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Movimento Populacional Da Lapa

Este documento descreve a história inicial do povoamento da Paróquia de Santo Antônio da Lapa entre 1769 e 1818. A povoação teve início ao longo do Caminho de Sorocaba a Viamão. Dois bandeirantes mapearam a região em 1729 e abriram uma rota de comunicação. Ao longo dos anos, a população foi crescendo à medida que mais pessoas se estabeleciam na região.
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Movimento Populacional Da Lapa

Este documento descreve a história inicial do povoamento da Paróquia de Santo Antônio da Lapa entre 1769 e 1818. A povoação teve início ao longo do Caminho de Sorocaba a Viamão. Dois bandeirantes mapearam a região em 1729 e abriram uma rota de comunicação. Ao longo dos anos, a população foi crescendo à medida que mais pessoas se estabeleciam na região.
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MOVIMENTO POPULACIONAL DA LAPA - 1769 - 1818

POR

MARÍLIA SOUZA DO VALLE

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA

SETOR DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

CURITIBA - 1976
-2-

simÄRio

INTRODUÇÃO 4

PRIMEIRA PARTE

A PARÓQUIA DE SANTO ANTÔNIO DA LAPA 7

SEGUNDA PARTE

AS FONTES. MÉTODOS E TÉCNICAS

Capítulo I: As f o n t e s , apresentação, conteúdo e.

crítica . .. ." . 15

Capítulo II: Os m é t o d o s e as t é c n i c a s 26

TERCEIRA PARTE

A POPULAÇÃO DA P A R Ó Q U I A DE SANTO ANTÔNIO DA LAPA : 1769-1818

Capítulo I: E s t r u t u r a da população = 30

Capítulo II: Dinâmica da populaçao 39

CONCLUSÃO 101

ANEXOS . . 104

FONTES E BIBLIOGRAFIA 117

ÍNDICE. DE Q U A D R O S , TABELAS E GRÁFICOS .121


I N T R Ü D U . Ç A 0
Introdução

0 presente trabalho, apresentando seus resultados como

Dissertação de M e s t r a d o , está integrado no P r o g r a m a de pes-


quisa do Departamento de História da Universidade Federal

do Pararía.^

A Dissertação, tendo como campo de p e s q u i s a a Paróquia

de S a n t o Antônio da Lapa, é baseada na determinação da nata

lidade, nupcialidade, mortalidade e estrutura de uma popula

ção que apresenta características pré-malthusianas. Para

tal, foi escolhido o período que vai de 1769 a 1818, sendo

analisados, portanto, os primeiros cinqüenta anos de sua for

mação populacional.

0 estudo da população lapeana compreende a analise dos

aspectos demográficos por meio da exploração sumária dos re

gistros paroquiais de batizados, casamentos e óbitos, con

servados no Arquivo Paroquial da flatriz de Santo Antônio da

Lapa e de Listas Nominativas de H a b i t a n t e s , existentes no

Departamento do Arquivo do Estado.de São Paulo.

Para a realização ao levantamento e-exploração dos da

dos, foram utilizados os m é t o d o s ' e técnicas preconizados por


2
Michel Fleury e Louis Henry, ia a d a p t a d o s ao caso brasilei

ro em p e s q u i s a s anteriores, r e a l i z a d a s • no Departamento de

História da Universidade Federal do Paraná.


í
/ BALHANA, Altiva Pilatti. Historia demográfica do Para
nã . Boletim da U n i v e rs i d a d e - F e d e r a 1 do Paraná . C u r i t i b a , Cc n_
"Velho' de P e s q u i s a s , 1JJ: 27- 36 . " 1 9 7 0 .
2 .
F L E U R Y , rr. & H E N R Y , L. N o u v e a u ma n ue 1 d e de po u i 11 eme n t
et d ' e x p l o i t a t i o n de l'état civil ancien. Paris, INED.1965.
182 p.
-5-

A Dissertação, teve como orientadora a professora Alti


3
va P i l a t t i Balhana e sugestões pessoais de Louis Henry e de
4
Jacques Bertin, quando pre 1eciona ram cursos na Universidade

Federal do Paraná.

Considerando ainda que a região dos Campos Gerais, con

forme análise realizada por Brasil Pinheiro Machado,^foi uma

região de p o p u l a ç ã o absenteísta, na qual a ocupação somente

foi efetivada através do e s t a b e l e c i m e n t o de fazendas espar

sas, cujos proprietários geralmente se e n c o n t r a v a m ausentes,

foi p r o c u r a d o verificar como ocorreu o p o v o a m e n t o da P a r ó q u i a

de Santo Antônio da Lapa. e - a p r o g r e s s i v a fixação dos seus ha_

hitantes, indicando-se as regiões que mais contribuíram com

os c o n t i n g e n t e s populacionais que deram início a povoação da

região.

Neste ponto, ficam os a g r a d e c i m e n t o s a todos aqueles

que direta ou indiretamente contribuíram para a realização

desta Dissertação.

3
HENRY, Louis. -Curso de D e m o g r a f í a Histórica. Departa
mentó de H i s t ó r i a , Universidade Federal do P a r a n á , 1974.
/ '

4
BERTIN, Jacques. Curso de S e m i o l o g í a Grafica. Departa
mentó de -Historia, U n i v e r s i d a d e Federal do Paraná,' 1975.
^BALHANA, Altiva Pilatti. et alii. Campos Gerais e es_
truturas agrárias. Curitiba, Departamento de H i s t o r i a , UnjL
versidade Federal do P a r a n á , 1968..'' p. 3 9.' -
P R I M E I R A P A R T E

A P A R Ú Q U I A D E

S A N T O A N T O N I O D A L A P A
A PAROQUIA DE S A N T O ANTONIO DA LAPA

O povoamento da Lapa teve origem no Caminho que de Soro

caba ia a Viamão, o qual era utilizado para a p a s s a g e m de tro

pas.

Os descobrimentos realizados pe.la b a n d e i r a de Zacarias

Dias Cortes, levaram o governador da Capitania de São Paulo

a ordenar a realização de duas bandeiras, as q u a i s .tinham p o r

finalidade a abertura de uma via de comunicação, a qual já

havia sido sugerida anteriormente pela Corte, e para o que

se p r o p o s fazer, em 17)20, B a r t o l o m e u Paes, Manuel Godinho e


1 « '

Luiz Pedroso de Barros.

Tais bandeiras, a 10 de maio de 1729, foram organizadas

e confiadas ao sargento-mor Francisco de S o u z a Farias e ao

tenente-coronel Manoel Rodrigues da Mota, que fora indicado

pela Câmara de Curitiba. A bandeira confiada â Scuza Farias

seguiu mais ou m e n o s o mesmo roteiro realizado por Zacarias

Dias Cortes. Manoel Rodrigues da Mota deveria abrir picada

até' os campos de Lages, e Souza Farias, de Laguna a t é eji

contrar-se com a do Mota, t e n d o a m b a s as b a n d e i r a s o objetjl


~ 2
vo de facilitar.a c o m u n i c a ç a o a t e a C o l o n i a do S a c r a m e n t o .

. Em 1730 foi iniciada a-abertura do Caminho e, um ano de_

pois o mesmo foi concluído. A abertura desse caminho,custou

na época para o governo da Capitania de São Paulo,a importâ_n


3
cia de m a i s ou menos 400 mi 1 re i s .

^VISCONDE DE P O R T O SEGURO, Varn.hagen, . H i s t ó r i a G e r a l do


Brazil. Rio ' de J a n e i r o , Laemmert, 29 ed.. Tomo II. p.- 8 5 2 .
' ?
BOLETIM do A r q u i v o Municipal de Curitiba. Documentos
:
para a história do Paraná. Curitiba,/ Impressora Paranaense,
V. £ . p. 63-64 . . . \

3
B0LETIM, V. 9. p. 22. - ,
Primitivamente, essa via de c o m u n i c a ç ã o passava por Cjj

rit iba e pelas povoações de Campo Largo e São José dos Pinhais.

Porém com a abertura, da Estrada da Mata, que do Rio Ne

gro ia para o sul, as tropas passaram ao curso mais direto se

guindo da Lapa ao Rio dc R e g i s t r o . Após a abertura da e_s

trada, o governo da C a p i t a n i a de São Paulo criou o registro

para cobrança da passagem do gado ã margem do rio Iguaçu.

Mais tarde,- as caravanas que vinham pelo caminho de La

ges e os t r o p e i r o s que de São Pedro do-Sul seguiam para Soro-

caba, n o r m a l m e n t e faziam seu pouso nas c e r c a n i a s de Capão Al_


4
to, primeira denominação dada a região.

A criação de gado havia sido a principal e quase única

atividade até a abertura da S o r o c a b a - V i a m ã o , após o que tive_

ram início outras atividades, com o a p a r e c i m e n t o de novos mo

radores, os quais proporcionavam assistência aos tropeiros e

às suas tropas, fornecendo alguns dos produtos de que necessi

tavam.^ ,

Eram f r e q ü e n t e s as c o n c e s s õ e s de licença pela Câmara Mjj

nicipal de C u r i t i b a , para o comércio em Santo Antônio, da La_

pa, como o seguinte:

Pelo presente-Alvara consedemos licença ao suplicante o


Coronel Ch.ristovão Pereyra para que possa na paragem do
Registo, e na fazenda dos Carlos mandar vender por Jose
ph Moreyra Silva todo o genero de fazenda seca, e m o l h £
dos que se lhe o f f e r e ç e r e m para c o s t i a m e n t o de suas tro
pas... S .
— _ — — : ; ; : _

LEÃO, Ermelino Agostinho de. Diccionario hi "s to rico- e


- geográfico do Parana.- Emp re za Gráfica P a r a n e e n s e .„•' C uri ti b a:,
1926, V. 3. p. 1133.
^ M Q R E I R A , Júlio E. Caminhos das Comarcas de Curitiba e
Paranaguá. Curitiba, 1975, v. 3. p. 897.
6
B0LETIM, v. 13. p. 30.
- 9- /

Foi o mesmo Christovao Pereira de A b r e u , a primeira Pe¿

soa a t r a n s i t a r com uma tropa em 1731, pelo caminho que aca

bara de ser c o n c l u í d o , com 800 c a b e ç a s de gado vacum e cava

lar, levando cerca de treze m e s e s , para a realização de tal


7
viagem. -
Nesse ano havia ficado estipulado que o registro da pa_s

sagem de gado seria de dois mil réis por cavalgadura e uma

pataca e meia por boi ou v a c a , baixando posteriormente, numa

primeira tentativa para que. o c o m é r c i o de gado se t o r n a s s e mais

freqüente . ^

Por d o c u m e n t o datado de 13 de maio de 1788, do governo

da C a p i t a n i a de São Paulo, foi concedida, uma sesmaria de ter

ra aos p o r t u g u e s e s João Pereira Braga e sua mulher Josefa

Gonçalves da Silva, fundadores da localidade, cujo terreno

provavelmente foi d e m a r c a d o a 13 ds junho de 1769. Nesta

mesma d a t a , a Lapa foi canónicamente erecta pelo Bispo de São

Paulo, com a d e n o m i n a ç ã o de Freguesia |de Santo Antônio da

Lapa. i

Da e r e c ç ã o , extensão e limites da F r e g u e s i a , consta o se

guinte, em d o c u m e n t o datado a 17 de junho de 1785.

"Esta Freg3 da Lapa (assim denominada de huma lapa que


lhe está vizinha) foi erecta a 13 de junho de 1769. 0
seu O r a g o h é o Snr. Santo Antônio, a quem se d e d i c o u a
sua Igreja Parochial. Começa o seu limite do Ribeirão
chamado de IzabelAlz' q. está junto à Lagoa das almas,
3
e se divide da F r e g de São José e termina na E s t i v a que
3 a
'está no me y o do S e r t ã o q.: se e s t e n d e p a C das Lagoas.

7
REVISTA do Instituto'.Histórico . e G e o g r á f i c o do Brasil.
ç
Tomo LXIX, 1 parte. p. 256.
8
BOLETIM, v. 2. p . 20. ' ",".••
- 10 -

Da F r e g a de C o r y t i b a , a divide o Rio do R e g i s t r o - e dahi


todoo terreno inculto q. vay até as serras do mar, lhe
pertende. Eis aqui os seos limites assim na extensão
como na c i r c u n f e r e n c i a ; delles está de p o s s e d e s d e a sua
- „ 9
erecçao.

Os f u n d a d o r e s da Freguesia de Santo Antônio da Lapa vie^

ram ao Brasil em p r i n c í p i o do século XVII, por o r d e m do sar

gento-mor Manoel Gonçalves de A g u i a r , comandante da praça de

Santos... P r i m e i r a m e n t e residiram na Fazenda São Carlos, pró_


10
xima a Freguesia de Nossa Senhora do T a m a n d ú a e de CapaoAlto.

A eles vieram juntar-se outros moradores e já nos meados

do século XVIII, o anti'go pouso do Capão A l t o , contava com

um bom número de habitantes.^

Em 1769, foi construída uma'capela, a qual serviu duran

te muitos anos de Igreja Paroquial, no local onde hoje s.e e_n

contra a Igreja. M a t r i z . • primeiro registro de b a t i z a d o s da_

ta de 13 de junho de 1769 , tendo sido realizado pelo primei_

ro v i g á r i o , Padre João da S i l v a Reis que, ordenado em São

Paulo, ex-vigário da P a r ó q u i a de São José dos P i n h a i s , foi

coadjutor do v i g á r i o de C u r i t i b a e cuidou durante muito tem

po da C a p e l a de Tamanduá.

Durante a realização das expedições de d e s c o b e r t a e ex_

ploração- dos rios do Registro, Tibagi e outros, determina

das p e l o coronel Afonso Botelho de S a m p a i o ¿ Souza, esteve

por algum tempo a c a m p a d a , em Santo Antônio da Lapa,uma compa

nhia de a u x i l i a r e s . No dia 10 de f e v e r e i r o de 1771, Afonso

Botelho fez a i n s p e ç ã o local, providenciando o n e c e s s á r i o pa_

9
LIVR0 do T o m b o . n 9 \Ji , Lapa / 1785- 108 2 .' ' A r q ü i v o da Pa .

rõquia de Santo A n t ô n i o da .Lapa, D o c u m e n t o m a n u s c r i t o . p. 2


i n i '
LIVRO do T o m b o , n 9 2, ' 1882- 1884 . p. 8.
11
B0LETIM, v. 13. p. 51.
- li-

ra . o a u m e n t o da nova Freguesia.

Em 1773, já havia na F r e g u e s i a o cargo de Juiz Ventanea

rio, o c u p a d o por José da. Veyga de G o d o y , cuja nomeação foi


13 -

efetuada no dia 2 de junho de 1773. ~ .Foram t a m b é m juízes.ven

tanários, Joaquim José Leite, Domingos Nunes de Oliveira

e José A n t ô n i o Dias. A 3 de n o v e m b r o de 1777 , foram indica_

dos José dos S a n t o s Pacheco e João Barbosa Calheiros, como

feitores da Freguesia.

Dois anos depois,.f o i ^determinado • que por e s t a r ã muito tern

po a u s e n t e o capitão dei o r d e n a n ç a , Antônio G o n ç a l v e s dos Reis,

se n o m e a s s e a Francisco Teixeira Coelho como t a l , o qual ser

via no posto de alferes.

Havia ainda, além destes postos, o de a l m c t a c e 1 (fiscal

e aferidor de p r e ç o s ) , o qual foi ocupado pelo alferes João

Barbosa Calheiros, pelo tenente-coronel Manoel Francisco de

Medeiros, João Gonçalves Barreiro, tenente Domingos P e 14


reira

da S i l v a , capitao Antonio Teixeira Coelho e por outros.

Em 1806 , o c a p i t ã o Francisco Teixeira Coelho e m p e n h o u - s e

em e l e v a r a Freguesia ã Vila, passandc procuração aos militja

res para que p r


"Pella reez
qeun
etre
e s snossa
e m d iPlriogcêunrcaiçaa:m por hum denos falta a
por todos assignada Constituimos nossos bastantes Pro-
es
curadores na cidade de S. Paulo aos Snr Coronel Jose
am
Vaz de C a r v a l h o o Cap José de A n d r a d e e Vas con ce II os
p.3 que q u a l q u e r delies in s o l i d u m como se p r e s e n t e fos_
sernos possa em nosso nome requerer o que for abem denos
,sa J u s t i ç a perante Illmo. e Exmo. Snr. General afim de
3
a l c a n ç a r m o s graça d e m a n d a r e r i g i r esta F'regr. em vi_l
la ' mandando"- c r i a r J u s t i ç a o r d i n á r i a , 'com J uri.s di_
12 r
--" NUNES, Altamirano. 0 município da Lapa. Curitiba", Ti_

p o g r a f i a da P e n i t e n c i á r i a do E s t a d o , 1924. p. 8.
; 1 3 B 0 L E T I M , v. 30. p. 14.
14
B0LETIM, v. 3_1. p. 27 , 56 ,. 87 , 96 e 102.
-12-

ção civil, e criminal, e Juiz de Orp.haons para cujo


fim poderão aSignar os termos e acttos nesseçarios on
de comp eti r . . . " ^

A procuração seguiram-se requerimentos pedindo a eleva

ção da F r e g u e s i a ã categoria de V i l a , especificando as difi-

culdades de c o m u n i c a ç ã o que havia com C u r i t i b a , a quem a Fre

guesia estava juridicamente subordinada. Ainda em 1806,quan_


i
do a F r e g u e s i a já c o n t a v a com "trezentos e tantos fogos",foi

mandado edificar por seu c o m a n d a n t e , os p r é d i o s que deveriam

s e r v i r de Câmara e de C a d e i a . No r e q u e r i m e n t o para elevaçáo

daVila, datado de 26 de f e v e r e i r o de 1806 , feito * pelo procu^

rador José Va. z de Ca rva 1 ho , a 1 e ga va - se pr i n c i p a 1 me n t e , o atra

so com que eram resolvidos os a s s u n t o s jurídicos e as desor

dens que ocorriam devido as d i f i c u l d a d e s existentes para a

resolução dos assuntos forenses:

"Illmo. e Exmo. Snr. -


3
Dizem os m o r a d o r e s da F r e g de A n t ° da L a p a , termo
a e -
da V da C u r i t i b a q. elles se achao nas p r e c i z a s Cir-
c u n s t a n c i a s de i m p l o r a r a V.Ex.ca a e s p e c i a l graça de
a a a a e
m a n d a r C r i a r em V. ad. F r e g . , p.q. ficando, esta distan_
~ es
te daquela mais' de 16 L e g o a s , e x p e r i m e n t a o os Sup.
o a
g r a v i s s i m o e m C o m o d o qd. lhe he n e s e s a r i o r e c o r e r ad.
V.a nas d e p e n d e n c i a s da Justiça tanto em rezão da dis_
e r
tancia como pela pasagem do Rio do R e g i s t o (1) q. p.
ser r e m a t a d o nele pagão em t o d a s as o C a z i o e n s do seu
transporte, e pela demora quelhe mctivão os negocios
forenses... com grande atrazo da L a v o u r a . . . e os ma_l
f e i t o r e s serão C o h i b i d o s dos seus insultos tendo a Jus
4. • • mais
tiça • perto.-.. „16
/• -

Em 6 de junho de 18Ö6, a Freguesia passou ã categoriade


Vila,, com a . de nomi n ação de Vila Nova do P r í n c i p e , por Porta-
" "^DOCUMENTOS INTERESSANTES pára a história de costumes
de São Paulo. São.Paulo, Secretaria de Educação-Departamen-
to do A r q u i v o do E s t a d o de São P a u l o , I V . p. 122
16
DQCUMENT0S INTERESSANTES, IV. p. 123-124.
- 13 -

taria do G o v e r n o de São Paulo, sendo instalada a 11 de junho


do mesmo ano. A seguir, procedeu-se na Casa da Câmara Muni.
cipal, a eleição dos Juizes Ordinários e Vereadores que deve
riam exercer o mandato na p r i m e i r a legislatura.
Foram escolhidos Gabriel da Silva Sampaio e Francisco
dos Santos Pacheco, Juizes Ordinarios, José Martins França,
.José Vieira Gonçalves e Manoel Rodrigues Maciel, Vereadores,
João Ferreira. T o r r e s , Procurador da Câmara e o capitão Salva
17
dor Gomes Ferreira,Juiz de Órfãos,

17
LIVRO OE E L E I Ç Õ E S . np 1, L a p a , 1606 - 1632. Documeri
<
to manuscrito. p. 4.
S E G U N D A P A R T E

F O N T E S

M É T O D O S E' T É C N I C A S
- 15- /

CAPÍTULO I

AS FONTES: APRESENTAÇÃO

No p r e s e n t s estudo foram utilizados dois tipos de fori,

tes, quais sejam, as séries de' r e g i s t r o s paroquiais e as L i s_

tas N o m i n a t i v a s de 'Habitantes.

0 primeiro tipo de fonte pode conduzir a análises acsr

ca do m o v i m e n t o populacional da Lapa, já o segundo permitiu

a observação das características demográficas de m a n e i r a mais

global, tendo-se assim, uma visão de c o n j u n t o da população.

