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FACULDADE OSWALDO CRUZ
CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL
APOSTILA 1-
1º TRIMESTRE/2004
PROFESSOR DR ELSO VITORATTO
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Ciclos Bioquímicos
Movimentos cíclicos de elementos e substâncias que passam dos seres vivos
para o meio ambiente físico e vice-versa.
Ciclo do Carbono
Carbono é o elemento químico presente na estrutura de todas as moléculas
orgânicas, o carbono esta na atmosfera sob a forma de CO2 :
ANO CONCENTRAÇAO NA ATMOSFERA
1880 - 0,029% - 290 ppm de CO2
1950 - 0,031 - 305 a 310 ppm de CO2
1960 - - 310 a 315 ppm de CO2
1970 - 0,032 - 318 a 323 ppm de CO2
1980 - 0,033 - 330 a 335 ppm de CO2
2000 - 0,04- 0,045 - 450 ppm de CO2
Aumento se deve a queima excessiva de combustível, florestas.
Este efeito esta gerando o efeito estufa.
Atmosfera rica em CO2 e vapor H2O deixa passar as radiações solares, que
incide na superfície terrestre, sendo absorvida gerando calor, que é irradiada como
infravermelho , onde a atmosfera de CO2 e água retém esta radiação acarretando
um aumento térmico, em todo o planeta causando o degelo das calotas polares e
aumento do nível do mar.
Outros ecologistas acreditariam na explosão de crescimento das algas plantas
consumindo todo CO2, que cairia abaixo dos índices atuais, onde a terra perderia
calor formando um novo período glacial.
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CICLO DO NITROGÊNIO
O nitrogênio tem função importante, pois participa da constituição do ácido
nucléico, das proteínas, clorofila, ETC.
Apesar de esta presente em 78% na atmosfera, os seres vivos não conseguem
incorporar ou fixam o N do N2.
Fixação biológica do N2
São poucas as formas vivas capazes de promover a fixação biológica do N2,
As bactérias do gênero Rhizobium que vivem no solo, especificamente alcançam o
sistema radicular das leguminosas jovens, tecido corticais das raízes. onde se
desenvolvem, fixando N2 atmosférico, transformando em sais de nitrogênio que são
utilizados pelas plantas (NH4+, NO2, NO3); ou seja, o Rhizobium funciona como um
verdadeiro adubo vivo, chamado também de inoculante agrícola.
Estes microrganismos funcionam em simbiose ou mutualismo pois as plantas
fornecem matéria orgânica para o crescimento das bactéria:
Microrganismos Hospedeira kg de N2/ha.
Rhizobium phiseoli - feijão - 125
Rhizobium meliloti - alfafa - 460
Rhizobium japonicum - soja - 90-200
NITRIFICAÇÃO
Amonização –Decomposição
M.O NH3 (amônia) +NH4+ + OH-
Nitrificação
Nitrosomonas
2NH3 + 3O2 2HNO2 + 2H2O + Energia
Nitrobacter
2HNO2 + 1O2 2HNO3 + Energia
DENITRIFICAÇÃO ( meio anoxico)
NO3 + bactéria denitrificante N2 + O2 + Energia
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1. CONSIDERAÇÕES SOBRE A LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
As águas territoriais no Estado de São Paulo, são classificadas, segundo os
seguintes usos preponderantes.
Lei Estadual N.º 997 De 31/05/1976
Decreto N.º 28468 De 8/6/1976
ARTIGO - 7
Classe I
Água destinada ao abastecimento doméstico sem tratamento prévio ou com simples
desinfecção.
Proibido o lançamento de qualquer efluente
Classe II
Água destinada ao abastecimento doméstico após tratamento convencional.
Recebe efluentes tratados desde que não altere os parâmetros :
AMÔNIA 0,5 mg/L
ARSÊNICO 0,1 mg/L
BÁRIO 1,0 mg/L
CÁDMIO 0,01 mg/L
CROMO 0,05 mg/L
CIANETO 0,2 mg/L
COBRE 1,0 mg/L
CHUMBO 0,1 mg/L
ESTANHO 2,0 mg/L
FENÓIS 0,001 mg/L
FLÚOR 1,4 mg/L
MERCÚRIO 0,002mg/L
NITRATO 10,0 mg/L
NITRITO 1,0 mg/L
SELÊNIO 0,01g/L
ZINCO 5,0 mg/L
COLIFORMES 5000 (NMP) 1000 (FECAIS)/100ml.
DBO5 -5,0mg/L
CLASSE III
ÍDEM AO ANTERIOR,COM:
COLIFORMES 20.000 ( NMP) 4000 (FECAIS)/100ml.
