MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMIARIDO-UFERSA
Fatores de Formação do Solo:
Material de Origem, Relevo, Clima, Organismos e
Tempo
Mossoró-RN
Janeiro / 2023 Drª: Mª Eugênia
Introdução
Pai da Ciência do Solo
• Modelo de relação entre os fatores ambientais e
os diferentes tipos de solos;
Fatores de formação do solo;
CLIMA
ORGANISMOS
RELEVO
ROCHA PROCESSOS SOLO Vasily Dokuchaev
INTEMPERISMO TEMPO
Fatores de Formação do Solo
Clima
Forma ativa e diferencial de atuação
na formação do solo;
Rochas iguais + condições
climáticas diferentes = solos
diferentes
Rochas diferentes + condições
climáticas iguais = solos iguais
Clima
Efeitos do clima na formação do solo
Climas frios e secos
• Predominam processos físicos de
alteração da rocha (M. primários )
Climas quentes e úmidos
• Predominam processos químicos e
biológicos ( formação de minerais
secundários )
Clima
Clima
Elementos principais do clima: Regulam o tipo e a intensidade tanto
do crescimento dos organismos como
Temperatura e Umidade do intemperismo das rochas.
É o clima que controla o tipo de
vegetação e os processos
geomorfológicos que operam na
paisagem e que podem resultar em
erosões e deposições
Clima
Climas do Brasil Clima Equatorial Clima Tropical
Quente e úmido
Sem estação fria Estação seca e chuvosa bem definida
Inverno quente e seco
Predominante na porção Norte
Verão quente e chuvoso
Área da Floresta Amazônica Porção central e litorânea do Brasil
Precipitação média: Área de Cerrado e Mata Atlântica
3.000 mm (L-O) Precipitação média:
1.600 mm (NO-SO) 1.000 – 1.500 mm
Clima Semiárido Clima Subtropical
Escassez de chuva
Sete a onze meses secos Clima superúmido com temperaturas
Predominante no sertão médias inferiores a 18 °C
nordestino e algumas áreas Verão brando e inverno acentuado
litorâneas (RN e CE) Porção sul do Brasil (Planalto
Temperaturas elevadas meriodional)
Área de Caatinga Regularidade de chuvas
Precipitação média: 800 mm Precipitação média: 1.250 – 2.000 mm
Clima
Atributos Climáticos Precipitação pluvial (Água no solo)
Precipitação pluvial Principal agente de intemperismo
Temperatura Essencial ao desenvolvimento das plantas
Controlador da pedogênese
Umidade do ar e vento Redistribuição de materiais ao longo do perfil de solo
Velocidade dos processos
Balanço hídrico no solo
Permanência ou remoção de componentes solúveis
Reações de intemperização
Solos mais desenvolvidos (distróficos e ácidos)
Solos menos desenvolvidos (eutróficos e alcalinos)
Lixiviação = Precipitação – (Evapotranspiração + Retenção de
água no solo)
Clima
Temperatura Temperatura e Umidade
Aumento de 10 °C:
Efeito indireto Velocidade
(controle da reação
da água química
no solo)
dobra controla
Regulamootipo
tipo de
e avegetação e os processos
intensidade
Temperatura do ar e do solo: Muito próximas geomorfológicos
tanto do crescimento que
dos operam na paisagem
Atividade de organismos
até 1 m de profundidade
Quantidade e natureza dos resíduos orgânicos do e que como
organismos podemdo intemperismo
resultar em erosões e
Catalizador
solo de reações químicas dasdeposições.
rochas.
Clima
Temperatura
Influência a velocidade das reações químicas :
para cada 10°C de aumento de temperatura, a velocidade das reações químicas dobra.
Umidade/Precipitação
• Hidrólise
• Lixiviação de bases no perfil do solo
• “Quanto mais quente e mais úmido for o clima, mais rápida e intensa será a
decomposição das rochas, as quais, nessas condições, fornecerão materiais muito
intemperizados, que darão origem a solos bastantes espessos, com abundância de
minerais secundários (principalmente argilominerais do tipo 1:1 e óxidos de Fe e Al ),
ácidos e pobres em cátions básicos”.
Clima
Clima
Clima e Intemperismo
Clima
Clima
Clima
Efeitos do clima na formação do solo
Lixiviação/Ascenção capilar
Teor de matéria orgânica no solo (C e N)
Reação do solo (pH)
Riqueza química do solo
Profundidade
Textura
Definição do tipo de argilomineral formado
Clima
Climossequência
• Regiões montanhosas onde a temperatura decresce aproximadamente
6°C a cada 1000 metros de elevação e a precipitação também aumenta.
