Aula 16
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial)
Prof. Marcos Girão - 2020 -
Pré-Edital(Preparação de A a Z)
Autores:
Marcos Girão, Thais Poliana
Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
7 de Junho de 2020
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
Sumário
Apresentação ................................................................................................................................................... 3
I – Crimes de Trânsito – Parte Geral............................................................................................................. 4
1.1 – Conceitos Iniciais ........................................................................................................................... 4
2 – Elementos Subjetivos da Conduta ..................................................................................................... 4
2.1 – Conceito e terminologia ............................................................................................................... 4
2.2 – Crimes Culposos ............................................................................................................................
166569 5
3 – Infração X Crime de Trânsito............................................................................................................... 5
4 – Suspensões Previstas no CTB ............................................................................................................. 6
4.1 – Conceito e terminologia ............................................................................................................... 6
4.2 – A Suspensão Penal ........................................................................................................................ 6
4.3 – Condições para o SUSPENSO voltar a dirigir ........................................................................... 9
5 - As Multas previstas no CTB ............................................................................................................... 12
5.1 – A Multa ADMINISTRATIVA ........................................................................................................ 12
5.2 – A Multa REPARATÓRIA .............................................................................................................. 12
5.3 – A Multa PENAL............................................................................................................................. 13
6 - Crimes de Dano e de Perigo no CTB ............................................................................................... 13
7 - Circunstâncias Agravantes e Aumentativas de Pena ..................................................................... 14
II – OS CRIMES DE TRÂNSITO - PARTE ESPECÍFICA ............................................................................. 20
8 - Os Crimes de Trânsito ........................................................................................................................ 20
8.1 – Homicídio Culposo (art. 302) ..................................................................................................... 22
8.2 – Lesão Corporal Culposa (Art. 303) ............................................................................................ 26
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 1
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
8.2.1 – Lesão corporal culposa SEM os benefícios da Lei 9.099/95 ............................................. 26
8.2.2 – Lesão corporal culposa COM AUMENTATIVO de pena ................................................... 30
8.2.3 – Lesão corporal com aplicação da Lei nº 9.099/95 na ÍNTEGRA ...................................... 31
8.3 – Crime de Omissão de Socorro (art. 304) ................................................................................. 33
8.4 – Crime de Afastar-se do Local do Acidente (Art. 305) ............................................................ 34
8.5 – Crime de Embriaguez ao Volante ou de Alteração da Capacidade Psicomotora ao Volante
(Art. 306) .................................................................................................................................................. 35
8.6 – Crime de Violação à Suspensão (Art. 307) .............................................................................. 45
8.7 – Crime de Racha no Trânsito (Art. 308) ..................................................................................... 46
8.8 – Crime de Dirigir sem Permissão ou Habilitação (Art. 309) .................................................... 49
8.9 – Crime de "Permitir", "Confiar" ou "Entregar" (Art. 310)...................................................... 50
8.10 – Crime de Trafegar com Velocidade Incompatível (Art. 311) .............................................. 51
8.11 – Crime de Inovar Artificiosamente (Art. 312) .......................................................................... 53
Questões Comentadas ................................................................................................................................. 59
Lista de Questões.......................................................................................................................................... 98
Gabarito ........................................................................................................................................................ 111
Resumo ......................................................................................................................................................... 112
Considerações Finais .................................................................................................................................. 117
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 2
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
APRESENTAÇÃO
Olá, caro aluno!
Nesta aula, estudaremos um assunto bastante importante e sempre muito badalado nos últimos
anos: os Crimes de Trânsito.
É um assunto que volta e meia tem ocupado grande espaço na mídia, mas que, em se tratando
provas de concursos, ainda não tem sido um alvo muito grande de questões. O Cespe é a banca
que mais tem questões sobre o assunto e ainda assim não são tantas! Apesar disso, temos muitas
questões, bastantes suficientes para a consolidação do seu aprendizado!
Pois bem, mais do que descrever os todos os crimes de trânsito trazidos pelo Código de Trânsito
Brasileiro (CTB), vamos dar qualidade ao tema, aprofundando-o no limite necessário.
Abordarei primeiramente a Parte Geral do Capítulo XIX (arts. 291 a 301) e, em seguida, com a
base dada pela parte geral, falarei sobre cada um dos Crimes em Espécie (arts. 302 a 312),
destacando as importantes mudanças promovidas pela Lei nº 11.705/08, a famosa Lei Seca, e pelas
recentíssimas Lei nº 12.760/12, apelidada de “Lei da Tolerância Zero”, e Lei nº 12.971/2014.
Beleza?
Então, aperte o cinto e vamos em frente!
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 3
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
I – CRIMES DE TRÂNSITO – PARTE GERAL
1.1 – Conceitos Iniciais
O Código de Trânsito Brasileiro (Lei nº 9.503/97) – CTB - estabelece que aos crimes cometidos na
direção de veículos automotores, nele previstos, aplicam-se subsidiariamente as normas gerais do
Código Penal e do Código de Processo Penal, bem como a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de
1995, no que couber.
Daí você já percebe que as consequências sofridas por quem comete crimes no trânsito não se
esgotam apenas nas disposições do referido Código. A depender da gravidade e dos agravantes,
o infrator pode também ser submetido às imposições do Código Penal e do Código Processual
Penal, assim como da Lei nº 9.099/95 (Leis dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais).
Antes de mais nada, vamos trabalhar alguns conceitos que entendemos serem importantes para
a compreensão geral do assunto.
Tendo como referência o que diz o Código Penal, em se tratando de crime de trânsito, o envolvido
por ele responderá se o tiver cometido tanto em via pública quanto em via particular, a não ser
que no tipo penal venha de maneira expressa o termo "via pública”.
Sendo assim, a primeira informação importante: aquele que pratica homicídio culposo ou lesão
corporal culposa na direção de veículo automotor responde pelo CTB, ainda que esses crimes
tenham ocorrido em vias particulares, uma vez que o CTB, em seus artigos 302 e 303, nada
menciona. Chegaremos já neles, guenta aí!
2 – Elementos Subjetivos da Conduta
Para configuração do crime, é preciso que seja analisado se o agente incorreu em dolo, em culpa,
ou se esses elementos estavam ausentes, a fim de que seja feita a correta tipificação do delito.
2.1 – Conceito e terminologia
O Código Penal Brasileiro define, em seu art.18, que um crime é doloso quando o agente quis o
resultado ou assumiu o risco de produzi-lo.
Assim:
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 4
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
➢ A punição por conduta dolosa nos crimes de trânsito é a regra; os crimes de trânsito
tipificados no CTB são, em sua maioria, punidos apenas na modalidade DOLOSA, mais
especificamente os dos arts. 304 ao 312 do CTB.
2.2 – Crimes Culposos
No mesmo artigo 18, o Código Penal Brasileiro diz que um crime culposo é aquele em que o
agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia.
Pois bem, a punição por conduta culposa, nos delitos em geral, constitui regra de exceção. Assim,
ao analisar um delito de trânsito qualquer, a conduta será culposa se nele houver expressa
previsão.
➢ No CTB temos apenas dois delitos de trânsito, cometidos na direção de veículo
automotor com previsão de punição das condutas culposas que são:
HOMICÍDIO CULPOSO → Art. 302
LESÃO CORPORAL CULPOSA → Art. 303
3 – Infração X Crime de Trânsito
É importante perceber que na infração de trânsito, não há que se falar na valoração, pelo
agente de trânsito, dos elementos subjetivos da conduta, dolo e culpa, como requisito para
tipificação, ou seja, esses elementos não são levados em consideração pelo agente de trânsito
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 5
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
nas autuações. O que ele de fato analisa é somente se o condutor está ou não em uma situação
proibida.
Já no crime de trânsito, o magistrado (autoridade judiciária) sempre valora os elementos subjeti-
vos da conduta, a fim de fazer a correta tipificação do delito, e, por conseguinte, aplicar a pena
correspondente à conduta lesiva.
4 – Suspensões Previstas no CTB
Uma das penalidades impostas pela autoridade de trânsito aos condutores que cometem
infrações é a suspensão do direito de dirigir (art. 256, III, CTB). Trata-se de uma suspensão
administrativa, já que é aplicada pela autoridade de trânsito do órgão com circunscrição pela
via.
Acontece que não temos apenas essa modalidade de suspensão prevista no CTB. Há também
um tipo de suspensão aplicada pela autoridade judiciária em decorrência de crimes de trânsito.
Esta pena é aplicável tanto ao inabilitado quanto ao detentor da habilitação.
Vamos analisá-las e conhecer suas diferenças!
4.1 – Conceito e terminologia
A penalidade de suspensão do direito de dirigir (art. 256, III c/c art. 261) será aplicada nos
casos previstos no CTB, da seguinte forma:
→ 06 meses a 01 ano e de 08 meses a 02 anos (se reincidentes) - quando atingir 20
pontos na CNH
→ 02 a 08 meses e de 08 a 18 meses (se reincidente) - nas infrações que preveem a
suspensão sem prazo fixo
4.2 – A Suspensão Penal
Já a suspensão penal, prevista no art. 293 do CTB (esta interessa para a sua prova!), proporciona
ao magistrado uma possibilidade maior de sua aplicação, se comparada com a suspensão
administrativa aplicada pela autoridade de trânsito.
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 6
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
➢ Pela imposição dessa pena, poderá ficar suspenso tanto quem tem o direito de
dirigir quanto o inabilitado, pelo prazo variável de 02 meses a 05 anos.
Quando aplicada essa suspensão, o habilitado tem seu direito de dirigir veículo automotor
suspenso. O inabilitado (aquele que ainda não tem ou nunca teve CNH) tem proibido o direito de
obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
Essa suspensão somente pode ser aplicada por um Juiz de Direito, tem natureza jurídica de pena
restritiva de direito, apenas sendo possível aplicá-la, em regra, após o trânsito em julgado da
sentença penal condenatória.
O CTB estabelece que a suspensão penal pode ser aplicada isolada (apenas ela) ou
cumulativamente (com a pena privativa de liberdade ou com a multa), e com prazo a ser estipulado
pela autoridade judiciária, sem nenhuma correlação com os prazos da pena privativa de
liberdade, devendo, entretanto, o juiz observar um mínimo de 2 meses e um máximo de 5 anos.
➢ A suspensão ou a proibição de se obter a habilitação ou a permissão para dirigir não
mais pode ser aplicada como pena principal (art. 292, CTB)!
Como assim, professor?!
Bom, essa penalidade só aparece expressamente descrita em quatro dos doze crimes tipificados
no CTB: no de homicídio culposo (art. 302); no de lesão corporal culposa (art. 303); no de
embriaguez ao volante (art. 306); e no de promoção de competição esportiva (art. 308). Nesses
crimes, ela aparece de forma cumulativa com as respectivas penas restritivas de liberdade
(detenção ou reclusão).
Nenhum dos demais crimes do CTB sequer a prevê como penalidade! E aí, a pergunta: como
então ela pode ser aplicada de forma isolada professor, já que só aparece junto com outra pena
nos quatro crimes acima e não é prevista em nenhum dos demais delitos?
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 7
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
É aí que vem pulo do gato! A restrição será aplicada isoladamente para alguns delitos do CTB
caracterizados como de menor potencial ofensivo, ou seja, cujas penas restritivas de liberdade não
tenham prazo máximo de 2 anos. Nesses casos, o juiz poderá oferecer a chamada transação penal
(art. 76 da Lei nº 9.099/95), que, grosso modo, significa substituir a pena restritiva de liberdade
por uma restritiva de direitos, como essa que estamos a estudar: suspensão ou a proibição de
se obter a habilitação ou a permissão para dirigir.
Beleza? Ah, e mais: diferentemente da suspensão administrativa, o cumprimento da suspensão
penal está condicionado à soltura do réu; sendo assim, enquanto o condenado estiver recolhido
em estabelecimento prisional, não há de ser deflagrada a contagem da suspensão penal, não
havendo esse impedimento na aplicação de sanções administrativas.
Por exemplo: você foi condenado por um crime de trânsito a 2 anos de reclusão que também
previa, de forma cumulativa, a suspensão de sua habilitação. O magistrado decidiu que seria de 3
anos o prazo dessa suspensão. Transitada em julgado a sentença, você primeiro cumprirá a pena
restritiva de liberdade e, somente após a sua soltura, é que começa a contar o prazo de
cumprimento da suspensão da habilitação. Em tese, você ficará 5 anos (2 de reclusão + 3 de
suspensão) sem poder conduzir veículos.
Existe, em caráter de exceção, a previsão no art. 294 do CTB, de que poderá o juiz, como medida
cautelar, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, ou ainda mediante representação da
autoridade policial, decretar, em decisão motivada, a suspensão da permissão ou da habilitação
para dirigir veículo automotor, ou a proibição de sua obtenção em qualquer fase da investigação
ou da ação penal, havendo necessidade para garantir a ordem pública.
Nesse caso, o legislador deu ao judiciário a oportunidade de acalmar o clamor público, a
sensação de impunidade, e também uma maneira de calar a imprensa, e outros meios de
comunicação, em situações em que a manutenção do direito de dirigir atente contra a
tranquilidade social.
E sobre essa penalidade, mais um destaque:
➢ Se o réu for reincidente na prática de crime previsto no CTB Código, o juiz aplicará a
penalidade de suspensão da permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor,
sem prejuízo das demais sanções penais cabíveis (art. 296).
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 8
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
E você sabia que o CTB prevê condições para que esse condutor suspenso volte a dirigir?
Vamos conhecê-las!
4.3 – Condições para o SUSPENSO voltar a dirigir
Segundo o art. 261, §2º, do CTB, aquele que for suspenso administrativamente pela autoridade
de trânsito terá como condição para voltar a dirigir:
✓ o cumprimento do prazo da suspensão; e
✓ a participação em curso de reciclagem.
Pois bem, quanto ao suspenso penalmente, deve ser obedecida a regra geral do artigo 160 do
CTB, regulamentado pela Resolução CONTRAN nº 300/08. Tal regra estabelece que todo
condenado por delito de trânsito, após sentença definitiva, terá seu documento de habilitação
apreendido, e só após o cumprimento da decisão judicial e de submissão a novos exames, com a
devida aprovação neles, será emitido um novo documento de habilitação mantendo-se o mesmo
registro, sendo necessária também a participação em curso de reciclagem.
➢ Transitada em julgado a sentença condenatória, o réu será intimado a entregar à
autoridade judiciária, em 48 horas, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de
Habilitação.
➢ Depois de cumprida a pena o condenado por delito de trânsito não precisa reiniciar
todo o processo de habilitação, apenas refaz os exames exigidos para primeira
habilitação, no DETRAN de registro da sua habilitação.
Para você não se esquecer das diferenças:
Suspensão Administrativa:
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 9
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
→ imposta pela autoridade de trânsito;
→ 06 meses a 01 ano e de 08 meses a 02 anos (se reincidentes) - quando atingir 20
pontos na CNH;
→ 02 a 08 meses e de 08 a 18 meses (se reincidente) - nas infrações que preveem a
suspensão sem prazo fixo;
→ cumprido o prazo da suspensão, faz curso de reciclagem e volta a conduzir.
Suspensão Penal:
→ imposta pelo magistrado
→ 02 meses a 05 anos
→ começa a cumprir depois de transitada em julgado a sentença
→ cumprida a pena de suspensão, faz todos os exames da primeira habilitação
mantendo-se o primeiro registro + curso de reciclagem.
4.3.1. O JUIZ E A FIXAÇÃO DESSA PENA
Caro aluno, aqui temos uma novidade promovida no Código de Trânsito Brasileira pela recente Lei
nº 13.546/2017 e que trata de requisitos que o magistrado terá
que seguir quando da fixação da pena para os crimes de trânsito. Segundo o que dispõe o
novíssimo §4º do art. 291 do CTB:
➢ O juiz fixará a pena-base segundo as diretrizes previstas no art. 59 do Decreto-Lei no
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), dando especial atenção à
culpabilidade do agente E às circunstâncias e consequências do crime.
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 10
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
O art. 59 do Código Penal Brasileiro estabelece que o juiz, atendendo à culpabilidade, aos
antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e
consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja
necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime:
✓ as penas aplicáveis dentre as cominadas;
✓ a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;
✓ o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;
✓ a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se
cabível.
O que exige então esse novo §4º do art. 291 do CTB exige?
Que esses fatores sejam considerados pelo juiz na fixação da pena-base, só que com especial
atenção à culpabilidade do agente e às circunstâncias e consequências do crime.
(UIAPE – AGENTE DE TRANS. TRANSPORTE – PREF. MUN. OLINDA/PE – 2011) Qual a
duração do prazo estabelecido pela legislação de trânsito, quando da suspensão ou da
proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor?
(A) De dois meses a cinco anos.
(B) De dois meses a quatro anos.
(C) De três meses a cinco anos.
(D) De seis meses a quatro anos.
(E) De seis meses a cinco anos.
Comentário:
Questão bem simples, mas que lhe exige o conhecimento sobre a suspensão para quem
comete crimes de trânsito. A suspensão penal, prevista no art. 293 do CTB, proporciona ao
magistrado uma possibilidade maior de sua aplicação, se comparada com a suspensão
administrativa, aplicada pela autoridade de trânsito.
Quando aplicada essa suspensão, o habilitado tem seu direito de dirigir veículo automotor
suspenso. O inabilitado (aquele que ainda não é habilitado) tem proibido o direito de obter
a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. Pela imposição dessa pena,
poderá ficar suspenso tanto quem tem o direito de dirigir quanto o inabilitado, pelo prazo
variável de 02 meses a 05 anos.
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 11
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
Gabarito: Letra “A”
5 - As Multas previstas no CTB
O termo multa torna-se relevante em virtude da confusão feita por muitos candidatos, uma vez
que no CTB existe a previsão de três tipos de multas de naturezas diferentes:
▪ a de natureza CIVIL;
▪ a de natureza PENAL e;
▪ a de natureza ADMINISTRATIVA.
Vamos aprender a diferenciá-las!
5.1 – A Multa ADMINISTRATIVA
A multa administrativa é uma sanção a ser imposta pela autoridade de trânsito com
circunscrição sobre a via onde tenha ocorrido uma infração de trânsito (art. 256, II, CTB).
Poderíamos defini-la também como uma receita de natureza não tributária de arrecadação
vinculada, uma vez que tem destino certo, pois o CTB determina que a receita arrecadada com a
cobrança das multas de trânsito será aplicada, exclusivamente, em sinalização, engenharia de
tráfego de campo, policiamento, fiscalização e educação de trânsito.
Cabe ressaltar que 5% do total da receita de multa arrecadada pelo país são destinados ao
FUNSET (Fundo Nacional de Segurança e Educação para o Trânsito), que é administrado pelo
DENATRAN.
5.2 – A Multa REPARATÓRIA
Essa é uma multa de natureza civil, indenizatória, e exigida no juízo penal. É, na verdade, uma
antecipação de um ressarcimento imposta pelo juiz da esfera penal, após reclamação da vítima ou
seus sucessores.
Para que a multa reparatória se torne exigível, é necessária a ocorrência de um crime de trânsito,
já que é aplicada no juízo penal, e também um dano material - apenas este é indenizável a título
de multa reparatória.
O destino da multa reparatória é, portanto, diferente do destino da multa administrativa, pois esta
vai para o Estado e aquela é paga à vítima ou aos seus sucessores.
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 12
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
Convém ressaltar que o valor da multa reparatória terá como limite o do prejuízo demonstrado no
processo; porém, se posteriormente a vítima se achar insatisfeita com o valor pago, poderá ainda
reclamar o mesmo objeto, a mesma indenização, na esfera cível, recebendo evidentemente
apenas a diferença.
A forma de pagamento dessa multa está prevista no Código Penal, entre seus arts. 49 e 52,
devendo ser paga em dia-multa, a ser fixado pelo juiz. A multa deve ser paga dentro de 10 dias
depois de transitada em julgada a sentença.
A requerimento do condenado e conforme as circunstâncias, o juiz pode permitir que o
pagamento se realize em parcelas mensais, inclusive mediante desconto no vencimento ou
salário, sendo que o desconto não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao sustento
do condenado e da sua família.
5.3 – A Multa PENAL
A pena de multa, também conhecida como pena pecuniária, é uma sanção penal que consiste na
imposição ao condenado da obrigação de pagar ao Fundo Penitenciário determinada quantia em
dinheiro, calculada na forma de dias-multa, atingindo o patrimônio do condenado.
O CTB prevê que a pena de multa pode ser cominada e aplicada cumulativamente com a pena
privativa de liberdade ou ainda de forma alternativa com a pena de prisão (art. 292).
Quando a multa é punição única (comum na lei de contravenções penais), ou nos casos em que
ela se encontra cumulada com a pena de prisão, ao magistrado, no caso de condenação, será
obrigatória a sua aplicação, sob pena de ferir o princípio da legalidade ou da inderrogabilidade
da pena.
Nos casos em que a pena de multa estiver prevista de forma alternativa com a pena privativa
de liberdade, o juiz terá uma discricionariedade para escolher entre uma ou outra, conforme seja
necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime.
6 - Crimes de Dano e de Perigo no CTB
Para entendermos melhor a dinâmica dos crimes de trânsito, é preciso entender os conceitos de
crimes de dano e de crimes de perigo (abstrato e concreto).
Crime de dano é aquele que não se consuma apenas com o perigo, pois é necessário que ocorra
uma efetiva destruição a um bem jurídico penalmente protegido. Na legislação de trânsito, mais
especificamente no capítulo dos crimes de trânsito, encontramos como crimes de dano apenas
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 13
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
os culposos, previstos nos artigos 302 e 303. São eles os crimes de homicídio culposo e lesão
corporal culposa.
Crime de perigo é aquele que se consuma com o simples perigo criado para o bem jurídico.
Divide-se em crime de perigo em concreto ou em abstrato.
O crime de perigo concreto é aquele que precisa ser comprovado, isto é, deve ser demonstrada
a situação de risco corrida pelo bem juridicamente protegido. Exemplos desse crime são o
“crime de excesso de velocidade” e o de “trânsito com veículos sobre calçadas”. Nos crimes
de perigo em abstrato, a situação de perigo não precisa ser provada, pois a lei contenta-se com
a simples prática da ação que pressupõe perigosa.
Os crimes de perigo estão previstos nos artigos 304 ao 312, ora de perigo em concreto, ora de
perigo em abstrato, em ambos os casos sempre dolosos. Você entenderá melhor essas diferenças
quando tratarmos individualmente cada um dos crimes previstos.
7 - Circunstâncias Agravantes e Aumentativas de Pena
O CTB traz algumas condutas que, caso praticadas por alguém na condução de veículo, agravam
as penas impostas aos crimes de trânsito. Algumas dessas circunstâncias, além de agravarem a
pena, também aumentam o tempo máximo estabelecido para determinados crimes no CTB.
Quando eu digo que alguma circunstância agrava a pena de um crime, eu quero dizer que o
magistrado (o juiz), ao aplicar a sentença condenatória por determinado crime de trânsito e
observar que uma dessas circunstâncias estava presente no ato do crime, ele tenderá a não aplicar
a pena mínima e, sim, a depender do caso, aplicará a pena máxima ou a mais próxima dela.
Quando eu digo que alguma circunstância é aumentativa de pena de um crime, eu quero dizer
que a pena restritiva de liberdade
prevista para aqueles tipos penais será aumentada de um terço à metade.
Se, por exemplo, um crime de trânsito prevê a pena máxima de 04 anos, em havendo circunstância
aumentativa de pena no cometimento desse crime, o juiz poderá decidir em sua sentença por
aplicar uma pena de até 06 anos!
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 14
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
➢ As circunstâncias AUMENTATIVAS de pena aplicam-se apenas aos crimes de
homicídio culposo (art. 302) e de lesão corporal culposa (art. 303).
➢ As circunstâncias AGRAVANTES aplicam-se a TODOS os delitos.
Aí você me pergunta: e quais são então as circunstâncias agravantes de pena estabelecidas pelo
CTB?
A resposta você encontra no art. 298 do nosso querido Código, que assim estabelece:
✓ com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande risco de grave dano
patrimonial a terceiros;
✓ utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adulteradas;
✓ sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
✓ com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de categoria diferente da do
veículo;
✓ quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais com o transporte de
passageiros ou de carga;
✓ utilizando veículo em que tenham sido adulterados equipamentos ou características
que afetem a sua segurança ou o seu funcionamento de acordo com os limites de
velocidade prescritos nas especificações do fabricante;
✓ sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente destinada a pedestres.
E as aumentativas de pena, professor?
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 15
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
De todas as circunstâncias acima citadas, apenas três delas são aumentativas de pena. Não é
necessário que você tente decorá-las, pois se você der uma lida cuidadosa em cada uma,
perceberá que há algumas que, pela sua gravidade, destacam-se frente às outras. São situações
aumentativas de pena, ter o condutor cometido crime (art. 302, parágrafo único):
✓ sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
(fácil de imaginar o quão sério é alguém cometer um crime de trânsito sem sequer
possuir habilitação, não é mesmo?)
✓ no exercício de sua profissão ou atividade estiver conduzindo veículos de transporte
DE PASSAGEIROS;
(Como agravante de pena, tanto faz ser condutor que exerce atividade remunerada
de veículo de carga e de passageiros. Agora, essa agravante não será aplicada para
motoristas de veículos de transporte de PASSAGEIROS nos casos de lesão corporal
ou homicídio culposo, pois ela é uma situação aumentativa de pena.)
✓ sobre faixa de pedestres ou na calçada;
(cometer crime de trânsito em faixa de pedestre você há de concordar comigo que é,
sem dúvida nenhuma, boa razão para se aumentar a pena!!)
✓ deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do
acidente.
(Bom, você deve ter estranhado esse item aparecer apenas como aumentativo de pena
e não ser sequer um agravante. É isso mesmo! Esse é o único dos itens que só é
aumentativo de pena. As razões são bastante óbvias!!)
