UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO
Pesquisa Operacional
Problema de transporte – Parte 4
Prof. Dr. André Luiz Ferreira e Silva1
1 Universidade Federal do Pará – UFPA.
Instituto de Ciências Sociais Aplicadas – ICSA.
[email protected] Belém-Pa, 20/03/2018
Sumário
Introdução
Modelo de transporte balanceado
Modelo de transporte não-balanceado
Exercícios
Introdução
I O problema de transporte é uma classe especial de PPL que trata
do envio de uma mercadoria de origens (exemplo: fábricas) para
destinos (exemplo: depósitos).
I O objetivo é determinar a programação de expedição que
minimize o custo total de transporte, de modo a satisfazer as
retrições do PPL, isto é, os limites de fornecimento e demanda.
I Existem dois tipos de problema de transporte: o chamado
sistema balanceado ou equilibrado; e o não-balanceado ou
desequilibrado.
I No primeiro caso, a demanda dos destinos é equivalente ao
fornecimento da origem, ao passo que em um sistema
não-balanceado isso não ocorre. Neste caso, é preciso criar um
nó-artificial.
I Os problemas de transporte tratados aqui podem ser resolvidos
usualmente pelo método simplex.
Definições do problema de transporte
I Um problema de transporte sempre tem m origens e n destinos.
Então, cada origem i = 1, ..., m é dotada de capacidade de
suprimento igual a ai , que deve ser enviado para atender as bj
demandas dos destinos, com j = 1, ..., n.
I Assim, xij são as variáveis de decisão do problema, isto é, a
quantidade de dada mercadoria transportada de i para j.
Geralmente, xij é medido em peso, mas pode assumir outras
unidades como volume ou unidade.
I Evidentemente, existem custos associados às rotas de transporte,
dados por cij .xij , em que cij é o custo unitário da rigem i ao
destino j.
I Então,P
o custo
P total de transporte é a soma dos custos de todas as
rotas: i j cij .xij .
Modelo de transporte balanceado
A função objetivo é
m X
X n
Min z = cij .xij , (1)
i=1 j=1
a qual esta sujeita as restrições de suprimento da origem i = 1, ..., m
n
X
xij = ai , (2)
j=1
de demanda do destino j = 1, ..., n
m
X
xij = bj , (3)
i=1
e deve satisfazer o equilíbrio entre demanda e suprimento
m
X n
X
ai = bj . (4)
i=1 j=1
É a condição (4) que define um problema balanceado.
Exemplo 1: o problema da MG Auto
A MG Auto tem três fábricas: uma em Los Angeles, uma em Detroit
e uma em Nova Orleans; e duas grandes centrais de distribuição: uma
em Denver e outra em Miami. As capacidades das três fábricas para o
próximo trimeste são: 1.000, 1.500 e 1.200 carros. As demandas
trimestrais nas duas centrais são: 2.300 e 1.400 carros. O mapa de
distâncias entre as fábricas e as centrais de distribuição é dado abaixo:
Distância (Km) Denver Miami
Los Angeles 1.000 2.690
Detroit 1.250 1.350
Nova Orleans 1.275 850
Como formular um problema de PL capaz de minimizar o custo total
de transporte, dado que a empresa contrada cobra US$0,08 por Km de
carro transportado?
Formulação do problema da MG Auto
I Trata-se de um problema balanceado (por que?).
I E o custo da rota é cij = dij × t, para i = 1, 2, 3 e j = 1, 2. Em
que, dij é a distância (Km) dada e t é a tarifa de transporte.
I Por exemplo, o custo de transporte de um caro da fábrica Los
Angeles para a central Miami é:
c12 = 2.690 × 0, 08 = 215, 20. (5)
I Assim, é possível construir a matriz de custos
c11 c12 80, 00 215, 00
c21 c22 = 100, 00 108, 00 (6)
c31 c32 102, 00 68, 00
I Dado que xij corresponde a quantidade de carro transportada da
fábrica i até a central j
continua...
Formulação do problema da MG Auto
a função objetivo é
3 X
X 2
Min z = cij .xij . (7)
i=1 j=1
A restrição do suprimento das fábricas é
2
X
xij = ai , (8)
j=1
e demanda das centrais
3
X
xij = bj , (9)
i=1
com xij ≥ 0 para i = 1, 2, 3 e j = 1, 2. Os parâmetros de entrada são:
ai = [1.000 1.500 1.200]0 , bj = [2.300 1.400]0 e cij definido em (6).
Problema de transporte não-balanceado
I Como o problema do exemplo anterior é balanceado, o algoritmo
simplex pode ser usado para resolver o problema da da MG Auto.
I Mas se o problema não for balanceado, podemos adicionar uma
origem ou um destino fictício e balancear o problema.
I Suponha que a capacidade da fábrica Detroit mude para 1.300
carros. Então o suprimento total passa a ser 3.500 carros e não
3.700 como antes. Significa dizer que toda a demanda não pode
ser atendida. Como modelar esse novo problema?
I Para compensar o excesso de demanda, uma fábrica fictícia (F4 )
com capacidade de 200 carros deve ser criada: x41 + x42 = 200.
I O custo unitário de transporte de F4 para os dois destinos é zero
(c41 = c42 = 0), pois a fábrica não existe.
Formulação do problema não-balanceado da MG Auto
A matriz de custo unitário fica
c11 c12 80, 00 215, 00
c21 c22 100, 00 108, 00
c31 c32 = 102, 00 68, 00 (10)
c41 c42 0 0
e a nova função objetivo é
4 X
X 2
Min z = cij .xij . (11)
i=1 j=1
Agora temos oito variáveis de decisão xij para i = 1, 2, 3, 4 e j = 1, 2,
de modo que x41 e x42 estão associadas à fábrica fictícia.
continua...
Formulação do problema não-balanceado da MG Auto
A restrição do suprimento das fábricas passa a ser
2
X
xij = ai , (12)
j=1
e demanda das centrais
4
X
xij = bj , (13)
i=1
com ai = [1.000 1.300 1.200 200]0 e bj = [2.300 1.400]0 .
Deve-se considerar ainda a restrição de não-negatividade
xij ≥ 0, (14)
para i = 1, 2, 3, 4 e j = 1, 2. Lembrando que a4 = 200 é fictício.
Exercícios
1) Resolva as questões 6 a 9 e 12 de Taha (2008, p.87).
Bibliografia
HILLIER, F. S.; LIEBERMAN, G. J. Introdução à Pesquisa
Operacional. 9a Edição. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008.
TAHA, H. A. Pesquisa Operacional. 8a Edição. Porto Alegre:
AMGH Editora, 2013.