MOVIMENTO POPULACIONAL DA LAPA - 1769 - 1818
POR
MARÍLIA SOUZA DO VALLE
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
SETOR DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
CURITIBA - 1976
-2-
simÄRio
INTRODUÇÃO 4
PRIMEIRA PARTE
A PARÓQUIA DE SANTO ANTÔNIO DA LAPA 7
SEGUNDA PARTE
AS FONTES. MÉTODOS E TÉCNICAS
Capítulo I: As f o n t e s , apresentação, conteúdo e.
crítica . .. ." . 15
Capítulo II: Os m é t o d o s e as t é c n i c a s 26
TERCEIRA PARTE
A POPULAÇÃO DA P A R Ó Q U I A DE SANTO ANTÔNIO DA LAPA : 1769-1818
Capítulo I: E s t r u t u r a da população = 30
Capítulo II: Dinâmica da populaçao 39
CONCLUSÃO 101
ANEXOS . . 104
FONTES E BIBLIOGRAFIA 117
ÍNDICE. DE Q U A D R O S , TABELAS E GRÁFICOS .121
I N T R Ü D U . Ç A 0
Introdução
0 presente trabalho, apresentando seus resultados como
Dissertação de M e s t r a d o , está integrado no P r o g r a m a de pes-
quisa do Departamento de História da Universidade Federal
do Pararía.^
A Dissertação, tendo como campo de p e s q u i s a a Paróquia
de S a n t o Antônio da Lapa, é baseada na determinação da nata
lidade, nupcialidade, mortalidade e estrutura de uma popula
ção que apresenta características pré-malthusianas. Para
tal, foi escolhido o período que vai de 1769 a 1818, sendo
analisados, portanto, os primeiros cinqüenta anos de sua for
mação populacional.
0 estudo da população lapeana compreende a analise dos
aspectos demográficos por meio da exploração sumária dos re
gistros paroquiais de batizados, casamentos e óbitos, con
servados no Arquivo Paroquial da flatriz de Santo Antônio da
Lapa e de Listas Nominativas de H a b i t a n t e s , existentes no
Departamento do Arquivo do Estado.de São Paulo.
Para a realização ao levantamento e-exploração dos da
dos, foram utilizados os m é t o d o s ' e técnicas preconizados por
2
Michel Fleury e Louis Henry, ia a d a p t a d o s ao caso brasilei
ro em p e s q u i s a s anteriores, r e a l i z a d a s • no Departamento de
História da Universidade Federal do Paraná.
í
/ BALHANA, Altiva Pilatti. Historia demográfica do Para
nã . Boletim da U n i v e rs i d a d e - F e d e r a 1 do Paraná . C u r i t i b a , Cc n_
"Velho' de P e s q u i s a s , 1JJ: 27- 36 . " 1 9 7 0 .
2 .
F L E U R Y , rr. & H E N R Y , L. N o u v e a u ma n ue 1 d e de po u i 11 eme n t
et d ' e x p l o i t a t i o n de l'état civil ancien. Paris, INED.1965.
182 p.
-5-
A Dissertação, teve como orientadora a professora Alti
3
va P i l a t t i Balhana e sugestões pessoais de Louis Henry e de
4
Jacques Bertin, quando pre 1eciona ram cursos na Universidade
Federal do Paraná.
Considerando ainda que a região dos Campos Gerais, con
forme análise realizada por Brasil Pinheiro Machado,^foi uma
região de p o p u l a ç ã o absenteísta, na qual a ocupação somente
foi efetivada através do e s t a b e l e c i m e n t o de fazendas espar
sas, cujos proprietários geralmente se e n c o n t r a v a m ausentes,
foi p r o c u r a d o verificar como ocorreu o p o v o a m e n t o da P a r ó q u i a
de Santo Antônio da Lapa. e - a p r o g r e s s i v a fixação dos seus ha_
hitantes, indicando-se as regiões que mais contribuíram com
os c o n t i n g e n t e s populacionais que deram início a povoação da
região.
Neste ponto, ficam os a g r a d e c i m e n t o s a todos aqueles
que direta ou indiretamente contribuíram para a realização
desta Dissertação.
3
HENRY, Louis. -Curso de D e m o g r a f í a Histórica. Departa
mentó de H i s t ó r i a , Universidade Federal do P a r a n á , 1974.
/ '
4
BERTIN, Jacques. Curso de S e m i o l o g í a Grafica. Departa
mentó de -Historia, U n i v e r s i d a d e Federal do Paraná,' 1975.
^BALHANA, Altiva Pilatti. et alii. Campos Gerais e es_
truturas agrárias. Curitiba, Departamento de H i s t o r i a , UnjL
versidade Federal do P a r a n á , 1968..'' p. 3 9.' -
P R I M E I R A P A R T E
A P A R Ú Q U I A D E
S A N T O A N T O N I O D A L A P A
A PAROQUIA DE S A N T O ANTONIO DA LAPA
O povoamento da Lapa teve origem no Caminho que de Soro
caba ia a Viamão, o qual era utilizado para a p a s s a g e m de tro
pas.
Os descobrimentos realizados pe.la b a n d e i r a de Zacarias
Dias Cortes, levaram o governador da Capitania de São Paulo
a ordenar a realização de duas bandeiras, as q u a i s .tinham p o r
finalidade a abertura de uma via de comunicação, a qual já
havia sido sugerida anteriormente pela Corte, e para o que
se p r o p o s fazer, em 17)20, B a r t o l o m e u Paes, Manuel Godinho e
1 « '
Luiz Pedroso de Barros.
Tais bandeiras, a 10 de maio de 1729, foram organizadas
e confiadas ao sargento-mor Francisco de S o u z a Farias e ao
tenente-coronel Manoel Rodrigues da Mota, que fora indicado
pela Câmara de Curitiba. A bandeira confiada â Scuza Farias
seguiu mais ou m e n o s o mesmo roteiro realizado por Zacarias
Dias Cortes. Manoel Rodrigues da Mota deveria abrir picada
até' os campos de Lages, e Souza Farias, de Laguna a t é eji
contrar-se com a do Mota, t e n d o a m b a s as b a n d e i r a s o objetjl
~ 2
vo de facilitar.a c o m u n i c a ç a o a t e a C o l o n i a do S a c r a m e n t o .
. Em 1730 foi iniciada a-abertura do Caminho e, um ano de_
pois o mesmo foi concluído. A abertura desse caminho,custou
na época para o governo da Capitania de São Paulo,a importâ_n
3
cia de m a i s ou menos 400 mi 1 re i s .
^VISCONDE DE P O R T O SEGURO, Varn.hagen, . H i s t ó r i a G e r a l do
Brazil. Rio ' de J a n e i r o , Laemmert, 29 ed.. Tomo II. p.- 8 5 2 .
' ?
BOLETIM do A r q u i v o Municipal de Curitiba. Documentos
:
para a história do Paraná. Curitiba,/ Impressora Paranaense,
V. £ . p. 63-64 . . . \
3
B0LETIM, V. 9. p. 22. - ,
Primitivamente, essa via de c o m u n i c a ç ã o passava por Cjj
rit iba e pelas povoações de Campo Largo e São José dos Pinhais.
Porém com a abertura, da Estrada da Mata, que do Rio Ne
gro ia para o sul, as tropas passaram ao curso mais direto se
guindo da Lapa ao Rio dc R e g i s t r o . Após a abertura da e_s
trada, o governo da C a p i t a n i a de São Paulo criou o registro
para cobrança da passagem do gado ã margem do rio Iguaçu.
Mais tarde,- as caravanas que vinham pelo caminho de La
ges e os t r o p e i r o s que de São Pedro do-Sul seguiam para Soro-
caba, n o r m a l m e n t e faziam seu pouso nas c e r c a n i a s de Capão Al_
4
to, primeira denominação dada a região.
A criação de gado havia sido a principal e quase única
atividade até a abertura da S o r o c a b a - V i a m ã o , após o que tive_
ram início outras atividades, com o a p a r e c i m e n t o de novos mo
radores, os quais proporcionavam assistência aos tropeiros e
às suas tropas, fornecendo alguns dos produtos de que necessi
tavam.^ ,
Eram f r e q ü e n t e s as c o n c e s s õ e s de licença pela Câmara Mjj
nicipal de C u r i t i b a , para o comércio em Santo Antônio, da La_
pa, como o seguinte:
Pelo presente-Alvara consedemos licença ao suplicante o
Coronel Ch.ristovão Pereyra para que possa na paragem do
Registo, e na fazenda dos Carlos mandar vender por Jose
ph Moreyra Silva todo o genero de fazenda seca, e m o l h £
dos que se lhe o f f e r e ç e r e m para c o s t i a m e n t o de suas tro
pas... S .
— _ — — : ; ; : _
LEÃO, Ermelino Agostinho de. Diccionario hi "s to rico- e
- geográfico do Parana.- Emp re za Gráfica P a r a n e e n s e .„•' C uri ti b a:,
1926, V. 3. p. 1133.
^ M Q R E I R A , Júlio E. Caminhos das Comarcas de Curitiba e
Paranaguá. Curitiba, 1975, v. 3. p. 897.
6
B0LETIM, v. 13. p. 30.
- 9- /
Foi o mesmo Christovao Pereira de A b r e u , a primeira Pe¿
soa a t r a n s i t a r com uma tropa em 1731, pelo caminho que aca
bara de ser c o n c l u í d o , com 800 c a b e ç a s de gado vacum e cava
lar, levando cerca de treze m e s e s , para a realização de tal
7
viagem. -
Nesse ano havia ficado estipulado que o registro da pa_s
sagem de gado seria de dois mil réis por cavalgadura e uma
pataca e meia por boi ou v a c a , baixando posteriormente, numa
primeira tentativa para que. o c o m é r c i o de gado se t o r n a s s e mais
freqüente . ^
Por d o c u m e n t o datado de 13 de maio de 1788, do governo
da C a p i t a n i a de São Paulo, foi concedida, uma sesmaria de ter
ra aos p o r t u g u e s e s João Pereira Braga e sua mulher Josefa
Gonçalves da Silva, fundadores da localidade, cujo terreno
provavelmente foi d e m a r c a d o a 13 ds junho de 1769. Nesta
mesma d a t a , a Lapa foi canónicamente erecta pelo Bispo de São
Paulo, com a d e n o m i n a ç ã o de Freguesia |de Santo Antônio da
Lapa. i
Da e r e c ç ã o , extensão e limites da F r e g u e s i a , consta o se
guinte, em d o c u m e n t o datado a 17 de junho de 1785.
"Esta Freg3 da Lapa (assim denominada de huma lapa que
lhe está vizinha) foi erecta a 13 de junho de 1769. 0
seu O r a g o h é o Snr. Santo Antônio, a quem se d e d i c o u a
sua Igreja Parochial. Começa o seu limite do Ribeirão
chamado de IzabelAlz' q. está junto à Lagoa das almas,
3
e se divide da F r e g de São José e termina na E s t i v a que
3 a
'está no me y o do S e r t ã o q.: se e s t e n d e p a C das Lagoas.
7
REVISTA do Instituto'.Histórico . e G e o g r á f i c o do Brasil.
ç
Tomo LXIX, 1 parte. p. 256.
8
BOLETIM, v. 2. p . 20. ' ",".••
- 10 -
Da F r e g a de C o r y t i b a , a divide o Rio do R e g i s t r o - e dahi
todoo terreno inculto q. vay até as serras do mar, lhe
pertende. Eis aqui os seos limites assim na extensão
como na c i r c u n f e r e n c i a ; delles está de p o s s e d e s d e a sua
- „ 9
erecçao.
Os f u n d a d o r e s da Freguesia de Santo Antônio da Lapa vie^
ram ao Brasil em p r i n c í p i o do século XVII, por o r d e m do sar
gento-mor Manoel Gonçalves de A g u i a r , comandante da praça de
Santos... P r i m e i r a m e n t e residiram na Fazenda São Carlos, pró_
10
xima a Freguesia de Nossa Senhora do T a m a n d ú a e de CapaoAlto.
A eles vieram juntar-se outros moradores e já nos meados
do século XVIII, o anti'go pouso do Capão A l t o , contava com
um bom número de habitantes.^
Em 1769, foi construída uma'capela, a qual serviu duran
te muitos anos de Igreja Paroquial, no local onde hoje s.e e_n
contra a Igreja. M a t r i z . • primeiro registro de b a t i z a d o s da_
ta de 13 de junho de 1769 , tendo sido realizado pelo primei_
ro v i g á r i o , Padre João da S i l v a Reis que, ordenado em São
Paulo, ex-vigário da P a r ó q u i a de São José dos P i n h a i s , foi
coadjutor do v i g á r i o de C u r i t i b a e cuidou durante muito tem
po da C a p e l a de Tamanduá.
Durante a realização das expedições de d e s c o b e r t a e ex_
ploração- dos rios do Registro, Tibagi e outros, determina
das p e l o coronel Afonso Botelho de S a m p a i o ¿ Souza, esteve
por algum tempo a c a m p a d a , em Santo Antônio da Lapa,uma compa
nhia de a u x i l i a r e s . No dia 10 de f e v e r e i r o de 1771, Afonso
Botelho fez a i n s p e ç ã o local, providenciando o n e c e s s á r i o pa_
9
LIVR0 do T o m b o . n 9 \Ji , Lapa / 1785- 108 2 .' ' A r q ü i v o da Pa .
rõquia de Santo A n t ô n i o da .Lapa, D o c u m e n t o m a n u s c r i t o . p. 2
i n i '
LIVRO do T o m b o , n 9 2, ' 1882- 1884 . p. 8.
11
B0LETIM, v. 13. p. 51.
- li-
ra . o a u m e n t o da nova Freguesia.
Em 1773, já havia na F r e g u e s i a o cargo de Juiz Ventanea
rio, o c u p a d o por José da. Veyga de G o d o y , cuja nomeação foi
13 -
efetuada no dia 2 de junho de 1773. ~ .Foram t a m b é m juízes.ven
tanários, Joaquim José Leite, Domingos Nunes de Oliveira
e José A n t ô n i o Dias. A 3 de n o v e m b r o de 1777 , foram indica_
dos José dos S a n t o s Pacheco e João Barbosa Calheiros, como
feitores da Freguesia.
Dois anos depois,.f o i ^determinado • que por e s t a r ã muito tern
po a u s e n t e o capitão dei o r d e n a n ç a , Antônio G o n ç a l v e s dos Reis,
se n o m e a s s e a Francisco Teixeira Coelho como t a l , o qual ser
via no posto de alferes.
Havia ainda, além destes postos, o de a l m c t a c e 1 (fiscal
e aferidor de p r e ç o s ) , o qual foi ocupado pelo alferes João
Barbosa Calheiros, pelo tenente-coronel Manoel Francisco de
Medeiros, João Gonçalves Barreiro, tenente Domingos P e 14
reira
da S i l v a , capitao Antonio Teixeira Coelho e por outros.
Em 1806 , o c a p i t ã o Francisco Teixeira Coelho e m p e n h o u - s e
em e l e v a r a Freguesia ã Vila, passandc procuração aos militja
res para que p r
"Pella reez
qeun
etre
e s snossa
e m d iPlriogcêunrcaiçaa:m por hum denos falta a
por todos assignada Constituimos nossos bastantes Pro-
es
curadores na cidade de S. Paulo aos Snr Coronel Jose
am
Vaz de C a r v a l h o o Cap José de A n d r a d e e Vas con ce II os
p.3 que q u a l q u e r delies in s o l i d u m como se p r e s e n t e fos_
sernos possa em nosso nome requerer o que for abem denos
,sa J u s t i ç a perante Illmo. e Exmo. Snr. General afim de
3
a l c a n ç a r m o s graça d e m a n d a r e r i g i r esta F'regr. em vi_l
la ' mandando"- c r i a r J u s t i ç a o r d i n á r i a , 'com J uri.s di_
12 r
--" NUNES, Altamirano. 0 município da Lapa. Curitiba", Ti_
p o g r a f i a da P e n i t e n c i á r i a do E s t a d o , 1924. p. 8.
; 1 3 B 0 L E T I M , v. 30. p. 14.
14
B0LETIM, v. 3_1. p. 27 , 56 ,. 87 , 96 e 102.
-12-
ção civil, e criminal, e Juiz de Orp.haons para cujo
fim poderão aSignar os termos e acttos nesseçarios on
de comp eti r . . . " ^
A procuração seguiram-se requerimentos pedindo a eleva
ção da F r e g u e s i a ã categoria de V i l a , especificando as difi-
culdades de c o m u n i c a ç ã o que havia com C u r i t i b a , a quem a Fre
guesia estava juridicamente subordinada. Ainda em 1806,quan_
i
do a F r e g u e s i a já c o n t a v a com "trezentos e tantos fogos",foi
mandado edificar por seu c o m a n d a n t e , os p r é d i o s que deveriam
s e r v i r de Câmara e de C a d e i a . No r e q u e r i m e n t o para elevaçáo
daVila, datado de 26 de f e v e r e i r o de 1806 , feito * pelo procu^
rador José Va. z de Ca rva 1 ho , a 1 e ga va - se pr i n c i p a 1 me n t e , o atra
so com que eram resolvidos os a s s u n t o s jurídicos e as desor
dens que ocorriam devido as d i f i c u l d a d e s existentes para a
resolução dos assuntos forenses:
"Illmo. e Exmo. Snr. -
3
Dizem os m o r a d o r e s da F r e g de A n t ° da L a p a , termo
a e -
da V da C u r i t i b a q. elles se achao nas p r e c i z a s Cir-
c u n s t a n c i a s de i m p l o r a r a V.Ex.ca a e s p e c i a l graça de
a a a a e
m a n d a r C r i a r em V. ad. F r e g . , p.q. ficando, esta distan_
~ es
te daquela mais' de 16 L e g o a s , e x p e r i m e n t a o os Sup.
o a
g r a v i s s i m o e m C o m o d o qd. lhe he n e s e s a r i o r e c o r e r ad.
V.a nas d e p e n d e n c i a s da Justiça tanto em rezão da dis_
e r
tancia como pela pasagem do Rio do R e g i s t o (1) q. p.
ser r e m a t a d o nele pagão em t o d a s as o C a z i o e n s do seu
transporte, e pela demora quelhe mctivão os negocios
forenses... com grande atrazo da L a v o u r a . . . e os ma_l
f e i t o r e s serão C o h i b i d o s dos seus insultos tendo a Jus
4. • • mais
tiça • perto.-.. „16
/• -
Em 6 de junho de 18Ö6, a Freguesia passou ã categoriade
Vila,, com a . de nomi n ação de Vila Nova do P r í n c i p e , por Porta-
" "^DOCUMENTOS INTERESSANTES pára a história de costumes
de São Paulo. São.Paulo, Secretaria de Educação-Departamen-
to do A r q u i v o do E s t a d o de São P a u l o , I V . p. 122
16
DQCUMENT0S INTERESSANTES, IV. p. 123-124.
- 13 -
taria do G o v e r n o de São Paulo, sendo instalada a 11 de junho
do mesmo ano. A seguir, procedeu-se na Casa da Câmara Muni.
cipal, a eleição dos Juizes Ordinários e Vereadores que deve
riam exercer o mandato na p r i m e i r a legislatura.
Foram escolhidos Gabriel da Silva Sampaio e Francisco
dos Santos Pacheco, Juizes Ordinarios, José Martins França,
.José Vieira Gonçalves e Manoel Rodrigues Maciel, Vereadores,
João Ferreira. T o r r e s , Procurador da Câmara e o capitão Salva
17
dor Gomes Ferreira,Juiz de Órfãos,
17
LIVRO OE E L E I Ç Õ E S . np 1, L a p a , 1606 - 1632. Documeri
<
to manuscrito. p. 4.
S E G U N D A P A R T E
F O N T E S
M É T O D O S E' T É C N I C A S
- 15- /
CAPÍTULO I
AS FONTES: APRESENTAÇÃO
No p r e s e n t s estudo foram utilizados dois tipos de fori,
tes, quais sejam, as séries de' r e g i s t r o s paroquiais e as L i s_
tas N o m i n a t i v a s de 'Habitantes.
0 primeiro tipo de fonte pode conduzir a análises acsr
ca do m o v i m e n t o populacional da Lapa, já o segundo permitiu
a observação das características demográficas de m a n e i r a mais
global, tendo-se assim, uma visão de c o n j u n t o da população.
1. Os livros de r e g i s t r o s paroquiais
Previamente, já havia sido realizado, em 1969, pelo D_e
partamento de H i s t ó r i a da Universidade Federal do P a r a n á , o
trabalho de L e v a n t a m e n t o do A r q u i v o Paroquial de Santo Antó_
nio da Lapa,''' i n t e g r a n t e do P r o j e t o de L e v a n t a m e n t o e Arrola
2
men to de Arquivos.
Neste levantamento ficou constatada a existência de sé
ries completas de r e g i s t r o s de b a t i z a d o s , c a s a m e n t o s e óbitos,
os quais constituiam na o c a s i ã o , sessenta e tris livros de
batizados, vinte e seis livros de c a s a m e n t o s e nove livros
^COSTA, Oda h R e g i n a Guimarães â LOURES, Rachel C.R. Ar
q ui vos da cidade da Lapa. Boletim da U n i v e r s i d a d e Federal
do P a r a n á . Curitiba, F un de par, 8_: 1 - 1 1 4 . 1969.
