Resumão - Questionamento
Socrático para Terapeutas
Elementos que contribuem para o tratamento:
Aliança terapêutica: focada em objetivos, tarefas e vínculo.
Estrutura: fase inicial, intermediária e final.
Abordagem de treinamento: através da experiência concreta, observação reflexiva,
conceituação abstrata e exprimentação ativa.
Automonitoramento: favorece a autoconsciência de como os pensamentos,
sentimentos e comportamentos estão interligados e como intervir.
Aplicação das estratégias socráticas:
1. Focar nos pensamentos e crenças mais fortes.
2. Entender a perspectiva do paciente.
3. Curiosidade colaborativa.
4. Resumir toda a história para criar novos aprendizados.
💡 questionamento socrático = desconstrução (análise) + reconstrução (síntese)
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Focando em conteúdos-chave:
Pensamento quente: tem maior probabilidade de causar o maior impacto, pois está
ligado à angústia e aos padrões de evitação. Mas não é tão enraizado quanto o seu
significado emocional da crença.
É preciso antes de tudo, desmembrar uma situação e validar cada dificuldade.
diferentes partes da história
parte mais perturbadora e os pensamentos interligados
qual o pensamento mais perturbador? Qual o significado dele?
Declarações “se-então”: regras ou atitudes. Tem mais relação com expectativas,
processos ou implicações.
identificar crenças intermediárias e vinculá-las à conceituação
observar distorções e crenças irracionais
definir o alvo colaborativamente
criar uma definição universal para o alvo
Compreensão fenomenológica:
Compreender o argumento do paciente do por que a crença ser verdadeira.
avaliar as evidências, fatos, sem distorções.
O processo para entender os fundamentos subjetivos e objetivos da crença deve
ser colaborativo e emocionalmente ativado.
Mesmo que os sentimentos não sejam fatos eles devem ser validados.
Compreensão holística → experiência emocional.
Como o cliente acredita na crença e o que da suporte a ela?
eventos que levaram ao desenvolvimento
fatos que sustentam
evidências consistentes no contexto
efeitos de acreditar na crença
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tempo: antes e depois da crença
quanto acredita mais e/ou menos
resposta comportamental quando a crença está ativada (estratégia
compensatória)
Curiosidade colaborativa:
Uma curiosidade autêntica, para descobrir junto com o paciente todos os viéses da
crença.
Identificar interpretações baseadas na realidade e nas suposições subjacentes.
verificar o significado real e interpretado
avaliar o quão terrível é a conclusão, o comportamento resultante ou a
abrangência/permanência da conclusão
Metacognição e raciocínio científico para avaliar e testar pensamentos.
💡 O raciocínio científico refere-se a uma mentalidade de teste de hipótese que
envolve reunir e examinar evidências para testar hipóteses (Huhn, 2002,
Sandberg & McCullough, 2010).
Estratégia fio-solto: há lacunas na evidência - “Como você sabe?”
Estratégia evidência não distorcidas: decompor os componentes de uma
evidência, entre adequados à cognição e explicações alternativas - “Se o
pensamento não fosse verdade, quais seriam os indicadores disso? E podemos
procurar por essa evidência?”
Estratégia de temporalidade e permanência de suas conclusões: por estar
passando por um problema atual, o paciente considera que aquilo durará. É preciso
mostrá-lo um contexto geral da situação - “Sempre foi assim? Tem que ser sempre
assim?”
Estratégia contextualizando as evidências: o contexto pode influenciar no
desenvolvimento e manutenção da crença - “Quão bem o ambiente em que essa
crença desenvolveu combina com o quadro geral?”
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Estratégia distorções e crenças irracionais: compreender as distorções (sem
desqualificar o paciente) e avaliar os elementos da crença.
O que não estamos percebendo?
atentar para quando o paciente foca somente naquilo que confirma a crença
buscar exceções quando o paciente generaliza
avaliar o impacto e utilidade da crença
identificar se o comportamento(estratégia compensatória) que o cliente tem por
causa da crença está moldando o ambiente para reforçá-la
evidência desconhecida: é preciso experimentos novos comportamentos para
ter novas evidências → quando o paciente faz evitação
refutar algo provando seu oposto
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⌛ Escolher um alvo → compreender por que o paciente acredita nisso →
expandir o ponto de vista juntos
Por que resumir e sintetizar?
Explicar o custo emocional do processo → consolidar a aprendizagem experiencial.
Contrair os filtros de atenção que contribuem para a manutenção da crença.
Verificar se o paciente compreendeu uma intervenção.
Reconsolidar a memória → ativar elementos dolorosos e sintetizar as informações
corretivas.
Acomodar novas informações ao esquema sem distorcê-las
Engajar o paciente em novos comportamentos de acordo com as novas
perspectivas, para extrair implicações comportamentais.
Reforçar o uso de habilidades.
Criação de uma nova crença:
comparar com a crença inicial
equilibrar com a realidade do sujeito
desenvolver um plano de ação direcionado em metas para reunir evidências
para nova crença
⌛ Decompor → compreender → sintetizar → criar algo novo
Solucionando problemas:
Entender e avaliar bem a situação antes de selecionar um alvo.
Ter compreensão e curiosidade, não fornecer a descoberta, mas guiar o paciente.
Desenvolver pensamentos realistas e não positivos.
Não ser imediatista para resumir e sintetizar.
Explorar o contexto.
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Contemplar as estratégias pré consultas - como aproveitar o sucesso?
Registros de pensamentos, experimentos comportamentais e
questionamento socrático:
Através do empirismo colaborativo (terapeuta e paciente juntos para descobrir a
verdade) é possível buscar mudanças.