As agravantes deverão ser consideradas na 2 ª fase da fixação da pena (art. 68 do Código Penal)
em relação às penas privativas de liberdade, multa e de suspenso ou proibição de se obter a
permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor.
Saiba ainda que as circunstâncias agravantes não serão consideradas quando constituírem
elementar, qualificadora ou causa de aumento de pena do delito em espécie. Caso contrário,
haveria bis in idem.
E antes de tratarmos dos crimes, mais uma informação importante:
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 16
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
➢ Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte vítima, não
se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral
socorro àquela (art. 301).
E para fecharmos essa Parte Geral dos crimes de trânsito, vamos exercitar!
(CESPE – POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL – 2008) De acordo com o CTB, assinale a opção
correta acerca das ações penais por crimes cometidos na direção de veículos automotores.
(A) Em nenhuma hipótese se admite a aplicação aos crimes de trânsito de disposições
previstas na lei que dispõe sobre os juizados especiais criminais.
(B) A suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo
automotor pode ser imposta como penalidade principal, mas sempre de forma isolada,
sendo vedada a aplicação cumulativa com outras penalidades.
(C) A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a habilitação para
dirigir veículo automotor tem a duração de dois anos.
(D) Transitada em julgado a sentença condenatória, o réu será intimado a entregar à
autoridade judiciária, em 24 horas, a permissão para dirigir ou a CNH.
(E) Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte vítima, não se
imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se ele prestar pronto e integral socorro
àquela.
Comentário:
Item A - Essa é uma das primeiras e mais importantes informações que você deve ter ao
estudar os crimes de trânsito:
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 17
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
O CTB, em seu primeiro artigo da Parte Geral dos Crimes de Trânsito, o art. 291, estabelece
que aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, nele previstos, aplicam-se
subsidiariamente as normas gerais do Código Penal e do Código de Processo Penal, bem
como a Lei nº 9.099/95 (Lei dos Juizados Especiais Criminais), no que couber.
Daí você já percebe que as consequências sofridas por quem comete crimes no trânsito não
se esgotam apenas nas disposições do referido Código.
A depender da gravidade e dos agravantes, o infrator pode também ser submetido às
imposições do Código Penal e do Código Processual Penal, assim como da Lei nº 9.099/95
(Leis dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais). O item em estudo afirma exatamente o
contrário do que nos ensina o Código. (Errado)
Item B - Vimos que, pela imposição dessa pena, poderá ficar suspenso tanto quem tem o
direito de dirigir quanto o inabilitado, pelo prazo variável de 02 meses a 05 anos.
✓ O habilitado tem seu direito de dirigir veículo automotor SUSPENSO.
✓ O inabilitado (aquele que ainda não é habilitado) tem PROIBIDO o direito de obter a
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
Com as mudanças promovidas no art. 292 do CTB pela Lei nº 12.971/14, a suspensão
penal pode ser aplicada ISOLADA (apenas ela) ou CUMULATIVAMENTE (com a pena
privativa de liberdade ou com a multa) e com prazo a ser estipulado pela autoridade
judiciária, sem nenhuma correlação com os prazos da pena privativa de liberdade.
O item erra, portanto, duas vezes: ao afirmar que a suspensão ou a proibição de se obter a
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor pode ser imposta como penalidade
principal; e ao asseverar que tal pena terá que ser imposta sempre de forma isolada, sendo
vedada a aplicação cumulativa com outras penalidades. Acabamos de ver que ela pode sim
ser aplicada de forma cumulativa! (Errado)
Item C – Errado! Para a aplicação da penalidade de suspensão ou de proibição de se obter
a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor, o juiz deve observar um prazo
variável de no mínimo 2 meses a um máximo de 5 anos. Não é um prazo fixo de 2 anos!
(Errado)
Item D – Cuidado com esses prazos! Transitada em julgado a sentença condenatória e tendo
sido aplicada pena de suspensão da habilitação para dirigir veículo automotor, o réu será
intimado a entregar à autoridade judiciária, em 48 horas, a Permissão para Dirigir ou a
Carteira de Habilitação. O item fala em um prazo de 24 horas. As bancas gostam muito de
trocar esse prazo! (Errado)
Item E - Exatamente! Se você for envolvido em algum acidente e dele resultar alguma vítima,
caso preste pronto e integral socorro a ela, estará livre de ser preso em flagrante ou de pagar
fiança. Essa é a disposição estabelecida pelo art. 301 do CTB. (Certo)
Gabarito: Letra “E”
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 18
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
Pronto. Estudada a parte geral sobre os crimes de trânsito, chegou a hora de conhecermos os
crimes em espécie, analisando-os à luz do que regula o CTB e, sempre que possível, as posições
doutrinárias e jurisprudenciais pertinentes.
Atenção a essa importantíssima parte do seu estudo, ok?!
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 19
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
II – OS CRIMES DE TRÂNSITO - PARTE ESPECÍFICA
8 - Os Crimes de Trânsito
Neste tópico, vamos estudar quais são os crimes de trânsito tipificados no CTB e quais são suas
principais peculiaridades para fins de provas de concursos.
Estudaremos artigo por artigo, crime por crime, mas antes, precisamos fazer algumas
considerações doutrinárias, dando especial destaque às importantes mudanças trazidas pela Lei
11.705/08 (A Lei Seca) para este tema.
Para começar, vamos voltar ao disposto no primeiro artigo da PARTE GERAL do capítulo XIX do
CTB (crimes de trânsito).
Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, previstos neste
Código, aplicam-se as normas gerais do Código Penal e do Código de Processo Penal; se
este Capítulo não dispuser de modo diverso, bem como a Lei nº 9,099 de 26 de setembro
de 1995, no que couber.
A Lei nº 9.099/95 acima citada trata dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais (JEC). Logo em breve
você entenderá o porquê de sua relevância para o tema.
Bom, a persecução penal, ou seja, os caminhos processuais a serem seguido pelos crimes de
trânsito são dois:
✓ ou lavra-se um termo circunstanciado e encaminha-se o réu para o JEC (Juizado
Especial Criminal),
✓ ou é instaurado um inquérito policial e o réu é encaminhado para a Vara
Criminal.
Importante você saber que os crimes de trânsito são, em sua maioria, crimes de menor potencial
ofensivo, que pedem procedimento sumário, no mais das vezes, dispensando, inclusive, o
procedimento preparatório do inquérito policial.
Como eu já ventilei anteriormente, a Lei nº 9.0999/95 assim define:
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 20
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
➢ Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo as contravenções penais
e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 02 anos, cumulada ou não
com multa.
Pois bem, fica fácil você entender que os crimes de menor potencial, por agredirem menos a
sociedade, não necessitam de um procedimento preparatório do processo mais detalhado, como
no inquérito policial. No termo circunstanciado a materialidade é reduzida a termo, e uma vez
assinada pelo indiciado, tem-se a consignação de materialidade e autoria do delito, sendo,
portanto, dispensável o inquérito policial.
Em crimes de menor potencial, portanto, o processo perante o Juizado Especial orientar-se-á
pelos critérios da oralidade, informalidade, economia processual e celeridade, objetivando,
sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não
privativa de liberdade.
➢ TODOS os crimes de trânsito são crimes de menor potencial ofensivo, exceto:
▪ o HOMICÍDIO CULPOSO na direção de veículo automotor (art. 302 do CTB);
▪ o crime de EMBRIAGUEZ AO VOLANTE (art.306 do CTB) e;
▪ o crime de RACHA (art. 308 do CTB) e;
em alguns casos (estudaremos esses casos em detalhes), a LESÃO CORPORAL CULPOSA
Vamos então aos crimes propriamente ditos e aos seus desdobramentos:
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 21
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
8.1 – Homicídio Culposo (art. 302)
Art. 302. Praticar HOMICÍDIO CULPOSO na direção de veículo automotor.
Penas - detenção, de 02 a 04 anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a
habilitação para dirigir veículo automotor.
§ 1o No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada
de 1/3 (um terço) à metade, se o agente:
I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada;
III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do
acidente;
IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de
passageiros.
A primeira informação que considero relevante sobre esse crime é que ele é o único no CTB que
trata de homicídio. Para o crime se configurar, deve ser praticado na direção de veículo e o veículo
tem que ser automotor. Grave bem essa informação!
Além disso, já te adianto que você não há tipificação no CTB de crime de homicídio doloso. Já
citamos, inclusive, que esse é um dos dois únicos crimes na modalidade culposa tipificados no
Código.
Mas professor, e nos casos em que a pessoa atropela alguém propositadamente?? Não
responderá por homicídio doloso??
Responderá sim, mas não por crime tipificado como tal no CTB e, sim, no Código Penal Brasileiro
(art. 121).
Outro detalhe importante é que esse é o único dos crimes do CTB que tem pena restritiva de
liberdade com duração máxima de até 04 anos. Anota aí! Perceba também que não temos a pena
de multa prevista para esse crime.
E não se esqueça, vou reforçar, de que nesse crime a pena é aumentada de um terço à metade,
se o agente se enquadrar em uma daquelas situações aumentativas por nós já estudadas!
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 22
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
Agora, atenção, muita atenção para a mais recente mudança promovida pela Lei nº 13.546/2017
nesse art. 302!
Ela inseriu o importantíssimo §3º nesse artigo, cuja redação é a seguinte:
Art. 302. (...)
§ 3º Se o agente conduz veículo automotor sob a influência de álcool ou de qualquer outra
substância psicoativa que determine dependência:
Penas - reclusão, de 05 a 08 anos, e suspensão ou proibição do direito de se obter a
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
Com esse novo dispositivo, reinaugura-se o homicídio culposo qualificado, com punição mais
severa para aqueles que cometem homicídio culposo na condução de veículo automotor,
estando sob influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa. A privativa de
liberdade passar a ser de reclusão e o quantum de pena para 05 a 08 anos!
Quais são as consequências práticas dessa mudança para fins de prova?
Anota aí:
1. Com esse quantum de pena (5 a 8 anos), não se permitirá a fixação de fiança
pelo Delegado de Polícia.
2. Não há que se falar em absolvição do crime do art. 306 (embriaguez ao volante)
pelo do art. 302 (homicídio culposo na direção), no caso de alguém que dirige
embriagado cometer homicídio culposo na direção do veículo automotor.
Agora atenção, muita atenção para esse julgado do STJ:
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 23
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
STJ: É admitida qualificadora de meio cruel em pronúncia por homicídio de
trânsito com dolo eventual
A 6ª turma do STJ reconheceu a compatibilidade entre o dolo eventual e a qualificadora de meio
cruel apontada na sentença que mandou o réu a júri popular por homicídio comedido na condução
de veículo. No caso, o réu atropelou um idoso, que ficou preso no carro e foi arrastado por mais
de 500 metros.
O TJ/PR excluiu a qualificadora da sentença de pronúncia. O Tribunal concluiu que o fato de a
vítima ter sido arrastada após o atropelamento, serviu de fundamento para a configuração do
dolo eventual. Assim, não poderia ser utilizado para qualificar o crime, sob pena de indevido bis
in idem – dupla punição para o mesmo fato.
Em recuso especial apresentado ao STJ, o MP/PR alegou que, ao menos em princípio e para fins
de pronúncia, arrastar a vítima por mais de 500 metros é circunstância que indica meio cruel, não
sendo possível à 2ª instância alterar a sentença nesse aspecto, sob pena de usurpação da
competência constitucionalmente atribuída ao tribunal do júri.
Ao analisar, o relator do recurso, ministro Nefi Cordeiro, esclareceu que a sentença de pronúncia
não representa juízo de procedência da culpa, mas consiste no reconhecimento de justa causa
para a fase do júri, ante a presença de prova da materialidade de crime doloso contra a vida e
de indícios de autoria.
Segundo o relator, o entendimento do STJ é de que somente se admite a exclusão de
qualificadoras da pronúncia quando manifestamente improcedentes ou descabidas, sob pena de
afronta à soberania do júri.
Assim, para o ministro, o entendimento firmado pelo TJ/PR não se harmoniza com a
jurisprudência do STJ, segundo a qual não é possível falar em incompatibilidade entre o dolo
eventual e a qualificadora do meio cruel.
Segundo o ministro, o dolo do agente, seja direto ou indireto, não exclui a possibilidade de o
homicídio ter sido praticado com o emprego de meio mais reprovável. Assim, o colegiado
concluiu:
"É admitida a incidência da qualificadora do meio cruel, relativamente ao fato de a vítima ter
sido arrastada por cerca de 500 metros, presa às ferragens do veículo, ainda que já considerada
no reconhecimento do dolo eventual na sentença de pronúncia".
Desta forma, o colegiado restabeleceu a qualificadora do meio cruel reconhecida na sentença de
pronúncia.
Isso é bom de prova, hein!
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 24
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
Veja então como o homicídio do art. 302 foi cobrado:
(CESPE – CABO SELEÇÃO INTERNA – PM/DF – 2003) José e Geraldo, maiores de idade que
não possuem habilitação para dirigir, resolveram participar de um racha com os automóveis
de seus pais, sem o conhecimento deles. Durante o racha, realizado na avenida principal da
cidade em que residem, o veículo conduzido por Geraldo, que não utilizava cinto de
segurança, desgovernou-se e atropelou Maria, que ficou gravemente ferida. Desesperados
com o ocorrido, os dois jovens fugiram sem prestar socorro à vítima, que faleceu no hospital
algumas horas após identificar as placas dos veículos conduzidos por José e Geraldo. Com
relação à situação hipotética apresentada acima, julgue o item a seguir, à luz do CTB.
Se, após o devido processo legal, Geraldo for condenado por homicídio culposo pela morte
de Maria, a pena será aumentada de, no mínimo, dois terços.
Comentário:
Na situação hipotética da questão, teríamos um caso de homicídio culposo em via pública,
típico crime de trânsito, com a aumentativa de pena por ter deixado de prestar socorro à
vítima do acidente, quando aparentemente era possível fazê-lo sem risco pessoal. (art. 302,
caput c/c §1º, inciso IV).
Tal circunstância, acabamos de estudar, aumentaria a pena restritiva de liberdade de um
terço à metade. A questão, portanto, já estaria errada ao afirmar que a pena de Geraldo seria
aumentada de, no mínimo, dois terços.
Bom, mas para os dias atuais, após as mudanças no CTB promovidas pela Lei nº 12.971/14,
essa questão está desatualizada, pois por ter atropelado Maria quando da prática de um
racha, Geraldo cometeu o crime do art. 308 (crime de racha), qualificado com o resultado
morte (§2º do mesmo artigo), o que agravaria por demasiado sua situação. Essa qualificadora
do crime de racha, a estudaremos logo mais na frente, assim dispõe:
§ 2o Se da prática do crime previsto no caput (crime de racha) resultar MORTE, e as
circunstâncias demonstrarem que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de
produzi-lo, a pena privativa de liberdade é de reclusão de 5 (cinco) a 10 (dez) anos, sem
prejuízo das outras penas previstas neste artigo.
Como a questão deixa a entender que Geraldo não quis o resultado nem assumiu o risco de
produzi-lo, sua conduta poderá perfeitamente ser enquadrada nessa qualificadora aí, o que,
de qualquer modo, não alteraria o gabarito da questão, que continuaria errada. Beleza?
Gabarito: Errado
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 25
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
8.2 – Lesão Corporal Culposa (Art. 303)
Art. 303. Praticar LESÃO CORPORAL CULPOSA na direção de veículo automotor.
Penas - detenção, de 06 meses a 02 anos e suspensão ou proibição de se obter a
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à metade, se ocorrer qualquer das
hipóteses do § 1o do art. 302.
Estamos diante de mais um dos dois únicos crimes de natureza culposa tipificados no CTB. Assim
como o crime anterior, ele só será configurado se for praticado na direção de um veículo e de um
veículo automotor.
Quero chamar sua especial atenção para disposições específicas do CTB e da Lei nº 11.705/08
sobre esse crime o qual, com a referida Lei, tomou desdobramentos mais complexos, interessantes
e, diga-se de passagem, bons de prova!
Vamos analisar os desdobramentos para as diversas variações do crime de lesão corporal culposa
tipificado no CTB:
8.2.1 – Lesão corporal culposa SEM os benefícios da Lei 9.099/95
Começamos pela análise do disposto no § 1º, do art. 291, do CTB:
Art. 291. (...)
§ 1º Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88
da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente estiver:
I - sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine
dependência;
II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, de
exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada
pela autoridade competente;
III - transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h
(cinquenta quilômetros por hora).
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 26
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
§ 29 Nas hipóteses previstas no § 1º deste artigo, deverá ser instaurado inquérito policial
para a investigação da infração penal.
Vamos entender!
Preste bastante atenção no parágrafo primeiro do artigo acima transcrito! Ele cita os arts. 74, 76
e 88 da Lei nº 9.099/95. Por que esses artigos especificamente?
Vamos responder a essa pergunta mostrando as correlações deles com o crime de lesão corporal
culposa praticado na direção de veículo automotor.
Veja:
Lei nº 9.099/95:
Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz
mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil
competente.
Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública
condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de
queixa ou representação.
A composição civil de danos trata-se da possibilidade de acordo homologado por juiz entre a
vítima e o réu, tendo esse acordo eficácia de título a ser executado e também acarretando,
portanto, a renúncia ao direito de queixa ou representação.
Para crimes de menor potencial ofensivo, o réu, de acordo com esse artigo, pode ser beneficiado
com essa possibilidade de fazer um acordo com a vítima, esse acordo ser homologado pelo juiz e
ter então a queixa ou representação retirada.
Lei nº 9.099/95:
Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública
incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a
aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.
§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a
metade.
§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:
I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de
liberdade, por sentença definitiva;
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 27
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de
pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo;
III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem
como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida.
§ 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à apreciação
do juiz.
§ 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o juiz
aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo
registrada apenas para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos.
§ 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação referida no art. 82 desta
Lei.
§ 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará de certidão de
antecedentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos
civis, cabendo aos interessados propor ação cabível no juízo cível.
O que essas regras querem nos dizer?
Que nos crimes considerados de menor potencial ofensivo, pode o Ministério Público negociar
com o acusado sua pena. Ou seja, é um “bem bolado” entre a acusação e a defesa, para evitar
que o processo corra, poupando o réu (e o Estado também) de todas as cargas consequentes
(sociais, psicológicas, financeiras etc.).
É a famosa transação penal, que deve ser proposta antes do oferecimento da denúncia. A
aceitação da proposta não pode ser considerada reconhecimento de culpa ou de responsabilidade
civil sobre o fato, não pode ser utilizada para fins de reincidência e não consta de fichas de
antecedente criminal. O fato só é registrado para impedir que o réu se beneficie novamente do
instituto antes do prazo de 05 anos definidos na lei.
As propostas podem abranger só duas espécies de pena: multa e restritiva de direitos. A primeira
é obviamente pecuniária, a segunda pode ser prestação de serviços à comunidade, impedimento
de comparecer a certos lugares, proibição de gozo do fim de semana etc., depende da criatividade
dos promotores (que atualmente só conhecem o pagamento de cesta básica).
Lei nº 9.099/95:
Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de
representação a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas.
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 28
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
Há quatro tipos de ação no Processo Penal brasileiro: a ação penal pública incondicionada, a ação
penal pública condicionada à representação, a ação penal de iniciativa privada e a ação penal
privada subsidiária da pública.
O art. 88, da Lei nº 9.099/95, nos traz a ação penal pública condicionada à representação da vítima.
Segundo deixa bem claro esse dispositivo, os crimes de lesões corporais leves e de lesão corporal
culposa (esse que estamos a tratar!), dependerão da representação da vítima para instauração do
inquérito policial ou para o oferecimento da denúncia, caso o inquérito seja desnecessário por já
haver provas suficientes.
Olhando agora para esses três dispositivos e fazendo um resumo bem prático, temos que a Lei
nº 9.099/95 nos traz os seguintes benefícios para aqueles que cometem crimes de menor
potencial ofensivo:
composição civil de danos
transação penal
ação penal pública condicionada à representação
Em termos práticos, o que isso significa então professor?
Significa que quem comete o crime de lesão corporal culposa na direção de veículo automotor,
via de regra, tem grande possibilidade de ter o direito a tais benefícios. Digo "via de regra",
porque esse indivíduo pode perder essas prerrogativas caso cometa o crime, tendo sido o delito
praticado em determinadas situações. E que situações são essas? Aquelas previstas no §1º do art.
291, abaixo transcritas:
Ter cometido o crime:
➔ sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine
dependência;
➔ participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, de
exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor não
autorizada pela autoridade competente;
➔ transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50km/h.
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 29
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
Antes de qualquer coisa, não confunda: tais situações em nada têm a ver com aquelas agravantes
e aumentativas de pena que aqui estudamos!
As do quadro acima são aquelas situações que, cometidas conjuntamente com o crime de lesão
corporal culposa na direção de veículo automotor, fazem com que o réu perca os direitos à
composição civil, à transação penal e a ação penal condicionada a representação. Não esqueça!
Importante ressaltar que o crime continua sendo de menor potencial ofensivo, ainda que
combinado com as circunstâncias acima. O processo ainda ocorrerá no JEC (Juizado Especial
Criminal), porém não será lavrado termo circunstanciado e passará NECESSARIAMENTE por
inquérito policial.
(CESPE – ANALISTA DE TRÂNSITO – DETRAN/DF – 2009) Considere que Gustavo conduza
o seu veículo à velocidade de 110 km/h, quando a sinalização do local aponta como limite
máximo a velocidade de 50 km/h e, de forma culposa, tenha atropelado Maria, que teve
lesão corporal leve. Nesse caso, Gustavo deverá responder por crime de lesão corporal
culposa, desde que haja representação da vítima.
Comentário:
Gustavo conduz o seu veículo à velocidade de 110 km/h, quando a sinalização do local
aponta como limite máximo a velocidade de 50 km/h. Veja que ele está transitando com
velocidade de 60 km/h a mais do que a permitida pela via. Ao atropelar Maria de forma
culposa, ele de fato cometeu o crime de lesão corporal culposa na direção de veículo
automotor, tipificado no art. 303 do CTB.
E o pior: por atropelar alguém transitando em velocidade superior à máxima permitida da
via em 50 km/h, Gustavo perde, conforme vimos, os direitos à composição civil e à transação
penal além do que a ação penal passará a ser incondicional à representação. A assertiva erra,
portanto, ao afirmar que, nesse caso haveria a necessidade de representação da vítima.
Gabarito: Errado
8.2.2 – Lesão corporal culposa COM AUMENTATIVO de pena
Vamos pensar agora em duas situações:
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 30
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
→ Situação 1:
Imaginemos que alguém cometera o crime de lesão corporal culposa na direção de determinado
veículo automotor. Ao cometer o crime, não estava sob influência de álcool, nem disputando
corrida com outro veículo, muito menos transitando com velocidade superior à máxima para a via
em 50 km/h.
Acontece que esse motorista praticou o crime em faixa de pedestres, e o pior: deixou de prestar
socorro à vítima. O que temos nessa situação? Duas situações aumentativas de pena. Sendo
situações aumentativas de pena, a pena máxima prevista para esse crime (que é de 02 anos) ficará,
segundo o que dispõe o parágrafo único do art. 303, aumentada de um terço à metade e, por
consequência, o crime deixa de ser de menor potencial ofensivo e passa a ser de maior potencial
ofensivo.
Nesses casos, não há que se falar em procedimento sumário, devendo necessariamente ocorrer o
inquérito policial e o respectivo processo em vara criminal. Mesmo assim, por força do que
acabamos de estudar sobre as regras do § 1º do art. 291, esse réu terá ainda o direito de gozar
das prerrogativas estabelecidas pelos artigos 74, 76 e 88 da Lei nº 9.099/95. Ou seja, mesmo
tendo cometido o crime sob uma das circunstâncias aumentativas de pena, terão direito à
composição civil, à transação penal e que a ação penal seja condicionada a representação,
obedecidos os demais requisitos estabelecidos na Lei nº. 9.099/95, obviamente.
→ Situação 2:
Vamos supor que o mesmo motorista da situação 1 tenha cometido o crime de lesão corporal
culposa em faixa de pedestre (situação aumentativa de pena), estando ele ainda sob a influência
de álcool.
Aí, meu amigo, o rapaz estará bem enroladão, porque vai responder a processo criminal, perderá
o direito à composição civil de danos, à transação penal e a ação penal pública será incondicionada
à representação.
Sigamos em frente!
8.2.3 – Lesão corporal com aplicação da Lei nº 9.099/95 na ÍNTEGRA
Esse é o caso mais simples!
Sempre que o agente praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor em
situações diferentes das especificadas acima, a lesão corporal culposa será considerada um crime
de menor potencial ofensivo, com a aplicação da Lei nº 9.099/95 na íntegra (bastará termo
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 31
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
circunstanciado; terá direito à transação penal, à composição civil de danos; a ação será
condicionada à representação; e etc.).
Tranquilo?
Bom, antes de continuar a estudar os outros crimes, sugiro que você, caro aluno, dê mais uma
revisada no que acabamos de mostrar, pois é muito importante para sua prova que tenha
consolidado esse conhecimento sobre as nuances do crime de LESÃO CORPORAL CULPOSA na
direção de veículo automotor, art. 303 do CTB.
E agora vamos ver como esse delito foi cobrado:
E quer saber de mais uma coisa sobre esse crime?
Ele também recebeu um novo §2º pela Lei nº 13.546/2017, cuja redação é a seguinte:
Art. 303 (...)
§ 2o A pena privativa de liberdade é de reclusão de 02 a 05 anos, sem prejuízo das outras
penas previstas neste artigo:
se o agente conduz o veículo com capacidade psicomotora alterada em razão da influência
de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência; E
se do crime resultar lesão corporal de natureza grave ou gravíssima.
