24/04/2023
FARMACODINÂMICA
MECANISMO DE AÇÃO
Profa. Dra. MV. Camila Goloni
Curso de Medicina Veterinária
Contato: [email protected]
Farmacodinâmica
Estudo dos mecanismos fisiológicos, bioquímicos e moleculares de ação das drogas
MECANISMO DE AÇÃO do fármaco no organismo
Atuação em reações fisiológicas e bioquímicas das células, modificando-as
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Farmacodinâmica
Mecanismo de ação do fármaco – Estrutura química
Específico: ação farmacológica decorre de sua estrutura química
Se ligam a receptores alterando a função celular
Concentrações de moléculas menores comparado aos fármacos de ação inespecífica
Menos efeitos adversos
Inespecífico: ação farmacológica não decorre de ação direta em receptor, mas
provoca alterações nas propriedades físico-químicas da célula
Grau de ionização
Solubilidade
Tensão superficial
Atividade termodinâmica
Atua normalmente em doses elevadas
Anestésicos Gerais
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Farmacodinâmica
Mecanismo de ação do fármaco – Específico
RECEPTORES
Substância receptora capaz de interagir de forma específica com um ligante (fármaco)
SISTEMA “CHAVE-FECHADURA”
Intensidade do efeito está relacionado com o número de receptores na célula-alvo
Tipos de receptores:
Enzimas
Receptor: capacidade de ligar (reconhecer)
Canais Iônicos
substâncias químicas e/ou propagar sinal gerado
Receptor Celular
como resultado da ligação
Proteína G
Tirosina-quinase
Ácidos nucléicos
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Farmacodinâmica
Agonista: indica que uma determinada substância, ao ligar-se ao receptor, ativa-o,
acarretando efeito farmacológico
Antagonismo: refere-se a substância que, ao combinar-se com o receptor, não o ativa
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Farmacodinâmica
Mecanismo de ação do fármaco – Específico
Tipos de receptores:
1. ENZIMAS
Atuação de fármacos que inibem determinadas enzimas
Efeito inibitório da ação ou da síntese da enzima
Exemplo:
Ação antiinflamatória de medicamentos
(AINES) que inibem enzimas da
inflamação (COX-2)
Miastenia gravis: doença autoimune que inibe a ação
da Ach na célula muscular pós-sináptica → fraqueza
muscular
Neostigmina: medicamento que bloqueia a
acetilcolinesterase → mais Ach é liberada
Acetilcolisnesterase – inativa a acetilcolina em ácido
acético e colina na fenda sináptica: fisiológico
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Farmacodinâmica
Mecanismo de ação do fármaco – Específico
Tipos de receptores:
2. CANAIS IÔNICOS
Operado por ligantes Ex: anestésicos locais → bloqueia
condução do impulso nervoso pelo
Ação no SNC, SNP, junção neuromuscular e coração bloqueio de canais iônicos
Passagem de íons de forma seletiva
Acetilcolina → receptor nicotínico → Na+ e Ca+2
Despolarização – efeito excitatório
GABA → receptor GABAA→ Cl-
Hiperpolarização – efeito inibitório
Ex: benzodiazepínicos: depressão do SNC
Mudanças no potencial de ação do neurônio pós-sináptico
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Farmacodinâmica
Mecanismo de ação do fármaco – Específico
Tipos de receptores:
3. RECEPTORES CELULARES
Proteínas Plasmáticas
Atuação como receptores de substâncias endógenas
Hormônios – ação prolongada
Neurotransmissores – ação rápida
Autacóides
Receptores captam a mensagem e enviam para dentro da célula ou modificam as
estruturas dos canais iônicos
Diferentes velocidades: rápidos, intemediários e lentos
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Farmacodinâmica
Mecanismo de ação do fármaco –
Específico
Tipos de receptores:
4. PROTEÍNAS G
Promovem cascata de sinalização celular
para se obter a resposta celular
Gs: estimulante da adenilato ciclase
Gi: inibidor da adenilato ciclase
Go: canais iônicos (abre)
Gq: ativadoras da fosfolipase (presente na
membrana celular)
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Farmacodinâmica
Mecanismo de ação do fármaco – Específico
Tipos de receptores:
5. TIROSINA-QUINASE
Ativa fatores de crescimento: crescimento
celular, proliferação, sobrevivência e
diferenciação da célula
Ex: palladia – inibidor de tirosina-quinase
Usado em vários tipos de câncer
Inibe a multiplicação celular
Induz a apoptose
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Farmacodinâmica
Mecanismo de ação do fármaco – Específico
Tipos de receptores:
6. ÁCIDOS NUCLEICOS
Receptores que regulam a transcrição de DNA
Receptores no citoplasma ou no núcleo
Estimulam a produção de proteínas essenciais para o crescimento celular
Ex: hormônios esteroides, tireoidianos
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Transcrição gênica
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FARMACODINÂMICA
RELAÇÃO DOSE/RESPOSTA
Profa. Dra. MV. Camila Goloni
Curso de Medicina Veterinária
Contato: [email protected]
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RELAÇÃO DOSE/RESPOSTA
Interação medicamento-receptor
• [ ] do medicamento = efeito biológico
• Em geral: efeito farmacológico depende da quantidade administrada
• Efeito máximo ocorre quando todos os receptores estão ocupados
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RELAÇÃO DOSE/RESPOSTA
Complexo Medicamento-Receptor
• Velocidade
da ligação medicamento-receptor = diretamente proporcional
ao número de receptores e à concentração do medicamento.
