CÍRCULOS
EMPÁTICOS
PRÁTICAS DE EMPATIA E HONESTIDADE
UMA METODOLOGIA OPEN SOURCE
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Bem-vindo!
Se você recebeu esse material, significa que quer praticar e
disseminar a CNV no Brasil. Antes de tudo, receba daqui a nossa
profunda gratidão e sinta-se acompanhado por nós nesse
movimento.
Acreditamos que juntos estamos diminuindo a violência em nosso
país e florescendo relações que servem à vida.
Nesse documento, vamos contar a você como temos feito os
Círculos Empáticos e compartilhar dicas para que seja sustentável
e proveitoso.
Desfrute!
Instituto CNV Brasil
Cristiane Chaves
Jade Arantes
Liliane Sant’Anna
Nolah Lima
AGRADECIMENTOS
Essa metodologia foi criada em conjunto com os primeiros
facilitadores dos Círculos de Brasília.
Agradecemos, então, aos incentivadores e amigos que
compartilharam conosco desse caminho:
Sumaya Dounis
Pedro Sanches
Luis Renato Zubcov
Vladimir da Matta
Luciano Bueno
SOBRE OS CÍRCULOS
O que são, afinal, os Círculos Empáticos?
São espaços seguros e amorosos criados para que possamos praticar a
CNV juntos.
Um encontro de pessoas dispostas a escutar empaticamente e praticar a
honestidade ao se mostrarem autênticas no espaço de aprendizes da
CNV.
Não é um treinamento ou grupo terapêutico, mas sim um lugar de
prática, onde experimentamos viver por algumas horas a conexão com
as nossas necessidades, sentimentos e humanidade compartilhada.
É importante lembrar que, para facilitar, é também necessário ter
conhecimentos básicos ou intermediários de CNV.
VIOLÊNCIA INVISÍVEL
Nosso envolvimento com a Comunicação Não-Violenta começou quando percebemos
que, com ela, podemos eliminar a violência invisível que existe nas relações e, por
consequência, na sociedade como um todo. E esse se tornou nosso propósito.
Mas o que chamamos de violência invisível?
Mesmo quando não falamos algo, já estamos nos comunicando, e é possível ser violento
inclusive sem utilizar as palavras.
A violência vem do lugar da não-escuta, da imposição do querer (poder sobre) e da
indução de culpa ou vergonha. Ela se torna invisível, quando há incoerência entre o que
se diz e o que ocorre internamente com você. Sentimos isso acontecer quando
escutamos ou dizemos algo de forma doce, porém há dor em quem fala ou recebe na
interação.
Importante lembrar que ela pode ocorrer internamente também. Um dos exemplos mais
comuns da violência invisível que cometemos com nós mesmos é nos educarmos após
algo que fizemos gerando culpa vergonha sob nós mesmos (eu sou mesmo muito...).
Para os Círculos Empáticos, nosso convite é que estes encontros também busquem esse
propósito de eliminar a violência invisível que existe nas relações e na sociedade.
O PAPEL DO FACILITADOR
Ser um facilitador de círculos é simples e extremamente gratificante.
É papel do facilitador:
- Estudar a CNV
- A escolha do tema do círculo (se os Círculos forem norteados por um tema)
- Organização do local e divulgação do encontro
- Gestão de inscrições e vagas
- Recepcionar a todos com muito cuidado e carinho
- Seguir o cronograma do encontro
- Relembrar aos participantes os princípios da escuta empática
- Compartilhar os motivos da contribuição consciente (a qual explicaremos
com mais cuidado).
- Recolher e distribuir o dinheiro arrecadado
Você não precisa ser facilitador sozinho! Em Brasília, temos um grupo de
facilitadores que se revezam para que os círculos continuem acontecendo.
Chame apoio!
DIVULGAÇÃO E INSCRIÇÕES
Para que o seus círculos sejam lindos e duradouros, é importante investir
carinho e tempo na divulgação e gerenciamento de contatos.
Antes de iniciar o seu círculo, lembre-se de fazer um espaço de inscrições e
de seguir em contato com essas pessoas que se engajaram em estar com
você.
Lembre-se, também, de pedir ajuda! Tocar círculos empáticos sozinho é
possível, porém não é o ideal. A ideia é que eles sejam frequentes e sigam
mesmo quando você não puder estar. Chame a sua rede para fazer junto!
A ESCOLHA DO TEMA DO DIA
Mais do que escolher entre um tema ou outro dentro de toda a
riqueza da CNV, os temas dos círculos empáticos nascem daquilo que
está vivo em cada facilitador.
Escolher o tema, então, é trazer à tona a possibilidade de aprofundar
aquela área onde o(s) facilitador(es) tem vivido experiências
importantes.
Um exemplo pode ser trazer o tema da CNV no ambiente familiar
quando se está vivendo um momento familiar desafiador, ou mesmo o
tema da apreciação pela CNV quando se está vivendo um momento de
profunda conexão com a gratidão.
