. Nessa época, era comum a utilização de
motores a vapor em locomotivas e navios, tanto na Europa como nos EUA, além
de existirem ônibus a vapor circulando diariamente na França e na Inglaterra. Di-
versas experiências surgiram para adaptar um motor a vapor em veículos leves e,
mesmo com a vinda do motor a gasolina, isso continuou acontecendo até 1920,
quando estas experiências foram abandonadas completamente.
Ainda conforme o site motoesporte.com, o criador da primeira motocicleta
com motor a gasolina foi o alemão Gottlieb Daimler, que contou com a ajuda de
Wilhelm Maybach e, em 1885, instalou um motor a gasolina de um cilindro numa
bicicleta de madeira, com o objetivo de testar a funcionalidade do novo motor
que era leve e rápido. A honra de ser o primeiro a pilotar uma moto acionada por
um motor de combustão interna (motor a gasolina, álcool, diesel, etc.) foi de Paul
Daimler, um jovem rapaz de 16 anos, filho de Gottlieb. O curioso é que Daimler,
um dos pais do automóvel e posterior criador da famosa marca Mercedes-Benz,
não teve a menor intenção de fabricar veículos sobre duas rodas com motor. De-
pois dessa motocicleta, que foi pioneira no mundo das motos, ele jamais cons-
truiu outra, dedicando-se exclusivamente ao automóvel.
Conheça, a seguir, mais algumas curiosidades e informações sobre as motoci-
cletas.

2.1.1 POSIÇÃO DO MOTOR

De acordo com o site motoesporte.com, o motor a gasolina permitiu a fabri-


cação de motocicletas em grande escala, mas o motor de Daimler e Maybach,
que tinha quatro tempos - assunto que você estudará mais adiante - dividia a
preferência com os motores de dois tempos, que eram menores, mais leves, mais
baratos e mais potentes. Entretanto, o problema maior dos fabricantes de ciclo-
motores - veículos intermediários entre a bicicleta e a motocicleta - era onde ins-
talar o motor. Essa era uma questão difícil, pois influenciava no rendimento da
motocicleta, além da manutenção. Como de início não houve um consenso de
como deveria ficar, todas as alternativas foram testadas e lançadas. Só no início
do século XX os fabricantes chegaram a um denominador comum sobre o melhor
local para se instalar o motor, que seria a parte interna inferior do quadro, onde se
forma um triângulo, norma esta adotada até os dias atuais. 
2 MOTOCICLETAS
19

Motor Bike Specs (2012)


Figura 1 - Posicionamento do motor

2.1.2 AS PRIMEIRAS FÁBRICAS DE MOTOCICLETAS

A primeira fábrica de motocicletas chamava-se Hildebrandt & Wolfmüller e


surgiu na Alemanha, em 1894. E de acordo com o site motoesporte.com, esta foi
seguida pela fábrica Stern, posteriormente pela Bougery, na França, e também
pela Excelsior, na Inglaterra. No início do século XX já existiam cerca de 40 fábri-
cas espalhadas pela Europa. Muitas indústrias pequenas surgiram desde então e,
em 1910, existiam 394 empresas do ramo no mundo, sendo 208 delas na Ingla-
terra. Entretanto, a maioria das fábricas fechou, pois não suportou a concorrência.
Nos Estados Unidos, as primeiras fábricas surgiram em 1900 e se chamavam Co-
lumbia, Orient e Minneapollis.
A concorrência entre as empresas era tão grande que os fabricantes do mundo
inteiro começaram a inserir inovações e aperfeiçoamentos, cada um tentando ser
melhor e mais original. Desta forma, eles aplicavam motores de um a cinco cilin-
dros, de dois e quatro tempos, e as suspensões foram melhoradas para oferecer
mais conforto e segurança. Em 1914, a fábrica alemã NSU já era equipada com
suspensão traseira do tipo monochoque, usado até hoje. A Minneapollis criou um
sistema de suspensão dianteira na década de 50 que continua sendo usado até
os dias atuais, porém hoje está mais aperfeiçoado. No entanto, a moto mais con-
fortável existente em 1914 e durante toda a década foi a Indian de 998cm³, que
possuía braços oscilantes na suspensão traseira e partida elétrica, um luxo que só
foi adotado pelas outras marcas recentemente. Em 1923, a motocicleta inglesa
Douglas utilizava os freios a disco em provas de motovelocidade.
FUNDAMENTOS DA MECÂNICA DE MOTOCICLETAS
20

1 CC No entanto, foi nos motores que se observou a maior evolução, uma vez que
a tecnologia alcançou níveis elevadíssimos. Para se ter uma ideia dessa evolução,
É a sigla de Cilindrada,
que é a capacidade seriam necessários mais de 260 motores da motocicleta de Daimler para obter
volumétrica do motor, ou uma potência igual à de uma moto moderna de 1000cc¹, complementa o site mo-
seja, a quantidade de ar que
pode entrar no motor em toesporte.com.br.
centímetros cúbicos cm³.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, as motocicletas de fabricação japone-
sa espalharam-se pelo mercado mundial, gerando o fechamento de fábricas dos
concorrentes em todo o mundo. Essa disseminação ocorreu devido a qualidade do
produto vendido pelos japoneses que agregava características nunca vistas em ou-
tras motocicletas, como, baixo custo, alta tecnologia para a época, motores poten-
tes e leves em motocicletas confortáveis e de design moderno. Um exemplo dessa
invasão japonesa ocorreu nos EUA, onde somente a tradicional Harley-Davidson
sobreviveu por muitos anos. Mas atualmente a situação é diferente, com um mer-
cado equilibrado onde existe público para os mais diversos tipos de motocicletas.

2.1.3 A MOTOCICLETA NO BRASIL

Ainda conforme o site motoesporte.com, a história da motocicleta no Brasil


começa no início de 1900, com a importação de motos europeias e americanas,
com sidecars - que são carrinhos acoplados ao lado da moto -, além de triciclos
com motores. No final de 1910 já existiam cerca de 20 marcas rodando no país,
entre elas, as americanas Indian e Harley-Davidson, a belga FN, a inglesa Hender-
son e a alemã NSU. A diversidade de modelos de motos gerou o aparecimento de
clubes e de competições, tradição que dura até os dias atuais. Ao final da década
de 30, as motos japonesas começaram a chegar ao Brasil, sendo a primeira da
marca Asahi. Durante o período da Segunda Guerra Mundial, as importações fo-
ram interrompidas até seu final, em 1945. Foi nesse momento que chegaram mais
montadoras no Brasil, como as alemãs NSU, BMW, Zündapp; as inglesas Triumph,
Norton, Vincent, Royal-Enfield, Matchless; as americanas Indian e Harley-David-
son; a italiana Guzzi; a tcheca Jawa; entre outras.

A primeira motocicleta fabricada no Brasil foi a Monark,


de 125cc, em 1951. Em seguida, a fábrica lançou três mo-
FIQUE delos com motores maiores. Nesta mesma época surgem,
em nosso país, as Lambretas Saci e Moskito e, no Rio de
ALERTA Janeiro, começam a ser fabricadas a Moto Isso, a Vespa e o
Gulliver, sendo todas motonetas que vinham com um mo-
tor italiano de 150cm3.
2 MOTOCICLETAS
21

O site motoesporte.com ainda complementa que com o crescimento da in-


dústria automobilística no Brasil, somado à facilidade de compra dos carros no
início da década de 60, travou a indústria de motocicletas. Somente na década de
70 o motociclismo ressurgiu, ocorrendo a importação de motos japonesas, como
Honda, Yamaha e Susuki, além das italianas, e também com o surgimento das
brasileiras FBM e a AVL. Além das japonesas Honda e Yamaha, no final dos anos
70 surgiram outras montadoras, como a Piaggio, Brumana, Motovi (nome usado
pela Harley-Davidson na fábrica do Brasil) e Alpina. Nos anos 80, novamente o
mercado de motocicletas foi retraído e, consequentemente, várias montadoras
fecharam as portas. Foi quando se criou a maior motocicleta do mundo na épo-
ca, a Amazonas, que tinha motor Volkswagen de 1600cm3 e chassi de Harley-
-Davidson.

Flavio Gomes (2012)

Figura 2 - Moto Amazonas

Após conhecer um breve panorama histórico das motocicletas, no Brasil e no


mundo, chegou o momento de conhecer algumas definições e tipos de motos.

2.2 TIPOS

A motocicleta é um veículo de duas rodas com um motor que possibilita seu


movimento. É um meio de transporte muito utilizado devido ao seu baixo consu-
mo de combustível e baixo custo de manutenção, além do preço de compra mais
acessível. No entanto, existem motos com preços mais elevados, alto consumo de
combustível e manutenção cara. Estas, por sua vez, são utilizadas para satisfação
pessoal.
FUNDAMENTOS DA MECÂNICA DE MOTOCICLETAS
22

Ao circular pelas ruas da sua cidade, você deve ter percebido que existem di-
versos tipos de motocicletas, não é mesmo? Mas você saberia diferenciá-las? Sa-
beria descrever uma motocicleta e uma motoneta? Conheça, a seguir, os variados
tipos de moto e as diferenças entre elas.
O piloto conduz a motocicleta na posição montado, enquanto que a motoneta
é pilotada com o mesmo na posição sentado. Em geral, as motonetas são muito
parecidas e apresentam apenas um único aspecto. Já as motocicletas podem ser
esportivas, conhecidas popularmente como desportivas, custom, chopper, bob-
ber, naked, off-road, street e a scooter.

Janis Litavnieks ([20--?])


Figura 3 - Posição montado
Thinkstock Images (2004)

Figura 4 - Posição sentado


2 MOTOCICLETAS
23

As Esportivas são motos de alto desempenho, com mecânica de alta perfor-


mance, design futurista e aerodinâmico, para que possam alcançar altas velocida-
des em pouco tempo. Os motores das motos esportivas normalmente possuem
mais de 600cc, e são construídos com base nas motos de competição de provas
de motovelocidade. Sua estrutura mecânica é fabricada de modo a possibilitar
manobras extremas em altíssimas velocidades, sem que o piloto perca velocida-
de e, ainda, o controle. Estas combinações de motores potentes e aerodinâmica
contribuem para o elevado desempenho, possibilitando que algumas motos che-
guem a 320km/h em rodovias públicas.

Suzukicycles ([20--?])

Figura 5 - Moto esportiva chega a 320Km/h


Fonte: Top Motos (2012)

Entretanto, potência é nada sem controle. Por isso, as motos esportivas con-
tam com sistemas de frenagem de alta performance, normalmente adotando dois
discos ventilados na frente e um atrás. Mas só os freios não bastam, seus pneus
largos também contribuem para esta ação, além de auxiliarem nas manobras.

Muitas motos esportivas são lançadas primeiro para


VOCÊ competições e depois para as ruas. Para as competições,
esse tipo de moto é muito mais potente, mas as que são
SABIA? fabricadas para rodarem nas ruas não ficam para trás em
questão de desempenho.
FUNDAMENTOS DA MECÂNICA DE MOTOCICLETAS
24

As motos do tipo Custom circulam mais nas estradas, adotadas por aqueles
que gostam de conforto, por serem seguras e de velocidade considerável. Como
característica, possuem o garfo da suspensão dianteiro mais inclinado, o banco
mais baixo e pedaleiras mais à frente da moto, um conjunto de ajustes que pos-
sibilitam ficar horas em cima de uma custom sem sentir fortes cansaços. Como
nessa moto o piloto fica reclinado para trás, criou-se um estilo diferente de pilo-
tagem, pois todo esse conforto diminui a agilidade das manobras e seus motores
são mais voltados a terem força e não velocidade, o que faz com que este tipo de
motociclista pilote em velocidades mais baixas e preste mais atenção na estrada.

TMW (2012)

Figura 6 - Moto Custom


Fonte: TMW (2010)

As motos Chopper são motos custom que foram modificadas. Em geral, o gar-
fo dianteiro é alongado, o tanque de combustível fica mais alto, o chassi é au-
mentado consideravelmente na região do motor, possui apenas um banco e o
pneu traseiro é exageradamente largo. São motos com baixíssima agilidade de
manobras e pouco conforto, pois são motos muito compridas e com um visual
deslumbrante. Este estilo prega a retirada de tudo aquilo que é desnecessário ao
visual da moto.
2 MOTOCICLETAS
25

José Alberi Fortes Junior (2009)


Figura 7 - Moto Chopper

As motos Bobber são muito parecidas com as motos chopper. Suas principais
diferenças são que o garfo da suspensão dianteira não é alongado e o pneu trasei-
ro não é muito largo. A ideia da moto bobber surgiu logo após a guerra, quando
algumas montadoras precisavam lançar motos atraentes e mais baratas, e deci-
diram retirar tudo o que era dispensável ao visual e seu funcionamento. Depois
foi adotado o estilo visual limpo, pois além de retirar o que é dispensável, o que
restou (os fios elétricos) foi passado por dentro do quadro da motocicleta.
Motozania ([20--?])