2
BALHANA, Altiva Pilatti S WESTPHALEN, Cecília liaria.
Levantamento e arrolamento de arquivfcs. Boletim da Univers!
dadë Federal do P a r a n á . Curitiba, Departamento de História,
10: 1-10. 1970.
- 16 -
de ó b i t o s , todos contendo registros a partir de 1769,
Para o período de 1769 a 1518, foram utilizados os s£
guintes livros :
a) BATIZADOS
1 . Batizados. Livro n ° 1. 1769 - 17 9 7, 210 fis .
2 . Batizados. Livro n9 2. 1797 - 1816. 244 fis ,
3. Batizados. Livro n9 3. 1816 - 1824. 182 f Is .
CASAMENTOS
1 . Casamentos. L i V r o n9 1 , 1769 - 1812. 210 fis
2. Casamentos. Livro n9 2 . 1812 - 1844. 133 fis
ÕBITOS
1. Ö b i t o s . Li vro n9 1 . 1769 - 1814. 152 fis •
2. O b i t o s . 'Livro n 9 2. 1814 - 1854. 133 fis •
CRÍTICA E CONTEÚDO
Os livros de r e g i s t r o s de b a t i z a d o s nao seguem rigorosa
mente a ordem cronológica, pois ocorre serem encontrados re
gistros de anos anteriores, feitos mais tarde para aproveita
mento de "espaços- em- b r a n c o . Assim, por exemplo, podem ser en
contrados registros de 1812, anotados junto aos r e g i s t r o s cor
respondentes ao ano de 1818. Foi observada também a repeti_
an
çãode alguns registros, estando os m e s m o s muitas vezes 2.
tados na mesma página. #
No Livro n9 1 de C a s a m e n t o s , ocorre a ausência de regis_
tros para o ano de 1810, fato este inexplicável porque seria
impossível que para a população livre, nesse ano, não houves
-17-
se um único registro a ser feito,
Pelos registros observa-se que a população era formada
por brancos, negros e mestiços, constando ainda a condição
de bastardos, administrados e bugres.
Durante a coleta de dados, foi notado que, em geral,nos
livros encadernados, muitas vezes aparece a falta de peque-
nos trechos de registros, o que poderá trazer dificuldades a
reconsti tuição de famílias; pois as lacunas referem-se prin_
cipalmente aos nomes. A variação no conteúdo e q u a l i d a d e dos
registros quanto à sua apresentação, legibilidade e precisão
das informações anotadas, pode ser acompanhada em f u n ç ã o " da
mudança da pessoa encarregada de fazê-los.
a] BATIZADOS
Os registros de batizados eram redigidos de maneira bas_
tante sumária, fornecendo a margem esquerda da folha, o nuitis
ro de.ordem, preñóme e, às vezes, indicações sobre a ,legiti_
midade ou não, ou ainda a condição social do batizando.
Cada. r e g i s t r o de batizado contém as seguintes informa-
ções:
- dia, mis e ano do batismo;
- local do batismo, se na sede da Paróquia, em capelas fili,a
das ou ainda em casas particulares;
- indicação ou nome do sacerdote que presidiu a cerimônia de
i
batismo e colocou-os santos óleo^, referindo se foi reali^
zado ou n ã o , 'sob condição em presentís m o r t i s :
- preñóme da -criança o u adulto;
- legitimidade [variando em legítima, ilegítima, engeitada
ou adotiva);
-•18-
- prenomes e nomes dos pais., ou filho de pai incógnito ou de
pais incognitos,
- estado civil dos pais; -
- condição social dos pais, constando às vezes a sua natu ra
lidade;
- prenome.e nome dos padrinhos;
- estado civil dos padrinhos;
- residência dos pais;
- assinatura do sacerdote.
Ao lado esquerdo de tais registros aparecem, ainda, ano
tações posteriores referente ao c a s a m e n t o dos batizandos.
Nesse período encontra-se muitas vezes a referência ino
ce nt e, i n d i c a n d o que se t r a t a v a de uma criança. Nos batiza_
dos de p e s s o a s adultas, a situação de adulto era mencionada,
mas sem p r e c i s a r , na m a i o r i a das vezes,' a i d a d e do batizando.
Com relação à idade de c r i a n ç a s , esta anotação é muito
variada, ora aparece simplesmente como criança, ora aparece
a anotação com mais ou m e n o s tantos d i a s , ou a i n d a quando'ela
é mais completa, trazendo o dia do nascimento.
Quando se t r a t a v a de r e g i s t r o s de pessoas que ocupavam
posição proeminente no meio s o c i a l , os r e g i s t r o s eram feitos
de m a n e i r a a mais completa possível, apresentando riqueza de
detalhes, como é o caso de r e g i s t r o s onde constam os nomes
dos avós- m a t e r n ' o s e paternos.
As r e f e r ê n c i a s sobre a condição jurídica de e s c r a v o , l_i
b e r t o , forro ou a d m i n i s t r a d o , e r a m , de modo constante mencio_
nadas. Ha a i n d a , nos registros de b a t i z a d o s , a q u e l e s que são
simples confirmação do ato passado em o u t r a Paróquia.
Há i n d i c a ç ã o do e s t a d o civil dos pais dos batizandos,se
viúvos, solteiros ou s e p a r a d o s , constando inclusive o tempo
- 19- /
em que o casal está separado. Aparece ainda a indicação da
profissão, quando os pais ocupam algum lugar de destaque,co
mo é o caso de e n g e n h e i r o s , alferes, capitães,etc .
b) CASAMENTOS
Os registros de casamentos normalmente fornecem, a mar
gem esquerda da folha, o número de o r d e m , prenomes e nomes
dos contraentes, podendo constar a condição social além de
outras anotações.
As atas de c a s a m e n t o s contém os seguintes itens:
dia, mês e ano do casamento;
- realização das denunciações ou sem nenhuma indicação, dis_
pensa por consangüinidade, de proclamas, de afinidade, ou
sem impedimento algum, ou ainda, sem indicação;
- local da celebração do casamento;
- horário da cerimônia;
- sacerdote que realizou o casamento;
- prenomes e nomes dos nubentes;
- prenomes e.nomes.das testemunhas;
- estado civil dás testemunhas;
- local de origem dos nubentes;
- profissão do noivo ou sem indicação;'
- estado civil dos noivos (somente quando se trata de viú-
vo s J ;
- profissão dos pais ou sem indicarão;
- naturalidade dos noivos;
- assinatura do s a c e r d o t e e das testemunhas, ou sem indica-
ção.
Os registros de casamentos não trazem a idade dos nu
bentes. em todos os a n o s , Nos registros de p e s s o a s mais im
portantes, há i n d i c a ç ã o dos prenomes. e nomes dos avós mater
nos e p a t e r n o s , constando inclusive, quase sempre, a sua n£
turalidade, o mesmo ocorrendo em r e l a ç ã o a profis'säo dos nu
i
1
•bentes e de seus respectivos pais,
Considerou-se, no caso de casamentos, como sendo de e_s
cravos quando o noivo era escravo, ou ainda quando aparecia
no r e g i s t r o , como sendo filho de mãe escrava.
c) ÖBITOS
Os d o c u m e n t o s incluem de modo mais ou m e n o s constante,
as seguintes informações:
-dia, mi.seanodosepultamento;
- preñóme e nome dos falecidos;
- estado civil dos falecidos. No caso de v i ú v o s , constando
o nome do c ô n j u g e já falecido;
- local de r e s i d ê n c i a ou f r e g u e s i a a que pertencia;
- naturalidade do falecido;
- "causa-mort is" ou sem indicação;
- sacramentos recebidos;
- referência em caso de testamento;
- condição social do f a l e c i d o ou sem indicação;
•- local de s e p u l t a m e n t o e data do mesmo;
- assinatura do sacerdote.
/ Muitas vezes, junto ã ata do r e g i s t r o de ó b i t o , encon
i
.trà.-se o, .testamento feito pelo f a l e c i d o . / Em geral são indi
cadas a idade e a condição social. No caso deregistros de
crianças, várias vezes deixou-se de a n o t a r a idade, assim
como também vários registros não contém informação alguma s£
- 21 -
bre o estado civil dos f a l e c i d o s . A " c a u s a - m o r t i s " raramen-
te é indicada pois, em 1235 registros, apenas 101 contém in_ '
formações a respeito. Os registros completos são poucos e
dizem respeito a pessoas importantes da população.
OS R E G I S T R O S PAROQUIAIS: CRÍTICA
As séries de r e g i s t r o s paroquiais da p o p u l a ç ã o livre e.
escrava de b a t i z a d o s , casamentos e óbitos, perfazem um to-
tal de 5.737.
j QUADRO N9 1
TOTAL DE B A T I Z A D O S , CASAMENTOS E ÖBITQS
População Livre e Escrava
Paróquia de Santo Antônio da Lapa. 1769-1818
População livre •População escrava TOTAL
n9 s a b s . % n 9 s abs . %
3.251 88,53 421 11,46 3.672
BATIZADOS
CASAMENTOS 6 11 95,31 30 4,68 641
OBITOS 1.235 86,72 189 13,27 1 .424
TOTAL 5.097 88,84 . 640 . 11,15 5.737
Os r e g i s t r o s correspondentes ã população livre consti
tuem, para os três casos estudados, a maioria. A população
escrava apresenta, no t o t a l apenas 11,15 %,motivo pelo qual
a maioria das a n á l i s e s realizadas restringe-se ã população
livre.
Como tsm o c o r r i d o em outras paróquias estudadas, há djj
/
vidas quanto a existência de s u b - r e g i s t r o s nas atas corres
. »
pondentes ã população livre. Calculou-se, como para o caso
3 -
de C u r i t i b a , a razao de ma s culi nidade dos batizandos e a
:
3 " • .
K.UB0, Elvira Mari. Aspectos demográficos de Curitiba:
1801-1850. Dissertação de. M e s t r a d o . p. 34.
- 22 -
taxa de m o r t a l i d a d e infantil, utilizando-se os registros de
óbitos, cujos resultados são os seguintes:
a) Razão de Ma scu1 ini dade
QUADRO N9 2
RAZÄ0 DE MASCULINIDADE
População Livre
Paróquia de Santo Antônio da Lapa. 1769-1818
Período
1769-1778 1779-1788 1789-1798 1799-1806 1809-1818
anos
9 50 131 104 136 106
0 125 80 100 75 75
1 73 120 150 87 78
2 39 12 5 96 192 139
3 163 145 ' 121 122 101
4 157 105 100 127 101
5 200 82 58 14 0' 103
6 105 100 84 : 135 107
7 58 6 4. 37 137 122
8 70 115 103 106 86
TOTAL 104 106 95 125 101
Na d é c a d a correspondente aos anos de 1899-1808, possi_
velmente houve casos de sub-registros, pois o índice geral-
mente aceito não ultrapassa 110, e n q u a n t o o índice da razão
de ma scu1 i n i d a d e ao n a s c e r é normalmente em torno de 105 m_e
• 4
ninos para 100- m e n i n a s .
' Os m í n i m o s alcançados para a razão de masculinidade,lo
c a l i z a m - s e nos anos de 1772 e 1707C. Já os m á x i m o s , nos anos
de 1775 e 1802.
i
4
HENRY, Louis. Manuel de d e m o g r a p h i e historique. Pa-
ris, Droz, 1967. p. 37.
-23-
b) Taxa Média de Mortalidade Infantil
QUADRO N9 3
TAXA MÉDIA DE MORTAL I DADE. INFANTIL POR PERÍODO DE 10 ANOS
População Livre
Paróquia de Santo Antônio da Lapa: 1769-1818
T o t a l de
Período •s? *
Ba t i s mo s °/00
1769-1778 20 356 56,17
1779-1788 31 4'4 5 69,66
1789-179 8 60 541 - 110,90
1799-1808 117 813 14 3 , 6 3
1809-1818 164 1.096 149,63
TOTAL 392 3.251 120,57
* S? - óbitos de crianças com menos de um ano,
A taxa média de mortalidade infantil na P a r ó q u i a de Sajn
to A n t ô n i o da L'apa, no período compreendido entre 1769,- 1 8 1 8 ,
é de 120,57 °/00.
Normalmente, a taxa oscila em torno de 240 ^/O 0 , ^ o que
indica haver cerca de 50% de sub-.registros nos óbitos- de
ar
crianças com menos de um ano de idade. A taxa máxima de mor
talidade infantil verificou-se na década correspondente a
1809-1818 com 149,63 ^/00, sendo a mínima verificada entre os
anos de 1769-1778 com 56,17 °/00. •
2. As Listas Nominativas de Habitantes
As Listas Nominativas de Habitantes usadas para o estu
^HENRY, Louis. Manuel de demographie historique. Pa-
ris, Droz, 1967. p. 119.
- 24- /
do da p o p u l a ç ã o ,de Santo Antônio da Lapa encontram-se no D£
' 6
partamento do A r q u i v o do Estado de São Paulo.
As Listas fornecem dados para o estudo da popu lação., po_r
que a p r e s e n t a m algumas características da m e s m a , uma vez que
eram a r r o l a d o s chefes de d o m i c í l i o s , suas famílias, seus es"!
cravos e seus agre-gados.
Apesar de, na m a i o r parte das vezes, estas Listas apre
sentarem-se coro f a l h a s , constituem uma das p o u c a s fontes p_a
ra o estudo r e t r o s p e c t i v o da população*. De an t i go s censos eram
realizados sob a responsabilidade dos c a p i t ã e s - m o r e s que con
taram com a colaboração dos párocos, para o cumprimento des
s a t a re fa .
As L i s t a s em geral fornecem as s e g u i n t e s i n f o r m a ç õ e s pa^
ra cada fogo ou d o m i c í l i o : ,
- os p r e n o m e s e nomes do chefe de fami 1 i a , p r i m e i r a m e n t e , mes
mo quando se t r a t a v a de uma viúva ou de um chefe solteiro;
- prenomes e nomes da esposa do chefe do fogo;
- prenomes dos f i l h o s , varões, primeiramente, e meninas, em
seguida;
- se h o u v e s s e na f a m í l i a filhos adotivos, estes eram e n u m e r a_
dos como "expostos";
- prenomes e nomes dos m e m b r o s da família que h a b i t a v a m a me_s
ma casa, constando quase sempre o grau de parentesco¡
- idade de todos os m e m b r o s do domicilio;
- escravos de todas as idades.
Apesar da e x i s t ê n c i a de certos pontos deficitários, as
Listas Nominativas de H a b i t a n t e s apresentam a contagem da po
6 -
LISTAS Nominativas de H a b i t a n t e s . São P a u l o , Departa
9
mentó do A r q u i v o do E s t a d o de São Paulo. Latas n 203, 204,
205, 206 » 224 e 225.
- 25- /
pulação., a r r o l a n d o dados significativos, para análises demo
gráficas.
- 26 -
CAPÍT.ULO II
MÉTODOS E TÉCNICAS
1. Os r e g i s t r o s paroquiais
No levantamento dos registros paroquiais de batizados,,
casamentos e óbitos da P a r ó q u i a de Santo Antonio da Lapa e na
sua e x p l o r a ç ã o buscando conhecimentos quantitativos acerca da
população lapeana, foram utilizados métodos e técnicas propos
tos por M i c h e l Fleury e Louis Henry, no seu "Noveau manuel
de d é p o u i l l e m e n t et d ' e x p l o i t a t i o n de l'état civil ancien".7
0 levantamento foi realizado, como já f o i ' s a l i e n t a d o na
Introdução, em folhas nominativas abreviadas as quais foram
adaptadas para as c o n d i ç õ e s brasileiras, pela professora Al-
tiva Pilatti Ba 1 h ana, o c a s i ã o em que foram acrescentadas às
colunas originais, duas colunas referentes a cor e ã condi
çao social. Cada folha nominativa comporta o levantamento de-
40 atas de b a t i z a d o s e óbitos e 20 de casamentos, obedecendo
uma ordem cronológica anual. Em cada ata constam os.seguin-
tes itens:
- data j
-ata;
- sexo ;
legitimidade;
- " estado civil;
idade ;
-generalidades;
7
FLEURY, M. & HENRY, L. Noveau manuel de dépouillement
et d ' e x p l o i t a t i o n de l'état civil' a n c i e n . Paris, INED, 1965.
- 27- /
origerr);
residencia;
profissão;
assinatura;
preñóme ;
-nome ;
-cor;
condição social.
Concluído o arrolamento dos dados nas folhas nominati
V
vas abreviadas, foram elaboradas as tabulações,' prineiramen
te. a p r e s e n t a d a s por ano civil, procedendo-se posteriormente,
ã aplicação do m é t o d o de corte, por qüinqüênios a p l i c a d o s a
população livre e decênios à população escrava, cujos resu_l
tados permitiram a construção dos gráficos correspondentes.
Para a análise dos movimentos sazonais de batizados,ca
samentos e óbitos, os d a d o s f o r a m levantados por m ê s , o s quais
foram comparados com e s t u d o s realizados para outras paróquji
8
as quais sejam, São Paulo e Mogi das Cruzes, Curitiba, 1751
9 10
e 1800, e 1801 a 1850.
<f
Na a p r e s e n t a ç ã o e. r e d a ç ã o , foram observados métodos e
técnicas renovados da histo'ria.
ñ
M A R C Í L10, Maria Luiza. A çidc-de de São P a u l o : povoa
ment o e p o p u l a ç ã o , 1750-1850. São P a u l o , Pioneira, 1974.
p. 151, 1S3.
^ B U R M E S T E R , Ana Maria. População da Vila de Curitiba
século XVIII : 1751- 1800 , s e g u n d o os registros paroquiais.
Dissertação de flestrado. p.52.
10
-• . ' KUB0 , p.S5.
- 28- /
2. As. li, s. ta s. n o m i n a t i v a s de habitantes
Para o estudo das Listas Nominativas de H a b i t a n t e s » fo_
ram c l a s s i f i c a d a s cinco listas que apresentavam melhores cojn
dições de c o n s u l t a . Destas listas foram extraidos os dados
para a analise referente aos grupos de idade e ao sexo que a
população apresentava na é p o c a , sendo utilizados os métodos
e. t é c n i c a s preconizadas por Louis Henry."'''''
Pelos censos, os dados foram levantados utilizando-se
aqueles correspondentes a distribuição por sexo e idade, os
quais foram tabulados em c l a s s e s de idade e repartição da p£
pulação por sexo, fornecendo subsídios também para os t ó p i c o s
referentes aos índices de n a t a l i d a d e , nupcia 1 i dade e mortali^
dade .
v.
•Os dados fornecidos para a repartição da população em
grupos de i d a d e , permitiram a elaboração dos.gráficos corres
pondentes'ás pirâmides de idade.
1
"''HENRY, L o u i s . Manuel da- demograp'hie historique. P£
ris, D r o z , 1967. p. 28-45.
T E R C E Î R A - P A R T E
P O P U L A Ç Ã O OA P A R Ö Q U I A D E
S A N T O A N T 0 N I O D A L A P A
17 6 9 - 1 8 1 8
"SO-
CAPÍTULO I
ESTRUTURA DA POPULAÇÃO
Para o estudo das c a r a c t e r í s t i c a s demográficas da popjj
lação da P a r o q u i a de Santo Antonio da Lapa, foram utilizados
cinco r e c e n s e a m e n t o s que são os.de 1777 , 1 778 , 1 7 8 3 , 1788 e
17 9 3.
Em tais recenseamentos a população escrava aparece so
mente nos totais,tanto no t o c a n t e ã idade, quanto ao sexo,
não p e r m i t i n d o assim, a sua análise.
A população total nos anos acima mencionados e a.seguin
te:
TABELA N9 1
POPULAÇÃO DE SANTO ANTONIO DA LAPA
População Livre e Escrava
Paróquia de Santo Antônio da Lapa
nos anos de 1777 , 1778 ,- 1783, 1788 e 1793
População 1i Vre População escrava
Ano % % TOTAL
n ? s abs . n9 s abs .
17 77 758 8 6,43 119 13,56 877
1778 942 82,05 206 17,94 . 1148
1783 970 85,68 162 14,31 1132
1788 1024 83,66 200 16,33 1224
1793 1137 ' 85,55 192 14,44 1329
Pela Tabela n9 1, v e r i f i c a - s e que o contingente p o p u l a c i £
i
nal de livres c o n s t i t u i a m a i o r i a , o s c i l a n d o em aproximada
.. ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ^ ,
mente de 82 a 86 % sobre o total. Na T a b e l a n9 1, os dados
foram ordenados de a c o r d o com a c o n d i ç ã o jurídica que a popjj
lação a p r e s e n t a v a na época.
