ESTADO DE GOIÁS
CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
APARECIDA DE GOIÂNIA – GO
RESOLUÇÃO NORMATIVA – CME N.º 11, DE 25 DE NOVEMBRO DE 2019
Estabelece diretrizes e normas para as etapas e
modalidades da Educação Básica e
procedimentos para credenciamento,
recredenciamento, autorização e renovação de
funcionamento de instituições educacionais do
Sistema Municipal de Ensino de Aparecida de
Goiânia.
O CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE APARECIDA DE
GOIÂNA, usando de suas atribuições legais estabelecidas no art. 6º da Lei
Municipal n.º 2569/2006, tendo em vista os arts. 205, 206, 208, 209 e 214, da
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, Lei n.º 9394/1996 - Lei
de Diretrizes e Base da Educação Nacional, BNCC, Lei Complementar Estadual
n.º 26/98, Resolução CEE/CP n.º 3, de 16 de fevereiro de 2018, DC-GO, resolve:
TÍTULO I
DA EDUCAÇÃO BÁSICA
CAPÍTULO I
1
DA EDUCAÇÃO ESCOLAR
Art. 1º A educação escolar é desenvolvida em instituições e espaços
legitimados por meio de atos autorizativos para exercê-la, sendo componente do
processo educativo da pessoa humana e dever do Estado e da família, em
colaboração com a sociedade.
§ 1º A educação escolar, no Sistema de Ensino de Aparecida de Goiânia,
deverá ser ministrada em instituições credenciadas e com cursos devidamente
autorizados.
§ 2º É de competência do Conselho Municipal de Educação de
Aparecida de Goiânia o credenciamento de instituições escolares, públicas e
privadas, e a autorização de cursos de educação básica no município de
Aparecida de Goiânia, respeitada a jurisdição do Sistema Municipal de
Educação.
Art. 2º O Sistema Municipal de Ensino de Aparecida de Goiânia
compreende:
a) as instituições da educação básica mantidas pelo poder público
municipal;
b) as instituições de Educação Infantil mantidas pela iniciativa privada.
CAPÍTULO II
DA FINALIDADE, DOS PRINCÍPIOS GERAIS E DA ESTRUTURA DA
EDUCAÇÃO BÁSICA
Art. 3º A finalidade da educação básica é o desenvolvimento INTEGRAL
do estudante, assegurando-lhe a formação comum indispensável para o
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exercício da cidadania e contribuindo para sua atuação histórica, social e
cultural, em consonância com os diferentes momentos constitutivos do
desenvolvimento educacional.
Art. 4º A educação básica tem como princípios norteadores:
I - Igualdade e equidade de condições e oportunidades para o acesso, a
permanência, a participação, a inclusão e o êxito na escola.
II - Acolhimento, respeito e promoção da diversidade humana em todas
as suas formas.
III - Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o
pensamento, a arte e o saber, almejando os mais altos valores da humanidade.
IV - Pluralismo de ideias, de concepções pedagógicas, sob égide dos
direitos humanos e do Estado Democrático de Direito.
V - Coexistência de instituições públicas e privadas de ensino.
VI - Gratuidade de ensino público em estabelecimentos oficiais.
VII - Valorização dos profissionais da educação mediante remuneração
condigna, condições adequadas de trabalho, condições de formação e
aperfeiçoamento.
VIII - Gestão democrática do ensino público.
IX - Garantia do padrão de qualidade.
X - Vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.
XI - Consideração com a diversidade étnico-racial.
XII - Garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida.
Art. 5º A educação básica compõe-se de três etapas de escolarização
formal visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o
exercício da cidadania, e atuação nas diferentes práticas sociais, inclusive do
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trabalho, em consonância com os diferentes momentos constitutivos do
desenvolvimento educacional: a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o
Ensino Médio, formando um sistema de escolarização orgânico, interligado e
integrado, compreendendo também as modalidades da Educação de Jovens e
Adultos e da Educação Especial.
§ 1º Educação Infantil é a etapa inicial da educação básica, composta
por creche, que compreende a faixa etária de 0 a três anos e 11 meses, e por
pré-escola para a faixa etária de 4 a 5 anos e 11 meses de idade.
§ 2º Ensino Fundamental é a etapa intermediária, composta de nove
anos letivos com a criança iniciando aos 6 (seis) anos de idade.
§ 3º Ensino Médio é a etapa final da educação básica, que prepara o
educando para a continuidade nos estudos e/ou para inserção no mundo do
trabalho.
CAPÍTULO III
DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO-PPP
Art. 6º O PPP constitui-se documento-base que caracteriza a identidade
institucional, sendo o compromisso educacional da instituição escolar em relação
aos estudantes, às famílias e à comunidade, na busca da qualidade da formação
almejada, das políticas educativas e das ações pedagógicas. Constitui-se,
assim, a norma maior da instituição.
Art. 7º A elaboração do PPP é orientada pelos seguintes princípios:
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I - Cognitivos: desenvolver com qualidade as competências, habilidades,
atitudes e valores nas diferentes áreas de conhecimento, implementando ações
pedagógicas a ser adotadas.
II - Éticos: de justiça, solidariedade, liberdade e autonomia; de respeito
à dignidade da pessoa humana; e de compromisso com a promoção do bem de
todos, contribuindo para combater e eliminar quaisquer manifestações de
intolerância, de discriminação, de bullying, de preconceito étnico-racial, de
gênero, de cor, de idade, e quaisquer outras formas de discriminação.
III - Político-sociais: de reconhecimento dos direitos e deveres de
cidadania, de respeito ao bem comum e à preservação do regime democrático e
dos recursos ambientais; da busca da equidade no acesso à educação, à saúde,
ao trabalho, aos bens culturais e outros benefícios; da exigência de diversidade
de tratamento, para assegurar a igualdade de direitos entre os educandos que
apresentam diferentes necessidades; de realização dos processos de inclusão
social, redução da pobreza e das desigualdades sociais e regionais.
IV - Estéticos: do cultivo da sensibilidade, juntamente com o da
racionalidade; do enriquecimento das formas de expressão e do exercício da
criatividade; da valorização das diferentes manifestações culturais,
especialmente a da cultura brasileira; da construção de identidades plurais e
solidárias.
Parágrafo único. Competem aos órgãos executivos do Sistema
Municipal de Ensino de Aparecida de Goiânia a produção e a disseminação de
materiais subsidiários ao trabalho docente, conforme preconizados nos incisos
I, II e III deste artigo.
Art. 8º A construção do Projeto Político Pedagógico deve ser de forma
coletiva, resultado da participação ativa, consciente, intencional, solidária, direta
ou indireta, de todos os agentes do processo de escolarização.
Art. 9º O PPP tem como componentes fundamentais:
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a) Identificação: diagnóstico da instituição, identidade, missão, objetivos
e estratégias;
b) Proposta pedagógica e administrativa, conceito de ensino e
processos de avaliação discente;
c) Organização da vida escolar;
d) Etapas e modalidades de ensino que a instituição ministra;
e) Metodologias adotadas;
f) Modalidades de gestão;
g) Diretrizes operacionais, didático-pedagógicas e administrativas da
instituição.
Parágrafo Único. O PPP deve prever condições adequadas para o
trabalho coletivo, organizando materiais, espaços e tempos que assegurem:
I - A educação em sua integralidade.
II - A participação, o diálogo e a escuta cotidiana das famílias, o respeito
e a valorização de suas formas de organização.
III - O estabelecimento de relação efetiva com a comunidade local e de
mecanismos que garantam a gestão democrática e a valorização dos saberes
da comunidade.
IV - O reconhecimento e o acolhimento das especificidades etárias, das
singularidades e individualidades dos educandos.
V - A acessibilidade de espaços, ações e materiais de uso dos
estudantes com diferentes deficiências, transtornos globais de desenvolvimento
e altas habilidades/superdotação.
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VI - Reconhecimento, apropriação, valorização e respeito pelas
contribuições histórico-culturais advindas dos povos indígenas,
afrodescendentes, asiáticos e europeus.
VII - Acolhimento e proteção da diversidade, garantindo o cumprimento
das políticas pedagógicas de inclusão social que assegurem o desenvolvimento
com qualidade de todos os estudantes independentemente de sua diversidade.
VIII - Respeito à dignidade do estudante como pessoa humana, proteção
contra qualquer forma de violência – física ou simbólica – no interior da instituição
ou praticada pela família, prevendo, quando necessários, os encaminhamentos
de suas violações aos órgãos competentes.
IX - Educação para a paz, para a convivência e respeito com a
diversidade; exclusão de toda forma de racismo e discriminação de qualquer
natureza.
Art. 10. O PPP da instituição de ensino é autônomo, devendo obedecer
aos princípios fundamentais constitucionais, à legislação educacional, às normas
estabelecidas pelo Conselho Municipal de Educação de Aparecida de Goiânia e
às orientações e procedimentos legais das mantenedoras.
CAPÍTULO IV
DO REGIMENTO ESCOLAR
Art. 11. O Regimento Escolar trata-se de um documento administrativo
e normativo da escola, fundamentado nas diretrizes, regras e proposta do PPP,
baseando-se em princípios democráticos. Regulamenta ações entre os agentes
do processo educativo, em consonância com as normativas federais, estaduais
e municipais vigentes.
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Art.12. Devem constar do Regimento Escolar as regras de convivência
e o regime disciplinar, conjunto de diretrizes e orientações que regem as relações
entre os sujeitos e agentes do processo educativo da unidade escolar, indicando
os princípios referentes aos direitos, aos deveres e aos limites e às penalidades
dos estudantes, dos docentes, dos técnicos pedagógico-administrativos e dos
pais, bem como as ações pedagógicas de mediação e solução de conflitos e as
vias recursais cabíveis de transgressão apuradas em procedimentos que
respeitem o Direito de Ampla Defesa e o Contraditório.
§ 1º É vedada a expulsão do educando, pois tal ato fere o Direito Público
Subjetivo à Educação.
§ 2º Os procedimentos disciplinares deverão ser documentados e
comunicados à família, os quais vão da orientação pedagógica, advertência,
suspensão da sala de aula em momentos específicos e temporários, até a
transferência.
I - A advertência deve ser efetuada oralmente ao estudante e por escrito
para a família, dando conhecimento dos fatos e das providências tomadas pela
escola.
II - Suspensão implica afastamento do estudante da sala de aula, em
momentos específicos e temporários, cumprindo tarefas escolares, atividades de
pesquisa ou elaboração de trabalhos dentro do espaço escolar e com orientação
docente.
III - A transferência para outra unidade, se não for a pedido dos pais ou
do estudante, será realizada somente nos casos em que o Conselho de Classe:
a) Comprovar a inadaptação do estudante ao Projeto Político
Pedagógico e ao Regimento da escola, demonstrando que foram adotadas todas
as medidas possíveis para que essa adaptação pudesse acontecer;
b) Avaliar que a medida é recomendada para a segurança física,
emocional e psíquica do estudante, dos colegas e dos docentes.
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§ 3º A transferência somente será efetivada caso exista vaga em outra
escola, devendo ocorrer preferencialmente no período de férias e recessos,
garantindo o direito à realização das avaliações do período letivo cursado na
unidade onde o educando estava matriculado.
§ 4º A escola não deverá inserir, em seu Regimento, qualquer tipo de
sanção para eventos ou condutas que ocorram fora do ambiente escolar.
§ 5º A falta de uniforme, de material escolar e de outros acessórios
usados para aprendizagem, bem como uso de adereços de uso individual e
pessoal não são motivos para impedir o acesso à escola e à sala de aula
Constatado o fato, a instituição deve iniciar diálogo com a família para buscar a
melhor e mais adequada solução, mas garantindo, ao mesmo tempo, o acesso
às atividades escolares.
Art.13. O Regimento Escolar deve ser elaborado e aprovado
coletivamente pelos membros da comunidade escolar, incluindo pais,
estudantes, professores, técnicos pedagógico-administrativos, entre outros, cuja
aprovação deve ser registrada em ata própria.
Parágrafo Único. Caberá ao Conselho Municipal de Educação de
Aparecida de Goiânia exercer o controle de legalidade educacional do
Regimento Escolar sob sua jurisdição, cabendo à mantenedora da escola
exercer o mesmo controle internamente.
CAPÍTULO V
DA ORGANIZAÇÃO CURRICULAR
Art. 14. O currículo é o conjunto de experiências que são construídas e
ofertadas no cotidiano das escolas, sempre em uma relação dialógica entre
educadores e educandos. É a proposta da ação educativa em sua integralidade,
apresentada e executada pela unidade escolar.
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Art. 15. O currículo é constituído do conjunto de competências,
conhecimentos, habilidades, atitudes e valores, objetivos metodologias, ações
educativas, recursos e materiais utilizados, inovações pedagógicas, práticas
sociais, educação digital, formação e capacitação dos professores, vivências e
formas de convivência dos educadores e educandos, trabalhos em matrizes,
tempo e espaço do itinerário pedagógico do estudante de acordo com as
competências exigidas no ano cursado, visando à qualidade na formação
cognitiva e ao desenvolvimento socio afetivo do educando.
§ 1º Os conteúdos curriculares têm sua origem no desenvolvimento das
ciências, culturas e linguagens na sociedade, no mundo do trabalho, na inovação
tecnológica, na produção artística, nas atividades desportivas e culturais,
incorporando saberes que advêm do exercício da cidadania, das ações dos
movimentos sociais, da educação familiar e da cultura escolar, que envolvem a
prática cotidiana de docentes e educandos.
