UNIVERSIDADE PEDAGÓGICA
DELEGAÇÃO DA BEIRA
CURSO DE GAPDC
CLIMATOLOGIA
A GÉNESE DOS FENÓMENOS METEOROLÓGICOS
Elaborado por: Eng°. Sérgio Cosme de Plácido
2
INDICE
1. Fenómenos meteorológicos ............................................................................................... 3
1.1. Meteoros ......................................................................................................................... 3
1.2. Elementos meteorológicos ............................................................................................... 4
1.3. Fenómenos meteorológicos e o tempo perigoso ou externo .............................................. 4
2. Observações meteorológicas .............................................................................................. 6
2.1. Natureza das observações ............................................................................................... 6
2.2. Classificação das estações .............................................................................................. 6
2.3. A rede das estações ......................................................................................................... 7
2.4. Tipos de observações ...................................................................................................... 7
3. O papel de um sistema nacional de meteorologia .............................................................. 10
3.1. Operação de um sistema nacional de meteorologia ........................................................ 11
3.2. Serviço público de tempo .............................................................................................. 13
4. Análise e pressão de tempo............................................................................................... 14
4.1. Definições ..................................................................................................................... 14
4.2. O mapa do tempo ......................................................................................................... 14
4.3. Visão geral do processo de análise e previsão do tempo ................................................. 15
Referências bibliográficas ................................................................................................... 17
3
1. FENÓMENOS METEOROLÓGICOS
Derivado do termo meteoro (qualquer fenómeno atmosférico) da etimologia grega, é um
fenómeno, não sendo nuvem, que ocorre e é observado na atmosfera ou à superfície da terra.
Este fenómeno pode consistir em precipitações, em suspensão ou depósito de partículas líquidas
ou sólidas, aquosas ou não; pode igualmente consistir numa manifestação de natureza óptica ou
eléctrica. Estes fenómenos, na sua maioria, estão relacionados com a observação do "estado do
tempo" ou "o tempo" realizada em estações climatológicas ou sinópticas.
1.1. Os meteoros
Classificação
Podem distinguir-se quatro tipos de meteoros.
1) Os hidrometeoros
2) Os litometeoros
3) Os fotometeoros
4) Os electrometeoros.
Definições e descrições
1) Os hidrometeoros
Muitos fenómenos meteorlólogicos resultam de modificações que intervêm no estado de vapor
de água na atmosfera. Estes são conhecidos por hidrometeoros e podem ocorrer sob as formas
de:
(i) Precipitação (ex: Chuva, Chuvisco, neve, saraiva)
(ii) Virga
(iii)Partículas mais ou menos em suspensão na atmosfera (nevoeiro, neblina)
(iv) Depósitos (Orvalho, geada, gelo poroso e gelo vítreo).
2) Os Litometeoros
Fenómenos meteorológicos, constituidos na sua maior parte, por partículas sólidas e não
aquosas, chamam-se litometeoros e podem ocorrer sob as formas seguintes:
4
(i) Partículas mais ou menos em suspensão no ar (Bruma seca, bruma de areia ou poeira,
fumo)
(ii) Partículas levantadas do solo pelo vento (ex: nuvem de poeira ou de areia, tempestades de
poeira ou de areia, turbilhao de poeira ou de areia).
3) Os Fotometeoros
Fenómenos luminosos produzidos pela reflexão, refracção, difracção ou interferência, da luz
proveniente do sol ou lua. Podem observar-se fotometeoros nas seguintes condições:
Em ar mais ou menos limpo (miragem, tremulina, cintilação, raio verde, cores
crepusculares)
À superfície das nuvens, ou no seu interior (fenómenos de halo, corôa, irrisação,
glória)
À superfície dos hidrometeoros ou dos litometeoros, ou no seu interior (glória,
arco-íris, arco-íris branco, raios crepusculares).
4) Electrometeoros
Manifestação visiível ou audível da electricidade atmosférica. Podem ocorrer sob a forma de:
(i) Descargas eléctricas descontínuas (relâmpago e trovão- trovoada);
(ii) Fenómenos mais ou menos contínuos (fogo de S. Telmo, aurora polar).
1.2. Elementos meteorológicos
Variáveis ou fenómenos atmosféricos que caracterizam o estado do tempo num lugar
determinado e numa certa hora. Por exemplo: Pressão atmosférica, temperatura, humidade,
vento, precipitação, evaporação, visibilidade, insolação, estado do solo, estado do mar, estado do
céu, etc.
