Soldagem - Eletrodo Revestido - VP - 21!02!2023 - 5
Soldagem - Eletrodo Revestido - VP - 21!02!2023 - 5
Fundição e Soldagem
Versão out-2022
Parte 1: Soldagem, corte e operações afins
Tópico 1.5: Soldagem com Eletrodo Revestido (ER)
(2 ha)
✓ Definição;
✓ Capacidade de produção;
✓ Equipamentos e acessórios básicos (porta-eletrodo, fontes de energia,
característica estática, tipos de corrente e fator de trabalho, conectores);
✓ Consumíveis (tipos e características de eletrodos, funções das varetas e
revestimentos, classificação AWS, manuseio e estocagem );
✓ Parâmetros de soldagem (corrente, comprimento do arco);
✓ Problemas típicos do processo (defeitos) e soluções genéricas;
✓ Problemas de saúde, higiene e segurança do trabalho; fontes de riscos e como
minimizá-las;
✓ Vantagens e limitações do processo.
2/46
Desenvolvimento do processo de soldagem
a arco elétrico com eletrodo revestido
Em 1907, Oscar Kjellberg (Suécia) patenteia o
processo de soldagem a arco com eletrodo
revestido (ER). Em sua forma original, este
revestimento era constituído de uma camada de cal,
cuja função era unicamente estabilizar o arco. Este
processo de soldagem ofereceu uma qualidade de
solda bem melhor comparada com processos do
Benardos (soldagem a arco elétrico estabelecido
entre um eletrodo de carvão e a peça a ser soldada)
e do Slavianov (soldagem a arco com eletrodo
metálico nu e as vezes com o fluxo colocado na
superfície de chapas a soldar). Ele foi bem mais
prático, simples a ser dominado e aplicado.
3/46
Esquema do processo de soldagem a
arco com eletrodo revestido
ABS
Amperímetro
Alma do eletrodo
Voltímetro
Eletrodo revestido
Porta-eletrodo
Solda (coberta pela
Fonte
escória)
Metal base
Arco Cabos:
do eletrodo e da terra
Grampo terra
Devido a estas limitações o uso do processo ER se reduz cada vez mais em favor do
MIG/MAG e da soldagem com eletrodo tubular (FCAW).
7/46
O Eletrodo
Consiste em uma vareta metálica, alma (núcleo) do
eletrodo, pela qual a corrente elétrica é conduzida e
qual, sendo fundida, representa o metal de adição para
o enchimento da junta. A alma pode ser ou não
compatível quimicamente com o metal de base!
A alma do eletrodo é revestida por uma camada de
material apropriado, revestimento do eletrodo.
Em uma das extremidades do eletrodo é estabelecido o arco elétrico e na outra, de
aproximadamente 25 mm de comprimento, não há revestimento e é o ponto de
contato entre o eletrodo e o porta-eletrodo.
Tipos (classificação) do eletrodo
Quanto à destinação: Quanto à composição
• Aços ao Carbono do revestimento:
• Aços baixa liga • Celulósico;
• Aços alta liga (inoxidáveis e resistentes ao calor) • Rutílico;
• Ligas resistentes ao desgaste • Básico.
• Alumínio e suas ligas
• Cobre e suas ligas
• Níquel e suas ligas
• Ferros fundidos 8/46
Sobre a excentricidade do revestimento de
eletrodos revestidos (é um possível defeito de
fabricação)
Eletrodo
excêntrico
9/46
Classificação quanto à basicidade - Índice de
basicidade (IB)
O índice de basicidade (IB) é calculado pela Equação:
10/46
Dimensões dos eletrodos e capacidade de
corrente
• Diâmetro do eletrodo (o da alma): 1,5 a 6 mm, mas os mais comuns são 2,5, 3,25
e 4 mm (em função da posição de soldagem e do formato do chanfro).
• O diâmetro determina a corrente e, consequentemente, a espessura a soldar;
• Comprimentos: 300 a 700 mm, em função do diâmetro do eletrodo, mas os mais
comuns são 350 e 450 mm. Os eletrodos revestidos têm o comprimento limitado,
pois o sobreaquecimento eventual de eletrodo (pelo efeito Joule) pode danificar o
revestimento.
Eletrodos
especiais
Exemplo:
Capacidade de Corrente:
Varia de 20 a 500 A, em
função do diâmetro e tipo de
revestimento.
11/46
Escolha do diâmetro do eletrodo
12/46
Características gerais do Revestimento
13/46
Classificação, composição e função dos
ingredientes do revestimento dos eletrodos
Os materiais do revestimento podem ser classificados em seis grupos principais:
elementos de liga;
Aglomerantes;
formadores de gases
(carboidratos, hidratos e
carbonatos ... desprendem CO,
CO2);
estabilizadores do arco (os
compostos de titânio, potássio e
cálcio);
formadores de fluxo e escória
(a sílica e a magnetita);
lubrificantes e plasticizantes
(os carbonatos de cálcio e de
sódio são os mais utilizados para
facilitar a extrusão dos eletrodos;
o revestimento flua suavemente
sob pressão).
