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Dor e Destino

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Dor e Destiro Escola de educagdo mediunica tomo 2 volume 1 DADOS DE COPYRIGHT Sobre a obra: A presente obra ¢ disponibilizada pela equipe do ebook espirita como objetivo de oferecer contetido para uso parcial em pesquisas ¢ estudos, bem como o simples teste da qualidade da obra, como fim exclusive de compra futura. E expressamente proibida e totalmente repudiavel a venda, aluguel, ou quaisquer uso comercial do presente contetido. Sobre nés: O ebook espirita disponibiliza contetido de dominio publico e propriedade intelectual de forma totalmente gratuita, por acreditar que 0 conhecimento espirita e a educag’o devem ser acessiveis ¢ livres a toda e qualquer pessoa. Vocé pode encontrar mais obras em nosso site:www.ebookespirita.org. cook Zspirita wmebovkespirith.org ESCOLA DE EDUCAGAO MEDIUNICA TOMO 2° VOL. 1° } (CURSO COMPLEMENTAR — 1° SEMESTRE) i | EDICOES FEESP DOR E DESTINO FEDERAGAO ESPIRBITA DO ESTADO DE SAO PAULO AREA DE ENSINO RUA JAPURA, 211 01319 — SAO PAULO — SP — BRASIL 1981 | CAPITULO Ut 2. As radiagées do sistema nervoso. . sere 65 i [ 3. Fixagéo mental .... ve 87 Il | 4. Enfermidades ..... 69 Hi REGIOES INFERIORES { ‘a. Bibliografia ... n | | | b. Leituras complementares . a Hl c. Perguntas . Hi a AntroduGdo) ies -.. es ee eee seveee 89 ' d. Pratica de Renovacao Intima .. teeteee 2 i . Nas proximidades da crosta terrestre 40 \| Saat aaes i B 1 3. Doencas do espirito . _ a i i 4. O sistema nervoso ...,.... pe | 5. Sistema nervoso: Produto evolutivo . @ i ] a. Bibliografia Rae con ’ CAPITULO VI b. Leituras complementares . pa Hl acetone : ie 49 A LOUCURA d. Prética de Renovacdo intima e i e. Aula Prética ...,. a 50 | 4. Espiritos dementados .. severe 8 | 2. A causa da loucura .........66+ 6 i 3. Ainda acerca do sistema nervoso . 7 CAPITULO IV q 4. Esquecimento ee i 5, Desenvolvimento vee 80 a. Bibliografia ........ ee l © MECANISMO DAS QUEDAS ESPIRITUAIS. ae teesleerelenentarcs 84 i | ¢, Perguntas ee 1. Intreducgao. eNO io oeetteeee mre nates: 0 eae STLst | d. eee inti = | 2. Subconsciente, consciente e superconsciente 82 | a M 3. Cérebro: anélogo a um complexo sistema elétrico . 53 | 4.0 Monoideismo . it a. Bibliogratia eat i CAPITULO VII b. Leituras complementares 60 yeaa sae 60 1 SOFRIMENTO NO MUNDO ESPIRITUAL d. Prética de Renovagéo Intima . 60 i e. Aula Pratica .. Gt ji ae 87 i 4. Divida @ resgate ..........0+ peter I 2. Varios casos ... ae 88 ( 18 caso: Amor mal conduzido . 2 CAPITULO V } 26 caso: Assassinato por usura - 2 3. caso: Ingratidao 42 caso: Medo 2 ot PERTURBAGAO MENTAL | | 3. O cativeiro das criagdes infelizes .... 92 A. Espirito em perturbagdo ........-.++ 93 | 5. Explicagdes ... shah 96 1. Fluxo mental .... Menta 63 hl a. Bibliogratia te Bene . Outros casos de suicidio Leituras complementares .. Perguntas ........... ae Pratica de Renovagdo Intima . Aula Prética . eaog CAPITULO VIII SJUSTIGA DIVINA Leis de causa e efeito ......... Racaplilncdopains ssc tar) teat tstuesaviatcs pei retee nee Divida agravada Débito estacionério PPE OGL, | arseieren ee ees ici aere te Yee . b. Leituras complementares .. feniFergumtas | secs e/a ath d. Pratica de Renovacao Intima ... @arAula Prétloa 2. ccs essed. CAPITULO 1X SUICIDAS + © sulcidio como um fato ........ a . MPAloUNSRCasoaWe Junkies delays Moser esses. ns 2.1. © sulcida da samaritan ............cceeeeeeee 2.2. Francisco Simo Louvet.. 2.3. Um ateu . 2.4. Feliciano 3.4. Hilda 3.2. Tomasino , a. Bibliografia .......... b. Leituras complementares cc. Perguntas ey d. Pratica de Renovagao Intima e. Aula prética ... B88ee8 113 114 14 115 115 116 116 417 419 122 122 122 123 1. A evolugio do prazer .. . Vontade e aperfeigoamento . . Sexo: Faculdade criadora do espirito - O caso defideu ¢ Marcela ... CAPITULO X ONDA MENTAL Analogia com a televisio .......... Formas — Pensamentos Sintonia e personalidade a. Bibliografia Leituras complementares . b. G: (Perguntasitendeensieshs sim sietons d. Pratica de Renovacdo {ntima ...............+5 e. Aula Pratica CAPITULO Xt SEXO E DESTINO Sexo e manifestacées afetivas .. Sexo aviltado € seus problemas ........ 1. A situagao 4.2. O Divérei 4.3. & familia : a. Bibliografia ..... esti b. Leituras complementares . c. Perguntas .... d. Pratica de Renovacao {intima e. Aula Prética ..........01 GAPITULO XI © PODER DO AMOR A Fixagao do sexo no inconsciente . Problemas do sexo ..... ig 1. A inversio 125 127 128 130 133 133 133 134 134 135 136 138 139 139 141 142 144 144 144 145 445 147 149 150 3.2. © evitar fithos . 33. O aborto Resgates coletivos . © poder do amor ... a b «. a. 2. CONCLUSAO Bibliografia .... Leituras complementares . Perguntas: Aula Pratica. .... Prética de Renovagao {ntima . 150 151 152 154 160 161 161 161 162 APRESENTAGAO Houve jd quem dissesse que, de misérias_humanas, nin- guém as conhece melhor que o médico e o sacerdote. E o _médium, acrescentariamos nés. Com mais amplitude, uma vez que este as abrange, nos dois planos: 0 dos desencarnados e o dos encarnados, alcangando-ihes mais nitidamente causas € conseqiéncias. Lidar com a dor, o sofrimento é, essencialmente, tarefa do médium, na maioria dos casos ele préprio um sofredor, trazido ao mediunato pelos caminhos das penas aflitivas. Nas casas espiritas, seu papel 6 servir de intermediério ao Plano Espiri- tual, para prestar auxilio, consolo; reavivar a esperanga, resta- belecer a f6, revigorar a fortaleza de animo, serenar os espi- ritos, suavizar o desespero, redefinir roteiros, revigorar a cora- gem, restituir a alegria, reconduzir & consideragdo das nogées superiores de vida, de ideal, de destino, reencaminhando para a conquista do Amor e da Sabedoria. Dar-se conta das razdes, das causas, dos ascendentes da dor e do sofrimento 6, portanto, para ele, questéo de impor- tAncia primordial. Por isso, neste Curso, sua consideragao ocupa posigdo central. Para que, em se prestando ao atendimento, pos- sa ele fazé-Io com melhor conhecimento de causa. Mas, sobre- tudo, para que se compenetre do valor e da responsabilidade de sua condigéo. Além disso, 0 médium, acima de tudo, esté se prestando ao exercicio da Garidade, ele préprio assimilando-lhe os valo- 14 res, automatizando em si o comportamento da acdo exercida com amor, fazendo dele um habito, uma conquista pessoal e definitiva, que o valoriza e lhe acende a posic¢&o espiritual. Pois adquirir capacidade de amar é a principal conquista que se ofe- rece ao homem nesta fase do seu desenvolvimento, Uma vez’ alcancado o principio de que FORA DA CARIDADE NAO HA SALVACGAO, compreende-se como para o médium o exercicio da mediunidade seja de grande valia, e que conduzir seu ministério até o fim, com denodo, perseveranga, humildade e boa vontade, possa constituir-se para ele a maior das béncdéos e uma con- quista incomparavel. Rino Curti Diretor da Area de Ensino da FEESP CAPITULO I A RENOVAGAO DO CONHECIMENTO E O ESPIRITISMO Joao, 8:32 — ...e conhecereis a verdade e a verdade vos libertara. © Espiritismo, codificado por Kardec, é Ciéncia, Filosofia e Religido, cujos conceitos, ao longo do tempo, tiveram signi- ficados diversos. Em razio disso, hé sistemas de conhecimento, formas de saber que, no sentido atual, n&o o séo. 1 — O ESPIRITISMO NO AMBITO DA CIENCIA ATUAL O que se entende por ciéncia, hoje, 6 um saber construfdo a partir dos fatos observados ou produzidos pela experiéncia, tendo por modelo a Fisica Moderna, por método o tedrico-ex- perimental. Todo e qualquer outro conhecimento, com preten- s6es a cientifico, e que nao tenha sido obtido com o emprego desse método, 6 considerado, de antemao, pseudoconhecimen- to, falso saber. E que esse método seja incontestavelmente o melhor de todos o comprovam os resultados com ele obtidos. E que ele seja também o que mais se presta 4 reconstrucao do conhecimento religioso, 0 atestam os espiirtos a Kardec que, em [1], Cap. 1.°, n° 14, escreve: “Como meio de elaboracéo, o 13 Espiritismo procede exatamente da mesma forma que as cién- cias positivas, aplicando o método experimental... As ciéncias 86 fizeram progressos importantes depois que seus estudos se basearam no método experimental Nesse sentido, portanto, 0 Espiritismo 6 ciéncia — ciéncia tedrico-experimental — e, como tal, compatibiliza-se com a cién cia moderna, excluindo toda e qualquer outra em sua estrutura. 