1. Os livros de r e g i s t r o s paroquiais

Previamente, já havia sido realizado, em 1969, pelo D_e

partamento de H i s t ó r i a da Universidade Federal do P a r a n á , o

trabalho de L e v a n t a m e n t o do A r q u i v o Paroquial de Santo Antó_

nio da Lapa,''' i n t e g r a n t e do P r o j e t o de L e v a n t a m e n t o e Arrola


2
men to de Arquivos.

Neste levantamento ficou constatada a existência de sé

ries completas de r e g i s t r o s de b a t i z a d o s , c a s a m e n t o s e óbitos,

os quais constituiam na o c a s i ã o , sessenta e tris livros de

batizados, vinte e seis livros de c a s a m e n t o s e nove livros

^COSTA, Oda h R e g i n a Guimarães â LOURES, Rachel C.R. Ar


q ui vos da cidade da Lapa. Boletim da U n i v e r s i d a d e Federal
do P a r a n á . Curitiba, F un de par, 8_: 1 - 1 1 4 . 1969.

2
BALHANA, Altiva Pilatti S WESTPHALEN, Cecília liaria.
Levantamento e arrolamento de arquivfcs. Boletim da Univers!
dadë Federal do P a r a n á . Curitiba, Departamento de História,
10: 1-10. 1970.
- 16 -

de ó b i t o s , todos contendo registros a partir de 1769,

Para o período de 1769 a 1518, foram utilizados os s£

guintes livros :

a) BATIZADOS

1 . Batizados. Livro n ° 1. 1769 - 17 9 7, 210 fis .

2 . Batizados. Livro n9 2. 1797 - 1816. 244 fis ,

3. Batizados. Livro n9 3. 1816 - 1824. 182 f Is .

CASAMENTOS

1 . Casamentos. L i V r o n9 1 , 1769 - 1812. 210 fis

2. Casamentos. Livro n9 2 . 1812 - 1844. 133 fis

ÕBITOS

1. Ö b i t o s . Li vro n9 1 . 1769 - 1814. 152 fis •

2. O b i t o s . 'Livro n 9 2. 1814 - 1854. 133 fis •

CRÍTICA E CONTEÚDO

Os livros de r e g i s t r o s de b a t i z a d o s nao seguem rigorosa

mente a ordem cronológica, pois ocorre serem encontrados re

gistros de anos anteriores, feitos mais tarde para aproveita

mento de "espaços- em- b r a n c o . Assim, por exemplo, podem ser en

contrados registros de 1812, anotados junto aos r e g i s t r o s cor

respondentes ao ano de 1818. Foi observada também a repeti_


an
çãode alguns registros, estando os m e s m o s muitas vezes 2.

tados na mesma página. #

No Livro n9 1 de C a s a m e n t o s , ocorre a ausência de regis_

tros para o ano de 1810, fato este inexplicável porque seria

impossível que para a população livre, nesse ano, não houves


-17-

se um único registro a ser feito,

Pelos registros observa-se que a população era formada

por brancos, negros e mestiços, constando ainda a condição

de bastardos, administrados e bugres.

Durante a coleta de dados, foi notado que, em geral,nos

livros encadernados, muitas vezes aparece a falta de peque-

nos trechos de registros, o que poderá trazer dificuldades a

reconsti tuição de famílias; pois as lacunas referem-se prin_

cipalmente aos nomes. A variação no conteúdo e q u a l i d a d e dos

registros quanto à sua apresentação, legibilidade e precisão

das informações anotadas, pode ser acompanhada em f u n ç ã o " da

mudança da pessoa encarregada de fazê-los.

a] BATIZADOS

Os registros de batizados eram redigidos de maneira bas_

tante sumária, fornecendo a margem esquerda da folha, o nuitis

ro de.ordem, preñóme e, às vezes, indicações sobre a ,legiti_

midade ou não, ou ainda a condição social do batizando.

Cada. r e g i s t r o de batizado contém as seguintes informa-

ções:

- dia, mis e ano do batismo;

- local do batismo, se na sede da Paróquia, em capelas fili,a

das ou ainda em casas particulares;

- indicação ou nome do sacerdote que presidiu a cerimônia de


i

batismo e colocou-os santos óleo^, referindo se foi reali^

zado ou n ã o , 'sob condição em presentís m o r t i s :

- preñóme da -criança o u adulto;

- legitimidade [variando em legítima, ilegítima, engeitada

ou adotiva);
-•18-

- prenomes e nomes dos pais., ou filho de pai incógnito ou de

pais incognitos,

- estado civil dos pais; -

- condição social dos pais, constando às vezes a sua natu ra

lidade;

- prenome.e nome dos padrinhos;

- estado civil dos padrinhos;

- residência dos pais;

- assinatura do sacerdote.

Ao lado esquerdo de tais registros aparecem, ainda, ano

tações posteriores referente ao c a s a m e n t o dos batizandos.

Nesse período encontra-se muitas vezes a referência ino

ce nt e, i n d i c a n d o que se t r a t a v a de uma criança. Nos batiza_

dos de p e s s o a s adultas, a situação de adulto era mencionada,

mas sem p r e c i s a r , na m a i o r i a das vezes,' a i d a d e do batizando.

Com relação à idade de c r i a n ç a s , esta anotação é muito

variada, ora aparece simplesmente como criança, ora aparece

a anotação com mais ou m e n o s tantos d i a s , ou a i n d a quando'ela

é mais completa, trazendo o dia do nascimento.

Quando se t r a t a v a de r e g i s t r o s de pessoas que ocupavam

posição proeminente no meio s o c i a l , os r e g i s t r o s eram feitos

de m a n e i r a a mais completa possível, apresentando riqueza de

detalhes, como é o caso de r e g i s t r o s onde constam os nomes

dos avós- m a t e r n ' o s e paternos.

As r e f e r ê n c i a s sobre a condição jurídica de e s c r a v o , l_i

b e r t o , forro ou a d m i n i s t r a d o , e r a m , de modo constante mencio_

nadas. Ha a i n d a , nos registros de b a t i z a d o s , a q u e l e s que são

simples confirmação do ato passado em o u t r a Paróquia.

Há i n d i c a ç ã o do e s t a d o civil dos pais dos batizandos,se

viúvos, solteiros ou s e p a r a d o s , constando inclusive o tempo


- 19- /

em que o casal está separado. Aparece ainda a indicação da

profissão, quando os pais ocupam algum lugar de destaque,co

mo é o caso de e n g e n h e i r o s , alferes, capitães,etc .

b) CASAMENTOS

Os registros de casamentos normalmente fornecem, a mar

gem esquerda da folha, o número de o r d e m , prenomes e nomes

dos contraentes, podendo constar a condição social além de

outras anotações.

As atas de c a s a m e n t o s contém os seguintes itens:

dia, mês e ano do casamento;

- realização das denunciações ou sem nenhuma indicação, dis_

pensa por consangüinidade, de proclamas, de afinidade, ou

sem impedimento algum, ou ainda, sem indicação;

- local da celebração do casamento;

- horário da cerimônia;

- sacerdote que realizou o casamento;

- prenomes e nomes dos nubentes;

- prenomes e.nomes.das testemunhas;

- estado civil dás testemunhas;

- local de origem dos nubentes;

- profissão do noivo ou sem indicação;'

- estado civil dos noivos (somente quando se trata de viú-

vo s J ;

- profissão dos pais ou sem indicarão;

- naturalidade dos noivos;

- assinatura do s a c e r d o t e e das testemunhas, ou sem indica-

ção.

Os registros de casamentos não trazem a idade dos nu


bentes. em todos os a n o s , Nos registros de p e s s o a s mais im

portantes, há i n d i c a ç ã o dos prenomes. e nomes dos avós mater

nos e p a t e r n o s , constando inclusive, quase sempre, a sua n£

turalidade, o mesmo ocorrendo em r e l a ç ã o a profis'säo dos nu


i
1
•bentes e de seus respectivos pais,

Considerou-se, no caso de casamentos, como sendo de e_s

cravos quando o noivo era escravo, ou ainda quando aparecia

no r e g i s t r o , como sendo filho de mãe escrava.

c) ÖBITOS

Os d o c u m e n t o s incluem de modo mais ou m e n o s constante,

as seguintes informações:

-dia, mi.seanodosepultamento;

- preñóme e nome dos falecidos;

- estado civil dos falecidos. No caso de v i ú v o s , constando

o nome do c ô n j u g e já falecido;

- local de r e s i d ê n c i a ou f r e g u e s i a a que pertencia;

- naturalidade do falecido;

- "causa-mort is" ou sem indicação;

- sacramentos recebidos;

- referência em caso de testamento;

- condição social do f a l e c i d o ou sem indicação;

•- local de s e p u l t a m e n t o e data do mesmo;

- assinatura do sacerdote.

/ Muitas vezes, junto ã ata do r e g i s t r o de ó b i t o , encon


i
.trà.-se o, .testamento feito pelo f a l e c i d o . / Em geral são indi

cadas a idade e a condição social. No caso deregistros de

crianças, várias vezes deixou-se de a n o t a r a idade, assim

como também vários registros não contém informação alguma s£


- 21 -

bre o estado civil dos f a l e c i d o s . A " c a u s a - m o r t i s " raramen-

te é indicada pois, em 1235 registros, apenas 101 contém in_ '

formações a respeito. Os registros completos são poucos e

dizem respeito a pessoas importantes da população.

OS R E G I S T R O S PAROQUIAIS: CRÍTICA

As séries de r e g i s t r o s paroquiais da p o p u l a ç ã o livre e.

escrava de b a t i z a d o s , casamentos e óbitos, perfazem um to-

tal de 5.737.

j QUADRO N9 1

TOTAL DE B A T I Z A D O S , CASAMENTOS E ÖBITQS

População Livre e Escrava

Paróquia de Santo Antônio da Lapa. 1769-1818


População livre •População escrava TOTAL
n9 s a b s . % n 9 s abs . %
3.251 88,53 421 11,46 3.672
BATIZADOS

CASAMENTOS 6 11 95,31 30 4,68 641

OBITOS 1.235 86,72 189 13,27 1 .424

TOTAL 5.097 88,84 . 640 . 11,15 5.737

Os r e g i s t r o s correspondentes ã população livre consti

tuem, para os três casos estudados, a maioria. A população

escrava apresenta, no t o t a l apenas 11,15 %,motivo pelo qual

a maioria das a n á l i s e s realizadas restringe-se ã população

livre.

Como tsm o c o r r i d o em outras paróquias estudadas, há djj


/

vidas quanto a existência de s u b - r e g i s t r o s nas atas corres


. »

pondentes ã população livre. Calculou-se, como para o caso


3 -
de C u r i t i b a , a razao de ma s culi nidade dos batizandos e a
:
3 " • .
K.UB0, Elvira Mari. Aspectos demográficos de Curitiba:
1801-1850. Dissertação de. M e s t r a d o . p. 34.
- 22 -

taxa de m o r t a l i d a d e infantil, utilizando-se os registros de

óbitos, cujos resultados são os seguintes:

a) Razão de Ma scu1 ini dade

QUADRO N9 2

RAZÄ0 DE MASCULINIDADE

População Livre

Paróquia de Santo Antônio da Lapa. 1769-1818

Período
1769-1778 1779-1788 1789-1798 1799-1806 1809-1818
anos
9 50 131 104 136 106

0 125 80 100 75 75

1 73 120 150 87 78

2 39 12 5 96 192 139

3 163 145 ' 121 122 101

4 157 105 100 127 101

5 200 82 58 14 0' 103

6 105 100 84 : 135 107

7 58 6 4. 37 137 122

8 70 115 103 106 86


TOTAL 104 106 95 125 101

Na d é c a d a correspondente aos anos de 1899-1808, possi_

velmente houve casos de sub-registros, pois o índice geral-

mente aceito não ultrapassa 110, e n q u a n t o o índice da razão

de ma scu1 i n i d a d e ao n a s c e r é normalmente em torno de 105 m_e


• 4

ninos para 100- m e n i n a s .

' Os m í n i m o s alcançados para a razão de masculinidade,lo

c a l i z a m - s e nos anos de 1772 e 1707C. Já os m á x i m o s , nos anos


de 1775 e 1802.
i
4
HENRY, Louis. Manuel de d e m o g r a p h i e historique. Pa-
ris, Droz, 1967. p. 37.
-23-

b) Taxa Média de Mortalidade Infantil

QUADRO N9 3

TAXA MÉDIA DE MORTAL I DADE. INFANTIL POR PERÍODO DE 10 ANOS

População Livre

Paróquia de Santo Antônio da Lapa: 1769-1818

T o t a l de
Período •s? *
Ba t i s mo s °/00
1769-1778 20 356 56,17

1779-1788 31 4'4 5 69,66

1789-179 8 60 541 - 110,90

1799-1808 117 813 14 3 , 6 3

1809-1818 164 1.096 149,63

TOTAL 392 3.251 120,57

* S? - óbitos de crianças com menos de um ano,

A taxa média de mortalidade infantil na P a r ó q u i a de Sajn

to A n t ô n i o da L'apa, no período compreendido entre 1769,- 1 8 1 8 ,

é de 120,57 °/00.

Normalmente, a taxa oscila em torno de 240 ^/O 0 , ^ o que

indica haver cerca de 50% de sub-.registros nos óbitos- de


ar

crianças com menos de um ano de idade. A taxa máxima de mor

talidade infantil verificou-se na década correspondente a

1809-1818 com 149,63 ^/00, sendo a mínima verificada entre os

anos de 1769-1778 com 56,17 °/00. •

2. As Listas Nominativas de Habitantes

As Listas Nominativas de Habitantes usadas para o estu

^HENRY, Louis. Manuel de demographie historique. Pa-


ris, Droz, 1967. p. 119.
- 24- /

do da p o p u l a ç ã o ,de Santo Antônio da Lapa encontram-se no D£


' 6
partamento do A r q u i v o do Estado de São Paulo.

As Listas fornecem dados para o estudo da popu lação., po_r

que a p r e s e n t a m algumas características da m e s m a , uma vez que

eram a r r o l a d o s chefes de d o m i c í l i o s , suas famílias, seus es"!

cravos e seus agre-gados.

Apesar de, na m a i o r parte das vezes, estas Listas apre

sentarem-se coro f a l h a s , constituem uma das p o u c a s fontes p_a

ra o estudo r e t r o s p e c t i v o da população*. De an t i go s censos eram

realizados sob a responsabilidade dos c a p i t ã e s - m o r e s que con

taram com a colaboração dos párocos, para o cumprimento des

s a t a re fa .

As L i s t a s em geral fornecem as s e g u i n t e s i n f o r m a ç õ e s pa^

ra cada fogo ou d o m i c í l i o : ,

- os p r e n o m e s e nomes do chefe de fami 1 i a , p r i m e i r a m e n t e , mes

mo quando se t r a t a v a de uma viúva ou de um chefe solteiro;

- prenomes e nomes da esposa do chefe do fogo;

- prenomes dos f i l h o s , varões, primeiramente, e meninas, em

seguida;

- se h o u v e s s e na f a m í l i a filhos adotivos, estes eram e n u m e r a_

dos como "expostos";

- prenomes e nomes dos m e m b r o s da família que h a b i t a v a m a me_s

ma casa, constando quase sempre o grau de parentesco¡

- idade de todos os m e m b r o s do domicilio;

- escravos de todas as idades.

Apesar da e x i s t ê n c i a de certos pontos deficitários, as

Listas Nominativas de H a b i t a n t e s apresentam a contagem da po

6 -
LISTAS Nominativas de H a b i t a n t e s . São P a u l o , Departa
9
mentó do A r q u i v o do E s t a d o de São Paulo. Latas n 203, 204,
205, 206 » 224 e 225.
- 25- /

pulação., a r r o l a n d o dados significativos, para análises demo

gráficas.
- 26 -

CAPÍT.ULO II

MÉTODOS E TÉCNICAS

1. Os r e g i s t r o s paroquiais

No levantamento dos registros paroquiais de batizados,,

casamentos e óbitos da P a r ó q u i a de Santo Antonio da Lapa e na

sua e x p l o r a ç ã o buscando conhecimentos quantitativos acerca da

população lapeana, foram utilizados métodos e técnicas propos

tos por M i c h e l Fleury e Louis Henry, no seu "Noveau manuel

de d é p o u i l l e m e n t et d ' e x p l o i t a t i o n de l'état civil ancien".7

0 levantamento foi realizado, como já f o i ' s a l i e n t a d o na

Introdução, em folhas nominativas abreviadas as quais foram

adaptadas para as c o n d i ç õ e s brasileiras, pela professora Al-

tiva Pilatti Ba 1 h ana, o c a s i ã o em que foram acrescentadas às

colunas originais, duas colunas referentes a cor e ã condi

çao social. Cada folha nominativa comporta o levantamento de-

40 atas de b a t i z a d o s e óbitos e 20 de casamentos, obedecendo

uma ordem cronológica anual. Em cada ata constam os.seguin-

tes itens:

- data j

-ata;

- sexo ;

legitimidade;

- " estado civil;

idade ;

-generalidades;

7
FLEURY, M. & HENRY, L. Noveau manuel de dépouillement
et d ' e x p l o i t a t i o n de l'état civil' a n c i e n . Paris, INED, 1965.
- 27- /

origerr);

residencia;

profissão;

assinatura;

preñóme ;

-nome ;

-cor;

condição social.

Concluído o arrolamento dos dados nas folhas nominati


V

vas abreviadas, foram elaboradas as tabulações,' prineiramen

te. a p r e s e n t a d a s por ano civil, procedendo-se posteriormente,

ã aplicação do m é t o d o de corte, por qüinqüênios a p l i c a d o s a

população livre e decênios à população escrava, cujos resu_l

tados permitiram a construção dos gráficos correspondentes.

Para a análise dos movimentos sazonais de batizados,ca

samentos e óbitos, os d a d o s f o r a m levantados por m ê s , o s quais

foram comparados com e s t u d o s realizados para outras paróquji


8
as quais sejam, São Paulo e Mogi das Cruzes, Curitiba, 1751
9 10
e 1800, e 1801 a 1850.
<f

Na a p r e s e n t a ç ã o e. r e d a ç ã o , foram observados métodos e

técnicas renovados da histo'ria.

ñ
M A R C Í L10, Maria Luiza. A çidc-de de São P a u l o : povoa
ment o e p o p u l a ç ã o , 1750-1850. São P a u l o , Pioneira, 1974.
p. 151, 1S3.
^ B U R M E S T E R , Ana Maria. População da Vila de Curitiba
século XVIII : 1751- 1800 , s e g u n d o os registros paroquiais.
Dissertação de flestrado. p.52.
10
-• . ' KUB0 , p.S5.
- 28- /

2. As. li, s. ta s. n o m i n a t i v a s de habitantes

Para o estudo das Listas Nominativas de H a b i t a n t e s » fo_

ram c l a s s i f i c a d a s cinco listas que apresentavam melhores cojn

dições de c o n s u l t a . Destas listas foram extraidos os dados

para a analise referente aos grupos de idade e ao sexo que a

população apresentava na é p o c a , sendo utilizados os métodos

e. t é c n i c a s preconizadas por Louis Henry."'''''

Pelos censos, os dados foram levantados utilizando-se

aqueles correspondentes a distribuição por sexo e idade, os

quais foram tabulados em c l a s s e s de idade e repartição da p£

pulação por sexo, fornecendo subsídios também para os t ó p i c o s

referentes aos índices de n a t a l i d a d e , nupcia 1 i dade e mortali^

dade .
v.
•Os dados fornecidos para a repartição da população em

grupos de i d a d e , permitiram a elaboração dos.gráficos corres

pondentes'ás pirâmides de idade.

1
"''HENRY, L o u i s . Manuel da- demograp'hie historique. P£
ris, D r o z , 1967. p. 28-45.
T E R C E Î R A - P A R T E

P O P U L A Ç Ã O OA P A R Ö Q U I A D E

S A N T O A N T 0 N I O D A L A P A

17 6 9 - 1 8 1 8
"SO-

CAPÍTULO I

ESTRUTURA DA POPULAÇÃO

Para o estudo das c a r a c t e r í s t i c a s demográficas da popjj

lação da P a r o q u i a de Santo Antonio da Lapa, foram utilizados

cinco r e c e n s e a m e n t o s que são os.de 1777 , 1 778 , 1 7 8 3 , 1788 e

17 9 3.

Em tais recenseamentos a população escrava aparece so

mente nos totais,tanto no t o c a n t e ã idade, quanto ao sexo,

não p e r m i t i n d o assim, a sua análise.