- 31- /
Para a analise de c r e s c i m e n t o medie anual, foram uti1
zados os dados conhecidos tanto para a população livre quajn
to para a população escrava, obtendo-se os r e s u l t a d o s apre
sentados na T a b e l a n9 2,
TABELA N9 2
CRESCIMENTO MÉDIO ANUAL DA POPULAÇÃO-
População Livre e Escrava
Paroquia de Santo Antonio da Lapa
nos anos de 1777 , 1778 , 1 783 , 1-788 e 1793-
Ano P o p u l a ç ã o Livre ¡, População escrava
Total c.r.e s c . m é d i o anual ; Total, cr esc. m é d i o anual
1777 758 - ; 119 -
1778 942 1, 84 ; 206 0,87
1783 .970 0,28 ; 162 0,08
1788 1024 0,10 í 200 0 ,07
1793 1137 0,05 I 192 0,01
Pela Tabela n9 2'verifica-se que, de 1777 a 1778, a p£
pulação livre cresceu em 1,84 % c a i n d o para 0,05 % entre 1788
e 179 3. Já a p o p u l a ç ã o escrava, subiu em 0,87 % entre 1777
e 1778, caindo num saldo negativo de 0,01 %.
No caso da p o p u l a ç ã o livre, pode-se verificar o cresci
« » ..
mentó, com duas entradas, uma para o sexo masculino e outra
para o sexo feminino, com os r e s u l t a d o s apresentados na Tabe_
Ia n 9 3, pela qual pode ser v e r i f i c a d o um a u m e n t o paralelo pa
ra o efetivo masculino e feminino, nos anos de
1778 e 1793.
'»
Para o masculino houve uma leve queda em 1783 e para o femini^
t
no, em 1788.
- 32- /
" TABELA N 9 .3 ,
CRESCIMENTO ANUAL E ESTRUTURA POR SEXO DA POPULAÇÃO
População Livre
Paróquia de Santo Antônio da Lapa
nos anos. de 1777, .1778 , 17.83, 1 788 e 1793
Masculino Feminino
Ano Total cr.m.a. Total cr.m. a . R .M . T.M.
1777 379 - 379 - 100 50 ,00
1778 528 1 ,49 4 14 0. 35 127 , 53 56 , 02
CO
1783 472 - 0,11 498 0 , 16 94 , 77 65
17 88 476 0,008 478 - o, 04 9 S ,58 49, 89
1793 518 0 , 08 556 0, 15 93 , 16 48, 23
cr. m. a. - c r e s c i m e n t o medio anual
R.M. - Razão de m a s c u l i n i d a d e - número de homens para cada 100
mulheres,-
T.M. - Taxa de m a s c u l i n i d a d e - proporção de homens no total
da população.
Para o sexo masculino houve um c r e s c i m e n t o médio anual
de 1,49 % entre 1777 e 1778, e um saldo negativo de 0,11 % er^
tre 1778 e 1783. Já para o sexo feminino, a média anual en
tre 1777 e 1778 é de 0,35 % decaindo num saldo negativo de
;
0,04 % em 1788. ~ "' " * " ' "
É possível dizer, observando a razão de masculinidade e
a taxa de m a s c u l i n i d a d e , que a p o p u l a ç ã o livre pertencente ao
sexo 'masculino é inferior numericamente fal.ando, em relação
ã população feminina, a partir de 17.8 3, p o r q u e possivelmente
já nessa época, esteva havendo migração de m u i t o s moradores
da P a r ó q u i a de Santo Antônio da Lapa para a Vila de Lages.
- 33- /
Para o estudo da distribuição, da p o p u l a ç ã o livre por se?
xo e idade, utilizou- se os resumos contidos nas Listas No m _i
nativas de H a b i t a n t e s de 1 733, ,1 788 e 1793 e seus resultados
constam das Tabelas n9s 4 , 5 e 6.
TABELA ' N 9 4
DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO, POR SEXO E. IDADE
População Livre
Paróquia de Santo Antônio da Lapa-1783
Sexo ílascul i n o Sexo F e m i n i n o
Idade % TOTAL
n9 s a b s . n 9 s ab s. . %
7 anos 107 47 , 35 . 119 52,05 226
15 anos 107 46 ,52 123 53,48 230
6 0 anos 236 54 , 75 195 4 5,25 431
90 anos 22 26 ,50 61 73,50 83
TOTAL 472 48 ,65 498 51,25 970
TABELA N9 5
DISTRIBUIÇÃO DA P O P U L A Ç Ã O POR SEXO E IDADE
População Livre
Paróquia de Santo Antônio da Lapa-1788
Idade Sexo M a s c u l i n o Sexo F e m i n i n o TOTAL
n 9 s abs. % n 9 s abs. %
7 anos 105 47,36 117 52,64 222
15 anos 115 4 9,14 119 50,85 234
60 ' anos 267 5 5,16 217 44,83 484
9 0 anos 22 26,19 62 73,80 84
TOTAL 476 49,89 478 50,10 10 24
- 34- /
TA8ELA N9 6
. DISTRIBUIÇÃO DA P O P U L A Ç Ã O POR SEXO E IDADE
População Livre
Paróquia de Santo Antônio da.Lapa-1793
Sexo Masculino Sexo F e rn i n no
i
Idade TOTAL
9 9
n s abs . "o n s abs
7 anos 16 5 52,04 142 47, 95 317
15 anos 109 46,58 125 53 ,41 234
60 anos 262 51,47 247 48, 52 509
9 0 anos 20 22, 99 67 77, 01 87
TOTAL 5 18 ,)48 , 23 556 51 , 77 1137
Pelas Tabelas n9s 4, 5 e 6 v e r i f i c a - s e que, realmente,
existia um c o n t i n g e n t e pouco mais numeroso de p e s s o a s perten_
centes ao sexo feminino. Em 1783 havia na P a r ó q u i a , 498 mu
lheres e 472 h o m e n s , o que corresponde a uma diferença de
5,33%.
Para a repartição da p o p u l a ç ã o por g r a n d e s grupos etá_
rios, foram adotados os seguintes grupos:
0 - 1 4 anos - infância e adolescência;
15 - 5 9 anos - adolescentes e adultos;
60-89 anos- velhos;
- 90 a n o s e m a i s .
Os r e s u l t a d o s dessa repartição constam da T a b e l a n9 7.
- 35- /
TABELA N' 7
REPARTIÇÃO DA POPULAÇÃO POR GRANDES GRUPOS ETÃRIOS
População Livre
Paróquia de Santo Antônio da Lapa
nos anos de 17 77 , 1778, 1783 e 1788
Idade/ano * 1777 1778 17 8 3 17 88
0 - 1 4 251 256 226 222
15 - 5'9 154 191 230 234
60 - 89 309 321 431 484
9 0 e mais 44 174 83 84
TOTAL 758 942 970 1024
* .- em números absolutos.
Idade/ano * 17 7 7 1778 1783 1788
0 - 1 4 33,11 27,17 23,29 21,67
15 - 5 9 2 0,31 20,27 23,71 22,85
60 - 89 40,76 34, 07 44 , 43 47,26
90 • e mais 5,80. 18,47 8,55 8 , 20
TOTAL 100 100 100 100
* .- por 100 no total.
Pelos dados proporcionais, observa-se que na população
da P a r ó q u i a de Santo Antônio da Lapa, éntre 1777 e 1778, ha_
via p r e d o m i n â n c i a em torno de p e s s o a s pertencentes ao grupo
etário de 60-89 anos, aparecendo em segundo lugar o grupo de
0-14 anos. Tal resultado indica que, nos anos e s c o l h i d o s pja
ra a a n á l i s e da r e p a r t i ç ã o da p o p u l a ç ã o por grandes grupos- e
tários, a população da Lapa caracterizava-se como sendo uma
populaçãovelha.
GRAFICO N-1
P I R A M I D E DE IDADES
POPULAÇÃO L I V R E - 1779
T I -i 1 1—1—r~
200 150 100 50 SO 100 150 200
G R A F I CO N* 2
P I R Â M I D E DE IDADES
POPULAÇÃO LIVRE- 1782
i r—~~r i i -i r
200 1 50 100 50 100 150 200
G R A F I C O N *3 j
P I R Â M I D E DE I D A D E S
POPLfLACÃO L I V R E - 1790
n 1 r r
100 50 50 100 150 200
- 37- /
Para a construção- de a l g u m a s pirâmides de idade, apre
sentadas nos Gráficos n9s 1, 2 e 3, foram escolhidos os da-
dos contidos nas Listas Nominativas de H a b i t a n t e s correspon
dentes aos anos de 1779, 1782 e 1790 [ver a n e x o s I,II e III].
A pirâmide de idade ê constituída pelos dados que repartem a
população por sexo e idade.
Aspirâmides de idade apresentam, todas as t r ê s , u m a ba
se b a s t a n t e ampla,- como é próprio das populações j o v e n s e por
tanto, seus traços determinam características de uma popula
ção j o v e m onde as t a x a s de f e r t i l i d a d e e m o r t a l i d a d e são acen
tuadas.
É interessante notar que, realizada a distribuição da
população em p e q u e n o s grupos de i d a d e s , a mesma encontra-se
com maior freqüência na faixa etária entre 10-19 anos, para
os anos de 1779, 1782 e 1798. Já nos e s t u d o s realizados s£
bre os g r a n d e s grupos, ela fica mais restrita ao grupo 60-89
anos, que-mesmo sendo análises feitas em anos diferentes,não
justifica em m u i t o , a diferença existente para os g r u p o s , em.
intervalos ds'poucos anos. 0 estudo sobre os g r a n d e s grupos
foram realizados utilizando-se os resumos contidos nas Lijs
tas N o m i n a t i v a s . Conseqüentemente, pode-se concluir que.quajn
.do por o c a s i ã o do envio dos resumos das L i s t a s , e s t e s eram re
digidos e emitidos com f a l h a s no t o c a n t e ao a g r u p a m e n t o de
i dades.
No c á l c u l o da razão de m a s c u l i n i d a d e cornos resultados ob^
tidos para 1790, observa-se em cada grupo etário, a seguinte
proporção de homens para cada 100 m u l h e r e s :
- 38- /
TABE LA N 9 3
RAZÃO MASCULINIDADE POR GRUPOS ETÄRIOS
População Livre
Paróquia de Santo Antônio'da Lapa-1790
Grupo de
' HOMENS MULHERES R . M.
idade
0 - 4 52 61 85
5 - 9 93 101 92
10 - 19 101 164 61
20 - 29 91 98 92 .
30 - 39 58 63 92
40-49 38 •3 5 108
50 - 59 23 14 164
60 - 69 24 _ 8 300
70 - 79 12 2 600
80 e mais 2 6 33
TOTAL 494 552 89
Em 1790, existe maior número de homens nas f a i x a s de ida
de c o m p r e e n d i d a s entre 40 a 79 a n o s . Observando-se todos os
anos em que foi calculada a. razão demasculinidade, quais s£
jam de 1779, 17 82 e 1790, conclui-se que a média de sobrevi-
vência masculina é bem mais elevada que a f e m i n i n a , encontran
do-se maior número de homens nas f a i x a s etárias mais elevadas,
com- e x c e s s ã o somente da última faixa, de 80 anos e mais, onde
se.encontra maior número de m u l h e r e s . Também nas faixas com
preendidas entre 0 e 39 anos há m a i o r número de mulheres..
- 39- /
CAPlTULO II
DINÂMICA DA POPULAÇÃO.
Através do e s t u d o sobre a dinâmica da p o p u l a ç ã o é veri_
ficado o seu c r e s c i m e n t o e o seu m o v i m e n t o , permitindo um e_s.,
tudo longitudinal que revelará as f l u t u a ç õ e s ocorridas no p£
1
-
nodo.
Para o caso brasileiro, principalmente nos s é c u l o s XVII
e XVIII, os d o c u m e n t o s mais utilizados para os c á l c u l o s , da
dinâmica populacional são os r e g i s t r o s paroquiais, pois du-
rante o período colonial, e até m e s m o no i m p e r i a l , o estabe
lecimento dos registros de b a t i z a d o s , casamentos e óbitos ,
eram de c o m p e t ê n c i a exclusiva da Igreja.
Us-a.nd.o .este tip,o de d o c u m e n t a ç ã o procurou-se, na medi^
da do p o s s í v e l , fazer a análise do m o v i m e n t o populacional da
Paróquia de Santo Antônio da Lapa, no t o c a n t e a população ii_
vre, por c o n t e r esta, informações mais completas .
MOVI MENTO ANUAL DE N A S C I M E N T O S , CASAMENTOS E ÚBITOS
No p e r í o d o compreendido entre 1769 a 1818, não setem c£
nhecimento de desmembramentos de c a p e l a s , que possam alterar
o estudo das flutuações ocorridas durante o .mesmo. Tal estu
do p r e t e n d e demonstrar o.movimento anual e sazonal de batiz£
dos, c a s a m e n t o s e óbitos e suas tendÉmcias qüinqüenais e de-
cena i s . Como em o u t r o s pontos, o trabalho foi ordenado em
períodos de cinco anos para a população livre e de d e z , para
a escrava. '••••-.- : y .•
Os baptizados,cas a m e n t o s e c o i t o s , l e v a n t a d o s por' ano ci_
v i l , s ã o a p r e s e n t a d o s nas T a b e l a s n 9 s 9 e 10.
1
HENRY, Louis. Notaste aula. Departamento de Hist£
ria, UFPr. 197-1.
TABELA N 9 S
MOVIMENTO ANUAL DE BATIZADOS, CASAMENTOS E ÛBITQS
População Livre
Paróquia de Santo Antônio da Lapa : 1769-1818
Ano Ano
Civil Batiz, Casam. Obitos Civil Batiz. Casam. Obitos
1769 18 3 6 1794 52 14 19
1770 36 4 3 1795 57 9 19
'1771 26 6 1 1796 61 11 37
1772 32 5 5 1797 63 18 14
1773 50 10 6 1798 55 21 33
1774 36 8 5 1799 52 6 14
1775 42 4 10 1800 63 9 12
1776 37 5 9 1801 88 13 17
1777 38 2 15 1802 76 13 33
1776 41 7 '8 1803 78 21 30
1779 44 6 11 1804 84 18 13
1780 36 11 5 1805 72 20 56
1781 44 11 18 1806 87 4 93
1782 37 10 11 1807 114 24 44
1783 49 7 7 1808 99 15 41
1784 37 13 4 1809 68 19 33
1785 53 7 19 1810 77 60
1786 37 9 34 1811 89 16 50
1787 65 8 19 1812 91 36 44
1788 43 7 18 1813 103 24 26
1789 47 9 30 1814 131 16 40
f
1790 48 11 17 1815 120 19 34
1791 56 6 12 1816 137 31 43
1792 51 8 27 1817 127 21 39
1793 51 7 12 1818 153 29 79
Total: 3.251 611 1.235
TABELA N 9 1Ü
MOVIMENTO ANUAL DE BATIZADOS, CASAMENTOS E ÖBITOS
População Escrava
Paróquia de Santo Antônio da Lapa : 1769-1818
Ano Ano
Civil Batiz. Casam. Obitos Civil Batiz. Casam. Obitos
1769 2 - - 1794 9 ~ 5
1770 2 1 1795 7 - 2
1771 3 - . - 1796 10 1 2
1772 . 3 - - 1797 10 - 3
1773 4 - 1 1793 2 1 2
1774 4 - 1799 2 - - . -
1775 5 5 1800 1 1 1
1776 7 - 1 1801 9 - 2
1777 2 - 2 1802 5 1 6
1778 3 - 1 1803 6 1 4
1779 8 - - 1804 10 1 5
1780 .7 - 3 1805 1 0 - 6
1781 5 - 1 1806 12 - 14
1782 . 9 - 1 1807 10 - 2
1783 6 - - 1808 13 . 2 19
1784 10 - 1 1809 12 • -
1785 5 - 2 1810 4 - 7
1786 10 5' 1811 16 3 11
1787 9 1 8 1812 '15 5 7
• 1788 7 1 4 1813 6 3 7
1789 11 2 7 1814 19 - 9
1790 9 - 7 1815 20 3
1791 8 - - 1816 14 3 7
1792 14 1 4 1817 . 17 1 2
1793 5 1 2 1818 24 1 7
Total: ; "421 30 189
- 42 -
Analisando os r e s u l t a d o s obtidos para as três entradas
da T a b e l a n9 9, v e r i f i c a - s e que a tendência ê no sentido de
aumentar na p r o p o r ç ã o em que o tempo decorre, É evidente ,
que em a l g u n s anos ela diminui» como por e x e m p l o os regis_
tros de c a s a m e n t o s , que totalizam 36 no ano de 1812 passan
do para 31 em 1816.
• número de óbitos tem um rápido aumento a partir de
1802, quando ocorreram 33 r e g i s t r o s , p a s s a n d o em 1806 para
um total de 93, havendo, portanto, no q ü i n q ü ê n i o compreendi-
do entre 1804 a 1809, uma súbita elevação na taxa dos regi_s
tros de ó b i t o s . Tal aumento teve como causa uma epidemia de
sarampo que se v e r i f i c o u neste período, conforme as anota
ções encontradas nos registros paroquiais, assinalando "a
causa-mortis".
Paralelo a este aumento, verifica-se o de batizadosque
de 88 em 1801, passaram para 114 em 1807, chegando a 153 no
ano de 1818.
:
0 número de c a s a m e n t o s para o período todo varia de 2
a 36 r e g i s t r o s . É interessante observar que logo após o a_u
mento do número de ó b i t o s , por o c a s i ã o de surto epidêmico ,
ocorreu o mesmo em relação aos batizados que de 87 ascende-
ram rapidamente a 114. -
Com os dados obtidos na e l a b o r a ç ã o das Tabelas n9s 9 e
10, f o r a m elaborados os Gráficos n9s 4 e 5 no caso da populas
ção livre, e para a população escrava, o Gráfico n9 6.
MOVIMENTO A N U A L DE BAT IZADOS, CASAMENTOS E OBITOS.
PAROQUIA DE SANTO ANTÔNIO DA LAPA
POPULAÇÃO LIVRE-1769-1818
BATIZADOS
uo-
120 ~
100-
80 -
60 -
40
2C -
1768 1778 1798 18 08 1818
GRÁFICO Ni5
MOVIMENTO ANUAL DE BAT I Z A D O S , CASAMENTOS E OBITOS.
PAROQUIA DE SANTO ANTÔNIO DA LAPA
GRÁFICO
MOVIMENTO A N U A L DE B A T I Z A D O S E CASAMENTOS
PARÓQUIA DE SANTO A N T O N I O DA LAPA
\ «•« ABSOLUTOS
POPULAÇÃO ESCRAVA-1769-1818
FÍÚTIZAOOS
30
20
10 -
0 1, i i 1 I » I I i I I I I I I I I I i I I I' I I I I I i ' I ' I ' I I M i I I I ' I I I I '
1768 1778 1788 1798 1808 1B18
CASAMENTOS
6 -
5 -
I -
3 -
2 -
1 -
•••i tiI i I I I I I I I I I M I Ii I I II I I I I I I I I I I I I I I-
1768 1778 1788 1798 1808 1818
0 I I ! I I I .. I I I I I I I I I • I I I I I I ' I I X '• I I I I . •I • I I I • I
1768 1778 1788 1798 1806 1818
- 46- /
No g r á f i c o correspondente aos casamentos aparece uma
lacuna no ano de 1 8 1 0 / a qual já foi salientada anteriormen-
te, q u a n d o não aparece um único registro nos livros corres
pondentes ao p e r í o d o e nem mesmo nos livros posteriores.
Comparando as f l u t u a ç õ e s ocorridas com a p o p u l a ç ã o da
Paróquia de Santo Antônio da Lapa e as de Nossa Senhora da
2
Luz dos. P i n h a i s de C u r i t i b a , verifica-se que as diferenças
correspondentes não são muito grandes, levando em conside
.ração o número de h a b i t a n t e s de uma e de o u t r a , nessa con
j untura. -
Quanto as f l u t u a ç õ e s referentes aos batizados, casamen
tos e óbitos da população escrava, observando-se os gráficos
nç 4, 5 e 6, c o n s t a t a - s e que as o s c i l a ç õ e s são em geral le_
ves, se c o m p a r a d a s ãs s o f r i d a s pela população livre. As maio
res flutuações da p o p u l a ç ã o escrava são com r e l a ç ã o . a o s bc3
tizados, que aumentaram sensivelmente a partir do decênio
correspondente aos anos de 1779 a 1788, quando ocorreram 76
registros, havendo.sido de 35 os registros correspondentes
ao decênio anterior. No final do século XVIII e início do
século XIX, ou seja, de 1799 a 1808, aparecem 78 registros,
havendo portanto uma pequena baixa, uma v e z que de 1789 a
1798 o c o r r e r a m 8 5 casos 'de b a t i z a d o s .
0 mais alto índice de ó b i t o s para a população escrava
aparece no d e c ê n i o correspondente aos anos de 1809 a 1818,
quando foram " r e g i s t r a d o s 61 c a s o s . Nesse mesmo decênioocor
reu também o maior número de c a s a m e n t o s , quando constam 16
r e g i s t r o s , os q u a i s , para os--demais d e c ê n i o s do período estuda
do, não ultrapassam de 6, v a r i a n d o em t o d o s eles, de 2
2
KUB0, p. 52.
- 47- /
a 6 registros. É evidente que houve um alto índice de sub-
registros no caso da p o p u l a ç ã o escrava, principalmente no r63
ferente a casamentos, devido ao fato de que, na realidade
os e s c r a v o s quase não contraíam nupcias, permanecendo na con
dição de s o l t e i r o s . Pelos anexos n9 XIII e XIV, pode ser
observada a diferença existente entre os.totais atingidos p£
ra a p o p u l a ç ã o livre e escrava.