§ 2º A organização curricular é orientada pela Base Nacional Comum
Curricular-BNCC, DCGO (Documento Curricular para Goiás) e pelas Diretrizes
Curriculares Nacionais, Estaduais e Municipais, apropriadas por meio das
práticas sociais educativas que melhor respondam às necessidades de
aprendizagem dos estudantes de cada escola.
§ 3º A Base Nacional Comum Curricular-BNCC, de caráter normativo,
define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos
os estudantes, em cada seriação, devem desenvolver ao longo das etapas e
modalidades da educação básica. É norteadora dos currículos dos sistemas e
redes de ensino das unidades federativas, como também das propostas
pedagógicas de todas as escolas públicas e privadas da Educação Infantil,
Ensino Fundamental e Ensino Médio em todo o Brasil.
Art. 16. A organização curricular, nas etapas da Educação Infantil, do
Ensino Fundamental, tem como parâmetro a Base Nacional Comum Curricular-
BNCC e uma parte diversificada, que constitui um todo integrado de modo a
oferecer ao processo educativo conhecimentos e saberes universais,
necessários ao ser humano contemporâneo junto com uma formação advinda
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das culturas e realidades regionais, das demandas dos grupos sociais, das
famílias e dos estudantes de acordo com seu projeto de vida, seus múltiplos
interesses e fase de seu desenvolvimento.
§ 1º Na elaboração do desenho curricular, a escola goza de autonomia
definida em lei, desde que observadas as Diretrizes Curriculares Nacionais,
Estaduais e as normas do Sistema Municipal de Educação de Aparecida de
Goiânia para a Educação Básica, tendo o Documento Curricular de Goiás para
Educação Infantil e Ensino Fundamental, aprovado pela Resolução CEE/CP n.º
08/2018 e Resolução Normativa – CME n.º 05/2019, como documento norteador
para a elaboração dos currículos das Unidades Escolares.
§ 2º O Documento Curricular para Goiás (DC-GO) aproxima a legislação
curricular vigente em nosso país da realidade educacional goiana, constituindo-
se um instrumento indispensável para todos(as) gestores(as) estaduais,
municipais, escolares e educadores em geral na (re)elaboração de suas
propostas pedagógicas, projetos político-pedagógicos e planos de aula que se
configuram como documentos que estão diretamente conectados uns aos outros
e todos interligados ao DC-GO.
I - O Documento Curricular para Goiás é regido por dez competências
gerais que permeiam todas as etapas da Educação Básica, bem como todas as
áreas de conhecimento e seus respectivos componentes curriculares,
alicerçando assim as competências específicas de áreas e de componentes, os
objetivos de aprendizagem e as habilidades. São elas:
1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre
o mundo físico, social, cultural e digital, para entender e explicar a realidade,
continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa,
democrática e inclusiva.
2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das
ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a
criatividade para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e
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resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas), com base nos
conhecimentos das diferentes áreas.
3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais locais,
mundiais e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-
cultural.
4. Utilizar diferentes linguagens: verbal, corporal, visual, sonora e digital,
bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para
se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em
diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e
comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas
sociais para acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, tendo
o estudante como protagonista e autor na vida pessoal e coletiva.
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se
de conhecimentos e experiências que possibilitem ao estudante entender as
relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício
da cidadania e ao seu projeto de vida com liberdade, autonomia, consciência
crítica e responsabilidade.
7. Argumentar, com base em fatos, dados e informações confiáveis para
formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que
respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o
consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento
ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional,
compreendendo-se na diversidade humana, reconhecendo suas emoções e as
dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a
cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos
direitos humanos com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e
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de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem
preconceitos de qualquer natureza.
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade,
flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em
princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
II - Conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer-se são
direitos de aprendizagem e desenvolvimento para Educação Infantil, que tem
como pressuposto a criança no centro do planejamento curricular, uma vez que
se constituem ações para serem realizadas por elas em um ambiente
educacional estruturado e planejado intencionalmente.
a) O currículo da Educação Infantil é organizado pelos campos de
experiência, nos diversos grupos etários: bebês, 0 a 1 ano e seis meses; crianças
bem pequenas,1 ano e sete meses a 3 anos e 11 meses; crianças pequenas, 4
anos a 5 anos e 11 meses.
b) Os campos de experiência são: O eu, o outro e o nós; Corpo, gestos
e movimento; Traços, sons, cores e formas; Escuta, fala pensamento e
imaginação; e Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações.
c) As experiências são estruturadas em dois eixos norteadores, as
interações e as brincadeiras. Por considerá-las fundamentais para a
aprendizagem e o desenvolvimento da criança, caberão às instituições de
educação infantil desenvolver:
1. O conhecimento e a compreensão das diferentes atividades
realizadas pelos homens no dia a dia, por meio de rodas de conversa, leitura de
livros variados, entrevistas com as famílias, apreciação de vídeos, visitas a
espaços da comunidade, como comércio, postos de saúde, fábricas,
possibilitando às crianças terem um amplo repertório de vivências que podem se
constituir em temas para as brincadeiras.
2. A exploração e o entendimento das variadas funções de objetos e
materiais utilizados nas práticas sociais para que as crianças possam usá-los
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nas brincadeiras com outros significados, desenvolvendo sua capacidade
simbólica.
3. A reflexão sobre processos de inclusão ou exclusão, observados
pelo(a) professor(a) em situações e contextos criados nas brincadeiras pelas
próprias crianças.
4. O contato com a literatura, filmes, desenhos animados, peças teatrais
como importantes fontes de temas para as brincadeiras por serem produções
humanas e revelarem o contexto social por meio de diferentes linguagens.
5. A organização de ambientes que instiguem, convidem e mobilizem os
interesses das crianças, favorecendo a livre escolha e a tomada de decisões no
sentido do que seja a brincadeira e como brincar.
6. As aprendizagens de novas brincadeiras a partir da interação com o(a)
professor(a), na qual ele se coloca como mais um parceiro na relação com as
crianças.
III - O Ensino Fundamental de 1º ao 9º ano organiza-se em áreas de
conhecimento (Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências
Humanas) e componentes curriculares (Língua Portuguesa, Língua Inglesa,
Arte, Educação Física, Matemática, Ciências da Natureza, História e Geografia),
destacando a alfabetização como um processo contínuo e progressivo que
assegura a transição entre Educação Infantil e o Ensino Fundamental e
concluído no tempo próprio.
a) Para cada componente curricular são definidas unidades temáticas,
objetos de conhecimento e as habilidades, com o intuito de desenvolver
competências específicas de cada área de conhecimento, conforme a etapa do
Ensino Fundamental nos anos iniciais e finais do ensino correspondente.
b) Cada um dos componentes curriculares possui competências
específicas que se alinham às competências de área e competências gerais da
educação básica.
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c) A Educação Física é um componente obrigatório do currículo e a
modalidade de sua oferta será regulamentada no PPP da escola, sendo
facultativa ao educando apenas nas circunstâncias previstas na Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional-LDB.
d) Componente curricular de Educação Física deverá introduzir e
integrar o estudante na cultura corporal alinhada aos objetivos educacionais,
facilitando e promovendo a educação do corpo e movimento para a diversidade,
formando o cidadão que vai reproduzi-la e transformá-la, instrumentalizando-o
para usufruir dos jogos, dos esportes, das danças, das lutas e das ginásticas.
e) O componente curricular Língua Inglesa é definido desde o primeiro
ano do Ensino Fundamental. Como não é componente obrigatório, cabe à rede
de ensino e à escola optarem por adotá-lo e desenvolvê-lo, ou não, nos anos
iniciais.
f) O componente curricular Arte constitui-se em torno das
especificidades das artes visuais, da dança, da música e do teatro, apresentando
pontos comuns inerentes à educação na contemporaneidade.
g) O componente curricular Língua Portuguesa se organiza, também, em
campos de atuação (campo da vida cotidiana, artístico-literário, das práticas de
estudo e pesquisa, da vida pública e jornalístico-midiático), os quais estão
organizados de forma que determinados gêneros, propostos em cada campo,
sejam contemplados em diferentes práticas de linguagem.
h) O ensino de História do Brasil levará em consideração as
contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro,
especialmente as matrizes indígena, africana e europeia, no contexto goiano e
regional. As abordagens serão dos povos indígenas, ciganos, descendentes de
africanos, comunidades de descendentes de imigrantes de várias partes do
mundo que se encontram radicados em nosso estado, trazendo à tona as suas
contribuições políticas, culturais, científicas e sociais para a formação da
sociedade brasileira e para a construção da goianidade, de modo que o
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estudante compreenda a inter-relação e a interdependência dos fatos micro e
macro na construção da teia do saber histórico.
i) O componente curricular Geografia tem como objetivo possibilitar a
compreensão do espaço geográfico, propondo aos estudantes pensar, ler e
observar a ação humana nos espaços, tanto nas áreas rurais quanto nas
urbanas, nos seus espaços de vivências e em outros mais amplos e complexos.
Deve abarcar sempre a relação sujeito e espaço, compreendendo as
especificidades de Goiás e a sua relação com o mundo, a partir da forma própria
de pensar espacialmente, do desenvolvimento do raciocínio geográfico e da sua
capacidade de ler e interpretar o mundo, em todas as suas escalas: local,
regional, nacional ou mundial.
j) O componente curricular Ciências da Natureza está organizado em
três unidades temáticas, que se repetem ao longo de todo o Ensino
Fundamental, de acordo com a gradação de conhecimento e peculiaridades
regionais e locais:
1. A unidade temática Matéria e Energia contempla o estudo de materiais
e suas transformações, fontes e tipos de energia utilizados na vida em geral, com
objetivo de construir conhecimento sobre a natureza da matéria e os diferentes
usos energéticos;
2. A unidade temática Vida e Evolução propõe o estudo de questões
relacionadas com os seres vivos (incluindo os seres humanos), suas
características e necessidades; a vida como fenômeno natural e social; os
elementos essenciais à sua manutenção e à compreensão dos processos
evolutivos que geram a diversidade de formas de vida no planeta.
3. Na unidade temática Terra e Universo, busca-se a compreensão de
características da Terra, do Sol, da Lua e de outros corpos celestes – suas
dimensões, composição, localizações, movimentos e forças que atuam entre
eles.
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h) O componente curricular de Matemática traz habilidades permeadas
por conceitos, procedimentos e processos, tais como a linguagem matemática,
o letramento matemático, a resolução de problemas, a modelagem matemática
e a investigação matemática. Para assegurar os direitos de aprendizagem e
aquisição dos conhecimentos, leva-se em consideração que os diferentes
campos que compõem a matemática reúnem um conjunto de conceitos
fundamentais que se articulam entre si, como equivalência, ordem,
proporcionalidade, interdependência, representação, relação de grandeza,
variação e aproximação, entendendo assim que todos os estudantes são sujeitos
íntegros, potentes, autônomos e, portanto, capazes de aprender e desenvolver-
se, contanto que os processos educativos que lhes são destinados considerem
suas características e seu contexto e tenham significado para suas vidas.
§ 3º O Ensino Religioso, não confessional e ecumênico, componente
curricular oferecido nas escolas públicas de Ensino Fundamental em horário
normal, é de oferta obrigatória e matrícula facultativa. É vedada qualquer forma
de fundamentalismo, proselitismo, assegurando o respeito às diversas culturas
e religiões e às outras formas de expressão do fenômeno religioso.
§ 4º A matriz curricular pode desdobrar o componente curricular matricial
em vários conteúdos disciplinares, sendo considerado, para efeito de avaliação
de aprendizagem e de promoção, o componente curricular matricial no qual
estiverem incluídas as disciplinas desdobradas do componente/área do
conhecimento.
§ 5º Os temas relevantes da atualidade deverão ser trabalhados de
forma transversal, articulados com os componentes curriculares da Base
Nacional Curricular Comum e da parte diversificada, sendo eles: saúde,
diversidade, sexualidade, gênero, vida familiar, social e política, direito das
crianças e adolescentes, educação ambiental, educação para o consumo,
educação fiscal, educação para o trânsito, trabalho, ciência e tecnologia,
diversidade cultural, drogas, prevenção ao bullying e direito dos idosos.
§ 6º A execução da proposta curricular deve ser dinâmica, prevendo a
mobilidade e a flexibilização dos tempos e dos espaços escolares, a diversidade
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nos agrupamentos de educandos, a adoção de diversas linguagens artísticas, a
diversidade de materiais, os variados suportes literários, as atividades que
desafiam e mobilizam o raciocínio, as atitudes investigativas, a busca e a
descoberta das inovações tecnológicas, as abordagens complementares e as
atividades de reforço, a articulação entre a escola e a comunidade, o acesso aos
espaços de expressão cultural com a necessária mediação dos meios
tecnológicos disponibilizados pela era digital.
§ 7º São princípios que orientam a organização curricular e sua
execução:
a) a contextualização e a problematização;
b) a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade;
c) o diálogo e a diversidade entre os saberes, a vida real e as relações
sociais;
d) o domínio dos princípios científicos e tecnológicos.
