REABILITAÇÃO CARDÍACA
Professora Renata Ribeiro Durães
ATIVIDADE
QUESTÃO 01) O fisioterapeuta é parte integrante da equipe
interdisciplinar que gerencia o processo de reabilitação
cardiovascular, sendo assim, relate sobre o papel do
fisioterapeuta no processo de reabilitação cardíaca.
QUESTÃO 02) Quais os objetivos da reabilitação
cardiovascular?
QUESTÃO 03) Quais são as fases da reabilitação cardíaca?
Descreva sobre cada uma delas associando ao trabalho da
fisioterapia.
QUESTÃO 04) Quais instrumentos são utilizados no processo
de avaliação nas diversas fases da reabilitação cardíaca?
Colesterol Total: < 190 mg/dl
HDL: > 40 mg/dl
CONCEITOS IMPORTANTES
• Débito Cardíaco
DC: FC x VS
• Pré - Carga;
• Pós - Carga.
REABILITAÇÃO CARDÍACA
É um conjunto de atividades necessárias para
garantir aos pacientes portadores de doenças
cardiovasculares as melhores condições
sociais, mentais e físicas possíveis, para que
possam alcançar com seu próprio esforço uma
vida normal e produtiva.
REABILITAÇÃO CARDÍACA
• Equipe multiprofissional;
• Avaliação;
• Elaboração do plano de tratamento.
FISIOTERAPIA
• Tem como objetivo principal proporcionar o
desenvolvimento e a manutenção da
capacidade de realizar exercícios físicos.
OBJETIVOS
• Alívio dos sintomas de isquemia;
• Redução na taxa de eventos cardíacos;
• Prevenir ocorrências tromboembólicas;
• Diminuição das chances de sofrer um novo
evento cardiovascular para os já infartados;
• Redução da progressão do processo
aterosclerótico;
• Reduzir a mortalidade cardiovascular;
• Estimular a readaptação social, reduzindo ou
eliminando a ansiedade e depressão que
podem acompanhar os pacientes após um
evento coronário;
• Educar o paciente sobre sua doença;
• Reduzir o tempo de hospitalização;
• Recuperação da independência funcional,
particularmente nos pacientes idosos.
INDICAÇÕES
• Após infarto agudo do miocárdio (IAM);
• Pré - operatório de cirurgias cardíacas;
• Pós- operatório de cirurgias Cardíacas;
• Interferências percutâneas do miocárdio;
INDICAÇÕES
• DAC;
• Doenças valvares e doença arterial periférica;
• Insuficiência cardíaca;
• Pré e pós-transplante.
CONTRA-INDICAÇÕES
• Angina instável;
• Trombose venosa profunda sem anti-
coagulante;
• Tromboembolismo ou embolismo recente;
• Infecção sistêmica aguda ou febre;
• Bloqueio AV de 2° grau;
• Pericardite ou miocardite aguda;
• Arritmia não controlada;
• Insuficiência ou estenose mitral ou aórtica
graves sem tratamento adequado;
• IC descompensada;
ESTRUTURA DO PROGRAMA DE RC
• Locais com área física adequada;
• Monitores cardíacos,
• Eletrocardiógrafo;
• Material para reanimação cardiorrespiratória;
• Medicação de urgência.
ESTRUTURA DO PROGRAMA DE RC
REABILITAÇÃO CARDIOVASCULAR
QUEM VÊ CARA NÃO VÊ CORAÇÃO!
CONCEITOS BÁSICOS
• DC: VS x FC
Ex.: FC: 70 bpm e 70 mililitros são ejetados,
portanto, DC: 4900 ml/m.
• FC Max: 220 – idade
• Escala de BORG: Percepção subjetiva do
esforço.
Método de KARVONEN
FC treinamento = FC reserva x % (intensidade)+ (FC repouso)
• Método de KARVONEN: Avaliar frequência
cardíaca de treinamento.
➢Avaliar a FC em repouso durante 3 dias seguidos;
➢Determinar Frequência Cardíaca de repouso.
Ex.: 63 bpm
• FC máxima (Paciente com 40 anos)
220-40: 180 bpm
• Frequência de Reserva: Subtraia a FC máxima
da FC de repouso:
180-63: 117
• 60% da FC de reserva:
Fc de reserva x 0,6 + FC de repouso
117 x 0,6 + 63 : 133,2 bpm
Treinando...
Paciente 45 anos, portador de ICC, irá iniciar a reabilitação cardiovascular, é
necessário trabalhar com 50% da FC de reserva. Dados: FC de repouso: 68
bpm
Qual a FC alvo?
Fc max: 175 bpm
FC reserva: 107 bpm
FC reserva x % + FC repouso
107 x 0,5 + 68
53,5+ 68
121,5 bpm
CONCEITOS BÁSICOS
• MET ( Equivalente metabólico da tarefa)
1 MET: 3,5 ml/KG/min
Dormir: O MET é de 0,9
Dançar: 4,5 MET
Exercícios caseiros: O MET para a realização de exercícios
como flexões, abdominais, polichinelo de maneira intensa
é 8,0
Correr na Esteira: 7,0 MET
Bicicleta suave (16-19,2 km/h): 6,0 MET.