DBO5 - 10mg/L
CLASSE IV
ÍDEM AO ANTERIOR,COM:
FENÓIS 1,0mg/L
COLIFORMES SUPERIOR
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DBO SUPERIOR, ATENDE NECESSIDADES DE JUSANTE
2 . ESPECIFICA PARA EFLUENTES LÍQUIDOS
Os efluentes somente poderão ser lançados, nas águas interiores ou costeiras,
desde que atenda as seguintes condições:
ARTIGO - 18
Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderá ser lançado desde que
obedeçam as seguintes condições:
pH DE 5 A 9
TEMPERATURA INFERIOR A 40ºC
SÓLIDOS SEDIMENTÁVEIS ATÉ 1 mL/L
ÓLEO 100 mg/L
DBO5 60mg/L OU 80% DE REMOÇÃO
ARSÊNICO 0,2 mg/L
BÁRIO 5,0 mg/L
BORO 5,0 mg/L
CÁDMIO 0,2 mg/L
CROMO 5.0 mg/L TOTAL
CROMO 0,1 mg/L HEXAVALENTE
CHUMBO 0,5 mg/L
CIANETO 0,2 mg/L
COBRE 0,1 mg/L
ESTANHO 4,0 mg/L
FENÓIS 0,5 mg/L
FLUORETO 10 mg /L
FERRO 15 mg/L SOLÚVEL
MERCÚRIO 0,01mg/L
NÍQUEL 2,0 mg/L
PRATA 0,02mg/L
SELÊNIO 0,02mg/L
ZINCO 5,0 mg/L
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ARTIGO - 19 A
Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderá ser lançado em sistema
de coleta de esgoto ( rede pública) desde que obedeçam às seguintes condições:
pH 6 A 10
Temperatura inferior a 40ºC
SÓLIDOS SEDIMENTÁVEIS ATÉ 20mL/L
ÓLEO 150mg /L
DBO5 SEM LIMITES( EMPRESA PAGARÁ SOBRE TAXA )
ARSÊNICO 1,5mg/L
BÁRIO 5,0mg/L
BORO 5,0mg/L
CÁDMIO 1,5mg/L
CROMO 5,0mg/ TOTAL
CROMO 1,0mg/HEXAVALENTE
CHUMBO 1,5mg/L
CIANETO 0,2mg/L
COBRE 1,5mg /L
ESTANHO 4,0mg/L
FENÓIS 5,0mg/L
FLUORETO 10,0mg/L
FERRO 15,0mg/L
MERCÚRIO 1,5mg/L
NÍQUEL 2,0mg /L
PRATA 1,5mg/L
SELÊNIO 1,5mg/L
ZINCO 5,0mgL
SULFETO 1,0mg/L
SULFATO 1000mg/L
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3. METODOLOGIA ANALÍTICA
3.1. Introdução
As amostragens de meio ambiente podem ser subdivididas em ar, solo e água.
Para cada caso, há um tipo de metodologia a ser utilizado, que varia em função do
material, do limite de detecção necessário para atender a legislação e das
características físico químicas de cada amostra. A seguir, veremos algumas das
principais determinações realizadas em um laboratório analítico.
AMOSTRA DE ÁGUAS
A origem dos efluentes nos permite classificar suas características químicas em
dois grandes grupos:
• de matéria orgânica
• de matéria inorgânica
As maiores cargas poluidoras são de origem orgânica. Geralmente, esses
compostos orgânicos são uma combinação de C, H, O, N, P, S.
Tomando-se como exemplo uma água de esgoto podemos dizer que os grupos
de substâncias orgânicas contidos nessa água são constituídos principalmente por:
- Composto de proteínas ( 40 a 60%)
- Carboidratos (25 a 50%)
- Gordura e óleos (10%)
- Uréia, surfactantes, fenóis...
Iremos, a seguir, descrever as principais formas de detectar e quantificar a carga
orgânica de um efluente.
4.1. A D.B.O DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO
A forma mais utilizada para se medir a quantidade de matéria orgânica presente
em um efluente é através de determinação da demanda bioquímica do oxigênio.
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Esta determinação mede a quantidade de oxigênio necessária para estabilizar
biologicamente a matéria orgânica presente em uma amostra, nas condições
padronizadas pelo teste.
Chamam-se microorganismos aeróbios aqueles que dependem do oxigênio na forma
livre para mineralização (oxidação) da matéria orgânica, resultando produtos finais
inorgânicos mais simples, tais como CO2 , NH3 , H2O e sais.
H H O Organismos
Exs.: H - C - C - C + 3O2 3CO2 + 2H2O + NH3
H NH2 OH Aeróbios
Portanto, é importante que sejam mantidas condições aeróbias no teste para
que haja mineralização satisfatória.
A D.B.O se processa em dois estágios:
- um primeiro, em que a matéria Carbonácea é oxidada;
- um estágio subsequente em que ocorre uma nitrificação.
Para efeito de controle de operação usa-se, normalmente, a D.B.O de 5 dias,
isto é, na faixa da matéria Carbonácea.