2 — O ESPIRITISMO E RELIGIAO O Espiritismo é Religiao. De forme cientifica nos coloca diante de fatos que comprovam a existéncia dos Espiritos, do mundo espiritual,da vida desenrolando-se em ambos os planos, regulada pelas leis da evolucio © da reencarnacao, com todos nés engajados em uma forma social de relacionamento, que en- volve encarnados e desencarnados. Se a mera intuicéo desses entes, do espirito, do mundo es- piritual e da eternidade do ser punha os fundamentos de uma moral, de regras de comportamento como impositivos divinos para a salvacdo, a sua existéncia, comprovada pelos fendmenos meditinicos, di a estas regras, & moral, a forma definitiva de leis naturais a governarem o espirito, que é preciso conhecer melhor e com mais profundidade, para melhor segui-las, a fim de que se nos faga o melhor. A fé acerca de uma vida eterna e estatica é substitulda pela certeza de uma vida eterna, dinamica, evolutiva, desenvolvendo- se para formas inimaginavelmente sempre mais elevadas A prece adquire novo sentido. Antes concebida como um pedido, passa a ser entendida como um processo apto a des- pertar nossa emotividade, nossa melhor vibracdo interior, sinto- nizando-nes com as esferas que ela pode alcangar, recebendo delas auxilio e orientagdo. 14 Ww) Os interesses de ordem espiritual, a ligacdo, o relaciona- mento com o Plano Maior, a Revelagao, identificada agora como sendo a comunicagéo dos Espiritos Esclarecidos com os encar- nados, o valor da prece, todos estes sdo temas de religiao. Rituais, formas de culto, aparatos, sacerddcio, hierarquia clerical sao circunstancias humanas de cardter secundario, va- tléveis de uma crenca a outra, existentes ou ndéo e de maneira diversa. O Espiritismo, portanto, é Religido. Mas religigo em um hovo sentido. Da mesma maneira que a Ciéncia Moderna se im- pds as outras, pela renovagaéo do método, da nogao de conheci- mento, analogamente o Espiritismo se firma numa nova forma de religiao, que depde 0 Dogmatismo e substitui, a fé cega, a fé fundamentada no conhecimento, também construido com o emprego do método teérico-experimental, e reformulando os conceitos religiosos. E, acima de tudo, evidencia o sentido evolu- tivo da Religido, do que resulta, para todas, serem elas meros produtos de seu desenvolvimento, correspondentes ao estagio & cultura do povo em que se desenvolvéram. A Doutrina Espirita revela-se ainda como a tinica capaz de universalizar-se porque, como a Ciéncia, se fundamenta nos fa- tos e nas leis naturais que os regem, universais, independentes do espaco e do tempo, e relativos a todos os seres, sem exce- ao. Revaioriza a Revelagao, pois, relacionando-a & mediunidade, Ihe confere também carater universal, qualificando-a como fonte de todo saber humano. Mostra como nela estd o gérmen de toda descoberta, que sempre se inicia na intuigdo, na inspiragdo, numa forma qualquer, enfim, de mediunidade. 3 — O ESPIRITISMO £ FILOSOFIA Ciéncia e Religiéo colocam-se diante de fatos, normas de conduta, sobre os quais se elaboram consideracdes de ordem pratica e tedrica, na determinagao das leis que os regem 5) Mas tais consideragées, as perquirigdes, as elaboracées, os procedimentos por elas adotados, obedecem a critérios de es- colha, de andlise, de sintese, que, por sua vez, também séo objeto de reflexéo, especulacao, avaliagdo, selegdo, e que, apli- cados nas formas mais amplas de sintetizacéo, conduzem a concepgdes do mundo que evoluem, dependem, se modificam, e se transformam com eles Eo Ambito da Filosofia. E para ela também se afirmaram formas, umas que sdo vdlidas e outras que ndo o sao. © que se reconhece como Filosofia foi a iniciada e desen- volvida pelos gregos e cultivada pelo mundo ocidental. Mas mesmo esta, hoje, se encontra em reformulacao total. Na forma que lhe foi dada inicialmente, a Filosofia pés-se na base de todo o conhecimento; as ciéncias eram produto dela, as religides adaptaram-se 4 sua estrutura. Os sistemas pelos quais pretendia expticar 0 mundo e 0 homem, nao se fundamen- tavam nem nos fatos cientificos, nem nos fatos religiosos. Eram baseados em intuicdes individualistas, pressupostamente indu- bitdveis, 0 que terminou por limitar o desenvolvimento da Cién- cia e o desenvolvimento da Religido, retidas que ficaram nas malhas de um falso intelectualismo — 0 Dogmatismo. Com a adocdo do método tedrico-experimental, Ciéncia e Religiaéo redescobrem o caminho do crescimento, evidenciando 4 Filosofia que a propria construcdo de seus sistemas necessita reformular-se num sentido inverso, Isto 6, a partir dos dados for- necidos por elas, com procedimento andlogo de reflexdo, tornan- do-se ela mesma evolutiva. Com isso, a Filosofia néo resultou diminuida, nem em valor, nem em mbito. Pelo contrério, Ela terh. agora, 0 campo de agdo extraordinariamente ampliado pelo. enorme e constante cresci- mento da Ciéncia, ao qual, hoje, se junta também o da Reiigiao, pelo Espiritismo. 16 Pois 6 justamente agora que ela tem, realmente, a condicdo de ampliar-se, de fortalecer-se, de assumir a importancia que realmente tem, deixando de constituir-se téo-somente em um acervo de esforcos isolados, individuais, para transformar-se num edificio resultado da ag&o conjunta de muitos, de todos, numa construgaéo que agora se torna efetivamente universal. S6 que, em vez de permanecer buscando a explicac&o absoluta da razdo de ser do mundo, tem que se ater a construgao de teorias gerais acerca dos problemas que sempre lhe constitufram o funda- mento, teorias essas evolutivas, progressivas. Sob esse aspecto o Espiritismo 6 também Filosofia. Ndo uma nova ciéncia, uma nova religiéo, uma nova filosofia. Porém doutrina unificadora que as situa como ramos evolutivos do co- nhecimento, capaz de integré-las, compatibilizé-las em um tnico sistema integrado de saber, que as abrange na totalidade no mesmo sentido de crescimento. 4 — A LEI DO ESFORCO Qualquer que seja o campo de atividade humana, 0 pro- gresso se faz & custa de novas descobertas, captadas pela in- tuic&o, que evolui sobre as conquistas ja feitas, como toda fa- culdade humana. Quando se esgota a frutificagéo de uma etapa, é a intuicado que, colhendo novos dados, novos principios de realidade, ofe- rece ao raciocinio, 4 agéo os elementos para que eles efetuem novos avangos. Na religio sucede algo andlogo. A Revelacao 6 progressiva e se renova sempre que se tenha alcancado a maturacio da anterior. Diz Kardec, em [1], Cap. 1, n° 55: “Um Ultimo caréter da revelacdo espirita, a ressaltar das condices mesmas em que ela 17 se produz, 6 que, apoiando-se em fatos, tem que ser, e nao pode deixar de ser, essencialmente progressiva, como todas as cién- cias de observacao. Pela sua substancia, alia-se a ciéncia, que, sendo a exposicao das leis da Natureza, com relacio a certa ordem de fatos, néo pode ser contraria as leis de Deus, autor daquelas leis. As descobertas que a Ciéncia realiza, longe de o rebaixarem, glorificam a Deus; unicamente destrcem o que os homens edificaram sobre as falsas idéias que formaram de Deus... Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo ja mais sera ultrapassado, porque, se novas descobertas [he de- monstrassem estar errado acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitaré”. Da mesma maneira que o cientista alcanga seu saber, sua verdade a custa de sacrificios, estudos prolongados, esforcos continuados, feitos de decepgées, tentativas frustradas, até al- cangar um resultado que se constitui em um verdadeiro parto intelectual; da mesma maneira que o esportista tem que se submeter a uma vida disciplinada em hordrio, treinamento, ali- mentagao, gasto dirigido de energias, infenso aos vicios, a con- centragdes que constituem verdadeiros retiros, a fim de bem competir, analogamente os médiuns, os profetas, os tedlogos, os elaboradores de doutrinas religiosas tém que praticar virtudes, feitas de jejuns, desprendimento, solidariedade, rentincia, sacri- ficio, de uma preparagao feita de suor, lutas e esforcos de su- peragdo das proprias deficiéncias. © A verdade, em quaiquer campo, sientifico, filoséfico, rell- gioso, artistico, técnico, industrial, comercial, néo se oferece aquele que apenas quer, mas se desvenda aquele que, dese- jando, acrisola faculdades, cresce em percepcao, estiola defi- ciéncias, numa tarefa sempre dificil e penosa. 