Clima
O clima do Rio Grande do Norte Os solos do Rio Grande do Norte
Fatores de Formação do Solo
Organismos
Efeitos dos organismos
no solo
Pré-gênese do solo
Ciclo Biogeoquímico
Riqueza química do solo
Processos pedogenéticos
(acidólise)
Bioturbação/Pedoturbação
Porosidade
Canais preferenciais de
água
Homogeneidade do solo
Organismos
Microfauna
Bactérias, fungos, algas e protozoários
Decomposição da MOS
Hidrólise de minerais Microfauna mais comum do solo
Microfraturas nas rochas e superfície de
Nematóides (patógenos)
minerais > Importantes reguladores e concentradores de
nutrientes
Protozoários
> Biodegradação de substâncias adicionadas ao
sistema solo
Rotíferos
> Ambientes alagados, decomposição da matéria
orgânica
Material de Origem
Organismos
Mesofauna
Ácaros, colêmbolos,
enquitreídeos
Processamento da MOS
Ciclagem de nutrientes
Tamanho dos poros do solo
Organismos
Macrofauna
• Bioturbação
• Homogeneização do Macro e mesofauna mais comum do solo
solo - Artrópodes e anelídeos
- Horizonte superficiais
• Formação de galerias e
canais - “Perturbadores” do solo: Pedoturbação
- Transporte para camadas mais profundas
• Introdução e quebra da > Formigas e cupins
MO inacessível - Solos de regiões tropicais úmidas
• Produção de agregados - Minhocas
Macroporos - Produtores da matéria orgânica humificada
- “Húmus de minhoca”
• Ciclagem de nutrientes
• Alterações no sentido
vertical e radial
Organismos
Flora mais comum do solo
- Plantas vasculares
> Ação física do sistema radicular
> Fluxos preferenciais de água
> Fornecimento de matéria orgânica
(serrapilheira)
> Cobertura do solo (previne erosão)
> Liberação de ácidos orgânicos
> Biociclagem
> Formação de agregados
Organismos
Microflora mais comum do solo Líquens
(Algas e fungos)
Algas
> Absorver e metabolizar N atmosférico
Micorriza
> Quebra do N2 N no solo
- Fungos
> Obtenção de energia da matéria
orgânica do solo
> Simbiose com as plantas (micorrizas)
> Absorção de P do solo Rizóbios
- Bactérias
> Mais numerosos no sistema solo
> Bactérias diazotróficas (Rizóbios)
> Fixação biológica de nitrogênio (FBN)
Organismos
Microflora
Musgos e líquens
• Estabelecimento sobre a rocha recém-exposta
• Degradação química (liberação de ácidos
orgânicos)
• Degradação física (incrustação no substrato)
Intemperismo
Organismos
Macroflora
Crescimento radicular (penetração
em fendas nas rochas)
Liberação de compostos orgânicos
Intemperismo
Organismos
Organismos
Animais
Aves, répteis e mamíferos roedores
Ninhos subterrâneos
Deposição de resíduos
Excrementos
Morte
Organismos
Homens
Remoção da cobertura vegetal
Revolvimento do horizonte A
Corretivos,
fertilizantes,
resíduos orgânicos
Fatores de Formação do Solo
Material de origem
Pode ser de origem mineral ou orgânica.
Representa o estado inicial do sistema
solo tempo zero.(Jenny, 1941).
O substrato abaixo do solo pode ou não
constituir seu material de origem.
ROCHAS
MATERIAL (ígneas ( magmáticas) ,
DE ORIGEM sedimentares, metamórficas) Exemplos:
Rochas alteradas subjacentes
Sedimentos coluviais ou aluviais
SEDIMENTOS
(aluviões, dunas, cinzas vulcânicas,
Solo de pedogênese anterior
loess, coluviões, depósitos orgânicos)
Coluvial :agente transportador - a gravidade
ação dos ventos e das águas.
Material de origem
TIPO DE SOLOS X MATERIAL DE
ORIGEM
•SOLOS AUTÓCTONES: quando o solo é
formado à partir do material de origem subjacente
ao mesmo
•SOLOS ALÓCTONES quando o solo é
formado à partir do material de origem de fontes
distantes, foram transportados
Solos PSEUDOAUTÓCTONES: retrabalhados a
curtas distancias do material de origem
Material de Origem
Regolito: Alteração das rochas e
minerais em temperatura
ambiente por meio de processos
físicos, químicos e biológicos.