Novos comportamentos geram novas perspectivas e com isso, é possível avaliar as
novas crenças.
Registro de pensamentos:
ensina o modelo cognitivo
situação → emoção → pensamento
entender a relação entre os componentes
mudança cognitiva → resposta emocional, identificar distorções, novos
comportamentos
depois de preencher as primeiras colunas é preciso entender todo o contexto
para identificar os conteúdos-chave
obter melhor compreensão do pensamento
expandir a compreensão com curiosidade colaborativa
resumo e síntese
avaliar o impacto
Experimentos comportamentais:
testando uma previsão específica
identificar previsão
identificar previsões alternativas - outras características
definir pergunta do experimento
projetar o experimento
liste obstáculos e recursos
fazer o experimento
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analisar os recursos
tomar nota das conclusões
reavaliar grau de crença das crenças e alternativas
definir plano de ação com base na conclusões
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⌛ Registro de pensamentos → nova perspectiva → nova resposta
comportamental → testar a nova perspectiva ou reunir mais evidências para
avaliá-las
Trabalhando com crenças centrais e esquemas:
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Ativação modal é quando a crença é ativada e o paciente a responde de
determinada maneira (emocionalmente, comportamentalmente…)
É preciso preparar o cliente antes de trabalhar as crenças e o esquema, pois é um
processo emocionalmente difícil, mas o caminho é através.
Estratégias durante as sessões:
continuum ajuda a reduzir a rigidez e o extremismo das crenças.
a imagem mental funciona como indução de um afeto mais positivo e combate
da ativação modal.
é preciso quebrar o ciclo que reforça a crença através de criação de
comportamentos compatíveis com as novas crenças.
tolerar o sofrimento com habilidades que facilitem o comportamento
competente.
a técnica da cadeira vazia proporciona uma experiência para mudança no
esquema com engajamento emocional, suprindo necessidades do passado.
a carta auxilia na correção emocional e cognitiva de um esquema
desadaptativo.
a reescrita de memórias pode ser feita para suavizar uma memória ou criar
imagens novas.
Estratégias entre sessões:
registro de evidências
crença central A e B
reforço/autorreforço
mudanças no ambiente que reforcem a nova crença
abandonar o modo antigo e utilizar nova resposta
criação de uma vida valorizada com objetivos, metas, valores e visões
Estratégias socráticas em Terapia Comportamental Dialética:
A desregulação emocional de pacientes com borderline influencia no pensamento
exagerado. Além disso, a inavalidação/sensibilidade dificulta o questionamento
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socrático com esses pacientes.
Técnicas cognitivas:
auto-observação cogntiva
verificação dos fatos
mitos sobre emoções
pensamento dialético
análise em cadeia
Registro de pensamento no método dialético:
verificar regulação
definir proposta
identificar contraposições
verificar fatos
curiosidade
síntese
consolidação da aprendizagem e conexão com metas comportamentais
Estratégias socráticas em Terapia de Aceitação e Compromisso:
Regras: pliance (consequências sociais), rastreamento (regras e contingências
diretas) e amplicação (criação de novas consequências).
Seis processos psicológicos da ACT:
aceitação: reduzir comportamento de fuga e esquiva da dor
desfusão: distanciamento do pensamento e observação do processo de
pensar
consciência no momento presente: não focar no passado e nem no futuro
o eu como contexto: mostrar para o paciente que ele não é seu
pensamento/emoção
valores: direções de vida
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ação comprometida: estabelecer metas → comportamentos para alcançar
essas metas → compromissos com esses comportamentos
Estratégias socráticas para médicos e prescritores:
Para não esquecer de tomar o medicamento - “O que pode ser útil para lembrá-lo
de tomar sua medicação?”
Facilitar a reposição do medicamento - “O que tem dificuldade que você mantenha
sua constância?”
Agenda caótica - “Como sua rotina influencia na sua adesão ao medicamento?
Como melhorar isso?”
Períodos difíceis da vida - “Podemos criar uma estratégia durante esse período?”
Efeitos colaterais - “Você tem alguma ideia do que pode estar interferindo na sua
vontade de tomar a medicação? Quais os prós e contras dos efeitos?”
Desinformação - “Onde encontrou essa informação? Quão confiante é a fonte?”
Alta individual - “Já aconteceu isso outras vezes? O que aconteceu? Como eram os
sintomas antes de iniciar?”
Estratégias socráticas para o ensino de estratégias socráticas:
Treinamento de habilidades:
experiência concreta: descrição da habilidade e justificativa para seu uso. As
dramatizações são feitas entre o supervisor e supervisionando
conceituação abstrata → consolidação da aprendizagem
experimentação ativa
Competências chave:
identificar os pensamentos quentes para intervir
compreender a perspectiva do sujeito
curiosidade colaborativa para encontrar as evidências não confirmatórias
proporcionar uma nova aprendizagem com resumo e síntese
O método autossocrático:
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Focalização: existem tipos comuns de pensamentos relacionados a emoções.
Como defino meus pensamentos? Há um padrão na forma que penso e sinto?
Compreensão: uma fase de autoavaliação, para entender a si mesmo e o
pensamento-alvo. Por que acredito nisso?
Curiosidade:
evidência percebida: avaliar se é um fato, sentimento, suposição ou distorção
evidência conhecida: que não apoia o pensamento
evidência desconhecida: evidências que precisam ser experimentadas
Resumo e síntese: integrar novas aprendizagens e comportamentos, comparando
com as suposições e experiências iniciais. Além de solidificar os ganhos,
transformando a mudança cognitiva em novos comportamentos.
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