Bicicleta média (19,3-22,4 km/h): 8,0 MET;
Bicicleta intensa (22,5-25,6 km/h): 10 MET.
Corrida intensa: 13,5 MET;
Caminhada (3,2 Km/h): 2,5 MET;
Caminhada (5,6 Km/h): 3,8 MET;
Caminhada (8 km/h): 8,0 MET.
FASES DA REABILITAÇÃO CARDÍACA
• Fase I - Fase hospitalar;
• Fase II - Ambulatorial (2-3 meses);
• Fase III - Ambulatorial ou domiciliar (6-12
meses);
• Fase IV - A longo prazo.
FASE I
• UTI/Enfermaria;
• Estabilidade hemodinâmica;
• Indicação médica;
• Exercícios de baixa intensidade durante a
internação hospitalar tem-se mostrado seguros,
praticáveis e benéficos;
FASE I
• Combinação de exercício físico de baixa
intensidade, técnicas para o controle do
estresse e programas de educação em relação
aos fatores de risco;
• Redução de tempo de hospitalização;
• Redução dos efeitos do imobilismo;
FASE I
• Melhora da circulação;
• Mantém a função pulmonar;
• Previne complicações respiratórias;
• Orientações.
FASE I
• A fisioterapia deve ser realizada todos os dias,
três vezes ao dia;
• Duração, em média, de vinte minutos;
• 40 a 60% da frequência cardíaca de
treinamento;
• 2 a 4 METS;
FASE I
• Avaliação dos Sinais Vitais:
➢ PAS até 180 ou PAD até 110;
➢ Sato2 ≥ 90%;
➢ FC de acordo com o paciente, evitar a taquicardia.
*** Estabilidade hemodinâmica.
FASE I
• Critérios para passar de uma etapa para outra
(aumentar os exercícios):
– FC não ultrapasse 20 bpm, ou seja, 20% da FC de
base;
– Escala de BORG modificada igual ou menor que 3
(muito leve).
FASE I
• Pressão positiva (válvula de PEEP);
FASE I
• Manobras de reexpansão pulmonar;
• Padrão respiratório/ Diafragmático;
• Manobras de higiene brônquica;
• Manobras desobstrutivas;
FASE I
• VMNI/VMI.
FASE I
FISIOTERAPIA MOTORA
• 1 Série de 8/10 repetições;
• Exercícios ativos, ativos/assistidos ou passivos
em MMSS e MMII;
• Exercícios de Ponte;
• Deambulação.
Etapas Programa de Atividades Local Gasto Calórico
1 •Paciente deitado UCO 1 a 2 METs
•Exercícios respiratórios
•Exercícios ativos de extremidades
• Exercícios ativo-assistido de cintura, cotovelo
e joelhos.
2 •Paciente sentado UCO 1 a 2 METs
•Exercícios respiratórios associados a os MMSS
•Exercícios de cintura escapular
•Exercícios ativos de extremidades
•Paciente deitado
• Exercícios ativos de joelhos e coxofemoral
3 •Paciente em pé Enfer. 2 a 3 METs
•Conduta anterior
•Exercícios ativos de MMSS
•Alongamento ativo de MMII
•Iniciar deambulação: 35m (2 a 3 minutos). No
ritmo do paciente.
SOCESP, 2014
Etapas Programa de Atividades Local Gasto Calórico
4 •Paciente em pé Enfer. 2 a 3 METs
•Alongamento ativo de MMII e MMSS
•Exercícios ativos de MMSS (movimentos
diagonais e circundação)
•Deambulação 70 m (3 a 5 minutos)
5 •Paciente em pé Enfer. 3 a 4 METs
•Conduta anterior
•Rotação de tronco e pescoço
•Deambulação: 140 m (6 a 8 minutos)
6 •Paciente em pé Enfer. 3 a 4 METs
•Alongamento ativo de MMSS e MMII
•Exercícios ativos de MMSS associados à
caminhada
•Descer escada lentamente (aproximadamente
8 degraus) e retornar de elevador
•Deambulação:210 m (8 a 10 minutos)
7 •Continuação da 6° etapa Enfer. 3 a 4 METs
•Descer e subir escada lentamente
•Receber orientações finais para alta hospitalar.
SOCESP, 2014
Contraindicações para o programa de
reabilitação (fase 1)
Contraindicações
1- Sinais/sintomas de isquemia •Angina
miocárdica transitória •Infradesnível ST>2 mm
2- Comportamento pressórico anômalo •Hipertensão >/= 200/110 mmHg
•Hipotensão Ortostática, queda > 20
mmHg com sintomas
3- Arritmias •Extrassístoles ventriculares complexas
•Taquicardia supraventricular ou sinusal >
120 bpm
•Bloqueio atrioventricular de 2 ou 3 graus
4- Sinais de baixo débito/falência •Insuficiência cardíaca descompensada
ventricular •Hipotensão
5-Comprometimento geral •Debilidade
•Estado febril
Infecção sistêmica ou doença sistêmica
aguda
FASE II
OBJETIVOS:
• Melhorar a função cardiovascular, a capacidade física de
trabalho, força, e flexibilidade;
• Detectar arritmias e outras alterações durante o exercício que
contra indiquem a atividade física;
• Educar os pacientes quanto a atividade física;
• Trabalhar com o paciente e seus familiares em um programa
adequado de manuseio e modificações do estilo de vida;
• Melhorar o perfil psicológico dos pacientes.