Tipos de
- Varia com as condições do
Intemperismo
ambiente
-Físico
-Químico
-Biológico
Material de origem
- Efeitos do intemperismo:
• Rochas e minerais alterados e
dissolvidos
• Formação de novos minerais e SOLO
- Estudo da PEDOGÊNESE
• Processos físicos, químicos e biológicos
Quanto mais intemperizado é o solo, menos as
características do material de origem são preservadas;
A intensidade com que o intemperismo decompõe as
rochas, depende da condição da rocha e da intensidade e
tipo do intemperismo (clima: t °C e umidade)
Material de Origem
Grupos:
• Rocha decomposta in situ-
• sofrem intemperismo e pedogênese no mesmo local.
• Podem ser magmáticas (ígneas), metamórficas ou
sedimentares.
• Manto de Rochas alteradas In situ-
• Em regiões tropicais úmidas,
• a presença de relevo plano e vegetação protetora
possibilitaram, em tempos pretéritos,
• a formação de espessas camadas de alteração,
principalmente em rochas menos resistentes.
Material de Origem
Grupos:
• Sedimentos transportados- São materiais provenientes da
intemperização de qualquer rocha na superfície da crosta
terrestre e transportados, principalmente, por erosão.
Depósitos orgânicos.
• Condições de baixa temperatura e, ou, falta de oxigênio
favorecem o acúmulo de matéria orgânica.
• Importante na formação dos Organossolos
Material de Origem
Intemperismo físico
Rocha original se desintegra em tamanho menores,
sem que haja ALTERAÇOES apreciável na
composição química ou mineralógica.
Físico-termal:
Flutuação da temperatura
Físico-mecânico:
Esforço mecânico
(exposição, congelamento ou cristalização de sais).
Alteração da área superficial!
Intemperismo físico
Material de Origem
Intemperismo químico
• Alterações na composição química e, ou, mineralógica da rocha
Principais agentes: água, temperatura e gases
Primários Secundários
Origem Origem
Magmática Intemperização de minerais
Metamórfica Primários e secundários
Ocorrência Ocorrência
Fração areia Fração argila
Fração silte
Classificação Genética das Rochas
De Acordo Origem : Rochas Ígneas
Resfriamento e solidificação magma;
Latim- ignis = fogo
• Em conj. Metamórficas - 95% das rochas ;
• Tipos:
• Intrusivas
• Extrusivas
Rochas Ígneas
Características distintivas ligadas ao intemperismo:
Composição química e mineralógica – (SiO2)
Cor
Textura
Estrutura
Rochas Ígneas
Características distintivas ligadas ao intemperismo
Composição química e mineralógica – (SiO2)
Magmas ácido (SiO2 > 65%) em peso
Magmas intermediários (52% <SiO2 <63%);
Magmas básicos (45% <SiO 2 <53%);
Magmas ultrabásicos (SiO 2 <45%).
Rochas Ígneas
Composição química e mineralógica – (SiO2)
Minerais + ricos em SiO2 + ricos em Al – Felsicos
Minerias - ricos em SiO2 + ricos em Fe e Mg – Maficos
Rochas Ígneas
Ordem de cristalização dos minerais primários no magma - Série de Bowen
Rochas Ígneas
Constituição minera lógica da crosta continental.
Material de Origem
Material de Origem
Processos de Intemperismo Químico
Hidratação
Dissolução
Hidrólise
Oxidação-redução
Material de Origem
Hidratação e Dissolução
Associação de moléculas de H2O ou grupos OH com os
minerais
CaSO4 + 2H2O CaSO4.2H2O
Desidratação: Reação inversa
Dissolução de sais simples
NaCl Na+ + Cl-
Material de Origem
Hidrólise
Reação na qual os íons H+ e OH-, provenientes da quebra da
molécula de água, reagem com o mineral, rompendo ligações.
Resultado: Substituição dos íons alcalinos pelo H+ com
consequente desintegração da estrutura.
CaAl2Si2O8 + 2H+ H2Al2Si2O8 + Ca2+
Anortita Caulinita em
formação
Material de Origem
Intemperismo menos intenso
Formação de minerais secundários do tipo 2:1
Intemperismo mais intenso
Formação de minerais secundários do tipo 1:1 e óxidos de Fe/Al
A intensidade da hidrólise e da lixiviação controlam, via solução, a formação de novos
minerais.
Material de Origem
Oxidação e Redução
Reação na qual um dos reagentes perde elétrons e, por consequência, outro
reagente tem de ganhar elétrons.