18 5 — OS CAMINHOS DE DEUS Além dos fatos citados, 0 conhecimento néo segue as leis do pensar. No se alcanga a verdade com o simples raciocinar. A realidade segue processos sempre dificeis de descobrir, des- vendar; caminhos que nos abrigam a comparar constantemente © que imaginamos com a experiéncia. Por esse motivo: porque o modo de ser da natureza é sempre tdo diferente do que a nossa imaginagao cria, que, quase sempre, nos vemos a frente do inesperado, do surpreendente, que nos obriga a uma total reformulagdo de idéias, nogdes e conceitos, diante do que te- mas que nos curvar e aceitar. Essa 6 a grande razdo da queda do Dogmatismo em todos os campos ([2], Cap. 1 e [3], Cap. 1). As leis que nos governam, as estradas de Deus nao sao os caminhos que desejamos. Séo veredas a cujas exigéncias nos devemos adaptar, obrigando-nos, freqiientemente, a uma total modificagdo de concepgées. E 0 que sucede, através dos tempos, com as novas revela- gdes. Sempre sio marcadas pela resisténcia a mudanca de concepgées a que os homens, enganosamente, se afeicoam, fe- chando-se ao progresso, & insuflacio renovadora que os con- duz a novas conquistas e os envolve em erros provocadores de crises e provacées. Facamos outra analogia: por exemplo, Ford, Edison e outros foram homens que, para construirem impérios econémicos, lutaram, dedicaram-se de corpo e alma a uma atividade que Ihes permitiu descobrir leis de trabalho, de produgéo, de organiza- go, levando uma vida proba, intensa; que se voltaram as rea- lizagées com caracteristicas profundamente humanas, permitin- 19: do-lhes aglutinar pessoas, liderd-las, transmitir-hes o mesmo entusiasmo de realizado, Ford criou seu império defendendo a distribuigao de saidrios altos, uma das prinsipais razdes da elevagéo do padrio de vida americano, com reflexos no mundo Inteiro, sagrando-se, por sua Influéncia, como benfeitor da humanidade O mesmo podemos dizer dos grandes edificadores da Cién- cia, da Filosofia, da Religido. Foi o que observou Est@vao quande compareceu ao Sinédrio. A imponéncia das ceriménias homenageando o destaque social, © orgutho, que diferenciava as pessoas pela raca, as ttinicas bri- thantes, os ornamentos de ouro que exuberavam no recinto, con- trastavam com as préprias exemplificacées dos construtores do Judaismo. Como conciliar “as observacées sagradas dos profe. tas e sua elevada exemplificagao de virtude, com a avareza e o desregramento? J6 padecera misérias sem nome e dera teste- munho de fé nos sotrimentos mais acerbos. Jeremias chorara incompreendido. Amés experimentara o fel da ingratidao". ([4], Cap. VI, 1° P.) Continuando a analogia, uma vez construido o império eco- némico, os descendentes encontraram-se na posse de uma forca que devem continuar a conduzir, para que se produzam novos frutos, novas benfeitorias. Mas a situagao é outra. Nao se trata de perlustrar 0 caminho efetuado pelo fundador, mas sim de conduzir a obra avante. E se exige deles mais preparo, Os pro- blemas so outros, as lutas sao diferentes, mas o espirito de trabalho, dedicagao, sentido humanitario necessario sao os mes. mos e ampliados. Sd com esse espirito de consagracdo 4 obra, com todas as fibras do préprio ser, 6 que o descendente se ca- pacita & continuacdo da obra, a enfrentar as novas situacées, a sustentélas na mesma onda de progresso. 20 Se 6 verdade que, entre os grandes empresdrios, hé os que seguem e dignificam as pegadas desses fundadores, nao é me- nos verdade que hé muitos exemplos dos que thes dilapidam as conquistas. Criaturas mimadas que se Julgam privilegiadas; que entendem gozarem de tima Situagdo que nao se acaba: que piso- telam colaboradores fiéis, irmanados no mesmo ideal que con- duziu 20 de que eles s6 sabem desfrutar; que enchem as casas. de diversao dilapidando_fortu i comprometendo a_satide, des- Perdicando a oportunidade sagrada de realizacio em nottadas de esgotamento fisico; que sustentam todas as ondas de debo-, che, favorecendo a grassacdo dos vicios, a corrupgaio dos cos- tumes, alimentando, com os recursos desviados do seu verdadel- ro fim, os movimentos degeneradores da sociedade e da m influéncia @sse¢ so os tazedorés da historia de todo desper- “dicio, da decadéncia de todo e qualquer empreendimento bem sucedido; séo os desbaratadores de toda fortuna edificada A custa de sacrificio, trabalho e dedicacao. Em todas as atividades as causas sio as mesmas. A decadéncia das religiées é fruto de semelhantes desvios: a comercializagéo das coisas sagradas; 0 Iuxo dos sacerdotes, 0 desperdicio, 0 mercadejamento dos bens de Deus; 0 conforto ocioso substituindo o trabalho produtivo; a cupidez com o es- a exploragdo do préximo in- quecimento da pureza do coraga centivando a revolta, desrespeitando a lei de cooperacio: 0 afas- tamento das fontes da revelagéo por situar o coragao distante dela, £ 9 que conjecturava Estévao quando, ao pensar na grandeza dos edificadores do Judafsmo, observava a condi¢ao que se apre- sentava no Sinédrio. “Como poderiam os israelitas harmonizar 0 egoismo com a sabedoria amorosa dos saimos de Davi?... Nao seriam aquelas as “ovelhas perdidas" da casa de Israel, a que aludia Jesus, nos seus vigorosos ensinamentos?” ([4], Cap. MTT RD @ @ Enfim, a revelacao 6 progressiva. Por ela somos conduzidos a nos aperfeigoarmos. E este aperfeigoamento, segundo a reve- lag&o trazida por Jesus e reafirmada pelo Espiritismo, contra- riamente as nogdes de povo eleito e destinado a dominar, como © entendiam os judeus, consiste, muito diferentemente, em pro- duzir a beneficio de todos, para o bem geral, com inteiro es- quecimento de nds mesmos. Nisto se encerram as forc¢as de nosso crescimento. Dar para receber. a — Bibliografia. — caer [1] — Allan Kardec — A Génese. [2] — Rino Curti — Espiritisme e Reforma intima, [3] — Rino Curti — O Divulgador Espirita — Vol. 4 [4] — Emmanuel — Paulo e Estévao. b — Leituras Complementares As dos capitulos dos textos citados. c — Perguntas 1.2 — Qual é a distingao entre falsa e verdadeira Ciéncia? 2 — E o Espiritismo Giéncia? Explique. 3. — E o Espiritismo Religiéo? Explique. 42 — O que diferencia a fé cega da fé raciocinada? 52 — E 0 Espiritismo Filosofia? 6.2 — Qual o cardter da doutrina espirita? 72 — Como se efetua a Revelagdo ¢ a quem? 8." — Como se alcanga a verdade religiosa? 9.* — Dissemos, com Emmanuel, que as estradas de Deus no sAo os caminhos que desejamos. O que isso exatamente significa? 102 — © que caracteriza o progresso? 11.2 — Quais as causas da decadéncia? d — Pr&tica de Renovagdo intima André Luiz — Respostas da Vida. Estudar e por em pratica o Cap. 10. e@ — AULA PRATICA TITULO: MISSAO MALOGRADA 1.2 PARTE — ABERTURA (20 min.) (2 min.) — Ay: Recomendagées para a aula {pelo secre- tario) 1° Mandamento: Versao tradicional (Ver a citada em “O Evangelho Segundo o Espiritis- mo”); Versio de André Luiz (“Evolugaéo em Dois Mundos”). (4 min} — A,: Leitura de um capitulo escolhido em um dos seguintes livros: © Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec. C — Caminho, Verdade e Vida, de Emmanuel. P -~ Pao Nosso, id. V — Vinha de Luz, id. F — Fonte Viva, id. PVE — Palavras de Vida Eterna, id. 23 -W (4 min.) — A,: O Dirigente tece alguns comentérios sobre o valor da vida proba, feita de abstengdes e rentncias dos médiuns, apds o que convida um dos presentes a fazer a prece de abertura. (7 min.) — A,: Os alunos continuam em prece mental en- quanto os médiuns percorrem os alunos do primeiro grupo, deixando-se conduzir pelo Pla- no Espiritual, que poderé fazer observacées, recomendagées, passes, etc. (3 min.) — O Dirigente convida um dos presentes a fazer vibragées. 2.2 PARTE — O TRABALHO (30 min.) Mediunidade 6 tarefa, com compromissos assumidos j4 desde antes do nascimento, no Plano Espiritual, como, alids, 0 6 toda a nossa vida em geral. Sucesso e insucesso sao sempre circunstancias que dependem de nés, da forma como nds nos dedicamos ao empreendimento assumido. Obté-los-emos ou nao pelo empenho e pela correta direcao dos esforgos empregados. & como numa escola: pela aplicagao alcangamos a aprovagao e prosseguimos a jornada; pela.negligéncia, ou pela acomodagao, estacionamos e arcamos com os desen- cantos e as frustragdes. O médium nao pode esquecer que, em qualquer cam- po, no meditnico inclusive, as realizagdes sf0 nossas e que todo. aperfeigoamento, toda conquista, toda edificagao demanda esforgo e é sempre dificil. 