Figura 8 - Moto Bobber


Fonte: Motozania (2012)
FUNDAMENTOS DA MECÂNICA DE MOTOCICLETAS
26

A Naked é uma motocicleta derivada das motos esportivas, em que as carena-


gens e o guidão são retirados e trocados por um tipo mais alto, para a pilotagem fi-
car mais fácil e confortável. São motos com aspectos mais agressivos, pois seus gran-
des motores ficam à mostra e possuem um ronco alto, como aqueles das esportivas.

Nilson (2012)
Figura 9 - Moto Naked
Fonte: Nilson Silva (2010)

A Off-Road, mais conhecida como motocross, é um tipo de motocicleta vol-


tada para utilização em terrenos fora de estrada, acidentados, sem asfalto e/ou
trilhas. São também conhecidas como motos de trilhas. Em geral, são altas, mais
robustas e ágeis, o que possibilita diversas manobras, mesmo em terrenos molha-
dos e com barro. Seus pneus são fabricados para aderirem ao barro e possibilita-
rem a tração e a frenagem em terrenos muito escorregadios.
Projeto: OS MOTOCICLISTAS (2010)

Figura 10 - Moto Off-Road/Cross


Fonte: Os motociclistas (2010)
2 MOTOCICLETAS
27

As motos Street são as mais comuns, pois apresentam grande agilidade e faci-
lidade de manobras no trânsito, trazem uma posição razoavelmente confortável
ao piloto. São fabricadas, em sua maioria, com baixa cilindrada, como as 125cc,
muito utilizadas hoje em dia. Sua vantagem está relacionada à manutenção e ao
consumo de combustível e, ainda, ao seu valor de mercado, o qual é bem acessí-
vel, possibilitando que mesmo pessoas de baixa renda possam adquirir um mo-
delo destes. Normalmente, não atingem alta velocidade e não são muito fortes,
pois sua aplicação é de fato para as ruas de uma cidade e não para as rodovias
federais. Em geral, são a primeira moto daqueles que gostam de andar de moto
e fazem deste meio de transporte um estilo de vida.

Dicas Diarias ([20--|])

Figura 11 - Moto Street

A Scooter é um tipo de motoneta, pois permite que o piloto a conduza na po-


sição sentado, o que lhe possibilita um conforto considerável, já que geralmente
possuem câmbios automáticos. Em função disso, ela dispensa a utilização do pé
para trocas de marcha e freio. Possui boa agilidade no trânsito, sendo indicada
nas mesmas utilizações das motos street. No entanto, existem motos scooter de
600cc, as quais tornam possível uma viagem mais longa e duradoura.
FUNDAMENTOS DA MECÂNICA DE MOTOCICLETAS
28

2 INTEIRIÇO

É um termo técnico para


descrever algo que não é
repartido. Como o banco
da moto, que é único, e não
dividido.

Wes Siler (2009)


Figura 12 - Moto Scooter

A seguir, acompanhe o caso do Ricardo. Veja qual foi a atitude tomada por ele
quando decidiu comprar sua primeira moto.

CASOS E RELATOS

Minha primeira moto


Desde criança o aventureiro Ricardo tinha o sonho de ter uma motocicle-
ta. Ao completar 25 anos, Ricardo decidiu que este sonho se tornaria rea-
lidade, pois estava com seus estudos concluídos e sua carreira era promis-
sora, o que lhe permitia comprar uma motocicleta de ótima qualidade.
Então, nesse momento, as dúvidas foram surgindo sobre qual motoci-
cleta comprar. Como Ricardo não sabia qual modelo escolher, procurou
um profissional da área, pedindo conselhos. Foi nesse momento que um
amigo de Ricardo indicou um técnico para conversar. Então, o técnico
João Pedro disse a Ricardo que ele deveria primeiro identificar quais os
itens que ele gostaria de ter na sua motocicleta. Posteriormente, Ricardo
foi aconselhado a analisar a aplicação a ser adotada e qual estilo de pilo-
tagem o agradava mais.
2 MOTOCICLETAS
29

Com base nestas informações, Ricardo fez uma lista e concluiu que a mo-
tocicleta ideal para ele deveria ser boa para viajar, ser potente para subi-
das e ultrapassagens, ter um design moderno e conforto para pilotagem.
Com isso, Ricardo foi a uma concessionária e decidiu que compraria uma
moto custom de 800cc.
Moral da história: sempre que puder, aconselhe-se com um profissional
da área para escolher o melhor para você.

FIQUE Toda e qualquer modificação realizada em uma motocicle-


ALERTA ta deve ser autorizada e regulamentada pelo DETRAN.

Você acaba de conhecer os principais tipos de motocicletas existentes no mer-


cado automotivo. Então, nas páginas a seguir, você irá descobrir as características
mais específicas de cada uma delas.

2.3 CARACTERÍSTICAS

Nem toda motocicleta possui o mesmo tamanho. Além disso, podem ser de
liga de alumínio ou de aço, com raios de aço. O motor geralmente é instalado na
parte inferior dianteira do quadro/chassi. Possui um banco inteiriço2 para duas
pessoas ou dois bancos individuais. O tanque de combustível fica na parte su-
perior dianteira, posicionando-se no meio das pernas do piloto. A motocicleta
possui também piscas dianteiros e sinaleira, para sinalizar a traseira da moto; e
um farol na dianteira, para iluminar o caminho a ser percorrido.
As demais principais características visuais de uma motocicleta você pode vi-
sualizar na figura a seguir.
Você ainda precisa saber que todo fabricante coloca seu nome no tanque de
combustível, e especifica o modelo e a cilindrada na lateral da moto. Como exem-
plo, a moto Honda Titan Ks 125cc: no tanque vai escrito o nome Honda e nas
laterais está escrito Titan Ks 125.
Assim é possível identificar facilmente a marca e o modelo.
FUNDAMENTOS DA MECÂNICA DE MOTOCICLETAS
30

Dayerses (2004)
Figura 13 - Principais características de uma moto

2.4 ACESSÓRIOS OU EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO

Você sabia que há aproximadamente duas décadas não era obrigatório o uso
do capacete? Devido ao alto índice de acidentes, o uso deste acessório tornou-se
indispensável. Mas este não é o único equipamento de segurança utilizado pelos
pilotos: calças compridas e resistentes (como o jeans), jaqueta, luvas e botas tam-
bém são acessórios de segurança. Mesmo em temperatura elevada (em dias de
calor) é necessário estar vestido adequadamente para pilotar. Hoje em dia estes
equipamentos e roupas estão disponíveis em vários modelos, de diversas marcas
e preços, estando acessíveis a todos.
Além da utilização dos equipamentos e roupas de proteção, o piloto deve con-
duzir com prudência, evitando corredores de carros, não realizando manobras ar-
riscadas e respeitando os outros motoristas. O motociclista deve também atentar
para seu posicionamento, evitando o ponto cego de outros motoristas e pilotos.
A moto permite maior agilidade no trânsito, com baixo custo e prazer para
aqueles que a pilotam como um estilo de vida. Portanto, é necessário lembrar que
a queda é fácil e rápida, podendo ocasionar sérios acidentes, por isso, deve-se ter
cautela e respeito no trânsito.

SAIBA No site do DETRAN de sua região, ou no site do DENATRAN,


você poderá obter mais informações sobre acessórios e con-
MAIS selhos de segurança.
2 MOTOCICLETAS
31

2.5 LEGISLAÇÃO

O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) regulamenta as normas e leis de


trânsito para automóveis e motocicletas, uma vez que todos têm direitos e de-
veres.

A atitude que alguns motociclistas adotam de quebrar os


espelhos retrovisores dos automóveis quando passam por
FIQUE um corredor de carros é totalmente desrespeitosa com o
próximo, o que gera, muitas vezes, brigas de trânsito que
ALERTA podem acabar em morte. Sem contar o risco de desequi-
librar-se e cair, o que, considerando sua velocidade, pode
causar danos graves à sua saúde.

Conforme a legislação nacional, conheça algumas regras relacionadas ao uso


de motocicletas:
a) é obrigatório o uso de capacete fechado e com viseira, tanto para o moto-
rista como para o passageiro. As viseiras podem ser cristal, fumê, light ou
espelhada, quando usadas durante o dia, já para uso à noite, é permitida
somente a viseira cristal;
b) é proibido conduzir motos de chinelos ou calçados abertos;
c) é obrigatório que o farol da moto esteja ligado, para que outros motoristas
vejam melhor o motociclista;
d) é proibido o uso de aparelho celular quando estiver pilotando uma moto;
e) não é proibida a passagem de motocicletas pelo corredor formado entre
veículos, mas deve-se ter atenção quanto à distância lateral da moto e dos
carros, para que não ocorra uma colisão;
f) é obrigatório pilotar portando os documentos da moto e do piloto, e os mes-
mos devem estar em dia;
g) toda e qualquer alteração na moto deve ser autorizada pelo DETRAN, caso
contrário, sua moto pode ser apreendida;
h) é proibido utilizar escapamento aberto ou barulhento;
i) você sabia que se a moto estiver consumindo muito óleo de motor e emitin-
do fumaça você pode ser multado?
Por estas e outras leis de trânsito que se aplicam a todos é que devemos man-
ter as motocicletas sempre com a manutenção em dia.
FUNDAMENTOS DA MECÂNICA DE MOTOCICLETAS
32

RECAPITULANDO

Neste capítulo, você aprendeu sobre a história das motocicletas, bem


como seus tipos e modelos diferentes. Com isso, você adquiriu a capaci-
dade de reconhecer os diferentes tipos de motocicletas e suas particula-
ridades, seja devido ao projeto da motocicleta ou ao seu estilo.
Você aprendeu também um pouco sobre o que diz a legislação quanto
ao uso de motocicletas e o modo correto de conduzi-las, pois a condu-
ção é o maior fator de influência de uma manutenção, uma vez que afeta
positiva ou negativamente sobre os componentes mecânicos e elétricos.
2 MOTOCICLETAS
33

Anotações:
Manutenção de Motocicletas

Se sua intenção é tornar-se um reparador de motocicletas, é necessário que você entenda,


primeiramente, os tipos de manutenção, como identificá-las e como interpretar uma ordem de
serviço.
Neste capítulo, serão abordados os fatores indispensáveis ao dia a dia de uma oficina de
motocicletas. Portanto, no final desse capítulo, você terá subsídios para:
a) aprender sobre a definição de manutenção;
b) os tipos de manutenção e suas características;
c) sobre os planos de manutenção;
d) aprenderá como identificar e interpretar uma ordem de serviço.
Lembre-se de que você poderá consultar este material sempre que julgar necessário. Apro-
veite também para conversar com seu professor para aprofundar o seu aprendizado. Você ain-
da poderá realizar pesquisas e fazer resumos de tudo que vem aprendendo. Ao final do seu
aprendizado, você terá um material rico, completo e bastante útil para sua profissão.
FUNDAMENTOS DA MECÂNICA DE MOTOCICLETAS
36

1 CALIBRAGEM 3.1 TIPOS DE MANUTENÇÃO


É a medida da pressão Todo e qualquer reparo realizado em uma motocicleta é considerado uma ma-
do pneu, seja ele de
motocicleta, carro, nutenção, mesmo quando você ajusta a regulagem do cabo de embreagem ou
caminhão ou qualquer
veículo que use um pneu quando é preciso consertar um pneu, você está realizando uma manutenção. Mas
com pressão de ar interna. existem manutenções que devem ser realizadas de tempos em tempos, como
engraxar e ajustar a corrente de transmissão, calibrar os pneus e trocar o óleo, por
exemplo.
2 VIDA ÚTIL Mas será que todas as manutenções são iguais? Certamente que não. Por isso,
você conhecerá, a seguir, os tipos de manutenção.
A vida útil é o tempo que
qualquer material dura,
ou seja, todo material,
Pense bem: quando a moto estraga no meio de uma viagem, é comum expres-
peça ou componente tem sar-se dizendo que a que a moto quebrou. Mas quando é necessário trocar o óleo,
uma vida, mas, às vezes, o
componente não presta não é comum ouvir alguém dizer que ela está quebrada, certo? Você sabe onde
mais, perdendo, portanto, estaria a diferença? É por que, para ambos os casos, há dois tipos de manutenção:
sua vida útil.
a manutenção corretiva e a manutenção preventiva.
Conheça, a seguir, o conceito e as características desses dois tipos de manu-
tenção.
3 VELAS DE IGNIÇÃO

É um componente
responsável por gerar uma
faísca dentro do motor no 3.1.1 MANUTENÇÃO PREVENTIVA
momento certo para que
ocorra uma combustão
e o motor funcione Esse tipo de manutenção tem como finalidade impedir que uma determinada
corretamente.
peça estrague ou, até mesmo, fazer com que ela dure mais. Quer um exemplo?
Veja qual deveria ser a atitude de uma pessoa que é dedicada à sua moto.
Todo dia pela manhã, antes de sair de casa para ir trabalhar, Pedro verifica se
sua moto não tem vazamentos. Em seguida, ele passa um pouco de graxa na cor-
rente e, então, liga a moto, deixando-a ligada por alguns segundos. Depois disso,
Pedro arranca a moto e pega a estrada, mas antes, passa no posto da esquina para
verificar a calibragem1 dos pneus.
Você percebeu as ações preventivas que Pedro tomou? Ele primeiro verificou
visualmente a moto, pois olhar e analisar também faz parte da manutenção pre-
ventiva. Depois, ele engraxou a corrente para que ela fique lubrificada, prolon-
gando a vida útil2 da mesma. Esta ação deve ser feita, pelo menos, uma vez por
semana. Em seguida, Pedro deixou a moto alguns segundos ligada na lenta. Isso
faz com que o óleo circule pelo motor e o lubrifique antes de entrar em locomo-
ção. Por fim, Pedro verificou a calibragem dos pneus, o que contribui para a vida
útil dos mesmos e, ainda, para a economia de combustível.
Você viu como a manutenção preventiva é importante? Na realidade, é a mais
importante, pois se realizada corretamente e periodicamente evita muitos danos
à motocicleta, inclusive acidentes.
3 MANUTENÇÃO DE MOTOCICLETAS
37

SAIBA Você pode saber mais sobre as manutenções preventivas


MAIS consultando o manual do proprietário da motocicleta.

