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Guia Completo de Aterros Sanitários

O documento descreve os aspectos técnicos da operação de aterros sanitários, incluindo definições, configuração, formas de aterramento e deposição de resíduos, aspectos operacionais, estudos para seleção de locais e problemas associados à instalação inadequada.
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Guia Completo de Aterros Sanitários

O documento descreve os aspectos técnicos da operação de aterros sanitários, incluindo definições, configuração, formas de aterramento e deposição de resíduos, aspectos operacionais, estudos para seleção de locais e problemas associados à instalação inadequada.
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ATERRO SANITÁRIO

DEFINIÇÃO

Técnica de disposição de resíduos sólidos no solo, sem


causar danos ou riscos à saúde pública e à segurança,
minimizando os impactos ambientais (IPT, 1995). Método que
utiliza princípios de engenharia para confinar resíduos sólidos à
menor área possível e reduzí-los ao menor volume possível,
cobrindo-os com uma camada de terra na conclusão da jornada de
trabalho ou a intervalos menores, se necessário (IPT, 1995).

CONFIGURAÇÃO
Os aterros sanitários apresentam em geral a seguinte
configuração: setor de preparação, setor de execução e setor
concluído. Alguns aterros desenvolvem esses setores
concomitante em várias áreas, outros de menor porte
desenvolvem cada setor de cada vez.
Na preparação da área são realizados, basicamente, a
impermeabilização e o nivelamento do terreno, as obras de
drenagem para captação do chorume (ou percolado) para conduzí-
lo ao tratamento, além das vias de circulação. As áreas limítrofes
do aterro devem apresentar uma cerca viva para evitar ou
diminuir a proliferação de odores e a poluição visual.
Na execução os resíduos são separados de acordo com suas
características e depositados separadamente. Antes de ser
depositado todo o resíduo é pesado, com a finalidade de
acompanhamento da quantidade de suporte do aterro. Os
resíduos que produzem material percolado são
geralmente revestidos por uma camada selante
Atingida a capacidade de disposição de resíduos em um
setor do aterro, esse é revegetado, com os resíduos sendo então
depositados em outro setor. Ao longo dos trabalhos de
disposição e mesmo após a conclusão de um setor do aterro,
os gases produzidos pela decomposição do lixo devem ser
queimados e os percolados devem ser captados. Em complemento,
também devem ser realizadas obras de drenagem das águas
pluviais.
Os setores concluídos devem ser objeto de contínuo e
permanente  monitoramento para avaliar as obras de captação
dos percolados e as obras de drenagem das águas superficiais,
avaliar o sistema de queima dos gases e a eficiência dos
trabalhos de revegetação. Nesse sentido, segundo IPT (1995), as
seguintes técnicas de monitoramento são geralmente utilizadas:
piezometria, poços de monitoramento, inclinômetro, marcos
superficiais e controle da vazão
A figura a seguir ilustra um esquema de aterro sanitário
(Proin/Capes & Unesp/IGCE, 1999).

FIGURA ESQUEMÁTICA DE UM ATERRO SANITÁRIO

As fotos a seguir ilustram aterros sanitários em diferentes


estágios de desenvolvimento. A primeira ilustra o estágio quase
final de conclusão das atividades. Já na segunda o aterro já
encontra-se totalmente concluído, com a revegetação e as obras
de drenagem realizadas.

FORMAS DE ATERRAMENTO

 Método da trincheira ou Vala


 Método da rampa
 Método da área
FORMAS DE DEPOSIÇÃO DE RESIDIOS

 Método a célula
 Método do sanduíche
 Método da descarga

ASPÉCTOS OPERACIONAIS

Nos aspectos operacionais de um aterro sanitário estão


envolvidos os seguintes fatores:

 Trafego
 Espalhamento de materiais
 Ruídos e odores
 Frente de operação
 Manutenção de estruturas
 Monitoramento ambiental

Esses fatores devem ser continuamente monitorados, pois eles


podem mudar de situação conforme o desenvolvimento do aterro.
A figura a seguir esquematiza os aspectos operacionais do aterro
sanitário com critérios de área, recebimento dos resíduos,
inspeções, manejo adequado e cobertura diária .
ESTUDO PARA SELEÇÃO DE LOCAIS

Os estudos para seleção de locais para disposição de


resíduos deve envolver uma equipe multidisciplinar para
considerar, desde parâmetros relacionados ao meio físico e ao
meio biológico, até aspectos sociais, econômicos e imobiliários.
Nesse sentido, Cunha e Consoni (1995) definem 5 etapas
que devem ser realizadas em estudos para seleção de locais de
disposição, que são as seguintes:

 Diagnostico da situação atualdos resíduos sólidos na


região em estudos e prognóstico da situação futura.
 Estudo geológico-geotécnico e ambiental para seleção
de áreas.
 Estudo de impacto ambiental (EIA) e respectivo
relatório de impacto ambiental (Rima)
 Projeto de viabilidade técnica e econômica do aterro
 Estudo e definição de órgão gestor do
empreendimento