O método usualmente empregado para determinação da D.B.O é o da diluição,
incubação e determinação do oxigênio consumido; e opera-se sob condições
padronizadas de procedimento; são essas:
- Temperatura (20º C)
- pH (6,8 - 7,3)
- Tempo de incubação (5 - 20 dias)
- Ausência de luz
- Aeração da água de diluição
- Adição de nutrientes e inóculo à água de diluição
Reações que ocorrem na quantificação do O . D:
MnSO4 + 2KOH Mn (OH)2 + K2SO4
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2MnO(OH)2 + 2H2 SO4 Mn(SO4)2 + 3H2O
Mn(SO4)2 + 2KI MnSO4 + K2 SO4 + I 2
2Na2S2O3 + I2 Na2 S4O6 + 2NaI
4.2. A D.Q.O – DEMANDA QUÍMICA DE OXIGENIO
A demanda química de oxigênio corresponde à quantidade de O2 necessária
para oxidar quimicamente a fração orgânica de uma amostra, empregando-se
dicromato em solução ácida.
Neste ensaio, a digestão é feita em meio isolado (ampola) com posterior
quantificação de dicromato consumido por colorimetria.
Uma das grandes vantagens da D.Q.O sobre a D.B.O é que permite respostas
em tempo muito menor (± 4 horas). Além disto, o teste de D.Q.O engloba não
somente a demanda de oxigênio satisfeita biologicamente, mas tudo o que é
susceptível de demandas de oxigênio, em particular os sais minerais oxidáveis.
4.3. Outras Medidas de Matéria Orgânica
Além das determinações da D.B.O e D.Q.O, há outras que podem caracterizar a
matéria orgânica como:
- Medição do teor de sólidos voláteis nos totais
- Análise dos compostos de nitrogênio
- Determinação do Carbono orgânico total
4.3.1. Carbono Orgânico Total
Há diferentes métodos para determinação do TOC sendo mais importantes os
que operam pelos princípios de combustão do calor e oxigênio por oxidação
química, transformando o carbono em dióxido de carbono. Este pode ser medido por
analisador ultra violeta, ser reduzido a metano e quantificado por ionização de
chama ou ainda, titulado. É importante ressaltar que carbono de origem inorgânica
deve ser removido da amostra antes da determinação e que este procedimento
pode, entretanto, remover carbono orgânico volátil.
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4.3.2. Resíduo Sedimentável
O resíduo sedimentável é constituído de material em suspensão de maior
tamanho e densidade que a água, que se deposita quando o sistema está em
repouso. Ele constitui um dado importante para o dimensionamento de unidades de
sedimentação no tratamento de águas residuárias, serve para determinação da
eficiência da sedimentação, permite a previsão do comportamento de despejos ao
atingirem um curso d’água.
4.3.3. Diversas Formas de Resíduos
É grande a importância da determinação das diversas formas de resíduos (total,
fixo, volátil, não filtrável, não filtrável fixo, não filtrável volátil, filtrável, filtrável fixo,
filtrável volátil) em efluentes.
Todos os métodos empregados para determinação de resíduos são
gravimétricos.
Distingui-se sólidos filtráveis de não filtráveis através da filtração em Cadinho de
Gooch com membrana de fibra de vidro. Os não filtráveis passam pelo filtro e podem
ser quantificados por evaporação em cápsula de porcelana tarada, posterior
secagem à 105ºC e pesagem.
Todos sólidos voláteis resultam da diferença entre sólidos totais e fixos (550ºC).
4.3.4. Nitrogênio
As formas de nitrogênio geralmente analisadas em efluentes são:
- nitrogênio total
- nitrogênio orgânico
- nitrogênio amoniacal
Para determinação do nitrogênio amoniacal, a amostra é tamponada em pH 9,5
com tampão de borato para reduzir a hidrólise de Cianatos e de compostos
orgânicos de nitrogênio, e permitir a evolução total de amônia durante a destilação.
Em seguida, a amostra é destilada, sendo o destilado recolhido em ácido bórico. A
amônia no destilado é determinada epectrofotometricamente, após nesslerização.
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Para determinação do nitrogênio total, a amostra é digerida com ácido sulfúrico,
sulfato de potássio e sulfato de mercúrio. O material digerido é em seguida tratado
com tiossulfato de sódio em meio alcalino.
O nitrogênio orgânico é o resultado da diferença entre nitrogênio total e a
amônia livre. Ele é definido como aquele nitrogênio organicamente ligado e no
estado de oxidação -3. Inclui materiais naturais tais como proteínas e peptídeos,
ácidos nuclêicos, uréia e substâncias orgânicas sintéticas.
4.3.5. Análise de Óleos e Graxas
Os óleos e graxas em efluentes industriais podem ocorrer parcialmente
solubilizados, emulsificados por detergentes ou saponificados por álcalis. Podem,
também, formar películas nas superfícies do líquido, resultando dificuldade de
oxigenação dessas águas.