A melhor maneira de realizar uma manutenção preventiva corretamente é


realizar revisões periódicas, conforme as recomendações dos fabricantes. Agora
que você conhece a manutenção preventiva, conheça a importância da corretiva,
que tem função tão importante quanto a outra.

3.1.2 MANUTENÇÃO CORRETIVA

Mesmo realizando a manutenção preventiva periodicamente, a motocicleta


gera desgastes e precisa ser reparada. Há desgastes naturais nos pneus, no motor e
nos amortecedores, que provocam vazamentos devido ao envelhecimento das bor-
rachas de vedação, entre outros. Existem, ainda, algumas peças cujo desgaste varia
conforme a utilização, como é o caso das pastilhas de freio, embreagem, entre ou-
tros sistemas. São as chamadas peças de desgaste, pois têm seu desgaste previsto.
Uma maneira de reduzir as manutenções corretivas é conduzir a motocicleta de
maneira apropriada. Como exemplo de manutenção corretiva, pode-se mencionar
quando o piloto trafega por um trecho de descida segurando o freio, sem nenhuma
marcha engatada. Essa é uma das maneiras que faz com que os sistemas de freio se
comprometam mais rápido, pois o correto nessas situações é deixar uma marcha
engatada e, assim, ir segurando a moto no freio motor.
Ao pilotar de forma agressiva e rápida é preciso frear mais para diminuir a velo-
cidade ou, até mesmo, parar. Dessa maneira, o piloto está gastando mais pastilhas
e lonas de freio. O correto, portanto, é utilizar a moto de maneira adequada, fa-
zendo uma condução econômica e devagar. O mais importante é você saber que
toda peça terá seu desgaste um dia, e sua vida útil é variável por diversos motivos,
como o clima, o tipo de utilização, a qualidade do material utilizado, o processo
de fabricação, a armazenagem, a maneira que foi aplicada na moto, entre outros.
Mas você deve estar se perguntando: quando é preciso realizar uma manuten-
ção corretiva que necessite a substituição de alguma peça? Faz-se necessário que
sejam aplicadas peças originais ou genuínas, para garantir o bom funcionamento
do conjunto reparado e a durabilidade das peças e sistemas. Você sabe a diferen-
ça entre peça original e peça genuína?
As peças originais são as peças vendidas em lojas de motopeças, sendo o fabri-
cante da peça o mesmo fornecedor da montadora. Para entender o que são peças
genuínas, acompanhe o exemplo: a Bosch fabrica velas de ignição3 e fornece para
FUNDAMENTOS DA MECÂNICA DE MOTOCICLETAS
38

a Suzuki instalar em suas motos, na linha de montagem. Quando a Suzuki vende


esta mesma vela utilizando sua própria embalagem, está vendendo uma peça ge-
nuína. Ou seja, peça genuína é toda peça fornecida por um fabricante e vendida
por alguma montadora da motocicleta.
Mas então, se a vela de ignição - neste caso, fornecida pela Bosch - é vendida
pela montadora, significa que as peças originais e as genuínas são iguais?
Aparentemente, sim. A Bosch, por exemplo, fornece mais de 10.000 peças por
mês para as montadoras, enquanto que para o mercado de loja ela fornece, apro-
-ximadamente, 2.000 peças. Portanto, podemos concluir que peças originais e
genuínas são basicamente semelhantes, a diferença está na parte mercadológica,
que acaba distinguindo as peças vendidas pelo fabricante da motocicleta e por
lojas de peças.

FIQUE Sempre que realizar uma manutenção, seja corretiva ou


preventiva, faça-a de acordo com as normas de qualidade
ALERTA do fabricante ou da empresa em que você trabalha.

3.2 PLANO DE MANUTENÇÃO

Que a realização das revisões, conforme indica o manual


do proprietário, aumenta consideravelmente a vida útil
VOCÊ da motocicleta, além de reduzir o custo de uma manu-
SABIA? tenção corretiva? Além disso, uma motocicleta bem re-
visada, com o manual todo preenchido, tem mais valor
no momento da revenda.

Você já aprendeu sobre tipos de manutenção e como deve proceder, mas


quem determina o tempo de cada reparo ou a verificação, no caso de uma revi-
são ou manutenção preventiva? Quem faz essa determinação é o fabricante da
motocicleta, pois quando alguém compra uma motocicleta nova, recebe junto
da documentação os manuais da moto e, junto desses manuais, está o manual
de manutenção. É neste manual que a concessionária vai anotar as revisões rea-
lizadas e, ainda, especificar o que foi ou deve ser realizado durante uma revisão.
3 MANUTENÇÃO DE MOTOCICLETAS
39

A realização de um serviço fora dos padrões de qualidade


SAIBA de uma montadora afeta diretamente a vida útil dos compo-
MAIS nentes, portanto, siga rigorosamente os planos de manuten-
ção estabelecidos pelos fabricantes.

Observe a tabela de revisões da motocicleta Suzuki Intruder 125cc, apresen-


tada a seguir.

Tabela 1 - Plano de revisão e manutenção

MANUTENÇÃO PERIÓDICA
A tabela abaixo indica os intervalos recomendados para todos os serviços de manutenção periódicos
necessários para manter a motocicleta funcionando com o máximo de economia e desempenho.
NOTA
Os serviços devem ser efetuados com maior frequência em motocicletas utilizadas sob condição de
uso severo.
TABELA DE MANUTENÇÃO PERIÓDICA
MOTOR
INTERVALO INICIAL AOS A CADA A CADA
PÁGINAS
ITEM 1.000KM 3.000KM 6.000KM
Bateria Inspecione Inspecione - 2-3

Porcas do cilindro e do
cabeçote, porcas e parafusos Inspecione Inspecione - 2-4
do tubo de escapamento

Elemento do filtro de ar Limpe a cada 3.000km 2-5

Tensor da corrente de
Ajuste inicialmente aos 1.000km e depois a cada 3.000km 2-6
comando

Folga das válvulas Inspecione Inspecione - 2-7

Pressão de compressão Inspecione Inspecione - 3-1

Vela de ignição Inspecione Inspecione Substitua 2-8


Inspecione Inspecione -
Linha de combustível 2-9
Substitua a cada 4 anos
Filtro de combustível Limpe - Limpe 2-9

Óleo do motor Troque Troque - 2-9

Filtro de óleo do motor Troque Troque - 2-10

Pressão do óleo - Inspecione - 3-1

Filtro de tela - - Limpe 2-10

Carburador Inspecione Inspecione - 2-11

Embreagem Inspecione Inspecione - 2-11


Fonte: Manual de manutenção Suzuki Intruder 125 (2012, p. 2-1)
FUNDAMENTOS DA MECÂNICA DE MOTOCICLETAS
40

Tabela 2 - Plano de revisão e manutenção

CHASSI
INTERVALO INICIAL AOS A CADA A CADA
PÁGINAS
ITEM 1.000KM 3.000KM 6.000KM
Corrente de transmissão Inspecione e limpe a cada 1.000km 2-12

Freios Inspecione Inspecione - 2-13


Mangueira do freio (freio a Inspecione Inspecione -
disco) Substitua a cada 4 anos
Fluido de freio (freio a disco) Troque a cada 2 anos 2-13

Pneus Inspecione Inspecione - 2-17

Coluna de direção Inspecione Inspecione Inspecione 2-18

Óleo do garfodianteiro Troque - Troque 2-18

Porcas e pafausos do chassi Inspecione Inspecione - 2-19


Fonte: Manual de manutenção Suzuki Intruder 125 (2012, p. 2-1)

Para você entender melhor as tabelas, analise a seguinte situação:


Após a compra de uma motocicleta, o proprietário precisou fazer as revisões.
Se a moto estiver com 3.000Km rodados, serão realizados diversos serviços, con-
forme a tabela que você acabou de conferir. Nesta revisão, alguns itens serão ins-
pecionados, outros ajustados e alguns trocados. Quando ela atingir 6.000Km, terá
novos itens a serem substituídos. Como você pôde verificar, alguns serviços são
realizados a cada 1.000Km (como a troca de óleo), outros a cada 3.000km (como a
limpeza do filtro de ar) e outros a cada 6.000Km (como a troca da vela de ignição).
Outros itens são trocados em um tempo bem maior, como é o caso do fluido
de freio, que deve ser substituído a cada dois anos, pois independentemente de
ser usado ou não, o fluido de freio envelhece e perde propriedades importantes
para seu funcionamento correto.
Acompanhe, a seguir, o caso da Aline, um exemplo de pessoa dedicada em
manter sua moto impecável e bem conservada.
3 MANUTENÇÃO DE MOTOCICLETAS
41

CASOS E RELATOS

A importância da manutenção
Aline sempre foi uma entusiasta das motocicletas, herança de seus avós
e tios, que sempre foram apaixonados por elas. No mês passado, Aline
comprou uma motocicleta e, quando a retirou da loja, o vendedor lhe
explicou que era necessário realizar manutenções periódicas. Então, ao
chegar a sua casa, Aline pegou o manual do proprietário e leu do início
ao fim. A partir de então, Aline estava familiarizada com a moto, com as
manutenções a serem realizadas e alguns procedimentos que ela mesma
poderia (e deveria) realizar em casa.
Um tempo depois, quando a data da revisão periódica se aproximou,
Aline levou sua motocicleta à concessionária, e lá foi realizada a revisão.
Então, ela percebeu que, além de verificar e ajustar os itens relacionados
no manual, os mecânicos lubrificaram os cabos e verificaram alguns itens
a mais que, por experiência anterior, já sabiam que poderia dar defeito,
como por exemplo, o aperto dos parafusos das rodas. Desta forma, Aline
sentiu-se mais segura para utilizar sua motocicleta sem correr o risco de
ficar no meio do caminho, e percebeu a importância de realizar as manu-
tenções, tanto em casa quanto na concessionária.

3.3 ORDENS DE SERVIÇO

Para que você possa realizar a manutenção de uma motocicleta, você precisa
de informações, como qual é o tipo de manutenção a ser realizada, qual é o defei-
to da motocicleta, com que frequência ocorre, em que condições o piloto perce-
be o defeito, qual o ano e modelo da motocicleta, quais os dados do cliente e da
motocicleta. Estas informações estarão presentes na ordem de serviço, mas você
precisa saber interpretá-las. Veja, a seguir, um exemplo preenchido.
FUNDAMENTOS DA MECÂNICA DE MOTOCICLETAS
42

NOME DA EMPRESA/OFICINA
Logomarca da ENDEREÇO: NONONONONONONON
empresa/oficina FONE/FAX (XX) XXXX-XXXX
ACEITAMOS TODOS OS CARTÕES DE CRÉDITO
SERVIÇO GUINCHO 24 HORAS – (XX) XXXX-XXXX

ORDEM DE SERVIÇO Nº
Nº 007
NOME: FONE:
João da Silva (xx) xxxx-xxxx
ENDEREÇO:
Rua Brasil, nº 1234
E-MAIL:
[email protected]
VEÍCULO: ANO: PLACA:
Honda CG Titan 2008 SEN 2012
COR: NÍVEL DE COMBUSTÍVEL:

Cinza

SERVIÇOS A EXECUTAR:
O cliente pede para realizar a revisão dos 12.000km.
O cliente relata que, ao pisar no pedal de freio, escuta um ruído estranho, como se fosse algo arrastan-
do no cubo do freio.
VALOR DA MÃO DE OBRA:
R$
SERVIÇOS A EXECUTAR:
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________

VALOR DA MÃO DE OBRA:


R$
PEÇAS PARA REPOSIÇÃO:
Óleo do motor
Filtro de óleo do motor
Material de limpeza
Jogo de lonas de freio
Pneu traseiro
VALOR DAS PEÇAS:
R$
TOTAL GERAL DO SERVIÇO:
R$
LOCAL E DATA:

ASSINATURA DO CONSULTOR ASSINATURA DO CLIENTE

Quadro 2 - Ordem de serviço


3 MANUTENÇÃO DE MOTOCICLETAS
43

Note que, na ordem de serviço apresentada, constam as seguintes informa-


ções:
a) dados do cliente proprietário da motocicleta;
b) dados da oficina, que, neste caso, é uma concessionária Yamaha;
c) dados da motocicleta e qual o defeito que o piloto relatou ter percebido.
Repare que, analisando as peças relatadas como trocadas, é possível ver que
foi trocado um pneu, e que o cliente não reclamou sobre problemas no pneu. Em
outras palavras: a oficina analisou toda a motocicleta, além de resolver o proble-
ma relatado e, com isso, conseguiu vender mais algumas peças para o cliente.
Ainda na ordem de serviço, constam informações de pagamento e retirada, sen-
do possível perceber que existe um canhoto para ser destacado, pois o proprie-
tário deve apresentar este canhoto no momento em que for retirar a motocicleta.
Quando a ordem de serviço for eletrônica, ela terá o mesmo formato, ou seja, as
mesmas informações.

