UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
Karen Beatriz Oliveira Alves
Prática 1: Análise Nodal e Análise de Malhas
Laboratório de Circuitos Elétricos e Eletrônica C
14 de setembro de 2023
1 Introdução
A análise nodal e a análise de malha são técnicas fundamentais no estudo e na com-
preensão de circuitos elétricos. Essas abordagens desempenham um papel crucial na resolução
de problemas relacionados à corrente elétrica e à tensão em sistemas elétricos, possibilitando a
determinação precisa dessas grandezas fı́sicas em diferentes pontos de um circuito.
Neste relatório experimental, será explorada a concordância entre as medidas experimen-
tais de corrente e tensão e os cálculos teóricos dessas grandezas em um circuito especı́fico. Por
meio deste experimento, busca-se validar a aplicabilidade das técnicas de análise nodal e análise
de malha na prática.
2 Objetivo
Medição das correntes e tensões presentes no circuito elétrico especificado, através da
utilização do método de análise nodal e análise de malha.
3 Fundamentação Teórica
3.1 Lei das Tensões de Kirchoff
A Lei das Tensões de Kirchhoff estabelece que a soma algébrica das quedas de tensão
(ou diferenças de potencial elétrico) em um circuito fechado (ou malha) é igual a zero.
3.2 Lei das Correntes de Kirchoff
A Lei das Correntes de Kirchhoff estabelece que a soma algébrica das correntes que
entram e saem de um nó (ponto de conexão) em um circuito elétrico é igual a zero. Ou seja, a
quantidade total de carga elétrica que entra em um nó deve ser igual à quantidade total que sai
desse nó.
Figura 1: Ilustração das malhas e nós de um circuito.
3.3 Medidas teóricas
Parte-se do enunciado, o qual especifica que o circuito abaixo (Fig. 2) possui uma fonte
de tensão contı́nua Vs de 5V e os seguintes valores de resistores: R1 = 1kΩ, R2 = 2,2kΩ, R3 =
1,2kΩ, R4 = 1kΩ, R5 = 1,2kΩ.
1
Figura 2: Circuito a ser analisado.
Foi estabelecido que as correntes fluem em ambas as malhas no sentido horário e, em
seguida, foi realizada a aplicação das Leis de Kirchhoff das Tensões (LKT) e das Correntes
(LKC). Isso possibilitou a criação de sistemas de equações especificados abaixo:
(
5 − I1 R1 − I2 R2 − I5 R5 = 0
(1)
I2 R2 − I3 R3 − I4 R4 = 0
1: Lei das Tensões de Kirchoff
I1 = I2 + I3
I3 = I4 (2)
I5 = I1
2: Lei das Correntes de Kirchoff
Substituindo as equações para as correntes no sistema das Lei de Kirchhoff das Tensões
e realizando as manipulações matemáticas necessárias, chega-se a:
I1 1,51 mA
I2 0,75 mA
I3 0,76 mA
I4 0,76 mA
I5 1,51 mA
V1 1,51 V
V2 1,65 V
V3 0,912 V
V4 0,76 V
V5 1,812 V
Tabela 1: Dados teóricos.
2
4 Metodologia
4.1 Materiais utilizados
• Protoboard
• 2 Resistores de 1kΩ
• 2 resistores de 1,2kΩ
• 1 resistor de 2,2kΩ
• Fonte de tensão contı́nua
• Multı́metro
4.2 Desenvolvimento do experimento
Para a realização do experimento, foi reproduzido em uma protoboard o mesmo circuito
da Fig. 2 e, em seguida, esta foi conectada a uma fonte de tensão contı́nua, a qual fornecia 5V
de tensão. Com o auxı́lio do multı́metro, foram medidas as tensões e as correntes em cada ponto
do circuito.
Figura 3: Montagem do circuito.
5 Medições
5.1 Dados obtidos
Após o desenvolvimento do experimento, foram encontrados os seguintes dados para
correntes e tensões:
3
I1 1,512 mA
I2 0,755 mA
I3 0,759 mA
I4 0,759 mA
I5 1,518 mA
V1 1,566 V
V2 1,690 V
V3 0,921 V
V4 0,770 V
V5 1,84 V
Tabela 2: Dados experimentais.
5.2 Verificação da LKC
I1 = I2 + I3
I2 + I3 = 0, 755mA + 0, 759mA = 1, 514mA Aproximadamente igual a I1
I3 = I4
(3)
0, 759mA = 0, 759mA
I5 = I1
1, 512mA ≃ 1, 518mA
5.3 Verificação da LKT
5 − I1 R1 − I2 R2 − I5 R5 = 0
5 − 1, 512mA ∗ 1kΩ − 0, 755mA ∗ 2, 2kΩ − 1, 512mA ∗ 1, 2kΩ = 0, 0126V
(4)
I2 R2 − I3 R3 − I4 R4 = 0
0, 755mA ∗ 2, 2kΩ − 0, 759mA ∗ 1, 2kΩ − 0, 759mA ∗ 1kΩ = −0, 0088V
5.4 Comparativo entre os dados teóricos e experimentais
Tensões e Correntes Teórico Experimental Erro percentual
I1 1,51 mA 1,512 mA 0,13 %
I2 0,75 mA 0,755 mA 0,66 %
I3 0,76 mA 0,759 mA 0,13 %
I4 0,76 mA 0,759 mA 0,13 %
I5 1,51 mA 1,518 mA 0,53 %
V1 1,51 V 1,566 V 3,57 %
V2 1,65 V 1,690 V 2,36 %
V3 0,912 V 0,921 V 0,98 %
V4 0,76 V 0,770 V 1,29 %
V5 1,812 V 1,84 V 1,52 %
6 Conlusão
Durante o experimento, foram observadas baixas discrepâncias, expressas em termos
de erros percentuais, entre as medições experimentais e os cálculos teóricos. Contudo, é rele-
vante destacar que tais discrepâncias se devem, em grande parte, às simplificações do modelo
4
teórico adotado para facilitar a realização dos cálculos. Essas simplificações não incorporam
integralmente todos os elementos presentes no ambiente real de operação do circuito, tais como
a resistência interna de componentes e a capacitância parasita, que podem influenciar o com-
portamento do sistema.
Adicionalmente, é importante mencionar que pequenos erros de arredondamento de
números, durante o processo de cálculo, também contribuem para a diferença observada en-
tre os valores calculados e medidos.
A conclusão do experimento, porém, indica que os resultados obtidos através da aplicação
das Leis de Kirchoff para Tensão e Correntes apresentaram uma notável coerência entre os valores
teóricos e experimentais. Essa consistência demonstra a confiabilidade dos métodos utilizados
na análise do circuito e sugere que as medições realizadas foram apropriadas.