Com esse novo dispositivo, inaugura-se a lesão corporal culposa qualificada, com punição mais
severa para aqueles que cometem homicídio culposo na condução de veículo automotor,
estando sob influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa E CAUSEM LESÃO
CORPORAL DE NATUREZA GRAVE OU GRAVÍSSIMA.
Observe que as duas condições têm que ser observadas para a qualificadora ser consumada,
ok? A privativa de liberdade passa a ser de reclusão e o quantum de pena para 02 a 05 anos.
Quais são as consequências práticas dessa mudança para fins de prova?
Anota aí:
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 32
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
1. Com esse quantum de pena (2 a 5 anos), não se permitirá a fixação de fiança
pelo Delegado de Polícia.
2. Com essa mudança, não existe mais concurso entre os crimes de lesão corporal
e o de embriaguez ao volante.
3. Uma mudança substancial que teve, foi a figura da lesão corporal de natureza
grave ou gravíssima (§§ 1º e 2º do art. 129 do CP).
4. Antes entendia, que se num caso concreto ocorresse lesão corporal grave ou
gravíssima na direção de veículo automotor, aplicava-se a pena do caput do art.
303 do CTB, o que acarretava desproporcionalidade, haja vista que nesses
delitos, em virtude de sua gravidade, seriam aplicados uma pena igual ao da
lesão simples.
Mais uma que é boa de prova!
Sigamos!
8.3 – Crime de Omissão de Socorro (art. 304)
Art. 304. DEIXAR O CONDUTOR DO VEÍCULO, na ocasião do acidente, de PRESTAR
IMEDIATO SOCORRO À VÍTIMA, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa,
DEIXAR DE SOLICITAR AUXÍLIO DA AUTORIDADE PÚBLICA:
Penas - detenção, de 06 meses a 01 ano OU multa, se o fato não constituir elemento de
crime mais grave.
Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do veículo ainda
que a sua omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima com morte
instantânea ou com ferimentos leves.
Quanto ao crime de omissão de socorro, não há muito o que se falar, com exceção de dois
detalhes importantes:
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 33
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
1) mesmo que a vítima tenha morrido instantaneamente ao acidente ou tenha
apenas tido ferimentos leves, o motorista ainda assim responderá pelo
crime. Tais situações, por não ensejarem necessidade de socorro, não
tornam atípica a conduta do motorista, ok?
2) a pena pode ser a de detenção OU a de multa, certo? A multa, nesse caso, não
será cumulativa. Não esqueça!
8.4 – Crime de Afastar-se do Local do Acidente (Art. 305)
Art. 305. AFASTAR-SE o condutor do veículo DO LOCAL DO ACIDENTE, para fugir à
responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída:
Penas - detenção, de 06 meses a 01 ano, OU multa.
Não se pode confundir o delito acima exposto com o de omissão de socorro do artigo anterior,
uma vez que aqui o bem jurídico tutelado é a administração da justiça (querer burlar a apuração
do delito ou coisa parecida). Na omissão de socorro, por sua vez, o bem jurídico tutelado é a vida,
a saúde ou a integridade física.
Dessa forma, existe a possibilidade de se cometer o crime de afastar-se do local, em acidente com
vítima, sem, contudo, cometer a omissão de socorro. Basta que, por exemplo, o condutor
envolvido leve a vítima até um hospital e lá a deixe sem se identificar para fugir da
responsabilidade penal.
Ainda que, em um primeiro momento, não tenha ocorrido crime, como no caso de acidentes
envolvendo apenas danos materiais, é possível que o condutor que fuja do local do acidente seja
responsabilizado com fulcro no artigo acima, se o seu objetivo é fugir da responsabilidade pela
batida, ou melhor, de impedir que a justiça ocorra.
Beleza?
Agora vamos para um dos mais importantes crimes tipificados no CTB: o de embriaguez ao
volante, art. 306.
Muita atenção a ele!
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 34
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
8.5 – Crime de Embriaguez ao Volante ou de Alteração da Capacidade
Psicomotora ao Volante (Art. 306)
Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada EM RAZÃO
DA INFLUÊNCIA de álcool ou DE OUTRA SUBSTÂNCIA PSICOATIVA QUE DETERMINE
DEPENDÊNCIA:
Penas: detenção de 06 meses a 03 anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
Como eu disse, estamos diante de um dos principais, senão o principal, crime de trânsito para as
organizadoras de prova, justamente por toda a polêmica em torno dele. Vamos tentar entendê-lo
direitinho!
Graças ao nosso bom Deus, este artigo vem sofrendo alterações significativas nos últimos anos,
sempre no intuito de diminuir o espantoso número de acidentes e mortes no trânsito de nosso
país, provocados pela embriaguez ao volante.
Comecemos nossa análise por aquelas alterações promovidas pela Lei Federal nº 11.705/08, a tão
famosa e conhecida Lei Seca. Com o advento dessa norma, o crime de embriaguez deixou de ser
um crime de perigo em concreto para ser um crime de perigo em abstrato.
Como assim, professor?
Antes, para consumação do delito, era necessário que o condutor estivesse ziguezagueando,
transitando sobre calçadas, roletando cruzamentos, ou seja, atentando objetivamente contra
incolumidade pública. O perigo de sua conduta tinha que ser concretamente demonstrado para
que o condutor fosse enquadrado!
Com as novas alterações, ainda que um condutor esteja conduzindo adequadamente, se tiver
acima dos índices permitidos de teor alcoólico, será enquadrado no crime acima tipificado.
Nesse sentido, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) já assentou entendimento de que dirigir
com concentração de álcool acima do limite legal CONFIGURA CRIME, independentemente de a
conduta do motorista oferecer risco efetivo para os demais usuários da via pública (STJ, 2016,
REsp 1.582.413, Relator Ministro Schietti Cruz)
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 35
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
Para você ter uma ideia, o voto acima citado tem base em outros vários julgados do pr óprio
STJ de que o crime do art. 306 é de perigo em abstrato.
Quer ver só alguns dos mais importantes desses julgados?
STJ DIREÇÃO. EMBRIAGUEZ. PERIGO ABSTRATO.
A Turma reiterou que o crime do art. 306 do Código de Trânsito Brasileiro é de perigo
abstrato, pois o tipo penal em questão apenas descreve a conduta de dirigir veículo sob a
influência de álcool acima do limite permitido legalmente, sendo desnecessária a
demonstração da efetiva potencialidade lesiva do condutor. Assim, a denúncia traz indícios
concretos de que o paciente foi flagrado conduzindo veículo automotor e apresentando
concentração de álcool no sangue superior ao limite legal, fato que sequer é impugnado
pelo impetrante, não restando caracterizada a ausência de justa causa para a persecução
penal do crime de embriaguez ao volante. Logo, a Turma denegou a ordem. Precedentes
citados: HC 140.074-DF, DJe 22/2/2010, e RHC 26.432-MT, DJe 14/12/2009. HC 175.385-
MG, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 17/3/2011
STJ - HC 231566 RJ 2012/0013418-9
PENAL E PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. REMÉDIO CONSTITUCIONAL
SUBSTITUTIVO DE RECURSO PRÓPRIO. IMPOSSIBILIDADE. NÃO CONHECIMENTO.
CRIME DE EMBRIAGUEZ AO VOLANTE. DELITO DE PERIGO ABSTRATO.
DESNECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DE POTENCIALIDADE LESIVA NA CONDUTA.
TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. IMPOSSIBILIDADE. (...)
3. Conforme reiterada jurisprudência desta Corte, o crime do art. 306 do Código de Trânsito
Brasileiro é de perito abstrato e dispensa a demonstração de potencialidade lesiva na
conduta, configurando-se pela simples condução de veículo automotor em estado de
embriaguez.
4. No caso, a paciente foi submetida a teste em aparelho de ar alveolar pulmonar (etilômetro)
e ficou constatado que dirigia veículo automotor com concentração alcoólica igual a 0,37
mg/l de ar expelido pelos pulmões, valor este que supera o limite legal. Assim, o fato é típico
e não há que se falar em trancamento da ação penal. 5. Habeas corpus não conhecido.
STJ - RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 1. EMBRIAGUEZ AO VOLANTE. 2.
CRIME DE PERIGO ABSTRATO. 3. TESTE DO BAFÔMETRO. OCORRÊNCIA. 4. RECURSO
IMPROVIDO. 14/10/2013
1. É prescindível à consumação do delito de embriaguez ao volante a prova da produção de
perigo concreto à segurança pública, bastando a prova da embriaguez, por se tratar de delito
de perigo abstrato.
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 36
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
Precedentes.
2. A Terceira Seção deste Tribunal Superior assentou entendimento, quando do julgamento
do REsp n.º 1.111.566/DF, realizado no dia 28 de março de 2012, no sentido de que "apenas
o teste do bafômetro ou o exame de sangue podem atestar o grau de embriaguez do
motorista para desencadear uma ação penal". Hipótese ocorrente na espécie. 3. Recurso a
que se nega provimento.
Professor, E como o STF entende esse crime?
Do mesmo jeito! Veja só famosos entendimentos da Suprema Corte:
STF - RHC 110.258, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 24.5.12 e HC 109.269, Rel.
Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 11.10.2011:
“RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. EMBRIAGUEZ AO VOLANTE (ART. 306 DA
LEI Nº 9.503/97). ALEGADA INCONSTITUCIONALIDADE DO TIPO POR SER REFERIR A
CRIME DE PERIGO ABSTRATO. NÃO OCORRÊNCIA. PERIGO CONCRETO.
DESNECESSIDADE. AUSÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL.
RECURSO NÃO PROVIDO. 1. A jurisprudência é pacífica no sentido de reconhecer a
aplicabilidade do art. 306 do Código de Trânsito Brasileiro – delito de embriaguez ao volante
–, não prosperando a alegação de que o mencionado dispositivo, por se referir a crime de
perigo abstrato, não é aceito pelo ordenamento jurídico brasileiro.
2. Esta Suprema Corte entende que, com o advento da Lei nº 11.705/08, inseriu-se a
quantidade mínima exigível de álcool no sangue para se configurar o crime de embriaguez
ao volante e se excluiu a necessidade de exposição de dano potencial, sendo certo que a
comprovação da mencionada quantidade de álcool no sangue pode ser feita pela utilização
do teste do bafômetro ou pelo exame de sangue, o que ocorreu na hipótese dos autos. 3.
Recurso não provido”.
“HABEAS CORPUS. PENAL. DELITO DE EMBRIAGUEZ AO VOLANTE. ART. 306 DO
CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO. ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DO
REFERIDO TIPO PENAL POR TRATAR-SE DE CRIME DE PERIGO ABSTRATO.
IMPROCEDÊNCIA. ORDEM DENEGADA. I - A objetividade jurídica do delito tipificado na
mencionada norma transcende a mera proteção da incolumidade pessoal, para alcançar
também a tutela da proteção de todo corpo social, asseguradas ambas pelo incremento dos
níveis de segurança nas vias públicas. II - Mostra-se irrelevante, nesse contexto, indagar se o
comportamento do agente atingiu, ou não, concretamente, o bem jurídico tutelado pela
norma, porque a hipótese é de crime de perigo abstrato, para o qual não importa o
resultado. Precedente. III No tipo penal sob análise, basta que se comprove que o acusado
conduzia veículo automotor, na via pública, apresentando concentração de álcool no sangue
igual ou superior a 6 decigramas por litro para que esteja caracterizado o perigo ao bem
jurídico tutelado e, portanto, configurado o crime. IV Por opção legislativa, não se faz
necessária a prova do risco potencial de dano causado pela conduta do agente que dirige
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 37
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
embriagado, inexistindo qualquer inconstitucionalidade em tal previsão legal . V Ordem
denegada”.
109.269, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 11.10.2011:
“RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. EMBRIAGUEZ AO VOLANTE (ART. 306 DA
LEI Nº 9.503/97). ALEGADA INCONSTITUCIONALIDADE DO TIPO POR SER REFERIR A
CRIME DE PERIGO ABSTRATO. NÃO OCORRÊNCIA. PERIGO CONCRETO.
DESNECESSIDADE. AUSÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL.
RECURSO NÃO PROVIDO. 1. A jurisprudência é pacífica no sentido de reconhecer a
aplicabilidade do art. 306 do Código de Trânsito Brasileiro – delito de embriaguez ao volante
–, não prosperando a alegação de que o mencionado dispositivo, por se referir a crime de
perigo abstrato, não é aceito pelo ordenamento jurídico brasileiro.
2. Esta Suprema Corte entende que, com o advento da Lei nº 11.705/08, inseriu-se a
quantidade mínima exigível de álcool no sangue para se configurar o crime de embriaguez
ao volante e se excluiu a necessidade de exposição de dano potencial, sendo certo que a
comprovação da mencionada quantidade de álcool no sangue pode ser feita pela utilização
do teste do bafômetro ou pelo exame de sangue, o que ocorreu na hipótese dos autos. 3.
Recurso não provido”.
“HABEAS CORPUS. PENAL. DELITO DE EMBRIAGUEZ AO VOLANTE. ART. 306 DO
CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO. ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DO
REFERIDO TIPO PENAL POR TRATAR-SE DE CRIME DE PERIGO ABSTRATO.
IMPROCEDÊNCIA. ORDEM DENEGADA. I - A objetividade jurídica do delito tipificado na
mencionada norma transcende a mera proteção da incolumidade pessoal, para alcançar
também a tutela da proteção de todo corpo social, asseguradas ambas pelo incremento dos
níveis de segurança nas vias públicas. II - Mostra-se irrelevante, nesse contexto, indagar se o
comportamento do agente atingiu, ou não, concretamente, o bem jurídico tutelado pela
norma, porque a hipótese é de crime de perigo abstrato, para o qual não importa o
resultado. Precedente. III No tipo penal sob análise, basta que se comprove que o acusado
conduzia veículo automotor, na via pública, apresentando concentração de álcool no sangue
igual ou superior a 6 decigramas por litro para que esteja caracterizado o perigo ao bem
jurídico tutelado e, portanto, configurado o crime. IV Por opção legislativa, não se faz
necessária a prova do risco potencial de dano causado pela conduta do agente que dirige
embriagado, inexistindo qualquer inconstitucionalidade em tal previsão legal . V Ordem
denegada”.
E mais: antes da Lei nº 11.705/08, a diferença entre a infração de trânsito da embriaguez e o crime
de embriaguez era a situação de perigo, ou seja, para ocorrência do crime, era necessária a
ocorrência da infração mais uma situação de perigo em concreto. Com as novas disposições, a
diferença entre a infração de trânsito e o crime de trânsito passou a ser a concentração de álcool
por litro de sangue ou por litro de ar alveolar.
E as boas notícias não param por aí!
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 38
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
Com a entrada em vigor da Lei nº 12.760/12, atualmente o crime já estará configurado se também
for provada que a capacidade psicomotora do motorista foi alterada em razão da influência de
ÁLCOOL ou de outra SUBSTÂNCIA PSICOATIVA que determine dependência. Ou seja, pode-se
dizer que juridicamente o crime não é mais o de “embriaguez ao volante”, e sim o de “alteração
da capacidade psicomotora ao volante”!
Ok, professor, mas como diferenciar a infração de embriaguez, do art. 165, desse crime tipificado
no art. 306?!
Deixa eu te explicar!
Para que você entenda bem como se dá a diferença entre infração e crime, precisamos entender
como se configura uma infração de trânsito relativa à embriaguez. Para isso, vamos ao importante
e polêmico artigo 165 do CTB, transcrito a seguir:
Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que
determine dependência:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (10 vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze) meses.
Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e retenção do veículo,
observado o disposto no § 4o do art. 270 da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997 - do
Código de Trânsito Brasileiro.
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de reincidência no
período de até 12 (doze) meses.
De posse das informações acima, vamos agora para o que estabelece o art. 276 do CTB:
Esse artigo nos diz o seguinte:
Art. 276. Qualquer concentração de álcool por litro de sangue ou por litro de ar alveolar
sujeita o condutor às penalidades previstas no art. 165.
Parágrafo único. O Contran disciplinará as margens de tolerância quando a infração for
apurada por meio de aparelho de medição, observada a legislação metrológica.
Ok, professor, mas como se prova que alguém está sob a influência de álcool ou de outra
substância psicoativa que determine dependência? Como identificar se há alguma concentração
de álcool por litro de sangue ou por litro de ar alveolar?
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 39
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
Bom, o artigo acima, em seu parágrafo único, estabelece que o CONTRAN disciplinará as margens
de tolerância quando a infração for apurada por meio de aparelho de medição, não é verdade?
Pois bem, o CONTRAN já vinha regulamentando no passado, mas em 2013, por conta da Lei nº
12.760/2012, editou a Resolução nº 432/13. Nela, ele regulamenta não só tais margens de
tolerância como também os meios para a caracterização da infração de trânsito do art. 165.
Segundo esta Resolução, a confirmação da alteração da capacidade psicomotora em razão da
influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência dar-se-á por
meio de, pelo menos, um dos seguintes procedimentos a serem realizados no condutor de veículo
automotor:
✓ exame de sangue;
✓ exames realizados por laboratórios especializados, indicados pelo órgão ou entidade de
trânsito competente ou pela Polícia Judiciária, em caso de consumo de outras substâncias
psicoativas que determinem dependência;
✓ teste em aparelho destinado à medição do teor alcoólico no ar alveolar (etilômetro);
✓ verificação dos sinais que indiquem a alteração da capacidade psicomotora do condutor.
➢ Além dos meios dispostos acima, também poderão ser utilizados prova testemunhal,
imagem, vídeo ou qualquer outro meio de prova em direito admitido.
Perceba, caro aluno, como agora ficou muito mais difícil alguém negar que está alcoolizado!
Se ficou mais difícil para o condutor, ficou mais fácil para o agente de trânsito autuar alguém
suspeito de estar embriagado. Segundo ainda o que dispõe a Resolução nº 432/13, a infração
prevista no art. 165 do CTB será caracterizada por:
✓ exame de sangue que apresente qualquer concentração de álcool por litro de
sangue;
✓ teste de etilômetro (bafômetro) com medição realizada igual ou superior a 0,05
miligrama de álcool por litro de ar alveolar expirado (0,05 mg/L), descontado o
erro máximo admissível.
✓ sinais de alteração da capacidade psicomotora.
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 40
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
E se o condutor não quiser submeter-se a nenhum desses exames? Se a negativa for em relação
aos exames de sangue e de etilômetro (os que comprovam cientificamente a alteração da
capacidade psicomotora):
➢ SERÃO APLICADAS AS PENALIDADES E MEDIDAS ADMINISTRATIVAS PREVISTAS
NO NOVÍSSIMO ART. 165-A DO CTB ao condutor que recusar a se submeter a
qualquer um dos procedimentos previstos acima, sem prejuízo da incidência do crime
previsto no art. 306 do CTB caso o condutor apresente os sinais de alteração da
capacidade psicomotora.
E o que regula esse novíssimo art. 165-A? A seguinte infração:
Art. 165-A. Recusar-se a ser submetido a teste, exame clínico, perícia ou outro
procedimento que permita certificar influência de álcool ou outra substância psicoativa, na
forma estabelecida pelo art. 277:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (10x) e suspensão do direito de dirigir por 12 meses;
Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e retenção do veículo,
observado o disposto no § 4º do art. 270.
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de reincidência no
período de até 12 (doze) meses
Resumo disso tudo:
➢ Não há margem de tolerância no exame de sangue para que seja configurada a
infração de trânsito. No entanto, se o teste realizado for o do bafômetro, basta que a
medição desse aparelho seja igual ou superior à 0,05mg/L para que a infração já esteja
caracterizada.
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 41
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
➢ Se houver recusa do condutor a se submeter a qualquer dos testes que comprovem
cientificamente a embriaguez (sangue, etilômetro), será também autuado com base
no art. 165-A.
➢ Tal recusa, a depender da constatação dos sinais de alteração da capacidade
psicomotora, poderá o condutor responder pela infração do art. 165, como ainda pelo
crime do art. 306!!!
Beleza?
Bom, a pergunta agora é: e quando é que o uso do álcool (ou a alteração da capacidade
psicomotora) deixa de ser apenas uma infração e passa a também ser considerados crimes de
trânsito?
Os parágrafos 1º a 3º do art. 306 do CTB assim nos respondem:
Art. 306 (...)
§ 1o As condutas previstas no caput serão CONSTATADAS por:
I - concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou
superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar; ou
II - sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da capacidade
psicomotora.
Art. 306. (...)
§ 2o A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida mediante teste de alcoolemia
ou toxicológico, exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova
em direito admitidos, observado o direito à contraprova.
§ 3o O Contran disporá sobre a equivalência entre os distintos testes de alcoolemia ou
toxicológicos para efeito de caracterização do crime tipificado neste artigo.
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 42
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
E é também a Resolução nº 432/13 que regulamenta essa equivalência entre os distintos testes de
alcoolemia para efeito de caracterização do crime de embriaguez no trânsito. Para falar bem a
verdade, em seu art. 7º, ela só detalha um pouco mais as disposições do quadro acima,
estabelecendo que o crime previsto no art. 306 do CTB será caracterizado por qualquer um dos
procedimentos abaixo:
✓ exame de sangue que apresente resultado igual ou superior a 6 (seis) decigramas
de álcool por litro de sangue (6 dg/L);
✓ teste de etilômetro com medição realizada igual ou superior a 0,34 miligrama de
álcool por litro de ar alveolar expirado (0,34 mg/L), descontado o erro máximo
admissível;
✓ exames realizados por laboratórios especializados, indicados pelo órgão ou
entidade de trânsito competente ou pela Polícia Judiciária, em caso de consumo
de outras substâncias psicoativas que determinem dependência;
✓ sinais de alteração da capacidade psicomotora obtido conforme já estudamos.
Isso significa que os valores de 06 dg/l (exame de sangue) e de 0,34 mg/l (bafômetro) representam
aqueles que, se detectados, incriminam o condutor, ou seja, são suficientes para que ele, além de
ser enquadrado na infração de trânsito do art. 165 (dirigir embriagado), responda também pelo
crime de trânsito (embriaguez ao volante) tipificado no art. 306 do CTB.
Para facilitar o seu entendimento, extraímos o seguinte quadro-resumo a respeito das dosagens
de álcool detectadas em condutores por meio de exame clínico ou do etilômetro (bafômetro):
A precisão das medidas acima, respeita, é claro, o percentual tolerável de erro do equipamento.
E por falar nesses equipamentos, uma regrinha nova inserida no CTB pela Lei nº 13.840/19 (art.
306, §4º):
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 43
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
LEI Nº 13.840/2019
➢ Poderá ser empregado qualquer aparelho homologado pelo Instituto Nacional de
Metrologia, Qualidade e Tecnologia - INMETRO - para se determinar o previsto no caput
(ou seja, a alteração da capacidade psicomotora em razão de consumo de álcool ou de
substâncias psicoativa).
É, caro aluno, perceba que a coisa agora ficou difícil para quem bebe e em seguida conduz um
veículo...
Sobre a embriaguez ao volante era o que tínhamos a dizer. É mais do que suficiente para a sua
prova! Veja agora como isso foi cobrado:
(CESPE – ASSIST. TÉCNICO DE TRÂNSITO – DETRAN/ES – 2010) Com relação às infrações
de trânsito, julgue os itens subsecutivos.
Comprovada a embriaguez, o condutor terá seu veículo apreendido e sua CNH cancelada
pelo período de um ano e, caso queira voltar a conduzir veículo automotor, terá de realizar,
após este período, todos os exames para a obtenção de nova habilitação.
Comentário:
Agora o cerco apertou, mas também não chega a ser assim! Comprovada a embriaguez, o
art. 165 do CTB prevê que condutor será autuado, incorrerá nas penalidades de multa no
valor de R$ 2.934,70 (10 vezes o da infração gravíssima) e de suspensão do direito de dirigir
por 12 (doze) meses. Mas tudo, é claro, deverá respeitar o devido processo legal não
havendo, portanto, o cancelamento automático da CNH pelo período de um ano.
Gabarito: Errado
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 44
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
A chamada Lei Seca diz respeito à fiscalização de condutores sob efeito de álcool e também
de qualquer outra substância psicoativa que cause dependência. Portanto, o condutor que
apresentar sintomas de torpor ou euforia, mesmo que não se evidencie a existência de álcool
em seu organismo pelo bafômetro, pode ser submetido a outros exames pelas autoridades
de trânsito e sofrer as mesmas penalidades.
Comentário:
Exatamente! Foi o que acabamos de estudar!
Com as mudanças promovidas pela Lei 12.760/12, mesmo que o condutor se negue a realizar
o exame clínico ou o teste de bafômetro, outros exames poderão ser realizados para
comprovar os sinais de alteração de sua capacidade psicomotora. E não esqueça: a simples
negativa do condutor já é suficiente para que ele seja enquadrado na infração de trânsito do
art. 165 do CTB, sem prejuízo de também ser enquadrado no crime de embriaguez caso
apresente sinais de diminuição da capacidade psicomotora.
Gabarito: Certo
Vamos continuar a análise dos demais crimes:
8.6 – Crime de Violação à Suspensão (Art. 307)
Art. 307. VIOLAR A SUSPENSÃO OU A PROIBIÇÃO DE SE OBTER A PERMISSÃO OU A
HABILITAÇÃO PARA DIRIGIR VEÍCULO AUTOMOTOR imposta com fundamento neste
Código:
Penas - detenção, de 06 meses a 01 ano e multa, com nova imposição adicional de idêntico
prazo de suspensão ou de proibição.
Parágrafo único - Nas mesmas penas incorre o CONDENADO que deixa de entregar, no prazo
estabelecido no § 1º do art. 293 (em 48 horas), a permissão para dirigir ou a Carteira de
Habilitação.
O que está sendo punido, verdadeiramente, é a desobediência à ordem judicial, de forma
específica. Num primeiro momento, viola-se a ordem, ou seja, a suspensão imposta, se o condutor
dirige após a aplicação dessa pela autoridade judiciária; em outro momento, quando o condutor
deixa de entregar a CNH, em 48 horas, após imposição da pena pelo magistrado, também
viola o disposto no referido artigo.