DECISÕES SOBRE A DISPOSIÇÃO DOS RESIDUOS

IPT (1995) apresenta um fluxograma para decisões sobre a


disposição de resíduos, com a finalidade de avaliar a situação dos
municípios e direcionar as decisões para a escolha de um local
adequada para depositá-los.
A figura a seguir ilustra esse fluxograma.
Nesse sentido, são quatro as alternativas possíveis de saída
desse fluxograma, ou seja, remediação de lixão, transformação
de lixão em aterro sanitário, estudos para viabilização de áreas
para instalação de aterro sanitário e projeto de aterro sanitário
em áreas novas.
As tabelas a seguir apresentam a concepção básica de cada
alternativa no estabelecimento das diretrizes para a disposição
de resíduo, segundo IPT (1995).

REMEDIAÇÃO DE LIXÃO
Compreende o processo que objetiva reduzir,
o máximo possível, os impactos negativos
causados pela disposição inadequada do lixo
urbano no solo, considerando-se a decisão de
terminar a operação no local.

TRANSFORMAÇÃO DE LIXÃO EM ATERRO


SANITÁRIO
Alternativa mais avançada que a anterior,
tratando-se de processo que possibilita a
recuperação gradual de área degradada pelo
lixo, desde que haja espaço suficiente para
dispor o lixo durante um longo prazo no
futuro.

ESTUDOS PARA A VIABILIZAÇÃO DE


ÁREAS PARA INSTALAÇÃO DE ATERRO
SANITÁRIO
Compreendem uma seqüência de atividades
para a identificação e análise da aptidão de
áreas para a instalação de aterros.
PROJETO DE ATERRO SANITÁRIO EM
ÁREAS NOVAS
Refere-se ao conjunto de critérios, dados e
elementos que devem ser considerados na
concepção da instalação de um aterro.

PROBLEMAS INDUZIDOS PELA INSTALAÇÃO NÃO


CRITERIOSA DE ATERROS

A instalação de aterros sanitários sem critérios técnicos


adequados e bem definidos pode acarretar uma serie de
problemas ambientais posteriores. Cunha e Consoni (1995)
enumeram alguns desses problemas, que são apresentados na
tabela a seguir ,com algumas modificações:

CONTAMINAÇÃO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS


ORIGEM CAUSAS

Falha na Impermeabilização  impermeabilização (solo/rocha)


da Base (Aterro/Lagoa de incompatível com os percolados
Tratamento de Chorume)  má compactação 

 solo natural com propriedade inadequada


Recalques (Aterro/Lagoa de  recalques devido às alterações (carga,
Tratamento de Chorume) aumento da umidade, agressão ao solo,
etc)

 dados de projeto insuficientes (nível


Elevação do Nível d´Água piezométrico, pluviometria, vazões, etc)
Acima da Base do Aterro  dimensionamento inadequado
do sistema de drenagem
 
POTENCIALIZAÇÃO DE PROCESSOS DO MEIO FÍSICO
ORIGEM CAUSAS
 cortes com altos ângulos nas encostas;
 não consideração da atitude de estruturas
(por ex., foliação ou fraturamento);
Escorregamentos/Erosão  supressão da vegetação;
 má compactação dos aterros e má
disposição dos resíduos.

 erosão dos locais de solos expostos


 carreamento de partículas em razão de
Assoreamento insuficiências  de sistemas de drenagem;
 supressão da vegetação.

CONFLITOS DE USO E OCUPAÇÃO


ORIGEM CAUSAS

 utilização de áreas com restrições


ambientais diversas (APAs, áreas de
Restrições Ambientais mananciais e outras Unidades de
Conservação).

 proximidades de núcleos populacionais /


habitações;
 problemas advindos de má operação
Desconforto à População (odores, moscas, etc);
 sobrecarga da infra-estrutura local;
 subestimação da expansão urbana.

ELEVAÇÃO DE CUSTOS
ORIGEM CAUSAS
 necessidade de desapropriação de áreas
de terceiros, devido à inexistência de
áreas do empreendedor, aptas às
Desapropriações instalações do aterro;
 necessidade de remoção de pessoal, com
possíveis indenizações.
 necessidade de medidas de engenharia
para a correção de deficiências naturais
do local escolhido;
 deficiência de materiais de empréstimo e
Implantação de construção;
 necessidade de infra-estrutura (estradas,
energia elétrica, etc);
 necessidade de detalhamentos de estudos
mal realizados anteriormente.
 ausência de solo adequado para a
cobertura dos resíduos;
 grandes distâncias a serem percorridas
diariamente no transporte dos resíduos,
entre a área geradora e o local de
Operação e Encerramento disposição;
 escolha de local com baixa vida útil;
 ações corretivas para eventuais problemas
na operação;
 sistemas de monitoramento necessários
conforme o local escolhido.
 