3.2 PARTE — ENCERRAMENTO (15 min.) O Dirigente reassume a diregao do trabalho, dando oportunidade ao Plano Espiritual de manifestar-se, através de um dos médiuns, para, a seguir, convidar um dos pre- sentes a fazer a prece de encerramento. Encerra 0 trabalho. CAPITULO II O 11. MANDAMENTO Joao, 13:34 — Um novo mandamen- to vos dou: que ves ameis uns aos outros. Como eu vos amei, que vés vos ameis uns aos outros. 1 — AS LEIS MORAIS A Religiio também evolui. ~~ j.» No estagio tribal, a infancia humana, o homem desenvolveu as nogoes basicas de alma, da vida além-tumulo, do relaciona- mento entre vivos e mortos, da influéncia dos desencarnados sobre os encarnados, do comportamento em sociedade limita- damente ao grupo a que pertencia, primeiro: desenvolvendo nogdes mais amplas com o progredir da civilizagéo, depois. E com Moisés que se estabelece definitivamente a con- quista de que todos estado sujeitos 4s mesmas leis e que, acima de todas as vontades, hd uma que tudo governa, tudo dirige: a do Criador. Para que o homem avance na sua jornada evolutiva, melhore a solugéo de seus problemas essenciais, ha que obedecer a a7 CERCEAR Um Beacinos {MPEDIR; REITING IRS estas leis, representadas nos seus principios basicos pelos dez Mmandamentos, o fundamento de toda a lei moral, hoje nova- mente em esquecimento pela onda avassaladora de materialis- mo e ignorancia moral, provocando a dissolugo de costumes, @ corrupcdo, 0 égio, os vicios, o sensualismo, a violéncia, numa irrefreada corrida para o nada, para o esgotamento, para a de- sorganizacéo fisica e moral, para a angisti do individuo nas sombras dos precipicios. para o despencar © homem esté subordinado a leis )que Ihe determinam o crescimento, definem-he os DEVERES. Sua prética estabelece a distinggo entre o BEM ¢ 0 MAL. Aqueles que as obedecem, praticam o bem. Sao os ajustados, os vitoriosos perante a Lei, 08 que conduzem o progresso. Os que nao as praticam, consti- tuem os desajustados, os falidos da espiritualidade, os que per- turbam a vida, i O mal é punido, castigado, reprimide, mas ndo no sentido estabelecido por Moisés, e sim num sentido novo, que é reve- lado por Jesus e explicado, hoje, pelo Espiritismo. Aquele que emana forcas de desarmonia tem, automatica- mente, a aco cerceada de modo a absorverthe a influéncia, até que ela se esgote e até que ele as recomponha em forgas novamente voltadas A produgéo do bem geral. O mal é reprimido por forga de leis naturais, néo importa quem 0 cometa, de modo universal. A sociedade, em defesa do interesse da maioria, cabe exer- cer sangées, praticando a justiga. No plano espiritual, também € exercida por ela, dentro das faixas em que ela se situa: no Umbral, pelos umbralinos; nos meios mais elevados, por espi- ritos que tém elevado senso de justica, psicologia, etc... Por isto temos instituidos 0 cdrcere, as penas diversas, o degredo, a pena de morte até, hoje em extingZo no mundo todo. —Z a , SO 2 — A NOGAO DE JUSTICA A nogao de justica, que, entre os judeus, na época de Jesus, havia atingido niveis mais elevados do que os de outros povos, fruto de um labor milendrio, foi conduzida pelo Cristo a um nivel mais alto ainda. A justica divina, revelou ele, néo é a de um juiz impiedoso, mas sim a de um pai. Nao do magistrado inflexivel, mas do ge- nitor que educa, que recoloca no caminho reto; de quem im- pede o desatino para salvar, de quem impGe uma disciplina para amoldar. £ imbuida de novas nogdes de misericordia e perdao, que acarretam o abrandamento no julgar e no punir, como até entéo concebidos. Certamente ha que armar defesas contra o mal. André Luiz fala de fortificagdes no “Posta de Socorro” ([1], Cap. XX): “...estamos em servigo que precisamos defender em qualquer circunstancia — diz 0 administrador. — Enquanto nao imperar a lei universal do amor, é Indispensdvel persevere o rei- nado de justiga... As organizagées dos nossos irmaos consa- grados ao mal so vastissimas. Nao admitam a hipétese de se- rem todos eles ignorantes ou inconscientes. A maioria se cons- titui de perversos e criminosos. Sao entidades verdadeiramente diabolicas. Nao tenham qualquer dtivida... resistem as corri- gendas do Pai e transformam-se, esses desventurados, em ver- dadeiros génios da sombra, até que, um dia, se decidam a novos rumos", na. v A criatura que, movida pelo sofrimento, se recompée, se dispée a reencetar_o caminho reto, encontra oportunidade re- novada, as possibilidades de reerguimento novamente oferecidas. O Jeproso padece sofrimento provecado por uma razio qualquer. Os antigos conduziam-no ao vale das imundos. Hoje é acolhido em hospitais 29 Aquele que se enreda em conseqiiéncias de culpa, o fra- cassado que, de queda em queda, se transforma em um decaido, até néo ter mais forgas para reerguer-se de per si, embora o queira, encontra na Providéncia Divina meios para fazé-lo. Que meios? Deus cria e 0 espirito co-cria. Deus aperfeigoa a criacdo com a participagao de suas criaturas. O selvagem nao esté abandonado a si préprio. Deus Ihe propicia o sustento. Mas se, ao evoluir, ele passa a cultivar, a trabalhar em beneficio da vida, as messes que Deus Ihe proporciona revelar-se-do em grau muito maior. O homem nao cria a semente, o alimento, os recursos; mas, se coopera, se trabalha em favor da vida, esta Ihe responde em seu beneficio de forma ampliada: 0 campo que pouco produz, com o seu esfor¢o passa a constituir-se em fonte dadivosa de bem-estar. © homem decaido encontra assisténcia, meios de cura, recursos para recompor-se, educar-se, fortalecer-se, natural- mente. Mas se 0 homem colaborar, com muito mais eficécia, presteza e precisao, bane-se a doenga e seus efeitos, a ignoran- cia, a pentria, a dor, o sofrimento. Isto 6, as tarefas de curar, ensinar, reerguer o semelhante, fazem parte do concerto de atividades que o homem deve exercer para o seu progresso. Para dar mais um passo na escala evolutiva, tem que se encher de interesse, comiseragdo, solidariedade, fraternidade com o ser humano, a fim de eliminar a doenga, a ignorancia, todas as formas de caréncia. Assim como, num campo, cabe ao homem eliminar a ari- dez, lavrar a terra, combater as pragas, remover as ervas dani- nhas, para que seja beneficiado com o progresso material, pro- gresso este, inclusive, condicionado a este trabalho, da mesma forma, para o progresso espiritual, fica 0 homem condicionado 30 = SEEM PLONTA Pane & cqjeny COCHEITH convERsde DE Alar a restabelecer a satide, remover a incapacidade, combater os vicios, enaltecer a vida em cada um. E o grande desafio posto & humanidade por Jesus, e ainda atual para ela, com todo o seu desenvolvimento cientifico, tec- nolégico, material. Progresso material ¢ progresso espiritual séo contingéncias impostas pela prépria evolugado e, se todos ainda néo participam deles em grau mais alto, mais elevado, é porque ainda relutamos em aceitar os principios cristios, pois os mo- mentos j4 sao chegados. O Espirito esté subordinado a leis: tem deveres a cumprir. Deve distinguir entre 0 bem e o mal, agindo com justica. E o que Ihe foi ensinado na conquista do Monoteismo: DEVER E JUSTICA. 3 — REERGUER OS DECAIDOS — DEVER DE TODOS Com Jesus ha um novo aprendizado a fazer. Ha que se tornar bondoso, compassivo, clemente, misericordioso, solidério, fra- terno, pacifico, manso, paciente com o semelhante. Ha que curar, instruir, socorrer a velhice, amparar a criancga abandonada, eliminar a necessidade e a ignorancia, para o esta- belecimento de uma nova ordem social, fincada por essas raizes, implantadas em cada um. Como no servico de limpeza publica. Cada um deve se tornar um defensor do asseio, municiar-se de constantes cuidados para manter a ordem e a limpeza. Se cada um se mantiver um constante esparzidor de detritos, de residuos, de impurezas, néo ha servigo pUblico ou governamen- tal que possa de ser si eliminar a sujidade, O asseio, a ordem, a higiene tém que se tornar tarefas de cada um, responsabilidade de todos, a fim de que a sociedade, hum plano mais alto, possa coroar de éxito os esforcos gerais. 31 Nagao rica € aquela em que todos produzem. Essa é a razdo pela qual cada um deve tornar-se um pala- dino da luta contra a infancia avandonada, a velhice desampara- da, a miserabilidade esquecida, a feminilidade ultrajada, a inca- pacidade fisica desprezada, a indiferenga diante da fome. “Ide, pregai, curai, ensinai, ressuscitai os mortos, expulsai os deménios..." 