Fe: elemento doador de elétrons
Intemperismo dos minerais ferromagnesianos
Material de Origem
Oxidação do Fe e a cor do solo
Cores avermelhadas Cores amareladas Cores acinzentadas
Fe3+ (Goethita) Fe2+ (Fe solúvel)
Fe3+ (Hematita)
Material de Origem
Intemperismo biológico
Atuação do organismos vivos,
variam desde bactérias e fungos até plantas
superiores e animais, na ação de quebra ou Ácido cítrico
alteração de minerais e rochas.
Quelatação:
Aprisionamento de cátions metálicos
Acidólise:
Ação química gerada por ácidos orgânicos
Complexo meta-EDTA
Material de Origem
efeitos do material de origem na
formação do solo
1. Grau de consolidação
2. Granulometria
3. Composição química
Material de Origem
1.grau de consolidação
Solos originados de rochas com elevado grau de
Condiciona a velocidade de consolidação (cristalinas)
intemperização
Influência direta na profundidade do
solo
Rochas sedimentares
Intemperismo mais fácil que rochas
cristalinas (magmáticas e
metamórficas)
Formadas próximo a superfície, sob
menor pressão e temperatura;( mais
expostas
Cambissolo Húmico (Água Doce, SC) Neossolo Litólico (Caracol, MS)
Fonte: SiBCS, 2013
Material de Origem
Solos originados de rochas com baixo grau de consolidação
(sedimentares)
Neossolo Quartzarênico (Corumbá, MS) Latossolo Amarelo (Tibau, RN)
Fontes: SiBCS, 2013 e Silva, 2016
Material de Origem
2 Granulometria
Solos originados
Associada a composição de rochas com
mineralógica da rocha granulação fina
(Basalto)
Determina a textura do solo
Arenitos – ricos em Si02-
-solos mais arenosos
Basalto- minerais ferromagnesianos
- solos mais argilosos
Latossolo Vermelho
(Lagoa Formosa, MG)
Material de Origem
Solos originados de
rochas com Solo originados de
granulação grosseira rochas com granulação
fina ( calcário )
(Arenito)
Neossolo Quartzarênico
(Localidade não Semiárido, em Apodi (RN)
identificada)
Material de Origem
3. composição química ou Solos originados de rochas ricas
mineralógica,
Todo solo originado de uma rocha rica
quimicamente é naturalmente fértil?
Rocha rica: Solo fértil (jovem)
• Basalto: Solo com elevado teor de Ca,
Fe e Mg.
Material de Origem
Solos originados de rochas pobres
Rocha pobre:
Solo quimicamente pobre
• Arenito: Solo com baixo teor de
nutrientes.
Quanto maior o tempo de atuação dos fatores de formação,
menor será a relação entre o material de origem e o solo.
Fatores de Formação do Solo
Relevo
Qual a influência do relevo na
formação do solo?
Profundidade do solo
Teor de matéria orgânica no perfil
Drenagem do perfil
Cor do solo
Grau de diferenciação do perfil
Temperatura
Características do material inicial
etc...
Relevo
Relevo
Relevo
Relevo
Relevo
Catena
Sequência regular de solos associada com o relevo
Fatores de Formação do Solo
TEMPO
Tempo é um fator passivo
Qual é o tempo “zero” ?
Quanto tempo leva para o solo ficar maduro?
E quando ele fica maduro?
O tempo é uma variável estável?
Tempo
Exposição do material de origem (“tempo zero”)
tempo zero
É o tempo no qual o desenvolvimento do solo
inicia,
após algum evento catastrófico que destruiu o
solo pré existente ou aparecimento de uma nova
superfície
Tempo
Exemplo de eventos
1. Glaciação
2. Derrames lava
3. Camadas de cinzas vulcânicas
4. Estabilização de dunas de areia
5. Exposição de sedimentos previamente
submergidos
6. Novas superfícies expostas (cortes)
7. Deposição de materiais de solo
Tempo
Tempo
Qual o tempo (anos) decorrido para a formação do argissolo ?
Considerações Finais
ATIVIDADE
“ Muitas vezes, solos com diferentes graus de desenvolvimento ocorrem lado a lado,
mesmo quando se desenvolvem em condições idênticas de drenagem e de materiais
de origem.
Isso Se dá porque as superfícies do terreno em que ocorrem tem idades diferentes.
As várias partes do relevo que ocupam esses solos foram formadas em épocas
diferentes, podendo até ter sido formadas em climas diferentes dos atuais”.
1. Um solo muito intemperizado é um solo velho?
Considerações Finais
Artigo científico
Bibliografia
Vídeo
OBRIGADA!
Mª EUGÊNIA
FIM!