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 45
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
Para que os agentes de trânsito tenham maior controle da imposição da pena imposta pelo
juiz, temos as seguintes previsões, no artigo 295 do CTB e no artigo 41 da Resolução n° 168/04
do CONTRAN:
- CTB -
Art. 295. A suspensão para dirigir veículo automotor ou a proibição de se obter a permissão
ou a habilitação será sempre comunicada pela autoridade judiciária no Conselho Nacional
de Trânsito - CONTRAN, ao órgão de trânsito do Estado em que o indiciado ou réu for
domiciliado ou residente.
- Resolução nº 168/04 -
Art. 41. A Base Índice Nacional de Condutores - BINCO conterá um arquivo de dados onde
será registrada toda e qualquer restrição no direito de dirigir de obtenção do ACC e da
CNH, que será atualizado pelo órgão ou entidade executivo de trânsito do Estado e do
Distrito Federal.
§3º A suspensão do direito de dirigir ou a proibição de se obter a habilitação, imputada
pelo Poder Judiciário, será registrada na BINCO.
8.7 – Crime de Racha no Trânsito (Art. 308)
Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de CORRIDA,
DISPUTA ou COMPETIÇÃO AUTOMOBILÍSTICA ou ainda de EXIBIÇÃO OU
DEMONSTRAÇÃO DE PERÍCIA EM MANOBRA DE VEÍCULO AUTOMOTOR NÃO
AUTORIZADA pela autoridade competente, GERANDO SITUAÇÃO DE RISCO à
incolumidade pública ou privada:
Penas - detenção, de 06 meses a 03 anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
Obs.: trecho em rosa com vigor a partir de abril/18
O crime do artigo 308 sofreu nos últimos anos duas mudanças fundamentais:
→ Mudança nº 01:
Com o advento da Lei nº 12.971/2014, houve uma ligeira alteração redacional, ao substituir a
expressão “desde que resulte dano potencial à incolumidade pública ou privada” por “gerando
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 46
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
situação de risco à incolumidade pública ou privada”, dando a entender que bastará a presença
do risco abstrato à coletividade (e não uma condição específica).
A redação anterior do crime citado, antes das mudanças promovidas pela Lei nº 12.971/14,
contentava-se com o perigo potencial de dano, ou seja, cuidava de infração penal de perigo
abstrato, onde a simples prática do comportamento, independentemente de comprovação de
perigo, já configurava o tipo em estudo.
No entanto, à luz das modificações trazidas pela Lei nº 12.971/2014 para configuração desse tipo
penal, alguns requisitos devem estar presentes para o enquadramento no delito, como:
✓ veículo automotor,
✓ via pública e;
✓ a prova de situação de risco à incolumidade pública e privada.
Ou seja, há a necessidade de ser comprovado que o comportamento narrado pelo tipo penal,
praticado pelo condutor do veículo automotor, gerou, efetivamente, uma situação de risco à
incolumidade pública ou privada.
É um dos 02 únicos crimes tipificados no CTB que trazem a famosa TRINCA DE PENAS
(detenção + multa + suspensão ou proibição de se obter...). O outro crime que também traz a
tal trinca é o de embriaguez ao volante (art. 306).
A pena para este crime, hoje máxima de dois anos, passará a ser de seis meses a três anos; o que
fará com que esteja fora da alçada dos Juizados Especiais Criminais, de acordo com o artigo 61
da Lei n. 9.099/95, não sendo, portanto, registrado mediante Termo Circunstanciado, e
acarretando a prisão em flagrante do autor, quando presentes os indícios de autoria e
materialidade, nos termos do artigo 302 do Código de Processo Penal.
→ Mudança nº 02:
Ademais, este crime passará a ter duas formas qualificadas:
Art. 308 (...)
§ 1o Se da prática do crime previsto no caput resultar lesão corporal de natureza grave, e
as circunstâncias demonstrarem que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de
produzi-lo, a pena privativa de liberdade é de reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, sem
prejuízo das outras penas previstas neste artigo.
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 47
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
§ 2o Se da prática do crime previsto no caput resultar MORTE, e as circunstâncias
demonstrarem que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena
privativa de liberdade é de reclusão de 5 (cinco) a 10 (dez) anos, sem prejuízo das outras
penas previstas neste artigo.
Caro aluno, muita atenção! É importante não confundir esse crime com a seguinte infração de
trânsito:
Art. 174. Promover, na via, competição, eventos organizados, exibição e demonstração de
perícia em manobra de veículo, ou deles participar, como condutor, sem permissão da
autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (dez vezes), suspensão do direito de dirigir e apreensão do veículo;
Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e remoção do veículo.
Parágrafo único. As penalidades são aplicáveis aos promotores e aos condutores
participantes.
§ 1o As penalidades são aplicáveis aos promotores e aos condutores participantes.
§ 2o Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de reincidência no período de
12 (doze) meses da infração anterior.
Neste delito, diferentemente da infração de trânsito, punem-se apenas os condutores e não os
promotores do evento, uma vez que não têm uma ingerência direta no resultado lesivo. Para
configuração desse tipo penal devem estar presentes alguns requisitos, como:
✓ veículo automotor;
✓ via pública; e
✓ a prova de situação de risco à incolumidade pública e privada.
O sujeito passivo desse delito é a coletividade e, de forma secundária, a pessoa exposta a risco
em virtude da disputa. Como os eventos "corrida", "disputa" ou "competição” explicitados no
caput do artigo 308 do CTB, pressupõem a participação de pelo menos 02 (dois) veículos,
devemos entendê-lo como um crime de concurso necessário.
E atenção, em recente julgado do STF, o Ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal
(STF), relator do processo, considerou que, segundo as novas figuras do crime de racha do CTB,
o agente que, ao tomar parte na prática e causar lesão corporal de natureza grave ou morte,
responde pelo crime em modalidade qualificada, desde que o resultado tenha sido causado
apenas culposamente.
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 48
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
De acordo com o relator:
"(...) a lei deixa claro que as figuras qualificadas são aplicáveis apenas se as circunstâncias
demonstrarem que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo
(parágrafos 1º e 2º). Logo, se o agente assumiu o risco de causar o resultado (lesão corporal
grave ou morte), por eles responde na forma dos tipos penais autônomos do Código Penal”.
Beleza? Guarda com carinho essa informação, ok?
→ Mudança nº 03:
Essa mudança tem a ver com o destaque, em ROSA, que fiz no tipo.
E foi para destacar o que?
A inclusão no tipo, pela Lei nº 13.546/2017, incluiu o seguinte trecho no tipo: trecho " ou ainda
de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor".
A nova lei resgatou a redação da parte final do § 2º do art. 302, acrescentando ao artigo 308 a
conduta de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, pois antes
era considerado como crime de participação em competição não autorizada, somente a conduta
de participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de corrida, disputa ou
competição automobilística não autorizada pela autoridade competente, gerando situação de
risco à incolumidade pública ou privada.
Beleza? Guarda com carinho mais essa informação, ok?
8.8 – Crime de Dirigir sem Permissão ou Habilitação (Art. 309)
Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, SEM A DEVIDA PERMISSÃO PARA
DIRIGIR OU HABILITAÇÃO ou, ainda, SE CASSADO O DIREITO DE DIRIGIR, gerando
perigo de dano:
Penas - detenção, de 06 meses a 01 ano, OU multa.
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 49
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
Para a ocorrência do delito acima, alguns elementos são essenciais:
✓ deve haver condução de veículo automotor;
✓ é crime de via pública;
✓ é crime de perigo em concreto, e, por fim, o condutor deve ser inabilitado ou estar cassado.
O delito de condução inabilitada de veículo automotor (art. 309 do Código de Trânsito Brasileiro)
é de perigo concreto indeterminado, pois o perigo não precisa ser dirigido, bastando prova de
que a condução do veículo rebaixou o nível de segurança viário, gerando risco para a coletividade.
Assim, se o motorista inabilitado for surpreendido conduzindo de forma anormal seu automóvel,
temos crime; se apesar de inabilitado o conduzir dentro das regras de segurança, caracteriza mera
infração administrativa.
8.9 – Crime de "Permitir", "Confiar" ou "Entregar" (Art. 310)
Art. 310. PERMITIR, CONFIAR OU ENTREGAR A DIREÇÃO DE VEÍCULO AUTOMOTOR à
pessoa não habilitada, com habilitação cassada ou com o direito de dirigir suspenso, ou,
ainda, a quem, por seu estado de saúde, física ou mental, ou por embriaguez, não esteja
em condições de conduzi-lo com segurança:
Penas - detenção, de 06 meses a 01 ano, OU multa.
O crime de “permitir", "entregar" ou "confiar" é um crime de perigo em abstrato, punível apenas
na modalidade dolosa, sendo, portanto, necessário que o magistrado avalie sempre os elementos
subjetivos da conduta.
Já sei que você vai me perguntar: professor, as condutas acima não são as mesmas que estudei lá
no capítulo sobre infrações de trânsito? São infrações ou crimes?
É verdade! Nos artigos 163, 164 e 166 do CTB, temos a descrição das mesmas condutas previstas
acima, passíveis de ser punidas administrativamente. Entretanto, precisamos apontar algumas
diferenças a fim de diferenciarmos a infração de trânsito da infração penal.
A primeira diferença a ser apontada está nas autuações por cometimento de infrações de trânsito,
em que os critérios adotados pelo agente autuadores devem ser puramente objetivos, ou seja,
não são valorados os elementos subjetivos dolo e culpa. Na tipificação do artigo acima citado, por
sua vez, pune-se a conduta praticada apenas na modalidade dolosa.
A segunda diferença é quanto à avaliação das responsabilidades. Administrativamente, apenas
serão punidos os proprietários dos veículos que, por força do art. 257 do CTB, são os
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 50
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
responsáveis pela habilitação legal de seus condutores; porém, penalmente, o tratamento é outro,
pois será punido quem efetivamente entregou a direção a pessoa inabilitada, ou seja, aquele que
teve a vontade de praticar o delito, como um vendedor de uma agência de automóveis, por
exemplo, que sabia que o provável comprador era inabilitado, e ainda assim entregou-lhe as
chaves do veículo pertencente à pessoa jurídica "agência de automóveis".
Observe que o crime acima é crime de perigo em abstrato!
Isto quer dizer que:
Ou seja, não se exige que o condutor inabilitado, com habilitação cassada ou com o direito de
dirigir suspenso, necessariamente dirija indevidamente para que o crime seja tipificado.
Se dirigir indevidamente, ele poderá responder ao crime do art. 309, e não ao do art. 310!
8.10 – Crime de Trafegar com Velocidade Incompatível (Art. 311)
Art. 311. Trafegar em VELOCIDADE INCOMPATÍVEL COM A SEGURANÇA NAS
PROXIMIDADES de escolas, hospitais, estações de embarque e desembarque de
passageiros, logradouros estreitos, ou onde haja grande movimentação ou concentração
de pessoas, gerando perigo de dano:
Penas - detenção, de 06 meses a 01 ano, OU multa.
O crime da velocidade incompatível é um crime de perigo em concreto, de via pública e doloso.
Perigo em concreto? Como assim, professor?
É o seguinte:
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 51
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
➢ Para que o condutor responda pelo delito não é necessário que ele esteja com excesso
de velocidade, BASTA QUE ESSA VELOCIDADE SEJA INCOMPATÍVEL COM A
SEGURANÇA, podendo causar um dano superveniente.
➢ Com isso, NÃO É EXIGIDO que a prova seja feita por meio de radares ou equivalentes,
podendo ser suprida por provas testemunhais.
E atenção! Neste delito, após sofrer uma avaliação subjetiva de provável dano superveniente,
ainda que constatado o perigo de dano, é necessário que a ocorrência se dê nos locais
considerados perigosos pelo legislador, como nas proximidades de escolas; hospitais, estações
de embarque e desembarque de passageiros, logradouros estreitos, ou onde haja grande
movimentação ou concentração de pessoas.
Veja como foi cobrado:
16. (CESPE – DELEGADO DE POLÍCIA – SEAD/TO – 2008) Os crimes de lesão corporal
culposa, embriaguez ao volante e participação em competição não autorizada, elencados no
Código de Trânsito Brasileiro, são apurados por meio de termo circunstanciado de
ocorrência, sendo vedada, em qualquer hipótese, a prisão em flagrante em tais condutas,
nos termos dispostos na Lei dos Juizados Especiais Criminais.
Comentário:
Só os crimes de menor potencial ofensivo podem ser alcançados pelas vantagens trazidas na
Lei de Juizados Especiais Criminais (Lei 9.099/95). Dentre os crimes elencados no CTB, o de
“lesão corporal culposa”, por ser de menor potencial ofensivo, pode ser apurado por meio
de termo circunstanciado de ocorrência.
O erro da questão foi incluir o crime de embriaguez ao volante (art. 306) e participação em
competição não autorizada (art. 308) dentre o rol dos beneficiados pela Lei 9.099/95. De
jeito nenhum, pois esses são crimes de maior potencial ofensivo (ambos têm penas restritivas
de liberdade com prazos máximos maiores que 2 anos). E no de lesão corporal culposa, vimos
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 52
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
que, a depender de outras condutas do condutor, ele pode perder o direito à composição
civil, à transação penal e a ação penal passará a ser incondicional à representação.
Gabarito: Errado
E por fim, o último delito tipificado no CTB:
8.11 – Crime de Inovar Artificiosamente (Art. 312)
Art. 312 - INOVAR ARTIFICIOSAMENTE em caso de acidente automobilístico com vítima,
na pendência do respectivo procedimento policial preparatório, inquérito policial ou
processo penal, O ESTADO DE LUGAR, DE COISA ou DE PESSOA, a fim de induzir a erro
o agente policial, o perito, ou juiz:
Penas - detenção, de 06 meses a 01 ano, OU multa.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo, ainda que não iniciados quando da
inovação, o procedimento preparatório, o inquérito ou o processo aos quais se refere-
Para este crime, a intenção do legislador foi punir aquele que, em acidente com vítima, mexe no
local do acidente para prejudicar, ou melhor, atrapalhar a administração da justiça. A intenção do
agente é sempre prejudicar a apuração da verdade dos fatos; dessa forma, ainda que a regra seja
preservar o local, e este não é preservado, mas justificadamente, no intuito de prestar socorro à
vítima, por exemplo, aí não há que se falar em cometimento deste delito. Tranquilo?
Vamos rever a infração correspondente a esse crime, analisando o art. 176 do CTB:
Art. 176. Deixar o condutor envolvido em acidente com vítima:
I - de prestar ou providenciar socorro à vítima, podendo fazê-lo;
II - de adotar providências, podendo fazê-lo, no sentido de evitar perigo para o trânsito no
local;
III - de preservar o local, de forma a facilitar os trabalhos da polícia e da perícia;
IV - de adotar providências para remover o veículo do local, quando determinadas por
policial ou agente da autoridade de trânsito;
V - de identificar-se ao policial e de lhe prestar informações necessárias à confecção do
boletim de ocorrência:
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 53
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (cinco vezes) e suspensão do direito de dirigir;
Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação.
Com relação a essa infração e ao crime em questão, analisemos as seguintes situações:
1º - O condutor que deixa de preservar o local, em acidente com vítima, com a intenção
de ajudar:
Ainda assim pode responder com base na infração de trânsito do art. 176, uma vez que
nas infrações de trânsito o agente de trânsito não valora os elementos subjetivos (dolo
e culpa). Nesse caso, ele nunca responderá pelo crime do art. 312;
2º - Responsabilidades pela conduta:
No que se refere às responsabilidades, perceba que o art. 176 abrange apenas os
condutores envolvidos em acidente com vítima, e no art. 312, qualquer pessoa que
teve a intenção de prejudicar a administração da justiça;
3º - O condutor que deixou de preservar o local, para evitar perigo, para prestar
socorro, ou por determinação de algum policial:
Esse não responde nem pela infração do art. 176 nem pelo crime do art. 312!
As situações mais comuns em que temos a incidência do artigo 312 são:
✓ apagar a marca de derrapagem;
✓ retirar placas de sinalização;
✓ alterar o local dos carros;
✓ limpar estilhaços do chão;
✓ alterar o local do corpo da vítima;
✓ antes de apresentar seu veículo para perícia, alterar o local onde ocorreu o abalroamento,
sempre com a intenção de prejudicar.
Prontooooo!
Para fecharmos o estudo dos crimes de trânsito, vamos a uma importante alteração do CTB,
promovida pela Lei nº 13.281/2016 (art. 312-A):
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 54
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
➢ Para os crimes relacionados nos arts. 302 a 312 do CTB (ou seja, TODOS) deste
Código, nas situações em que o juiz aplicar a substituição de pena privativa de
liberdade por pena restritiva de direitos, esta deverá ser de prestação de serviço à
comunidade ou a entidades públicas, em uma das seguintes atividades:
✓ trabalho, aos fins de semana, em equipes de resgate dos corpos de bombeiros
e em outras unidades móveis especializadas no atendimento a vítimas de
trânsito;
✓ trabalho em unidades de pronto-socorro de hospitais da rede pública que
recebem vítimas de acidente de trânsito e politraumatizados;
✓ trabalho em clínicas ou instituições especializadas na recuperação de
acidentados de trânsito;
✓ outras atividades relacionadas ao resgate, atendimento e recuperação de
vítimas de acidentes de trânsito.
Caro aluno, você lembra quando o nosso Direito Penal prevê a possibilidade de substituição de
pena restritiva de liberdade em restritiva de direito?
Se sim, vamos revisar, se não, saiba que é o Código Penal Brasileiro quem nos responde a essa
pergunta em seus arts. 43 e 44, abaixo transcritos:
Código Penal Brasileiro:
Art. 43. As penas restritivas de direitos são:
I - prestação pecuniária;
II - perda de bens e valores;
III - limitação de fim de semana.
IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas;
V - interdição temporária de direitos;
VI - limitação de fim de semana.
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 55
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de
liberdade, quando:
I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for
cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada,
se o crime for culposo
II – o réu não for reincidente em crime doloso;
III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado,
bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.
§ 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou
por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade
pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de
direitos.
§ 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em
face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não
se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime.
§ 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o
descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de
liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos,
respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão.
§ 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da
execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao
condenado cumprir a pena substitutiva anterior.
Pois bem, a novíssima regra do CTB, trazida no quadro da página anterior, representa uma
importante e valorosa inovação no Direito do Trânsito Brasileiro, pois tende a auxiliar na produção
de resultados positivos no que tange ao controle da violência no trânsito, que assola a sociedade
brasileira.
A regra determina que a todos os crimes de trânsito previstos no CTB e aqui estudados (arts. 302
a 312), sempre que o juiz aplicar a substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva
de direitos, esta DEVERÁ ser de prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas. Ou
seja: o magistrado tem que aplicar obrigatoriamente a pena do art. 43, inciso IV, do Código Penal!
É certo que o condenado, alvo da substituição da pena, ao prestar serviços à comunidade, nos
locais e termos determinados pela lei, vendo as consequências das irresponsabilidades no trânsito,
com os danos físicos, morais, psicológicos e todo o sofrimento à vítima e a seus familiares, vai
refletir e em grande maioria, na mudança de seu comportamento no trânsito. Bom, pelo menos
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 56
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
esse é o sentido da lei e o que devemos fazer é torcer para que os resultados sejam os mais
positivos possíveis.
Então, é isso! Concluímos enfim a análise dos crimes de trânsito previstos no CTB!
Para revisarmos ainda mais sobre os crimes, “pesquei” da relevante obra do professor Leandro
Macedo, “Legislação de Trânsito Descomplicada”, a tabela-resumo a seguir:
TABELA - RESUMO DOS CRIMES EM ESPÉCIES
ART. RESUMO ELEMENTO AÇÃO PENAL DETENÇÃO SUSPEN- MULTA INFRAÇÃO
SUBJETIVO
SÃO/ ADMINISTRATIVA
PROIBIÇÃO
302 homicídio culposo pub.incond 2 a 4 anos E
303 lesão culposo pub. cond 6m a 2 E
corporal anos
(em geral)
304 omissão doloso pub.incond 6m a 1 OU Art. 176,1
socorro ano
305 afastar-se doloso pub.incond 6m a 1 OU 176, V
ano
306 álcool doloso pub.incond 6m a 3 E E 165
anos
307 violar doloso pub.incond 6m a 1 Nova E -
suspensão ano imposição
da
suspensão
308 participar doloso pub.incond 6m a 3 E E 173,174
de anos
corrida
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 57
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
309 Suspensa doloso Pub.incond 6m a 1 OU 162,1 e II
ou ano
cassada
310 permitir, doloso pub.incond 6m a 1 OU 163,164
confiar, ano
entregar e 166
311 velocidade doloso pub.incond 6m a 1 OU 218,220
ano
incompatív XIV
el
312 Inovar ac. doloso pub.incond 6m a 1 OU 176,III
ano
c/ vítima
E antes de terminarmos, mais umas superdicas para você:
CRIMES CULPOSOS → homicídio e lesão corporal (arts. 302 e 303).
Pena de detenção de 02 a 04 anos → só o de homicídio (art. 302).
Pena de detenção de 06 meses a 03 anos → embriaguez (art.306) e de disputa de racha (art.
308).
Pena de detenção de 06 meses a 02 anos → o de lesão corporal (art. 303).
Pena de detenção de 06 meses a 01 ano → todos os demais.
DETENÇÃO+MULTA+SUSPENSÃO CNH → o de embriaguez, o de violar suspensão e o de
disputar racha (arts. 306, 307 e 308).
Para finalizarmos de vez, uma bateria de questões para revisarmos o aprendizado!
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 58
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
QUESTÕES COMENTADAS
1. (FGV – INSPETOR DE POLÍCIA – PC/RJ - 2008)
Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97), não constitui crime o seguinte
procedimento:
(A) conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor sem usar capacete de segurança com viseira ou
óculos de proteção e vestuário de acordo com as normas e especificações aprovadas pelo
Contran.
(B) afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à responsabilidade penal ou
civil que lhe possa ser atribuída.
(C) deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à vítima, ou,
não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade pública.
(D) praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor.
(E) dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação,
gerando perigo de dano.
Comentário:
Item A - Pergunto: dentre os crimes aqui estudados, há esse citado no item? De jeito nenhum! Na
verdade, conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor sem usar capacete de segurança com
viseira ou óculos de proteção e vestuário de acordo com as normas e especificações aprovadas
pelo Contran é uma infração administrativa prevista no art. 244, inciso I, do CTB. Essa já é a nossa
resposta!
Item B - afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à responsabilidade penal
ou civil que lhe possa ser atribuída -> Ok -> art. 305, CTB .
Item C - deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à
vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da
autoridade pública. -> Ok -> art. 304, CTB .
Item D - praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor. -> Ok -> art. 303, CTB
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 59
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
Item E - dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou
Habilitação, gerando perigo de dano. -> Ok -> art. 309, CTB .
Gabarito: A
2. (FGV – INSPETOR DE POLÍCIA – PC/RJ - 2008)
Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97), não constitui crime o seguinte
procedimento:
(A) conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor sem usar capacete de segurança com viseira ou
óculos de proteção e vestuário de acordo com as normas e especificações aprovadas pelo
Contran.
(B) afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à responsabilidade penal ou
civil que lhe possa ser atribuída.
(C) deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à vítima, ou,
não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade pública.
(D) praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor.
(E) dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação,
gerando perigo de dano.
Comentário:
Item A - Pergunto: dentre os crimes aqui estudados, há esse citado no item? De jeito nenhum! Na
verdade, conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor sem usar capacete de segurança com
viseira ou óculos de proteção e vestuário de acordo com as normas e especificações aprovadas
pelo Contran é uma infração administrativa prevista no art. 244, inciso I, do CTB. Essa já é a nossa
resposta!
Item B - afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à responsabilidade penal
ou civil que lhe possa ser atribuída -> Ok -> art. 305, CTB .
Item C - deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à
vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da
autoridade pública. -> Ok -> art. 304, CTB .
Item D - praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor. -> Ok -> art. 303, CTB
Item E - dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou
Habilitação, gerando perigo de dano. -> Ok -> art. 305, CTB .
Gabarito: A
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 60
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
3. (FGV – EXAME DE ORDEM – OAB - 2009)
Guiando o seu automóvel na contramão de direção, em outubro de 2010, Tício é perseguido por
uma viatura da polícia militar. Após ser parado pelos agentes da lei, Tício realiza,
espontaneamente, o exame do etilômetro e fornece aos militares sua habilitação e o documento
do automóvel. No exame do etilômetro, fica constatado que Tício apresentava concentração de
álcool muito superior ao patamar previsto na legislação de trânsito. Além disso, os policiais
constatam que o motorista estava com a habilitação vencida desde maio de 2009.
Com relação ao relatado acima, é correto afirmar que o promotor de justiça deverá denunciar
Tício
(A) pela prática dos crimes de embriaguez ao volante e direção sem habilitação
(B) apenas pelo crime de embriaguez ao volante, uma vez que o fato de a habilitação estar vencida
constitui mera infração administrativa.
(C) apenas pelo crime de direção sem habilitação, uma vez que o perigo gerado por tal conduta
faz com que o delito de embriaguez ao volante seja absorvido, em razão da aplicação do Princípio
da Consunção.
(D) apenas pelo crime de direção sem habilitação, pois o delito de embriaguez ao volante só se
configura quando ocorre acidente de trânsito com vítima.
Comentário:
Pelo descrito na questão, não há dúvidas que Tício cometeu o crime de embriaguez ao volante,
tipificado no art. 306 do CTB. Estava conduzindo veículo embriagado, cuja embriaguez foi
devidamente testada por teste de bafômetro.
Tício também apresentou habilitação vencida há mais de 30 dias. O crime tipificado no art. 309,
"dirigir sem habilitação gerando perigo de dano", não é bem o caso do exposto na questão. Para
essa última conduta de Tício, não há crime algum tipificado no CTB. A bem da verdade, trata-se
de uma infração administrativa prevista no art. 162, inciso IV, do referido Código.