6 a recomendagao que o Cristo dirigia aos apés- tolos e a todos, enfim. Sua exemplificagdo foi esta: pregar, curar, ressuscitar, ex- pulsar os deménios... atender aos necessitados de toda a sorte. Este 6 0 novo passo que a humanidade deve dar, 0 novo aprendizado que deve fazer: tornar-se apta, nas realizagoes da co-criagéo com Deus, a reerguer os decaidos, os falidos, os ven- cidos do mundo, os injustigados, banindo as causas que os pro- duzem. Humberto de Campos, em [2], Cap. 3, sugere-nos a seguinte imagem: para © homem, com Jesus, delineia-se novo campo de atividade, que podemos pér em analogia com o da produgao industrial de nossos dias. Para a fabricacéo de um produto metdlico, obtemos, da ter- ra, minério, matéria-prima. Desta extraimos o metal, o material sobre o qual iremos elaborar, com as ferramentas adequadas, © produto final, a utilidade desejada. Pois bem, na realizagéo de uma sociedade melhor, a ma- téria-prima, o material de base séo os ignorantes do mundo, os fracos, os sofredores, os desalentados, os doentes, os pecado- res. O material a transformar, o sentimento. As ferramentas, a boa vontade. Como produto final, a conversio de toda miséria e dor num céntico de alegria. 32 3 6 0 problema que se espera possa a humanidade de dias resolver. Nao & custa de férmulas verbalisticas, mas io de solugées cientiticas de produtividade, treinamento, educagao profissional e ética, justiga social, planejamento ade quado de todos os recursos sociais e distribuigéo de renda fun- damentada no mérito e na’ participacéo. 4 — 0 NOVO MANDAMENTO Jesus, “tomado peias inspiragées sagradas de Deus, come- gou a falar da maravilhosa beleza do seu reino. Magnetizado pelo seu amor, 0 povo 0 escutava num grande transporte de ven- tura. No céu havia uma vibragéo de claridade desconhecida” {[2], Cap. 3). N3o s6 recomendava atuar no sentido de erradicar nos ou- tros a necessidade, mas estabeleceria as normas preventivas para que nado nos envolvéssemos nas malhas do mal, despe- nhando pelas sombras dos precipicios. Em primeiro lugar incitava-nos a alimentar otimismo, sere- dade, confianga na Divina Providéncia. io temais; nao vos inquietais por vossa vida. Olhai as aves do a 0 semeiam, nao colhem, nem fazem provisées nos celeiros; contude vosso Pai Celestial as sustenta. Considerai os lirios do campo: n&o trabalham, nem fiam, entretanto vos digo que nem Salom&o, em toda a sua gléria, jamais se vestiu como um deles. Pedi ¢ dar-se-vos-4; buscai_e achareis; batei e abrir-se-vos-4. Se maus como sois, sabels dar boas dadivas a vossos filhos, quanto mais vosso pal que estdé nos céus, que bens ndo dar aos que lhe pedirem?” Diz como rogar para Ele no Pai Nosso, e estabelece como mandamento maior: “Amarés o Senhor teu Deus de todo o so- ragao, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento”. E, como segundo, semelhante a este: “Amards ao teu proximo co- mo a tl mesmo” (Mateus, 22:37 a 39). Mateus, 22:40 — “Destes dois mandamentos dependem toda a lei © os profetas”. Neles fundamentado, determinou a necessidade de reconci- liar-se com todos, de entrar em acordo com os adversérios, de amar aos inimigos. Nao basta nao fazer o mal aos outros, mas é preciso fazer-lhes o bem, imitando ao Pai. Néo aponta facilidades, nem apregoa vantagens. Mateus, 16:19 a 21 — “Ndo ajunteis para vés tesouros na Terra, onde a traga e a ferrugem os consomem, e onde os la- drées minam é roubam; mas ajuntai para vés tesouros no Céu, onde nem a traga nem a ferrugem os consomem, e onde os ladrées nao minam nem roubam. Porque onde estiver 0 vosso tesouro, ai estaré também o vosso coragiio.” No trabatho, na mansuetude, na caridade, salienta as forcas que enaltecem o espirito. No defeito, na imperfeigao, no débito, na culpa, situa os nossos verdadeiros inimigos. Onde quer que estejamos, 0 verdadeiro campo de luta somos nés mesmos. Nele temos 0 bom combate, e, como norma méxima de conduta, o perdio para com os outros, néo uma vez, mas setenta vezes sete. Nao 6 tarefa facil. Seja para auxiliar, ou para nos superar- mos, a tarefa é ardua. Que nao nos iludamos. “O sofrimento é © meu calice; envio-vos como ovelhas ao antro de lobos; tribu- nais, agoites, humilhagdes vos aguardam. Os que me seguirem sero desprezados e odiados, mos o que perseverar serd salvo. Trabalhai pelo Reino de Deus e nfo temais os que matam o corpo, mas nao podem aniquilar a alma; qualquer de vés que me confessar, diante dos homens, eu o confessarel igualmente dian- te de meu Pai que est4 nos céus", dizia Jesus (Mateus, 10). Reavivando as esperangas dos sofredores, enfermos e deso- lados de toda a sorte, com a pregagdo do amor para todos, eli- mina as barreiras entre os homens, afirma a igualdade e situa a coordenagéo da vida moral, nao no cumprimento exterior dos ritos e cultos, mas na pureza do coragao, na bondade da inten- cdo, na humildade. Reconceitua a nogao de pecado e de punicéo: diante dos transviados, dos paraliticos e dos aleijados, curava, consolava, e nao assumia atitudes de condenago. Socorria-os apenas, con- solava-os e, ao restituir-lhes o equilibrio e a confianga, dizia- Ihes: “Eis que est4s so. Nao peques mais, para que te néo suceda coisa pior", evidenciando nao haver penas eternas, mas, t&o-somente, reconsideragéo de caminhos. Enfim o Amor 6 a grande Lei. “A paz reinard entre vés, quando vos amardes como vos amei", dizia. Ja tendes os mandamentos, as regras de fidelidade a Deus, para que a vida vos favorega nas sendas do progresso. Mas para os vossos problemas atuais, para o que de novo se vos apre- senta neste estagio, hé necessidade de pregar, curar, ensinar; dar duas camisas a quem vos pede uma; andar dois mil passos com quem vos pede andar mil; amar aos inimigos, exercer a caridade, imitar ao Pai, serdes perfeitos como Ele 6 perfeito. Enfim, um novo mandamento vos deixo: que vos ameis como eu vos amei. E assim como, para o cultivo de um campo, a eficiéncia e a produtividade dependem cada vez mais do aumento de saber, de conhecimento com a utilizacéo de adubos, mecanizacdo, energia, experiéncias de laboratorio, etc., da mesma maneira o pregar, o curar, 0 ensinar, se dependem primordialmente das disposicées subentendidas globalmente no AMAI-VOS, tém sua eficiéncia e capacidade de realizagaéo cada vez mais dependentes do conhe- cimento, da Ciéncia e da Filosofia. Por Isso, na codificacdo, o mandamento assume a nova forma: AMAI-VOS E INSTRU/-VOS. 35 a — Bibllografia [1] — André Luiz — Os Mens: [2] —- Humberto de Campos 5 — Leituras Complementares As dos capitulos das obras citadas no texto. FEESP — Monoteismo e Jesus: Cap. Vil e relativa biblic- gratia. c¢ — Perguntas 12 — Moisés recebe a 1 Revelagdo. Explique: por que a primeira? 2.2 — O que constituem os Dez Mandamentos? 3.2 — O que distingue o Bem do Mal? 42 — Como Jesus modifica a nogao de Justiga até entao imperante? 52 -—— A eliminagéo de todas as formas de caréncia € humana. {Deus colocou as dédivas; a nés cabe des- cobri-las, E algo como o que sucede com a Revela- G40: 0 Alto orienta, fornece os principios, mas a construgéo das doutrinas nos cabe. Analogamente a0 que se passa em relagdo ao bem-estar material @ espiritual: Deus colocou as possibilidades; cabe a nés desenvolver aptidGes e virtudes, a fim de alcancé-los e usufruir deles. Mais evoluamos, em mais quantidade os teremos. Dor, sofrimento, pe- nuria, necessidade séo contingéncias relacionadas ao primitivismo, ao despreparo & ignorancia.} Ex- plique. 62 — Quais as tarefas principais correspondentes a esta fase da humanidade? 72 — Qual o principal problema que nos cabe resciver, nesta fase da humanidade? preki 8.2 — Jesus recomendou procedimentos a fim de erradi- car a dor, mas também para preveni-la. Esclarega. 9.2 — Qual o significado da expressio “O Bom Com- bate”? 10." — A erradicagéo de todo mal pode ser efetuada com base nos dez mandamentos e mais um. Qual? Ex- plique. Prética de Renovagdo intima André Luiz — Respostes da Vida. Estudar ¢ por em prética o Gap. 11. Aula Pratica TITULO: A RENCVAGAO DG CONHECIMENTO E O ESPIRITISMO 12 PARTE — ABERTURA (20 min.) Ay: Becomendagées para a aula: (2 min.) 2° Mandamento: Versao tradicional (Ev. Seg. o Esp.) Versio André Luiz (Ev. em Dois Hiundos) Az Ay A, se mantém idénticos aos da aula anterior, Repetir. 