A curva de óbitos observada no G r á f i c o n9 6,referente
ã população escrava, apresenta, tal como a referente a popjj
lação livre, uma alta repentina verificada durante os anos
compreendidos entre 1799 a 1808, coincidindo, portanto, com
o período da e p i d e m i a de s a r a m p o que assolou a população li_
vre, comprovando que também a população escrava foi ating_i
da .
Difícil se torna afirmar quais as e p i d e m i a s registra
das no d e c o r r e r do p e r í o d o , porque os livros da Câmara flunici.
pal que poderiam conter tais informações foram destruídos, o
que dificulta a enumeração das doenças que atingiram a popu
lação lapeana, uma vez que os r e g i s t r o s paroquiais não con
tém i n f o r m a ç õ e s completas sobre a "causa-mortis" .
AS G R A N D E S LINHAS DE TENDÊNCIA
Adotou-se nesta análise o método de c o r t e s u g e r i d o por
Louis.Henry, por p e r í o d o s de dez anon civis ao se t r a t a r da
população escrava, e cinco anos civis da população livre,
s u b s t i t u i n d o - se a s s i m a série anual por séries de m é d i a s anu
ais por decênios e qüinqüênios, oque elimina as flutuações
que aparecem nas séries anuais.
— • ,
HENRY, Louis. Notas de a u l a . Departamento de Histo_
ria, UFPr. 1974.
- 48- /
•s resultados obtidos são apresentados na Tabela n 9 11 e Gráficos
n 9 7 e 8 para a população livre, e Tabela n 9 12 e Gráfico n 9 9, para a
população escrava.
TABELA N 9 11
MÉDIAS QÜINQÜENAIS DE BATIZADOS, CASAMENTOS E ÛBITOS
População Livre
Paróquia de Santo Antônio da Lapa: 1769-1818
Quinquenios • Batizados Casamentos Obitos
1769-1773 16,2 2,8 2,1
1774-1778 • 19,4 2,6 4,7
1779-1783 21,0 4,5 5,2
1784-1788 23,5 4,4 .9,4
1789-1793' 25,3 4,1 9,8
1794-1798 28,8 7,3 12,2
1799-1803 35,7 6,2 10,6
1804-1808 45,6 24,7
í 8>1 '
1809-1813 42,8 9,5 21,3
•• 1814-1818 66,8 11,6 23,5
TABELA N 9 12
MÉDIAS DECENAIS DE BATIZADOS, CASAMENTOS E ÛBITOS
População Escrava
Paróquia de Santo Antônio da Lapa: 1769-1818
Decênios Batizados Casamentos Úbitos
1769-1778 3,5 - 1,1
1779-1788 7,6 0,2 . 2,5
"' 1789-1798 8,5 0,6 3,4
1799-1808 7,8 0,6 5,9
1809-1818 14.. 7 . 1,6 6,1
.
- 49- /
a } B a t izados
Durante o período, observa-se que o número médio anual
de b a t i z a d o s sofre uma o s c i l a ç ã o que, de 16,2 b a t i z a d o s r£
gistrados no p r i m e i r o qüinqüênio, de 1769 a 1773, vai a 66,8
no q ü i n q ü ê n i o de 1814-1818,- m é d i a mais elevada ocorrida no
período. A única baixa registrada ocorreu nG q ü i n q ü ê n i o cor
respondente aos anos de 1809-1813 quando, de 4 5 , 6 , desceu a
42,8. É possível que esta queda tenha origem também na ep_i
demia de s a r a m p o que assolou a população. O maior aumento
na média quinquenal de b a t i z a d o s ocorreu entre 1814 e 1818,
quando, de 42,8 registros anotados no qüinqüênio anterior,
passaram para 66,8.
No t o c a n t e a série de-médias decenais da população es
crava, houve tendência para aumentar tal como ocorreu com a
população livre, sofrendo oscilações que variam de 3,5 para
o primeiro decênio a 14,7 para o de 18 0 9 - 1 8 1 8 . Houve queda,
\
entretanto, quando de 8,5, média decenal alcançada no perío
do de : 1789- 1798, caiu para 7, 8 entre 1 799 e 1808.
Pelo Gráfico, n 9 9, pode ser o b s e r v a d o que a linha tejn
dencial para a população escrava não difere muito da linha
tendencial correspondente à população livre.
,b ) C a s a m e n t o s
As m é d i a s anuais de casamentos, quando levadas em cojn
sideração geral, evidentemente, com o c o r r e r dos anos,tendem
a aumentar. Acontece porém que sua variação ora crês
cente, ora decrescente, é constante para todo o período. As
médias anuais qüinqüenais de c a s a m e n t o s da população livre
NUMERO ANUAL M E D I O D E B A T I Z A D O S E CASAMENTOS POR P E R I O D O
DE 5 ANOS. P A R Ó Q U I A DE SANTO ANTONIO DA LAPA
FOPULACÃO L I V.RE-1769-1818
BATIZ AOOS
CASAUCNTOS
- H
, 70 _
BATIZADOS
CA$AU£NT0S
- 12
60 -
//
- 10
50 -
/
- 8
40
30 - - 6
- - - /
20 - - 4
10 - - 2
T T T T T" T
1768 1773 1778 1783 1788 1793 1798 1803 1808 1813 1818
G R A H CU N - ö
NÚMERO MEDIO A N U A L DE B A T I Z A D O S E OBITOS POR PERÍODO
DE 5 ANOS. P A R Ó Q U I A DE SANTO ANTONIO D A LAPA
POPULAÇÃO L I V R E -1769-1818 OBITOS
BATIZADOS
28
70 -
— BATIZADOS
- 24
60 - OBI TOS
- 20
50 -
16
AO
12
30 -
- 8
20 -
10 -
I— I
1798 1803 1808 1813 1818
1768 1773 1778 1783 1788 1793
G RAFICU N * 9
NÚMERO M É D I O A N U A L DE B A T I Z A D O S CASAMENTOS E OBITOS POR PERÍODO
D E 10 ANOS P A R O Q U I A DE SANTO ANTONIO DA LAPA
POPULAÇÃO ESCRAVA-1769-1818
BATIZADOS
CASAMENTOS BA TIZA OOS OBITOS
BATIZADOS BATIZADOS
16 CASAMENTOS OBITOS
1,6 16 - 8
12 -
- U 12 -
- 6
8 -
- 1,2 8 -
4 - / - 0,6 4 - - 2
/
/
1768 1778 1788 1798 1808 I8I8 1768 1778 1788 1798 1808 1819
- 53- /
apresentam oscilações que variara de 2,6 e n t r e 1774 s 1778 a
11,6 em 181- 4-1818.- As q u e d a s ocorreram nos qüinqüênios de
1774-1778, 1789-1793 e 1799-1803.
Para a população escrava, as variações estão situadas
num saldo negativo de 0,2 a 1,6. Para o primeiro decênio
nao foi encontrado registro algum de casamento de escravos.
No total de todo o período existem apenas 30 r e g i s t r o s de ca_
samentos para a população escrava. A média anual de casa
mentos não se e s t e n d e u além de 0,6.
c.) Obitos
0 número de b a t i z a d o s ultrapassa em todos os' anos o n_ú
•meiro de -óbitos , f ato normal-, u.ma .ve.z qu-e -a .po.pu 1 açã-o nã.o ce-s
sa de c r e s c e r principalmente quando em e s t a d o de formação.
No's óbitos correspondentes ã população livre, a média
quinquenal mais elevada aparece no q ü i n q ü ê n i o de 1804-1808,
quando duplica, pois no q ü i n q ü ê n i o precedente registrou-se
uma média ds 10,6 óbitos, passando para 24,7. Nos quinqüêni_
os s e g u i n t e s , as médias decenais alcançam 21,3 entre 1809
e 1813 e 23,5 entre 1814 e 1818. A média mais baixa, de óbi_
tos o c o r r e u no p e r í o d o compreendido entre 1769-1773, quando
atingiu apenas 2,1. Durante todo o período., em duas ocasi-
ões somente a taxa de ó b i t o s teve um a u m e n t o que ultrapassou
a 100 %, r e g i s t r a n d o - s e estes, entre 1774-1778 e 1804-1808.
Para a população escrava, a taxa mais alta alcançada nos
óbitos- c o i n c i d e exatamente com o p e r í o d o onde ela aparece
também mais elevada com relação ã: p o p u l a ç ã o livre, entre os
anos de 1799 a 1808, q u a n d o quase houve duplicação no núm£
. ro de ó b i t o s que estava em 34 no p e r í o d o anterior, ' passando
- 54- /
a 59 no s e g u i n t e . A média decenal mais.baixa, verificou-se
entre 1769-1778, havendo somente 11 r e g i s t r o s para escravos.
MOVIMENTOS SAZONAIS DE B A T I Z A D O S , CASAMENTOS E ÚBITOS
Para se c h e g a r a conclusões completas sobre o movimento
sazonal, deve-se ter em m ã o s , em t o d o s os c a s o s , arrolameji
tos de b a t i z a d o s , casamentos e óbitos, para o mesmo período,
a menos que haja descontinuidade nas series de registros p£
roq uiais .
Nesse ponto do t r a b a l h o , foi feita apenas a a n á l i s e dos
movimentos sazonais da p o p u l a ç ã o livre por ser a m e s m a , nume
ricamente falando, mais significativa que a e s c r a v a . Os r_e
sultados para as três séries de r e g i s t r o s estão nos Gráficos
n9 10, 11 e 12.
a) Bati zados
Para o estudo do m o v i m e n t o sazonal de batizados, elab_o
rou-se a Tabela n9 14, c u j o s resultados são apresentados no
Gráfico n9 10. Pela comparação estabelecida com as popula_
ções observadas em d i f e r e n t e s paróquias, verifica-se que, em
sua grande maioria, não são coincidentes os m e s e s em que se
verificou o maior número de n a s c i m e n t o s , exceto no caso da
Paróquia de São Paulo, quando os m á x i m o s atingidos foram re_
gistrados durante os m e s e s de' j a n e i r o e maio, e na Paróquia
de Santo Antônio da L a p a , nos m e s e s de janeiro, maio e n£
vemb ro.
A média diária proporcional para os b a t i z a d o s oscila
entre 87,57 e 108,39. Os dados mínimos ocorreram durante os
- 55- /
meses de f e v e r e i r o e agosto, não coincidindo com os mínimos
4
observados para Sao Paulo., Mo g i das Cruzes, e Nossa Senho
ra da Luz dos P i n h a i s de C u r i t i b a de 1751 a 1800,^ e de 1801
a. 1850 . 6
A comparação dos m e s e s máximos e mínimos observados em
diferentes paróquias encontra-se na Tabela n9 13.
TABELA N9 13
MOVIMENTO SAZONAL DE BATIZADOS
Comparação dos m e s e s máximos e mínimos observados em diferen
tes Paróquias.
Período
Paróquias M ã xi mo s Mínimos
observado
. 7 fe V .a.g-e s .
La p-a 1 709 - 1-8 1.8 jan. ma i.n o V.
Q
São Paulo 1741-1850 jan . a g o s . f ev . abr .
8
Sao Paulo 1800-1650 jan.: ma i .: f e V . dez.
Q
Mogi das Cruzes ' 1690-1850 agos . dez. f e V. ma r.
9 mai.
Curitiba 1751-1800 no V . dez. j un .
10
C u r i•f•u
tiba •1801- 1850 dez. f e V. jul . agos .
4
MARCÍLI0, p. 151, 193.
5
BURMESTER, p. 52.
6
KUB0, p. 65.
/'vALLE, M a r í l i a Souza do. Movimento p o p u l a c i o n a l da La
pa_: 1769- 1818 . Dissertação de M e s t r a d o . p. 36.
8
'' M A R C Í LIO , p . 151 , 193 .
9
BURMESTER, p. 52.
10
KUB0, p. 65.
TABELA N' 14
• MOVIMENTO SAZONAL DE BATIZADOS
'População Livre
Paroquia de Santo Antônio dá Lapa: 1769-1818
Mês de batismo J F M A M J J A S 0 N . Total
Números
absolutos 289 222 272 269 287 266 .273 252 277 283 289 272 3251
Número Diário 9 j 32 7,78 8,77 8,96 9,25 8,86 8,80 8,12 9,23 9,12 9,63 8,77 106,61
Número Diário
proporcional • 105 87 99 101 104 100 99 91 , 104 103 108 99 "1200
Obs. Os Números Diários correspondem a simples intermediárias obtidas pela divisão dos
números absolutos pelo número de dias de cada mês.
GRÁFICO NMO
M O V I M E N T O SAZONAL' DE B A T I Z A D O S
PAROQUIA DE SANTO A N T O N I O DA LAPA
POPULAÇÃO LIVRE-1769-1818
150 -
50 -
i i i i 1 1 1 1 í 1—- "i 1 r
D F - M A M J J A S O N D J
-'5 8 -
bJ Casamentos
É interessante notar que o movimento sazonal de casa —
mentos apresenta seus dados mínimos durante os m e s e s de mar
ço e d e z e m b r o , tal como sucede em o u t r a s paróquias brasileí
ras que se tem c o n h e c i m e n t o , e naquelas francesas de Cr_u
. .11 ' T 12
lai e Tourouvre.
Tal o c o r r ê n c i a é justificada pelo fato de serem popula^
ções católicas, recebendo, portanto, grande influência rel_i
giosa. A igreja desaconselha a realização do casamento no
Advento, e durante a Quaresma.
Pela Tabela n9 15 e G r á f i c o s n9 11, c o n s t a t a - s e que os
habitantes da P a r ó q u i a de Santo Antônio da L a p a , em fins do
século XVIII e início do século XIX, c a s a v a m - s e com maior
freqüência durante os meses de junho e julho, diferindo das
demais paróquias comparadas neste estudo.
Há uma aproximação pelos dados máximos para casamentos
com a Paróquia de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais,entre os
-13
anos de 1801 e 1850, quando os m á x i m o s atingidos para uma
e para' outra paróquia são a l c a n ç a d o s justamente nos m e s e s de
fevereiro, junho e julho.
Todas as p a r ó q u i a s citadas têm seus m á x i m o s atingidos
no mês de f e v e r e i r o , variando porém, no s e g u n d o mês conside
rado .
1:L
GAUTTER, E. 8 H E N R Y , L. La p o p u l a c i ó n de Crulai . pa
9
rois se n o r m a n d e . Cahier n 33, P a r i s , INED, 1 958. p.63-64.
12 e
CHARBONNEAU, Hubert. Tourouvre-au-perche aux XVII et
XVIIIe siècles. Cahier n9 55, P a r i s , INED, 1970. p. 52.
13
KUB0, p. 68.
TABELA N' 15
MOVIMENTO SAZONAL DE CASAMENTOS
População Livre
Paróquia de Santo Antônio da Lapa: 1769-1818
Mis do casamento J F M A M •J J A S 0 N D Total
Números
absolutos 42 66 13 44 57 86 74 70 57 45 36 21 611
'Número Diário 1,35 2,31 • 0,41 1,46 1,83 2,86 2,38 • 2,25 1,9 . .1,45 1,2 0,67 20,07
Número Diário
proporcional 81 130 24 87 109 171 142 135 114 87 72 40 1200
Úbs. Os Números Diários correspondem a simples intermediárias obtidas pela divisão- dos
i
números absolutos pelo número de dias de cada mes. LH
CO
I
G R A F I C O N - 11
MOVIMENTO SAZONAL DE CASAMENTOS
PAROQUIA DE S A N T O A N T O N I O DA LAPA
POPULAÇÃO LIVRE-1769-1818
240-
—j—
D
M M O N D Û
- 61 -
TABELA N9 16
MOVIMENTO SAZONAL DE CASAMENTOS
Comparação dos meses máximos e mínimos observados em dlferen
tes Paróquias.
Período
Paróquias Máximos Mínimos
observado .
i 14 1 769- 1818 j un . jul . mar . dez.
Lapa
São Paulo^ 1728-1850 fev mai . ma r. dez.
15
Mogi das Cruzes 1710-1850 f e V. no V . mar. dez.
Curitiba"^ 1751-1800 fev. jan . - ma r. dez.
Curitiba"'"7 1801-1850 f e V . j un . jul. mar. dez .
•o)Öbitos
1
Os dados máximos alcançados para o movimento sazonal de
óbitos, ocorreram durante os meses de m a i o , junho, julhoeagos_
to, como pode ser v e r i f i c a d o pela Tabela n9 18 e Gráficon912.
A maior elevação está situada no mês de a g o s t o , quando ocorre
ram cento e vinte e quatro falecimentos.
Na P a r ó q u i a de Santo Antônio da Lapa,' os m e s e s de alta
mortalidade são exatamente aqueles correspondentes aos meses
de i n v e r n o . As m í n i m a s observadas situam-se nos m e s e s de mar
ço e novembro. •
De c e r t a . f o r m a , não há u n i f o r m i d a d e , quanto aos máximos
"e- m í n i m o s , na m o r t a l i d a d e verificada nas paróquias com as
quais se fez comparações.
14
VALL E , p . 59.
15
M A R C Í L I O , -p. 155, 194.
16
BURMESTER, p. 59.
17
KUBO, p. 68. ' . '
- 62 -
TABELA N 9 .17
MOVIMENTO SAZONAL DE ÚBITOS
Comparação dos meses máximos e mínimos observados em difereri
tes Paróquias.
Período
Paróquias . Máximos Mínimos
observado
i
Lapa 18 1769-1818 mai . j u n . j u l . a g o s . ma r . n o V .
São Paulo 1 9 1731-1799 out. dez. f ev . abr .
19
Sao Paulo 1800-1850 jan. j un. dez. - jul. ago .
Curitiba20 1751-1800 j u1. set. jan. f ev.
Curitiba2"'' 1801-1850 mai. j un. f e V . ma r .
18
VALLE,•p. 63."
1 q
MARCÍLIO, p. 158.
2G
BURMESTER, p. 64.
21
KUB0, p. 71.
TABELA N 9 18
MOVIMENTO SAZONAL DE ÖBITOS
. ' População Livre .
Paróquia de Santo Antônio da Lapa: 1769-1818
Mês de óbito J F M A M J J A S 0 N D Total
Números 102 89 82 108 • 113 115 120 124 107 96 82 . 97 1235
absolutos
Número Diário 3,29 3,12 2,64 3,6. 3,64 3,83 3,87 4,13 3,56; 3,09 2,73 3,12 40,62
Número Diário
1
proporcional 97 92 78 * 107 108 113 114 122 105 91 : 81 92 1200
Obs. Os Números Diários correspondem a simples intermediárias obtidas pela divisão dos
números absolutos pelo número de dias de cada mês.
GRAEICO NM2
MOVIMENTO S A Z O N A L D E ÓBITOS
PAROQUIA DE S A N T O A N T O N I O DA LAPA
POPULAÇÃO LIVRE-1769-1818
150 -
12S-
100
75
50 H
25 H
0 — i—-—:— i i 1 —i i 1 i - i i i i 1—
J F M A M J J A S O . N • J
- 65 -
Filhos ilegítimos, e crianças, " e x p o s t a s " - População Livre
Esta parte de e s t u d o s que verifica os í n d i c e s alcança
dos para filhos ilegítimos e crianças expostas, fornece sub
si dios para a história social do P a r a n á , assim como para a
história de seu povoamento. Verifica-se que o fenômeno da
ilegitimidade é comum para o caso brasileiro, tanto no perío_
do c o l o n i a l , como no p e r í o d o imperial. Como era de se espe
rar, a situação brasileira difere em m u i t o s pontos, dentre
os q u a i s , este é um d e l e s , da s i t u a ç ã o verificada em alguns
países europeus, uma vez que os mesmos já se e n c o n t r a v a m em
estágio cultural e social, bem.mais avançado.
Pelos estudos realizados., ficou constatado que foi gra_n
de a p r o l i f e r a ç ã o de filhos ilegitimos na s o c i e d a d e lapeana
em fins do século XVIII e início do século XIX. Este alto
índice deve-se em parte, a dificuldade na época, para a rsa
lização do c a s a m e n t o no t o c a n t e ã preparação dos papéis ne
cessários para o ato e, p o s s i v e l m e n t e , ocasionado também pe
la d i s t â n c i a verificada entre, as localidades de o r i g e m dos
nubentes.
Foram considerados como filhos ilegítimos, quando nas
atas de b a t i z a d o s , havia a anotação de pai (s) i n c ó g n i t o Cs]
e também, os n a s c i d o s fora de uma situação regular, ou seja,
• do c a s a m e n t o 1 egal. Normalmente, em todas as atas é decl£
rada-a legitimidade ou não dos batizendos, mesmo quando são
declarados os nomes completos de seus pais. Aparecem casos
em que tal legitimação efetuou-s.e mais tarde, constando a
anotação no pró p ri-o r e g i s t r o de bacizado;
Em a l g u n s registros, entretanto, aparece somente o n£
me do pai, sendo estes considerados como filhos legítimos.
- 66 -
a não sernos casos em que o pai é declarado solteiro.