Veja:
Art. 162. Dirigir veículo:
(..)
V - com validade da Carteira Nacional de Habilitação vencida há mais de trinta dias:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa.
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 61
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
Logo, é correto afirmar que o promotor de justiça deverá denunciar Tício apenas pelo crime de
embriaguez ao volante, uma vez que o fato de a habilitação estar vencida constitui mera infração
administrativa.
Gabarito: B
4. (FUNIVERSA – SOLDADO MILITAR – PM/DF - 2013)
Relativamente aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, segundo o Código de
Trânsito Brasileiro, marque a opção correta de resposta.
(A) Ao autor do homicídio culposo, ainda que tenha socorrido a vítima, caberá a prisão em
flagrante.
(B) A Lei autoriza a aplicação indistinta da transação penal aos crimes de trânsito.
(C) Participar de um “racha”, sem resultar dano potencial à incolumidade pública ou privada,
caracteriza o crime previsto na Lei.
(D) No crime de trânsito de lesão corporal culposa, sob a influência de álcool, é exigida a
instauração de inquérito policial.
(E) A multa reparatória em favor da vítima, ou de seus sucessores, poderá ser superior ao valor do
prejuízo demonstrado no processo.
Comentário:
Item A - Errado e você não deve se esquecer dessa tecla que tantas vezes já batemos aqui:
Item B – Errado. A Lei NÃO autoriza a aplicação indistinta da transação penal aos crimes de
trânsito. A transação penal só é prevista nos crimes de menor potencial ofensivo e em
determinadas situações no crime de lesão corporal culposa.
Item C - A redação anterior do crime citado, antes das mudanças promovidas pela Lei nº
12.971/14, contentava-se com o perigo potencial de dano, ou seja, cuidava de infração penal de
perigo abstrato, onde a simples prática do comportamento, independentemente de comprovação
de perigo, já configurava o tipo em estudo. A assertiva à época, portanto, estava errada.
No entanto, à luz das modificações trazidas pela Lei nº 12.971/2014 para configuração desse tipo
penal, alguns requisitos devem estar presentes para o enquadramento no delito, como:
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 62
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
✓ veículo automotor;
✓ via pública; e
✓ a prova de situação de risco à incolumidade pública e privada.
Ou seja, há a necessidade de ser comprovado que o comportamento narrado pelo tipo penal,
praticado pelo condutor do veículo automotor, gerou, efetivamente, uma situação de risco à
incolumidade pública ou privada.
Para os dias de hoje, portanto, a questão ficaria com interpretação comprometida, pois mesmo
sem resultar dano potencial, mas havendo a prova de situação de risco à incolumidade pública, o
crime pode assim se configurar. Do jeito que está escrita, pode ou não haver o crime, pois falta a
informação de que se ficou provada ou não a situação de risco, entende?
Item D - Exatamente! Vimos exaustivamente aqui que, se o autor do crime de lesão corporal
culposa tiver sob a influência de álcool, ele não terá direito às vantagens trazidas pela Lei nº
9.099/95 e, por isso, deverá haver inquérito policial para a sua apuração.
Item E - Erradíssima! Você já está cansado de saber que a multa reparatória em favor da vítima, ou
de seus sucessores, NÃO poderá ser superior ao valor do prejuízo demonstrado no processo.
Gabarito: Nula (para os dias atuais, por conta do item C)
5. (VUNESP - DESENHISTA TÉCNICO - PERICIAL – 2014)
Dispõe o Código de Trânsito Brasileiro, em seu artigo 306: “Conduzir veículo automotor com
capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância
psicoativa que determine dependência”. Caracteriza o crime mencionado a constatação de
concentração igual ou superior a
(A) 7 centigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,04 miligramas de álcool
por litro de ar alveolar.
(B) 4 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,1 miligrama de álcool por
litro de ar alveolar.
(C) 5 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,2 miligramas de álcool por
litro de ar alveolar.
(D) 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,3 miligramas de álcool por
litro de ar alveolar.
(E) 8 centigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,05 miligramas de álcool
por litro de ar alveolar.
Comentário:
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 63
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
De acordo com o inciso I do §1º do art. 306 do CTB, a conduta de conduzir veículo automotor
com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância
psicoativa que determine dependência poderá ser constatadas por concentração igual ou superior
a 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,3 miligrama de álcool por
litro de ar alveolar.
Gabarito: D
6. (FUNIVERSA – DELEGADO DE POLÍCIA – PC/DF - 2015)
Em relação à Lei n.º 9.503/1997, que trata dos crimes de trânsito, assinale o item correto.
(A) De acordo com a referida lei, constitui crime de trânsito punido com detenção a conduta do
agente que trafegue em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de escolas,
gerando perigo de dano.
(B) Não há, na lei, previsão de pena de reclusão, sendo os crimes previstos puníveis com detenção
e (ou) multa.
(C) Não é prevista, entre as penalidades constantes na lei, multa reparatória.
(D) Consoante essa norma, é circunstância que pode agravar a penalidade do crime de trânsito,
conforme a apreciação subjetiva do juiz, ter o condutor do veículo cometido a infração sobre faixa
de trânsito destinada a pedestre.
(E) Uma das críticas que a doutrina faz ao legislador em relação aos crimes de trânsito se relaciona
à ausência de previsão legal de benefício ao condutor do veículo que, após a prática da infração,
preste pronto e integral socorro à vítima.
Comentário:
Item A - Certíssima e foi o que vimos aqui ao estudar o art. 311 do CTB:
Item B - Se você prestou atenção direitinho nas recentes mudanças promovidas pela Lei nº
12.971/2014, aqui estudadas, não caiu na bobagem dessa questão!
Como o advento dessa norma, o "crime de racha", tipificado no art. 308 do CTB, passou a prever,
em seus §§¹º e 2º, a pena de reclusão nas duas qualificadoras ali tratadas: a de lesão corporal
grave e a de morte, respectivamente.
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 64
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
Assim, erra o item ao afirmar que não há no CTB previsão de pena de reclusão, sendo os crimes
previstos puníveis com detenção e (ou) multa.
Item C - É prevista multa reparatória sim! Trata-se de multa de natureza civil, indenizatória, e
exigida no juízo penal. É, na verdade, uma antecipação de um ressarcimento imposta pelo juiz da
esfera penal, após reclamação da vítima ou seus sucessores. Segundo o que nos ensina o art. 297
do CTB:
Art. 297. A penalidade de multa reparatória consiste no pagamento, mediante depósito
judicial em favor da vítima, ou seus sucessores, de quantia calculada com base no disposto
no § 1º do art. 49 do Código Penal, sempre que houver prejuízo material resultante do
crime.
§ 1º A multa reparatória não poderá ser superior ao valor do prejuízo demonstrado no
processo.
§ 2º Aplica-se à multa reparatória o disposto nos arts. 50 a 52 do Código Penal.
§ 3º Na indenização civil do dano, o valor da multa reparatória será descontado.
Item D - Consoante o CTB, é sim circunstância que pode agravar a penalidade do crime de trânsito
o condutor do veículo cometido a infração sobre faixa de trânsito destinada a pedestre. Mas não
conforme a apreciação subjetiva do juiz!! Ou seja, não é o juiz quem decide se a situação é ou não
uma agravante! Segundo o mandamento do art. 298 do CTB, são circunstâncias que sempre
agravam as penalidades dos crimes de trânsito ter o condutor do veículo cometido a infração:
Item E - Muito pelo contrário! Há sim previsão legal de benefício ao condutor do veículo que, após
a prática da infração, preste pronto e integral socorro à vítima. Lembre-se do que aqui estudamos:
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 65
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
Gabarito: A
7. (VUNESP – ESCRIVÃO DE POLÍCIA – PC/CE - 2015)
Marque a opção correta de resposta no tocante à Lei no 9.503/97 (CTB).
(A) Mesmo sem resultar dano potencial à incolumidade pública ou privada, é crime (art. 308)
participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de disputa ou competição
automobilística não autorizada pela autoridade competente (“racha”).
(B) É crime (art. 311) trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de
escolas, gerando perigo de dano.
(C) O condenado por lesão corporal culposa na direção de veículo automotor (art. 303), além da
pena privativa de liberdade sujeitar-se-á, obrigatoriamente, à pena criminal de suspensão ou
proibição de obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
(D) A única possibilidade de configuração do crime de embriaguez ao volante (art. 306) é por meio
da constatação de concentração igual ou superior a 6decigramas de álcool por litro de sangue, ou
igual ou superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar.
(E) A conduta de dirigir veículo automotor em via pública, sem a devida permissão para dirigir ou
habilitação, configura crime (art. 309), gerando ou não perigo de dano.
Comentário:
Item A - Não, não! A questão agora não é se resulta ou não em dano potencial, mas sim de gera
ou não situação de risco à incolumidade pública ou privada! A nova redação do art. 308, trazida
pela Lei nº 12.971/2014, mudou a concepção do crime! Vamos relembrá-la:
Como você pode ver, para configuração desse tipo penal, devem estar presentes alguns
requisitos, como:
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 66
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
✓ veículo automotor;
✓ via pública; e
✓ a prova de situação de risco à incolumidade pública e privada.
O crime deixou de ser de perigo abstrato para ser de perigo concreto, ou seja, há a necessidade
de ser comprovado que o comportamento narrado pelo tipo penal, praticado pelo condutor do
veículo automotor, gerou, efetivamente, uma situação de risco à incolumidade pública ou privada.
Item B - Certíssima e foi o que acabamos de ver em comentário de questão anterior! Como nunca
é demais memorizar:
Item C - Muito cuidado com essa afirmação, pois, se você bem está lembrado, a pena criminal de
suspensão ou proibição de obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor não
é imposta de forma obrigatória, mesmo sendo prevista no crime de lesão corporal culposa do art.
303 do CTB. O CTB estabelece em seu art. 291 que a suspensão penal pode ser aplicada isolada
(apenas ela) ou cumulativamente (com a pena privativa de liberdade ou com a multa), e com prazo
a ser estipulado pela autoridade judiciária, sem nenhuma correlação com os prazos da pena
privativa de liberdade, devendo, entretanto, o juiz observar um mínimo de 2 meses e um
máximo de 5 anos. É bom relembrar que, com o advento da Lei nº 12.971/2014, a suspensão ou
a proibição de se obter a habilitação ou a permissão para dirigir não mais pode ser aplicada como
pena principal.
Item D - De jeito nenhum! Segundo o que dispõe o art. 306 do CTB, em seu §2º, além do exame
por bafômetro e exame clínico, também poderão ser utilizados prova testemunhal, imagem, vídeo
ou qualquer outro meio de prova em direito admitido.
Item E - Errado e vou corrigir: a conduta de dirigir veículo automotor em via pública, sem a devida
permissão para dirigir ou habilitação, configura crime (art. 309), desde que gere perigo de dano.
Confira:
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 67
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
Gabarito: B
8. (VUNESP – INSPETOR DE POLÍCIA – PC/CE - 2015 - Adapt.)
Sobre o Código de Trânsito Brasileiro, julgue os itens a seguir:
O crime do artigo 311 exige perigo de dano para a conduta de trafegar em velocidade
incompatível com a segurança nas proximidades de escolas.
Comentário:
Exatamente e já é a terceira vez, em provas diferentes, que é cobrado o crime do art. 311 do CTB!
De fato, o crime citado exige perigo de dano para a conduta de trafegar em velocidade
incompatível com a segurança nas proximidades de escolas.
Gabarito: C
9. (VUNESP – INSPETOR DE POLÍCIA – PC/CE - 2015 - Adapt.)
A conduta de violar ordem de suspensão para dirigir veículo automotor é punida,
administrativamente, com nova suspensão.
Comentário:
A punição não é administrativa para quem comete esse crime, e sim penal!
A conduta de violar ordem de suspensão para dirigir veículo automotor é punida, penalmente,
com nova suspensão. Não esqueça:
Gabarito: E
10. (PRO-MUNICIPIO – AGENTE DE TRÂNSITO - PREF. JARDIM/CE – 2016)
Sobre os crimes cometidos no trânsito, é CORRETO afirmar:
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 68
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
(A) Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor é punível com detenção, de um a
dois anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo
automotor;
(B) No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de 1/4
(um quarto) à metade, se o agente não possuir permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação
praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada, deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo
sem risco pessoal, à vítima do acidente, ou, no exercício de sua profissão ou atividade, estiver
conduzindo veículo de transporte de passageiros;
(C) Se o agente conduz veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da
influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência ou participa,
em via, de corrida, disputa ou competição automobilística ou ainda de exibição ou demonstração
de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente, a pena
é de reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a
habilitação para dirigir veículo automotor;
(D) Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à responsabilidade penal ou
civil que lhe possa ser atribuída, a pena é de detenção, de seis meses a um ano, ou multa;
(E) Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à vítima, ou,
não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade pública,
a pena é de 1 (um) a 2 (dois) anos de detenção, ou multa, se o fato não constituir elemento de
crime mais grave.
Comentário:
Item A - Não, não! Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor é punível com
detenção, de 2 a 4 anos de um a dois anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou
a habilitação para dirigir veículo automotor (art. 302). É o único delito do CTB que tem esse
quantum de pena restritiva de liberdade, lembra? (Errado)
Item B - Errado! No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é
aumentada de 1/3 (um terço) à metade de 1/4 (um quarto) à metade, se o agente não possuir
permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada,
deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente, ou, no
exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de passageiros
(art. 302, §1º). (Errado)
Item C - Esse item de se referia a uma das mudanças promovidas no CTB pela Lei nº 12.971/2014,
a que inseriu a regra do §2 no art. 302, quase toda nele copiada. Você já sabe que essa mudança
durou pouco tempo e, pela celeuma que ela causou no mundo jurídico, já foi revogada pela
recente Lei nº 13.281/16. Só por aí, já se vê que o item está errado. No entanto, cabe esclarecer
que à época que a questão foi aplicada tal item já estava errado, por trazer um quantum de pena
incompatível com o que previa a redação. Como houve a revogação do dispositivo citado no item,
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 69
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
nem precisamos perder mais tanto tempo nele, não é mesmo? Errado, repito, por revogação
completa da regra! (Errado)
Item D - Aaaah, agora sim!! Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à
responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída, a pena é de detenção, de seis meses
a um ano, ou multa (art. 305). (Certo)
Item E - Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à
vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da
autoridade pública, a pena é de 6 (seis) meses a 1 (um) ano 1 (um) a 2 (dois) anos de detenção, ou
multa, se o fato não constituir elemento de crime mais grave. (Errado)
Gabarito: D
11. (PRO-MUNICIPIO – AGENTE DE TRÂNSITO - PREF. JARDIM/CE – 2016)
Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação ou,
ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano, é punido com pena de:
(A) Detenção, de seis meses a um ano;
(B) Detenção, de um a dois anos, ou multa;
(C) Multa;
(D) Detenção, de seis meses a um ano, ou multa;
(E) Detenção, de um a dois anos.
Comentário:
Questão saidinha do forno e bem simples. Vamos replicar o tipo do art. 309 do CTB:
Gabarito: D
12. (FUNECE – ANALISTA DE TRÂNSITO – DETRAN/CE – 2018)
No que concerne à penalidade de multa prevista nos crimes de trânsito, é correto afirmar que
(A) a multa reparatória poderá ser superior ao valor do prejuízo demonstrado no processo.
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 70
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
(B) a multa prevista nos crimes de trânsito é a mesma prevista nas demais infrações previstas no
Código de Trânsito Brasileiro – CTB.
(C) na indenização civil do dano, o valor da multa reparatória será descontado.
(D) a penalidade de multa reparatória consiste no pagamento, mediante depósito judicial em favor
da vítima, ou seus sucessores, de quantia, ainda que não haja prejuízo material resultante do crime.
Comentário:
A – Errado. A multa reparatória NÃO poderá ser superior ao valor do prejuízo demonstrado no
processo. (art. 297, §1º)
B – Errado. De forma alguma! A multa prevista nos crimes de trânsito se trata de pena prevista em
âmbito penal e a ela aplica-se o disposto nos arts. 50 a 52 do Código Penal (art. 297, §2º).
C – Certo. Na indenização civil do dano, o valor da multa reparatória será descontado. (art. 297,
§3º)
D – Errado. A penalidade de multa reparatória consiste no pagamento, mediante depósito judicial
em favor da vítima, ou seus sucessores, de quantia, sempre ainda que não haja prejuízo material
resultante do crime.
Gabarito: C
13. (FUNECE – ANALISTA DE TRÂNSITO – DETRAN/CE – 2018)
Considerando as disposições gerais relativas aos crimes de trânsito previstos no CTB, assinale a
afirmação verdadeira.
(A) Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores aplicam-se as normas gerais do
Código Penal e do Código de Processo Penal, ainda que o CTB preveja de modo diverso.
(B) A penalidade de suspensão ou de proibição de obter-se a permissão ou a habilitação, para
dirigir veículo automotor tem a duração de seis meses a cinco anos.
(C) Proferido o julgamento em primeira instância, ainda que a sentença condenatória não tenha
transitado em julgado, o réu será intimado a entregar à autoridade judiciária, em quarenta e oito
horas, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação.
(D) A penalidade de suspensão ou de proibição de obter-se a permissão ou a habilitação para
dirigir veículo automotor não se inicia enquanto o sentenciado, por efeito de condenação penal,
estiver recolhido a estabelecimento prisional.
Comentário:
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 71
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
A – Errado. Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores aplicam-se as normas gerais
do Código Penal e do Código de Processo Penal, se o CTB não dispuser de modo diverso. (art.
291)
B – Errado. A penalidade de suspensão ou de proibição de obter-se a permissão ou a habilitação,
para dirigir veículo automotor tem a duração de dois seis meses a cinco anos.
C – Errado. Transitada em julgado a sentença condenatória, o réu será intimado a entregar à
autoridade judiciária, em quarenta e oito horas, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de
Habilitação. (art. 293, §1º)
D – Certo. A penalidade de suspensão ou de proibição de obter-se a permissão ou a habilitação
para dirigir veículo automotor não se inicia enquanto o sentenciado, por efeito de condenação
penal, estiver recolhido a estabelecimento prisional. (art. 293, §3º)
Gabarito: D
14. (PRO-MUNICIPIO - AGENTE DE TRÂNSITO – PREF. SOLONÓPLE/CE - 2018)
Em relação às penas de crimes de trânsito, é correto afirmar:
(A) Para crimes de homicídio culposo na direção de veículo automotor, a pena pode chegar a dez
anos de detenção, não havendo formas de agravo;
(B) A omissão em prestação de socorro não gera agravo para crimes de homicídio culposo de
trânsito;
(C) Será de um a dois anos a detenção do condutor que afastar-se do veículo e do local do acidente
com intenção de fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída, sem
possibilidade de que seja facultado o pagamento de multa;
(D) A pena será de detenção de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se
obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor, para condutores com
capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância
psicoativa que determine dependência.
Comentário:
A – Errado duas vezes! Por tudo que aqui estudamos, você já sabe que para crimes de homicídio
culposo na direção de veículo automotor, a pena não chega a dez anos de detenção, mesmo se o
agente se enquadrar na qualificadora desse crime. E mais: é claro que há formas de agravamento
sim da pena.
B – Errado, pois ainda que o item não tenha sido feliz em sua redação (a omissão é apenas
aumentativa de pena), o art. 301 do CTB nos diz que ao condutor de veículo, nos casos de
acidentes de trânsito de que resulte vítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 72
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
fiança, se prestar pronto e integral socorro àquela. Assim, se alguém que comete o crime de
homicídio culposo na direção de veículo automotor não prestar o devido socorro à vítima, já terá
sua situação complicada, pois não escapará do flagrante. Pode-se afirmar que de algum modo a
omissão de socorro traz algum tipo de agravo para o agente.
C – Errado. Será de seis meses a um ano de detenção ou aplicada pena de multa para o condutor
que afastar-se do veículo e do local do acidente com intenção de fugir à responsabilidade penal
ou civil que lhe possa ser atribuída (art. 305).
D - Certo. DE acordo com o art. 306 do CTB, a pena será de detenção de seis meses a três anos,
multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo
automotor, para condutores com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de
álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência.
Gabarito: D
15. (CEFET/BA - AGENTE DE TRÂNSITO – PREF. IRECÊ/BA - 2018)
Sobre a Lei Seca, instituída por leis que alteraram o Código de Trânsito Brasileiro, que evoluiu com
a severidade das punições ao motorista que associa uso de bebida alcoólica à direção de veículos,
é correto afirmar que
(A) a penalidade por dirigir sob a influência de álcool é multa de natureza gravíssima e cassação
da CNH.
(B) multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 meses é a penalidade pela recusa ao
teste do bafômetro.
(C) comete crime de trânsito o motorista que soprar o bafômetro e acusar 0,2 miligramas de álcool
por litro de ar alveolar.
(D) ao ser solicitado a fazer o teste do bafômetro e recusar-se, o motorista será penalizado apenas
com multa e recolhimento da CNH.
(E) detenção de seis meses a cinco anos estará sujeito a quem conduzir veículo com capacidade
psicomotora alterada em razão de influência de álcool.
Comentário:
A – Errado. A penalidade por dirigir sob a influência de álcool é multa de natureza gravíssima e
suspensão do direito de dirigir por 12 meses.
B – Certo. Essas são as penalidades aplicáveis pelo descumprimento do art. 165-A:
Art. 165-A. Recusar-se a ser submetido a teste, exame clínico, perícia ou outro
procedimento que permita certificar influência de álcool ou outra substância psicoativa, na
forma estabelecida pelo art. 277:
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 73
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze) meses;
C – Errado. Comete crime de trânsito o motorista que soprar o bafômetro e acusar acima de 0,3
miligramas de álcool por litro de ar alveolar.
D – Errado, conforme vimos no comentário do item B.
E – Errado. É à detenção de seis meses a três anos que estará sujeito a quem conduzir veículo com
capacidade psicomotora alterada em razão de influência de álcool.
Gabarito: B
16. (CONPASS - AGENTE DE TRÂNSITO – PREF. MOTEIRO/PB - 2018)
São crimes de trânsito que podem ocorrer detenção do infrator, EXCETO:
(A) Praticar homicídio culposo, na direção de veículo automotor.
(B) Causar morte, resultante de corrida, disputa ou competição não autorizada.
(C) Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à vítima,
ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade
pública.
(D) Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à responsabilidade penal ou
civil que lhe possa ser atribuída.
(E) Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de
álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência.
Comentário:
As condutas citadas nos itens A, C, D e E trazem crimes que preveem a detenção como pena
restritiva de liberdade. Já o item B traz a qualificadora do crime de racha (art. 308, §2º):
Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de corrida, disputa ou
competição automobilística ou ainda de exibição ou demonstração de perícia em manobra
de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente, gerando situação de
risco à incolumidade pública ou privada:
(...)
§ 2o Se da prática do crime previsto no caput resultar morte, e as circunstâncias
demonstrarem que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 74
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
privativa de liberdade é de reclusão de 5 (cinco) a 10 (dez) anos, sem prejuízo das outras
penas previstas neste artigo.
Gabarito: B
17. (VUNESP - DELEGADO DE POLÍCIA – PC/SP - 2018)
Com relação aos crimes de trânsito, é correto afirmar que
(A) o crime de fuga do local do acidente não é considerado uma infração penal de menor potencial
ofensivo.
(B) o crime de embriaguez ao volante não admite transação penal, mas nada impede a incidência
de suspensão condicional do processo.
(C) em qualquer hipótese de lesão corporal culposa, a ação penal será pública condicionada.
(D) no crime de homicídio culposo a ação penal poderá ser pública condicionada.
(E) o crime de violação da suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou habilitação para
dirigir veículo é incompatível com a suspensão condicional de processo.
Comentário:
A – Errado. O crime de fuga do local do acidente é considerado uma infração penal de menor
potencial ofensivo. Lembre-se:
Art. 305. Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à
responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
B – Certo. Como se trata de crime de maior potencial ofensivo, não cabe a ele a transação penal,
mas pode haver sim a incidência de suspensão condicional do processo. A suspensão condicional
do processo tem o objetivo, da mesma forma que a transação penal, de gerar despenalização e
dar celeridade ao processo criminal. Dentro desse contexto, a Suspensão Condicional do Processo
é cabível a autores de atos infracionais que cometem crimes que tenham pena mínima não superior
a um ano, não importando qual é a pena máxima, de acordo com o que reza o art. 89 da Lei n.
9.099/95:
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano,
abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor
a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo
processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos
que autorizariam a suspensão condicional da pena.
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 75
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
A pena mínima do crime em questão é de seis meses! Logo, nada impede a suspensão condicional
do processo!
C – Errado. DE acordo com o §1º do art. 291 do CTB, nos seguintes casos a ação penal passa a
ser incondicionada:
Art. 291. (...)
§ 1o Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto nos arts. 74, 76
e 88 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente estiver:
I - sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine
dependência;
II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, de
exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada
pela autoridade competente;
III - transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h
(cinquenta quilômetros por hora).
D – Errado. Não há essa previsão no CTB. O crime, em todas as suas variantes, será sempre de
ação penal pública incondicionada.
E – Errado. O crime de violação da suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou
habilitação para dirigir veículo prevê pena detenção de seis meses a um ano. Logo, conforme
vimos no item B, tal delito é sim compatível com a suspensão condicional de processo.
Gabarito: B”
18. (CESPE – SARGENTO CURSO FORMAÇÃO – PM/DF – 2003)
Os membros de uma família reuniram-se para um churrasco em uma pequena chácara localizada
na zona rural de um município brasileiro. Após beberem muita cerveja, José, filho do proprietário
da chácara, e o chacareiro discutiram, causando uma grande confusão, que só terminou com a
intervenção do proprietário, que deu razão ao seu empregado e repreendeu publicamente o filho
embriagado.