22 PARTE — O TRABALHO [30 min.) A relagéo entre dois planos, o Plano Mailor e o Plano Fisica, sempre foi de dependéncia deste aquele. Na fase humana o homem assumiu o comando de sua evolugdo, embora sempre subordinado & orientagio do Mundo dos Desencarnados, através da Mediunidade. E atra- vés desta que 0 homem recebe, pela Revelagdo, os princi- pics e as direcées, sobre os quais deve pautar seus cami- 37 38 nhos. Mas estes séo de sua responsabilidade. E as Reli- gides, como construgéo humana, se fixam diferentes de povo para povo, mas todas com um contetido que, no fundo, revela unidade e evolui segundo o estégio que cada um alcangou. Mas 0 que antes era obtido somente através da Reve- lacgéo, hoje é tratado de forma cientifica pelo Espiritismo, substituindo, a fé cega, a fé raciocinada. Antes se acreditava, hoje se sabe. Mas a fonte orien- tadora 6 sempre a mesma: o Mundo Maior, através da me- diunidade, de médiuns, aparelhos que, para poderem veicular a Palavra Divina, eles préprios devem tornar-se instrumentos sublimados em saber e amor. 3." PARTE — ENCERRAMENTO (15 min.) Proceder identicamente & aula anterior. CAPITULO IIL REGIOES INFERIORES 1 — INTRODUGAO As leis da evolugio ¢ da reencarnagiio encerram, em seu bojo, a negagéio da doutrina das penas eternas, ainda sustenta- da por outras crengas, nas nogées de inferno, paraiso e purga- torio, ¢ suas correlatas de anjos e deménios. Kardec em [1], 12 Parte, thes analisa o contetido, de uma forma que nao pode ser desconhecida pelo leitor espirita, a cuja leitura enviamos, mesmo porque, como diz Druso, através de André Luiz, em [2], Cap. I: “...0 estudo da situago espiritual da criatura humana, apés a morte do corpo, néo pode ser rele- gado a plano secundério”. Em [1], na segunde parte, Kardec descreve a situagao de varios espiritos infelizes, sofredores, suicidas, criminosos ar- rependidos, endurecidos, e faz algumas citagées relativas a ex- piagdes terrestres, de grande valor informativo. Em [3], como ja vimos em [4], Gap. V, André Luiz conta seu prdprio caso e como ele reencontra a oportunidade de recuperac¢ao e trabalho. Em [5], Cap. 3, ele afirma estar se defrontando com tenso trabalho... escassas horas reservadas a excursdes de cine 39 entretenimento... mas em ambiente de felicidade e alegria a favorecer-nos a marcha evolutiva... Nao nos faltavam determi- nagdes e deveres, ordem e disciplina; entretanto, a serenidade em nosso clima, e a paz, nossa dadiva de cada dia.” Neste volume, nos ateremos, em grande parte, a este pro- blema, & situagéo do espirito apés a morte, ao problema do destino e da dor nos dols pianos, o tema central, alids, da revelagéo cristé, quanto &s suas causas e & sua solugdo. 2 — NAS PROXIMIDADES DA CROSTA TERRESTRE Observa André Luiz que o sepulcro conduziu-o a um mundo, melhor. Mas “e os milhées que permaneciam apegados a Grosta da Terra?” “Incalculaéveis multidées mantinham-se na fase rudimentar do conhecimento; apenas possuiam aigumas informagdes prima- rias da vida; {...} guardavam da existéncia apenas a lembranga do campo sensitivo, reclamando a reencarnag&o quase que ime- diata, quando thes nao era possivel a matricula em nossos edu- candarios de servica e aprendizado iniciais.” ([5], Cap. 3) No plano fisico constituem os marginalizados, os desprepa- rados para o trabalho, os de desenvolvimento mental rudimen- tar, com tendéncia para o 6cio, instéveis, destituidos de ambi- Géo, desconhecedores das leis, de seus deveres e direitos, irres- ponsdveis nas tarefas, com escala de valores inferior e diferente da existente em nossa sociedade, sequer tendo atingido o esté- gio do artesanato. Pessoas cuja integracao social sé pode ser feita em termos de um bem dirigido esforco de educacdo e profissionalizagao, Sélida assisténcai social, médica, juridica, que os possam tornar produtivos e ajustados, dentro dos valores que podem alcancar. 40 a = oy Caso contrério, manter-se-Zo a constituirem, como problema a agravar-se sempre mais, a grande massa de marginalizados dos grandes centros urbanos. .n&o permaneciam chumbados & esfera carnal por mal- dade, sendo que se demoravam, hesitantes, no chao terreno, como os pequenos descendentes dos homens se aconchegam 20 selo materno...” Porém o que surpreendia, era a existéncia de “verdadeiras falanges de criminosos e transviados... (que) consumiam, por vezes, intimeros anos entre a revolta e a desesperacao, personi- ficando hérridos génios da sombra... mas sempre terminavam a corrida louca nos desvaos escuros do remorse e do sofrimmento, penitenciando-se, por fim, de suas perversidades...", candida- tando-se & regeneracio. Apresentavam-se “conturbados e afli- tos, assumindo formas desagradéveis ao olhar. Nos casos de obsessao convertiam-se em reciprocos algozes, ou, entéc, em verdugos frios das vitimas encarnadas; quando errantes ou circunscritos aos valés de punicao, aterravam sempre pelos es- petdculos de dor e de misérias, sem limites.” Em [6], Cap. 16, André Lulz clita Posto de Socorro nas es- feras da Crosta, na extensa zona de desventurados, Uma cons- trugéio cheia de fortificagSes. “— As organizagdes de nossos ir- mos consagradas ao mal séo vastissimas — dizia o administra- dor. — N&o admitam a hipdtese de serem, todos eles, ignoran- tes ou Inconscientes. Séo entidades verdadeiramente diabdlicas. Nao tenham disso quaiquer dtivida... Estabelecido o duelo entre a fantasia deles e a verdade do Pai, resistem as corrigendas do Senhor e transformam-se, esses desventurados, em verdadeiros génios da sombra, até que, um dla, se decidam a novos rumos.” Da mesma maneira que no plano fisico “irm&os menos feli- zes lutam pela dominagdo econémica, pelas paixdes desordena- das, pela hegemonia de falsos principios, nestas zonas... temos 4a tudo isso em identidade de condigées. Entre as entidades per- versas @ ignorantes, h4 cooperativas para o mal... baixa explo- ragdo de certas forgas da Natureza... escravizacio dos que se enfraquecem pela invigilancia... terriveis desequilibrios da mente... “... Estamos em servigos que precisamos defender... €... necessitamos defender a obra do bem contra os assaltos indé- bitos.” Em [2], Cap. |, fala de outra “Mansdo Paz”, que visita com Hilério. Escola de reajuste dedicada a receber “Espiritos infelizes ou enfermos... que se elevam a colénias de aprimo- ramento... ou retornam... para a reencarnagdo retificadora... com todos os recursos de retificagdo e defesa”. La fora agitava- se a natureza, aparecendo rostos humanos com “esgares de horror, vociferando maldigdes e gemidos”. Por que se nao os socorria? Porque “feras humanas... Se acoihidas aqui, sern a necessdria precaugao, atacar-nos-iam de pronto, arrasando-nos o instituto de assisténcia pacifica. E nao podemos esquecer que a ordem é a base da caridade”. “Trazem o intimo turbilhonado ¢ tenebroso... Odeiam e ani- quilam, mordem e ferem... Mas... semelhante fase... pas- Sa... para abragar, por fim, as responsabilidades que... cria- ram para si. “Cessada a febre da loucura e rebeliao, o Espirito culpado volve ao remorso e & peniténcia... Ent&o, como o solo que regressa ao servico de plantagao proveitosa, submete-se de no- vo & sementeira renovadora dos seus destinos.” Essas falanges distinguiam-se das anteriores por jé perten- cerem a outro estégio de desenvolvimento. Eram constituidas pelos “ignorantes, revoltados, os perturbadores e os imperti- nentes, de alma impermeavel as adverténcias edificantes, os en- 42 fatuados e os vaidosos dos mais varios matizes, perseverantes no mal, dissipadores da energia animica, em atitudes perversas diante da vida” ([5], Cap. 3). “...aquelas mentes que, conhecendo as responsabilidades morais que lhes competiam, delas se ausentaram, deliberada- mente, com o louco propdsito de Judibriarem o proprio Deus. O inferno, a rigor, pode ser... definido como vasto campo de de- sequilibrio, estabelecido pela maldade calculada, nascido da ce- gueira voluntaria e da perversidade completa. Ai vivem, domici- liados, as vezes por séculos, Espiritos que se bestializaram, fixos que se acham na crueldade e no egocentrismo... -.-E as almas transviadas na delingiiéncia e no vicio, com possibilidades de préxima recuperagdo, aqui permanecem em estdgios ligeiros ou regulares, aprendendo que o prego das pai- xdes € demasiado terrivel. “Para as criaturas desencarnadas desse ultimo tipo, que pas- sam a sofrer o arrependimento e o remorso, a dilaceracéo e a dor, apesar de nao totalmente livres das complexidades escuras com que se arrojam as trevas, as casas de fraternidade e assis- téncia como esta funcionam, ativas e diligentes, acolhendo-as quanto possivel e habilitando-as para o retorno & experiéncia de natureza expiatéria na carne” ([2], Cap. 1). 