22
Tal. como ocorreu na P a r o q u i a de C u r i t i b a , aparecem al
guns registros onde ê anotada a situação de b a s t a r d o s para
os filhos legítimos. Ocorrências desse gênero foram verifi
cadas nos anos de 1779, 1800 e 1801.
Na Tabela n9 19, e n c o n t r a m - s e as f r e q ü ê n c i a s de batiza
dos de c r i a n ç a s ilegítimas apresentadas em p e r í o d o s quinqué
nais. •A mesma divisão de p e r í o d o foi utilizada para a mon
tagem da T a b e l a - n s 20, sobre a freqüência de c r i a n ç a s expo_s
tas . -
TABELA N9 19
FREQÜÊNCIA DE B A T I Z A D O S DE C R I A N Ç A S ILEGÍTIMAS •
População Livre
Paróquia de Santo Antônio da Lapa: 1769-1818
Total de Números Por 100
Período . .
batismos absolutos batismos
1769-1773 162 18 11,11
17 74-17 78 194 25 12,88
1779-1783 210 47 22 , 38
1784-1788 - 235 111 4 7,23
1789-1793 . 25 3 76 30,03
1794-1798 288 83' 28,81
-17 9 9- 1803. 357 100 2 8,01
1804-1808 456 123 26,97
1-809- 1813 428 10 7 25,20
1814-1818 .668 .155 2 3,20
TOTAL 3251 84 5. 25,99
22
KUB0, p. 72.
-6 7-
TABELA N9 20-
FREQÜÊNCIA DE B A T I Z A D O S DE C R I A N Ç A S EXPOSTAS
População. Livre
Paróquia de Santo 'Antônio da Lapa: 1769-1818
Total de MASCULINO FEMININO TOTAL
Período
batismos n9 a b s . % n9 ab s . % ... n9 a b s.. %
1769-1773' 162 4 ' 2 , 46 6 3,70 10 6, 16
1774-1778 194 5, 2,57 4 2,06 9 4, 63
1779-1783 210 2 0,95 3 1 , 42 5 2, 37
1784-1788 235 6 2,55 4 1,70 10 4, 25
1789-1793 253 5 1,97 13 5,13 18 7, 10
1794-1798 288 7 2,43 13 4,51 20 6 ,97
1799-1803 357 15 4,20 14 3,92 29 8, 12
1804-1808 456 9' 1,9 7 13 2,85 22 4, 82
1809-1813 428 9 2,10 8 1 ,86 17 3, 96
V
1814-1818 668 29 4 , 34 18 2,69 47 7, 03
TOTAL 3251 91 2,79 96 2,95 187 5 ,75
No p e r í o d o de 17 Ei 9 a 1815, foi levantado para a popula-
ção livre, o total de 3251 registros de b a t i z a d o s , do qual
845 r e g i s t r o s correspondem a filhos ilegítimos, o que resulta
numa porcentagem de 25, 99. do.total.- A mais baixa porcen
tagem corresponde ao q u i n q u e n i o de 1769-1773, quando atingiu
somente 11,11 %, sendo a máxima .verificada entre 1784 e
178 8, com 47,2 3 % .
A média porcentual para todo o período.oscilou em tor
no de 2 2 a 28 Foram encontradas nos registros de batiza-
dos para a população livre, 187 c r i a n ç a s expostas, obtendo-
se, desta forma, uma porcentagem correspondente ã 5,75%.
- 68 -
de e x p o s t o s sobre o total. Deste porcentual de c r i a n ç a s ex.
postas, 2,7 9 % são. c o n s t i t u í d a s por crianças do sexo ma seu
lino e 2,95 % do sexo feminino, o que demonstra uma diferen_
ç.a muito pequena entre um. sexo e outro.
A variação, da f r e q ü ê n c i a das crianças expostas oscila
de 2,37 % no q ü i n q ü ê n i o de 1779-1783, a 8,12 % "no quinqué
nio correspondente á 1799-1803. Portanto, considerando-os
nascimentos de filhos ilegítimos e de c r i a n ç a s expostas, se
pode afirmar que, em m é d i a , a taxa de i l e g i t i m i d a d e atinge a
cifra de 31,74 a saber, 25 , 99 % de c r i a n ç a s -ilegítimas e
j
5,75 % de c r i a n ç a s expostas. Esse resultado demonstra que,
na P a r ó q u i a de Santo Antônio da Lapa, a taxa de ilegitimid^
de a p r e s e n t a - s e bem mais elevada do que a de C u r i t i b a , que é
23
de 22,82 % durante o período de 1751 a 1800, e de 27,36 %
24 -
de 1801 a 1850, e mais baixa em r e l a ç a o a Sao Paulo, que
25
atingiu a cifra de 39,19 % entre 1741 e 1845.
t1
Taxas brutas e índices de n a t a l i d a d e , nupeialidade e morta-
lidade, da p o p u l a ç ã o livre e escrava.
Para a obtenção de taxas brutas e índices de natalid^
de, nupeialidade e mortalidade, foram utilizadas as séries
de registros paroquiais de b a t i z a d o s , casamentos e óbitos, e
26
algumas' Listas Nominativas de Habitantes.
' 2 3 BURMESTER, p. 79.
24
KUB0, p. 76 .
25
MARCÍLIQ., P- 157.
26 - * T*;
LISTAS nominativas de h a b i t a n t e s . Latas n9 203, 204,
20 5, 206 ,• 2 24 e 22 5 .
- 69- /
1. Taxas brutas e índices de Natalidade
a) Taxas brutas
No p e r í o d o de 1769 a 1818, foi registrado um total de
3.672 b a t i z a d o s para a população, na sua totalidade, incluin_
do-se, portanto, pdFâ o cs leulo das taxas brutas e índices,
também a população escrava.
Para 3.672 b a t i z a d o s foi obtida a média anual de 73,4 4
registros. A taxa bruta mais elevada, no t o c a n t e ã natalida
de, o c o r r e u no ano de 1818 q u a n d o houve- um total de 177 re
gistros de b a t i z a d o s , 'havendo a taxa bruta menos elevada re
caído no ano de 1769, o que evidencia tratar-se de uma popju
lação ainda bastante restrita, notando-se também., que deram-
•se as m a i o r e s e 1 e v aç-õ.e.sapós o -ano d.e 1814. No e-n-tanto , foi
verificado através das Listas Nominativas de H a b i t a n t e s , que
no ano de 1813 havia um total de 645 pessoas passando para
712 em 1818, havendo, portanto, um a u m e n t o de somente 67 pes
soas, durante um p e r í o d o de cinco anos. No ano de 1808 a po
pulação atingiu um total de 2 . 3 6 5 pessoas, diminuindo em pj3
ríodos posteriores.•
Isto pode ser explicado, em p a r t e , pelo desejo de mora
-dores da Vila de m i g r a r e m para a de L a g e s , conforme corres
pondência expedida, em 1809, ao c a p i t ã o - m or da Vila Nova do
Principe, acerca da m i g r a ç ã o , que diz textualmente:
"Recebi o seu officio de 27 de julho deste anno e fico
' certo de seu co n h ec ime n t o , q t o . no q. respeita o querjB
rem ir alguns moradores dessa Villa para a de Lages:
sou a. d i z e r - l h e , q. lhes não ponha embaraço algú, não
só pr. q. tudo hé m m a . Capta., como porq. hé mais'con
veniente maior população da Villa de Lages por ser dos
27
limites de C a p t a . . , "
27
D0CUMENT0S INTERESSANTES, 53. p. 198.-
- 70 -
b) I n d i c e s de Natalidade
Para a determinação, do í n d i c e de natalidade, foi calcu-
lado, o n ú m e r o de nascimentos por mil habitantes, dividindo-se
o 'número de nascimentos em d e t e r m i n a d o s anos, pelo número de
habitantes existentes na p o p u l a ç ã o durante os m e s m o s . Na o£
tenção destes índices, foram utilizados os t o t a i s populacio-
nais apresentados na T a b e l a n9 21.
TABELA N9 21
ÍNDICE DE NATALIDADE
População Livre e Escrava
Paróquia de Santo Antônio da Lapa
Número de na s c i me n tos Total da índice de
Ano pop.livre pop.escrav.
abs. °/00 abs. °/00 população natalidade
1777 38 43,32 2 2 , 28 677 45,61
1778 41 35,71 3 2,61 1148 38 , 32
1783 49 43,28 6 5 , 30 1132 48 , 58
1788 43 35,13 .7 5,71 1224 40,84
1793 51 38 , 3 7 5 3, 76 1329 42,13
1798 55 4 6,84 2 1 , 70 1174 48,55
180 8 99 41,86 13 5,49 2365 47, 35
0 índice de n a t a l i d a d e mais elevado ocorreu durante o
ano de 1783, quando atingiu a cifra de 4 8 , 5 8 ^/00, e o m£
-nos elevado durante o ano de 1778, quando a'.cifra não ultr£
passou.aos 3 8,32 ^/00. Os índices de n a t a l i d a d e , tal como
os demais, estão sujeitos a incorreção, levando em considera-
ção que as Listas Nominativas de H a b i t a n t e s .podem contar
falhas, assim como também, muitar; crianças que nasciam não
chegavam a ser batizadas.
- 71- /
2 . 'Taxas brutas e índices de Nupeialidade
a) Taxas brutas
Durante o período houve, para toda a população, B41 r£
gistros de c a s a m e n t o s , donde -se conclui que a média anual não
ultrapassou a cifra de 12,82 c a s a m e n t o s . A taxa bruta mais
elevada verificou-se no d e c o r r e r de 1812, com 41 casamentos
no total, e a menos elevada durante o ano de 1777, quando f£
ram r e g i s t r a d o s somente 2 casamentos.
b) índices de Nupeialidade
Foi utilizado o mesmo método dos batizados para a oh
tençãc dos índices de nupeialidade, apresentados na Tabela
n9 22.
TABELA N9 22
ÍNDICE DE NUPCIALIDADE
População Livre e Escrava
Paróquia de Santo Antônio da Lapa
Número de c a s a m e n t o s Total da índice de
Ano pop.1 i vre pop.es era va nupeialida
abs.°/00 abs.°/00 população de
1777 2 2 , 28 - - 877 2 ,280
1778 7 B , 09 - . - ' 1148 6 , 09 7
1783 7 B , 18 - - 1132 6 , 183
178 8 7 5 ,71 1 0 ,81 1224 6 ,535
1793 7 5 . 26 1 0 , 75 1329 6 ,019
1798. 21 17 ,88 1 0 ,85 1174 18 , 73
1808 15 6 , 34 2 . 0 , 84 236 5 7 ,188
- 72- /
O índice de n u p c i a l i d a d e mais elevado verificou-se no
ano.de 1798, quando atingiu 18,7 3- e o mais baixo no
ano de 1777, com 2,28 °/00.
3. Taxas brutas e índices de Mortalidade
a) Taxas brutas
Em todo o período foram registrados 1 . 424 f a l e c i m e n t o s pa_
ra toda a população, sendo portanto 28,4 8 a média anual de
óbitos. A taxa bruta de óbitos mais elevada ocorreu no ano
de 18G6, com 107 r e g i s t r o s , e a menos elevada no ano de 1771
quando se r e g i s t r o u apenas 1 falecimento.
•A ta-xa média de natalidade é de 73,44 e a de mortalida
de de 2 8 , 4 8 , donde se "pode afirmar que o crescimento natural
verificado na população de Santo Antonio da Lapa, foi de
44,96%.
b) Índices de Mortalidade
A incidencia de morte numa população é sempre avaliada
pelo e m p r e g o do índice de m o r t a l i d a d e , o qual é - c a l c u l a d o di_
vidindo-se. o número deóbitos em determinado ano,pela pop£
lação nesse ano.
Para o cálculo, procurou-se conhecer, através das Lis_
/ „
tas Nominativas de Habitantes, qual o numero total de habi^
tantes na á r e a , durante os anos . escolhidos. Os r e s u l t a d o s . p_a
ra os índices de m o r t a l i d a d e , são apresentado na Tabela
n9 23.
-7 3-
. TABELA N9 2 3-
ÍNDICE DE MORTALIDADE
População Livre e Escrava
Paróquia de Santo Antônio da Lapa
Número de óbitos Total da índice de
Ano pop . livre pop.escrava
população Morta lidade
abs. °/00 abs °/00 .
1777 15 17, 10 2 2 , 28 877 -19,38
1778 9 6 , 96 1 0,87 . 1148 7,83
1783 • 7 6 , 18 - - 1132 6,18
1788 18 14, 70 4 3,26 1224 1 7 . 97
179 3 12 9, 02 2 1, 50 1 329 10,53
1798 33 28, 10 2 1, 70 1174 29,81
1808 41 17, 33 19 8., 0 3 236 5 25,36
Por mais exato que seja o conhecimento do í n d i c e de mor
talidade, não se torna suficiente porque.existem diferenças
entre os í n d i c e s para as p e s s o a s do sexo masculino e femin_i
28
no, assim como diferenças entre os g r u p o s de idades.
Ds í n d i c e s de m o r t a l i d a d e mais elevados, nos anos esco
lhidos, X
recaem sobre 1798 e 1808, quando atingem a cifra de
29,81 e 25,36 °/00. Já os menos elevado s recaem nos anos de
1778, 1783 e. 1793, atingindo respectivamente, 7,83, 6,18 e
10,53 °/00.
28 São Pau
BEAUJ EU-GARNIER, J. Geografia da- população..
Io, Ed. N a c i o n a l , 1971. p. 108.
- 74 -
Nupcialidade
Para a análise da nupeialidade, é necessário que se te
nha consciência da a l t e r a ç ã o decorrente de fenômenos pertur
badores, tais ' como a mobilidade e a mortalidade da popula_
ção. Porém, neste ponto, deixando de lade a ausência da mo
bilidade e mortalidade, procurou-se saber a proporção de pes
soas de ambos os sexos, que deixavam da se c a s a r . Torna-se
difícil a determinação da repartição de c a s a m e n t o s de ambos
os sexos em p r i m e i r a , segunda ou mais nupcias por i d a d e , por
que seria necessária a ut-ilização de fichas de famílias pre
29
conizadas pelo método de r e c o n s t i t u i ç ã o de famílias.
Os r e g i s t r o s de c a s a m e n t o s ' de que se dispõe, para o p_e
ríodo de 17-69 a 1818, não contém em suas atas a idade dos n_u
bentes no m o m e n t o do c a s a m e n t o , o que impede o cálculo e o
conhecimento da q u e s t ã o acima mencionada.
Assim sendo, a nupeialidade só pode ser cons i d e r a d a sob
os s e g u i n t e s aspectos:
1. p r o p o r ç ã o do celibato definitivo;
2. f r e q ü ê n c i a dos reca s amento s ;
i 3. r e s i d ê n c i a e o r i g e m dos esposos no
m o m e n t o do c a s a m e n t o .
1. P r o p o r ç ã o do c e l i b a t o definitivo
Para a obtenção dos resultados quanto ã proporção do c£
libato definitivo, considerando tratar-se de uma p o p u l a ç ã o com
ausência de m o r t a l i d a d e , e que somente a partir de uma
1
29 -
HENRY, Louis. Notas de a u l a . Departamento de Hist£
ria, UFPr. .1974.
- 75- /
idade bastante elevada as p e s s o a s não mais se c a s a m , foi
30
tomada por base, aquela de 50 anos.
U t i l i z a r a m - se como fonte de estudo os re gi s t ro s de óbi_
tos de 1769 a 1818, considerando somente a população livre,
divididos em p e r í o d o s de dez "anos, sendo deixada de lado a
população escrava.
A Tabela composta para tal estudo, foi d i s t r i b u í d a com
três entradas: idade, sexo e estado civil. Os r e s u l t a d o s ob
tidos em n ú m e r o s absolutos estão expostos na T a b e l a n9 24.
TABELA N9 24
PROPORÇÃO DO C E L I B A T O DEFINITIVO SEGUNDO OS R E G I S T R O S PARO
QUIAIS.
População Livre'
Paróquia de Santo Antônio da Lapa: 1769-1818
M A S C U L I N 0 F E M I N I N 0
Períodos %
n 9 abs . n9 abs . ' %
1769-1778 10 - . -
1779-1788 2 10 4 30 , 76
17 8 9 - 1 7 9 8 5 25 2 15, 38
1799-1808 7 35 1 7, 69
1809-1818 4 20 6 46, 1 5
TOTAL 20 100 100
• Estabelecendo o celibato definitivo entre as p e s s o a s do
sexo m a s c u l i n o , ficou verificado que os r e s u l t a d o s variam de
10 a 35 % e entre as do sexo feminino, de 7,69 a 46,15 %,
30 -
HENRY, Louis. Movimento da p o p u l a ç a o . Curso mimeo
grafado p. 10 .
- 73 -
donde se pode concluir que durante o período estudado havia
predominância de p e s s o a s pertencentes ao sexo m a s c u l i n o que
permaneciam até o final, da v i d a , na c o n d i ç ã o civil de solte_i
ras. Isso é explicável por e s t a r a população atravessando o
estágio de p o v o a m e n t o , cujo contingente populacional forma
dor é, em g e r a l , constituído por p e s s o a s do sexo masculino,
porque os homens em geral migram mais que as m u l h e r e s , ^ ou
ainda a explicação possa residir na c o n s t a t a ç ã o de que mui.
tos homens que se t r a n s f e r i r a m para. a' P a r ó q u i a vinham sem a
família e não d e c l a r a v a m o estado civil anterior à mudança,
constando nos registros de ó b i t o s como solteiros.
Na Tabela n9 25 c o n s t a o estado civil de todas as pes
soas regitradas nos óbitos.
32 ~
GEORGE., P i e r r e . • G e o g r a f i a da popúlaçao.: Sao Paulo,
Difel, 1794. p. 105.
TABELA N' 25
CELIBATO DEFINITIVO ( N's ABSOLUTOS]
Paróquia Livre
Paróquia de Santo Antonio dá Lapa: 1769-1818
ESTADO CIVIL 176S-1778 1779-1788 Î789-1798 1799-1808 1809-1811
M F M F M F M F ri F
SOLTEIRO 23 15 46 37 72 •. 76 129 123 151 i:
CASADO 11 7 18 20 28 16 32 26 58 3S
VIÚVO 3 3 4 11 5 10 10 15 11 23
INDETERMINADOS 4 2 5 5 10 3 11 • 7 16 12
TOTAL GERAL 41 27 73 73 115 105 182 171 236 212
M - Masculino
F •<- Feminino
- 78- /
2. F r e q ü ê n c i a dos recasamentos
i . .
Como já foi salientado, é difícil o estudo da freqüên-
cia dos recasamentos segundo a idade na v i u v e z ou o interva-
lo entre a mesma e ó recasamento, devido principalmente às
falhas que existem nos registros de casamentos no t o c a n t e à
idade-dos noivos ao casar e pela falta das .fichas de recons-
tituição de famílias.
Verifica-se-neste ponto, somente o recasamento por meio
da f r e q ü ê n c i a dos casamentos segundo o estado civil anterjL
or dos noivos, do qual se tem c o n h e c i m e n t o através das atas
de r e g i s t r o s . Os r e s u l t a d o s estão na Tabela n9 26.
TABELA N9 26
F-REQUÊNCIA DOS R E C A S A M E N T O S (N'?s ABSOLUTOS}
População Livre
Paróquia de Santo Antônioeda La p a : 1 7 6 9 - 1 8 1 8
So 11 eiro ( a ) Vi ú vo ía)
TOTAL
abs. -I abs. %
MULHER 579 . 94, 78 32 5 , 22 611
MARIDO 553 90 ,41 58 9 , 49 611
Normalmente, nos registros de casamentos- a p a r e c e somen
te a. a n o t a ç ã o do estado civil quando o (s) era Cm) viúvo (s),
o que permite concluir que os d e m a i s eram cônjuges solteiros.
Entre 1769 e 1818, recasaram-se na P a r ó q u i a de Santo A£
tônio da Lapa, 58 pessoas do sexo m a s c u l i n o , o que corres
ponde ã porcentagem de 9,49, e 32 p e s s o a s do sexo feminino
representando 5,2 2 % do t o t a l . Assirn, e r a m solteiros 90,41
-7 9-
dos homens, e 94 , 78 % das mulheres.
3. Origem, e r e s i d ê n c i a dos c ô n j u g e s no m o m e n t o do casamento
Consta freqüentemente nas atas referentes a registros
de c a s a m e n t o s , o local de o r i g e m dos cônjuges, assim como,
onde residem no m o m e n t o do evento. Por m e i o destes dados,
pode ser d e t e r m i n a d a a composição, de pelo menos uma parte
da p o p u l a ç ã o , observando-se os locais de procedência e sua
freqüência, assim como a residência dos c ô n j u g e s a n t e r i o r ao
casamento.
No caso da população lapeana, foram utilizados os re
gistros de c a s a m e n t o de 1769 a 1818, e estes dados foram o Id
servados em p e r í o d o s ordenados de cin.co em cinco anos,sendo
estudada apenas a população livre, visto e s t a r a. p o p u l a ç ã o
escrava num í n d i c e muito baixo, pois para 611 casamentos da
população livre, aparecem apenas 30 para a população escra
va .
Os dados foram classificados utilizando critérios se_
melhantes aos a d o t a d o s no e s t u d o da Paróquia de Nossa Senho
32
rada Luz dos P i n h a i s de Curitiba.