Completamente descontrolado, José, que é maior de idade e tem habilitação para dirigir,
conduziu seu próprio veículo pela estrada que dá acesso à chácara, totalmente sem sinalização de
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 76
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
trânsito, a 60 km/h. Já em via urbana de entrada da cidade, igualmente sem sinalização e
considerada de trânsito rápido, acelerou para 100 km/h. Nesse momento, sentindo-se tonto,
enjoado, freou bruscamente o veículo e o parou com apenas as rodas direitas no acostamento,
abriu a porta do veículo sem cautela alguma e correu para o matagal à direita da via. Em face
dessa situação hipotética, julgue o item subsequente à luz do CTB.
José cometeu crime de trânsito para o qual está estipulada pena de detenção.
Comentário:
Aqui não há a mínima dúvida que o filho de José, conduzindo embriagado um veículo, comete sim
crime de trânsito!
Dou um doce se você adivinhar!
Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada EM RAZÃO
DA INFLUÊNCIA de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência:
Penas: detenção de 06 meses a 03 anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
Lembrando que o crime de embriaguez deixou de ser um crime de perigo em concreto para ser
um crime de perigo em abstrato. Antes, para consumação do delito, era necessário que o condutor
estivesse ziguezagueando, transitando sobre calçadas, roletando cruzamentos, ou seja, atentando
objetivamente contra incolumidade pública (como está na redação do nosso item em estudo).
Com as novas alterações promovidas pela Lei Seca, ainda que um condutor esteja conduzindo
adequadamente, se tiver acima dos índices permitidos para embriaguez, será enquadrado no
crime acima tipificado.
Caro aluno, esse é o mais famoso, e porque não o mais importante, dos crimes previstos no CTB!
Tenho absoluta certeza de que ele lhe será cobrado em sua prova!
Gabarito: C
19. (CESPE – DELEGADO DE POLÍCIA SUBST.– POL. CIVIL/ES – 2006)
Os crimes definidos no CTB são, em sua maioria, de ação penal pública condicionada à
representação do ofendido para que haja a instauração de processo contra o autor do delito.
Comentário:
Dessa informação você não pode se esquecer: quase todos os crimes previstos no CTB são de
ação penal pública incondicionada.
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 77
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
Apenas um deles é, em geral, de ação penal pública condicionada à representação da vítima: o
crime de trânsito de lesão corporal culposa no trânsito, art. 303 do CTB. Digo em geral, porque o
art. 88 da Lei nº 9.099/95 estabelece que, além das hipóteses do Código Penal e da legislação
especial, dependerá de representação a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves
e lesões culposas.
Pois bem, o art. 291 do Código de Trânsito diz que aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal
culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei nº 9.099/95.
Esse crime só será de ação pública incondicionada se o agente estiver:
✓ sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine
dependência;
✓ participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, de
exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada
pela autoridade competente;
✓ transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h (cinquenta
quilômetros por hora).
Nas hipóteses acima, deverá ser instaurado inquérito policial para a investigação da infração penal.
Logo, podemos concluir que erra a assertiva ao afirmar que os crimes definidos no CTB são, em
sua maioria, de ação penal pública condicionada à representação do ofendido para que haja a
instauração de processo contra o autor do delito.
Gabarito: E
20. (CESPE – DELEGADO DE POLÍCIA – SEAD/TO – 2008)
Os crimes de lesão corporal culposa, embriaguez ao volante e participação em competição não
autorizada, elencados no Código de Trânsito Brasileiro, são apurados por meio de termo
circunstanciado de ocorrência, sendo vedada, em qualquer hipótese, a prisão em flagrante em tais
condutas, nos termos dispostos na Lei dos Juizados Especiais Criminais.
Comentário:
Só os crimes de menor potencial ofensivo podem ser alcançados pelas vantagens trazidas na Lei
de Juizados Especiais Criminais (Lei 9.099/95). quase todos os crimes do CTB são de menor
potencial ofensivo. No entanto, dentre os crimes citados no enunciado da questão, só o de lesão
corporal culposa é, na sua forma mais simples, de menor potencial ofensivo e, por isso, pode ser
apurado por meio de termo circunstanciado de ocorrência.
Assim, quem comete os crimes de embriaguez ao volante (art. 306) e de disputa de corrida (art.
308), por não serem esses de menor potencial ofensivo, não pode ser beneficiado pela Lei
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 78
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
9.099/95. Lembre-se, no entanto, que, a depender de outras condutas do condutor quando do
cometimento da lesão corporal culposa ao volante, pode ele perder o direito à composição civil,
à transação penal e o de ser a ação penal condicionada à representação.
Gabarito: E
21. (CESPE – DELEGADO DE POLÍCIA – SEAD/TO – 2008)
Os crimes de lesão corporal culposa, embriaguez ao volante e participação em competição não
autorizada, elencados no Código de Trânsito Brasileiro, são apurados por meio de termo
circunstanciado de ocorrência, sendo vedada, em qualquer hipótese, a prisão em flagrante em tais
condutas, nos termos dispostos na Lei dos Juizados Especiais Criminais.
Comentário:
Só os crimes de menor potencial ofensivo podem ser alcançados pelas vantagens trazidas na Lei
de Juizados Especiais Criminais (Lei 9.099/95). quase todos os crimes do CTB são de menor
potencial ofensivo. No entanto, dentre os crimes citados no enunciado da questão, só o de lesão
corporal culposa é, na sua forma mais simples, de menor potencial ofensivo e, por isso, pode ser
apurado por meio de termo circunstanciado de ocorrência.
Assim, quem comete os crimes de embriaguez ao volante (art. 306) e de disputa de corrida (art.
308), por não serem esses de menor potencial ofensivo, não pode ser beneficiado pela Lei
9.099/95. Lembre-se, no entanto, que, a depender de outras condutas do condutor quando do
cometimento da lesão corporal culposa ao volante, pode ele perder o direito à composição civil,
à transação penal e o de ser a ação penal condicionada à representação.
Gabarito: E
22. (CESPE – DELEGADO DE POLÍCIA SUBST.– POL. CIVIL/ES – 2011)
Em relação à legislação que instituiu o Código de Trânsito Brasileiro, julgue os itens subsequentes.
É admissível a denominação de crime de trânsito para a conduta de dano cometida com dolo, a
exemplo daquele que, intencionalmente, utiliza o seu veículo para a prática de um crime.
Comentário:
O simples fato de se utilizar um veículo para a prática de um crime qualquer, seja doloso ou não,
não significa necessariamente que esse seja um crime de trânsito. Para que seja configurando
crime de trânsito, a conduta dolosa deve estar expressamente tipificada no Capítulo XIX do CTB.
Se eu uso um veículo para sequestrar uma pessoa e matá-la dentro dele, não significa que estarei
praticando um crime doloso de trânsito. O crime de trânsito de homicídio culposo (art. 302), por
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 79
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
exemplo, só se configurará como crime se for praticado na direção de veículo e o veículo tem que
ser automotor. Além disso, você já sabe: não há tipificação de homicídio doloso no CTB!
Gabarito: E
23. (CESPE – DELEGADO DE POLÍCIA SUBST.– POL. CIVIL/ES – 2011)
Os crimes de entregar a direção de veículo automotor a pessoa não habilitada e de falta de
habilitação se aperfeiçoam com a simples conduta, sem que se exija prova da efetiva
probabilidade de dano.
Comentário:
O crime de “permitir", "entregar" ou "confiar" é um crime de perigo em abstrato, punível apenas
na modalidade dolosa, sendo, portanto, necessário que o magistrado avalie sempre os elementos
subjetivos da conduta. Isto quer dizer que não se exige que o condutor inabilitado, com habili-
tação cassada ou com o direito de dirigir suspenso, necessariamente dirija indevidamente para
que o crime seja tipificado. A simples conduta já configura o crime.
Já o crime de dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida permissão para dirigir ou
habilitação, gerando perigo de dano, é crime de perigo em concreto, ou seja, o agente tem que
estar conduzindo veículo automotor, em via pública, sem a devida permissão para dirigir ou
habilitação e, de forma anormal e irregular, ser inconsequente de modo a atingir o nível de
segurança de trânsito, que é o objeto jurídico tutelado pelo dispositivo.
Perceba que só no segundo crime (e não nos dois citados) é que temos a exigência de prova da
efetiva probabilidade de dano.
Gabarito: E
24. (CESPE – DELEGADO DE POLÍCIA SUBST.– POL. CIVIL/ES – 2011)
Considere a seguinte situação hipotética. Cláudia, penalmente responsável, ao dirigir veículo
automotor sem habilitação, em via pública, atropelou e matou um pedestre. Nessa situação
hipotética, Cláudia responderá por homicídio culposo em concurso material com o delito de falta
de habilitação.
Comentário:
O concurso de crimes pode ser material ou real, formal ou ideal, e continuado. As hipóteses de
concurso podem ocorrer entre crimes dolosos e culposos, consumados ou tentados, comissivos
ou omissivos.
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 80
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
O concurso material ou real ocorre quando há duas ou mais condutas (comissivas ou omissivas),
que resultam em dois ou mais crimes, idênticos ou não. As penas são somadas de acordo com o
sistema da cumulatividade.
Já o concurso formal ou ideal ocorre quando há uma única conduta em uma pluralidade de crimes.
Aplica-se uma única pena, aumentada de um sexto até a metade.
O enunciado da questão cita o possível cometimento de dois delitos de trânsito: os do art. 302 e
309, sugerindo concurso material de crimes.
No caso em tela, Cláudia teve uma só conduta comissiva em um único momento: assumiu o
controle de um veículo. Ao atropelar um pedestre e matá-lo, comete, sem dúvida, o crime de
homicidio culposo na direção de víuclo automotor (art. 302).
Atualmente, não estar habilitada é uma causa de aumento de pena do parágrafo 1º, inciso I. Logo,
não há que se falar em concurso de crimes.
Gabarito: E
25. (CESPE – DELEGADO DE POLÍCIA SUBST.– POL. CIVIL/ES – 2011)
Considere a seguinte situação hipotética. Lúcio, penalmente responsável, ao dirigir veículo
automotor sob a influência de álcool, deu ensejo ao capotamento do veículo e à morte de um dos
passageiros. Logo após o acidente, Lúcio foi conduzido à delegacia de polícia, onde se recusou a
submeter-se ao teste do bafômetro. Nessa situação hipotética, Lúcio será punido pela figura do
homicídio culposo em sua forma simples, sem a figura cumulativa da embriaguez ao volante.
Comentário:
Primeira coisa: não nos consta que Lúcio tenha tido a intenção de matar um dos passageiros. Logo,
o crime de homicídio não será doloso, e sim culposo qualificado.
O grande erro aqui está em falar que será homicídio simples, quando atualmente temos uma forma
qualificada:
§ 3o Se o agente conduz veículo automotor sob a influência de álcool ou de qualquer
outra substância psicoativa que determine dependência: (Incluído pela Lei nº 13.546, de
2017) (Vigência)
Penas - reclusão, de cinco a oito anos, e suspensão ou proibição do direito de se obter a
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
Não há que se falar aqui em crime de embriaguez, uma vez que é uma qualificadora do crime do
art. 302.
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 81
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
Gabarito: E (para os dias atuais)
26. (CESPE – DELEGADO DE POLÍCIA SUBST.– POL. CIVIL/ES – 2011)
No caso de réu reincidente em crime de trânsito, é obrigatório que o magistrado, ao julgar a nova
infração, fixe a pena prevista no tipo, associada à suspensão da permissão ou habilitação de dirigir
veículo automotor.
Comentário:
Exatamente o que estabelece o art. 296 do CTB: se o réu for reincidente na prática de crime
previsto no CTB, o juiz aplicará a penalidade de suspensão da permissão ou habilitação para dirigir
veículo automotor, sem prejuízo das demais sanções penais cabíveis.
Gabarito: C
27. (CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/PR - 2017)
Considerando a jurisprudência do STF e do STJ em relação aos crimes de trânsito, assinale a opção
correta.
(A) Dirigir automóvel na via pública sem possuir permissão para dirigir ou habilitação é crime de
perigo concreto, cuja tipificação exige a prova de geração do perigo de dano.
(B) O crime de omissão de socorro à vítima atropelada por imprudência do motorista não se
verifica quando se constata que a morte ocorreu instantaneamente.
(C) A embriaguez ao volante é crime de perigo concreto, em que a ingestão de bebida alcoólica
e a condução perigosa do automóvel geram perigo de dano.
(D) O fato de dirigir perigosamente automóvel sem ser habilitado, vindo a causar lesões corporais
em transeunte, implica dois crimes praticados em concurso formal.
Comentário:
Item A – Certíssimo! Para a ocorrência do delito acima, alguns elementos são essenciais:
✓ deve haver condução de veículo automotor;
✓ é crime de via pública;
✓ é crime de perigo em concreto, e, por fim, o condutor deve ser inabilitado ou estar cassado.
O delito de condução inabilitada de veículo automotor (art. 309 do Código de Trânsito Brasileiro)
é de perigo concreto indeterminado, pois o perigo não precisa ser dirigido, bastando prova de
que a condução do veículo rebaixou o nível de segurança viário, gerando risco para a coletividade.
Assim, se o motorista inabilitado for surpreendido conduzindo de forma anormal seu automóvel,
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 82
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
temos crime; se apesar de inabilitado o conduzir dentro das regras de segurança, caracteriza mera
infração administrativa. (Certo)
Item B – Oh, meu Deus, errado! Ao estudarmos cobre o crime de omissão de socorro, vimos que
mesmo que a vítima tenha morrido instantaneamente ao acidente ou tenha apenas tido ferimentos
leves, o motorista ainda assim responderá pelo crime. Tais situações, por não ensejarem
necessidade de socorro, não tornam atípica a conduta do motorista, ok? É esse o entendimento
da Suprema Corte! Confira:
RECURSO ESPECIAL Nº 1.391.004 - GO (2013/0219024-8):
RECURSO ESPECIAL. CRIMINAL. HOMICÍDIO CULPOSO NA DIREÇÃO DE VEÍCULO
AUTOMOTOR. MAJORANTE RELATIVA À OMISSÃO DE SOCORRO.
CARACTERIZAÇÃO. MORTE INSTANTÂNEA DA VÍTIMA. IRRELEVÂNCIA. 1. A
jurisprudência desta Corte Superior é no sentido de ser irrelevante, no crime de homicídio
culposo na direção de veículo automotor, o fato de a vítima ter falecido imediatamente
no acidente para a incidência da causa de aumento de pena relativa à omissão de socorro,
uma vez que não compete ao condutor do veículo levantar suposições sobre as condições
físicas da pessoa lesionada a fim de deixar de prestar o devido auxílio. 2. Recurso especial
provido.
Item C – Essa daqui você deve ter julgado num piscar de olhos, não é mesmo? Para responder,
basta relembrarmos o mais recente entendimento do STJ: dirigir com concentração de álcool
acima do limite legal configura crime, independentemente de a conduta do motorista oferecer
risco efetivo para os demais usuários da via pública (STJ, 2016, REsp 1.582.413, Relator Ministro
Schietti Cruz). Ou seja: o crime citado é delito de perigo de dano em abstrato! (Errado)
Item D – Não, não! Vamos tentar explicar! Se um indivíduo, que não possui habilitação para dirigir
(art. 309 do CTB), conduz seu veículo de forma imprudente, negligente ou imperita e causa lesão
corporal em alguém, ele responderá pelo crime do art. 303, parágrafo único, do CTB (lesão
corporal culposa), ficando o delito do art. 309 do CTB (dirigir sem habilitação, com perigo de
dano) absorvido por força do princípio da consunção.
O princípio da consunção, conhecido também como Princípio da Absorção, é um princípio
aplicável nos casos em que há uma sucessão de condutas com existência de um nexo de
dependência. De acordo com tal princípio, o crime fim absorve o crime meio.
O delito de dirigir veículo sem habilitação (crime meio , no caso) é crime de ação penal pública
incondicionada. Por outro lado, a lesão corporal culposa (art. 303 do CTB, crime fim) é crime de
ação pública condicionada à representação. Imagine que a vítima não exerça seu direito de
representação no prazo legal. Diante disso, o Ministério Público poderá denunciar o agente pelo
delito do art. 309?
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 83
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
NÃO! O delito do art. 309 já foi absorvido pela conduta de praticar lesão corporal culposa na
direção de veículo automotor, tipificada no art. 303 do CTB, crime de ação pública condicionada
à representação. Como a representação não foi formalizada pela vítima, houve extinção da
punibilidade, que abrange tanto a lesão corporal como a conduta de dirigir sem habilitação. Por
quê?
Porque o CTB estabelece que, se a lesão corporal culposa for praticada por um motorista que não
tenha habilitação para dirigir, haverá uma causa de aumento de pena prevista no parágrafo único
do art. 303 c/c o art. 302, § 1º, I.
Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor:
Penas - detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou proibição de se obter a
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
==28aa9==
Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à metade, se ocorrer qualquer das
hipóteses do § 1º do art. 302.
Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor:
Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
§ 1º No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é
aumentada de 1/3 (um terço) à metade, se o agente:
I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
Gabarito: A
28. (CESPE – DELEGADO DE POLÍCIA – PC/MA - 2018)
Assinale a opção correta a respeito dos crimes de trânsito:
(A) A suspensão da habilitação, aplicada cumulativamente na sentença condenatória por homicídio
culposo na direção de veículo automotor, deve ter o mesmo prazo da pena de prisão.
(B) É causa de aumento de pena a utilização de veículos em que tenham sido adulterados
equipamentos ou características que afetem a segurança ou o seu funcionamento.
(C) A condução de veículo automotor em via pública por motorista com sua habilitação suspensa
configurará crime apenas se a situação gerar perigo de dano.
(D) Para a constatação do crime de embriaguez ao volante, é imprescindível a realização da prova
por teste de bafômetro ou etilômetro.
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 84
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
(E) A lesão corporal na direção de veículo automotor cometida por condutor sob a influência de
álcool dispensa a representação do ofendido.
Comentário:
Item A – Errado. De acordo com o art. 293 do CTB, a penalidade de suspensão ou de proibição
de se obter a permissão ou a habilitação, para dirigir veículo automotor, tem a duração de dois
meses a cinco anos.
Item B – Errado. A circunstância citada constitui agravante de pena, e não uma aumentativa de
pena. De acordo com o art. 298:
Art. 298. São circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos crimes de trânsito
ter o condutor do veículo cometido a infração:
(...)
VI - utilizando veículo em que tenham sido adulterados equipamentos ou características
que afetem a sua segurança ou o seu funcionamento de acordo com os limites de
velocidade prescritos nas especificações do fabricante;
Item C - Errado. A direção de veículo automotor com a permissão ou habilitação suspensa
configura o crime do art. 307 do CTB, pois estaria violando a suspensão que lhe foi imposta. Agora,
a direção, em via pública, SEM a permissão ou habilitação ou, ainda, com o direito de dirigir
CASSADO, só configurará o crime se gerar o perigo de dano (art. 309).
Dirigir com a habilitação suspensa (art. 307) = crime independente de gerar perigo de dano.
Dirigiu sem CNH ou Cassado o Direito de Dirigir (art. 309) = só será crime se GERAR PERIGO DE
ANO.
Item D – Errado. Segundo o que dispõe o §2º do art. 306:
Art. 306. (...)
§2º A verificação do disposto neste artigo poderá́ ser obtida mediante teste de alcoolemia
ou toxicológico, exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de
prova em direito admitidos, observado o direito à contraprova.
Item E – Certo. Conforme aqui estudamos, a lesão culposa quando praticado sob influência de
álcool, disputa de corrida/racha ou em excesso de velocidade em mais de 50 km/h a mais do que
permitido da via será de ação penal pública incondicionada, pois o condutor perderá o direito à
benesse do art. 88 da Lei nº 9.099/95.
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 85
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
Gabarito: E
29. (CESPE – POLÍCIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – PRF - 2002)
Ao passar em frente a uma parada de ônibus, conduzindo o seu veículo em avançada hora da
madrugada, Tício avistou um desafeto. Assim, retornou na avenida, de modo a passar novamente
em frente ao inimigo. Quando se aproximava, então, da parada, acelerou o veículo, arremessando-
o contra o pedestre, causando-lhe morte instantânea. Para essa situação, há, no CTB, tipo
específico que descreve a conduta de Tício, no qual se prevê, ainda, o atropelamento ocorrido em
calçada como causa de aumento de pena do homicídio.
Comentário:
Ao atropelar intencionalmente o seu desafeto, Tício agiu com dolo, pois quis o resultado ou
assumiu o risco de produzi-lo. Acontece que, até os dias atuais, o CTB não tipificou no rol de seus
crimes, o de homicídio doloso. Apenas o de homicídio CULPOSO, no art. 302.
Ele deverá responder por homicídio doloso, mas não com base no CTB, e sim no Código Penal
Brasileiro (art. 121).
Gabarito: E
30. (CESPE – POLÍCIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – PRF - 2002)
A prova da velocidade incompatível pode ser feita por testemunhas, não se exigindo a prova de
radares ou equivalentes.
Comentário:
Fácil demais! É só reler o que diz o quadro-destaque acima e você constatará que a assertiva está
corretinha!
Gabarito: C
31. (CESPE – POLÍCIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – PRF – 2004 - Adapt.)
A conduta de dirigir veículo automotor sob a influência de álcool, em nível superior ao permitido,
não configura, necessariamente, crime perante a lei brasileira, sendo punida administrativamente
como infração gravíssima, com penalidade de multa e suspensão do direito de dirigir. Para ser
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 86
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
enquadrada na categoria de crime, a embriaguez do condutor deve expor a dano potencial a
incolumidade de outrem.
Comentário:
Perceba que essa questão foi elaborada no ano de 2004. Nesta época, ainda não estavam em
vigor todos os desdobramentos do crime de embriaguez trazidos pelas Leis nº 11.705/08 e
12.760/12.
O principal desses desdobramentos é exatamente o fato de que hoje a embriaguez no trânsito é
um crime de perigo abstrato, ou seja, não é necessário que haja um dano para que um condutor
embriagado seja enquadrado nesse crime. Basta que esteja ao volante e a embriaguez seja
constatada pelos testes regulamentados ou por outros meios permitidos em lei. Para os dias de
hoje, portanto, a questão está errada.
Gabarito: E
32. (CESPE – POLÍCIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – PRF – 2004 - Adapt.)
A embriaguez pode ser constatada por provas técnicas e periciais, como exame de sangue e teste
em bafômetro, mas nunca, por prova testemunhal.
Comentário:
Claro que a prova testemunhal é válida sim e essa validade é um dos maiores ganhos trazidos pela
recentíssima Lei nº 12.760/12, que acrescentou o § 2º, no art. 306 do CTB, assim determinando:
Art. 306. (...)
§ 2o A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida mediante teste de alcoolemia,
exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova em direito
admitidos, observado o direito à contraprova. (Incluído pela Lei nº 12.760, de 2012)
A assertiva erra ao afirmar o contrário.
Gabarito: E
33. (CESPE – POLÍCIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – PRF – 2004)
O CTB, em seu art. 311, censura a conduta de trafegar em velocidade incompatível com a
segurança nos locais considerados pelo legislador como perigosos, elegendo essa conduta como
criminosa e impondo-lhe a pena de detenção de 6 meses a 1 ano ou multa. Acerca desse assunto,
julgue os itens que se seguem.
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 87
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
Ter domínio do veículo significa que o condutor tem o controle do mesmo, podendo, assim, detê-
lo quantas vezes for necessário, diante de obstáculos previsíveis.
Comentário:
Você tem alguma dúvida disso, caro aluno? Claro que não! Essa assertiva foi um presentinho dado
pela banca aos candidatos! De fato, ter domínio do veículo significa que o condutor tem o controle
do mesmo, podendo, assim, detê-lo quantas vezes for necessário, diante de obstáculos previsíveis.
Gabarito: C
34. (CESPE – POLÍCIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – PRF – 2004)
Para a consumação do delito tipificado no referido artigo, não é estritamente necessário que
ocorra dano, ou seja, as pessoas sejam lesionadas ou mortas em virtude da velocidade
incompatível.
Comentário:
Exato! Vamos repetir: para que o condutor responda pelo delito do art. 311 do CTB, não é
necessário que ele esteja com excesso de velocidade, basta que essa velocidade seja
incompatível com a segurança, podendo causar um dano superveniente.
Gabarito: C
35. (CESPE – POLÍCIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – PRF – 2008 - Adapt.)
Em nenhuma hipótese se admite a aplicação aos crimes de trânsito de disposições previstas na lei
que dispõe sobre os juizados especiais criminais.
Comentário:
Você acabou de estudar que a Lei nº 9.099/95 é sim aplicável aos crimes de trânsito,
principalmente no que diz respeito ao crime de lesão corporal culposa na direção de veículo
automotor (art. 291 c/c art. 303).
Gabarito: E
36. (FUNRIO – POLÍCIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – PRF – 2009 – Adapt.)
No dia 15 de junho de 2007, por volta das 09h, pela Avenida Canal, proximidades do "Atacadão
Rio do Peixe”, José Antônio, guiando o veículo ônibus, ano 1998, de cor branca, provocou
atropelamento contra Marinalva, que pedalava uma bicicleta próximo à guia da calçada, sofrendo
traumatismos generalizados. O socorro foi prestado por solicitação de populares do SAMU ao
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 88
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
Hospital Regional de Urgência e Emergência de Campina Grande, e o infrator se evadiu. No que
se refere à conduta praticada, uma vez que o infrator se evadiu sem prestar socorro à vítima, é
correto afirmar que o condutor não merece aplicação do aumento de pena daí decorrente, uma
vez que a vítima não era pedestre, conforme estipulado pela Lei nº 9503/97.