3 — DOENGAS DO ESPIRITO André Luiz, desejando conhecer a atuacdo da Lei Divina, a lei de causa e efeito, de agao e reagéo, o Karma dos indus, embora com acepgao algo diferente, aproxima-se de Galderaro ([5], Cap. 3), pergunta-Ihe o porqué da situacao de tais criatu- ras. “Afinal”, dizia, “passaram pelo mesmo fendmeno da morte, vieram provavelmente com as mesmas doengas, e uma vez que @ situag&o se impunha a todos e a lei nao fazia distingdes, por 43 que tais criaturas se mantinham daquela maneira? Por atitude deliberada? Ou castigo, ou punigo, por superiores designios Enfim “pretendia conhecer os que se entretinham na malda- de, no crime, na inconformagao". Calderaro, soli esclarecia: “André, antes de tudo é-nos imprescindivel compreender a perversidade come loucura, a re- volta como ignorancia, o desespero como enfermidade”. tamenio do evolutivo ainda nao le que € objeto de nos primero caso, a emogdo reside no processo alizado. G segundo caso, porém, 6 aque- 0 astudo @ atuacdo. Mas, para que pos- samos efetué-lo, embora ligelramente, torna-se necessdrio dar alguns esclarecimentos quanto & nossa organizagio somdtica, om especial quanto aos dois sistemas de controle do organismo: © sistema nervoso, de natureza elétrica; o sistema endécrino a. Estabeleceremos algumas no- para que possamos entender irbios psiquicos. Antes de t igumas consideragdes acerca do sistema nervoso. lembrar que, até o século XVIli, des- conhecia-se a ni rica. Hoje compreende-se-a principal- mente com bas S analogias que se podem estabelecer com as redes eletromagnéticas, cujo conhecimento, especialmente em nossos dias, ati de desenvolvimento, mormente com a descoberta do: ‘os microminiaturizades da eletrénica. Sabe-se mais, hoje, com as descobertas dos ultimos vinte ancs, do que tude que se estabeleceu anteriormente. a | errr rome oes errr anne ran? ren nar) Podemos descrever o sistema nervoso brevemente e nas suas partes principais da seguinte maneira: Primeiramente, o SISTEMA SENSORIAL MATICO, que transmite a informagao sensorial, captada pelos receptores de toda a superficie do corpo e das estruturas profundas, e con- duzida para tedos os niveis da medula espinhal, por meio dos nervos raquidianos, apés 0 que ela segue para as partes superio- res do sistema nervoso. A seguir uma PORGAO MOTORA, cuja funcdo 6 controlar as atividades do organismo: contragéio dos mtisculos esqueléticos (controlada pelo nervo eixo-motor}; contragdio da musculatura lisa dos 6rgios internos e a secregao das glandulas exdécrinas (controladas pelo sistema nervoso autOnomo). Miiscutos e glan- dulas denominados efetores, porque realizam tadas por sinals nervosos. fungées dila- Muitos sinais, conduzides a um segmento de medula, po- dem causar respostas motoras que se geram no préprio segmen- to, de forma automatica e quase instanténea, em padrées espe- cificos de resposta, que constituem parte dos reflexos congéni- tos: os reflexos medulares, Em continuagio & MEDULA, temos 0 TRONCO ENCEFALICO que, com o CEREBELO, O DIENCEFALO, os GANGLIOS BASAIS © o CEREBRO, Juntos constituem, dentro da caixa craniana, © encéfalo. © cérebro 6 composto de DOIS HEMISFERIOS CEREBRAIS, © esquerdo e 0 direito, ligados entre si por fibras mervosaa, di- vidido em DEPARTAMENTOS ou LOBOS. € revestido pelo COR- TEX {casca) que, simp! ‘orever como adamente, poderemos uma camada de substancia cinze © DIENCEFALO, situado entre abaixa © quase escondido por el e HIPOTALAMO, rebrais, estrutura muito 45 fung6es conhecidas desde ha pouco tempo, e outras que consti- tuem, em grande maioria, ainda uma incdégnita. Sabe-se, porém, cientificamente, que, nele, se desenvolvem as principais fun- gées que governam todo o sistema nervoso e, conseqiiente- mente, a vida. Por baixo do cértex, hd actimulo de matéria cinzenta, os GANGLIOS BASAIS, reguladores do movimento. O cerebelo, go- vernando o equilibrio, a coordenagdo, e realizando outras fun- Ges, situa-se abaixo do cérebro, atrds do tronco encefalico, que, por sua vez, une todas as partes do encéfalo & medula espinhal. Constitui-se de trés partes: 0 MESENCEFALO, a ligacdo ao encéfalo; a PONTE, a parte intermedidria; o BULBO, a ligagao com a medula espinhal. 5 — SISTEMA NERVOSO: PRODUTO EVOLUTIVO Fixadas essas nogdes, voltamos a narracao de [5], Cap. 3, na qual se diz como André Luiz 6 conduzido a um hospital para observagao, in loco, sobre cérebros de um encarnado e de um desencarnado, em processo de obsess&o, intimamente ligados entre si. Tratava-se de enfermo unido a deploravel entidade desen- carnada “em miseras condigdes de inferioridade e de sofri- mento”, mutuamente jungidos, desde o térax & cabega, quais “prisioneiros de uma rede fluidica. Pensamentos de um deles com certeza viveriam no cérebro do outro. Comogées e senti- mentos seriam permutados entre ambos com matematica pre- cisdo.” Reparou primeiro o cérebro do encarnado. Dava “a idéia de um aparetho elétrico quase indevassado pelos homens”. Emi- tia radiagdes diversas que o diferenciavam, sob esse aspecto, em trés regides distintas: 46 ES eR ary et ae Pee ee One ee ee -— lobos frontais,. quase brilhantes; — cértex motor, até a extremidade da medula espinhal, de claridade diminuta; — ganglios basais, de luminosidade mais fraca ainda. A seguir reparou o cérebro do desencarnado. A parte as dife- rencas relativas 4 substancia, diferente nos dois planos, pare- ciam identificar-se: as divisées luminosas andlogas. “Mais luz nos lobos frontais, menos... no cortex... quase nenhuma na medula espinhal.” Explicou Calderaro. Temos af dois cérebros de mesmo nivel. O que nos surpreende, apés o desenlace, é que o sepulcro nao nos modifica. A vida prossegue no plano extra-fisico e todo e qualquer progresso 6 feito somente a custa de esforco, trabalho @ aprendizado. O corpo espiritual, 0 vefculo de nossa manifesta- ¢40, 6 produto evdlutivo, isto é, 0 que nos ensina a Ppassagem para o além. “A crisdlida de consciéncia, que reside no cristal a rolar na corrente do rio, ai se acha em processo liberatério; as 4rvores que, por vezes, se aprumam centenas de anos, a su- Portar os golpes do Inverno e acalentadas pelas caricias da Pri- mavera, estéo conquistando a memoria; a fémea do tigre, lam- bendo os filhinhos recém-natos, aprende rudimentos de amor; © simio, guinchando, organiza a faculdade da palavra...” Desenvolvemo-nos de experiéncia em experiéncia, de apren- dizado em aprendizado. Essa é uma questao fundamental dentro do Espiritismo. A vida continua, isto 6, continuamos nds mesmos, com os mesmos sentimentos, a mesma cultura, colocados t&0-somente em outro meio. Com as mesmas sensagées, porém; idénticas necessidades, mesmos problemas, subordinados as mesmas leis de justiga, desenvolvimento e aprendizado, porque elas dizem respeito ao espirito. AT Aliés, 0 corpo 6 mera veste. Onde quer que estejamos, quem progride 6 0 espirito, e 6 ele aue esta subordinado as icis do progresso, unlversals, estejamos encarnados ou desencar- nados. Seria extremamente infantil a crenga de que o “simp baixar do pano” resolvesse transcendentes questées do Infi nito. “Uma existéncia é um ato. Um corpo — uma veste. Um século — um dia. Um servigo — uma experiéncia. Um triunfo — uma aquisigao. Uma morte — um sopro renovador” ([3], Mensagem de André Luiz). N&o somos obra completa, muito menos perfeita. E Deus es- tabeleceu como lei universal que, seja para a criagéo, como para resuite “obra do cooperativismo entre nés mesmos, a perfeic: Ele e nds”, Nos dois planos: cd e 14. & — Bibliografla [1] — Allan Kardec — © Céu @ o Infemo. 2] — André Luiz — Agéo e Reagdo. [3] — André Luiz —- Nosse Lar. [4] — FEESP — Mediunato. [5] — André Luiz — Ne Mundo Miaior. [6] — André Luiz — Os Mensageiros. b — Lelturas Gomplementaras: As dos capitulos dos textos citados. oes d= Perguntas 12 — Por que € importante 0 estudo da situagao espiri- tual da criatura humana apés a morte do corpo? 2.2 — Que mundo encontrara André Luiz apés o desen- carne? 32 — Com que tipos de espiritos deparou-se ele na Cros- ta da Terra? Como encarar os espiritos provisoriamente consa- grados 20 mal? 5." — Por que a necessidade de defesa? 6. — Por que a existéncia de instituigGes destinadas ao Socorro de entidades nas zonas inferiores? 72 — Que tipos de espiritos compunham as falanges de sofredores apontados por André Luiz? 8.2 — Como vocé definiria o inferno? 9.° — Como entender a perversidade, a revolta, o deses- pero? 10.8 — Como se compée o sistema nervoso? 