A população total nos anos acima mencionados e a.seguin

te:

TABELA N9 1

POPULAÇÃO DE SANTO ANTONIO DA LAPA

População Livre e Escrava

Paróquia de Santo Antônio da Lapa

nos anos de 1777 , 1778 ,- 1783, 1788 e 1793


População 1i Vre População escrava
Ano % % TOTAL
n ? s abs . n9 s abs .
17 77 758 8 6,43 119 13,56 877

1778 942 82,05 206 17,94 . 1148

1783 970 85,68 162 14,31 1132

1788 1024 83,66 200 16,33 1224

1793 1137 ' 85,55 192 14,44 1329

Pela Tabela n9 1, v e r i f i c a - s e que o contingente p o p u l a c i £


i
nal de livres c o n s t i t u i a m a i o r i a , o s c i l a n d o em aproximada
.. ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ^ ,

mente de 82 a 86 % sobre o total. Na T a b e l a n9 1, os dados

foram ordenados de a c o r d o com a c o n d i ç ã o jurídica que a popjj

lação a p r e s e n t a v a na época.
- 31- /

Para a analise de c r e s c i m e n t o medie anual, foram uti1

zados os dados conhecidos tanto para a população livre quajn

to para a população escrava, obtendo-se os r e s u l t a d o s apre

sentados na T a b e l a n9 2,

TABELA N9 2

CRESCIMENTO MÉDIO ANUAL DA POPULAÇÃO-

População Livre e Escrava

Paroquia de Santo Antonio da Lapa

nos anos de 1777 , 1778 , 1 783 , 1-788 e 1793-

Ano P o p u l a ç ã o Livre ¡, População escrava


Total c.r.e s c . m é d i o anual ; Total, cr esc. m é d i o anual

1777 758 - ; 119 -

1778 942 1, 84 ; 206 0,87

1783 .970 0,28 ; 162 0,08

1788 1024 0,10 í 200 0 ,07

1793 1137 0,05 I 192 0,01

Pela Tabela n9 2'verifica-se que, de 1777 a 1778, a p£

pulação livre cresceu em 1,84 % c a i n d o para 0,05 % entre 1788

e 179 3. Já a p o p u l a ç ã o escrava, subiu em 0,87 % entre 1777

e 1778, caindo num saldo negativo de 0,01 %.

No caso da p o p u l a ç ã o livre, pode-se verificar o cresci


« » ..

mentó, com duas entradas, uma para o sexo masculino e outra

para o sexo feminino, com os r e s u l t a d o s apresentados na Tabe_

Ia n 9 3, pela qual pode ser v e r i f i c a d o um a u m e n t o paralelo pa

ra o efetivo masculino e feminino, nos anos de


1778 e 1793.

Para o masculino houve uma leve queda em 1783 e para o femini^
t
no, em 1788.
- 32- /

" TABELA N 9 .3 ,

CRESCIMENTO ANUAL E ESTRUTURA POR SEXO DA POPULAÇÃO

População Livre

Paróquia de Santo Antônio da Lapa

nos anos. de 1777, .1778 , 17.83, 1 788 e 1793


Masculino Feminino
Ano Total cr.m.a. Total cr.m. a . R .M . T.M.

1777 379 - 379 - 100 50 ,00

1778 528 1 ,49 4 14 0. 35 127 , 53 56 , 02

CO
1783 472 - 0,11 498 0 , 16 94 , 77 65

17 88 476 0,008 478 - o, 04 9 S ,58 49, 89

1793 518 0 , 08 556 0, 15 93 , 16 48, 23

cr. m. a. - c r e s c i m e n t o medio anual

R.M. - Razão de m a s c u l i n i d a d e - número de homens para cada 100

mulheres,-

T.M. - Taxa de m a s c u l i n i d a d e - proporção de homens no total

da população.

Para o sexo masculino houve um c r e s c i m e n t o médio anual

de 1,49 % entre 1777 e 1778, e um saldo negativo de 0,11 % er^

tre 1778 e 1783. Já para o sexo feminino, a média anual en

tre 1777 e 1778 é de 0,35 % decaindo num saldo negativo de

;
0,04 % em 1788. ~ "' " * " ' "

É possível dizer, observando a razão de masculinidade e

a taxa de m a s c u l i n i d a d e , que a p o p u l a ç ã o livre pertencente ao

sexo 'masculino é inferior numericamente fal.ando, em relação

ã população feminina, a partir de 17.8 3, p o r q u e possivelmente

já nessa época, esteva havendo migração de m u i t o s moradores

da P a r ó q u i a de Santo Antônio da Lapa para a Vila de Lages.


- 33- /

Para o estudo da distribuição, da p o p u l a ç ã o livre por se?

xo e idade, utilizou- se os resumos contidos nas Listas No m _i

nativas de H a b i t a n t e s de 1 733, ,1 788 e 1793 e seus resultados

constam das Tabelas n9s 4 , 5 e 6.

TABELA ' N 9 4

DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO, POR SEXO E. IDADE

População Livre

Paróquia de Santo Antônio da Lapa-1783

Sexo ílascul i n o Sexo F e m i n i n o


Idade % TOTAL
n9 s a b s . n 9 s ab s. . %

7 anos 107 47 , 35 . 119 52,05 226

15 anos 107 46 ,52 123 53,48 230

6 0 anos 236 54 , 75 195 4 5,25 431

90 anos 22 26 ,50 61 73,50 83

TOTAL 472 48 ,65 498 51,25 970

TABELA N9 5

DISTRIBUIÇÃO DA P O P U L A Ç Ã O POR SEXO E IDADE

População Livre

Paróquia de Santo Antônio da Lapa-1788

Idade Sexo M a s c u l i n o Sexo F e m i n i n o TOTAL


n 9 s abs. % n 9 s abs. %

7 anos 105 47,36 117 52,64 222

15 anos 115 4 9,14 119 50,85 234

60 ' anos 267 5 5,16 217 44,83 484

9 0 anos 22 26,19 62 73,80 84

TOTAL 476 49,89 478 50,10 10 24


- 34- /

TA8ELA N9 6

. DISTRIBUIÇÃO DA P O P U L A Ç Ã O POR SEXO E IDADE

População Livre

Paróquia de Santo Antônio da.Lapa-1793

Sexo Masculino Sexo F e rn i n no


i
Idade TOTAL
9 9
n s abs . "o n s abs
7 anos 16 5 52,04 142 47, 95 317

15 anos 109 46,58 125 53 ,41 234

60 anos 262 51,47 247 48, 52 509

9 0 anos 20 22, 99 67 77, 01 87

TOTAL 5 18 ,)48 , 23 556 51 , 77 1137

Pelas Tabelas n9s 4, 5 e 6 v e r i f i c a - s e que, realmente,

existia um c o n t i n g e n t e pouco mais numeroso de p e s s o a s perten_

centes ao sexo feminino. Em 1783 havia na P a r ó q u i a , 498 mu

lheres e 472 h o m e n s , o que corresponde a uma diferença de

5,33%.

Para a repartição da p o p u l a ç ã o por g r a n d e s grupos etá_

rios, foram adotados os seguintes grupos:

0 - 1 4 anos - infância e adolescência;

15 - 5 9 anos - adolescentes e adultos;

60-89 anos- velhos;

- 90 a n o s e m a i s .

Os r e s u l t a d o s dessa repartição constam da T a b e l a n9 7.


- 35- /

TABELA N' 7

REPARTIÇÃO DA POPULAÇÃO POR GRANDES GRUPOS ETÃRIOS

População Livre

Paróquia de Santo Antônio da Lapa

nos anos de 17 77 , 1778, 1783 e 1788

Idade/ano * 1777 1778 17 8 3 17 88

0 - 1 4 251 256 226 222

15 - 5'9 154 191 230 234

60 - 89 309 321 431 484

9 0 e mais 44 174 83 84

TOTAL 758 942 970 1024

* .- em números absolutos.

Idade/ano * 17 7 7 1778 1783 1788

0 - 1 4 33,11 27,17 23,29 21,67

15 - 5 9 2 0,31 20,27 23,71 22,85

60 - 89 40,76 34, 07 44 , 43 47,26

90 • e mais 5,80. 18,47 8,55 8 , 20

TOTAL 100 100 100 100

* .- por 100 no total.


Pelos dados proporcionais, observa-se que na população

da P a r ó q u i a de Santo Antônio da Lapa, éntre 1777 e 1778, ha_

via p r e d o m i n â n c i a em torno de p e s s o a s pertencentes ao grupo

etário de 60-89 anos, aparecendo em segundo lugar o grupo de

0-14 anos. Tal resultado indica que, nos anos e s c o l h i d o s pja

ra a a n á l i s e da r e p a r t i ç ã o da p o p u l a ç ã o por grandes grupos- e

tários, a população da Lapa caracterizava-se como sendo uma

populaçãovelha.
GRAFICO N-1

P I R A M I D E DE IDADES
POPULAÇÃO L I V R E - 1779

T I -i 1 1—1—r~
200 150 100 50 SO 100 150 200

G R A F I CO N* 2

P I R Â M I D E DE IDADES
POPULAÇÃO LIVRE- 1782

i r—~~r i i -i r
200 1 50 100 50 100 150 200

G R A F I C O N *3 j

P I R Â M I D E DE I D A D E S
POPLfLACÃO L I V R E - 1790

n 1 r r
100 50 50 100 150 200
- 37- /

Para a construção- de a l g u m a s pirâmides de idade, apre

sentadas nos Gráficos n9s 1, 2 e 3, foram escolhidos os da-

dos contidos nas Listas Nominativas de H a b i t a n t e s correspon

dentes aos anos de 1779, 1782 e 1790 [ver a n e x o s I,II e III].

A pirâmide de idade ê constituída pelos dados que repartem a

população por sexo e idade.

Aspirâmides de idade apresentam, todas as t r ê s , u m a ba

se b a s t a n t e ampla,- como é próprio das populações j o v e n s e por

tanto, seus traços determinam características de uma popula

ção j o v e m onde as t a x a s de f e r t i l i d a d e e m o r t a l i d a d e são acen

tuadas.

É interessante notar que, realizada a distribuição da

população em p e q u e n o s grupos de i d a d e s , a mesma encontra-se

com maior freqüência na faixa etária entre 10-19 anos, para

os anos de 1779, 1782 e 1798. Já nos e s t u d o s realizados s£

bre os g r a n d e s grupos, ela fica mais restrita ao grupo 60-89

anos, que-mesmo sendo análises feitas em anos diferentes,não

justifica em m u i t o , a diferença existente para os g r u p o s , em.

intervalos ds'poucos anos. 0 estudo sobre os g r a n d e s grupos

foram realizados utilizando-se os resumos contidos nas Lijs

tas N o m i n a t i v a s . Conseqüentemente, pode-se concluir que.quajn

.do por o c a s i ã o do envio dos resumos das L i s t a s , e s t e s eram re

digidos e emitidos com f a l h a s no t o c a n t e ao a g r u p a m e n t o de

i dades.

No c á l c u l o da razão de m a s c u l i n i d a d e cornos resultados ob^

tidos para 1790, observa-se em cada grupo etário, a seguinte

proporção de homens para cada 100 m u l h e r e s :


- 38- /

TABE LA N 9 3

RAZÃO MASCULINIDADE POR GRUPOS ETÄRIOS

População Livre

Paróquia de Santo Antônio'da Lapa-1790

Grupo de
' HOMENS MULHERES R . M.
idade

0 - 4 52 61 85

5 - 9 93 101 92

10 - 19 101 164 61

20 - 29 91 98 92 .

30 - 39 58 63 92

40-49 38 •3 5 108

50 - 59 23 14 164

60 - 69 24 _ 8 300

70 - 79 12 2 600

80 e mais 2 6 33

TOTAL 494 552 89

Em 1790, existe maior número de homens nas f a i x a s de ida

de c o m p r e e n d i d a s entre 40 a 79 a n o s . Observando-se todos os

anos em que foi calculada a. razão demasculinidade, quais s£

jam de 1779, 17 82 e 1790, conclui-se que a média de sobrevi-

vência masculina é bem mais elevada que a f e m i n i n a , encontran

do-se maior número de homens nas f a i x a s etárias mais elevadas,

com- e x c e s s ã o somente da última faixa, de 80 anos e mais, onde

se.encontra maior número de m u l h e r e s . Também nas faixas com

preendidas entre 0 e 39 anos há m a i o r número de mulheres..


- 39- /

CAPlTULO II

DINÂMICA DA POPULAÇÃO.

Através do e s t u d o sobre a dinâmica da p o p u l a ç ã o é veri_

ficado o seu c r e s c i m e n t o e o seu m o v i m e n t o , permitindo um e_s.,

tudo longitudinal que revelará as f l u t u a ç õ e s ocorridas no p£


1
-

nodo.

Para o caso brasileiro, principalmente nos s é c u l o s XVII

e XVIII, os d o c u m e n t o s mais utilizados para os c á l c u l o s , da

dinâmica populacional são os r e g i s t r o s paroquiais, pois du-

rante o período colonial, e até m e s m o no i m p e r i a l , o estabe

lecimento dos registros de b a t i z a d o s , casamentos e óbitos ,

eram de c o m p e t ê n c i a exclusiva da Igreja.

Us-a.nd.o .este tip,o de d o c u m e n t a ç ã o procurou-se, na medi^

da do p o s s í v e l , fazer a análise do m o v i m e n t o populacional da

Paróquia de Santo Antônio da Lapa, no t o c a n t e a população ii_

vre, por c o n t e r esta, informações mais completas .

MOVI MENTO ANUAL DE N A S C I M E N T O S , CASAMENTOS E ÚBITOS

No p e r í o d o compreendido entre 1769 a 1818, não setem c£

nhecimento de desmembramentos de c a p e l a s , que possam alterar

o estudo das flutuações ocorridas durante o .mesmo. Tal estu

do p r e t e n d e demonstrar o.movimento anual e sazonal de batiz£

dos, c a s a m e n t o s e óbitos e suas tendÉmcias qüinqüenais e de-

cena i s . Como em o u t r o s pontos, o trabalho foi ordenado em

períodos de cinco anos para a população livre e de d e z , para

a escrava. '••••-.- : y .•

Os baptizados,cas a m e n t o s e c o i t o s , l e v a n t a d o s por' ano ci_


v i l , s ã o a p r e s e n t a d o s nas T a b e l a s n 9 s 9 e 10.
1
HENRY, Louis. Notaste aula. Departamento de Hist£
ria, UFPr. 197-1.
TABELA N 9 S

MOVIMENTO ANUAL DE BATIZADOS, CASAMENTOS E ÛBITQS

População Livre

Paróquia de Santo Antônio da Lapa : 1769-1818

Ano Ano
Civil Batiz, Casam. Obitos Civil Batiz. Casam. Obitos

1769 18 3 6 1794 52 14 19

1770 36 4 3 1795 57 9 19

'1771 26 6 1 1796 61 11 37

1772 32 5 5 1797 63 18 14

1773 50 10 6 1798 55 21 33

1774 36 8 5 1799 52 6 14

1775 42 4 10 1800 63 9 12

1776 37 5 9 1801 88 13 17

1777 38 2 15 1802 76 13 33

1776 41 7 '8 1803 78 21 30

1779 44 6 11 1804 84 18 13

1780 36 11 5 1805 72 20 56

1781 44 11 18 1806 87 4 93

1782 37 10 11 1807 114 24 44

1783 49 7 7 1808 99 15 41

1784 37 13 4 1809 68 19 33

1785 53 7 19 1810 77 60

1786 37 9 34 1811 89 16 50

1787 65 8 19 1812 91 36 44

1788 43 7 18 1813 103 24 26

1789 47 9 30 1814 131 16 40


f

1790 48 11 17 1815 120 19 34

1791 56 6 12 1816 137 31 43

1792 51 8 27 1817 127 21 39

1793 51 7 12 1818 153 29 79

Total: 3.251 611 1.235


TABELA N 9 1Ü

MOVIMENTO ANUAL DE BATIZADOS, CASAMENTOS E ÖBITOS

População Escrava

Paróquia de Santo Antônio da Lapa : 1769-1818

Ano Ano
Civil Batiz. Casam. Obitos Civil Batiz. Casam. Obitos

1769 2 - - 1794 9 ~ 5

1770 2 1 1795 7 - 2

1771 3 - . - 1796 10 1 2

1772 . 3 - - 1797 10 - 3

1773 4 - 1 1793 2 1 2

1774 4 - 1799 2 - - . -

1775 5 5 1800 1 1 1

1776 7 - 1 1801 9 - 2

1777 2 - 2 1802 5 1 6

1778 3 - 1 1803 6 1 4

1779 8 - - 1804 10 1 5

1780 .7 - 3 1805 1 0 - 6

1781 5 - 1 1806 12 - 14

1782 . 9 - 1 1807 10 - 2

1783 6 - - 1808 13 . 2 19

1784 10 - 1 1809 12 • -

1785 5 - 2 1810 4 - 7

1786 10 5' 1811 16 3 11

1787 9 1 8 1812 '15 5 7

• 1788 7 1 4 1813 6 3 7

1789 11 2 7 1814 19 - 9

1790 9 - 7 1815 20 3

1791 8 - - 1816 14 3 7

1792 14 1 4 1817 . 17 1 2

1793 5 1 2 1818 24 1 7

Total: ; "421 30 189


- 42 -

Analisando os r e s u l t a d o s obtidos para as três entradas

da T a b e l a n9 9, v e r i f i c a - s e que a tendência ê no sentido de

aumentar na p r o p o r ç ã o em que o tempo decorre, É evidente ,

que em a l g u n s anos ela diminui» como por e x e m p l o os regis_

tros de c a s a m e n t o s , que totalizam 36 no ano de 1812 passan

do para 31 em 1816.

• número de óbitos tem um rápido aumento a partir de

1802, quando ocorreram 33 r e g i s t r o s , p a s s a n d o em 1806 para

um total de 93, havendo, portanto, no q ü i n q ü ê n i o compreendi-

do entre 1804 a 1809, uma súbita elevação na taxa dos regi_s

tros de ó b i t o s . Tal aumento teve como causa uma epidemia de

sarampo que se v e r i f i c o u neste período, conforme as anota

ções encontradas nos registros paroquiais, assinalando "a

causa-mortis".

Paralelo a este aumento, verifica-se o de batizadosque

de 88 em 1801, passaram para 114 em 1807, chegando a 153 no

ano de 1818.

:
0 número de c a s a m e n t o s para o período todo varia de 2

a 36 r e g i s t r o s . É interessante observar que logo após o a_u

mento do número de ó b i t o s , por o c a s i ã o de surto epidêmico ,

ocorreu o mesmo em relação aos batizados que de 87 ascende-

ram rapidamente a 114. -

Com os dados obtidos na e l a b o r a ç ã o das Tabelas n9s 9 e

10, f o r a m elaborados os Gráficos n9s 4 e 5 no caso da populas

ção livre, e para a população escrava, o Gráfico n9 6.


MOVIMENTO A N U A L DE BAT IZADOS, CASAMENTOS E OBITOS.
PAROQUIA DE SANTO ANTÔNIO DA LAPA
POPULAÇÃO LIVRE-1769-1818
BATIZADOS

uo-

120 ~

100-

80 -

60 -

40

2C -

1768 1778 1798 18 08 1818


GRÁFICO Ni5

MOVIMENTO ANUAL DE BAT I Z A D O S , CASAMENTOS E OBITOS.


PAROQUIA DE SANTO ANTÔNIO DA LAPA
GRÁFICO
MOVIMENTO A N U A L DE B A T I Z A D O S E CASAMENTOS
PARÓQUIA DE SANTO A N T O N I O DA LAPA
\ «•« ABSOLUTOS

POPULAÇÃO ESCRAVA-1769-1818
FÍÚTIZAOOS

30

20

10 -

0 1, i i 1 I » I I i I I I I I I I I I i I I I' I I I I I i ' I ' I ' I I M i I I I ' I I I I '


1768 1778 1788 1798 1808 1B18

CASAMENTOS

6 -

5 -

I -

3 -

2 -

1 -

•••i tiI i I I I I I I I I I M I Ii I I II I I I I I I I I I I I I I I-
1768 1778 1788 1798 1808 1818

0 I I ! I I I .. I I I I I I I I I • I I I I I I ' I I X '• I I I I . •I • I I I • I
1768 1778 1788 1798 1806 1818
- 46- /

No g r á f i c o correspondente aos casamentos aparece uma

lacuna no ano de 1 8 1 0 / a qual já foi salientada anteriormen-

te, q u a n d o não aparece um único registro nos livros corres

pondentes ao p e r í o d o e nem mesmo nos livros posteriores.

Comparando as f l u t u a ç õ e s ocorridas com a p o p u l a ç ã o da

Paróquia de Santo Antônio da Lapa e as de Nossa Senhora da


2
Luz dos. P i n h a i s de C u r i t i b a , verifica-se que as diferenças

correspondentes não são muito grandes, levando em conside

.ração o número de h a b i t a n t e s de uma e de o u t r a , nessa con

j untura. -

Quanto as f l u t u a ç õ e s referentes aos batizados, casamen

tos e óbitos da população escrava, observando-se os gráficos

nç 4, 5 e 6, c o n s t a t a - s e que as o s c i l a ç õ e s são em geral le_

ves, se c o m p a r a d a s ãs s o f r i d a s pela população livre. As maio

res flutuações da p o p u l a ç ã o escrava são com r e l a ç ã o . a o s bc3

tizados, que aumentaram sensivelmente a partir do decênio

correspondente aos anos de 1779 a 1788, quando ocorreram 76

registros, havendo.sido de 35 os registros correspondentes

ao decênio anterior. No final do século XVIII e início do

século XIX, ou seja, de 1799 a 1808, aparecem 78 registros,

havendo portanto uma pequena baixa, uma v e z que de 1789 a

1798 o c o r r e r a m 8 5 casos 'de b a t i z a d o s .