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RELAÇÃO DOSE/RESPOSTA
Potência
• Representada pela [ ] ou dose do medicamento
• Quanto menor a [ ] ou dose necessária para desencadear um efeito, maior a
potência do medicamento
Dose
Potência
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RELAÇÃO DOSE/RESPOSTA
Potência
• Medicamentos POUCO potentes
• Desvantagem = doses elevadas
• Administração incômoda
• Medicamentos MUITO potentes
• Desvantagem = Intoxicações mesmo em doses baixas
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RELAÇÃO DOSE/RESPOSTA
Eficácia Máxima
• Efeito máximo = Eficácia máxima = Eficácia
• Determinados por propriedades inerentes à ligação medicamento-receptor
Limitação da eficácia: quando há efeito colateral
• Platô na curva de dose-resposta
• Máximo de eficácia atingida= mesmo aumentando a dose não aumentará a
eficácia.
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RELAÇÃO DOSE/RESPOSTA
• Efeito máximo
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RELAÇÃO DOSE/RESPOSTA
Eficácia Máxima
• Fatores que limitam a eficácia máxima
• Ex.: Anti-inflamatórios (Maior eficácia e maior efeito colateral)
• Anti-histamínicos (menor eficácia e menor efeito colateral)
• Na maioria dos casos:
• Eficácia Potência
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Efeitos anormais dos medicamentos
• Hipersensibilidade:
• Reações alérgicas a determinado medicamento
• Ligação antígeno-anticorpo com liberação de histamina
• Hiporreativos
• Hiper-reativos
• Tolerância
• Taquifilaxia ou Dessensibilização
• Idiossincrasias ou efeito incomum
• Superssensibilidade
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Interações medicamentosas
• Uso de mais de um medicamento
• Modificação no efeito de ambos ou apenas um
• Diminuição
Dos efeitos
• Aumento
As interações dos medicamentos podem levar a aumento ou diminuição
dos efeitos dos mesmos: sinergismo ou antagonismo.