CAPÍTULO VI
DO CONSELHO DE CLASSE
Art. 17. O Conselho de Classe é a instância colegiada presente na
estrutura organizacional da escola, de natureza consultiva e deliberativa sobre
assuntos didático-pedagógicos, fundamentado no Projeto Político Pedagógico
da escola e no Regimento.
Parágrafo Único. É prioridade do Conselho de Classe:
a) O processo de aprendizagem do estudante, o seu acompanhamento
e imediata recuperação individual, a decisão sobre aprovação ou retenção
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conclusiva na seriação cursada, avaliando recursos, dando direito à ampla
defesa e respondendo às consultas.
b) A avaliação das condições em que a aprendizagem se realiza na
escola, ao longo e ao final de cada bimestre, semestre e ano letivo.
c) O monitoramento dos índices de aprovação, reprovação, desistência,
transferência e abandono dos estudantes, levantando causas e sugerindo
soluções a serem avaliadas pela comunidade escolar.
d) Analisar e responder as consultas feitas sobre assuntos didático-
pedagógicos referentes à turma em avaliação.
e) A determinação e a aplicação do processo de recuperação e dos
instrumentos de classificação, reclassificação e de encaminhar solicitação de
transferência, quando necessária.
Art. 18. O Conselho de Classe é constituído pelo diretor, pela
coordenação pedagógica, por todos os professores que atuam naquela classe,
pela representação legal dos estudantes e dos pais e demais componentes,
previsto no projeto político pedagógico da unidade e no regimento escolar.
Art. 19. As decisões do Conselho de Classe, quando tomadas no
exercício legal de sua atuação e no respeito às normas educacionais, só podem
ser revisadas ou modificadas por ele mesmo, mediante recurso interposto pelo
interessado ou por seu representante legal, no prazo estabelecido no regimento
escolar, que não pode ser inferior a 5 (cinco) dias.
Art. 20. O Conselho de Classe, ao final de cada semestre letivo, deve
realizar amplo debate sobre o processo e a prática pedagógica, o ensino
ministrado, a aprendizagem, a avaliação e a recuperação paralela,
desenvolvidos ao longo do ano letivo, sugerindo, quando for o caso, mudanças
e adaptações que se fizerem necessárias no PPP e no Regimento, com vistas
ao seu aprimoramento durante o semestre subsequente.
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Art. 21. As conclusões do Conselho de Classe devem ser fielmente
documentadas, circunstanciadas e anotadas em seu inteiro teor, em ata lida e
assinada por todos os membros, dando-se ciência a todos os participantes no
prazo de 5 (cinco) dias, contados a partir de sua realização.
Art. 22. Na avaliação, o Conselho de Classe deve, obrigatoriamente,
analisar o desempenho global do estudante, o processo progressivo de seu
desempenho e dos resultados finais por ele obtidos durante o período letivo no
conjunto dos componentes curriculares e revelar as condições peculiares físicas
e psicológicas de estudantes em tratamento de saúde ou em situações de
instabilidade ou fragilidades.
CAPÍTULO VII
DA MATRÍCULA E DA FREQUÊNCIA
Art. 23. A matrícula consiste no ato formal que vai vincular o estudante
a uma escola, devidamente credenciada e autorizada, conferindo-lhe todos os
direitos e deveres inerentes à escolarização com renovação a cada período/ano
letivo.
§ 1º A matrícula é direito público subjetivo em consonância com o Direito
à Educação e com a obrigatoriedade do ensino, devendo a escola dar e garantir
acesso a todos que a procurarem, independentemente da data, período letivo ou
escolaridade anterior.
§ 2º A matrícula pode ser feita:
I - Para ingresso, considerada inicial, respeitando a idade, a escolaridade
anterior e a legislação pertinente.
II - Por transferência, quando o educando se desvincula de uma escola
e vincula-se, ato contínuo, a outra, para prosseguimento de estudos.
20
III - Para a progressão parcial, por meio da qual o estudante, não
obtendo êxito final em até 02 (dois) componentes curriculares da BNCC, em
regime seriado, poderá cursá-los de forma contínua e concomitante, garantindo
a continuidade de estudos na série subsequente.
§ 3º Os registros escolares referentes à aprovação ou não, ao
aproveitamento e à assiduidade do estudante, são de responsabilidade da
escola onde estiver matriculado.
§ 4º A responsabilidade de apresentação e entrega de documentos,
pessoais e escolares do estudante, no ato da matrícula ou no prazo de até 60
(sessenta) dias, em casos excepcionais, é da família e/ou responsável legal.
§ 5º Os registros escolares referentes ao estudante em transferência são
de responsabilidade da escola de origem até a data da transferência, devendo a
instituição de destino transpor os dados, sem modificações, para a nova
documentação escolar, considerando o princípio da segurança jurídica e o
Regimento Escolar da instituição anterior.
§ 6º Ao estudante em processo de transferência, cuja matrícula ainda
não tenha sido concretizada por falta de documentação, é permitida a frequência,
momento em que a escola de destino envidará esforços para solucionar o fato
junto à escola de origem; não havendo a apresentação dos documentos, após
60 (sessenta) dias, a escola de destino deverá estabelecer procedimentos
pedagógicos adequados, nos termos da legislação, para regularizar a vida
escolar do estudante.
§ 7º Caso se apure irregularidade na documentação de estudante
matriculado por transferência depois de concretizada a matrícula na escola de
destino, e não se apurando má-fé do estudante ou seu responsável, cabe à nova
escola o ônus da regularização da vida escolar em questão, o que consistirá,
sempre, de processo de avaliação do aluno, seguindo de aproveitamento de
estudos, de classificação ou reclassificação, para fins de regularização. Mas são
obrigatórios o registro e o arquivamento das avaliações feitas, conforme o
previsto no Regimento Escolar e na legislação pertinente.
21
§ 8º A matrícula, em regime de progressão parcial, deverá estar prevista
no Regimento Escolar, preservada a sequência do currículo, integrando o PPP
e o Regimento quanto ao seu plano especial de ensino, à sua duração e carga
horária.
§ 9º Consideram-se informações que, obrigatoriamente, devem constar
dos registros administrativos das instituições de ensino referentes aos seus
estudantes:
I - nome completo, data de nascimento, filiação e demais dados da
certidão de nascimento, no que couber;
II - cor/raça nos termos estabelecidos pelo IBGE;
III - nacionalidade e/ou país de origem, Unidade da Federação e
Município de nascimento;
IV - tipo de deficiência, transtorno global do desenvolvimento ou altas
habilidades/superdotação, se possuir laudo de especialista;
V - localização/zona de residência (urbana ou rural);
VI - nome social, quando for o caso;
VII – CPF, se possuir.
Art. 24. É direito subjetivo do aluno o acesso ao espaço escolar para
frequentar as aulas e demais ações pedagógicas, definidas, ministradas e
supervisionadas pela unidade escolar, como atividades curriculares, observado
o Regimento Interno.
§ 1º O acesso à escola é direito do aluno, não podendo ser vedado por
motivos tais como: falta de uniforme, falta de agenda, de carteiras de
identificação ou situações similares que devem ser comunicadas às famílias na
procura de solução dialogada.
§ 2º Exige-se frequência de 75 % (setenta e cinco por cento) do total de
horas-aula ministradas no período no Ensino Fundamental e, em caso de atrasos
22
constantes, a família deve ser convocada para conhecimento e
acompanhamento dos atos pedagógicos e/ou disciplinares que garantam a
permanência e o êxito do estudante no processo de aprendizagem.
§ 3º As faltas decorrentes de licença-maternidade, durante o período
contemplado pela legislação, serão compensadas pela realização de atividades
escolares alternativas, assegurando o direito ao acompanhamento escolar e à
avaliação.
§ 4º O controle de frequência fica a cargo da escola, conforme o disposto
no Regimento e nas normas desta Resolução.
CAPÍTULO VIII
DA CLASSIFICAÇÃO, DA RECLASSIFICAÇÃO, DO AVANÇO
Art. 25. Classificação, reclassificação, avanço e aceleração são
instrumentos legais que regulamentam o ingresso e o desenvolvimento do
estudante na educação básica.
§ 1º Classificação é o processo legal mediante o qual o estudante é
posicionado no ano ou etapa a que faz jus em uma escola, podendo ser
posicionado em qualquer ano ou etapa, exceto a primeira do Ensino
Fundamental:
a) por promoção, para alunos que cursaram com aproveitamento a série
ou fase anterior na própria escola;
b) por transferência, para estudantes oriundos de outras escolas, de
outros sistemas de ensino ou vindos do exterior;
c) independentemente de escolarização anterior, mediante avaliação
feita pela escola que defina o grau de desenvolvimento e a experiência do
23
estudante e permita sua inscrição na série ou etapa adequada, conforme
regulamentação do respectivo sistema de ensino.
§ 2º Reclassificação é o processo legal mediante o qual o estudante é
reposicionado em ano ou etapa mais adiantada daquela indicada no seu histórico
escolar, por possuir competências mais avançadas. Aplica-se ao aluno já
inserido no processo de escolarização, sendo efetuada pela escola no início do
período letivo, excluindo o primeiro ano do Ensino Fundamental.
§ 3º Avanço é o processo legal pelo qual o estudante, mediante
verificação de aprendizado no decorrer do período letivo, é matriculado em ano
ou período mais adiantado, por possuir grau de desenvolvimento e rendimento
escolar superior ao exigido no ano ou etapa que está cursando.
Art. 26. Classificação, reclassificação e avanço exigem avaliação
qualitativa individual que defina o grau de experiência e de desenvolvimento do
estudante e deve obrigatoriamente:
a) ser definida e regulamentada no PPP da Unidade Escolar;
b) ser determinada pela Unidade Escolar e validada pelo Conselho de
Classe;
c) abranger os objetivos de aprendizagem da Base Nacional Comum
Curricular;
d) ser realizada por uma comissão de docentes da unidade, nomeada
para tal fim, a qual se responsabilizará, para efeitos legais, pelos conteúdos
aferidos e notas emitidas;
e) ter os resultados registrados em ata e arquivados no dossiê do aluno.
Parágrafo Único. O estudante não pode ser reclassificado para a série
mais elevada, na hipótese de se encontrar retido ou em progressão parcial.
CAPÍTULO IX
24
DA AVALIAÇÃO DISCENTE NA EDUCAÇÃO BÁSICA
Art. 27. A avaliação é uma atividade pedagógica, intencional, de função
formativa, tendo como princípios o trabalho coletivo, a organização dos tempos
e espaços escolares, a compreensão das diferenças, o caráter inclusivo e os
processos de aprendizagens numa perspectiva diagnóstica, processual,
qualitativa, contínua e descritiva:
a) perspectiva diagnóstica da avaliação possibilita aos professores
acompanharem os avanços, as dificuldades e investirem nas potencialidades
dos estudantes, tornando-os partícipes do processo de aprendizagem;
b) perspectiva processual e contínua da avaliação possibilita o
monitoramento das aprendizagens e não aprendizagens, favorecendo o (re)
planejamento da ação pedagógica, a partir dos registros descritivos, das
atividades propostas, da organização das turmas, da autoavaliação dos
estudantes, demarcando também intrinsecamente as perspectivas qualitativas e
descritivas do processo avaliativo.
Art. 28. São critérios comuns às formas de avaliação da educação
básica, quando aplicáveis na etapa:
I - A avaliação discente é ação diagnóstica que visa à melhoria da
aprendizagem do estudante e do ato docente, bem como à atualização constante
dos processos educacionais da escola.
II - A avaliação do desempenho do estudante deve ser contínua,
cumulativa, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos.
III - A verificação da aprendizagem é instrumento decisivo para
aceleração de estudos dos estudantes com atraso escolar ou para aplicação do
processo de classificação/reclassificação.
IV - A avaliação deve ser adaptada às capacidades e limitações físicas
ou psicossociais de cada estudante, a prova escrita não deve ser a única
25
modalidade de avaliação de desempenho, tendo a escola total liberdade de optar
por outros instrumentos que valorizem a oralidade, a criatividade, o
protagonismo e as modalidades de comunicação mais adequadas às condições
do estudantes.
V - A recuperação da aprendizagem deve ser efetuada de imediato no
momento em que for detectada, de preferência no Conselho de Classe realizado
a cada bimestre. Exige acompanhamento individual do desempenho do
estudante, recorrendo a processos de recuperação personalizada, especial,
durante todo o período letivo, em sala, no turno e/ou no contraturno ou com
programas especiais.
VI - A avaliação dos estudantes submetidos a tratamento de saúde física
e psicológica deve ser individualizada, adequada às limitações que apresentam,
observadas as prescrições e recomendações dos profissionais de saúde que
lhes prestam atendimento e devendo a escola alertar a família quando for
necessária a orientação desses profissionais.
Art. 29. A escola estabelecerá, de forma circunstanciada, no seu Projeto
Político Pedagógico e no Regimento Escolar, as ações pedagógicas e as
condições mais adequadas para assegurar que o estudante alcance êxito nos
estudos na idade própria, bem como os procedimentos de avaliação, média para
aprovação, conforme a etapa, obedecendo aos parâmetros contidos nesta
normativa.
CAPÍTULO X
DA RECUPERAÇÃO
Art. 30. A recuperação é parte integrante do processo de aprendizagem
e de construção do conhecimento e deve ser entendida como intervenção
26
contínua e imediata por parte do professor e da escola acerca das atividades
efetuadas nas aulas e sua avaliação, monitorando se a aprendizagem aconteceu
individualmente e criando novas e diferenciadas situações de aprendizagem,
que precisam ser avaliadas.