O método usualmente empregado para quantificar o teor de óleos e graxas é o
da extração por solvente. O método consiste em filtrar uma alíquota do efluente
devidamente homogeneizado em papel de filtro com uma camada de Celite e Caulim
(ou terra diatomácea) a fim de reter todo óleo presente na alíquota. Esse papel de
filtro é seco, encartuchado e extraído num extrator Soxhlet com n-hexano; sendo
recebido em balão. A diferença de peso entre o balão vazio e depois da extração
(seco em banho maria) dá a quantidade de óleos e graxas, ou mais precisamente,
de solúveis em hexano.
4.4. Caracterização de Matéria Inorgânica
Dentre os compostos inorgânicos presentes em efluentes industriais, destacam-
se os sulfatos, Sulfetos, Cianetos e Metais; estando os dois últimos constantemente
presentes em efluentes de galvanoplastia.
4.3.7. Sulfatos
Os sulfatos em águas residuárias são responsáveis, indiretamente, por
problemas de odor e corrosão; devido à formação de gás sulfídrico, pela sua
redução por bactérias em condições anaeróbias.
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O método usualmente empregado para determinação dos sulfatos é o
turbidimétrico. Nesse método, a amostra é condicionada, com um reagente à base
de cloreto de sódio, álcool etílico, ácido clorídrico, glicerina e precipitado com cloreto
de bário. O sulfato de bário precipitado é analisado espectrofotometricamente, pela
medida de sua turbidez.
4.3.8. Sulfetos
Os métodos para dosagem de sulfetos quantificam as formas H2S
dissolvido, HS e sulfetos metálicos solúveis em ácido; a forma S2 praticamente
inexiste quando o pH é inferior a 11. Sua determinação pode ser feita por
colorimetria (método do azul de metileno) como por iodometria.
4.3.9. Cianetos
Os cianetos podem ocorrer com freqüência em despejos industriais. É bem
conhecido o efeito tóxico dos cianetos e dos cianetos complexos sobre organismos
aquáticos e microorganismos do tratamento biológico, mesmo quando presente em
pequenas concentrações.
O ácido cianídrico está pouco dissociado nas águas, quando estas possuem um
pH igual ou maior que 8. A toxidez do íon cianeto depende dos valores do pH.
O método muito empregado para a determinação do cianeto total é o da
destilação prévia e finalização colorimétrica com piridina-pirazolona, colorimétrica
com piridina-ácido barbitúrico, ou títulométrica com nitrato de prata.
O cianeto também pode ser determinado empregando eletrodo íon-específico.
Os presentes métodos permitem a determinação da fração de cianeto passível de
cloração por diferença entre cianeto total não clorados.
4.3.10. Metais
A presença de metais em águas residuárias industriais é uma preocupação
constante, dadas as propriedades tóxicas desses materiais.
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Alguns metais podem ser analisados por colorimetria, mas o método mais
empregado é o da espectroscopia de absorção atômica. Nesse método, a
substância em análise deverá ser dissolvida em um solvente adequado e a solução
obtida é pulverizada em uma chama normalizada, na qual durante a vaporização os
elementos se liberam ao estado de átomos, encontrando-se, no estado fundamental.
Nestas condições, estes átomos recebem radiações (de certa energia
proveniente de uma lâmpada de cátodo oco) características para cada elemento,
passando então ao estado primário de excitação. O feixe de raios canalizado
opticamente, atravessa a chama e ilumina os átomos do elemento em processo
analítico, os quais tornaram-se excitados.
A energia absorvida pelos átomos do elemento excitado conduz a uma
diminuição da luz irradiada, e a relação desta com a concentração dos átomos
excitados na chama é diretamente proporcional, permitindo assim, a determinação
quantitativa de um grande número de elementos da tabela periódica.
Para análise de alguns outros metais como o antimônio, estanho, germânio,
mercúrio, arsênio, selênio pode ser utilizado o método de absorção atômica/Gerador
de hidretos. Nesse método, o efluente é digerido adequadamente e reagido em
sistema fechado com uma solução altamente redutora (Cloreto estanhoso, boro,
hidreto de sódio) que irá reduzir o elemento a seu hidreto correspondente.
5. OUTRO METODOS DE CARACTERIZAÇAO E CONTROLE
5.1 Teste de Sedimentação “30 minutos”
O teste de sedimentação de 30 minutos é uma aproximação razoável do que
está acontecendo no decantador. Valores entre 250 e 400 ml/L são considerados
satisfatórios. Os resultados destes testes são usados para determinar o índice
volumétrico de lodo (IVL).
5.2 pH
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É importante que o pH seja mantido no nível adequado. O teste de pH pode ser
feito na amostra de sedimentação do sobrenadante ou no efluente do decantador e
deverá ser feito diariamente.
Valores compreendidos entre 7,0 e 8,0 são considerados satisfatórios.
5.3 Sedimentabilidade do lodo (SD 30’)
Introduza as 1000 ml da amostra no cilindro graduado e verifique se o volume
de lodo sedimentado após 30 minutos (m / l).
Este teste de lodo sedimentado é uma medida da “saúde do lodo ativado”.
Se o lodo ativado estiver em boas condições, rapidamente ele se sedimentará e
compactará no fundo do cilindro.