0 mais alto índice de ó b i t o s para a população escrava

aparece no d e c ê n i o correspondente aos anos de 1809 a 1818,

quando foram " r e g i s t r a d o s 61 c a s o s . Nesse mesmo decênioocor

reu também o maior número de c a s a m e n t o s , quando constam 16

r e g i s t r o s , os q u a i s , para os--demais d e c ê n i o s do período estuda

do, não ultrapassam de 6, v a r i a n d o em t o d o s eles, de 2


2
KUB0, p. 52.
- 47- /

a 6 registros. É evidente que houve um alto índice de sub-

registros no caso da p o p u l a ç ã o escrava, principalmente no r63

ferente a casamentos, devido ao fato de que, na realidade

os e s c r a v o s quase não contraíam nupcias, permanecendo na con

dição de s o l t e i r o s . Pelos anexos n9 XIII e XIV, pode ser

observada a diferença existente entre os.totais atingidos p£

ra a p o p u l a ç ã o livre e escrava.

A curva de óbitos observada no G r á f i c o n9 6,referente

ã população escrava, apresenta, tal como a referente a popjj

lação livre, uma alta repentina verificada durante os anos

compreendidos entre 1799 a 1808, coincidindo, portanto, com

o período da e p i d e m i a de s a r a m p o que assolou a população li_

vre, comprovando que também a população escrava foi ating_i

da .

Difícil se torna afirmar quais as e p i d e m i a s registra

das no d e c o r r e r do p e r í o d o , porque os livros da Câmara flunici.

pal que poderiam conter tais informações foram destruídos, o

que dificulta a enumeração das doenças que atingiram a popu

lação lapeana, uma vez que os r e g i s t r o s paroquiais não con

tém i n f o r m a ç õ e s completas sobre a "causa-mortis" .

AS G R A N D E S LINHAS DE TENDÊNCIA

Adotou-se nesta análise o método de c o r t e s u g e r i d o por

Louis.Henry, por p e r í o d o s de dez anon civis ao se t r a t a r da

população escrava, e cinco anos civis da população livre,

s u b s t i t u i n d o - se a s s i m a série anual por séries de m é d i a s anu

ais por decênios e qüinqüênios, oque elimina as flutuações

que aparecem nas séries anuais.


— • ,

HENRY, Louis. Notas de a u l a . Departamento de Histo_


ria, UFPr. 1974.
- 48- /

•s resultados obtidos são apresentados na Tabela n 9 11 e Gráficos

n 9 7 e 8 para a população livre, e Tabela n 9 12 e Gráfico n 9 9, para a

população escrava.

TABELA N 9 11

MÉDIAS QÜINQÜENAIS DE BATIZADOS, CASAMENTOS E ÛBITOS

População Livre

Paróquia de Santo Antônio da Lapa: 1769-1818

Quinquenios • Batizados Casamentos Obitos

1769-1773 16,2 2,8 2,1

1774-1778 • 19,4 2,6 4,7

1779-1783 21,0 4,5 5,2

1784-1788 23,5 4,4 .9,4

1789-1793' 25,3 4,1 9,8

1794-1798 28,8 7,3 12,2

1799-1803 35,7 6,2 10,6

1804-1808 45,6 24,7


í 8>1 '
1809-1813 42,8 9,5 21,3

•• 1814-1818 66,8 11,6 23,5

TABELA N 9 12

MÉDIAS DECENAIS DE BATIZADOS, CASAMENTOS E ÛBITOS

População Escrava

Paróquia de Santo Antônio da Lapa: 1769-1818

Decênios Batizados Casamentos Úbitos

1769-1778 3,5 - 1,1

1779-1788 7,6 0,2 . 2,5

"' 1789-1798 8,5 0,6 3,4

1799-1808 7,8 0,6 5,9

1809-1818 14.. 7 . 1,6 6,1


.
- 49- /

a } B a t izados

Durante o período, observa-se que o número médio anual

de b a t i z a d o s sofre uma o s c i l a ç ã o que, de 16,2 b a t i z a d o s r£

gistrados no p r i m e i r o qüinqüênio, de 1769 a 1773, vai a 66,8

no q ü i n q ü ê n i o de 1814-1818,- m é d i a mais elevada ocorrida no

período. A única baixa registrada ocorreu nG q ü i n q ü ê n i o cor

respondente aos anos de 1809-1813 quando, de 4 5 , 6 , desceu a

42,8. É possível que esta queda tenha origem também na ep_i

demia de s a r a m p o que assolou a população. O maior aumento

na média quinquenal de b a t i z a d o s ocorreu entre 1814 e 1818,

quando, de 42,8 registros anotados no qüinqüênio anterior,

passaram para 66,8.

No t o c a n t e a série de-médias decenais da população es

crava, houve tendência para aumentar tal como ocorreu com a

população livre, sofrendo oscilações que variam de 3,5 para

o primeiro decênio a 14,7 para o de 18 0 9 - 1 8 1 8 . Houve queda,


\

entretanto, quando de 8,5, média decenal alcançada no perío

do de : 1789- 1798, caiu para 7, 8 entre 1 799 e 1808.

Pelo Gráfico, n 9 9, pode ser o b s e r v a d o que a linha tejn

dencial para a população escrava não difere muito da linha

tendencial correspondente à população livre.

,b ) C a s a m e n t o s

As m é d i a s anuais de casamentos, quando levadas em cojn

sideração geral, evidentemente, com o c o r r e r dos anos,tendem

a aumentar. Acontece porém que sua variação ora crês

cente, ora decrescente, é constante para todo o período. As

médias anuais qüinqüenais de c a s a m e n t o s da população livre


NUMERO ANUAL M E D I O D E B A T I Z A D O S E CASAMENTOS POR P E R I O D O
DE 5 ANOS. P A R Ó Q U I A DE SANTO ANTONIO DA LAPA
FOPULACÃO L I V.RE-1769-1818
BATIZ AOOS
CASAUCNTOS

- H
, 70 _
BATIZADOS

CA$AU£NT0S
- 12

60 -

//
- 10

50 -

/
- 8

40

30 - - 6

- - - /
20 - - 4

10 - - 2

T T T T T" T
1768 1773 1778 1783 1788 1793 1798 1803 1808 1813 1818
G R A H CU N - ö

NÚMERO MEDIO A N U A L DE B A T I Z A D O S E OBITOS POR PERÍODO


DE 5 ANOS. P A R Ó Q U I A DE SANTO ANTONIO D A LAPA
POPULAÇÃO L I V R E -1769-1818 OBITOS

BATIZADOS

28
70 -

— BATIZADOS
- 24
60 - OBI TOS

- 20
50 -

16
AO

12
30 -

- 8
20 -

10 -

I— I
1798 1803 1808 1813 1818
1768 1773 1778 1783 1788 1793
G RAFICU N * 9

NÚMERO M É D I O A N U A L DE B A T I Z A D O S CASAMENTOS E OBITOS POR PERÍODO


D E 10 ANOS P A R O Q U I A DE SANTO ANTONIO DA LAPA
POPULAÇÃO ESCRAVA-1769-1818

BATIZADOS
CASAMENTOS BA TIZA OOS OBITOS
BATIZADOS BATIZADOS

16 CASAMENTOS OBITOS
1,6 16 - 8

12 -
- U 12 -
- 6

8 -
- 1,2 8 -

4 - / - 0,6 4 - - 2

/
/

1768 1778 1788 1798 1808 I8I8 1768 1778 1788 1798 1808 1819
- 53- /

apresentam oscilações que variara de 2,6 e n t r e 1774 s 1778 a

11,6 em 181- 4-1818.- As q u e d a s ocorreram nos qüinqüênios de

1774-1778, 1789-1793 e 1799-1803.

Para a população escrava, as variações estão situadas

num saldo negativo de 0,2 a 1,6. Para o primeiro decênio

nao foi encontrado registro algum de casamento de escravos.

No total de todo o período existem apenas 30 r e g i s t r o s de ca_

samentos para a população escrava. A média anual de casa

mentos não se e s t e n d e u além de 0,6.

c.) Obitos

0 número de b a t i z a d o s ultrapassa em todos os' anos o n_ú

•meiro de -óbitos , f ato normal-, u.ma .ve.z qu-e -a .po.pu 1 açã-o nã.o ce-s

sa de c r e s c e r principalmente quando em e s t a d o de formação.

No's óbitos correspondentes ã população livre, a média

quinquenal mais elevada aparece no q ü i n q ü ê n i o de 1804-1808,

quando duplica, pois no q ü i n q ü ê n i o precedente registrou-se

uma média ds 10,6 óbitos, passando para 24,7. Nos quinqüêni_

os s e g u i n t e s , as médias decenais alcançam 21,3 entre 1809

e 1813 e 23,5 entre 1814 e 1818. A média mais baixa, de óbi_

tos o c o r r e u no p e r í o d o compreendido entre 1769-1773, quando

atingiu apenas 2,1. Durante todo o período., em duas ocasi-

ões somente a taxa de ó b i t o s teve um a u m e n t o que ultrapassou

a 100 %, r e g i s t r a n d o - s e estes, entre 1774-1778 e 1804-1808.

Para a população escrava, a taxa mais alta alcançada nos

óbitos- c o i n c i d e exatamente com o p e r í o d o onde ela aparece

também mais elevada com relação ã: p o p u l a ç ã o livre, entre os

anos de 1799 a 1808, q u a n d o quase houve duplicação no núm£

. ro de ó b i t o s que estava em 34 no p e r í o d o anterior, ' passando


- 54- /

a 59 no s e g u i n t e . A média decenal mais.baixa, verificou-se

entre 1769-1778, havendo somente 11 r e g i s t r o s para escravos.

MOVIMENTOS SAZONAIS DE B A T I Z A D O S , CASAMENTOS E ÚBITOS

Para se c h e g a r a conclusões completas sobre o movimento

sazonal, deve-se ter em m ã o s , em t o d o s os c a s o s , arrolameji

tos de b a t i z a d o s , casamentos e óbitos, para o mesmo período,

a menos que haja descontinuidade nas series de registros p£

roq uiais .

Nesse ponto do t r a b a l h o , foi feita apenas a a n á l i s e dos

movimentos sazonais da p o p u l a ç ã o livre por ser a m e s m a , nume

ricamente falando, mais significativa que a e s c r a v a . Os r_e

sultados para as três séries de r e g i s t r o s estão nos Gráficos

n9 10, 11 e 12.

a) Bati zados

Para o estudo do m o v i m e n t o sazonal de batizados, elab_o

rou-se a Tabela n9 14, c u j o s resultados são apresentados no

Gráfico n9 10. Pela comparação estabelecida com as popula_

ções observadas em d i f e r e n t e s paróquias, verifica-se que, em

sua grande maioria, não são coincidentes os m e s e s em que se

verificou o maior número de n a s c i m e n t o s , exceto no caso da

Paróquia de São Paulo, quando os m á x i m o s atingidos foram re_

gistrados durante os m e s e s de' j a n e i r o e maio, e na Paróquia

de Santo Antônio da L a p a , nos m e s e s de janeiro, maio e n£

vemb ro.

A média diária proporcional para os b a t i z a d o s oscila

entre 87,57 e 108,39. Os dados mínimos ocorreram durante os


- 55- /

meses de f e v e r e i r o e agosto, não coincidindo com os mínimos


4
observados para Sao Paulo., Mo g i das Cruzes, e Nossa Senho

ra da Luz dos P i n h a i s de C u r i t i b a de 1751 a 1800,^ e de 1801

a. 1850 . 6

A comparação dos m e s e s máximos e mínimos observados em

diferentes paróquias encontra-se na Tabela n9 13.

TABELA N9 13

MOVIMENTO SAZONAL DE BATIZADOS


Comparação dos m e s e s máximos e mínimos observados em diferen

tes Paróquias.

Período
Paróquias M ã xi mo s Mínimos
observado

. 7 fe V .a.g-e s .
La p-a 1 709 - 1-8 1.8 jan. ma i.n o V.
Q
São Paulo 1741-1850 jan . a g o s . f ev . abr .
8
Sao Paulo 1800-1650 jan.: ma i .: f e V . dez.
Q
Mogi das Cruzes ' 1690-1850 agos . dez. f e V. ma r.
9 mai.
Curitiba 1751-1800 no V . dez. j un .
10
C u r i•f•u
tiba •1801- 1850 dez. f e V. jul . agos .

4
MARCÍLI0, p. 151, 193.

5
BURMESTER, p. 52.

6
KUB0, p. 65.

/'vALLE, M a r í l i a Souza do. Movimento p o p u l a c i o n a l da La


pa_: 1769- 1818 . Dissertação de M e s t r a d o . p. 36.

8
'' M A R C Í LIO , p . 151 , 193 .
9
BURMESTER, p. 52.

10
KUB0, p. 65.
TABELA N' 14

• MOVIMENTO SAZONAL DE BATIZADOS

'População Livre

Paroquia de Santo Antônio dá Lapa: 1769-1818

Mês de batismo J F M A M J J A S 0 N . Total

Números

absolutos 289 222 272 269 287 266 .273 252 277 283 289 272 3251

Número Diário 9 j 32 7,78 8,77 8,96 9,25 8,86 8,80 8,12 9,23 9,12 9,63 8,77 106,61

Número Diário

proporcional • 105 87 99 101 104 100 99 91 , 104 103 108 99 "1200

Obs. Os Números Diários correspondem a simples intermediárias obtidas pela divisão dos

números absolutos pelo número de dias de cada mês.


GRÁFICO NMO

M O V I M E N T O SAZONAL' DE B A T I Z A D O S
PAROQUIA DE SANTO A N T O N I O DA LAPA
POPULAÇÃO LIVRE-1769-1818

150 -

50 -

i i i i 1 1 1 1 í 1—- "i 1 r
D F - M A M J J A S O N D J
-'5 8 -

bJ Casamentos

É interessante notar que o movimento sazonal de casa —

mentos apresenta seus dados mínimos durante os m e s e s de mar

ço e d e z e m b r o , tal como sucede em o u t r a s paróquias brasileí

ras que se tem c o n h e c i m e n t o , e naquelas francesas de Cr_u


. .11 ' T 12
lai e Tourouvre.

Tal o c o r r ê n c i a é justificada pelo fato de serem popula^

ções católicas, recebendo, portanto, grande influência rel_i

giosa. A igreja desaconselha a realização do casamento no

Advento, e durante a Quaresma.

Pela Tabela n9 15 e G r á f i c o s n9 11, c o n s t a t a - s e que os

habitantes da P a r ó q u i a de Santo Antônio da L a p a , em fins do

século XVIII e início do século XIX, c a s a v a m - s e com maior

freqüência durante os meses de junho e julho, diferindo das

demais paróquias comparadas neste estudo.

Há uma aproximação pelos dados máximos para casamentos

com a Paróquia de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais,entre os


-13

anos de 1801 e 1850, quando os m á x i m o s atingidos para uma

e para' outra paróquia são a l c a n ç a d o s justamente nos m e s e s de

fevereiro, junho e julho.

Todas as p a r ó q u i a s citadas têm seus m á x i m o s atingidos

no mês de f e v e r e i r o , variando porém, no s e g u n d o mês conside

rado .

1:L
GAUTTER, E. 8 H E N R Y , L. La p o p u l a c i ó n de Crulai . pa
9
rois se n o r m a n d e . Cahier n 33, P a r i s , INED, 1 958. p.63-64.
12 e
CHARBONNEAU, Hubert. Tourouvre-au-perche aux XVII et

XVIIIe siècles. Cahier n9 55, P a r i s , INED, 1970. p. 52.

13
KUB0, p. 68.
TABELA N' 15

MOVIMENTO SAZONAL DE CASAMENTOS

População Livre

Paróquia de Santo Antônio da Lapa: 1769-1818

Mis do casamento J F M A M •J J A S 0 N D Total

Números

absolutos 42 66 13 44 57 86 74 70 57 45 36 21 611

'Número Diário 1,35 2,31 • 0,41 1,46 1,83 2,86 2,38 • 2,25 1,9 . .1,45 1,2 0,67 20,07

Número Diário

proporcional 81 130 24 87 109 171 142 135 114 87 72 40 1200

Úbs. Os Números Diários correspondem a simples intermediárias obtidas pela divisão- dos
i
números absolutos pelo número de dias de cada mes. LH
CO
I
G R A F I C O N - 11

MOVIMENTO SAZONAL DE CASAMENTOS


PAROQUIA DE S A N T O A N T O N I O DA LAPA
POPULAÇÃO LIVRE-1769-1818

240-

—j—
D
M M O N D Û
- 61 -

TABELA N9 16

MOVIMENTO SAZONAL DE CASAMENTOS

Comparação dos meses máximos e mínimos observados em dlferen

tes Paróquias.

Período
Paróquias Máximos Mínimos
observado .

i 14 1 769- 1818 j un . jul . mar . dez.


Lapa

São Paulo^ 1728-1850 fev mai . ma r. dez.


15
Mogi das Cruzes 1710-1850 f e V. no V . mar. dez.

Curitiba"^ 1751-1800 fev. jan . - ma r. dez.

Curitiba"'"7 1801-1850 f e V . j un . jul. mar. dez .

•o)Öbitos
1

Os dados máximos alcançados para o movimento sazonal de

óbitos, ocorreram durante os meses de m a i o , junho, julhoeagos_

to, como pode ser v e r i f i c a d o pela Tabela n9 18 e Gráficon912.

A maior elevação está situada no mês de a g o s t o , quando ocorre

ram cento e vinte e quatro falecimentos.

Na P a r ó q u i a de Santo Antônio da Lapa,' os m e s e s de alta

mortalidade são exatamente aqueles correspondentes aos meses

de i n v e r n o . As m í n i m a s observadas situam-se nos m e s e s de mar

ço e novembro. •

De c e r t a . f o r m a , não há u n i f o r m i d a d e , quanto aos máximos

"e- m í n i m o s , na m o r t a l i d a d e verificada nas paróquias com as

quais se fez comparações.

14
VALL E , p . 59.

15
M A R C Í L I O , -p. 155, 194.

16
BURMESTER, p. 59.

17
KUBO, p. 68. ' . '
- 62 -

TABELA N 9 .17

MOVIMENTO SAZONAL DE ÚBITOS

Comparação dos meses máximos e mínimos observados em difereri

tes Paróquias.

Período
Paróquias . Máximos Mínimos
observado

i
Lapa 18 1769-1818 mai . j u n . j u l . a g o s . ma r . n o V .

São Paulo 1 9 1731-1799 out. dez. f ev . abr .


19
Sao Paulo 1800-1850 jan. j un. dez. - jul. ago .

Curitiba20 1751-1800 j u1. set. jan. f ev.

Curitiba2"'' 1801-1850 mai. j un. f e V . ma r .

18
VALLE,•p. 63."
1 q

MARCÍLIO, p. 158.

2G
BURMESTER, p. 64.

21
KUB0, p. 71.
TABELA N 9 18

MOVIMENTO SAZONAL DE ÖBITOS

. ' População Livre .

Paróquia de Santo Antônio da Lapa: 1769-1818

Mês de óbito J F M A M J J A S 0 N D Total

Números 102 89 82 108 • 113 115 120 124 107 96 82 . 97 1235

absolutos

Número Diário 3,29 3,12 2,64 3,6. 3,64 3,83 3,87 4,13 3,56; 3,09 2,73 3,12 40,62

Número Diário
1
proporcional 97 92 78 * 107 108 113 114 122 105 91 : 81 92 1200

Obs. Os Números Diários correspondem a simples intermediárias obtidas pela divisão dos

números absolutos pelo número de dias de cada mês.


GRAEICO NM2

MOVIMENTO S A Z O N A L D E ÓBITOS
PAROQUIA DE S A N T O A N T O N I O DA LAPA
POPULAÇÃO LIVRE-1769-1818

150 -

12S-

100

75

50 H

25 H

0 — i—-—:— i i 1 —i i 1 i - i i i i 1—
J F M A M J J A S O . N • J
- 65 -

Filhos ilegítimos, e crianças, " e x p o s t a s " - População Livre

Esta parte de e s t u d o s que verifica os í n d i c e s alcança

dos para filhos ilegítimos e crianças expostas, fornece sub

si dios para a história social do P a r a n á , assim como para a

história de seu povoamento. Verifica-se que o fenômeno da

ilegitimidade é comum para o caso brasileiro, tanto no perío_

do c o l o n i a l , como no p e r í o d o imperial. Como era de se espe

rar, a situação brasileira difere em m u i t o s pontos, dentre

os q u a i s , este é um d e l e s , da s i t u a ç ã o verificada em alguns

países europeus, uma vez que os mesmos já se e n c o n t r a v a m em

estágio cultural e social, bem.mais avançado.

Pelos estudos realizados., ficou constatado que foi gra_n

de a p r o l i f e r a ç ã o de filhos ilegitimos na s o c i e d a d e lapeana

em fins do século XVIII e início do século XIX. Este alto

índice deve-se em parte, a dificuldade na época, para a rsa

lização do c a s a m e n t o no t o c a n t e ã preparação dos papéis ne

cessários para o ato e, p o s s i v e l m e n t e , ocasionado também pe

la d i s t â n c i a verificada entre, as localidades de o r i g e m dos

nubentes.