Comentário:
Ao ser atropelada, Marinalva não veio a falecer, mas sofreu traumatismos generalizados. Com isso,
podemos concluir que João Antônio cometeu o crime de lesão corporal culposa na condução de
seu veículo. Esse crime, como vimos, é tipificado no art. 303 do CTB e é um de dois crimes culposos
previstos no Código. Para esses crimes culposos não se fala em situações agravantes de pena, e
sim em circunstâncias aumentativas de pena.
Pois bem, o enunciado nos fala ainda que o infrator evadiu-se sem prestar socorro à vítima, ou
seja, omitiu socorro. A omissão de socorro é uma das situações aumentativas de pena para o
crime de trânsito ora em análise. Assim, ao contrário do que afirma a assertiva, o condutor merece
a aplicação, em tese, do aumento de pena daí decorrente, conforme estipulado pela Lei nº
9.503/97 (art. 302, §1º, III).
Gabarito: E
37. (FUNRIO – POLÍCIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – PRF – 2009)
Constitui infração de trânsito a inobservância de qualquer preceito do Código de Trânsito
Brasileiro, da legislação complementar ou das resoluções do CONTRAN, sendo o infrator sujeito
às penalidades e medidas administrativas. Com relação aos crimes relacionados no Código de
Trânsito Brasileiro, é correto afirmar que
(A) ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte vítima, se imporá a
prisão em flagrante e se exigirá fiança, independente dele prestar pronto e integral socorro
àquela.
(B) é crime conduzir veículo automotor, na via pública, estando com concentração de álcool por
litro de sangue igual ou superior a 6 (seis) decigramas, ou sob a influência de qualquer outra
substância psicoativa que determine dependência, contudo, com relação aos testes de alcoolemia,
para efeito de caracterização do crime tipificado, o Poder Executivo Federal não poderá estipular
a equivalência entre distintos testes de alcoolemia, devendo estes ser regulados pelo CONTRAN.
(C) no homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de um
terço à metade, se o agente não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação; praticá-
lo em faixa de pedestres ou na calçada; se deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem
risco pessoal, à vítima do acidente; se o praticar no exercício de sua profissão ou atividade, estiver
conduzindo veículo de transporte de passageiros.
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 89
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
(D) é considerado crime participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de corrida,
disputa ou competição automobilística, mesmo que autorizada pela autoridade competente, já
que sempre pode resultar dano potencial à incolumidade pública ou privada.
(E) a multa reparatória poderá ser superior ao valor do prejuízo demonstrado no processo.
Comentário:
Item A - De jeito nenhum! Caso um condutor seja envolvido em algum acidente e deste resulte
alguma vítima, estará livre de ser preso em flagrante ou de pagar fiança, se prestar pronto e
integral socorro à vítima. (Errado)
Item B – Para responder ao item e fixar bem a nova redação do art. 306 do CTB (crime de
embriaguez ao volante).
Vamos revisá-lo:
Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da
influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine
dependência: (Redação dada pela Lei nº 12.760, de 2012)
Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
§ 1o As condutas previstas no caput serão constatadas por: (Incluído pela Lei nº 12.760, de
2012)
I - concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou
superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar; ou (Incluído pela Lei nº 12.760,
de 2012)
II - sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da capacidade
psicomotora. (Incluído pela Lei nº 12.760, de 2012)
§ 2o A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida mediante teste de alcoolemia
ou toxicológico, exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova
em direito admitidos, observado o direito à contraprova. (Redação dada pela Lei nº 12.971,
de 2014) (Vigência)
§ 3o O Contran disporá sobre a equivalência entre os distintos testes de alcoolemia ou
toxicológicos para efeito de caracterização do crime tipificado neste artigo. (Redação dada
pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 90
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
Não há na letra do CTB a previsão específica de concentração de álcool por litro de sangue, o que
já torna o item incorreto. Atualmente é o CONTRAN quem dispõe sobre a equivalência dos testes
e ele o faz em sua Resolução nº 432/13.
Item C - Exatamente! E para reforçar, vamos rever as circunstâncias aumentativas de pena para os
crimes de trânsito. São elas, praticar o crime:
✓ sem possuir permissão para dirigir ou carteira de habilitação;
✓ quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais com o transporte de
passageiros ou de carga;
✓ sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente destinada a pedestres;
✓ e omitir o socorro.
Lembre-se que esses aumentativos de pena serão aplicados para os crimes culposos previstos no
CTB (homicídio culposo e lesão corporal culposa). (Certo)
Item D - Vimos que para ser considerado crime, a participação na direção de veículo automotor,
em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, deverá ter acontecido sem a
autorização da autoridade competente, e a conduta necessariamente terá que gerar um dano
potencial à incolumidade pública ou privada. (Errado)
Item E - A multa reparatória, prevista no art. 297 do CTB, é uma multa de natureza civil,
indenizatória, e exigida no juízo penal; é, na verdade, uma antecipação de um ressarcimento
imposta pelo juiz da esfera penal, após reclamação da vítima ou seus sucessores.
Para que a multa reparatória se torne exigível é necessária a ocorrência de um crime de trânsito,
já que é aplicada no juízo penal, e também um dano material - apenas este é indenizável a título
de multa reparatória.
Cabe destacar que o valor da multa reparatória terá como limite o do prejuízo demonstrado no
processo; porém, se posteriormente a vítima se achar insatisfeita com o valor pago, poderá ainda
reclamar o mesmo objeto, a mesma indenização, na esfera cível, recebendo evidentemente
apenas a diferença. O erra ao afirmar que o valor da referida multa poderá ser superior ao valor
do prejuízo demonstrado no processo. (Errado)
Gabarito: C
38. (CESPE – POLÍCIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – PRF – 2019)
Ao final de uma festa, Godofredo e Antônio realizaram uma disputa automobilística com seus
veículos, fazendo manobras arriscadas, em via pública, sem que tivessem autorização para tanto.
Nessa contenda, houve colisão dos veículos, o que causou lesão corporal culposa de natureza
grave em um transeunte.
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 91
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
Considerando a situação hipotética apresentada e o disposto no Código de Trânsito Brasileiro,
julgue os itens a seguir.
Godofredo e Antônio responderiam por crime de trânsito independentemente da lesão corporal
causada, pois a conduta de ambos gerou situação de risco à incolumidade pública.
Comentário:
Exato!, pois de acordo com o art. 308 do CTB:
Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de corrida, disputa ou
competição automobilística ou ainda de exibição ou demonstração de perícia em manobra
de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente, gerando situação de
risco à incolumidade pública ou privada:
Gabarito: C
39. (CESPE – POLÍCIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – PRF – 2019)
Por se tratar de lesão corporal de natureza culposa, é vedada a instauração de inquérito policial
para apurar as condutas de Godofredo e Antônio, bastando a realização dos exames médicos da
vítima e o compromisso dos autores em comparecer a todos os atos necessários junto às
autoridades POLICIAL e judiciária.
Comentário:
Nada a ver. Pela narrativa, podemos inferir que as circunstâncias demonstraram que os agente
não queriam o resultado nem assumiram o risco de produzi-lo. Logo, a condutas deles se encaixa
direitinho na qualificadora do §1º do art. 308, que prevê a reclusão de 3 a 6 anos, um crime de
maior potencial ofensivo e, portanto, passível de inquérito POLICIAL.
Art. 308. (...)
§ 1o Se da prática do crime previsto no caput resultar lesão corporal de natureza grave, e
as circunstâncias demonstrarem que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de
produzi-lo, a pena privativa de liberdade é de reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, sem
prejuízo das outras penas previstas neste artigo.
Gabarito: Errado
40. (CESPE – POLÍCIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – PRF – 2019)
Godofredo e Antônio estão sujeitos à pena de reclusão, em razão do resultado danoso da conduta
delitiva narrada.
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 92
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
Comentário
Foi exatamente o que vimos no comentário da assertiva anterior.
Gabarito: C
41. (CESPE – POLÍCIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – PRF – 2019)
Em cada um dos itens que se seguem, é apresentada uma situação hipotética de crime de trânsito,
seguida de uma assertiva a ser julgada, com base no disposto no Código de Trânsito Brasileiro.
Lucas, motorista de ônibus, quando dirigia seu coletivo, atropelou e matou, culposamente, uma
pedestre. Sávio, ao conduzir seu veículo em um passeio com a família, atropelou culposamente,
na faixa de pedestre, uma pessoa, que faleceu no mesmo instante. Severino, ao dirigir seu veículo,
atropelou culposamente uma transeunte que estava na calçada; ela morreu em seguida. Nessas
situações, Lucas, Sávio e Severino responderão por crime de trânsito, cujas penas poderão, pelas
circunstâncias fáticas, ser aumentadas até a metade, e suas habilitações para dirigir deverão ser
suspensas.
Comentário:
Como se pode ver, cada um dos agentes citados cometeram o crime previsto no art. 302 do CTB,
o homicídio culposo na direção de veículo automotor.
Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor:
Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão
ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
§ 1o No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada
de 1/3 (um terço) à metade, se o agente:
I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
II - praticá-lo em faixa de pedestres (Sávio) ou na calçada; (Severino)
III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do
acidente;
IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de
passageiros. (Lucas)
De fato, está então correto afirmar que as penas deles poderão ser aumentadas até a metade. O
uso do termo “poderão” não contradiz a regra do §1º do art. 302. Afinal de contas, o magistrado
avaliará cada caso e arbitrará aumento de pena que poderá ser de 1/3 até a metade, não é mesmo?
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 93
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
No vídeo de correção ao vivo, até afirmei que estava errada, mas olhando com mais calma, ela
está correta. Perdão e vejamos como a banca vai abordar.
Gabarito: C
42. (CESPE – POLÍCIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – PRF – 2019)
Alfredo, conduzindo seu veículo automotor sem placas, atropelou um pedestre. Alessandro,
dirigindo um veículo de categoria diversa das que sua carteira de habilitação permitia, causou
lesão corporal culposa em um transeunte, ao atingi-lo. Nessas situações, as penas impostas a
Alfredo e a Alessandro serão agravadas, devendo o juiz aplicar as penas-base com especial
atenção à culpabilidade e às circunstâncias e consequências do crime.
Comentário:
Para responder, vamos ao art. 298, que traz as agravantes de pena para os crimes de trânsito.
Art. 298. São circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos crimes de trânsito ter
o condutor do veículo cometido a infração:
I - com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande risco de grave dano
patrimonial a terceiros;
II - utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adulteradas; (Alfredo)
III - sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
IV - com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de categoria diferente da do
veículo; (Alessandro)
V - quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais com o transporte de
passageiros ou de carga;
VI - utilizando veículo em que tenham sido adulterados equipamentos ou características que
afetem a sua segurança ou o seu funcionamento de acordo com os limites de velocidade
prescritos nas especificações do fabricante;
VII - sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente destinada a pedestres.
Como nenhuma das situações descritas são aumentativas de pena e nem compõem elemento dos
tipos penais tipificados no CTB, questão acerta ao afirmar que as penas impostas para cada um
deles serão agravadas . E à luz do art. 291, §4º, acerta também ao afirmar que o juiz fixará (deverá
fixar) a pena-base dando especial atenção à culpabilidade do agente e às circunstâncias e
consequências do crime.
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 94
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
Art. 291 (...)
§ 4º O juiz fixará a pena-base segundo as diretrizes previstas no art. 59 do Decreto-Lei nº
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), dando especial atenção à culpabilidade
do agente e às circunstâncias e consequências do crime.
Gabarito: C
43. (CESPE – POLÍCIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – PRF – 2019)
Dirigindo seu veículo automotor, Luciano atropelou um transeunte, causando-lhe ferimentos leves.
Luciano não prestou socorro à vítima nem solicitou auxílio da autoridade pública. Nessa situação,
a conduta de Luciano será considerada atípica caso um terceiro tenha prestado apoio à vítima em
seu lugar.
Comentário:
Luciano deveria ter prestado o socorro ou, não podendo fazê-lo, deveria ter acionado auxílio da
autoridade pública. Por conta disso, e tendo por base o que prevê o art. 304, caput e parágrafo
único, do CTB, Luciano cometeu conduta tipificada sim como crime de trânsito. Confira:
Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro
à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio
da autoridade pública:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato não constituir elemento de
crime mais grave.
Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do veículo, ainda que
a sua omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima com morte instantânea
ou com ferimentos leves.
Gabarito: E
44. (CESPE – POLÍCIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – PRF – 2019)
Felipe, ao violar a suspensão para dirigir, foi flagrado e autuado pela autoridade competente, em
operação de fiscalização, conduzindo seu veículo automotor em via pública. Nessa situação, Felipe
responderá por crime de trânsito e poderá receber como pena nova imposição adicional de
suspensão pelo dobro do primeiro prazo, sendo vedada a substituição de pena privativa de
liberdade por restritiva de direito, em razão da natureza da infração.
Comentário:
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 95
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
Tudo errado aí!
O primeiro erro diz respeito a uma das penas previstas para o crime cometido por Luciano, o do
art. 307 do CTB:
Art. 307. Violar a suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para
dirigir veículo automotor imposta com fundamento neste Código:
Penas - detenção, de seis meses a um ano e multa, com nova imposição adicional de
idêntico prazo de suspensão ou de proibição.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre o condenado que deixa de entregar, no prazo
estabelecido no § 1º do art. 293, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação.
O segundo erro consiste em afirmar que a pena privativa de liberdade não pode ser substituída
pela restritiva de direitos, contrariando o que afirma o art. 312-A, também do CTB:
Art. 312-A. Para os crimes relacionados nos arts. 302 a 312 deste Código, nas situações em
que o juiz aplicar a substituição de pena privativa de liberdade por pena restritiva de
direitos, esta deverá ser de prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas, em
uma das seguintes atividades:
I - trabalho, aos fins de semana, em equipes de resgate dos corpos de bombeiros e em
outras unidades móveis especializadas no atendimento a vítimas de trânsito;
II - trabalho em unidades de pronto-socorro de hospitais da rede pública que recebem
vítimas de acidente de trânsito e politraumatizados;
III - trabalho em clínicas ou instituições especializadas na recuperação de acidentados de
trânsito;
IV - outras atividades relacionadas ao resgate, atendimento e recuperação de vítimas de
acidentes de trânsito.
Gabarito: E
45. (CESPE – POLÍCIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – PRF – 2019)
Wellington, maior e capaz, sem habilitação ou permissão para dirigir veículo automotor, tomou
emprestado de Sandro, também maior e capaz, seu veículo, para visitar a namorada em um bairro
próximo àquele onde ambos residiam. Sandro, mesmo ciente da falta de habilitação de
Wellington, emprestou o veículo.
Considerando a situação hipotética apresentada, julgue os itens que se seguem, à luz do Código
de Trânsito Brasileiro.
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 96
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
Wellington responderá por crime de trânsito, independentemente de gerar perigo de dano ao
conduzir o veículo.
Comentário:
Errado, pois Wellington só cometerá o crime previsto no art. 309 do CTB se gerar perigo de dano
ao conduzir o veículo.
Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou
Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Gabarito: E
46. (CESPE – POLÍCIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – PRF – 2019)
Sandro responderá por crime de trânsito somente se a condução de Wellington causar perigo de
dano.
Comentário:
Nada ver uma coisa com a outra, pois independentemente da conduta de Wellington, Sandro já
cometera o crime do art. 310 do CTB:
Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor a pessoa não
habilitada, com habilitação cassada ou com o direito de dirigir suspenso, ou, ainda, a quem,
por seu estado de saúde, física ou mental, ou por embriaguez, não esteja em condições de
conduzi-lo com segurança:
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Gabarito: E
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 97
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
LISTA DE QUESTÕES
1. (FGV – INSPETOR DE POLÍCIA – PC/RJ - 2008)
Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97), não constitui crime o seguinte
procedimento:
(A) conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor sem usar capacete de segurança com viseira ou
óculos de proteção e vestuário de acordo com as normas e especificações aprovadas pelo
Contran.
(B) afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à responsabilidade penal ou
civil que lhe possa ser atribuída.
(C) deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à vítima, ou,
não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade pública.
(D) praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor.
(E) dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação,
gerando perigo de dano.
2. (FGV – INSPETOR DE POLÍCIA – PC/RJ - 2008)
Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97), não constitui crime o seguinte
procedimento:
(A) conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor sem usar capacete de segurança com viseira ou
óculos de proteção e vestuário de acordo com as normas e especificações aprovadas pelo
Contran.
(B) afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à responsabilidade penal ou
civil que lhe possa ser atribuída.
(C) deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à vítima, ou,
não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade pública.
(D) praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor.
(E) dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação,
gerando perigo de dano.
3. (FGV – EXAME DE ORDEM – OAB - 2009)
Guiando o seu automóvel na contramão de direção, em outubro de 2010, Tício é perseguido por
uma viatura da polícia militar. Após ser parado pelos agentes da lei, Tício realiza,
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 98
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
espontaneamente, o exame do etilômetro e fornece aos militares sua habilitação e o documento
do automóvel. No exame do etilômetro, fica constatado que Tício apresentava concentração de
álcool muito superior ao patamar previsto na legislação de trânsito. Além disso, os Policiais
constatam que o motorista estava com a habilitação vencida desde maio de 2009.
Com relação ao relatado acima, é correto afirmar que o promotor de justiça deverá denunciar
Tício
(A) pela prática dos crimes de embriaguez ao volante e direção sem habilitação
(B) apenas pelo crime de embriaguez ao volante, uma vez que o fato de a habilitação estar vencida
constitui mera infração administrativa.
(C) apenas pelo crime de direção sem habilitação, uma vez que o perigo gerado por tal conduta
faz com que o delito de embriaguez ao volante seja absorvido, em razão da aplicação do Princípio
da Consunção.
(D) apenas pelo crime de direção sem habilitação, pois o delito de embriaguez ao volante só se
configura quando ocorre acidente de trânsito com vítima.
4. (FUNIVERSA – SOLDADO MILITAR – PM/DF - 2013)
Relativamente aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, segundo o Código de
Trânsito Brasileiro, marque a opção correta de resposta.
(A) Ao autor do homicídio culposo, ainda que tenha socorrido a vítima, caberá a prisão em
flagrante.
(B) A Lei autoriza a aplicação indistinta da transação penal aos crimes de trânsito.
(C) Participar de um “racha”, sem resultar dano potencial à incolumidade pública ou privada,
caracteriza o crime previsto na Lei.
(D) No crime de trânsito de lesão corporal culposa, sob a influência de álcool, é exigida a
instauração de inquérito policial.
(E) A multa reparatória em favor da vítima, ou de seus sucessores, poderá ser superior ao valor do
prejuízo demonstrado no processo.
5. (VUNESP - DESENHISTA TÉCNICO - PERICIAL – 2014)
Dispõe o Código de Trânsito Brasileiro, em seu artigo 306: “Conduzir veículo automotor com
capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância
psicoativa que determine dependência”. Caracteriza o crime mencionado a constatação de
concentração igual ou superior a
(A) 7 centigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,04 miligramas de álcool
por litro de ar alveolar.
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 99
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
(B) 4 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,1 miligrama de álcool por
litro de ar alveolar.
(C) 5 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,2 miligramas de álcool por
litro de ar alveolar.
(D) 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,3 miligramas de álcool por
litro de ar alveolar.
(E) 8 centigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,05 miligramas de álcool
por litro de ar alveolar.
6. (FUNIVERSA – DELEGADO DE POLÍCIA – PC/DF - 2015)
Em relação à Lei n.º 9.503/1997, que trata dos crimes de trânsito, assinale o item correto.
(A) De acordo com a referida lei, constitui crime de trânsito punido com detenção a conduta do
agente que trafegue em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de escolas,
gerando perigo de dano.
(B) Não há, na lei, previsão de pena de reclusão, sendo os crimes previstos puníveis com detenção
e (ou) multa.
(C) Não é prevista, entre as penalidades constantes na lei, multa reparatória.
(D) Consoante essa norma, é circunstância que pode agravar a penalidade do crime de trânsito,
conforme a apreciação subjetiva do juiz, ter o condutor do veículo cometido a infração sobre faixa
de trânsito destinada a pedestre.
(E) Uma das críticas que a doutrina faz ao legislador em relação aos crimes de trânsito se relaciona
à ausência de previsão legal de benefício ao condutor do veículo que, após a prática da infração,
preste pronto e integral socorro à vítima.
7. (VUNESP – ESCRIVÃO DE POLÍCIA – PC/CE - 2015)
Marque a opção correta de resposta no tocante à Lei no 9.503/97 (CTB).
(A) Mesmo sem resultar dano potencial à incolumidade pública ou privada, é crime (art. 308)
participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de disputa ou competição
automobilística não autorizada pela autoridade competente (“racha”).
(B) É crime (art. 311) trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de
escolas, gerando perigo de dano.
(C) O condenado por lesão corporal culposa na direção de veículo automotor (art. 303), além da
pena privativa de liberdade sujeitar-se-á, obrigatoriamente, à pena criminal de suspensão ou
proibição de obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 100
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
(D) A única possibilidade de configuração do crime de embriaguez ao volante (art. 306) é por meio
da constatação de concentração igual ou superior a 6decigramas de álcool por litro de sangue, ou
igual ou superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar.
(E) A conduta de dirigir veículo automotor em via pública, sem a devida permissão para dirigir ou
habilitação, configura crime (art. 309), gerando ou não perigo de dano.
8. (VUNESP – INSPETOR DE POLÍCIA – PC/CE - 2015 - Adapt.)
Sobre o Código de Trânsito Brasileiro, julgue os itens a seguir:
O crime do artigo 311 exige perigo de dano para a conduta de trafegar em velocidade
incompatível com a segurança nas proximidades de escolas.
9. (VUNESP – INSPETOR DE POLÍCIA – PC/CE - 2015 - Adapt.)
A conduta de violar ordem de suspensão para dirigir veículo automotor é punida,
administrativamente, com nova suspensão.
10. (PRO-MUNICIPIO – AGENTE DE TRÂNSITO - PREF. JARDIM/CE – 2016)
Sobre os crimes cometidos no trânsito, é CORRETO afirmar:
(A) Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor é punível com detenção, de um a
dois anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo
automotor;
(B) No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de 1/4
(um quarto) à metade, se o agente não possuir permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação
praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada, deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo
sem risco pessoal, à vítima do acidente, ou, no exercício de sua profissão ou atividade, estiver
conduzindo veículo de transporte de passageiros;
(C) Se o agente conduz veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da
influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência ou participa,
em via, de corrida, disputa ou competição automobilística ou ainda de exibição ou demonstração
de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente, a pena
é de reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a
habilitação para dirigir veículo automotor;
(D) Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à responsabilidade penal ou
civil que lhe possa ser atribuída, a pena é de detenção, de seis meses a um ano, ou multa;
(E) Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à vítima, ou,
não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade pública,
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 101
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
a pena é de 1 (um) a 2 (dois) anos de detenção, ou multa, se o fato não constituir elemento de
crime mais grave.
11. (PRO-MUNICIPIO – AGENTE DE TRÂNSITO - PREF. JARDIM/CE – 2016)
Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação ou,
ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano, é punido com pena de:
(A) Detenção, de seis meses a um ano;
(B) Detenção, de um a dois anos, ou multa;
(C) Multa;
(D) Detenção, de seis meses a um ano, ou multa;
(E) Detenção, de um a dois anos.
12. (FUNECE – ANALISTA DE TRÂNSITO – DETRAN/CE – 2018)
No que concerne à penalidade de multa prevista nos crimes de trânsito, é correto afirmar que
(A) a multa reparatória poderá ser superior ao valor do prejuízo demonstrado no processo.
(B) a multa prevista nos crimes de trânsito é a mesma prevista nas demais infrações previstas no
Código de Trânsito Brasileiro – CTB.
(C) na indenização civil do dano, o valor da multa reparatória será descontado.
(D) a penalidade de multa reparatória consiste no pagamento, mediante depósito judicial em favor
da vítima, ou seus sucessores, de quantia, ainda que não haja prejuízo material resultante do crime.
13. (FUNECE – ANALISTA DE TRÂNSITO – DETRAN/CE – 2018)
Considerando as disposições gerais relativas aos crimes de trânsito previstos no CTB, assinale a
afirmação verdadeira.
(A) Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores aplicam-se as normas gerais do
Código Penal e do Código de Processo Penal, ainda que o CTB preveja de modo diverso.
(B) A penalidade de suspensão ou de proibição de obter-se a permissão ou a habilitação, para
dirigir veículo automotor tem a duração de seis meses a cinco anos.
(C) Proferido o julgamento em primeira instância, ainda que a sentença condenatória não tenha
transitado em julgado, o réu será intimado a entregar à autoridade judiciária, em quarenta e oito
horas, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação.
(D) A penalidade de suspensão ou de proibição de obter-se a permissão ou a habilitação para
dirigir veículo automotor não se inicia enquanto o sentenciado, por efeito de condenação penal,
estiver recolhido a estabelecimento prisional.
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 102
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
14. (PRO-MUNICIPIO - AGENTE DE TRÂNSITO – PREF. SOLONÓPLE/CE - 2018)
Em relação às penas de crimes de trânsito, é correto afirmar:
(A) Para crimes de homicídio culposo na direção de veículo automotor, a pena pode chegar a dez
anos de detenção, não havendo formas de agravo;
(B) A omissão em prestação de socorro não gera agravo para crimes de homicídio culposo de
trânsito;
(C) Será de um a dois anos a detenção do condutor que afastar-se do veículo e do local do acidente
com intenção de fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída, sem
possibilidade de que seja facultado o pagamento de multa;
(D) A pena será de detenção de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se
obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor, para condutores com
capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância
psicoativa que determine dependência.
15. (CEFET/BA - AGENTE DE TRÂNSITO – PREF. IRECÊ/BA - 2018)
Sobre a Lei Seca, instituída por leis que alteraram o Código de Trânsito Brasileiro, que evoluiu com
a severidade das punições ao motorista que associa uso de bebida alcoólica à direção de veículos,
é correto afirmar que
(A) a penalidade por dirigir sob a influência de álcool é multa de natureza gravíssima e cassação
da CNH.