§ 1º A recuperação deve:
I - ocorrer nos ambientes pedagógicos, cabendo ao docente criar novas
situações desafiadoras e dar atendimento individualizado ao estudante que dele
necessitar, por meio de atividades diversificadas;
II - ser definida no cronograma de atividades da unidade escolar;
III - ser prevista no PPP (Projeto Político Pedagógico), abrangendo
aspectos complementares da recuperação entendida no processo de forma
concomitante aos estudos ministrados no cotidiano da escola e de forma
contínua, ao longo de todo período letivo;
IV - abranger os conteúdos curriculares do ano/etapa em que o
estudante estiver matriculado;
V - ser objeto de avaliação individual, a fim de verificar se a recuperação
de conteúdos e a aprendizagem aconteceram.
§ 2º A escola não pode excluir o estudante do acesso à recuperação em
qualquer fase do ano letivo regular ou restringir o acesso a um número limitado
de componentes curriculares.
CAPÍTULO XI
DA PROGRESSÃO PARCIAL
Art. 31. A progressão parcial é o procedimento que permite a promoção
do estudante nos conteúdos curriculares nos quais demonstrou domínio
27
adequado e a sua retenção naqueles em que ficou evidenciada a lacuna de
aprendizagem, e que deve ser prevista no PPP (Projeto Político Pedagógico).
§ 1º A frequência não se vincula aos dias do período letivo regular,
podendo ser desenvolvida com encontros periódicos por meio de estudo
orientado, em dias e horários compatíveis com a unidade escolar e com o
estudante.
§ 2º A forma e as regras de aplicação da progressão parcial são decisões
devidamente motivadas e fundamentadas pelo Conselho de Classe, a qual o
estudante pertence, cabendo à escola definir os conteúdos a ser recuperados, o
programa de estudos, os tempos de execução, a escolha dos professores, a
forma de acompanhamento do estudante, a homologação do resultado final e
seu lançamento no histórico do estudante.
§ 3º Deve ser efetuada em, no máximo, dois componentes curriculares
da Base Nacional Comum Curricular, sendo que esse limite não se aplica à parte
diversificada.
§ 4º No ato da matrícula do estudante, a escola deve dar ciência à família
de que a progressão parcial deve ser realizada durante o ano letivo.
§ 5º Sua realização deve ser precedida de uma proposta oficial de
programa de estudo, com a ciência do estudante e da família, que lhes foi
apresentada pela unidade escolar, definindo metodologia, prazo de execução e
acompanhamento e formas de avaliação, com documentação em ata.
§ 6º O regime de progressão parcial pode ser realizado a partir da
conclusão do período letivo em que o estudante ficou de progressão, devendo
ser concluído antes ou durante o período letivo imediatamente posterior,
preferencialmente na escola onde estiver matriculado.
§ 7º No cumprimento do programa de estudo, a unidade escolar poderá
exigir do estudante momentos de acompanhamento individual de frequência
obrigatória, a ser registrada pelo professor que o orientará presencialmente.
28
§ 8º Esta carga horária, a ser cumprida presencialmente na escola, será
definida de acordo com as necessidades apontadas no programa de estudo, não
estando atrelada à mesma carga horária regular da disciplina.
§ 9º A unidade escolar poderá oferecer este acompanhamento
presencial destinado à progressão parcial para um ou grupos de estudantes,
considerando o melhor atendimento e a organização administrativa e
pedagógica da unidade escolar.
§ 10. A etapa de progressão parcial termina quando houver avaliação
positiva da aprendizagem do estudante nos componentes curriculares em que
estava reprovado.
§ 11. As unidades escolares devem receber a transferência de estudante
em progressão parcial, bem como lhe assegurar a recuperação da
aprendizagem, ainda que não ofereçam a etapa da progressão parcial.
§ 12. Cabe à escola, no uso de sua autonomia e dialogando com a
família, decidir o procedimento a ser seguido para a realização da progressão
parcial no caso do estudante que não a realizou no tempo devido.
CAPÍTULO XII
DO APROVEITAMENTO DE ESTUDOS
Art. 32. O aproveitamento de estudos é o processo que a unidade
escolar adota, no uso de sua autonomia, para reconhecer estudos e cursos como
válidos, mediante avaliação documental e complementação de estudos, quando
considerados necessários.
Parágrafo Único. A decisão, lavrada em ata, datada e assinada pela
comissão avaliadora, será de imediato lançada no histórico escolar do aluno.
29
CAPÍTULO XIII
DOS PROFISSIONAIS DO MAGISTÉRIO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
Art. 33. Profissionais do magistério são os que possuem a habilitação e
a titulação exigidas legalmente, que exercem atividades de efetivo trabalho
docente (professores, diretores e coordenadores pedagógicos) nas etapas e
modalidades ofertadas na Educação Infantil, no Ensino Fundamental e na
Educação de Jovens e Adultos.
Art. 34. É considerada atividade de efetivo trabalho docente qualquer
ação efetuada pelos professores, que propicie condições de aprendizagem com
qualidade, em ambientes escolares ou fora deles, desde que planejada,
acompanhada e supervisionada pela unidade escolar, conforme o seguinte:
a) participar da elaboração da proposta pedagógica da escola;
b) elaborar e cumprir o plano de trabalho, de acordo com a proposta
pedagógica da escola;
c) zelar pela aprendizagem dos alunos;
d) estabelecer estratégias de recuperação para alunos de menor
rendimento;
e) ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos;
f) participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento,
avaliação e desenvolvimento profissional.
§ 1º As reuniões de planejamento, de Conselho de Classe, do Colegiado
dos Professores e do Conselho Escolar, quando previstas no PPP ou
convocadas por órgão diretivo, são consideradas atividades de efetivo trabalho
docente.
30
§ 2º Compete aos professores, em suas atividades pedagógicas, criar e
adotar formas de trabalho cooperativo que desafiem a inteligência do aluno e
estimulem real interesse em aprender, dentre elas:
a) proporcionar mobilidade na composição de grupos nas salas de aula;
b) propiciar aos alunos a exploração das diversas linguagens artísticas
e literárias, de acordo com as aptidões individuais;
c) orientar a navegação e a pesquisa na realidade virtual;
d) incentivar formas de investigação e experiências de pesquisa;
e) utilizar espaços e materiais que ofereçam oportunidades de
aprendizagem;
f) promover debates e compartilhamento de experiências;
g) promover a integração de todos os educandos, envolvendo e
estimulando-os na busca de conhecimentos e no desenvolvimento de
habilidades;
h) acompanhar o desenvolvimento individual de cada educando,
proporcionando-lhe progressiva autonomia.
Art. 35. A formação exigida para atuar na educação básica far-se-á em
nível superior, em cursos de licenciatura de graduação plena, em instituições de
ensino superior ou em institutos superiores, devidamente autorizados pelo Poder
Público.
§ 1º A área de atuação docente abrange os componentes curriculares
correlacionados ao curso superior em que o docente foi habilitado ou área de
conhecimento, em caso de licenciatura com formação pluridisciplinar.
Art. 36. É obrigação do Sistema de Ensino promover a valorização dos
profissionais da educação básica, assegurando-lhes:
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I - constante aperfeiçoamento para os profissionais em atividade na área
educacional, inclusive com possibilidade de licenças periódicas remuneradas;
II - piso salarial, de acordo com a legislação que rege a matéria;
III - carreira docente, prevendo progressão baseada na titulação e na
avaliação do desempenho;
IV - período reservado a estudos, planejamento e avaliação;
V - condições condignas de trabalho.
CAPÍTULO XIV
DA EDUCAÇÃO INTEGRAL EM ESCOLA DE TEMPO INTEGRAL
Art. 37. Educação Integral é uma concepção de educação definida pelo
compromisso com o desenvolvimento dos sujeitos em todas as suas dimensões
– intelectual, física, emocional, social e cultural.
Art. 38. Escola de Tempo Integral tem como objetivo formar indivíduos
autônomos, solidários e competentes, por meio de formação escolar de
excelência, que permita ao aluno desenvolver conhecimentos e habilidades
necessários ao pleno desenvolvimento da pessoa humana e ao exercício da
cidadania, através de conteúdo pedagógico, cultural e social.
§ 1º Considera-se “de período integral” a jornada escolar que se
organiza, no mínimo, em 7 (sete) horas diárias, perfazendo uma carga horária
anual mínima de 1.400 horas.
§ 2º Uma escola de tempo integral caracteriza-se por um Projeto de
Escola de Tempo Integral que inclua:
32
a) programação, execução e avaliação das ações pedagógicas que
preencham e utilizem adequadamente o tempo, desenvolvendo práticas
pedagógicas de educação integral do educando;
b) o conceito de espaço escolar adequado para o desenvolvimento da
educação integral de acordo com as especificidades exigidas pela etapa
oferecida que envolva: infraestrutura adequada (sala de professores, refeitório,
banheiros com chuveiro, vestuário, espaço para descanso com colchonete,
quadra coberta); atividades culturais, artísticas, desportivas; uso orientado de
biblioteca; laboratórios de qualidade; acesso às redes virtuais; visitas
programadas de caráter pedagógico;
c) a presença de professores em tempo integral, qualificados e
comprometidos com o projeto.
Art. 39. O projeto da escola de tempo integral promoverá a ampliação de
tempos e espaços em sintonia com a ampliação das ações educativas de
qualidade, das oportunidades educativas, da intensificação da convivência e do
maior compartilhamento da tarefa de educar e cuidar entre os profissionais da
escola, das famílias e dos outros atores sociais, sob a coordenação da escola,
visando alcançar a melhoria da qualidade da aprendizagem, da convivência
social e diminuir as diferenças de acesso aos bens culturais, em especial entre
as populações socialmente mais vulneráveis.
§ 1º O currículo da escola de tempo integral, concebido como projeto
educativo integrado, implica a ampliação da jornada escolar diária mediante a
oferta de oportunidades educacionais, atividades e oficinas, tais como: o
acompanhamento pedagógico individualizado, o reforço, o turno e o contraturno,
o aprofundamento da aprendizagem, a pesquisa e a experimentação científica,
a cultura, as artes, a música, a educação física, o esporte, o lazer, as tecnologias
da comunicação e informação, os direitos humanos, a preservação do meio
ambiente, a promoção da saúde e da qualidade de vida, as visitas a centros de
cultura, de produção, de organizações sociais, entre outras atividades
pedagógicas curriculares, articuladas às áreas do conhecimento.
33
§ 2º As atividades ou oficinas serão desenvolvidas dentro do espaço
escolar ou fora dele, em espaços distintos da cidade ou do território onde está
situada a unidade escolar, mediante a utilização dos equipamentos sociais e
culturais disponíveis, incentivando parcerias com órgãos e entidades locais.
§ 3º Os órgãos executivos do Sistema Municipal de Educação de
Aparecida de Goiânia e dos municípios devem assegurar que a escola de tempo
integral efetue o atendimento aos alunos com infraestrutura adequada e pessoal
qualificado.
TÍTULO II
DAS ETAPAS DA EDUCAÇÃO BÁSICA
CAPÍTULO I
DA EDUCAÇÃO INFANTIL
Seção I
Do Conceito e da Competência
Art. 40. A Educação Infantil é direito subjetivo e universal de toda criança,
de responsabilidade do Estado e da família.
Art. 41. A Educação Infantil deve ser oferecida prioritariamente pelo
poder público municipal, em regime de colaboração com o Estado e a União,
oportunizando o ingresso e a permanência de todas as crianças do município em
instituições educacionais destinadas e adequadas, especificamente para a
34
primeira etapa da educação básica, acolhendo-as sem discriminação de
qualquer natureza.
Art. 42. A Educação Infantil pode ser ofertada pela iniciativa privada, por
instituições credenciadas e autorizadas em conformidade com as resoluções
normativas vigentes.
Seção II
Da Finalidade e dos Objetivos
Art. 43. A Educação Infantil visa ao desenvolvimento integral da criança
em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a
ação da família e da comunidade.
§ 1º Fazem parte dos direitos de aprendizagem e desenvolvimento da
criança na Educação Infantil: conviver, brincar, participar explorar, expressar, ser
cuidada e reconhecer-se.
§ 2º São cinco os principais campos de experiência nos quais as crianças
aprendem e desenvolvem seus direitos de aprendizagem:
I - O eu, os outros, o nós;
II – Corpo, gestos e movimentos;
III - Traços, sons, cores e formas;
IV - Escuta, fala, pensamento e imaginação;
V - Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações.