1. i n d i v í d u o s nascidos e residentes na Paróquia;
2. i n d i v í d u o s n a s c i d o sp fora da P a r ó q u i a mas nela re-
side ntes;
3. i n d i v í d u o s estrangeiros, c-onsiderando-se aqui aqu£
les que procedem de o u t r o s países, uma vez que nos
registros, nao existe um único caso' em que os côn_
juges não sejam nascidos e não moradores na frequesia ;
4. indivíduos indeterminados.
31
KUB0, p. 87.
- 8 0-
Estes resultados encontram-se-nas Tabelas n9 2 7 e 28.
Como pode ser o b s e r v a d o , no p e r í o d o compreendido entre 1794
e 1808, verifica-se alto índice de r e g i s t r o s em que a origem
dos nubentes é indeterminada, provavelmente por f a l h a d a pes
soa e n c a r r e g a d a de f a z e - l o s , que o m i t i u esse pormenor. No-
ta-se também que não é grande a diferença e x i s t e n t e entre os
índices de m u l h e r e s e homens que provém de o u t r a s paróquias.
A porcentagem dos cônjuges vindos de o u t r o s países é baixís_
sima e- se a p l i c a somente ao sexo masculino.
A observação e o estudo sobre as -localidades de origem
dos c ô n j u g e s são i m p o r t a n t e s para a constatação dos centros
de onde provinham os m e s m o s , os quais vão compor a popula
ção lapeana. Neste caso, verificou-se que o centro que mais
contribuiu para tal formação foi São Paulo, devido certamen
te, ao grande número de p a u l i s t a s presentes na região em de_
correncia do c o m é r c i o do gado.
As localidades de o r i g e m dos nubentes foram classifi
cadas por c a t e g o r i a s , verificando-se o raio matrimonial:
: Categoria A:
Cônjuges nascidos na Paróquia;
C a t e g o r i a j3 :
Cônjuges n a s c i d o s em l o c a l i d a d e s próximas da Paróquia,
num raio .de até 100 Km;
Categoria £:
Cônjuges nascidos em l o c a l i d a d e s d i s t a n t e s da Paróquia,
num raio entre 100 e 1000 Km;
C a t e g o r i a _D:
Cônjuges nascidos em o u t r a s Capitanias;
Categoria E:
Cônjuges nascidos no Exterior;
- 81 -
CategoriaF:
Indeterminados.
Nesta classificação por categorias, os r e s u l t a d o s obti_
dos são apresentados na T a b e l a n? 27.
TABELA N • 27
ORIGEM DOS NUBENTES POR CATEGORIA ' •
População Livre
Paróquia de Santo Antônio da Lapa:1769-1818
M A R I D O M U L H E R
ORIGEM DOS NUBENTES % %
n 9 abs n9 a b s
A : Paróq uia . 15.4 25,20 , 277 37, 15
B: Localidades próximas até
100 Km; 106 17,68 137 22 , 42
C: Localidades distantes
entre .100 e 1000 Km; 122 19,97 54 8, 84
D: Outras Capitanias 27 4,42 4 0 , 6 .6
E: Exterior 15 2,45 - -
F: Indeterminados 185 30,28 189 30,93
TOTAL GERAL .. - • 611 100 .611 100
TABELA N' 28
ORIGEM E RESIDÊNCIA DOS CÔNJÜGES ANTERIOR AO CASAMENTO
População Livre
Paróquia'de ,Santo Antônio da Lapa: 1769-1818
Nascidos na Residentes na Paroquia Cônjuges
Paróquia mas nela não nascidos Estrangeiros Intermediários
Ano Civil Total de
n 9 abs.
0/
n 9 abs.
0/
n 9 abs.
0/ 0/ 00
Casamentos 00 00 00 n 9 abs.
S E X O M A S C U L I N O
1769-1778 54 3 55 48 888 3 55
1779-1788 89 5 56 73 820 3 33 89
1789-1798 114 6 52 15 131 2 17 91 798
1799-1808 143 32 223 27 188 1 7 83 580
1809-1818 211 108 511 94 445 6 28 3 14
S E X O F E M I N I N O
1769-1778 54 6 111 . 48 888
1779-1788 89 12 134 65 • 730 12 134
1789-1798 114 10 87 12 105 92 807
1799-1808 143 48 335 11 76 84 587
1809-1818 211 151 715 59 279 1 4
Obs. Não há registro de ocorrência em que os cônjuges não tenham origem na Paróquia e nela
nao sejam residentes.
- 83- /
0 maior número de c a s a m e n t o s ocorreu no d e c ê n i o corres
pondente aos anos de 1809-1818, quando foram registrados um
total de 211 casos, sendo possível observar que, para o sexo
masculino, 108 pessoas são o r i g i n á r i a s da p r ó p r i a Paróquia ,
o que corresponde ã. .511 ° / 0 0 , sendo 94 r e s i d e n t e s na mesma,
porém- nela não nascidos, 6 casos de homens provindos de. 0 £
tros países e ainda 3 de i n d e t e r m i n a d o s . Para o sexo femi-
nino, nota-se que 151 m u l h e r e s são originárias da própria Pa_
róquia, aparecendo neste decênio, apenas um caso de origem
"indeterminada. Os m a i o r e s máximos para indeterminados ocor-
reram durante os anos de 1 789- 1798 , -tanto para o sexo mascu
lino quanto para o feminino, atingindo o primeiro o número
de 798 °/00 e o segundo, 807 °/00.
Pai'a o período de 1769 a 1818, aparecem 15 r e g i s t r o s de
casamentos de homens provindos de o u t r o s países o que corres
ponde a 2,45 % sobre o total, evidenciando a presença da irni
gração no final do século XVIII e início do século XIX.
0 total do p e r í o d o apresenta' os s.eguintes resultados:
30,28 % de p e s s o a s de origem indeterminada, 19,97 % provin
dos de localidades distantes entre 100 e 1000 Km. Da pró-
pria Paróquia tem-se 25,20 % e de localidades próximas até
100 Km, 17,68 % sobre o total, para o sexo masculino. Para
o feminino, a maior cifra é de 277 , o .que r e p r e s e n t a 37,15%
sobre o total, de m u l h e r e s oriundas da p r ó p r i a Paróquia com
30,;93 % de i n d e t e r m i n a d a s , sendo 22,42 % as que provinham de
localidades distantes cujo raio não c h e g a v a a ultrapassar a
100 Km e ainda 0,66 % de m u l h e r e s vindas de o u t r a s Cap i t an_i
as.
0 raio matrimonial médio não. u l t r a p a s s a - a distância de
1500 Km, a p l i c a d o s tanto para o sexo masculino quanto para
- 84- /
o feminino. As maiores, d i s t â n c i a s foram observadas no caso
do sexo m a s c u l i n o , .pelo fato de que os homens emigram em nú
mero maior e para maiores distâncias. A população nascidae
/
residente na P a r ó q u i a neste período constitui a'maioria,com
154 r e g i s t r o s para os homens e 27 7 para as m u l h e r e s . É tam
bem b a s t a n t e elevado o número de registros em que a origem
dos noivos e sua residência deixam de ser citados.
Como já foi salientado, é bastante alta a taxa de in
determinados, o que de certa forma altera os resultados mas,
chega-se a conclusão de que a maioria dos nubentes, princi
pálmente para o sexo feminino, são oriundos da própria Pa r ó_
quia e que quanto maior a distância verificada com outraslo
cali.dades classificadas pelas categorias B, C_, e D, menores
são as p r o p o r ç õ e s de p e s s o a s que dirigiram-se para a Lapa e
lá se casaram.
T h B K I. A NV 29
TjOCALll)AJ)F,5 DE OIUCKM DOS NUliLNTKS (NÛMKKOS AiiSOLUTOS) . POPUI-AÇÃO LIVRE
PAROQUIA DK SANTO AMTOtUO DA I J \ r A : 1769 - IG] 8
1769 1778 17 7 9 17 8 8 1 7 8 9 1798 1799 1808 1809 1818
C A T E G O R I A S
M F M F M .F M F M F
CATEGORIA A: PAROQUIA 3- 6 5 12 : 6 10 32 48 108 151
CATEGORIA B : LOCALIDADES PROXIMAS ATE 1 0 0 KM DA PAROQUIA
CURITIBA 28 42 31 55 7 8 7 3 19 19
SÄO J O S E - - . 4 2 - - 2 2 10 6
TOTAL 28 42 35 57 7 8 9 5 29 25
CATEGORIA C : UDCALIDACES DISTANTES ENTRE 100 E 1000 KM DA PAÎÛQUIA
ANTONIMA 2 - 1 1 - - 1 - 2 -
BOM J E S U S - - 1 - 1 .. - - - - -
CANANÊIA - - 1 - - • - - - - -
CASTRO ' • - • - 2 1 1 - 3 1 8 10
COTIA - - 2 - - - 3 2 8 4
FAXINAL - - 1. - - 1 - 4 1
GUARATINGUETÃ - 3 - 1 - 1 - • 1 -
ITAPETININGA - - - - - - • - - 5 1
1TAPEVA ' - ' - - - - - - - - 1 -
ITÜ . 2 - - - - - 1 - - ".1
JUNDIAl - - 1 - , - 1 - 4 -
MARIANA 1 - 3 1 - - - - - -
MOGI DAS CRUZES ^ - 1 - - - - 1 - - -
NAZARÉ 1 - - - - - - - - -
PARANAGUÁ 1 - - - 1 - - 1 - -
PIN DAMONHANGABA - - - ' - - - - 1 -
PRINCESA - ' . - - - - - - 1 -
RIO PARDO - - - - - - - - 2 . -
RIO VERDE 1 - - - - - - - - -
SABOÃO - - - - - - . - - 1 -
SANTO AMARO - • 1 - - 1 - 1 -
SANTOS. - - 1 - - - - - - -
SÃO CARLOS - - - - - - - - 1 -
SÃO JOÃO - - - - - - . 1 1 - -
SÃO JORGE i - - ; - - - - 2 1
SAO PAULO 1 2 3 •' 1 2 - 1 - 2 -1
SÃO ROQUE - - - - 3 2
SÃO SEBASTIÃO ¡ 1 - - - -• - - - - - -
t
SÃO VICENTE - - - ' - - - - 1 - -
SOROCABA 1 2 4 2 1 - 2 1 5 2
TAKANDARS - - - - - - - 1 -
TAMANDUÁ - - 1 1 . - - - - 2 . 7
TAUBATÉ \ 2 1 2 ï - - - - - -
TIBÖIA ! ' - - . - - • - - - - 1 -
.VILA NOVA DO CARMO - - - - 1 1 - • - - -
VILA DO FACÃO - - - - - 1 - - -
VILA BOA - - 1 - - - - - -
T O T AI, 13 6 28 8 8 4 17 6 56 3P
C A T E G O R I A D: DE OUTRAS CAPITANIAS
MINAS GERAIS - - 1 . _ . - - 1 - 1 -
PERNAMBUCO 3 - - - - - - - 2 1
RIO DE J A N E I R O 2 - 6 - - - - - 1 -
RIO GRANDE DO S U L - - - . - - - 3 3
SANTA CATARINA ' 2 - 3 - - - - - 2 -
TOTAL 7 - 10 - - - 1" - 9 4
C A T E G O R I A E : DO EXTERIOR
ESPANHA . .. .. - - • - - , ' - 1 -
ESTADOS ALEMAÊS - - 1 - - - - - - '
PORTUGAL, 3 3 1 - 1 - S
TOTAL 3 3 - 2 - 1 - 6 -
CATEGORIA F: INDETERMINADOS
- . •'' - 8 12 91 92 83 84 3 1
- - bß -
Nos cinco períodos.decenais estabelecidos, verifica-se
que para a categoria _B, c o r r e s p o n d e n t e as. p e s s o a s originárias
de localidades próximas até 100 q u i l ô m e t r o s , há grande fre
qüência de nubentes oriundos de Curitiba e São José dos Pi
nhais. Na categoria C, no caso de localidades distantes ejn
tre 100 e 1000 quilômetros, há maior freqüência de nubentes
provindos da Capital e do interior paulista, principalmente,
das paróquias de Sorocaba, Cotia e Taubaté,. seguida pela con
tribuição populacional de A n t o n i n a , Tamanduá e Castro.
Já - p a r a a categoria _D, de outras Capitanias e depois
Províncias, os noivos são do Rio Grande do S u l , Rio de Janei_
ro, S a n t a Catarina, Minas Gerais e Pernambuco. Os nubentes
originários de S a n t a Catarina provém de Lages e Laguna, e os
do Rio Grande do Sul são., e.-m .geral, d.e S a n t a M.a-r.i-a e Vac-a-ria,
sobretudo da última. Quanto à categoria _F, u s a d a para o caso
de estrangeiros.provindos de outros países, existem pessoas
nascidas em Portugal, Espanha e Estados Alemães, o que demons
tra haver casos de imigrantes, no final do século XVIII.
Generalizando, nota-se que, na maioria dos casos os nu
bentes têm origem em localidades que na época encontravam-se
estritamente ligadas ã Paróquia devido ao intenso comércio de
tropas que se desenvolvia. Observa-se e n t r e t a n t o , q u e h a mai or
incidência de nubentes paulistas que gaúchos, apesar de cons
tituírem tais localidades centros comerciantes de gado.
Tal constatação decorre do fato de possuir São Paulo maior
interesse em chegar mais próximo do centro de abastecimento
de tropas, o que fez com que os paulistas se radicassem na
região, estabelecendo as suas fazendas esparsas, onde muitas
vezes os fazendeiros deixavam pessoas de sua confiança a frejn
te.de seus negócios. '
- 87- /
Mortalidade
Natalidade e mortalidade constituem os dois parâmetros
- 33
fundamentais para a historia demográfica, e, a s s i m sendo,
deve-se dar m a i o r ênfase a esses pontos quando se trata dé
fazer o estudo demográfico de uma determinada população. •
equilíbrio ou d e s e q u i l í b r i o desses dois parâmetros é que de_
termina a composição populacional de uma região., tanto no to_
cante ao número .de habitantes, como também 'na determinação
'dos grupos de idade.
Havendo alta mortalidade com baixa natalidade, a ten
dência oscilatoria cai.' Tal fenômeno ocorre em casos onde
há guerra e epidemias em d e t e r m i n a d o s p er í o d o s , numa "população
ondeé comum o controle da n a t a l i d a d e . Com o avanço da medi_
•ciña e a ação de m e d i d a s sanitárias, a tendê.ncia é diminuir
a mortalidade, que aliada ao c o n t r o l e de n a t a l i d a d e , faz com
que a população em a l g u n s anos se c o n s t i t u a mais de. eleme_n
tos que estão numa faixa etária mais avançada, como é, por
exemplo, o caso da França.
Nesta parte do p r e s e n t e estudo são discutidos problemas
ligados ã mortalidade, sendo utilizados os r e g i s t r o s de óbi^
tos da p o p u l a ç ã o da P a r ó q u i a de S a n t o Antônio da Lapa. Os . re
gistros de ó b i t o s , assim como também os de batizados, são
os mais completos, constando normalmente o nome, idade,es_
tado civil, local de o r i g e m e residência do f a l e c i d o . Dos
.1235 r/ e g i s t r o s de ó b i t o s da p o p u l a ç ã o l i v r e , a p e n a s 177 não co_n
•têm .em suas atas a d e c l a r a ç ã o de i d a d e , o queí c o r r e s p o n d e a
33
SALZANO, F.M. 8 -FREI RE - MA IA, N. Populações brasileiras.
São Paulo,. Cia. Ed. Nacional, 1967 . p. 53.
- 85 -
9,47 % de lacunas apresentadas, neste item. Quanto ao estado
civil em apenas 75 r e g i s t r o s o mesmo é indeterminado o que cor
responde ã .6,07 % de f a l h a s . Na T a b e l a n9 30, c o n s t a t a - s e que
a mortalidade de c r i a n ç a s com m e n o s de u'n 'ano de i d a d e , repre
/
senta 31,74 % do total, sendo 14,25 % para o caso feminino e;
17,49 % para o masculino, compro van do - se a s s i m , que as pesso
as do sexo masculino são mais atingidas no primeiro ano de vi
da, sendo 3,24 % a diferença verificada entre os dois sexos.
A mortalidade mais elevada verificou-se entre os p r i m e i r o s me
ses até a faixa de q u a t r o anos de vida, atingindo 43,81 % do
total.
De um a quatro anos, a incidência recai levemente sobre
o sexo feminino, quando de 149 ó b i t o s , 79 são. de m u l h e r e s e
70 de homens.-
.TABELA N9 30
REPARTIÇÃO DE Ó B I T O S POR IDADE
População Livre
Paróquia de Santo A n t ô n i o da Lapa: 1*7 6 9 - 1 8 1 8
Idades home n s mulheres T O T A L
n 9 abs. % n 9 abs. % n 9 abs. %
m e n o s de 1 ano 216 17, 49 176 14, 25 392 ' 31,74
1 - 4 70 5, 67 79 6, 40 149 12,07
5 - 9 30 2 ,43 32 2, 59 62 5 ,02
10 - 19 29 2. 35 26 2, 10 55 4,45
20 - .29 ' 28 2, 27 49 3, 97 77 6 , 24
, 30 - 39 35 2, 83 29 2, 3 5 64 5,18
• .. 4 0 - 49 33 2, 67 3îi 2, 83 68 5,50
50 - 59 46 3 ,72 3!5 2, 83 . 81 6,55
6 0 - 69 - .38 3, 08 25 2, 02 63 5 , 12
. 70 - 79 .42 3, 40 ,26 2, 10 68 5,50
80 - 89 11 0, 90 8 0, 65 19 1,55
¿
mais de 90 9 0, 73 11 0, 9 0 20 1,65
Indeterminados 60 4, 86 57 4, 61 11 7 9,4 7
TOTAL 647 52,'40 588 47, 60 12 35 ' 100
-89-
Devido ã alta mortalidade infantil, a faixa mais atingjL
da q u a n t o ao estado civil é . a dos soltei, ros, com 806 regis
tros no total de 1235, o que representa 65,26 % do total.
Os • resultados, de classificação segundo o estado civil,
encontra-se na Tabela n9' 31.
TABELA N9 31
OBITOS SEGUNDO O ESTADO CIVIL
População Livre
Paróquia de Santo Antonio da Lapa: 1769-1818
SEXO MASCULINO SEXO FEMININO
Qüinqüênios TOTAL
; S V C I S V C I
1769-1173 9 - 4 - 2 2 4 - •21
1774-1778 14 3 6 4 12 2 4 2 47
1779-1783 14 2 8 2 8 8 9 1 52
1784-1788 32 2 10 3 29 3 11 4 94
1789-1793 32 3 14 5 31 3 7 3 98
17 9 4 - 1 7 9 8 39 2 14 5 45 7 9 1 122
1799-180 3 43 3 16 3 23 7 9 2 106
1804-1808 84 4 17 100 8 18 6 247
1°
1809-1813 61 . 7 29 11 66 1 1 24 4 213
1814-1818 90 5 31 4 7 2 14 15 5 235
TOTAL 418 30 14 9 47 388 65 110 28 1235
a) M o r t a l i d a d e Infantil: movimento sazonal e taxas médias.
, Para o cálculo do m o v i m e n t o sezonal de m o r t a l i d a d e in
B
fantil, os dados foram ordenados incluindo as c r i a n ç a s que fa_
leceram com m e n o s de um ano de' i d è. de. É possível que neste
ponto existam falhas, pois 67 r e g i s t r o s referem-se somente a
crianças, não especificando a idade exata ou aproximada, de
-90-
onde se pode crer estarem muitas delas com me no s. de um ano de
idade. As o s c i l a ç õ e s do m o v i m e n t o sazonal de m o r t a l i d a d e in
fantil podem ser o b s e r v a d a s na Tabela n9 32 e Gráfico n9 13.
Pelos dados que foram levantados com e x a t i d ã o , verific_a
se que a m a i o r - i n c i d ê n c i a de m o r t e s de c r i a n ç a s com menos de
um ano, recai nos meses de m a i o , julho, agosto e dezembro, ve_
rificando-se em c o n t r a p a r t i d a , a mortalidade mais baix-a duran
te o mês de n o v e m b r o . Os ó b i t o s foram mais elevados nos m£
ses de julho e agosto, justamente porque nessa época, no
ano de 1806, houve epidemia de s a r a m p o , e também por corres
ponderem à estação de inverno.
Pela Tabela n? 33, que indica a taxa média de mortalid£
de i n f a n t i l , pode verificar-se que a taxa mais elevada ocor
reu no q u i n q u e n i o correspondente a 1804-1808, quando houve
456 nascimentos e 87 ó b i t o s , atingindo a taxa média de 109,78
^/00. Contudo, as m a i o r e s variações deram-se entre 1769 e
1778, quando houve uma alta de 80,44 °/00, caindo a 73,74 no
quinquenio seguinte. A taxa média de m o r t a l i d a d e infantil, so
bre o total, corresponde a 166,73 ^/00.
34
A taxa de m o r t a l i d a d e infantil, segundo Pressât, nada
mais é que uma p r o b a b i l i d a d e de morte.