5.4 Oxígênio dissolvido ( OD )
Retirada amostra de 1000 ml, colhida a cerca de 0.50m da superfície líquida.
A deficiência de concentração de oxigênio dissolvido no tanque resultará um
efluente pobre e, por outro lado, um excesso de oxigênio poderá acarretar um
excesso de nitrificação
5.COLETA DE AMOSTRAS
A definição dos usos propostos para o material a ser colhido, os conhecimentos
dos riscos à saúde da população, os danos aos ecossistemas, a toxicidade das
substâncias químicas, os processos industriais e as medidas de vazão somam
algumas das informações básicas necessárias para se definirem a metodologia de
coleta, a escolha dos pontos de amostragem e a seleção de parâmetros.
A técnica a ser adotada para coleta de amostras depende da matriz a ser
analisada (água superficial, subterrânea, encanada, residuária, sedimento de fundo,
lodo, etc.), da natureza do exame a ser solicitado (análises físico-químicas,
microbiológicas) e do tipo de amostragem (simples ou composta); mas independente
dessas características sempre devem ser observados todos os cuidados para com a
preservação, armazenamento e transporte coletado.
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TÉCNICAS DE PRESERVAÇÃO DE AMOSTRAS DE ÁGUA PARA EXAMES
FÍSICO-QUÍMICOS
PARÂMETROS FRASCO Q.AMOSTRA PRESERVAÇÃO PRAZO
Acidez P,V 200 ml R 24 horas
Alcalinidade P,V 200 ml R 24 horas
Boro P 100 ml R 100 dias
Carbono org. tot. P,V 100 ml H2SO4até pH<2,R 7 dias
Cianetos P 500 ml NaOHatépH>12,R 24 horas
Cloretos P,V 200 ml Não há 14 dias
Condutividade P,V 100 ml R 24 horas
D.B.O P,V 2000 ml R 24 horas
D.Q.O P,V 200 ml H2SO4até pH<2,R 7 dias
Fenóis V, Âmbar 1000 ml H2SO4até pH<2, 24 horas
Fluoretos P 500 ml R 7 dias
Fósforo P,V 200 ml H2SO4até pH<2,R 24 horas a
28 dias
Mercúrio P,V 250 ml HNO3 10 dias
Metais P,V 1000 ml HNO3 até pH<2 180 dias
Nitrogênio/ P,V 1000 ml H2S)4 até pH<2,R 24 horas
Amônea
Óleos e Graxas V,Tampa 1000 ml HCl até pH <2 24 horas
V
Oxigênio Frasco 300 ml 2 ml sulfato 4-8 horas
Dissolvido OD manganoso
2 ml azida sódica
Oxigênio P,V 150 ml R 24 horas
Consumido
Resíduos P,V 1000 ml R 7 dias
Gravimétricos
Resíduos P,V 1000 ml Não Há 24 horas
Sedimentáveis
Sulfatos P,V 200 ml R 7 dias
Sulfetos V 300 ml Acetato de Zinco 7 dias
Surfactantes P,V 250 ml R 24 horas
Abreviaturas:
P = Polietileno
V = Vidro Neutro ou Borossilicato
R = Refrigerar a 4º C
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6.PROCESSOS DE TRATAMENTO DE EFLUENTES
6.1 CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS DE TRATAMENTO
Dependendo das características dos efluentes e dejetos, da eficiência de
remoção dos poluentes, pode-se classificar os diversos tipos de tratamento,
conforme exposto a seguir
Tratamento Preliminar
Este tipo de tratamento, que emprega principalmente processos físico-químicos,
tem o objetivo de remover das águas residuárias os sólidos grosseiros em
suspensão, com granulometria superior a 0,25mm.
Vários tipos de peneiras são disponíveis, estáticas ou dinâmicas, sendo
rotativas ou vibratórias.
O tratamento preliminar deve, quando possível, remover os materiais sólidos
facilmente sedimentáveis como areia, farelo e outros. Para isto também se
empregam caixas de retenção de areia e para materiais insolúveis como óleos,
gorduras e solventes, empregam-se caixas de separação de óleos e gorduras.
Tratamento Primário
São sistemas utilizados principalmente para a remoção dos sólidos em
suspensão. Empregam-se equipamentos com tempos de retenção maiores do que
nos empregados tratamento preliminar.
Os principais processos de tratamento primário são: decantação primária,
flotação, filtração, precipitação química com baixa eficiência, neutralização, etc.
Remoção dos sólidos em suspensão que ou flutue, empregando-se
equipamento com tempo de retenção maior do que no tratamento preliminar.
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Tratamento Secundário
Os efluentes, após os tratamentos preliminar e primário, ainda contêm sólidos
dissolvidos, como a matéria orgânica (carboidratos, proteínas e lipídeos) e também
sólidos suspensos finos.
Os processos mais econômicos para a remoção desses componentes, são os
biológicos, nos quais os microrganismos transformam a matéria orgânica em CO2,
CH4, novos microrganismos e outros compostos.