Art. 44. O objetivo da Educação Infantil é gerar e implementar condições
que garantam à criança:
35
I - Desenvolver uma imagem positiva de si, atuando de forma cada vez
mais independente, confiante em suas capacidades e percepção de suas
limitações;
II - Descobrir e conhecer progressivamente seu próprio corpo, suas
potencialidades e seus limites, desenvolvendo e valorizando hábitos de cuidado
com a própria saúde e bem-estar;
III - Estabelecer vínculos afetivos e de troca entre adultos e crianças,
fortalecendo sua autoestima e ampliando gradativamente suas possibilidades de
comunicação e interação social;
IV - Ampliar cada vez mais as relações sociais, aprendendo aos poucos
a articular seus interesses e pontos de vista, interagindo com os demais,
respeitando a diversidade e desenvolvendo atitudes de ajuda e colaboração;
V - Observar e explorar o ambiente com atitude de curiosidade,
percebendo-se cada vez mais como integrante, dependente e agente
transformador do meio ambiente, valorizando atitudes que contribuem para sua
conservação;
VI - Brincar expressando emoções, sentimentos, pensamentos, desejos
e necessidades;
VII - Utilizar as diferentes linguagens (corporal, musical, plástica, oral e
escrita) ajustadas às diferentes intenções e situações de comunicação, de forma
a compreender e ser compreendido, expressar suas ideias, sentimentos,
necessidades e desejos e avançar no seu processo de construção de
significados, enriquecendo cada vez mais sua capacidade expressiva;
VIII - Ampliar de forma progressiva suas experiências: individualidade,
alteridade, espacialidade, temporalidade, formas, volumes, quantidade,
qualidade, cores, relações, sensações, organizações, entre outras.
Seção III
36
Da Avaliação da Aprendizagem
Art. 45. A avaliação na Educação Infantil, numa concepção contínua e
formativa, deve ter como principal objetivo acompanhar as aprendizagens das
crianças, desde bebês, sem caráter de seleção, promoção ou classificação.
§ 1º A avaliação nessa etapa requer múltiplos registros e análises
sistemáticas pelo(as) professor(as), tanto das aprendizagens da turma quanto
da criança individualmente, demandando observação com fins de:
a) identificar suas formas de pensar; de agir; de compreender o mundo;
de elaborar teorias sobre fatos, acontecimentos, fenômenos; suas tentativas de
exploração e de entendimento em diferentes contextos; os aspectos que ainda
consistem em desafios em relação a diferentes assuntos, hábitos, costumes, os
conhecimentos; as pessoas, os objetos e materiais com quem interage mais;
dentre tantos outros elementos que devem ser acompanhados, registrados e
analisados;
b) observar as crianças em suas diferentes manifestações e expressões
– choros, olhares, sorrisos, balbucios, gestos, garatujas, palavras, brincadeiras,
desenhos, dramatizações, escrita espontânea, produções individuais e coletivas,
apresentações, entre outras.
§ 2º São instrumentos para avaliação das crianças:
I - o conhecimento das experiências da vida familiar e social do aluno;
II - a observação crítica e criativa das atividades, das brincadeiras e
interações das crianças no cotidiano das atividades escolares;
III - a utilização dos múltiplos registros efetuados pela instituição, família
e crianças, que permitam atestar os processos de desenvolvimento e
aprendizagem da criança;
37
IV - a criação de estratégias adequadas aos diferentes momentos de
transição vividos pela criança (transição casa/escola, posicionamento no interior
da instituição, transição creche/pré-escola e transição pré-escola/Ensino
Fundamental);
V - a documentação da escola que permita às famílias conhecer o
trabalho da instituição e os processos de desenvolvimento e aprendizagem da
criança na Educação Infantil, especialmente o Projeto Político Pedagógico;
VI - as reuniões periódicas com a família.
Seção IV
Dos Recursos Humanos
Art. 46. A direção da instituição de Educação Infantil deve ser exercida
por profissional habilitado em curso superior, preferencialmente Licenciatura em
Pedagogia.
Art. 47. A função de coordenador pedagógico deve ser exercida por
profissional com Licenciatura em Pedagogia.
Art. 48. A instituição de Educação Infantil deve contar com quadro de
docentes habilitados, de acordo com a legislação vigente.
Art. 49. A Secretaria Municipal de Educação deve definir e implementar
uma política de formação continuada, de modo a garantir profissionais
capacitados para atuarem na educação especial em uma perspectiva de
inclusão escolar para a diversidade humana, bem como os mantenedores das
instituições privadas devem promover e facilitar o acesso dos profissionais a
cursos de aperfeiçoamento, que atendam aos objetivos da Educação Infantil.
38
Parágrafo Único. A participação na formação continuada deve ser
orientada principalmente pelas necessidades oriundas da concepção e
execução do projeto político pedagógico, podendo ocorrer na própria instituição
ou fora dela.
Art. 50. A Secretaria Municipal de Educação, bem como as instituições
de educação infantil incentivarão a organização e a manutenção de equipes
multiprofissionais para atendimentos específicos às crianças sob sua
responsabilidade.
Seção V
Do Espaço, das Instalações, dos Equipamentos e Mobiliário
Art. 51. A Educação Infantil, primeira etapa da educação básica, será
oferecida em:
I - unidades de educação infantil, creche, para crianças de até três anos
e 11 meses;
II - unidades de educação infantil e/ou unidades de ensino fundamental,
pré-escola, para crianças de quatro anos a cinco anos e 11 meses.
§ 1º A Educação Infantil será oferecida em unidades de educação infantil
ou espaços equivalentes que se caracterizam como espaços institucionais não
domésticos, que constituem estabelecimentos educacionais públicos ou
privados, que educam e cuidam de crianças do nascimento aos cinco anos de
idade, em período que atenda à real necessidade da comunidade em que se
insere, em jornada integral ou parcial, regulados e supervisionados por órgão
competente do Sistema Municipal de Ensino de Aparecida de Goiânia e
submetidos a controle social.
39
Art. 52. O regime de funcionamento das instituições de educação infantil
deve atender a uma carga horária mínima de 800 (oitocentas) horas, distribuída
por um mínimo de 200 (duzentos) dias de trabalho educacional,
preferencialmente ininterrupto, oferecido durante todos os meses do ano civil, e
adequando o período da oferta às necessidades da comunidade local.
Parágrafo Único. Deve ser respeitado o direito às férias para as crianças
e para os profissionais da educação infantil.
Art. 53. Os espaços, os materiais e os equipamentos das instituições de
educação infantil devem ser construídos e organizados com a finalidade de
atender às necessidades das crianças e dos profissionais que nela trabalham.
Parágrafo Único. Os espaços, materiais e equipamentos devem ser
adequados ao uso por crianças com deficiências, conforme legislação
específica.
Art. 54. Os espaços, materiais e equipamentos serão organizados de
acordo com o projeto político pedagógico da instituição de educação infantil, a
fim de favorecer a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças, do
nascimento aos cinco anos e 11 meses, respeitadas as suas necessidades e
capacidades, observadas as normas pertinentes, emanadas do Conselho
Municipal Educação.
Parágrafo Único. Unidades escolares de ensino fundamental, que
mantenham turmas de educação infantil, devem ter espaços, materiais e
equipamentos de uso exclusivo para as crianças, do nascimento aos cinco anos
e 11 meses.
Art. 55. O espaço físico escolar deve atender às diferentes funções da
instituição de educação infantil e conter estrutura básica, que contemple:
I - espaços para recepção;
II - salas para professores e para serviços administrativo, pedagógico e
de apoio;
40
III - brinquedoteca contendo também brinquedos e material didático
disponível para o trabalho de conscientização das diferenças étnico-raciais, a fim
de educar as crianças para o conhecimento e respeito à diversidade, às
diferenças culturais e características raciais do povo brasileiro;
IV - salas para atividades com as crianças, com visão do ambiente
externo, com mobiliário e equipamentos adequados, que permitam variar sua
disposição, respeitando-se:
a) a metragem de 1,20 m² por criança atendida e 2,5 m² para o professor;
b) instalações e equipamentos adequados ao preparo de refeições;
c) sala para amamentação, que apresente perfeitas condições de
higiene e privacidade;
d) dormitório com berços de uso individual, dispostos numa distância de
no mínimo 50 cm entre si e entre eles e as paredes;
e) instalações sanitárias completas, separadas por gênero, suficientes e
adequadas para uso das crianças, dos adultos e das pessoas com deficiência;
f) salas providas de colchonetes e ou esteiras (ou similares como
tatames, piso flutuante), para repouso das crianças;
g) espaços destinados à cozinha com equipamentos adequados,
despensa, almoxarifado e lavanderia;
h) área coberta para recreação das crianças, compatível com a
capacidade de atendimento da instituição;
i) área livre, arborizada e ajardinada, que possibilite práticas esportivas
e recreativas, atividades artístico-culturais e de lazer.
Art. 56. O Sistema Municipal de Ensino considerará o diagnóstico de
necessidades apresentado pelos órgãos e/ou comunidade local, como prioridade
para autorizar a construção e/ou abertura de novos centros de educação infantil.
41
Parágrafo Único. É obrigação prioritária do Município o atendimento à
Educação Infantil e ao Ensino Fundamental, a fim de atender a todas as crianças
que nele residem.
Seção VI
Da Organização e do Funcionamento
Art. 57. A organização de agrupamentos ou turmas deverá respeitar
objetivos da Educação Infantil, as condições de aprendizagem e
desenvolvimento das crianças, suas necessidades e especificidades e as
exigências contidas nesta Resolução, observado ainda o que preconiza a
Resolução Normativa CME n.º 02, de 4 de fevereiro de 2019, para a organização
do espaço físico, considerando cada agrupamento.
Art. 58. Para cada agrupamento de crianças, será considerada a relação
professor/auxiliar educativo, conforme descrito:
a) os agrupamentos com as faixas etárias entre 0 (zero) a 3 (três) anos
e 11 (onze) meses - 1 (um) professor e 1 (um) auxiliar educativo;
b) os agrupamentos de crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos e 11
(onze) meses - com turno parcial, 1 (um) professor e com jornada integral 1(um)
professor e 1 (um) auxiliar educativo;
§ 1º Nos agrupamentos ou turmas onde houver crianças com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação devem
ser garantidos, pela instituição: Atendimento Educacional Especializado - AEE,
professores de apoio, intérpretes e demais profissionais que se fizerem
necessários ao desenvolvimento das atividades pedagógicas de alimentação,
higiene e locomoção.
42
§ 2º Na organização dos momentos de repouso, de escovação, de
banho, de alimentação, de parque e de acesso aos sanitários, deve-se assegurar
a presença de um profissional da educação no agrupamento ou turma.
§ 3º Nos momentos de intervalo do(a) professor(a) para o café, almoço
e outros, deve-se assegurar a presença de um profissional da educação no
agrupamento ou turma.
§ 4º Nas faltas ou períodos de licença do(a) professor(a), a instituição
deverá garantir outro professor(a) para substituí-lo(a).
CAPÍTULO II
DO ENSINO FUNDAMENTAL
Seção I
Da Competência
Art. 59. É dever do Sistema Educativo de Aparecida de Goiânia oferecer
com prioridade a Educação Infantil e o Ensino Fundamental público, gratuito, de
qualidade, aberto a todos, sem requisito de seleção.
Seção II
Dos Objetivos, Destinatários e Organização
Art. 60. O Ensino Fundamental tem por objetivo a formação básica do
cidadão, a emancipação e a promoção da igualdade social mediante:
43
I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios
básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;
II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da
tecnologia, das artes e dos valores nos quais se fundamenta a sociedade;
III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem tendo em vista
a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;
IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade
humana e de tolerância recíproca nos quais se assenta a vida social;
V - o fomento à criatividade, à investigação, à pesquisa e a busca de
solução para os problemas cotidianos.
Art. 61. O Ensino Fundamental, com duração de 9 (nove) anos, abrange
a faixa etária dos 6 (seis) aos 14 (quatorze) anos de idade e se estende, também,
a todos os que, na idade própria, não tiveram condições de frequentá-lo.
§ 1º A matrícula no Ensino Fundamental é obrigatória para crianças com
6 (seis) anos, nos termos da Resolução Normativa CME n.º 2, de 4 de fevereiro
de 2019.
§ 2º A carga horária mínima anual do Ensino Fundamental regular será
de 800 (oitocentas) horas-relógio, distribuídas em, pelo menos, 200 (duzentos)
dias de efetivo trabalho escolar.
§ 3º Para a formação de turmas do Ensino Fundamental na rede pública
e na rede privada, devem ser consideradas as dimensões físicas das salas de
aula, as condições materiais dos estabelecimentos de ensino, as necessidades
pedagógicas de ensino e aprendizagem e, também, o máximo de:
a) 30 (trinta) estudantes para os dois primeiros anos;
b) 35 (trinta e cinco) estudantes para terceiro e quarto ano;
c) 40 (quarenta) estudantes para quinto ao nono ano.
44
Seção III
Da Estrutura da Proposta Curricular
Art. 62. O Documento Curricular para Goiás apresenta a necessidade de
uma organização curricular que, por meio do domínio dos conhecimentos
escolares, da construção de valores, atitudes e habilidades, assegure a
continuidade da aprendizagem e do desenvolvimento pleno de todos os
estudantes ao longo da educação básica de forma que o conteúdo da Base
Nacional Comum Curricular do Ensino Fundamental se articule às áreas do
conhecimento e respectivos componentes curriculares:
I - Linguagens (Arte, Educação Física, Língua Portuguesa e Língua
Inglesa);
II - Matemática (Matemática);
III - Ciências da Natureza (Ciências da Natureza);
IV - Ciências Humanas (História e Geografia).
Seção IV
Do Ciclo de Alfabetização
Art. 63. Conforme a Base Nacional Comum Curricular, os dois primeiros
anos iniciais do Ensino Fundamental têm como foco da ação pedagógica o
processo de alfabetização das crianças.