Para achar-se a taxa de m o r t a l i d a d e infantil, multiplicai
se a número de óbitos de c r i a n ç a s com m e n o s de um ano por mil,
e divide-se pelo número de n a s c i m e n t o s registrados nos anos ej^
colhidos para' tal analise.
34 -
PRESSAT, Roland. El a n á l i s i s demográfico: métodos, re
sultados,. a p l i c a c i o n e s . Fondo de Cultura Econômica, 1 793. p.
91.
TABELA N 5 32
População Livre
Paroquia de Santo Antônio da Lapa: 1769-1818
hês de Obito J F M A M J J A S 0 N D Total-
Números
absolutos 34 20 25 34 39 37 . 46 42 30 25 20 40 392
-t*
t-1
CD
Números Diários. 1,00 0.70 : 0,80 1,13 1,25 1,23 1,35 1,00 0,80 0,66 1,29 12,78
Número Diário
Proporcional 102 66 75 106 117 116 139 127 : 94 75 62 121 1200
V
Obs. Os Numeros Diarios correspondem a simples intermediárias obtidas pela divisão dos
números absolutos pelo número de." dias de cada mês. ca
G R A F I C O N* 13
MOVIMENTO S A Z O N A L DE MORTALIDADE INFANTIL
PAROQUIA DE SANTO A N T O N I O DA LAPA
POPULAÇÃO LlVRE-1769-1818
-i 1 , » 1 1 1 , , , ,
J F M A M J J A S O N D
- 93- /
T A'BE LA N 9 33
TAXA MÉDIA DE M O R T A L I D A D E INFANTIL POR PERIODOS DE 5 ANOS
População Livre
Paróquia de Santo Antonio da Lapa: 1769-1818
Total de
Período S9 + °/00
Ba t i s mo s
1769-1773 2 162 12,34
1774-1778 18 194 92, 78
1779-1783 4 210 19,04
1784-1788 27 235 114,89
17 89-179 3 TF 25 253 98,81
1 794- 1 79 8 35 . 288 121,52
1799-1803 3- 357 84,03
.1804- 1808 87 456 190,78
1809-1813 66 428 154,20
1814-1818 98 668 146,70
TOTAL 2351
392 166,73
+ S.9 - Óbitos de c r i a n ç a s com menos de um ano.
b) "Causa-Mortis"
Raramente até 1800 foi m e n c i o n a d a a "causa-mortis" nos
registros de ó b i t o s de P a r ó q u i a de Santo Antonio da L a p a , im
possibilitando desta maneira um estudo completo sobre as d£
enças que atingiam a p o p u l a ç ã o . . ' De .1235 registros, apenas
101 deles contém informações completas sobre a "causa-mortis"
as quais são apresentadas na Tabela n9 34.
- 94- /
. TABELA N9 34
REPARTIÇÃO. DOS O B I T O S POR- " CA US A-MOR T IS "
População Livre
Paróquia de Santo Antônio da Lapa : 1 7 6 - 9 - 1 8 1 8
* *
N'a tu'rez a M F . Total
acidente 4 - 4
ataque de bugres 2 - 2
c h aga s 1 - 1
convulsão 2 - 2
estupor i. 5 1 . 6
facada 4 4
ferida 1 - 1
hidropsia 2 1 3
ma 1 i gna 7 7 14
mordida de cobra 2 2 4
pancadas 1 - 1
parto - 6 6
pneumonia 1 1
raio - 1 1
re uma t i s mo • 1 1
sarampo .12 19 31
sarna 1 1 2
sufocado 1 - 1
ti gre I - 1
tiro ' 5 5
tosse -I 2 2
tumor - . 1 1
vermes 2 5
TOTAL '55' 4 6 /• 101
* M - Masculino; F - Feminino.
- 95- /
Somente- a p a r t i r de 1800 são. m a i s freqüentes as referêjn
cias ã "causa-mortis". Em 1810, houve dois registros de ób^i
tos em que aparece como "causa-mortis" o ataque de b u g r e s , o
que prova a existência real desse perigo na é p o c a . De fato,
havia bugres, conforme consta em d o c u m e n t o expedido, em oj3
zembro de 1808, ao C o r o n e l do R e g i m e n t o de M i l í c i a s de Curi_
tiba, sobre o ataque de bugres:'
"Tendo-me-chegado de d i f f é r e n t e s partes das V i l l a s dás
Lages, Itap'etininga e Villa Nova do P r i n c i p e , de q. os
indios barbaros vulgarmente, chamados bugres vão atta
cando différentes lugares das ditas Villas com mortes
de alguns moradores e destruição de suas fazendas...
Nos registros com "causa-mortis" declarada, nota-se que
10,89% o fo.ram por morte violenta, razão também pela qual se
»
pedia constantemente ao g o v e r n o de São Paulo, a ereção da Fre
guesia ã Vila, por estar a mesma muito distante da Vila de
Curitiba, o que o c a s i o n a v a - grande demora para a resolução de
assuntos forenses. A distância favorecia aos malfeitores o
que o c a s i o n a v a o aumento do número de crimes praticados, vi£
to que' as r e s o l u ç õ e s vindas da Vila de Curitiba tardavam em
36
'
chegar.
Os prenomes
0 estudo dos prenomes é muito significativo, pois atra
vés dele se pode conhecer o processo de e x t i n ç ã o e renovação
dos p r e n o m e s . d a Paróquia, possibilitando a verificação das
variações ortográficas que sofrem, assim como a influência de
certos fatores religiosos, históricos, literários e outros.
^DOCUMENTOS INTERESSANTES, v. 5_8. p. 9.
36
D0CUMENT0S INTERESSANTES, v. 4. p. 126.
- 96- /
Para es.te estudo, foram utilizados, os registros de bat_i
zados da p o p u l a ç ã o livre, no p e r í o d o de 176 9. e 1818. Con.s i
derou-se apenas os p r e n o m e s cujos números absolutos atingiram
cinco, no trfta 1 dos anos arrolados, ficando os demais na c<a
tegoriade outros. Igualmente foram levados em consideração
como prenomes mais freqüentes aqueles que atingiram, acima de
5 % do to'tal e., a s s i m , os de m a i o r incidência para o caso mas
culino foram Manoel com 12,63 %, José com 10,35-,%, Antônio
com 9,87 %, s e g u i d o s por- J o ã o , Francisco, Joaquim, B e n t o , Be_
nedito, Ignacio, e outros. Para o caso feminino, apresentan
\ j
do-se com a mais alta porcentagem estão Maria, com 22,25 % e
Anna, com 12,87 % , seguidos por F r a n c i s c a , Gertrudes,Antonia
Benedita, Joaquina e outros (Tabela n9 35].
Tal como na P a r ó q u i a de Nossa Senhora da Luz do.s P i n h a i s
de C u r i t i b a , a maioria dos prenomes recebeu grande influência
religiosa, além daquelas de s i t u a ç õ e s de v i d a , donde a exis_
tência de p r e n o m e s como Felisberto, Salvador, Fortunato, Pru
dê n cio., os q u a i s contudo não chegaram a atingir 5 % do total,
o mesmo ocorrendo com os p r e n o m e s femininos de E s p e r a n ç a , Fe,
Felicidade, Constância e outros.
A incidência muito grande de p r e n o m e s femininos como M_a
ria, com 356 registros de,3251 no total, deve-se ao costume
de que os r e g i s t r o s nunca eram anotados' com nomes compostos,
como por e x e m p l o , Maria Luiza, Maria Rosa e outros, como se
tem c o n h e c i m e n t o de a l g u n s , chegando-,se ã conclusão de que s£
men.te o p r i m e i r o preñóme era anotado nas atas de b a t i z a d o s . .
São também muito comuns os p r e n o m e s femininos h o m ô n i m o s de mas_
culinos, como Ignãcio, Francisca, Jesuina, Jocelina, etc.
- 97- /
TABELA N9 35
FREQÜÊNCIA DOS P R E N O M E S MASCULINO. POPULAÇÃO LIVRE
Paróquia de-Santo Antônio-da Lapa. -1769-1818
_. Masculino
Prenomes nY. a b s o l u t o %•
Albino 10 0,60
Améri co 15 0¿ 90
Antônio 163 9,87
Benedito 46 2,78'
Bento 21 1,27
Constantino 9 0,54
]
Daniel 11 0,66
Domingos 6 0 , 36
Fe li sberto 11 0,66
Fidelis 10 0 , 60
Floriano 10 0,60
:
Francisco 119 7,20
Gabriel 10 0,60
Ignacio 38 2,38
Jacinto 10 0 , 60
Jerónimo 10 0,60
J es ui no 10 0,60
Jócelino 12 0,72
João 145 8,72.
Joaquim 94 5,69
Jose.. 171 10,35
/
Lourenço , 12 0, 72
Luiz 17 1,02
Manoel 209 12,65
Miguel • 38 2,30
Paulo 10 0,60
- 98- /
TABELA n9 35 (continuação).
Hasci linos
Prenomes
n 9
absoluto %
Pedro 37 2,24.
Policarpo 10 0,60
Rafael 10 0 , 60
Ricardo 10 0,60
Salvador 54 3,27
Serafim 23 1 , 39
Outros 290 17,56
Total 1.651 100 %
TABELA N 9 36
FREQÜÊNCIA DOS P R E N O M E S FEMININOS. POPULAÇÃO LIVRE
P a r.ó q u ia.de Santo Antônio da Lapa , .17.6 9.-181.8
Prenomes Feminino
n9 absoluto %
Ana 206 12,87
Angélica 18 1,12 .
Antonia 31 1 ,93
•
Benedita 27 1 ,68
Brígida 8 0,50
Catarina 9 •0,56
Clara 12 0,75
Constância 8 0,50
Delfina 20 1,24
Escolástica 19 1,18
Eufrazia 7 0,43
Eufrozina 9 0,5 6
Feliciana 9 0 ,56
Felicidade 11 0,68
Florencia 8 0,50
- 99- /
TABELA n9 36 (continuação].
Feminino
Prenomes
n9 absoluto
Florin da 15 0,93
Florisbela 9 0,56
Francisca 62 3, 87
Gertrudes 54 -3,37
Ignãcia 30 1,87
Izabe 1 27 1,68
Joana 34 2,12
Joaquina 35 2,18
Josefa 25 1 , 56
<
flanoela 1 5 ' 0,93
Maria 356 22,25
Matildes 9 0, 56
Perpétua 10 0,62
Qui t é ri a . 9 0, 56
Ricarda 9 0, 56
Rita 31 1,93
Rosa 43 2,68
Thereza 15 0,93
Outros • 410 2 5,62
Total 1.600 100 %
C O N C L U S Ã O
- 101 -
CONCLUSÃO.
Para o estudo demográfico' da P a r ó q u i a de S a n t o Antônio
c
da Lapa, o material disponível permitiu estabelecer as u_r
vãs de n a t a l i d a d e , nupcialidade e mortalidade, comparando-se
-as três variáveis e estabelecendo-se os m o v i m e n t o s sazo
nais de b a t i z a d o s , casamentos e óbitos.
Pelos dados relativos, observa-se que a população era
constituída, em sua maioria, por p e s s o a s pertencentes aos
grupos etários de 0 - 1 4 e 60-89 anos.
Como era de se e s p e r a r , a natalidade manteve-se alta,
precisamente por se t r a t a r de uma população de tipo antigo,
que, na m a i o r i a dos casos estudados caracteriza-se pela alta
natalidade.
Fato interessante foi o da p o r c e n t a g e m mais alta para
o sexo masculino, de p e s s o a s que permaneceram na c o n d i ç ã o ci_
vil de s o l t e i r a s após os 50 anos de i d a d e . Acredita-se que
o mesmo tenha ocorrido'devido a migração masculina ser mais
intensa e por se t r a t a r de um p o v o a d o em vias de formação.
Conclui-se ainda, que essa migração seja decorrente da n£
cessidade de t r a b a l h o , o que, na é p o c a , poderia ser suprida
pois as o p o r t u n i d a d e s de t r a b a l h o para a população estavam
concentradas em torno da c r i a ç ã o e comércio de g a d o , surgir^
do p a r a l e l a m e n t e os p r i m e i r o s estabelecimentos comerciais ,
que proporcionavam aos tropeiros assistência em víveres e ve£
tuário. "
Também se r e g i s t r o u que o centro que mais contribuiu,em
relação aos c o n t i n g e n t e s p o p u l a c i o n a i s , foi São Paulo.
Em v i r t u d e dessas mudanças ocorridas, tanto no contex
to e c o n ô m i c o como demográfico, depois da s e g u n d a metade do
- 102 -
século XVIII, a sociedade é transformada, havendo alterações
nas c a r a c t e r í s t i c a s econômicas e demográficas, podendo-se di
zer que a atividade primária que era a criaçao de gado,a que
se dedicava a população da Lapa, com suas transformações eco
nômicas, determinaram, em grande parte, a evolução, do número
dehabitantes.
A população lapeana é caracterizada, em todas as a n á 1 i_
ses, por v a l o r e s ' q u e evidenciam uma e s t r u t u r a semelhante à
análise.demográfica realizada por e s t u d i o s o s do a s s u n t o , tan
to nos níveis gerais de n a t a l i d a d e , quanto aos de nupeiali-
dade e mortalidade, para populações brasileiras.
Interessou, substancialmente, neste estudo, perceber a
dinâmica populacional da Lapa, suas condições' e s t r u t u r a i s pro
prias, o que futuramente possibilitará, histórica e demográ
ficamente falando, uma forma específica de i n t e g r a ç ã o no es
tudo. da f o r m a ç ã o populacional do P a r a n á tradicional.
A N E X O S
- 104 -
A N C XO 1
R E P A R T IÇ.AO DA POP'JLAÇAO POR SEXO E GRUPO DE ÎUAL'E
Pnpu ! açào 11 v r o
Pôróqulo do Santo Antônio da Lapo-1779
Grupo do R.I1.
N0MENS MULHERES
Idade
0 - 4 65 71 114
S - 9 83 69 93
10 - 19 'l0 3 100 103
20 - 29 54 72 75
30 - 39 41 60 68
40 - 49 31 KG 119
50 - 59 17 12 141
60 - G9 12 7 171
70 - 79 7 6 116
60 e mais 1 3 33 "
TOTAL 430 446 96
ANEXO II
REPARTIÇÃO OA POPULAÇAO POR SEXO E GRUPO DE IOACE
População Livre
Paróquia cíe S a n t o Antônio da Lapa-1782
Grupo de
HOMENS MULHERES R.M.
Id acte
0 - 4 48 48 100
5 - 9 90 88 102
10 - -19 121 1 38 67
2.0 - 29 .66 66 100
30 - 33 36 57 63
40 - 49 42 31 135
50 - 59 27 20 1 35 '
60 - 69 13 6 216
70 - 79 7 5 140
o nais 1 3 33
60
TOTAL 451 462 97
ANEXO III
REPARTIÇÃO OA POPULAÇÃO POR SEXO E GRUPO DE IDAOE
População Livre
Perôqula de Santo Antonio da Lapa-1790
Grupo de
HOMENS MULHERES R.M.
Idade
0 - 4 52 61 85
S - 9 93 101 92
19 - 19 101 164 61
20 - 29 91 S 8 92
30 - 39 58 63 92
40 - 49 38 35 106
50 - 59 23 14 164
60 - 69 24 e 300
70 - 79 12 2 600
80 e mais 2 6 33
TOTAL 494 552 89
ESTADO CIVIL DOS FALECIDOS E IDADE AO MORRER
LEVANTAMENTO DOS REGISTROS DE ÛBITOS ENTRE 1769-1778
População Livre
A D M A S C U L I N O .. F E M I N I N O
indeter- indeter-
solteiro casado viúvo minado TOTAL solteira casada viúva minada TOTAL
Menos de 1 ano; 11 11 9
1-4 3 3 3 3
5-9 2 2 1 1
10-19 1
. 20-29 . 1 1 2
30-39. 3 1 5' 1 3
40-49 ; 1 1 2 2
50-59 1 4 6
60-69 2 4 2
4
70-79 . 1 2 1
80-89 1 1 2
Mais de 90 anos 1 l 1
TOTAL 22 11 3 40 15 27
Indeterminados 1 1
Total Geral 23 11 41 15 27
ANEXO l\J9 V
ESTADD CIVIL DOS FALECIDOS E IDADE AO MORRER
LEVANTAMENTO DOS REGISTROS DE ÛBITOS ENTRE 1779-1768
População Livre
I D A D E M A S C U L I N O indeter- F E M I N I N O indeter-
solteiro casado viuvo minado TOTAL solteira casada viúva minada TOTAL
Menos de 1 ano 18 18 13 13
1-4 7' 7 9 9
5-9 4 4 4 ' 4
10-19 7 8 1 1 2
20-29 . 3 4 3 6 1.1
30-39 2 2 3 3
. 40-49 1 2 4 4 5
. 50-59 2 5 8 2 5 7
60-69 1 5 7 2 1 4 7
70-79 2 2 2 2
-80-89 2 1 1
Mais de 90 anos 1 1 2 2
TOTAL 43 17 3 67 34 20 11 1 66
Indeterminados 3 1 2 "6 3 4 7
Total Geral. 46 18 5 73 37 20 11 5 73
ANEXO N' VI
ESTADO CIVIL DOS FALECIDOS E IDADE AO MORRER
LEVANTAMENTO DOS REGISTROS DE ÛBIT0S ENTRE 1789-1798
População Livre
I D A D E M A S C U L I N O indeter- F E M I N I N O indeter-
solteiro casado viúvo minado TOTAL solteira casada viúva minada TOTAL
Menos de 1 ano 31 31 29 29
• 1-4 4 •4 13 13
5-9 3 3 3 3
10-19 5 6 1 1
20-29 2 1 3 2 2
.30-39 1 1 2 3
40-49 . 3 4 7 2 2
50-59 5 5 4 1 6
60-69 3 2 1 6 1 2 3
70-79 1 7 2 3 13 2 4 7
• 80-89 1 1
Mais de 90 anos 1 •1 1 2 1 4
TOTAL 52 20 4 5 81 49 13' 9 2 73
Indeterminados 20 8 1 5 34 27 3 1 1 32
Total Geral 72 28 5 10 115 76 16 10 3 105
MIMCAU 1\J - VXX
ESTADO CIVIL DOS FALECIDOS E IDADE AO MORRER
LEVANTAMENTO DOS REGISTROS DE ÖBITOS ENTRE 1799-1808
População Livre
I D A D E M A S C U L I N 0 " indeter- F E M I N I N 0 ^ ' indeter-
solteiro casado viúvo minado TOTAL solteira casada viúvo minada TOTAL
Menos dé 1 ano 66 : - - 66 51 - - - 51
\
1-4 27 - - - 27 26 - - - 26
5-9 10 • - - - 1 11 16 - - - 16
10-19 5.i - - 1 6 9 - ' - 3 12
20-29' i; 3 3 - 7 4 8 - 2 14
30-39 5 . 7 - 12 4 6 1 - 11
•. 40-49 1¡ 2 1 1 5 2 3 2 - 7
50-59 1; 5" ' 1 1 8 - 3 1 - 4
60-69 ' 3, 5 - 1 9 - 1 - - 1
70-79 2 6 1 2 11 1 3 5 1 10
• 80-89 - 1 2 - 3 - - 2 - 2
Mais de 90 anos 1 2 2 - 5 - - 3 - 3
TOTAL 122 31 10 7 170 113 24 14 6 157
Indeterminados 7 1 - 4 12 10 2 1 1 14
Total Geral 129 32 10 11 182 123 26 15 7 171
ANEXO N' VIII
ESTADO CIVIL DOS FALECIDOS E IDADE AO MORRER
LEVANTAMENTO DOS REGISTROS DE ÖBITOS ENTRE 1809-1818
População Livre
I D A D E M A S C U L"'I N 0 indeter- FEM I N I N D • indeter-
solteiro casado viúvo minado TOTAL solteira casada viúva minada TÔT AL
Menos de 1 ano 90 - - - 90 74 - - 74
.... 1-4 29 - - - 29 28 - - - 28
5-9 10 - - - 10 8 - - • - 8
10-19 4 1 - 4 9 7 2 - 1 10
20-29 7 .4 - 2 13 6 • 11 2 1 20
30-39 2 10 2 1 15 4 5 - - 9
40-49 3 10 2 - 15 4 9 4 2 19
50-59 1 14 2 2 19 4 <7 6 1 18
60-69 1 8 3 - 12 2 5 4 1 12
70-79 2 7 1 2 12 - - 3 3 6
i
80-89' - 2 1 1 4 • - ' 3 = - 3
Mais de 90 anos - - - 1 1 - - - 1 1
TOTAL 149 56 11 13 129 137 39 22 10 208
Indeterminados 2 2 - 3 7 1 - 1 2 4
Total Geral 151 58 11 16 236 138 39 23 12 212
-110-
•V ANEXO IX
Exemplo de atas,- de b a t i s m o s , cas.arrjen tos. e óbitos.-
Euf rã zia . .
Innocente
leg.
"Aos dezenove dias do mes de abril de mil e setecej2
tos e s e t e n t a e o y to annos batizei, e puz os Santos
Úleos a Innocente Eufrázia filha legítima de Roque
Alves Palhano, e de Maria Roza naturais da Villa de
Curytiba: forão padrinhos Gregorio Martins solteyro
e Maria Madalena todos moradores nesta freguezia e
" 1
para constar fiz este assnto
vigário João da Sylva Reys
Damazo
Innocente
l e g .