RECAPITULANDO

Você aprendeu, neste capítulo, os diferentes tipos de manutenção, iden-


tificando sua importância para a vida útil dos componentes de uma mo-
tocicleta e, consequentemente, a vida útil da própria motocicleta. Apren-
deu também como identificar o tipo de manutenção e como interpretar
um manual de manutenção e uma ordem de serviço. Com esse conheci-
mento, você agora está capacitado a identificar o tipo de manutenção e
o que o cliente está observando de defeito em sua motocicleta, conforme
descrito na ordem de serviço.
Ferramentas

No capítulo anterior, você já aprendeu a identificar uma motocicleta conforme o modelo,


estilo ou ano de fabricação. Aprendeu, ainda, a identificar e interpretar um manual de manu-
tenção, seus tipos de manutenção e como ler e interpretar uma ordem de serviço. Essas infor-
mações são necessárias para que você possa iniciar o aprendizado na área da reparação de
motocicletas. Para tanto, é necessário conhecer os tipos de ferramentas, equipamentos e ins-
trumentos que você utilizará em sua vida profissional.
Neste capítulo, você terá subsídios para:
a) aprender as definições e tipos de ferramentas;
b) aplicar as ferramentas universais, especiais e específicas;
c) conhecer os princípios de organização e conservação das ferramentas.
FUNDAMENTOS DA MECÂNICA DE MOTOCICLETAS
46

1 REPARADOR 4.1 DEFINIÇÃO


O reparador é o chamado As ferramentas, utilizadas em trabalhos manuais ou mecânicos, são de diver-
mecânico, mas devemos
utilizar os termos corretos, sos tipos, assim como existem vários tipos e formas de parafusos. Às vezes é ne-
pois você estará praticando
um ato de reparação em cessário utilizar uma ferramenta específica, devido à dificuldade de acesso a um
uma motocicleta. determinado local da moto.
Enquanto reparador1 de motocicletas, você provavelmente irá confeccionar
algumas ferramentas para lhe facilitar em certas ações decorrentes do dia a dia
de uma oficina. Esta é uma atitude bastante comum no ramo automotivo, pois
normalmente se pensa de que forma é possível executar os serviços com maior
qualidade, agilidade e honestidade. Algumas vezes a falta de uma ferramenta
apropriada impede que um serviço seja realizado da forma mais correta.
Imagine que você precise apertar um parafuso que fica dentro da tampa do
motor, e o acesso é muito estreito. No caso de não haver uma ferramenta que
nos facilite este acesso, você corre o risco de deixar este parafuso mal apertado
e, futuramente, ele pode vir a afrouxar-se e soltar-se sozinho, podendo provocar
danos graves ao motor.
Diante deste exemplo, você viu como é importante usar a ferramenta correta
no momento da reparação em uma motocicleta? Pense nisso antes de iniciar os
reparos. Caso você tenha ou trabalhe em uma oficina, e ela não tenha todas as
ferramentas necessárias, providencie ou informe a necessidade delas, antes de
qualquer reparo. Afinal, você precisa das ferramentas para trabalhar corretamen-
te, pois elas representam um investimento na oficina, uma vez que são elas que
possibilitarão à oficina obter lucro.

4.2 TIPOS DE FERRAMENTAS

Existem diversos tipos, modelos, tamanhos, formas e aplicações de ferramen-


tas. Diante das diversidades, foi criada uma classificação das ferramentas, para fa-
cilitar a estocagem, a venda, o manuseio e o diálogo entre profissionais do ramo.
Existe, ainda, uma preocupação quanto à sua armazenagem, pois classificando as
ferramentas, é possível definir aquelas usadas no dia a dia e deixá-las em um local
mais próximo, enquanto que as ferramentas que são usadas com menos frequên-
cia podem ser acomodadas em um local mais distante.
Conheça, a seguir, as principais ferramentas e suas funções.
4 FERRAMENTAS
47

4.2.1 UNIVERSAIS

As ferramentas universais são as ferramentas comuns, aquelas utilizadas para


apertar ou afrouxar parafusos ou porcas, e também as ferramentas de uso geral,
como um alicate, por exemplo. São usadas no dia a dia de uma oficina mecânica,
normalmente guardadas em caixas de ferramentas, armários ou painéis, ou seja,
estão sempre perto do mecânico, uma vez que elas são bastante utilizadas para
diversos tipos de aplicação.
Conheça alguns exemplos de ferramentas universais e suas aplicações.
a) Alicate universal – é utilizado para segurar, agarrar, cortar, girar, e outras
funções que você achar possível, desde que não o danifiquem.
b) Alicate de bico curvo – tem a mesma função do alicate universal, com a
diferença de ter seu bico mais afinado, o que permite o acesso a lugares me-
nores.
c) Chave de boca e chave estrela – são ferramentas usadas no dia a dia da
oficina para apertar e afrouxar tipos comuns de parafusos e porcas.
d) Chave de fenda e Philips – são ferramentas alongadas, que servem para
apertar e afrouxar parafusos com cabeça fenda e Philips.
e) Martelo ou marreta – estes podem ser de diversos tipos, no entanto, sua
função é a mesma: a de macetar ou bater peças para instalação ou remoção.
Essas ferramentas são alguns exemplos de ferramentas universais, sendo que
cada uma delas possui variações de modelos e tipos. Como o martelo, cujos mo-
delos incluem: martelo de bola, martelo de pena, martelo de carpinteiro e martelo
de chapeador. Porém, todos têm a mesma função, o que muda é a aplicação.
Stockbyte (2012)

Figura 14 - Chave fenda e Philips


FUNDAMENTOS DA MECÂNICA DE MOTOCICLETAS
48

iStockphoto ([20--?])
Figura 15 - Chave de boca

Stockbyte ([20--?])

Figura 16 - Alicate universal

FIQUE A utilização correta das ferramentas garante que elas te-


nham uma longa vida útil, evitando desgastes prematuros
ALERTA e custos adicionais à oficina.

4.2.2 ESPECIAIS

As ferramentas especiais são aquelas que não possuem um uso generalizado,


ou seja, não podem ser usadas em qualquer parafuso ou peça. Imagine que você
precise remover um rolamento de um eixo. Para realizar essa atividade será neces-
sário utilizar uma ferramenta universal para desmontar este eixo e removê-lo da
motocicleta. Mas, para extrair o rolamento, você precisará utilizar um extrator de ro-
lamentos. Este extrator é uma ferramenta especial, pois ele serve somente para ex-
trair aquele tipo de rolamento (interno ou externo), variando somente de tamanho.
4 FERRAMENTAS
49

Existe, também, uma ferramenta especial utilizada para regular válvulas, co-
nhecida como calibre de válvulas. Ela também é especial, porque é utilizada so-
mente para este fim, mas não somente para esta peça, ou seja, posso usá-la para
regular as válvulas de qualquer motocicleta que a necessite. Outro exemplo é o do
extrator de rolamentos, mencionado anteriormente. Esta ferramenta pode ser usa-
da para extrair o rolamento de qualquer componente que permita sua aplicação.

Loja do Mecânico ([20--?])

Figura 17 - Extrator de rolamentos


Motos y Repuestos (2012)

Figura 18 - Calibre de válvulas


FUNDAMENTOS DA MECÂNICA DE MOTOCICLETAS
50

SAIBA Você pode saber um pouco mais sobre ferramentas de mo-


tocicletas, e inclusive valores de mercado/preços no site:
MAIS <www.brferramentas.com.br>.

4.2.3 ESPECÍFICAS

As ferramentas específicas também são ferramentas especiais, no entanto, as


ferramentas especiais podem ser usadas em um único propósito, em vários veí-
culos ou componentes. Já as ferramentas específicas só podem ser usadas em um
determinado componente ou veículo, não sendo possível, assim, aplicar em outra
motocicleta, pois podem danificar a moto ou a ferramenta. Sua função é igual a
das ferramentas especiais, ou seja, permitir o ajuste, a remoção ou a instalação de
determinados componentes.
Para que você possa entender um pouco mais, imagine que na oficina que
você trabalha chega uma motocicleta de alta cilindrada que possui um motor
de quatro cilindros em linha, e o cliente está reclamando que a motocicleta está
falhando. Ao analisar, você percebeu que o problema é que a moto está fora do
ponto e é necessário colocá-la no ponto novamente. Para realizar este serviço,
você precisará de ferramentas universais, para desmontar as tampas, carenagens
e alguns componentes agregados ao motor. Precisará, também, de uma ferra-
menta especial para remover o volante, se for necessária a troca da correia. Além
disso, será necessário um conjunto de ferramentas específicas para colocar este
motor no ponto. Estas ferramentas servem somente para este serviço e para este
motor.
Normalmente, as ferramentas específicas também são chamadas de ferramen-
tas especiais, o que não é problema, desde que todos entendam e utilizem as
ferramentas corretas e de forma adequada.
Acompanhe, no Casos e Relatos a seguir, como Priscila se organizou para fazer
com que sua oficina se tornasse referência na cidade de São Paulo.
4 FERRAMENTAS
51

CASOS E RELATOS

Ferramentas para trabalhar


Priscila, moradora do bairro do Bixiga, em São Paulo, abriu uma oficina
de manutenção em motocicletas perto de sua residência. Como tinha
pouco dinheiro para investir, seguiu trabalhando com as poucas e velhas
ferramentas de seu pai. No entanto, como realizava um serviço de ótima
qualidade, diversos clientes começaram a surgir e seu faturamento foi
aumentando cada vez mais.
Em virtude da dificuldade para realizar diferentes serviços, devido à fal-
ta de ferramentas apropriadas, Priscila decidiu investir um pouco mais
em sua oficina. Ela começou a comprar mais ferramentas, na medida em
que entrava dinheiro, ou seja, a cada serviço realizado, ela comprava uma
ferramenta nova. Logo em seguida, Priscila juntou dinheiro e comprou
equipamentos que facilitaram no dia a dia da oficina.
Com essas aquisições o serviço realizado por ela passou a ter ainda mais
qualidade, e o número de clientes aumentou, melhorando o faturamento
da empresa. Dessa forma, Priscila, e os funcionários que trabalham com
ela perceberam que uma oficina precisa trabalhar com ferramentas apro-
priadas e modernas, pois faz toda a diferença para que o trabalho seja
realizado com sucesso e o cliente fique satisfeito.

RECAPITULANDO

Com o estudo deste capítulo, você conheceu os tipos de ferramentas


utilizadas em uma oficina de motocicletas, bem como a importância de
seu uso e a maneira correta de utilizá-las. Com esses conhecimentos você
está capacitado a utilizar ferramentas, no local de trabalho, com eficiên-
cia e segurança, ou seja, você acaba de dar mais um importante passo
para sua formação profissional, pois todo profissional deve preocupar-se
em realizar um serviço de qualidade, zelando pelas suas ferramentas e o
bem do próximo, além de sempre cuidar do meio ambiente.
Equipamentos

No capítulo anterior, você viu que toda oficina deve contar com ferramentas de ótima quali-
dade, com mecânicos bem instruídos, além de um bom ambiente de trabalho. Mas para o bom
funcionamento de uma oficina, precisamos de algo mais. É preciso possuir equipamentos úteis
no dia a dia, equipamentos estes que são indispensáveis em alguns casos. Neste capítulo, você
irá conhecer um pouco mais sobre os equipamentos.
Neste capítulo, você conhecerá os tipos e definições de equipamentos necessários para a
realização das manutenções. Ao final dos seus estudos, você será capaz de:
a) reconhecer as funções dos equipamentos elétricos;
b) identificar os equipamentos hidráulicos, pneumáticos e mecânicos;
c) conhecer os aspectos de organização e limpeza destes equipamentos.
FUNDAMENTOS DA MECÂNICA DE MOTOCICLETAS
54

1 DESBASTE 5.1 TIPOS


Ato de remover uma Os equipamentos da oficina são aqueles que nos auxiliam na execução das
camada de algum
material. Por exemplo, tarefas, somando-se às ferramentas e instrumentos. Facilitam o trabalho por ofe-
quando é preciso afiar
uma ferramenta. Ao atritar recerem maior comodidade na execução dos reparos e, com isso, melhoram a
essa ferramenta na pedra qualidade e diminuem o tempo de execução do serviço.
do esmeril, ocorre uma
remoção de material, que se Existem diversos tipos de equipamentos, por isso você estudará cada um de-
caracteriza por desbaste.
les separadamente, assim como suas funções. Primeiramente, você precisa saber
que os equipamentos dividem-se nos seguintes subgrupos: equipamentos elétri-
cos, mecânicos, hidráulicos e pneumáticos. Conheça-os melhor, a seguir.
2 OXIDAÇÃO
Conheça, a seguir, alguns dos diversos tipos de equipamentos presentes em
É a reação química que uma oficina.
corpos sofrem quando em
contato com o oxigênio; no
caso dos metais é comum
chamar de ‘ferrugem’.
5.1.1 EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS

Os equipamentos elétricos são aqueles que utilizam energia elétrica para seu
funcionamento. Podem ser ligados na energia predial ou utilizados com baterias.
Estes equipamentos facilitam as reparações devido à sua praticidade de manu-
seio e tecnologia, a qual nos permite realizar testes e, às vezes, reparações. Veja,
então, os principais equipamentos elétricos existentes em uma oficina de moto-
cicletas e suas funções.