1.3. Fenómenos Meteorológicos e o Tempo Perigoso/Externo
Alguns eventos meteorológicos e estão relacionados com tempos perigosos, vêm em muitas
formas e sob muitas escalas no tempo e espaço e incluem geralmente todos aqueles fenómenos
da atmosfera que, individualmente ou em combinação, constituem uma ameaça à segurança de
5
vida e propriedade, à estabilidade social e económica de comunidades e à qualidade da vida
natural e ambiente erguido/construido.
Os mais frequentemente eventos perigos identificados de origem meteorológica incluem os
seguintes:
Fenómenos de tempo severo
- Tempestades de neve e vento e de inverno;
- Tempo de incêndio (incêndios florestais, incêndios descontrolados)
- Vento forte a temporal;
- Tempestades de areias e tempestades de poeira;
- Temporal severo (granizo, relâmpago, tempestade, rajadas de vento danificantes);
- Neve (Tempestade de neve, sopro de neve, rajadas de neve, neve de superfície);
- Tornados e Tromba de água ou aguaceiro forte;
- Ciclones tropicais (incluindo Furacões e Tufões);
- Turbulência.
Outras condições de tempo perigoso
- Frio vigoroso (Vagas de frio, gelo de estrada, rio e lago, geada)
- Nevoeiro/neblina e nuvens baixas
- Chuva de congelação, chuvisco de congelação e chuva com neve ou granizo;
- Vagas de calor;
- Exposição de radiação ultra-violeta.
Perigos de qualidade de ar
- Chuva ácida;
- Queda de partículas radioactivas;
- Libertação de gás venenoso;
- Nevoeiro/neblina de fumo;
- Poluição do ar urbano (nevoeiro/neblina castanho, fumo)
- Cinza vulcânica.
6
Perigos climáticos
- Doenças de culturas
- Secas
- Invasão de pestes (Gafanhotos, ratos, etc.).
Preigos hidrológicos
-Cheias e inundações (incluindo cheias abruptas);
- Erosão e aluimentos de terra;
- Surto de alga (Condições de fluxo baixo).
Conforme foi realçado anteriormente, as escalas espácio-temporais destes fenómenos variam
largamente de tempo curto, violento, fenómeno de extensão limitada (ex tornado e tempestades
severas), passando por sistemas maiores (ex: frentes, ciclones tropicais e ciclones extra-tropicais)
que podem sujeitar países ou regiões inteiros a ventos fortes, chuvas provocadoras de cheias,
vagas de tempestades e inundação costeira ou queda intensa de neve, condições de tempestade de
neve, chuvas de congelação e temperaturas extremas (calor/frio) por periodos de vários dias. Na
maior escala estão as secas relaciondas com El Niño que podem afectar enormes áreas sub-
continentais por meses a anos e no fim causando fome e doenças, migração em massa,
desertificação e perdas de população animal juntamente com risco elevado de incêndios
florestais desastrosos. (Ver o anexo 1)
2. OBSERVAÇÓES METEOROLÓGICAS
2.1. Natureza das observações meteorológicas
Para realizar um estudo científico da atmosfera é necessário, em primeiro lugar, recolher e
organizar dados meteorológicos. Muitas das observações podem ser executadas aplicando
simplesmente os órgãos dos sentidos, especialmente os da vista. Por exemplo, pode-se observar a
quantidade de nuvens presentes no céu. Essas observações chamam-se observações sensoriais.
7
Frequentemente, no entanto, torna-se necessário recorrer a instrumentos como prolongamento
dos sentidos. Por exemplo, podemos ler um termómetro para determinar a temperatura do ar. As
observações deste tipo chamam-se observações instrumentais.
A observação de diversos fenómenos/elementos meteorológicos são executadas nas estações de
observação meteorológica.
2.2. Classificação das estações
As estações meteorológicas podem ser classificadas do seguinte modo:
- Estações sinópticas (em terra e mar);
- Estações climatológicas;
- Estações de meteorologia aeronáutica;
- Estações de meteorologia agrícola;
- Estações especiais.
Estação sinóptica – é aquela em que se executam observações meteorológicas para efeitos de
meteorologia sinóptica, que é ramo da meteorologia que se ocupa da descrição do tempo real,
baseada nas observações marcadas nas cartas geográficas. A finalidade deste estudo é a previsão
das futuras evoluções do estado do tempo. As estações sinópticas podem subdividir-se em
estações de superfície e altitude.