"Aos q u a t r o dias do mes de f e v e r e i r o de mil e sete
centos e oytenta annos batizei e puz os S a n t o s Úl_e
os ao innocente Damazo filho legitimo de Francisco
Teyxeyra Coelho natural da Freguezia de S . M i g u e l de
Borda de A g o d i n Termo de B a s t o s Arcebispado de Bra
;
ga, e de G e r t r u d e s Maria dos Santos natural da ViJL_
la de Curytiba, neto pella parte paterna de Cuzto
dio Teyxeyra e de Cat harina Francisca C o e l h a da mes
ma n a t u r a l i d a d e , e Arcebispado, e pella materna de
.Maria.Pereyra da Sylva natural da' Villa de C u r y t i b a
Bispado de Sam Paulo, e de José dos S a n t o s Pacheco
Lima natural da Villa de P o n t e Lima Arcebispado de
Braga: forão padrinhos o Padre João da S y l v a Reys. e
Anna Maria da Sylva filha de João Gonçalves Barrey
ros todos moradores nesta F r e g u e z i a , .e para c o n s t a r
" 2
fiz este assento
viga rio Joaão da S y l v a Reys
1- Livro de B a t i z a d o s n9 1, 1769-1797. fl. 64.
9
2- Livro de B a t i z a d o s n 1, 1769-1797. fl. 78.
-111-
Antonto da Roza
Anna Esnieria
"Aos doze dias do mes de f e v e r e i r o de mil e o_i
tocen tos e nove nesta Matriz da V i l l a do Prí_n
cipe, procedendo as c a n ó n i c a s denonciaçoens
sem impedimento da m i n h a licença na p r e z e n ç a d o
Reverendo Coadjutor Manoel da Sylva Braga e
das testemunhas abaixo a s s i n a d a s João Ferreira
Correa e José C o r r e a Porto por P r o v i s ã o do R£
verendo Vigário da Vara na face da Igreja com
palavras de p r e z e n t e forma do C o n c i l i o de Trsn
to se recebeo em M a t r i m o n i o Antonio da Roza
viuvo que ficou por f a l e c i m e n t o de Maria Car
neira natural de São José, com Anna E s m e r i a fi_
lha de Maria Roza, e pai i n c o g n i t o natural de
Curytyba e desta Freguezia m o r a d o r e s e logo re
ceberão as b e n ç a o n s nupciais e para c o n s t a r f£
"3
ço este assento
vigário Luiz José de Cravalho
(assinaturas)
Lourenço Dias
"Aos vinte e sete do mes de mayo de mil e sete
centos e setenta e sete annos faleceu da vida
prezente Lourenço Dias natural da cidade de
São Paulo, cazado com E s t e i a da S y l v a , sem s¿a
cramentos por morrer apreçadamente de uma cuti
lada que lhe p a r t i r ã o a cabeça: tinha idade
cinqüenta annos morreu sem testado por ser mui^
' to p o b r e , foi sepultado na M a t r i z desta Fre-
guezia e fiz lhe o s u f r á g i o que d i s p õ e m a Cons
"4
tituiçao e para constar fiz este assento
vigário João da Sylva Reys
3- Livro de C a s a m e n t o s n9 1, 1 7 6 9 - 1 8 1 2 . p. 101.
9
4- Livro de Úbitos n 1, 1 7 6 9 - 1 8 1 4 . p.10.
- 112 -
ANEXO X
MOVIMENTO ANUAL DE BAT IZA,DOS ,. C A S A M E N T O S E ÛBITOS
População Livre
• Paróquia de S a n t o Antônio da Lapa:- 1769-1818
Batizados Casam Obitos
Ano Expostos
Civil legit• i legit.' M F T Total
1 769 18 18 3 6
17 7 0 32 3 1 36 •4 3
177 1 19 6 1 26 6 1
1772 28 2 2 32 5 5
1773 37 7 4 6 50 10 6
1774 28 5 1 3 36 8 5
1775 35 7 42 4 10
1776 28 4 37 5 9
1777 36 • 2 38 2 15
17 7 8 33 7 41 7 8
17 79 31 10 44 '6 1 1
17 80 26 9 36 11 5
1781 35 9 44 11 18
1782 27 . 10 37 10 11
17 83 39 9 49 7 7
.1784 31 6 37 13 4
178 5 . 34 15 1 4 53 7 19
17 86 8 27 2 2 37 9 34
1787 13 51 1 1 - 65 8 19
17 88 28 12 2 1 3 43 7 18
1789 31 11 1 4 5 47 9 30
1790 27 16 2 3 5 48 11 17
1791 - 39 15 2 2 56 6 12
1792 34 16 1 1 51 8 27
17 9 3 28 18 2 3 5 51 7 12
1794 34 13 3 2 5 52 14 19
113-
ANEXO X (continuação)
MOVIMENTO ANUAL DE B A T I Z A D O S , CASAMENTOS E ÖBITOS
População Livre
Paróquia de Santo Antônio da Lapa:-1769-1818
BATIZADOS Casam. Obitos
Ano Expostos
C i v i l 1 egi t i 1 egi t. M F Total
1795 31 1 8 2. 6 57 9 19
1796 41 17 1 2 3 6 1 11 37
1797 41 19 1 2 3 63 18 14
1798 38 16 1' 1 55 21 33
1799 36 11 2 3 5 52 6 14
1800 36 20 2 5 7 63 9 12
1801 56 25 6 1 7 .88 13 17
1802 47 24 3 2 5 76 13 33
1803 53 20 2 3 5 78 21 30
1804 54 27 1 2 3 84 18 13
1805 53 15 1 3 4 72 20 56
1806 62 22 1 2 3 87 4 93
1807 70 38 4 2 6 114 24 44
1808 72 2 1 2 4 6 99 15 41
1809 49 17 1 1 2 68 19 33
1810 53 18 3 3 6 77 60
1811 67 19 1 2 3 89 16 50
1812- 61- 2 7 2 1 91 36 44
1813 74 26 2 1 103 24 26
1814 . 83 39 5 ; 4 131 16 40
»
1 8 1 5 / 86 27 5 2 7 120 19 34
1816 98 36 1 . 2 3 137 31 43
1817 89 25 8 5 13 127 21 39 '
1818 1 1 0 28 10 15 153 29 79
TOTAL 3 .251 611 1 .235
- 114- /
ANEXO XI
REPARTIÇÃO DOS C A S A M E N T O S SEGUNDO O ESTADO CIVIL
População Livre
Paróquia de Santo Antônio da Lapa: 1769-1818
H n H M H N H M
s s v v s s v v
1769 3 3 1794 14 14
1770 3 3 1795 7
1771 5 6 1796 11 11
1772 4 5 1797 16 18 2
1773 10 10 1798 18 18 3
1774 6 7 1799 6 6
1775 4 2 1800 9 9
1776 4 5 1801 13 13
1777 2 2 1802. 11 1 1 2 2
1778 6 7 18 0 3 19 19 2 2
1779 5 6 . 1804 15 18 3
1780 11 11 180 5 19 20 1
1781 1 1 10 1806 4 4
1782 9 8 1807 21 23
1783 7 7 1808 15 15
1784 1 0 12 . 1809 16 17
1785 7 7 1810
•17 8 6 8 9 1811 14 16 2
1787 8 8 1812 34 34 2 2
1788 4 ' 7 3 1813 23 21 1 3
1789 7 8 2 1814 16 . 16
/
9 11 2 1815 17 19 2
1790
5 5 1 1816 27 29 4
1791
7 7 1 1817 19 ' 21 2
1792
5 7 2 ' 1818 27 28 2
1793
G E R A L: 611
TOTAL
- 115- /
An.exq n • XII -
MOVIMENTO Q U I N Q U E N A L 'DE BATIZADOS:, CASAMENTOS E ÛBITOS
População Livre
Paroquia de 'Santo-Antonio da Lapa: 1769-1818
Quinquenios Batizados Casamentos' Obitos
1769-1773 162 28 21
1774-1778 194 26 47
1779-17 83 210 45 52
1784-178 8 2 35 44 94
1789-1793 253 41 98
1794-1798 288 73 122
1799-1803 357 62 106
1804-180 8 4 5.6 81 247
1809-1813 428 95 213
1814-1818 . 668 116 235
TOTAL ' 3.25 1 011 " '1,235.
Anexo n9 XIII
MOVIMENTO DECENAL DE B A T I Z A D O S , CASAMENTOS E ÛBITOS
População Escrava .
Paróquia de Santo Antônio da L a p a : 1769-1818
Decênios Batizados .Casamen tos Obitos
1769-1778 35 - 11
17 79-17 88 76 2 25
1789-1798 85 6 34
1799-1808 78 6 59
1809-18 18 147 16 61
TOTAL 421 30 189
F O N T E S
E
B I B L I O G R A F I A
- 117- /
FONTES E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1.0. FONTES
1.1. FONTES MANUSCRITAS':
REGISTROS paroquiais da Parochia de Santo Antonio da La>
pa. Arquivo Paroquial da Lapa. 1769 -.. 1818.
LISTAS nominativas da habitantes. Arquivo Público do Es_
tado de Sao Paulo. Latas n? 203, 204, 205, 206, 224,
225.
LIVROS do Tombo nP 1 e 2 da Paroahia de Santo Antonio da
Lapa. 1785 - 1884.
LIVRO de Eleições nQ 1 da Câmara Municipal de Santo An
tÔnio da Lapa;. 1806 - 1832. 104 p.
1.2. FONTES IMPRESSAS:
DOCUMENTOS INTERESSANTES para a historia e costumes de
São PauloSc.o Pauló, Secretaria da Educaçao - Depar_
tamento do Arquivo Público do Estado de Sao Paulo, 4_3
55.
BOLETIM DO ARCHIVO MUNICIPAL DE CURITIBA. Documentos
para a história do Paraná. Direção de Francisco Ne_
grão. Curitiba, Impressora Paranaense, vols. 2_, 9_,
10, 13, 30, 31. 19 06 - 19 2 7
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO BRASILEIRO.
Rio de Janeiro, Imprensa Nacional, Tomo 6_9_, 19 parte.
1908.
2.0. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS :
BALHANA, Altiva Pilatti, et. a li i. Campos Gerais e estru
turas agrárias. Curitiba, Departamento de História,
Universidade Federal do Paraná, 1968. 268 p.
-115-
'BALHANA, Altiva Pilatti & WESTPHALEN, Cecília Maria.
Levantamento e arrolamento de arquivos. Boletim da
Universidade Federal do Paraná. Curitiba, Departa:
mentó de História, 10^, 1970.
BEAU JEU- G ARN 1ER , J. Geografia da população . São Paulo,
Ed. Nacional, 1971. 437 p. ••
BERTIN, Jacques. Curso de Semiologia Grã fica,notas de
aula. Departamento de História, Universidade Fede_
ral do Paraná. 1975.
BURMESTER, Ana Maria. População da Vila de Curitibano
século XVIII.: 17 51-1800, segundo os registros. paro_
quiais. Dissertação de Mestrado, 1974. 107 p.
COSTA, Odah R.G. & LOURES, Rachel C.R. Arquivos da ci_
dade da Lapa. Boletim cia Universidade Federal do Pa
rana. Curitiba, 8_, 1969. 241 p.
CHARBONNEAU, Hubert. Tourovre-au-perche au XVIIe et
XVIIIe siècles. Cahier nP 55, Paris, INED, 1970.
423 p.
FLEURY, M. & HENRY, L. Nouveau manuel de. dépouillement
et d ' exploitation de l'état- civil ancien. Paris,
INED, 196 5. 182 p.
GAUTIER, E. & HENRY, L. La populacion de Crulai parois
se normand. Cahier nQ 33, Paris, INED, 1958. 289 p.
GEORGE, Pierre. Geografia da população. São Paulo, Di_
fei, 1974.11 7 p.
HENRY, Louis. Curso de Demografía Histórica, notas de
aula. Departamento de Historia, Universidade Fede_
ral do Paraná. 1974.
_. Manuel de demographie historique. Paris,Droz,
1967. 146 p.
- 119- /
. Movimento da população. Curso mimeografado.
KUBO, Elvira Mari. Aspectos demográficos de Curitiba no
•século XIX: 1801 - 1850. Dissertação de Mestrado,
1974. 124 p.
LEÃO y Ermelino .Agostinho de. Diccionario histórico e geo
gráfico do Paraná. Curitiba, Empresa Gráfica Parana
. ense, 1926.
MARCÎLIO, Maria- Luiza. La ville de São Paulo peuplement
et population: 1750-1850. Paris, Université d.e Rouen,
1968. 234 p.
MO.REIRA, Júlio E. Caminhos das' Comarcas de Curitiba e
Paranaguá. Curitiba, 1975, v. 3.
NUNES, Altamirano. O municipio da Lapa. Curitiba, Tipo_
grafia da Penitenciária do .Estado, 19 24.
O Estado do Paraná. Ed. Brazil, 1922. 175 p.
PRESSAT, Roland. Et análises demográfico-métodos, resul
tados, aplicaciones. México, Fondo de Cultura Econo_
mica, 1973. 440 p.
SALZANO, M. & FREIRE-MAIA, N. Populações brasileiras-as
pecios demográficos, genéticos e antropológicos. São
Paulo, Ed. Nacional, 1967. 177b p.
I N D I C E D E
Q U A D R O S
T A B E L A S
E G R A F I C O S
ÍNDICE DE QUADROS
Total de batizados, casamentos• e óbitos.
Populaçao Livre e Escrava. Paróquia de
Santo Antônio da Lapa. 1769-1818
Razão de masculinidade. População Livre.
Paróquia de Santo Antônio da Lapa.
1769-1818
Taxa média d.e mortalidade infantil por pe_
rtodos de 10 anos. População Livre. Pa-
róquia de Santo Antonio da Lapa.
1769-1818
ÍNDICE DE TABELAS
Populaçao da Paróquia de Santo Antonio da
Lapa. População Livre e Escrava, nos anos
de 1 777, 1 778, 1783, 1 788 e 1 793
Crescimento médio anual da população, Po-
pulaçao Livre e Escrava. Paróquia de San_
to Antonio da Lapa, nos anos de 1777,1178,
1 783, 1 788 e 1793
Crescimento anual e estrutura por sexo da
população. . População. Livre. Paróquia de
Santo Antônio da Lapa, nos anos de 1777 ,
1778, 1783, 1788 e 1 793
Distribuição da população por sexo e ida-
de. População Livre. Paróquia de Santo
Antônio da Lapa. 1783 •
Distribuição da população por sexo e ida
de. População Livre. Paróquia de Santo
- 12 -
Antonio da Lapa. 17 88 .• 33
6. Distribuição da população por sexo e ida
de. População Livre.. Paroquia de Santo
Antonio da Lapa. 1 793 34
7. Repartição da população por grandes gru
pos etários. População Livre. 'Paróquia
de Santo Antonio da Lapa, nos anos de 1777,
1 778, 1 783 e 1788 . 35
8. Razão de masculinidade por grupos etãri_
os. População Livre. Paróquia de San_
to Antonio da Lapà. 1 79 3 38
9. Movimento anual de batizados, casamentos
e óbitos. . População Livre. Paróquia de
Santo Antonio da Lapa. 1769-181-8.... 40
10. Movimento anual de batizados, casamentos
e óbitos. •População Escrava. Paróquia
de Santo Antonio da Lapa. 1 769-1818 41
11. Médias qüinqüenais de batizados, casamen
tos e óbitos. População Livre. Paróquia
de Santo Antonio da Lapa.. 1 769-1818.-. 48
12. Médias decenais de batizados, casamentos
e óbitos. População Escrava. Paróquia
de Santo Antônio da Lapa. 1 769-1818... 48
13. Movimento sazonal de batizados. Compa
ração dos meses máximos e mínimos obser
/
vados em diferentes paróquias 55
14. Movimento sazonal de batizados. Popula^
ção Livre. Paróquia de Santo Antônio da
Lapa. 1 769-1818..... 56
Movimento sazonal de casamentos. Popu
lação Livre. Paróquia de Santo AntÔ_
nio da Lapa. 1769-1818
Movimento sazo'rial <¿e casamentos. Compa
rados meses máximos e mínimos observa^
dos em diferentes paróquias ...
Movimento sazonal de óbitos. Compara
ção dos meses máximos e minimos obser-
vados em diferentes paróquias.
1769-1818 .
Movimento sazonal de óbitos. População
Livre. Paróquia, de Santo Aiitônio da
Lapa. 1769-1818
Freqüência de batizado.s de criança,sile
gitimas. Populaçao Livre. Paróquia
de Santo Antonio da Lapa. 1769-1818...
Freqüência de batizados de crianças ex_
postas. População Livre. Paróquia de
Santo Antonio da Lapa. .1769-1818.
índice de natalidade. População Livre
e Escrava. Paróquia de Santo Antonio
da Lapa, nos anos de 1777, 1778, 1783,
1788, 1793, 1798 e 1 80 8........ J
Índice de nupcialidade. População Li_
vre e Escrava. Paróquia de Santo AntÔ_
nio da Lapa, nos anos de 1 777, 1 7-78,
178 3, 1788, 1 79 3, 179 8 e 1808.,<
Índice de mortalidade. População Livre
e Escrava. Paróquia de Santo Antônio
da Lapa, nos anos de 1 777, 1 778, 1 783,
- 124 -
17883 1 793y 1 798 e 1808 73
24. Proporção do celibato definitivo segundo
os registros paroquiais. População Li-
vre. Paróquia de Santo Antonio da Lapa.
1 769-1818 1 . ! 75
25. Celibato definitivo (números absolutos).
População Livre. Paróquia • de Santo Anto_
nio da Lapa. 1769-1818 77
26. Freqüência dos recasamentos (números ab-
solutos). População Livres Paróquia de
Santo Antônio da Lapa. 1769-1818 78
27. Origem dos nubentes por categoria. Popu
laçao Livre. Paróquia de Santo Antônio
da Lapa. 1769-1818 '. • 81
28. Origem e residência, dos cônjuges anteri-
or ao casamento. População Livre. Paró_
quia de Santo Antônio da Lapa. 1769-1818...... 82
• 29. Localidades de origem dos nubentes. Po_
pulação Livre. Paróquia de Santo Antô-
nio da Lapa. 1769-1818 . 85
30. Repartição de óbitos por idade. Popula
çao Livre. Paróquia de Santo Antônio da
Lapa. 1769-1818 88
31. Óbitos segundo o estado civil. Popula
çao Livre. Paróquia de Santo Antônio da
Lapa. 1769-1818 89
32. Movimento sazonal de mortalidade infan-
til. População Livre. Paróquia de San
to Antônio da Lapa. 1769-1818 91
12 5-
33. Taxa média de mortalidade infantil por pe_
riodo de cinco anos. Populaçao Livre.
Paróquia de Santo Antonio da Lapa.
1769-1818. 93
34. Repartiçao de .óbitos por "causa-mortis ".
População Livre. Paróquia de Santo Antô_
nio da Lapa. 1769-1818 94
35. Freqüência dos prenomes masculinos. Po_
pulaçao Livre. Paróquia de Santo Antonio
• da Lapa. 1769-1818... 97
36. Freqüência dos prenomes femininos. Popu
lação Livre. Paróquia de Santo Antonio da
Lapa. 1 769-1818 98
1. Pirámide de ida.des. Paróquia de Santo An_
tonio da Lapa. População Livre. : 1 779 36
2. Pirâmide de idades. Paróquia de Santo An_
-tonio da Lapa. População Livre. 1782 36
3. Pirâmide de idades. Paróquia de Santo An
tonio da Lapa. 1 790 36
4. Movimento anual de batizados} casamentos
e óbitos. Paróquia de Santo Antonio da
Lapa. População Livre. 1769-1(118 43
5. Movimento anual de batizados,calamentos e
: óbitos. Paróquia de Santo Antonio da La
pa. População Livre. 1 769-1818 44
6. Movimento anual de. batizados, casamentos
e óbitos. Paróquia de Santo Antonio da
Lapa. População Escrava. 1769-1818 45
Numero anual médio de batizados e casa
mentó s por periodos de 5 anos. Paró-
quia de Santo Antonio da Lapa. Popula
gao Livre. . 1769-1818
Numero anual médio de batizados e óbi_
tos por periodos de 5 anos. Paróquia
de Santo Antonio da. Lapa. . População
Livre. 1769-1818
Numero anual médio de batizadoscasa
mentos e óbitos por periodos de 10 anos
Paróquia de Santo Antonio da Lapa. Po_
pulação Escrava. 1 769-1818
Movimento sazonal de batizados. Paró_
"quia, de Santo Antonio da Lapa-. Popula
ção Livre. 1769-1818
Movimento sazonal de casamentos. Paró_
quia de Santo Antônio da Lapa. Popula
ção Livre. 1769-1818,
Movimento sazonal, de óbitos. Paróquia
de Santo Antonio da Lapa. População Li_
vre. 1769-1818
Movimento sazonal de mortalidade infan_
til. Paróquia, de Santo Antonio da La
pa. População Livre. 1 769-1818