Os tratamentos biológicos podem ser classificados em: aeróbios, quando se
utiliza microrganismos que necessitam continuamente de oxigênio dissolvido,
anaeróbios, quando se utiliza microrganismos que crescem na ausência de oxigênio
e facultativos, quando se utiliza microrganismos que podem atuar nas duas
condições.
Estes tipos de tratamento oferecem uma excelente remoção da matéria
orgânica, assim como redução dos microrganismos patogênicos.
Processos anaeróbios
Estes processos são largamente empregados no tratamento de efluentes
orgânicos sanitários e industriais, sendo que os principais sistemas utilizados são:
biodigestores de lodo, lagoas anaeróbias, fossa séptica e reatores de alta carga
orgânica como filtros anaeróbios, reatores de fluxo ascendente com leito lodo; etc.
Processos aeróbios
São processos também empregados no tratamento de efluentes orgânicos
sanitários e industriais, fazendo uso de microrganismos aeróbios, o que torna
necessário o fornecimento constante de oxigênio dissolvido no líquido. A maioria
destes sistemas necessita, para o fornecimento do oxigênio dissolvido, de algum
mecanismo eletromecânico como aeradores de fundo, de superfície, ou biodisco, ou
ainda a circulação do líquido a ser tratado num meio filtrante, no caso dos filtros
biológicos.
Os principais sistemas utilizados são: lagoas de estabilização, lagoas aeradas
mecanicamente, filtros biológicos, sistemas de lodos ativados nas diversas variantes;
biodisco, etc.
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Tratamento Terciário ou Avançado
Os processos de tratamento terciário são utilizados na seqüência, para obter um
tratamento de qualidade superior, com a remoção praticamente total da matéria
orgânica, assim como a remoção do nitrogênio e fósforo.
Emprega-se este tipo de tratamento, quando o esgoto deve ser lançado em rios
e represas, que necessitam de um alto grau de tratamento, impedir a eutrofização
das águas, ou ainda, quando se deseja o reuso da água, principalmente nas
indústrias.
Existem vários sistemas que permitem chegar a este nível de tratamento, como
filtro biológico, biodisco, lagoas de polimento, fitodepuração, carvão ativo, osmose
inversa, etc.
A cloração, empregada para a destruição dos microrganismos patogênicos,
somente deverá ser efetuado no esgoto, após ao tratamento secundário ou terciário,
caso contrário o cloro não será eficiente.
6.2 PRE-TRATAMENTO
Peneiras
Tem como principal finalidade remover sólidos grosseiros suspensos das águas
residuárias com granulometria superior a 0,25mm. . Há dois tipos de peneiras:
estáticas e rotativas.
Nas peneiras estáticas ou hidrodinâmicas, o efluente flui na parte superior,
desce pela tela e cai pelas malhas para dentro, onde é recolhido e direcionado para
unidade subsequente, enquanto que os sólidos grosseiros deslizam na tela
inclinada, sendo empurrados pelo próprio líquido ,e são recolhidos na parte inferior.
São muito empregadas na indústria de celulose e papel, na têxtil (para a remoção de
fibras e fios ), nos frigoríficos, curtumes, fábricas de sucos, feculárias , como também
na remoção de sólidos suspensos de esgotos sanitários.
Nas peneiras rotativas, o efluente passa por um defletor, alcança a peneira na
parte superior, atravessa as fendas, sendo recolhido na caixa inferior. Os sólidos são
removidos por uma lâmina raspadora, caindo num vaso coletor.
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Centrífuga
As centrífugas são utilizadas na desidratação de iodo através das forças
centrífugas criadas por um tambor em rotação, cuja separação dos sólidos do líquido
se dá através da deposição dos sólidos, onde as forças os empurram para a
superfície interna do tambor. Uma rosca interna que gira no mesmo sentido do
tambor com velocidade diferente, transporta os sólidos para a superfície cônica
(menor diâmetro) onde é descarregado, enquanto a parte líquida sai pela superfície
cilíndrica (maior diâmetro) no lado oposto a de entrada, retornando para o tanque de
equalização. O iodo a desidratar pode ser proveniente do decantador ou adensador .
Como nos outros sistemas de desidratação, a eficiência na remoção com
concentrações mais elevadas de sólidos é conseguida com o emprego de
condicionantes como cloreto férrico, cal ou polieletrólitos. As concentrações de
sólidos na torta situam-se entre 15 a 40%, conforme o tipo de iodo e uso de
condicionantes químicos.
Flotação
Os processos de retenção de óleos e gorduras são, na verdade, exemplos de
flotação simples ou natural. Para separar materiais de peso específico maior que a
água ou remover óleos emulsionados, é necessário insuflar ar comprimido, cujas
bolhas arrastam para a superfície líquida, sólidos e líquidos de difícil separação, que
são removidos por um sistema mecânico de superfície, enquanto o efluente
clarificado fica nas camadas mais baixas do tanque onde é removido.