Os dados meteorológicos de interesse para fins climatológicos obtêm-se nas estações
climatológicas. O clima corresponde às condições meteorológicas consideradas num período de
longa duração. Algumas estações, tais como estações sinópticas, foram criadas para outros fins.
No entanto, os seus dados meteorológicos têm também interesse para fins climatológicos e,
assim, as estações climatológicas incluem essas estações.
As estações de meteorologia aeronáutica localizam-se nos aeroportos. Foram criadas para
responder às necessidades especiais da aviação. No entanto, nestas estações também se podem
executar observações sinópticas e climatológicas.
As estações de meteorologia agrícola destinam-se a apoiar a agricultura. Estações ocupam-se da
agricultura no sentido mais lato, incluindo horticultura, criação de animais e silvicultura. Estas
estações executam observações especiais do meio físico, assim como observações de natureza
8
biológica. Além disso, utilizam observações meteorológicas executadas em todos os tipos de
estações meteorológicas.
As estações especiais são criadas para avaliar acontecimentos meteorológicos particulares.
Incluem estações para observações de perturbações atmosféricas, detecção de hidrometeoros por
meio de radar, hidrologia, medição da radiação, etc.
2.3. A rede de estações
Existem redes de estações meteorológicas e sinópticas em todo o globo. A Organização
Meteorológica Mundial (OMM) recomendou que a distância entre estações terrestres da rede
fundamental destinadas a fins sinópticas não exceda 150km. No caso das estações de altitude
considera-se que a distância entre elas não deve exceder 300 km.
2.4. Tipos de observações
Os elementos meteorológicos observados nas estações meteorológicas dependem dos fins a que
se destinam as observações. Os pormenores são seguintes:
a) Observações sinópticas
Em todas as estações de rede sinóptica executam-se observações dos seguintes
elementos:
Tempo presente e tempo passado;
Direcção e velocidade do vento,
Quantidade, tipo e altura das bases das nuvens;
Visibilidade;
Temperatura do ar;
Humidade;
Pressão atmosférica.
Além disso, podem ser observados nas estações sinópticas terrestre os seguintes elementos:
Características e tendência da pressão atmosférica;
Temperaturas extremas;
Quantidade de Precipitação;
9
Estado do solo;
Direcção do movimento das nuvens e
Fenómenos especiais.
As observações feitas nas estações meteorológicas oceânicas incluem ainda os seguintes
elementos:
Velocidade e rota do navio;
Temperatura da água do mar;
Direcção do movimento, período e altura das ondas e das vagas;
Gelo do mar e fenómenos especias.
b) Observações Climatológicas
Nas estações climatológicas principais são executadas observações de todos ou da maior parte
dos seguintes elementos:
Estado do tempo;
Vento;
Quantidade, tipo ou tipos e altura das bases das nuvens;
Visibilidade;
Temperatura do ar (incluindo as temperaturas extremas);
Humidade;
Pressão atmosférica;
Precipitação;
Neve do solo;
Insolação e
Temperatura do solo.
c) Observações de Meteorologia Aeronáutica
As observações executadas nos aeródromos satisfazem as necessidades especiais de aviação, as
quais serão tratados na parte dedicada a Meteorologia Aeronáutica. As observações sinópticas e
climatológicas também podem ser executadas nos aerodromos.
10
d) Observações de Meteorologia Agrícola
O programa de observação numa estação meteorológica agrícola inclui observações de meio
fisico, tais como:
Temperatura e humidade do ar a diferentes níveis;
Temperatura do solo;
Conteúdo de humidade do solo a diversas profundidades;
Turbulência e mistura de ar nas camadas baixas;
Hidrometeoros e outros factores de equilíbrio de humidade;
Insolacao e radiacao.
Alem disso, são executadas observações de natureza biológica. Estas incluem observações de
crescimento e do rendimento das plantas e dos animais. Finalmente, são registados os danos
causados directamente pelas condições de tempo e os que são devidos a doenças e pragas.
e) Observações Especiais
A natureza dos elementos meteorológicos observados em estações especiais depende do fim para
que foi criada a estação.
Num grupo seleccionado de estações sinópticas e climatológicas, o programa de observações
também inclui:
Registo, com equipamento simples, da duração da insolação;
Medições da evaporação e;
Registo contínuo da radiação solar global e cósmica numa superfície horizontal.