FURADEIRA

É um equipamento muito comum, utilizado para realizar furos de pequenos e


médios tamanhos. Existem os tipos mais compactos, que se tornam mais baratos,
porém, realizam furos menores e possuem menor força, enquanto que as furadei-
ras de grande porte possuem mais força. Então, no caso de um furo em um aço de
maior espessura, é interessante a utilização de um equipamento mais resistente e
brocas de aço rápido (aço de alta resistência).

ESMERIL

É um equipamento que possui um motor elétrico e nas extremidades de seu


eixo são instaladas pedras específicas para desbaste1. Sua função é desbastar
materiais de ferro para as mais diversas aplicações, como afiar um raspador para
remover junta, remover rebarba de peças, etc. Pode ser instalada, ainda, uma es-
cova de aço que auxilia na limpeza de peças. Possui proteções nas pedras para
evitar o contato da pele quando está em movimento.
5 EQUIPAMENTOS
55

Tudo Store ([20--?])


Figura 19 - Esmeril
Fonte: Tudo Store (2012)

FERRO DE SOLDA

Serve para realizar soldas do tipo estanho. Sua função é unir condutores elé-
tricos (fios elétricos) por meio de soldagem após emenda. Esta ação é necessária
para que a emenda realizada fique firme e não se solte, além de evitar também o
mau contato por oxidação2. Existem os tipos mais potentes e os de maior vida útil.
Birgit Reitz-hofmann ([20--?])

Figura 20 - Solda estanho


Fonte: Hemera (2012)
FUNDAMENTOS DA MECÂNICA DE MOTOCICLETAS
56

3 ESGUICHAR CARREGADOR DE BATERIAS


Significa injetar o É utilizado, como o nome já diz, para carregar baterias de moto. O fato de uma
querosene de maneira
pulverizada. moto ficar muito tempo parada com a luz acesa consome a carga da bateria. Ape-
sar de ter como função principal carregar a bateria, em alguns modelos é possí-
vel utilizá-la como partida auxiliar. Porém, se o modelo existente não tiver essa
opção, jamais ligue o carregador na bateria se ela estiver ligada na moto, pois
isso pode danificar o carregador, principalmente se a moto estiver ligada. O mais
indicado, neste caso, é remover a bateria para recarregá-la.

Motor Gerais ([20--?])

Figura 21 - Carregador de baterias que realiza teste de bateria


Fonte: Motor Gerais (2010)

LIMPEZA DE BICOS INJETORES

É um equipamento utilizado quando se realizam reparações nos sistemas de


injeção eletrônica das motocicletas. Sua principal função é testar e limpar os bicos
injetores, indicando se é preciso realizar algum reparo nos bicos, mas normal-
mente é realizada somente a limpeza e o defeito se resolve. Geralmente é um
custo cobrado à parte do cliente.
5 EQUIPAMENTOS
57

Laguna Equipamentos ([20--?])

Figura 22 - Máquina de limpeza de bicos injetores


Fonte: Laguna equipamentos (2012)

MÁQUINA DE LAVAR PEÇAS

É um equipamento de extrema importância, pois é imprescindível que as pe-


ças estejam totalmente limpas para serem instaladas na motocicleta. Sua função
é exatamente armazenar querosene e esguichar3 em uma bandeja acoplada atra-
vés de uma mangueira, para que seja possível lavar as peças antes de serem ins-
taladas. Existem, atualmente, produtos biodegradáveis para serem utilizados no
lugar do querosene, pois o querosene é muito poluente, uma vez que é necessá-
rio trocá-lo de tempos em tempos.
Brferramentas ([20--?])

Figura 23 - Máquina de lavar peças


Fonte: Moto Brasil (2012)
FUNDAMENTOS DA MECÂNICA DE MOTOCICLETAS
58

5.1.2 EQUIPAMENTOS MECÂNICOS

Equipamentos mecânicos são aqueles que utilizam somente força mecânica,


ou seja, força humana para seu acionamento, não utilizando, então, nenhuma
fonte de energia. São os equipamentos menos comuns, mas em alguns casos,
muito utilizados. Conheça, a seguir, alguns desses equipamentos.

CHAVE DE IMPACTO MANUAL

É uma ferramenta utilizada para afrouxar parafusos de cabeça fenda ou Phi-


lips que estejam encravados. Possui este nome em virtude de girar sua ponteira
quando recebe uma pancada na outra extremidade.

Store Mix Brasil ([20--?])

Figura 24 - Chave de impacto manual


Fonte: Store Mix Brasil (2012)

CAVALETE PARA APOIAR A MOTO

É um equipamento importante, pois nem toda moto possui cavalete central.


Como seu nome diz, sua função é somente apoiar a moto pra realizar os reparos.

ESCORREDOR DE ÓLEO E FUNIL

É indispensável para qualquer oficina, pois todas terão de trocar óleo das mo-
tocicletas.
5 EQUIPAMENTOS
59

MORSA

É um equipamento utilizado em uma bancada. Tem por função firmar peças


ou componentes para a realização de serviços, como serrar um cano, por exem-
plo. Pode ser encontrada em diversos tamanhos, e o indicado é que a oficina pos-
sua uma de número 5, que é a mais resistente.

Ferramix (2012)

Figura 25 - Morsa de bancada


Fonte: Ferramix (2012)

CAVALETE PARA MOTOR

É um equipamento utilizado para firmar o motor da motocicleta, quando re-


tirado para reparo. Sua função é segurar o motor, permitindo girá-lo para maior
acesso a partes inferiores, melhorando a posição de trabalho.

5.1.3 EQUIPAMENTOS HIDRÁULICOS

Os equipamentos hidráulicos são aqueles que dependem ou utilizam de for-


ça hidráulica para seu acionamento. São poucos os equipamentos existentes na
oficina, mas estes poucos são muito importantes para se obter uma posição de
trabalho melhor, o que nos possibilita executar o reparo com maior qualidade de
serviço. Conheça alguns dos principais equipamentos hidráulicos.
FUNDAMENTOS DA MECÂNICA DE MOTOCICLETAS
60

RAMPA

A rampa de motos é um equipamento muito útil em qualquer tipo de oficina


de motocicletas, pois permite elevar a moto a uma altura ideal de trabalho, por
meio de um sistema hidráulico e/ou mecânico, permitindo executar os reparos
com maior agilidade e qualidade.
A rampa possui uma estrutura metálica resistente para suportar diversos tipos
de motos, mas é importante observar qual a sua capacidade de carga, pois exis-
tem diversos tipos de rampas e cada uma especifica a capacidade de elevação
de carga conforme seu projeto. Além da estrutura metálica, a rampa pode ter
um acionamento hidráulico ou manual, através de um eixo com rosca, como se
fossem macacos antigos de carros. Entretanto, as mais comuns mesmo são as de
acionamento hidráulico.

Bremen (2012)

Figura 26 - Rampa de motos


Fonte: Mercado Zum (2012)

PRENSA HIDRÁULICA

A prensa hidráulica é um equipamento pouco utilizado, mas de grande utilida-


de. Sua função principal é prensar componentes através de uma força hidráulica,
acionada por um sistema mecânico de alavanca.
5 EQUIPAMENTOS
61

Imagine que você precise remover um rolamento de um eixo. Então, você co-
loca este eixo na prensa hidráulica, apoiando os rolamentos em uma base, no
meio da prensa hidráulica. Assim, o pistão da prensa, ao ser acionado, irá em-
purrar o eixo para baixo e, como o rolamento está apoiado em uma base, o eixo
desce e o rolamento permanece, extraindo assim, o rolamento.
Existem diversos modelos de prensa, por isso, é necessário levar em conside-
ração a capacidade de carga, que deve ser observada no relógio existente em sua
parte superior, onde é indicado qual o máximo de carga admissível.

Bovenau ([20--?])

Figura 27 - Prensa hidráulica


Fonte: Bovenau (2012)

EQUIPAMENTOS PNEUMÁTICOS

Os equipamentos pneumáticos são aqueles que trabalham com ar comprimi-


do. Em geral, são poucos na oficina de motocicletas, mas de grande valia em sua
utilização. A função dos equipamentos pneumáticos é proporcionar melhores
condições de trabalho através da agilidade no serviço. O principal componente
pneumático é o compressor de ar, pois é ele que gera o ar comprimido para o
sistema. Mas é importante que você saiba que o tipo do compressor deve ser
determinado conforme a utilização de ar da oficina e seu porte, pois existem os
compressores de pequeno porte e os de grande porte, que custam mais e geram
maior pressão de ar, mantendo esta pressão mais constante, o que é necessário
quando a oficina realiza serviços de reparação em pintura.
FUNDAMENTOS DA MECÂNICA DE MOTOCICLETAS
62

Yury Minaev (2012)


Figura 28 - Compressor de pequeno porte

Boris Kaulin (2012)

Figura 29 - Compressor de grande porte

É importante você saber que o ar que respiramos possui umidade, e esta umi-
dade é sugada pelo compressor durante o processo de compressão. Por essa ra-
zão, é necessário drenar o compressor de ar por meio de uma válvula na parte
inferior de seu cilindro. Esse serviço deve ser realizado periodicamente, conforme
descrição do fabricando do equipamento. Também é possível utilizar um filtro na
saída do compressor para evitar que a umidade danifique outros componentes.
5 EQUIPAMENTOS
63

Outro equipamento pneumático existente em uma oficina de motocicletas é o


calibrador de pneus, que pode ser somente um bico conectado na mangueira do
compressor e conferido com outro equipamento que serve somente para confe-
rir a pressão dos pneus. Ou ainda, pode ser associado a um sistema elétrico, como
os de postos de combustível.
Também é possível utilizar um bico de ar para a limpeza de peças e compo-
nentes, além de uma chave de impacto pneumática. Esta é pouco utilizada nas
oficinas de motocicletas, apesar de facilitar e agilizar a remoção e a instalação de
parafusos.

SAIBA Sobre compressores de ar e suas aplicações, pesquisando no


MAIS seguinte endereço: <www.schulz.com.br>.

SUPORTE PARA CONJUNTOS MECÂNICOS

Anteriormente foi comentado sobre o cavalete para fixação do motor, e você


viu que ele permite trabalhar com o motor fora da motocicleta e de maneira se-
gura, correta e adequada. Este tipo de suporte tem como finalidade permitir o tra-
balho fora da motocicleta, e utilizar recursos mais apropriados, pois quando um
motor está instalado na motocicleta, você não tem espaço para utilizar determi-
nadas ferramentas. Isso impede que você realize o serviço da forma mais correta.
Entretanto, quando se consegue remover estes sistemas e trabalhar em pé,
utilizando um equipamento mais adequado, é possível realizar o serviço da me-
lhor maneira, aproveitando todas as ferramentas necessárias para os ajustes. Mas
não é apenas o motor que possui um cavalete para trabalhar externamente na
motocicleta, quase todos os sistemas mecânicos possuem um tipo de suporte, o
que facilita no dia a dia.
Alguns sistemas, no entanto, são mais adequados e rápidos para trabalhar di-
retamente na motocicleta. É o caso do sistema de corrente de transmissão, que
necessita de ajuste conforme o quadro da motocicleta. Por isso, você deve iden-
tificar qual a melhor maneira para realizar um determinado serviço, sabendo que
existem suportes para os principais conjuntos e para os mais pesados também.
FUNDAMENTOS DA MECÂNICA DE MOTOCICLETAS
64

FURADEIRAS

As furadeiras já foram mencionadas neste capítulo na parte de equipamentos


elétricos, mas como existem diversos tipos de furadeiras, optou-se por mencionar
mais alguns modelos para que você possa escolher qual a melhor para seu trabalho.
Você viu que existem diversos tipos de furadeiras manuais quanto à potência.
Entretanto, não existem somente as furadeiras manuais, existe também a furadei-
ra de coluna, que não pode ser removida do lugar, mas que permite furar peças
de aço com espessura muito maior do que a furadeira manual. As furadeiras de
coluna são fixas ao chão e possuem uma coluna, por onde desliza uma mesa mó-
vel e um cabeçote.
Nessa mesa deslizante, consta uma morsa, que serve para fixar o componen-
te a ser furado e movimentar a mesa para cima ou para baixo ou, ainda, para os
lados, de modo a ajustar a melhor posição do furo a ser realizado. No cabeçote
está todo o sistema que faz a furadeira funcionar, ou seja, o motor, o sistema de
redução, o mandril, entre outros. Nesse cabeçote você pode regular a velocidade
do furo, que varia conforme o tamanho da broca e a espessura do material, e nele
há uma alavanca que permite baixar o cabeçote para executar a furação, sendo
possível controlar a profundidade do furo por meio de uma régua existente no
cabeçote. Com essa furadeira é possível confeccionar peças e ferramentas com
maior segurança e qualidade.
Existe, ainda, a furadeira de bancada que, na verdade, é uma furadeira de colu-
na, porém menor e pode ser instalada em cima de uma bancada. Esta é muito útil
nas oficinas de motocicletas, pois ocupa menos espaço.
LubriMinas ([20--?])