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Interações medicamentosas
SINERGISMO
ANTAGONISMO
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Interações medicamentosas
SINERGISMO
Efeito de dois medicamentos ocorrendo na mesma direção
Mesmos receptores
• Sinergismo por adição: efeito combinado dos dois é igual a soma
dos efeitos isolados de cada um deles
E + E = 2E
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Interações medicamentosas
• SINERGISMO
• Sinergismo por potenciação: efeito combinado dos dois ou mais
medicamentos é maior do que a soma dos efeitos isolados de cada um deles
• Substâncias que atuam por mecanismos de ação diferentes
• Interferências na biotransformação, distribuição ou excreção
E + E = 3E
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SINERGISMO
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Interações medicamentosas
ANTAGONISMO
• Diminuição ou anulação completa dos efeitos de um deles
• Antagonismo farmacológico: competição pelo mesmo receptor
• Antagonismo farmacológico competitivo
• Reversível
• Irreversível
• Antagonismo farmacológico não competitivo
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Interações medicamentosas
ANTAGONISMO
• Antagonismo farmacológico competitivo reversível
• Antagonista compete com o agonista pelos mesmos receptores
• Complexo inativo
• Lei da ação das massas
• Se aumentarmos a quantidade de agonistas, estes deslocam o
antagonista do receptor
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Interações medicamentosas
• ANTAGONISMO
• Antagonismo farmacológico competitivo reversível
• Lei da ação das massas
Efeito Nulo
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Interações medicamentosas
• ANTAGONISMO
• Antagonismo farmacológico competitivo reversível
• Lei da ação das massas
Adição de mais agonistas
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Interações medicamentosas
• ANTAGONISMO
• Antagonismo farmacológico competitivo reversível
• Lei da ação das massas
Deslocamento dos antagonistas
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Antagonista competitivo reversível
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• Se a concentração do
angatonista for muito alta o
agonista perderá o efeito
• Ocupação de muitos
receptores pelo antagonista
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Interações medicamentosas
ANTAGONISMO
• Antagonismo farmacológico competitivo irreversível
• Antagonista se “desliga” muito lentamente dos receptores ou não se “desliga”
• Mesmo aumentando a [ ] do agonista, não é possível alcançar o efeito máximo
Ex: Organofosforados inibem de forma irreversível a enzima
acetilcolinesterase
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Reversível x irreversível
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Interações medicamentosas
• ANTAGONISMO
• Antagonismo farmacológico não competitivo
• Moduladores alostéricos
• Antagonista bloqueia, em algum ponto, a cadeia de eventos que levaria à
resposta do agonista
• Mesmo aumentando a [ ] do agonista, não é possível desfazer o bloqueio
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Interações medicamentosas
• ANTAGONISMO
• Antagonismo químico ou antidotismo
• Neutralização
• As duas substâncias não reagem com os receptores do organismo
• Agem EM SOLUÇÃO, entre si, antagonizando
E+E=0
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“Não importa o quão devagar você vá, desde
Obrigada! que você não pare”
Contato: [email protected]
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
• FARMACODINÂMICA
• “Como o medicamento atua no organismo”
• Medicamentos não criam funções no organismo, apenas modificam as
funções pré-existentes
• Medicamentos estruturalmente inespecíficos
• Medicamentos estruturalmente específicos
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
• RECEPTORES
• Constituinte celular que possui especificidade para interagir com determinados
medicamentos
• Mudanças na estrutura química dos medicamentos podem acarretar em perda
do efeito
• Intensidade do efeito varia de acordo com o número de receptores disponíveis
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
• RECEPTORES
• Alta potência
• Especificidade química
• Especificidade biológica
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
• RECEPTORES
• Alvos para a ação dos medicamentos
• Enzimas (Ex.: COX-2)
• Moléculas transportadoras
• Receptores celulares
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
• RECEPTORES
• Receptores ligados à proteína G
• Sistema Adenilato Ciclase/AMPc
• Sistema Guanilato Ciclase/GMPc
• Sistema Fosfolipase C/Fosfato de Insitol
• Sistema Fosfolipase A2/Ácido Araquidônico/Eicosanóides
• Regulação de canais iônicos
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
• RECEPTORES
• Receptores NÃO ligados à proteína G
• Receptores de Tirosinaquinase
• Receptores que regulam a transcrição de DNA
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
• RELAÇÃO DOSE/RESPOSTA
• Agonistas
• Ativa a função do receptor
• Antagonistas
• Não ativa a função do receptor
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
• RELAÇÃO DOSE/RESPOSTA
• Potência
Dose
Potência
• Maior potência nem sempre significa que o
medicamento é melhor
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
• RELAÇÃO DOSE/RESPOSTA
• Eficácia máxima=Efeito máximo=Eficácia
• Limitação: efeitos colaterais
• Anti-inflamatórios esteroides X Anti-histamínicos
• Potência não necessariamente se correlaciona à eficácia
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
• RELAÇÃO DOSE/RESPOSTA
• Variação biológica
• Invíduos diferentes = Respostas diferentes
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
• EFEITOS ANORMAIS DOS MEDICAMENTOS
• Hiper-reativo
• Hiporreativo
• Tolerância
• Taquifilaxia
• Idiossincrasia
• Hipersensibilidade
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
• INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
SINERGISMO
ANTAGONISMO
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
• INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
• Sinergismo
• Por adição
Por potenciação
• Antagonismo
• Farmacológico
• Competitivo (parcial reversível ou irreversível)
• Não competitivo
• Fisiológico
• Químico ou antidotismo
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