Horas de Observações
Como regra geral, é preciso proceder tão rapidamente quanto possível à estimativa dos elementos
que constituem uma observação sinóptica de superfície.
11
A hora da observação é, por acordo internacional, a hora indicada nas resoluções da OMM
(Organização Meteorológica Mundial).
A hora oficial de Observação é a hora oficial determinada pelo serviço meteorologico
competente. É conveniente que esta hora seja a mais próxima possível da hora da observação.
Em Meteorlogia é conveniente utilizar o relógio de 24 horas. A meia-noite é 0000 ou o começo
de um novo dia. Portanto, 0600 serão 6 horas da manhã e 1800 serão 6 horas da tarde. Note-se
que, para designar a meia-noite, não se usa 2400.
As observações sinópticas devem ser executadas em todo o mundo de acordo com uma hora
universal. Recorde-se que esta é, de acordo com o § 14.6 do Volume das “ Ciências da Terra”, o
tempo médio local ao longo do Meridiano de Greenwich (isto é, à longitude de 0°) e é também
conhecido por Tempo Médio de Greenwich (TUG). Os padrões fixos de observações são,
portanto, TU e não tempo local ou de zona.
As horas das observações sinópticas principais de superfície são 0000, 0600, 1200 e 1800 TMG,
com observações intermédias às 0300, 0900, 1500 e 2100 TMG.
As horas das observações Climatológicas são 0900, 1500 e 2100 TMG.
Funções dos Observadores
Manter os instrumentos em bom estado;
Mudar os gráficos dos instrumentos registadores;
Executar as observações sinópticas e climatológicas com devido rigor;
Codificar e transmitir os resultados das observações e;
Elaborar os registos semanais e/ou mensais dos dados climatológicos.
12
3. O PAPEL DE UM SERVIÇO NACIONAL DE METEOROLOGIA (SNM)
Os Serviços Meteorológicos Nacionais têm sido há muito considerados como uma componente
essencial da infra-estrutura básica nacional de todos os países com a dupla responsabilidade de
recolha e conservação dos registos climáticos nacionais e de fornecer uma vasta gama de
serviços meteorologicos em apoio da segurança geral e bem-estar da comunidade nas
necessidades variadas e específicas de principais grupos de utilizadores como agricultura,
navegação marítima e aérea, etc.
Maior parte dos SNM leva a cabo essencialmente uma missão confinada em 4 aspectos
envolvendo uma abordagem integrada de:
Observação e monitoria do estado da atmosfera;
Pesquisa que visa a compreensão, modelação e previsão do comportamento da atmosfera
e de processos e fenómenos atmosféricos relacionados.
Provisão de informação, previsão, serviços de alerta e avisos à comunidade em geral e a
grupos de utilizadores específicos;
Cumprimento das obrigações dos seus países para a cooperação internacional na troca de
dados e provisão de serviço sob a convenção da Organização Meteorológica Mundial.
O papel dos SNM é normalmente desenvolvido em torno das boas responsabilidades públicas de
fornecer informação essencial de tempo, clima e outra relacionada à comunidade em geral e
normalmente envolve separadamente:
Serviço público de tempo (incluindo serviços de alerta de tempo extremo ao público em
geral normalmente via comunicação social);
Serviços de tempo marítimo (integrando alerta de condições de tempo, vento, onda e gelo
que podem ameaçar a segurança de vida no mar);
Serviço de tempo aeronáutico (incluindo alerta/aviso de tempo severo, turbulência,
congelação, e outras condições que podem ameaçar a segurança da aviação);
Serviços agrometerológicos (incluindo alerta de geada, granizo, chuva intensa, ventos
fortes e outras condições danificantes à agricultura);
Serviços do clima (incluindo alerta de eminentes prologados períodos de de seca ou
cheia);
13
Serviços ambientais (incluindo alertas e avisos de poluição do ar e semelhantes).
3.1. Operação de um Serviço Nacional de Meteorologia
O conceito de operação dum Serviço Nacional de Meteorologia típico é mostrado
esquematicamente na fig 2. Na maioria dos países, os serviços e sistemas de alerta estão
integrados nas actividades de interesse público geral dos SNM. Em alguns, contudo, centros de
alerta separados existem dentro dos Centros Meteorológicos Nacionais ou Escritórios de
Serviços Regionais ou, alternativamente, pode se operar duma forma fisicamente autónoma tal
como no caso do Centro Nacional de Furacão e Centro de Previsão de Tempestades dos Serviços
Nacionais de Tempo dos Estados Unidos da América. A implementação e operação destes
serviços dependem sobremaneira da interdependência dos países e o papel da cooperação
internacional, através do quadro da Organização Meteorológica Mundial.