§ 1º O processo de alfabetização consolida-se nos dois primeiros anos,
justificando-se por compreender a criança e suas aprendizagens num processo
45
contínuo, em que a apropriação dos conhecimentos se amplia, diversifica e ao
longo do processo possibilita o seu desenvolvimento intelectual.
§ 2º A transição entre as etapas iniciais da educação básica – da
Educação Infantil para os anos iniciais do Ensino Fundamental – dos anos
iniciais para os anos finais do Ensino Fundamental - deve ser entendida como
um processo contínuo, progressivo e sistemático de aprendizagem e
desenvolvimento.
Art. 64. O ciclo de alfabetização deve assegurar:
I - a alfabetização e o letramento;
II - a capacidade de pensar, escrever e comunicar-se com propriedade;
III - o desenvolvimento de atividades de leitura e escrita;
IV - a integração entre os diferentes componentes curriculares com a
vida cotidiana, articulados de forma a desenvolver habilidades e conceitos
diversificados, ampliando a compreensão do mundo em todos os aspectos:
social, político, cultural;
V - a integração entre os diferentes componentes curriculares, no
planejamento do(a) professor(a), ao estabelecer, a partir do diagnóstico de cada
criança e da turma, os objetivos que se quer alcançar e a ação didática que
demarca a intencionalidade pedagógica.
Parágrafo Único. Nos dois primeiros anos, os objetos de conhecimento
e habilidades apresentados em cada componente curricular é que possibilitarão
a apropriação dos conhecimentos necessários para a consolidação do processo
de alfabetização das crianças.
Art. 65. No ciclo de alfabetização não pode haver quebra de
continuidade, não sendo admitida retenção durante sua execução.
Seção V
46
Da Atividade Docente
CAPÍTULO III
DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
Art. 66. Entende-se por Educação Especial, conforme o que
preconiza a Lei n.º 9.394/96, a modalidade de educação escolar oferecida
preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.
Parágrafo Único. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
superdotação:
I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização
específica para atender às suas necessidades;
II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível
exigido para a conclusão do Ensino Fundamental, em virtude de suas
capacidades potencialidades;
III - aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para
os superdotados;
IV - professores com habilitação para atendimento especializado, bem
como professores do ensino regular capacitados para a integração desses
educandos nas classes comuns;
V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais
suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular.
47
Art. 67. A Educação Especial decorre do direito subjetivo universal à
educação básica e é dever constitucional do Estado, da família, da comunidade
escolar e sociedade assegurar o acesso a todos os educandos que dela
necessitarem, garantindo a política pública de inclusão social.
§ 1º A Educação Especial deve ser ofertada desde a etapa da Educação
Infantil e a família deve cooperar com a escola, fornecendo as informações
necessárias e colaborando para o percurso formativo do estudante.
§ 2º Na Educação Especial há necessidade de apoio extensivo ou
generalizado, com currículo flexível, com metodologia e tecnologia assistiva, que
vise ao progressivo desenvolvimento do educando, de acordo com o tipo de
deficiência.
§ 3º Para atender aos estudantes da Educação Especial, a escola
regular deverá ter Atendimento Educacional Especializado – AEE, serviço de
apoio complementar e suplementar à escolarização.
§ 4º Em casos excepcionais em que, em função das condições
específicas dos estudantes, não for possível a integração nas classes comuns
do ensino regular, a escolarização com AEE será feita em classes, escolas e
serviços especializados.
§ 5º A excepcionalidade se configura no caso de educandos que
apresentarem deficiência intelectual de nível de apoio extensivo ou generalizado
e no caso de deficiência múltipla.
§ 6º A participação dos educandos com deficiência e de suas famílias,
nas diversas instâncias de atuação da comunidade escolar, deve ser promovida
pela instituição escolar.
Art. 68. É vedada às instituições privadas a cobrança de valores
adicionais de qualquer natureza nas mensalidades, anuidades e matrículas do
estudante com deficiência e com transtornos globais do desenvolvimento.
48
CAPÍTULO IV
DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS – EJA
Seção I
Do Conceito de EJA
Art. 69. A Educação de Jovens e Adultos – EJA destina-se àqueles que
não tiveram acesso à escola na idade própria, legalmente prevista, ou que nela
não puderam permanecer, tendo como objetivo essencial proporcionar-lhes a
oportunidade para cursar a educação básica, direito subjetivo e universal,
consideradas as características do estudante, seus interesses e condições de
vida e trabalho.
Seção II
Dos Preceitos e Parâmetros
Art. 70. São parâmetros que devem ser obedecidos na Educação de
Jovens e Adultos:
I - Para ingresso no Ensino Fundamental, a idade mínima é de 15
(quinze) anos;
II - As diretrizes curriculares, tanto da Base Nacional Comum quanto da
parte diversificada, deverão ser observadas;
III - A frequência de 75% (setenta e cinco por cento) nas atividades
escolares previstas para cada período e/ou módulo na modalidade EJA;
49
IV - Efetivação de matrícula a qualquer dia do ano letivo, sem prejuízo
do cumprimento da carga horária total;
V – Avaliação da aprendizagem deve ser contínua, cumulativa e com
prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos.
§ 1º O aluno de EJA, sem comprovante de vida escolar anterior, no ato
da matrícula, será submetido à classificação, que o posicionará na etapa
compatível com seu grau de desenvolvimento e conhecimentos já adquiridos de
maneira formal e informal, obedecidos os parâmetros conforme legislação
vigente.
§ 2º A avaliação na EJA deve respeitar as características próprias do
estudante.
§ 3º A operacionalização do processo de avaliação e sua peculiaridade
deve ser definida no Projeto Político Pedagógico e no Regimento da unidade
escolar e ser conhecida e aplicada por todos os educadores.
§ 4º O processo de desenvolvimento da aprendizagem de cada
estudante deve ser objeto de verificação e análise permanente pelo Conselho de
Classe, que deve tomar as medidas que se fizerem necessárias para a
recuperação imediata da aprendizagem desse estudante caso apresente
dificuldades de qualquer natureza.
§ 5º Acompanhamento especial individualizado e recuperação paralela
ofertada aos estudantes que demonstrarem dificuldades de desenvolvimento e
efetuada por equipe devidamente preparada, em horário compatível com a
atividade profissional exercida pelo estudante.
Art. 71. A duração mínima dos cursos de EJA:
I - para os anos iniciais do Ensino Fundamental (do 1º ao 5º ano), a
duração desta primeira etapa será de 1.200 (mil e duzentas) horas, em no
mínimo 1 ano e 6 meses;
50
II - para os anos finais do Ensino Fundamental (do 6º ao 9º ano), a
duração desta segunda etapa será de 1.600 (mil e seiscentas) horas, no mínimo
em 2 anos.
§ 1º O estudante que solicitar acesso à segunda etapa de EJA, sem ter
cursado a primeira etapa, deverá ser submetido a processo de classificação a
fim de comprovar se possui as competências exigidas para a conclusão da
primeira etapa.
§ 2º Os professores de EJA, além da formação mínima necessária
determinada pela Lei n.º 9394/96, devem ter preparação adequada para
ministrar essa modalidade da educação básica.
Art. 72. A Educação de Jovens e Adultos poderá ser ofertada por
instituição, cujo credenciamento/recredenciamento e autorização/renovação de
cursos nesta modalidade tenham sido aprovados pelo Conselho Municipal de
Educação de Aparecida de Goiânia.
Subseção III
Do Currículo
Art. 73. O currículo pleno da EJA é composto pela Base Nacional
Comum Curricular e pela parte diversificada, distribuídas nas três etapas.
Art. 74. A matriz curricular da EJA compreende:
a) alfabetização e letramento (a escrita, a leitura, a interpretação do
texto, a comunicação e o domínio das operações básicas do cálculo);
b) quatro áreas do conhecimento: Linguagens e suas tecnologias;
Matemática e suas tecnologias; Ciências da Natureza e suas tecnologias; e
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.
51
TÍTULO III
DAS FUNÇÕES DE REGULAÇÃO, SUPERVISÃO E AVALIAÇÃO ESCOLAR
CAPÍTULO I
DA COMPETÊNCIA DO CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
Art. 75. Compete ao Conselho de Educação de Aparecida de Goiânia:
I - Emitir parecer sobre:
a) Plano Municipal de Educação e sua reformulação, se for o caso,
supervisionando a sua execução, de acordo com a legislação vigente;
b) consultas e assuntos de natureza pedagógica e educacional que lhe
forem submetidos à apreciação;
c) funcionamento dos Conselhos Escolares e/ou equivalentes;
d) promover sindicância para apurar fatos e respectivas
responsabilidades no âmbito de sua jurisdição.
II - sugerir medidas que visem à reorganização e funcionamento do
Sistema Municipal de Ensino, bem como à sua expansão e melhoria;
III - propor medidas para a expansão de oportunidades de acesso de
todos à educação;
IV – interpretar, no âmbito de sua jurisdição, as disposições legais que
fixam diretrizes e bases da educação;
52
V - buscar articulação com órgãos não governamentais, com entidades
federais, estaduais e municipais para assegurar a integração e a divulgação de
projetos e programas educacionais;
VI - baixar normas que regulamentem:
a) credenciamento e autorização de funcionamento, o
recredenciamento e a renovação da autorização e a inspeção das instituições
jurisdicionadas ao Sistema Municipal de Ensino;
b) atendimento educacional aos estudantes com necessidades
educacionais especiais;
c) Educação Infantil e Ensino Fundamental;
d) Educação de Jovens e Adultos;
e) aproveitamento de estudos;
f) exames de classificação e reclassificação de estudantes;
g) aprovação de Projetos de Capacitação dos Trabalhadores em
Educação do Município;
h) avaliação de aprendizagem e duração do período letivo no Sistema
Municipal de Ensino;
i) aceleração e avanço de estudos para os estudantes com atraso
escolar, em relação à idade/série, no Sistema Municipal de Ensino;
j) recuperação e complementação curricular;
k) registros de vida escolar.
Art. 76. O funcionamento de unidade escolar do Sistema de Ensino de
Aparecida de Goiânia para oferta de Educação Infantil e Ensino Fundamental
depende de prévia autorização do Conselho Municipal de Educação.
53
Parágrafo Único. A instituição que desenvolver atividades de ensino da
educação básica no município de Aparecida de Goiânia sem o prévio
credenciamento e autorização de funcionamento do Conselho Municipal de
Educação de Aparecida de Goiânia, resguardado o direito de ampla defesa e do
contraditório, terá:
a) notificação para regularizar sua situação documental, com prazo
definido de no máximo 90 dias, nos termos desta resolução;
b) denúncia de atividade irregular, ilegal e lesiva à sociedade e aos
educandos encaminhada ao Ministério Público e à Polícia Civil.
CAPÍTULO II
DA REGULAÇÃO
Seção I
Da Criação
Art. 77. Criação é o ato próprio pelo qual o mantenedor formaliza a
intenção de criar, denominar e manter estabelecimento de ensino e se
compromete a sujeitar seu funcionamento à legislação e às normas do Sistema
Municipal de Ensino de Aparecida de Goiânia.
§ 1º O ato de criação e denominação efetiva-se, para estabelecimento
mantido pelo poder público municipal, por lei, e, para o mantido pela iniciativa
privada, por manifestação expressa do mantenedor, em ato jurídico ou
declaração própria, registrado em Cartório ou Junta Comercial, conforme o caso.
§ 2º O ato de criação e de denominação a que se refere este artigo, por
si só, não autoriza o funcionamento do estabelecimento e não obriga o Conselho
54
Municipal de Educação de Aparecida de Goiânia a validar os atos pedagógicos
praticados, pois dependem do ato administrativo, prévio, de credenciamento da
instituição e da autorização de funcionamento do curso.
Seção II
Dos Procedimentos
Art. 78. O Conselho Municipal de Educação de Aparecida de Goiânia
garante o direito de petição, devendo ser o pedido devidamente formalizado pelo
interessado legal, acompanhado da documentação necessária para a
apreciação e deliberação do autuado junto a esse órgão, conforme o que
preconiza esta normativa.
§ 1º No ato de apresentação do pedido, o solicitante será orientado a fim
de que o processo protocolado contenha toda a documentação exigida para o
objeto da petição e para a observância das datas protocolares.
§ 2º Não serão protocolizadas as petições sem a documentação
completa exigida.
§ 3º A mantenedora deve solicitar credenciamento e autorização de
funcionamento de cursos para cada unidade escolar ou pessoa jurídica, em
processos individualizados.
§ 4º Os documentos, alvará da Vigilância Sanitária e laudo do Corpo de
Bombeiros, deverão ser renovados sempre que vencidos, independentemente
do prazo de autorização de funcionamento emitido pelo Conselho Municipal de
Educação.
Seção III
55
Do Credenciamento
Art. 79. Credenciamento é o ato administrativo oriundo do órgão
normativo educacional competente, que dá crédito e publicidade sobre a
legalidade, a regularidade, a idoneidade, a habilitação e a competência para
prestar o serviço público da educação, ou pelo Poder Público ou por Pessoas
Jurídicas Privadas, expedido pelo Conselho Municipal de Educação de
Aparecida de Goiânia e que possibilita a instituição de ensino ministrar, com
regularidade, as etapas e modalidades em Aparecida de Goiânia.