(B) multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 meses é a penalidade pela recusa ao
teste do bafômetro.
(C) comete crime de trânsito o motorista que soprar o bafômetro e acusar 0,2 miligramas de álcool
por litro de ar alveolar.
(D) ao ser solicitado a fazer o teste do bafômetro e recusar-se, o motorista será penalizado apenas
com multa e recolhimento da CNH.
(E) detenção de seis meses a cinco anos estará sujeito a quem conduzir veículo com capacidade
psicomotora alterada em razão de influência de álcool.
16. (CONPASS - AGENTE DE TRÂNSITO – PREF. MOTEIRO/PB - 2018)
São crimes de trânsito que podem ocorrer detenção do infrator, EXCETO:
(A) Praticar homicídio culposo, na direção de veículo automotor.
(B) Causar morte, resultante de corrida, disputa ou competição não autorizada.
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 103
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
(C) Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à vítima,
ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade
pública.
(D) Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à responsabilidade penal ou
civil que lhe possa ser atribuída.
(E) Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de
álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência.
17. (VUNESP - DELEGADO DE POLÍCIA – PC/SP - 2018)
Com relação aos crimes de trânsito, é correto afirmar que
(A) o crime de fuga do local do acidente não é considerado uma infração penal de menor potencial
ofensivo.
(B) o crime de embriaguez ao volante não admite transação penal, mas nada impede a incidência
de suspensão condicional do processo.
(C) em qualquer hipótese de lesão corporal culposa, a ação penal será pública condicionada.
(D) no crime de homicídio culposo a ação penal poderá ser pública condicionada.
(E) o crime de violação da suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou habilitação para
dirigir veículo é incompatível com a suspensão condicional de processo.
18. (CESPE – SARGENTO CURSO FORMAÇÃO – PM/DF – 2003)
Os membros de uma família reuniram-se para um churrasco em uma pequena chácara localizada
na zona rural de um município brasileiro. Após beberem muita cerveja, José, filho do proprietário
da chácara, e o chacareiro discutiram, causando uma grande confusão, que só terminou com a
intervenção do proprietário, que deu razão ao seu empregado e repreendeu publicamente o filho
embriagado.
Completamente descontrolado, José, que é maior de idade e tem habilitação para dirigir,
conduziu seu próprio veículo pela estrada que dá acesso à chácara, totalmente sem sinalização de
trânsito, a 60 km/h. Já em via urbana de entrada da cidade, igualmente sem sinalização e
considerada de trânsito rápido, acelerou para 100 km/h. Nesse momento, sentindo-se tonto,
enjoado, freou bruscamente o veículo e o parou com apenas as rodas direitas no acostamento,
abriu a porta do veículo sem cautela alguma e correu para o matagal à direita da via. Em face
dessa situação hipotética, julgue o item subsequente à luz do CTB.
José cometeu crime de trânsito para o qual está estipulada pena de detenção.
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 104
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
19. (CESPE – DELEGADO DE POLÍCIA SUBST.– POL. CIVIL/ES – 2006)
Os crimes definidos no CTB são, em sua maioria, de ação penal pública condicionada à
representação do ofendido para que haja a instauração de processo contra o autor do delito.
20. (CESPE – DELEGADO DE POLÍCIA – SEAD/TO – 2008)
Os crimes de lesão corporal culposa, embriaguez ao volante e participação em competição não
autorizada, elencados no Código de Trânsito Brasileiro, são apurados por meio de termo
circunstanciado de ocorrência, sendo vedada, em qualquer hipótese, a prisão em flagrante em tais
condutas, nos termos dispostos na Lei dos Juizados Especiais Criminais.
21. (CESPE – DELEGADO DE POLÍCIA – SEAD/TO – 2008)
Os crimes de lesão corporal culposa, embriaguez ao volante e participação em competição não
autorizada, elencados no Código de Trânsito Brasileiro, são apurados por meio de termo
circunstanciado de ocorrência, sendo vedada, em qualquer hipótese, a prisão em flagrante em tais
condutas, nos termos dispostos na Lei dos Juizados Especiais Criminais.
22. (CESPE – DELEGADO DE POLÍCIA SUBST.– POL. CIVIL/ES – 2011)
Em relação à legislação que instituiu o Código de Trânsito Brasileiro, julgue os itens subsequentes.
É admissível a denominação de crime de trânsito para a conduta de dano cometida com dolo, a
exemplo daquele que, intencionalmente, utiliza o seu veículo para a prática de um crime.
23. (CESPE – DELEGADO DE POLÍCIA SUBST.– POL. CIVIL/ES – 2011)
Os crimes de entregar a direção de veículo automotor a pessoa não habilitada e de falta de
habilitação se aperfeiçoam com a simples conduta, sem que se exija prova da efetiva
probabilidade de dano.
24. (CESPE – DELEGADO DE POLÍCIA SUBST.– POL. CIVIL/ES – 2011)
Considere a seguinte situação hipotética. Cláudia, penalmente responsável, ao dirigir veículo
automotor sem habilitação, em via pública, atropelou e matou um pedestre. Nessa situação
hipotética, Cláudia responderá por homicídio culposo em concurso material com o delito de falta
de habilitação.
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 105
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
25. (CESPE – DELEGADO DE POLÍCIA SUBST.– POL. CIVIL/ES – 2011)
Considere a seguinte situação hipotética. Lúcio, penalmente responsável, ao dirigir veículo
automotor sob a influência de álcool, deu ensejo ao capotamento do veículo e à morte de um dos
passageiros. Logo após o acidente, Lúcio foi conduzido à delegacia de polícia, onde se recusou a
submeter-se ao teste do bafômetro. Nessa situação hipotética, Lúcio será punido pela figura do
homicídio culposo em sua forma simples, sem a figura cumulativa da embriaguez ao volante.
26. (CESPE – DELEGADO DE POLÍCIA SUBST.– POL. CIVIL/ES – 2011)
No caso de réu reincidente em crime de trânsito, é obrigatório que o magistrado, ao julgar a nova
infração, fixe a pena prevista no tipo, associada à suspensão da permissão ou habilitação de dirigir
veículo automotor.
27. (CESPE – JUIZ SUBSTITUTO – TJ/PR - 2017)
Considerando a jurisprudência do STF e do STJ em relação aos crimes de trânsito, assinale a opção
correta.
(A) Dirigir automóvel na via pública sem possuir permissão para dirigir ou habilitação é crime de
perigo concreto, cuja tipificação exige a prova de geração do perigo de dano.
(B) O crime de omissão de socorro à vítima atropelada por imprudência do motorista não se
verifica quando se constata que a morte ocorreu instantaneamente.
(C) A embriaguez ao volante é crime de perigo concreto, em que a ingestão de bebida alcoólica
e a condução perigosa do automóvel geram perigo de dano.
(D) O fato de dirigir perigosamente automóvel sem ser habilitado, vindo a causar lesões corporais
em transeunte, implica dois crimes praticados em concurso formal.
28. (CESPE – DELEGADO DE POLÍCIA – PC/MA - 2018)
Assinale a opção correta a respeito dos crimes de trânsito:
(A) A suspensão da habilitação, aplicada cumulativamente na sentença condenatória por homicídio
culposo na direção de veículo automotor, deve ter o mesmo prazo da pena de prisão.
(B) É causa de aumento de pena a utilização de veículos em que tenham sido adulterados
equipamentos ou características que afetem a segurança ou o seu funcionamento.
(C) A condução de veículo automotor em via pública por motorista com sua habilitação suspensa
configurará crime apenas se a situação gerar perigo de dano.
(D) Para a constatação do crime de embriaguez ao volante, é imprescindível a realização da prova
por teste de bafômetro ou etilômetro.
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 106
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
(E) A lesão corporal na direção de veículo automotor cometida por condutor sob a influência de
álcool dispensa a representação do ofendido.
29. (CESPE – POLÍCIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – PRF - 2002)
Ao passar em frente a uma parada de ônibus, conduzindo o seu veículo em avançada hora da
madrugada, Tício avistou um desafeto. Assim, retornou na avenida, de modo a passar novamente
em frente ao inimigo. Quando se aproximava, então, da parada, acelerou o veículo, arremessando-
o contra o pedestre, causando-lhe morte instantânea. Para essa situação, há, no CTB, tipo
específico que descreve a conduta de Tício, no qual se prevê, ainda, o atropelamento ocorrido em
calçada como causa de aumento de pena do homicídio.
30. (CESPE – POLÍCIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – PRF - 2002)
A prova da velocidade incompatível pode ser feita por testemunhas, não se exigindo a prova de
radares ou equivalentes.
31. (CESPE – POLÍCIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – PRF – 2004 - Adapt.)
A conduta de dirigir veículo automotor sob a influência de álcool, em nível superior ao permitido,
não configura, necessariamente, crime perante a lei brasileira, sendo punida administrativamente
como infração gravíssima, com penalidade de multa e suspensão do direito de dirigir. Para ser
enquadrada na categoria de crime, a embriaguez do condutor deve expor a dano potencial a
incolumidade de outrem.
32. (CESPE – POLÍCIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – PRF – 2004 - Adapt.)
A embriaguez pode ser constatada por provas técnicas e periciais, como exame de sangue e teste
em bafômetro, mas nunca, por prova testemunhal.
33. (CESPE – POLÍCIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – PRF – 2004)
O CTB, em seu art. 311, censura a conduta de trafegar em velocidade incompatível com a
segurança nos locais considerados pelo legislador como perigosos, elegendo essa conduta como
criminosa e impondo-lhe a pena de detenção de 6 meses a 1 ano ou multa. Acerca desse assunto,
julgue os itens que se seguem.
Ter domínio do veículo significa que o condutor tem o controle do mesmo, podendo, assim, detê-
lo quantas vezes for necessário, diante de obstáculos previsíveis.
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 107
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
34. (CESPE – POLÍCIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – PRF – 2004)
Para a consumação do delito tipificado no referido artigo, não é estritamente necessário que
ocorra dano, ou seja, as pessoas sejam lesionadas ou mortas em virtude da velocidade
incompatível.
35. (CESPE – POLÍCIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – PRF – 2008 - Adapt.)
Em nenhuma hipótese se admite a aplicação aos crimes de trânsito de disposições previstas na lei
que dispõe sobre os juizados especiais criminais.
36. (FUNRIO – POLÍCIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – PRF – 2009 – Adapt.)
No dia 15 de junho de 2007, por volta das 09h, pela Avenida Canal, proximidades do "Atacadão
Rio do Peixe”, José Antônio, guiando o veículo ônibus, ano 1998, de cor branca, provocou
atropelamento contra Marinalva, que pedalava uma bicicleta próximo à guia da calçada, sofrendo
traumatismos generalizados. O socorro foi prestado por solicitação de populares do SAMU ao
Hospital Regional de Urgência e Emergência de Campina Grande, e o infrator se evadiu. No que
se refere à conduta praticada, uma vez que o infrator se evadiu sem prestar socorro à vítima, é
correto afirmar que o condutor não merece aplicação do aumento de pena daí decorrente, uma
vez que a vítima não era pedestre, conforme estipulado pela Lei nº 9503/97.
37. (FUNRIO – POLÍCIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – PRF – 2009)
Constitui infração de trânsito a inobservância de qualquer preceito do Código de Trânsito
Brasileiro, da legislação complementar ou das resoluções do CONTRAN, sendo o infrator sujeito
às penalidades e medidas administrativas. Com relação aos crimes relacionados no Código de
Trânsito Brasileiro, é correto afirmar que
(A) ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte vítima, se imporá a
prisão em flagrante e se exigirá fiança, independente dele prestar pronto e integral socorro
àquela.
(B) é crime conduzir veículo automotor, na via pública, estando com concentração de álcool por
litro de sangue igual ou superior a 6 (seis) decigramas, ou sob a influência de qualquer outra
substância psicoativa que determine dependência, contudo, com relação aos testes de alcoolemia,
para efeito de caracterização do crime tipificado, o Poder Executivo Federal não poderá estipular
a equivalência entre distintos testes de alcoolemia, devendo estes ser regulados pelo CONTRAN.
(C) no homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de um
terço à metade, se o agente não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação; praticá-
lo em faixa de pedestres ou na calçada; se deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem
risco pessoal, à vítima do acidente; se o praticar no exercício de sua profissão ou atividade, estiver
conduzindo veículo de transporte de passageiros.
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 108
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
(D) é considerado crime participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de corrida,
disputa ou competição automobilística, mesmo que autorizada pela autoridade competente, já
que sempre pode resultar dano potencial à incolumidade pública ou privada.
(E) a multa reparatória poderá ser superior ao valor do prejuízo demonstrado no processo.
38. (CESPE – POLÍCIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – PRF – 2019)
Ao final de uma festa, Godofredo e Antônio realizaram uma disputa automobilística com seus
veículos, fazendo manobras arriscadas, em via pública, sem que tivessem autorização para tanto.
Nessa contenda, houve colisão dos veículos, o que causou lesão corporal culposa de natureza
grave em um transeunte.
Considerando a situação hipotética apresentada e o disposto no Código de Trânsito Brasileiro,
julgue os itens a seguir.
Godofredo e Antônio responderiam por crime de trânsito independentemente da lesão corporal
causada, pois a conduta de ambos gerou situação de risco à incolumidade pública.
39. (CESPE – POLÍCIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – PRF – 2019)
Por se tratar de lesão corporal de natureza culposa, é vedada a instauração de inquérito policial
para apurar as condutas de Godofredo e Antônio, bastando a realização dos exames médicos da
vítima e o compromisso dos autores em comparecer a todos os atos necessários junto às
autoridades POLICIAL e judiciária.
40. (CESPE – POLÍCIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – PRF – 2019)
Godofredo e Antônio estão sujeitos à pena de reclusão, em razão do resultado danoso da conduta
delitiva narrada.
41. (CESPE – POLÍCIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – PRF – 2019)
Em cada um dos itens que se seguem, é apresentada uma situação hipotética de crime de trânsito,
seguida de uma assertiva a ser julgada, com base no disposto no Código de Trânsito Brasileiro.
Lucas, motorista de ônibus, quando dirigia seu coletivo, atropelou e matou, culposamente, uma
pedestre. Sávio, ao conduzir seu veículo em um passeio com a família, atropelou culposamente,
na faixa de pedestre, uma pessoa, que faleceu no mesmo instante. Severino, ao dirigir seu veículo,
atropelou culposamente uma transeunte que estava na calçada; ela morreu em seguida. Nessas
situações, Lucas, Sávio e Severino responderão por crime de trânsito, cujas penas poderão, pelas
circunstâncias fáticas, ser aumentadas até a metade, e suas habilitações para dirigir deverão ser
suspensas.
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 109
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
42. (CESPE – POLÍCIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – PRF – 2019)
Alfredo, conduzindo seu veículo automotor sem placas, atropelou um pedestre. Alessandro,
dirigindo um veículo de categoria diversa das que sua carteira de habilitação permitia, causou
lesão corporal culposa em um transeunte, ao atingi-lo. Nessas situações, as penas impostas a
Alfredo e a Alessandro serão agravadas, devendo o juiz aplicar as penas-base com especial
atenção à culpabilidade e às circunstâncias e consequências do crime.
43. (CESPE – POLÍCIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – PRF – 2019)
Dirigindo seu veículo automotor, Luciano atropelou um transeunte, causando-lhe ferimentos leves.
Luciano não prestou socorro à vítima nem solicitou auxílio da autoridade pública. Nessa situação,
a conduta de Luciano será considerada atípica caso um terceiro tenha prestado apoio à vítima em
seu lugar.
44. (CESPE – POLÍCIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – PRF – 2019)
Felipe, ao violar a suspensão para dirigir, foi flagrado e autuado pela autoridade competente, em
operação de fiscalização, conduzindo seu veículo automotor em via pública. Nessa situação, Felipe
responderá por crime de trânsito e poderá receber como pena nova imposição adicional de
suspensão pelo dobro do primeiro prazo, sendo vedada a substituição de pena privativa de
liberdade por restritiva de direito, em razão da natureza da infração.
45. (CESPE – POLÍCIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – PRF – 2019)
Wellington, maior e capaz, sem habilitação ou permissão para dirigir veículo automotor, tomou
emprestado de Sandro, também maior e capaz, seu veículo, para visitar a namorada em um bairro
próximo àquele onde ambos residiam. Sandro, mesmo ciente da falta de habilitação de
Wellington, emprestou o veículo.
Considerando a situação hipotética apresentada, julgue os itens que se seguem, à luz do Código
de Trânsito Brasileiro.
Wellington responderá por crime de trânsito, independentemente de gerar perigo de dano ao
conduzir o veículo.
46. (CESPE – POLÍCIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – PRF – 2019)
Sandro responderá por crime de trânsito somente se a condução de Wellington causar perigo de
dano.
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 110
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
GABARITO
1. A 18. C 35. E
2. A 19. E 36. E
3. B 20. E 37. C
4. X 21. E 38. C
5. D 22. E 39. E
6. A 23. E 40. C
7. B 24. E 41. C
8. C 25. E 42. C
9. E 26. C 43. E
10. D 27. A 44. E
11. D 28. E 45. E
12. C 29. E 46. E
13. D 30. C
14. D 31. E
15. B 32. E
16. B 33. C
17. B 34. C
X = NULA
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 111
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
RESUMO
➢ A suspensão ou a proibição de se obter a habilitação ou a permissão para dirigir não
mais pode ser aplicada como pena principal (art. 292, CTB)!
➢ Se o réu for reincidente na prática de crime previsto no CTB Código, o juiz aplicará a
penalidade de suspensão da permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor,
sem prejuízo das demais sanções penais cabíveis (art. 296).
➢ As circunstâncias AUMENTATIVAS de pena aplicam-se apenas aos crimes de
homicídio culposo (art. 302) e de lesão corporal culposa (art. 303).
➢ As circunstâncias AGRAVANTES aplicam-se a TODOS os delitos.
➢ Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte vítima, não
se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral
socorro àquela (art. 301).
Ela inseriu o importantíssimo §3º nesse artigo, cuja redação é a seguinte:
Art. 302. (...)
§ 3º Se o agente conduz veículo automotor sob a influência de álcool ou de qualquer outra
substância psicoativa que determine dependência:
Penas - reclusão, de 05 a 08 anos, e suspensão ou proibição do direito de se obter a
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
Ele também recebeu um novo §2º pela Lei nº 13.546/2017, cuja redação é a seguinte:
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 112
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
Art. 303 (...)
§ 2o A pena privativa de liberdade é de reclusão de 02 a 05 anos, sem prejuízo das outras
penas previstas neste artigo:
se o agente conduz o veículo com capacidade psicomotora alterada em razão da influência
de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência; E
se do crime resultar lesão corporal de natureza grave ou gravíssima.
Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada EM RAZÃO
DA INFLUÊNCIA de álcool ou DE OUTRA SUBSTÂNCIA PSICOATIVA QUE DETERMINE
DEPENDÊNCIA:
Penas: detenção de 06 meses a 03 anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
E se o condutor não quiser submeter-se a nenhum desses exames? Se a negativa for em relação
aos exames de sangue e de etilômetro (os que comprovam cientificamente a alteração da
capacidade psicomotora):
➢ SERÃO APLICADAS AS PENALIDADES E MEDIDAS ADMINISTRATIVAS PREVISTAS
NO NOVÍSSIMO ART. 165-A DO CTB ao condutor que recusar a se submeter a
qualquer um dos procedimentos previstos acima, sem prejuízo da incidência do crime
previsto no art. 306 do CTB caso o condutor apresente os sinais de alteração da
capacidade psicomotora.
Art. 306. (...)
§ 2o A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida mediante teste de alcoolemia
ou toxicológico, exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova
em direito admitidos, observado o direito à contraprova.
§ 3o O Contran disporá sobre a equivalência entre os distintos testes de alcoolemia ou
toxicológicos para efeito de caracterização do crime tipificado neste artigo.
E por falar nesses equipamentos, uma regrinha nova inserida no CTB pela Lei nº 13.840/19 (art.
306, §4º):
LEI Nº 13.840/2019
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 113
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
➢ Poderá ser empregado qualquer aparelho homologado pelo Instituto Nacional de
Metrologia, Qualidade e Tecnologia - INMETRO - para se determinar o previsto no caput
(ou seja, a alteração da capacidade psicomotora em razão de consumo de álcool ou de
substâncias psicoativa).
O crime do artigo 308 sofreu nos últimos anos duas mudanças fundamentais:
→ Mudança nº 01:
Com o advento da Lei nº 12.971/2014, houve uma ligeira alteração redacional, ao substituir a
expressão “desde que resulte dano potencial à incolumidade pública ou privada” por “gerando
situação de risco à incolumidade pública ou privada”, dando a entender que bastará a presença
do risco abstrato à coletividade (e não uma condição específica).
A redação anterior do crime citado, antes das mudanças promovidas pela Lei nº 12.971/14,
contentava-se com o perigo potencial de dano, ou seja, cuidava de infração penal de perigo
abstrato, onde a simples prática do comportamento, independentemente de comprovação de
perigo, já configurava o tipo em estudo.
No entanto, à luz das modificações trazidas pela Lei nº 12.971/2014 para configuração desse tipo
penal, alguns requisitos devem estar presentes para o enquadramento no delito, como:
✓ veículo automotor,
✓ via pública e;
✓ a prova de situação de risco à incolumidade pública e privada.
→ Mudança nº 02:
Ademais, este crime passará a ter duas formas qualificadas:
Art. 308 (...)
§ 1o Se da prática do crime previsto no caput resultar lesão corporal de natureza grave, e
as circunstâncias demonstrarem que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de
produzi-lo, a pena privativa de liberdade é de reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, sem
prejuízo das outras penas previstas neste artigo.
§ 2o Se da prática do crime previsto no caput resultar MORTE, e as circunstâncias
demonstrarem que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena
privativa de liberdade é de reclusão de 5 (cinco) a 10 (dez) anos, sem prejuízo das outras
penas previstas neste artigo.
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 114
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
Neste delito, diferentemente da infração de trânsito, punem-se apenas os condutores e não os
promotores do evento, uma vez que não têm uma ingerência direta no resultado lesivo. Para
configuração desse tipo penal devem estar presentes alguns requisitos, como:
✓ veículo automotor;
✓ via pública; e
✓ a prova de situação de risco à incolumidade pública e privada.
De acordo com o relator:
"(...) a lei deixa claro que as figuras qualificadas são aplicáveis apenas se as circunstâncias
demonstrarem que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo
(parágrafos 1º e 2º). Logo, se o agente assumiu o risco de causar o resultado (lesão corporal
grave ou morte), por eles responde na forma dos tipos penais autônomos do Código Penal”.
➢ Para que o condutor responda pelo delito não é necessário que ele esteja com excesso
de velocidade, BASTA QUE ESSA VELOCIDADE SEJA INCOMPATÍVEL COM A
SEGURANÇA, podendo causar um dano superveniente.
➢ Com isso, NÃO É EXIGIDO que a prova seja feita por meio de radares ou equivalentes,
podendo ser suprida por provas testemunhais.
As situações mais comuns em que temos a incidência do artigo 312 são:
✓ apagar a marca de derrapagem;
✓ retirar placas de sinalização;
✓ alterar o local dos carros;
✓ limpar estilhaços do chão;
✓ alterar o local do corpo da vítima;
✓ antes de apresentar seu veículo para perícia, alterar o local onde ocorreu o abalroamento,
sempre com a intenção de prejudicar.
Para fecharmos o estudo dos crimes de trânsito, vamos à recente novidade do CTB, promovida
pela Lei nº 13.281/2016 (art. 312-A):
➢ Para os crimes relacionados nos arts. 302 a 312 do CTB (ou seja, TODOS) deste
Código, nas situações em que o juiz aplicar a substituição de pena privativa de
liberdade por pena restritiva de direitos, esta deverá ser de prestação de serviço à
comunidade ou a entidades públicas, em uma das seguintes atividades:
✓ trabalho, aos fins de semana, em equipes de resgate dos corpos de bombeiros
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 115
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
e em outras unidades móveis especializadas no atendimento a vítimas de
trânsito;
✓ trabalho em unidades de pronto-socorro de hospitais da rede pública que
recebem vítimas de acidente de trânsito e politraumatizados;
✓ trabalho em clínicas ou instituições especializadas na recuperação de
acidentados de trânsito;
✓ outras atividades relacionadas ao resgate, atendimento e recuperação de
vítimas de acidentes de trânsito.
CRIMES CULPOSOS → homicídio e lesão corporal (arts. 302 e 303).
Pena de detenção de 02 a 04 anos → só o de homicídio (art. 302).
Pena de detenção de 06 meses a 03 anos → embriaguez (art.306) e de disputa de racha (art.
308).
Pena de detenção de 06 meses a 02 anos → o de lesão corporal (art. 303).
Pena de detenção de 06 meses a 01 ano → todos os demais.
DETENÇÃO+MULTA+SUSPENSÃO CNH → o de embriaguez, o de violar suspensão e o de
disputar racha (arts. 306, 307 e 308).
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 116
www.estrategiaconcursos.com.br
Marcos Girão, Thais Poliana Teixeira Ribeiro de Assunção
Aula 16
166569
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pronto. Fim de linha para o CTB!
Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entrem em contato conosco. Estou disponível no fórum
no curso, por e-mail e nas minhas redes sociais.
E-mail: [email protected]
Facebook: https://www.facebook.com/ProfMarcosGirao
Youtube: https://www.youtube.com/channel/UCsjAzxopmLjgmxkeR1Lo6wQ
Instagram: @profmarcosgirao
Telegram: https:/t.me/profmarcosgirao
Grande abraço e até a próxima!
Marcos Girão
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Prof. Marcos Girão - 2020 - Pré-Edital(Preparação de A a Z) 117
www.estrategiaconcursos.com.br