14
Figura 2: Operação de um Serviço Nacional de Meteorologia
A Operação de um Serviço Nacional de Meteorologia: Observações e recolha de dados (topo),
processamento de dados e preparação de previsões, alertas e avisos climatológicos (Centro),
disseminação de previsões e outra informação especializada através da comunicação social para
os utilizadores (em baixo)
Importa realçar, neste contexto, que a Assembleia Geral das Nações Unidas, em Dezembro de
1961, deu grandes avanços ao adoptar a resolução sobre a cooperação internacional no uso
pacífico do espaço exterior. Foi na esteira desta resolução que a WMO foi convocada para
estudar medidas para avançar o estado da ciência e tecnologia atmosférica, e desenvolver as
capacidades de previsão do tempo existentes. WMO prontamente reagiu à esta resolução e, em
15
1963, o 4º Congresso Meteorológico Mundial aprovou o estabelecimento da Vigilância
Meteorológica Mundial (World Weather Watch -WWW).
Desde o princípio, a WWW incluiu três componentes principais, nomeadamente Sistema Global
de Observações (GOS), Sistema Global de Processamento de Dados (GDPS) e o Sistema Global
de Telecomunicações (GTS), e foi organizada em três classes de estruturas consistindo de
Centros Meteorológicos Mundiais (WMCs), Centros Meteorológicos Regionais Especializados
(RSMCs) e Centros Meteorológicos Nacionais. Desde o seu estabelecimento em 1963, a WWW
desenvolveu essencialmente uma agregação e coordenação de todas as instalações controladas
pelos Serviços Meteorológicos dos Estados membros. Hoje o seu resultado é visível. O
estabelecimento e as operações bem sucedidas da WWW foram e continuam a ser crucialmente
importantes para a melhoria significativa das previsões de tempo e registos climáticos.
3.2. Serviço público de tempo
O propósito do serviço público de tempo é de fornecer um serviço de tempo seguro e efectivo
para o benefício do público, com particular ênfase na sua segurança e bem-estar.
Figura 3: Exemplo dos serviços públicos de tempo do Serviços Nacionais de Meteorologia da
Austrália
16
4. ANÁLISE E PREVISÃO DE TEMPO
4.1. Definições importantes
Tempo – Estado da atmosfera num dado momento no que diz respeito à temperatura, humidade,
nebulosidade, precipitação ou qualquer outro fenómento atmosférico. (Condições
atmosféricas/condições de tempo).
Prognóstico – Julgamento do previsor do desenvolvimento futuro da situação do tempo
estimado baseado numa análise.
Previsão de tempo (Previsão ou Previsão Meteorológica) – Exposição das condições
meteorológicas previstas para um período definido e para uma zona determinada. É o
prognóstico das futuras condições atmosféricas.
4.2. O Mapa de tempo
O que é?
Mapa de uma grande região no qual o meteorologista anota para cada posto ou estação
meteorológica os dados, representando as condições e elementos meteorológicos, de lá
provenientes; depois disso ele está habilitado a traçar ou localizar nesse mesmo mapa as massas
de ar, as frentes, etc.
O mapa do tempo é o instrumento mais fundamental para a compreeensão e previsão do tempo.
Um grande número de mapas e cartas de tempo são produzidos, em várias horas do dia e em
muitas formas, incluindo um grande número de produtos transmitidos por vários meios (telefone,
fax, internet, via rádio e outras).
Os mapas de tempo recebidos incluem numerosas cartas de análise, uma grande varidade de
cartas de prognósticos, e muitas outras cartas incluindo fotografias de satélite, descrições do
tempo, cartas de alturas de ondas, estudos de nuvens, resumos de radar, cartas de temperatura do
mar e informação sobre gelo. Entre os vários tipos mais comuns de produtos e outras cartas são:
17
Cartas de Análise – Mapas que mostram as condições de tempo existentes num dado momento.
Elas mostram o padrão da pressão, especialmente os centros de alta e baixas pressões. Elas
também podem mostrar as frentes de tempo e outros dados observacionais de cada estação de
observação.
Cartas de Prognóstico ou Previsão – Estas cartas de previsão. Elas mostram as condições
esperadas ou previstas para uma área num tempo futuro especificado. Mostram os padrões de
pressão esperados e podem incluir informação de previsão adicional.