Foram considerados como filhos ilegítimos, quando nas

atas de b a t i z a d o s , havia a anotação de pai (s) i n c ó g n i t o Cs]

e também, os n a s c i d o s fora de uma situação regular, ou seja,

• do c a s a m e n t o 1 egal. Normalmente, em todas as atas é decl£

rada-a legitimidade ou não dos batizendos, mesmo quando são

declarados os nomes completos de seus pais. Aparecem casos

em que tal legitimação efetuou-s.e mais tarde, constando a

anotação no pró p ri-o r e g i s t r o de bacizado;

Em a l g u n s registros, entretanto, aparece somente o n£

me do pai, sendo estes considerados como filhos legítimos.


- 66 -

a não sernos casos em que o pai é declarado solteiro.


22
Tal. como ocorreu na P a r o q u i a de C u r i t i b a , aparecem al

guns registros onde ê anotada a situação de b a s t a r d o s para

os filhos legítimos. Ocorrências desse gênero foram verifi

cadas nos anos de 1779, 1800 e 1801.

Na Tabela n9 19, e n c o n t r a m - s e as f r e q ü ê n c i a s de batiza

dos de c r i a n ç a s ilegítimas apresentadas em p e r í o d o s quinqué

nais. •A mesma divisão de p e r í o d o foi utilizada para a mon

tagem da T a b e l a - n s 20, sobre a freqüência de c r i a n ç a s expo_s

tas . -

TABELA N9 19

FREQÜÊNCIA DE B A T I Z A D O S DE C R I A N Ç A S ILEGÍTIMAS •

População Livre

Paróquia de Santo Antônio da Lapa: 1769-1818

Total de Números Por 100


Período . .
batismos absolutos batismos

1769-1773 162 18 11,11

17 74-17 78 194 25 12,88

1779-1783 210 47 22 , 38

1784-1788 - 235 111 4 7,23

1789-1793 . 25 3 76 30,03

1794-1798 288 83' 28,81

-17 9 9- 1803. 357 100 2 8,01

1804-1808 456 123 26,97

1-809- 1813 428 10 7 25,20

1814-1818 .668 .155 2 3,20

TOTAL 3251 84 5. 25,99

22
KUB0, p. 72.
-6 7-

TABELA N9 20-

FREQÜÊNCIA DE B A T I Z A D O S DE C R I A N Ç A S EXPOSTAS

População. Livre

Paróquia de Santo 'Antônio da Lapa: 1769-1818

Total de MASCULINO FEMININO TOTAL


Período
batismos n9 a b s . % n9 ab s . % ... n9 a b s.. %

1769-1773' 162 4 ' 2 , 46 6 3,70 10 6, 16

1774-1778 194 5, 2,57 4 2,06 9 4, 63

1779-1783 210 2 0,95 3 1 , 42 5 2, 37

1784-1788 235 6 2,55 4 1,70 10 4, 25

1789-1793 253 5 1,97 13 5,13 18 7, 10

1794-1798 288 7 2,43 13 4,51 20 6 ,97

1799-1803 357 15 4,20 14 3,92 29 8, 12

1804-1808 456 9' 1,9 7 13 2,85 22 4, 82

1809-1813 428 9 2,10 8 1 ,86 17 3, 96


V

1814-1818 668 29 4 , 34 18 2,69 47 7, 03

TOTAL 3251 91 2,79 96 2,95 187 5 ,75

No p e r í o d o de 17 Ei 9 a 1815, foi levantado para a popula-

ção livre, o total de 3251 registros de b a t i z a d o s , do qual

845 r e g i s t r o s correspondem a filhos ilegítimos, o que resulta

numa porcentagem de 25, 99. do.total.- A mais baixa porcen

tagem corresponde ao q u i n q u e n i o de 1769-1773, quando atingiu

somente 11,11 %, sendo a máxima .verificada entre 1784 e

178 8, com 47,2 3 % .

A média porcentual para todo o período.oscilou em tor

no de 2 2 a 28 Foram encontradas nos registros de batiza-

dos para a população livre, 187 c r i a n ç a s expostas, obtendo-

se, desta forma, uma porcentagem correspondente ã 5,75%.


- 68 -

de e x p o s t o s sobre o total. Deste porcentual de c r i a n ç a s ex.

postas, 2,7 9 % são. c o n s t i t u í d a s por crianças do sexo ma seu

lino e 2,95 % do sexo feminino, o que demonstra uma diferen_

ç.a muito pequena entre um. sexo e outro.

A variação, da f r e q ü ê n c i a das crianças expostas oscila

de 2,37 % no q ü i n q ü ê n i o de 1779-1783, a 8,12 % "no quinqué

nio correspondente á 1799-1803. Portanto, considerando-os

nascimentos de filhos ilegítimos e de c r i a n ç a s expostas, se

pode afirmar que, em m é d i a , a taxa de i l e g i t i m i d a d e atinge a

cifra de 31,74 a saber, 25 , 99 % de c r i a n ç a s -ilegítimas e


j

5,75 % de c r i a n ç a s expostas. Esse resultado demonstra que,

na P a r ó q u i a de Santo Antônio da Lapa, a taxa de ilegitimid^

de a p r e s e n t a - s e bem mais elevada do que a de C u r i t i b a , que é


23
de 22,82 % durante o período de 1751 a 1800, e de 27,36 %
24 -
de 1801 a 1850, e mais baixa em r e l a ç a o a Sao Paulo, que
25
atingiu a cifra de 39,19 % entre 1741 e 1845.

t1

Taxas brutas e índices de n a t a l i d a d e , nupeialidade e morta-

lidade, da p o p u l a ç ã o livre e escrava.

Para a obtenção de taxas brutas e índices de natalid^

de, nupeialidade e mortalidade, foram utilizadas as séries

de registros paroquiais de b a t i z a d o s , casamentos e óbitos, e


26
algumas' Listas Nominativas de Habitantes.

' 2 3 BURMESTER, p. 79.

24
KUB0, p. 76 .

25
MARCÍLIQ., P- 157.
26 - * T*;
LISTAS nominativas de h a b i t a n t e s . Latas n9 203, 204,
20 5, 206 ,• 2 24 e 22 5 .
- 69- /

1. Taxas brutas e índices de Natalidade

a) Taxas brutas

No p e r í o d o de 1769 a 1818, foi registrado um total de

3.672 b a t i z a d o s para a população, na sua totalidade, incluin_

do-se, portanto, pdFâ o cs leulo das taxas brutas e índices,

também a população escrava.

Para 3.672 b a t i z a d o s foi obtida a média anual de 73,4 4

registros. A taxa bruta mais elevada, no t o c a n t e ã natalida

de, o c o r r e u no ano de 1818 q u a n d o houve- um total de 177 re

gistros de b a t i z a d o s , 'havendo a taxa bruta menos elevada re

caído no ano de 1769, o que evidencia tratar-se de uma popju

lação ainda bastante restrita, notando-se também., que deram-

•se as m a i o r e s e 1 e v aç-õ.e.sapós o -ano d.e 1814. No e-n-tanto , foi

verificado através das Listas Nominativas de H a b i t a n t e s , que

no ano de 1813 havia um total de 645 pessoas passando para

712 em 1818, havendo, portanto, um a u m e n t o de somente 67 pes

soas, durante um p e r í o d o de cinco anos. No ano de 1808 a po

pulação atingiu um total de 2 . 3 6 5 pessoas, diminuindo em pj3

ríodos posteriores.•

Isto pode ser explicado, em p a r t e , pelo desejo de mora

-dores da Vila de m i g r a r e m para a de L a g e s , conforme corres

pondência expedida, em 1809, ao c a p i t ã o - m or da Vila Nova do

Principe, acerca da m i g r a ç ã o , que diz textualmente:

"Recebi o seu officio de 27 de julho deste anno e fico


' certo de seu co n h ec ime n t o , q t o . no q. respeita o querjB
rem ir alguns moradores dessa Villa para a de Lages:
sou a. d i z e r - l h e , q. lhes não ponha embaraço algú, não
só pr. q. tudo hé m m a . Capta., como porq. hé mais'con
veniente maior população da Villa de Lages por ser dos
27
limites de C a p t a . . , "

27
D0CUMENT0S INTERESSANTES, 53. p. 198.-
- 70 -

b) I n d i c e s de Natalidade

Para a determinação, do í n d i c e de natalidade, foi calcu-

lado, o n ú m e r o de nascimentos por mil habitantes, dividindo-se

o 'número de nascimentos em d e t e r m i n a d o s anos, pelo número de

habitantes existentes na p o p u l a ç ã o durante os m e s m o s . Na o£

tenção destes índices, foram utilizados os t o t a i s populacio-

nais apresentados na T a b e l a n9 21.

TABELA N9 21

ÍNDICE DE NATALIDADE

População Livre e Escrava

Paróquia de Santo Antônio da Lapa

Número de na s c i me n tos Total da índice de


Ano pop.livre pop.escrav.
abs. °/00 abs. °/00 população natalidade

1777 38 43,32 2 2 , 28 677 45,61

1778 41 35,71 3 2,61 1148 38 , 32

1783 49 43,28 6 5 , 30 1132 48 , 58

1788 43 35,13 .7 5,71 1224 40,84

1793 51 38 , 3 7 5 3, 76 1329 42,13

1798 55 4 6,84 2 1 , 70 1174 48,55

180 8 99 41,86 13 5,49 2365 47, 35

0 índice de n a t a l i d a d e mais elevado ocorreu durante o


ano de 1783, quando atingiu a cifra de 4 8 , 5 8 ^/00, e o m£

-nos elevado durante o ano de 1778, quando a'.cifra não ultr£

passou.aos 3 8,32 ^/00. Os índices de n a t a l i d a d e , tal como

os demais, estão sujeitos a incorreção, levando em considera-

ção que as Listas Nominativas de H a b i t a n t e s .podem contar

falhas, assim como também, muitar; crianças que nasciam não

chegavam a ser batizadas.


- 71- /

2 . 'Taxas brutas e índices de Nupeialidade

a) Taxas brutas

Durante o período houve, para toda a população, B41 r£

gistros de c a s a m e n t o s , donde -se conclui que a média anual não

ultrapassou a cifra de 12,82 c a s a m e n t o s . A taxa bruta mais

elevada verificou-se no d e c o r r e r de 1812, com 41 casamentos

no total, e a menos elevada durante o ano de 1777, quando f£

ram r e g i s t r a d o s somente 2 casamentos.

b) índices de Nupeialidade

Foi utilizado o mesmo método dos batizados para a oh

tençãc dos índices de nupeialidade, apresentados na Tabela

n9 22.

TABELA N9 22

ÍNDICE DE NUPCIALIDADE

População Livre e Escrava

Paróquia de Santo Antônio da Lapa


Número de c a s a m e n t o s Total da índice de
Ano pop.1 i vre pop.es era va nupeialida
abs.°/00 abs.°/00 população de

1777 2 2 , 28 - - 877 2 ,280

1778 7 B , 09 - . - ' 1148 6 , 09 7

1783 7 B , 18 - - 1132 6 , 183

178 8 7 5 ,71 1 0 ,81 1224 6 ,535

1793 7 5 . 26 1 0 , 75 1329 6 ,019

1798. 21 17 ,88 1 0 ,85 1174 18 , 73

1808 15 6 , 34 2 . 0 , 84 236 5 7 ,188


- 72- /

O índice de n u p c i a l i d a d e mais elevado verificou-se no

ano.de 1798, quando atingiu 18,7 3- e o mais baixo no

ano de 1777, com 2,28 °/00.

3. Taxas brutas e índices de Mortalidade

a) Taxas brutas

Em todo o período foram registrados 1 . 424 f a l e c i m e n t o s pa_

ra toda a população, sendo portanto 28,4 8 a média anual de

óbitos. A taxa bruta de óbitos mais elevada ocorreu no ano

de 18G6, com 107 r e g i s t r o s , e a menos elevada no ano de 1771

quando se r e g i s t r o u apenas 1 falecimento.

•A ta-xa média de natalidade é de 73,44 e a de mortalida

de de 2 8 , 4 8 , donde se "pode afirmar que o crescimento natural

verificado na população de Santo Antonio da Lapa, foi de

44,96%.

b) Índices de Mortalidade

A incidencia de morte numa população é sempre avaliada

pelo e m p r e g o do índice de m o r t a l i d a d e , o qual é - c a l c u l a d o di_

vidindo-se. o número deóbitos em determinado ano,pela pop£

lação nesse ano.

Para o cálculo, procurou-se conhecer, através das Lis_


/ „

tas Nominativas de Habitantes, qual o numero total de habi^

tantes na á r e a , durante os anos . escolhidos. Os r e s u l t a d o s . p_a

ra os índices de m o r t a l i d a d e , são apresentado na Tabela

n9 23.
-7 3-

. TABELA N9 2 3-

ÍNDICE DE MORTALIDADE

População Livre e Escrava

Paróquia de Santo Antônio da Lapa

Número de óbitos Total da índice de


Ano pop . livre pop.escrava
população Morta lidade
abs. °/00 abs °/00 .

1777 15 17, 10 2 2 , 28 877 -19,38

1778 9 6 , 96 1 0,87 . 1148 7,83

1783 • 7 6 , 18 - - 1132 6,18

1788 18 14, 70 4 3,26 1224 1 7 . 97

179 3 12 9, 02 2 1, 50 1 329 10,53

1798 33 28, 10 2 1, 70 1174 29,81

1808 41 17, 33 19 8., 0 3 236 5 25,36

Por mais exato que seja o conhecimento do í n d i c e de mor

talidade, não se torna suficiente porque.existem diferenças

entre os í n d i c e s para as p e s s o a s do sexo masculino e femin_i


28
no, assim como diferenças entre os g r u p o s de idades.

Ds í n d i c e s de m o r t a l i d a d e mais elevados, nos anos esco

lhidos, X
recaem sobre 1798 e 1808, quando atingem a cifra de

29,81 e 25,36 °/00. Já os menos elevado s recaem nos anos de

1778, 1783 e. 1793, atingindo respectivamente, 7,83, 6,18 e

10,53 °/00.

28 São Pau
BEAUJ EU-GARNIER, J. Geografia da- população..

Io, Ed. N a c i o n a l , 1971. p. 108.


- 74 -

Nupcialidade

Para a análise da nupeialidade, é necessário que se te

nha consciência da a l t e r a ç ã o decorrente de fenômenos pertur

badores, tais ' como a mobilidade e a mortalidade da popula_

ção. Porém, neste ponto, deixando de lade a ausência da mo

bilidade e mortalidade, procurou-se saber a proporção de pes

soas de ambos os sexos, que deixavam da se c a s a r . Torna-se

difícil a determinação da repartição de c a s a m e n t o s de ambos

os sexos em p r i m e i r a , segunda ou mais nupcias por i d a d e , por

que seria necessária a ut-ilização de fichas de famílias pre


29
conizadas pelo método de r e c o n s t i t u i ç ã o de famílias.

Os r e g i s t r o s de c a s a m e n t o s ' de que se dispõe, para o p_e

ríodo de 17-69 a 1818, não contém em suas atas a idade dos n_u

bentes no m o m e n t o do c a s a m e n t o , o que impede o cálculo e o

conhecimento da q u e s t ã o acima mencionada.

Assim sendo, a nupeialidade só pode ser cons i d e r a d a sob

os s e g u i n t e s aspectos:

1. p r o p o r ç ã o do celibato definitivo;

2. f r e q ü ê n c i a dos reca s amento s ;

i 3. r e s i d ê n c i a e o r i g e m dos esposos no
m o m e n t o do c a s a m e n t o .

1. P r o p o r ç ã o do c e l i b a t o definitivo

Para a obtenção dos resultados quanto ã proporção do c£

libato definitivo, considerando tratar-se de uma p o p u l a ç ã o com

ausência de m o r t a l i d a d e , e que somente a partir de uma


1
29 -
HENRY, Louis. Notas de a u l a . Departamento de Hist£
ria, UFPr. .1974.
- 75- /

idade bastante elevada as p e s s o a s não mais se c a s a m , foi


30
tomada por base, aquela de 50 anos.

U t i l i z a r a m - se como fonte de estudo os re gi s t ro s de óbi_

tos de 1769 a 1818, considerando somente a população livre,

divididos em p e r í o d o s de dez "anos, sendo deixada de lado a

população escrava.

A Tabela composta para tal estudo, foi d i s t r i b u í d a com

três entradas: idade, sexo e estado civil. Os r e s u l t a d o s ob

tidos em n ú m e r o s absolutos estão expostos na T a b e l a n9 24.

TABELA N9 24

PROPORÇÃO DO C E L I B A T O DEFINITIVO SEGUNDO OS R E G I S T R O S PARO

QUIAIS.

População Livre'

Paróquia de Santo Antônio da Lapa: 1769-1818

M A S C U L I N 0 F E M I N I N 0
Períodos %
n 9 abs . n9 abs . ' %

1769-1778 10 - . -

1779-1788 2 10 4 30 , 76

17 8 9 - 1 7 9 8 5 25 2 15, 38

1799-1808 7 35 1 7, 69

1809-1818 4 20 6 46, 1 5

TOTAL 20 100 100

• Estabelecendo o celibato definitivo entre as p e s s o a s do

sexo m a s c u l i n o , ficou verificado que os r e s u l t a d o s variam de

10 a 35 % e entre as do sexo feminino, de 7,69 a 46,15 %,

30 -
HENRY, Louis. Movimento da p o p u l a ç a o . Curso mimeo
grafado p. 10 .
- 73 -

donde se pode concluir que durante o período estudado havia

predominância de p e s s o a s pertencentes ao sexo m a s c u l i n o que

permaneciam até o final, da v i d a , na c o n d i ç ã o civil de solte_i

ras. Isso é explicável por e s t a r a população atravessando o

estágio de p o v o a m e n t o , cujo contingente populacional forma

dor é, em g e r a l , constituído por p e s s o a s do sexo masculino,

porque os homens em geral migram mais que as m u l h e r e s , ^ ou

ainda a explicação possa residir na c o n s t a t a ç ã o de que mui.

tos homens que se t r a n s f e r i r a m para. a' P a r ó q u i a vinham sem a

família e não d e c l a r a v a m o estado civil anterior à mudança,

constando nos registros de ó b i t o s como solteiros.

Na Tabela n9 25 c o n s t a o estado civil de todas as pes

soas regitradas nos óbitos.

32 ~
GEORGE., P i e r r e . • G e o g r a f i a da popúlaçao.: Sao Paulo,
Difel, 1794. p. 105.
TABELA N' 25

CELIBATO DEFINITIVO ( N's ABSOLUTOS]

Paróquia Livre

Paróquia de Santo Antonio dá Lapa: 1769-1818

ESTADO CIVIL 176S-1778 1779-1788 Î789-1798 1799-1808 1809-1811


M F M F M F M F ri F

SOLTEIRO 23 15 46 37 72 •. 76 129 123 151 i:

CASADO 11 7 18 20 28 16 32 26 58 3S

VIÚVO 3 3 4 11 5 10 10 15 11 23

INDETERMINADOS 4 2 5 5 10 3 11 • 7 16 12

TOTAL GERAL 41 27 73 73 115 105 182 171 236 212

M - Masculino

F •<- Feminino
- 78- /

2. F r e q ü ê n c i a dos recasamentos

i . .

Como já foi salientado, é difícil o estudo da freqüên-

cia dos recasamentos segundo a idade na v i u v e z ou o interva-

lo entre a mesma e ó recasamento, devido principalmente às

falhas que existem nos registros de casamentos no t o c a n t e à

idade-dos noivos ao casar e pela falta das .fichas de recons-

tituição de famílias.

Verifica-se-neste ponto, somente o recasamento por meio

da f r e q ü ê n c i a dos casamentos segundo o estado civil anterjL

or dos noivos, do qual se tem c o n h e c i m e n t o através das atas

de r e g i s t r o s . Os r e s u l t a d o s estão na Tabela n9 26.

TABELA N9 26

F-REQUÊNCIA DOS R E C A S A M E N T O S (N'?s ABSOLUTOS}

População Livre

Paróquia de Santo Antônioeda La p a : 1 7 6 9 - 1 8 1 8

So 11 eiro ( a ) Vi ú vo ía)
TOTAL
abs. -I abs. %
MULHER 579 . 94, 78 32 5 , 22 611

MARIDO 553 90 ,41 58 9 , 49 611

Normalmente, nos registros de casamentos- a p a r e c e somen

te a. a n o t a ç ã o do estado civil quando o (s) era Cm) viúvo (s),

o que permite concluir que os d e m a i s eram cônjuges solteiros.

Entre 1769 e 1818, recasaram-se na P a r ó q u i a de Santo A£

tônio da Lapa, 58 pessoas do sexo m a s c u l i n o , o que corres

ponde ã porcentagem de 9,49, e 32 p e s s o a s do sexo feminino

representando 5,2 2 % do t o t a l . Assirn, e r a m solteiros 90,41


-7 9-

dos homens, e 94 , 78 % das mulheres.