11.2 — O cérebro se assemelha a um complexo aparelho elétrico, também emissor de radiagdes. Como se diferencia, em relagio a elas? 12.2 — Em que Calderaro baseou-se para explicar a evolu- gao do cérebro? PRATICA DE RENOVAG4O [NTIMA André Luiz — Respostas da Vida. Estudar e por em prética o cap, 12. 49 @ — PARTE PRATICA TITULO: O 11.2 MANDAMENTO 12 PARTE — ABERTURA (20 min.) Ay: Recomendagées para a aula: (2 min.) 3° Mandamento: Verso tradicional (Ev. Seg. 0 Esp.) Versio André Luiz (Ev. em Dois Mundos) An Ag, Ay OS Mesmos. 22 PARTE — O TRABALHO (30 min.) A esséncia do ensinamento de Jesus resume-se em: 1° — O mal, a dor e o sofrimento néo sao castigos de Deus. Sao injiirias que nés mesmos provocamos e que ds mesmos temos que sanar. 2° — Nao ha dor e sofrimentos eternos. As leis que nos regem, se nos obrigam a sofrer as conseqiiéncias de nossos erros, também oferecem os meios para remedié-las. 3° — Que todos os seres tém de participar na obra do aperfeigoamento da Criagdo. Essa participagao nao so- mente diz respeito, para o homem, a cultivar, a obrar nas diversas atividades, mas também a eliminar os préprios males que nos afligem. 42 — O Evangelho, nesse sentido, constitui manual para que saibamos evitar esses males para nds mesmos, de forma preventiva, ¢ possamos atenud-los nos que so- frem, de modo a erradicar, da Terra, a ignorancia, a pent- ria, o sofrimento, a doenga, a aflicéo, e suas conseqiiéncias, pela aquisigdo de virtudes, prética do amor e exercicio da Caridade. 3.2 PARTE (15 min.) Mesmo procedimento anterior. CAPITULO IV © MECANISMO DAS QUEDAS ESPIRITUAIS 1 — INTRODUGAO Somente ha pouco tempo, como jé o dissemos, © cérebro 6 reconhecido, pelos bidlogos, como sede da vida, do pensamento, o receptor das sensacoes, o iniciador dos movimentos, por meio dos nervos. S6 foi assim entendido, depois que 0 homem desco- briu as leis do el tromagnetismo e da eletrénica. Mas ainda estamos longe de avalid-lo devidamente. André Luiz, em [4], Cap. IX, descreve-o como produto evo- _lutivo & ihe aponta as diversas fases de desenvolvimento, efe- tuadas através dos invertebrados, peixes, anfibios, répteis, onde JA se configura embrionariamente a epifise; a seguir nas aves, nos mamiferos. E como, depois, se desenvolveram os sentidos, 0 sistema nervoso auténomo e como se estrutura, finalmente, o cérebro, “o gabinete de comando das energias que o servem (ao espirito), como aparetho de expressao dos seus sentimentos @ pensamentos, com os quais, no regime de responsabilidade e de auto-escolha, plasmar: no espaco e no tempo, o seu pré- prio caminho de ascensao para Deus” ([1], Cap. IX). 2 — SUBCONSCIENTE, CONSCIENTE E SUPERCONSCIENTE Como produto evolutivo, nosso sistema _ner' considerado constituide de trés partes distinta: yoso pode ser —— uma que rege nossas atividades automdaticas, “o cére- bro inicial, repositério dos movimentos instintivos e sede das atividades subconscientes... a residéncia de nossos impulsos automéaticos, simbolizando 0 sumario vivo dos servicos realiza- dos"; a stimula de nossas conquistas, 0 nivel de estagio ai- cangado; — no cértex motor temos “o cérebro desenvolvido, con- substanciando as energias motoras de que se serve a nossa mente, para as manifestagdes imprescindiveis no atual momen- to evolutive do nosso modo de ser; ...0 “domicilio das conquis- tas atuais”, onde se erguem ¢ se consolidam as qualidades no- bres que estamos edificando” — nos/lobos frontais,/“silenciosos ainda para a investigagao cientifica do mundo, jazem materiais de ordem sublime, que conquistaremos gradualmente, no esforco de ascensao, represen roe tando a parte mais nobre de nosso organismo co... “a casa das nogées superiores”, indicando as eminéncias que nos cumpre atingir”. No primeiro — *o hdbito e o automatismo... o subcons- ciente... No segundo — “o esforeo, a vontade... 0 consciente... © presente"; No terceiro — “o ideal e a meta superior a ser alcanca- © futuro”. da... 0 superconsciente. Todos com diferentes capacidades de irradiagdo. 52 divino_em, evolu- SHUNT => 3 — GEREBRO: ANALOGO A UM COMPLEXO SISTEMA ELETRICO A fim de que possamos compreender melhor o sistema nervoso, recotremos analogia que André Luiz apresenta em [2], Cap. IX, & analogia do cérebro com um dinamo shunt, re- presentado esquematicamente na figura. oN j eincurre SHUNT Anas Na sua forma mais simples, um gerador pode ser consi- derado um eletroima em forma de U, terminando em duas sapatas Ne S, entre as quais se faz girar um rotor, também de ferro, contendo um enrolamento de cobre. Geralmente, antes de a maquina comegar a funcionar, no nticleo sempre hé um determinado grau de imantagao, denomi- nado magnetismo remanente ou residual. Para pér em funcionamento a maquina, gira-se o rotor que, em virtude desse magnetismo remanente, comega a produzir forga eletromotriz e corrente elétrica, que 6 recolhida por meio de dispositivos especiais, através de escovas, nos terminais do enrolamento A e B, e passa pela carga Z, ligada entre eles. Parte dessa corrente poderd ser desviada no circuito CID para alimentar, com o fechamento do interruptor |, um circuito que envolve o nucleo, transformando-o, de simples ima, em ele- 53, Ft. = forge abibin wothig trofm4. Com isso aumenta o campo magnético do niicieo e, com ele, a forga contra-eletromotriz da maquina e as correntes de carga e de excitagao (do circuito shunt). Esse aumento prossegue até um valor compativel com as dimensées e as caracteristicas do gerador, o dinamo shunt. Diz-se que este se auto: excita, que- rendo dizer, com isso, que ele proprio produz parte da agen zacao, com o circuito shunt, necesséria ao seu pleno funcio- namento. Com o cérebro passa-se algo semelhante. Como um gerador shunt, ele se auto-excita; mas possui um nimero de recursos bem aumentado: gera corrente mental e tem possibilidades de “excitagdo e desassimilagao da energia mental, qual se um gera- dor comum desempenhasse no apenas a funcao de criar f.e.m. © conseqiientes potenciais magnéticos, para fornecé-los em de- terminada diregéo, mas também todo o acervo de recursos dos modernos emissores e receptores de radiotelefonia e televiséo, acrescidos de valores ainda ignorados da Terra..." Suas células especiais sao verdadeiras usinas microscopi- cas, das quais os circuitos miniaturizados dos microcomputado- res oferecem imperfeita expressao. “E ai, nesse microcosmo prodigioso, que a matéria mental, ao impulso do espirito, é manipulada e expressa, em movimento constante, produzindo correntes que se exteriorizam, no no espaco e no tempo, conservando mais amplo poder na aura da persona: poster lidade em que se exprime... “Nas reentrancias de semelhante cabine, de cuja intimidade a criatura expede as ordens e decisdes, em que traga o préprio destino, temos, no cértex, os centros da visdo, da audi¢ao, do tato, do olfato, do gosto, “da palavra falada e escrita, da meméria e de miiltiplos automatismos, em conexdo com os mecanismos da mente, “configurando os poderes da memoria profunda, do discernimento, da andlise, da reflexaéo, do entendimento e dos Macho = \ multiformes valores morais de que o ser se enriquece no traba- Iho da prépria ‘sublimago.” ([2], Cap. 1X) “Nessas provincias, fulcro da individualidade", produzem-se as correntes mentais originadas da excitagéo dos atomos da_ |, assim como a corrente elétrica o 6 da excitagéo los étomos da matéria fisica, com conseqiiente criagdo de eletromagnetismo. 4 — O MONOIDEISMO Para que possamos melhor entender 0 problema do destino e da dor, das quedas espirituais, principalmente, temos que pos- seguir com nossas analogias, nas quais comparamos 0 cérebro a um dinamo shunt. ae Voltando ao diagrama representativo da maquina, poderd acontecer que ela no funcione. Isso acontecerd principalmente nos seguintes casos: 1° — Falta magnetismo residual. £ 0 caso que podera ocor- rer com maquinas novas, ou paradas ha muito tempo. 2° — Hé magnetismo residual; porém, ao ligarmos o in- terruptor |, a ligagaéo resulta invertida. Devido ao campo contrario gerado, 0 campo do nticleo, em lugar de aumentar, diminui até se anular. Atingida esta condigéo a maquina deixa de produzir forca contra- eletromotriz, corrente: para, nao funciona. 3° — O circuito shunt pode apresentar resisténcia excessi- va, ligagdes inconvenientes, maus contactos, influén- \ cia perniciosa de detritos acumulados na maquina. Fazendo analogia com a mente, poderemos dizer que, quan- do a mente permanece desatenta, sucede algo semelhante a 55 a

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