14/46
Composição química típica dos revestimentos –
formulações (eletrodos para aço ao carbono)
Composto Proporções (%) nas Classes (AWS E)
6010 6012 6020 6027 7014 7016 7018 7024 7028
6011 6013 6022 7048
Argila 0-10 0-5 0-5 0-5 - - - -
Carbonato de cálcio 0-5 0-5 0-5 0-5 15-30 15-30 0-5 0-5
Celulose 25-40 2-12 1-5 0-5 2-6 - - 1-5 -
Dolomita - - - - - - - - 5-10
Fedspato - 0-20 5-20 0-5 0-5 0-5 0-5 - 0-5
Ferro-manganês - 5-10 5-20 5-15 5-10 2-6 2-6 5-10 2-6
Ferro-silício 5-10 - 0-5 0-10 0-5 5-10 5-10 0-5 2-6
Fluorita - - - - - 15-30 15-30 - 5-10
Magnetita - - 15-45 5-20 - - - - -
Mica - 0-15 0-10 - 0-5 - - 0-5 -
Óxido de manganês - - 0-20 0-15 - - - - -
Pó de ferro - - - 40-55 25-40 - 25-40 40-55 40-55
Rutila 10-20 30-55 0-5 0-5 20-35 15-30 0-5 20-35 10-20
Sílica - - 5-20 - - - - - -
Silicato de potássio (a) 5-10(a) 0-5 0-5 5-10 5-10 5-10 0-10 0-5
Silicato de sódio 20-30 5-10 5-15 5-10 0-10 0-5 0-5 0-10 0-5
Titanato de potássio (a) (a) - - - - -0-5 - 0-5
Obs.: O canhão (cratera) dos eletrodos rutílicos é condutor de corrente, logo neste
caso, para abrir o arco, basta encostar o canhão no metal de base.
18/46
Exigências ao revestimento na etapa de
fabricação
Durante fabricação o revestimento deve favorecer aos seguintes fatores:
✓ Baixo custo;
✓ Fácil fabricação;
✓ Fácil extrusão;
✓ Aderir facilmente ao arame;
✓ Ser resistente a trincas durante a secagem e ressecagem;
✓ Ser resistente a deformação;
✓ Ser resistente para suportar à embalagem, transporte e manipulações.
19/46
Variáveis do processo de soldagem ER
✓ Polaridade; ✓ Diâmetro do eletrodo;
✓ Tipo de corrente de soldagem; ✓ Orientação do eletrodo;
✓ Valor da corrente de soldagem; ✓ Posição de soldagem;
✓ Comprimento do arco; ✓ Tipo do eletrodo revestido.
✓ Velocidade de soldagem;
Tipo de corrente e polaridade
O suprimento de energia pode ser tanto por corrente alternada como por corrente
contínua, com o eletrodo ligado no pólo positivo (CC+) - polaridade inversa, ou no
pólo negativo (CC-) – polaridade direta.
Escolha para o tipo de corrente depende
do tipo do eletrodo. Alguns eletrodos
podem ser usados só em CC, enquanto
os outros em CC e CA.
CCEP CCEN
Fonte Fonte
- + - +
20/46
Variáveis do processo. Valor da corrente
de soldagem
A definição do valor da corrente a ser utilizada durante a soldagem depende
fundamentalmente do tipo e diâmetro do eletrodo revestido. Em geral, nos catálogos
de fabricantes de eletrodos, é indicada a faixa de corrente adequada para cada
eletrodo, em função do seu diâmetro. Além de também ser especificado pelo
fabricante o tipo de corrente, a polaridade e a posição de soldagem mais indicada
para o eletrodo revestido especificado.
ABS (20 – 30 s)
22/46
Variáveis do processo.
Velocidade de soldagem
A velocidade de soldagem é adequada quando produz um cordão de solda de boa
aparência e boa penetração. Uma velocidade muito alta resulta em um cordão
estreito com um aspecto superficial inadequado, com mordeduras e escória de
remoção mais difícil.
Velocidades muito baixas resultam em um cordão largo, convexidade excessiva e
eventualmente de baixa penetração. Quanto menor a velocidade de soldagem, maior
o aporte térmico, maior a zona termicamente afetada e menor a taxa de resfriamento
do material.
✓ Alta penetração;
28/46
Classificação de eletrodos revestidos. (Sistema
ABNT/AWS/ASTM)
Norma de American Welding Society AWS – А5.1-91 “Eletrodos revestidos de aço carbono”
Eletrodos para aço Carbono e Baixa liga são classificados segundo a resistência mecânica do
depósito, tipo de revestimento, tipo de corrente e posição de soldagem, segundo a seguinte
codificação.