3. Origem, e r e s i d ê n c i a dos c ô n j u g e s no m o m e n t o do casamento

Consta freqüentemente nas atas referentes a registros

de c a s a m e n t o s , o local de o r i g e m dos cônjuges, assim como,

onde residem no m o m e n t o do evento. Por m e i o destes dados,

pode ser d e t e r m i n a d a a composição, de pelo menos uma parte

da p o p u l a ç ã o , observando-se os locais de procedência e sua

freqüência, assim como a residência dos c ô n j u g e s a n t e r i o r ao

casamento.

No caso da população lapeana, foram utilizados os re

gistros de c a s a m e n t o de 1769 a 1818, e estes dados foram o Id

servados em p e r í o d o s ordenados de cin.co em cinco anos,sendo

estudada apenas a população livre, visto e s t a r a. p o p u l a ç ã o

escrava num í n d i c e muito baixo, pois para 611 casamentos da

população livre, aparecem apenas 30 para a população escra

va .

Os dados foram classificados utilizando critérios se_

melhantes aos a d o t a d o s no e s t u d o da Paróquia de Nossa Senho


32
rada Luz dos P i n h a i s de Curitiba.

1. i n d i v í d u o s nascidos e residentes na Paróquia;

2. i n d i v í d u o s n a s c i d o sp fora da P a r ó q u i a mas nela re-

side ntes;

3. i n d i v í d u o s estrangeiros, c-onsiderando-se aqui aqu£

les que procedem de o u t r o s países, uma vez que nos

registros, nao existe um único caso' em que os côn_

juges não sejam nascidos e não moradores na frequesia ;

4. indivíduos indeterminados.

31
KUB0, p. 87.
- 8 0-

Estes resultados encontram-se-nas Tabelas n9 2 7 e 28.

Como pode ser o b s e r v a d o , no p e r í o d o compreendido entre 1794

e 1808, verifica-se alto índice de r e g i s t r o s em que a origem

dos nubentes é indeterminada, provavelmente por f a l h a d a pes

soa e n c a r r e g a d a de f a z e - l o s , que o m i t i u esse pormenor. No-

ta-se também que não é grande a diferença e x i s t e n t e entre os

índices de m u l h e r e s e homens que provém de o u t r a s paróquias.

A porcentagem dos cônjuges vindos de o u t r o s países é baixís_

sima e- se a p l i c a somente ao sexo masculino.

A observação e o estudo sobre as -localidades de origem

dos c ô n j u g e s são i m p o r t a n t e s para a constatação dos centros

de onde provinham os m e s m o s , os quais vão compor a popula

ção lapeana. Neste caso, verificou-se que o centro que mais

contribuiu para tal formação foi São Paulo, devido certamen

te, ao grande número de p a u l i s t a s presentes na região em de_

correncia do c o m é r c i o do gado.

As localidades de o r i g e m dos nubentes foram classifi

cadas por c a t e g o r i a s , verificando-se o raio matrimonial:

: Categoria A:

Cônjuges nascidos na Paróquia;

C a t e g o r i a j3 :

Cônjuges n a s c i d o s em l o c a l i d a d e s próximas da Paróquia,

num raio .de até 100 Km;

Categoria £:

Cônjuges nascidos em l o c a l i d a d e s d i s t a n t e s da Paróquia,

num raio entre 100 e 1000 Km;

C a t e g o r i a _D:

Cônjuges nascidos em o u t r a s Capitanias;

Categoria E:

Cônjuges nascidos no Exterior;


- 81 -

CategoriaF:

Indeterminados.

Nesta classificação por categorias, os r e s u l t a d o s obti_

dos são apresentados na T a b e l a n? 27.

TABELA N • 27

ORIGEM DOS NUBENTES POR CATEGORIA ' •

População Livre

Paróquia de Santo Antônio da Lapa:1769-1818

M A R I D O M U L H E R
ORIGEM DOS NUBENTES % %
n 9 abs n9 a b s

A : Paróq uia . 15.4 25,20 , 277 37, 15

B: Localidades próximas até


100 Km; 106 17,68 137 22 , 42

C: Localidades distantes
entre .100 e 1000 Km; 122 19,97 54 8, 84

D: Outras Capitanias 27 4,42 4 0 , 6 .6

E: Exterior 15 2,45 - -

F: Indeterminados 185 30,28 189 30,93

TOTAL GERAL .. - • 611 100 .611 100


TABELA N' 28

ORIGEM E RESIDÊNCIA DOS CÔNJÜGES ANTERIOR AO CASAMENTO

População Livre

Paróquia'de ,Santo Antônio da Lapa: 1769-1818

Nascidos na Residentes na Paroquia Cônjuges


Paróquia mas nela não nascidos Estrangeiros Intermediários
Ano Civil Total de

n 9 abs.
0/
n 9 abs.
0/
n 9 abs.
0/ 0/ 00
Casamentos 00 00 00 n 9 abs.

S E X O M A S C U L I N O

1769-1778 54 3 55 48 888 3 55

1779-1788 89 5 56 73 820 3 33 89

1789-1798 114 6 52 15 131 2 17 91 798

1799-1808 143 32 223 27 188 1 7 83 580

1809-1818 211 108 511 94 445 6 28 3 14

S E X O F E M I N I N O

1769-1778 54 6 111 . 48 888

1779-1788 89 12 134 65 • 730 12 134

1789-1798 114 10 87 12 105 92 807

1799-1808 143 48 335 11 76 84 587

1809-1818 211 151 715 59 279 1 4

Obs. Não há registro de ocorrência em que os cônjuges não tenham origem na Paróquia e nela
nao sejam residentes.
- 83- /

0 maior número de c a s a m e n t o s ocorreu no d e c ê n i o corres

pondente aos anos de 1809-1818, quando foram registrados um

total de 211 casos, sendo possível observar que, para o sexo

masculino, 108 pessoas são o r i g i n á r i a s da p r ó p r i a Paróquia ,

o que corresponde ã. .511 ° / 0 0 , sendo 94 r e s i d e n t e s na mesma,

porém- nela não nascidos, 6 casos de homens provindos de. 0 £

tros países e ainda 3 de i n d e t e r m i n a d o s . Para o sexo femi-

nino, nota-se que 151 m u l h e r e s são originárias da própria Pa_

róquia, aparecendo neste decênio, apenas um caso de origem

"indeterminada. Os m a i o r e s máximos para indeterminados ocor-

reram durante os anos de 1 789- 1798 , -tanto para o sexo mascu

lino quanto para o feminino, atingindo o primeiro o número

de 798 °/00 e o segundo, 807 °/00.

Pai'a o período de 1769 a 1818, aparecem 15 r e g i s t r o s de

casamentos de homens provindos de o u t r o s países o que corres

ponde a 2,45 % sobre o total, evidenciando a presença da irni

gração no final do século XVIII e início do século XIX.

0 total do p e r í o d o apresenta' os s.eguintes resultados:

30,28 % de p e s s o a s de origem indeterminada, 19,97 % provin

dos de localidades distantes entre 100 e 1000 Km. Da pró-

pria Paróquia tem-se 25,20 % e de localidades próximas até

100 Km, 17,68 % sobre o total, para o sexo masculino. Para

o feminino, a maior cifra é de 277 , o .que r e p r e s e n t a 37,15%

sobre o total, de m u l h e r e s oriundas da p r ó p r i a Paróquia com

30,;93 % de i n d e t e r m i n a d a s , sendo 22,42 % as que provinham de

localidades distantes cujo raio não c h e g a v a a ultrapassar a

100 Km e ainda 0,66 % de m u l h e r e s vindas de o u t r a s Cap i t an_i

as.

0 raio matrimonial médio não. u l t r a p a s s a - a distância de

1500 Km, a p l i c a d o s tanto para o sexo masculino quanto para


- 84- /

o feminino. As maiores, d i s t â n c i a s foram observadas no caso

do sexo m a s c u l i n o , .pelo fato de que os homens emigram em nú

mero maior e para maiores distâncias. A população nascidae


/

residente na P a r ó q u i a neste período constitui a'maioria,com

154 r e g i s t r o s para os homens e 27 7 para as m u l h e r e s . É tam

bem b a s t a n t e elevado o número de registros em que a origem

dos noivos e sua residência deixam de ser citados.

Como já foi salientado, é bastante alta a taxa de in

determinados, o que de certa forma altera os resultados mas,

chega-se a conclusão de que a maioria dos nubentes, princi

pálmente para o sexo feminino, são oriundos da própria Pa r ó_

quia e que quanto maior a distância verificada com outraslo

cali.dades classificadas pelas categorias B, C_, e D, menores

são as p r o p o r ç õ e s de p e s s o a s que dirigiram-se para a Lapa e

lá se casaram.
T h B K I. A NV 29

TjOCALll)AJ)F,5 DE OIUCKM DOS NUliLNTKS (NÛMKKOS AiiSOLUTOS) . POPUI-AÇÃO LIVRE

PAROQUIA DK SANTO AMTOtUO DA I J \ r A : 1769 - IG] 8

1769 1778 17 7 9 17 8 8 1 7 8 9 1798 1799 1808 1809 1818


C A T E G O R I A S
M F M F M .F M F M F

CATEGORIA A: PAROQUIA 3- 6 5 12 : 6 10 32 48 108 151


CATEGORIA B : LOCALIDADES PROXIMAS ATE 1 0 0 KM DA PAROQUIA
CURITIBA 28 42 31 55 7 8 7 3 19 19
SÄO J O S E - - . 4 2 - - 2 2 10 6
TOTAL 28 42 35 57 7 8 9 5 29 25
CATEGORIA C : UDCALIDACES DISTANTES ENTRE 100 E 1000 KM DA PAÎÛQUIA
ANTONIMA 2 - 1 1 - - 1 - 2 -

BOM J E S U S - - 1 - 1 .. - - - - -

CANANÊIA - - 1 - - • - - - - -

CASTRO ' • - • - 2 1 1 - 3 1 8 10
COTIA - - 2 - - - 3 2 8 4
FAXINAL - - 1. - - 1 - 4 1
GUARATINGUETÃ - 3 - 1 - 1 - • 1 -

ITAPETININGA - - - - - - • - - 5 1
1TAPEVA ' - ' - - - - - - - - 1 -

ITÜ . 2 - - - - - 1 - - ".1
JUNDIAl - - 1 - , - 1 - 4 -
MARIANA 1 - 3 1 - - - - - -

MOGI DAS CRUZES ^ - 1 - - - - 1 - - -


NAZARÉ 1 - - - - - - - - -

PARANAGUÁ 1 - - - 1 - - 1 - -

PIN DAMONHANGABA - - - ' - - - - 1 -

PRINCESA - ' . - - - - - - 1 -

RIO PARDO - - - - - - - - 2 . -

RIO VERDE 1 - - - - - - - - -

SABOÃO - - - - - - . - - 1 -

SANTO AMARO - • 1 - - 1 - 1 -

SANTOS. - - 1 - - - - - - -

SÃO CARLOS - - - - - - - - 1 -

SÃO JOÃO - - - - - - . 1 1 - -

SÃO JORGE i - - ; - - - - 2 1
SAO PAULO 1 2 3 •' 1 2 - 1 - 2 -1
SÃO ROQUE - - - - 3 2
SÃO SEBASTIÃO ¡ 1 - - - -• - - - - - -
t
SÃO VICENTE - - - ' - - - - 1 - -

SOROCABA 1 2 4 2 1 - 2 1 5 2
TAKANDARS - - - - - - - 1 -

TAMANDUÁ - - 1 1 . - - - - 2 . 7
TAUBATÉ \ 2 1 2 ï - - - - - -

TIBÖIA ! ' - - . - - • - - - - 1 -

.VILA NOVA DO CARMO - - - - 1 1 - • - - -

VILA DO FACÃO - - - - - 1 - - -

VILA BOA - - 1 - - - - - -

T O T AI, 13 6 28 8 8 4 17 6 56 3P
C A T E G O R I A D: DE OUTRAS CAPITANIAS
MINAS GERAIS - - 1 . _ . - - 1 - 1 -

PERNAMBUCO 3 - - - - - - - 2 1
RIO DE J A N E I R O 2 - 6 - - - - - 1 -

RIO GRANDE DO S U L - - - . - - - 3 3
SANTA CATARINA ' 2 - 3 - - - - - 2 -

TOTAL 7 - 10 - - - 1" - 9 4
C A T E G O R I A E : DO EXTERIOR
ESPANHA . .. .. - - • - - , ' - 1 -

ESTADOS ALEMAÊS - - 1 - - - - - - '

PORTUGAL, 3 3 1 - 1 - S
TOTAL 3 3 - 2 - 1 - 6 -

CATEGORIA F: INDETERMINADOS
- . •'' - 8 12 91 92 83 84 3 1
- - bß -

Nos cinco períodos.decenais estabelecidos, verifica-se

que para a categoria _B, c o r r e s p o n d e n t e as. p e s s o a s originárias

de localidades próximas até 100 q u i l ô m e t r o s , há grande fre

qüência de nubentes oriundos de Curitiba e São José dos Pi

nhais. Na categoria C, no caso de localidades distantes ejn

tre 100 e 1000 quilômetros, há maior freqüência de nubentes

provindos da Capital e do interior paulista, principalmente,

das paróquias de Sorocaba, Cotia e Taubaté,. seguida pela con

tribuição populacional de A n t o n i n a , Tamanduá e Castro.

Já - p a r a a categoria _D, de outras Capitanias e depois

Províncias, os noivos são do Rio Grande do S u l , Rio de Janei_

ro, S a n t a Catarina, Minas Gerais e Pernambuco. Os nubentes

originários de S a n t a Catarina provém de Lages e Laguna, e os

do Rio Grande do Sul são., e.-m .geral, d.e S a n t a M.a-r.i-a e Vac-a-ria,

sobretudo da última. Quanto à categoria _F, u s a d a para o caso

de estrangeiros.provindos de outros países, existem pessoas

nascidas em Portugal, Espanha e Estados Alemães, o que demons

tra haver casos de imigrantes, no final do século XVIII.

Generalizando, nota-se que, na maioria dos casos os nu

bentes têm origem em localidades que na época encontravam-se

estritamente ligadas ã Paróquia devido ao intenso comércio de

tropas que se desenvolvia. Observa-se e n t r e t a n t o , q u e h a mai or

incidência de nubentes paulistas que gaúchos, apesar de cons

tituírem tais localidades centros comerciantes de gado.

Tal constatação decorre do fato de possuir São Paulo maior

interesse em chegar mais próximo do centro de abastecimento

de tropas, o que fez com que os paulistas se radicassem na

região, estabelecendo as suas fazendas esparsas, onde muitas

vezes os fazendeiros deixavam pessoas de sua confiança a frejn

te.de seus negócios. '


- 87- /

Mortalidade

Natalidade e mortalidade constituem os dois parâmetros


- 33

fundamentais para a historia demográfica, e, a s s i m sendo,

deve-se dar m a i o r ênfase a esses pontos quando se trata dé

fazer o estudo demográfico de uma determinada população. •

equilíbrio ou d e s e q u i l í b r i o desses dois parâmetros é que de_

termina a composição populacional de uma região., tanto no to_

cante ao número .de habitantes, como também 'na determinação

'dos grupos de idade.

Havendo alta mortalidade com baixa natalidade, a ten

dência oscilatoria cai.' Tal fenômeno ocorre em casos onde

há guerra e epidemias em d e t e r m i n a d o s p er í o d o s , numa "população

ondeé comum o controle da n a t a l i d a d e . Com o avanço da medi_

•ciña e a ação de m e d i d a s sanitárias, a tendê.ncia é diminuir

a mortalidade, que aliada ao c o n t r o l e de n a t a l i d a d e , faz com

que a população em a l g u n s anos se c o n s t i t u a mais de. eleme_n

tos que estão numa faixa etária mais avançada, como é, por

exemplo, o caso da França.

Nesta parte do p r e s e n t e estudo são discutidos problemas

ligados ã mortalidade, sendo utilizados os r e g i s t r o s de óbi^

tos da p o p u l a ç ã o da P a r ó q u i a de S a n t o Antônio da Lapa. Os . re

gistros de ó b i t o s , assim como também os de batizados, são

os mais completos, constando normalmente o nome, idade,es_

tado civil, local de o r i g e m e residência do f a l e c i d o . Dos

.1235 r/ e g i s t r o s de ó b i t o s da p o p u l a ç ã o l i v r e , a p e n a s 177 não co_n


•têm .em suas atas a d e c l a r a ç ã o de i d a d e , o queí c o r r e s p o n d e a

33
SALZANO, F.M. 8 -FREI RE - MA IA, N. Populações brasileiras.

São Paulo,. Cia. Ed. Nacional, 1967 . p. 53.


- 85 -

9,47 % de lacunas apresentadas, neste item. Quanto ao estado

civil em apenas 75 r e g i s t r o s o mesmo é indeterminado o que cor

responde ã .6,07 % de f a l h a s . Na T a b e l a n9 30, c o n s t a t a - s e que

a mortalidade de c r i a n ç a s com m e n o s de u'n 'ano de i d a d e , repre


/

senta 31,74 % do total, sendo 14,25 % para o caso feminino e;

17,49 % para o masculino, compro van do - se a s s i m , que as pesso

as do sexo masculino são mais atingidas no primeiro ano de vi

da, sendo 3,24 % a diferença verificada entre os dois sexos.

A mortalidade mais elevada verificou-se entre os p r i m e i r o s me

ses até a faixa de q u a t r o anos de vida, atingindo 43,81 % do

total.

De um a quatro anos, a incidência recai levemente sobre

o sexo feminino, quando de 149 ó b i t o s , 79 são. de m u l h e r e s e

70 de homens.-

.TABELA N9 30

REPARTIÇÃO DE Ó B I T O S POR IDADE

População Livre

Paróquia de Santo A n t ô n i o da Lapa: 1*7 6 9 - 1 8 1 8


Idades home n s mulheres T O T A L
n 9 abs. % n 9 abs. % n 9 abs. %
m e n o s de 1 ano 216 17, 49 176 14, 25 392 ' 31,74
1 - 4 70 5, 67 79 6, 40 149 12,07
5 - 9 30 2 ,43 32 2, 59 62 5 ,02
10 - 19 29 2. 35 26 2, 10 55 4,45
20 - .29 ' 28 2, 27 49 3, 97 77 6 , 24
, 30 - 39 35 2, 83 29 2, 3 5 64 5,18
• .. 4 0 - 49 33 2, 67 3îi 2, 83 68 5,50
50 - 59 46 3 ,72 3!5 2, 83 . 81 6,55
6 0 - 69 - .38 3, 08 25 2, 02 63 5 , 12
. 70 - 79 .42 3, 40 ,26 2, 10 68 5,50
80 - 89 11 0, 90 8 0, 65 19 1,55
¿
mais de 90 9 0, 73 11 0, 9 0 20 1,65
Indeterminados 60 4, 86 57 4, 61 11 7 9,4 7
TOTAL 647 52,'40 588 47, 60 12 35 ' 100
-89-

Devido ã alta mortalidade infantil, a faixa mais atingjL

da q u a n t o ao estado civil é . a dos soltei, ros, com 806 regis

tros no total de 1235, o que representa 65,26 % do total.

Os • resultados, de classificação segundo o estado civil,

encontra-se na Tabela n9' 31.

TABELA N9 31
OBITOS SEGUNDO O ESTADO CIVIL
População Livre

Paróquia de Santo Antonio da Lapa: 1769-1818

SEXO MASCULINO SEXO FEMININO


Qüinqüênios TOTAL
; S V C I S V C I

1769-1173 9 - 4 - 2 2 4 - •21

1774-1778 14 3 6 4 12 2 4 2 47

1779-1783 14 2 8 2 8 8 9 1 52

1784-1788 32 2 10 3 29 3 11 4 94

1789-1793 32 3 14 5 31 3 7 3 98

17 9 4 - 1 7 9 8 39 2 14 5 45 7 9 1 122

1799-180 3 43 3 16 3 23 7 9 2 106

1804-1808 84 4 17 100 8 18 6 247



1809-1813 61 . 7 29 11 66 1 1 24 4 213

1814-1818 90 5 31 4 7 2 14 15 5 235

TOTAL 418 30 14 9 47 388 65 110 28 1235

a) M o r t a l i d a d e Infantil: movimento sazonal e taxas médias.

, Para o cálculo do m o v i m e n t o sezonal de m o r t a l i d a d e in


B

fantil, os dados foram ordenados incluindo as c r i a n ç a s que fa_

leceram com m e n o s de um ano de' i d è. de. É possível que neste

ponto existam falhas, pois 67 r e g i s t r o s referem-se somente a

crianças, não especificando a idade exata ou aproximada, de


-90-

onde se pode crer estarem muitas delas com me no s. de um ano de

idade. As o s c i l a ç õ e s do m o v i m e n t o sazonal de m o r t a l i d a d e in

fantil podem ser o b s e r v a d a s na Tabela n9 32 e Gráfico n9 13.

Pelos dados que foram levantados com e x a t i d ã o , verific_a

se que a m a i o r - i n c i d ê n c i a de m o r t e s de c r i a n ç a s com menos de

um ano, recai nos meses de m a i o , julho, agosto e dezembro, ve_

rificando-se em c o n t r a p a r t i d a , a mortalidade mais baix-a duran

te o mês de n o v e m b r o . Os ó b i t o s foram mais elevados nos m£

ses de julho e agosto, justamente porque nessa época, no

ano de 1806, houve epidemia de s a r a m p o , e também por corres

ponderem à estação de inverno.