I – O credenciamento é concedido por prazo determinado que, ao
vencer, deve ser renovado por meio do recredenciamento.
II - O pedido para o primeiro credenciamento institucional, dirigido ao
Presidente do Conselho Municipal de Educação de Aparecida de Goiânia, deve
ser efetuado até 120 (cento e vinte) dias antes da data prevista para início de
funcionamento da Unidade Escolar.
Art. 80. O pedido de credenciamento da instituição educacional privada
e pública deverá ser feito no Conselho Municipal de Educação de Aparecida de
Goiânia, em processo único concomitantemente com a solicitação de
autorização de funcionamento da etapa da educação básica que pretende
ministrar.
Seção IV
Da Autorização de Funcionamento e sua Renovação
Art. 81. A autorização de funcionamento de etapa e/ou modalidade da
educação básica é o ato administrativo pelo qual o Conselho Municipal de
Educação de Aparecida de Goiânia, após análise, apreciação e aprovação do
56
pedido, baixa resolução, ato normativo específico, permitindo o funcionamento
das etapas da educação básica especificadas no requerimento da mantenedora,
no caso das escolas privadas, ou da direção escolar, no caso das escolas
públicas municipais.
§ 1º A autorização de funcionamento é pré-requisito indispensável para
início das atividades do curso.
§ 2º No prazo de 120 (cento e vinte) dias antes do vencimento do
credenciamento e da autorização, a instituição solicitará renovação de
autorização, instruindo o processo com os documentos exigidos.
Art. 82. Para que sejam consideradas regulares e validadas as ações
pedagógicas, administrativas e didáticas de uma escola, o credenciamento da
instituição e a autorização de curso devem ter sua validade temporal
constantemente atualizada, para efeito de regulação e de controle social.
Art. 83. Nas publicações, placas, letreiros, carimbos, sites, redes sociais
e outros que tratem do credenciamento e da autorização da unidade escolar,
deverão constar a referência aos números dos atos administrativos que dão
amparo legal ao credenciamento da instituição e à autorização de funcionamento
da etapa escolar que ministra.
Seção V
Do Credenciamento e Autorização de Funcionamento para Instituições
Municipais
Art. 84. As unidades escolares da rede pública municipal de Aparecida
de Goiânia, criadas por lei, devem instruir o pedido de autorização de
funcionamento com os seguintes documentos:
57
I - requerimento dirigido ao Presidente do Conselho Municipal de
Educação de Aparecida de Goiânia, subscrito pelo diretor da unidade escolar ou
seu representante legal, até 120 (cento e vinte) dias antes da data prevista para
o início de funcionamento ou do vencimento de seu ato de credenciamento ou
autorização;
II - prova de designação ou nomeação do diretor e do coordenador geral;
III - identificação do estabelecimento de ensino, a saber:
a) nome da unidade escolar;
b) endereço;
c) lei de criação e de denominação devidamente comprovada;
d) descrição do espaço físico e das condições das edificações,
equipamentos, recursos físicos, didáticos e de acesso e locomoção para
pessoas com deficiência;
e) cópia legível do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica - CNPJ.
IV - planta baixa do prédio onde funcionará o estabelecimento, com
indicação objetiva dos ambientes e suas dimensões, incluindo a biblioteca e as
áreas livres para recreação, atividades esportivas e culturais;
V - fotografias das dependências da instituição (de 6 a 8 fotografias);
VI - cópia do PPP e da ata de sua aprovação pela comunidade escolar
e parecer técnico da Secretaria Municipal de Educação;
VII - cópia do Regimento Escolar e da ata de sua aprovação pela
comunidade escolar, nos termos dos parâmetros estabelecidos pelo Conselho
Municipal de Educação de Aparecida de Goiânia;
VIII - síntese do currículo pleno da etapa da educação básica a ser
ministrada;
58
IX - relação nominal dos servidores administrativos e pedagógicos;
X - currículo atualizado do diretor;
XI - alvará da Vigilância Sanitária;
XII - Certificado de Conformidade expedido pelo Corpo de Bombeiros;
XIII - Laudo Técnico com base nos dados coletados durante a visita in
loco com verificação da documentação apresentada, cumprimento das normas
legais, pedagógicas e administrativas, qualificação do pessoal técnico, docente,
compatibilização dos dados apresentados na descrição do prédio com a
estrutura física da escola, a fim de verificar a capacidade das instalações para o
atendimento do projeto político pedagógico e da demanda estudantil e
informações complementares, assinado pelo inspetor escolar e pelo conselheiro
e/ou técnico designado pela presidência.
Seção VI
Do Credenciamento e Autorização de Funcionamento para Instituições
Educacionais Privadas
Art. 85. O pedido de credenciamento da instituição e autorização de
funcionamento da etapa escolar das instituições educacionais privadas deve ser
feito por meio de requerimento ao Presidente do Conselho Municipal de
Educação, subscrito pelo representante legal da entidade mantenedora, ou pelo
diretor da unidade escolar.
Art. 86. O pedido de credenciamento da instituição e autorização de
funcionamento deve ser instruído com os seguintes documentos e informações:
I – Da Pessoa Jurídica:
a) cópia dos documentos pessoais dos sócios;
59
b) cópia legível ou registro eletrônico do estatuto ou contrato social
devidamente registrado em Cartório ou Junta Comercial, conforme a natureza
da mantenedora.
c) prova de idoneidade moral de todos os sócios, expedida por órgãos
ou entidades públicas;
d) cópia legível ou registro eletrônico de inscrição no Cadastro Nacional
de Pessoa Jurídica - CNPJ;
e) prova de regularidade com as Fazendas Federal, Estadual ou
Municipal, ou outra equivalente, na forma da lei;
f) demonstração de sustentabilidade financeira, que ateste a capacidade
financeira para manter instituição de ensino, indicada em seu capital social, na
declaração de bens patrimoniais ou em outros recursos disponíveis.
II - Da instituição educacional mantida:
a) prova de propriedade do imóvel ou da sua locação ou cessão, pelo
prazo mínimo de 5 (cinco) anos;
b) identificação do estabelecimento de ensino, a saber:
1. nome da unidade escolar;
2. endereço, devidamente comprovado;
3. descrição do espaço físico e das condições das edificações,
equipamentos, recursos físicos, didáticos e de acesso e locomoção para
pessoas com deficiência.
III - fotografias das dependências da instituição (de 6 a 8 fotografias);
IV - planta baixa do prédio onde funcionará o estabelecimento, com
indicação objetiva dos ambientes e suas dimensões, incluindo a biblioteca e as
áreas livres para recreação, atividades esportivas e culturais;
60
V - alvará da Vigilância Sanitária;
VI - Certificado de Conformidade expedido pelo Corpo de Bombeiros;
VII - currículo vitae dos dirigentes da unidade escolar;
VIII - síntese do currículo vitae dos profissionais responsáveis pela
Coordenação Pedagógica;
IX - relação nominal dos funcionários e suas respectivas funções;
X - cópia dos documentos pessoais e comprovante de escolaridade dos
profissionais da área pedagógica;
XI - cópia de registro em carteira dos funcionários;
XII - cópia do PPP com calendário escolar anexado e ata de sua
aprovação pela comunidade escolar;
XIII - cópia do Regimento Escolar, com ata de sua aprovação pela
comunidade escolar, nos termos dos parâmetros estabelecidos pelo Conselho
Municipal de Educação de Aparecida de Goiânia;
XIV - síntese do currículo pleno da etapa da educação básica a ser
ministrada;
XV - cópia legível da última autorização de funcionamento/CEE;
XVI - Laudo Técnico com base nos dados coletados durante a visita in
loco com verificação da documentação apresentada, cumprimento das normas
legais, pedagógicas e administrativas, qualificação do pessoal técnico, docente,
compatibilização dos dados apresentados na descrição do prédio com a
estrutura física da escola, a fim de verificar a capacidade das instalações para o
atendimento do projeto político pedagógico e da demanda estudantil e
informações complementares, assinado pelo inspetor escolar e pelo conselheiro
e/ou técnico designado pela presidência.
61
Seção VII
Dos Procedimentos para o Recredenciamento e a Renovação da Autorização
Art. 87. As unidades escolares públicas e privadas, findo o prazo do ato
autorizativo, deverão requerer ao Conselho Municipal de Educação o
recredenciamento e a renovação de autorização de seus cursos, atualizando os
dados.
§ 1º Para recredenciamento e renovação de autorização de
funcionamento das unidades escolares públicas, o pedido deve ser instruído com
os seguintes documentos e informações:
I - requerimento dirigido ao Presidente do Conselho Municipal de
Educação de Aparecida de Goiânia, subscrito pelo diretor da unidade escolar ou
seu representante legal;
II - prova de designação ou nomeação do diretor e do coordenador geral;
III - identificação do estabelecimento de ensino, a saber:
a) descrição do espaço físico e das condições das edificações,
equipamentos, recursos físicos, didáticos e de acesso e locomoção para
pessoas com deficiência.
IV - planta baixa do prédio, caso haja ampliação e/ou modificações;
V - fotografias das dependências da instituição (de 6 a 8 fotografias),
caso haja modificações;
VI - cópia do PPP e da ata de sua aprovação pela comunidade escolar
e parecer técnico emitido pela Secretaria Municipal de Educação;
VII - cópia do Regimento Escolar e da ata de aprovação pela
comunidade escolar, nos termos dos parâmetros estabelecidos pelo Conselho
Municipal de Educação de Aparecida de Goiânia;
62
VIII - síntese do currículo pleno da etapa da educação básica a ser
ministrada;
IX - relação nominal dos servidores administrativos e pedagógicos;
X - currículo atualizado do diretor;
XI - alvará da Vigilância Sanitária;
XII - Certificado de Conformidade expedido pelo Corpo de Bombeiros;
XIII - Laudo Técnico com base nos dados coletados durante a visita in
loco com verificação da documentação apresentada, cumprimento das normas
legais, pedagógicas e administrativas, qualificação do pessoal técnico, docente,
compatibilização dos dados apresentados na descrição do prédio com a
estrutura física da escola, a fim de verificar a capacidade das instalações para o
atendimento do projeto político pedagógico e da demanda estudantil e
informações complementares, assinado pelo inspetor escolar e pelo conselheiro
e/ou técnico designado pela presidência.
§ 2º Para recredenciamento e renovação de autorização de
funcionamento as unidades escolares da rede privada, deve-se instruir o pedido
com os seguintes documentos e informações:
I – Da Pessoa Jurídica:
a) cópia dos documentos pessoais dos sócios;
b) cópia legível ou registro eletrônico do estatuto ou contrato social
devidamente registrado em Cartório ou Junta Comercial, conforme a natureza
da mantenedora;
c) prova de idoneidade moral de todos os sócios, expedida por órgãos
ou entidades públicas;
d) cópia legível ou registro eletrônico de inscrição no Cadastro Nacional
de Pessoa Jurídica - CNPJ;
63
e) prova de regularidade com as Fazendas Federal, Estadual ou
Municipal, ou outra equivalente, na forma da lei.
II - Da instituição educacional mantida:
a) prova de propriedade do imóvel ou da sua locação ou cessão, pelo
prazo mínimo de 5 (cinco) anos;
b) identificação do estabelecimento de ensino, a saber:
1. nome da unidade escolar;
2. endereço, devidamente comprovado;
3. descrição do espaço físico e das condições das edificações,
equipamentos, recursos físicos, didáticos e de acesso e locomoção para
pessoas com deficiência.
V - fotografias das dependências da instituição (de 6 a 8 fotografias),
caso haja modificações;
VI - planta baixa do prédio, caso haja ampliação e/ou modificações;
VII - alvará da Vigilância Sanitária;
VIII - Certificado de Conformidade expedido pelo Corpo de Bombeiros;
IX - currículo vitae dos dirigentes da unidade escolar;
X - síntese do currículo vitae dos profissionais responsáveis pela
coordenação pedagógica;
XI - relação nominal dos funcionários e suas respectivas funções;
XII - cópia dos documentos pessoais e comprovante de escolaridade dos
profissionais da área pedagógica;
XIII - cópia de registro em carteira dos funcionários;
64
XIV - cópia do PPP com calendário escolar anexado e ata de sua
aprovação pela comunidade escolar;
XV - cópia do Regimento Escolar, com ata de sua aprovação pela
comunidade escolar, nos termos dos parâmetros estabelecidos pelo Conselho
Municipal de Educação de Aparecida de Goiânia;
XVI - síntese do currículo pleno da etapa da educação básica a ser
ministrada;
XVII - cópia legível da última autorização de funcionamento/CEE;
XVIII - Laudo Técnico com base nos dados coletados durante a visita in
loco com verificação da documentação apresentada, cumprimento das normas
legais, pedagógicas e administrativas, qualificação do pessoal técnico, docente,
compatibilização dos dados apresentados na descrição do prédio com a
estrutura física da escola, a fim de verificar a capacidade das instalações para o
atendimento do projeto político pedagógico e da demanda estudantil e
informações complementares, assinado pelo inspetor escolar e pelo conselheiro
e/ou técnico designado pela presidência.
Art. 88. Os atos autorizativos podem ser cassados, se comprovadas
irregularidades ou descumprimento de seus termos, respeitados os princípios de
ampla defesa e do contraditório, da motivação, da finalidade, da segurança
jurídica, da razoabilidade, da moralidade e da proporcionalidade, de acordo com
processo de apuração, parecer e o voto do Conselho Municipal de Educação.