ETAPA PARA SELEÇÃO DE LOCAIS

 ETAPA I : IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS POTENCIAIS

DEFINIR
 Critérios ou Pesos diferente
- Áreas recomendadas
- Áreas recomendadas com restrição
- Áreas não recomendadas
 Vida útil: relacionar o tamanho do local com
- População
- Característica do resíduo e do sistema de gerenciamento
- Tipo de obra

ANALISAR
- Aspectos do meio físico
- Aspecto do meio biológico
- Aspectos sociais
- Aspectos econômicos
- Aspectos da legislação
- Aspectos do gerenciamento de resíduos

 ETAPA II : IDENTIFICAÇÃO DE LOCAIS


PREFERENCIAIS

ATIVIDADES
- Identificação dos locais nas áreas recomendadas
- Consulta formal aos órgão competentes

ANALISAR
- GEOLOGIA GEOTÉCNICA: principais características do meio
físico ante os processos atuantes e a obra a instalar
- ÁGUAS SUPERFICIAS E SUBTERRANEAS: profundidade do
lençol, manancial de interesse ao abastecimento
- SOLOS: tipos, distribuição e expessura
- Declividade adequada
- Distancias: núcleos de habitações, cursos d’ água etc.
- Material de Emprestimo: disponibilidade e características
(impermeabilização e cobertura)

ETAPA III: VIABILIDADE DE LOCAIS


LEVANTAMENTO DE DETALHE
 Infra-Estrutura: acessos, energia, etc.
 Geologia-Geotecnia: permeabilidade do solo, capacidade de
suporte, etc.
 Hidrogeologia: profundidade do nível de água, fluxo
subterrâneo, qualidade da água.
 Uso e ocupação nos entornos

A figura a seguir apresenta o diagrama esquemático das etapas


de seleção de locais para instalação de um aterro sanitário.
Para definição das opções dos locais possíveis para
instalação do aterro sanitário é necessária a avaliação de certos
critérios, dentre eles podem ser enumerados os seguintes,
segundo IPT (1995).

CLASSIFICAÇÃO DAS ÁREAS


DADOS
NECESSÁRIOS Recomendada com Não-
Recomendada
restrições Recomendada
Vida Útil Maior que 10 anos (10 anos, a critério do órgão ambiental)
Distância do
Maior que 10 km 10-20 km Maior que 20 km
Centro Atendido
Unidades de
Zoneamento Áreas sem restrições no zoneamento conservação
Ambiental ambiental ambiental e
correlatas
Vetor de
Zoneamento Vetor Vetor de crescimento
crescimento
Urbano de crescimento mínimo intermediário
máximo
Densidade
Baixa Média Alta
Populacional
Uso
e Ocupação das Áreas devolutas ou pouco utilizadas Ocupação intensa
Terras
Valorização da
Baixa Média Alta
Terra
Aceitação da
população e de
entidades Boa Razoável Inaceitável
ambientais não-
governamentais
Distância
aos cursos d’água Menor que 200 m, com aprovação do
Maior que 200 m
(córregos, órgão ambiental responsável
nascentes, etc.)

Tressoldi & Consoni (1998) destacam que os valores


apresentados nessa tabela, tais como distância, cursos d´água,
profundidade do nível d´água e condutividade hidráulica do
subsolo devem ser entendidos como uma orientação preliminar,
devendo ser considerados os parâmetros e características de
cada local e município, para determinar esses valores para cada
caso.

LEITURAS RECOMENDADAS
IPT/CEMPRE. Lixo Municipal: manual
de gerenciamento integrado. São Paulo: IPT/CEMPRE.
1995. 278p.
OLIVEIRA, A.M.S. & BRITO, S.N.A. (Eds.). Geologia de
Engenharia. São Paulo: Associação Brasileira de Geologia de
Engenharia (ABGE), 1998. Capítulo 21 "Disposição de
Resíduos", páginas 343 a 360.

BITAR, O.Y. (Coord.). Curso de geologia aplicada ao meio


ambiente. São Paulo: Associação Brasileira de Geologia de
Engenharia (ABGE) e Instituto de Pesquisas Tecnológicas
(IPT), 1995. Capítulo 4.6 "Os estudos do meio físico na
disposição de resíduos", páginas 217 a 227.

MONTGOMERY, C.W. Environmental geology. 3ª ed.


Dubuque: WM. C. Brown Publishers, 1992. 465p. Capítulo 15,
"Waste Disposal" páginas 324 a 340.

MURCK, B.W.; SKINNER, B.J. & PORTER,


S.C. Environmental geology. New York: John Wiley & Sons
Inc., 1996. Parte IV, Capítulo 16 "Waste Disposal", páginas
408 a 424.
A seguir são apresentados os exercícios propostos.

FONTE:
http://www.rc.unesp.br/igce/aplicada/ead/residuos/res20ex.ht
ml

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