Figura 30 - Furadeira de coluna


Fonte: Lubri Minas (2012)
5 EQUIPAMENTOS
65

5.2 ORGANIZAÇÃO E CONSERVAÇÃO

Todos esses equipamentos que estudamos devem ser muito bem cuidados,
pois não adianta comprar um componente novo e não cuidar dele, porque em
pouco tempo ele não funcionará corretamente. Assim, é importante manter os
equipamentos limpos, organizados e bem acondicionados, ou seja, em um lugar
sem umidade ou mofo.
Os equipamentos que são pouco utilizados, como o suporte de motor, por
exemplo, podem oxidar. Portanto, é bom que você passe uma película fina de
óleo sobre as partes metálicas que ficam ao ar livre. O mais eficaz, nestes casos,
é manter o equipamento sempre bem pintado, mas dependendo do suporte,
existem lugares de atrito, onde mesmo depois de pintados a tinta será raspada
ao movimentar o componente. Então, não deixe de lubrificar estas partes, bem
como, de ser cuidadoso com a lubrificação de todos os equipamentos que reque-
rem este tipo de manutenção.
O recomendável é que você faça a limpeza da oficina e equipamentos diaria-
mente. Lubrificação e pintura podem ser feitas uma vez por semana ou a cada 15
dias. A manutenção dos equipamentos e do prédio da oficina, pelo menos uma
vez por mês. Esta ação aumentará a vida útil dos equipamentos e da infraestru-
tura do local.

Um ambiente de trabalho bagunçado e sujo pode causar


FIQUE acidentes de trabalho, prejudicando a sua saúde e a de
ALERTA outras pessoas, além de deixar um aspecto muito ruim
para os clientes.

Veja, na figura a seguir, o exemplo de uma oficina organizada.


FUNDAMENTOS DA MECÂNICA DE MOTOCICLETAS
66

Apostila Técnica Yamaha – Mecânico de Motores de Popa ([20--?])


Figura 31 - Oficina organizada
Fonte: Adaptado de Manual de atividades de serviços Yamaha (2012, p. 18)

VOCÊ Os equipamentos adquiridos para a oficina acabam se


pagando devido à agilidade de serviço que eles permi-
SABIA? tem, e muitos deles são mais baratos do que pensamos.

Veja, na situação seguinte, como Julio aprendeu a trabalhar com equipamen-


tos e como soube organizá-los em uma oficina.

CASOS E RELATOS

Equipamentos para Trabalhar


Júlio começou a trabalhar em uma oficina de motocicletas e percebeu
que os equipamentos ficavam todos em um canto, enquanto que as fer-
ramentas todas ficavam jogadas em cima de uma bancada. Foi quando
resolveu perguntar ao seu chefe se poderia organizar a oficina ao seu
modo e obteve um ‘sim’ como resposta.
5 EQUIPAMENTOS
67

Então, Júlio começou a limpar e organizar as ferramentas em painéis des-


tinados a acomodá-las. Os equipamentos que estavam velhos e arranha-
dos, Júlio pintou e lubrificou. Posteriormente, organizou-os por tipos e
utilização. Em seguida, começou a ajeitar a oficina, pintando as paredes,
o chão, as rampas, e tudo ficou mais bonito e organizado.
Os clientes começaram a elogiar e, ao saber quem havia organizado, co-
meçaram a pedir que Júlio arrumasse suas motocicletas. Desta forma, Jú-
lio foi adquirindo a confiança dos clientes e aumentando o faturamento
da oficina. Depois de alguns anos, Júlio abriu sua própria oficina e, ado-
tando os mesmos padrões de organização, ganha cada dia mais clientes,
realizando serviços de qualidade e responsabilidade.

RECAPITULANDO

Neste capítulo, você teve contato com os equipamentos utilizados numa


oficina mecânica. Vale lembrar que, além das ferramentas, é necessário
que a oficina possua equipamentos atualizados e úteis no dia a dia, pois
um mecânico deve estar constantemente se atualizando com as novida-
des do mercado.
Além disso, para que as ferramentas e equipamentos possam funcionar
por um bom tempo e em bom estado, é necessário que eles sejam man-
tidos em locais adequados, além de terem constante manutenção. Lem-
brando ainda que, quando acomodados em bom estado de conservação,
podem evitar acidentes ou danos à saúde do mecânico.
Metrologia Aplicada

Todo reparo em motocicletas requer conhecimento, dedicação e responsabilidade, pois


cada ajuste realizado é imprescindível não somente para o bom funcionamento dos sistemas
da motocicleta, mas principalmente para a segurança do piloto ao conduzir sua moto.
Para realizar determinados ajustes, é necessário verificar algumas medidas. A área que trata
das medições é a metrologia, tema que será abordado neste capítulo, em que você irá apren-
der a utilizar alguns instrumentos de medição, conhecer suas funções, cuidados de manuseio
e armazenamento.
Ao final desta etapa de estudo, você terá subsídios para:
a) conhecer a metrologia e suas aplicações;
b) utilizar o sistema de medidas;
c) realizar a conversão de unidades;
d) utilizar e executar a leitura dos instrumentos de medidas, como o paquímetro, o micrôme-
tro, o relógio comparador e o súbito;
e) reconhecer os cuidados de conservação e aferição dos instrumentos de medição.
FUNDAMENTOS DA MECÂNICA DE MOTOCICLETAS
70

1 TRENA 6.1 SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES


Instrumento usado para Há muito tempo foi percebida a necessidade que as pessoas tinham de reali-
medir peças muito grandes
e de baixa precisão. zar medições. Por isso, ao longo dos anos surgiram vários tipos de medição uti-
lizando partes do corpo, como polegadas, pés, entre outros. Mas, hoje em dia, é
utilizado um Sistema Internacional de Medidas (SI), que regulamenta as principais
unidades de medida. Quando falamos em comprimento, por exemplo, a unidade
internacional é o metro, unidade do sistema internacional que será abordada a
seguir, bem como suas variações. Em alguns países ainda se utiliza o sistema in-
glês, que emprega a polegada como unidade de medida para comprimento, mas
mesmo assim, as montadoras fornecem peças fabricadas com base no SI. Desta
forma, nesses países os reparadores precisam adaptar-se ao SI.

6.2 CONVERSÃO DE UNIDADES

Já que o sistema inglês foi muito utilizado - e em alguns países ainda é em-
pregado -, você irá aprender como fazer a conversão do sistema internacional
para o inglês. Mas antes de introduzir esse conteúdo, é necessário lembrar alguns
conceitos do sistema internacional, para que fique mais fácil a compreensão dos
estudos.
Você deve estar lembrado que a unidade de referência de comprimento é o
metro. Deve saber também que o metro possui algumas variações, como o qui-
lômetro e o centímetro. Acompanhe, a seguir, como acontecem essas variações.

Tabela 3 - Sistema de medida internacional

MILÍMETRO mm 0,001
CENTÍMETRO cm 0,01
DECÍMETRO dm 0,1
METRO (UNIDADE) m 1
DECÂMETRO dam 10
HECTÔMETRO hm 100
QUILÔMETRO km 1000

Você percebeu que o metro pode ser lido com unidades diferentes, conforme
seu valor. Se, ao medir uma peça, você perceber que na trena1 marcou a medida
96, você pode dizer que mede 0,96 metros ou pode dizer que mede 96 centíme-
tros. No caso de distâncias maiores, é utilizado o quilômetro, mas lembre-se de
que cada quilômetro corresponde a mil metros.
6 METROLOGIA APLICADA
71

Na área da mecânica trabalha-se com medidas pequenas, logo, o centímetro


é uma medida alta. Então, trabalha-se com suas variações. Desta forma, as medi-
das serão tratadas em milímetros. Para uma melhor compreensão, analise a figura
seguinte. Observe que cada casa, antes ou depois da vírgula, possui uma nomen-
clatura específica.

Luiz Meneghel (2012)


Figura 32 - Casas decimais
Fonte: Adaptado de Fundamental de Serviço Mercedes-Benz (2008, p. 71)

Portanto, se você tem 2,55cm poderá ter a leitura desta medida em milímetros
apenas deslocando a vírgula para a direita, ou melhor, dividindo 2,55 por 10, ob-
tendo, então, o 25,5 milímetros.
Mas como é que se lê esta medida? Será necessário lembrar das casas deci-
mais, ou seja, a leitura de 25,5mm fica: vinte e cinco milímetros e cinco décimos
de milímetro. Podemos simplificar e ler vinte e cinco milímetros e cinco décimos.
Quando a medida em milímetros não passa da vírgula, deve-se ler apenas as casas
decimais. Veja um exemplo: 0,57mm – cinquenta e sete centésimos de milímetro.

Cada casa decimal tem seu limite, conforme o próprio nome.


SAIBA Se os décimos vão até 10, tornando-se 1 milímetro quando
divididos por 10, então 100 centésimos de milímetro torna-
MAIS -se 10 décimos, que, por sua vez, também corresponde a 1
milímetro.

Agora que você conheceu as casas decimais e o milímetro, veja como fazer
a conversão para o sistema inglês, e também do sistema inglês para o interna-
cional. Mas, antes disso, é necessário lembrar como funciona a polegada. Uma
(1) polegada mede 25,4mm e, normalmente, é representada em forma de fração.
Quando utilizada na forma centesimal, poderá se apresentar da seguinte manei-
ra: 1” in. Ao representar 19,05mm em polegadas, por exemplo, tem-se a seguinte
representação: ¾”in.
Agora que você sabe como a polegada é representada, conheça o procedi-
mento de conversão do sistema internacional para o inglês, e do inglês para o
internacional.
FUNDAMENTOS DA MECÂNICA DE MOTOCICLETAS
72

2 RETIFICAR 6.2.1 SISTEMA INTERNACIONAL PARA O INGLÊS


É o serviço realizado nas Como você verificou, é simples converter uma medida realizada em milíme-
peças do motor quando
estão gastas, consiste em tros para polegadas. O exemplo utilizado anteriormente para representar, de for-
desbastar as peças e deixá-
las em condições de uso ma fracionária, a polegada, nada mais é do que a conversão do sistema interna-
novamente, respeitando cional para o inglês.
suas medidas.
Após saber que 1” (uma polegada) equivale 25,4mm, para realizar a conversão
do sistema internacional para o inglês, você precisa dividir 25,4 pela medida que
você deseja converter em polegadas. Então, multiplique o resultado dessa divi-
são por 128, e a resposta encontrada você deve colocar em forma de fração, cujo
divisor será 128. A partir disso, será necessário simplificar esta fração, dividindo o
resultado por dois (2) até chegar a um valor que não seja possível ser dividido.
Este será o valor final em polegadas. Veja o exemplo para compreender melhor.
Imagine que, ao medir um cano, você encontrou a medida de 19,05mm, mas
precisa deste valor em polegadas. Então, você divide 19,05 por 25,4 (uma polega-
da), e obtém como resultado 0,75. Agora, este valor deverá ser multiplicado por
128, cujo resultado será 96. Este valor será o numerador de uma fração que levará
como denominador o número 128, ou seja, 96/128. Ao simplificar essa equação,
divide-se por 2 o numerador e o denominador, até que não seja mais possível
realizar algum tipo de divisão. Então, tem-se 48/64, que dividido por 2 fica 24/32,
depois 12/16, 6/8 e ¾. Pronto, a resposta da conversão de 19,05mm para polega-
da é: ¾”.
Acompanhe, a seguir, o procedimento do cálculo que você acabou de verificar.