Deixe fluir e não siga sozinho nessa decisão. Facilitar em dupla pode
ser riquíssimo!
E, por fim, caso você escolha seguir encontros de prática sem um tema
específico, aproveitando o que estiver vivo nos participantes naquele
dia e/ou quiser dar foco à escuta empática, sem problemas!
CONTRIBUIÇÃO CONSCIENTE
Para que essa proposta de encontros se torne sustentável e, ao mesmo
tempo, aberta a todos que queiram participar, propomos a Contribuição
Consciente, que oferece a cada participante a oportunidade de escolher
o quanto deseja pagar, dentro de um ponto de equilíbrio pessoal.
É importante que não seja um sacrifício para quem participa, que envolva
uma retribuição justa e represente o quanto você acredita e valoriza essa
proposta e o que viveu em cada círculo.
Não deixe de compartilhar caso você tenha algum custo para realização
desse círculo, com essa honestidade, os participantes podem, inclusive se
mobilizar a cobrir esses custos e seguir para algo a mais.
O valor arrecadado é dividido entre o Espaço e o facilitador, conforme
melhor encontrem essa divisão.
CRONOGRAMA DO DIA
1. 10min – Acolhimento / Lembrete dos princípios da escuta empática e
sigilo e alinhamento da turma (perguntando quem tem contato com
a CNV e qual a profundidade desse contato).
2. 10min – Prática de conexão interna ou centramento (meditação,
dinâmica, massagem, vivência, etc.);
3. 10min – Check In (caso o grupo seja grande pode ser em dupla, para
contemplar um tempo de prática de escuta e, depois, algo como uma
palavra para o grupo todo);
4. 1h – Abordagem do tema (se tiver)/prática de escuta empática ou
outro exercício escolhido pelo facilitador
5. 20min – Check out (como saem, o que levam da prática de hoje)
6. 10min – Fechamento do facilitador e lembrete da contribuição
consciente
PRINCÍPIOS DA ESCUTA EMPÁTICA
É importante que a escuta oferecida neste espaço tenha a real intenção de
conexão consigo mesmo e com o outro.
Estar presente é o primeiro passo. Cultive a atenção no momento presente, aqui
e agora. Observe como está o seu corpo, as suas emoções, os seus pensamentos,
os seus sentimentos.
Acolher o que escuta de si também faz parte da escuta empática, tomando
consciência do que lhe chega e como lhe chega, para, se algo tocar de maneira
mais profunda, reconhecer e colocar novamente a atenção no escutar.
Colaboração e conexão são fundamentais para manter a escuta aberta. Refrazear
o que escuta e com uma atenção cuidadosa podem ajudar o outro a seguir.
Desapego, por fim, também é necessário para que possamos soltar julgamentos,
rótulos, crenças ou diagnósticos que possam surgir durante a conversa. É a partir
de um lugar aterrado e amorosamente curioso que vamos escutanto, conscientes
de que nossos julgamentos não são verdades.
PARA ESCUTAR EMPATICAMENTE, EVITAMOS:
• Aconselhar - Aconselhar não é aconselhável. O conselho pode ser recebido como uma
interrupção do falar, um bloqueio, tirando a oportunidade do outro se expressar livremente
• Competir pelo sofrimento - Por mais que você tenha vivido algo assim ou ainda mais
doloroso, é importante respeitar o momento de expressão do outro.
• Educar- Por mais que você saiba um pouco mais sobre este assunto ou tenha recentemente
tido contato com algum conteúdo que pudesse contribuir, neste momento, é importante que
você continue a escutar o que o outro tem a dizer.
• Consolar - Por mais que o outro esteja sofrendo e você queira fazer o melhor possível para
aliviar a sua dor, é importante não entrar no consolo, evitando que essa dor saia.
• Contar uma história - É comum lembrarmos de algo que já aconteceu conosco ou com
outra pessoa. E, por mais interessante, coincidente ou inspiradora que seja esta história,
importante lembrar que este é o momento de expressão do outro.
• Interromper com a escuta ou mudar de assunto - Por mais doloroso ou desconfortante
que seja permanecer nesta conversa, para você ou para o outro, é importante manter-se
nesta escuta empática, sem cobranças do que falar ou com pressa de encerrar o assunto.
OBRIGADA!
Nossa felicidade é gigantesca por lhe ter conosco!
Adoraríamos também recebê-lo em outras de nossas iniciativas:
- Treinamentos com instrutores certificados pelo CNVC
- Palestras, workshops e oficinas
- Iniciativas de Comunidade e Serviço
- Treinamentos In Company
Que a sua jornada em CNV possa florescer!
Um beijo grande,
Cristiane Chaves, Jade Arantes, Liliane Sant’Anna e Nolah Lima
PARA ALÉM DAS IDEIAS DE CERTO E
ERRADO EXISTE UM CAMPO.
EU ME ENCONTRAREI COM VOCÊ LÁ.
RUMI
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