Substâncias químicas, como sulfato de alumínio, cloreto férrico, polieletrólito,
são as vezes adicionadas, formando flocos e melhorando a eficiência do tratamento.
A flotação apresenta as seguintes vantagens:
- Lodos mais concentrados
- Remoção de sólidos de difícil sedimentação
- Ocupação de menor área e volume
- Taxas maiores de aplicação superficial
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O tempo de detenção no tanque varia de 10 a 30 minutos.
É empregada geralmente no tratamento de águas residuárias de curtumes,
refino de óleo, conservas, lavanderias, recuperação de lanolina, matadouros e
frigoríficos, petroquímica, celulose e papel, mineração, etc.
Na flotação a água recebe aditivos, a saber:
1. Substâncias denominadas de ‘coletores’, que formam um envoltório sobre a
superfície das partículas em suspensão, Sua composição química inclui na maioria
das vezes enxofre ou nitrogênio.
2. Substâncias denominadas ‘espumígeros’, que fazem os sólidos
condicionados pelos coletores aderirem às bolhas de ar, como por exemplo óleos,
gorduras, breu ou cola.
A flotação pode ser realizada através de ar dissolvido e por ar disperso. A
flotação por ar disperso consiste em introduzir o ar diretamente no líquido, no fundo
do tanque. Este sistema tem baixa eficiência na remoção de sólidos e óleos, sendo
recomendado para remoção de espumas.
A flotação com ar dissolvido consiste em receber o efluente em um tanque de
retenção ,enquanto o ar é aplicado, com controle do valor admissível, na sucção da
bomba. Do tanque de retenção, o efluente contendo ar dissolvido é lançado ao
tanque de flotação, controlado através de uma válvula redutora de pressão. A
entrada no tanque de flotação, poderá ser diretamente no fundo, ou em um
compartimento onde situa-se o raspador mecânico, sendo a passagem do primeiro
compartimento para o segundo efetuado por cima.
6.4. Decantadores
6.4.1.Conceitos
Os decantores são unidades destinadas a remover sólidos sedimentáveis, que
incluem poucas partículas granulares e muitas floculentas.
Entre as impurezas contidas nas águas naturais encontram-se partículas em
suspensão e partículas em estado coloidal.
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Partículas mais pesadas do que a água podem se manter suspensas nas
correntes líquidas pela ação de forças relativas à turbulência (efeito de turbulência).
A decantação ou sedimentação é um processo dinâmico de separação de
partículas sólidas suspensas nas águas. Essas partículas, sendo mais pesadas do
que a água, tenderão a cair para o fundo, com uma certa velocidade (velocidade de
sedimentação).
Anulando-se ou diminuindo-se a velocidade de escoamento das águas
reduzem-se os efeitos da turbulência, provocando-se a deposição de partículas.
Os decantadores ou bacias de sedimentação são tanques onde se procura
evitar ao máximo a turbulência (movimento tranqüilo).
É preciso fazer uma distinção entre lodo de partículas granuladas e lodo de
partículas flocosas; as primeiras sedimentam independentemente umas das outras,
com velocidade constante; as segundas se aglutinam durante a descida, formando
flocos cada vez maiores, e cuja velocidade de sedimentação aumenta
constantemente.
Pertencem ao grupo de sólidos granulares a areia, a moinha de carvão e a terra
aderente aos tubérculos das feculárias, Ao grupo de sólidos flocosos pertencem os
sais férricos precipitados e os lodos ativados. O lodo de esgotos domésticos está
compreendido em um grupo intermediário.
6.4.2.Remoção de areia
A areia em suspensão, em quantidades excessivas, pode causar prejuízos às
instalações: erosão, depósitos e entupimentos e pode danificar bombas e
instalações mecânicas.
Os canais ou tanques de remoção de areia, (denominados ‘caixas de areia’)
geralmente são construídos junto à tomada de água antes do bombeamento ou da
adução.
A finalidade da caixa de areia é de reter areia e outras substâncias minerais que
poderiam interferir com o bom funcionamento da instalação.
Com as velocidades habituais, a areia é rolada ao longo da soleira dos tubos até
a estação de tratamento.
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É desejável retirar a areia após a lavagem, isto é, com um mínimo de matéria
orgânica, a fim de que ela não adquira mau cheiro.
6.4.3.Remoção de Partículas Sedimentáveis Finas (sem coagulação)
Quando forem aproveitadas águas contendo quantidades exageradas de
partículas finas (água com turbidez muito alta), pode-se tornar vantajosa uma pré-
sedimentação), para reduzir a turbidez, antes de qualquer processo.
A sedimentação simples é feita sem o emprego de coagulantes. A sua adoção
como processo prévio deve ser decidida após ensaios de laboratório (para
demonstrar a conveniência do processo, em cada caso).
6.4.4.Retenção de Flocos: Decantação após Coagulação
É o caso mais freqüente, em estações de tratamento de águas destinadas à
purificação pelos processos de coagulação - decantadores e filtração (para águas
com muita cor e turbidez, contendo matéria coloidal, águas que exigem a floculação
química, e também para águas muito duras sujeitas a tratamentos químicos de
amolecimento).