19,05
= 0,75 X 128 = 96
25,4

96 /2 = 48 /2 = 24 /2 = 12 /2 = 6 /2 = 3”
128 64 32 16 8 4
6 METROLOGIA APLICADA
73

6.2.2 SISTEMA INGLÊS PARA O INTERNACIONAL

Este tipo de conversão é ainda mais fácil do que a anterior, pois tendo uma
polegada em fração, basta dividir o numerador pelo denominador, e depois mul-
tiplicar por 25,4. Imagine que você tenha ¾” e deseja transformar polegadas em
milímetros. Assim, deverá dividir 3 por 4, e obterá 0,75 como resultado. Ao multi-
plicar 0,75 por 25,4, tem-se como resultado 19,05mm.
Viu como é simples? Se o valor da polegada já estiver na forma milesimal, bas-
ta multiplicar por 25,4, como por exemplo: 0,25” X 25,4 = 6,35mm.

6.3 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO

Para realizar as conversões entre medidas em milímetros ou polegadas, é ne-


cessário utilizar instrumentos específicos para este tipo de atividade. Para tanto,
existem diversos tipos de instrumentos de medição, assim como existem diversos
lugares a serem medidos. Logo, a ideia de utilizar um instrumento mais preciso
para medir se justifica quando se pretende obter a medida exata de uma peça
que será medida.
Dessa forma, ao reformar um motor, as peças serão enviadas para as retíficas2,
e quando o retificador executar o serviço, precisará saber em que medida estão e
em que medida ele deixará as peças do motor, pois se deixar em qualquer medi-
da, ou fora da medida especificada pelo fabricante, o motor pode não funcionar
ou ficar com baixa potência e ter sua vida útil excessivamente reduzida.
Para atender as peças que necessitam ter uma medida mais precisa, foram
criados diversos tipos de instrumentos de medição. Portanto, há um tipo de ins-
trumento para cada tipo de medida a ser realizada. Conheça, a seguir, alguns des-
ses instrumentos, e entenda suas respectivas funções e como são utilizados.

6.3.1 PAQUÍMETRO

É o instrumento mais simples que existe, e também um dos mais utilizados,


por ter uma utilização muito diversificada, pois possibilita medir diferentes peças,
de diversas maneiras. Sua desvantagem é que o paquímetro mais preciso mede
de dois em dois centésimos, ou seja, você não irá encontrar uma medida do tipo
3,35mm, encontrará 3,36mm ou 3,34mm.
Conheça um pouco mais do paquímetro, na figura seguinte.
FUNDAMENTOS DA MECÂNICA DE MOTOCICLETAS
74

Diego Fernandes (2012)


1. Orelha fixa 8. Encosto fixo
2. Orelha móvel 9. Encosto móvel
3. Nônio ou vernier (polegada) 10. Bico móvel
4. Parafuso de trava 11. Nônio ou vernier (milímetro)
5. Cursor 12. Impulsor
6. Escala fixa de polegadas 13. Escala fixa de milímetros
7. Bico fixo 14. Haste de profundidade
Figura 33 - Paquímetro universal
Fonte: Adaptado de SENAI (2006, p. 45)

O paquímetro pode ser de diversas escalas, as quais qualificam o grau de pre-


cisão de cada instrumento. Essa escala aparece no canto do Nônio, no caso da
figura que você acabou de visualizar, aparece a descrição 1/50. Significa dizer que
a escala é 1mm dividido por 50, ou seja, uma escala de 0,02mm. Existem escalas
de 0,10mm e 0,05mm.
Para realizar a leitura do paquímetro, é necessário encostar as extremidades
do instrumento na peça a ser medida e verificar qual é a medida que aparece no
Nônio, o qual executa a leitura conforme figura a seguir:
6 METROLOGIA APLICADA
75

Luiz Meneghel (2012)


Figura 34 - Leitura no nônio
Fonte: Adaptado de Fundamental de Serviço Mercedes-Benz (2008, p. 87)

Para que você possa entender melhor, imagine que a medição indicada na
escala A é de 4,5mm. Esta medida é encontrada nessa escala até a posição em
que o zero da escala B começa, lembrando que os traços menores representam
0,50mm.
Mas também há outra forma de leitura, veja:

Medida da escala A = 4,50mm


Medida da escala B = 0,22mm
Logo A + B = 4,50 + 0,22 = 4,72mm

E então temos a leitura da medida encontrada.


Pronto! Você agora já sabe realizar a leitura nos paquímetros, mas precisa sa-
ber posicionar o instrumento, pois um dos erros mais comuns cometidos durante
uma mediação é o erro de paralaxe, que consiste em olhar corretamente e dire-
tamente para a escala de leitura, pois se o instrumento estiver atravessado, de
lado ou mal posicionado em relação aos olhos, a leitura encontrada estará errada.
Também é importante fixar o paquímetro corretamente na peça, caso contrário,
a medida também estará errada.
Veja alguns exemplos de posicionamento do paquímetro:
Luiz Meneghel (2012)

Figura 35 - Posicionamentos do paquímetro


Fonte: Adaptado de SENAI (2006, p. 56) 57
FUNDAMENTOS DA MECÂNICA DE MOTOCICLETAS
76

Luiz Meneghel (2012)


Figura 36 - Posicionamentos do paquímetro
Fonte: Adaptado de SENAI (2006, p.

6.3.2 MICRÔMETRO

É um instrumento de simples leitura, que permite realizar medidas em centé-


simos de milímetro (0,01mm) ou em milésimos de milímetro (0,001mm). Permite,
ainda, medições externas e internas, mas não no mesmo instrumento. Para medi-
ção externa existe um tipo de micrômetro e para medidas internas, existe outro.
Este instrumento de medição é muito utilizado na mecânica de motocicletas,
por permitir maior precisão. Devido à sua leitura, é bastante utilizado quando são
efetuados reparos na moto, principalmente quando é realizada a retífica do mo-
tor, que exige mais cuidados com as medidas.
Conheça um pouco mais do micrômetro, na figura seguinte.

Diego Fernandes (2012)

Figura 37 - Micrômetro
Fonte: Adaptado de SENAI (2006, p. 59)
6 METROLOGIA APLICADA
77

Neste instrumento, o isolante térmico é muito importante para que a tem-


peratura da mão não altere a medida, provocando a dilatação do arco. A face de
medição encosta na peça e deve ser muito bem cuidada para não ser danificada.
A bainha é onde está localizada a escala principal, sendo que a escala centesimal
ou milesimal encontra-se no tambor, que faz a mesma função do nônio.
Ao realizar uma medição, você precisa aproximar as faces de medição da peça
através do tambor, mas não deve encostá-las à peça. Essa ação deve ser realiza-
da por meio da catraca, que dosará automaticamente a pressão do instrumento
sobre a peça. Para tal, você deve encostar as faces na peça e quando escutar o
estalar da catraca, deve girar o micrômetro levemente por mais três vezes. Veja o
que mostra a figura a seguir.

Diego Fernandes (2012)

Figura 38 - Medindo com micrômetro

Conforme figura que você verá a seguir, no isolamento térmico instalado no


arco está gravado 0 – 25mm. Isso significa que você pode realizar medições entre
0 e 25mm. Se a peça a ser medida possuir valor acima disso, é necessário utilizar
um micrômetro maior, cuja variação seja de 25mm. Logo, se a peça mede 72mm,
é necessário utilizar um micrômetro com capacidade de 50 – 75mm. Por meio do
paquímetro é possível chegar a esta medida bruta, que servirá de referência para
determinar o tamanho do micrômetro. Antes de utilizar o micrômetro, você deve
sempre verificar a afinação do instrumento, ou seja, é preciso verificar se ele está
zerado, pois se o zero não estiver coincidindo com a marca zero, a medição será
errada. Para afinar o instrumento, você deve girar o tambor até o final, apertá-lo
com a catraca e, depois, verificar se está zerado, como é mostrado na figura.
FUNDAMENTOS DA MECÂNICA DE MOTOCICLETAS
78

Diego Fernandes (2012)


Figura 39 - Afinando o micrômetro
Fonte: Adaptado de SENAI (2006, p. 60)

Note que, neste caso, estaria sendo afinado um micrômetro de escala de 0 –


25mm. Portanto, as duas faces de medição estão se encostando. No caso de um
micrômetro maior, existirá uma peça padrão, com um isolante ao meio, que você
deve utilizar para segurá-lo durante a afinação, além de uma ferramenta para este
fim.

Doutor Ferramenta ([20--?])

Figura 40 - Micrômetro e padrão


Fonte: Doutor Ferramenta (2010)
6 METROLOGIA APLICADA
79

Caso seja necessário realizar a afinação, é possível ajustá-la com a ferramenta


de afinação, encaixando-a na bainha e girando-a para o lado necessário. Confor-
me é mostrado na figura a seguir.

Diego Fernandes (2012)

Figura 41 - Afinação

Ao girar o tambor do micrômetro com escala de 0,01mm, a cada passo dado,


avança-se 0,01mm nas faces de contato. Mas como isso é interpretado no micrô-
metro? Veja como fazer para calcular o valor da leitura de uma medida:
1º passo - leitura dos milímetros inteiros na escala da bainha;
2º passo - leitura dos meios milímetros, também na escala da bainha;
3º passo - leitura dos centésimos de milímetro na escala do tambor.
Veja, no exemplo a seguir.
FUNDAMENTOS DA MECÂNICA DE MOTOCICLETAS
80

Diego Fernandes (2012)


17,00mm → escala dos mm da bainha
00,50mm → escala dos meios mm da bainha
+ 0,32mm → escala centesimal do tambor
17,82mm → leitura total

Figura 42 - Lendo o micrômetro


Fonte: Adaptado de SENAI (2006, p. 66)

Note que a medida 0,32mm é decorrente da coincidência do traço do tambor


com o traço central da bainha.

Diego Fernandes (2012)

23,00mm → escala dos mm da bainha


00,00mm → escala dos meios mm da bainha
+ 0,09mm → escala centesimal do tambor
23,09mm → leitura total

Figura 43 - Lendo o micrômetro


Fonte: Adaptado de SENAI (2006, p. 66)
6 METROLOGIA APLICADA
81

Percebeu como é fácil realizar a leitura do micrômetro centesimal? Basta de-


finir cada leitura separadamente e depois somar todas. Com o tempo e a prática,
você lerá rapidamente.
Agora veja como também é fácil ler o micrômetro milesimal:
1º passo - leitura dos milímetros inteiros na escala da bainha;
2º passo - leitura dos meios milímetros na mesma escala;
3º passo - leitura dos centésimos na escala do tambor;
4º passo - leitura dos milésimos com o auxílio do nônio da bainha, verificando
qual dos traços do nônio coincide com o traço do tambor.
A leitura final será a soma dessas quatro leituras parciais.
Veja o exemplo:

Luiz Meneghel (2012)

Figura 44 - Micrômetro milesimal


Fonte: Adaptado de SENAI (2006, p. 67)

A = 20, 000mm
B = 00, 500mm
+ C = 00, 110mm
D = 00, 008mm
Total = 20, 618mm
FUNDAMENTOS DA MECÂNICA DE MOTOCICLETAS
82

Note que, neste caso, os centésimos são determinados verificando qual o


traço mais próximo ao traço central, e nos milésimos, qual o traço da bainha
coincide com algum traço do tambor. Mas o traço do tambor não é contato, é
apenas uma referência.

6.3.3 RELÓGIO COMPARADOR

É um instrumento para verificar a diferença entre superfícies. Não possui um


mostrador com a medida encontrada, e sim, a diferença entre uma medida e ou-
tra. Por tal motivo, é chamado de relógio comparador, porque compara uma me-
dida com outra.
Conheça um pouco mais desse relógio, na figura seguinte.

Paulo Cordeiro (2012)

Figura 45 - Relógio comparador


Fonte: Adaptado de SENAI (2006, p. 67)
6 METROLOGIA APLICADA
83

Para realizar uma leitura nesse instrumento, é preciso encostar a ponta de con-
tato na peça e arrastar o relógio comparador. No mostrador aparecerá a variação
da superfície, pois o ponteiro principal se movimentará. Cada graduação do mos-
trador representa 0,01mm, portanto, para saber se a medida passou de 1mm, é
preciso observar se o ponteiro principal dará uma volta completa ou verificar a
posição do contador de voltas, onde cada graduação representa 1mm.
Para zerar o relógio comparador e poder verificar a imperfeição de uma su-
perfície, basta girar o aro, e ele movimentará o mostrador, podendo colocar em
qualquer posição e travar, através do parafuso de fixação do aro.
Se você desejar verificar o empenamento de um eixo ou a folga radial, irá re-
parar que o ponteiro principal se movimenta de 95 a 05, mostrando a medida de
0,10mm. Apostila Técnica Yamaha – Mecânico de Motores de Popa ([20--?])

Figura 46 - Relógio comparador


Fonte: Adaptado de SENAI (2006, p. 67)

SAIBA Sobre os instrumentos de medição no site <www.mitutoyo.