Pela Tabela n? 33, que indica a taxa média de mortalid£

de i n f a n t i l , pode verificar-se que a taxa mais elevada ocor

reu no q u i n q u e n i o correspondente a 1804-1808, quando houve

456 nascimentos e 87 ó b i t o s , atingindo a taxa média de 109,78

^/00. Contudo, as m a i o r e s variações deram-se entre 1769 e

1778, quando houve uma alta de 80,44 °/00, caindo a 73,74 no

quinquenio seguinte. A taxa média de m o r t a l i d a d e infantil, so

bre o total, corresponde a 166,73 ^/00.


34
A taxa de m o r t a l i d a d e infantil, segundo Pressât, nada

mais é que uma p r o b a b i l i d a d e de morte.

Para achar-se a taxa de m o r t a l i d a d e infantil, multiplicai

se a número de óbitos de c r i a n ç a s com m e n o s de um ano por mil,

e divide-se pelo número de n a s c i m e n t o s registrados nos anos ej^

colhidos para' tal analise.

34 -
PRESSAT, Roland. El a n á l i s i s demográfico: métodos, re
sultados,. a p l i c a c i o n e s . Fondo de Cultura Econômica, 1 793. p.
91.
TABELA N 5 32

População Livre

Paroquia de Santo Antônio da Lapa: 1769-1818

hês de Obito J F M A M J J A S 0 N D Total-

Números

absolutos 34 20 25 34 39 37 . 46 42 30 25 20 40 392

-t*
t-1
CD
Números Diários. 1,00 0.70 : 0,80 1,13 1,25 1,23 1,35 1,00 0,80 0,66 1,29 12,78

Número Diário

Proporcional 102 66 75 106 117 116 139 127 : 94 75 62 121 1200


V

Obs. Os Numeros Diarios correspondem a simples intermediárias obtidas pela divisão dos

números absolutos pelo número de." dias de cada mês. ca


G R A F I C O N* 13

MOVIMENTO S A Z O N A L DE MORTALIDADE INFANTIL


PAROQUIA DE SANTO A N T O N I O DA LAPA
POPULAÇÃO LlVRE-1769-1818

-i 1 , » 1 1 1 , , , ,
J F M A M J J A S O N D
- 93- /

T A'BE LA N 9 33

TAXA MÉDIA DE M O R T A L I D A D E INFANTIL POR PERIODOS DE 5 ANOS

População Livre

Paróquia de Santo Antonio da Lapa: 1769-1818

Total de
Período S9 + °/00
Ba t i s mo s

1769-1773 2 162 12,34

1774-1778 18 194 92, 78

1779-1783 4 210 19,04

1784-1788 27 235 114,89

17 89-179 3 TF 25 253 98,81

1 794- 1 79 8 35 . 288 121,52

1799-1803 3- 357 84,03

.1804- 1808 87 456 190,78

1809-1813 66 428 154,20

1814-1818 98 668 146,70

TOTAL 2351
392 166,73

+ S.9 - Óbitos de c r i a n ç a s com menos de um ano.

b) "Causa-Mortis"

Raramente até 1800 foi m e n c i o n a d a a "causa-mortis" nos

registros de ó b i t o s de P a r ó q u i a de Santo Antonio da L a p a , im

possibilitando desta maneira um estudo completo sobre as d£

enças que atingiam a p o p u l a ç ã o . . ' De .1235 registros, apenas

101 deles contém informações completas sobre a "causa-mortis"

as quais são apresentadas na Tabela n9 34.


- 94- /

. TABELA N9 34

REPARTIÇÃO. DOS O B I T O S POR- " CA US A-MOR T IS "

População Livre

Paróquia de Santo Antônio da Lapa : 1 7 6 - 9 - 1 8 1 8

* *
N'a tu'rez a M F . Total

acidente 4 - 4

ataque de bugres 2 - 2

c h aga s 1 - 1

convulsão 2 - 2

estupor i. 5 1 . 6

facada 4 4

ferida 1 - 1

hidropsia 2 1 3

ma 1 i gna 7 7 14

mordida de cobra 2 2 4

pancadas 1 - 1

parto - 6 6

pneumonia 1 1

raio - 1 1

re uma t i s mo • 1 1

sarampo .12 19 31

sarna 1 1 2

sufocado 1 - 1

ti gre I - 1

tiro ' 5 5

tosse -I 2 2

tumor - . 1 1

vermes 2 5

TOTAL '55' 4 6 /• 101


* M - Masculino; F - Feminino.
- 95- /

Somente- a p a r t i r de 1800 são. m a i s freqüentes as referêjn

cias ã "causa-mortis". Em 1810, houve dois registros de ób^i

tos em que aparece como "causa-mortis" o ataque de b u g r e s , o

que prova a existência real desse perigo na é p o c a . De fato,

havia bugres, conforme consta em d o c u m e n t o expedido, em oj3

zembro de 1808, ao C o r o n e l do R e g i m e n t o de M i l í c i a s de Curi_

tiba, sobre o ataque de bugres:'

"Tendo-me-chegado de d i f f é r e n t e s partes das V i l l a s dás


Lages, Itap'etininga e Villa Nova do P r i n c i p e , de q. os
indios barbaros vulgarmente, chamados bugres vão atta
cando différentes lugares das ditas Villas com mortes
de alguns moradores e destruição de suas fazendas...
Nos registros com "causa-mortis" declarada, nota-se que

10,89% o fo.ram por morte violenta, razão também pela qual se


»

pedia constantemente ao g o v e r n o de São Paulo, a ereção da Fre

guesia ã Vila, por estar a mesma muito distante da Vila de

Curitiba, o que o c a s i o n a v a - grande demora para a resolução de

assuntos forenses. A distância favorecia aos malfeitores o

que o c a s i o n a v a o aumento do número de crimes praticados, vi£


to que' as r e s o l u ç õ e s vindas da Vila de Curitiba tardavam em
36
'
chegar.

Os prenomes

0 estudo dos prenomes é muito significativo, pois atra

vés dele se pode conhecer o processo de e x t i n ç ã o e renovação

dos p r e n o m e s . d a Paróquia, possibilitando a verificação das

variações ortográficas que sofrem, assim como a influência de

certos fatores religiosos, históricos, literários e outros.

^DOCUMENTOS INTERESSANTES, v. 5_8. p. 9.

36
D0CUMENT0S INTERESSANTES, v. 4. p. 126.
- 96- /

Para es.te estudo, foram utilizados, os registros de bat_i

zados da p o p u l a ç ã o livre, no p e r í o d o de 176 9. e 1818. Con.s i

derou-se apenas os p r e n o m e s cujos números absolutos atingiram

cinco, no trfta 1 dos anos arrolados, ficando os demais na c<a

tegoriade outros. Igualmente foram levados em consideração

como prenomes mais freqüentes aqueles que atingiram, acima de

5 % do to'tal e., a s s i m , os de m a i o r incidência para o caso mas

culino foram Manoel com 12,63 %, José com 10,35-,%, Antônio

com 9,87 %, s e g u i d o s por- J o ã o , Francisco, Joaquim, B e n t o , Be_

nedito, Ignacio, e outros. Para o caso feminino, apresentan


\ j

do-se com a mais alta porcentagem estão Maria, com 22,25 % e

Anna, com 12,87 % , seguidos por F r a n c i s c a , Gertrudes,Antonia

Benedita, Joaquina e outros (Tabela n9 35].

Tal como na P a r ó q u i a de Nossa Senhora da Luz do.s P i n h a i s

de C u r i t i b a , a maioria dos prenomes recebeu grande influência

religiosa, além daquelas de s i t u a ç õ e s de v i d a , donde a exis_

tência de p r e n o m e s como Felisberto, Salvador, Fortunato, Pru

dê n cio., os q u a i s contudo não chegaram a atingir 5 % do total,

o mesmo ocorrendo com os p r e n o m e s femininos de E s p e r a n ç a , Fe,

Felicidade, Constância e outros.

A incidência muito grande de p r e n o m e s femininos como M_a

ria, com 356 registros de,3251 no total, deve-se ao costume

de que os r e g i s t r o s nunca eram anotados' com nomes compostos,

como por e x e m p l o , Maria Luiza, Maria Rosa e outros, como se

tem c o n h e c i m e n t o de a l g u n s , chegando-,se ã conclusão de que s£

men.te o p r i m e i r o preñóme era anotado nas atas de b a t i z a d o s . .

São também muito comuns os p r e n o m e s femininos h o m ô n i m o s de mas_

culinos, como Ignãcio, Francisca, Jesuina, Jocelina, etc.


- 97- /

TABELA N9 35

FREQÜÊNCIA DOS P R E N O M E S MASCULINO. POPULAÇÃO LIVRE

Paróquia de-Santo Antônio-da Lapa. -1769-1818

_. Masculino
Prenomes nY. a b s o l u t o %•

Albino 10 0,60

Améri co 15 0¿ 90

Antônio 163 9,87

Benedito 46 2,78'

Bento 21 1,27

Constantino 9 0,54
]

Daniel 11 0,66

Domingos 6 0 , 36

Fe li sberto 11 0,66

Fidelis 10 0 , 60

Floriano 10 0,60

:
Francisco 119 7,20

Gabriel 10 0,60

Ignacio 38 2,38

Jacinto 10 0 , 60

Jerónimo 10 0,60

J es ui no 10 0,60

Jócelino 12 0,72

João 145 8,72.

Joaquim 94 5,69

Jose.. 171 10,35


/

Lourenço , 12 0, 72

Luiz 17 1,02

Manoel 209 12,65

Miguel • 38 2,30

Paulo 10 0,60
- 98- /

TABELA n9 35 (continuação).

Hasci linos
Prenomes
n 9
absoluto %
Pedro 37 2,24.

Policarpo 10 0,60

Rafael 10 0 , 60

Ricardo 10 0,60

Salvador 54 3,27

Serafim 23 1 , 39

Outros 290 17,56

Total 1.651 100 %

TABELA N 9 36

FREQÜÊNCIA DOS P R E N O M E S FEMININOS. POPULAÇÃO LIVRE

P a r.ó q u ia.de Santo Antônio da Lapa , .17.6 9.-181.8

Prenomes Feminino
n9 absoluto %
Ana 206 12,87

Angélica 18 1,12 .

Antonia 31 1 ,93

Benedita 27 1 ,68

Brígida 8 0,50

Catarina 9 •0,56

Clara 12 0,75

Constância 8 0,50

Delfina 20 1,24

Escolástica 19 1,18

Eufrazia 7 0,43

Eufrozina 9 0,5 6

Feliciana 9 0 ,56

Felicidade 11 0,68

Florencia 8 0,50
- 99- /

TABELA n9 36 (continuação].

Feminino
Prenomes
n9 absoluto

Florin da 15 0,93

Florisbela 9 0,56

Francisca 62 3, 87

Gertrudes 54 -3,37

Ignãcia 30 1,87

Izabe 1 27 1,68

Joana 34 2,12

Joaquina 35 2,18

Josefa 25 1 , 56
<

flanoela 1 5 ' 0,93

Maria 356 22,25

Matildes 9 0, 56

Perpétua 10 0,62

Qui t é ri a . 9 0, 56

Ricarda 9 0, 56

Rita 31 1,93

Rosa 43 2,68

Thereza 15 0,93

Outros • 410 2 5,62

Total 1.600 100 %


C O N C L U S Ã O
- 101 -
CONCLUSÃO.

Para o estudo demográfico' da P a r ó q u i a de S a n t o Antônio

c
da Lapa, o material disponível permitiu estabelecer as u_r

vãs de n a t a l i d a d e , nupcialidade e mortalidade, comparando-se

-as três variáveis e estabelecendo-se os m o v i m e n t o s sazo

nais de b a t i z a d o s , casamentos e óbitos.

Pelos dados relativos, observa-se que a população era

constituída, em sua maioria, por p e s s o a s pertencentes aos

grupos etários de 0 - 1 4 e 60-89 anos.

Como era de se e s p e r a r , a natalidade manteve-se alta,

precisamente por se t r a t a r de uma população de tipo antigo,

que, na m a i o r i a dos casos estudados caracteriza-se pela alta

natalidade.

Fato interessante foi o da p o r c e n t a g e m mais alta para

o sexo masculino, de p e s s o a s que permaneceram na c o n d i ç ã o ci_

vil de s o l t e i r a s após os 50 anos de i d a d e . Acredita-se que

o mesmo tenha ocorrido'devido a migração masculina ser mais

intensa e por se t r a t a r de um p o v o a d o em vias de formação.

Conclui-se ainda, que essa migração seja decorrente da n£

cessidade de t r a b a l h o , o que, na é p o c a , poderia ser suprida

pois as o p o r t u n i d a d e s de t r a b a l h o para a população estavam

concentradas em torno da c r i a ç ã o e comércio de g a d o , surgir^

do p a r a l e l a m e n t e os p r i m e i r o s estabelecimentos comerciais ,

que proporcionavam aos tropeiros assistência em víveres e ve£

tuário. "

Também se r e g i s t r o u que o centro que mais contribuiu,em

relação aos c o n t i n g e n t e s p o p u l a c i o n a i s , foi São Paulo.

Em v i r t u d e dessas mudanças ocorridas, tanto no contex

to e c o n ô m i c o como demográfico, depois da s e g u n d a metade do


- 102 -

século XVIII, a sociedade é transformada, havendo alterações

nas c a r a c t e r í s t i c a s econômicas e demográficas, podendo-se di

zer que a atividade primária que era a criaçao de gado,a que

se dedicava a população da Lapa, com suas transformações eco

nômicas, determinaram, em grande parte, a evolução, do número

dehabitantes.

A população lapeana é caracterizada, em todas as a n á 1 i_

ses, por v a l o r e s ' q u e evidenciam uma e s t r u t u r a semelhante à

análise.demográfica realizada por e s t u d i o s o s do a s s u n t o , tan

to nos níveis gerais de n a t a l i d a d e , quanto aos de nupeiali-

dade e mortalidade, para populações brasileiras.

Interessou, substancialmente, neste estudo, perceber a

dinâmica populacional da Lapa, suas condições' e s t r u t u r a i s pro

prias, o que futuramente possibilitará, histórica e demográ

ficamente falando, uma forma específica de i n t e g r a ç ã o no es

tudo. da f o r m a ç ã o populacional do P a r a n á tradicional.


A N E X O S
- 104 -

A N C XO 1

R E P A R T IÇ.AO DA POP'JLAÇAO POR SEXO E GRUPO DE ÎUAL'E


Pnpu ! açào 11 v r o

Pôróqulo do Santo Antônio da Lapo-1779

Grupo do R.I1.
N0MENS MULHERES
Idade

0 - 4 65 71 114

S - 9 83 69 93

10 - 19 'l0 3 100 103

20 - 29 54 72 75

30 - 39 41 60 68

40 - 49 31 KG 119

50 - 59 17 12 141

60 - G9 12 7 171

70 - 79 7 6 116

60 e mais 1 3 33 "

TOTAL 430 446 96

ANEXO II

REPARTIÇÃO OA POPULAÇAO POR SEXO E GRUPO DE IOACE


População Livre
Paróquia cíe S a n t o Antônio da Lapa-1782

Grupo de
HOMENS MULHERES R.M.
Id acte

0 - 4 48 48 100

5 - 9 90 88 102

10 - -19 121 1 38 67

2.0 - 29 .66 66 100

30 - 33 36 57 63

40 - 49 42 31 135

50 - 59 27 20 1 35 '

60 - 69 13 6 216

70 - 79 7 5 140

o nais 1 3 33
60

TOTAL 451 462 97

ANEXO III

REPARTIÇÃO OA POPULAÇÃO POR SEXO E GRUPO DE IDAOE

População Livre

Perôqula de Santo Antonio da Lapa-1790

Grupo de
HOMENS MULHERES R.M.
Idade
0 - 4 52 61 85

S - 9 93 101 92

19 - 19 101 164 61

20 - 29 91 S 8 92

30 - 39 58 63 92

40 - 49 38 35 106

50 - 59 23 14 164

60 - 69 24 e 300

70 - 79 12 2 600

80 e mais 2 6 33
TOTAL 494 552 89
ESTADO CIVIL DOS FALECIDOS E IDADE AO MORRER
LEVANTAMENTO DOS REGISTROS DE ÛBITOS ENTRE 1769-1778
População Livre

A D M A S C U L I N O .. F E M I N I N O
indeter- indeter-
solteiro casado viúvo minado TOTAL solteira casada viúva minada TOTAL

Menos de 1 ano; 11 11 9

1-4 3 3 3 3

5-9 2 2 1 1

10-19 1

. 20-29 . 1 1 2

30-39. 3 1 5' 1 3

40-49 ; 1 1 2 2

50-59 1 4 6

60-69 2 4 2
4
70-79 . 1 2 1

80-89 1 1 2

Mais de 90 anos 1 l 1

TOTAL 22 11 3 40 15 27

Indeterminados 1 1

Total Geral 23 11 41 15 27
ANEXO l\J9 V

ESTADD CIVIL DOS FALECIDOS E IDADE AO MORRER


LEVANTAMENTO DOS REGISTROS DE ÛBITOS ENTRE 1779-1768
População Livre

I D A D E M A S C U L I N O indeter- F E M I N I N O indeter-
solteiro casado viuvo minado TOTAL solteira casada viúva minada TOTAL

Menos de 1 ano 18 18 13 13

1-4 7' 7 9 9

5-9 4 4 4 ' 4

10-19 7 8 1 1 2

20-29 . 3 4 3 6 1.1

30-39 2 2 3 3

. 40-49 1 2 4 4 5

. 50-59 2 5 8 2 5 7

60-69 1 5 7 2 1 4 7

70-79 2 2 2 2

-80-89 2 1 1

Mais de 90 anos 1 1 2 2

TOTAL 43 17 3 67 34 20 11 1 66

Indeterminados 3 1 2 "6 3 4 7

Total Geral. 46 18 5 73 37 20 11 5 73
ANEXO N' VI
ESTADO CIVIL DOS FALECIDOS E IDADE AO MORRER
LEVANTAMENTO DOS REGISTROS DE ÛBIT0S ENTRE 1789-1798
População Livre

I D A D E M A S C U L I N O indeter- F E M I N I N O indeter-
solteiro casado viúvo minado TOTAL solteira casada viúva minada TOTAL

Menos de 1 ano 31 31 29 29

• 1-4 4 •4 13 13

5-9 3 3 3 3

10-19 5 6 1 1

20-29 2 1 3 2 2

.30-39 1 1 2 3

40-49 . 3 4 7 2 2

50-59 5 5 4 1 6

60-69 3 2 1 6 1 2 3

70-79 1 7 2 3 13 2 4 7

• 80-89 1 1

Mais de 90 anos 1 •1 1 2 1 4

TOTAL 52 20 4 5 81 49 13' 9 2 73

Indeterminados 20 8 1 5 34 27 3 1 1 32

Total Geral 72 28 5 10 115 76 16 10 3 105


MIMCAU 1\J - VXX

ESTADO CIVIL DOS FALECIDOS E IDADE AO MORRER


LEVANTAMENTO DOS REGISTROS DE ÖBITOS ENTRE 1799-1808
População Livre

I D A D E M A S C U L I N 0 " indeter- F E M I N I N 0 ^ ' indeter-


solteiro casado viúvo minado TOTAL solteira casada viúvo minada TOTAL

Menos dé 1 ano 66 : - - 66 51 - - - 51
\

1-4 27 - - - 27 26 - - - 26

5-9 10 • - - - 1 11 16 - - - 16

10-19 5.i - - 1 6 9 - ' - 3 12

20-29' i; 3 3 - 7 4 8 - 2 14

30-39 5 . 7 - 12 4 6 1 - 11

•. 40-49 1¡ 2 1 1 5 2 3 2 - 7

50-59 1; 5" ' 1 1 8 - 3 1 - 4

60-69 ' 3, 5 - 1 9 - 1 - - 1

70-79 2 6 1 2 11 1 3 5 1 10

• 80-89 - 1 2 - 3 - - 2 - 2

Mais de 90 anos 1 2 2 - 5 - - 3 - 3

TOTAL 122 31 10 7 170 113 24 14 6 157

Indeterminados 7 1 - 4 12 10 2 1 1 14

Total Geral 129 32 10 11 182 123 26 15 7 171


ANEXO N' VIII
ESTADO CIVIL DOS FALECIDOS E IDADE AO MORRER
LEVANTAMENTO DOS REGISTROS DE ÖBITOS ENTRE 1809-1818
População Livre

I D A D E M A S C U L"'I N 0 indeter- FEM I N I N D • indeter-


solteiro casado viúvo minado TOTAL solteira casada viúva minada TÔT AL

Menos de 1 ano 90 - - - 90 74 - - 74

.... 1-4 29 - - - 29 28 - - - 28

5-9 10 - - - 10 8 - - • - 8

10-19 4 1 - 4 9 7 2 - 1 10

20-29 7 .4 - 2 13 6 • 11 2 1 20

30-39 2 10 2 1 15 4 5 - - 9

40-49 3 10 2 - 15 4 9 4 2 19

50-59 1 14 2 2 19 4 <7 6 1 18

60-69 1 8 3 - 12 2 5 4 1 12

70-79 2 7 1 2 12 - - 3 3 6
i
80-89' - 2 1 1 4 • - ' 3 = - 3

Mais de 90 anos - - - 1 1 - - - 1 1

TOTAL 149 56 11 13 129 137 39 22 10 208

Indeterminados 2 2 - 3 7 1 - 1 2 4

Total Geral 151 58 11 16 236 138 39 23 12 212


-110-

•V ANEXO IX
Exemplo de atas,- de b a t i s m o s , cas.arrjen tos. e óbitos.-

Euf rã zia . .
Innocente
leg.