6.5.Velocidade de Sedimentação
As partículas relativamente grandes (diâmetro ou tamanho acima de 10 mm)
precipitam-se com um movimento acelerado, de acordo com a Lei de Newton (queda
dos corpos).
As partículas relativamente pequenas (diâmetro inferior a 0,1 mm), no seu
movimento de deposição (queda), atingem um regime de equilíbrio e apresentam
uma velocidade constante.
6.6.Taxa de Escoamento Superficial
A experiência comprova que a área (superfície) dos decantadores é uma
característica muito importante e que os resultados de operação dependem da
relação vazão/unidade de superfície.
Por isso, modernamente, os decantadores são dimensionados com base
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em taxas de escoamento superficial, taxas essas, expressas em m de água/m
de superfície de decantação, por 24 horas.
Essas taxas são estabelecidas praticamente, em função da qualidade da água:
Remoção de areia 600 a 1400 m3 / m2 / dia
Sedimentação simples (sem coagulação) 5 a 20 m3 / m2 / dia
Clarificação de águas coloidais 15 a 45 m3 / m2 / dia
Clarificação de águas turvas 30 a 60 m3 / m2 / dia
Unidades com contato de sólidos:
Águas Coloidais 60 a 100 m3 / m2 / dia
Águas Turvas 70 a 120 m3 / m2 / dia
Águas Duras (rem.dureza) 80 a 160 m3 / m2 / dia
6.7.Tipos de Decantadores
6.7.1.Decantadores com Esgotamento Total
O lodo fica em repouso sob a água até o momento em que começa a formação
de gás com arrastamento de sólidos à superfície. Depois de um período variável
entre 4 e 14 dias, o tanque é esvaziado completamente, procedendo-se à limpeza
do mesmo. A operação é completada com o auxílio de operários que lavam a soleira
plana por meio de esguichos de águas e de rodos de borracha.
6.7.2.Decantadores Cônicos
A soleira termina em um cone de cujo vértice se retira diariamente o lodo
depositado, sem que seja necessário interromper o funcionamento.
6.7.3.Decantadores com Tubos Móveis de Descarga de Lodo
Em todas as unidades de decantação é necessário prestar atenção especial à
escuma. As substâncias flutuantes se acumulam na superfície da água. Podem
resultar daí facilmente odores desagradáveis. A quantidade de escuma aumenta
muito quando o material gradeado é desintegrado por meio de trituradores. Pelo
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contrário, se houver tanques retentores de gordura, sua quantidade é desprezível.
Em qualquer caso, os decantadores devem ter dispositivos de remoção da escuma.
Nos decantadores cônicos podem ser adaptados dispositivos de remoção de
escuma especiais.
A escuma escoa para um recipiente especial, no qual se separa o excesso de
água; o melhor meio de disposição é introduzir essa massa no digestor, onde se
consegue um aumento de produção de gás. Quando houver óleos minerais, estes
devem ser queimados.
A eficiência dos decantadores é determinada a partir dos sólidos sedimentáveis,
sendo definidos como sedimentáveis aqueles sólidos que se depositam em um cone
com 0,4m de altura em 2 horas.
6.8.Dispositivos de Entrada e Saída
- Entrada:
a) Vertedor simples;
b) Entrada simples ou múltipla com cortina;
c) Cortina perfurada;
d) Canalizações múltiplas;
e) Central: Decantadores circulares ou quadrados;
f) Tipos especiais: com bocais, defletores, difusores, etc.
- Saída:
a) Vertedores (afogados ou livres);
b) Calhas e canaletas;
c) Saída submersa.
6.9.Período de Detenção
Os decantadores são projetados para assegurar um certo tempo de
permanência para a água, tempo esse que se denomina período de detenção (e não
de retenção).
O cálculo do período de detenção é feito considerando-se a sua
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igualdade com o tempo necessário para o decantador se encher com a
vazão
estabelecida. Assim, por exemplo, se o volume de um decantador for de 400m
e se a vazão de água a ser tratada nesse decantador for de 100 m /hora, o período
de detenção resultará igual a 4 horas.
6.10.Limpeza dos Decantadores
Os decantadores não mecanizados, de escoamento horizontal, periodicamente
devem ser postos fora do serviço para limpeza e lavagem.
Para facilitar ao máximo essa operação, eles devem:
- Ser providos de descarga de fundo capaz de permitir o esvaziamento em
tempo não muito longo e facilitar a descarga e remoção de lodo.
- Ter o fundo em condições para facilitar a limpeza (declividade, canaleta, poço
de descarga, etc.).
- Ser dotado de um sistema de água sob pressão adequada para facilitar a
lavagem por meio de jato de água (com uso de mangueira).
A descarga de fundo deve ser dimensionada de maneira que não se perca muito
tempo durante a fase de esvaziamento.