MAIS com.br>.
FUNDAMENTOS DA MECÂNICA DE MOTOCICLETAS
84

3 PRÉ-CARGA 6.3.4 SÚBITO


Quando usamos o relógio É um instrumento que utiliza o relógio comparador em seu funcionamento. A di-
comparador ou o súbito
precisamos dar uma pré- ferença é que o súbito permite verificar a diferença de medida em cilindros, como os
carga, ou seja, pressionar
seu contato e deixar com cilindros do motor das motocicletas. Para realizar a leitura do súbito, é necessário co-
alguns milímetros para nhecer a medida nominal do cilindro. Veja um exemplo: para medir 90mm, coloca-se
tolerância.
este valor no micrômetro e com o mesmo travado, coloca-se as pontas (batente fixo
e batente móvel) do súbito entre as faces de medição do micrômetro, zera-se o reló-
gio do súbito, por meio do aro, e trava-se com o parafuso de fixação. Assim, tem-se a
medida de 90mm no súbito. Colocando-o dentro do cilindro e movimentando para
os lados é possível verificar a diferença da medida, que pode diminuir ou aumentar.
É importante que o súbito fique com uma pré-carga3 de, aproximadamente, 5mm.

Figura 47 - Relógio comparador


Fonte: Adaptado de SENAI (2006, p. 81)

6.3.5 TORQUÍMETRO

É um instrumento utilizado para dar o aperto exato nos parafusos, pois sua
função é exatamente evitar que os parafusos sejam apertados em excesso. Exis-
tem diversos tipos de torquímetro, mas todos têm o mesmo objetivo. Você pode
ajustar ou verificar qual aperto está realizando. No caso do torquímetro de vareta
e de relógio, ambos representados a seguir, você precisa verificar o avanço da
medida do aperto, para não ultrapassá-la. No caso do torquímetro de estalo, ele
emite um som tipo um estalo para avisar que alcançou a medida desejada, a qual
você pode regular no próprio equipamento.
6 METROLOGIA APLICADA
85

Construevolution ([20--?])
Fabio Distretti ([20--?])
Elastobor ([20--?])

Figura 48 - Torquimetro
Fonte: Adaptado de SENAI (2006, p. 87) e 89
FUNDAMENTOS DA MECÂNICA DE MOTOCICLETAS
86

6.3.6 GONIÔMETRO

É um instrumento utilizado para verificar ângulos. É pouco utilizado na me-


cânica de motocicletas, mas é muito útil quando se sabe utilizar, pois verifica se
algumas peças estão fora de conformidade. É muito parecido com o transferidor
de grau utilizado nas escolas.
Sua medida pode ser verificada através de seu nônio, em relação ao disco gra-
duado. Basta colocar a régua na peça e, com o esquadro, encaixá-lo corretamente
e verificar qual o ângulo encontrado na peça em questão.

Paulo Cordeiro (2012)


Figura 49 - Goniômetro
Fonte: Adaptado de SENAI (2006, p. 95)

6.4 ASPECTOS DE SEGURANÇA

Todos os instrumentos que você acabou de conhecer devem ser muito bem
cuidados, pois não adianta comprar um componente novo e não cuidar, porque
em pouco tempo ele não funcionará corretamente. Assim, é importante manter
os instrumentos limpos, organizados e bem acondicionados, ou seja, em um lu-
gar sem umidade ou mofo.
Os instrumentos devem ser manuseados com cuidado especial, pois são deli-
cados e podem desaferir, o que afeta as medições, pois se os mesmos estiverem
desaferidos, você não perceberá e poderá obter uma medida errada, colocando
o serviço a perder.
6 METROLOGIA APLICADA
87

O interessante é que você faça a limpeza da oficina e instrumentos todos os


dias, a lubrificação uma vez por semana, ou a cada 15 dias, e a manutenção dos
equipamentos e do prédio da oficina pelo menos uma vez por mês. Esta ação au-
mentará a vida útil dos equipamentos e a infraestrutura da oficina.
Note que foi bastante comentado sobre a utilização correta dos instrumentos,
para que as peças ou, até mesmo, o instrumento não sejam danificados. Além dis-
so, existe outro fator muito importante: a segurança no trabalho. Se você utilizar
uma ferramenta inadequada, danificada, suja de graxa ou óleo, isso pode colocar
sua saúde em risco, pois a ferramenta pode escapar e você sofrer um acidente de
trabalho. Assim também funciona com os instrumentos. Desta forma, precisamos
observar se o equipamento a ser utilizado está correto, se está em boas condições
e se a maneira de conduzi-lo ou manuseá-lo não vai colocar sua saúde em risco.
É muito importante também que você utilize óculos de proteção o tempo
todo, pois, às vezes, pode escapar algo ou espirrar algum líquido e isto tudo, em
contato com os olhos, pode causar sérios danos à visão. Lembre-se de utilizar
sempre os equipamentos de proteção individual, chamados EPIs, pois eles são
projetados para evitar e prevenir acidentes.

Existem muitos fabricantes de instrumentos, mas comprar


FIQUE instrumentos de baixa qualidade coloca em dúvida as me-
didas encontradas, e é importantíssimo que você utilize
ALERTA instrumentos de qualidade para garantir a segurança da
motocicleta e do piloto.

A seguir, acompanhe a experiência que Pedro passou em sua oficina, ao aten-


der a uma motocicleta 500cc que estava fraca e apresentando bastante falhas.
FUNDAMENTOS DA MECÂNICA DE MOTOCICLETAS
88

CASOS E RELATOS

Medições do motor
Pedro possui uma pequena oficina de motocicletas no interior de Minas
Gerais. Na sua oficina, a principal atividade é a reparação de motores. Cer-
to dia, Pedro estava trabalhando em uma motocicleta quando chegou
um cliente reclamando que sua moto, uma motocicleta de 500cc, estava
fraca e falhando muito.
Ao analisar a moto, Pedro percebeu que não era um problema de vela de
ignição nem do carburador. Sabendo que a moto possui dois cilindros e
apenas um falhava, Pedro recomendou sua desmontagem e, após a au-
torização do cliente, ele assim o fez. Com o paquímetro, mediu o compri-
mento dos parafusos do cabeçote para ver se não haviam esticado. Em
seguida, verificou o tamanho do pistão com o micrômetro, para depois
verificar a medida dos cilindros com o súbito. Foi quando percebeu que
o cilindro que falhava apresentou uma folga muito grande entre pistão
e cilindro.
Pedro, então, percebeu que a causa do problema era que a compressão
do motor escapava pelos anéis devido ao excesso de folga do cilindro.
Sendo assim, Pedro recomendou que fosse realizada a retífica do motor.
Após a autorização do cliente e posterior realização da retífica, ele verifi-
cou novamente cada peça retificada para conferir se todas tinham ficado
bem ajustadas e, finalmente, montou o motor e entregou a motocicleta
em perfeito estado de funcionamento.
6 METROLOGIA APLICADA
89

6.5 VALIDADE DA CALIBRAÇÃO

Todo instrumento deve ser calibrado de tempos em tempos, pois sua utiliza-
ção vai gastando os componentes internos, prejudicando o funcionamento e di-
ficultando realizar medições exatas. Todos os instrumentos devem ser calibrados,
mas no caso do paquímetro, é difícil realizar esta manutenção por causa do valor
do instrumento. Neste caso, acaba valendo mais comprar um paquímetro novo
do que concertá-lo. Além disso, deve-se considerar que o paquímetro tem uma
vida útil muito longa, se bem cuidado. Entretanto, com exceção do paquímetro,
todos os instrumentos devem ser verificados a cada três meses ou conforme a
indicação do fabricante.

Que para realizar medidas específicas durante pesquisas


VOCÊ e projetos, os fabricantes possuem salas climatizadas
SABIA? para que a temperatura não afete as medidas encontra-
das?

RECAPITULANDO

Neste capítulo, você conheceu e aprendeu a utilizar os instrumentos de


medição, bem como suas aplicações no dia a dia de uma oficina de mo-
tocicletas. Conheceu os cuidados que se deve ter com tais instrumentos,
além de suas aferições periódicas. Estudou, ainda, aspectos de conserva-
ção e organização dos instrumentos e do ambiente de trabalho.
Neste livro, você aprendeu os princípios fundamentais da mecânica de
motocicletas e, com este conhecimento, você poderá avançar em seu
aprendizado e conhecer os sistemas mecânicos e elétricos das motoci-
cletas. Com isso, poderá tornar-se um mecânico de motocicletas bem ca-
pacitado. Portanto, continue seus estudos e aprenda cada vez mais.
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MOTOCICLETAS - ABRAM. Segurança do Motociclista. Disponível em:
<http://www.abrambrasil.org.br/dicas.html>. Acesso em: 01 fev. 2012.
CANOS, José Gallo; MIGUEL, Ulisses; FILHO, Vicente Pereira de Souza. Apostila Mecânica de
motocicletas. Escola Conde José Vicente de Azevedo – Senai/SP. 1. rev. São Paulo: Senai/SP, 2005.
MERCEDES-BENZ DO BRASIL. Apostila Fundamental de Serviço Mercedes-Benz. [Brasil]: [s.n.],
2008.
MOTO ESPORTE. Tipos de Moto. Disponível em: <http://www.motoesporte.com.br/site/dicas/
tipos-de-moto>. Acesso em: 01 fev. 2012.
______. Tipos de Moto. Disponível em: <http://www.motoesporte.com.br/site/dicas/tipos-de-
moto>. Acesso em: 01 fev. 2012.
MOTO HONDA DA AMAZÔNIA LTDA. Manual de manutenção Honda CG 125 Titan KS/ES.
Manaus: Setor de Publicações Técnicas, [20--?].
MOTO HONDA DA AMAZÔNIA. Manual de Manutenção Honda XLR 125/XLR 125 ES. Manaus:
Setor de Publicações Técnicas, [20--?].
NETO, Rogério Chiavassa. Motocicletas: 1001 fotos. 1. ed. São Paulo: Escala, 2011.
O MECÂNICO. Disponível em: <www.omecanico.com.br>. Acesso em: 03 fev. 2012.
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL. Metodologia para mecânica automotiva.
Escola Conde José Vicente Azevedo - Senai/SP, 2006.
SUZUKI MOTOS DO BRASIL. Manual de Manutenção Suzuki Intruder 125. [Brasil]: [s.n.], 2012.
VIAGEM DE MOTO. A história da Moto. Disponível em: <www.viagemdemoto.com.br/historia_da_
moto.htm>. Acesso em: 01 fev. 2012.
MINICURRÍCULO DO AUTOR
Roberto Fernando Dusik finalizou seus estudos de mecânica a diesel, fez especialização em motores diesel
e estudou mecânica industrial no SENAI Canoas-RS, em 2007. Posteriormente, estudou diversos assuntos
dentro da área da mecânica automotiva, tornando-se especialista em diagnóstico de anomalias em motores
a diesel. Em 2009, concluiu o curso técnico em Automobilística. Atualmente, ministra aulas de mecânica e
eletricidade automotiva no SENAI São José/Palhoça, atuando na educação de jovens e adultos desde o en-
sino de qualificação profissional até o ensino técnico. Também está cursando a graduação em Logística na
Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL).
ÍNDICE

C
Calibragem 36
CC 13, 17, 20, 23, 27, 29, 31, 35, 39, 43, 45, 47, 53, 69, 81, 87, 88

D
Desbaste 54

E
Esguichar 56, 57

I
Inteiriço 28, 29

O
Oxidação 54, 55

P
Pré-carga 84

R
Reparador 35, 37, 46
Retificar 72

T
Trena 70

V
Velas de ignição 36, 37
Vida útil 36, 37, 38, 43, 48, 55, 65, 73, 87, 89
SENAI - DN
UNIDADE DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – UNIEP

Rolando Vargas Vallejos


Gerente Executivo

Felipe Esteves Morgado


Gerente Executivo Adjunto

Diana Neri
Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros

SENAI - DEPARTAMENTO REGIONAL DE SANTA CATARINA

Selma Kovalski
Coordenação do Desenvolvimento dos Livros no Departamento Regional

Beth Schirmer
Coordenação do Núcleo de Desenvolvimento

Maristela Lourdes Alves


Coordenação do Projeto

Gisele Umbelino
Coordenação de Desenvolvimento de Recursos Didáticos

Roberto Fernando Dusik


Elaboração

Mateus Henrique Mendes


Revisão Técnica

Aline Faria da Fonseca


Cristiane de Abreu
Denise de Mesquita Corrêa
Priscila Pavlacke
Colaboração

Adriana Ferreira dos Santos


Design Educacional
Diego Fernandes
Luiz Meneghel
Paulo Cordeiro
Ilustrações, Tratamento de Imagens

Carlos Filip Lehmkuhl Loccioni


Diagramação

Juliana Vieira de Lima


Revisão e Fechamento de Arquivos

Luciana Effting Takiuchi


CRB-14/937
Ficha Catalográfica

DNA Tecnologia Ltda.


Sidiane Kayser dos Santos Schwinzer
Revisão Ortográfica e Gramatical

DNA Tecnologia Ltda.


Sidiane Kayser dos Santos Schwinzer
Normalização

i-Comunicação
Projeto Gráfico

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