Cartas Sinópticas – Este é um termo que se refere às observações do estado do tempo que são
tanto em forma de sumário geral e feitas simultaneamente em muitos pontos de observação.
Assim, a carta de análise é essencialmente uma carta sinóptica e é frequentemente referida como
tal.
Cartas de tempo significativo – Estas são cartas que focalizam sobre apenas os principais
padrões de tempo, tais como sistemas frontais, padrões de nuvens, regiões de precipitação, e
áreas de nevoeiro/neblina. Tais cartas podem ser ou de análise (mostrando condições recentes)
ou de prognóstico (mostrando condições previstas).
Cartas Nefoscópicas ou de Nuvens – Estas são cartas que apresentam a análise de fotografias
satélites de nuvens (nefo- indica “núvens”. Uma carta de gelo de satélite é incluida nesta
categoria.
Carta de condições do mar – Uma variedade de cartas, de análise e prognóstico, que descrevem
as condições do mar. Algumas mostram as temperaturas da superfície do mar, algumas mostram
alturas do mar significativas e outras mostram os limites do gelo marinho.
Carta de ventos em altura – Este é um termo para uma grande variedade de cartas, de análise e
prognóstico, do vento, pressão, e camadas superiores, vorticidade, e tempo significativo. Tais
cartas de ventos superiores são apresentadas para uma variedade de superfícies de pressão
superiores (alturas).
Cartas de previsão prolongada – Estas são cartas que apresentam previsão (prognóstico) com
três ou mais dias de avanço.
18
4.3. Visão geral do processo de análise e previsão de tempo
A ciência meteorológica é complexa e complicada, e a previsão de tempo é um dos seus aspectos
mais implicado e delicado.
Os pontos anteriores sugerem que uma vasta quantidade de informação sinóptica e outros dados
de tempo recolhidos é reportada diariamente ao Serviço Nacional de Tempo, que prepara uma
vasta série de mapas de tempo e cartas a partir desta informação. Juntamente, uma vasta gama de
modelos matemáticos e físico (modelos numéricos) da atmosfera são usados para comparar e
assimilar estes dados para orientação numérica e previsão.
Várias relações preditivas fundamentais devem ser profundamente conhecidas e bem
compreedidas antes, para que faça uma boa previsão. Mudanças sazonais na pressão, vento,
temperatura resultantes das mudanças na relação terra-sol são ciclicamente previsíveis.
Mudanças de pressão (conforme a medição por barómetros) ajudam a prever condições de tempo
tanto de curto como de longo termo. Campos de pressão estão relacionados com os padrões de
fluxo de vento, e o vento e o movimento do ar ajudam a indicar o tempo futuro.
As Previsões dos movimentos de massa de ar mais quente, mais fria, mais seca, ou mais húmida
para dentro ou para fora duma dada região são fundamentais para uma previsão de tempo básica.
Padrões de convergência e divergência do fluxo o ar, a quantidade de água preceptível no ar,
condições de estabilidade ou instabilidade atmosférica, a direcção e velocidade de movimento de
frentes de tempo são todos preditores de mudanças de tempo fundamentais assim como factores
explicadores de condições existentes.
Estas condições básicas devem primeiro ser analisadas para que se compreenda as condições do
tempo actual. Somente depois tais factores podem ser usados para prever as mudanças no tempo
que pode ocorrer, a magnitude e duração destas mudanças. Tais análises e previsões são em
seguida categorizadas.
19
Referências bibliográficas
1. WMO, Guide to Public Weather Services, practices; Secretariat of the WMO, Geneva,
Switzerland, 1996.
2. LOWRY, W.; Meteorologia: Compêndio para a Formação Profissional do Pessoal
Meteorológico, INMG, Lisboa, Portugal, 1979.
3. PAUL, R. A.; Meteorology: exercise manual and study guide, Macmillan, New York,
USA, 1996.
4. ANTAS, L. M.; Glossário de Termos Técnicos: Colecção Aeroespacial-Tomo I; Editora
Traço; São Paulo, Brasil, 1979.
5. OBASI, G.O.P.; A decade of Progress: The World Meteorological Organization in the
1990s and the New Century; WMO-No. 956; Geneva, Switzerland, 2003.
6. WMO; Preventing and Mitigating Natural Disasters: Working together for a safer
world; WMO-No. 993; WMO, Geneva, Switzerland, 2006.