"Aos dezenove dias do mes de abril de mil e setecej2


tos e s e t e n t a e o y to annos batizei, e puz os Santos
Úleos a Innocente Eufrázia filha legítima de Roque
Alves Palhano, e de Maria Roza naturais da Villa de
Curytiba: forão padrinhos Gregorio Martins solteyro
e Maria Madalena todos moradores nesta freguezia e
" 1
para constar fiz este assnto
vigário João da Sylva Reys

Damazo
Innocente
l e g .

"Aos q u a t r o dias do mes de f e v e r e i r o de mil e sete


centos e oytenta annos batizei e puz os S a n t o s Úl_e
os ao innocente Damazo filho legitimo de Francisco
Teyxeyra Coelho natural da Freguezia de S . M i g u e l de
Borda de A g o d i n Termo de B a s t o s Arcebispado de Bra
;
ga, e de G e r t r u d e s Maria dos Santos natural da ViJL_
la de Curytiba, neto pella parte paterna de Cuzto
dio Teyxeyra e de Cat harina Francisca C o e l h a da mes
ma n a t u r a l i d a d e , e Arcebispado, e pella materna de
.Maria.Pereyra da Sylva natural da' Villa de C u r y t i b a
Bispado de Sam Paulo, e de José dos S a n t o s Pacheco
Lima natural da Villa de P o n t e Lima Arcebispado de
Braga: forão padrinhos o Padre João da S y l v a Reys. e
Anna Maria da Sylva filha de João Gonçalves Barrey
ros todos moradores nesta F r e g u e z i a , .e para c o n s t a r
" 2
fiz este assento
viga rio Joaão da S y l v a Reys

1- Livro de B a t i z a d o s n9 1, 1769-1797. fl. 64.


9
2- Livro de B a t i z a d o s n 1, 1769-1797. fl. 78.
-111-

Antonto da Roza
Anna Esnieria
"Aos doze dias do mes de f e v e r e i r o de mil e o_i
tocen tos e nove nesta Matriz da V i l l a do Prí_n
cipe, procedendo as c a n ó n i c a s denonciaçoens
sem impedimento da m i n h a licença na p r e z e n ç a d o
Reverendo Coadjutor Manoel da Sylva Braga e
das testemunhas abaixo a s s i n a d a s João Ferreira
Correa e José C o r r e a Porto por P r o v i s ã o do R£
verendo Vigário da Vara na face da Igreja com
palavras de p r e z e n t e forma do C o n c i l i o de Trsn
to se recebeo em M a t r i m o n i o Antonio da Roza
viuvo que ficou por f a l e c i m e n t o de Maria Car
neira natural de São José, com Anna E s m e r i a fi_
lha de Maria Roza, e pai i n c o g n i t o natural de
Curytyba e desta Freguezia m o r a d o r e s e logo re
ceberão as b e n ç a o n s nupciais e para c o n s t a r f£
"3
ço este assento
vigário Luiz José de Cravalho
(assinaturas)
Lourenço Dias
"Aos vinte e sete do mes de mayo de mil e sete
centos e setenta e sete annos faleceu da vida
prezente Lourenço Dias natural da cidade de
São Paulo, cazado com E s t e i a da S y l v a , sem s¿a
cramentos por morrer apreçadamente de uma cuti
lada que lhe p a r t i r ã o a cabeça: tinha idade
cinqüenta annos morreu sem testado por ser mui^
' to p o b r e , foi sepultado na M a t r i z desta Fre-
guezia e fiz lhe o s u f r á g i o que d i s p õ e m a Cons
"4
tituiçao e para constar fiz este assento
vigário João da Sylva Reys

3- Livro de C a s a m e n t o s n9 1, 1 7 6 9 - 1 8 1 2 . p. 101.
9
4- Livro de Úbitos n 1, 1 7 6 9 - 1 8 1 4 . p.10.
- 112 -
ANEXO X
MOVIMENTO ANUAL DE BAT IZA,DOS ,. C A S A M E N T O S E ÛBITOS
População Livre
• Paróquia de S a n t o Antônio da Lapa:- 1769-1818

Batizados Casam Obitos


Ano Expostos
Civil legit• i legit.' M F T Total

1 769 18 18 3 6

17 7 0 32 3 1 36 •4 3

177 1 19 6 1 26 6 1

1772 28 2 2 32 5 5

1773 37 7 4 6 50 10 6

1774 28 5 1 3 36 8 5

1775 35 7 42 4 10

1776 28 4 37 5 9

1777 36 • 2 38 2 15

17 7 8 33 7 41 7 8

17 79 31 10 44 '6 1 1

17 80 26 9 36 11 5

1781 35 9 44 11 18

1782 27 . 10 37 10 11

17 83 39 9 49 7 7

.1784 31 6 37 13 4

178 5 . 34 15 1 4 53 7 19

17 86 8 27 2 2 37 9 34

1787 13 51 1 1 - 65 8 19

17 88 28 12 2 1 3 43 7 18

1789 31 11 1 4 5 47 9 30

1790 27 16 2 3 5 48 11 17

1791 - 39 15 2 2 56 6 12

1792 34 16 1 1 51 8 27

17 9 3 28 18 2 3 5 51 7 12

1794 34 13 3 2 5 52 14 19
113-
ANEXO X (continuação)
MOVIMENTO ANUAL DE B A T I Z A D O S , CASAMENTOS E ÖBITOS
População Livre

Paróquia de Santo Antônio da Lapa:-1769-1818


BATIZADOS Casam. Obitos
Ano Expostos
C i v i l 1 egi t i 1 egi t. M F Total

1795 31 1 8 2. 6 57 9 19

1796 41 17 1 2 3 6 1 11 37

1797 41 19 1 2 3 63 18 14

1798 38 16 1' 1 55 21 33

1799 36 11 2 3 5 52 6 14

1800 36 20 2 5 7 63 9 12

1801 56 25 6 1 7 .88 13 17

1802 47 24 3 2 5 76 13 33

1803 53 20 2 3 5 78 21 30

1804 54 27 1 2 3 84 18 13

1805 53 15 1 3 4 72 20 56

1806 62 22 1 2 3 87 4 93

1807 70 38 4 2 6 114 24 44

1808 72 2 1 2 4 6 99 15 41

1809 49 17 1 1 2 68 19 33

1810 53 18 3 3 6 77 60

1811 67 19 1 2 3 89 16 50

1812- 61- 2 7 2 1 91 36 44

1813 74 26 2 1 103 24 26

1814 . 83 39 5 ; 4 131 16 40
»

1 8 1 5 / 86 27 5 2 7 120 19 34

1816 98 36 1 . 2 3 137 31 43

1817 89 25 8 5 13 127 21 39 '

1818 1 1 0 28 10 15 153 29 79

TOTAL 3 .251 611 1 .235


- 114- /
ANEXO XI

REPARTIÇÃO DOS C A S A M E N T O S SEGUNDO O ESTADO CIVIL


População Livre
Paróquia de Santo Antônio da Lapa: 1769-1818

H n H M H N H M
s s v v s s v v
1769 3 3 1794 14 14
1770 3 3 1795 7

1771 5 6 1796 11 11

1772 4 5 1797 16 18 2

1773 10 10 1798 18 18 3

1774 6 7 1799 6 6

1775 4 2 1800 9 9

1776 4 5 1801 13 13

1777 2 2 1802. 11 1 1 2 2

1778 6 7 18 0 3 19 19 2 2

1779 5 6 . 1804 15 18 3

1780 11 11 180 5 19 20 1

1781 1 1 10 1806 4 4

1782 9 8 1807 21 23

1783 7 7 1808 15 15

1784 1 0 12 . 1809 16 17

1785 7 7 1810

•17 8 6 8 9 1811 14 16 2

1787 8 8 1812 34 34 2 2

1788 4 ' 7 3 1813 23 21 1 3

1789 7 8 2 1814 16 . 16
/

9 11 2 1815 17 19 2
1790
5 5 1 1816 27 29 4
1791
7 7 1 1817 19 ' 21 2
1792
5 7 2 ' 1818 27 28 2
1793
G E R A L: 611
TOTAL
- 115- /

An.exq n • XII -

MOVIMENTO Q U I N Q U E N A L 'DE BATIZADOS:, CASAMENTOS E ÛBITOS

População Livre

Paroquia de 'Santo-Antonio da Lapa: 1769-1818

Quinquenios Batizados Casamentos' Obitos

1769-1773 162 28 21

1774-1778 194 26 47

1779-17 83 210 45 52

1784-178 8 2 35 44 94

1789-1793 253 41 98

1794-1798 288 73 122

1799-1803 357 62 106

1804-180 8 4 5.6 81 247

1809-1813 428 95 213

1814-1818 . 668 116 235

TOTAL ' 3.25 1 011 " '1,235.

Anexo n9 XIII

MOVIMENTO DECENAL DE B A T I Z A D O S , CASAMENTOS E ÛBITOS

População Escrava .

Paróquia de Santo Antônio da L a p a : 1769-1818

Decênios Batizados .Casamen tos Obitos

1769-1778 35 - 11

17 79-17 88 76 2 25

1789-1798 85 6 34

1799-1808 78 6 59

1809-18 18 147 16 61

TOTAL 421 30 189


F O N T E S
E
B I B L I O G R A F I A
- 117- /

FONTES E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1.0. FONTES

1.1. FONTES MANUSCRITAS':

REGISTROS paroquiais da Parochia de Santo Antonio da La>

pa. Arquivo Paroquial da Lapa. 1769 -.. 1818.

LISTAS nominativas da habitantes. Arquivo Público do Es_

tado de Sao Paulo. Latas n? 203, 204, 205, 206, 224,

225.

LIVROS do Tombo nP 1 e 2 da Paroahia de Santo Antonio da

Lapa. 1785 - 1884.

LIVRO de Eleições nQ 1 da Câmara Municipal de Santo An

tÔnio da Lapa;. 1806 - 1832. 104 p.

1.2. FONTES IMPRESSAS:

DOCUMENTOS INTERESSANTES para a historia e costumes de

São PauloSc.o Pauló, Secretaria da Educaçao - Depar_

tamento do Arquivo Público do Estado de Sao Paulo, 4_3

55.

BOLETIM DO ARCHIVO MUNICIPAL DE CURITIBA. Documentos

para a história do Paraná. Direção de Francisco Ne_

grão. Curitiba, Impressora Paranaense, vols. 2_, 9_,

10, 13, 30, 31. 19 06 - 19 2 7

REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO BRASILEIRO.

Rio de Janeiro, Imprensa Nacional, Tomo 6_9_, 19 parte.

1908.

2.0. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS :

BALHANA, Altiva Pilatti, et. a li i. Campos Gerais e estru

turas agrárias. Curitiba, Departamento de História,

Universidade Federal do Paraná, 1968. 268 p.


-115-

'BALHANA, Altiva Pilatti & WESTPHALEN, Cecília Maria.

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Universidade Federal do Paraná. Curitiba, Departa:

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BERTIN, Jacques. Curso de Semiologia Grã fica,notas de

aula. Departamento de História, Universidade Fede_

ral do Paraná. 1975.

BURMESTER, Ana Maria. População da Vila de Curitibano

século XVIII.: 17 51-1800, segundo os registros. paro_

quiais. Dissertação de Mestrado, 1974. 107 p.

COSTA, Odah R.G. & LOURES, Rachel C.R. Arquivos da ci_

dade da Lapa. Boletim cia Universidade Federal do Pa

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XVIIIe siècles. Cahier nP 55, Paris, INED, 1970.

423 p.

FLEURY, M. & HENRY, L. Nouveau manuel de. dépouillement

et d ' exploitation de l'état- civil ancien. Paris,

INED, 196 5. 182 p.

GAUTIER, E. & HENRY, L. La populacion de Crulai parois

se normand. Cahier nQ 33, Paris, INED, 1958. 289 p.

GEORGE, Pierre. Geografia da população. São Paulo, Di_

fei, 1974.11 7 p.

HENRY, Louis. Curso de Demografía Histórica, notas de

aula. Departamento de Historia, Universidade Fede_

ral do Paraná. 1974.

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1967. 146 p.
- 119- /

. Movimento da população. Curso mimeografado.

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•século XIX: 1801 - 1850. Dissertação de Mestrado,

1974. 124 p.

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. ense, 1926.

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Paranaguá. Curitiba, 1975, v. 3.

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grafia da Penitenciária do .Estado, 19 24.

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mica, 1973. 440 p.

SALZANO, M. & FREIRE-MAIA, N. Populações brasileiras-as

pecios demográficos, genéticos e antropológicos. São

Paulo, Ed. Nacional, 1967. 177b p.


I N D I C E D E

Q U A D R O S

T A B E L A S

E G R A F I C O S
ÍNDICE DE QUADROS

Total de batizados, casamentos• e óbitos.

Populaçao Livre e Escrava. Paróquia de

Santo Antônio da Lapa. 1769-1818

Razão de masculinidade. População Livre.

Paróquia de Santo Antônio da Lapa.

1769-1818

Taxa média d.e mortalidade infantil por pe_

rtodos de 10 anos. População Livre. Pa-

róquia de Santo Antonio da Lapa.

1769-1818

ÍNDICE DE TABELAS

Populaçao da Paróquia de Santo Antonio da

Lapa. População Livre e Escrava, nos anos

de 1 777, 1 778, 1783, 1 788 e 1 793

Crescimento médio anual da população, Po-

pulaçao Livre e Escrava. Paróquia de San_

to Antonio da Lapa, nos anos de 1777,1178,

1 783, 1 788 e 1793

Crescimento anual e estrutura por sexo da

população. . População. Livre. Paróquia de

Santo Antônio da Lapa, nos anos de 1777 ,

1778, 1783, 1788 e 1 793

Distribuição da população por sexo e ida-

de. População Livre. Paróquia de Santo

Antônio da Lapa. 1783 •

Distribuição da população por sexo e ida

de. População Livre. Paróquia de Santo


- 12 -

Antonio da Lapa. 17 88 .• 33

6. Distribuição da população por sexo e ida

de. População Livre.. Paroquia de Santo

Antonio da Lapa. 1 793 34

7. Repartição da população por grandes gru

pos etários. População Livre. 'Paróquia

de Santo Antonio da Lapa, nos anos de 1777,

1 778, 1 783 e 1788 . 35

8. Razão de masculinidade por grupos etãri_

os. População Livre. Paróquia de San_

to Antonio da Lapà. 1 79 3 38

9. Movimento anual de batizados, casamentos

e óbitos. . População Livre. Paróquia de

Santo Antonio da Lapa. 1769-181-8.... 40

10. Movimento anual de batizados, casamentos

e óbitos. •População Escrava. Paróquia

de Santo Antonio da Lapa. 1 769-1818 41

11. Médias qüinqüenais de batizados, casamen

tos e óbitos. População Livre. Paróquia

de Santo Antonio da Lapa.. 1 769-1818.-. 48

12. Médias decenais de batizados, casamentos

e óbitos. População Escrava. Paróquia

de Santo Antônio da Lapa. 1 769-1818... 48

13. Movimento sazonal de batizados. Compa

ração dos meses máximos e mínimos obser


/

vados em diferentes paróquias 55

14. Movimento sazonal de batizados. Popula^

ção Livre. Paróquia de Santo Antônio da

Lapa. 1 769-1818..... 56
Movimento sazonal de casamentos. Popu

lação Livre. Paróquia de Santo AntÔ_

nio da Lapa. 1769-1818

Movimento sazo'rial <¿e casamentos. Compa

rados meses máximos e mínimos observa^

dos em diferentes paróquias ...

Movimento sazonal de óbitos. Compara

ção dos meses máximos e minimos obser-

vados em diferentes paróquias.

1769-1818 .

Movimento sazonal de óbitos. População

Livre. Paróquia, de Santo Aiitônio da

Lapa. 1769-1818

Freqüência de batizado.s de criança,sile

gitimas. Populaçao Livre. Paróquia

de Santo Antonio da Lapa. 1769-1818...

Freqüência de batizados de crianças ex_

postas. População Livre. Paróquia de

Santo Antonio da Lapa. .1769-1818.

índice de natalidade. População Livre

e Escrava. Paróquia de Santo Antonio

da Lapa, nos anos de 1777, 1778, 1783,

1788, 1793, 1798 e 1 80 8........ J

Índice de nupcialidade. População Li_

vre e Escrava. Paróquia de Santo AntÔ_

nio da Lapa, nos anos de 1 777, 1 7-78,

178 3, 1788, 1 79 3, 179 8 e 1808.,<

Índice de mortalidade. População Livre

e Escrava. Paróquia de Santo Antônio

da Lapa, nos anos de 1 777, 1 778, 1 783,


- 124 -

17883 1 793y 1 798 e 1808 73

24. Proporção do celibato definitivo segundo

os registros paroquiais. População Li-

vre. Paróquia de Santo Antonio da Lapa.

1 769-1818 1 . ! 75

25. Celibato definitivo (números absolutos).

População Livre. Paróquia • de Santo Anto_

nio da Lapa. 1769-1818 77

26. Freqüência dos recasamentos (números ab-

solutos). População Livres Paróquia de

Santo Antônio da Lapa. 1769-1818 78

27. Origem dos nubentes por categoria. Popu

laçao Livre. Paróquia de Santo Antônio

da Lapa. 1769-1818 '. • 81

28. Origem e residência, dos cônjuges anteri-

or ao casamento. População Livre. Paró_

quia de Santo Antônio da Lapa. 1769-1818...... 82

• 29. Localidades de origem dos nubentes. Po_

pulação Livre. Paróquia de Santo Antô-

nio da Lapa. 1769-1818 . 85

30. Repartição de óbitos por idade. Popula

çao Livre. Paróquia de Santo Antônio da

Lapa. 1769-1818 88

31. Óbitos segundo o estado civil. Popula

çao Livre. Paróquia de Santo Antônio da

Lapa. 1769-1818 89

32. Movimento sazonal de mortalidade infan-

til. População Livre. Paróquia de San

to Antônio da Lapa. 1769-1818 91


12 5-

33. Taxa média de mortalidade infantil por pe_

riodo de cinco anos. Populaçao Livre.

Paróquia de Santo Antonio da Lapa.

1769-1818. 93

34. Repartiçao de .óbitos por "causa-mortis ".

População Livre. Paróquia de Santo Antô_

nio da Lapa. 1769-1818 94

35. Freqüência dos prenomes masculinos. Po_

pulaçao Livre. Paróquia de Santo Antonio

• da Lapa. 1769-1818... 97

36. Freqüência dos prenomes femininos. Popu

lação Livre. Paróquia de Santo Antonio da

Lapa. 1 769-1818 98

1. Pirámide de ida.des. Paróquia de Santo An_

tonio da Lapa. População Livre. : 1 779 36

2. Pirâmide de idades. Paróquia de Santo An_

-tonio da Lapa. População Livre. 1782 36

3. Pirâmide de idades. Paróquia de Santo An

tonio da Lapa. 1 790 36

4. Movimento anual de batizados} casamentos

e óbitos. Paróquia de Santo Antonio da

Lapa. População Livre. 1769-1(118 43

5. Movimento anual de batizados,calamentos e

: óbitos. Paróquia de Santo Antonio da La

pa. População Livre. 1 769-1818 44

6. Movimento anual de. batizados, casamentos

e óbitos. Paróquia de Santo Antonio da

Lapa. População Escrava. 1769-1818 45


Numero anual médio de batizados e casa

mentó s por periodos de 5 anos. Paró-

quia de Santo Antonio da Lapa. Popula

gao Livre. . 1769-1818

Numero anual médio de batizados e óbi_

tos por periodos de 5 anos. Paróquia

de Santo Antonio da. Lapa. . População

Livre. 1769-1818

Numero anual médio de batizadoscasa

mentos e óbitos por periodos de 10 anos

Paróquia de Santo Antonio da Lapa. Po_

pulação Escrava. 1 769-1818

Movimento sazonal de batizados. Paró_

"quia, de Santo Antonio da Lapa-. Popula

ção Livre. 1769-1818

Movimento sazonal de casamentos. Paró_

quia de Santo Antônio da Lapa. Popula

ção Livre. 1769-1818,

Movimento sazonal, de óbitos. Paróquia

de Santo Antonio da Lapa. População Li_

vre. 1769-1818

Movimento sazonal de mortalidade infan_

til. Paróquia, de Santo Antonio da La

pa. População Livre. 1 769-1818

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