FASE II
FASE II
INTENSIDADE
De acordo com o Teste de Esforço Máximo.
DURAÇÃO
As sessões de tratamento deverão ter duração
total de aproximadamente uma hora e
deverão ser realizadas três vezes por semana,
em dias alternados.
FASE II
FREQUÊNCIA
• A freqüência, em parte, é também
dependente da intensidade e da duração;
• São recomendadas três a cinco sessões de
exercícios (regularmente espaçadas).
FASE II
ETAPAS DO TRATAMENTO
• Aquecimento;
• Treinamento;
• Desaquecimento.
FASE II
*** Avaliação de sinais vitais (níveis pressóricos
e de FC antes e depois do atendimento).
Aquecimento: (5 a 10 minutos)
• Exercícios de alongamento;
• Exercícios respiratórios;
• Coordenação;
• Associados a exercícios respiratórios.
FASE II
CONDICIONAMENTO
• Tem como objetivo exercitar o paciente a uma
frequência cardíaca programada a fim de
obter efeito de treinamento;
• A intensidade do esforço deve ser aumentada
gradualmente até o nível de treino
programado.
FASE II
• Caminhada;
• Bicicleta e esteira ergométrica;
• Ou em outro tipo de equipamento que
permita aferir frequência cardíaca e pressão
arterial sistêmica durante sua realização;
• Com duração de 40 minutos.
FASE II
DESAQUECIMENTO E RELAXAMENTO
• Os exercícios de relaxamento podem ser
realizados no final do desaquecimento;
• Redução da FC, PA e da incidência de arritmias
cardíacas;
***Se o paciente apresentar HAS logo à chegada,
deverão ser aplicados somente exercícios de
relaxamento. Se o quadro persistir, ele deverá ser
encaminhado ao médico antes da próxima sessão.
FASE II
Fonte: Adaptado por Gonçalves et al, 2015
FASE II
Fonte: UMEDA, 2014. P.161
FASE III
• Reduzir fatores de risco de doenças
coronarianas;
• Aumentar a auto-estima e a confiança quando
novas atividades são introduzidas e quando o
paciente for adaptado progressivamente fora
do ambiente de supervisão;
• Melhorar o conhecimento da habilidade de
auto monitorizar;
FASE III
• Introduzir atividades seguras e diversificadas
que possam ser realizadas pelos métodos
usuais de aptidão e recreação;
• Melhorar o condicionamento cardiopulmonar;
• Manutenção da função pulmonar.
FASE III
• Frequência de 3 vezes por semana;
• Duração de 30 à 60 minutos ( 10 minutos de
alongamentos, 20 à 40 minutos de exercícios
aeróbicos, 10 minutos de relaxamento);
• 40 à 85% da FCmax de reserva.
FASE IV
• Fase de manutenção;
• Orientações para a realização de exercícios em
sua casa, parques e academias, de acordo com
a sua capacidade física;
• Atividade em grupos;
• Independência funcional.
Contraindicações absolutas para prática do exercício físico em
programa de reabilitação cardiovascular extra hospitalar (Fases
2, 3 e 4)
Diretriz Sul-Americana de Prevenção e Reabilitação Cardiovascular, 2015
CASO CLÍNICO I
C.L.C. cardiopata, 80 anos, irá iniciar a
reabilitação cardíaca fase 2, qual o valor
máximo da FC poderá ser atingido durante os
exercícios?
RESPOSTA: 140 bpm
CASO CLÍNICO 2
• Paciente B.V. 50 anos, PO de CRVM, teve alta
do CTI e irá iniciar o trabalho da fisioterapia, é
necessário trabalhar com 60% da FC reserva,
então a FC de treinamento será:
**obs.: FC de repouso: 70 bpm
RESPOSTA
FC max: 220-50: 170 bpm
FC repouso: 70 bpm
FC reserva: 170-70: 100 bpm
60% FC de reserva: FC reserva x % + FC repouso
60% FC reserva: 100x0,6+70: 130 bpm
Referências
• ALVES, Vera Lúcia dos Santos et al (editores).
Fisioterapia em cardiologia: aspectos práticos. 2.
ed. São Paulo: Atheneu, 2014.
• IRWIN, Scot; TECKLIN, Jan Stephen. Fisioterapia
cardiopulmonar. Barueri: Manole, 2003.
• UMEDA, Iracema Ioco. Manual de Fisioterapia na
Reabilitação Cardiovascular. 2.ed, São Paulo:
Mnole, 2014.