Tipo de corrente, tipo de
“E” simboliza o revestimento, polaridade, ...
eletrodo E 60 2 7
Indica a posição preferencial em que o
Representam a mínima resistência eletrodo poderá operar satisfatoriamente:
à tração do metal de solda 1 – todas as posições,
multiplicada por 1000 psi 2 – plana e filete horizontal,
4 – vertical ascendente.
O último Classificação de Tipo e polaridade de
Tipo de revestimento
digito eletrodos corrente
0 Celulósico, ao sódio 6010, 7010, 8010 CCEP
1 Celulósico, ao potássio 6011 CA ou CCEP
2 Rutílico, ao sódio 6012 CA ou CCEN
3 Rutílico, ao potássio 6013 CA ou DCEP ou DCEN
4 Rutílico, pó de ferro 7014, 7024 CA ou DCEP ou DCEN
5 Básico, baixo hidrogênio, ao sódio 7015 CCEP
6 Básico, baixo hidrogênio, ao potássio 7016 CA ou CCEP
7 Básico, óxido de ferro e pó de ferro 6027, 7027 CA ou DCEP ou DCEN
8 Básico, óxido de ferro, ao sódio 7018, 7018М, 7028, 7048 CA ou CCEP
29/46
Exemplos: E-6010
E-6013
ABS = American Bureau of Shipping; BV = Bureau Veritas; DNV = Det Norske Veritas
✓ Ótimo acabamento; ✓ Ótima estabilidade; ✓ Baixa penetração.
30/46
Exemplos: E-7018
E-7024
32/46
Seleção do eletrodo adequado para aços
carbono
Equipamento disponível - a escolha do eletrodo dependerá dos equipamentos CA
ou CC disponíveis. Se ambos os equipamentos estiverem disponíveis, considere os
seguintes fatos gerais:
1. para uma penetração mais profunda empregue CC+;
2. para uma penetração menos profunda e maior taxa deposição empregue CC-;
3. para ficar livre de sopro magnético aplique CA.
Temp. efetiva;
Tipo de eletrodo no pacote de
eletrodos (°C)
Básicos 325±25
Altíssimo
rendimento 275±25
Rutílicos 80±10
Ferro fundido 80±10
Inoxidáveis
rutílicos 225±25
Inoxidáveis
básicos 225±25
C B
UaC
A
UaA
Faixa de operação
ISA ISB I
37/46
Equipamentos.
Fontes. Exemplos
38/46
Hot Start (Abertura Quente)
Corrente nominal
+ 30% - 50%
39/46
Hot Start
O período inicial da fusão do eletrodo (até uma proteção gasosa e pela escória será
estabelecida) é de 1,0 – 1,5 segundos. O Hot Start reduz este tempo até 0,3 – 0,4
segundos, assim reduzindo o risco da porosidade acontecer.
40/46
Hot Start
Esta função facilita a abertura do arco sem colagens do eletrodo. Além disso,
melhora-se a geometria da parte inicial do cordão (sem formar um reforço
excessivo). Também se reduz a porosidade no início do cordão.
41/46
Equipamentos. Porta Eletrodos.
Grampos. Conexão do Cabo Terra
42/46
Equipamentos. Porta Eletrodos
✓ Finalidade: fixar e energizar o eletrodo.
✓ Tamanho correto: Deve ser leve, fácil de fixar o eletrodo, mantendo-o firme.
• Obs: Um porta-eletrodo é dimensionado para trabalhar em uma determinada
faixa de diâmetros. Esta limitação vem não só da abertura máxima nas garras
para encaixar o eletrodo, como também, e principalmente, pela corrente máxima
que pode conduzir.
• Um porta-eletrodo para ser utilizado em valores de corrente mais elevados,
necessita ser mais robusto, o que fará com que seu peso aumente. Como o
peso é um fator determinante na fadiga do soldador, deve-se sempre procurar
especificar o menor porta-eletrodo possível, para a faixa de corrente que se
pretende trabalhar.
✓ Deve ser de bom estado de conservação: Isolante elétrico e
térmico.
A foto à direita da Sophia Loren, que foi eleita como Miss
Welder-1954 (pela empresa EUTECTIC) provoca muitas
perguntas:
1. Que Sophia Loren tem a ver com a Soldagem?
2. Por que escrito que ela é Miss Weldor?
3. O porta-eletrodo mostrado não tem a isolação elétrica!?
https://www.reddit.com/r/OldSchoolCool/comm
ents/97o97i/sophia_loren_miss_welder_1954/ 43/46
Equipamentos. Cabos. Terminais.
Conectores de Cabos
Cabos Terminais
• Função:
– Corrente de soldagem;
– Ciclo de trabalho;
– Comprimento total (ida e volta) dos cabos do circuito.
45/46
FIM
46/46