Seção VIII
Dos Prazos
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Art. 89. O credenciamento/recredenciamento e a autorização de
funcionamento e sua renovação serão concedidos por prazos que legitimam a
validade dos atos pedagógicos da instituição, a saber:
I - O primeiro credenciamento e a primeira autorização de funcionamento
terão prazo de validade por no máximo 4 (quatro) anos, conforme descrito:
a) excelente - 4 (quatro) anos;
b) ótimo - 3 (três) anos;
c) bom - 2 (dois) anos;
d) regular - 1 (um) ano, com termo de ajuste;
e) ruim – ato de autorização negado.
II – Os prazos de recredenciamento e renovação de autorização de
funcionamento obedecerão à temporalidade, dependendo da qualidade
apresentada pela instituição na avaliação concernente às dimensões: gestão
institucional; espaço físico da instituição; organização do ambiente de trabalho;
Projeto Político Pedagógico e Regimento Escolar; formação dos profissionais da
educação; políticas de acesso, permanência e sucesso na escola com indicação
das práticas pedagógicas e de avaliação, combate à repetência e à evasão,
conforme descrito:
a) excelente - 6 (seis) anos;
b) ótimo - 5 (cinco) anos;
c) bom - 4 (quatro) anos;
d) regular - 3 (três) anos;
e) ruim 1 (um) ano com assinatura de termo de ajuste;
f) péssimo – ato de renovação de autorização negado.
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Parágrafo Único. No caso da primeira autorização de curso, a cópia do
PPP e Regimento Escolar, a ser elaborados e aprovados pela comunidade
escolar, deverão ser apresentados ao Conselho Municipal de Educação de
Aparecida de Goiânia em, no máximo, 90 (noventa) dias após o início das
atividades letivas.
Seção IX
Do Quadro de Pessoal
Art. 90. É requisito fundamental para a concessão dos atos de regulação
solicitados que a instituição tenha profissionais habilitados de acordo com a
legislação em vigor e que atuem na área de formação em sintonia com a
proposta pedagógico-administrativa do PPP da instituição, a saber:
I - Quadro gestor: diretores e coordenadores;
II - Quadro docente: anonimato do corpo docente, com os dados de
identificação pessoal e profissional, com indicação de sua habilitação, área de
atuação e regime de trabalho;
III - Quadro de pessoal técnico-administrativo, com dados de
identificação pessoal e profissional.
Art. 91. A unidade escolar deve manter constantemente atualizado o
cadastro desses quadros de pessoal.
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CAPÍTULO III
Da Supervisão
Art. 92. Cabe ao Conselho Municipal de Educação de Aparecida de
Goiânia, em ação conjunta com a Secretaria Municipal de Educação,
supervisionar o cumprimento da legislação que regulamenta o credenciamento
das instituições e o funcionamento adequado das unidades escolares
pertencentes ao Sistema de Ensino de Aparecida de Goiânia.
Seção I
Dos Aspectos Físicos da Unidade Escolar
Subseção I
Do Prédio Escolar
Art. 93. O prédio escolar, espaço físico arquitetônico que garante as
condições adequadas para oferta da educação básica, deve atender às normas
de funcionamento e especificações técnicas da legislação específica, inclusive
as definidas no Código de Edificações e Obras do Município, e ter as seguintes
características:
I - acessibilidade: condições de alcance com segurança e autonomia por
todos os estudantes, profissionais e comunidade escolar, inclusive por pessoas
com deficiência ou com mobilidade reduzida, eliminando todas as barreiras
físicas e arquitetônicas que limitam ou impeçam a participação social do
educando;
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II - espaços pedagógicos que atendam de maneira adequada às
diferentes funções administrativas, técnico-pedagógicas, recreativas, de
serviços gerais, bem como instalações sanitárias suficientes;
III - condições adequadas de localização, funcionalidade, segurança,
salubridade, saneamento e higiene;
IV – equipamentos e mobiliários adequados que possibilitem a criação
de ambiente agradável e acolhedor.
Art. 94. O dimensionamento da unidade escolar será calculado conforme
o preconizado no seu PPP que, entre outros, deverá considerar os seguintes
indicadores:
I - etapa e modalidade de ensino oferecido;
II - número de alunos por turma, considerando:
a) Educação Infantil, em conformidade com a Resolução Normativa CME
n.º 2, de 4 de fevereiro de 2019;
b) Ensino Fundamental, conforme o art. 61, § 3º desta Normativa.
III - espaços destinados às atividades culturais (biblioteca e laboratórios),
esportivas e de lazer, com quadra de esportes, preferencialmente coberta;
IV - espaço da gestão e dos professores;
V - possibilidade de expansão do atendimento.
Parágrafo Único. Para efeito de estimativa, quanto à adequação
dimensional da sala de aula, deve ser considerado o mínimo de 1,20 m² por
aluno e 2,50 m² para professor.
Art. 95. O prédio escolar será passível de interdição quando o Conselho
Municipal de Educação o considerar impróprio para o fim a que se destina ou
forem constatadas outras situações eventuais, tais como:
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I - ameaça iminente à segurança e à saúde dos usuários e educandos;
II - desocupação para realização de obras urgentes.
Parágrafo Único. A interdição do prédio escolar será feita com base em
laudo técnico, assinado por profissionais das áreas de engenharia com registro
no Conselho de Engenharia e Agronomia-CREA ou por profissionais dos setores
próprios da Secretaria Municipal de Educação ou da Prefeitura Municipal.
Subseção II
Da Biblioteca
Art. 96. A biblioteca escolar é um componente essencial, situado no
espaço físico da escola, que objetiva reunir acervo físico e virtual,
disponibilizando acesso à informação e pesquisa aos professores, estudantes,
funcionários e à comunidade escolar, auxiliando no processo de ensino-
aprendizagem.
§ 1º Toda escola deve, obrigatoriamente, implantar e implementar sua
biblioteca, atualizar constantemente o acervo, dando prioridade à bibliografia
básica e complementar de cada componente curricular.
§ 2º A biblioteca deve ser, preferencialmente, informatizada, assegurar
acesso à internet e oferecer a seção de empréstimo.
Art. 97. Na biblioteca, o responsável por gerenciar, organizar,
desenvolver serviços e produtos de informação e realizar atividades
pedagógicas e culturais, em conjunto com os professores e estudantes, deve
ser, preferencialmente, um bibliotecário, com formação superior em
Biblioteconomia.
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Subseção III
Dos Recursos Midiáticos
Art. 98. A utilização qualificada das tecnologias e conteúdo das mídias,
como recurso indispensável ao desenvolvimento do currículo, contribui para o
importante papel que tem a escola como ambiente de inclusão digital e de
utilização crítica das tecnologias da informação e comunicação.
Art. 99. Cabe aos órgãos responsáveis pela rede pública e aos
mantenedores das unidades escolares da rede privada:
I - a provisão de recursos midiáticos atualizados e em número suficiente
para o atendimento aos educandos;
II - a adequada formação do professor e demais profissionais da escola;
III - a utilização da internet e dos instrumentos e recursos de informática
para processos de investigação científica e acesso orientado às fontes de
informação.
Subseção IV
Da Denominação Escolar
Art. 100. A denominação de unidade escolar, pública ou privada,
constante do ato oficial de criação ou de seu CNPJ, deve ser adequada à etapa
da educação básica ministrada, à natureza e ao objetivo da instituição,
respeitada a legislação em vigor.
§ 1º A denominação guardará, preferencialmente, relação com os
princípios fundamentais da educação brasileira.
71
§ 2º São vedadas as determinações de escolas públicas ou privadas que
constituam afrontas aos direitos humanos, à dignidade da pessoa humana,
propaganda falsa ou induzam ao erro a respeito da natureza da instituição.
Art. 101. A instituição educacional, pública ou privada, fará constar,
obrigatoriamente, em todo documento que expedir sua denominação oficial, bem
como o número e a data do ato de credenciamento ou recredenciamento e,
quando for o caso, o número e a data do ato que identificam sua denominação.
Subseção V
Da Mudança do Prédio ou de Denominação e da Extinção da Escola
Art. 102. Em caso de mudança de prédio, com atos autorizativos ainda
em vigor, a mantenedora deverá autuar, junto ao Conselho Municipal de
Educação, pedido de autorização, anexando:
a) a justificativa, com a denominação e novo endereço;
b) o CNPJ;
c) a composição e a formação do corpo dirigente;
d) manutenção ou alteração do PPP;
e) a nominata de professores;
f) manutenção ou alteração do currículo e das matrizes;
g) a descrição completa do espaço físico com comprovação fotográfica,
equipamentos, biblioteca, estrutura e condições de atendimento às pessoas com
deficiência;
h) a prova de propriedade do imóvel ou de sua locação por prazo mínimo
de 5 (cinco) anos;
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i) alvará da Vigilância Sanitária;
j) Certificado de Conformidade do Corpo de Bombeiros;
k) planta baixa do prédio;
l) fotografias das novas dependências da instituição (de 6 a 8
fotografias);
m) Laudo Técnico com verificação in loco.
Parágrafo Único. O Conselho Municipal de Educação concederá
autorização uma vez comprovadas as condições adequadas para funcionamento
de curso e o atendimento adequado aos alunos matriculados no prédio antigo.
Art. 103. No caso de mudança de denominação de escola pública, esta
comunicará ao Conselho Municipal de Educação a alteração a ser efetuada, para
aprovação antes da efetivação.
Art. 104. As escolas privadas, no curso de vigência de seu
credenciamento e/ou de sua autorização, poderão mudar seu nome, seu
endereço, sua Pessoa Jurídica ou sua composição societária, adotando os
seguintes procedimentos:
§ 1º A mudança de denominação da escola ou da mantenedora deve ser
comunicada em 30 (trinta) dias ao Conselho Municipal de Educação, que emitirá
nova Resolução, devidamente retificada com base na documentação
apresentada, mantida a mesma data da vigência dos atos autorizativos
anteriores.
§ 2º A mudança de composição societária deve ser comunicada em 30
(trinta) dias ao Conselho Municipal de Educação, anexadas as certidões
requeridas nesta Resolução, referentes aos novos proprietários.
§ 3º Na mudança de CNPJ, sem mudança do número, mesma
mantenedora, mesma composição societária, mesma atividade econômica
principal e secundária, mesmo endereço, mesmo PPP, mesmo Regimento e
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cursos, a alteração deverá ser comunicada ao Conselho Municipal de Educação
para conhecimento e registro.
§ 4º A mudança de CNPJ, nos quesitos: nome empresarial, endereço e
atividade principal e secundária, implica abertura de novo processo de
credenciamento e autorização de funcionamento para a nova escola.
§ 5º É vetada à Pessoa Jurídica mantenedora de escola que cessar ou
encerrar suas atividades a retenção irregular de documentos escolares e de
alunos por motivos externos à atividade educacional, pedagógica e didática,
devendo ser considerada prioritária a entrega de documentos, declarações para
os alunos, podendo seus titulares e gestores serem declarados inidôneos para
manter e dirigir escolas no Município de Aparecida de Goiânia.
TÍTULO IV
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA
Art. 105. O Sistema de Ensino de Aparecida de Goiânia assegura, às
unidades escolares públicas de educação básica que o integram, progressivos
graus de autonomia pedagógica, administrativa e de gestão financeira,
observadas as normas gerais do direito público.
Art. 106. A escola, em caso de comprovação de abuso, estará sujeita a
procedimentos administrativos e disciplinares por parte do Conselho Municipal
de Educação de Aparecida de Goiânia, resguardados os princípios de ampla
defesa e do contraditório.
TÍTULO V
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
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Art. 107. É permitida a organização de curso para o desenvolvimento de
programas experimentais, desde que respeitadas as normas legais, com
autorização prévia do CME.
Art. 108. Caberá recurso ao Conselho Municipal de Educação, no caso
de haver sido negada a autorização de funcionamento da etapa, no prazo de 15
(quinze) dias, contados da ciência do interessado, mediante comprovação de
manifesto erro de direito ou vício quanto ao exame da matéria de fato.
§ 1º O processo será arquivado pelo CME, depois de negada a requerida
autorização de funcionamento.
§ 2º O mantenedor da unidade escolar de que trata o caput deste artigo
só poderá apresentar nova proposta após 90 (noventa) dias da data do
indeferimento.
Art. 109. O Parecer CME n.º 11, de 25 de novembro de 2019, integra a
presente Resolução, ficando revogada as Resoluções CME n.º 27, de 15 de
outubro de 2015, e as demais disposições em contrário.
Art. 110. A presente Resolução entra em vigor na data de sua aprovação
e publicação.
Sala de sessões do CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE APARECIDA
DE GOIÂNIA, aos 25 dias do mês de novembro de 2019.
Doralice de França Santos
Presidente
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Manoel Nascimento Macedo CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
Marcos Perpétuo de Carvalho APROVADO em / /
Viviane Carvalho Leite Oliveira Resolução 11/2019
Elio de Sousa Barbosa PUBLICADO em _____/______/2019
Maria Lúcia Pacheco Duarte dos Santos ______/_______/2019 Classificados
Cecília Honória dos Santos Pereira Páginas
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Aline Araújo Caixeta da Silva
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